SSO5 Planejamento e Gestao Em Servico Social

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Semestre 5 Serviço Social Caderno de Atividades Planejamento e Gestão em Serviço Social CLIQUEAQUI PARA VIRARAPÁGINA

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Serviço Social

Caderno de AtividadesPlanejamento e Gestão em Serviço Social

CLIQUEAQUIPARAVIRARAPÁGINA

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FICHA TÉCNICA

Equipe de Gestão EditorialRegina Cláudia FiorinJoão Henrique Canella FiórioPriscilla Ramos Capello

Análise de ProcessosJuliana Cristina e SilvaFlávia Lopes

Revisão TextualAlexia Galvão AlvesGiovana Valente FerreiraIngrid FavorettoJulio CamilloLuana Mercúrio

DiagramaçãoCélula de Inovação e Produção de Conteúdos

Caderno de AtividadesServiço Social

DisciplinaPlanejamento e Gestão em Serviço Social

Coordenação do CursoElisa Cleia Pinheiro Rodrigues Nobre

AutoraMaria de Fátima Bregolato Rubira de Assis

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ChancelerAna Maria Costa de Sousa

ReitoraLeocádia Aglaé Petry Leme

Pró-Reitor AdministrativoAntonio Fonseca de Carvalho

Pró-Reitor de GraduaçãoEduardo de Oliveira Elias

Pró-Reitor de ExtensãoIvo Arcangêlo Vedrúsculo Busato

Pró-Reitora de Pesquisa e PósGraduaçãoLuciana Paes de Andrade

Realização:

Diretoria de Planejamento de EAD José Manuel Moran Barbara Campos

Diretoria de Desenvolvimento de EAD Thais Costa de Sousa

Gerência de Design EducacionalRodolfo Pinelli Gabriel Araújo

© 2013 Anhanguera Educacional

Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma.

Como citar esse documento:ASSIS, Maria de Fátima B. Rubira, Planejamen-to e Gestão em Serviço Social. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. p. 1-142. Disponível em: <http://www.anhanguera.com>. Acesso em: 02 jan. 2014.

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ÍndiceÍndice

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Tema 01: Planejamento: fundamentos e interpretações 6

Tema 02: Crise: o planejamento estratégico e participativo como resposta 25

Tema 03: Questões Básicas sobre Planejamento 41

Tema 04: Planejamento, Administração e Realidade 59

Tema 05: O Planejamento como Processo Político e a Questão da Participação 75

Tema 06: O Processo de Elaboração de Planos 93

Tema 07: A Dinâmica da Participação e a Avaliação Participativa de Planos 109

Tema 08: Planejamento Social e Serviço Social 125

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Tema 01Planejamento: fundamentos e interpretações

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Tema 01Planejamento: fundamentos e interpretações

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Conteúdo

Nessa aula você estudará:

• Os principais fundamentos do planejamento.

• A relação escola–sociedade.

• A sociedade existente, a hierarquia de valores e a importância de uma visão crítica.

• A realidade e a construção de uma sociedade desejada.

CONTEÚDOSEHABILIDADES

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Habilidades

Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quais as correntes de pensamento que interpretam a relação escola–sociedade?

• Qual a importância do planejamento educacional?

• Qual a dialética entre a realidade existente e a realidade desejada?

• Qual a vinculação do texto ao serviço social?

CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Planejamento: fundamentos e interpretações

Este tema foi elaborado tendo como base a Parte I, Fundamentos, de seu Livro-Texto, A prática do planejamento participativo, do autor Danilo Gandin, p. de 13 a 20. O autor trata da importância do planejamento educacional, mas destaca que, ao tratar da escola, refere-se aos demais setores da ação social, ou seja, a política, o sindicalismo, a religião e suas manifestações, e o governo. Para o autor, quando se pensa a relação da escola com a sociedade, são diversos os pensamentos que surgem e estes representam correntes filosóficas, científicas, ideológicas ou simplesmente o senso comum. Tais pensamentos podem ser completos e globalizantes ou restritos, porém, todos possuem verdades que contribuem para explicar a realidade.

Ao fundamentar a necessidade de planejamento, principalmente no âmbito educacional, o autor discorre sobre pensamentos que pontuam diferentes visões de educação, escola e sociedade. Uma interpretação ingênua e bastante usual pode ser exemplificada com a afirmação ”boa escolarização produz bons cidadãos, boas pessoas”. Ou seja, boa educação – boa sociedade. “Como não há uma boa educação, não há uma boa sociedade”. Essa corrente expressa o pensamento conservador, em que a boa sociedade é aquela na qual a harmonia prevalece acima de tudo e o conflito não aparece sob forma alguma.

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LEITURAOBRIGATÓRIAAcreditam que a desigualdade entre as pessoas faz parte da natureza humana. Nessa linha de pensamento, “a pirâmide social não deve ser questionada”, porque é “assim mesmo”. A função da educação é contribuir para que o educando possa ascender nessa pirâmide com o próprio esforço, reforçando a tese de que um bom sistema escolar constrói uma sociedade boa.

Uma segunda interpretação da relação escola–sociedade parte de um critério, ou seja, uma finalidade: o desenvolvimento. Nessa linha de pensamento encontram-se os economistas e demais profissionais, que consideram que a “educação é investimento, porque a sociedade cresce, desenvolve-se na proporção direta do investimento em educação”. Dessa forma, a escola é indicada como investimento para a formação de mão de obra, com vistas ao desenvolvimento da sociedade.

Para Gandin (2011, p. 14), essas duas correntes, com possibilidades de várias subdivisões, acreditam basicamente que a relação entre a escola e a sociedade é a de que são possíveis transformações sociais a partir de mudanças na escola, que é possível introduzir alterações significativas na escola sem que tais alterações estejam antes na sociedade.

A terceira interpretação apresentada pelo autor é completamente oposta no que diz respeito ao entendimento sobre a relação escola–sociedade. Enquanto as duas primeiras sublinham a força da escola, esta terceira diz que a escola é simplesmente uma função da sociedade ou reflexo dessa sociedade em um determinado momento. Tal pensamento nasce da reflexão dos sociólogos, cujo critério é a busca da igualdade social. Os adeptos dessa corrente questionam: “as escolas podem ajudar na igualdade social numa sociedade de desigualdades?”. A resposta encontrada é que nenhum sistema educativo pode ser significativamente diferente, melhor ou pior do que é esta mesma sociedade. Gandin (2011, p. 16) pontua a questão da reprodução, de forma que os processos educacionais podem ser entendidos como reflexos da hierarquia de valores de uma dada sociedade, independente desta ser socialista ou capitalista. Isso vale para outras instituições além da escola e para outros setores além do educativo. Nessa perspectiva, o processo de reprodução pode ser consciente ou não, tendo um discurso diferente de sua prática.

Para o autor, as pessoas que trabalham em educação podem ser caracterizadas tendo como critérios o modo como percebem essa situação e a prática que nela realizam. De forma resumida, seguem as características apontadas por Gandin (2011, p. 16):

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1. Os que não se dão conta da incoerência entre o que se diz e o que se faz. Pertencem ao grupo dos conservadores.

2. Os que se dão conta dessa situação, mas que, por comodismo, por interesse, por “boa vontade” ou por convicção, desejam que tudo siga como está.

3. Os que se dão conta dessa prática reprodutiva, estudam-na e querem transformações de maior ou menor envergadura.

Para Gandin, do ponto de vista prático e incluindo todas as possibilidades – dos que se dão conta e dos que nem suspeitam que não fazem o que querem –, há três tipos de ações:

a) Dos extremos conservadores: para os quais não há distinção entre a realidade desejada e a existente.

b) Dos extremos revolucionários: para os quais não há ponto de contato entre a realidade desejada e a realidade existente.

c) Dos que querem mudanças a partir do que existe: para os quais a realidade desejada e a realidade existente têm pontos discordantes.

Para se pensar no planejamento político-social, as pessoas que se encontram representadas pela alternativa C são as mais propensas a buscar uma ação transformadora, tendo como meio o campo de trabalho em que se atua. Gandin assevera que se trata de uma transformação que envolve o crescimento da consciência crítica. Assim, o grupo, o movimento ou a instituição deve compreender que se encontra, sempre, num processo de reproduzir. Se as pessoas envolvidas não querem viver essa função sem questionamento, é radicalmente importante um posicionamento firme, claro e eficaz de impor a seu trabalho um cunho transformador. Para o autor, a forma de fazer isto é reproduzindo. Mas não se trata de uma reprodução ingênua, com base no senso comum ou na ideologia, mas reproduzindo o que se escolheu, com firmeza da opção crítica, teórica e com metodologias eficazes.

Como isso pode ser feito? Gandin afirma que pode ser feito por meio de um processo de planejamento no qual o mais importante seja a tensão, a dialética entre a realidade existente e a realidade desejada. Nessa perspectiva, a possibilidade de transformação em dada sociedade se dá por meio das ideias divergentes e na hierarquia de valores contraditórios. Assim, para Gandin, é possível cultivar o que já está em semente ou em surgimento nessa mesma sociedade, através do processo de reprodução consciente e livre. Entende-se,

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por esse processo de reprodução, que a sociedade desejada exige um projeto educativo novo para atingir uma prática transformadora; é um processo de construção cujo caminho perpassa pelo planejamento.

Para relacionar a discussão por ele apresentada ao serviço social, reporta-se a Faleiros (2009), que situa sua análise em uma perspectiva de totalidade e essa análise implica a busca de contradições e determinações fundamentais de uma problemática, que em outra perspectiva seria fragmentada. Sendo assim, a atuação profissional, vista sob a ótica da totalidade, coloca-se na mediação entre forças sociais e de forma comprometida com uma delas na solução de problemas.

Para Faleiros (2009),

Essas forças constituem-se a partir de suas praticas, que, por sua vez, inserem-se e explicam-se pela própria produção do capital e dos homens nesse modo de produção. A produção dos homens e sua reprodução, a produção e reprodução de seus problemas não são isoladas da produção e da reprodução do próprio capital e das relações de dominação que isso implica. (FALEIROS, 2009, p. 88).

Ao tratar a relação meio–fim no trabalho social, Faleiros (2009) afirma que a opção objetiva por determinados fins profissionais implica, portanto, sua situação nessa relação de poder e saber dentro do contexto social global, do desenvolvimento do estado e de suas políticas.

Nesse sentido,

A atividade humana e as relações entre os indivíduos implicam relações de forças e portanto estratégias e táticas [...], o estabelecimento do fim e dos objetivos profissionais supõe uma análise das condições em que se realiza a própria atuação. Entre elas estão os limites institucionais como também os espaços aí disponíveis e as estratégias possíveis. [...] Numa sociedade complexa é preciso determinar, portanto, quais são os interesses em jogo em relação ao problema específico e assim as funções profissionais podem ser teoricamente esclarecidas. (FALEIROS, 2009, P. 89).

Considerando o contexto brevemente pontuado, assevera-se que a ação social ou a intervenção profissional do assistente social insere-se em uma sociedade permeada por relações complexas. As problemáticas por ele enfrentadas são polos em torno dos quais há interesses em questão. Nesse sentido, Faleiros afirma que:

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A modificação e a transformação dessas problemáticas não depende, portanto, de soluções exclusivamente tecnocráticas, de recursos específicos, mas de transformação ou relações que vão além da simples relação profissional. Essa perspectiva é que pode permitir a renovação do trabalho social. Com isto pode-se superar as visões gerais dos problemas, assim como a submissão ao pragmatismo imediatista e ao oportunismo paternalista. As funções do Serviço Social não se fundam, portanto, numa simples sociologia ou numa historiografia, mas numa análise das forças em presença no desenvolvimento global da sociedade. (FALEIROS, 2009, p. 91).

Resumindo, para que o profissional de Serviço Social tenha uma atuação profissional competente, é preciso que traga em sua bagagem o conhecimento histórico da sociedade capitalista, bem como das lutas e das forças que comandam a vida em sociedade, de forma que seu conhecimento técnico tenha respaldo teórico e compromisso com o projeto ético-político da profissão.

LINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

Artigos

Acesse o artigo de Vicente de Paula Faleiros, O que Serviço Social quer dizer. Este artigo vai lhe dar subsídios para o entendimento do Serviço Social e dos pressupostos que historicamente foram construídos para o estabelecimento de uma definição de Serviço Social. Revista Serv. Social & Sociedade. n. 108, São Paulo Oct./Dec. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-66282011000400010&script=sci_arttext>. Acesso em: 2 jan. 2014.

Leia o artigo de Priscila Cardoso; Keli Regina Dal Prá. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/9551/8057>. Acesso em: 2 jan. 2014. O artigo trata da intervenção profissional do assistente social no eixo de planejamento e gestão, e vai contribuir para o entendimento do tema desta aula.

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Vídeos

Para uma reflexão acerca da educação e sociedade, do papel da escola e dos educadores, assista aos vídeos, com temas afins, que estão disponíveis no seguinte endereço: <http://www.youtube.com/watch?v=TFWFcJ0Xw2o&feature=autoplay&list=SP369D7EF754D62940&playnext=5>. Acesso em: 2 jan. 2014.

LINKSIMPORTANTES

AGORAÉASUAVEZ

Instruções:

Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1:

No texto de Danilo Gandin você pode ve-rificar a intenção de fundamentar a neces-sidade de planejamento, principalmente no âmbito educacional. O autor discorre sobre pensamentos que pontuam diferentes vi-sões de educação e sociedade. Uma das visões apresentadas, cuja interpretação é ingênua e bastante usual, pode ser exem-plificada com a afirmação ”boa escolariza-

ção produz bons cidadãos, boas pessoas”. Ou seja, boa educação – boa sociedade. “Como não há uma boa educação, não há uma boa sociedade”. Essa corrente ex-pressa o pensamento conservador, em que a boa sociedade é aquela na qual a har-monia prevalece acima de tudo e o confli-to não aparece sob forma alguma. O autor acrescenta ainda que nessa linha de pen-samento, “a pirâmide social não deve ser

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questionada”, porque é “assim mesmo”. A função da educação é contribuir para que o educando possa ascender nessa pirâmide com o próprio esforço, reforçando a tese de que um bom sistema escolar constrói uma sociedade boa.

Considerando sua visão de mundo e da sociedade, sua vivência como estudante e sua experiência enquanto acadêmico na modalidade a distância, descreva sua opinião sobre a visão conservadora da educação, bem como sobre o futuro da educação e qual o papel do educador na atualidade (mínimo de 15 linhas).

Questão 2:

A afirmação ”boa escolarização produz bons cidadãos, boas pessoas”, representa uma das visões de educação e sociedade, apresentada por Danilo Gandin. Assinale a alternativa que indica qual é a corrente de pensamento que essa visão expressa:

a) Conservador.

b) Moderno.

c) Desenvolvimentista.

d) Transformação social.

e) Globalizante.

Questão 3:

Uma segunda interpretação da relação es-cola–sociedade, na visão de Danilo Gan-din, é feita a partir de um ponto de vista, de um critério, ou seja, uma finalidade: ________________________. Assinale a alternativa correta que completa a frase.

a) a igualdade.

b) o desenvolvimento.

c) o crescimento econômico.

d) a escolarização.

e) o planejamento.

Questão 4:

Assinale as alternativas com V para verda-deiro e F para falso.

De acordo com Faleiros:

( ) A atividade humana e as relações entre os indivíduos implicam relações de forças e, portanto, estratégias e táticas.

( ) O estabelecimento do fim e dos obje-tivos profissionais supõe uma análise das condições em que se realiza a própria atu-ação.

( ) Numa sociedade complexa é preciso determinar, portanto, quais são os interes-ses em jogo em relação ao problema es-pecífico, e assim as funções profissionais podem ser teoricamente esclarecidas.

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( ) Numa sociedade complexa as funções profissionais são teoricamente resolvidas, pois não existem interesses em jogo.

a) F, V, V, F.

b) V, F, V, V.

c) V, V, V, F.

d) V, V, F, F.

e) V, F, F, F.

Questão 5:

Em uma segunda interpretação da relação escola–sociedade, apresentada por Dani-lo Gandin, encontram-se os economistas e demais profissionais, que consideram que a “educação é _______________, porque a _______________cresce, desenvolve-se na proporção direta do ___________________ em educação”.

Assinale a alternativa que completa as la-cunas de acordo com o texto.

a) desenvolvimento, população, investimento.

b) necessária, população, investimento.

c) imprescindível, sociedade, investimento.

d) o futuro, a população, investimento.

e) investimento, sociedade, investimento.

Questão 6:

Gandin (2011, p. 16) pontua a questão da reprodução, de forma que os processos educacionais podem ser entendidos como reflexos da hierarquia de valores de uma dada sociedade, independente desta ser socialista ou capitalista. Isso vale para outras instituições além da escola e para outros setores além do educativo. Nessa perspectiva, o processo de reprodução pode ser consciente ou não, tendo um discurso diferente de sua prática.

Para Gandin, as pessoas que trabalham em educação podem ser caracterizadas tendo como critérios o modo como percebem essa situação e a prática que nela realizam.

Descreva as características apontadas por Gandin.

Questão 7:

Para Gandin, para os grupos, movimentos ou instituições que compreendem que se encontram sempre num processo de reproduzir, torna-se radicalmente importante um posicionamento firme, claro e eficaz de impor a seu trabalho um cunho transformador. Para o autor, a forma de fazer isso é reproduzindo, já que não existe outra alternativa possível. Mas não se trata de uma reprodução ingênua, com base no senso comum ou na ideologia, mas reproduzindo o que se escolheu, com

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firmeza da opção crítica, teórica e com metodologias eficazes.

Com base no texto, responda como isso pode ser feito?

Questão 8:

Faleiros (2009) apresenta uma discussão cuja análise situa-se em uma perspectiva de totalidade.

A análise sob essa perspectiva implica o quê?

Questão 9:

A atuação profissional do assistente social, vista sob a ótica da totalidade, coloca-se na mediação entre forças sociais e de forma comprometida com uma delas na solução de problemas.

Para Faleiros (2009), como se constituem essas forças?

Questão 10:

Para Faleiros (2009), a intervenção profissional do assistente social insere-se em uma sociedade permeada por relações complexas. As problemáticas por ele enfrentadas são polos em torno dos quais há interesses em questão.

Na visão do autor, qual é a perspectiva que pode permitir uma renovação do trabalho social?

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Neste tema, você pôde aprender e refletir sobre os fundamentos do planejamento, as correntes de pensamento que interpretam a relação escola–sociedade, a sociedade existente, o processo de reprodução e as características e as principais ações das pessoas que atuam na educação ou em áreas afins. Viu que é fundamental a conquista de uma visão crítica da realidade para uma prática transformadora e a construção de uma sociedade desejada. Também pode refletir nas relações que envolvem a atuação do assistente social, que atua com as problemáticas oriundas de uma sociedade complexa, e que, segundo Faleiros (2009), “a modificação e a transformação dessas problemáticas não depende de soluções exclusivamente tecnocráticas, de recursos específicos, mas de transformação ou relações que vão além da simples relação profissional. Essa perspectiva é que pode permitir a renovação do trabalho social”.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

FINALIZANDO

FALEIROS, Vicente de Paula. Metodologia e Ideologia do Trabalho Social. 11. ed. – São Paulo: Cortez, 2009.

GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, religioso e governamental. 19. Ed. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

REFERÊNCIAS

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Planejamento: planejamento é um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente.

Estratégia: arte de aplicar os meios disponíveis ou explorar condições favoráveis com vista a objetivos específicos.

Planejamento estratégico: é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela organização e a definição de meios para se realizar um objetivo.

Reprodução social: processo mediante o qual uma sociedade, através de diversos mecanismos, reproduz a sua própria estrutura.

Totalidade: perspectiva de trabalho para compreender a realidade nas suas contradições e transformá-las praticamente.

Pragmatismo: doutrina segundo a qual as ideias são instrumentos de ação que só valem se produzirem efeitos práticos.

GLOSSÁRIO

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GABARITO

Questão 1

Resposta: Nesta questão a resposta é livre, pois pretende-se que o aluno relate, considerando seu conhecimento e sua vivência.

Questão 2

Resposta: Alternativa A.

Justificativa: Ao fundamentar a necessidade de planejamento, principalmente no âmbito educacional, o autor discorre sobre pensamentos que pontuam diferentes visões de educação, escola e sociedade. A interpretação pontuada nesta questão expressa o pensamento conservador, onde a boa sociedade é aquela em que a harmonia prevalece acima de tudo e o conflito não aparece sob forma alguma.

Questão 3

Resposta: Alternativa B.

Justificativa: A frase completa consta no texto. Segundo o autor, o desenvolvimento é posto como um critério ou finalidade. Nessa linha de pensamento encontram-se os economistas e demais profissionais, que consideram que a “educação é investimento, porque a sociedade cresce, desenvolve-se na proporção direta do investimento em educação”.

Questão 4

Resposta: Alternativa C.

Justificativa: As frases consideradas verdadeiras constam no texto do autor e estão contempladas também no item Leitura Obrigatória deste caderno. A única frase falsa não consta no texto.

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Questão 5

Resposta: Alternativa E.

Justificativa: A questão 5 solicita o preenchimento das lacunas. A frase completa consta no texto do autor e no item Leitura Obrigatória.

Questão 6

Resposta: As características apontadas por Gandin são:

1. Os que não se dão conta da incoerência entre o que se diz e o que se faz. Pertencem ao grupo dos conservadores.

2. Os que se dão conta dessa situação, mas que, por comodismo, por interesse, por “boa vontade” ou por convicção, desejam que tudo siga como está.

3. Os que se dão conta dessa prática reprodutiva, estudam-na e querem transformações de maior ou menor envergadura.

Questão 7

Resposta: Gandin afirma que pode ser feito por meio de um processo de planejamento, no qual o mais importante seja a tensão, a dialética entre a realidade existente e a realidade desejada. Nessa perspectiva, a possibilidade de transformação em dada sociedade se dá por meio das ideias divergentes e na hierarquia de valores contraditórios. Assim, para Gandin, é possível cultivar o que já está em semente ou em surgimento nesta mesma sociedade, através do processo de reprodução consciente e livre.

Questão 8

Resposta: A análise sob a perspectiva de totalidade implica na busca de contradições e determinações fundamentais de uma problemática, que em outra perspectiva seria fragmentada.

Questão 9

Resposta: Essas forças constituem-se a partir de suas práticas, que, por sua vez, inserem-se e explicam-se pela própria produção do capital e dos homens nesse modo de produção. A produção dos homens e sua reprodução, a produção e reprodução de seus problemas não

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GABARITO

são isoladas da produção e da reprodução do próprio capital e das relações de dominação que isso implica. (FALEIROS, 2009, p. 88).

Questão 10

Resposta: Segundo Faleiros, a modificação e a transformação dessas problemáticas não dependem de soluções exclusivamente tecnocráticas, de recursos específicos, mas de transformação ou relações que vão além da simples relação profissional. Essa perspectiva é que pode permitir a renovação do trabalho social. Com isso se pode superar as visões gerais dos problemas, assim como a submissão ao pragmatismo imediatista e ao oportunismo paternalista. As funções do serviço social não se fundam, portanto, numa simples sociologia ou numa historiografia, mas numa análise das forças em presença no desenvolvimento global da sociedade. (FALEIROS, 2009, p. 91).

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Tema 02Crise: o planejamento estratégico e participativo como resposta

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Tema 02Crise: o planejamento estratégico e participativo como resposta

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Conteúdo

Nessa aula você estudará:

• A contemporaneidade e a crise.

• A contribuição do planejamento.

• As linhas que compõem o planejamento.

CONTEÚDOSEHABILIDADES

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

LEITURAOBRIGATÓRIA

Habilidades

Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Qual sua compreensão sobre crise e contemporaneidade?

• Quais são as questões sociais que evidenciam a crise?

• Por que o planejamento é apontado como resposta e contribuição à crise?

• Por que a participação social é fundamental para a superação da crise?

Crise: o planejamento estratégico e participativo como resposta

Este tema aborda os conteúdos situados na Parte I, no capítulo denominado Crise e Respostas: planejamento estratégico, qualidade total e planejamento participativo, páginas 21 a 31 do Livro-Texto. Esta temática vai lhe proporcionar a compreensão das crises que marcaram a humanidade e a crise na contemporaneidade. O autor relaciona as crises com a hierarquia de valores para discorrer sobre as crises econômicas, sociais, de valores e institucionais. Aponta as questões que geram as crises e situa o planejamento como uma das tentativas de resposta a tais questões. Os períodos de crise, alguns calmos e outros que levaram a maiores transformações, exigem a tomada e a retomada de decisões, mudanças, opções e redefinição de rumos – enquanto povo e humanidade. O processo de enfrentamento aos períodos de crise gera a demanda de planejamento.

Sempre se ouviu falar em crise, crise econômica, crise mundial, mas qual é o seu entendimento sobre esse assunto? Para compreender a crise na contemporaneidade, faz-se necessário o entendimento de seu conceito. Segundo o dicionário Aurélio, crise pode ser definida como: manifestação repentina de ruptura do equilíbrio. Fase difícil, grave,

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LEITURAOBRIGATÓRIAna evolução das coisas, dos acontecimentos, das ideias. Manifestação violenta de um sentimento. Período de instabilidade financeira, política ou social.

Para Gandin (2011, p. 21), quem melhor expressou o que seja crise foi Walter Benjamin, quando diz que

ela é um momento em que os valores estabelecidos já não resolvem os problemas nem trazem a necessária segurança à caminhada, ao mesmo tempo em que os valores novos não se firmaram ainda suficientemente, não produziram ainda resultados claros e, por isso, não podem trazer nova segurança no caminho.

Gandin aponta a hierarquia de valores, uma vez que “mudadas as circunstância de vida do homem, os valores se reorganizam em nova escala. Assim, a participação, por exemplo, passa a estar mais evidente e mais forte para resolver problemas da humanidade do que a ordem”. Dessa forma, o autor afirma que a crise está no fato de que nem todos (instituições, grupos, movimentos) aceitam a mesma hierarquia de valores e que não há, para a humanidade como um todo, uma escala de valores superior a todos e assim, inquestionável.

Para o autor, a hierarquia de valores influencia os períodos de crise ou calma. A humanidade tem períodos calmos quando a hierarquia de valores está consolidada, quando o momento é de crescimento e as lutas são localizadas. Outros períodos apresentam transformações mais profundas, fruto de insatisfações e questionamentos mais gerais. Assim, pequenas reformas ou grandes revoluções têm relação com as mudanças na hierarquia de valores e são feitas para preservar ou para recuperar algo considerado absolutamente necessário à condição humana. Gandin discorre sobre a nova crise, fazendo referência à crise que ocorreu no Renascimento e aos resultados verificados no século XX. Tais resultados levam a grandes questionamentos, como os apontados pelo autor, que fazem refletir: por que a miséria? Por que as pessoas se sentem presas? Por que a violência? Por que a destruição da natureza? Por que não se consegue fugir da guerra? Por que os bens econômicos são os centrais nessa cultura? Os questionamentos indicam as expressões da questão social e estas são a matéria fundante do trabalho do assistente social.

São vários os questionamentos e muitas tentativas de resposta. O autor aponta o planejamento como contribuição a essas tentativas. Aborda as três grandes linhas do planejamento: o gerenciamento da qualidade total, o planejamento estratégico e o planejamento participativo, que se somam ao planejamento operacional consagrado, burocrático, sem perspectiva e ainda muito utilizado.

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Para Gandin, as linhas de planejamento estão estreitamente envolvidas com três grandes questões, que são a qualidade, a missão e o poder, de forma que em cada uma dessas questões estão presentes as linhas de planejamento. Dessa forma, cabe destacar cada uma delas, de acordo com o texto do autor.

O Gerenciamento da Qualidade Total apresenta um caráter conservador, as mudanças que propõe são para aperfeiçoar o processo de produção (período industrial e pós-industrial). O mundo é um processo econômico. De acordo com o autor, a análise social que daí decorre é a de que a produção econômica atingiu níveis quantitativos suficientes, que as empresas e os países necessitam competitivamente, e que esta competitividade só será eficiente no campo da qualidade. O foco era na produção e no produto. Nos últimos anos verifica-se uma grande mudança, o foco passa a ser a avaliação da qualidade do processo, de forma que o trabalho é que deve ser de qualidade. O foco passa a ser a capacidade humana das pessoas envolvidas nesse processo e aí esse modelo incorpora as ideias de missão e de participação.

O autor explicita as características desse modelo, as quais registram-se, de forma resumida: não inclui proposta social ou pedagógica, tem como horizonte o lucro, busca a eficiência, mantém esquemas hierárquicos bem definidos, o poder é paternalista, a participação é limitada, não discute os resultados, as tarefas, resultados e procedimentos são padronizados e não se discutem critérios para a determinação do que seja qualidade.

O Planejamento Estratégico contempla a questão da qualidade e da participação. A qualidade é proposta de maneira mais ampla e aberta e a participação fica no nível de decisão.

O Planejamento Participativo, enquanto metodologia e/ou processo técnico, abre espaços para a questão política. Valoriza a questão da qualidade, da missão e da participação. Esse modelo de planejamento parte da premissa de que a realidade é injusta e que isto ocorre pela falta de participação em todos os níveis e aspectos da atividade humana. Nesse sentido, a instauração da justiça social e a superação da crise passam pela participação de todos. O autor assevera ainda que esse modelo de planejamento alcançou a integração, na prática, entre planejamento operacional e o estratégico, organizando-se num todo que se constitui no que Paulo Freire chama de processo de ação-reflexão.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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Segundo Faleiros (2009, pp. 98-99), Paulo Freire insistiu, em todos os seus trabalhos, que,

O ponto de partida para a conscientização compreende dois aspectos fundamentais: a problematização e o diálogo. Para problematizar, o autor destaca a necessidade de vincular a reflexão à ação para evitar-se o verbalismo (palavras sem ação) e o ativismo (ação sem reflexão). Esses dois aspectos da conscientização interpretam-se e se situam numa concepção mais ampla, a da ação libertadora, oposta à manipulação, à conquista, à invasão cultural, à divisão. Essa ação supõe a colaboração, a união, a organização, a síntese do intelectual com as classes subalternas. (FREIRE, 1970 apud FALEIROS, 2009, PP.98-99).

A obra de Paulo Freire merece leitura e reflexão, pois teve grande influencia no serviço social, nas lutas da categoria e no agir profissional dos assistentes sociais.

Gandin alerta que não se pode perder de vista, em nenhum momento, que o planejamento é uma discussão sobre metodologia e sobre instrumentos: estuda e indica processos para se chegar a resultados. Para o autor, a grande conquista deste século será a participação. Um aspecto crucial da crise é o poder, quem tem poder quer reorganizar a sociedade para que se restabeleça a ordem e a tranquilidade, e nesse processo as estruturas sociais se transformam e levam o poder para outros setores, consolidando as mudanças.

Ao finalizar esta leitura, podem surgir os seguintes questionamentos: mas qual a relação da crise com o serviço social? Estes conteúdos – crise, planejamentos, processos – não são mais apropriados para um curso de administração?

Esse contexto é pertinente à maioria dos cursos. O entendimento da crise vai além do serviço social e abrange todas as esferas da sociedade em uma tentativa de racionalização dos processos de melhoria social. A administração dos serviços públicos diz respeito a toda a sociedade e pressupõe a participação de todos, de profissionais de várias áreas, inclusive do assistente social. O trabalho social requer planejamento, organização, teoria e método. Nesse sentido, a temática é fundamental para o serviço social, que tem na questão social a matéria-prima de seu trabalho, e como princípio a construção de uma sociedade mais democrática e justa.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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Quer saber mais sobre o assunto? Então:

Artigos

Leia o artigo O mercado de trabalho do assistente social e a crise mundial do capitalismo no século XXI: desafios contemporâneos para a intervenção profissional, das autoras Cenira Andrade de Oliveira, Cleier Marconsin e Cleusa Santos. Disponível em: <http://www.ts.ucr.ac.cr/binarios/congresos/reg/slets/slets-019-220.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014. O artigo aborda a crise mundial com foco no trabalho do assistente social.

Leia o artigo de Úrsula Fraga Amorim e Maria Augusta da Silva Tavares, com o tema Serviço Social: reflexão sobre as atuais tendências do mercado de trabalho do assistente social a partir de um estudo realizado com os alunos egressos do curso de Serviço Social – UniFOA. Disponível em: <http://www.unifoa.edu.br/cadernos/edicao/05/51.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2014.

Sites

Para ter acesso a legislação social, cadernos especiais, teses e dissertações (produção dos 25 programas de pós-graduação, PPG, na área do serviço social), Revista Àgora, além do Caderno de Políticas Públicas & Serviço Social, acesse o site que é considerado uma Biblioteca do Serviço Social. Disponível em: <http://www.assistentesocial.com.br/biblioteca.php>. Acesso em: 2 jan. 2014.

LINKSIMPORTANTES

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LINKSIMPORTANTESVídeos Assista a entrevista de Arnaldo Jabor no programa Globo News. Jabor analisa a crise econômica na Europa e nos EUA e os reflexos desta no Brasil. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Dkb-TEUMYhY>. Acesso em: 2 jan. 2014.

AGORAÉASUAVEZ

Instruções:

Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1:

Considerando o tema desta disciplina, e em específico desta aula, faça uma refle-xão sobre sua trajetória pessoal no que se refere à sua formação e sua vida profissio-nal. Nessa trajetória você fez uso do pla-nejamento para direcionar e atingir resulta-dos? Caso tenha enfrentado momentos de crise na vida pessoal ou profissional, que estratégias usou para enfrentá-los? Faça um relato em até 15 linhas.

Questão 2:Para Gandin (2011) quem melhor expres-sou o que é crise foi Walter Benjamin, quando diz que “ela é um momento em que os______________ estabelecidos já não resolvem os problemas nem trazem a ne-cessária _______________________, ao mesmo tempo em que os______________ não se firmaram ainda suficientemen-te, não produziram ainda resultados cla-ros e, por isso, não podem trazer nova ________________ no caminho”.

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Assinale a alternativa que completa corre-tamente as lacunas de acordo com o texto.

a) resposta, direção, resultados, crise.

b) resultados, direção, problemas, direção.

c) valores, segurança, valores, direção.

d) valores, segurança à caminhada, valores novos, segurança.

e) valores, direção a caminhada, valores, segurança.

Questão 3:

Para Gandin, a humanidade tem períodos de crise e outros de calma. De acordo com o autor, o que influencia esses períodos?

a) As insatisfações.

b) O crescimento econômico.

c) A hierarquia de valores.

d) A crise econômica.

e) Reformas sociais.

Questão 4:

No texto o autor aborda as três grandes li-nhas do planejamento.

I. O gerenciamento da qualidade total.

II. O planejamento financeiro.

III. O planejamento estratégico.

IV. O Planejamento participativo.

V. O planejamento econômico.

Estão corretas as afirmativas:

a) I, II, III, IV, V.

b) I, III, IV.

c) II, III, IV.

d) I, II, III, V.

e) I, III, V.

Questão 5:

Para Gandin, as linhas de planejamento estão estreitamente envolvidas com três grandes questões.

Assinale a alternativa que apresenta as questões, de acordo com o texto.

a) A qualidade, a visão e o compromisso.

b) A qualidade, a efetividade e a eficácia.

c) A qualidade, a missão e o poder.

d) A hierarquia de valores, resultado e poder.

e) A relação de poder, a visão e a hierarquia de valores.

AGORAÉASUAVEZ

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AGORAÉASUAVEZQuestão 6:

Descreva as principais características do modelo de planejamento denominado o Gerenciamento da Qualidade Total.

Questão 7:

De acordo com o texto, apresente quais os pontos que diferem o planejamento participativo do planejamento estratégico.

Questão 8:

Ao tratar do Planejamento Participativo, Gandin assevera que esse modelo de planejamento visa à participação de todos como estratégia para superação da crise e organiza-se num todo que se constitui no que Paulo Freire chama de processo de ação-reflexão.

Discorra sobre esse processo, considerando a visão de Paulo Freire.

Questão 9:

De acordo com o texto, Gandin aponta o planejamento como uma estratégia de superação da crise. Relacione essa temática ao serviço social.

Questão 10:

Considerando como subsídio o artigo: O mercado de trabalho do assistente social e a crise mundial do capitalismo no século XXI: desafios contemporâneos para a intervenção profissional, indicado como leitura complementar, descreva quais os desafios postos aos assistentes sociais neste contexto de crise.

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Neste tema você aprendeu o conceito de crise, as linhas de planejamento, suas características. Viu ainda que o autor aponta o planejamento e a participação de todos como estratégia de superação da crise. Ao refletir sobre o contexto apresentado pelo autor, pôde entender a relação deste com todas as esferas da sociedade, bem como com o serviço social.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

FALEIROS, V. de P. Metodologia e ideologia do trabalho social. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2009.

GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras institui-ções, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, religioso e governamental. 19. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

FINALIZANDO

REFERÊNCIAS

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Hierarquia de valores: organização segundo vários graus de poder e subordinação.

Crise econômica: momentos nos quais uma sociedade passa por ajustes e problemas estruturais na sua produção e distribuição das riquezas.

Crise de valores: uma constante na história da humanidade. Momentos em que os valores antigos são questionados e substituídos.

Questão 1

Resposta: Essa questão é livre. Seu objetivo é levar o aluno a refletir sobre a importância do planejamento em todas as instâncias da vida.

Questão 2

Resposta: Alternativa D.

Justificativa: a questão 2 solicita o preenchimento das lacunas. A frase completa consta no texto do autor e no item leitura obrigatória.

GLOSSÁRIO

GABARITO

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Questão 3

Resposta: Alternativa C.

