Sublime Peregrino
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maristela-de-oliveira -
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RAMATS
O SUBLIME PEREGRINO
6 a EDIO
OBRA PSICOGRAFADA POR HERC1LIO MAES
Revista por JOS FUZEIRA
LIVRARIA FREITAS BASTOS S. A. Rua 7 de Setembro, 127/129 - 20.050 - Rio de Janeiro - RJ Rua Maria Freitas, 110-A - 21.351 - Rio de Janeiro - RJ Rua 15 de Novembro, 62/66 - 01013 - So Paulo - SP Rua
Domingos de Morais, 2.414 - 04036 - Vila Mariana - SP
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ALGUMAS PALAVRAS
Prezados leitores.
Cabe-nos dar algumas breves explicaes & respeito desta obra intitulada
"O Sublime Peregrino". No se trata propriamente de uma histria de
Jesus em absoluta cronologia com todos os seus passos na Terra.
Calcula-se que j ultrapassam 7 000 as obras escritas sobre sua
existncia, e todas elas fundamentadas ou baseadas nos relatos
evanglicos de Mateus, Lucas, Joo e Marcos, que so a nica fonte
biogrfica de referncia oficial da passagem do Mestre Cristo entre os
homens. Em conseqncia, achamos que seria desperdcio de tempo
tentarmos com Ramats mais uma "Vida de Jesus", nos moldes das
biografias j existentes, as quais nos apresentam tantos aspectos dele,
que at nos parecem tratar-se de centenas de indivduos diferentes!
Ento preferimos indagar a Ramats quanto aos principais fatos da
existncia do Amado Mestre Jesus, mas sem qualquer receio de tabus,
proibies, dogmas, pieguismo, crenas e interesses religiosos, malgrado
isso possa causar choques emotivos nos tradicionalistas e protestos dos
mais sentimentalistas, ainda condicionados s tradies religiosas.
Sabamos que Ramats fora conhecido filsofo egpcio, no tempo de
Jesus, e assim poderia dizer-nos algo daquela poca e da vida do prprio
Mestre. Mobilizamos assuntos nevrlgicos e perguntas at impertinentes
sobre Jesus de Nazar, o Redentor da humanidade, mas procuramos
conhec-lo como o homem incomum, magnfico e santificado, que seria
mais lgico, em vez do Mito alvo da adorao fantica e inconsciente
imposta pelos dogmas da especulao religiosa organizada. Ademais,
queramos saber quanto a sua "descida Terra, sua identidade
sideral, porque nascera na Judia, qual o processo tcnico de sua
encarnao, o seu contato com os Essnios, a natureza da traio de
Judas, a realidade dos seus milagres e feitos, os motivos bvios de sua
conde nao cruz, o seu julgamento perante o Sindrio e Pilatos, a
razo das passagens evanglicas que lhe desmentem a bondade e a
tolerncia, a verdade ou fantasia do Cristo Planetrio, e, finalmente,
qual fora a sua contextura humana, fsica ou fludica?
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Quanto s simpatias ou antipatias, censuras ou elogios, problema
que no nos preocupa, uma vez que a nossa inteno servir e ser til a
uma causa espiritual de amplitude coletiva, quaisquer que sejam as
crticas humanas a respeito e nossa tarefa. Antevemos os protestos de
certos setores religiosos grampeados ainda ao subjetivismo dos "milagres"
e das fantasias mitolgicas; chegando at a admitir que o prprio Deus
se travestiu de homem para ento poder salvar a humanidade. E tambm
discordaro desta obra os espiritualistas que admitem a excentricidade
de um Jesus fludico, a competir com os homens mediante o privilgio de
uma natureza humana diferente das leis biolgicas da procriao..
Na funo de mdium de Ramats, tudo fizemos para recepcionar o
seu pensamento com iseno de nimo e sem qualquer premeditao
medinica. "O Sublime Peregrino" no somente uma tentativa para
focalizar novos ngulos da vida de Jesus atravs da psicografia; mas,
principalmente, dar-nos algo de sua prpria contextura sideral fora da
matria, a natureza de suas relaes com os planos da vida csmica e com
o Esprito Planetrio da Terra! Esse ento o Jesus que precisamos
sentir permanentemente em ns mesmos, porque ultrapassa o "tempo" e
o "espao", e significa a Fonte inesgotvel, o "caminho, a verdade e a
vida" de nossa ventura espiritual!
Curitiba, 15 de dezembro de 1964 Grupo Ramats
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PREMBULO DE RAMATS Meus irmos.
Esta obra prende-se a algumas lembranas do contato que tivemos
com Jesus de Nazar, na Palestina, e de indagaes que fizemos a
alguns dos seus prprios discpulos naquela poca, e a outros, aqui no
Espao. Alguns quadros ou configuraes de sua infncia, adolescncia
e maturidade, pudemos reviv-los recorrendo aos arquivos ou "registros
etricos", fruto das vibraes das ondas de luz, ao ter ou "kase" dos
orientais, que fotografa desde o vibrar de um tomo at a composio
de uma galxia (1).
Em vez de tecermos uma biografia romanceada, em que a nossa
imaginao ou do mdium suprisse os elos faltantes ou obscuros,
esforamo-nos para deixar-vos uma idia mais ntida e certa da
realidade do Esprito anglico de Jesus, que jamais discrepou da vida
fsica, pois viveu sem exorbitar dos costumes e das necessidades
humanas. Atendendo SUgesto dos nossos Maiorais da
Espiritualidade, procuramos esclarecer os leitores sobre diversos
conhecimentos da vida oculta e prepar-los para as revelaes
futuras, com referncia contextura do seu esprito imortal. Eis os
motivos das "divagaes", que costumamos tecer propositadamente
Tora dos temas fundamentais de nossas obras, as quais ento
proporcionam aos nossos leitores o ensejo de uma doutrinaro suave,
indireta e desapercebida, que os auxilia a ajustar os fragmentos de
suas prprias aquisies espirituais. O que
(1) "Conforme no mais ignoram os estudiosos e pensadores do Espiritismo,
as poderosas sensibilidades etricas, as ondas luminosas disseminadas pelo
Universo, o fluido universal, enfim, sede da Criao, veculo da Vida, possui a
prodigiosa capacidade de fotografar e arquivar em .suas Indescritveis essnclas
os acontecimentos desenrolados sob a luz do Sol, na Terra, ou pela vastido
do Infinito" Trecho extrado da pg. 56, da obra, "Dramas da Obsesso,", de Yvonne
A Pereira, editada pela Federao Esprita Brasileira.
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lhes seria mais rido numa busca isolada sobre o esprito, fica-lhes mais
atraente e fcil, quando disseminado em torno de um assunto vertebral na
leitura espiritualista.
No defendemos "tese", nem pretendemos firmar pontos doutrinrios nos
relatos sobre "O Sublime Peregrino"; tentamos apenas revelar-vos algumas
atitudes e estados de esprito do Mestre Jesus, que se ajustam realmente sua
elevada contextura espiritual. Cabe ao leitor achar justo, certo ou
inverossmil o texto desta obra, o que, sem dvida, ser de conformidade
com o seu prprio grau espiritual. Em verdade, todos ns descobrimos, dia a
dia, que ainda sabemos muito pouco sobre a natureza sideral de Jesus, e, possi-
velmente, s depois de alguns milnios poderemos conhec-la em sua
plenitude! Uma vez que no nos move a vaidade insensata de querermos
contentar a todos os homens, desde j asseguramos o nosso respeito e a nossa
compreenso diante de qualquer opinio sobre esta obra.
H sculos que os homens desperdiam seu precioso tempo na indagao
de mincias dos acontecimentos ocorridos em torno do Mestre Jesus. No
entanto, descuram-se de considerar e praticar os seus admirveis ensinamentos
de redeno moral e espiritual. Quanto ao seu nascimento, certos estudiosos,
baseados na histria profana, o julgam nascido em Nazar; e outros,
conforme a tradio evanglica da Igreja Catlica (1-A), o crem oriundo de
Belm. E alguns ehegam a atribuir o nascimento do Mestre Galileu, em Belm,
necessidade de se justificar a lenda criada para situ-lo na man jedoura e
assim cumprirem-se integralmente as profecias do Velho Testamento (2).
A tradio mitolgica costuma sempre descrever o nascimento dos grandes
iniciados ou avatares destinados a desempenharem relevantes misses sociais ou
espirituais, como provindos de virgens e sob misterioso esponsalcio estranho
ordem natural do sexo e da gestao. Crisna, Lao-Tse, Zo-roastro, Buda,
Salivahana e outros instrutores espirituais nasceram de virgens e atravs de
fenmenos ou processos extraterrenos. Jesus, portanto, devido sua elevada
hierarquia
(1-A)Nota do Revisor: Segundo o Evangelho de So Joo, cap.I,vers.45-6, o
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apstolo refere-se Jesus de Nazar, filho de Jos.Do fato de ter sido criado em
Nazar, que resultou o cognomeJesus de Nazar, embora tenha realmente nascido em Belm.
(2) Mateus, capII,vers.1 e 23. Lucas,cap.II,vers.4 a 7. Isaas,cap.IX,vers.6 e
sideral, tambm no escaparia de vir luz do mundo sem alterar a
virgindade de Maria e ser concebido "por obra e graa do Esprito Santo"!
Ainda existem outras preocupaes quanto a certos acontecimentos, tais como
se Jos e Maria realmente se movimentaram para atender ao recenseamento
ordenado pelos romanos. Se isso aconteceu, s poderia ter ocorrido no reinado
de Quirinus, aps a queda de Arquelau. Mas se Jesus nasceu sob o poder de
Herodes, conforme asseguram os dois evangelhos , ento a viagem de Jos e
Maria rumo a Jerusalm no se realizou, porquanto no regime de Herodes no
houve qualquer recenseamento.
E ainda multiplicam-se as dvidas ou discordncia a respeito de Jesus,
pois at os espritas, apesar de mais esclarecidos quanto verdadeira vida
espiritual, tambm divergem sobre a natureza do corpo do Mestre. Uma
parte admite Jesus com um corpo fsico e sujeito s contingncias comuns da
vida carnal; outros preferem a tese dos "Quatro Evangelhos", de
Roustaing, obra mais afim s revelaes mitolgicas do catolicismo e
responsvel pela concepo do "corpo fludico". Alis, essa assertiva de Jesus
ter um "corpo fludico" ajusta-se ao mistrio da sua "ascenso em corpo e
alma", a qual no admitida pelos espritas kardecistas
No entanto, estas discusses sobre as caractersticas ou mincias dos
acontecimentos ocorridos quanto ao nascimento de Jesus constituem perda de
tempo, pois o aspecto mais importante a sua vida de abnegao e sacrifcio
ilimitados, no sentido de "salvar" a humanidade! Belm ou Nazar., o lar ou a
mangedoura, corpo fsico ou fludico, milagres ou trivialidades so circunstncias
incapazes de influir sobre o contedo do seu Evangelho, o mais avanado
Cdigo de Leia de aperfeioamento espiritual. Jesus sempre viveu em ti
mesmo os ensinamentos e conceitos salvadores ensinados ao homem
terreno; obviamente, muito mais valiosa e importante a sua doutrina e no os
aspectos humanos do ambiente onde ele nasceu e viveu! A consumao do seu
holocausto na cruz foi o coroamento messinico c a confirmao
inconfundvel de toda sua doutrina recomendada humanidade e sem
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derrogar as leis do mundo material, pois os seus prprios "milagres" nada
tinham de sobrenaturais, mas podiam ser facilmente explicveis pelas leis da
fsica transcendental com relao aos fenmenos medinicos hoje conhecidos.
