Sucessão na Capital Marquinhos pode perder aliados e ter ... · Sucessão na Capital Política...

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Sucessão na Capital Campo Grande-MS | Domingo/Segunda-feira, 26 e 27 de julho de 2020 A3 POLÍTICA São 15 pré-candidatos adversários do atual prefeito, mas blocos podem ser formados entre grandes partidos Marquinhos pode perder aliados e ter de enfrentar coligações concorrentes à prefeitura Andrea Cruz Com a proximidade do pe- ríodo eleitoral, pré-candidatos tentam coligações e formação de blocos para somar votos, apoio e ficar mais próximos da prefei- tura. Em Campo Grande, pelo menos 15 pessoas vão entrar na disputa para tirar o cargo de Marquinhos Trad (PSD). Com isso, tudo pode acontecer e existem especulações diversas sobre alianças entre grandes partidos para conquistar o Exe- cutivo. Embora o prefeito Marqui- nhos Trad (PSD) desvie do assunto quando questionado e argumente foco na adminis- tração, é sabido que ele tenta reeleição. Em live na página do Facebook há alguns dias, Marquinhos chegou a dizer aos concorrentes que ainda não era momento de campanha e citou, nas entrelinhas, que as ações e os decretos contra a pandemia vêm sendo alvo de críticas dos que já fazem pré-campanha. No momento, a pergunta que não quer calar é se ocorrerá a composição da chapa majori- tária com o prefeito. Conforme o presidente municipal do PSD, Antônio Lacerda, a escolha do pré-candidato a vice será feita por último, após diálogo com a sigla interessada. “Tenho falado com outros partidos em condição de presidente do PSD. Mas até agora estamos envolvidos com a pandemia e extremamente focados na administração, ou seja, não temos candidatos a vice ainda e na verdade nem a prefeito, já que o Marquinhos não se lançou pré-candidato. Há um incentivo da população para isso. Tenho conversado com o PSB, o PTB o Patriota e com o DEM para ficar juntos em nome do candidato escolhido”, explicou Lacerda. Sem definição Outra situação ainda sem resposta é em relação ao PSDB. O partido tucano, que até então demonstrava aceno para o PSD de Marquinhos, pode mudar de ideia, e concorrer na majori- tária com algum outro nome à prefeitura. Como também pode compor chapa com partidos concorrentes como o MDB, por exemplo. No PSDB, a menina dos olhos é a deputada Rose Modesto, que nunca escondeu a vontade de ocupar a cadeira do Executivo municipal. Ela, que concorreu com Marquinhos, é uma forte liderança na Capital. Contudo, o partido ainda conta com li- deres como o deputado Beto Pereira, vereador João Rocha e o ex-secretário de Governo Carlos Alberto de Assis, que fez a descompatibilização antes do prazo para concorrer. O presidente municipal do PSDB, vereador João César Mat- togrosso, informou que ainda não há nada definido sobre co- ligação. Ele citou que a situação é a mesma informada no mês passado e que nos próximos dez dias a sigla já terá batido o martelo. “Estamos próximos da definição, mas hoje não tenho escutado mais nada de novo e nem recebi outros convites”, afirmou. No mês passado, ele co- mentou que o partido deixaria para divulgar decisões na con- venção. Com a mudança de datas, significa que os partidos têm do dia 31 de agosto a 16 de setembro para realizar con- venções e definir coligações. “A gente não tem nenhum pacto com ele [Marquinhos], o que temos é um pacto administra- tivo pensando no município. Tanto que a gestão dele tem apoio da bancada na Câmara, tem o apoio do Governo do Estado e com interesse em ajudar Campo Grande, e não em questões sobre pleito eleitoral. Partido grande e com nomes expressivos é assim, e a única certeza, é que a escolha será em prol da cidade”, comentou anteriormente. O deputado estadual Marcio Fernandes (MDB) disse que até o momento não há definições. Ele