Justificativa: para o autor, a hierarquia de valores influencia os períodos de crise ou calma. A humanidade tem períodos calmos quando a hierarquia de valores está consolidada, quando o momento é de crescimento e as lutas são localizadas. Outros períodos apresentam transformações mais profundas, fruto de insatisfações e questionamentos mais gerais. Assim, pequenas reformas ou grandes revoluções têm relação com as mudanças na hierarquia de valores e são feitas para preservar ou para recuperar algo considerado absolutamente necessário à condição humana.

Questão 4

Resposta: Alternativa B.

Justificativa: o autor aborda as três grandes linhas do planejamento, que são: o gerenciamento da qualidade total, o planejamento estratégico e o planejamento participativo. No item leitura obrigatória deste caderno essas três linhas são destacadas e detalhadas, de acordo com o texto do autor.

Questão 5

Resposta: Alternativa C.

Justificativa: para Gandin, as linhas de planejamento estão estreitamente envolvidas com três grandes questões, que são a qualidade, a missão e o poder, de forma que em cada uma das questões estão presentes as linhas de planejamento.

Questão 6

Resposta: Segundo o autor, este modelo apresenta um caráter conservador. O foco é na produção e no produto. Após grandes mudanças verificadas nos últimos anos, o foco passa a ser a avaliação da qualidade do processo, de forma que o trabalho é que deve ser de qualidade e o foco passa a ser a capacidade humana das pessoas envolvidas nesse processo. Esse modelo incorpora as ideias de missão e de participação. Para o autor, as características desse modelo têm como horizonte o lucro, buscam a eficiência, mantêm esquemas hierárquicos bem definidos, o poder é paternalista, a participação é limitada, não discute os resultados, as tarefas, resultados e procedimentos são padronizados e não se discutem critérios para a determinação do que seja qualidade.

GABARITO

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GABARITOQuestão 7

Resposta: O Planejamento Estratégico contempla a questão da qualidade e da participação. A qualidade é proposta de maneira mais ampla e aberta e a participação fica no nível de decisão. Já o Planejamento Participativo abre espaços para a questão política e valoriza a questão da qualidade, da missão e da participação.

A principal diferença entre os modelos é que o planejamento participativo parte da premissa de que a realidade é injusta e que isto ocorre pela falta de participação em todos os níveis e aspectos da atividade humana, e que a superação da crise e a instauração da justiça social passam pela participação de todos.

Questão 8

Resposta: Conforme registrado no texto, segundo Faleiros (2009, pp. 98-99), Paulo Freire afirma que o ponto de partida para a conscientização compreende dois aspectos fundamentais: a problematização e o diálogo. Para problematizar, o autor destaca a necessidade de vincular a reflexão à ação para evitar-se o verbalismo (palavras sem ação) e o ativismo (ação sem reflexão). Esses dois aspectos da conscientização interpretam-se e se situam numa concepção mais ampla, a da ação libertadora, oposta à manipulação, à conquista, à invasão cultural, à divisão. Essa ação supõe a colaboração, a união, a organização, a síntese do intelectual com as classes subalternas. (FREIRE, 1970 apud FALEIROS, 2009, PP.98-99).

Questão 9

Resposta: Essa temática influencia todas as profissões e esferas do trabalho, inclusive o serviço social, que atua na perspectiva da conscientização, participação e defesa de direitos, independentemente se o assistente social atua na esfera pública ou privada. O trabalho social ou a intervenção profissional do assistente social, em todas as áreas de atuação, requer planejamento, organização, teoria e método. Nesse sentido, a temática é fundamental para o serviço social, que tem na questão social a matéria-prima de seu trabalho, e como princípio a construção de uma sociedade mais democrática e justa.

Questão 10

Resposta: Resposta livre partindo do conteúdo do texto indicado.

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Tema 03Questões Básicas sobre Planejamento

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Tema 03Questões Básicas sobre Planejamento

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Conteúdo

Nessa aula você estudará:

• Dimensões dadas ao planejamento.

• Os pontos básicos do planejamento participativo.

• O planejamento político e o planejamento operacional, sua aplicabilidade geral e sua relação com o serviço social.

CONTEÚDOSEHABILIDADES

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CONTEÚDOSEHABILIDADESHabilidades

Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quais as dimensões dadas ao planejamento?

• Quais os aspectos a serem considerados e quais os modelos?

• Quais são os pontos básicos do planejamento participativo?

• Quais as características do planejamento político e do planejamento operacional?

• Qual sua aplicabilidade geral e sua relação ou importância para o serviço social?

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Questões Básicas sobre Planejamento

Este tema foi elaborado com base nas páginas 32 a 42 de seu Livro-Texto. Aborda os itens O planejamento e suas questões básicas e Planejamento e Administração: a busca dos meios no rumo dos fins. Seu objetivo é oportunizar a discussão sobre as dimensões dadas ao planejamento, os pontos básicos do planejamento participativo, bem como proporcionar o entendimento do que seja o planejamento político e o planejamento operacional e sua aplicabilidade geral, mas sempre com a preocupação de relacionar a especificidade do serviço social.

Ao tratar o planejamento e suas questões básicas, Gandin (2009, p. 32) aponta duas dimensões dadas à inteligência da prática de um grupo ou uma instituição que, ao se arraigarem, se tornam eficazes. São elas:

a) Os conteúdos que o grupo ou a instituição é capaz de conceber e operacionalizar, isto é, o conjunto de opções, de valores, de conhecimentos que constituem, para o conjunto de pessoas envolvidas, a dialética entre o horizonte e o “aqui e agora”.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LEITURAOBRIGATÓRIALEITURAOBRIGATÓRIAb) A organização e a dinâmica de relações desses conteúdos, sustentadas por metodologias, procedimentos. Modelos e técnicas de busca da coerência entre o discurso e a prática.

Para o autor, o planejamento entra no processo pela segunda dimensão indicada, cuja tarefa básica é organizar um esquema ou modelo de plano. Nesse esquema, é necessário definir os aspectos a considerar, o significado de cada parte e assim o modelo ou esquema do plano. Nessa linha de pensamento, Gandin (2009, p. 33) considera os seguintes aspectos e significados:

a) Realidade global existente – aponta como o grupo percebe a realidade global em seus problemas, desafios e esperanças e indica o marco situacional.

b) Realidade global desejada – expressa a utopia social, o “para que direção se movem” do grupo. Expõe as opções e ideais em relação ao campo da ação e a instituição (grupo ou movimento) e fundamenta essas opções em teoria, indicando assim o marco doutrinal.

c) Realidade desejada do campo de ação e da instituição em processo de planejamento – expressa a utopia instrumental do grupo. Expõe as opções ou ideias em relação ao campo de ação e à instituição e fundamenta essas opções em teoria, indicando assim o marco operativo.

d) Realidade institucional existente – indica a realidade e a prática específica da instituição (grupo ou movimento) que se está planejando. Esse aspecto não se inclui no plano, mas se torna necessário conhecê-lo para elaborar o diagnóstico. Nessa perspectiva, o autor aponta que o confronto entre os aspectos C e D expressa o juízo que o grupo faz da sua realidade, em confronto com o ideal traçado para seu fazer. Desse julgamento (avaliação) ficam claras as necessidades da instituição e se leva ao diagnóstico de necessidades.

e) Transformações propostas para a realidade institucional existente no período do plano – expressa quatro propostas: ações, comportamentos, atitudes, normas e atividades permanentes para modificar a realidade existente, com vistas a diminuir a diferença entre C e D. Essas propostas indicam a necessidade de programação e, assim, a definição de objetivos, políticas estratégicas, determinações gerais e atividades permanentes.

Após a demonstração do modelo de planejamento, o autor apresenta ainda um esquema que trata os pontos básicos do planejamento participativo, cujo foco principal é demonstrar que as instituições existem para “agir” no mundo, na sociedade e na história. Esse agir pode ser improvisado e sem direção ou planejado, com direção e de forma participativa, ou seja,

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a partir das decisões de todas as pessoas comprometidas com a ação da instituição. Dessa forma, Gandin finaliza esse tópico pontuando as funções do planejamento, que é tornar a “ação” clara, precisa, eficiente, orgânica, direcionada e transformadora.

Ao tratar do tema Planejamento e Administração, o autor aponta as principais questões que surgem na mente das pessoas ao pensar nesse tema: como fazer? Com que fazer? Indica que raras vezes se questiona o “o que fazer”, “para que fazer” e “para quem se está fazendo”. Segundo Gandin, todas são questões de planejamento e importantes, assim, devem ser colocadas em uma hierarquia que possibilite a distinção dos níveis em que o planejamento se produz. Também é preciso clareza da questão da participação e do poder, bem como da função da administração em cada um deles. Nessa perspectiva, o autor aponta dois níveis de planejamento: o político e o operacional. Para que o entendimento de ambos seja garantido, tendo em vista sua interdependência, detalham-se cada um deles, de acordo com o texto do autor.

Planejamento operacional – esse nível trata dos meios, aborda o “como” e o “com que”, incluindo a pormenorização do “o que”. A ênfase está nas técnicas, instrumentos, busca da eficiência, limita-se ao curto prazo e tem no projeto, e por vezes no programa, a expressão maior. Esse tipo de planejamento serve à manutenção, à melhoria de uma estrutura tida como boa e possível de aperfeiçoamento, sobressai em época de calmaria ou quando se pensa que se está num mundo bem estruturado.

Planejamento político – este é o planejamento do “para quem”, do “para quê”, incluindo o “o que” mais abrangente. Trata dos fins, é globalizante, dá ênfase à criatividade, às abordagens gerais, a busca da eficácia, realiza-se no médio e no longo prazo e tem o plano como expressão maior.

Gandin (2009, p. 37) afirma que

o planejamento político nutre-se na ideologia, na filosofia, nas ciências, enquanto o operacional baseia-se na técnica. O primeiro (político) busca estabelecer o rumo, firmar a missão da instituição, do grupo ou do movimento que está em planejamento; o segundo (operacional) busca encaminhar o fazer, para a realização, a vivência de tal rumo e tal missão.

Sendo assim, o planejamento operacional requer pessoas preparadas para sua condução, enquanto no planejamento político o administrador deve participar como qualquer outro para que no centro desse tipo de planejamento esteja o povo. Esse entendimento é fundamental para a atuação profissional do assistente social, que tem como foco de seu trabalho a

LEITURAOBRIGATÓRIA

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participação social, mas é ímpar o entendimento de que esse foco é também posto a outras categorias profissionais, o que exige do profissional uma ação teoricamente embasada e a visão de totalidade da realidade a ser trabalhada.

Com visão crítica e propositiva, torna-se possível elaborar respostas mais qualificadas, considerando tanto a perspectiva do planejamento operacional quanto do sociopolítico, bem como planejar, sistematizar e avaliar as ações ou as intervenções sociais.

LINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

Artigos

Leia o artigo: O Planejamento Estratégico dentro do Conceito de Administração Estratégica, de Hernan E. Contreras Alday. Esse trabalho complementa o texto de Danilo Gandin, dando um foco maior a administração estratégica. Disponível em: <http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v3_n2/o_planejamento_estrategico.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Leia também o trabalho das assistentes sociais Eliane V. Avancini e Sandra Maria A. Cordeiro, sobre A Importância do Planejamento Estratégico em Organizações do Terceiro Setor. Esse artigo visa contribuir para a reflexão da organização como um todo, em sua relação com o ambiente, numa perspectiva de futuro, adquirindo uma nova mentalidade social empreendedora, apoderando-se do planejamento estratégico no seu cotidiano. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v7n1_sandra.htm>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Leia também o artigo Questão Social e Intervenção Profissional dos Assistentes Sociais, que é fruto de uma dissertação de mestrado, de José Wesley Ferreira. O trabalho apresenta o resultado de uma pesquisa qualitativa realizada com seis assistentes sociais que atuam

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LINKSIMPORTANTESem diferentes espaços sócio-ocupacionais na cidade de Porto Alegre e traz uma discussão pertinente ao tema em estudo. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/7388/5783>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Vídeos

Assista ao vídeo da Fundação Roberto Marinho (Telecurso), que apresenta uma aula sobre Planejamento Estratégico. Com uma linguagem clara e muito interessante, o vídeo apresenta definições essenciais sobre planejamento, missão, visão e valores de uma organização. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=kc8TGIqyEso>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Instruções:

Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

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Questão 1:

Após pontuar o planejamento e suas ques-tões básicas, o autor apresenta ainda um esquema que trata os pontos básicos do planejamento participativo, cujo foco prin-cipal é demonstrar que as instituições exis-tem para “agir” no mundo, na sociedade e na história. Esse agir pode ser improvisado e sem direção ou planejado, com direção e de forma participativa, ou seja, a partir das decisões de todas as pessoas comprometi-das com a ação da instituição. Gandin fina-liza esse tópico pontuando as funções do planejamento, que é tornar a “ação” clara, precisa, eficiente, orgânica, direcionada e transformadora.

Considerando o exposto e seus conheci-mentos prévios, relacione o texto ao “agir” profissional do assistente social. Mínimo de 10 linhas.

Questão 2:

De acordo com Avancini e Cordeiro, (arti-go indicado em Links Importantes), o pla-nejamento é uma ferramenta gerencial que proporciona a sensibilidade para identifi-car, ao longo do tempo, ações necessárias ao enfrentamento de estrangulamentos e desafios institucionais que devem ser ven-cidos. Esses desafios não se colocam ape-nas para organizações com fins lucrativos, mas também para as organizações não go-vernamentais, sem fins lucrativos; ou seja,

qualquer organização – seja ela pública ou privada, com ou sem fins lucrativos – ne-cessita ter uma visão clara dos objetivos e estratégias a que se propõe. Diante disto, as organizações do terceiro setor precisam profissionalizar-se, tendo a consciência e a clareza do que pretendem realizar, en-quanto projeto coletivo percebido por to-dos, conferindo coerência ao exercício das escolhas, fundamentalmente para a integri-dade e sucesso do empreendimento.

Assinale as alternativas utilizando verda-deiro (V) e falso (F), de acordo com o texto.

( ) O planejamento é uma ferramenta gerencial que pode ser utilizada por qual-quer organização, sejam elas públicas e/ou privadas, com ou sem fins lucrativos.

( ) Por meio do planejamento as orga-nizações podem identificar as necessida-des e desafios que precisam ser venci-dos.

( ) As organizações necessitam ter uma visão clara dos objetivos e estratégias a que se propõem.

( ) As organizações do terceiro setor não precisam de planejamento para sua profissionalização.

Assinale a alternativa que apresenta a se-quência correta:

a) V, V, V, V.

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b) V, F, V, F.

c) V, V, F, F.

d) V, V, V, F.

e) F, V, V, V.

Questão 3:

O planejamento pressupõe dois níveis fun-damentais. Quais são eles?

a) O político e o participativo.

b) O político e o conservador.

c) O situacional e o doutrinal.

d) O político e o operacional.

e) O doutrinal e o operativo.

Questão 4:

Complete as lacunas de acordo com o tex-to do autor:

A Realidade ______________ do campo de ação e da__________ em processo de planejamento – expressa a utopia ins-trumental do grupo. Expõe as opções ou _______ em relação ao campo de ação e a ________________ e fundamenta essas opções em _________, indicando assim o ____________________.

a) Desejada, instituição, ideias, instituição, teoria, marco operativo.

b) Existente, instituição, desafios, realidade, teoria, marco doutrinal.

c) Existente, instituição, desafios, realidade, teoria, marco operativo.

d) Desejada, instituição, ideias, realidade, teoria, marco situacional.

e) Desejada, realidade, ideias, instituição, teoria, marco doutrinal.

Questão 5:

No texto, Gandin aborda o planejamento político. Esse nível de planejamento é re-presentado por:

I. Trata dos fins.

II. Busca a eficácia.

III. Dá ênfase as técnicas.

IV. Limita-se ao curto prazo.

V. É globalizante.

Estão corretas as afirmativas:

a) I, II, III, IV, V.

b) I, III, IV.

c) II, III, IV.

d) I, II, III, V.

e) I, II, V.

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Questão 6:

De acordo com Gandin (2011), as transformações propostas para a realidade institucional existente no período do plano expressam quatro propostas, sendo elas: ações, comportamentos, atitudes, normas e atividades permanentes para modificar a realidade existente, com vistas a diminuir a diferença entre a realidade desejada do campo de ação e a realidade institucional existente. Essas propostas indicam a necessidade de quê?

Questão 7:

Considerando o texto do autor, complete a frase:

Gandin, afirma que “o planejamento político nutre-se___________________________

__________________________________

Busca estabelecer o__________________

_________________________________.

Questão 8:Ao tratar do tema Planejamento e Adminis-tração, o autor aponta as principais ques-tões que surgem na mente das pessoas ao pensar nisso, que são: como fazer? Com que fazer? Indica que raras vezes se ques-tiona o “o que fazer”, “para que fazer” e “para quem se está fazendo”. Aponta ainda que todas são questões de planejamento e

importantes, assim, devem ser colocadas em uma hierarquia que possibilite a distin-ção dos níveis em que o planejamento se produz.

Nessa perspectiva, o autor aponta dois ní-veis de planejamento: o político e o opera-cional.

Segundo o autor, quais são as questões (perguntas) que representam os níveis de planejamento operacional e político?

Questão 9:

Qual a importância de planejar e avaliar as ações profissionais, definir objetivos e me-tas para o assistente social?

Questão 10:

Vasconcelos (2011, pp. 230/231), ao apre-sentar os dados de uma pesquisa de campo realizada pela autora com assistentes soci-ais que atuam na rede municipal de saúde do Rio de Janeiro, revela que mais de 30% dos entrevistados não têm projeto de trabalho es-crito. Revelou também que são raros os as-sistentes sociais que apontam a necessidade de se ter acesso/conhecimento a respeito da própria política de saúde, do processo de municipalização, da estrutura da unidade na preparação do espaço para se trabalhar. O mesmo acontece com os dados relacionados aos usuários. A maioria dos assistentes so-ciais que afirmam ter projeto por escrito, ao

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se manifestar sobre as questões importantes a serem consideradas no planejamento do trabalho profissional, relativas aos usuários, faz comentários sobre o atendimento real-izado, não apontando os dados necessários ao planejamento. Alguns declaram explicita-mente que não utilizam dados sobre a popu-lação, na medida em que não planejam suas ações.

Considerando o exposto, responda:

Qual sua opinião sobre o resultado da pes-quisa apresentada por Vasconcelos?

Você acha que é um caso isolado ou essa é a realidade da maioria dos assistentes soci-ais?

Em sua opinião, quais as vantagens que o planejamento das ações e um projeto de tra-balho escrito podem proporcionar aos pro-fissionais e aos usuários do serviço social, tendo como parâmetro a rede municipal de saúde?

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Neste tema você aprendeu questões básicas e importantes sobre o planejamento. Os aspectos que devem ser considerados, o significado de cada um deles e os modelos. Aprendeu também as principais questões que surgem quando se pensa em planejamento e os níveis de planejamento denominados pelo autor de operacional e político. O operacional trata dos meios e o político trata dos fins, mas pode perceber que ambos contribuem na busca dos meios no rumo dos fins. Por meio dos textos complementares e das questões, foi possível correlacionar o planejamento ao serviço social e refletir sua sobre sua importância.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, religioso e governamental. 19. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

VASCONCELOS, A. M. A prática do serviço social: cotidiano, formação e alternativas na área da saúde. 7. Ed. São Paulo: Cortez, 2011.