(3) Mateus,II v.I. LucasI v.5. Jesus, embora fosse um anjo exilado do Cu, viveu junto dos terrcolas, lutando
na vida, humana com as mesmas armas, sem privilgios especiais e sem
recorrer a interferncias extraterrenas para eximir-se das angstias e dores
inerentes sua tarefa messinica. O seu programa na Terra destinou-se a
libertar tanto o sbio e o rico, como o iletrado e o pobre; por isso enfrentou
as mesmas reaes comuns a todos os homens, suportando as tendncias
instintivas e os impulsos atvicos, prprios de sua constituio biolgica he-
reditria, embora lhe atribussem uma linhagem excepcional da estirpe de
Davi . O Mestre mobilizava todos os recursos possveis para evitar sua
desencarnao prematura, cujo corpo de carne se ressentia do potencial
elevado das vibraes sidreas emitidas pelo seu Esprito anglico. Vivia,
em alguns minutos, os pensamentos, as emoes, angstias e ansiedades que
os terrcolas no conseguiam viver em uma existncia. O ritmo do
metabolismo de sua vida espiritual ultrapassava o limite urico de toda a
humanidade terrquea, e os seus raciocnios transbordavam fora do tempo
e do espao, exaurindo-lhe o crebro.
No seu hercleo esforo para situar-se a contento, na carne, Jesus
assemelhava-se a um raio de sol tentando acomodar-se numa vasilha de
barro! A sua mente vivia hipertensa, cujo impacto se descarregava sobre os
plexos nervosos, oprimiam-lhe o crebro, os nervos, o sangue e os vasos
capilares, resultando, ento, perigosos hiatos na rede circulatria. O
turbilho de pensamentos criadores vibrava e descia da superconscincia;
ele ento recorria aos jejuns peridicos, a fim de o seu esprito conseguir
maior liberdade nessas fases pr-agnicas de desafogo da matria. Outras
vezes, o prprio organismo mobilizava recursos biolgicos de emergncia e
vertia suor e sangue, compensando, com essa descarga imediata de humores, a
perigosa tenso "psicofsica", fruto do fabuloso potencial de energia
espiritual a lhe prensar a carne frgil(5) !
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(4)Lucas,cap. II,v.4. 2 Epstola de Paulo a Timteo,cap II,vers.8
(5)Nota do Revisor: O Evangelho de Lucas, cap.XXII.vers.44, refere o seguinte:E veio-lhe um suor de sangue, como de gotas de sangue, que caia sobre a terra. Trata-se de suor sangneo, por hemorragia das glndulas
sudorparas, que a Medicina chama de hematidrose.
Embora as paixes e os desejos estejam na alma, Jesus tambm se via obrigado
a mobilizar os seus recursos anglicos, a fim de neutralizar as vibraes pesadas
do ambiente onde se encontrava, assim como as flores delicadas resistem aos
ventos agressivos. A prpria narrativa religiosa simboliza na tentao de
Satans (6) ao Mestre Jesus, no ''deserto da vida humana", a fora dos impulsos
da animalidade pretendendo enla-lo nas teias sedutoras da vida sensual e
epicurstica do mundo.
Malgrado o terrcola ainda no possuir sensibilidade moral apurada, em condies
de avaliar o imenso sacrifcio e abnegao despendidos por Jesus para descer aos
charcos do vosso mundo, so bem menores as lutas, angstias e os tormentos do
pecador, no sentido de purificar-se at subir s esferas da angelitude, ante o
martrio do anjo que renuncia s venturas celestiais dos mundos divinos, para
descer ao abismo pantanoso dos mundos materiais, como sucedeu a Jesus.
E' bem mais fcil e cmodo despojarmo-nos dos trajes enlameados e tomarmos
um banho refrescante, do que vestirmos roupas pesadas e descermos a um fosso
de lodo repulsivo e infeccionado, onde se debatem criaturas necessitadas de
nosso auxlio.
Paz e Amor. Ramats.
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Captulo I
CONSIDERAES SOBRE A DIVINDADE E EXISTNCIA DE JESUS
PERGUNTA: Que dizeis a respeito do dogma catlico, que afirma ter sido Jesus o prprio Deus encarnado, feito homem para salvar
a humanidade?
RAMATfS: Em verdade, Jesus o Esprito mais excelso e genial da Terra, da qual o seu Governador Espiritual. Foi tambm o mais
sublime, herico e inconfundvel Instrutor entre todos os mensageiros
espirituais da vossa humanidade. A sua encarnao messinica e a
sua paixo sacrificial tiveram como objetivo acelerar, tanto quanto
possvel, o ritmo da evoluo espiritual dos terrcolas, a fim de
proporcionar a redeno do maior nmero possvel de almas,
durante a "separao do joio e do trigo, dos lobos e das ovelhas", no
proftico Juzo Final j em consecuo no sculo atual.
PERGUNTA: Podereis referir alguns aspectos e detalhes, quanto ao critrio dessa separao em duas ordens distintas?
RAMATS: O "trigo" e as "ovelhas" simbolizam os da "direita" do Cristo: so os pacficos, altrustas, humildes e compassivos,
representantes vivos das sublimes bem-aventuranas do Sermo da
Montanha. O caso semelhante ao que se processa num jardim,
quando o jardineiro decide arrancar as ervas daninhas que asfixiam
as flores; e, em seguida, aduba a terra, a fim de obter uma florao
sadia e bela.
O outro grupo de espritos situados "esquerda" do Cristo,
referidos na profecia como sendo o "joio" ou os "lobos", compem-se
dos maus, dos cruis, avarentos, irrascveis, orgulhosos, egostas,
hipcritas, luxuriosos ou ciumentos. Semelhantes erva daninha do
jardim, eles sero "arrancados" ou "excludos" da Terra para um
planeta inferior, compatvel com suas paixes e vcios. No entanto,
como o Pai jamais perde uma s ovelha do seu rebanho, tais
"esquerdistas", depois de "limpos" ou "redimidos" no exlio planetrio
purgatorial, regressaro sua velha morada terrena para
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harmonizar-se sua humanidade.
Conseqentemente, os exilados da Terra sentir-se-o "estranhos" no
planeta para onde foram expulsos; e, em certas horas de nostalgia
espiritual, criaro tambm a lenda de um Ado e Eva enxotados do
Paraso, por haverem abusado da "rvore da vida" . Ento, no astro-
exlio surgir uma verso nova da lenda dos "anjos decados", como j
aconteceu h milnios, na Terra, por parte dos exilados de outros orbes
submetidos a juzo final semelhante. E quando esses expatriados
voltarem a reencarnar na Terra, que a sua "casa paterna", ento o
Pai se rejubilar !
No Terceiro Milnio, a Terra ser promovida a um grau sideral ou curso
espiritual superior, algo semelhante ao gjnsio do currculo humano,
cujos inquilinos ou moradora; sero os espritos graduados "direita"
do Cristo, conforme Joo diz no seu Apocalipse (Cap. XXI, vers. 27):
"No entrar nela (Terra) coisa alguma contaminada, nem quem
cometa abominao ou mentira, mas somente aqueles que esto
escritos no livro da vida do Cordeiro". Em verdade, no Terceiro Milnio,
s entraro na Terra, pela "porta" da reencarnao, os espritos
devidamente ajustados ao Evangelho de Jesus, no simbolismo das
"ovelhas", do "trigo" e dos "direitistas".
PERGUNTA: Qual uma idia mais ampla, quanto a Jesus ser o "Salvador" dos homens, conforme aludistes h pouco?
RAMATS: As profecias do Velho Testamento sempre se referiram a um Messias, eleito de Deus, "Salvador" da humanidade terrena e
libertador do Povo de Israel, cativo dos romanos. Mas os profetas
no explicaram qual seria a natureza dessa "salvao". nem
deixaram quaisquer indicaes que pudessem esclarecer os exegetas
modernos. No entanto, a humanidade do sculo XX j est
capacitada para entender o sentido exato do vocbulo "Salvador", e
tambm qual a natureza da tarefa de Jesus junto aos homens.
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O seu Evangelho, como um "Cdigo Moral" dos costumes e das regras
da vida anglica, proporciona a "salvao" do esprito do homem,
libertando-o dos grilhes do instinto animal e das iluses da vida
material. Essa "salvao", no entanto, ainda se amplia noutro sentido,
porque os redimidos ou "salvos" dos seus prprios pecados tambm
ficam livres da emigrao compulsria para um planeta inferior, cujo
acontecimento j se processa na vossa poca, simbolizado pelo "Fim
dos Tempos" ou "Juzo Final"!
Os evangelizados ou "salvos" das algemas das paixes da
animalidade devem corresponder ao simbolismo do "trigo", da -'ovelha"
ou da "direita" do Cristo, a fim de ficarem desobrigados de uma
emigrao retificadora para outro orbe inferior, sendo-lhes permitido
reencarnar-se na Terra, participando da humanidade sadia e pacfica
predita para o Terceiro Milnio (3). Em conseqncia, a humanidade
futura ser composta dos "escolhidos" "direita" do Cristo e perfei-
tamente integrados no seu Evangelho redentor.
PERGUNTA: Qual a outra afirmao da Igreja Catlica, de que Jesus era o "Filho de Deus", como a segunda pessoa da Santssima
Trindade manifesta na carne?
RAMATS: Jesus nunca afirmou que era o prprio Deus manifesto na segunda pessoa da Santssima Trindade, nem se pronunciou
diferente da natureza dos demais homens. Mas deixou bem claro a
sua condio de irmo de todos os homens e filhos do mesmo Deus,
quando por diversas vezes assim se dirigiu aos seus discpulos: "Eu
vou a meu Pai e a vosso Pai, a meu Deus e a vosso Deus". B'
evidente, nesse conceito, que ele se referia a Deus como o Pai de
todos os homens; e a todos os homens como filhos desse mesmo
Deus.
PERGUNTA: Podereis citar-nos algum fato ou versculo do Novo Testamento, comprovando-nos o fato de Jesus no ser o prprio Deus
encarnado?
RAMATS: Deus, o Absoluto, o Infinito, jamais poderia ser enclausurado ou "comprimido" nas limitaes da forma humana, assim
como um pequeno lago no pode suportar e conter o volume das
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guas do oceano!
A Terra, planeta uo educao primria a se mover entre bilhes de
outros planetas mais evoludos, jamais poderia
(3) Vide a obra de Ramats "Mensagens do Astral", cap. I, II e X I ,
respectivamente, "Os Tempos so Chegados", "O Juzo Final" e "Os que Emigraro para
um Planeta Inferior".
justificar a derrogao das leis do Universo Moral, no sentido de o
prprio Deus tomar a forma humana, para "salvar" a humanidade
terrcola, ainda dominada pela cupidez, sensualidade, avareza, cime e
orgulho! Isso seria to absurdo, como se convocar um sbio da
categoria de Einstein para ensinar os rudimentos da aritmtica aos
alunos primrios!
