SUCESSO EM PALAVRAS - BIOGRAFIAS ELDORADO – VOL. 1

São Paulo 2010

Elias Awad

SuceSSo em palavraS

BiografiaS eldorado

volume 1

Biografias_NOVO.indd 3 17.11.10 10:38:08

Copyright © 2010 by Elias Awad

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Crie a sua receita e segredo para o sucesso

Caro leitor,encontramo-nos novamente, desta vez para falar não de uma,

mas de várias biografias. este é o Sucesso em palavras – Biografias Eldorado – volume 1, livro que nasce com a missão de compartilhar parte das entrevistas realizadas por mim no programa Biografias, da rede eldorado, cuja estreia se deu em novembro de 2008.

e aí vem a grande questão: “Qual é o segredo do sucesso dos grandes empreendedores?”.

Posso garantir que sucesso é consequência, e não meta; o suces-so sempre está presente em nossas vidas. ele não nasce conosco ou será eterno apenas porque até hoje você construiu uma biografia vitoriosa. o ontem e o hoje garantem o sucesso atual. o hoje e o amanhã garantem o sucesso futuro. essa é uma cadeia que jamais pode ser quebrada.


tive o privilégio de biografar, em livros ou por meio do progra-ma Biografias, mais de uma centena dos principais empreendedo-res do Brasil dos mais variados segmentos: indústria, comércio, prestação de serviços e terceiro setor. aliás, é por esse foco que te-nho pautado há anos a minha carreira, como um biógrafo cuja matéria-prima das histórias de sucesso advém das entrevistas. Ba-seio-me em depoimentos e emoções tiradas do coração daqueles que me deram a honra e o privilégio de biografá-los em livros ou através do Biografias Eldorado.

nessas entrevistas, constatei que o sucesso pode sim ter receita; afirmo também que cada um deles usou a própria receita, com os ingredientes que tinham disponíveis. todos eles têm seus méritos; uns com mais, outros como menos condições, mas todos com re-sultados expressivos.

elas e eles vieram das mais variadas regiões do país, das mais va-riadas classes sociais, dos mais variados níveis de cultura e conheci-mento... mas todos tiveram em comum a vontade de vencer; a von-tade de começar, de crescer e de gerar riqueza.

aprendi muito com cada uma delas e com cada um deles. ali estava não só o empresário, mas o empregador, o fornecedor, o cliente e o investidor; ali estava o filho, o pai, o amigo, o esposo e o confidente. as lições dessas e desses verdadeiros gênios dos negócios são para ser aplicadas na vida pessoal e profissional.

Posso afirmar, pelas minhas observações e constatações, que ne-nhum deles triunfou e chegou ao sucesso por acaso. Para alcançar sucesso é preciso ter ferramentas certas, fundamentais para alcançar tal posição. olhe detalhadamente e avalie algumas delas.

comecemos pelas suas mãos que representam a força de trabalho; agora, perceba suas pernas e pés, capazes de movimentá-lo em busca dos objetivos. o próximo passo é valorizar sua mente, intelecto


necessário para encontrar caminhos e estratégias decisivas e criati-vas; e talvez a mais importante das ferramentas: olhe através do lado esquerdo do seu peito, é lá que ela está, é lá que fica o coração, que a cada batida se sente recarregado para seguir adiante.

é nesse canto da sua máquina de trabalho que será possível trans-formar cada uma das ações das suas mãos, das suas pernas e do seu intelecto naquilo em que você acredita. e sempre aquilo em que acreditamos está envolvido por muita emoção.

então, trabalhe muito, interaja com as pessoas, tenha boa convi-vência com os concorrentes, respeite e valorize o seu grupo de tra-balho, curta a sua família, alimente sua espiritualidade, encontre oportunidades onde muitos enxergam problemas, invista, acredite, cresça, chore e sorria. não segure suas emoções!

essa é a base daquilo que eu aprendi com cada um desses gênios empreendedores. aqui estão apenas 16 deles, que participaram dos meses iniciais do programa Biografias.

Portanto, conheça um pouco da trajetória de cada um dos nos-sos biografados, e até o Sucesso em palavras – Biografias Eldorado – volume 2!

