Sublime Peregrino

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  • RAMATS

    O SUBLIME PEREGRINO

    6 a EDIO

    OBRA PSICOGRAFADA POR HERC1LIO MAES

    Revista por JOS FUZEIRA

    LIVRARIA FREITAS BASTOS S. A. Rua 7 de Setembro, 127/129 - 20.050 - Rio de Janeiro - RJ Rua Maria Freitas, 110-A - 21.351 - Rio de Janeiro - RJ Rua 15 de Novembro, 62/66 - 01013 - So Paulo - SP Rua

    Domingos de Morais, 2.414 - 04036 - Vila Mariana - SP

  • ALGUMAS PALAVRAS

    Prezados leitores.

    Cabe-nos dar algumas breves explicaes & respeito desta obra intitulada

    "O Sublime Peregrino". No se trata propriamente de uma histria de

    Jesus em absoluta cronologia com todos os seus passos na Terra.

    Calcula-se que j ultrapassam 7 000 as obras escritas sobre sua

    existncia, e todas elas fundamentadas ou baseadas nos relatos

    evanglicos de Mateus, Lucas, Joo e Marcos, que so a nica fonte

    biogrfica de referncia oficial da passagem do Mestre Cristo entre os

    homens. Em conseqncia, achamos que seria desperdcio de tempo

    tentarmos com Ramats mais uma "Vida de Jesus", nos moldes das

    biografias j existentes, as quais nos apresentam tantos aspectos dele,

    que at nos parecem tratar-se de centenas de indivduos diferentes!

    Ento preferimos indagar a Ramats quanto aos principais fatos da

    existncia do Amado Mestre Jesus, mas sem qualquer receio de tabus,

    proibies, dogmas, pieguismo, crenas e interesses religiosos, malgrado

    isso possa causar choques emotivos nos tradicionalistas e protestos dos

    mais sentimentalistas, ainda condicionados s tradies religiosas.

    Sabamos que Ramats fora conhecido filsofo egpcio, no tempo de

    Jesus, e assim poderia dizer-nos algo daquela poca e da vida do prprio

    Mestre. Mobilizamos assuntos nevrlgicos e perguntas at impertinentes

    sobre Jesus de Nazar, o Redentor da humanidade, mas procuramos

    conhec-lo como o homem incomum, magnfico e santificado, que seria

    mais lgico, em vez do Mito alvo da adorao fantica e inconsciente

    imposta pelos dogmas da especulao religiosa organizada. Ademais,

    queramos saber quanto a sua "descida Terra, sua identidade

    sideral, porque nascera na Judia, qual o processo tcnico de sua

    encarnao, o seu contato com os Essnios, a natureza da traio de

    Judas, a realidade dos seus milagres e feitos, os motivos bvios de sua

    conde nao cruz, o seu julgamento perante o Sindrio e Pilatos, a

    razo das passagens evanglicas que lhe desmentem a bondade e a

    tolerncia, a verdade ou fantasia do Cristo Planetrio, e, finalmente,

    qual fora a sua contextura humana, fsica ou fludica?

  • Quanto s simpatias ou antipatias, censuras ou elogios, problema

    que no nos preocupa, uma vez que a nossa inteno servir e ser til a

    uma causa espiritual de amplitude coletiva, quaisquer que sejam as

    crticas humanas a respeito e nossa tarefa. Antevemos os protestos de

    certos setores religiosos grampeados ainda ao subjetivismo dos "milagres"

    e das fantasias mitolgicas; chegando at a admitir que o prprio Deus

    se travestiu de homem para ento poder salvar a humanidade. E tambm

    discordaro desta obra os espiritualistas que admitem a excentricidade

    de um Jesus fludico, a competir com os homens mediante o privilgio de

    uma natureza humana diferente das leis biolgicas da procriao..

    Na funo de mdium de Ramats, tudo fizemos para recepcionar o

    seu pensamento com iseno de nimo e sem qualquer premeditao

    medinica. "O Sublime Peregrino" no somente uma tentativa para

    focalizar novos ngulos da vida de Jesus atravs da psicografia; mas,

    principalmente, dar-nos algo de sua prpria contextura sideral fora da

    matria, a natureza de suas relaes com os planos da vida csmica e com

    o Esprito Planetrio da Terra! Esse ento o Jesus que precisamos

    sentir permanentemente em ns mesmos, porque ultrapassa o "tempo" e

    o "espao", e significa a Fonte inesgotvel, o "caminho, a verdade e a

    vida" de nossa ventura espiritual!

    Curitiba, 15 de dezembro de 1964 Grupo Ramats

  • PREMBULO DE RAMATS Meus irmos.

    Esta obra prende-se a algumas lembranas do contato que tivemos

    com Jesus de Nazar, na Palestina, e de indagaes que fizemos a

    alguns dos seus prprios discpulos naquela poca, e a outros, aqui no

    Espao. Alguns quadros ou configuraes de sua infncia, adolescncia

    e maturidade, pudemos reviv-los recorrendo aos arquivos ou "registros

    etricos", fruto das vibraes das ondas de luz, ao ter ou "kase" dos

    orientais, que fotografa desde o vibrar de um tomo at a composio

    de uma galxia (1).

    Em vez de tecermos uma biografia romanceada, em que a nossa

    imaginao ou do mdium suprisse os elos faltantes ou obscuros,

    esforamo-nos para deixar-vos uma idia mais ntida e certa da

    realidade do Esprito anglico de Jesus, que jamais discrepou da vida

    fsica, pois viveu sem exorbitar dos costumes e das necessidades

    humanas. Atendendo SUgesto dos nossos Maiorais da

    Espiritualidade, procuramos esclarecer os leitores sobre diversos

    conhecimentos da vida oculta e prepar-los para as revelaes

    futuras, com referncia contextura do seu esprito imortal. Eis os

    motivos das "divagaes", que costumamos tecer propositadamente

    Tora dos temas fundamentais de nossas obras, as quais ento

    proporcionam aos nossos leitores o ensejo de uma doutrinaro suave,

    indireta e desapercebida, que os auxilia a ajustar os fragmentos de

    suas prprias aquisies espirituais. O que

    (1) "Conforme no mais ignoram os estudiosos e pensadores do Espiritismo,

    as poderosas sensibilidades etricas, as ondas luminosas disseminadas pelo

    Universo, o fluido universal, enfim, sede da Criao, veculo da Vida, possui a

    prodigiosa capacidade de fotografar e arquivar em .suas Indescritveis essnclas

    os acontecimentos desenrolados sob a luz do Sol, na Terra, ou pela vastido

    do Infinito" Trecho extrado da pg. 56, da obra, "Dramas da Obsesso,", de Yvonne

    A Pereira, editada pela Federao Esprita Brasileira.

  • lhes seria mais rido numa busca isolada sobre o esprito, fica-lhes mais

    atraente e fcil, quando disseminado em torno de um assunto vertebral na

    leitura espiritualista.

    No defendemos "tese", nem pretendemos firmar pontos doutrinrios nos

    relatos sobre "O Sublime Peregrino"; tentamos apenas revelar-vos algumas

    atitudes e estados de esprito do Mestre Jesus, que se ajustam realmente sua

    elevada contextura espiritual. Cabe ao leitor achar justo, certo ou

    inverossmil o texto desta obra, o que, sem dvida, ser de conformidade

    com o seu prprio grau espiritual. Em verdade, todos ns descobrimos, dia a

    dia, que ainda sabemos muito pouco sobre a natureza sideral de Jesus, e, possi-

    velmente, s depois de alguns milnios poderemos conhec-la em sua

    plenitude! Uma vez que no nos move a vaidade insensata de querermos

    contentar a todos os homens, desde j asseguramos o nosso respeito e a nossa

    compreenso diante de qualquer opinio sobre esta obra.

    H sculos que os homens desperdiam seu precioso tempo na indagao

    de mincias dos acontecimentos ocorridos em torno do Mestre Jesus. No

    entanto, descuram-se de considerar e praticar os seus admirveis ensinamentos

    de redeno moral e espiritual. Quanto ao seu nascimento, certos estudiosos,

    baseados na histria profana, o julgam nascido em Nazar; e outros,

    conforme a tradio evanglica da Igreja Catlica (1-A), o crem oriundo de

    Belm. E alguns ehegam a atribuir o nascimento do Mestre Galileu, em Belm,

    necessidade de se justificar a lenda criada para situ-lo na man jedoura e

    assim cumprirem-se integralmente as profecias do Velho Testamento (2).

    A tradio mitolgica costuma sempre descrever o nascimento dos grandes

    iniciados ou avatares destinados a desempenharem relevantes misses sociais ou

    espirituais, como provindos de virgens e sob misterioso esponsalcio estranho

    ordem natural do sexo e da gestao. Crisna, Lao-Tse, Zo-roastro, Buda,

    Salivahana e outros instrutores espirituais nasceram de virgens e atravs de

    fenmenos ou processos extraterrenos. Jesus, portanto, devido sua elevada

    hierarquia

    (1-A)Nota do Revisor: Segundo o Evangelho de So Joo, cap.I,vers.45-6, o

  • apstolo refere-se Jesus de Nazar, filho de Jos.Do fato de ter sido criado em

    Nazar, que resultou o cognomeJesus de Nazar, embora tenha realmente nascido em Belm.

    (2) Mateus, capII,vers.1 e 23. Lucas,cap.II,vers.4 a 7. Isaas,cap.IX,vers.6 e

    sideral, tambm no escaparia de vir luz do mundo sem alterar a

    virgindade de Maria e ser concebido "por obra e graa do Esprito Santo"!

    Ainda existem outras preocupaes quanto a certos acontecimentos, tais como

    se Jos e Maria realmente se movimentaram para atender ao recenseamento

    ordenado pelos romanos. Se isso aconteceu, s poderia ter ocorrido no reinado

    de Quirinus, aps a queda de Arquelau. Mas se Jesus nasceu sob o poder de

    Herodes, conforme asseguram os dois evangelhos , ento a viagem de Jos e

    Maria rumo a Jerusalm no se realizou, porquanto no regime de Herodes no

    houve qualquer recenseamento.

    E ainda multiplicam-se as dvidas ou discordncia a respeito de Jesus,

    pois at os espritas, apesar de mais esclarecidos quanto verdadeira vida

    espiritual, tambm divergem sobre a natureza do corpo do Mestre. Uma

    parte admite Jesus com um corpo fsico e sujeito s contingncias comuns da

    vida carnal; outros preferem a tese dos "Quatro Evangelhos", de

    Roustaing, obra mais afim s revelaes mitolgicas do catolicismo e

    responsvel pela concepo do "corpo fludico". Alis, essa assertiva de Jesus

    ter um "corpo fludico" ajusta-se ao mistrio da sua "ascenso em corpo e

    alma", a qual no admitida pelos espritas kardecistas

    No entanto, estas discusses sobre as caractersticas ou mincias dos

    acontecimentos ocorridos quanto ao nascimento de Jesus constituem perda de

    tempo, pois o aspecto mais importante a sua vida de abnegao e sacrifcio

    ilimitados, no sentido de "salvar" a humanidade! Belm ou Nazar., o lar ou a

    mangedoura, corpo fsico ou fludico, milagres ou trivialidades so circunstncias

    incapazes de influir sobre o contedo do seu Evangelho, o mais avanado

    Cdigo de Leia de aperfeioamento espiritual. Jesus sempre viveu em ti

    mesmo os ensinamentos e conceitos salvadores ensinados ao homem

    terreno; obviamente, muito mais valiosa e importante a sua doutrina e no os

    aspectos humanos do ambiente onde ele nasceu e viveu! A consumao do seu

    holocausto na cruz foi o coroamento messinico c a confirmao

    inconfundvel de toda sua doutrina recomendada humanidade e sem

  • derrogar as leis do mundo material, pois os seus prprios "milagres" nada

    tinham de sobrenaturais, mas podiam ser facilmente explicveis pelas leis da

    fsica transcendental com relao aos fenmenos medinicos hoje conhecidos.