Deus jamais precisaria encarnar-se na Terra para despertar os
terrcolas, quanto aos objetivos superiores da vida imortal. A revelao
espiritual no se faz de chofre; ela gradativa e prodigalizada
conforme o entendimento e o progresso mental dos homens. Assim, em
pocas adequadas, baixaram Terra instrutores espirituais como An
tlio, Numu, Orfeu, Hermes, Crisna, Fo-Hi, Lau Tse, Confcio, Buda, Ma-
harshi, Ramacrisna, Kardec e Ghandi, atendendo particularmente s
caractersticas e aos imperativos morais e sociais do seu povo. Jesus,
finalmente^ sintetizou todos os conhecimentos cultuados pelos seus
precursores, e at por aqueles que vieram depois dele. O seu
Evangelho, portanto, uma smula de regras e de leis do "Cdigo
Espiritual", estatudo pelo Alto, com a finalidade de promover o homem
sua definitiva cidadania anglica.
Alis, Jesus quem nos comprova no ser ele o prprio Deus,
porquanto do alto da cruz, num dos seus momentos inais
significativos, exclamou: "Pai! Perdoai, pois eles no Babem o que
fazem"! Por conseguinte, absolutamente lgico e evidente que a sua
splica ao Pai, rogando pelos seus algozes, demonstra a existncia na
cn^z do martrio de um " f i lho espiritual", feito homem e no o prprio
Deus!
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Se Jesus fosse o prprio Cus feito carne, por que ento e l e se
dirigiu a um Pai que, sem dvida, estava nos Cus? (4)
PERGUNTA: Somos de opinio que.Jesus, apesar de toda sua capacidade espiritual e graduao anglica, gozava de uma
assistncia excepcional do Alto. Essa designao de "Filho de Deus"
devia referir-se mais propriamente ao fato dele exercer uma atividade
incomum na Terra. No ass im?
(4) Nota do Revisor: Vide Epstola aos Gaiatas, cap. IV,vers. 4: "Mas quando veio o cumprimento do tempo, enviou Deus o seu filho, nascido de mulher,nascido sujeito
lei. evidente que Paulo de Tarso, nessa epistola, deixa bem claro que Jesus
no Deus.E se o Mestre foi nascido de mulher e sujeito lei, bvio que nasceu
com um corpo carnal e de modo comum e humano, como os demais homens. A
citao de Paulo no admite outra concluso.
RAMATS: No foi a condio excepcional da "Filho de Deus", como um ser divino e acima da contextura humana dos terrcolas, nem o
efeito de uma assistncia privilegiada, o sustento de Jesus na sua
obra redentora, mas a sua f ardente e convico inabalvel em favor
da humanidade terrena. Ele j possua em si mesmo, por fora de sua
hierarquia espiritual, a ventura ou a paz to desejadas pelo homem
terreno. O xito absoluto na sua tarefa salvacionista no dependeu
de protees celestiais privilegiadas, rnas do seu amor intenso e puro,
de seu afeto desinteressado e incondicional para com o homem! Essas
virtudes expandiam-se naturalmente de sua alma e contagiavam
quantos o cercavam, assim como o cravo e o jasmim no podem evitar
que o perfume inerente sua natureza floral tambm se desprenda
sobre as demais flores do jardim!
Jesus no tinha dvidas quanto realidade do "Reino de Deus" a
ser fundado entre os homens, porque esse ideal era manifestao
espontnea de sua prpria alma, j liberada da roda viciosa das
encarnaes planetrias. Nada mais o atraa para os gozos e os
entretenimentos da vida carnal! Todo o fascnio e convite capcioso do
mundo exterior no conseguiam alici-lo para o seu reinado
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"cesariano", ou faz-lo desistir daquele "reino de Deus", que ele
pregava ao homem, no sentido de "salv-lo" da iluso e do cativeiro
carnal!
A tarefa messinica de Jesus desenrolava-se sem quaisquer
hesitaes de sua parte, sustentada pela vivncia superior do seu
prprio esprito. A sua presena amiga e o seu semblante sereno
impressionavam a todos os ouvintes, quer fossem os apstolos,
discpulos, simpatizantes, homens do povo ou at inimigos!
Assim como o calor revigora o corpo enregelado, sua presena
semeava o nimo e a esperana, fazendo as criaturas esquecerem os
prprios interesses da existncia humana. A fonte que mitiga a sede
dos viandantes no precisa de "interferncias misteriosas" para aliviar
os sedentos; ela j possui o atributo refrescante como condio
inerente sua prpria natureza. Jesus tambm era uma fonte sublime
e abenoada de "gua espiritual", sempre pronta a mitigar a sede de afeto, de alegria e de esperana dos peregrinos da vida terrena, sem
usar de armas agressivas, de moedas, de recursos polticos, de
credenciais acadmicas para divulgar a "Boa Nova" ! Em vez de
recrutar os seus discpulos entre os doutos e os ricos, escolheu-os
entre os pescadores rudes e Ignorantes, porm honestos e sinceros.
Esprito magnnimo e sbio, embora humilde, ningum poderia
super-lo ou venc-lo no ambiente terrqueo, pois sua aura excelsa,
radiante de luz, embora imperceptvel aos sentidos dos que o
cercavam, traava fronteiras defensivas contra as ms intenes e os
maus pensamentos dos seus detratores.
PERGUNTA: Porventura Jesus tambm evoluiu de modo idntico aos demais homens, conforme vos referistes s suas encarnaes
noutros mundos?
RAMATS: Jesus tambm foi imaturo de esprito e fez o mesmo curso espiritual evolutivo atravs de mundos planetrios, j
desintegrados no Cosmo. Isso foi h muito tempo, mas decorreu sob o
mesmo processo semelhante ao aperfeioamento dos demais homens.
Em caso contrrio, o Criador tambm no passaria de um Ente injusto
e faccioso,capaz de conceder privilegias a alguns de seus filhos
preferidos e deserdar outros menos simpticos, assemelhando-se aos
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polticos terrenos, que premiam os seus eleitores e hostilizam os
votantes de outros partidos. Em verdade, todas as almas
equacionam sob igual processo evolutivo na aquisio de sua
conscincia espiritual e gozam dos mesmos bens e direitos siderais!
Jesus alcanou a angelitude sob a mesma Lei que tambrm orienta o
selvagem embrutecido para a sua futura emancipao espiritual,
tornando-o um centro criador de novas conscincias no seio do Cosmo.
Ele forjou, a sua conscincia espiritual sob as mesmas condies
educativas do bem e do mal, do puro e do impuro, da sombra e da luz,
tal qual acontece hoje com a vossa humanidade! Os orbes que lhe
serviram de aprendizado planetrio j se extinguiram e se tornaram em
p sideral, mas as suas humanidades ainda vivem despertas pelo
Universo, sendo ele um dos seus venturosas cidados.
PERGUNTA: Alguns espritas afirmam que a evoluo de Jesus processou-se em linha reta. Podeis esclarecer-nos a esse respeito?
RAMATS: Essa afirmao no tem fundamento coerente, pois a simples presuno de Jesus ter sido criado espiritualmente e com um
impulso de inteligncia, virtude ou sabedorla inata, constituiria um
privilgio de Deus a uma alma de sua preferncia! Isso desmentiria o
atributo divino de bondade e Justia infinitas do prprio Criador.
Alis,no h desdouro algum para o Mestre ter evoludo sob o regime
da mesma lei a que esto sujeitos os demais espritos, pois isso
ainda confirma a grandeza do seu esprito aperfeioado pelo prprio
esforo. Nenhum esprito nasce perfeito, nem possui qualquer sentido
especial para a sua ascese espiritual parte; todos so criados
simples e ignorantes, cuia conscincia ou "livre arbtrio" se
manifesta atravs do "tempo-eternidade", mas sem anular o esforo
pessoal na escalonada da angelitude.
E Jesus no fugiu essa regra comum, pois forjou a sua
conscincia de Amor e Sabedoria Csmica ao nvel dos homens,
lutando, sofrendo e aprendendo os valores espirituais no intercmbio
dos mundos materiais. Ele tornou-se um ente sublime porque
libertou-se completamente das paixes e dos vcios humanos;
mas no se eximiu do contato com as impurezas do mundo carnal!
A sublimidade da flor no reside apenas na sua conformao formosa,
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mas, acima de tudo, na sua capacidade de transformar detritos dos
monturos em clices floridos e odorferos!
Assim como impossvel a um professor analfabeto ensinar os alunos
ignorantes do ABC, Jesus tambm no poderia prescrever aos
homens a cura dos seus pecados, caso ele j no os tivesse vivido
em si mesmo! Justamente por ele ter sofrido do mesmo mal, ento
conhecia o medicamento capaz de curar a enfermidade moral da
humanidade terrena! ... Jesus, alhures, j foi um pecador como
qualquer homem do mundo; porm, ele venceu as iluses da vida
carnal, superou a coao implacvel do instinto animal e seu
corao transbordante de Amor envolve todos os cidados da Terra!
PERGUNTA: Que dizeis de certos autores, alguns sinceros e outros apenas talentosos, quando asseguram que Jesus foi apenas um "mito"
e jamais existiu fisicamente no seio da humanidade terrena?
RAMATS: E' indiscutvel que Jesus no s comprovou as predies do Velho Testamento, como ainda correspondeu completamente s
esperanas do Alto na sua misso espiritual junto aos terrcolas. Os
profetas tentaram comunicar aos judeus as premissas principais da
identificao do Messias, assim como o tempo de sua vinda ao orbe,
pois asseguraram que Israel seria o povo eleito para tal evento to
importante. Conforme as predies de Isaas (Cap.II, vers. 6 a 8),
depois do advento do Salvador, todas as coisas se ajustariam, pois
at o "cordeiro se deitaria com o lobo, o leo comeria a palha junto ao
boi e um pequeno menino conduziria as feras". E as profecias ainda
advertiam a raa de Israel, eleita para o advento do Messias, quanto
sua queixa, mais tarde, ao exclamar que "o povo para o qual viera,
no o conhecera". Corroborando tal predio, os judeus de hoje
ainda adoram Moiss, profeta irascvel, vingativo e at cruel; e
olvidam Jesus, pleno de amor, bondade e renncia, porque,
realmente, "ainda no reconheceram o seu verdadeiro Messias"!
Efetivamente, causa estranheza o fato de certos autores ainda
considerarem Jesus um mito ou embuste religioso, e lhe negarem a
vida fsica e coerente na Terra. Em verdade, Jesus justamente o
ser cada vez mais vivo entre os homens; pois a sua doutrina,
crescendo em todos os sentidos, j influencia at os povos afeioados
-
aos credos de outros instrutores. Se o fulgor da Roma de Augusto
ofuscou os historiadores da poca, fazendo-os ignorar a figura de
Jesus, isso no o elimina da face da Terra, nem o desfiguram as
lendas semelhantes j atribudas a Adonis, Crisna, Buda, Orfeu, tis,
Osiris, Dionsio ou Mitras. Apesar das inequvocas referncias
histricas sobre Anbal, Jlio Csar, Carlos Magno ou Napoleo; ou
mesmo sobre filsofos excepcionais, como Scrates, Plato, Epicuro,
Aristteles, Spinoza ou Marco Aurlio, eis que Jesus, o "mito", sobrepuja,
em celebridade, a todos esses homens famosos!
