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RICARDO MAURÍCIO SUCESSO TOTAL Dicas definitivas

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RICARDO MAURÍCIO

SUCESSO TOTAL – Dicas definitivas

RICARDO MAURÍCIO

SUCESSO TOTAL – Dicas definitivas

E-book, 2015.

MAURÍCIO, Ricardo. Sucesso Total: Dicas definitivas [1996]. Porto Alegre: Editora

Sucesso, 1996. Versão para E-book – Copyright@. 2015.

Editoração e revisão: Cláudia Claas

RICARDO MAURÍCIO: poeta, escritor, ensaísta, declamador e professor. É

graduado em Letras, Pós-graduado em Educação e Administração de Recursos

Humanos e Master Practitioner em Programação Neurolinguística.

“Um artista

Pode ser ou não ser livre,

Independentemente

Do meio em que vive”.

(Vadine Sidur).

PREFÁCIO

O mundo é o palco. A vida é a arte. O homem é o artista. Tão curtas frases,

simploriamente figurativas, ainda assim podem incrustar a criatura humana num

universo que de modo frequente foge a qualquer tentativa de compreensão: o

homem é, não por que quis sê-lo. Ele é lançado num meio mágico e rude em nome

da perpetuação da espécie. Será?

Por aqui veste seus hábitos cênicos e, ao mesmo tempo em que procura um

sentido para sua estada neste imenso, mas limitado palco, executa sua arte –

lampejos e obscurações que o fazem, em sua atuação, transformar-se num

verdadeiro artista.

Não se consegue descrever a vida nem tampouco o homem de maneira

plausível. Muito menos de forma original. Menos ainda de forma inteligente. Sempre

escorregamos pelo limo dos penhascos de nossas próprias dúvidas. Mas pelo

menos algo não pode ser contestado de maneira fácil: o homem tem a obrigação de

tocar e ser tocado pela felicidade plena. O artista deve comover e comover-se,

alegrar e alegrar-se, observar e observar-se. Talvez nunca alcance os meios de

julgar a vida. Mas seu maior triunfo terá sido o de ter tentado.

Ricardo Maurício nos diz algo a respeito. A entrada para um mundo menos

enigmático está nas entrelinhas. Procure-as...

(José Carlos Xavier dos Anjos – Livre Pensador)

ÍNDICE

Capítulo 1 – Vendendo na crise ............................................................................ 07

Capítulo 2 – Programação Neurolinguística na Empresa ................................... 08

Capítulo 3 – Viver é ousar viver ............................................................................ 11

Capítulo 4 – Otimismo e força interior ................................................................. 12

Capítulo 5 – Os níveis mentais .............................................................................. 29

Capítulo 6 – A inutilidade do medo ....................................................................... 39

Capítulo 7 – Como fazer do tempo um poderoso aliado .................................... 41

Capítulo 8 – A mágica da vida ............................................................................... 43

Capítulo 9 – O homem-níquel ................................................................................ 45

Capítulo 10 – Solicitude e servilismo ................................................................... 47

Capítulo 11 – A coragem serena ........................................................................... 48

Capítulo 12 – O valor da boa aparência ............................................................... 49

Capítulo 13 – Quando o sonho é vida .................................................................. 51

Capítulo 14 – A fórmula da simplicidade ............................................................. 52

Capítulo 15 – Mudando o visual ............................................................................ 53

Capítulo 16 – Da fragilidade ao conhecimento .................................................... 54

Capítulo 17 – A descoberta do eu interior ........................................................... 56

Capítulo 18 – A importância da autoestima ......................................................... 61

Capítulo 19 – As trilhas do homem bem sucedido ............................................. 63

Capítulo 20 – Os três caminhos virtuais .............................................................. 66

Capítulo 21 – O vendedor no ônibus .................................................................... 68

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Capítulo 1 – Vendendo na crise

Antes de falar em vendas, gostaríamos de confirmar que crises sempre

existiram. E não se trata de figura retórica: se formos realmente sinceros, vamos nos

dar conta que a palavra crise está materializada, bem ao nosso lado. São crises

financeiras, amorosas, familiares, depressivas, etc. Chega de crise! Vamos falar em

soluções e, principalmente, soluções nas vendas...

Amigos, se alguém na face da terra vende algo – e esse comportamento nos

impede de vendermos também (e observe que há muita gente fazendo isto...), nós

temos como contornar o ‘problema’. E o primeiro passo para sua resolução é

repensar nossas atitudes, sermos sinceros e parar para observar a extensão do que

ocorre conosco. Certamente veremos que o grande diferencial é que os que estão

vendendo bem têm buscado soluções – e não problemas...

Procure usar a criatividade, amigo ou amiga. Faça propaganda alternativa de

seus produtos, mude suas embalagens, melhore sua qualidade, enfim, mude o que

pode para ser mudado. Faça acontecer já. Repense sua relação com seus clientes.

Você os tem procurado adequadamente? Tem ligado para eles? Ou só os procura

quando deles necessita? Tenha em mente que até os megavendedores – homens e

mulheres pagos a peso de ouro – vendem porque encantam, cativam, conquistam

seus clientes. Mas nossas crenças, em geral, não nos permitem aceitar a

possibilidade de nossos negócios fracassarem de uma hora para outra. Por isso,

você tem de se transformar interiormente, totalmente, buscando o que é e sempre

foi seu: o sucesso total nas vendas! Isso mesmo! Multiplique a cada dia o valor de

seus produtos, pois você pode criar a possibilidade real do sucesso.

Trate de pôr em prática os cinco pontos que seguem, eles visam ao seu

exitoso plano de sucesso em vendas:

- sempre creia que é possível vender bem;

- confie inteiramente na excelência de seu produto;

- haja de forma semelhante àqueles que têm sucesso nas vendas;

- procure afastar-se de vez dos queixosos e dos mal humorados e;

- trabalhe, trabalhe e trabalhe.

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Capítulo 2 – Programação Neurolinguística na Empresa

Por Dr. Sérgio Rauber

No início do século, a carga de informações se multiplicava a cada 100 anos,

hoje, esta carga de conhecimento dobra a cada 5 anos, e chegaremos ao final deste

século XXI à incrível velocidade que permitirá dobrar o conhecimento em apenas um

ano.

Isto tudo tem reflexo nas empresas. Quero falar da informatização,

automação, programas de melhoria da qualidade, concorrência, novos produtos, etc.

Estará o ser humano, enquanto funcionário a serviço de uma empresa, preparado

para essas mudanças constantes? É certo que o empresário terá,

fundamentalmente, que buscar o comprometimento dos seus funcionários com o

negócio que comanda. Acredito não ser impossível. Basta que o funcionário tome

consciência da necessidade emergente e assuma novos comportamentos. Essa

nova postura passa pela ideia de que funcionários valorizados, entusiasmados e

motivados são, na verdade, o mais importante.

Dentro deste espírito, equipe motivada para o sucesso, equipe valorizada

dentro do negócio é sinônimo de empresa triunfadora! A empresa que tiver como um

dos objetivos primordiais a valorização e motivação das pessoas, dado ao fato de ter

conseguido dimensionar satisfatoriamente o desempenho empresarial como um

todo, estará dando passos decisivos para entrar na era da modernidade. Pois

relegou ao obsoletismo as velhas práticas empresariais e afastou-se do tradicional.

Trabalhar com entusiasmo, otimismo, emoção e alegria de viver quer dizer:

realização do ideal, definição dos objetivos da vida, autovalorização, a marca da

forte personalidade, a certeza de saber o que se quer! Quem nutre otimismo pode

alcançar pontos de grande audácia, precedidos de pensamentos poderosos, que

conseguem abrir caminhos inusitados e repletos de êxito – muitas vezes

considerados impossíveis... Para que isto seja considerado realidade, é preciso ter

em mente:

- treinar, treinar, preparar-se;

- instruir, instruir, aprender;

- exercitar-se, exercitar-se, repetir;

- pintar na mente a forma ideal adequada;

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- disciplina... muita disciplina!

Entre tantas técnicas existentes, voltadas para estimular grupos de

funcionários a conseguirem seus objetivos, optamos por desenvolver em nossa

empresa a Programação Neurolinguística (PNL). E o trabalho de denominamos de

‘Projeto Mudança’, consiste no seguinte: um laboratório de pensamento e

criatividade empresarial. Um laboratório de comunicação e sucesso. Com o

programa mínimo definido, os funcionários que participam do projeto foram divididos

em grupos de, no máximo, cinco pessoas. Em seguida os grupos começaram a

trabalhar as seguintes técnicas:

- técnicas de Rapport;

- ancoragem;

- modalidades e submodalidades;

- motivação;

- metáforas;

- modelagem de produtividade e sucesso;

- linguagem verbal;

- criatividades;

- relaxação profunda;

- mudança e flexibilidade;

- objetivos bem formulados e resultados;

- técnicas em grupo e individuais.

Todo o programa está sendo desenvolvido em clima de descontração e

alegria, tendo a flexibilidade como tônica de trabalho. Tudo isto traz, como objetivo

principal, a busca da mudança interior em todos os sentidos: profissional, particular e

familiar. Visando a excelência individual e grupal, a empresa começou a desenvolver

a PNL, inicialmente ao nível de gerentes e supervisores, como parte de um

programa maior e mais abrangente. Entendemos que, a partir do momento em que

as pessoas aperfeiçoam em sua participação interna e externa, passa a ter melhores

condições de traçar objetivos e como atingi-los, tanto na vida pessoal quanto na

profissional.

Na medida em que a PNL permite às pessoas resignificarem os problemas,

remodelarem situações, mudarem sua crença negativa e até solucionarem conflitos

internos, terão melhores condições de gerenciamento, com consequentes vantagens

para os funcionários e empresa. Mesmo sendo uma técnica subjetiva, portanto,

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difícil de medir seus resultados em curto prazo, estamos plenamente convencidos de

que este é um treinamento que dará condições às pessoas de atingirem seus

objetivos, ou seja, melhoria na comunicação, valorização e motivação. Em outras

palavras, que tenham a capacidade de conquistar o sucesso almejado.

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Capítulo 3 – Viver é ousar viver

Reconhecer a felicidade

Por detrás da máscara da loucura

É o mel da vida!

Surpreender um puro sentimento

Sob o véu do choro incontido

É um afago de Deus!

Aceitar o gesto de ajuda

Reconhecendo a sinceridade

No estender de mãos

É a visão sem limites!

Creiam amigos!

A confissão

A doação

E a conciliação

Tem várias formas de se mostrarem...

Mas o viver sem nada arriscar

É andar num mundo vazio

Sem saber amar ou perdoar

Numa palavra

Sem aceitar desafios.

Arriscar-se, no entanto,

Traz o prêmio, da Paz

Traz o prêmio, do Amor

Traz a própria Riqueza!

Arriscar-se: a riqueza de ser

Para si e para os outros!

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Capítulo 4 – Otimismo e força interior

Uma vida melhor e plena de realizações pode ser alcançada a partir do uso

equilibrado do otimismo, uma das grandes alavancas propulsoras de nossa força

interior. Uma vida mais feliz, entusiástica e realizadora é, ou deveria ser o maior

sonho acalentado pelos seres humanos. Pois, é possível chegar-se a esse nível de

excelência na qualidade de vida de cada um de nós, basta que a boa palavra nos

entre pelos ouvidos e exerça sobre nós sua força positiva.

No nosso programa de relaxação abordaremos o sentido de uma respiração

adequada, técnicas de relacionamento interpessoal, o planejamento e administração

de nossos objetivos, o pensamento voltado para questões positivas, à força do

poder de nossas mentes, o valor que possui um simples sorriso e a geração da

alegria, a autossugestão, a importância de uma boa comunicação verbal, a

confiança em si mesmo e a motivação.

