Staline Conf Quadros Da Industria 1931

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    Pelo Socialismo

    Questes poltico-ideolgicas com atualidade

    http://www.pelosocialismo.net _____________________________________________

    Original publicado em : http://grachev62.narod.ru/stalin/t13/t13_06.htmTraduo do russo e edio por CN, em 10/01/2013

    Colocado em linha em: 2013/01/27

    Sobre as tarefas dos dirigentes econmicosI.V. Stline

    [Discurso na I Conferncia de Toda a Unio de Quadros da Indstria Socialista] 1

    4 de Fevereiro de 1931

    Camaradas! Os trabalhos da nossa conferncia esto a chegar ao fim. Agora ireis aprovaras resolues. Estou certo de que sero aprovadas por unanimidade. Nestas resolues eu conheo-as minimamente endossais os nmeros de controlo da indstria para 1931e assumis o compromisso de os cumprir.

    A palavra de bolchevique uma palavra sria. Os bolcheviques habituaram-se a cumpriras promessas que fazem. Mas que significa cumprir sem falta os nmeros de controlopara 1931? Significa assegurar um aumento geral da produo industrial de 45 por cento.Esta uma tarefa muito grande. Mas no tudo. Tal compromisso significa no s quefazeis a promessa de cumprir o nosso plano quinquenal em quatro anos este assunto jest resolvido e no so necessrias mais resolues a este respeito mas tambm prometeis cumpri-lo em trs anos nos principais ramos decisivos da indstria .

    bom que a conferncia assuma o compromisso de cumprir o plano de 1931 e cumprir oplano quinquenal em trs anos. Mas temos aprendido com a experincia amarga.Sabemos que nem sempre as promessas so cumpridas. No incio de 1930 tambm foifeita a promessa de cumprir o plano anual. Na altura era preciso aumentar a nossaproduo industrial em 31-32 por cento. No entanto a promessa no foi integralmente

    cumprida. O crescimento da produo industrial foi na prtica de 25 por cento em 1930.Temos que fazer a pergunta: no ir repetir-se o mesmo tambm este ano? Os dirigentes,os quadros da nossa indstria fazem agora a promessa de aumentar a produoindustrial em 45 por cento. Mas que garantia temos de que a promessa ser cumprida?

    O que preciso para cumprir os nmeros de controlo de modo a conseguir umcrescimento da produo de 45 por cento, de modo a alcanar o cumprimento do planono em quatro, mas em trs anos nos principais ramos decisivos?

    Para isto precisamos de duas condies fundamentais.

    1 I.V. Stline, Obras (em russo), t. 13, Moscovo, Gossudrstvenoe Izdtelstvo PolittcheskoiLiteraturi, 1951, pp. 29-42. ( N. Ed. )

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    Em primeiro lugar, que haja possibilidades reais ou, como entre ns se costuma dizer,objectivas para isto.

    Em segundo lugar, que haja o desejo e a competncia para dirigir as nossas empresas detal modo que estas possibilidades se materializem.

    Havia no ano passado possibilidades objectivas para o cumprimento do plano? Sim,havia. Factos indiscutveis testemunham-no. Estes factos consistem em que, nos mesesde Maro e Abril do ano passado, a indstria aumentou a sua produo em 31 por centoem comparao com o ano anterior. Pergunta-se, porque ento no cumprimos o planodo ano inteiro? O que que nos impediu? O que que nos faltou? Faltou-nos acapacidade para aproveitar as possibilidades existentes. Faltou-nos a competncia para dirigir correctamente as empresas industriais e as minas .