    (3) Mateus,II v.I. LucasI v.5. Jesus, embora fosse um anjo exilado do Cu, viveu junto dos terrcolas, lutando

    na vida, humana com as mesmas armas, sem privilgios especiais e sem

    recorrer a interferncias extraterrenas para eximir-se das angstias e dores

    inerentes sua tarefa messinica. O seu programa na Terra destinou-se a

    libertar tanto o sbio e o rico, como o iletrado e o pobre; por isso enfrentou

    as mesmas reaes comuns a todos os homens, suportando as tendncias

    instintivas e os impulsos atvicos, prprios de sua constituio biolgica he-

    reditria, embora lhe atribussem uma linhagem excepcional da estirpe de

    Davi . O Mestre mobilizava todos os recursos possveis para evitar sua

    desencarnao prematura, cujo corpo de carne se ressentia do potencial

    elevado das vibraes sidreas emitidas pelo seu Esprito anglico. Vivia,

    em alguns minutos, os pensamentos, as emoes, angstias e ansiedades que

    os terrcolas no conseguiam viver em uma existncia. O ritmo do

    metabolismo de sua vida espiritual ultrapassava o limite urico de toda a

    humanidade terrquea, e os seus raciocnios transbordavam fora do tempo

    e do espao, exaurindo-lhe o crebro.

    No seu hercleo esforo para situar-se a contento, na carne, Jesus

    assemelhava-se a um raio de sol tentando acomodar-se numa vasilha de

    barro! A sua mente vivia hipertensa, cujo impacto se descarregava sobre os

    plexos nervosos, oprimiam-lhe o crebro, os nervos, o sangue e os vasos

    capilares, resultando, ento, perigosos hiatos na rede circulatria. O

    turbilho de pensamentos criadores vibrava e descia da superconscincia;

    ele ento recorria aos jejuns peridicos, a fim de o seu esprito conseguir

    maior liberdade nessas fases pr-agnicas de desafogo da matria. Outras

    vezes, o prprio organismo mobilizava recursos biolgicos de emergncia e

    vertia suor e sangue, compensando, com essa descarga imediata de humores, a

    perigosa tenso "psicofsica", fruto do fabuloso potencial de energia

    espiritual a lhe prensar a carne frgil(5) !

  • (4)Lucas,cap. II,v.4. 2 Epstola de Paulo a Timteo,cap II,vers.8

    (5)Nota do Revisor: O Evangelho de Lucas, cap.XXII.vers.44, refere o seguinte:E veio-lhe um suor de sangue, como de gotas de sangue, que caia sobre a terra. Trata-se de suor sangneo, por hemorragia das glndulas

    sudorparas, que a Medicina chama de hematidrose.

    Embora as paixes e os desejos estejam na alma, Jesus tambm se via obrigado

    a mobilizar os seus recursos anglicos, a fim de neutralizar as vibraes pesadas

    do ambiente onde se encontrava, assim como as flores delicadas resistem aos

    ventos agressivos. A prpria narrativa religiosa simboliza na tentao de

    Satans (6) ao Mestre Jesus, no ''deserto da vida humana", a fora dos impulsos

    da animalidade pretendendo enla-lo nas teias sedutoras da vida sensual e

    epicurstica do mundo.

    Malgrado o terrcola ainda no possuir sensibilidade moral apurada, em condies

    de avaliar o imenso sacrifcio e abnegao despendidos por Jesus para descer aos

    charcos do vosso mundo, so bem menores as lutas, angstias e os tormentos do

    pecador, no sentido de purificar-se at subir s esferas da angelitude, ante o

    martrio do anjo que renuncia s venturas celestiais dos mundos divinos, para

    descer ao abismo pantanoso dos mundos materiais, como sucedeu a Jesus.

    E' bem mais fcil e cmodo despojarmo-nos dos trajes enlameados e tomarmos

    um banho refrescante, do que vestirmos roupas pesadas e descermos a um fosso

    de lodo repulsivo e infeccionado, onde se debatem criaturas necessitadas de

    nosso auxlio.

    Paz e Amor. Ramats.

  • Captulo I

    CONSIDERAES SOBRE A DIVINDADE E EXISTNCIA DE JESUS

    PERGUNTA: Que dizeis a respeito do dogma catlico, que afirma ter sido Jesus o prprio Deus encarnado, feito homem para salvar

    a humanidade?

    RAMATfS: Em verdade, Jesus o Esprito mais excelso e genial da Terra, da qual o seu Governador Espiritual. Foi tambm o mais

    sublime, herico e inconfundvel Instrutor entre todos os mensageiros

    espirituais da vossa humanidade. A sua encarnao messinica e a

    sua paixo sacrificial tiveram como objetivo acelerar, tanto quanto

    possvel, o ritmo da evoluo espiritual dos terrcolas, a fim de

    proporcionar a redeno do maior nmero possvel de almas,

    durante a "separao do joio e do trigo, dos lobos e das ovelhas", no

    proftico Juzo Final j em consecuo no sculo atual.

    PERGUNTA: Podereis referir alguns aspectos e detalhes, quanto ao critrio dessa separao em duas ordens distintas?

    RAMATS: O "trigo" e as "ovelhas" simbolizam os da "direita" do Cristo: so os pacficos, altrustas, humildes e compassivos,

    representantes vivos das sublimes bem-aventuranas do Sermo da

    Montanha. O caso semelhante ao que se processa num jardim,

    quando o jardineiro decide arrancar as ervas daninhas que asfixiam

    as flores; e, em seguida, aduba a terra, a fim de obter uma florao

    sadia e bela.

    O outro grupo de espritos situados "esquerda" do Cristo,

    referidos na profecia como sendo o "joio" ou os "lobos", compem-se

    dos maus, dos cruis, avarentos, irrascveis, orgulhosos, egostas,

    hipcritas, luxuriosos ou ciumentos. Semelhantes erva daninha do

    jardim, eles sero "arrancados" ou "excludos" da Terra para um

    planeta inferior, compatvel com suas paixes e vcios. No entanto,

    como o Pai jamais perde uma s ovelha do seu rebanho, tais

    "esquerdistas", depois de "limpos" ou "redimidos" no exlio planetrio

    purgatorial, regressaro sua velha morada terrena para

  • harmonizar-se sua humanidade.

    Conseqentemente, os exilados da Terra sentir-se-o "estranhos" no

    planeta para onde foram expulsos; e, em certas horas de nostalgia

    espiritual, criaro tambm a lenda de um Ado e Eva enxotados do

    Paraso, por haverem abusado da "rvore da vida" . Ento, no astro-

    exlio surgir uma verso nova da lenda dos "anjos decados", como j

    aconteceu h milnios, na Terra, por parte dos exilados de outros orbes

    submetidos a juzo final semelhante. E quando esses expatriados

    voltarem a reencarnar na Terra, que a sua "casa paterna", ento o

    Pai se rejubilar !

    No Terceiro Milnio, a Terra ser promovida a um grau sideral ou curso

    espiritual superior, algo semelhante ao gjnsio do currculo humano,

    cujos inquilinos ou moradora; sero os espritos graduados "direita"

    do Cristo, conforme Joo diz no seu Apocalipse (Cap. XXI, vers. 27):

    "No entrar nela (Terra) coisa alguma contaminada, nem quem

    cometa abominao ou mentira, mas somente aqueles que esto

    escritos no livro da vida do Cordeiro". Em verdade, no Terceiro Milnio,

    s entraro na Terra, pela "porta" da reencarnao, os espritos

    devidamente ajustados ao Evangelho de Jesus, no simbolismo das

    "ovelhas", do "trigo" e dos "direitistas".

    PERGUNTA: Qual uma idia mais ampla, quanto a Jesus ser o "Salvador" dos homens, conforme aludistes h pouco?

    RAMATS: As profecias do Velho Testamento sempre se referiram a um Messias, eleito de Deus, "Salvador" da humanidade terrena e

    libertador do Povo de Israel, cativo dos romanos. Mas os profetas

    no explicaram qual seria a natureza dessa "salvao". nem

    deixaram quaisquer indicaes que pudessem esclarecer os exegetas

    modernos. No entanto, a humanidade do sculo XX j est

    capacitada para entender o sentido exato do vocbulo "Salvador", e

    tambm qual a natureza da tarefa de Jesus junto aos homens.

  • O seu Evangelho, como um "Cdigo Moral" dos costumes e das regras

    da vida anglica, proporciona a "salvao" do esprito do homem,

    libertando-o dos grilhes do instinto animal e das iluses da vida

    material. Essa "salvao", no entanto, ainda se amplia noutro sentido,

    porque os redimidos ou "salvos" dos seus prprios pecados tambm

    ficam livres da emigrao compulsria para um planeta inferior, cujo

    acontecimento j se processa na vossa poca, simbolizado pelo "Fim

    dos Tempos" ou "Juzo Final"!

    Os evangelizados ou "salvos" das algemas das paixes da

    animalidade devem corresponder ao simbolismo do "trigo", da -'ovelha"

    ou da "direita" do Cristo, a fim de ficarem desobrigados de uma

    emigrao retificadora para outro orbe inferior, sendo-lhes permitido

    reencarnar-se na Terra, participando da humanidade sadia e pacfica

    predita para o Terceiro Milnio (3). Em conseqncia, a humanidade

    futura ser composta dos "escolhidos" "direita" do Cristo e perfei-

    tamente integrados no seu Evangelho redentor.

    PERGUNTA: Qual a outra afirmao da Igreja Catlica, de que Jesus era o "Filho de Deus", como a segunda pessoa da Santssima

    Trindade manifesta na carne?

    RAMATS: Jesus nunca afirmou que era o prprio Deus manifesto na segunda pessoa da Santssima Trindade, nem se pronunciou

    diferente da natureza dos demais homens. Mas deixou bem claro a

    sua condio de irmo de todos os homens e filhos do mesmo Deus,

    quando por diversas vezes assim se dirigiu aos seus discpulos: "Eu

    vou a meu Pai e a vosso Pai, a meu Deus e a vosso Deus". B'

    evidente, nesse conceito, que ele se referia a Deus como o Pai de

    todos os homens; e a todos os homens como filhos desse mesmo

    Deus.

    PERGUNTA: Podereis citar-nos algum fato ou versculo do Novo Testamento, comprovando-nos o fato de Jesus no ser o prprio Deus

    encarnado?

    RAMATS: Deus, o Absoluto, o Infinito, jamais poderia ser enclausurado ou "comprimido" nas limitaes da forma humana, assim

    como um pequeno lago no pode suportar e conter o volume das

  • guas do oceano!

    A Terra, planeta uo educao primria a se mover entre bilhes de

    outros planetas mais evoludos, jamais poderia

    (3) Vide a obra de Ramats "Mensagens do Astral", cap. I, II e X I ,

    respectivamente, "Os Tempos so Chegados", "O Juzo Final" e "Os que Emigraro para

    um Planeta Inferior".

    justificar a derrogao das leis do Universo Moral, no sentido de o

    prprio Deus tomar a forma humana, para "salvar" a humanidade

    terrcola, ainda dominada pela cupidez, sensualidade, avareza, cime e

    orgulho! Isso seria to absurdo, como se convocar um sbio da

    categoria de Einstein para ensinar os rudimentos da aritmtica aos

    alunos primrios!