Por que Jesus, o "mito", supera a realidade e vive cada vez mais
positivo e imprescindvel no corao da humanidade* terrena, enquanto
famosos personagens "histricos" arrefecem no seu prestgio atravs
dos tempos? Em verdade, os homens j experimentaram todas as
filosofias, reformas religiosas e todos os cdigos morais e sociais, e,
no entanto, no lograram uma soluo definitiva para os seus
problemas angustiosos. A humanidade terrena do sculo XX, cada vez
mais neurtica e desesperada, pressente a sua derrocada inevitvel,
ante o requinte e a fria dos mesmos conflitos odiosos e guerras
fratricidas do passado! Os homens da caverna no evoluram nem se
humanizaram; apenas trocaram o tacape pelo revlver de madreprola,
ou o porrete pela metralhadora eletrnica! Matava-se a pedras e paus,
um de cada vez; hoje, mata-se urna civilizao derretendo a sob o
impacto da bomba atmica! Paradoxalmente, no a cultura e a
experincia real transmitidas pela Histria o fundamento
convincente para solucionar os problemas humanos to aflitivos
na atualidade. As criaturas esto tomadas pela desconfiana;
duvidam da cincia que lhes d o conforto material, mas no
lhes ameniza a angstia do corao;descrem de todas inovaes
sociais e educativas, que planejam um futuro brilhante mas no
proporcionam a paz de esprito! No entanto, Jesus, o "mito" esquecido
pela histria profana, ainda o nico medicamento salvador do
homem moral e psiquicamente enfermo do sculo atual! S o seu
Amor e o seu Evangelho podero amainar as paixes humanas e
harmonizar os seres numa convivncia pacfica e jubilosa! Se Jesus
fosse fruto da fantasia religiosa, ento teramos de concordar com a
-
inverso de todos os valores do conhecimento humano, a ponto de
no distinguirmos o fantasioso do real! Que fora poderosa alimentou
a vivncia desse Mestre Cristo "imaginrio", fazendo-nos
reconhecer-lhe um porte moral e espiritual do mais alto quilate
humano? Qualquer homem pode negar a existncia de Jesus; porm,
jamais h de oferecer ao mundo conturbado e corrupto uma soluo
mais certa e mais eficaz do que o seu Evangelho!
PERGUNTA: Existe alguma fonte histrica que anotou a figura de Jesus?
RAMATS: Alguns estudiosos confiaram na referncia feita por Josefo, na sua obra "Antigidade das Judeus", 93 anos depois de
Cristo, aceitando como relato histrico da autenticidade do Mestre
Galileu a seguinte passagem: "Nesse tempo viveu Jesus, um homem
santo, se homem pode ser chamado, porque fez coisas admirveis,
que ensinou aos homens; e inspirado recebeu a Verdade. Era seguido
por muitos judeus e muitos gregos. Foi o Messias".
Mas, a nosso ver, as provas mais autnticas da vida de Jesus so
as referncias perseguio aos "cristos", isto , os seguidores do
Cristo! Havendo cristos martirizados por
-
cheio; de aspecto muito sereno; nenhuma ruga ou mancha se v em
sua face; o nariz e a boca so irrepreensveis. A barba espessa,
semelhante aos cabelos, no muito longa e separada pelo meio; seu
olhar muito afetuoso e grave; ter os olhos expressivos e claros,
resplandecendo no seu rosto como os raios do sol; porm, ningum
pode olhar fixo o seu semblante, pois se resplende, subjuga; e quanto
ameniza, comove at s lgrimas ! Faz-se amar e alegre; porm, com
gravidade. Nunca algum o viu rir, mas, antes, chorar" (5).
PERGUNTA: Sob a vossa opinio, quais so as fontes no histricas, mas autnticas, para informarem sobre a existncia de Jesus?
RAMATS: Sem dvida, a fonte mais autntica no histrica a narrativa dos quatro evangelistas, apesar de interpolaes e dos
retoques que sofreu, inclusive tambm quanto a algumas
contradies existentes entre os prprios narradores. Mas fonte
idnea, porque manteve a unidade psicolgica e os propsitos
messinicos do esprito de Jesus. Entre os quatro evangelistas, dois
deles foram testemunhas oculares dos acontecimentos ali narrados;
e, por isso, mostram-se vivos e naturais nos seus relatos; os outros
dois interrogaram minuciosamente as testemunhas que
presenciaram as atividades de Jesus ou delas participaram na poca.
Superando as interpolaes perceptveis a uma analisa percuciente
os quatro evangelistas se mostram imparciais, singelos e seguros,
pois eles narram os fatos diretamente, sem muitas divagaes.
H nos seus relatos um grande esprito de honestidade e de certeza
absoluta naquilo que foi a vida de Jesus. Certamente existem algumas
diferenas quanto movimentao da pessoa do Mestre nos escritos
dos quatro evangelista*, mas no h dvida alguma no tocante sua
existncia real. Outras provas da evidncia so as cartas ou epstolas
atribudas a Paulo, as quais possuem a fora comunicativa das
(5)O retrato de Jesus feito por Pblio Lentulo foi publicado pela Revista
Internacional do Espiritismo e tambm se encontra na introduo da obra
A vida de Jesus ditada Por Ele mesmo.
-
suas atividades crists e transmitem o odor refrescante da "Boa
Nova" e do "Reino de Deus" apregoados por Jesus! (6)
Evidentemente, os historiadores no se preocupam em focalizar a
pessoa de Jesus, por ach-la de pouca importncia na poca, pois se
tratava de um simples carpinteiro, arvorado em rabino, e a pregar
estranha moral num mundo conturbado pelas mais violentas paixes e
vcios! A histria jamais poderia prever no seio da comunidade de
tantos rabis insignificantes da Palestina, que um deles se tornaria o
lder de milhes de criaturas nos sculos vindouros, pregando somente
o amor aos inimigos e a renncia aos bens do mundo, cm troca de um
hipottico "reino celestial".
Alm disso, Jesus era filho da Galilia, uma terra de homens
ignorantes e rudes, coletividade de gentios, indignos de figurarem na
histria. No entanto, malgrado essas deficincias, Jesus projetou-se
alm dos sculos testemunhado ps!os homens que o conheceram e
pelos discpulos integrados em sua vida messinica. Ningum duvida
da existncia de Pedra e Paulo de Tarso; nem dos encontros do
prprio Paulo com Pedro, Tiago e Joo. As prprias divergncias e
-
histria
(6) Vide Epstolas aos Romanos, V e vers.9; Corntios, Ie vers. 23,XIV,
vers.3,Glatas,II e vers,21;Efsios, II e vers.20 e 21; Timteo II, vers.8.
(7)Corntios,XI,vers.23 e 6;XV, vers.3 e Glatas II, vers.20.
profana de modo convincente, e a humanidade ter de criar outro
"mito", ou outro homem, para ento justificar esse "Cdigo Moral" de
profunda beleza espiritual!
De todos os acontecimentos narrados pela prpria Histria, Jesus
ainda a figura mais fascinante e convincente para nos condicionar a
uma vida espiritualmente elevada. Jamais houve qualquer lenda ou
narrativa a consumir tantas pginas em milhares de obras, capaz de
atrair tanto interesse e admirao conscincia do homem terreno.
Indubitavelmente, quanto mais os ateus e outros nega-dores se
empenham em "extinguir" ou apagar a figura do Jesus, mais ele se
impe acima de todas as dvidas, sobrepuja a prpria Histria e mais
vibra no corao dos crentes. Por conseguinte, v e tola qualquer
pretenso de negar a sua existncia, pois a despeito de todas as
negativas, ele sempre ressurge irradiando luz e amor, na tela viva da
conscincia humana!
PERGUNTA: Outros escritores expem dados histricos e descrevem Jesus como um "sedicioso" incurso nas leis penais da
poca, cuja doutrina sob sua chefia fracassou ante os poderes judeus
e romanos constitudos em Jerusalm. Que dizeis?
RAMATS: Basta o contedo do Evangelho yivido e ensinado por Jesus, para desmentir qualquer afirmativa quanto a ele ter sido
deliberadamente um rebelde ou SIM 11 cioso! Jamais o Mestre
Cristo desejou alguma coisa do mundo material, cuja vida terrena
foi centralizada exclusivamente em torno dos bens imperecveis do
esprito eterno Ele viveu trinta e trs anos na face da Terra sem
ater-se a quaisquer interesses mundanos; e ningum poder inculp-
Io de um s fato ou empreendimento egosta, que lhe tenha dado
-
relevo pessoal no ambiente poltico ou sacerdotal do mundo.
Nasceu e desencarnou extremamente pobre, encerrando seus dias
hericos sem valer-se dos favores ou conluios com os poderosos da
poca.
O homem sedicioso sempre um rebelde, um inconformado, pois
criatura vida do poder temporal e da exaltao sobre os seus
conterrneos. Os grandes sediciosos ou Indisciplinados que a a
Histria nem sempre registra com carinho e gratido, chamaram-se
Davi, tila, Gengis-Kan, Asoka, Alexandre, Anbal, Tito, Csar, Carlos
Magno, Iv o Terrvel, Napoleo, Kaiser, Stalin, Hitler, Mussolini e
outros, os quais, juntamente com certas qualidades excepcionais,
como a obstinao, capacidade de comando, arrojo, ambio e
estratgia, manifestaram tambm os pecados do orgulho, da
crueldade, pilhagem, vingana ou libidinosidade!
Sem dvida, alguns desses homens foram gnios ou heris; outros,
apenas loucos ou paranicos. No contestamos que tenham infludo ou
modificado os destinos dos povos no transcorrer de uma poca, pois
a Suprema Lei faz surgir o bem dos destroos do prprio mal,
aproveitando a impetuosidade, paixo selvagem, cobia, ambio e o
arrojo dos sediciosos, para efetuar as grandes transformaes
histrica e sociais no mundo. Escravos dos desejos de glrias ou de
riquezas, muitas vezes eles abriram as comportas da dor e do
sofrimento para os seus prprios comparsas das vidas passadas, agindo
como os carrascos implacveis nas provas de resgate crmico do
pretrito. Examinando as tropelias sangrentas narradas no Velho
Testamento, podemos certificar-nos do imenso nmero de soldados,
comparsas e aventureiros judeus, que naquela poca praticaram as
mais brbaras atrocidades. No entanto, sob o gldio da justia divina,
eis que eles retornaram carne travestidos ainda na figura de
judeus, porm, humilhados e vtimas dos nazistas nos famigerados
campos de concentrao e em mortes cruis, para resgatar os dbitos
clamorosos do pretrito! (8).