    Tnhamos a primeira condio: possibilidades objectivas para o cumprimento doplano. Mas no tivemos a segunda condio num grau suficiente: a competncia paradirigir a produo. E precisamente porque faltou competncia para dirigir as empresas,precisamente por isso, o plano no foi cumprido. Em vez dos 31-32 por cento decrescimento apenas conseguimos 25 por cento.

    claro que 25 por cento decrescimento um grande feito. Nem um nico pas capitalistateve crescimento da produo em 1930, como no o tem agora. Em todos os pasescapitalistas sem excepo verifica-se umaqueda acentuada da produo. Nestascondies, 25 por cento decrescimento um grande passo em frente. Mas poderamoster tido mais. Tnhamos todas as condies objectivas necessrias.

    Pois bem, que garantia temos este ano de que no se repetir o caso do ano passado, deque o plano ser integralmente cumprido, de que as possibilidades existentes seroaproveitadas por ns como preciso que as aproveitemos, de que a vossa promessa nofica em parte no papel?

    Na histria dos estados, na histria dos pases, na histria dos exrcitos houve situaesem que havia todas as possibilidades para o xito, para a vitria, mas elas, estaspossibilidades foram em vo, uma vez que os dirigentes no as identificaram, nosouberam aproveit-las e o exrcito foi derrotado.

    Teremos todas as possibilidades necessrias para o cumprimento dos nmeros de

    controlo em 1931?Sim, temos essas possibilidades.

    Em que consistem essas possibilidades e o que preciso para que essas possibilidades sematerializem na realidade?

    Antes de mais preciso haver suficientesriquezas naturais no pas: minrio de ferro,carvo, petrleo, cereais, algodo. Dispomos delas? Sim. Temos mais do que em qualqueroutro pas. Basta ver os Urais, que apresentam uma tal combinao de riquezas que no possvel encontrar em nenhum outro pas. Minrio de ferro, carvo, petrleo, cereais nada falta nos Urais. H de tudo no nosso pas, com excepo talvez da borracha. Mas

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    dentro de cerca de dois anos at borracha iremos ter disposio. Por este lado, pelo ladodas riquezas naturais estamos totalmente fornecidos. Temos at mais do que precisamos.

    O que ainda preciso?

    preciso a existncia de um poder que tenha o desejo e a fora de dirigir oaproveitamento destas enormes riquezas naturais em benefcio do povo. Teremos essepoder? Temos. certo que no nosso trabalho de explorao das riquezas naturais nemsempre se evitam atritos entre os nossos prprios quadros. Por exemplo, no ano passado,o poder sovitico teve de travar uma certa luta em torno da criao de uma segunda basemetalrgica-carbonfera, sem a qual no podemos desenvolver-nos. Mas j supermosestes obstculos. Em breve iremos ter esta segunda base.

    O que ainda preciso?

    preciso que o poder tenha oapoio das massas de milhes de operrios e camponeses.Ter o nosso poder esse apoio? Sim, tem. No encontrareis em todo o mundo outro poderque tenha um apoio dos operrios e dos camponeses como o que desfruta o podersovitico. No irei referir os dados do crescimento da emulao socialista, os dados docrescimento do trabalho de choque, a campanha de luta pelo plano industrial e financeirodas empresas.2 Todos estes factos, que reflectem de modo evidente o apoio ao podersovitico por parte de massas de milhes, so do conhecimento geral.

    O que preciso ainda para cumprir e ultrapassar os nmeros de controlo para 1931?

    preciso ainda a existncia de um sistema que esteja livre das insanveis maleitas docapitalismo e que apresente vantagens srias face ao capitalismo. Crise, desemprego,desperdcio, misria das amplas massas eis as doenas insanveis do capitalismo. Onosso sistema no sofre dessas doenas porque o poder est nas vossas mos, nas mosda classe operria, porque ns temos uma economia planificada, acumulamos recursosde forma sistemtica e distribumo-los correctamente pelos ramos da economia nacional.Ns estamos livres das doenas insanveis do capitalismo. Nisto est a nossa diferena,nisto est a nossa vantagem decisiva face ao capitalismo.