    Deus jamais precisaria encarnar-se na Terra para despertar os

    terrcolas, quanto aos objetivos superiores da vida imortal. A revelao

    espiritual no se faz de chofre; ela gradativa e prodigalizada

    conforme o entendimento e o progresso mental dos homens. Assim, em

    pocas adequadas, baixaram Terra instrutores espirituais como An

    tlio, Numu, Orfeu, Hermes, Crisna, Fo-Hi, Lau Tse, Confcio, Buda, Ma-

    harshi, Ramacrisna, Kardec e Ghandi, atendendo particularmente s

    caractersticas e aos imperativos morais e sociais do seu povo. Jesus,

    finalmente^ sintetizou todos os conhecimentos cultuados pelos seus

    precursores, e at por aqueles que vieram depois dele. O seu

    Evangelho, portanto, uma smula de regras e de leis do "Cdigo

    Espiritual", estatudo pelo Alto, com a finalidade de promover o homem

    sua definitiva cidadania anglica.

    Alis, Jesus quem nos comprova no ser ele o prprio Deus,

    porquanto do alto da cruz, num dos seus momentos inais

    significativos, exclamou: "Pai! Perdoai, pois eles no Babem o que

    fazem"! Por conseguinte, absolutamente lgico e evidente que a sua

    splica ao Pai, rogando pelos seus algozes, demonstra a existncia na

    cn^z do martrio de um " f i lho espiritual", feito homem e no o prprio

    Deus!

  • Se Jesus fosse o prprio Cus feito carne, por que ento e l e se

    dirigiu a um Pai que, sem dvida, estava nos Cus? (4)

    PERGUNTA: Somos de opinio que.Jesus, apesar de toda sua capacidade espiritual e graduao anglica, gozava de uma

    assistncia excepcional do Alto. Essa designao de "Filho de Deus"

    devia referir-se mais propriamente ao fato dele exercer uma atividade

    incomum na Terra. No ass im?

    (4) Nota do Revisor: Vide Epstola aos Gaiatas, cap. IV,vers. 4: "Mas quando veio o cumprimento do tempo, enviou Deus o seu filho, nascido de mulher,nascido sujeito

    lei. evidente que Paulo de Tarso, nessa epistola, deixa bem claro que Jesus

    no Deus.E se o Mestre foi nascido de mulher e sujeito lei, bvio que nasceu

    com um corpo carnal e de modo comum e humano, como os demais homens. A

    citao de Paulo no admite outra concluso.

    RAMATS: No foi a condio excepcional da "Filho de Deus", como um ser divino e acima da contextura humana dos terrcolas, nem o

    efeito de uma assistncia privilegiada, o sustento de Jesus na sua

    obra redentora, mas a sua f ardente e convico inabalvel em favor

    da humanidade terrena. Ele j possua em si mesmo, por fora de sua

    hierarquia espiritual, a ventura ou a paz to desejadas pelo homem

    terreno. O xito absoluto na sua tarefa salvacionista no dependeu

    de protees celestiais privilegiadas, rnas do seu amor intenso e puro,

    de seu afeto desinteressado e incondicional para com o homem! Essas

    virtudes expandiam-se naturalmente de sua alma e contagiavam

    quantos o cercavam, assim como o cravo e o jasmim no podem evitar

    que o perfume inerente sua natureza floral tambm se desprenda

    sobre as demais flores do jardim!

    Jesus no tinha dvidas quanto realidade do "Reino de Deus" a

    ser fundado entre os homens, porque esse ideal era manifestao

    espontnea de sua prpria alma, j liberada da roda viciosa das

    encarnaes planetrias. Nada mais o atraa para os gozos e os

    entretenimentos da vida carnal! Todo o fascnio e convite capcioso do

    mundo exterior no conseguiam alici-lo para o seu reinado

  • "cesariano", ou faz-lo desistir daquele "reino de Deus", que ele

    pregava ao homem, no sentido de "salv-lo" da iluso e do cativeiro

    carnal!

    A tarefa messinica de Jesus desenrolava-se sem quaisquer

    hesitaes de sua parte, sustentada pela vivncia superior do seu

    prprio esprito. A sua presena amiga e o seu semblante sereno

    impressionavam a todos os ouvintes, quer fossem os apstolos,

    discpulos, simpatizantes, homens do povo ou at inimigos!

    Assim como o calor revigora o corpo enregelado, sua presena

    semeava o nimo e a esperana, fazendo as criaturas esquecerem os

    prprios interesses da existncia humana. A fonte que mitiga a sede

    dos viandantes no precisa de "interferncias misteriosas" para aliviar

    os sedentos; ela j possui o atributo refrescante como condio

    inerente sua prpria natureza. Jesus tambm era uma fonte sublime

    e abenoada de "gua espiritual", sempre pronta a mitigar a sede de afeto, de alegria e de esperana dos peregrinos da vida terrena, sem

    usar de armas agressivas, de moedas, de recursos polticos, de

    credenciais acadmicas para divulgar a "Boa Nova" ! Em vez de

    recrutar os seus discpulos entre os doutos e os ricos, escolheu-os

    entre os pescadores rudes e Ignorantes, porm honestos e sinceros.

    Esprito magnnimo e sbio, embora humilde, ningum poderia

    super-lo ou venc-lo no ambiente terrqueo, pois sua aura excelsa,

    radiante de luz, embora imperceptvel aos sentidos dos que o

    cercavam, traava fronteiras defensivas contra as ms intenes e os

    maus pensamentos dos seus detratores.

    PERGUNTA: Porventura Jesus tambm evoluiu de modo idntico aos demais homens, conforme vos referistes s suas encarnaes

    noutros mundos?

    RAMATS: Jesus tambm foi imaturo de esprito e fez o mesmo curso espiritual evolutivo atravs de mundos planetrios, j

    desintegrados no Cosmo. Isso foi h muito tempo, mas decorreu sob o

    mesmo processo semelhante ao aperfeioamento dos demais homens.

    Em caso contrrio, o Criador tambm no passaria de um Ente injusto

    e faccioso,capaz de conceder privilegias a alguns de seus filhos

    preferidos e deserdar outros menos simpticos, assemelhando-se aos

  • polticos terrenos, que premiam os seus eleitores e hostilizam os

    votantes de outros partidos. Em verdade, todas as almas

    equacionam sob igual processo evolutivo na aquisio de sua

    conscincia espiritual e gozam dos mesmos bens e direitos siderais!

    Jesus alcanou a angelitude sob a mesma Lei que tambrm orienta o

    selvagem embrutecido para a sua futura emancipao espiritual,

    tornando-o um centro criador de novas conscincias no seio do Cosmo.

    Ele forjou, a sua conscincia espiritual sob as mesmas condies

    educativas do bem e do mal, do puro e do impuro, da sombra e da luz,

    tal qual acontece hoje com a vossa humanidade! Os orbes que lhe

    serviram de aprendizado planetrio j se extinguiram e se tornaram em

    p sideral, mas as suas humanidades ainda vivem despertas pelo

    Universo, sendo ele um dos seus venturosas cidados.

    PERGUNTA: Alguns espritas afirmam que a evoluo de Jesus processou-se em linha reta. Podeis esclarecer-nos a esse respeito?

    RAMATS: Essa afirmao no tem fundamento coerente, pois a simples presuno de Jesus ter sido criado espiritualmente e com um

    impulso de inteligncia, virtude ou sabedorla inata, constituiria um

    privilgio de Deus a uma alma de sua preferncia! Isso desmentiria o

    atributo divino de bondade e Justia infinitas do prprio Criador.

    Alis,no h desdouro algum para o Mestre ter evoludo sob o regime

    da mesma lei a que esto sujeitos os demais espritos, pois isso

    ainda confirma a grandeza do seu esprito aperfeioado pelo prprio

    esforo. Nenhum esprito nasce perfeito, nem possui qualquer sentido

    especial para a sua ascese espiritual parte; todos so criados

    simples e ignorantes, cuia conscincia ou "livre arbtrio" se

    manifesta atravs do "tempo-eternidade", mas sem anular o esforo

    pessoal na escalonada da angelitude.

    E Jesus no fugiu essa regra comum, pois forjou a sua

    conscincia de Amor e Sabedoria Csmica ao nvel dos homens,

    lutando, sofrendo e aprendendo os valores espirituais no intercmbio

    dos mundos materiais. Ele tornou-se um ente sublime porque

    libertou-se completamente das paixes e dos vcios humanos;

    mas no se eximiu do contato com as impurezas do mundo carnal!

    A sublimidade da flor no reside apenas na sua conformao formosa,

  • mas, acima de tudo, na sua capacidade de transformar detritos dos

    monturos em clices floridos e odorferos!

    Assim como impossvel a um professor analfabeto ensinar os alunos

    ignorantes do ABC, Jesus tambm no poderia prescrever aos

    homens a cura dos seus pecados, caso ele j no os tivesse vivido

    em si mesmo! Justamente por ele ter sofrido do mesmo mal, ento

    conhecia o medicamento capaz de curar a enfermidade moral da

    humanidade terrena! ... Jesus, alhures, j foi um pecador como

    qualquer homem do mundo; porm, ele venceu as iluses da vida

    carnal, superou a coao implacvel do instinto animal e seu

    corao transbordante de Amor envolve todos os cidados da Terra!

    PERGUNTA: Que dizeis de certos autores, alguns sinceros e outros apenas talentosos, quando asseguram que Jesus foi apenas um "mito"

    e jamais existiu fisicamente no seio da humanidade terrena?

    RAMATS: E' indiscutvel que Jesus no s comprovou as predies do Velho Testamento, como ainda correspondeu completamente s

    esperanas do Alto na sua misso espiritual junto aos terrcolas. Os

    profetas tentaram comunicar aos judeus as premissas principais da

    identificao do Messias, assim como o tempo de sua vinda ao orbe,

    pois asseguraram que Israel seria o povo eleito para tal evento to

    importante. Conforme as predies de Isaas (Cap.II, vers. 6 a 8),

    depois do advento do Salvador, todas as coisas se ajustariam, pois

    at o "cordeiro se deitaria com o lobo, o leo comeria a palha junto ao

    boi e um pequeno menino conduziria as feras". E as profecias ainda

    advertiam a raa de Israel, eleita para o advento do Messias, quanto

    sua queixa, mais tarde, ao exclamar que "o povo para o qual viera,

    no o conhecera". Corroborando tal predio, os judeus de hoje

    ainda adoram Moiss, profeta irascvel, vingativo e at cruel; e

    olvidam Jesus, pleno de amor, bondade e renncia, porque,

    realmente, "ainda no reconheceram o seu verdadeiro Messias"!

    Efetivamente, causa estranheza o fato de certos autores ainda

    considerarem Jesus um mito ou embuste religioso, e lhe negarem a

    vida fsica e coerente na Terra. Em verdade, Jesus justamente o

    ser cada vez mais vivo entre os homens; pois a sua doutrina,

    crescendo em todos os sentidos, j influencia at os povos afeioados

  • aos credos de outros instrutores. Se o fulgor da Roma de Augusto

    ofuscou os historiadores da poca, fazendo-os ignorar a figura de

    Jesus, isso no o elimina da face da Terra, nem o desfiguram as

    lendas semelhantes j atribudas a Adonis, Crisna, Buda, Orfeu, tis,

    Osiris, Dionsio ou Mitras. Apesar das inequvocas referncias

    histricas sobre Anbal, Jlio Csar, Carlos Magno ou Napoleo; ou

    mesmo sobre filsofos excepcionais, como Scrates, Plato, Epicuro,

    Aristteles, Spinoza ou Marco Aurlio, eis que Jesus, o "mito", sobrepuja,

    em celebridade, a todos esses homens famosos!