Queridos amigos! A cada dia que passa fortalece dentro de mim a crença na

força interior que todos temos a felicidade de possuir. Entretanto, tenho a intuição de

que poucos têm a percepção dessa força e de que muitos, embora tendo esta

noção, não conseguem desenvolvê-la ou usá-la em proveito próprio. Porém, se

todos nós nos uníssemos na tarefa do uso coletivo da nossa força interior, aliada às

atitudes otimistas, tenho a plena certeza que poderíamos até mesmo modificar o

mundo, conquistando, de uma vez por todas, a felicidade!

Estas linhas procuram registrar o resultado de muitos anos na observação de

pessoas e de seu comportamento em busca de lenitivos para suas aflições e

motivação para enfrentar a vida. A essência do que aqui está contido pode até

mesmo ser sintetizado numa frase: “Lute e realize seu sonhos”!

A relaxação é um dos componentes dessa rede tão simples que compõe a

caminhada em direção à felicidade. Para relaxar só precisamos de um lugar

tranquilo, que nos passe a sensação de serenidade. Neste lugar, neste pequeno

refúgio, vamos esquecer nossas preocupações passadas ou imediatas. Voltaremos

nossas mentes para dentro de nós mesmos, procuraremos estar em harmonia total

com este recanto cheio de paz, onde a inquietação não nos pode alcançar. Este

momento é todo nosso. Este momento é só nosso. Este momento é todo seu!

Fique na posição que lhe pareça a mais confortável. Pode deitar-se ou sentar-

se – o importante é que exista um lugar sereno, uma cabeça voltada para a quietude

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e um momento iluminado que é seu. Em seguida feche seus olhos e imagine-se em

situações de plena felicidade. Tente idealizar uma espécie de filme mental, um filme

feliz onde você é o grande protagonista. Relaxe as pernas, as coxas e sorria,

criando um clima de felicidade em poder estar desfrutando a vida. Sorria. Imagine-se

tendo ao alcance da mão tudo o que mais deseja. Agora relaxe a barriga, relaxe o

peito, os dedos das mãos, os braços, relaxe a nuca, livrando-se de tensões, relaxe

as pálpebras e todo o conjunto ocular, a testa, enfim, relaxe todo o rosto e toda

cabeça. Respire com muita tranquilidade, pois, você nasceu para vencer e quer se

livrar do modo antigo de ser. Crie uma nova imagem, pense em sentimentos de paz,

sentimentos de vida, de amor e de amizade. Sintonize-se com o presente e envie

mensagens de fé a seus familiares e amigos. Mensagens de sucesso no amor e na

poesia que é a vida. Sempre é bom colocar um pouco de poesia em sua vida. Povoe

de perfume e cor a sua vida. Vá em frente: vença, vença e vença sempre.

Pensar de forma otimista é uma exigência positiva a ser cumprida. A poesia,

enquanto veículo de descortinamento de um mundo que está para ser desvendado

completamente, da mesma forma deveria sempre ser desenvolvido dentro de nós. E

algumas pessoas, sabedoras da força que tem um pensamento eternizado através

das gerações, e de seu teor de poesia, nos legaram verdadeiras pérolas de

sabedoria para um viver melhor. Vamos produzir um texto baseado nessas

experiências, para conhecer uns poucos pensamentos que traduzem o valor do

pensar positivo.

Temos de esquecer o passado, aquilo que nos possa ter magoado, tudo o

que nos tenha feito perder tempo. O importante é o hoje e o agora. O maior pecado

do ser humano é ignorar suas forças interiores, seus poderes criadores e sua

herança divina. Olhe para você, estude-se, busque saber o que você é na realidade,

identifique o que você é capaz de realizar. Dentro de você existe um gênio que

precisa ser despertado, precisa ser liberado, precisa ser instigado de acordo com o

que venha a ser conveniente para você. Tudo é possível àqueles que creem em

algo. Creia em você, creia num ser superior e esta junção de crenças modificará a

sua vida para melhor! Mesmo que você viva um século, nunca deixe de aprender o

que puder.

Notem que o pessimista está sempre se lastimando, enquanto, o otimista, vai

à luta, levanta e enfrenta a vida. O sucesso, podem crer depende apenas da ação,

da insistência num bom sentido, na capacidade de superar conflitos e notar as reais

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oportunidades de vencer. Quantas pessoas perderam suas chances de sucesso por

desistirem de seus intentos a poucos metros do tesouro... A poucos metros do alvo

perseguido... É como nadar, nadar, nadar e terminar por afogar-se na praia rasa.

Quantas coisas importantes já foram perdidas por omissão do interessado. Como se

perderam batalhas por desistência da luta. Vamos riscar de nossos compêndios, a

palavra, perdedor. Vamos ser grandes vencedores! Os dias prósperos não chegam

por acaso. Eles são construídos com muita persistência, muita dedicação, muita

ousadia. A luta, o trabalho permanece e a vontade de vencer, determina o caminho

dos verdadeiros vencedores.

Criar algo de novo deve ser a meta cotidiana na vida dos que procuram pelo

sucesso real. Então temos de contar com o apoio de nossa própria verdade e com o

fulgor de nossa luz particular. Nossa luz pode modificar tudo em nossa vida, pode

criar novas expectativas e torná-las realizáveis. É bom não contar com a luz dos

outros. Não sejamos meteoritos à alimentar-se com a luz das estrelas. Sejamos as

próprias estrelas! Temos a capacidade de nos bastar, de sermos o veículo perfeito

para nossas conquistas. Mas não podemos desprezar a boa palavra de outrem.

Temos isto sim, de identificar a boa palavra e dela buscar as mais legítimas

vantagens, pois, não é pecado apropriar-se da experiência das pessoas bem

sucedidas para construirmos um mundo melhor – o pecado é ter a felicidade ao

alcance das mãos e não termos a capacidade de alcança-la!

Decida agora! É agora ou nunca! Não deixe para amanhã a oportunidade de

criar condições para uma vida gratificante. Não fique racionalizando, jogando para o

futuro sua iniciação na busca de felicidade. Não espere pelo diploma, pelos

rendimentos da poupança, pela herança, pela sorte no jogo, por um casamento de

conveniência ou por qualquer outra circunstância mais ou menos aleatória. Lembre-

se que as oportunidades não vêm ao nosso encontro, nós temos de procurá-las.

Na verdade todos querem o reconhecimento. Para isso, temos de acumular

méritos. Só assim conseguiremos ser alvo do respeito e da admiração de todos, seja

em nossa vida particular, seja em nossa atividade profissional. Não se trata e

narcisismo, de vaidade que sempre é mostrada fútil num mundo que sempre nos

aponta um caminho de aperfeiçoamento a ser percorrido. Tudo não passa de mera

ilusão se não estivermos nos preparando para colaborar com nossos semelhantes.

Quem vive a acumular bens sem ligar para a sorte dos demais, um dia irá constatar

que não viveu plenamente, mas só passou pela vida. Temos de estar felizes, sim!

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Mas não a custa da indiferença para com nossos irmãos de trilha... Talvez nosso

maior compromisso seja o de acumular alegrias para poder reparti-las com os

menos afortunados, com os mais débeis de vontade, com os menos iluminados. É

uma questão de lógica singela: só poderemos ser realmente felizes se tivermos por

testemunhas legiões de pessoas, que poderão atestar nosso empenho e nossa

competência em lutas até a vitória. Essas pessoas, afortunadas, testemunhas de

nossos bem sucedidos esforços, também merecem créditos no repartir de nossa tão

almejada felicidade.

O relacionamento humano, a interação entre as pessoas, não só é um

componente valioso e necessário como uma arte. Mas nos parece que poucos

sabem até mesmo os rudimentos da inter-relação. E fazem cursinhos rápidos de

relacionamento humano, curso disso, curso daquilo, mas, no fundo, não aprendem

nada. É na simplicidade de propósitos, na sinceridade das ações humanas que se

consegue, em suma, na vontade de querer acertar é que conseguimos acertar...

Temos de evitar que nosso eu interior fique reprimido, fechado para o mundo,

cerceado por nossas fragilidades. E adotar uma atitude de falsa autossegurança

também não seria um caminho prático. Vivemos em sociedade, por isso nunca

podemos desprezar os demais. Podemos apoiar e sermos apoiados, independente

de posição social, nível cultural, condição econômica, etc. Não ficar esperando que

venham até nós é uma atitude correta. Uma pessoa não pode viver à nossa

disposição – às vezes nem nos conhece direito, por isso está impedida de nos

apoiar, nos orientar, nos estender a mão e nos aceitar como amigos. Temos de ir

aos outros, nos apresentarmos e colocar a que viemos. Isso passa pela necessidade

de nos ajustarmos a uma nova condição. Podemos criar essa nova condição.

Podemos falar e podemos fazer com que nos ouçam. E tal procedimento pode

mudar substancialmente nossa vida. Temos de ser artistas na aproximação com os

que nos rodeiam. Eis aí a porção arte no inter-relacionamento pessoal.

E quando estamos perto das pessoas e parece que nem as conhecemos?

Esse ‘distanciamento’ pode ser fruto de nossa inabilidade em, por exemplo, tecer um

simples elogio... Todos gostamos de ser elogiados, de sermos alvo do carinho que

certas palavras fazem. Mas, às vezes, fazer um elogio parece mais difícil que

remover uma montanha. O caso clássico é o da pessoa que nunca é elogiada por

seu amor. Vive uma vida inteira ao lado desse amor, mas, ele permanece fechado,

incapaz de adoçar o dia a dia, com palavras ternas, palavras de estima, palavras de

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valorização. Seu coração é hermético e sua boca completamente muda para tecer

um pequeno elogio, para agradecer pelos anos de convivência, para sussurrar ao

ouvido um “muito obrigado, por ter escolhido a mim, amor”... Assim, quando falta a

habilidade para se exaltar a quem amamos e devemos consideração, muitas uniões

se tornam um deserto inóspito, uma terra pedregosa onde fica penoso o andar. Tais

uniões, sem a coragem ou o desprendimento de um “eu te amo”, tem tudo para cair

no marasmo de quem está só, embora acompanhado. Então vamos tentar para a

utilidade da emissão das palavras amáveis. Elas têm de ser sinceras – e não fica

difícil. Quantas qualidades as pessoa que temos ao nosso lado possuem? Muitas,

certamente. Só temos de lembrar a elas que admiramos essas qualidades.

Conseguimos isso com nossas palavras, pois, se as palavras podem mudar o

mundo, por que não poderiam mudar nossas relações interpessoais?

É bom lembrar que muitas crianças ficam bloqueadas em sua aprendizagem

pela falta das palavras certas nas horas adequadas. Não se pode jogar no rosto das

crianças que elas servem ou não servem para isso ou aquilo. É prejulgamento, por

isso é sempre desordenado e até mesmo inconsequente. Mostrar-se feroz ante

aquilo que julgamos falta de capricho, de competência ou de organização pode

redundar num processo que irá inferiorizar a criança, comprometendo uma parte

importante de seu futuro. Criticar de forma construtiva, sem ferocidade, é sempre o

ideal. Severidade e firmeza na condução da educação infantil nada têm a ver com

rasgos de histerismo, com atos de intolerância, com palavras ásperas ou cenas de

brutalidade.

Antes de fiscalizar, de cobrar desempenho, temos de ter a sensatez de

acompanhar o paulatino progresso da criança. Por exemplo, no que respeita à

aprendizagem da escrita, podemos estimular seu empenho elogiando as letras

manuscritas, cada vez mais legíveis e bonitas... Essa simples observação faz com

que a criança se esforce para agradar mais ainda. Ela vai tentar se recuperar a cada

dia: agora a aprendizagem escolar é uma aventura diária e gratificante, não uma

jornada inglória, tensa e cheia de receios... A verdade está aqui expressa, ninguém

poderia afirmar o contrário. Nesta verdade o conceito de palavra assume especial

significado: é instrumental, é necessária e pede para ser empregada de forma sábia.