FINALIZANDO

REFERÊNCIAS

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GLOSSÁRIO

GABARITO

Eficácia: relação entre os resultados obtidos e os objetivos pretendidos.

Marco: sinal de demarcação que se põe nos limites territoriais, assinala um local ou um acontecimento.

Marco situacional: demarca uma dada realidade.

Marco doutrinal: demarca uma doutrina, uma opção teórica.

Marco operativo: demarca algo produzido, realizado.

Utopia: ideia de civilização ideal, imaginária, fantástica. Refere-se a uma cidade ou mundo, no presente ou futuro.

Questão 1

Resposta: Gabarito: resposta livre, o objetivo da questão é verificar os conhecimentos prévios e suscitar uma reflexão sobre o tema.

Questão 2

Resposta: Alternativa D.

Justificativa: de acordo com o enunciado da questão, apenas a última alternativa é falsa, uma vez que o texto aponta a necessidade de profissionalização do terceiro setor.

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GABARITOQuestão 3

Resposta: Alternativa D.

Justificativa: os níveis de planejamento abordados no texto do autor são o político e o operacional.

Questão 4

Resposta: Alternativa A.

Justificativa: o texto completo encontra-se no item Leitura Obrigatória.

Questão 5

Resposta: Alternativa E.

Justificativa: está correta a letra e, pois conforme demonstra o autor, o planejamento operacional é quem dá ênfase as técnicas e limita-se ao curto prazo.

Questão 6

Resposta: programação, e assim a definição de objetivos, políticas estratégicas, determinações gerais e atividades permanentes.

Questão 7

Resposta: Gandin (2009, p. 37) afirma que “o planejamento político nutre-se na ideologia, na filosofia, nas ciências, enquanto o operacional baseia-se na técnica. O primeiro (político) busca estabelecer o rumo, firmar a missão da instituição, do grupo ou do movimento que está em planejamento”.

Questão 8

Resposta: planejamento operacional – aborda o “como” e o “com que”, incluindo a pormenorização do “o que”.

Planejamento político – este é o planejamento do “para quem”, do “para quê”, incluindo o “o que” mais abrangente.

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Questão 9

Resposta: Resposta livre. O objetivo da questão é suscitar uma discussão sobre o planejamento profissional, que é fundamental para todas as profissões, inclusive para o serviço social.

Questão 10

Resposta: Resposta livre. Vantagens do planejamento de ações que podem ser citadas: conhecer o perfil socioeconômico dos usuários, o perfil epidemiológico, as determinações das doenças, as condições de vida, de trabalho, estilo de vida, demandas dos usuários, entre outros, como subsídio ao planejamento de ações e das intervenções sociais.

GABARITO

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seções

Tema 04Planejamento, Administração e Realidade

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SeçõesSeções

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Tema 04Planejamento, Administração e Realidade

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Conteúdo

Nessa aula você estudará:

• O planejamento sob a perspectiva dialética.

• A concepção de realidade.

• O caráter científico do planejamento.

• O planejamento social.

CONTEÚDOSEHABILIDADES

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Habilidades

Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Qual o enfoque do planejamento para os que pensam sob a perspectiva dialética?

• Qual a concepção de realidade que se firma e que tem sentido?

• Por que o trabalho do médico pode ser comparado a um processo de planejamento científico?

• Qual seu entendimento sobre o planejamento na área social?

• Qual a importância do planejamento para a intervenção profissional do assistente social?

CONTEÚDOSEHABILIDADES

Planejamento, Administração e Realidade

Este tema, Planejamento, Administração e Realidade, foi elaborado com base nas páginas de 39 a 52 de seu Livro-Texto, do autor Danilo Gandin. O tema desta aula aborda os itens do texto: Planejamento e realidade; A ação do médico esclarece o planejamento e O escoteiro inteligente. Tem como objetivo compreender o significado de uma prática transformadora em uma dada realidade. Para esclarecer o planejamento, o autor aponta como exemplo a ação do médico e o caráter científico do planejamento, e utiliza ainda, como comparação, o agir de um escoteiro inteligente.

Para que você possa relacionar o texto do autor ao serviço social, será utilizado o trabalho de Myrian Veras Batista, que aborda o planejamento social. Você já aprendeu muito sobre planejamento, suas dimensões, níveis, mas é fundamental um aprofundamento com vistas à apreensão da realidade e do planejamento na área social.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LEITURAOBRIGATÓRIAPara Gandin (2011), o planejamento deve ser visto sob a perspectiva dialética, com vistas a uma prática transformadora. Para os que pensam sob essa perspectiva, isso representa a recuperação da dialética entre o “dever ser” e o “ser”, entre o pensar e o agir, entre a teoria e a prática. Para o autor, a concepção de planejamento que se firma e que tem sentido é aquela que o considera uma metodologia científica para construir a realidade.

O que lhe vem à mente quando se fala em realidade? De acordo com informações obtidas no site da Wikipédia, Realidade significa, em uso comum “tudo o que existe”. Em sentido mais livre, o termo inclui tudo o que é, seja ou não perceptível, acessível ou entendido pela ciência, filosofia ou qualquer outro sistema de análise. Em senso comum, realidade significa o ajuste que se faz entre a imagem e a ideia da coisa, entre verdade e verossimilhança. O problema da realidade é matéria presente em todas as ciências, e, com particular importância, nas ciências que têm como objeto de estudo o próprio homem: a antropologia cultural e todas as que nela estão implicadas – a filosofia, a psicologia, e muitas outras, além das técnicas e das artes visuais. Na interpretação ou representação do real, (verdade subjetiva ou crença), a realidade está sujeita ao campo das escolhas, isto é, determina-se parte do que se considera ser um fato, ato ou uma possibilidade, algo adquirido a partir dos sentidos e do conhecimento adquirido. (Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Realidade>. Acesso em: 02 jan. 2014).

Para Gandin (2011, p. 40), a realidade pode ser concebida como:

• Global, incluindo todo o complexo sócio–econômico–cultural (totalidade).

• Do campo de ação do grupo ou da instituição que planeja (restrita).

• Do grupo ou da instituição, realidade restrita e específica do processo planejado.

O autor apresenta a realidade sob outro ângulo de visão:

• Existente (conjunto de seres, ideias, símbolos, relações – tempo determinado).

• Desejada (pelo conjunto que compõe a realidade existente – para ser horizonte, ser rumo ideal).

A concepção de realidade apresentada pelo autor demonstra um esquema interligado entre a realidade existente e a realidade desejada. Indica que o planejamento se exerce sobre a “realidade institucional existente” e é esta realidade que a prática pode construir

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ou transformar. Para Gandin (2011), o planejamento é, justamente, a inteligência que dá eficácia a esse processo, e exemplifica usando a escola, cuja realidade é lugar e fruto da construção social.

Outro exemplo apresentado pelo autor visando explicar o planejamento é comparar o processo de planejamento com o trabalho de um médico. Seu intuito é ressaltar que o planejamento é um processo científico e, como tal, exige método. Nessa perspectiva, o autor afirma que uma pessoa procura um médico quando tem problemas ou quando tem esperanças, ou seja, quer prevenir problemas. Essa afirmação também serve as instituições, grupos ou pessoas que têm problemas ou que têm esperanças.

Segundo o autor, o médico vai analisar a situação do paciente, considerando a situação global, ou seja, situando o problema apresentado pelo paciente em sua realidade, seu contexto de vida, de mundo para então realizar um diagnóstico. Em medicina, um diagnóstico é a comparação entre a realidade do paciente e o que é ideal para aquela determinada idade, resultando em um juízo sobre as condições de saúde do paciente. Para chegar a esse resultado o médico necessita ter teoria, conhecer a realidade do paciente e fazer um julgamento, e somente a partir daí o médico estabelece as necessidades e programa o tratamento, bem como o acompanhamento e a avaliação. Assim, o diagnóstico, do qual decorrem as necessidades, é o centro do trabalho do médico ou de outro qualquer processo de planejamento e é assim concebido, o centro do processo científico. Desse processo resulta a “proposta de ação” e esta, quando científica e tecnicamente engendrada, produz ações, atitudes e normas que, satisfazendo as necessidades, transformam a prática, ou seja, a realidade. Outro exemplo utilizado pelo autor para exemplificar o planejamento científico é o caso de um escoteiro inteligente, que perdido em uma floresta, sozinho, precisa planejar seu retorno ao acampamento. Para isso, precisa compreender sua situação, sua realidade, a distância até o acampamento e somente a partir daí pode estabelecer um rumo, definir um caminho e um tempo para chegar ao seu destino. Com suas ações programadas, suas atitudes o levam aonde quer chegar.

O planejamento na área social não foge dos exemplos apresentados. Nele também é fundamental planejar, analisar a realidade, o contexto, o caminho a ser percorrido e as ações que envolvem esse processo, ou seja, a definição das providências, a execução, o controle, a avaliação e a redefinição da ação.

Ao tratar da racionalidade do planejamento, Baptista (2010) assevera que:

LEITURAOBRIGATÓRIA

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O termo “planejamento”, na perspectiva lógico-racional, refere-se ao processo permanente e metódico de abordagem racional e científica de questões que se colocam no mundo social. Enquanto processo permanente, supõe ação contínua sobre um conjunto dinâmico de situações em um determinado momento histórico. Como processo metódico de abordagem racional e científica, supõe uma sequência de atos decisórios, ordenados em momentos definidos e baseados em conhecimentos teóricos, científicos e técnicos. (BAPISTA, 2010, p. 13).

Segundo Ferreira (1965) apud Baptista (2010, p.15), o planejamento se organiza por operações complexas e interligadas, que se relacionam em um processo dinâmico e contínuo. Esse processo exige reflexão, decisão, ação e retomada da reflexão. A análise desse processo leva a identificar, nessa dimensão de racionalidade, a dimensão político-decisória que dá suporte ético-político à ação técnico-administrativa.

Diante do exposto, infere-se que a ação do profissional de serviço social deve partir de uma análise profunda da realidade em que se insere como profissional, visando sua compreensão enquanto totalidade. Essa visão oportuniza ao profissional identificar e delimitar seu objeto de ação e, assim, direcionar sua intervenção profissional, num processo de construção e reconstrução, em função da dinâmica da realidade social.

LINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

Sites

Os Dilemas Gerenciais do Serviço Social, de Luciana Francisco de Abreu Ronconi. Disponível em: <http://www.portalsocial.ufsc.br/publicacao/dilemas_gerenciais.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LINKSIMPORTANTESLivros:

Leia também o livro: VASCONCELOS, Ana Maria de. A prática do serviço social: cotidiano, formação e alternativas na área da saúde. 7. Ed. São Paulo: Cortez, 2011. Este livro é resultado da tese de doutorado da autora e apresenta o resultado e discussão de uma ampla pesquisa de campo, realizada com profissionais da área da saúde municipal. Esse trabalho leva a uma reflexão profunda sobre o agir profissional.

Vídeos:

Acesse o endereço indicado e assista à entrevista de Paul Singer ao programa Roda Viva. Singer é o Secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego. Doutor em sociologia. É um dos fundadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e atuou como secretário de Planejamento do município de São Paulo entre 1989 e 1992. Nessa entrevista ele faz uma análise da realidade muito pertinente ao profissional da área social.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=l80x1BmZYpg>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Instruções:

Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

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Questão 1:Segundo Ferreira (1965) apud Baptista (2010, p.15), o planejamento se organiza por operações complexas e interligadas, que se relacionam em um processo di-nâmico e contínuo. Esse processo exige reflexão, decisão, ação e retomada da reflexão. A análise deste processo leva a identificar, nessa dimensão de racionalida-de, a dimensão político-decisória que dá suporte ético-político à ação técnico-admi-nistrativa.

De acordo com o enunciado da questão, descreva com suas palavras, (mínimo de 10 linhas) qual seu entendimento a respei-to da dimensão político-decisória que dá suporte ético-político à ação técnico-admi-nistrativa.

Questão 2:O planejamento é uma ferramenta geren-cial que pode ser utilizada por qualquer or-ganização, sejam elas públicas e ou priva-das, com ou sem fins lucrativos. Por meio do planejamento, as organizações podem identificar as necessidades e definir estra-tégias de ação para construir ou transfor-mar essa realidade.

Assinale as alternativas utilizando verda-deiro (V) e falso (F), de acordo com o texto.

( ) O planejamento é uma ferramenta ge-rencial que pode ser utilizada por qualquer organização e não exige o uso de referen-cial teórico ou método.

( ) Por meio do planejamento, as organi-zações podem identificar as necessidades e desafios que precisam ser vencidos.

( ) As organizações necessitam ter uma visão clara dos objetivos e estratégias a que se propõem.

( ) O planejamento pode ser utilizado por uma pessoa, um grupo ou uma instituição/organização.

Assinale a alternativa que apresenta a se-quência correta:

a) V, V, V, V.

b) V, F, V, F.

c) V, V, F, F.

d) V, V, V, F.

e) F, V, V, V.

Questão 3:

Complete a frase de acordo com o texto.

Para Gandin (2011), a concepção de rea-lidade demonstra um esquema interligado entre a realidade existente e a realidade desejada. Indica que o planejamento se exerce sobre a “realidade institucional exis-tente” e ___________________________.

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AGORAÉASUAVEZQuestão 4:

Ao tratar da racionalidade do planejamento, Baptista (2010) assevera que o termo “pla-nejamento”, na perspectiva lógico-racional, refere-se ao processo permanente e metó-dico de abordagem racional e científica de questões que se colocam no mundo social. Esse processo supõe:

I. Ação contínua.

II. Situa-se em determinado momento his-tórico.

III. Uma sequência de atos decisórios e não necessariamente ordenados.

IV. Os atos são baseados em conheci-mentos teóricos, científicos e técnicos.

V. Não exige uma abordagem racional e científica.

Estão corretas as afirmativas:

a) I, II, III, IV, V.

b) I, II, IV.

c) II, III, IV.

d) I, II, III, V.

e) I, II, V.

Questão 5:

Segundo Ferreira (1965) apud Baptista (2010, p. 15), o planejamento se organiza por operações complexas e interligadas,

que se relacionam em um processo dinâ-mico e contínuo, que são:

Assinale a alternativa correta.

a) Reflexão, decisão, ação e retomada da reflexão.

b) Investigação, reflexão, ação.

c) Sistematização, organização e programação.

d) Objetivos, metas e planos.

e) Reflexão, decisão e programação.

Questão 6:

Gandin aborda o planejamento e a realida-de. Descreva como a realidade pode ser concebida, de acordo com o texto do autor.

Questão 7:

Para explicar o planejamento, o autor com-para o processo de planejamento com o trabalho de um médico. Seu intuito é res-saltar que o planejamento é um processo científico e, como tal, exige método. Na perspectiva do autor, uma pessoa procura um médico quando tem problemas e quan-do tem esperanças e quer prevenir proble-mas.

De acordo com o texto do autor, descreva o trabalho do médico e faça um comparativo com o planejamento de uma instituição.

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AGORAÉASUAVEZQuestão 8:

Vasconcelos (2010, p. 17) afirma que: a di-mensão política do planejamento decorre do fato de que ele é um processo contínuo de tomadas de decisões, inscritas nas rela-ções de poder, o que caracteriza ou envol-ve uma função política.

Você acha que essa afirmação é compre-endida pelos profissionais de serviço social em sua prática cotidiana?

Questão 9:

Para Mioto e Nogueira, na área da saúde o planejamento é utilizado de forma am-pla e em distintos espaços e dimensões. De acordo com o texto das autoras, Siste-matização, Planejamento e Avaliação das Ações dos Assistentes Sociais no Campo da Saúde, indicado como leitura comple-mentar, descreva esses espaços e dimen-sões.

Questão 10:

As ações profissionais do assistente social no campo da saúde, assim como em ou-tros, não ocorrem de forma isolada, mas se articulam em eixos/processos à medida que se diferenciam ou se aproximam entre si e, particularmente na saúde, integram o processo coletivo do trabalho em saúde. A organização abrange os fatores de ordem política, econômica e social que condicio-

nam o direito a ter acesso aos bens e ser-viços necessários para se garantir a saúde, bem como exige uma consciência sanitá-ria que se traduz em ações operativas na concretização do direito. Nessa perspec-tiva, a construção da integralidade e da participação social em saúde, pelo serviço social, está atrelada a três processos bá-sicos, dialeticamente articulados, a saber: os processos político-organizativos, os processos de planejamento e gestão e aos processos socioassistenciais. A in-tegração entre esses três processos permi-te estabelecer o trânsito tanto entre os dife-rentes níveis de atenção em saúde, quanto entre as necessidades individuais e coleti-vas, à medida que as ações profissionais estão, direta ou indiretamente, presentes em todos os níveis de atenção e de gestão.

Considerando o enunciado da questão, sua bagagem teórica, seu conhecimen-to/visão sobre a atuação dos assisten-tes sociais na área de saúde, responda:

a) Você considera que as ações profis-sionais do assistente social no campo da saúde são conduzidas por uma consciên-cia sanitária que se traduz em ações ope-rativas na concretização do direito?

b) Você considera que os assistentes so-ciais que atuam na saúde conduzem seu agir profissional na perspectiva da cons-trução da integralidade e da participação social em saúde?

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Neste tema você aprendeu um conteúdo importante sobre planejamento e realidade. Como a realidade pode ser concebida, bem como o significado e a importância de uma prática transformadora em uma dada realidade, ou seja, conduzir o planejamento sob a perspectiva dialética. Os exemplos apontados pelo autor (processo de trabalho do médico e do escoteiro) contribuíram para que você tenha um entendimento do que seja um planejamento científico. Também aprendeu que o planejamento social exige conhecimento da realidade como norte da intervenção social.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

BAPTISTA, M. V. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. 2. ed. São Paulo – Lisboa. Veras Ed., 2010.

GANDIN, D. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, religioso e governamental. 19. Ed. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

FINALIZANDO

REFERÊNCIAS

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GLOSSÁRIO

GABARITO

Dialética: a arte do diálogo e da discussão. É considerada como o modo de pensar as contradições da realidade, o modo de compreender a realidade como essencialmente contraditória e em transformação.

Diagnóstico: para a medicina, é o conhecimento ou determinação de uma doença pelos seus sintomas, sinais e ou exames diversos. Para o planejamento, é um juízo sobre a realidade em estudo.

Racionalidade: método de observar ou julgar as coisas baseado unicamente na razão (e não em dogmas e tradições). Doutrina que privilegia a razão como fonte do conhecimento.

Objeto de ação: alvo, objetivo. Matéria, assunto de interesse de estudo. Motivo de uma ação.

Questão 1

Resposta: resposta livre, o objetivo da questão é verificar os conhecimentos prévios e suscitar uma reflexão sobre o tema.