    Por que Jesus, o "mito", supera a realidade e vive cada vez mais

    positivo e imprescindvel no corao da humanidade* terrena, enquanto

    famosos personagens "histricos" arrefecem no seu prestgio atravs

    dos tempos? Em verdade, os homens j experimentaram todas as

    filosofias, reformas religiosas e todos os cdigos morais e sociais, e,

    no entanto, no lograram uma soluo definitiva para os seus

    problemas angustiosos. A humanidade terrena do sculo XX, cada vez

    mais neurtica e desesperada, pressente a sua derrocada inevitvel,

    ante o requinte e a fria dos mesmos conflitos odiosos e guerras

    fratricidas do passado! Os homens da caverna no evoluram nem se

    humanizaram; apenas trocaram o tacape pelo revlver de madreprola,

    ou o porrete pela metralhadora eletrnica! Matava-se a pedras e paus,

    um de cada vez; hoje, mata-se urna civilizao derretendo a sob o

    impacto da bomba atmica! Paradoxalmente, no a cultura e a

    experincia real transmitidas pela Histria o fundamento

    convincente para solucionar os problemas humanos to aflitivos

    na atualidade. As criaturas esto tomadas pela desconfiana;

    duvidam da cincia que lhes d o conforto material, mas no

    lhes ameniza a angstia do corao;descrem de todas inovaes

    sociais e educativas, que planejam um futuro brilhante mas no

    proporcionam a paz de esprito! No entanto, Jesus, o "mito" esquecido

    pela histria profana, ainda o nico medicamento salvador do

    homem moral e psiquicamente enfermo do sculo atual! S o seu

    Amor e o seu Evangelho podero amainar as paixes humanas e

    harmonizar os seres numa convivncia pacfica e jubilosa! Se Jesus

    fosse fruto da fantasia religiosa, ento teramos de concordar com a

  • inverso de todos os valores do conhecimento humano, a ponto de

    no distinguirmos o fantasioso do real! Que fora poderosa alimentou

    a vivncia desse Mestre Cristo "imaginrio", fazendo-nos

    reconhecer-lhe um porte moral e espiritual do mais alto quilate

    humano? Qualquer homem pode negar a existncia de Jesus; porm,

    jamais h de oferecer ao mundo conturbado e corrupto uma soluo

    mais certa e mais eficaz do que o seu Evangelho!

    PERGUNTA: Existe alguma fonte histrica que anotou a figura de Jesus?

    RAMATS: Alguns estudiosos confiaram na referncia feita por Josefo, na sua obra "Antigidade das Judeus", 93 anos depois de

    Cristo, aceitando como relato histrico da autenticidade do Mestre

    Galileu a seguinte passagem: "Nesse tempo viveu Jesus, um homem

    santo, se homem pode ser chamado, porque fez coisas admirveis,

    que ensinou aos homens; e inspirado recebeu a Verdade. Era seguido

    por muitos judeus e muitos gregos. Foi o Messias".

    Mas, a nosso ver, as provas mais autnticas da vida de Jesus so

    as referncias perseguio aos "cristos", isto , os seguidores do

    Cristo! Havendo cristos martirizados por

  • cheio; de aspecto muito sereno; nenhuma ruga ou mancha se v em

    sua face; o nariz e a boca so irrepreensveis. A barba espessa,

    semelhante aos cabelos, no muito longa e separada pelo meio; seu

    olhar muito afetuoso e grave; ter os olhos expressivos e claros,

    resplandecendo no seu rosto como os raios do sol; porm, ningum

    pode olhar fixo o seu semblante, pois se resplende, subjuga; e quanto

    ameniza, comove at s lgrimas ! Faz-se amar e alegre; porm, com

    gravidade. Nunca algum o viu rir, mas, antes, chorar" (5).

    PERGUNTA: Sob a vossa opinio, quais so as fontes no histricas, mas autnticas, para informarem sobre a existncia de Jesus?

    RAMATS: Sem dvida, a fonte mais autntica no histrica a narrativa dos quatro evangelistas, apesar de interpolaes e dos

    retoques que sofreu, inclusive tambm quanto a algumas

    contradies existentes entre os prprios narradores. Mas fonte

    idnea, porque manteve a unidade psicolgica e os propsitos

    messinicos do esprito de Jesus. Entre os quatro evangelistas, dois

    deles foram testemunhas oculares dos acontecimentos ali narrados;

    e, por isso, mostram-se vivos e naturais nos seus relatos; os outros

    dois interrogaram minuciosamente as testemunhas que

    presenciaram as atividades de Jesus ou delas participaram na poca.

    Superando as interpolaes perceptveis a uma analisa percuciente

    os quatro evangelistas se mostram imparciais, singelos e seguros,

    pois eles narram os fatos diretamente, sem muitas divagaes.

    H nos seus relatos um grande esprito de honestidade e de certeza

    absoluta naquilo que foi a vida de Jesus. Certamente existem algumas

    diferenas quanto movimentao da pessoa do Mestre nos escritos

    dos quatro evangelista*, mas no h dvida alguma no tocante sua

    existncia real. Outras provas da evidncia so as cartas ou epstolas

    atribudas a Paulo, as quais possuem a fora comunicativa das

    (5)O retrato de Jesus feito por Pblio Lentulo foi publicado pela Revista

    Internacional do Espiritismo e tambm se encontra na introduo da obra

    A vida de Jesus ditada Por Ele mesmo.

  • suas atividades crists e transmitem o odor refrescante da "Boa

    Nova" e do "Reino de Deus" apregoados por Jesus! (6)

    Evidentemente, os historiadores no se preocupam em focalizar a

    pessoa de Jesus, por ach-la de pouca importncia na poca, pois se

    tratava de um simples carpinteiro, arvorado em rabino, e a pregar

    estranha moral num mundo conturbado pelas mais violentas paixes e

    vcios! A histria jamais poderia prever no seio da comunidade de

    tantos rabis insignificantes da Palestina, que um deles se tornaria o

    lder de milhes de criaturas nos sculos vindouros, pregando somente

    o amor aos inimigos e a renncia aos bens do mundo, cm troca de um

    hipottico "reino celestial".

    Alm disso, Jesus era filho da Galilia, uma terra de homens

    ignorantes e rudes, coletividade de gentios, indignos de figurarem na

    histria. No entanto, malgrado essas deficincias, Jesus projetou-se

    alm dos sculos testemunhado ps!os homens que o conheceram e

    pelos discpulos integrados em sua vida messinica. Ningum duvida

    da existncia de Pedra e Paulo de Tarso; nem dos encontros do

    prprio Paulo com Pedro, Tiago e Joo. As prprias divergncias e

  • histria

    (6) Vide Epstolas aos Romanos, V e vers.9; Corntios, Ie vers. 23,XIV,

    vers.3,Glatas,II e vers,21;Efsios, II e vers.20 e 21; Timteo II, vers.8.

    (7)Corntios,XI,vers.23 e 6;XV, vers.3 e Glatas II, vers.20.

    profana de modo convincente, e a humanidade ter de criar outro

    "mito", ou outro homem, para ento justificar esse "Cdigo Moral" de

    profunda beleza espiritual!

    De todos os acontecimentos narrados pela prpria Histria, Jesus

    ainda a figura mais fascinante e convincente para nos condicionar a

    uma vida espiritualmente elevada. Jamais houve qualquer lenda ou

    narrativa a consumir tantas pginas em milhares de obras, capaz de

    atrair tanto interesse e admirao conscincia do homem terreno.

    Indubitavelmente, quanto mais os ateus e outros nega-dores se

    empenham em "extinguir" ou apagar a figura do Jesus, mais ele se

    impe acima de todas as dvidas, sobrepuja a prpria Histria e mais

    vibra no corao dos crentes. Por conseguinte, v e tola qualquer

    pretenso de negar a sua existncia, pois a despeito de todas as

    negativas, ele sempre ressurge irradiando luz e amor, na tela viva da

    conscincia humana!

    PERGUNTA: Outros escritores expem dados histricos e descrevem Jesus como um "sedicioso" incurso nas leis penais da

    poca, cuja doutrina sob sua chefia fracassou ante os poderes judeus

    e romanos constitudos em Jerusalm. Que dizeis?

    RAMATS: Basta o contedo do Evangelho yivido e ensinado por Jesus, para desmentir qualquer afirmativa quanto a ele ter sido

    deliberadamente um rebelde ou SIM 11 cioso! Jamais o Mestre

    Cristo desejou alguma coisa do mundo material, cuja vida terrena

    foi centralizada exclusivamente em torno dos bens imperecveis do

    esprito eterno Ele viveu trinta e trs anos na face da Terra sem

    ater-se a quaisquer interesses mundanos; e ningum poder inculp-

    Io de um s fato ou empreendimento egosta, que lhe tenha dado

  • relevo pessoal no ambiente poltico ou sacerdotal do mundo.

    Nasceu e desencarnou extremamente pobre, encerrando seus dias

    hericos sem valer-se dos favores ou conluios com os poderosos da

    poca.

    O homem sedicioso sempre um rebelde, um inconformado, pois

    criatura vida do poder temporal e da exaltao sobre os seus

    conterrneos. Os grandes sediciosos ou Indisciplinados que a a

    Histria nem sempre registra com carinho e gratido, chamaram-se

    Davi, tila, Gengis-Kan, Asoka, Alexandre, Anbal, Tito, Csar, Carlos

    Magno, Iv o Terrvel, Napoleo, Kaiser, Stalin, Hitler, Mussolini e

    outros, os quais, juntamente com certas qualidades excepcionais,

    como a obstinao, capacidade de comando, arrojo, ambio e

    estratgia, manifestaram tambm os pecados do orgulho, da

    crueldade, pilhagem, vingana ou libidinosidade!

    Sem dvida, alguns desses homens foram gnios ou heris; outros,

    apenas loucos ou paranicos. No contestamos que tenham infludo ou

    modificado os destinos dos povos no transcorrer de uma poca, pois

    a Suprema Lei faz surgir o bem dos destroos do prprio mal,

    aproveitando a impetuosidade, paixo selvagem, cobia, ambio e o

    arrojo dos sediciosos, para efetuar as grandes transformaes

    histrica e sociais no mundo. Escravos dos desejos de glrias ou de

    riquezas, muitas vezes eles abriram as comportas da dor e do

    sofrimento para os seus prprios comparsas das vidas passadas, agindo

    como os carrascos implacveis nas provas de resgate crmico do

    pretrito. Examinando as tropelias sangrentas narradas no Velho

    Testamento, podemos certificar-nos do imenso nmero de soldados,

    comparsas e aventureiros judeus, que naquela poca praticaram as

    mais brbaras atrocidades. No entanto, sob o gldio da justia divina,

    eis que eles retornaram carne travestidos ainda na figura de

    judeus, porm, humilhados e vtimas dos nazistas nos famigerados

    campos de concentrao e em mortes cruis, para resgatar os dbitos

    clamorosos do pretrito! (8).