citou em entrevista passada que busca apoio de outros par- tidos para formar chapa e esco- lher um vice, inclusive já teria feito o convite direto e informal a colegas do PSDB. “Eu falei com o pessoal do PSDB sobre a nossa candidatura e que ainda não temos a pessoa para ocupar a vaga de vice, e fiz o convite e se caso for do interesse da sigla em indicar algum nome, eles terão prioridade”, explicou o pré-candidato em entrevista passada. Aliança confirmada Outro pré-candidato e crítico da gestão do atual prefeito é o ex-secretário estadual de Obras Marcelo Miglioli, que está no Solidariedade, já em ritmo de pré-campanha nas redes so- ciais. Questionado sobre pos- sível aliança, Miglioli disse que já está fechado com o PMN. “Temos de concreto o apoio do PMN, que já assumiu o compro- misso de caminhar com a gente. E os outros já manifestaram pré-candidatos e fica difícil con- versar quando eles anunciam intenção a majoritária. Não temos definição quanto ao vice. No mês de agosto é que vamos iniciar conversas. Acredito que entre o dia 15 de agosto e dia 15 de setembro a gente defina tudo.” Miglioli afirmou que o foco no momento é tocar o projeto. Ele cita que acredita que terá pouco movimento de rua em razão da pandemia e um con- junto de ações digitais. Outros pré-candidatos Dos 14 pré-candidatos, o de- putado estadual João Henrique (PL) foi o mais recente a anun- ciar a pré-candidatura. Nesta semana também o deputado Dagoberto Nogueira (PDT) con- firmou a participação. Ele citou que o foco não é o resultado, e sim a mensagem do partido ao campo-grandense. Dagoberto oficializou a pré-candidatura em live com Ciro Gomes e com o pre- sidente nacional, Carlos Lupi. Do Avante, o promotor de justiça Sérgio Harfouche já en- grenou tímida pré-campanha. Ele está atualizando as formas digitais com ideais de direita a favor da família e do presidente Jair Bolsonaro. “Sou pré-can- didato e estou em um partido que vai dar autonomia para que possamos desenvolver planos de governo, em cima da nossa ideologia e apoio ao presidente Jair Bolsonaro.” Antenado às redes sociais, o Progressista Esacheu Nas- cimento vem trabalhando com lives diárias, com entrevistas a pré-candidatos ao cargo de vereador(a) e lideranças comu- nitárias da cidade. Ele apro- veita o uso de meios digitais e comenta sobre cenários e pro- blemáticas. Outro pré-candidato supe- rantenado ao uso digital e que inclusive já participou de pré- -convenção partidária é o depu- tado estadual Pedro kemp (PT). O petista promove debates e já se preocupa com o cenário pós- -pandemia na Capital. Conforme o presidente municipal do par- tido, Agamenon do Prado, a sigla ainda tenta convencer partidos de centro-esquerda a formar bloco. Um dos alvos é o PC do B, que por enquanto continua com pré-candidato. Atuando à frente da orga- nização da campanha do PSL, o vereador Vinícius Siqueira, que sempre foi de oposição, tenta focar em deslizes da ad- ministração e informou que os trabalhos estão voltados para investigar erros na gestão. Pelo Podemos, o empresário Sérgio Murilo também entra na emprei- tada. Ele ganhou eleições para a presidência do Rádio Clube, e emplaca a pré-candidatura falando sobre gestão. “Como eu sou empresário, muito do meu trabalho é mostrado com resul- tados e com números”, disse. Dos partidos pequenos, o ad- vogado Marcelo Bluma, do PV, entra no pleito mais uma vez na majoritária. Mário Fonseca do PC do B, Wilson Acosta do Republicanos, Cris Duarte do PSOL e Paulo Matos do PSC também entram na corrida elei- toral. O partido Novo participa pela primeira vez das eleições municipais e já deixou claro que não vai coligar. O partido disputa com o pré-candidato Guto Scarpanti. O partido fez processo seletivo para a escolha de todos os concorrentes ao pleito 2020.