A palavra, em sua plenitude, não só muda o mundo como pode modificar o universo

interior de cada ser humano. Mas ela deve estar sempre em harmonia e bem vinda

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cumplicidade com a ação, ou seja, a boca não pode dizer o que as mãos

desmentem...

Pessoas são pessoas, não importam sexo, idade, raça, etc. Pessoas

necessitam ser notadas, necessitam ser reconhecidas como pessoas. Por isso, nada

melhor que despertar nelas, por exemplo, um ardente desejo. Faça com que as

pessoas ‘comprem’ suas ideias, seus produtos, suas propostas. Quero dizer que não

se deve forçar alguém adotar atitudes que lhe pareçam fora de questão. Aqui se fala

na ‘criação’ de necessidades – necessidades positivas, construtivas e úteis. O que

move as pessoas na sociedade moderna são suas necessidades. Então temos de

oferecer a elas o suprimento dessas necessidades. Entretanto, temos de deixar

transparecer nossas boas intenções, pois as pessoas se tornam cada vez mais

desconfiadas – o que não poderia deixar de acontecer, num sistema, tão complexo e

desigual como este onde estamos inseridos. Existe muita cautela, muita proteção

antes de uma decisão. Todos andam vendo fantasmas ao meio dia, pois, é uma

constante os ataques à simplicidade, as investidas à credulidade, os atentados à

pretensa ingenuidade da maioria das pessoas. Daí surge a necessidade de oferecer

a elas não só o que julgamos que elas necessitem, mas aquilo que realmente lhes é

necessário. Nada melhor que poder ‘vender’ a alguém e ainda por cima ser

contemplado com um sorriso de gratidão!

E por falar em sorrisos, costumo afirmar que a menor distância entre duas

pessoas tem a medida de um sorriso. É importante sorrir e fazer sorrir. Até mesmo

aquela pessoa carrancuda e ensimesmada que anda pelas ruas, às vezes imersa

em pensamentos sombrios, não deixa de contagiar-se com a luz de um franco

sorriso. Ela também acaba por sorrir, acaba por lançar um pouco de sol em seu dia

cinzento. Trata-se de força projetada pelo sorriso amistoso de outrem. Posso até

propor um teste simples: pela manhã, assim que acordar, vá ao espelho e envie um

sorriso para sua própria imagem refletida. Você vai notar que as coisas vão parecer

mais promissoras, novas esperanças irão povoar seus momentos e sua carga de

obrigações diárias parecerá muito leve! Depois cumprimente a todos que fazem

parte de seu cotidiano, desejando-lhes um bom dia. É uma operação muito fácil e

gratificante. As pessoas sentem-se tocadas pela amabilidade, sentem-se reais,

sentem-se mais felizes porque alguém feliz transmitiu-lhes um pouco de sua alegria.

Pois a alegria está, principalmente, em cada novo dia que espera para ser vivido!

Leve para seu trabalho esta alegria, transporte com você esta atitude positiva. Boa

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parte do seu sucesso pessoal e profissional vai fluir com naturalidade a partir desse

acordo para viver mais um dia feliz... não importa a área em que você trabalhe.

Vença com facilidade e felicidade na Medicina, no Direito, nas Artes, na

Administração, na Informática, no Magistério na aprendizagem e outros tantos

campos de atividade. De vendedor a empresário, de professor a aluno, de artesão a

artista, colha sempre os mais formidáveis frutos da árvore do sucesso. E vença, e

suba de posto, transponha obstáculos, conquiste novas posições e supere seus

concorrentes com o valioso e simples auxílio de uma atitude mais otimista com

relação ao mundo e às pessoas. Sua aliada será a felicidade e seu prêmio a

felicidade dos outros.

Todos atendem por nomes. Claro, as pessoas não são coisas inanimadas

nem criações da natureza dotadas de designação coletiva. as pessoas precisam ser

personalizadas. O nome próprio, e ás vezes, um apelido carinhoso, servem para o

destaque individual de cada um. Por isso, é muito importante chamar as pessoas

pelos seus nomes, guardar na memória os seus nomes. Este cuidado serve para

identificar seu grau de interesse por quantos estão à sua volta. Veja como pode ser

constrangedor encontrar alguém em algum lugar, cumprimentá-lo e não saber dizer

seu nome. Algo fica faltando. Algo de calor humano se dissipa nessas horas. É que

as pessoas gostam de ouvir seus nomes, reagem de maneira positiva a seus nomes

e entendem que estão frente a frente com alguém que gosta delas. Caso contrário,

por que saberia seus nomes? Fica evidente que todos gostam de ser apreciados e

distinguidos entre os demais. E isso acontece mais por autoestima que por vaidade.

Olhar direto para os olhos de quem conversa conosco é sempre

recomendável. E não precisa ser um olhar fixo, como o de um hipnotizador. Nem

deve ser um olhar que lembra poder, de desmedida força ou de superioridade... Que

seja um olhar natural, casual, firme, mas amistoso, seguro, mas fraterno. O

interlocutor gosta de olhos sinceros, ele pretende ver nossas intenções a partir de

nosso olhar, dentro do espírito popular de que ‘os olhos são o espelho da alma’... Aí

valorize as ideias de seu interlocutor. Realize uma espécie de inversão. Faça com

que o interlocutor mesmo sinta o peso de suas próprias ideias. Escute com atenção

o que a pessoa tem a dizer e ela se sentirá valorizada. Nada como conhecer os

pontos de vista das outras pessoas: situamos-nos e podemos escolher nossas

palavras, sem arriscar cometer um deslize num simples contato. Evite dobrar-se ao

impulso de decidir algo por alguém. Você não é dono da verdade. Você tem de

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partilhar suas ideias e ações com as outras pessoas. A isto podemos chamar de

equilíbrio nas relações interpessoais. E isto fica fácil quando desenvolvemos a

capacidade de nos colocar no lugar de outros... Salta aos olhos o quanto é penoso,

termos de nos submeter a alguma orientação sem a possibilidade de contribuir com

nossas ideias. Portanto, para que escutem nossa palavra com respeito, temos de

respeitar a palavra do outro. Se entendermos que suas ideias não encontram

ressonância na realidade, com muito cuidado tentaremos fazer com que nossa ideia

também seja analisada por quem nos escuta. Haverá um entendimento resultante

desse encontro de ideias – pois, discutir ideias não vem a ser necessariamente a

criação da polêmica. Discutir ideias é na verdade, a troca de impressões sobre

algum aspecto ou situação da vida. Dessa comunhão certamente nasce a luz.

Existe uma frase antiga que diz: “Não há vento favorável para quem não sabe

o que quer”... Como ilustração, podemos imaginar um navegante solitário a conduzir

seu navio por um mar bravo. Esse navegador, não tem a mínima ideia aonde quer

chegar, que direção tomar, em que cais aportar. Para ele e seu barco não existe

vento favorável, pois ele não espera que os céus lhe mandem ventos que o

orientem. Nada espera. Não sabe para onde ir, por isso tanto faz que o vento sopre

para o norte ou para o sul. Quem vive assim, nada espera da vida. Ou aguarda que

os ventos casuais determinem seu destino. E pode ser que nunca tenha conseguido

fixar um objetivo, deixando-se levar por um turbilhão de sonhos desencontrados,

confusos e até mesmo contraditórios. Talvez queira ser isso, aquilo e muitas outras

coisas. Nesse caso passa o tempo todo ruminando sonhos mirabolantes. Mas fica

parado, imóvel, impotente para decidir suas metas. Este tem tudo para chegar a

lugar nenhum. Este reúne todas as condições de reservar para si e para os outros,

todas as frustrações do mundo. Sonhar é necessário e faz bem a saúde física e

mental. Mas o sonho deve ser tocado pelas realizações. Cada sonho realizado é um

pouco de felicidade que acumulamos em nossas vidas. Nascemos para sonhar,

viver e vencer. Nosso principal instrumento é a força de nossas realizações.

Vamos escolher nossos ventos favoráveis, vamos determinar nosso destino.

Atos simples como escrever nossas metas, por exemplo, num início de ano,

desencadeiam um processo de ativamento de nossa parte subconsciente. Nosso eu

interior trabalhará por nós, a cada dia nosso subconsciente nos levará ao encontro

daqueles objetivos escritos numa simples folha de papel. E ficaremos livres e mais

desenvoltos para realizar nossas tarefas de cada dia. Planeje sua vida e faça

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questão que a mesma seja a mais feliz possível. Sempre dá certo. Não quero dizer

que estaremos complemente livres de infortúnios, que nos tornaremos intocáveis ou

imortais. Mas quero enfatizar, isso sim, que com essas simples atitudes positivas,

poderemos trilhar um caminho mais sereno, um caminho com menos sobressaltos. E

estaremos sempre preparados para contornar problemas e usufruir as imensas

alegrias que a vida sempre reserva a quem a valoriza.

Estas ‘listas de intenções e conquistas’ devem ser moderadas, pois, as

transformações extraordinárias acontecem muito raramente. São golpes de sorte,

assim como existem golpes de fatalidade. A possibilidade de ficarmos ‘hiper’ ricos de

uma hora para a outra são as mesmas que temos de sermos atingidos por um tijolo

jogado de um avião! Aí reside a moderação recomendada no escrever as metas.

Nossas metas têm de estar ajustadas à nossa realidade imediata. Na continuidade,

escreveremos objetivos mais e mais ambiciosos. Pois, na continuidade, nossa

realidade já permitirá voos mais altos. Resumindo, o sonho é importante desde que

adequado às nossas condições atuais. O certo é acreditar sempre na vitória. Apostar

na vitória. Sonhar com a vitória. Nada é impossível se perseguido com obstinação

inteligente. Costumo citar nos meus cursos, e vou continuar citando, o exemplo do

atleta do século, Edson Arantes do Nascimento, o nosso Pelé. Ele jamais deixou de

dividir a bola com o goleiro do time adversário. Mesmo quando a bola já

completamente dominada pelo arqueiro, Pelé chegava em cima, sem violência, sem

truculência, apenas para deixar claro que nunca tinha uma bola como perdida. Ele

dizia aos repórteres que assim se comportava por que as pessoas falham, por que o

erro é próprio do ser humano e se o goleiro por acaso deixasse a bola escorregar

das mãos, ele ali estaria para tentar fazer seu gol. É um ótimo exemplo de

comportamento que pode, num segundo, reverter para melhor a vida de quem

sempre acredita na vitória. O ideal seria garantir vitórias por nossos próprios méritos,

nossa própria competência, nossa própria maestria. Mas se o preço da vitória é

aproveitar a incompetência de nosso ‘adversário’, ela também será válida. O que

nunca podemos fazer é induzir alguém ao erro para dele tirarmos vantagem. Isto

fere à ética, a moral e, em alguns casos, até mesmo a lei. E precisamos nos olhar

em qualquer espelho e termos respeito por nós mesmos.

A vida é breve – quem não sabe... Mesmo com uma expectativa de vida de 70

a 80 anos, podemos ver que não temos a eternidade ao nosso dispor. Nosso

compromisso é de sermos felizes nesta caminhada tão efêmera. O que virá depois,

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a convicção religiosa ou filosófica de cada um determina. Mas o hoje é todo nosso.

O hoje é todo seu! Faça do seu hoje um acontecimento feliz, gratificante e profícuo.

Não deixe para um amanhã incerto a realização dos seus mais almejados sonhos.