    Mas a Lei aproveita esses homens atrabilirios e cruis e os

    mobiliza como matria-prima para trazer o Bem pelo Mal, pois eles

    aproximam povos, fundem fronteiras, derrubam tiranias, extinguem

  • feudos seculares, sacodem o p das velhas dinastias, abrem clareira

    para novas relaes huma

    (8) Nota do Mdium: Segundo certo comunicado medinico por

    entidade de reconhecido critrio espiritual, Hitler, no passado, foi o rei

    Davi e comandou inmeras vezes as hecatombes sangrentas

    registradas amide, na Bblia. Mas, de acordo com a lei de "quem

    com ferro fere, com ferro ser ferido", o seu esprito retornou Terra,

    na Alemanha, e, sob a injuno do Carma, abriu as comportas do

    sofrimento redentor para os seus prprios comparsas e soldados que

    comandou outrora e lhe cumpriram fielmente as ordens brbaras. Assim,

    os mesmos judeus que ele trucidou neste sculo, nos campos de

    concentrao, j tinham vivido com ele e eram os mesmos soldados e

    comparsas impiedosos, afeitos aos massacres dos povos vencidos.

    Como exemplo a esmo, das barbaridades cometidas pelo rei Davi e

    seus exrcitos, no passado, eis o que si encontra em "Reis, Livro

    2.,cap. XII ,Vers.31 e transcrevemos: E trazendo os seus

    moradores, os mandou serrar; e que passassem por cima deles as

    carroas ferradas; e que os fizessem em pedaos com cutelos; e os

    botassem em fornos de cozer tijolos; assim o fez com todas as cidades

    dos amonitas; e voltou Davi com todo o seu exrcito para Jerusalm.

    nas, proporcionando o ambiente eletivo para novos ensaios polticos e

    sociais de vida entre os sobreviventes. Durante a revoluo francesa

    cometeram-se as mais brbaras atrocidades e injustias sob o slogan

    esperanoso de "Liberdade, Fraternidade e Igualdade". A pilhagem foi

    organizada e oficializada pelos poder es dominantes; dela no se

    beneficiaram apenas os pobres e os injustiados, mas tambm os

    oportunistas, os delinqentes e os facnoras, espcie de corvos

    adejando sobre a carnia! Mas, paradoxalmente, desse movimento

    sangrento e sarcasticamente amparado pelos prprios conceitos da

    moral superior, nasceram os princpios que depois consolidaram urna

    jurisprudncia mais digna e a soberania popular pela doutrina da

    Democracia!

    Quantas vezes surgem da ral, indivduos inexpressivos, que se

  • projetam no furor dos empreendimentos e das tropelias sangrentas,

    vidos de glorolas mundanas e festejados pelas multides tolas,

    dominados pelo cabotinismo e pela parania perigosa? Servis, incultos,

    temerosos, enfermios., frustrados, miserveis e impotentes, depois se

    tornam monstros, brbaros, impiedosos, cnicos, irascveis, brutos e

    orgulhosos, quando so guindados ao poder absoluto, passando a

    desforrar-se dos mnimos vexames e ressentimentos que acumularam

    durante os seus dias inexpressivos e desfavorveis? (9)

    No entanto, Jesus sempre foi criatura pacfica, de atitudes claras e

    honestas, esclarecendo que o seu "reino no era deste mundo", e

    cuja conduta no era dbia, nem capciosa, jamais se assemelhando a

    qualquer sedicioso do mundo Nunca praticou em sua vida qualquer

    ato de rebeldia, desforra ou crueldade que pudesse nivel-lo

    conduta dos

    (9) Nota do Revisor: E' ainda o caso do Hitler, que, em sua juventude,

    foi indivduo enfermio, ignorante, taciturno e pobre, mal sucedido com os

    amigos e sustentando-se mediante trabalhos rudes e humildes, tais

    como limpar ruas, carregar bagagens, servir de pedreiro, puxar terras

    ou remover neve, conseguindo, a muito custo, a divisa de cabo na

    cozinha do exercito alemo. No entanto, quando assumiu o poder na

    Alemanha, ento, ele vingou-se furiosamente de todas as mgoas e

    ressentimentos que sofrera na juventude, por parte da sociedade, dos

    mi l i tares e dos Judeus especuladores. Dominado pela megalomania de

    profunda exaltao, de um misticismo egocntrico e mrbido, que o fazia supor-se

    um predestinado para dominar e dirigir o mundo, extravasou o seu furor paranico

    e atrabilirio, a sua perversidade e vingana. Causando a catstrofe guerreira de

    1939, onde foram organizados os diablicos campos de concentrao e as

    cmaras de gs para extinguir e assassinar os judeus.

    homens despticos e belicosos! O seu bom senso sempre aconselhava

    aos homens "dar a Csar o que de Csar; e a Deus o que de

    Deus"; a sua autoridade espiritual merece o culto de todas as

    escolas espiritualistas do mundo; que lhe cultuam a memria na

    conta de um elevado Mestre! Os esoteristas, teosofistas, rosa-cruzes

    e iogas reconhecem Jesus como entidade j liberada do Jugo do

  • Carma, um "Avatar" ou Instrutor Espiritual de alta estirpe; enfim, um

    "eleito" de elevada categoria sideral e de amplitude csmica. Ele

    foi um eleito que trouxe Terra o Bem pelo Bem, e no apenas

    um "escolhido" que pode semear o Bem pelo Mal (10).

    PERGUNTA: Se Jesus no era um sedicioso, como pde ser

    enquadrado sob as leis romanas, em cuja poca se puniam os

    rebeldes e os criminosos pela crucificao?

    RAMATiS: O sacerdcio judaico conseguiu arquitetar provas

    materiais e testemunhos contra Jesus, entre os prprios seguidores

    e a turba que o aplaudira sua entrada em Jerusalm, conseguindo

    incrimin-lo como "sedicioso" Junto a Pncio Pilatos, Procurador de

    Roma na Judia.

    Prenderam-no conta de um malfeitor comum, malgrado ele s ter

    lutado com as armas da ternura, bondade e amor! Mas os verdadeiros

    motivos da sua crucificao, cujo holocausto o Mestre Jesus aceitou

    sem qualquer protesto, exigem um captulo especial a ser compilado

    nesta obra.

    (10) Vide a obra Do Pas da Luz, cap.IV,1 vol., psicografia de Fernando

    de Lacerda, na qual o esprito de Napoleo diz o seguinte:

    O eleito sempre escolhido; mas o escolhido no eleito. O eleito foi escolhido por Deus para fazer o Bem pelo Bem; o escolhido pode ser para

    fazer o Bem pelo Mal. O eleito foi Jesus. Eu fui escolhido.

    Nesta comunicao. Napoleo compara sua existncia turbulenta e

    ambiciosa com a misso terna e pacfica de Jesus.

    Capitulo II

    PERGUNTA: A fim de Jesus de Nazar, elevado instrutor espiritual,

    conseguir baixar Terra e encarnar entre ns, houve necessidade de

    providncias excepcionais, ou tal acontecimento obedeceu somente s

    mesmas leis comuns que regulam a encarnao dos espritos, em

  • geral?

    RAMATfS: O nascimento de "Avatares", ou de altas entidades

    siderais no vosso orbe, como Jesus, exige a mobilizao de

    providncias incomuns por parte da tcnica transcendental, cujas

    medidas ainda so ignoradas e incompreendidas pelos terrcolas. E'

    um acontecimento previsto com muita antecedncia pela

    Administrao Sideral (1), pois do seu evento resulta uma radical

    transformao no seio espiritual da humanidade. At hora de

    esprito to elevado vir luz no mundo terreno, devem ser-lhe

    assegurado;; lodo:; os recursos de defesa e assistncia necessrios

    para o xito de sua "descida vibratria".

    Alis, para cumprir a misso excepcional no prazo marcado pelo

    Comando Superior, o plano de sua encarnao tambm prev o

    clima espiritual de favorecimento e divulgao de sua mensagem na

    esfera fsica. Deste modo, encarnam-se com a devida antecedncia

    espritos amigos, fiis cooperadores, que empreendem a propagao

    das idias no

    (1) Vide a obra de Ramats, Mensagens do Astral, cap. Os Engenheiros

    Siderais e o Plano da Criao, que d uma idia aproximada da

    Administrao Sideral. Trecho extrado da obra A Caminho da Luz, de

    Emmanuel, por Choco Xavier: Rezam as tradies do mundo espiritual

    que, na direo de todos os fenmenos do nosso sistema, existe uma

    Comunidade de Espritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do

    Universo, em cujas mos se conservam as rdeas diretoras da vida de

    todas as coletividades planetrias.

    vas ou redentoras, recebidas do seu magnfico Instrutor, em favor da

    humanidade sofredora.

    Jesus foi um "Avatar", ou seja, uma entidade da mais alta estirpe

    sideral j liberada da roda exaustiva das reencarnaes educativas ou

    expiatrias. Em conseqncia, a sua encarnao no obedeceu s

    mesmas leis prprias das encarnaes comuns dos Espritos

    primrios e atrados carne devido aos recalques da predominncia

    do instinto animal. Os espritos demasiadamente apegados matria

  • no encontram dificuldades para a sua reencarnao, pois em si

    mesmos j existe a fora impetuosa do "desejo" impelindo-os para a

    carne.

    No entanto, Jesus, o Sublime Peregrino, ao baixar Terra em

    misso sacrificial e sem culpas crmicas a redimir, para facilitar o seu

    ligamento com a matria, viu-se obrigado a mobilizar sua vontade num

    esforo de reviver ou despertar na sua conscincia o desejo de

    retorno vida fsica, j extinto em si h milnios e milnios. A fim de

    vencer a distncia vibratria existente entre o seu fulgente reino

    anglico e o mundo terreno sombrio, ele empreendeu um esforo

    indescritvel de "auto-reduo", to potencial quanto ao que um raio de

    Sol teria de exercer em si mesmo para conseguir habitar um vaso de

    barro. Os espritos inferiores so arrastados naturalmente pelos

    recalques dos "desejos" que os impele para a vida carnal, e assim

    ligam-se matriz uterina da mulher, obedecendo apenas a um

    imperativo ou instinto prprio da sua condio ainda animalizada (2).

    Em tal circunstncia, os tcnicos siderais limitam-se a vigiar o

    fenmeno gentico da Natureza. Trata-se de encarnaes que

    obedecem aos moldes primitivos das vidas inferiores, cujos espritos

    compem as "massas" inexpressivas da humanidade terrena. Mesmo

    depois de desencarnados, mal do conta de sua situao, porque

    ainda vivem os desejos, as emoes e os impulsos da vida psquica

    rudimentar. Sem dvida, o Senhor no os esquece no seu programa

    evolutivo, orientando-os, tambm, para a aquisio de conscincia

    espiritual mais desenvolvida.

    (2)Segundo Buda, o elevado Instrutor Espiritual da sia, no desejo que se

    encontra a causa de todo o mal, de toda a dor, da morte e do renascimento na

    carne. o desejo, a paixo que nos prende s formas materiais, e que

    desperta em ns mil necessidades sem cessar e nunca saciadas. O fim elevado

    da vida arrancar a alma dos turbilhes do desejo.