    Vejam como os capitalistas querem sair da crise econmica. Reduzem ao mximo osalrio dos operrios. Reduzem ao mximo o preo das matrias-primas. Mas noquerem uma reduo minimamente significativa dos preos dos produtos industriais e

    alimentares de amplo consumo. Isto significa que querem sair da crise custa dosprincipais consumidores de mercadorias, custa dos operrios, custa dos camponeses,

    2 O plano industrial e financeiro das empresas era proposto pelos colectivos das unidadesindustriais na base do plano apresentado pelos rgos centrais de planificao e econmicos. A ideia de elaborar um plano a partir das empresas foi proposto inicialmente pelo colectivo dafbrica de metalomecnica Karl Marx de Leningrado, em Julho de 1930, e teve uma ampladifuso no primeiro quinqunio (1928-32). Os operrios discutiam o plano e com frequnciaintroduziam-lhe grandes alteraes, encontrando formas de aumentar a produtividade dotrabalho, de utilizar mais eficazmente as matrias-primas, os equipamentos e o fundo de salrios.

    Constitua um meio efectivo de envolvimento dos trabalhadores no processo de elaborao doplano, permitindo utilizar a sua experincia para o cumprimento dos objectivos. Esta prtica foicontinuada e desenvolvida nos quinqunios seguintes. ( N. Ed. )

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    custa dos trabalhadores. Os capitalistas cortam machadada o ramo em que estosentados. E em vez da sada da crise, resulta o seu aprofundamento, resulta a acumulaode novas premissas que conduziro a uma nova e ainda mais violenta crise.

    A nossa vantagem consiste em que no conhecemos crises de sobreproduo, no temos

    e no teremos milhes de desempregados, no temos a anarquia na produo, poisplanificamos a nossa economia. Mas isto no tudo. Ns somos o pas com a indstriamais concentrada. Isto significa que podemos construir a nossa indstria na base damelhor tcnica e graas a isso assegurar uma produtividade do trabalho inaudita e umritmo inaudito de acumulao. No passado, a nossa fraqueza residia no facto de aindstria se basear nas exploraes camponesas dispersas e de pequena dimenso. Masisso era . Agora j no existe. Amanh, talvez daqui a um ano, tornar-nos-emos o pascom a maior agricultura do mundo. Os sovkhozes e kolkhozes que constituem formasde grandes exploraes j este ano produziram metade dos cereais do mercado. Istosignifica que o nosso sistema, o sistema sovitico, proporciona possibilidades para umrpido avano com que nenhum pas burgus pode sonhar.

    O que ainda preciso para avanar com botas de sete lguas?

    preciso a existncia de um partido suficientemente coeso e unido para dirigir osesforos de todos os melhores elementos da classe operria para umnico ponto , esuficientemente experiente para no se acobardar ante as dificuldades e aplicarsistematicamente a poltica justa revolucionria bolchevique. Teremos esse partido? Sim,temos. justa a sua poltica? Sim, justa uma vez que proporciona grandes xitos. Isto hoje reconhecido no apenas pelos amigos, mas tambm pelos inimigos da classeoperria. Vejam como combatem e se abespinham contra o nosso partido esses clebres e

    respeitados gentlemans : Fish3 nos EUA, Churchill4 na Gr-Bretanha, Poincar5 naFrana. Porque que nos combatem e se abespinham? Porque a poltica do nosso partido justa, porque proporciona xitos atrs de xitos.

    Eis, camaradas, todas as possibilidades objectivas que nos facilitam o alcance dosnmeros de controlo para 1931, que nos ajudam a cumprir o quinqunio em quatro anose nos ramos decisivos at mesmo em trs anos.

    Deste modo, a primeira condio para o cumprimento do plano a existncia depossibilidades objectivas salta vista.

    Teremos a segunda condio a capacidade para aproveitar estas possibilidades?Por outras palavras, teremos uma direco adequada das empresas industriais, dasminas? Estar tudo a correr bem a?