Mas a Lei aproveita esses homens atrabilirios e cruis e os
mobiliza como matria-prima para trazer o Bem pelo Mal, pois eles
aproximam povos, fundem fronteiras, derrubam tiranias, extinguem
-
feudos seculares, sacodem o p das velhas dinastias, abrem clareira
para novas relaes huma
(8) Nota do Mdium: Segundo certo comunicado medinico por
entidade de reconhecido critrio espiritual, Hitler, no passado, foi o rei
Davi e comandou inmeras vezes as hecatombes sangrentas
registradas amide, na Bblia. Mas, de acordo com a lei de "quem
com ferro fere, com ferro ser ferido", o seu esprito retornou Terra,
na Alemanha, e, sob a injuno do Carma, abriu as comportas do
sofrimento redentor para os seus prprios comparsas e soldados que
comandou outrora e lhe cumpriram fielmente as ordens brbaras. Assim,
os mesmos judeus que ele trucidou neste sculo, nos campos de
concentrao, j tinham vivido com ele e eram os mesmos soldados e
comparsas impiedosos, afeitos aos massacres dos povos vencidos.
Como exemplo a esmo, das barbaridades cometidas pelo rei Davi e
seus exrcitos, no passado, eis o que si encontra em "Reis, Livro
2.,cap. XII ,Vers.31 e transcrevemos: E trazendo os seus
moradores, os mandou serrar; e que passassem por cima deles as
carroas ferradas; e que os fizessem em pedaos com cutelos; e os
botassem em fornos de cozer tijolos; assim o fez com todas as cidades
dos amonitas; e voltou Davi com todo o seu exrcito para Jerusalm.
nas, proporcionando o ambiente eletivo para novos ensaios polticos e
sociais de vida entre os sobreviventes. Durante a revoluo francesa
cometeram-se as mais brbaras atrocidades e injustias sob o slogan
esperanoso de "Liberdade, Fraternidade e Igualdade". A pilhagem foi
organizada e oficializada pelos poder es dominantes; dela no se
beneficiaram apenas os pobres e os injustiados, mas tambm os
oportunistas, os delinqentes e os facnoras, espcie de corvos
adejando sobre a carnia! Mas, paradoxalmente, desse movimento
sangrento e sarcasticamente amparado pelos prprios conceitos da
moral superior, nasceram os princpios que depois consolidaram urna
jurisprudncia mais digna e a soberania popular pela doutrina da
Democracia!
Quantas vezes surgem da ral, indivduos inexpressivos, que se
-
projetam no furor dos empreendimentos e das tropelias sangrentas,
vidos de glorolas mundanas e festejados pelas multides tolas,
dominados pelo cabotinismo e pela parania perigosa? Servis, incultos,
temerosos, enfermios., frustrados, miserveis e impotentes, depois se
tornam monstros, brbaros, impiedosos, cnicos, irascveis, brutos e
orgulhosos, quando so guindados ao poder absoluto, passando a
desforrar-se dos mnimos vexames e ressentimentos que acumularam
durante os seus dias inexpressivos e desfavorveis? (9)
No entanto, Jesus sempre foi criatura pacfica, de atitudes claras e
honestas, esclarecendo que o seu "reino no era deste mundo", e
cuja conduta no era dbia, nem capciosa, jamais se assemelhando a
qualquer sedicioso do mundo Nunca praticou em sua vida qualquer
ato de rebeldia, desforra ou crueldade que pudesse nivel-lo
conduta dos
(9) Nota do Revisor: E' ainda o caso do Hitler, que, em sua juventude,
foi indivduo enfermio, ignorante, taciturno e pobre, mal sucedido com os
amigos e sustentando-se mediante trabalhos rudes e humildes, tais
como limpar ruas, carregar bagagens, servir de pedreiro, puxar terras
ou remover neve, conseguindo, a muito custo, a divisa de cabo na
cozinha do exercito alemo. No entanto, quando assumiu o poder na
Alemanha, ento, ele vingou-se furiosamente de todas as mgoas e
ressentimentos que sofrera na juventude, por parte da sociedade, dos
mi l i tares e dos Judeus especuladores. Dominado pela megalomania de
profunda exaltao, de um misticismo egocntrico e mrbido, que o fazia supor-se
um predestinado para dominar e dirigir o mundo, extravasou o seu furor paranico
e atrabilirio, a sua perversidade e vingana. Causando a catstrofe guerreira de
1939, onde foram organizados os diablicos campos de concentrao e as
cmaras de gs para extinguir e assassinar os judeus.
homens despticos e belicosos! O seu bom senso sempre aconselhava
aos homens "dar a Csar o que de Csar; e a Deus o que de
Deus"; a sua autoridade espiritual merece o culto de todas as
escolas espiritualistas do mundo; que lhe cultuam a memria na
conta de um elevado Mestre! Os esoteristas, teosofistas, rosa-cruzes
e iogas reconhecem Jesus como entidade j liberada do Jugo do
-
Carma, um "Avatar" ou Instrutor Espiritual de alta estirpe; enfim, um
"eleito" de elevada categoria sideral e de amplitude csmica. Ele
foi um eleito que trouxe Terra o Bem pelo Bem, e no apenas
um "escolhido" que pode semear o Bem pelo Mal (10).
PERGUNTA: Se Jesus no era um sedicioso, como pde ser
enquadrado sob as leis romanas, em cuja poca se puniam os
rebeldes e os criminosos pela crucificao?
RAMATiS: O sacerdcio judaico conseguiu arquitetar provas
materiais e testemunhos contra Jesus, entre os prprios seguidores
e a turba que o aplaudira sua entrada em Jerusalm, conseguindo
incrimin-lo como "sedicioso" Junto a Pncio Pilatos, Procurador de
Roma na Judia.
Prenderam-no conta de um malfeitor comum, malgrado ele s ter
lutado com as armas da ternura, bondade e amor! Mas os verdadeiros
motivos da sua crucificao, cujo holocausto o Mestre Jesus aceitou
sem qualquer protesto, exigem um captulo especial a ser compilado
nesta obra.
(10) Vide a obra Do Pas da Luz, cap.IV,1 vol., psicografia de Fernando
de Lacerda, na qual o esprito de Napoleo diz o seguinte:
O eleito sempre escolhido; mas o escolhido no eleito. O eleito foi escolhido por Deus para fazer o Bem pelo Bem; o escolhido pode ser para
fazer o Bem pelo Mal. O eleito foi Jesus. Eu fui escolhido.
Nesta comunicao. Napoleo compara sua existncia turbulenta e
ambiciosa com a misso terna e pacfica de Jesus.
Capitulo II
PERGUNTA: A fim de Jesus de Nazar, elevado instrutor espiritual,
conseguir baixar Terra e encarnar entre ns, houve necessidade de
providncias excepcionais, ou tal acontecimento obedeceu somente s
mesmas leis comuns que regulam a encarnao dos espritos, em
-
geral?
RAMATfS: O nascimento de "Avatares", ou de altas entidades
siderais no vosso orbe, como Jesus, exige a mobilizao de
providncias incomuns por parte da tcnica transcendental, cujas
medidas ainda so ignoradas e incompreendidas pelos terrcolas. E'
um acontecimento previsto com muita antecedncia pela
Administrao Sideral (1), pois do seu evento resulta uma radical
transformao no seio espiritual da humanidade. At hora de
esprito to elevado vir luz no mundo terreno, devem ser-lhe
assegurado;; lodo:; os recursos de defesa e assistncia necessrios
para o xito de sua "descida vibratria".
Alis, para cumprir a misso excepcional no prazo marcado pelo
Comando Superior, o plano de sua encarnao tambm prev o
clima espiritual de favorecimento e divulgao de sua mensagem na
esfera fsica. Deste modo, encarnam-se com a devida antecedncia
espritos amigos, fiis cooperadores, que empreendem a propagao
das idias no
(1) Vide a obra de Ramats, Mensagens do Astral, cap. Os Engenheiros
Siderais e o Plano da Criao, que d uma idia aproximada da
Administrao Sideral. Trecho extrado da obra A Caminho da Luz, de
Emmanuel, por Choco Xavier: Rezam as tradies do mundo espiritual
que, na direo de todos os fenmenos do nosso sistema, existe uma
Comunidade de Espritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do
Universo, em cujas mos se conservam as rdeas diretoras da vida de
todas as coletividades planetrias.
vas ou redentoras, recebidas do seu magnfico Instrutor, em favor da
humanidade sofredora.
Jesus foi um "Avatar", ou seja, uma entidade da mais alta estirpe
sideral j liberada da roda exaustiva das reencarnaes educativas ou
expiatrias. Em conseqncia, a sua encarnao no obedeceu s
mesmas leis prprias das encarnaes comuns dos Espritos
primrios e atrados carne devido aos recalques da predominncia
do instinto animal. Os espritos demasiadamente apegados matria
-
no encontram dificuldades para a sua reencarnao, pois em si
mesmos j existe a fora impetuosa do "desejo" impelindo-os para a
carne.
No entanto, Jesus, o Sublime Peregrino, ao baixar Terra em
misso sacrificial e sem culpas crmicas a redimir, para facilitar o seu
ligamento com a matria, viu-se obrigado a mobilizar sua vontade num
esforo de reviver ou despertar na sua conscincia o desejo de
retorno vida fsica, j extinto em si h milnios e milnios. A fim de
vencer a distncia vibratria existente entre o seu fulgente reino
anglico e o mundo terreno sombrio, ele empreendeu um esforo
indescritvel de "auto-reduo", to potencial quanto ao que um raio de
Sol teria de exercer em si mesmo para conseguir habitar um vaso de
barro. Os espritos inferiores so arrastados naturalmente pelos
recalques dos "desejos" que os impele para a vida carnal, e assim
ligam-se matriz uterina da mulher, obedecendo apenas a um
imperativo ou instinto prprio da sua condio ainda animalizada (2).
Em tal circunstncia, os tcnicos siderais limitam-se a vigiar o
fenmeno gentico da Natureza. Trata-se de encarnaes que
obedecem aos moldes primitivos das vidas inferiores, cujos espritos
compem as "massas" inexpressivas da humanidade terrena. Mesmo
depois de desencarnados, mal do conta de sua situao, porque
ainda vivem os desejos, as emoes e os impulsos da vida psquica
rudimentar. Sem dvida, o Senhor no os esquece no seu programa
evolutivo, orientando-os, tambm, para a aquisio de conscincia
espiritual mais desenvolvida.
(2)Segundo Buda, o elevado Instrutor Espiritual da sia, no desejo que se
encontra a causa de todo o mal, de toda a dor, da morte e do renascimento na
carne. o desejo, a paixo que nos prende s formas materiais, e que
desperta em ns mil necessidades sem cessar e nunca saciadas. O fim elevado
da vida arrancar a alma dos turbilhes do desejo.