    No caso de Jesus, tratava-se de uma entidade emancipada no seio do

    sistema solar, uma conscincia de alta espiritualidade, que no podia

    reajustar-se facilmente gentica humana. Tendo se desvencilhado h

  • muito tempo dos liames tecidos pelas energias dos planos

    intermedirios entre si o a crosta terrquea, ele precisaria de longo

    prazo para, na sua descida, atravessar as faixas ou zonas

    decrescentes dos planos de que j se havia libertado. E ento, para

    alcanar a matria na sua expresso mais rude, teve de submeter-

    se a um processo de abaixamento vibratrio perispiritual, de modo a

    ajustar-se ao metabolismo biolgico de um corpo carnal. Jesus no

    poderia ligar-se, de sbito, substncia grosseira da carne, antes que

    a Cincia Divina lhe proporcionasse o ensejo favorvel e as providncias

    indispensveis para uma graduao de ajuste freqncia comum da

    Terra.

    PERGUNTA: Essas providncias para a encarnaro de Jesus foram previstas muito tempo antes de ele descer a Terra?

    RAMATS: Em verdade, a manifestao de Jesus no vosso orbe se efetuou de acordo com um plano minucioso delineado antecipadamente

    pela Engenharia Sideral, no qual foram previstas as principais etapas

    de sua descida e suas decorrncias de sua vida fsica, no tocante

    arregimentaro de seus apstolos e outros discpulos (3). Tudo foi

    estudado para se realizar no "tempo psicolgico" exato e visando no

    melhor aproveitamento espiritual da estada do Mestre Junto

    humanidade terrena. No entanto, malgrado a tarefa messinica

    deliberada pelo Alto, Jesus teria de concretiz-la mi diante sua

    prpria capacidade, inteligncia, renncia e at pela sua resistncia

    orgnica, a fim de no sucumbir antes do prazo prefixado. Ele no

    teria de submeter-se a um do terminismo fatal, que o transformasse

    num simples autmato movido pelos "cordis" do mundo oculto; porm

    Mobilizar

    (2)Pergunta feita a Andr Luis por espritas:Todas as reencarnaes, mesmo as dos

    indivduos inferiores, so objeto de um planejamento detalhado, por parte dos

    administradores espirituais?

    Resposta:H renascimentos quase que automticos, principalmente se a criatura ainda permanece fronteiria animalidade, entendendo-se que quanto mais

    importante o encargo do esprito a corporificar-se junto da humanidade, mais dilatado

    e complexo o planejamento da reencarnao . Extrado da Agenda Esprita 1964,

    pergunta n 25,da cap. Reencarnao e artigo Entrevistando Andr Luis. Obra do

  • Instituto de Difuso Esprita Brasil.

    lizar todos os seus recursos espirituais de modo a cumprir o

    programa herico que aceitara em s conscincia.

    Apesar de lhe serem programadas as fases de maior importncia na

    sua existncia humana, isso foi apenas uma coordenao dos fatos

    de maior relevo quanto ao sustentculo da obra evanglica, sem

    jamais anular o seu esforo prprio.

    Em verdade, no tempo "psicolgico exato", no antes, nem depois do

    que fora marcado pela Direo Sidria do orbe, Jesus, o Verbo de

    Deus", abriu os olhos vida humana do planeta Terra; e, dali por

    diante, medida que ele se desenvolvia no comando do seu corpo

    carnal, tambm aumentava, paralelamente, a sua responsabilidade

    espiritual. Felizmente, o mecanismo sideral funcionara a contento,

    embora os seus responsveis tenham enfrentado problemas graves,

    imprevistos, e perigosas ciladas dos espritos satnicos. Graas ao

    esforo e devotamento incompreensveis para os terrcolas, o Sublime

    Peregrino, descido das regies mais excelsas, alcanou a face do orbe

    terrqueo no tempo previsto. Assumindo a posse do seu delicado

    instrumento carnal, ele Iniciou a sua viagem messinica pelo deserto da

    incompreenso humana, culminando em sacrificar sua prpria vida

    para redimir os seus irmos encarnados.

    Desde a formao do planeta Terra, os socilogos Siderais previram no

    esquema evolutivo do orbe, e no tempo exato* a. "descida" de todos os

    instrutores espirituais, destinados a participar dos grandes eventos

    da sua humanidade. Mas no desenvolvimento desse plano educativo

    e redentor, eles marcaram a poca da conjuno de Saturno, Jpiter e

    Marte, no signo de Pisces, para a cobertura vibratria da descida do

    maior de todos os avatares, como foi Jesus. Ento o acasalamento no

    campo etrico dos trs astros ofereceu na tela celeste um "tom

    vibratrio" ou suavidade astralina, que predispunha os prprios

    homens expectativa de "algo" sublime e esperanoso. O excelso

    esponsalcio de Jesus com a Terra, nessa mesma poca, e a efuso

    etrica, astralina e mental das humanidades mais avanadas desses

    planetas espargiam uma vibrao espiritual de natureza pacfica, de

  • torna emoo e misteriosa ansiedade sobre os homens.

    Um lenol de fluidos puros e desconhecidos em sua doura Incomum

    pousava na face da Terra; uma estranha e sedativa aragem ondulava

    sobre a humanidade, despertando-Ihe um sentimento expectante e

    serenando os instintos nas criaturas mais sensveis. O fato de Jesus

    tornar-se se mais tangvel, emergindo em Esprito periferia da Terra

    e ainda catalisando com o seu infinito Amor o delicado fluido csmico

    que aflorava pela via interna do orbe, produzia uma vibrao

    harmoniosa e incomum no corao dos homens (4).

    Em verdade, cumprira-se a profecia; o "Avatar", o Messias, entrevisto

    tantas vezes pelos profetas do Velho Testamento, atingira a cresta

    material depois de um inconcebvel esforo de auto-reduo,

    despendido em alguns sculos, a fim de iniciar sua romaria sacrificial

    para a redeno dos terrcolas.

    PERGUNTA: Mas era necessrio ocorrer a conjuno planetria de Saturno, Jpiter e Marte, para Jesus poder se encontrar na Terra?

    RAMATS: A mais eficiente organizao dos homens ainda um simples arremedo da mais singela disciplina determinada pela

    Administrao Sideral dos orbes, sistemas solares e das galxias do

    Cosmo. O "acaso" no existe nas obras criadas por Deus! O aforismo

    popular de que "no cai um fio de cabelo do homem, sem que Deus

    no saiba", explica o fato de todos os fenmenos da Vida

    submeterem-se disciplina de leis inteligentes na criao do

    Universo. Se a "queda de um fio de cabelo" no se faz por acaso,

    impossvel imaginarmos a complexidade, a extenso dos esquemas,

    detalhes e planos elaboradas h bilhes e bilhes de anos, pelo

    Alto, a fim de prever e disciplinar a descida dos Instrutores Espirituais

    Terra, no momento exato da necessidade de progresso e redeno

    dos encarnados. O encontro planetrio entre Jpiter, Saturno e

    Marte, sob o signo de Pisces foi o cumprimento de uma etapa

    devidamente prevista pelos Mestres do atual "Grande Plano" em

    execuo. E os estudiosos do tema astrolgico podero verificar que

    o ano de 748, da fundao de Roma, quase 9 000 anos aps a

    civilizao admica, marcou a mais exuberante conjuno de ast ros do

    vosso sistema solar na abbada celeste, produzida real mente por esse

  • poderoso grupo de planetas:Saturno, Jpiter e Marte.

    (4) Nota do Revisor: Vide a obra Boa Nova ditada pelo esprito de Humberto de Campos ao mdium Chico Xavier, na qual ele tambm assinala essa

    influncia benfeitora dobre a Terra durante o advento de Jesus: Como se o

    mundo pressentisse uma abenoada renovao de valores no tempo, em breve,

    todas as legies se entregavam, sem resistncia, ao filho do soberano

    assassinado. O grande imprio do mundo, como que influenciado por um

    conjunto de foras estranhas, descansava numa onda de harmonias e de jbilo,

    depois de guerras seculares e tenebrosas.

    Assim, foi calculado o tempo exato em que se daria o esponsalcio

    desse trio planetrio, quando a Terra ficasse sob a influncia do

    magnetismo suave do signo de Pisces, para ento baixar um Messias e

    estabelecer um novo Cdigo Espiritual de libertao dos terrcolas. E

    Jesus fora eleito para entregar pessoalmente o Evangelho e ensin-

    lo aos homens, a fim de ajud-los a resistir aos impulsos da

    animalidade e prepar-los para o "Fim de Tempos" em que j viveis.

    Realmente, so decorridos 2 000 anos da crucificao de Jesus, e a

    humanidade terrena vive a poca perigosa e to bem definida por Joo

    Evangelista como a "Besta do Apocalipse" (5).

    PERGUNTA: Como foi prevista a vinda de Jesus Terra, h tantos

    milnios?

    RAMATS: A encarnao de Jesus, na Terra, foi prevista e fixada durante a elaborao do "Grande Plano" atualmente em transcurso no

    Universo. A Administrao Sideral ento cogitou de eleger um esprito

    da esfera dos "Amadores", mais tarde conhecido como Jesus de

    Nazar, a fim de cumprir a misso redentora sobre a face da Terra na

    poca aprazada. Repetimos que no h surpresas nem confuses no

    funcionamento do mecanismo sideral do Cosmo; em conseqncia,

    foram perfeitamente previstas e determinadas todas as premissas,

    etapas e concluses na vida messinica do Mestre Jesus, o Redentor

    dos homens terrenos!

  • PERGUNTA: Nesse caso, toda a atividade de Jesus, de sua famlia e dos seus apstolos e discpulos, foram acontecimentos enquadrados

    rigidamente pela. Administrao Sideral no esquema de sua misso

    na Terra?

    RAMATtS: A vida de Jesus no foi um automatismo, nem conseqncia de deliberao do Alto, impondo o Cristianismo de

    qualquer modo; mas os acontecimentos principais foram

    esquematizados dentro de um plano de sucesso espiritual, em que no

    fosse tolhida a vontade, o pensamento e o sentimento de todos os

    seus participantes encarnados ou desencarnados. Espritos eleitos,

    escolhidos e convidados participaram desse programa messinico de

    benefcio coletivo,

    (5)"A Besta Apocalptica" representa, pois, a alma global e Instintiva de

    todas as manifestaes desregradas; ela age sorrateiramente nas

    criaturas negligentes e sempre lhes ajusta emoes que Incentivam a

    insanidade, a corrupo e a imoralidade geral". Cap. IX, "A Besta

    Apocalptica", da obra de Ramats, "Mensagens do Astral".

    sob a gide do Messias, mas nenhum deles foi cerceado no seu livre

    arbtrio.

    Os apstolos, discpulos e seguidores de Jesus, ao servi-lo para o

    xito de sua sublime misso, tambm buscaram sua prpria renovao

    espiritual e imolaram-se para a florescncia de um ideal superior,

    liquidando velhas contas crmicas assumidas no pretrito. O sangue

    cristo derramado para alimentar os fundamentos do Cristianismo,

    tambm lavou ai vestes perispirituais dos seus prprios mrtires. Pedro

    foi crucificado, Estevam lapidado, Joo foi torturado e Paulo degolado;

    tudo em favor da abenoada idia de libertao espiritual, cujos

    destinos crmicos foram acertados sob a bssola de Jesus,

    resplandecendo no holocausto messinico da Era Crist!

    No entanto, Jesus, o aluno menos necessitado do banco es colar

    terreno, foi justamente o mais sacrificado, pois ele descera

    matria esperanado de melhorar o padro espiritual dos seus

  • queridos pupilos!

    PERGUNTA: Qual a idia que poderamos fazer de.swi 1H eviso to acertada da Administrao Sideral, a ponto dl antecipar cem

    segurana os acontecimentos messinicas c Jesus? Se no se

    tratava de um automatismo, como provB] com exatido todas as

    atitudes e reaes do Mestre ate 0 IU CHIO final?