    3 Fish III, Hamilton Stuyvesant, tambm conhecido como Hamilton Fish, Jr., (1888-1991),membro do Partido Republicano, foi eleito na Casa dos Representantes entre 1920 e 1945. ( N. Ed. )

    4 Churchill, Winston Leonard Spencer (1874-1965), poltico conservador britnico, foiprimeiro-ministro entre 1940 e 1945 e 1951 e 1955. ( N. Ed. )

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    Poincar, Raymond (1860-1934), poltico francs, foi presidente do pas entre 1913 e 1920 eprimeiro-ministro de 1922 a 1924 e de 1926 a 1929. Permanece como senador at morte. Foi umdos inspiradores da primeira guerra mundial. ( N. Ed .)

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    Infelizmente, nem tudo corre bem. E ns, bolcheviques, devemos diz-lo directa eabertamente.

    O que significa dirigir a produo? Entre ns nem sempre a questo da direco dasempresas vista maneira bolchevique. Entre ns pensa-se com frequncia que dirigir

    assinar papis, ordens. lamentvel, mas um facto. Por vezes, sem querer, lembramo-nos dos pompadours de Chedrine.6 Lembrem-se como a pompadura ensinava o jovem pompadour : no queimes as pestanas com a cincia, no aprofundes os assuntos, deixaque outros se ocupem disso, isso no te diz respeito, o teu trabalho assinar papis.Temos de reconhecer que entre ns, bolcheviques, h muitos que dirigem assinandopapis. No que toca a examinar os assuntos, dominar a tcnica, tornar-se chefe doprocesso, quanto a isso, nem pensar.

    Como pode acontecer que ns, bolcheviques, que fizemos trs revolues, samos vitoriosos da cruel guerra civil, que resolvemos a enorme tarefa da criao de umaindstria moderna, que orientmos o campesinato para a via do socialismo, como podeacontecer que no trabalho de direco capitulemos perante os papis?

    A razo reside no facto de que assinar papis mais fcil do que dirigir a produo. Emuitos dirigentes econmicos seguiram a lei do menor esforo. Tambm h aqui culpasnossas, culpas do centro [da direco central ]. H dez anos foi traada a seguinteorientao: Uma vez que os comunistas ainda no compreendem suficientemente atcnica da produo, uma vez que precisam de aprender a dirigir a economia, entodeixemos que os especialistas, antigos tcnicos e engenheiros, conduzam a produo, evs comunistas no deveis intervir em assuntos tcnicos mas, no intervindo, estudai atcnica, estudai a cincia da direco da produo, sem baixar os braos, para que vos

    torneis, ao lado dos especialistas que nos so leais, verdadeiros chefes do processo .Esta foi a orientao. Mas o que que resultou na prtica? A segunda parte da orientaofoi ignorada, uma vez que mais difcil estudar do que assinar papis, enquanto aprimeira parte foi simplificada, interpretando-se a no interveno como uma recusa doestudo da tcnica da produo. Resultou um disparate, um perigoso e nocivo disparate,do qual quanto mais depressa nos libertarmos melhor.

    A prpria vida alertou-nos vrias vezes para desgraas nesta campo. O caso de Chkhti7 foi o primeiro sinal srio. O caso de Chkhti mostrou que faltava vigilncia revolucionria

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    A aluso ao conto Pompaduri e Pompadruchki, do escritor russo, Mikhal IevgrafovitchSaltikov Chedrine (1826-1889). Chedrine designa por pompadur os altos funcionrios tirnicosdo regime tsarista e as respectivas esposas, devido ao estilo extravagante dos seus penteados emforma de banana, popularizado no sculo XVIII por Madame Pompadour, a conhecida amante dorei Lus XV de Frana. ( N. Ed. )