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Sucessão na Capital

Campo Grande-MS | Domingo/Segunda-feira, 26 e 27 de julho de 2020 A3Política

São 15 pré-candidatos adversários do atual prefeito, mas blocos podem ser formados entre grandes partidos

Marquinhos pode perder aliados e ter de enfrentar coligações concorrentes à prefeituraAndrea Cruz

Com a proximidade do pe-ríodo eleitoral, pré-candidatos tentam coligações e formação de blocos para somar votos, apoio e ficar mais próximos da prefei-tura. Em Campo Grande, pelo menos 15 pessoas vão entrar na disputa para tirar o cargo de Marquinhos Trad (PSD). Com isso, tudo pode acontecer e existem especulações diversas sobre alianças entre grandes partidos para conquistar o Exe-cutivo.

Embora o prefeito Marqui-nhos Trad (PSD) desvie do assunto quando questionado e argumente foco na adminis-tração, é sabido que ele tenta reeleição. Em live na página do Facebook há alguns dias, Marquinhos chegou a dizer aos concorrentes que ainda não era momento de campanha e citou, nas entrelinhas, que as ações e os decretos contra a pandemia vêm sendo alvo de críticas dos que já fazem pré-campanha.

No momento, a pergunta que não quer calar é se ocorrerá a composição da chapa majori-tária com o prefeito. Conforme o presidente municipal do PSD, Antônio Lacerda, a escolha do pré-candidato a vice será feita por último, após diálogo com a sigla interessada. “Tenho falado com outros partidos em condição de presidente do PSD. Mas até agora estamos envolvidos com

a pandemia e extremamente focados na administração, ou seja, não temos candidatos a vice ainda e na verdade nem a prefeito, já que o Marquinhos não se lançou pré-candidato. Há um incentivo da população para isso. Tenho conversado com o PSB, o PTB o Patriota e com o DEM para ficar juntos em nome do candidato escolhido”, explicou Lacerda.

Sem definiçãoOutra situação ainda sem

resposta é em relação ao PSDB. O partido tucano, que até então demonstrava aceno para o PSD de Marquinhos, pode mudar de ideia, e concorrer na majori-tária com algum outro nome à prefeitura. Como também pode compor chapa com partidos concorrentes como o MDB, por exemplo.

No PSDB, a menina dos olhos é a deputada Rose Modesto, que nunca escondeu a vontade de ocupar a cadeira do Executivo municipal. Ela, que concorreu com Marquinhos, é uma forte liderança na Capital. Contudo, o partido ainda conta com li-deres como o deputado Beto Pereira, vereador João Rocha e o ex-secretário de Governo Carlos Alberto de Assis, que fez a descompatibilização antes do prazo para concorrer.

O presidente municipal do PSDB, vereador João César Mat-togrosso, informou que ainda

não há nada definido sobre co-ligação. Ele citou que a situação é a mesma informada no mês passado e que nos próximos dez dias a sigla já terá batido o martelo. “Estamos próximos da definição, mas hoje não tenho escutado mais nada de novo e nem recebi outros convites”, afirmou.

No mês passado, ele co-mentou que o partido deixaria para divulgar decisões na con-venção. Com a mudança de datas, significa que os partidos têm do dia 31 de agosto a 16 de setembro para realizar con-venções e definir coligações. “A gente não tem nenhum pacto com ele [Marquinhos], o que temos é um pacto administra-tivo pensando no município. Tanto que a gestão dele tem apoio da bancada na Câmara, tem o apoio do Governo do Estado e com interesse em ajudar Campo Grande, e não em questões sobre pleito eleitoral. Partido grande e com nomes expressivos é assim, e a única certeza, é que a escolha será em prol da cidade”, comentou anteriormente.