Questão 2

Resposta: Alternativa E.

Justificativa: De acordo com o enunciado da questão, apenas a primeira alternativa é falsa. Os itens da questão foram trabalhados no texto do autor.

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GABARITOQuestão 3

Resposta: é esta realidade que a prática pode construir ou transformar.

Justificativa: a frase completa encontra-se no item Leitura Obrigatória.

Questão 4

Resposta: Alternativa B.

segundo Baptista, enquanto processo permanente, supõe ação contínua sobre um conjunto dinâmico de situações em um determinado momento histórico. Como processo metódico de abordagem racional e científica, supõe uma sequência de atos decisórios, ordenados em momentos definidos e baseados em conhecimentos teóricos, científicos e técnicos. (BAPISTA, 2010, p. 13).

Justificativa: A letra b representa a alternativa correta. O texto apresenta a citação completa da autora em Leitura Obrigatória.

Questão 5

Resposta: Alternativa A.

Justificativa: a letra a representa a alternativa correta e está de acordo com a citação registrada neste Caderno em Leitura Obrigatória.

Questão 6

Resposta: de acordo com o texto do autor, a realidade pode ser concebida como: global, incluindo todo o complexo sócio–econômico–cultural (totalidade); do campo de ação do grupo ou da instituição que planeja (restrita); do grupo ou da instituição, realidade restrita e específica do processo planejado.

Questão 7

Resposta: segundo o autor, o médico vai analisar a situação do paciente, considerando a situação global, ou seja, situando o problema apresentado pelo paciente em sua realidade, seu contexto de vida, de mundo para então realizar um diagnóstico, do qual decorrem as necessidades que devem ser tratadas, acompanhadas e avaliadas. Desse processo resulta a “proposta de ação” ou tratamento, para atender a necessidade do paciente ou resolver o problema do paciente.

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GABARITOPara uma instituição o processo não é diferente. Também passa uma investigação da realidade, um diagnóstico, uma proposta de ação, acompanhamento, avaliação e necessita de referencial teórico, tanto quanto o trabalho do médico.

Questão 8

Resposta: resposta livre. Tradicionalmente, ao se tratar de planejamento, a ênfase era dada aos seus aspectos técnicos e operativos, o que pode ainda levar à conduta da maioria dos profissionais, sem atentar para as relações de poder, o jogo de vontades políticas entre os envolvidos, bem como as pressões que envolvem os diferentes sujeitos.

Questão 9

Resposta: a saber – para formalizar as políticas de saúde, dar organicidade aos sistemas de saúde, na dimensão gerencial e tecno-assistencial para implantação do SUS, para a delimitação dos sistemas locais de saúde, para a gestão do sistema de saúde suplementar, no planejamento em saúde, selecionando as prioridades e a partir do reconhecimento das necessidades de saúde – organizar as demandas em saúde, prever a cobertura dos serviços de saúde, favorecer a gerência e a gestão em saúde, fornecendo as ferramentas para a avaliação de programas, de serviços e de cuidados em saúde e previsão de custos e alocação de recursos.

Questão 10

Resposta: A resposta é livre. Sugere-se que se faça a leitura do artigo de Mioto e Nogueira: Sistematização, Planejamento e Avaliação das Ações dos Assistentes Sociais no Campo da Saúde, indicado como leitura complementar, para lhe auxiliar na resposta desta questão.

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Tema 05O Planejamento como Processo Político e a Questão da Participação

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Tema 05O Planejamento como Processo Político e a Questão da Participação

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdo

Nessa aula você estudará:

• O planejamento estratégico e o planejamento operacional.

• O planejamento como processo técnico-político.

• A dinâmica do processo de planejamento social e a participação.

• A atuação do assistente social em um processo de planejamento.

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

O Planejamento como Processo Político e a Questão da Participação

O tema desta aula aborda a questão da participação, ou seja, o planejamento participativo. Este tema será trabalhado com base nas páginas de 53 a 60 de seu Livro-Texto, do autor Danilo Gandin. Inicialmente, vai detalhar as principais diferenças entre os dois níveis de planejamento, estratégico (político-social) e operacional, e também os níveis de participação. Com vistas a relacionar o texto do autor ao serviço social, buscou-se respaldo em Myrian Veras Batista, que aborda o planejamento social.

Gandin retoma a discussão dos níveis de planejamento afirmando que os dois têm igual importância no processo de construção de uma realidade e devem interligar-se, para aproximar a realidade que se tem da realidade que se pensou. Nessa perspectiva, aplica-se ao planejamento o processo de reflexão-ação. Para maior clareza e registro do exposto, explicitam-se as principais diferenças em formato de quadro.

Habilidades

Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quais as principais diferenças entre o planejamento estratégico (político-social) e o planejamento operacional?

• Quais os níveis de participação na visão de Danilo Gandin?

• Como se dá a dinâmica do processo de planejamento, de acordo com Baptista?

• Quais as possibilidades postas ao assistente social em um processo de planejamento participativo?

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LEITURAOBRIGATÓRIAQuadro 5.1.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (POLÍTICO-SOCIAL)

PLANEJAMENTO OPERACIONAL

Responde as perguntas “para que” e “para quem”, e também “o que”

Responde as perguntas “como” e “com que” e também “o que”.

Trata do médio e longo prazo Fixa-se no médio e curto prazo

Fundamentalmente define os fins Trata prioritariamente dos meios

Busca conceber visões globalizantes Aborda cada aspecto isoladamente

Dá ênfase à criatividade Dá ênfase à técnica, aos instrumentos

Busca a eficácia Esforça-se pela eficiência

Tem o plano e programa como expressão maior

O programa e o projeto são sua expressão

Serve a transformação Busca manter tudo funcionando

É recomendado nas épocas de crise Sobressai nas épocas de rumo claro

É uma tarefa de todo o povo É, sobretudo, tarefa de administradores

Propõe, especialmente, o futuro Dá ênfase ao presente (momento da execução)

Trabalha centrando-se nas necessidades Preocupa-se com os problemas

Mais atento à elaboração e à avaliação Sua face essencial e a execução

Fonte: GANDIN, D. A prática do planejamento participativo. 2011, p.55

Diante do exposto, verifica-se a necessidade de buscar a visão de planejamento posta ao serviço social, como processo técnico-político, uma vez que a dimensão política insere-se nas relações de poder e envolve uma função política. Atuar nessa dimensão exige apreensão do planejamento na perspectiva estratégica, ou seja, busca caminhos criativos para atender demandas reais e factíveis, atuando em meio às relações de poder como

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resposta aos interesses e objetivos sociais. O profissional que busca nortear sua ação sob tal perspectiva precisa apreender a complexidade dessas relações e do processo que envolve o planejamento. O domínio desse processo reporta ao tema da competência, mas uma competência conforme prevê o Projeto Ético Político do Serviço Social – ou seja, vai além de uma competência teórico-prática e técnico-operativa, perpassa por uma competência ético-política.

Uma competência não exclui a outra, ao contrário, todas precisam estar articuladas, bem como o objeto de intervenção, para que o processo de planejamento possa ser desencadeado.

Segundo Baptista (2010):

O planejamento se realiza a partir de um processo de aproximações, que tem como centro do interesse a situação delimitada como objeto de intervenção. Essas aproximações consubstanciam o método e ocorrem em todos os tipos e níveis de planejamento. Ainda que submetidas ao movimento mais amplo da sociedade, o seu conteúdo específico irá depender da estrutura e das circunstâncias particulares de cada situação. (BAPTISTA, 2010, P. 27).

Baptista (2010) assevera ainda que esse processo é desencadeado a partir do reconhecimento de necessidades, em dado momento histórico, que pedem respostas mais complexas do que as construídas no imediato da prática. Essas questões, em sua maioria, estão aliadas ao aqui/agora e surgem principalmente em função da necessidade de utilizar recursos escassos para atender grandes problemas; necessidade de aplicar recursos excedentes ou utilizar equipamento ocioso; disponibilidade de recursos de agências de financiamento; transferência do poder decisório para novas lideranças; necessidade de fundamentar novos programas.

A autora pontua o planejamento como um processo contínuo e dinâmico, e desses estímulos resulta a elaboração de planos, programas ou projetos ocasionais, de prazo limitado, caso não sejam acompanhados de política permanente de intervenção (e alocação de recursos). Sendo tomada a decisão (política) de planejar, tem início o movimento de reflexão–decisão–ação–reflexão que o caracteriza. Sendo assim, se realizam as aproximações exemplificadas no Quadro 5.2, organizado pela autora com vistas à compreensão e análise de um processo complexo.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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Quadro 5.2. Síntese da dinâmica do processo de planejamento.

Processo Racional Fases metodológicas Documentação decorrente

Reflexão

(Re)construção do objeto Proposta preliminar

Estudo de situação

Estabelecimento de prioridades

Diagnósticos

Propostas alternativas Estudos de viabilidade

Anteprojetos

Decisão

Escolha de prioridade

Escolha de alternativas

Definição de objetivos e metas

Planos

Programas

Projetos

Ação

Implementação

Implantação

Execução

Controle

Roteiros

Rotinas

Normas/Manuais

Relatórios

Retorno da reflexãoAvaliação

Retomada do processo

Relatórios avaliativos

Novos planos, programas e projetos

Fonte: BAPTISTA, M. V. Planejamento Social: Intencionalidade e instrumentação. 2010, p. 29.

Pelo exposto, é clara a dinâmica do processo e da realidade social, de forma que o objeto de intervenção pode ser construído e reconstruído no decorrer de toda a ação planejada. Se o assistente social trabalha com essa visão, pode identificar e delimitar seu objeto de ação e, assim, dar uma direção mais efetiva à sua intervenção profissional. Esse processo envolve a demanda institucional, a participação dos usuários e uma decisão do profissional.

Ao tratar da questão da participação, retoma-se ao texto de Gandin (2011, p. 56), que após um breve preâmbulo sobre o contexto em que a participação social se insere, afirma que:

LEITURAOBRIGATÓRIA

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A participação é, contudo, hoje, um conceito que serve a três desastres extremamente graves: a manipulação das pessoas pelas “autoridades” através de um simulacro de participação; a utilização de metodologias inadequadas, com o consequente desgaste da ideia, e a falta de compreensão do que seja realmente a participação.

Gandin (2011, p. 57) aponta os níveis que a participação pode ser exercida, que são a colaboração, a decisão e a construção em conjunto. Para o autor, apenas o nível de participação conjunta pode possibilitar a construção de um processo de planejamento em que todos, com seu saber próprio, com sua consciência, com sua adesão específica, organizam seus problemas, suas ideias, seus ideais, seu conhecimento da realidade, criam o novo, em proveito de todos e com o trabalho coordenado.

Sabe-se que esse processo passa pela falta de compreensão, resistências e metodologias inadequadas, o que reporta à importância do método científico para o planejamento. Para Gandin, planejar é construir a realidade desejada. Não é só organizar a realidade existente e mantê-la em funcionamento (planejamento operacional), mas é transformar esta realidade, construindo uma nova.

Nessa perspectiva, Baptista (2010) pontua que

o espaço ao alcance da ação profissional no cotidiano da instituição configura um nível privilegiado em que o profissional pode e deve exercer influência e produzir mudanças. [...] O trabalho nesse nível exige conhecimento da visão de mundo e dos estereótipos das pessoas que ocupam posição no sistema de relações sociais ligado a área de interesse. [...] No nível das relações estruturais da sociedade, evidentemente, nem sempre o assistente social pode ultrapassar os limites colocados pelo âmbito de sua intervenção, mas pode desocultá-los. [...] a reconstrução do objeto profissional efetua um tríplice movimento: de crítica, de construção de algo “novo” e de nova síntese no plano do conhecimento e da ação em um movimento que vai do particular para o universal e retorna ao particular em outro patamar, desenhando um movimento que traduz a relação ação/conhecimento. (BAPTISTA, 2010, pp. 37-38).

Pelo exposto, verifica-se que as visões de Gandin e Baptista se completam ao tratar do planejamento participativo: um aponta sua visão de educador e administrador, e outra a visão do planejamento social. Resumindo, em uma realidade complexa e dinâmica, o planejamento pode ser uma ferramenta de suma importância para o profissional – assistente social – que tanto aprende sobre a realidade em que atua, como também pode possibilitar a ampliação do conhecimento aos sujeitos envolvidos no processo, na relação ação/conhecimento e, como afirma Baptista (2010, p. 34), o profissional precisa se preparar para a interlocução com esses sujeitos, conhecer suas representações, seus sistemas e valores, suas noções e práticas, os quais são, de certa forma, instrumentadores e orientadores de suas percepções e da elaboração de suas respostas.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

Sites

Leia o informativo do MDS e saiba como ocorre a participação da sociedade brasileira no acompanhamento das políticas públicas. Trata das formas de participação social e aponta as diferentes formas de controle público. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/informes/informe-controle-social/Informe%2013.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Artigos: Leia o artigo: A intervenção profissional do assistente social no eixo de planejamento e gestão: uma discussão a partir da experiência na coordenação de um serviço de assistência social no âmbito da Proteção Social Básica, de Priscila Cardoso e Eli Regina Dal Prá. Dentre os principais resultados, o estudo apontou a necessidade de fortalecer e qualificar a inserção dos profissionais de serviço social no eixo de intervenção de processos de planejamento e gestão das políticas sociais, assim como compreender a intervenção profissional para além da execução das políticas, serviços, programas e projetos sociais. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/9551/8057>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Leia o artigo: Desafios do planejamento em políticas públicas: diferentes visões e práticas, de José Antônio Puppim de Oliveira, que mostra que o planejamento em políticas públicas tem de ser visto como um processo, e não somente como um produto técnico. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-76122006000200006>. Acesso em: 02 jan. 2014.

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84

LINKSIMPORTANTESVídeos: Assista ao vídeo Princípios e Bases da Gestão Democrática. O vídeo apresenta as características da gestão escolar e experiências de tal gestão, bem como a questão da participação, da cidadania, do planejamento, das parcerias. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=f0J4eVJ2uTA&feature=related>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Instruções:

Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1:Leia a frase abaixo com atenção.

O domínio desse processo, ou seja, do pro-cesso de planejamento sob a perspectiva estratégica e técnico-político, reporta ao tema da competência, mas uma competên-cia conforme prevê o Projeto Ético Político do Serviço Social – ou seja, vai além de uma competência teórico-prática e técnico-operativa, perpassa por uma competência ético-política.

Considerando seus conhecimentos pré-vios, busque nos Princípios Fundamentais do Código de Ética de 1993 a justificativa para tal afirmação.

Questão 2:

Gandin aponta as principais diferenças en-tre o planejamento estratégico e o planeja-mento operacional, afirmando que os dois têm igual importância no processo de cons-

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trução de uma realidade e devem interligar-se, para aproximar a realidade que se tem da realidade que se pensou.

Faça uma leitura atenta e indique a qual dos níveis eles pertencem.

I. Planejamento Estratégico (político so-cial).

II. Planejamento Operacional.

( ) Dá ênfase à criatividade.

( ) Tem o plano e programa como ex-pressão maior.

( ) O programa e o projeto são sua ex-pressão.

( ) Trabalha centrando-se nas necessi-dades.

( ) Sobressai nas épocas de rumo claro.

Assinale a alternativa que indica a sequ-ência correta:

a) I, I, II, II, I.

b) I, I, II, I, II.

c) I, I, I, I, I.

d) I, II, II, I, I,

e) I, II, II, I, I,

Questão 3:

De acordo com Gandin, o planejamento estratégico e o planejamento operacio-

nal apresentam diferenças, apesar de os dois terem igual importância no processo de construção de uma realidade desejada. Assinale as alternativas utilizando ver-dadeiro (V) e falso (F), de acordo com a afirmativa: Todos os itens pertencem ao planejamento operacional.

( ) Trata prioritariamente dos meios.

( ) Responde as perguntas “como” e “com que”, e também “o que”.

( ) Serve a transformação.

( ) O programa e o projeto são sua ex-pressão.

Assinale a alternativa que apresenta a se-quência correta:

a) V, V, V, V.

b) V, F, V, F.

c) V, V, F, V.

d) V, V, V, F.

e) F, V, V, V.

Questão 4:

Preencha corretamente as lacunas, de acordo com a afirmação de Baptista (2010):

A reconstrução do objeto ______________ efetua um tríplice movimento: de crítica, de construção de algo “novo” e de nova

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síntese no plano do _____________ e da______ em um movimento que vai do_________ para o _____________ e retorna ao ________________ em outro patamar, desenhando um movimento que traduz a relação ação/conhecimento.

a) profissional, conhecimento, ação, singular, universal, singular.

b) profissional, movimento, ação, complexo, singular, complexo.

c) de planejamento, movimento, vida, simples, complexo, simples.

d) profissional, conhecimento, ação, particular, universal, particular.

e) social, conhecimento, visão, particular, universal, particular.

Questão 5:

Segundo Ferreira (1965) apud Baptista (2010, p. 15), o planejamento se organiza por operações complexas e interligadas, que se relacionam em um processo dinâ-mico e contínuo, que são:

Assinale a alternativa correta.

a) Reflexão, decisão, ação e retomada da reflexão.

b) Investigação, reflexão, ação.

c) Sistematização, organização e programação.

d) Objetivos, metas e planos.

e) Reflexão, decisão e programação.

Questão 6:

Ao tratar da questão da participação, Gan-din (2011, p. 56) afirma que “A participação é, contudo, hoje, um conceito que serve a três desastres extremamente graves: a ma-nipulação das pessoas pelas ’autoridades‘ através de um simulacro de participação; a utilização de metodologias inadequadas, com o consequente desgaste da ideia, e a falta de compreensão do que seja realmen-te a participação”.

Considerando sua visão de sociedade e re-alidade, apresente sua opinião a respeito dessa afirmação.

Questão 7:

Considerando a síntese da dinâmica do processo de planejamento apontado por Baptista (2010), classificados em processo racional, fases metodológicas e documentação decorrente, responda:

Quais são os documentos decorrentes da fase de decisão?

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Questão 8:

Com base na discussão a respeito de planejamento que o texto apresenta, verificou-se a necessidade de buscar a visão de planejamento posta ao serviço social. Como esse processo é visto e qual a exigência que se coloca ao profissional para atuar nessa dimensão?

Questão 9:

Na perspectiva do planejamento estratégico – político social – Baptista (2010) pontua que o espaço ao alcance da ação profissional no cotidiano da instituição configura um nível privilegiado em que o profissional pode e deve exercer influência e produzir mudanças.

Afirma ainda que o trabalho nesse nível exige o quê?

Questão 10:

Segundo Baptista (2010), no nível das relações estruturais da sociedade, evidentemente, nem sempre o assistente social pode ultrapassar os limites colocados pelo âmbito de sua intervenção, mas pode desocultá-los.

Como o assistente social deve agir para atingir esse desocultamento?