    RAMATS: Assim como podeis prever que geniais pintores ou msicos ho de produzir pintura e composies musicais incomuns, pois isso

    prprio de sua natureza excepcional, obviamente, os Planejadores

    Siderais tambm podiam confiar no sucesso da misso de Jesus, em

    face do seu elevado padro espiritual anglico, inacessvel a qualquer

    deformaO. NO entanto, como o Messias e Instrutor da humanidade

    terrena, ele tambm precisaria de discpulos e cooperadores

    decididos, tal qual o compositor genial exige boa Instrumentao para

    o xito de suas peas musicais. Tratava-se, portanto, de um Esprito

    de elevada contexura sideral, e incapaz de se deixar atrair pelas

    iluses ou tentaes de um mundo matria

    O Alto mio opunha qualquer dvida a respeito da tarefa M E S S I N I C A

    de Jesus, conhecendo lhe o Inesgotvel Amor em favor dos

    homens e a capacidade de renuncia diante de um qualquer

    sacrifcio e da prpria morte! Da a escolha para a sua obra dos

    tipos psicolgicos que o cercaram durante sua romagem terrena, e

    no momento oportuno tambm deram-lhe os melhores testemunhos

    de fidelidade e abnegao po em favor da mensagem sublime do

    Evangelho. Eram pescadores, campnios, publicanos, criaturas

    bastante rudes e at impossibilitadas de compreender o alcance de

    sua participao na obra de Jesus; mas abdicaram dos seus bens e

    da prpria famlia a fim de sustentar-lhe a pregao messinica.

    Sem dvida, os intelectuais da poca jamais se arriscariam ao ridculo

    de admitirem ou divulgarem as noes to singelas e utpicas do

    Cristianismo nascente, e que num ambiente fantico e de cobias e

    dios, pregava o amor, a bondade e a renncia entre escravos e

    senhores, ricos e pobres, santos e prostitutas, cultos e analfabetos!

    Mas tudo isso foi possvel, pois acima da rudeza de homens to

    simples e pobres, como foram os apstolos, prevaleceu-lhes a fora

  • extraordinria de uma f incomum e-a sinceridade pura, criando a seiva

    indestrutvel para adubar e fazer crescer a rvore do Evangelho na

    gleba terrena!

    A atividade de Jesus foi prevista com segurana e xito no mundo

    fsico e sem quaisquer preocupaes antecipadas dos Mestres

    Siderais, porque o seu padro anglico era garantia suficiente para

    profetizar a sua verdadeira conduta, no testemunho sacrificial da

    cruz!

    PERGUNTA: Por que motivo ainda no podemos compreender a verdadeira significao da paixo de Jesus?

    RAMATS: E' um equvoco da tradio religiosa considerar que o supremo sacrifcio de Jesus consistiu essencialmente na sua paixo e

    sofrimento, compreendidos entre a condenao de Pilatos e o

    holocausto da cruz! Se o verdadeiro sacrifcio do Amado Mestre se

    tivesse resumido nos aoites, nas dores fsicas e na sua crucificao

    injusta, ento os leprosos, os cancerosos, os gangrenosos deveriam ser

    outros tantos missionrios gloriosos e eleitos para a salvao da

    humanidade! Os hospitais gozariam da fama de templos e viveiros de

    "ungidos" de Deus, capazes de salvarem a humanidade dedicando a

    ela suas dores e gemidos, lancinantes. Milhares de homens j tm

    sofrido tormentos mais atrozes do que as dores fsicas suportadas por

    Jesus naquela terrvel sexta-feira, mas nem por isso foram

    consagrados como salvadores da humanidade!

    PERGUNTA: Ento, nesse caso, o maior sofrimento < f r Jesus consistiu na sua dor moral ante a ingratido de nossa humanidade.

    No assim?

    RAMATS: Jesus, como sbio e psiclogo sideral, compreendia perfeitamente a natureza psquica de vossa humanidade, pois os

    pecados ds homens eram frutos da sua imaturidade espiritual. Jamais

    ele sofreria pelos insultos e apodos, ou pelas ingratides e crueldades

    humanas, ao reconhecer nas criaturas terrenas mais ignorncia e

    menos maldade! Porventura os professores se ofendem com as

    estultcias e travessuras dos pequenos que ainda freqentam os

    jardins de infncia, considerando injrias ou crimes aquilo que ainda

    prprio da irresponsabilidade infantil?

  • A piedade e o amor excelsos de Jesus faziam-no sofrer mais pelo

    descaso dos homens em promover a sua prpria felicidade, do que

    mesmo pela ingratido deles. O seu verdadeiro sacrifcio e sofrimento,

    enfim, foram decorrentes da penosa e indescritvel operao milenar

    durante o descenso espiritual vibratrio, para ajustar o seu psiquismo

    anglico freqncia material do homem terreno. A Lei exige a

    reduo vibratria at para os espritos menos credenciados no

    Espao, cuja encarnao terrena, s vezes, se apresenta dificultosa

    nesse auto-esforo de ligar-se carne. Mas Jesus, embora esprito

    de uma freqncia sideral vibratria a longa distncia da matria,

    por amor ao homem, no hesitou em suportar as terrveis presses

    magnticas dos planos inferiores que deveria atravessar gradualmente

    em direo crosta terrquea.

    J pensastes no sofrimento de um condor abandonando a

    atmosfera pura dos Andes e baixando dos altos pncaros at oprimir-

    se, c embaixo, pelo p ou pelo lodo a enlamear lhe as penas e o

    corpo? E depois de exausto pela agressividade exterior e tolhido na

    sua ansiedade de volio, ainda se deixa aprisionar numa estreita

    gaiola a lhe molestar os movimentos mais amplos? Jamais algum

    efetuou empreendimento to intenso e extraordinrio para descer do

    Alto e amoldar-se forma fsica, conforme fez Jesus, a fim de

    submeter-se s leis imutveis do cientificismo csmico, em voz de

    derrog-las!

    Ele desceu atravs de todos os planos inferiores, desde o mental,

    astralino e etrico, at poder manifestar-se com sucesso na

    contextura carnal e letrgica da figura humana Abandonando os

    pncaros formosos do seu reino de glria, imergiu lentamente no

    oceano de fluidos Impuros e agressivos, produzidos pelas paixes

    violentas dos homens da Terra e dos desencarnados no Alm.

    Embora se tratasse de um anjo do Senhor, a Lei Sideral obrigava-

    o a dobrar suas asas resplandecentes e percorrer solitariamente

    o longo caminho da via interna, at vibrar na face sombria do orbe

    terrqueo e entregar pessoalmente a sua, Mensagem de Amor! O

    Sublime Peregrino descido dos cus lembra o mensageiro terreno, que

    aps exaurir-se no tormento da caminhada de muitos quilmetros,

  • deve entregar a "carta de libertao" a infelizes prisioneiros exilados

    de sua Ptria I

    Assim, os 33 anos de vida fsica de Jesus significam apenas o

    momento em que ele faz a entrega da mensagem espiritual do

    Evangelho, pois o processo espinhoso e aflitivo at imergi-lo nos fluidos

    terrqueos durou um milnio do calendrio humano! Essa operao

    indescritvel de sua descida sacrificial em direo Terra , na

    realidade, sua verdadeira "Paixo", pois s os anjos, que o

    acompanhavam distanciando-se cada vez mais, por fora da diferena

    vibratria, que realmente podiam compreender a extenso do

    herosmo e sofrimento de Jesus, quando deixou o seu mundo

    rutilante de luzes e prenhe de beleza, para ento habitar um corpo

    de carne em benefcio dos terrcolas!

    Aps ajustar o seu corpo mental e reativar o mecanismo complexo

    do crebro perispiritual, em seguida, Jesus desatou o corpo astralino

    para vibrar ao nvel das emoes humanas. Atingido o limiar do

    mundo invisvel e do material, ento fez o seu estgio final,

    incorporando-se no ter Fsico ectoplsmico, para compor o "duplo

    etrico" e os centros de foras conhecidos por "chacras" (6), que

    deveriam se desenvolver e estruturar-se durante a gestao carnal.

    Em seguida, integrou-se definitivamente na atmosfera do mundo

    fsico, corporificando-se, mais tarde, no mais encantador menino que a

    Terra j havia conhecido!

    A descida vibratria do Mestre, para atingir o vosso plano fsico, foi

    apenas uma fase qual ele se ajustou por amor ao vosso mundo,

    reduzindo o padro de suas funes anglicas para desempenhar,

    com sucesso absoluto, a sua misso de salvador da humanidade. No

    podeis subestimar as fronteiras vibratrias que separam e disciplinam

    as vrias manifestaes da vida csmica. E' muito longa a faixa ou

    distncia existente entre um anjo e o homem. E Jesus, sendo a

    mais alta entidade presente no vosso mundo, obviamente,

    (7) Vide as seguintes obras que abordam assunto semelhante: "Os

    Chacras", "O Plano Astral" e "O Plano Mental", de Laedbeater; "O Duplo

    Etrico", de Powell, obras editadas pela Editora Teosfica Adyar S. A. e

  • Editora Pensamento, e "Elucidaes do Alm", da Ramats, editada pela

    Livraria Freitas Bastos S.A

    com sua poderosa vontade, mobilizou os espantosos recursos

    necessrios para executar fielmente o Divino Mandato da sua tarefa

    messinica.

    Na impossibilidade de requintar ele a matria ou elevar o padro

    vibratrio dos planos intermedirios entre si e a Terra, o nico

    recurso vivel do cientificismo csmico teria de consistir na sua "auto-

    reduo" aos veculos que deveria incorporar gradativamente, quais

    elos de ligao dos planos subanglicos at carne. O

    escafandrista, ao descer ao fundo dos mares, embora permanea

    senhor de sua conscincia, fica circunscrito ao meio lquido,

    sua fauna e densidade; a sua capacidade normal, do meio externo,

    fica reduzida. Tal descida exige-lhe uma tcnica especial e uma prvia

    adaptao s leis naturais do plano aqutico onde vai fixar-se e

    agir.

    Jesus, qual andorinha a debater-se no lodo viscoso de um lago,

    deixou-se submergir no "mar" da vida humana, ajustando-se

    heroicamente s contingncias sombrias do planeta. Se ele pudesse

    fixar-se, instantaneamente, no corpo fsico, na fase de sua gestao,

    seria o mesmo que algum conseguir, de um golpe, aprisionar um raio

    de sol num vaso de barro!

    O Messias, cuja aura imenso facho de luz a envolver a Terra,

    do que a sua transfigurao no Tabor nos d uma plida idia teve

    que transpor densas barreiras fludicas e enfrentar terrveis

    bombardeios mentais, satnicos, suportando os efeitos da viscosa

    nvoa magntica do astral inferior a envolver a sua aura espiritual.

    Vapores sdicos atingiram-lhe o campo emotivo-anglico, no turbilho

    de vendavais arrasantes produzidos pelas paixes txicas da

    humanidade ainda dominada pelos instintos animalizados!

    Em sentido inverso, aps o seu sacrifcio no Calvrio, o leu retorno ao

    mundo celestial foi um desafogo, uma libertao dos liames

    grosseiros que o retinham na Terra.