O deputado estadual Marcio Fernandes (MDB) disse que até o momento não há definições. Ele citou em entrevista passada que busca apoio de outros par-tidos para formar chapa e esco-lher um vice, inclusive já teria feito o convite direto e informal a colegas do PSDB. “Eu falei

com o pessoal do PSDB sobre a nossa candidatura e que ainda não temos a pessoa para ocupar a vaga de vice, e fiz o convite e se caso for do interesse da sigla em indicar algum nome, eles terão prioridade”, explicou o pré-candidato em entrevista passada.

Aliança confirmada Outro pré-candidato e crítico

da gestão do atual prefeito é o ex-secretário estadual de Obras Marcelo Miglioli, que está no Solidariedade, já em ritmo de pré-campanha nas redes so-ciais. Questionado sobre pos-sível aliança, Miglioli disse que já está fechado com o PMN. “Temos de concreto o apoio do PMN, que já assumiu o compro-misso de caminhar com a gente. E os outros já manifestaram pré-candidatos e fica difícil con-versar quando eles anunciam intenção a majoritária. Não temos definição quanto ao vice. No mês de agosto é que vamos iniciar conversas. Acredito que entre o dia 15 de agosto e dia 15 de setembro a gente defina tudo.”

Miglioli afirmou que o foco no momento é tocar o projeto. Ele cita que acredita que terá pouco movimento de rua em razão da pandemia e um con-junto de ações digitais.

Outros pré-candidatosDos 14 pré-candidatos, o de-

putado estadual João Henrique (PL) foi o mais recente a anun-ciar a pré-candidatura. Nesta semana também o deputado Dagoberto Nogueira (PDT) con-firmou a participação. Ele citou que o foco não é o resultado, e sim a mensagem do partido ao campo-grandense. Dagoberto oficializou a pré-candidatura em live com Ciro Gomes e com o pre-sidente nacional, Carlos Lupi.

Do Avante, o promotor de justiça Sérgio Harfouche já en-grenou tímida pré-campanha. Ele está atualizando as formas digitais com ideais de direita a favor da família e do presidente Jair Bolsonaro. “Sou pré-can-didato e estou em um partido que vai dar autonomia para que possamos desenvolver planos de governo, em cima da nossa ideologia e apoio ao presidente Jair Bolsonaro.”

Antenado às redes sociais, o Progressista Esacheu Nas-cimento vem trabalhando com lives diárias, com entrevistas a pré-candidatos ao cargo de vereador(a) e lideranças comu-nitárias da cidade. Ele apro-veita o uso de meios digitais e comenta sobre cenários e pro-blemáticas.

Outro pré-candidato supe-rantenado ao uso digital e que inclusive já participou de pré--convenção partidária é o depu-tado estadual Pedro kemp (PT). O petista promove debates e já se preocupa com o cenário pós-

-pandemia na Capital. Conforme o presidente municipal do par-tido, Agamenon do Prado, a sigla ainda tenta convencer partidos de centro-esquerda a formar bloco. Um dos alvos é o PC do B, que por enquanto continua com pré-candidato.

Atuando à frente da orga-nização da campanha do PSL, o vereador Vinícius Siqueira, que sempre foi de oposição, tenta focar em deslizes da ad-ministração e informou que os trabalhos estão voltados para investigar erros na gestão. Pelo Podemos, o empresário Sérgio Murilo também entra na emprei-tada. Ele ganhou eleições para a presidência do Rádio Clube, e emplaca a pré-candidatura falando sobre gestão. “Como eu sou empresário, muito do meu trabalho é mostrado com resul-tados e com números”, disse.

Dos partidos pequenos, o ad-vogado Marcelo Bluma, do PV, entra no pleito mais uma vez na majoritária. Mário Fonseca do PC do B, Wilson Acosta do Republicanos, Cris Duarte do PSOL e Paulo Matos do PSC também entram na corrida elei-toral. O partido Novo participa pela primeira vez das eleições municipais e já deixou claro que não vai coligar. O partido disputa com o pré-candidato Guto Scarpanti. O partido fez processo seletivo para a escolha de todos os concorrentes ao pleito 2020.