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Este tema lhe proporcionou uma importante reflexão. Você aprofundou seus conhecimentos sobre o planejamento estratégico e o planejamento operacional, suas principais diferenças e aplicações. Também aprendeu a dinâmica que envolve o processo de planejamento social. O espaço que se coloca ao profissional assistente social nesse processo e as suas possibilidades de atuação.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

BAPTISTA, M. V. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. 2. ed. São Paulo – Lisboa. Veras Ed., 2010.

GANDIN, D. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, religioso e governamental. 19. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

REFERÊNCIAS

FINALIZANDO

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Plano: o plano possibilita as decisões de caráter geral, as suas grandes linhas políticas, suas estratégias e suas diretrizes.

Programa: é um aprofundamento do plano. O programa detalha por setor a política, diretrizes, metas e medidas instrumentais, e pode ser considerado a setorização do plano.

Projeto: o projeto sistematiza e estabelece os objetivos e metas de uma ação. A elaboração de um projeto é acompanhada de um roteiro definido de acordo com as necessidades e exigências próprias do órgão de execução e/ou financiador.

GLOSSÁRIO

GABARITO

Questão 1

Resposta: resposta livre – o objetivo da questão é proporcionar uma reflexão sobre as derivações ético-políticas do agir profissional. O projeto profissional do serviço social pontua a ética como pressuposto teórico-político que remete para o enfrentamento das contradições postas à profissão, a partir de uma visão crítica e fundamentada teoricamente. Sendo assim, os princípios que contemplam ou justificam a afirmação posta na questão são todos, mas os que mais se relacionam com o texto são:

• Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras.

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GABARITO• Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional.

• Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero.

Questão 2

Resposta: Alternativa B.

Justificativa: A letra b apresenta a resposta correta. Os itens que compõem a questão estão dispostos no texto, inclusive em quadro comparativo.

Questão 3

Resposta: Alternativa C.

Justificativa: Apenas o item “serve a transformação” compõe as características do planejamento estratégico.

Questão 4

Resposta: Alternativa D.

Justificativa: a resposta correta está na letra d. A frase completa encontra-se em citação da autora neste caderno, em Leitura Obrigatória.

Questão 5

Resposta: Alternativa A.

Justificativa: a letra A é a resposta correta. Consta no texto e no quadro síntese apresentado por Baptista.

Questão 6

Resposta: resposta livre, seu objetivo é refletir sobre o conceito de participação.

Questão 7

Resposta: Planos, programas e projetos.

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GABARITOQuestão 8

Resposta: Como um processo técnico-político, uma vez que a dimensão política insere-se nas relações de poder e envolve uma função política. Atuar nessa dimensão exige apreensão do planejamento na perspectiva estratégica, ou seja, a busca de caminhos criativos para atender demandas reais e factíveis, atuando em meio às relações de poder como resposta aos interesses e objetivos sociais. O profissional que busca nortear sua ação sob tal perspectiva precisa apreender a complexidade dessas relações e do processo que envolve o planejamento.

Questão 9

Resposta: segundo Baptista, o trabalho nesse nível exige conhecimento da visão de mundo e dos estereótipos das pessoas que ocupam posição no sistema de relações sociais ligados a área de interesse.

Questão 10

Resposta: segundo Baptista (2010, p. 34), o profissional precisa se preparar para a interlocução com esses sujeitos, conhecer suas representações, seus sistemas e valores, suas noções e práticas, os quais são, de certa forma, instrumentadores e orientadores de suas percepções e da elaboração de suas respostas.

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seções

Tema 06O Processo de Elaboração de Planos

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Tema 06O Processo de Elaboração de Planos

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdo

Nessa aula você estudará:

• As etapas para a elaboração de planos.

• A elaboração de um marco referencial.

• O diagnóstico.

• O levantamento de necessidades.

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

O Processo de Elaboração de Planos

Neste tema você vai aprender sobre o processo de definição de prioridades, necessidades e a elaboração de planos, programas e projetos. Este tema será trabalhado com base nas páginas de 63 a 114 de seu Livro-Texto, do autor Danilo Gandin. Para um melhor entendimento do tema, serão detalhadas as principais atividades que precedem a elaboração de um plano de trabalho, ou seja, os roteiros do fazer, do coordenar, os marcos referenciais.

A prática do planejamento participativo, de Danilo Gandin, tem foco no planejamento educacional. Busca-se pontuar o texto de forma que possa ser utilizado em qualquer outra área. Assim, os roteiros que o autor apresenta são exemplos, considerados norte para o planejamento, seja profissional ou até mesmo pessoal. Vale lembrar que as etapas a seguir apresentadas são inseparáveis do espírito participativo, científico e de globalidade. Sendo assim, pontuam-se as etapas que o autor considera imprescindíveis na elaboração de um conjunto de planos de uma instituição com vistas à organização e a consolidação de um processo de planejamento.

Habilidades

Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quais as etapas que compõem um processo de elaboração de plano?

• O que é um marco referencial e como este se compõe?

• Como elaborar um diagnóstico?

• Como explicitar as necessidades no processo de elaboração de planos?

• Qual o modelo de plano centrado nas necessidades?

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LEITURAOBRIGATÓRIASegundo Gandin (2011, pp. 65-109), as etapas para elaboração de planos são:

• Preparação:

O objetivo da etapa de preparação é promover a análise dos pontos básicos de um processo científico e participativo, com vistas à motivação dos envolvidos e à eficiência nas etapas seguintes.

• Elaboração do plano global de médio prazo - esta etapa exige a compreensão de alguns pontos fundamentais:

• Elaboração de marco referencial – marco referencial é a parte do plano em que uma instituição (grupo ou movimento) se compreende como integrante de uma realidade mais ampla – considerada como marco situacional; se projeta como portadora de uma proposta sociopolítica – considerada como marco doutrinal; propõe-se como realizadora de um processo técnico específico de seu campo de ação, com vistas a ser parte na consecução de sua proposta sociopolítica – essa etapa é considerada o marco operativo.

• Elaboração do diagnóstico – o diagnóstico é um juízo da realidade, a luz do marco operativo e do marco doutrinal. Também é conhecido como “estudo de situação”.

• Elaboração da programação – dentro de um plano, a programação é uma proposta de ação para diminuir a distância entre a realidade da instituição planejada e o que estabelece o marco operativo. É a proposta de ação para sanar as necessidades apresentadas pelo diagnóstico. Nesta etapa se definem os objetivos, as políticas e estratégias.

• Revisão geral – após a finalização do processo de elaboração do plano global de médio prazo, é necessária a revisão geral do processo, com vistas a possíveis acertos.

• Elaboração de planos globais de curto prazo:

Podem ser considerados a especificação operacional daquilo que, no período de curto prazo, se fará da programação do plano de médio prazo. Estes planos assumem uma conotação administrativa maior, atribuindo recursos e responsabilidades, uma vez que o rumo e as decisões sobre o que fazer já foram tomadas.

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• Elaboração de planos setoriais:

Parte do que foi planejado no plano global. Como exemplo, o autor coloca a escola como plano global e o plano de sala de aula como plano setorial.

Nesta perspectiva, Gandin (2011, p. 76) afirma que os coordenadores de processos de planejamento devem considerar a realidade planejada e, se necessário, adaptar o roteiro à situação. Afirma ainda que é fundamental que o coordenador garanta que o processo todo seja um instrumento de valorização das pessoas e, por isso, de riqueza, de alegria e de realização. Apesar do “roteiro” se parecer com uma receita, é preciso firmeza do coordenador e, também, conhecimento sobre planejamento e domínio teórico sobre o que se está planejando. A clareza do campo social que ocorre, ou seja, da situação que é objeto do planejamento, é que vai garantir o seu sucesso. Todas as fases são importantes, porém, se o conhecimento ou juízo da realidade, ou seja, se a fase de elaboração de diagnóstico não foi bem feita, seguir um roteiro bem feito não será necessariamente motivo de sucesso para a intervenção proposta.

Assim, cabe um aprofundamento maior sobre o diagnóstico. Para Gandin (2011, p. 90), há três elementos constitutivos do diagnóstico:

• Ser um juízo.

• Exercer esse juízo sobre uma prática específica (sobre a realidade) da instituição, do grupo ou do movimento que se planeja.

• Realizar esse juízo sobre o temário do marco referencial e com critérios de análise oriundos deste mesmo marco referencial (marco doutrinal e marco operativo).

• O planejamento social coloca uma grande ênfase no “estudo da situação”. Para Baptista (2010), este consiste na caracterização, na compreensão e na explicação de uma determinada situação posta como o problema – foco do planejamento. Trata-se assim de responder a seguinte pergunta: Até que ponto a prática realiza o que se estabelece no marco operativo?

Gandin (2011, p. 92) afirma que é uma tendência, mas confusa e improdutiva, confundir diagnóstico com a descrição da realidade ou com levantamento de problemas. A preparação do diagnóstico pode seguir vários caminhos e, sobretudo, utilizar técnicas, instrumentos, modelos e processos bastante variados. Mas é sempre necessário conservar

LEITURAOBRIGATÓRIA

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as características fundamentais de realizar uma comparação entre a prática vivenciada e a proposta apresentada no marco operativo, estabelecendo, assim, a distância entre a realidade existente e a realidade desejada e circunstanciando esta distância com fatos, situações, causas, pontos de apoio e dificuldades.

Outro ponto que merece destaque no texto do autor é a explicitação das necessidades. Segundo Gandin (2011), o conceito de necessidade para o planejamento pode ser apenas um discurso técnico, mas na verdade, pode ser considerado o centro do planejamento. Não um levantamento limitado a sentar e relacionar as necessidades, confundindo problemas com necessidades, mas como a expressão de uma distância específica entre aquilo que existe e aquilo que se espera. Nesta perspectiva, há dois polos na fixação das necessidades; elas nascem da dialética entre esses dois polos que são, por um lado, a realidade desejada e, por outro, a realidade existente. Assim, a necessidade é a expressão de um resultado imediato (próximo) que, se conseguido junto com outros, transforma a realidade existente, aproximando-a da realidade desejada firmada nos marcos – operativo e doutrinal.

Para Gandin (2011, p. 101) o modelo de plano centrado nas necessidades se apresenta assim:

I. Marco Referencial

1. M. situacional.

2. M. doutrinal.

3. M. operativo.

II. Diagnóstico

Necessidades.

III. Programação

1. Objetivos.

2. Políticas e estratégias.

3. Determinações gerais.

4. Atividades permanentes.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

ArtigosLeia o artigo: A atitude investigativa no trabalho do assistente social, de Cristina Kologeski Fraga. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n101/04.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Acesse a Revista Virtual Textos & Contextos, n. 4, ano IV, dez. 2005 e leia o artigo de Marilene Maia: Gestão Social – Reconhecendo e construindo referenciais. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/1010/790>. Acesso

em: 02 jan. 2014.

Vídeos:

Assista ao vídeo: Planejamento na educação. O planejamento realizado pelos educadores é um ótimo exemplo para qualquer outra área profissional. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=PnRUXfyHHNY&feature=related>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Pelo exposto, o autor afirma ainda que é necessário todo um conjunto teórico e de opções para poder chegar-se às necessidades pela comparação deste conjunto com a realidade concreta da instituição, assim são importantes criatividade e precisão teórica para passar das necessidades à programação, assunto do próximo tema.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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Instruções:

Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1:

Considerando seus conhecimentos prévios e o texto, faça a simulação de um plano setorial. Você pode planejar considerando seu setor de trabalho, seu campo de está-gio ou utilizar como base um plano de aula.

Questão 2:

Segundo Gandin (2011), é preciso seguir algumas etapas para a elaboração de pla-nos. Leia com atenção a frase em desta-que e identifique a qual etapa este objetivo pertence.

“promover a análise dos pontos básicos de um processo científico e participativo, com vistas à motivação dos envolvidos e à efici-

ência nas etapas seguintes”.

Assinale a alternativa correta:

a) Diagnóstico.

b) Preparação.

c) Preliminar.

d) Revisão geral.

e) Elaboração de planos setoriais.

Questão 3:

Gandin (2011), ao tratar da elaboração do plano global de médio prazo, afirma que essa etapa exige a compreensão de alguns pontos fundamentais, entre eles:

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I. Marco Referencial

II. Marco Operativo.

Faça uma leitura atenta e indique a qual deles os itens a seguir pertencem:

( ) Parte do plano em que uma insti-tuição (grupo ou movimento) se compre-ende como integrante de uma realidade mais ampla.

( ) Também considerado como marco situacional.

( ) Se projeta como portadora de uma proposta sociopolítica – considerada como marco doutrinal.

( ) Propõe-se como realizadora de um processo técnico específico de seu cam-po de ação, com vistas a ser parte na con-secução de sua proposta sociopolítica.

Assinale a alternativa que indica a sequên-cia correta:

a) I, I, II, II.

b) I, I, II, I.

c) I, I, I, II.

d) I, II, II, I.

e) I, II, II, I.

Questão 4:

Gandin (2011), ao tratar das etapas im-prescindíveis na elaboração do plano glo-

bal de médio prazo, aponta que essa etapa perpassa por alguns passos fundamentais.

Assinale as alternativas utilizando ver-dadeiro (V) e falso (F), de acordo com a afirmativa:

( ) Elaboração do marco referencial.

( ) Elaboração do diagnóstico.

( ) Elaboração do projeto parcial.

( ) Elaboração da programação.

( ) Elaboração da revisão geral.

Assinale a alternativa que apresenta a se-quência correta:

a) V, V, V, V, F.

b) V, F, V, F, F.

c) V, V, F, V, V.

d) V, V, V, F, F.

e) F, V, V, V, V.

Questão 5:

Preencha corretamente as lacunas. De acordo com a afirmação de Gandin (2011):

É fundamental que o coordenador garanta que o processo todo seja um instrumento de valorização das pessoas e, por isso, de ____________de ________________, e de ____________________.

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a) planejamento, organização, capacitação.

b) riqueza, capacitação, crescimento.

c) ação, motivação, realização.

d) riqueza, alegria, realização.

e) crescimento, formação, capacitação.

Questão 6:

Assinale as alternativas utilizando verdadeiro (V) e falso (F), de acordo com a afirmativa:

Para Gandin (2011), os coordenadores de processos de planejamento devem considerar:

( ) a realidade planejada.

( ) adaptar o roteiro à situação, se for necessário.

( ) que o processo todo de planejamento seja um instrumento de valorização das pessoas.

( ) importância do conhecimento sobre planejamento e domínio teórico sobre o que se está planejando.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:

a) V, V, V, V.

b) V, F, V, F.

c) V, V, F, V.

d) V, V, V, F.

e) F, V, V, V.

Questão 7:

Para Gandin (2011), há três elementos constitutivos do diagnóstico. Cite quais são eles.

Questão 8:

Gandin (2011), ao tratar da elaboração do plano global de médio prazo, afirma que essa etapa exige a compreensão de alguns pontos fundamentais, são eles: Elaboração de “marco referencial, elaboração do diagnóstico, elaboração da programação e revisão geral”.

De acordo com o autor, dentro de um plano, a programação é o quê?

Questão 9:

Segundo Gandin (2011), o conceito de necessidade para o planejamento pode ser apenas um discurso técnico, mas, na verdade, pode ser considerado o centro do planejamento. Nesta perspectiva, há dois polos na fixação das necessidades; quais são?

AGORAÉASUAVEZ

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Questão 10:

De acordo com o texto, descreva o modelo de plano centrado nas necessidades, proposto por Gandin (2011).

AGORAÉASUAVEZ

Neste tema você aprendeu quais são as principais atividades que precedem a elaboração de um plano de trabalho, ou seja, os roteiros do fazer, do coordenar, os marcos referenciais, bem como as etapas que o autor considera imprescindíveis na elaboração de um conjunto de planos de uma instituição com vistas à organização e à consolidação de um processo de planejamento. Aprendeu que as etapas para elaboração de planos passam pela preparação, ou seja, a análise dos pontos básicos de um processo científico e participativo, com vistas à motivação dos envolvidos e à eficiência nas etapas seguintes, seja na elaboração do plano global de médio prazo, ou de curto prazo, ou ainda de um planejamento setorial. O texto proporcionou ainda o aprendizado do conceito de necessidade para o planejamento e a análise de um modelo de plano centrado nas necessidades.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

FINALIZANDO

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REFERÊNCIAS

BAPTISTA, M. V. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. 2. ed. São Paulo – Lisboa. Veras Ed., 2010.

GANDIN, D. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, religioso e governamental. 19. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

GLOSSÁRIO

Marco referencial: referencia, delimita, assinala um local ou um acontecimento.

Marco situacional: para o planejamento, é a primeira aproximação da instituição que planeja com a realidade. É a percepção do grupo em torno da realidade em geral: como a vê, quais seus traços mais marcantes.

Marco doutrinal: pensamento fundamentado teoricamente. Quando a instituição, grupo ou movimento assume uma proposta político-social e a fundamenta.

Marco operativo: quando a instituição, grupo ou movimento firma o ideal de sua prática, dentro de um campo de ação, com vistas a contribuir na construção da sociedade com que se compromete.

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Questão 1

Resposta: resposta livre. O objetivo desta questão é possibilitar ao acadêmico o exercício de planejar, considerando seus conhecimentos prévios, sua realidade e o respectivo texto.

Questão 2

Resposta: Alternativa B.

Questão 3

Resposta: Alternativa C.

Questão 4

Resposta: Alternativa C.

Questão 5

Resposta: Alternativa D.

Questão 6

Resposta: Alternativa A.

Questão 7

Resposta: Ser um juízo; Exercer esse juízo sobre uma prática específica (sobre a realidade) da instituição, do grupo ou do movimento que se planeja; Realizar esse juízo sobre o temário do marco referencial e com critérios de análise oriundos deste mesmo marco referencial (marco doutrinal e marco operativo).

GABARITO

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Questão 8

Resposta: a programação é uma proposta de ação para diminuir a distância entre a realidade da instituição planejada e o que estabelece o marco operativo. É a proposta de ação para sanar as necessidades apresentadas pelo diagnóstico. Nesta etapa se definem os objetivos, as políticas e estratégias.

Questão 9

Resposta: por um lado, a realidade desejada e, por outro, a realidade existente. As necessidades nascem da dialética entre esses dois polos, sendo a expressão de um resultado imediato (próximo) que, se conseguido junto com outros, transforma a realidade existente, aproximando-a da realidade desejada firmada nos marcos – operativo e doutrinal.

Questão 10

Resposta:

I. Marco Referencial

1. M. situacional.

2. M. doutrinal.

3. M. operativo.

II. Diagnóstico

Necessidades.

III. Programação

1. Objetivos.

2. Políticas e estratégias.

3. Determinações gerais.

4. Atividades permanentes.

GABARITO

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seções

Tema 07A Dinâmica da Participação e a Avaliação Participativa de Planos

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Tema 07A Dinâmica da Participação e a Avaliação Participativa de Planos

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdo

Nessa aula você estudará:

• A participação social.

• As dinâmicas de participação.

• O planejamento participativo.

• A avaliação participativa.