  • Se Jesus no suportou sofrimentos acerbos na sua desciida para a

    matria, s por tratar-se de um esprito anglico, bvio que ele

    tambm teria sido insensvel s reaes contundentes da vida carnal

    e jamais sofreria em sua existncia messinica. A alma sublime,

    medida que ingressa nos fluidos mais grosseiros dos mundos

    materiais, para a viver e se manifestar, ela tambm sofre os

    impactos, os efeitos e as reaes prprias desse ambiente hostil,

    pois no pode eximir-se da ao e reao das leis tsicas criadas

    por Deus na dinmica dos mundos materiais.

    A descrena dos espritas e suas dvidas de Jesus gastar quase mil

    anos no esforo sublime de baixar Terra talvez resulte desse longo

    perodo to impressionvel para os homens. Um milnio do

    calendrio humano avulta na mente do homem, pois ele mal atinge a

    mdia de 60 ou 80 anos de idade na sua vida terrestre. Para quem

    coordena sua existncia pela contagem da folhinha humana,

    demasiadamente extenso, e at inverossmil, que Jesus tenha

    consumido mil anos para a descida vibratria e apenas vivido 33 anos

    na face da Terra. Contudo, a mesma medida milenria capaz de

    produzir tanta impresso no crebro humano, no passa de um fugaz

    minuto no relgio da Eternidade, pois os espritos vivem fora do espao

    e do tempo das convenes terrenas. A descida milenria de Jesus foi

    somente uma etapa prevista pela Tcnica Sideral, quando ele reduziu

    o seu poder e a sua conscincia anglica por amor humanidade, a

    fim de comparecer pessoalmente "escola primria" terrena e

    entregar a mensagem salvadora. Mas a sua peregrinao do Cu

    Terra foi-lhe dolorosa e sacrificial, lembrando o prncipe que deixa o

    seu palcio resplandecente para descer aos charcos onde vivem

    cancerosos, rprobos e leprosos, junto aos quais ele no se livra de

    aspirar-lhes as emanaes empestadas, nem mesmo evita de sofrer

    alguns danos em sua veste fidalga. Alis, conforme diz um velho

    provrbio popular, "no meio do espinheiro, rasga mais facilmente o

    traje de seda do que a veste de couro"!

    Malgrado a dvida suscitada por protestantes, catlicos e espritas,

    eles no podem anular a diferena vibratria existente entre o mundo

    anglico e o mundo humano. Caso Jesus resolvesse encarnar-se

  • novamente na Tenra, ento j de h muitos anos ele teria iniciado a

    sua descida vibratria, obediente s mesmas leis imutveis que lhe

    disciplinaram a encarnao messinica h dois mil anos.

    Se a descida anglica da Mente Divina at a fase-matria, que forma o

    mundo das formas exteriores, disciplinada por leis fixas que regulam

    essa expanso do Esprito de Deus para fora de Si Mesmo, por que

    a manifestao de Jesus na carne humana deveria contrariar o

    ritmo csmico da Criao?

    PERGUNTA: A Bblia, porventura, faz alguma referncia que confirme ou esclarea essa descida milenria do Mestre Jrsus, assim como a

    explicais?

    RAMATS: Quando Moiss terminou sua misso combativa, e por vezes at cruel, no seu compromisso de codificar a idia de um

    Deus nico entre o povo hebreu retirado do Egito, Jesus ento

    estabeleceu os planos para a sua descida messinica Terra, a fim

    de reajustar os ensinamentos dos seus predecessores. O profeta

    Isaas, tocado pela graa do Senhor e pressentindo essa "descida

    vibratria" do Mestre Cristo, ento anuncia o seguinte: "J um

    pequenino se acha nascido para ns, e um filho dado a ns, e o

    nome com que se apelidar ser Deus forte, Pai do futuro sculo,

    Prncipe de Paz. O seu imprio se estender cada vez mais e a Paz

    no ter fim" (Cap. IX, v. 6 e 7). Miquias tambm alude ao mesmo

    fato, dizendo: "E tu, Belm, tu s pequenina entro os milhares de

    Jud, mas de ti que h de sair aquele que h de reinar em Israel, e

    cuja gerao desde o princpio, desde os dias da eternidade"

    (Cap. V, vers. 2).

    PERGUNTA: Dissestes h pouco que at certas almas sem grandes credenciais psquicas podem encontrar dificuldades na sua descida

    para a carne. Podereis assinalar qualquer obra medinica, ditada

    por Espritos de confiana e atravs de mdiuns criteriosos, capaz

    de ajudar-nos a associar acontecimentos semelhantes com a descida

    sacrificial de Jesus por entre os fluidos densos do nosso planeta?

    RAMATS: Embora reconhecendo a excelente bibliografia esprita que j existe a esse respeito, citaremos algumas obras medinicas

  • de nossa confiana, de preferncia atravs da psicografia de Chico

    Xavier. Na obra "Voltei", ditada pelo esprito de Irmo Jac, pg.

    127, o autor menciona uma centena de espritos singularmente

    iluminado;;, em profunda concentrao, e assim explica: "Aqueles

    so vanguardeiros da pureza e da sabedoria, que fornecem Fluidos para

    materializaes de ordem sublime". Em "Libertao, Andr Lus, outro

    esprito, pg. 41, alnea 11, registra Idntica cena: ''Os doadores de

    energia radiante, mdiuns do materializaes em nosso plano, se

    alinhavam, no longe, em nmero de vinte".

    No entanto, essas providncias tcnicas transcendentais no se

    referiam ao nascimento na carne, mas apenas para se

    materializarem Espritos no prprio mundo astral adjacente Terra,

    a fim de poderem efetuar curtas prelees na colnia designada pelo

    nome de "Nosso L a r " . Malgrado ainda se tratarem de acontecimentos

    exclusivos do plano espiritual, assim mesmo eles requeriam

    complexos recursos e a mobilizao de energias superiores de

    sustentao de um CAMPO vibratrio acessvel s entidades

    comunicantes de natureza superior. Imaginai, ento, o dispndio de

    foras e as indescritveis atividades siderais mobilizados pelo Alto, a fim

    de que Jesus pudesse se reduzir no seu comando espiritual e na

    sua aura refulgente, para poder vestir o opressivo escafandro de carne

    depois da sacrificial descida vibratria?

    PERGUNTA: Podereis citar-nos mais alguns exemplos quanto necessidade de Jesus reduzir propriamente o seu perisprito para

    alcanar a carne?

    RAMATS: Evidentemente, a leitura das obras citadas, no seu desdobramento dos fenmenos em questo, dar-vos- melhores

    elucidaes quanto a um estudo mais profundo. Mas atendendo a

    vossa pergunta, recomendamos sobre o assunto a leitura de todo o

    Captulo XIII, inserido na obra medinica "Missionrios da Luz", no

    qual se estuda o mecanismo da reencarnao de uma entidade com

    algumas prerrogativas a seu favor. Citando pequenos tpicos desse

    livro, indicamos a pg. 205, alnea 8, onde os tcnicos se dirigem ao

    esprito de Segismundo, a entidade reencarnante, e assim lhe

  • dizem: "D trabalho sua imaginao criadora. Mentalize os primrdios

    da condio fetal, formando em sua mente o modelo adequado". Alm,

    na pg. 214, alnea 20, lereis: "Agora continuou o instrutor

    sintonize conosco relativamente forma pr-infantil. Mentalize sua

    volta ao refgio maternal da carne terrestre! Lembre-se da

    organizao fetal, faa-se pequenino! Imagine sua necessidade de

    tornar a ser criana para aprender a ser homem!" Ainda na mesma

    pgina, alnea 32, o autor elucida: "A operao no foi curta, nem

    simples. Identificava o esforo geral para que se efetuasse a

    reduo necessria". ' evidente que ainda no estamos em

    condies de compreender o processo sideral da descida de Jesus,

    cujo tempo do calendrio humano despendeu quase um milnio no

    esforo de auto-reduo antes de atingir a Terra. Se uma

    encarnao to simples, como relatam espritos credenciados no

    Espao, pelas obras que citamos, exige tais recursos e mobilizam

    assistncia superior, imaginai a atividade anglica durante um milnio

    preparando e consolidando o advento do Messias Terra! E a mesma

    obra ainda confirma essa assistncia superior quando na pg. 217,

    alnea 13, assim diz: "Em todo o lugar desenvolve-se o auxlio da

    esfera superior, desde que se encontre em jogo o trabalho da Vontade

    de Deus. Entretanto, devemos considerar que, em tais circunstncias,

    as atividades de auxlio .so verdadeiramente sacrificiais. As vibraes

    contraditrias e subversivas das paixes desvairadas da alma em

    desequilbrio comprometem os nossos melhores esforos..." (7)

    PERGUNTA: Ser-vos-ia possvel tambm assinalar alguns conceitos medinicos de confiana espiritual, que nos expliquem a

    necessidade da higienizao dos fluidos ambientais?

    RAMATfS: Ainda recorrendo s obras psicografadas por Francisco Xavier, citamos "Nosso Lar", quando o seu autor espiritual diz,

    pg. 199, alnea 1: "Todas as tarefas de assistncia imediata

    funcionam perfeitamente, a despeito do ar asfixiante, saturado de

    vibraes destruidoras". E na alnea 12: "Aos fluidos venenosos da

    metralha, casam-se as emanaes pestilentas do dio e tornam quase

    impossvel qualquer auxlio". Tratava-se de singela comisso de

    Espritos em tarefa de socorro sobre os campos de batalha, na zona

  • europia, classificada como verdadeiro inferno de indescritveis

    propores. Essa descrio das ms vibraes apenas em zona do

    vosso globo, bem pode servir para avaliardes o efeito que a massa

    mental odiosa e corrosiva, da vossa humanidade, produziu na

    maravilhosa e delicada tessitura perispiritual de Jesus, na sua sintonia

    com os planos intermedirios da carne.

    Na obra "Libertao", pg. 53, alnea 36, o autor espiritual focaliza

    muito bem, em miniatura, um desceno SIDeral pelo qual se pode

    avaliar o que teria sofrido Jesus. Diz o autor: "Nossas organizaes

    perispirticas maneira de escafandro estruturado em material

    absorvente, por ato deliberado de nossa vontade, no devem reagir

    contra as baixas vibraes deste plano. Estamos na posio de homens que, por amor, descessem a operar num imenso lago de lodo,

    pura socorrer eficientemente os que se adaptaram a ele, so

    compelidos a cobrir-se com as substncias do charco, SOFrendo-lhes,

    com pacincia e coragem, a influncia deprimente". Na alnea 18,

    pg. 54, da mesma obra, l-se: "Chegou para ns o momento de

    pequeno testemunho. Muita capacidade de renncia

    indispensvel, a fim de alcanarmos nossos fins".

    (8) Nota do Mdium: Ramats apenas indlcou-nos AS PGINAS DAS

    OBRAs obras citadas e as respectivas alneas, que ento copiamos

    para facilidade de uma transcrio mais direta. Para Isso

    usamos AS SEGUINTEs obras: "Voltei", l.a edio, do esprito de Irmo

    Jac;"Libertao", 2." edio; "Missionrios da Luz", 4." edio, e "NOSSO

    LAR", 1 edio, estas ultimas ditadas pelo esprito de Andr Lus.

    Achamos desnecessrio assinalarmos outras obras para justificar a

    herica descida de Jesus Terra, quando j podeis ajuizar o imenso

    sacrifcio que efetuam os espritos benfeitores desencarnados, apenas

    para socorrer os seus companheiros infelizes atolados nos pntanos

    cruciantes dos abismos inferiores do Alm. Jamais o homem poder

    avaliar o prodigioso esforo de Jesus e o imenso trabalho da Tcnica

    Sideral para ele alcanar a atmosfera opressiva do globo terrqueo e

  • se