No caso de Jesus, tratava-se de uma entidade emancipada no seio do
sistema solar, uma conscincia de alta espiritualidade, que no podia
reajustar-se facilmente gentica humana. Tendo se desvencilhado h
-
muito tempo dos liames tecidos pelas energias dos planos
intermedirios entre si o a crosta terrquea, ele precisaria de longo
prazo para, na sua descida, atravessar as faixas ou zonas
decrescentes dos planos de que j se havia libertado. E ento, para
alcanar a matria na sua expresso mais rude, teve de submeter-
se a um processo de abaixamento vibratrio perispiritual, de modo a
ajustar-se ao metabolismo biolgico de um corpo carnal. Jesus no
poderia ligar-se, de sbito, substncia grosseira da carne, antes que
a Cincia Divina lhe proporcionasse o ensejo favorvel e as providncias
indispensveis para uma graduao de ajuste freqncia comum da
Terra.
PERGUNTA: Essas providncias para a encarnaro de Jesus foram previstas muito tempo antes de ele descer a Terra?
RAMATS: Em verdade, a manifestao de Jesus no vosso orbe se efetuou de acordo com um plano minucioso delineado antecipadamente
pela Engenharia Sideral, no qual foram previstas as principais etapas
de sua descida e suas decorrncias de sua vida fsica, no tocante
arregimentaro de seus apstolos e outros discpulos (3). Tudo foi
estudado para se realizar no "tempo psicolgico" exato e visando no
melhor aproveitamento espiritual da estada do Mestre Junto
humanidade terrena. No entanto, malgrado a tarefa messinica
deliberada pelo Alto, Jesus teria de concretiz-la mi diante sua
prpria capacidade, inteligncia, renncia e at pela sua resistncia
orgnica, a fim de no sucumbir antes do prazo prefixado. Ele no
teria de submeter-se a um do terminismo fatal, que o transformasse
num simples autmato movido pelos "cordis" do mundo oculto; porm
Mobilizar
(2)Pergunta feita a Andr Luis por espritas:Todas as reencarnaes, mesmo as dos
indivduos inferiores, so objeto de um planejamento detalhado, por parte dos
administradores espirituais?
Resposta:H renascimentos quase que automticos, principalmente se a criatura ainda permanece fronteiria animalidade, entendendo-se que quanto mais
importante o encargo do esprito a corporificar-se junto da humanidade, mais dilatado
e complexo o planejamento da reencarnao . Extrado da Agenda Esprita 1964,
pergunta n 25,da cap. Reencarnao e artigo Entrevistando Andr Luis. Obra do
-
Instituto de Difuso Esprita Brasil.
lizar todos os seus recursos espirituais de modo a cumprir o
programa herico que aceitara em s conscincia.
Apesar de lhe serem programadas as fases de maior importncia na
sua existncia humana, isso foi apenas uma coordenao dos fatos
de maior relevo quanto ao sustentculo da obra evanglica, sem
jamais anular o seu esforo prprio.
Em verdade, no tempo "psicolgico exato", no antes, nem depois do
que fora marcado pela Direo Sidria do orbe, Jesus, o Verbo de
Deus", abriu os olhos vida humana do planeta Terra; e, dali por
diante, medida que ele se desenvolvia no comando do seu corpo
carnal, tambm aumentava, paralelamente, a sua responsabilidade
espiritual. Felizmente, o mecanismo sideral funcionara a contento,
embora os seus responsveis tenham enfrentado problemas graves,
imprevistos, e perigosas ciladas dos espritos satnicos. Graas ao
esforo e devotamento incompreensveis para os terrcolas, o Sublime
Peregrino, descido das regies mais excelsas, alcanou a face do orbe
terrqueo no tempo previsto. Assumindo a posse do seu delicado
instrumento carnal, ele Iniciou a sua viagem messinica pelo deserto da
incompreenso humana, culminando em sacrificar sua prpria vida
para redimir os seus irmos encarnados.
Desde a formao do planeta Terra, os socilogos Siderais previram no
esquema evolutivo do orbe, e no tempo exato* a. "descida" de todos os
instrutores espirituais, destinados a participar dos grandes eventos
da sua humanidade. Mas no desenvolvimento desse plano educativo
e redentor, eles marcaram a poca da conjuno de Saturno, Jpiter e
Marte, no signo de Pisces, para a cobertura vibratria da descida do
maior de todos os avatares, como foi Jesus. Ento o acasalamento no
campo etrico dos trs astros ofereceu na tela celeste um "tom
vibratrio" ou suavidade astralina, que predispunha os prprios
homens expectativa de "algo" sublime e esperanoso. O excelso
esponsalcio de Jesus com a Terra, nessa mesma poca, e a efuso
etrica, astralina e mental das humanidades mais avanadas desses
planetas espargiam uma vibrao espiritual de natureza pacfica, de
-
torna emoo e misteriosa ansiedade sobre os homens.
Um lenol de fluidos puros e desconhecidos em sua doura Incomum
pousava na face da Terra; uma estranha e sedativa aragem ondulava
sobre a humanidade, despertando-Ihe um sentimento expectante e
serenando os instintos nas criaturas mais sensveis. O fato de Jesus
tornar-se se mais tangvel, emergindo em Esprito periferia da Terra
e ainda catalisando com o seu infinito Amor o delicado fluido csmico
que aflorava pela via interna do orbe, produzia uma vibrao
harmoniosa e incomum no corao dos homens (4).
Em verdade, cumprira-se a profecia; o "Avatar", o Messias, entrevisto
tantas vezes pelos profetas do Velho Testamento, atingira a cresta
material depois de um inconcebvel esforo de auto-reduo,
despendido em alguns sculos, a fim de iniciar sua romaria sacrificial
para a redeno dos terrcolas.
PERGUNTA: Mas era necessrio ocorrer a conjuno planetria de Saturno, Jpiter e Marte, para Jesus poder se encontrar na Terra?
RAMATS: A mais eficiente organizao dos homens ainda um simples arremedo da mais singela disciplina determinada pela
Administrao Sideral dos orbes, sistemas solares e das galxias do
Cosmo. O "acaso" no existe nas obras criadas por Deus! O aforismo
popular de que "no cai um fio de cabelo do homem, sem que Deus
no saiba", explica o fato de todos os fenmenos da Vida
submeterem-se disciplina de leis inteligentes na criao do
Universo. Se a "queda de um fio de cabelo" no se faz por acaso,
impossvel imaginarmos a complexidade, a extenso dos esquemas,
detalhes e planos elaboradas h bilhes e bilhes de anos, pelo
Alto, a fim de prever e disciplinar a descida dos Instrutores Espirituais
Terra, no momento exato da necessidade de progresso e redeno
dos encarnados. O encontro planetrio entre Jpiter, Saturno e
Marte, sob o signo de Pisces foi o cumprimento de uma etapa
devidamente prevista pelos Mestres do atual "Grande Plano" em
execuo. E os estudiosos do tema astrolgico podero verificar que
o ano de 748, da fundao de Roma, quase 9 000 anos aps a
civilizao admica, marcou a mais exuberante conjuno de ast ros do
vosso sistema solar na abbada celeste, produzida real mente por esse
-
poderoso grupo de planetas:Saturno, Jpiter e Marte.
(4) Nota do Revisor: Vide a obra Boa Nova ditada pelo esprito de Humberto de Campos ao mdium Chico Xavier, na qual ele tambm assinala essa
influncia benfeitora dobre a Terra durante o advento de Jesus: Como se o
mundo pressentisse uma abenoada renovao de valores no tempo, em breve,
todas as legies se entregavam, sem resistncia, ao filho do soberano
assassinado. O grande imprio do mundo, como que influenciado por um
conjunto de foras estranhas, descansava numa onda de harmonias e de jbilo,
depois de guerras seculares e tenebrosas.
Assim, foi calculado o tempo exato em que se daria o esponsalcio
desse trio planetrio, quando a Terra ficasse sob a influncia do
magnetismo suave do signo de Pisces, para ento baixar um Messias e
estabelecer um novo Cdigo Espiritual de libertao dos terrcolas. E
Jesus fora eleito para entregar pessoalmente o Evangelho e ensin-
lo aos homens, a fim de ajud-los a resistir aos impulsos da
animalidade e prepar-los para o "Fim de Tempos" em que j viveis.
Realmente, so decorridos 2 000 anos da crucificao de Jesus, e a
humanidade terrena vive a poca perigosa e to bem definida por Joo
Evangelista como a "Besta do Apocalipse" (5).
PERGUNTA: Como foi prevista a vinda de Jesus Terra, h tantos
milnios?
RAMATS: A encarnao de Jesus, na Terra, foi prevista e fixada durante a elaborao do "Grande Plano" atualmente em transcurso no
Universo. A Administrao Sideral ento cogitou de eleger um esprito
da esfera dos "Amadores", mais tarde conhecido como Jesus de
Nazar, a fim de cumprir a misso redentora sobre a face da Terra na
poca aprazada. Repetimos que no h surpresas nem confuses no
funcionamento do mecanismo sideral do Cosmo; em conseqncia,
foram perfeitamente previstas e determinadas todas as premissas,
etapas e concluses na vida messinica do Mestre Jesus, o Redentor
dos homens terrenos!
-
PERGUNTA: Nesse caso, toda a atividade de Jesus, de sua famlia e dos seus apstolos e discpulos, foram acontecimentos enquadrados
rigidamente pela. Administrao Sideral no esquema de sua misso
na Terra?
RAMATtS: A vida de Jesus no foi um automatismo, nem conseqncia de deliberao do Alto, impondo o Cristianismo de
qualquer modo; mas os acontecimentos principais foram
esquematizados dentro de um plano de sucesso espiritual, em que no
fosse tolhida a vontade, o pensamento e o sentimento de todos os
seus participantes encarnados ou desencarnados. Espritos eleitos,
escolhidos e convidados participaram desse programa messinico de
benefcio coletivo,
(5)"A Besta Apocalptica" representa, pois, a alma global e Instintiva de
todas as manifestaes desregradas; ela age sorrateiramente nas
criaturas negligentes e sempre lhes ajusta emoes que Incentivam a
insanidade, a corrupo e a imoralidade geral". Cap. IX, "A Besta
Apocalptica", da obra de Ramats, "Mensagens do Astral".
sob a gide do Messias, mas nenhum deles foi cerceado no seu livre
arbtrio.
Os apstolos, discpulos e seguidores de Jesus, ao servi-lo para o
xito de sua sublime misso, tambm buscaram sua prpria renovao
espiritual e imolaram-se para a florescncia de um ideal superior,
liquidando velhas contas crmicas assumidas no pretrito. O sangue
cristo derramado para alimentar os fundamentos do Cristianismo,
tambm lavou ai vestes perispirituais dos seus prprios mrtires. Pedro
foi crucificado, Estevam lapidado, Joo foi torturado e Paulo degolado;
tudo em favor da abenoada idia de libertao espiritual, cujos
destinos crmicos foram acertados sob a bssola de Jesus,
resplandecendo no holocausto messinico da Era Crist!
No entanto, Jesus, o aluno menos necessitado do banco es colar
terreno, foi justamente o mais sacrificado, pois ele descera
matria esperanado de melhorar o padro espiritual dos seus
-
queridos pupilos!
PERGUNTA: Qual a idia que poderamos fazer de.swi 1H eviso to acertada da Administrao Sideral, a ponto dl antecipar cem
segurana os acontecimentos messinicas c Jesus? Se no se
tratava de um automatismo, como provB] com exatido todas as
atitudes e reaes do Mestre ate 0 IU CHIO final?