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

A Dinâmica da Participação e a Avaliação Participativa de Planos

Neste tema você vai aprender mais sobre planejamento, as dinâmicas de participação e como realizar uma avaliação de planos de forma participativa. Este tema será trabalhado com base nas páginas de 115 a 168 de seu Livro-Texto, do autor Danilo Gandin. Já foram abordadas várias dimensões do planejamento, neste tema o foco é o planejamento participativo e a avaliação de planos.

Mas o que é participação? Ao buscar no dicionário, encontra-se a seguinte definição: participação – ato ou efeito de participar. Aviso, parte, comunicação. Participar – ter ou tomar parte. Ter natureza ou qualidades comuns a algum indivíduo. Mas aqui se falará em participação social, assim, também se busca a definição do termo. Social: diz respeito à sociedade. Tem tendência para viver em sociedade. Diz respeito a uma sociedade comercial.

Habilidades

Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• O que é participação social?

• Qual a importância da participação social em um processo de planejamento participativo?

• Quais as responsabilidades e compromissos de quem coordena um processo de planejamento participativo?

• Como se dá a avaliação participativa?

• Pode ocorrer manipulação em um processo de planejamento participativo?

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LEITURAOBRIGATÓRIANesse sentido, pode-se dizer então que participação social pressupõe o exercício da cidadania, ou seja, o envolvimento, o sentimento de pertencimento a um grupo ou movimento, ou ainda, um projeto ou direção desejada, em uma dada sociedade e momento histórico.

De acordo com Stotz (2009), em um sentido mais estrito e de caráter político, participação significa democratização ou participação ampla dos cidadãos nos processos decisórios em uma dada sociedade. Representa a consolidação, no pensamento social, de um longo processo histórico. Definir participação social implica entender as múltiplas ações que diferentes forças sociais desenvolvem com o objetivo de “influenciar a formação, execução, fiscalização e avaliação de políticas públicas na área social (saúde, educação, habitação, transporte, etc.)”. Tais ações expressam, simultaneamente, concepções particulares “da realidade social brasileira e propostas específicas para enfrentar os problemas da pobreza e exploração das classes trabalhadoras no Brasil” (VALLA; STOTZ, 1989, p. 6 in STOTZ, 2009).

Ao tratar do planejamento participativo, retorna-se a Gandin (2011), que assim resume a prática do Planejamento Participativo: este modelo, enquanto metodologia e ou processo técnico, abre espaços para a questão política. Valoriza a questão da qualidade, da missão e da participação. Esse modelo de planejamento parte da premissa de que a realidade é injusta e que isto ocorre pela falta de participação em todos os níveis e aspectos da atividade humana. Nesse sentido, a instauração da justiça social e a superação da crise, passam pela participação de todos. O autor assevera ainda que esse modelo de planejamento alcançou a integração, na prática, do planejamento operacional e o estratégico, organizando-se num todo que se constitui no que Paulo Freire chama de processo de ação-reflexão, já pontuado no tema 2 - Crise: o planejamento estratégico e participativo como resposta.

Gandin (2011, pp. 120-121) alerta sobre a manipulação da participação, pois quando se fala na participação em seu aspecto prático do processo de planejamento participativo, muitos pensam em grandes plenários, em que por meio de votação se alcançam decisões. Para o autor, essa prática não parte de uma visão teórica lúcida nem gesta uma prática transformadora. Em geral, destrói a possível participação. Mesmo quando se trata de uma tentativa honesta de criar participação, esse modo de agir leva a becos sem saída, a intermináveis discussões, à valorização do pronunciamento de alguns em detrimento do pensamento coletivo, ao distanciamento entre grupos rivais e ao esforço do corporativismo. Trata-se de buscar uma metodologia que tenha fundamentos teóricos e opções transformadoras na linha da justiça social e que gere uma dinâmica em que participação seja o procedimento normal das pessoas porque possuem parcela do poder.

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Para quem coordena um processo de planejamento participativo, segundo Gandin (2011), precisa ter clareza do seu “Roteiro geral do fazer”, interligando três momentos deste processo, que são: o individual, o de subgrupos e o de plenário. O autor aponta as características e os objetivos de cada momento, assim:

- O momento pessoal é de posicionamento de cada um, através do pronunciamento de suas opções e de seu saber e de riqueza para a ação coletiva.

- O momento dos subgrupos é de seleção e de organização de ideias e de decisão quanto ao mérito e ao conteúdo.

- O momento de plenário é de globalização e de reencaminhamento quanto a método, técnicas, processos; é também momento de posicionamento pessoal sobre o que vem sendo elaborado.

Gandin pontua, ainda, que não pode haver planejamento participativo sem um momento em que cada pessoa possa pronunciar-se por si mesma, sem a tomada de posição pessoal antecedendo à reunião do grupo e, assim, a partir de saberes e opções diversas, construir o coletivo. Que o “roteiro geral do fazer” gira ao redor da elaboração de um plano global de médio prazo, pois é neste em que realmente se realiza a participação, uma vez que nos demais planos, prevalece o nível administrativo e operacional, não exigindo assim a participação. Nesse sentido, torna-se necessária a definição de tempo na elaboração participativa de plano global de médio prazo, tarefa que se renova de tempos em tempos e deve seguir um roteiro pré-estabelecido de tarefas e de tempo para cada grupo ou pessoa, exigindo do coordenador do processo, ou da equipe coordenadora, o acompanhamento sistemático do processo como um todo, o que pode levar aos planejamentos setoriais de cada um dos setores existentes, podendo ter a duração do plano global ou ser um plano de curto prazo. Os planos de curto prazo são derivações diretas do plano de médio prazo e explicitam, detalham, operacionalizam o plano de médio prazo, cujo detalhamento pode ser melhor visualizado em formato de quadro/tabela para que os objetivos e responsabilidades fiquem claros. Também é fundamental que se elabore um cronograma, definindo prazos para cada atividade.

Organizar ou coordenar esse processo exige compromisso do grupo, instituição ou movimento com o que se pretende alcançar, sempre registrando o pensamento coletivo, organizando o que se planejou e avaliando o processo. Assim, mais uma vez, reporta-se a Gandin, que assevera:

LEITURAOBRIGATÓRIA

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Trabalhar participativamente significa estar um grupo num processo de construção de suas ideias e de sua prática, de tal modo que todos estejam caminhando no mesmo rumo, com cada pessoa e cada conjunto menor de pessoas realizando tarefas próprias. Isto quer dizer que cada um traz suas ideias, sua paixão, seus anseios e suas dificuldades e todos juntos vão organizar este tesouro e decidindo sobre ele a cada momento. (GANDIN, 2011, p. 133).

Para abordar a avaliação no processo de planejamento participativo, convém situar alguns pontos ou ideias básicas. Gandin (2011) afirma que avaliar é necessário e que a avaliação significativa se faz no próprio processo, como parte dele, enquanto ele se desenvolve, sem que necessariamente se deva parar para uma avaliação formal. Avaliar é julgar a realidade, comparar com alguma situação, fato ou elemento da realidade, com padrão expresso ou subentendido. Nessa perspectiva, o autor assevera que o processo de planejamento inclui o processo de avaliação com vistas a mudar o que não esteja de acordo com o ideal. Ao usar o termo avaliação, verificam-se vários enfoques ou significados, tais como: diagnóstico, controle, classificação, mas sempre se reporta à avaliação da qualidade da ação do grupo que planeja, incluindo opção, teoria e conhecimento da realidade, dando maior importância ao que se faz do que aos instrumentos que se utiliza. O autor aponta ainda que a avaliação pede critérios para que o grupo não se perca em considerações sem chegar a resultados. São critérios de mérito, que devem ser adequados ao pensamento de cada grupo ou situação específica vivenciada. Os exemplos citados pelo autor são: inovação, atenção ao momento atual, resposta a desafios concretos, impulsionamento à ação e embasamento teórico.

Reportando o texto ao serviço social, recorre-se a Baptista (2010) para tratar da avaliação. A autora aponta que a avaliação está presente dialeticamente em todo o processo de planejamento: quando se inicia a ação planejada, inicia-se concomitantemente sua avaliação, independentemente de sua formalização em documentos. Aponta ainda que elementos fundamentais de dialética são facilmente reconhecidos no momento da avaliação, no processo de planejamento, sendo eles: a dimensão do futuro, a dimensão da historicidade, a dimensão da contradição e a dimensão do enfrentamento da reificação.

Baptista (2010, p. 117) assevera ainda que os critérios mais usuais em avaliação são os relacionados com a eficiência, eficácia e a efetividade da ação.

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

Artigos

Leia o artigo A efetivação da cidadania através da participação no poder local, de Lívia C. Copatti, publicado na revista PERSPECTIVA, Erechim. v.34, n.126, p. 85-100, junho/2010. O presente artigo objetiva demonstrar a importância da concretização e consolidação da cidadania através da democracia participativa no poder local. Disponível em: <http://www.uricer.edu.br/new/site/pdfs/perspectiva/126_110.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Para compreender melhor o termo participação social, leia o artigo de Eduardo Navarro Stotz, que aponta a visão de vários autores sobre o conceito de Participação Social. Disponível em: <http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/parsoc.html#topo>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Vídeos:

Assista ao vídeo: Por que planejar? O vídeo trata do planejamento sistêmico de uma forma bastante interessante.

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=AzPFjJ_QLi4&feature=related>. Acesso em: 02 jan. 2014.

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Instruções:

Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

AGORAÉASUAVEZ

Questão 1:No tema 6, você foi convidado a elaborar um plano setorial, relacionado à sua vivên-cia pessoal ou profissional, de estágio ou até de um plano de aula. Neste exercício, faça a avaliação desse plano setorial. Con-sidere seus conhecimentos prévios e todo o conteúdo já estudado nesta disciplina.

Questão 2:

De acordo com o texto, preencha corretamente as lacunas.

Participação social pressupõe o exercício da ______________ ou seja, o ______________, o ________________ de ___________________ a um

grupo ou movimento, ou ainda, um __________________ ou direção desejada, em uma dada sociedade e momento histórico.

a) liberdade, cidadania, compromisso, planejar, caminho.

b) cidadania, envolvimento, sentimento, pertencimento, projeto.

c) democracia, compromisso, planejamento, atividades, projeto.

d) cidadania, compromisso, projeto, transformação, caminho.

e) avaliação, processo, plano, atividades, compromisso.

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AGORAÉASUAVEZQuestão 3:

Assinale as alternativas utilizando ver-dadeiro (V) e falso (F), de acordo com a afirmativa:

De acordo com Stotz, em um sentido mais estrito e de caráter político, participação significa:

( ) Democratização ou participação am-pla dos cidadãos nos processos decisó-rios em uma dada sociedade.

( ) Democratização ou participação res-trita de um grupo ou movimento, em pro-cessos decisórios, em uma dada socieda-de.

( ) Representa a consolidação, no pen-samento social, de um longo processo histórico.

( ) Representa a consolidação, no pen-samento social, de uma realidade em es-tudo, sem relacionamento com o proces-so histórico.

( ) Representa a consolidação do pen-samento de um grupo responsável pelas decisões em uma dada instituição.

Assinale a alternativa que apresenta a se-quência correta:

a) V, V, V, V, F.

b) V, F, V, F, F.

c) V, V, F, V, V.

d) V, V, V, F, F.

e) F, V, V, V. V.

Questão 4:

De acordo com Gandin (2011), este modelo, enquanto metodologia e ou processo téc-nico, abre espaços para a questão política. Valoriza a questão da qualidade, da missão e da participação.

A qual modelo o autor se refere?

a) Planejamento setorial.

b) Planejamento participativo.

c) Planejamento operacional.

d) Avaliação participativa.

e) Planejamento técnico.

Questão 5:

Gandin (2011), ao tratar do planejamento participativo, aponta que este modelo ou metodologia valoriza as premissas da realidade, bem como por quais caminhos passam a superação da crise e instauração da justiça social.

De acordo com a afirmativa, assinale a alternativa que indica a sequência correta:

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AGORAÉASUAVEZI. O planejamento participativo valoriza a questão da qualidade, da missão e da participação.

II. O planejamento participativo parte da premissa de que a realidade é injusta e que isto ocorre pela falta de participação em todos os níveis e aspectos da atividade humana.

III. Nenhum modelo de planejamento ou participação social pode contribuir com a tão sonhada instauração da justiça social e a superação da crise.

IV. O planejamento participativo alcançou a integração, na prática, do planejamento operacional e o estratégico, organizando-se num todo que se constitui no que Paulo Freire chama de processo de ação-reflexão.

a) Nenhuma das alternativas está correta.

b) Todas as alternativas estão corretas.

c) As alternativas I e II estão corretas.

d) As alternativas I, II e IV estão corretas.

e) Apenas a alternativa IV está correta.

Questão 6:

Complete a frase:

De acordo com Stotz (2009), consideran-do seu caráter político, definir participação social implica entender as múltiplas ações

que diferentes forças sociais desenvolvem como objetivo_______________________

_________________________________

_________________________________

_________________________________.

Questão 7:

De acordo com Stotz (2009), o caráter polí-tico da participação social deve considerar os desafios e os avanços do processo his-tórico e a influência que diferentes forças sociais desenvolvem nas políticas públicas na área social.

De acordo com o texto e a visão do autor, descreva o que tais ações ou concepções podem expressar.

Questão 8:

Segundo Gandin (2011), quem coordena um processo de planejamento participativo precisa ter clareza do seu “Roteiro geral do fazer”, que interliga três momentos desse processo, que são: o individual, o de sub-grupos e o de plenário.

Aponte as características e os objetivos de cada um.

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AGORAÉASUAVEZ

Neste tema você aprendeu sobre as dinâmicas de participação e sua importância em um processo de planejamento participativo. Aprendeu que atuar na organização ou coordenação de um planejamento participativo exige compromisso do grupo, instituição ou movimento com o que se pretende alcançar, sempre registrando o pensamento coletivo, organizando o que se planejou e avaliando o processo em todas as suas etapas, sem com isto abrir mão dos critérios pré-estabelecidos.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

FINALIZANDO

Questão 9:

Gandin (2011) alerta sobre a possibilida-de de manipulação da participação em um processo prático de planejamento partici-pativo.

Qual a visão do autor? Qual a sua visão sobre esse assunto?

Questão 10:

Ao abordar a avaliação no processo de planejamento participativo, Gandin (2011) afirma que avaliar é necessário e que a avaliação significativa se faz no próprio processo, como parte dele, enquanto ele se desenvolve, sem que necessariamente se deva parar para uma avaliação formal.

Na perspectiva do autor, o que é avaliar?

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REFERÊNCIAS

BAPTISTA, M. V. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. 2. ed. São Paulo – Lisboa. Veras Ed., 2010.

DICIONÁRIO Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=participa%u00e7%u00e3o>. Acesso em: 02 jan. 2014.

GANDIN, D. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras institu-ições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, religioso e governamen-tal. 19. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

STOTZ, Eduardo Navarro. Dicionário da Educação Profissional em Saúde. Fundação Os-waldo Cruz. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. 2009. Disponível em: <http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/parsoc.html#topo>. Acesso em: 02 jan. 2014.

GLOSSÁRIO

Avaliação: determinar o valor de, compreender, apreciar, prezar, conhecer o seu valor. Tomar partido em relação à realidade analisada.

Critérios: faculdade de distinguir o verdadeiro do falso, o bom do mau. Capacidade, autoridade para criticar.

Corporativismo: sistema de organização corporativa dos Estados. As corporações como elemento político de governação.

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Questão 1

Resposta: Resposta livre, considerando o texto e a vivência do aluno.

Questão 2

Resposta: Alternativa B.

Questão 3

Resposta: Alternativa B.

Questão 4

Resposta: Alternativa B.

Questão 5

Resposta: Alternativa D.

As alternativas I, II e IV estão corretas.

Questão 6

Resposta: “influenciar a formação, execução, fiscalização e avaliação de políticas públicas na área social (saúde, educação, habitação, transporte, etc.)”.

GABARITO

Dialética: arte de raciocinar com método. Lógica. Argumentação dialogada. A arte do diálogo e da discussão. É considerada como o modo de pensar as contradições da realidade, o modo de compreender a realidade como essencialmente contraditória e em transformação.

Reificação: transformação em coisa. Transformação de algo planejado.

GLOSSÁRIO

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Questão 7

Resposta: Tais ações expressam, simultaneamente, concepções particulares “da realidade social brasileira e propostas específicas para enfrentar os problemas da pobreza e exploração das classes trabalhadoras no Brasil” (VALLA; STOTZ, 1989, p. 6 in STOTZ, 2009).

Questão 8

Resposta: De acordo com o autor, as características e os objetivos são:

Individual: o momento pessoal é de posicionamento de cada um, através do pronunciamento de suas opções e de seu saber e de riqueza para a ação coletiva.

Subgrupos: o momento dos subgrupos é de seleção e de organização de ideias, e de decisão quanto ao mérito e ao conteúdo.

Plenário: o momento de plenário é de globalização e de reencaminhamento quanto a método, técnicas, processos; é também momento de posicionamento pessoal sobre o que vem sendo elaborado.

Questão 9

Resposta: Para o autor, esse processo de manipulação pode ocorrer sem que as pessoas se deem conta. Para muitas pessoas, quando se discute algo em grandes plenários e por meio de votação se alcançam decisões, em muitas ocasiões essas decisões são manipuladas. Para o autor, essa prática não parte de uma visão teórica lúcida nem gesta uma prática transformadora. Em geral, destrói a possível participação. Mesmo quando se trata de uma tentativa honesta de criar participação, esse modo de agir leva a becos sem saída, a intermináveis discussões, à valorização do pronunciamento de alguns em detrimento do pensamento coletivo, ao distanciamento entre grupos rivais e ao esforço do corporativismo.

Questão 10

Resposta: Julgar a realidade, comparar com alguma situação, fato ou elemento da realidade, com padrão expresso ou subentendido, inclui o processo de avaliação com vistas a mudar o que não esteja de acordo com o ideal. Ao usar o temo avaliação, verificam-se vários enfoques ou significados, tais como: diagnóstico, controle, classificação, mas sempre se reporta à avaliação da qualidade da ação do grupo que planeja, incluindo opção, teoria e conhecimento da realidade, dando maior importância ao que se faz do que aos instrumentos que se utiliza, mas que é preciso ter critérios para que o grupo não se perca em considerações sem chegar a resultados.

GABARITO

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seções

Tema 08Planejamento Social e Serviço Social

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SeçõesSeções

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Tema 08Planejamento Social e Serviço Social

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdo

Nessa aula você estudará:

• O planejamento como processo político e técnico político.

• Construção e desconstrução do objeto e estudo de situação.

• Identificação de prioridades, definição de objetivos e estabelecimento de metas.

• Planificação, implementação, controle, avaliação e retomada do processo.