    7 Referncia organizao de especialistas burgueses de sabotagem que operou na regio deChkhti e outras da Bacia carbonfera do Don. Descoberta em 1928, a organizao estavaestreitamente ligada aos antigos proprietrios das empresas capitalistas russos e estrangeiros e espionagem militar estrangeira. O seu objectivo era travar o desenvolvimento da indstriasocialista e facilitar a restaurao do capitalismo na URSS. Procuravam reduzir artificialmente aproduo das minas, danificavam as mquinas e a ventilao, organizavam desmoronamentos,

    exploses e incndios de minas, fbricas e centrais elctricas, impediam deliberadamente amelhoria da situao material dos operrios e infringiam as leis soviticas sobre a proteco notrabalho. Os sabotadores foram julgados e devidamente sentenciados pelo tribunal. ( N. Ed. )

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    s organizaes do partido e aos sindicatos. Mostrou que os nossos dirigenteseconmicos estavam escandalosamente atrasados do ponto de vista tcnico, que algunsantigos engenheiros e tcnicos, trabalhando fora de controlo, facilmente enveredarampela via da sabotagem, tanto mais que eram constantemente assediados compropostas do inimigo vindas do estrangeiro.

    O segundo sinal foi o processo judicial do Promprtia.8

    claro que na origem da sabotagem est a luta de classes. claro que o inimigo de classeresiste raivosamente ao avano do socialismo. Mas isto s pouco para explicar o surtode sabotagem.

    Como pde acontecer que a sabotagem tenha adquirido uma to ampla escala? Quem foio culpado disto? Ns somos os culpados. Se tivssemos colocado a questo da direco daeconomia de outra forma, se tivssemos comeado muito mais cedo a estudar as questesda tcnica, a dominar a tcnica, se intervissemos com mais frequncia e inteligncia nadireco da economia, os sabotadores no teriam conseguido sabotar tanto.

    Precisamos ns prprios de nos tornar especialistas, chefes do processo, precisamos denos voltar para os conhecimentos tcnicos, eis para onde a vida nos empurra. Mas nem oprimeiro, nem mesmo o segundo sinal foram suficientes para garantir a viragemnecessria. tempo, h muito que tempo, de nos voltarmos para a tcnica. tempo deabandonar a velha orientao, a orientao ultrapassada de no interveno na tcnica ede tornarmo-nos especialistas, conhecedores do processo, tornarmo-nos administradoresde corpo inteiro dos assuntos econmicos.

    Pergunta-se com frequncia, porque que no temos uma direco nica? Ela no existee no existir enquanto no dominarmos a tcnica. Enquanto entre ns, bolcheviques,no houver uma quantidade suficiente de pessoas, bem familiarizadas com as questesda tcnica, da economia e das finanas, no teremos uma efectiva direco nica. Podemescrever as resolues que quiserem, fazer todos os juramentos, mas se no dominarem atcnica, a economia, as finanas, as empresas industriais e as minas no daro resultadosproveitosos e no haver direco nica.

    A tarefa, portanto, consiste em dominarmos ns prprios a tcnica e tornarmo-noschefes do processo. Apenas isto pode garantir que os nossos planos sero integralmentecumpridos e a direco nica seja aplicada.

    8 O processo Promprtia, acrnimo de Partido Industrial (Promchlenaia Prtia) teve lugarem Moscovo entre os dias 25 de Novembro e 7 de Dezembro de 1930. Durante o julgamento ficouprovado que o Promprtia, que agregava elementos contra-revolucionrios das elites tcnicasda velha intelligentsia, constitua uma rede de agentes da espionagem do capital estrangeiro naUnio Sovitica. Estava ligado emigrao branca, isto aos antigos grandes capitalistas daRssia tsarista, e recebia ordens directamente do estado-maior em Frana, no sentido de prepararo terreno para uma interveno militar imperialista e o derrubamento do poder sovitico. Os seusmembros eram financiados do exterior para realizarem aces de sabotagem e diverso nos vriosramos da economia da URSS. ( N. Ed. )

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    certo que uma tarefa difcil, mas perfeitamente exequvel. A cincia, a experinciatcnica, o conhecimento, tudo se adquire com o tempo. Se hoje no os temos, t-los-emosamanh. O principal aqui ter a vontade ardente bolchevique de dominar a tcnica,dominar a cincia da produo. Com esta vontade ardente possvel alcanar tudo, possvel superar todas as dificuldades.