RAMATS: Assim como podeis prever que geniais pintores ou msicos ho de produzir pintura e composies musicais incomuns, pois isso
prprio de sua natureza excepcional, obviamente, os Planejadores
Siderais tambm podiam confiar no sucesso da misso de Jesus, em
face do seu elevado padro espiritual anglico, inacessvel a qualquer
deformaO. NO entanto, como o Messias e Instrutor da humanidade
terrena, ele tambm precisaria de discpulos e cooperadores
decididos, tal qual o compositor genial exige boa Instrumentao para
o xito de suas peas musicais. Tratava-se, portanto, de um Esprito
de elevada contexura sideral, e incapaz de se deixar atrair pelas
iluses ou tentaes de um mundo matria
O Alto mio opunha qualquer dvida a respeito da tarefa M E S S I N I C A
de Jesus, conhecendo lhe o Inesgotvel Amor em favor dos
homens e a capacidade de renuncia diante de um qualquer
sacrifcio e da prpria morte! Da a escolha para a sua obra dos
tipos psicolgicos que o cercaram durante sua romagem terrena, e
no momento oportuno tambm deram-lhe os melhores testemunhos
de fidelidade e abnegao po em favor da mensagem sublime do
Evangelho. Eram pescadores, campnios, publicanos, criaturas
bastante rudes e at impossibilitadas de compreender o alcance de
sua participao na obra de Jesus; mas abdicaram dos seus bens e
da prpria famlia a fim de sustentar-lhe a pregao messinica.
Sem dvida, os intelectuais da poca jamais se arriscariam ao ridculo
de admitirem ou divulgarem as noes to singelas e utpicas do
Cristianismo nascente, e que num ambiente fantico e de cobias e
dios, pregava o amor, a bondade e a renncia entre escravos e
senhores, ricos e pobres, santos e prostitutas, cultos e analfabetos!
Mas tudo isso foi possvel, pois acima da rudeza de homens to
simples e pobres, como foram os apstolos, prevaleceu-lhes a fora
-
extraordinria de uma f incomum e-a sinceridade pura, criando a seiva
indestrutvel para adubar e fazer crescer a rvore do Evangelho na
gleba terrena!
A atividade de Jesus foi prevista com segurana e xito no mundo
fsico e sem quaisquer preocupaes antecipadas dos Mestres
Siderais, porque o seu padro anglico era garantia suficiente para
profetizar a sua verdadeira conduta, no testemunho sacrificial da
cruz!
PERGUNTA: Por que motivo ainda no podemos compreender a verdadeira significao da paixo de Jesus?
RAMATS: E' um equvoco da tradio religiosa considerar que o supremo sacrifcio de Jesus consistiu essencialmente na sua paixo e
sofrimento, compreendidos entre a condenao de Pilatos e o
holocausto da cruz! Se o verdadeiro sacrifcio do Amado Mestre se
tivesse resumido nos aoites, nas dores fsicas e na sua crucificao
injusta, ento os leprosos, os cancerosos, os gangrenosos deveriam ser
outros tantos missionrios gloriosos e eleitos para a salvao da
humanidade! Os hospitais gozariam da fama de templos e viveiros de
"ungidos" de Deus, capazes de salvarem a humanidade dedicando a
ela suas dores e gemidos, lancinantes. Milhares de homens j tm
sofrido tormentos mais atrozes do que as dores fsicas suportadas por
Jesus naquela terrvel sexta-feira, mas nem por isso foram
consagrados como salvadores da humanidade!
PERGUNTA: Ento, nesse caso, o maior sofrimento < f r Jesus consistiu na sua dor moral ante a ingratido de nossa humanidade.
No assim?
RAMATS: Jesus, como sbio e psiclogo sideral, compreendia perfeitamente a natureza psquica de vossa humanidade, pois os
pecados ds homens eram frutos da sua imaturidade espiritual. Jamais
ele sofreria pelos insultos e apodos, ou pelas ingratides e crueldades
humanas, ao reconhecer nas criaturas terrenas mais ignorncia e
menos maldade! Porventura os professores se ofendem com as
estultcias e travessuras dos pequenos que ainda freqentam os
jardins de infncia, considerando injrias ou crimes aquilo que ainda
prprio da irresponsabilidade infantil?
-
A piedade e o amor excelsos de Jesus faziam-no sofrer mais pelo
descaso dos homens em promover a sua prpria felicidade, do que
mesmo pela ingratido deles. O seu verdadeiro sacrifcio e sofrimento,
enfim, foram decorrentes da penosa e indescritvel operao milenar
durante o descenso espiritual vibratrio, para ajustar o seu psiquismo
anglico freqncia material do homem terreno. A Lei exige a
reduo vibratria at para os espritos menos credenciados no
Espao, cuja encarnao terrena, s vezes, se apresenta dificultosa
nesse auto-esforo de ligar-se carne. Mas Jesus, embora esprito
de uma freqncia sideral vibratria a longa distncia da matria,
por amor ao homem, no hesitou em suportar as terrveis presses
magnticas dos planos inferiores que deveria atravessar gradualmente
em direo crosta terrquea.
J pensastes no sofrimento de um condor abandonando a
atmosfera pura dos Andes e baixando dos altos pncaros at oprimir-
se, c embaixo, pelo p ou pelo lodo a enlamear lhe as penas e o
corpo? E depois de exausto pela agressividade exterior e tolhido na
sua ansiedade de volio, ainda se deixa aprisionar numa estreita
gaiola a lhe molestar os movimentos mais amplos? Jamais algum
efetuou empreendimento to intenso e extraordinrio para descer do
Alto e amoldar-se forma fsica, conforme fez Jesus, a fim de
submeter-se s leis imutveis do cientificismo csmico, em voz de
derrog-las!
Ele desceu atravs de todos os planos inferiores, desde o mental,
astralino e etrico, at poder manifestar-se com sucesso na
contextura carnal e letrgica da figura humana Abandonando os
pncaros formosos do seu reino de glria, imergiu lentamente no
oceano de fluidos Impuros e agressivos, produzidos pelas paixes
violentas dos homens da Terra e dos desencarnados no Alm.
Embora se tratasse de um anjo do Senhor, a Lei Sideral obrigava-
o a dobrar suas asas resplandecentes e percorrer solitariamente
o longo caminho da via interna, at vibrar na face sombria do orbe
terrqueo e entregar pessoalmente a sua, Mensagem de Amor! O
Sublime Peregrino descido dos cus lembra o mensageiro terreno, que
aps exaurir-se no tormento da caminhada de muitos quilmetros,
-
deve entregar a "carta de libertao" a infelizes prisioneiros exilados
de sua Ptria I
Assim, os 33 anos de vida fsica de Jesus significam apenas o
momento em que ele faz a entrega da mensagem espiritual do
Evangelho, pois o processo espinhoso e aflitivo at imergi-lo nos fluidos
terrqueos durou um milnio do calendrio humano! Essa operao
indescritvel de sua descida sacrificial em direo Terra , na
realidade, sua verdadeira "Paixo", pois s os anjos, que o
acompanhavam distanciando-se cada vez mais, por fora da diferena
vibratria, que realmente podiam compreender a extenso do
herosmo e sofrimento de Jesus, quando deixou o seu mundo
rutilante de luzes e prenhe de beleza, para ento habitar um corpo
de carne em benefcio dos terrcolas!
Aps ajustar o seu corpo mental e reativar o mecanismo complexo
do crebro perispiritual, em seguida, Jesus desatou o corpo astralino
para vibrar ao nvel das emoes humanas. Atingido o limiar do
mundo invisvel e do material, ento fez o seu estgio final,
incorporando-se no ter Fsico ectoplsmico, para compor o "duplo
etrico" e os centros de foras conhecidos por "chacras" (6), que
deveriam se desenvolver e estruturar-se durante a gestao carnal.
Em seguida, integrou-se definitivamente na atmosfera do mundo
fsico, corporificando-se, mais tarde, no mais encantador menino que a
Terra j havia conhecido!
A descida vibratria do Mestre, para atingir o vosso plano fsico, foi
apenas uma fase qual ele se ajustou por amor ao vosso mundo,
reduzindo o padro de suas funes anglicas para desempenhar,
com sucesso absoluto, a sua misso de salvador da humanidade. No
podeis subestimar as fronteiras vibratrias que separam e disciplinam
as vrias manifestaes da vida csmica. E' muito longa a faixa ou
distncia existente entre um anjo e o homem. E Jesus, sendo a
mais alta entidade presente no vosso mundo, obviamente,
(7) Vide as seguintes obras que abordam assunto semelhante: "Os
Chacras", "O Plano Astral" e "O Plano Mental", de Laedbeater; "O Duplo
Etrico", de Powell, obras editadas pela Editora Teosfica Adyar S. A. e
-
Editora Pensamento, e "Elucidaes do Alm", da Ramats, editada pela
Livraria Freitas Bastos S.A
com sua poderosa vontade, mobilizou os espantosos recursos
necessrios para executar fielmente o Divino Mandato da sua tarefa
messinica.
Na impossibilidade de requintar ele a matria ou elevar o padro
vibratrio dos planos intermedirios entre si e a Terra, o nico
recurso vivel do cientificismo csmico teria de consistir na sua "auto-
reduo" aos veculos que deveria incorporar gradativamente, quais
elos de ligao dos planos subanglicos at carne. O
escafandrista, ao descer ao fundo dos mares, embora permanea
senhor de sua conscincia, fica circunscrito ao meio lquido,
sua fauna e densidade; a sua capacidade normal, do meio externo,
fica reduzida. Tal descida exige-lhe uma tcnica especial e uma prvia
adaptao s leis naturais do plano aqutico onde vai fixar-se e
agir.
Jesus, qual andorinha a debater-se no lodo viscoso de um lago,
deixou-se submergir no "mar" da vida humana, ajustando-se
heroicamente s contingncias sombrias do planeta. Se ele pudesse
fixar-se, instantaneamente, no corpo fsico, na fase de sua gestao,
seria o mesmo que algum conseguir, de um golpe, aprisionar um raio
de sol num vaso de barro!
O Messias, cuja aura imenso facho de luz a envolver a Terra,
do que a sua transfigurao no Tabor nos d uma plida idia teve
que transpor densas barreiras fludicas e enfrentar terrveis
bombardeios mentais, satnicos, suportando os efeitos da viscosa
nvoa magntica do astral inferior a envolver a sua aura espiritual.
Vapores sdicos atingiram-lhe o campo emotivo-anglico, no turbilho
de vendavais arrasantes produzidos pelas paixes txicas da
humanidade ainda dominada pelos instintos animalizados!
Em sentido inverso, aps o seu sacrifcio no Calvrio, o leu retorno ao
mundo celestial foi um desafogo, uma libertao dos liames
grosseiros que o retinham na Terra.