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

Planejamento Social e Serviço Social

Neste tema você vai aprender sobre planejamento social e sua aplicação ao Serviço Social. Este tema objetiva relacionar o texto do autor Danilo Gandin ao Serviço Social e para tanto será utilizada como referência a obra de Myrian Veras Batista, Planejamento Social – intencionalidade e instrumentação. O trabalho da autora é referência para o Serviço Social, aborda a natureza complexa do planejamento e a descrição dos procedimentos que normalmente são utilizados nos planejamentos da área social. Trata o “planejamento” na perspectiva da racionalidade, como processo metódico de abordagem racional e científica, que supõe uma sequência de atos decisórios, ordenados em momentos definidos e baseados em conhecimentos teóricos, científicos e técnicos. Segundo Ferreira (1965) apud Batista (2010, p. 15), enquanto processo racional, o planejamento se organiza por operações interligadas, passando pela dinâmica da reflexão–decisão–ação–retomada da reflexão. Essas operações se inter-relacionam em um processo dinâmico e contínuo, levando à identificação da dimensão político decisória e a ação técnico-administrativa.

Habilidades

Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quais as características do planejamento como processo político?

• Qual a importância da definição do objeto e do estudo de situação?

• Porque definir prioridades, objetivos e metas?

• Quais as características das fases de planificação, implementação, controle e avaliação?

• Qual a diferença entre plano, programa e projeto?

LEITURAOBRIGATÓRIA

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LEITURAOBRIGATÓRIAAo tratar do planejamento como processo político, Baptista (2010) assevera que a dimensão política do planejamento se dá pelo contínuo processo de tomadas de decisões, inscritas nas relações de poder, o que caracteriza ou envolve uma função política. Essa dimensão perpassa pela necessidade de operá-lo em uma perspectiva estratégica, apreendendo a complexidade das relações e enfatizando ganhos do processo. Para a autora, via de regra, é função específica do técnico o equacionamento e a operacionalização das ações assumidas pelo centro decisório, embora também possa assumir decisões e implementar ações. Em um processo que exige competências, a representação das atividades segue o seguinte esquema: equacionamento–decisão–operacionalização–ação.

Segundo Baptista (2010, pp.27-28), o planejamento se realiza a partir de um processo de aproximações, que tem como centro de interesse a situação delimitada como objeto de intervenção. Se faz a partir do reconhecimento da necessidade de uma ação sistemática perante questões ligadas a pressões ou estímulos determinados por situações que, em um momento histórico, colocam desafios por respostas mais complexas do que aquelas construídas no imediato da prática. O objeto do planejamento da intervenção profissional que lhe é posto como desafio é o aspecto determinado de uma realidade total, sobre o qual irá formular um conjunto de reflexões e de proposições para intervenção.

É fundamental que se considere a dinâmica da realidade social, e nela o objeto da intervenção passa por um contínuo processo de construção e reconstrução, o que exige uma constante problematização; e disso decorrem possibilidades de abertura de novos espaços para o enfrentamento da questão a ser trabalhada. Esse processo possibilita ao profissional da área social a reconstrução do objeto profissional, que perpassa por um movimento de crítica do que já está posto e a construção de algo novo, construindo um novo conhecimento e, assim, aprofundando seu conhecimento sobre a realidade trabalhada.

Baptista (2010) afirma que o estudo de situação consiste na caracterização, na compreensão e na explicação de uma determinada situação tomada como problema para o planejamento. No cotidiano da vida profissional, ou seja, em uma realidade em movimento, o estudo de situação deverá ser considerado sob a perspectiva de um conjunto dinâmico de informações, constantemente alimentado durante o processo, atuando como insumos para o planejamento, oportunizando ao planejador o confronto com novos dados, valores e conhecimentos. Essas aproximações permitem a reflexão e a compreensão do processo e novas ideias em relação ao objeto de intervenção, cujo estudo de situação se configura tendo por base as seguintes aproximações:

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• Levantamento de hipóteses preliminares.

• Construção de referenciais teóricos-práticos.

• Coleta de dados.

• Organização e análise: descrição/interpretação/compreensão/explicação dos dados obtidos.

• Identificação de prioridades de intervenção.

• Definição de objetivos e estabelecimento de metas.

• Análise de alternativas de intervenção.

Todos os itens apontados merecem detalhamento, mas destaca-se a importância da clareza do objeto, do processo histórico e do momento conjuntural. Importante também conhecer as políticas sociais relacionadas ao planejamento, com vistas a uma visão ampliada da situação e das relações sociais para uma ação eficaz em relação ao problema imediato, e efetiva no que se refere à totalidade do problema ou situação em estudo. Ao planejador se coloca, então, o desafio de identificar e definir prioridades de intervenção.

Segundo Baptista (2010), para que a identificação das prioridades de intervenção se faça de maneira racional e objetiva, podem ser utilizados dois critérios básicos: de relevância e de viabilidade (institucional, política, administrativa e técnica). O objeto de intervenção deve ser escolhido tendo em vista o critério de importância da problemática no âmbito de responsabilidade da instituição planejadora, de interesse ou necessidade do usuário e/ou do interesse da equipe planejadora. Sendo assim, torna-se imprescindível a definição de objetivos e estabelecimento de metas.

Os objetivos expressam a intencionalidade da ação planejada, direcionada para algo ainda não alcançado. A definição de objetivos antecipa os resultados esperados, fornecendo o eixo analítico para a escolha de alternativas. Ao propor objetivos, o planejador nega a realidade posta – o problema objeto do planejamento – e afirma a possibilidade de alcance de outra, desejável e possível, dadas as condições objetivas da situação analisada, em uma dialética de adequação entre ideal/real, intenção/resultado. Essa dinâmica exige que se tenha clareza nos propósitos e que se estabeleça um questionamento permanente da intencionalidade da ação, no sentido de mantê-lo não só viável, mas relevante, legítima e com probabilidade de êxito ante os fatores sociais do espaço em que opera. (BAPTISTA, 2010, p. 79).

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Para a autora, os objetivos podem ser subdivididos em gerais, específicos e operacionais. Enquanto os objetivos gerais e específicos se referem aos fins a serem alcançados, os objetivos operacionais relacionam-se aos meios de que se lança mão para alcançá-los, portanto, ambos devem ser explicitados em metas concretas – quantificáveis ou verificáveis. Durante o processo de planejamento, deve haver um esforço de informação contínua a todos que dele participem, seja como técnicos, seja como integrantes da população que recebe a influência das decisões, do andamento da ação em função dos objetivos estabelecidos.

Após a análise de todas as alternativas, todas as decisões tomadas, o próximo passo é a planificação, em que todas as atividades e procedimentos necessários para o alcance dos resultados previstos são sistematizados, interpretados e detalhados em documentos que representam graus decrescentes de níveis de decisão: planos, programas e projetos. De forma sucinta e objetiva, Baptista (2010, p. 98) caracteriza cada um deles: consubstancia um plano quando se refere a propostas relacionadas à estrutura organizacional por inteiro; quando se dedica a um setor, a uma área ou uma região, caracteriza-se como um programa; quando se detém no detalhamento de alternativas singulares de intervenção, é propriamente um projeto.

A fase de planificação exige do profissional, ou da equipe responsável pelo planejamento, a conquista da contribuição de todos os envolvidos, seja por meio de relatórios, consultas ou reuniões. A próxima fase é a de implementação, ou seja, a realização de algo planejado. Nessa fase é fundamental a busca, a formalização e a incorporação de recursos humanos, físicos, financeiros e institucionais que viabilizem o projeto, a definição dos prazos, bem como a instrumentalização jurídico-administrativa do planejamento. A implantação e execução do planejado e planificado é a ação efetiva, nos espaços, nos prazos e com os recursos previstos no planejamento. Outro ponto fundamental em planejamento é o controle, que previne desvios e possibilita a mensuração e o registro das atividades executadas, tempo, recursos e resultados, bem como a avaliação do processo. A avaliação deve estar presente em todo o processo de planejamento, desde o início, independente de sua formalização em documentos. Para Baptista (2010), esse pode ser o momento de maior conteúdo dialético do planejamento, na medida em que nega para superar, por isso a ênfase na totalidade, no caráter histórico dos processos sociais e no objetivo transformador, e não meramente modernizador, dessa proposta. A autora afirma que os critérios mais usuais em avaliação são os relacionados com a avaliação da eficiência, avaliação da eficácia e avaliação da efetividade da ação. A ação planejada deve ser pautada nestes componentes para ser competente e realizar mudanças efetivas no âmbito

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da ação planejada. Finalizando, ressalta-se a retomada do processo, caracterizada pelo momento em que são delineadas novas políticas e estratégias, reiniciando o processo do planejamento já em um novo patamar, possibilitando localizar desvios na programação e/ou no comportamento técnico, em face da intencionalidade da ação. A retomada dinâmica do processo é que permite ao planejador garantir a perspectiva dialética de reflexão e de permanente confronto com a realidade, por ocasião de novas tomadas de decisão.

LINKSIMPORTANTES

Quer saber mais sobre o assunto? Então:

Sites

A gestão social na perspectiva democrática: o profissional de serviço social como gestor, de Cássia Takazono Borgato, Dolores Duarte Alves, Juliene Aglio de Oliveira. Disponível em: <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/SeminarioIntegrado/article/viewFile/882/86>. Acesso em: 02 jan. 2014.

A intervenção profissional do assistente social no eixo de planejamento e gestão: uma discussão a partir da experiência na coordenação de um serviço de assistência social no âmbito da Proteção Social Básica. De Priscila Cardoso e Keli Regina dal Prá. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/9551/8057>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Livros:

Busque também fazer a leitura do livro Planejamento Social: intencionalidade e

instrumentação, de Myrian Veras Baptista. 2. ed. São Paulo – Lisboa. Veras Ed., 2010.

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Vídeos:

Assista ao vídeo: Processo de trabalho das equipes de Saúde da Família e planejamento em Saúde, que trata do planejamento em Serviço Social, especificamente em uma unidade básica de saúde. Nele você verá como operacionalizar um planejamento estratégico e como construir um plano ou projeto que ajude a Equipe de Saúde da Família a identificar os principais problemas de sua área de abrangência. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=lEgBDJdeBMg>. Acesso em: 02 jan. 2014.

AGORAÉASUAVEZ

Instruções:

Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1:Com base em seus conhecimentos prévios e com os conhecimentos adquiridos nesta disciplina, faça uma reflexão e responda as seguintes perguntas:

Em sua opinião, você acha que o assistente social pode trabalhar na elaboração de um planejamento ou na coordenação de uma

equipe responsável por um planejamento, ou, como técnico, deve atuar apenas na operacionalização?

Qual modelo de planejamento deve ser uti-lizado pelo profissional de Serviço Social?

Quais características o assistencial social precisa desenvolver para conseguir êxito ao planejar uma intervenção social?

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Questão 2:

Segundo Ferreira (1965) apud Batista (2010, p. 15), enquanto processo racional, o planejamento se organiza por operações interligadas, em um processo dinâmico e contínuo, levando à identificação da dimensão político decisória e à ação técnico-administrativa, passando pela dinâmica da:

a) Reflexão–decisão–ação–retomada da reflexão.

b) Reflexão–visão–ação–retomada da reflexão.

c) Decisão–ação–avaliação–retomada da reflexão.

d) Operacionalização–ação–revisão–retomada da reflexão.

e) Decisão–ação–revisão–retomada da reflexão.

Questão 3:

De acordo com o texto, complete corretamente a frase.

Myrian Veras Batista, no livro Planejamento Social – intencionalidade e instrumentação, aborda a natureza complexa do planejamento e a descrição dos procedimentos que normalmente são utilizados nos planejamentos da área social. Trata o “planejamento” na perspectiva da

racionalidade, como processo metódico de abordagem racional e científica, que supõe uma sequência de atos decisórios, ordenados em momentos definidos e baseados em conhecimentos ____________________________________.

a) Históricos, metodológicos e teóricos.

b) Teóricos, científicos e técnicos.

c) Técnicos e metodológicos.

d) Estratégicos e técnicos.

e) Práticos e teóricos.

Questão 4:

De acordo com as afirmativas, assinale a alternativa que indica a sequência correta:

I. O planejamento se realiza a partir de um processo de aproximações, que tem como centro de interesse a situação delimitada como objeto de intervenção.

II. A delimitação do objeto de intervenção se faz a partir do reconhecimento da necessidade de uma ação sistemática perante questões ligadas a pressões ou estímulos determinados por situações que, em um momento histórico, colocam desafios por respostas mais complexas do que aquelas construídas no imediato da prática.

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AGORAÉASUAVEZIII. O objeto do planejamento da intervenção profissional que lhe é posto como desafio é o aspecto determinado de uma realidade total, sobre o qual irá formular um conjunto de reflexões e de proposições para intervenção.

a) Nenhuma das alternativas está correta.

b) Todas as alternativas estão corretas.

c) As alternativas I e II estão corretas.

d) A alternativas II e III estão corretas.

e) Apenas a alternativa II está correta.

Questão 5:

Assinale as alternativas utilizando verdadeiro (V) e falso (F), de acordo com a afirmativa:

( ) É fundamental que se considere a dinâmica da realidade social em um processo de planejamento social.

( ) O objeto da intervenção passa por um contínuo processo de construção e reconstrução.

( ) O processo de construção e reconstrução do objeto de intervenção possibilita ao profissional da área social a construção de algo novo, construindo um novo conhecimento sobre a realidade trabalhada.

( ) Para um planejamento bem-sucedido não é preciso que se defina um objeto de intervenção para o enfrentamento da questão a ser trabalhada.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:

a) V, V, V, V.

b) V, F, V, F.

c) V, V, F, V.

d) V, V, V, F.

e) F, V, V, V.

Questão 6:

Complete as lacunas de acordo com o texto:

Ao tratar do planejamento como proces-so _________, Baptista (2010) asseve-ra que a _________________ do plane-jamento se dá pelo contínuo processo de tomadas de decisões, inscritas nas _________________, o que caracteriza ou envolve uma função ___________.

a) Decisório, operacionalização, dimensões da instituição, estratégica.

b) Estratégico, operacionalização, fases de execução, de controle.

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AGORAÉASUAVEZc) Contínuo, programação, relações de poder, estratégica.

d) Político, dimensão política, relações de poder, política.

e) Contínuo, dimensão política, programações, política.

Questão 7:

Segundo Baptista (2010), para que a identifi-cação das prioridades de intervenção se faça de maneira racional e objetiva, podem ser uti-lizados dois critérios básicos. Quais são?

Questão 8:

Como deve ser feita a escolha do objeto de intervenção?

Questão 9:

Para um planejamento bem-sucedido, tor-na-se imprescindível a definição de obje-tivos e estabelecimento de metas. Tendo como base o texto, descreva qual a impor-tância de objetivos e metas bem definidos.

Questão 10:

Após a análise de todas as alternativas, to-das as decisões tomadas, o próximo passo do planejamento é a planificação, em que todas as atividades e procedimentos ne-cessários para o alcance dos resultados

previstos são sistematizados, interpreta-dos e detalhados em documentos que re-presentam graus decrescentes de níveis de decisão.

Quais são esses documentos? Quais as características de cada um?

Quais as fases seguintes e como elas são realizadas?

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Neste tema você aprendeu sobre planejamento social e sua dimensão política e técnica. A importância da construção e reconstrução do objeto, ou seja, sobre o que planejar, o estudo de situação e a necessidade de definição de prioridades. Aprendeu quais são as fases do planejamento e a perspectiva dialética do processo, e ainda, que todas as fases são importantes e exigem competência do planejador, ou equipe responsável pelo planejamento. Tão importante quanto planejar, é retomar a dinâmica do processo, reiniciando o planejamento em um novo patamar.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

BAPTISTA, M. V. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. 2. ed. São Paulo – Lisboa. Veras Ed., 2010.

DICIONÁRIO Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=participa%u00e7%u00e3o>. Acesso em: 02 jan. 2014.

GANDIN, D. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, religioso e governamental. 19. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

REFERÊNCIAS

FINALIZANDO

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Avaliação da Eficiência: incide diretamente sobre a ação desenvolvida. Tem por objetivo reestruturar a ação para obter, ao menor custo e ao menor esforço, melhores resultados. Deve ser necessariamente critica, estabelecendo juízos de valor sobre o desempenho e os resultados que o mesmo propicia.

Avaliação da Eficácia: incide sobre a proposta e, basicamente, sobre os objetivos (gerais e específicos) por ela expressos, estabelecendo em que medida os objetivos propostos foram alcançados e quais as razões dos erros e dos fracassos.

Avaliação da Efetividade: diz respeito, mais propriamente, ao estudo do impacto do planejado sobre a situação, à adequação dos objetivos definidos para o atendimento da problemática objeto da intervenção, ou melhor, ao estudo dos efeitos da ação sobre a questão objeto do planejamento. O ponto de vista é o da totalidade, em uma perspectiva dialética.

GLOSSÁRIO

GABARITO

Questão 1

Resposta: Resposta livre, considerando o texto e a vivência do aluno.

Questão 2

Resposta: Alternativa A.

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GABARITOQuestão 3

Resposta: Alternativa B.

Questão 4

Resposta: Alternativa B.

Questão 5

Resposta: Alternativa D.

Questão 6

Resposta: Alternativa D.

Questão 7

Resposta: critérios de relevância e de viabilidade (institucional, política, administrativa e técnica).

Questão 8

Resposta: o objeto de intervenção deve ser escolhido tendo em vista o critério de importância da problemática no âmbito de responsabilidade da instituição planejadora, de interesse ou necessidade do usuário e/ou do interesse da equipe planejadora.

Questão 9

Resposta: para Baptista (2010), os objetivos podem ser subdivididos em gerais, específicos e operacionais. Enquanto os objetivos gerais e específicos se referem aos fins a serem alcançados, os objetivos operacionais relacionam-se aos meios de que se lança mão para alcançá-los, portanto, ambos devem ser explicitados em metas concretas – quantificáveis ou verificáveis.

Questão 10

Resposta: os documentos são: planos, programas e projetos. Características: é um plano quando se refere a propostas relacionadas à estrutura organizacional por inteiro; quando se dedica a um setor, a uma área ou uma região, caracteriza-se como um programa; quando se detém no detalhamento de alternativas singulares de intervenção, é propriamente um projeto.

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A próxima fase é a de implementação, ou seja, a realização de algo planejado. Nessa fase é fundamental a busca, a formalização e a incorporação de recursos humanos, físicos, financeiros e institucionais que viabilizem o projeto, a definição dos prazos, bem como a instrumentalização jurídico-administrativa do planejamento. A implantação e execução do planejado e planificado é a ação efetiva, nos espaços, nos prazos e com os recursos previstos no planejamento.

Em seguida vem a fase do controle, que previne desvios e possibilita a mensuração e o registro das atividades executadas, tempo, recursos e resultados, bem como a avaliação do processo.

A avaliação deve estar presente em todo o processo de planejamento, desde o início, independente de sua formalização em documentos. Os critérios mais usuais em avaliação são os relacionados com a avaliação da eficiência, avaliação da eficácia e avaliação da efetividade da ação.

A última fase deve ser a retomada do processo, caracterizada pelo momento em que são delineadas novas políticas e estratégias, reiniciando o processo do planejamento, corrigindo desvios e possibilitando ao planejador garantir a perspectiva dialética de reflexão e de permanente confronto com a realidade, por ocasião de novas tomadas de decisão.

GABARITO

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