    Pergunta-se s vezes se no seria possvel abrandar um pouco os ritmos, reter omovimento. No, camaradas, no possvel! No se pode reduzir os ritmos! Pelocontrrio, medida das foras e possibilidades, precisamos de os aumentar. Isto -nosexigido pelas obrigaes que assumimos perante os operrios e os camponeses da URSS.Isto -nos exigido pelas obrigaes que assumimos perante a classe operria de todo omundo.

    Retardar os ritmos significa atrasar-se. E os que ficam para trs so batidos. Mas ns noqueremos ser batidos. No, no queremos! A histria da Rssia antiga consiste, alis, nofacto de ter sido permanentemente batida devido ao seu atraso. Foi batida pelos khansmongis. Foi batida pelos beys9 turcos. Foi batida pelos feudais suecos. Foi batida pelospans polaco-lituanos.10 Foi batida pelos capitalistas anglo-franceses. Foi batida pelos bares japoneses. Todos a batiam devido ao seu atraso. Pelo atraso militar, pelo atrasocultural, pelo atraso do desenvolvimento do Estado, pelo atraso industrial, pelo atrasoagrcola. Batiam-na porque era rentvel e ficavam impunes. Lembrem-se das palavras dopoeta pr-revolucionrio: Tanto s miservel como s abastada, tanto s poderosacomo fraca, me Rssia .11Estas palavras do velho poeta foram bem compreendidas porestes senhores. Batiam-lhe e repetiam: Tu s abastada , logo podemos viver tuacusta. Batiam-lhe e repetiam: Tu s miservel, fraca , logo podemos bater-te e roubar-te impunemente. esta a lei dos exploradores: bater nos atrasados e fracos. a lei daselva do capitalismo. Ests atrasado, s fraco, ento no tens razo, logo podemos bater-te e subjugar-te. s poderoso, ento tens razo, e precisamos de ter cuidado contigo.

    Eis porque no podemos atrasarmo-nos mais.

    No passado no tnhamos nem podamos ter ptria. Mas agora, depois de termosderrubado o capitalismo e quando o poder est nas nossas mos, nas mos do povo,temos a nossa ptria e vamos defender a sua independncia. Quereis que a nossa ptriasocialista seja derrotada e que perca a sua independncia? Se no o quereis, deveis nomais breve prazo superar o seu atraso e alcanar ritmos verdadeiramente bolcheviquesna edificao da economia socialista. No h outras vias. Eis porque Lnine disse na vspera de Outubro: Ou perecer ou alcanar os pases capitalistas avanados eultrapass-los tambm economicamente.12

    9 Originalmente a palavra bey significava chefe em turco, tendo sido adoptada pelo ImprioOtomano para designar os seus governantes. ( N. Ed. )

    10 Pan significa senhor em polaco. De 1385 at 1795 a Polnia e a Litunia formaram umEstado, com capital em Cracvia, que se estendia at Kev, actual capital da Ucrnia. ( N. Ed .)

    11 Do poema de Nikolai Aleksievitch Nekrssov (1821-1878), Quem vive bem na Rssia?. ( N. Ed. )

    12 A Catstrofe Que Nos Ameaa e Como Combat-la (Setembro de 1917), V.I. Lnine,Obras Escolhidas em trs tomos, Ed. Avante Ed. Progresso, Lisboa Moscovo, 1981, t. 2, p. 199. ( N. Ed .)

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    Estamos 50 a 100 anos atrasados em relao aos pases avanados. Temos de percorreresta distncia em dez anos. Ou conseguimos faz-lo ou seremos esmagados.