Elias awad


Prefácio

a biografia é o gênero literário que mais me seduz quando pro-curo uma nova leitura. me fascina desvendar os mistérios, descobrir cada peça que compõe a história e acompanhar passo a passo a tra-jetória da vida que está sendo narrada nas páginas, para então poder unir todos os ingredientes que formam a obra completa.

talvez o gosto por este tipo de literatura esteja ligado à profis-são de jornalista e mais ainda à minha escolha dentro deste ofí-cio, a de ser repórter, em que esmiuçar, investigar, contar a his-tória de uma ou mais pessoas e encontrar bons personagens estão implícitos na atuação da profissão; este é o melhor desempenho de um repórter, independente da mídia em que atue, seja im-pressa ou eletrônica.

dito isto, fica claro que quando o elias awad me apresentou o projeto para fazer um programa na rádio eldorado sobre biogra-fias, a ideia me atraiu logo de início, principalmente porque seria algo inédito trazer este gênero literário para outra plataforma.

elias awad, também um repórter na essência, defendeu a pro-posta com paixão e aos poucos a ideia começou a sair do papel. no início, fiquei receosa de que o programa, com a participação de apenas um entrevistado contando a sua história de vida, não tivesse o mesmo sabor que proporcionaria um livro. Pior que isso, seria o fato de que a entrevista deixasse de ser atrativa, can-sando o ouvinte.


com alguns ajustes, demos uma roupagem para o programa, que ganhou trilhas e quadros para quebrar a linha monocórdia que ani-quila qualquer produto radiofônico.

nas reuniões seguintes, além de conhecer um pouco mais sobre a história deste repórter com carreira em vários veículos da grande imprensa e que nos fins dos anos 1990 se transformou em um escri-tor, aos poucos fui percebendo também que elias awad era um apaixonado por rádio como eu.

com o olhar mais adiante, ele percebeu que transportar para um programa o mesmo trabalho que desenvolve há anos com os livros biográficos-empresariais tinha tudo a ver com o rádio, que tem na essência a prestação de serviços. e esta para mim, através das trajetórias de vida dos vários entrevistados que passaram e irão ainda passar pelo programa, é uma das principais funções do Biografias, a de compartilhar as experiências e de revelar lições de empreendedorismo.

tenho certeza de que as páginas seguintes vão oferecer ao leitor momentos de reflexão, emoção e aprendizado com as trajetórias de vida das pessoas que, de origem simples ou não, se transformaram em grandes empreendedores e oferecem através das entrevistas as várias receitas e dicas para o sucesso.

Filomena Salemmeeditora-chefe

rede eldorado


Agradeço

a Deus, minha Luz;ao carinho dos empresários brasileiros, que me transmitem

tantos ensinamentos;à minha equipe Eldorado:Joyce Murasaki, Naína Popp e

Marcelo Romano; à Luciana Freitas; à equipe técnica da Rede Eldorado;

à amiga e editora-chefe da Rede Eldorado, Filomena Saleme, por acreditar desde o início no projeto;

aos meus amigos editores Nilda e Luiz Vasconcelos, Sílvia Segóvia e equipe da Novo Século;

às sempre mulheres da minha vida: Lúcia, amada esposa; Camille e Nicole, amadas princesas; Maria, amada mãe.


AFFONSO BRANDÃO HENNEL Fundador da Semp Toshiba

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nascido em 11 de julho de 1929, em Juiz de Fora, minas Gerais, affonso Brandão Hennel formou-se em enge-nharia Industrial pela universidade de Syracuse, nos es-tados unidos. depois de trabalhar e de assumir a presi-dência da empresa da família, a SemP - Sociedade eletro mercantil Paulista, em 1977 fundou uma joint venture com a toshiba, a Semp toshiba, iniciando então uma parceria que já dura mais de três décadas. em 1998, affonso Brandão Hennel consolidou o processo de suces-são da empresa, tornando-se consultor e o principal acionista da Semp toshiba.

AFFONSO BRANDÃO HENNEL Fundador da Semp Toshiba


Aprecio o seguinte pensamento de Soichiro Honda, fundador da Honda Motor Co.:

“Mente implacável, mãos limpas e coração generoso”! Levei alguns anos para entender

e aplicar esses três conceitos: A “mente implacável”, que adaptei para mente crítica

e imparcial, sempre me obrigou a seguir regras em busca de alcançar metas, assim como foi efetiva na correção de algumas

iniciativas pessoais e de caminhos profissionais. Estar de “mãos limpas” representa cumprir rigorosamente os

compromissos, sejam eles éticos, morais ou financeiros. E ter “coração generoso” é justamente poder olhar, ouvir, buscar entender e criar oportunidades para o

próximo, compartilhando os resultados, algo que sempre esteve entre os princípios

da família.

affonso Brandão Hennel


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Elias Awad – Quais as origens das famílias Brandão e Hennel?