Amanhã poderá ser tarde demais. Ainda mais: o hoje, com a conquista da felicidade,

pode garantir que seu amanhã virá exatamente como você sempre sonhou. Por

uma questão até mesmo de estima para com os demais, vamos aprender a nos

amar a nós mesmos. Esta medida está relacionada à nossa felicidade hoje e

amanhã. Quem não ama a si mesmo é incapaz de amar ao próximo – trata-se de

uma via de duas mãos: nosso amor por nós é projetado para os que nos cercam e

se estende a toda a Humanidade. Os outros, recebendo estas energias positivas e

maravilhosas, banhadas na luz da fraternidade, nos devolvem em forma do mais

elevado amor, um amor desinteressado, em amor altruísta, em amor realmente

construtivo. Podemos preparar nossos caminhos, ao encontro de um amanhã feliz,

pavimentando de amor essas estradas. A cada amanhecer, temos de agradecer por

mais um dia que deve ser vivido plenamente. A cada crepúsculo, temos de

agradecer, as forças de nossa devoção, a encantada alegria de ter vivido mais um

dia!

Não raro a vida nos pode parecer maçante, igual a cada dia, previsível e

despida de emoções. Os mesmos amigos de sempre, as obrigações diárias, os

cuidados com os familiares e nada de extraordinário acontecendo... Mas os

acontecimentos mais inusitados, extraordinários, que fogem à rotina, não estão

somente fora de nós, à nossa volta, ao alcance de nossos sentidos básicos. Por

vezes, estes retumbantes acontecimentos, que tem a magia de agitar o aparente

viver inexpressivo, estão dentro de nós, acontecem em nossa fantasia, em nossos

sonhos e nossas reflexões contemplativas. Logo, não devemos ignorar a força que

tem um acontecimento que já está latente dentro de nós. Temos isto sim, que

provocá-lo, fazer com que emerja e atue sobre nós, com toda a força criadora e

motivante. Enquanto isso, vamos tratar de viver a vida convencional, igual a milhões

de vidas individuais pelo planeta. Nada de pensar no implacável fluir do tempo, que

rouba nosso discernimento, debilita nosso vigor, nos envelhece e, ao fim, nos

conduz a um lugar ainda não de todo descrito em nenhuma literatura dos tempos. O

mais inteligente é procurar ser o mais feliz possível durante esta estada terrena mais

ou menos breve. Vamos amar intensamente com nossos sentimentos e corpos.

Vamos buscar atividades que possam somar-se a tantas outras e que tenham,

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sempre que possível, um caráter filantrópico. Vamos estudar, frequentar cursos

alternativos, ler muitos livros, usar os recursos da mídia moderna, cuidar de nossos

corpos para que a vida ganhe um significado mais especial. Vamos nos sentir de

bem com a vida, de bem com nossa aparência, de bem com todas as pessoas.

Vamos olhar os outros com afeto. Para isso temos de procurar entendê-los. Fica fácil

quando já nos conhecemos a contento. A resposta virá rápida: os outros passarão a

nos olhar com igual estima – é uma espécie de acordo tácito que, embora não possa

ser explicado, funciona mesmo!

Entre tantas frases, sentenças e pensamentos que fazem parte até mesmo de

nossa tradição oral, uma se escuta ao longo da vida com certa frequência: ‘querer é

poder’. Mas será que querer é realmente poder? Pense um pouquinho sobre isso.

Olhe para o lado e veja multidões de pessoas tristes, pobres e doentes em

contraposição a legiões de pessoas alegres, ricas e sadias... Seria possível que um

número expressivo daquelas pessoas amargas e sem perspectivas de felicidade,

com um exercício efetivo de desejar melhorar conseguisse o sucesso? Eu posso

afirmar que é plenamente possível... Querer é poder! Nossa imaginação é um

verdadeiro dínamo, capaz de gerar as mais formidáveis transformações em nossas

vidas. É tudo uma questão de acreditar e desejar ardentemente mudar nossa faixa

de frequência, sintonizando com uma vida onde só cabe a satisfação! Temos é de

assumir o comando de nosso pensamento. Se é que existe um mundo de pessoas

alegres, ricas e saudáveis, este mundo não está fechado para aquelas pessoas que

não gozam tais disposições. O mundo é um só, está aberto e nele posso entrar, ficar

e transitar com alegria, com abundância e cheio de saúde! Quando eu assumo o

controle de meu pensamento e o dirijo a um estado de paz, tranquilidade e

felicidade; já tenho nas mãos os elementos para gozar um novo status – o status de

feliz, rico e saudável. Naturalmente nossa fé nunca pode balançar, nossa fé tem de

ser forte, convicta, persistente. Sendo inabalável a nossa fé, não será qualquer

tropeço que nos desviará de nossas metas. Temos o controle de nosso pensamento,

podemos usá-lo da forma mais positiva, chegaremos lá, porque lá, entre os ricos e

felizes, vamos torná-la forte, ferrenha, com a consistência do diamante bruto. É

perfeitamente possível essa reversão, pois, o comando de nosso pensamento é de

uso exclusivo de cada um de nós.

Einstein gostava de dizer que a imaginação vale mais que a própria

inteligência. Dotado de ambos os atributos, o pai da teoria da relatividade

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certamente sabia o que estava falando. Mas não precisamos ser geniais como o

grande físico para aprender a usar nossa imaginação – de certa forma, algo que

vem conosco ao mundo e não precisa ser aprendido em bancos escolares. Nossa

imaginação nos liberta, nos projeta no tempo, nos faz sonhar acordados e nos

coloca no centro dos maiores eventos universais, pois, nossa vontade, com a

poderosa parceria de nossa imaginação, pode abrir vastidões bem à nossa frente.

Operar o binômio imaginação-vontade é bastante simples. Quando dispomos

daquele lugar tranquilo que falamos no início, podemos acionar nossa imaginação e

nossa vontade. Ou então, um pouco antes de dormir, ou logo após nosso despertar.

Aí imagine-se, por exemplo, ganhando um determinado dinheiro. Pode ser mesmo

uma fortuna. Aplique o princípio da cinestesia total, sentindo o contato das cédulas

nas mãos, sentindo o cheiro da tinta das cédulas, vendo uma pessoa entregando-lhe

essas cédulas. Não se trata de pensamento mágico e ingênuo. É um recurso

poderoso de materializar um acontecimento num dia que certamente está por vir.

Antecipe o momento da grande alegria de receber aquilo que tanto espera. Se você

consegue ter visões nas quais suas vontades são satisfeitas, é porque você pode e

merece realizar essas vontades. A verdadeira fortuna está em você, dentro de você.

Busque dentro de você os meios necessários à realização de seus mais grandiosos

projetos. Você pode visualizar qualquer acontecimento querido e desejado. Veja-se

recebendo um diploma, a admiração dos que estão na plateia, escute as palmas, as

palavras de apoio. Veja-se como um artista afamado, escute a reação positiva de

seu público. Sinta-se um próspero empresário, reúna-se com seus assessores e

desfrute do respeito deles. Você pode buscar aquilo que lhe for satisfatório. Você

tem forças para transformar o sonho em realidade. Você é o grande gerenciador de

seu próprio futuro.

Muito cedo descobri o valor de acionar minha vontade e minha imaginação a

meu favor. Quando ainda estudante universitário, já apaixonado pela arte da

comunicação verbal, eu me via como o orador de minha turma, no momento de

nossa formatura. Acalentei este sonho, em segredo, mas, com firma convicção.

Sempre me via falando para todos os presentes durante a formatura. Tal imagem,

criada por mim dentro de mim mesmo, conduziu as coisas nesse sentido. Uns dias

antes da sonhada formatura, fui convidado para ser o orador oficial. Então falei para

cerca de mil pessoas no salão de atos da PUC de Porto Alegre. Era um sonho

tornado possível graças aos estímulos da imaginação e da vontade. Daí em diante,

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em face de cada projeto almejado, tenho empregado o mesmo método. E posso

assegurar que só tenho conseguido vitórias e mais vitórias!

Há uma maneira interessante e até mesmo divertida de sabermos se nossos

exercícios de ativamento de nossa imaginação e vontade estão sendo bem feitos.

Em primeiro lugar vamos desenhar nosso ‘quadro mental’. Em seguida, passemos

ao ‘exercício do limão’... Mas o que será isso, o exercício do limão? É bastante

simples: depois de formado o quadro mental, isto é, a cena na qual realizamos um

desejo muito sonhado, imaginemos que chupamos um daqueles limões bem

sumarentos... se nossa boca ficar umedecida e, por fim, encher-se de saliva com

gosto de limão, então o quadro mental está muito bem composto. Podemos ter

certeza que nossa imaginação funciona mesmo. E certamente nossa vontade

também não nos decepcionará.

Por mais prosaico que pareça, estes simples exercícios são de cabal

importância em nossa viagem rumo à plena felicidade. É assim mesmo. As coisas

mais importantes da vida estão revestidas da mais pura simplicidade, reside na

simplicidade um manancial de lições inteligentes, lições para toda a nossa vida. Não

precisamos trajar com vestes suntuosas nossas ações na busca de um sentido

elevado para nossas vidas. As mais caras soluções para nossos problemas

existenciais moram na simplicidade. Vale a pena tentar ser simples. Vale a pena

usar nossa criatividade dentro de fórmulas muito simples, é um recurso de quem

pode ver o verdadeiro caráter inteligente das mais singelas ações humanas.

Na maioria das vezes, os limites às nossas pretensões de sucesso real são

por nós mesmos impostos. Mas para nós, seres humanos, não existem limites. Isso

porque, nossa imaginação e nossa força de vontade não se podem medir, pois, são

ilimitadas. Elas têm a grandiosidade de nossa expectativa. Nosso sonho é um

cosmo de amplitude nunca imaginada. Nossa imaginação é infinita! Temos apenas

de ter cuidado em não bloquear nossas capacidades. Nunca devemos colocar o ‘não

vai dar certo’ antes de cada projeto sonhado. É uma das muitas formas de

autobloqueio. Temos de jogar a nosso favor, temos de abrir caminho a ferro e fogo.

Estamos preparados com muita motivação, vontade e imaginação! Verbalizar

nossas pretensas desvantagens em relação àqueles que julgamos vencedores - é

atitude absolutamente negativa. Ninguém é melhor que nós, ninguém é mais forte,

mais preparado. Ninguém, por outro lado, possui coisas que não merece, se as

possuir sem merecê-las, será em caráter precário – ali adiante perderá o que

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acumulou sem merecimento. É a lei da vida, a lei do merecimento, a lei do retorno.

Melhor fazer exercícios mentais positivos, buscar forças internas, procurar fazer boa

justiça que usar de expedientes artificiais e até danosos para alcançar níveis de vida

mais gratificantes.

Aquilo conseguido com muita perseverança, porém, com critérios honestos,

quando vier será para sempre. Entretanto, o que se consegue quase que

instantaneamente, como num passe de mágica, pode ser tão simples quanto terrível

ilusão... Aqui estamos querendo mostrar a sabedoria que há em usar a parte positiva

de nossas forças na obtenção de felicidade – uma felicidade tranquila, não

comprometida com ações imediatistas que buscam só a quantidade deixando a

qualidade num plano afastado. Quando identificarmos nossas pretensas limitações,

já começamos à eliminá-las. Um método simples consiste em escrever em uma folha

de papel nossos receios, nossas preocupações, a imagem que temos de nós

mesmos, nossas carências, etc. Logo após, examinar sob a luz da praticidade o que

poderia inibir cada uma dessas limitações. Não conhece o idioma inglês? Matricule-

se num curso, compre livros em inglês, escute bem os filmes legendados. Preocupa-

se com sua saúde? Busque auxílio médico, faça esportes, exercícios físicos. Tem

medo de algo? Enfrente o medo de peito aberto, busque aliados para combater o

mal que o amedronta, elimine o medo de sua vida! Procure por outro lado, não ser

uma pessoa dispersiva, programe-se para alcançar suas metas. Dê primeiro, um

passo – o primeiro passo. Depois outro e, outro, mais outro e empreenda uma

caminhada que nunca terá fim. Uma caminhada toda voltada para maravilhosas

conquistas. É bom evitar fazer muitas coisas ao mesmo tempo: ler cinco ou seis

livros, estudar duas ou mais línguas, enfim, tocar flauta e assobiar ao mesmo

tempo... Nossas energias ficam muito divididas e acabam por dissiparem-se nos

muitos intervalos entre essas múltiplas atividades. Façamos as coisas com calma,

segurança e parcimônia que as faremos bem.