-
Se Jesus no suportou sofrimentos acerbos na sua desciida para a
matria, s por tratar-se de um esprito anglico, bvio que ele
tambm teria sido insensvel s reaes contundentes da vida carnal
e jamais sofreria em sua existncia messinica. A alma sublime,
medida que ingressa nos fluidos mais grosseiros dos mundos
materiais, para a viver e se manifestar, ela tambm sofre os
impactos, os efeitos e as reaes prprias desse ambiente hostil,
pois no pode eximir-se da ao e reao das leis tsicas criadas
por Deus na dinmica dos mundos materiais.
A descrena dos espritas e suas dvidas de Jesus gastar quase mil
anos no esforo sublime de baixar Terra talvez resulte desse longo
perodo to impressionvel para os homens. Um milnio do
calendrio humano avulta na mente do homem, pois ele mal atinge a
mdia de 60 ou 80 anos de idade na sua vida terrestre. Para quem
coordena sua existncia pela contagem da folhinha humana,
demasiadamente extenso, e at inverossmil, que Jesus tenha
consumido mil anos para a descida vibratria e apenas vivido 33 anos
na face da Terra. Contudo, a mesma medida milenria capaz de
produzir tanta impresso no crebro humano, no passa de um fugaz
minuto no relgio da Eternidade, pois os espritos vivem fora do espao
e do tempo das convenes terrenas. A descida milenria de Jesus foi
somente uma etapa prevista pela Tcnica Sideral, quando ele reduziu
o seu poder e a sua conscincia anglica por amor humanidade, a
fim de comparecer pessoalmente "escola primria" terrena e
entregar a mensagem salvadora. Mas a sua peregrinao do Cu
Terra foi-lhe dolorosa e sacrificial, lembrando o prncipe que deixa o
seu palcio resplandecente para descer aos charcos onde vivem
cancerosos, rprobos e leprosos, junto aos quais ele no se livra de
aspirar-lhes as emanaes empestadas, nem mesmo evita de sofrer
alguns danos em sua veste fidalga. Alis, conforme diz um velho
provrbio popular, "no meio do espinheiro, rasga mais facilmente o
traje de seda do que a veste de couro"!
Malgrado a dvida suscitada por protestantes, catlicos e espritas,
eles no podem anular a diferena vibratria existente entre o mundo
anglico e o mundo humano. Caso Jesus resolvesse encarnar-se
-
novamente na Tenra, ento j de h muitos anos ele teria iniciado a
sua descida vibratria, obediente s mesmas leis imutveis que lhe
disciplinaram a encarnao messinica h dois mil anos.
Se a descida anglica da Mente Divina at a fase-matria, que forma o
mundo das formas exteriores, disciplinada por leis fixas que regulam
essa expanso do Esprito de Deus para fora de Si Mesmo, por que
a manifestao de Jesus na carne humana deveria contrariar o
ritmo csmico da Criao?
PERGUNTA: A Bblia, porventura, faz alguma referncia que confirme ou esclarea essa descida milenria do Mestre Jrsus, assim como a
explicais?
RAMATS: Quando Moiss terminou sua misso combativa, e por vezes at cruel, no seu compromisso de codificar a idia de um
Deus nico entre o povo hebreu retirado do Egito, Jesus ento
estabeleceu os planos para a sua descida messinica Terra, a fim
de reajustar os ensinamentos dos seus predecessores. O profeta
Isaas, tocado pela graa do Senhor e pressentindo essa "descida
vibratria" do Mestre Cristo, ento anuncia o seguinte: "J um
pequenino se acha nascido para ns, e um filho dado a ns, e o
nome com que se apelidar ser Deus forte, Pai do futuro sculo,
Prncipe de Paz. O seu imprio se estender cada vez mais e a Paz
no ter fim" (Cap. IX, v. 6 e 7). Miquias tambm alude ao mesmo
fato, dizendo: "E tu, Belm, tu s pequenina entro os milhares de
Jud, mas de ti que h de sair aquele que h de reinar em Israel, e
cuja gerao desde o princpio, desde os dias da eternidade"
(Cap. V, vers. 2).
PERGUNTA: Dissestes h pouco que at certas almas sem grandes credenciais psquicas podem encontrar dificuldades na sua descida
para a carne. Podereis assinalar qualquer obra medinica, ditada
por Espritos de confiana e atravs de mdiuns criteriosos, capaz
de ajudar-nos a associar acontecimentos semelhantes com a descida
sacrificial de Jesus por entre os fluidos densos do nosso planeta?
RAMATS: Embora reconhecendo a excelente bibliografia esprita que j existe a esse respeito, citaremos algumas obras medinicas
-
de nossa confiana, de preferncia atravs da psicografia de Chico
Xavier. Na obra "Voltei", ditada pelo esprito de Irmo Jac, pg.
127, o autor menciona uma centena de espritos singularmente
iluminado;;, em profunda concentrao, e assim explica: "Aqueles
so vanguardeiros da pureza e da sabedoria, que fornecem Fluidos para
materializaes de ordem sublime". Em "Libertao, Andr Lus, outro
esprito, pg. 41, alnea 11, registra Idntica cena: ''Os doadores de
energia radiante, mdiuns do materializaes em nosso plano, se
alinhavam, no longe, em nmero de vinte".
No entanto, essas providncias tcnicas transcendentais no se
referiam ao nascimento na carne, mas apenas para se
materializarem Espritos no prprio mundo astral adjacente Terra,
a fim de poderem efetuar curtas prelees na colnia designada pelo
nome de "Nosso L a r " . Malgrado ainda se tratarem de acontecimentos
exclusivos do plano espiritual, assim mesmo eles requeriam
complexos recursos e a mobilizao de energias superiores de
sustentao de um CAMPO vibratrio acessvel s entidades
comunicantes de natureza superior. Imaginai, ento, o dispndio de
foras e as indescritveis atividades siderais mobilizados pelo Alto, a fim
de que Jesus pudesse se reduzir no seu comando espiritual e na
sua aura refulgente, para poder vestir o opressivo escafandro de carne
depois da sacrificial descida vibratria?
PERGUNTA: Podereis citar-nos mais alguns exemplos quanto necessidade de Jesus reduzir propriamente o seu perisprito para
alcanar a carne?
RAMATS: Evidentemente, a leitura das obras citadas, no seu desdobramento dos fenmenos em questo, dar-vos- melhores
elucidaes quanto a um estudo mais profundo. Mas atendendo a
vossa pergunta, recomendamos sobre o assunto a leitura de todo o
Captulo XIII, inserido na obra medinica "Missionrios da Luz", no
qual se estuda o mecanismo da reencarnao de uma entidade com
algumas prerrogativas a seu favor. Citando pequenos tpicos desse
livro, indicamos a pg. 205, alnea 8, onde os tcnicos se dirigem ao
esprito de Segismundo, a entidade reencarnante, e assim lhe
-
dizem: "D trabalho sua imaginao criadora. Mentalize os primrdios
da condio fetal, formando em sua mente o modelo adequado". Alm,
na pg. 214, alnea 20, lereis: "Agora continuou o instrutor
sintonize conosco relativamente forma pr-infantil. Mentalize sua
volta ao refgio maternal da carne terrestre! Lembre-se da
organizao fetal, faa-se pequenino! Imagine sua necessidade de
tornar a ser criana para aprender a ser homem!" Ainda na mesma
pgina, alnea 32, o autor elucida: "A operao no foi curta, nem
simples. Identificava o esforo geral para que se efetuasse a
reduo necessria". ' evidente que ainda no estamos em
condies de compreender o processo sideral da descida de Jesus,
cujo tempo do calendrio humano despendeu quase um milnio no
esforo de auto-reduo antes de atingir a Terra. Se uma
encarnao to simples, como relatam espritos credenciados no
Espao, pelas obras que citamos, exige tais recursos e mobilizam
assistncia superior, imaginai a atividade anglica durante um milnio
preparando e consolidando o advento do Messias Terra! E a mesma
obra ainda confirma essa assistncia superior quando na pg. 217,
alnea 13, assim diz: "Em todo o lugar desenvolve-se o auxlio da
esfera superior, desde que se encontre em jogo o trabalho da Vontade
de Deus. Entretanto, devemos considerar que, em tais circunstncias,
as atividades de auxlio .so verdadeiramente sacrificiais. As vibraes
contraditrias e subversivas das paixes desvairadas da alma em
desequilbrio comprometem os nossos melhores esforos..." (7)
PERGUNTA: Ser-vos-ia possvel tambm assinalar alguns conceitos medinicos de confiana espiritual, que nos expliquem a
necessidade da higienizao dos fluidos ambientais?
RAMATfS: Ainda recorrendo s obras psicografadas por Francisco Xavier, citamos "Nosso Lar", quando o seu autor espiritual diz,
pg. 199, alnea 1: "Todas as tarefas de assistncia imediata
funcionam perfeitamente, a despeito do ar asfixiante, saturado de
vibraes destruidoras". E na alnea 12: "Aos fluidos venenosos da
metralha, casam-se as emanaes pestilentas do dio e tornam quase
impossvel qualquer auxlio". Tratava-se de singela comisso de
Espritos em tarefa de socorro sobre os campos de batalha, na zona
-
europia, classificada como verdadeiro inferno de indescritveis
propores. Essa descrio das ms vibraes apenas em zona do
vosso globo, bem pode servir para avaliardes o efeito que a massa
mental odiosa e corrosiva, da vossa humanidade, produziu na
maravilhosa e delicada tessitura perispiritual de Jesus, na sua sintonia
com os planos intermedirios da carne.
Na obra "Libertao", pg. 53, alnea 36, o autor espiritual focaliza
muito bem, em miniatura, um desceno SIDeral pelo qual se pode
avaliar o que teria sofrido Jesus. Diz o autor: "Nossas organizaes
perispirticas maneira de escafandro estruturado em material
absorvente, por ato deliberado de nossa vontade, no devem reagir
contra as baixas vibraes deste plano. Estamos na posio de homens que, por amor, descessem a operar num imenso lago de lodo,
pura socorrer eficientemente os que se adaptaram a ele, so
compelidos a cobrir-se com as substncias do charco, SOFrendo-lhes,
com pacincia e coragem, a influncia deprimente". Na alnea 18,
pg. 54, da mesma obra, l-se: "Chegou para ns o momento de
pequeno testemunho. Muita capacidade de renncia
indispensvel, a fim de alcanarmos nossos fins".
(8) Nota do Mdium: Ramats apenas indlcou-nos AS PGINAS DAS
OBRAs obras citadas e as respectivas alneas, que ento copiamos
para facilidade de uma transcrio mais direta. Para Isso
usamos AS SEGUINTEs obras: "Voltei", l.a edio, do esprito de Irmo
Jac;"Libertao", 2." edio; "Missionrios da Luz", 4." edio, e "NOSSO
LAR", 1 edio, estas ultimas ditadas pelo esprito de Andr Lus.
Achamos desnecessrio assinalarmos outras obras para justificar a
herica descida de Jesus Terra, quando j podeis ajuizar o imenso
sacrifcio que efetuam os espritos benfeitores desencarnados, apenas
para socorrer os seus companheiros infelizes atolados nos pntanos
cruciantes dos abismos inferiores do Alm. Jamais o homem poder
avaliar o prodigioso esforo de Jesus e o imenso trabalho da Tcnica
Sideral para ele alcanar a atmosfera opressiva do globo terrqueo e
-
se