Por parte de mãe, de descendência portuguesa, a família aportou no Brasil há alguns séculos e estabeleceu-se em minas Gerais. a ci-dade de Bueno Brandão, ao sul de minas Gerais, é uma das mani-festações da família Brandão. Por parte de pai, dos Hennel, meus avós eram alemães de origem e essência, que também casaram com alemães que vieram ao país mais recentemente.

Elias Awad – Como seu pai, Afonso Hennel, fundou a Semp?

meu pai havia se estabelecido no rio Grande do Sul. ele tinha um sócio, de nome carlos rettmann, que havia tido sucesso no interior gaúcho e queria expandir os negócios para Porto alegre, nos ramos elétrico e eletrônico. o carlos precisava de alguém para desenvolver os negócios no rio Grande do Sul. ele ouviu falar do meu pai e os dois tornaram-se sócios.

Elias Awad – Como foi esse início de sociedade?

meu pai era o sócio minoritário que carregava o piano da empre-sa, chamada radio Importadora. o rádio era caro e meu pai fazia


Elias Awad

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demonstrações do produto nas casas dos possíveis compradores. Para testar a capacidade do rádio, ele buscava sintonizar emissoras do uruguai, da argentina e do rio de Janeiro. a família toda ficava agregada em volta do rádio, acompanhando as demonstrações, e normalmente ele conseguia fazer a venda.

Elias Awad – Por que a migração da comercialização de rádios para uma indústria?

Foram anos de formação da difusão do rádio no Brasil. o rádio começou a ser introduzido no país com seriedade a partir de 1922 e foi se firmando e se tornando aquilo que o computador represen-ta hoje: um objeto de desejo. Só que não era desejo apenas dos jo-vens, mas das famílias. Houve uma interrupção desse processo, em função da Segunda Guerra mundial, quando os eua entraram no combate e as exportações cessaram.

Elias Awad – A falta do produto levou à oportunidade?

Sim! o mercado clamava por produtos que não estavam dispo-níveis para venda. assim, empreendedores como o meu pai parti-ram para a fabricação de rádios no Brasil. aos poucos, foram sen-do criadas indústrias fornecedoras de produtos para a fabricação dos rádios, como a de transformadores e chassis básicos. mas as válvulas continuavam a ser importadas. nessa época, meu pai já havia desfeito a sociedade com a rádio Importadora e estávamos em São Paulo.

Elias Awad – Em que época o senhor começou a trabalhar na Semp?

muito jovem eu comecei a ficar interessado na montagem de rádios e na pequena empresa de comércio que meu pai possuía,


Biografias Eldorado

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ainda na rua 24 de maio, no centro de São Paulo. eu trabalhava atrás do balcão, com venda de peças.

Elias Awad – O senhor viveu fora do país. Conte sobre essa experiência.

com 17, 18 anos, os horizontes são nebulosos. você não sabe o que quer da vida. você pensa desejar algo, mas embarca em opções diferentes que lhe são oferecidas. Isso aconteceu comigo. meu pai tinha fornecedores nos estados unidos e um deles se chamava Joseph martinez. ele gostava de conversar comigo, e a recíproca era verdadeira. eram diálogos agradáveis e que me enriqueciam pelo conteúdo. então o martinez certa vez perguntou ao meu pai por que ele não me deixava morar uns tempos nos estados unidos, para conhecer outra cultura e aprender o idioma. a ideia foi aceita e daí era só colocar o plano em prática.

Elias Awad – Essa iniciativa de o jovem morar fora do país era pouco comum na época?

Pouco comum mesmo. eu fui trabalhar nos estados unidos, para ser office-boy no escritório do martinez. eu não fui estudar. meu pai financiou a passagem de avião e me deu alguns dólares. eu ganhava 20 dólares por semana no escritório do martinez, e era com esse dinheiro que eu me mantinha. assim foi a minha vida por pouco mais de um ano.

Elias Awad – O que aconteceu após esse período?

eventualmente, o Brasil centralizou o câmbio. não havia muitos dólares disponíveis, e o governo brasileiro brecou os pagamentos de credores externos. era como se tivesse sido criada uma cartilha de prioridades, em que os produtos eletrônicos não entraram na lista dos


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