Quanto de nosso potencial é desperdiçado por falta de um pouco de

audácia... Muitas vezes se tem medo de ser audacioso, medo de tentar. Às vezes,

alguém vê uma pessoa simples, sem atrativos que saltem aos olhos, discreta e sem

glamour vivendo um caso de amor com alguém atraente, brilhante e destacando-se

entre os demais. Logo uma pergunte surge: como essa pessoa simples conseguiu

conquistar alguém com tanto encanto? É bem possível que tal conquista tenha

nascido em cima de muitas tentativas, reiteradas tentativas... A aproximação, por

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mais difícil que pareça, é sempre viável. Aquele alguém simples não deve ter ficado

imaginando-se inferior, abaixo do objeto de sua admiração. Aquele alguém deve ter

partido para a abordagem munida dos melhores propósitos, colocando na mesa,

desde já, suas melhores intenções. Foi feliz na conquista por que criou condições

favoráveis para o sucesso dessa empreitada romântica. E como a outra pessoa

também era sensível, romântica e bem intencionada, a resposta não poderia ser

outra: houve uma afinidade imediata. Não uma afinidade física, de temperamento,

mas uma afinidade interior, onde o que vale, são as boas intenções, onde

prevalecem nossos sentimentos, onde não há espaço para exibicionismos e

performances estéticas.

Então, eis a provável resposta. A conquista em todos os campos – e também

no campo do amor – acontece pela iniciativa de uma das partes. Essa iniciativa só

se torna plausível a partir da audácia, bons sentimentos e tentativas. Tantas quantas

forem necessárias. A ‘lição’ é muito simples. A ficar remoendo em temor qualquer, a

tornar-se escravo do medo, vamos nos levantar e enfrentá-lo. Assim, o que parecia

um dragão ameaçador, vem ronronar a nossos pés como um carinhoso gatinho. Já

diz um ditado popular e profano que: ‘O diabo não é tão feio como pintam...’. É isso

aí, caros leitores! Não vamos fugir de alguma situação que aparente ser

atemorizante ou constrangedora sem antes tentar conhecê-la em toda a sua

extensão. Com um pouco de audácia, com paciência para tentar, com o coração

sereno e o peito aberto temos tudo para anular o que possa nos incomodar. E mais

ainda: podemos, com essas atitudes inteligentes, reverter a nosso favor até mesmo

alguma situação criada para nos ofender. É uma questão de saber a hora adequada

para agir!

O dragão que atemoriza muitas pessoas pode ser, por exemplo, a pobreza.

Mas posso asseverar que, em verdade, a pobreza não passa de uma doença

mental. Ela só existe ao nosso redor, ela não faz e nunca poderia fazer parte de

nossa natureza. A pobreza também é fruto de um quadro mental distorcido,

visualizado por cada um que a experimente. Mas o quadro mental não tem de ser

positivo? Claro que sim. Se o que imaginamos na esfera de nossas fantasias não

corresponder à satisfação de nossos mais ambiciosos planos de felicidade integral,

o que advém de nossas forças mentais, agora completamente equivocadas, será o

pior possível: a angustia, a melancolia, as enfermidades, o desamor, a revolta e uma

série de sentimentos negativos corporificados e nos entregue para servir de nossa

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companhia pela vida a fora. Não podemos cair nessas armadilhas preparadas por

nossa própria fantasia. Nossas fantasias devem estar a serviço da organização do

belo, do frutífero, do compensador e do sábio! Nossas fantasias devem e podem nos

ajudar a compor os quadros mentais perfeitos, repletos de imagens felizes,

gratificantes e, sobretudo, de muita abundância. Todos têm direito à abundância. E

a abundância está ao nosso alcance, basta que tenhamos competência para gerir

nossas fantasias, colocá-las a nosso serviço. Assim, para que ter medo de um

estado de pobreza, se sabemos que podemos anulá-lo a qualquer tempo? Nada de

pobreza. Abundância é o que o ser humano tem direito de desfrutar, sem medos e

sem culpas.

As fontes de riqueza estão, sem sombra de dúvida, dentro de nós mesmos.

Temos de ser os verdadeiros arquitetos de nossos sonhos de prosperidade. Não

vale ficar triste, parado, com ar soturno a observar gente feliz e próspera que passa

por nós. Façamos parte desse contingente de pessoas felizes e prósperas. Vamos

ativar nossas potências nessa direção. Vamos mobilizar nossas forças interiores na

obtenção de muita riqueza e felicidade. É só querer e passar a acreditar que nada é

estático, que nada é definitivo, que não estamos mortos em vida... Temos o principal

para iniciar nossas conquistas agora mesmo: a vida! E, custe o que custar, temos de

valorizar nossos dias aqui na terra com a melhoria da qualidade de nossas vidas.

Faça os exercícios aqui recomendados, como quem faz ginástica, um pouco a cada

dia. A disciplina é fundamental, a paciência é sempre bem vinda. E o resultado,

sempre positivo, mais cedo ou mais tarde vai aparecer. Então, você vai sorrir, vai

ficar feliz por estar entre aqueles bem afortunados que antes você observava de

longe. Nessa hora, na hora do sucesso alcançado, tenha a sabedoria de olhar para

os lados e estender as mãos àqueles que ainda se debatem num mar de dúvidas.

Nada de arrogância, nada de sentimento feroz de posse, nada de deixar de

preocupar-se com os menos hábeis. Não ponha tudo a perder. Permaneça com o

que é seu e procure criar condições para que seus irmãos menos hábeis possam

também crescer.

De uma vez por todas, vamos assumir o comando de nossas vidas! Pense

grande e crie a capacidade de reformular seus pensamentos. Tentando e lutando e

tentando, você vai conseguir realizar seus planos de sucesso em todas as áreas. O

mundo é o seu pensamento! Nada de culpar a incompetência do governo, a

venalidade de certos políticos, o descalabro econômico, a crise do sistema, as

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negociatas com aparência legal, etc. Por mais que tais desmazelos existam, nem

mesmo eles têm o poder para impedir nossa caminhada individual no rumo de dias

de fausto e abundância. Não quero recomendar aqui a alienação, a indiferença com

relação aos graves problemas sociais, à política do ‘vem a mim e ao vosso reino,

nada’. Quero exortá-los, estimados leitores, a buscar a sua própria felicidade, seu

equilíbrio diário, sua autoestima. Quanto mais sucesso vocês obtiverem nessa

tarefa, tanto mais poderão fazer pelos outros. Então, se somos fortes e equilibrados

podemos, inclusive, mudar o estado de coisa que incomodam a sociedade.

Podemos alternar governos, desmistificar sistemas, impedir mal uso de poder e

sonhar com um mundo cada vez mais promissor para nós e para os nossos. Vamos

permitir que nosso subconsciente trabalhe por nós. Basta acioná-lo com um

bombardeio de imagens de alto teor positivo. Deixemos de lado preocupações que

não levam a nada. Vamos nos ocupa de coisas positivas. A finitude não deve

perturbar nossa caminhada até a arca do tesouro. Já sabemos que só duas

verdades são legítimas e indiscutíveis: um dia vamos deixar a terra, mas, até esse

dia teremos de nos movimentar por aqui mesmo. Por isso, vamos aproveitar cada

instante de nossas vidas povoando nossas vidas de sonhos encantadores, felizes e

prósperos! O final não nos pertence. Mas a vida que vamos escolher esta sim, ela

nos pertence de forma categórica. É isso aí, leitores: muita força, muita luta e muita

coragem!

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Capítulo 5 – Os níveis mentais

Todos nós temos quatro níveis mentais: alfa, beta, teta e delta. O

rebaixamento desses níveis mentais é garantia de nosso estado de relaxação. O

nível beta, geralmente considerado ‘normal’, conta com mais de quatorze ciclos de

segundo. Quando estamos imersos em nossas atividades cotidianas, certamente

estamos sintonizados no nível beta. Quando as pessoas estão nervosas,

estressadas, bravas, agitadas provocam um aumento desses ciclos, que podem

exceder os vinte por segundo. Já o mais conhecido dos níveis, o alfa, conta com a

média de sete a quatorze ciclos por segundo. É o nível ideal, buscado pela maioria

das pessoas, pois ele enseja à reflexão, à paz de espírito, à contemplação. No nível

teta, ao redor de quatro a sete ciclos por segundo, podemos afirmar que a pessoa

está em repouso, tranquila, semiadormecida, num estado de média letargia. O nível

delta leva a um sono profundo, abaixo de quatro ciclos por segundo. Mas o campeão

dos níveis mentais é o alfa. Quem quer formar seus quadros mentais, projetar suas

mais auspiciosas fantasias, buscar o conforto que proporciona um estado de muita

paz, sempre procura alcançar o nível alfa.

Uma respiração calma e compassada, uma posição corporal confortável e a

criação de uma autodisposição ao sonho positivo, são elementos imprescindíveis à

obtenção de momentos de vida superior. A vida sob o império do nível mental alfa.

Assim, quero indicar aqui alguns princípios básicos na conquista do nível alfa.

Algumas técnicas que permitirão a você experimentar a qualidade de uma viagem o

seu próprio interior, tendo como veículo seus quadros mentais e como meta um

mergulho no nível alfa. A visualização é a grande técnica de relaxação do futuro.

Mas você tem de acreditar em seu imenso poder mental. Aliás, o que venho dizendo

ao longo destas linhas repetidas vezes... Se você acreditar que as imagens que cria

podem ser materializadas, pois, você tem o poder de materializá-las, então você

está no caminho certo. Você já pertence ao futuro, embora viva o momento

presente.

Estabeleça seu objetivo, determine aquilo que realmente faz parte de seu

querer. Quanto mais definido, mais claro for este objetivo, mais facilmente ele virá

até você. Evite generalizações do tipo ‘eu quero ser feliz’. Identifique, ao contrário,

com muita precisão o que lhe fará feliz. Visualize o quadro mental onde você recebe

aquilo que realmente completará sua felicidade. Não misture as coisas, não torne

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confuso seu quadro mental. Identifique claramente o objetivo de sua felicidade. Esta

técnica sempre dará certo. É só passar a treinar seu subconsciente e esperar os

resultados. Você vai até mesmo se surpreender no início. Depois, com os anos de

convivência com coisas boas, você terminará por acostumar-se a ganhar o que quer

de forma muito natural. Tudo faz parte de uma sequencia lógica, quem só sabe

perder, continuará perdendo sempre, quem gosta de ganhar, será para sempre um

vencedor!