    Eis o que nos ditam as nossas obrigaes perante os operrios e camponeses da URSS.

    Mas ns temos outras obrigaes, obrigaes mais srias e importantes. Trata-se dasobrigaes perante o proletariado mundial. Elas coincidem com as obrigaes doprimeiro tipo. Mas ns colocamo-las mais alto. A classe operria da URSS parte daclasse operria mundial. Ns vencemos no s graas aos esforos da classe operria daURSS, mas tambm graas ao apoio da classe operria mundial. Sem esse apoio h muitoque nos teriam fulminado. Diz-se que o nosso pas constitui a brigada de choque doproletariado de todos os pases. Isto bem dito. Mas isto impe-nos srias obrigaes.Em prol de qu nos apoia o proletariado internacional, porque merecemos esse apoio?Porque fomos os primeiros a entrar em combate contra o capitalismo. Fomos osprimeiros a instaurar o poder operrio, fomos os primeiros a comear a construir osocialismo. Merecemos esse apoio porque levamos a cabo uma tarefa que, em caso dexito, provocar uma reviravolta em todo o mundo e libertar toda a classe operria. Oque preciso para termos xito? A superao do nosso atraso, o avano da edificao aritmos acelerados, bolcheviques. Temos de avanar de modo a que a classe operria detodo o mundo, olhando para ns, possa disser: Ei-lo, o meu destacamento de vanguarda,ei-la, a minha brigada de choque, ei-lo, o meu poder operrio, ei-la, a minha ptria elesfazem bem o seu trabalho, onosso trabalho apoi-los-emos contra os capitalistas einsuflaremos a causa da revoluo mundial. Deveremos justificar as esperanas da classeoperria, deveremos cumprir as obrigaes perante ela? Sim, devemos, a menos quequeiramos desonrar-nos completamente.

    So estas as nossas obrigaes, internas e internacionais.Como vedes elas ditam os nossos ritmos bolcheviques de desenvolvimento.

    No direi que, no que respeita direco da economia, nada se fez nestes ltimos anos.Pelo contrrio, muito foi feito. Duplicmos a produo em comparao com o perodoanterior guerra. Crimos a maior produo agrcola do mundo. Mas poderamos terfeito ainda mais se nos tivssemos empenhado neste perodo em dominar efectivamentea produo, a sua tcnica, o seu lado econmico-financeiro.

    No mximo temos de percorrer em dez anos a distncia que nos separa dos pasescapitalistas avanados. Temos para isto todas as possibilidades objectivas. Apenas nosfalta a capacidade para aproveitar a srio estas possibilidades. E isto depende de ns. S de ns! tempo de aprendermos a aproveitar estas possibilidades. tempo deacabarmos a atitude carunchosa de no interveno na produo. tempo deadoptarmos outra, uma nova atitude correspondente ao perodo actual: intervir em tudo.Se fores director de uma fbrica, intervm em todos os assuntos, examina tudo, nodescuides nada, aprende, aprende sempre. Os bolcheviques tm de dominar a tcnica. tempo de os bolcheviques se tornarem eles prprios especialistas. A tcnica no perododa reconstruo decide tudo. Um dirigente econmico que no deseja estudar a tcnica,que no deseja dominar a tcnica uma anedota, e no um dirigente econmico.

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    Diz-se que difcil dominar a tcnica. No verdade! No existem fortalezas que os bolcheviques no possam tomar. Resolvemos uma srie de problemas dificlimos.Derrubamos o capitalismo. Tommos o poder. Construmos uma enorme indstriasocialista. Orientmos o campons mdio para a via do socialismo. J fizemos o maisimportante do ponto de vista da construo. Falta-nos pouco: estudar a tcnica, dominara cincia. Quando o fizermos, alcanaremos ritmos tais com que hoje nem sequerousamos sonhar.

    E f-lo-emos se o quisermos verdadeiramente.

    Pravda n. 35

    5 de Fevereiro de 1931