Para usar um exemplo simples, e aproveitando as campanhas médicas e

ambientais contra o tabagismo, veiculadas pela mídia, vou referir o problema do

fumante irresignado. Se você é um desses, que quer parar de fumar deve evitar

verbalizar “não quero fumar”. Você coloca a partícula negativa diante de seu

objetivo, que assim parece pouco convicto. Melhor será dizer: “quero limpar meus

pulmões, oxigená-los, torná-los limpos e saudáveis”. Ou quem sabe: “vou deixar de

fumar”. Também funciona, pois, é uma ordem dada por você a você mesmo. Esta

ordem impressiona favoravelmente seu subconsciente. Então, um belo dia, você

acorda pela manhã e joga sei maço de cigarros pela janela. Tudo porque verbalizou

corretamente, imaginou corretamente, desejou de forma verdadeira. Isto se adapta a

outros tipos de dependências físicas ou psicológicas. Qualquer forma de escravidão

pode ser afastada de você de uma vez por todas. Basta você usar as técnicas mais

simples, sem complicar o que pode ser feito em breve momentos.

Lembre-se: quanto maior seu grau de relaxação, mais poderosa será sua

mentalização. Nosso cérebro, é bom lembrar, exerce as funções ditas lógicas de

nosso raciocínio. Também funciona como um autocensor. O hemisfério direito de

nosso cérebro é o que domina na fase de relaxação, ele é responsável pela parte

artística, a instância criativa de nossa mente. Também regula nossas funções

fisiológicas e proporciona maior profundidade em nosso estado de relaxamento. Por

isso, quanto mais perfeito for seu exercício de relaxação, mais possibilidades você

terá de realizar o que está projetando no seu quadro mental, a mergulhar no estado

alfa.

Use seus cinco sentidos nos momentos de relaxar. De forma gradual, vá

acrescentando detalhes tais como cenários e pessoas envolvidas em seus quadros

mentais. Quanto mais detalhada sua experiência, mais eficaz será a sua prática.

Use sua imagem mental até que se forme uma ideia concreta em sua mente.

Procure formar uma imagem, no centro de sua mente, até que ela se torne uma

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realidade tangível. É recomendável que seja um processo similar à auto-hipnose,

pois, ele acabará por ganhar eficácia. Focalize na mente seu quadro positivo e

torne-o plenamente concretizado. Impressione todos os seus sentidos e deixe-se

comandar por eles. Eles responderão de modo favorável oferecendo a você a

materialização de cada sonho que acalentar!

Na prática, o exercício da autossugestão positiva é exitoso na média de 90 a

95% em boa parte das vezes em que é empregado. Pesquisas norte-americanas

indicam que cerca da metade dos praticantes de tais técnicas conseguem resultados

mais do que satisfatórios. A maioria desses praticantes tem sucesso total em suas

experiências, enquanto os demais contam com resultados parciais positivos, uma

marca invejável mesmo nos dias de hoje, quando a ciência e a religião dão-se as

mãos na busca por lenitivos para aqueles que têm dificuldades para alcançar

melhores dias.

Crie seu dia ideal, pois, todos os resultados positivos que logramos conseguir,

começam com criações de nossa mente. Para tanto é necessário treino constante,

pois, a reunião dessas forças - motivadoras e concretizadoras - não vem a ser

mágica, não são soluções que os protagonistas dos contos de fadas encontram.

Estamos frente a frente com a realidade. Tudo o que aqui está contido, expressa o

real, o verdadeiro, o plenamente realizável. Treine com entusiasmo e dedicação a

arte de programar seu dia ideal, um dia cheio de realizações gratas, um dia cheio de

luz! Esses movimentos voltados para assegurar dias repletos de felicidade

encontram respaldo cientifico. Homens de saber notável descobriram esses

princípios motivadores e os codificaram em suas teorias que, aplicadas na prática,

nunca desmentiram sua utilidade.

Hoje, pode-se sentenciar que até mesmo as próprias doenças, em grande

parte das vezes, não passam de má conduta de nossas forças internas. Logo, as

doenças não podem ser consideradas fatalidade e, por consequência, nunca seriam

cármicas as enfermidades. Os males do corpo e da mente, seguidamente são o

resultado da debilidade do comando que exercemos sobre nós mesmos. Podem até

mesmo redundar da falta de imaginação. Podem surgir da ausência de perspectiva

de vida, do estado de tristeza não de todo localizada, de fantasias sombrias etc. O

pensar positivo nos oferece um estado de graça, nos torna alegres, firmes e

serenos. Nosso corpo e nossa mente agradecem tanta disposição otimista nos

oferecendo o melhor de si: ficamos vigorosos a cada dia, transbordamos de alegria

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vivendo cada momento simples da vida, nossa mente torna-se mais e mais ativa e

nossa criatividade atinge níveis elevados. Podemos, dessa forma, afastar ou anular

qualquer perturbação de ordem física ou psíquica que possa nos ameaçar. Não se

trata de mágica, repito. É tão somente a apreensão dos métodos infalíveis para o

desfrute de uma vida plena! Sendo assim, qualquer um de nós pode ter o poder de

curar-se e curar o próximo. Isso tem acontecido seja pela emissão de energia mental

positiva, seja pela magnetização das mãos ou pela sugestão positiva das palavras.

No âmbito da impressão positiva verbal, temos a assegurar que as palavras não são

farpas que se dispersam aos ventos. Pelo menos não devem ser. Falar por falar é

até contraproducente... Temos de estar convictos que nossas forças mentais

positivas, capazes até de curar um enfermo, podem ser operadas através de nossas

palavras. É claro que o enfermo, ao escutar essas palavras positivas e curativas,

deve estar imbuído de muita fé, de muita vontade de reverter seu quadro de

enfermidade. Verdadeiros milagres têm ocorrido pelo mundo com a utilização

dessas técnicas já conhecidas pelos povos da antiguidade. Quem quer curar-se ou

curar, pode! Não é questão de tentar um método novo, inusitado, experimental. É

questão de empregar um método firmemente respaldado na ciência com a certeza

de que se está no caminho correto.

O ideal é mentalizar de forma positiva e preventiva. Assim dificilmente as

doenças conseguem se instalar em nós. Notícias até corriqueiras de que alguém

teria morrido de, por exemplo, enfisema pulmonar, pode nos alertar, pois, logo

ficamos sabendo que a pessoa fumava demais. Então, quem sabe é o momento de

sustar o uso do cigarro, se porventura fumamos. E aquela outra que morreu de

úlcera, de gastrite ou de surto psicótico? Logo nos dizem que era muito nervosa,

preocupava-se demais com coisas que estavam longe de suas possibilidades de

resolução, parecia estar constantemente à beira do estresse. Talvez seja hora de

evitar o estresse, olhar os problemas com menos preocupação, etc. Sempre é hora

de mentalizarmos preventivamente, para assegurarmos uma saúde perfeita para

nosso corpo e nossa mente... Podemos até alcançar mão da dramatização, nos

colocando no centro de acontecimentos onde somos destacados, admirados por

nossa saúde, imitados por nossa criatividade. Vamos criar cenas onde multidões nos

usam como modelo de vida. Tudo é permitido se o sentido da ação é o bem estar de

nossas forças vitais.

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Algo tão trivial, como banhar-se ou beber um pouco de água, pode energizar

positivamente seu dia a dia. Basta imaginar que aquela água é purificadora, mágica,

energizante. Aquela água não é comum: ela tem propriedades curativas,

magnéticas, positivas. Então essa água será realmente uma fonte de saúde, uma

fonte de energias positivas, uma fonte de líquido abençoado. Neste sentido, o da

transformação mental de algo concreto, podemos nos curar ‘transformando’ um

determinado órgão debilitado num órgão saudável. É uma espécie de ‘substituição

mental’ do órgão afetado por outro são. Você tem um problema de coluna? Imagine

que sua coluna foi substituída por outra ereta, perfeita, íntegra, firme e imune de

deformações. Se você imagina verdadeira esta substituição, logo estará sentindo a

diferença positiva que vai se operar em sua postura. Não sentirá dores, estará em

forma para realizar qualquer tipo de exercício, numa palavra, você pode ‘trocar’ sua

coluna enferma por outra sadia. Você deve sempre estar atento para o fato de que o

mais importante é ter fé. Sem fé nada disso seria possível. O grande negócio é crer

na felicidade, crer na vitória, crer na cura, crer na vida!

Esquecer o passado pode ser o fim das preocupações, já que ‘águas

passadas não movem moinhos’. Viver a remoer experiências nocivas do passado é

um dos males que se abatem sobre as pessoas, tornando-as negativas. O passado

já era, ficou para trás, não voltará jamais. O momento é para viver o presente –

sempre com um projeto positivo para o futuro. Você deve isto sim, definir suas

prioridades, escolher suas metas e lançar raízes para um futuro onde só cabe o

contentamento pessoal. Temos de aprender a dominar o tempo, pois, o ‘tempo é

fera com fome, fera que mastiga as horas, os minutos, os segundos e a vida’... Isso

pode parecer poesia pura, mas trata-se de um lembrete: você não deve nem pode

desperdiçar seu tempo. Deve dominá-lo e fazer com que ele escoe de acordo com

suas conveniências. Você pode esticar o tempo, pode dobrar o tempo, pode dilatar o

tempo. Depende de sua vontade de viver cada segundo de forma intensa, produtiva,

criadora. Mas também deve e pode racionalizar o tempo disponível. Por exemplo,

fazendo aquilo que vem adiando por muito tempo, usando com parcimônia seus

instrumentos de trabalho, arrumando sua vida, colocando organização naquilo que

merece sua atenção especial. Se não conseguir realizar as coisas de modo perfeito,

não desanime, isto é normal. Faça as coisas da melhor forma que conseguir,

mobilize seus esforços nesse sentido, opte pela praticidade. A pessoa prática vai

mais longe e mais rápido, enquanto o preciosista fica hesitando entre esta ou aquela

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atitude a tomar, a pessoa prática já decolou, ganhou as alturas e vai ao encontro de

seus objetivos.

Costumo fazer referencias a um dos grandes ‘males do mundo moderno’ – a

insônia. Ela vem atingindo pessoas de todas as nacionalidades, de todos os níveis

sociais, de todas as idades no mundo inteiro. Mas temos de ser escravos da

insônia? É evidente que não. Para anular a insônia temos de não considerá-la

simplesmente. Não temos de combater a insônia, pois, ela não existe, ela é apenas

produto da nossa mente. Na hora de dormir, temos de eliminar de nossa mente a

possibilidade de sermos ‘visitados’ pela insônia – ela não existe. Assim não damos

condições a que nenhum obstáculo se interponha entre nós e nosso merecido

repouso. Temos de enfrentar um problema no outro dia? Pois bem. Primeiro vamos

dormir, amanhã resolveremos o problema. Nada se resolve por antecipação. Mas se

o sono não vier não se trata de insônia, trata-se de criação de um estado que pode

nos levar a algo construtivo. Daí, podemos tirar proveito da ausência momentânea

de sono lendo um bom livro, escutando música, assistindo a um programa de

televisão, arrumando nossos pertences, passeando pela casa, estudando,

escrevendo cartas atrasadas, etc. Temos a obrigação de reverter tudo em nosso

proveito direto. Se existe insônia, ela será para acrescentar algo, não para nos tirar a

tranquilidade. Nada de comprimidos, nada de contar carneirinhos, nada de arrancar

os cabelos pelo desespero por não poder dormir instantaneamente. É só relaxar e

empregar breves momentos a pequenos afazeres ou atividades gratificantes. Logo o

sono chega e você pode desfrutar uma boa noite de repouso revigorante.

A obra “Ganhar”, de Bernard Tapp, fala sobre o tentar, sobre o inventário,

sobre o ser diferente. Diz ele que: “a recompensa não é o dinheiro, é o prazer, o

jogo, a liberdade, a mobilidade, a faculdade de criar”. Ensina ele que: “perder, na

nossa sociedade, não é mais morrer de fome – é não ter o direito de se por em

movimento. É estar em prisão domiciliar de casa para o trabalho, do trabalho para

casa”. Isso quer dizer que muitos perderam. Quem, hoje em dia, tem liberdade para

agir? Viver e vencer é agir. Ora, isso não é só questão monetária, é questão de

‘pesca’. É isso aí. Essas coisas acontecem aqui, acontecem agora. A liberdade, o

prazer de viver, de agir, de criar e de construir é sempre para agora. Veja que, em

termos positivos, o futuro se conjuga no tempo presente. Enquanto mobilizamos

nossas forças para desfrutar um futuro radiante, temos de viver intensamente já.

Vamos então fazer música, poesia, desenhar, fazer esportes, reunir gente animada.

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Vamos viver integralmente o que a vida nos proporciona de bom. Nada mais salutar

que dar vida às nossas fantasias, animar de cor e sons nossos desejos, nos atirar

apaixonadamente nos campos do livre pensar, do romantismo, do culto ao corpo,

dos reais prazeres desta vida tão maravilhosa quanto efêmera. Não se vive por

procuração – temos de participar ao vivo dos prazeres que a vida nos permite e

instiga. Nenhum prazer é proibido quando vivido de maneira gratificante. As pessoas

sabem escolher que de melhor tem a vida. Talvez algumas ainda não tenham

descoberto essas coisas boas. Mas todos podem descobrir e povoar seus dias de

luz, segurança e muito amor. A ordem é ‘pescar’ o que nos encanta os sentidos,

‘pescar’ o que nos aguça os sentimentos, ‘pescar’ o que nos enleva a alma e o

corpo.

Animado pela certeza de que a força das palavras pode mover até as mais

gigantescas cordilheiras, resolvi compor um poema / prosa em forma de prece, livre,

aberto e objetivo. Seu título é – “A oração do otimista” e ele diz assim:

“Senhor fazei com que, o sorriso, a alegria, o prazer de viver e o prazer de

servir façam parte do meu dia a dia. Afastai de mim o pessimismo e o medo. Que os

dons recebidos de vós aflorem em meu ser... Que a luz do otimismo ilumine a vida e

a vida seja melhor para aquele que vive na escuridão do pessimismo. Fazei com que

todos nós sejamos otimistas, para que consigamos, sob vossa poderosa vontade,

modificar o próprio mundo, e que a luz da vida ilumine o nosso coração”.

Outros textos e fragmentos de poemas também possuem uma essência

reveladora das inimagináveis forças contidas numa postura otimista. Sendo o sal da

terra, o otimismo vem sendo anunciado, desde tempos longínquos, como um dos

mais valiosos entre os dotes reservados à humanidade. Antes do surgimento da

escrita que ora conhecemos a tradição oral já proclamava o poder que há num

pensamento otimista. Autores antigos, modernos e contemporâneos, despertaram-

se para essa irrefutável verdade. Então colocaram suas penas a serviço daqueles

que, por puro pessimismo, ficam a vagar num deserto de muitas dúvidas. Para o

otimista o que importa é saber que agora, neste exato momento, estão nascendo e

crescendo ricas e puras manifestações, além de oportunidades que a divina

essência da vida faz fluir em amor, estudo e trabalho. Realizações superiores e

objetivas em milhões de seres humanos em todas as partes do mundo. É justamente

isso que o pessimista, que está estagnado, não sabe.

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As reflexões, poemas, pensamentos e frases esclarecedoras, podem atuar de

modo fantástico em nosso desenvolvimento enquanto seres humanos. Todos temos

o dever de buscar a felicidade em algum lugar de nossa existência. Nessa direção,

você deve aprender a eliminar a ideia dos maus tempos. Você sabe o que vem a ser

maus tempos? São pessoas desesperadas que jogam a culpa de seus insucessos,

por exemplo, na situação do país - excelente para alguns que dela se beneficiam,

penosa para aqueles obrigados a pagar por seus desajustes. Sabemos que só

mesmo um ingênuo, um incapaz para avaliar sociologicamente o modelo no qual

está inserido, um insensível às necessidades de milhões de compatriotas, um

ignorante político, poderia aplaudir um sistema que opera sobre a inversão dos

valores, premiando as nulidades e penalizando os que produzem a riqueza nacional.

Não desperdicemos nossas energias atacando os que julgamos responsáveis por

tudo isso. Você deve deixar que gente preparada para essa empreitada atue. Fique

na sua. E a sua é resolver de uma vez por todas a questão da conquista da

felicidade.

Os indivíduos mais nocivos aos que cercam e porventura o escutam, são os

mesmos que dizem não ver sentido na vida. Naturalmente tal estigma não se aplica

nos livres pensadores, poetas e filósofos. Enquanto o primeiro não vê sentido em

escolher uma entre centenas de opções para uma vida após a morte, o segundo

pode ironizar a parte frívola e imediatista da vida, enquanto o terceiro talvez veja o

homem como um porco que se engole a si mesmo, chafurdando no lamaçal de suas

vaidades e ânsias de possuir um poder que, além de não merecer, nunca poderia

alcançar. Mas os indivíduos nocivos são os que querem desfrutar o que a vida pode

lhes conceber e não encontram forças nem luz para alcançar objetivos que ainda

estão um tanto obscuros em suas mentes. Querem que tudo lhe caiam do céu. E o

caminho não e por aí, a trilha para o sucesso, para a vitória, para a conquista

daquilo que lhe é importante, é uma alameda que vocês encontram dentro de vocês

mesmos.

O individuo chamado nocivo é sempre um pessimista, seu perfil abrange o

impulso destrutivo, sua língua é maledicente, seus gestos são bruscos ou, ao

contrário, apáticos. O pessimista é ferino. Fuja dos menestréis do fracasso. Seja

você um vencedor!

Prometa a si mesmo que será forte, de maneira que nada possa perturbar seu

equilíbrio. Fale de saúde, de felicidade e prosperidade a toda a pessoa que

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encontrar. Mas não por vaidade ou ostentação, mas para que as pessoas sintam

que você adivinha algo de superior dentro delas. Sinta que é um privilégio poder

contar com a oportunidade de lutar por seus ideais, por poder contar com a vida.

Procure conservar um semblante alegre, mesmo nas situações mais tensas. Quando

você descobre a forma de controlar seus sentimentos e torna seu o comando de

suas ações, sempre poderá contar com a solidez de sua personalidade. No mais,

por onde passar vá espalhando sementes de bom humor, você está de bem com a

vida. É importante que as pessoas saibam disso. Quando você faz um bom juízo de

si mesmo, de alguma forma proclama ao mundo esta nova postura, mostre tudo o

que lhe vai na alma, partindo para os grandes feitos. Saiba que o mundo estará

sempre ao seu lado, enquanto você dedicar a ele o melhor de si mesmo.

A grandeza da espécie humana pode começar em você em você. Como teria

dito Marco Aurélio à César: “a nobreza de sua família termina em você. E a da

existência, começa comigo”. Você deve começar agora a familiarizar-se ao otimismo

– você vai se sentir muito diferente. Não é difícil. O ideal é saber viver.

Quando você pensar que tudo está perdido e não mais tiver coragem ou

ninguém a quem recorrer, volte-se para o criador. Quem está só pode ser presa

fácil, pois suas forças estão fragilizadas. Mas se você estiver com animação própria

daqueles que estão sob a proteção do criador, então nada lhe pode tocar, nada lhe

pode perturbar, nada lhe pode vencer. Se algumas tentativas não derem certo, se

algumas empreitadas fracassarem, tenha em mente que muitas pessoas, retratadas

em gloriosas páginas da História, não esmoreceram ante tentativas frustradas:

insistiram, lutaram e acabaram por vencer as adversidades. Quando uma porta se

fecha para nós, outras tantas se abrem daí a sensatez em não deixar abater por

tentativas que, ás vezes, são infrutíferas apenas na aparência.

A calma é o centro do equilíbrio, nunca é demais se lembrar de pensamentos

que remetam à calma. Se acaso você estiver a ponto de ‘estourar’ mentalmente, por

alguns momentos silencie, permitindo que sua mente seja ocupada pelo

pensamento. Cale um pouco para refletir. Quando a contrariedade se manifesta, o

ato de esbravejar afastará de você a dispersão espontânea daquela contrariedade.

Se você num deslize, praticou algum tipo de erro, o desespero é porta à falta maior.

Em qualquer eventualidade mantenha a calma: lembre-se que a serenidade é o

arco, é o teto da alma, que pede serviços pela solução. Veja como a paz, a calma, a

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serenidade podem despontar de um singelo pensamento frente ao amanhecer,

como acontece com o observador de um novo dia.

Queridos amigos, sejamos cada vez mais otimistas. A cada manhã temos de

celebrar o nascer do dia com um maravilhoso e promissor acontecimento. Vamos

prometer à nós mesmos, a cada dia nascente, envidar nossos esforços no sentido

de uma experiência sempre renovada de felicidade. Vamos espalhar aos quatro

ventos mãos cheias de carinho e que nossos corações transbordem de felicidade

fraterna, liberem quantidades inimagináveis do mais puro amor. Caminhemos para

frente, plantando sementes de otimismo por onde passarmos. Ânimo forte, espírito

elevado e coração aberto. Nossos instrumentos na conquista definitiva de uma vida

próspera, plena de paz, amor e serenidade para nós e para tantos quantos queiram

nos acompanhar nesta grandiosa aventura de viver.

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Capítulo 6 – A inutilidade do medo

O medo é uma sensação que sempre nos traz um enorme desconforto.

Multiplicam-se as fobias na medida em que nos sentimos debilitados pelo que

denominamos ‘revezes da vida’. Nosso remoto antepassado pouco pensava e se

deixava guiar pelos instintos – instintos primitivos que o levavam a uma luta diária

pela sobrevivência e pela saciedade de suas necessidades básicas, tais como fome,

sede, sono, etc.

O medo do ataque de feras, de manifestações violentas da natureza e do

próprio semelhante, que ontem aterrorizaram a vida do nosso ancestral, hoje se

manifesta nas formas de competição profissional, econômica, cultural e assim por

diante. Hoje nós procuramos desviar as adversidades usando técnicas de autoajuda,

contando com os recursos da psicologia, da neurolinguística e das técnicas de

entrosamento social.

A literatura esotérica registra a palavra medo, incontáveis vezes. O medo foi

usado para escravizar o Homem, para torná-lo um joguete de poderosos, para

lançá-lo numa imobilidade onde não pode prosperar o livre arbítrio, a escolha de

melhores dias, etc. O recém-nascido nutre apenas dois tipos de medo; de quedas e

de ruído fortes. Outros tipos de medo são desenvolvidos ao longo de sua vida, então

se apresenta sob as formas mais diversas: contundentes ou sutis... Notadamente a

psiquiatria tornou conhecido um glossário que identifica uma série de fobias, um

nome científico para o velho medo. A claustrofobia: medo de espaços reduzidos ou

confinação; agorafobia: medo de lugares amplos, espaços abertos; acrofobia: medo

de lugares altos; astrofobia: medo de relâmpagos e similares; fotofobia: temor à luz;

hidrofobia: aversão mórbida à água e outras tantas... Mas o que teria essa relação

de temores mórbidos a ver, por exemplo, com o sucesso no campo, digamos assim,

empresarial? Ora, qualquer pessoa empreendedora deve ter em mente que os

medos não servem à construção de impérios, engessam as manobras que tornariam

possível grandes negócios, podem afastar de nós pessoas que detém o poder de

grandes decisões, permitem que nossos caminhos sejam constantemente truncados

– pois o medo transparece tanto em nossas ações quanto em nossa fisionomia. O

medo é uma sinistra emoção que nos destrói... Sucesso e medo nunca podem andar

juntos, é contra a lógica mais meridiana.

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Você caro leitor, jamais deve alimentar dentro de si este monstro destrutivo

chamado medo. Iniba a ação do medo lançando-se altivamente a seus negócios, às

suas empreitadas, ao seu caminho de sucesso. Diga um sonoro ‘não’ à

fracassofobia. Não se deixe assaltar pelo medo, não seja refém dessa força

mórbida. Caso contrário, você verá fracassarem todas as tentativas de fazer parte

daquilo de chamo de ‘clube dos vencedores’. Seja uma pessoa bem sucedida

relegando à um lugar muito distante de você o que costumamos chamar de medo. O

medo já era. O medo é inimigo jurado da pessoa que luta pelo sucesso. O medo

deve ser abolido de nossa vida, pois, é apenas uma ideia arcaica, nascida num

tempo onde o Homem ainda engatinhava. No mundo moderno não existe lugar para

o medo. Cautela sim. Medo jamais.

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Capítulo 7 – Como fazer do tempo um poderoso aliado

À medida que ganhamos idade, parece que o tempo se torna mais rápido,

mais célere – parece que o tempo está passando como um vendaval e nós ficamos

para trás... Mais célere se torna o tempo quando pensamos correr contra ele – como

se já tivéssemos perdido algum tipo de jogo. Logo o desânimo que experimentamos

parece real, embora seja apenas fruto de nossa preocupação em passar pela vida

sem conseguirmos alcançar nossos objetivos, conquistar nossos mais caros sonhos!

Mas temos como controlar nossas reações negativas, fazendo com que o

tempo trabalhe em nosso proveito próprio. Por exemplo, podemos começar hoje

mesmo a perseguir alguns objetivos que imaginamos há algum tempo, como

aprender um novo idioma, juntar dinheiro para comprar um imóvel, escrever cartas a

amigos distantes, escrever um livro, entrar numa faculdade, plantar uma árvore, etc.

Logo vamos perceber que o tempo quase que pára, anda um pouco mais lento para

nos dar a oportunidade de fazermos tais experiências. Como diz um grosseiro

provérbio de cárcere: “cabeça vazia é oficina do diabo”. Em outras palavras, parar

no tempo não é bom para o espírito, para a mente ou para o corpo. A ocupação

ainda é grande terapia.

Temos muito que fazer, mas não precisamos misturar tantas atividades numa

só vez. Podemos cuidar de cada conquista a sua vez. Então vemos que o tempo

pára de correr tão rápido – ele quer parar para que possamos vencer nossas

dificuldades. O tempo não está contra nós, o tempo está contra quem não o leva em

consideração. Vamos programar nosso futuro, nossas conquistas, nossa felicidade.

O tempo assim permite. Vamos fazer uma lista de intenções muito positivas, vamos

escrever o que ganharemos num futuro próximo, vamos projetar sucesso para

nossos filhos, projetar vitórias para nossos amigos, projetar sucesso total para nós e

para quantos sejam nossos companheiros de jornada.

Não vamos esperar o dia de amanhã para empreender essa nova modalidade

de jornada. Sejamos confiantes no futuro que ele acontecerá repleto de sucesso. O

tempo é nosso amigo. O tempo quer nos levar por caminhos onde encontraremos

nosso triunfo. Sejamos aliados do tempo, basta treino e uso da imaginação. Lembre-

se que um sentimento positivo é a chave que nos abre portas da felicidade pura.

Nossa expectativa deve ser a do encontro implacável com a felicidade num tempo

que ainda está por vir. Somos poderosos, somos a criatura mais inteligente que

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Deus criou, ele colocou em nos o livre arbítrio e mais: ele colocou o tempo a nosso

favor, por isso, vamos estabelecer uma cumplicidade positiva com o tempo.

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Capítulo 8 – A mágica da vida

Neste momento em que o mundo se depara com tantos e tão complexos

desajustes, e as pessoas parecem impotentes diante de tantas contradições,

pedimos licença para fazer com que nossas palavras de fé e sinceridade invadam

suas mentes e corações. Nada resiste ao encanto que existe em se levar uma vida

repleta de esperança e otimismo, representada pela eterna busca da paz, da

prosperidade e o sucesso. Nossos caminhos, às vezes com ares tão espinhosos, na

verdade estão abertos e livres para aqueles que conseguem ver, além da linha do

horizonte, uma promessa renovada de triunfo pessoal.

Nada é tão simples como acordar de manhã, olhar a natureza em sua pujança

e adotar um comportamento de franco otimismo. Não se trata de falsear a realidade,

o bem está aqui ao nosso lado. Só precisamos saber identificá-lo e usar com

sabedoria suas liberalidades para que nossa vida se torne descomplicada. Temos

direito à mais elevada felicidade – é uma concessão divina que deve ser retirada de

nossa própria experiência. É mais fácil ser feliz, sim! Todos estamos preparados

desde o berço para experimentar a parte boa, magnífica, positiva daquilo que

chamamos de vida – uma viagem sem medo por vales onde as lágrimas podem ser

transformadas em sorriso, onde falhas poder ser transformadas em acertos, onde a

aparente tristeza pode ser alterada até surgir como a mais luminosa e fulgurante

felicidade.

Respire fundo e visualize um campo verde absoluto. A brisa a agitar

suavemente a erva silvestre e embalar o sinuoso e mágico voo dos insetos, a

revolver as tranquilas águas dos riachos até fazer com que soe sua deliciosa

canção. Mire-se nos translúcidos espelhos dos lagos, veja que sua figura faz parte

deste ambiente. Nada está errado com você. Você nasceu para ser feliz e repartir

sua felicidade com aqueles que ainda não experimentaram o júbilo de sua

iluminação interior. Viva com muita intensidade. Encha seu coração de coisas

benéficas, esteja tranquilo ao dormir e confiante na vida em vigília. Tudo faz parte da

gigantesca possibilidade que possui sua mente de tornar perfeitamente realizável

seu projeto de vida. Mas lembre-se: seu projeto de vida deve servir ao bem, à

nobreza de caráter, à sinceridade de propósitos, à humildade no seu mais elevado

sentido. Além do mais, ninguém pode construir um mundo de felicidade para nele

viver sozinho. Ser feliz é uma verdadeira arte e também um dom divino. Seja feliz e

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alcance o tão sonhado sucesso. O mundo é hostil àqueles que o olham com

desconfiança, não é o seu caso, não deve ser o seu caso. Você está indicado pela

providência a conquistar seu lugar ao sol, seu sítio de eterna felicidade. Mobilize

suas forças interiores e a vida lhe devolverá, como prêmio, a parte mais doce que

pode oferecer. É tudo uma questão de acreditar e saber buscar. A cada manhã

renove sua confiança na vida. Ela é uma espécie de entidade inteligente e sensível.

Use com sabedoria sua capacidade de ser triunfante e feliz. Não julgue nenhum

homem por seus atos e palavras, ele pode ser apenas um errante a vagar por entre

as belezas que ainda não conseguiu identificar. Auxilie aquele que não sabe ainda

usar sua força interior. A vida lhe recompensará tornando você mais feliz ainda do

que julga merecer.

Estar vivo queridos leitores, é um privilégio que deveria ser melhor entendido

por todos, a vida é uma antessala de experiências renovadas, não vamos dispersar

nossas tão preciosas vidas olhando para baixo, buscando nas sombras sua falsa

definição, correndo atrás de significações mal interpretadas, aceitando a visão

pessimista de que se trata de um caminho sem sentido e pleno de sofrimento. Nosso

lugar é aqui mesmo, em meio a nossos irmãos e nossa missão é amá-los e ensiná-

los a retribuir esse amor. Sejamos felizes integralmente, pois, a vida já nos forneceu

os meios, basta apenas reconhecê-los e querermos usá-los, felicidade é atributo

próprio da vida. Vamos viver. Livre-se de uma vez por todas das ideias negativas,

viva com alegria e a vida lhe sorrirá. É como plantar e esperar com paciência a hora

da próspera colheita. Mostre que sua palavra pode ser o ouro a enriquecer cada

momento de sua existência, aprenda a ver o lado positivo de qualquer

acontecimento, erga os olhos em direção ao infinito e poderá assistir a radiante

felicidade prometida pelos astros, pelos eventos naturais, pelos movimentos das

criaturas mais simples. Viver é uma dádiva, viver com alegria no coração é sempre

um aprendizado atraente. Buscar a felicidade, a paz e o sucesso são o caminho

natural de todo o ser humano inteligente. Liberte-se das apreensões. A riqueza está

à sua espera, vá buscá-la!

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Capítulo 9 – O homem-níquel

Atitudes aparentemente sem grande importância, comuns no dia a dia, às

vezes, podem estar trabalhando contra nossos sonhos. Entre nós, há um impulso

natural de copiar comportamentos, de seguir as ondas dos modismos e de viver ao

sabor das ações coletivas que parecem estar sintonizadas com o cotidiano, mas

devemos ter muito cuidado para que essa tendência à imitação não interfira

negativamente em nossos propósitos de alcançar a paz interior, o equilíbrio e a

riqueza: o sucesso!

Para melhor ilustrar esse preâmbulo, posso falar naquele homem que

costumava usar uma pequena niqueleira de couro presa à cinta. Esse homem fazia

e faz parte de meu círculo de amizades, e sua dificuldade para concretizar até

mesmo seus menos ambiciosos sonhos era sua marca distintiva. Um dia chamei-lhe

a atenção para a pequena bolsa que prendia na cintura. E aconselhei-o a não usá-la

nunca mais... Num primeiro momento ele nada entendeu. Que importância teria uma

pequena niqueleira? Então fui claro como costumo ser: tal adereço, além de não

possuir nenhum atrativo, não ser complemento de elegância, era um verdadeiro

sinal de resignação ante uma vida esvaziada de conquistas. A niqueleira só pode

mesmo é atrair moedas baratas, níqueis de ínfimo valor, além de sinalizar a todos a

condição mais que modesta de seu dono. A niqueleira é um autentico atestado de

pobreza!

Imediatamente ele arrancou a niqueleira do cinto e disse que nunca mais a

usaria. Ele afirmou que queria dinheiro farto, não moedas pela vida a fora. Falou que

iniciaria a observar aqueles que usassem niqueleiras, para alcançar ainda mais o

que já havia percebido num rápido e fortuito momento de reflexão. Quando voltou à

minha sala, comentou que tinha visto muitos homens exibindo suas carências,

ostentando suas pobrezas, acenando para o mundo sua tendência ao fracasso.

Homens com niqueleiras agora pareciam homens necessitados, sempre à procura

de míseras moedas... Ele finalmente havia notado que fora, durante certo tempo, um

‘homem-níquel’. Um homem sem ambições, sem capacidade para se valorizar, sem

forças para buscar a verdadeira riqueza, desprovido de habilidade para sonhar um

mundo de ouro para si e sua família. E a niqueleira tinha ajudado na formação da

imagem de debilidade e contentamento com tão pouco... Não seja você um homem-

níquel, busque a fortuna, não moedas. Conquiste a plena felicidade, não moedas.

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Sempre procure lembrar que a humildade excessiva é a niqueleira de pequenas

vitórias, que a insegurança é a niqueleira de pequenos sucessos, que a apatia é

niqueleira de pequenos sonhos. Libere-se. Jogue fora a niqueleira, jogue fora as

inseguranças. Vença! Brilhe feito ouro, não feito um níquel.

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Capítulo 10 – Solicitude e servilismo

Todos admiram uma pessoa solícita, mas muitos desprezam pessoas servis.

Entretanto, alguns confundem solicitude com servilismo. É o caso daquela pessoa

que atendia a todos os apelos, a todos os reclamos, a todos os chamados. Socorria

a todos indistintivamente, independendo de nutrir ou não amizade com quem

procurasse sua atenção. Era uma pessoa solícita? Não, era uma pessoa servil...

Fazia com que o servilismo funcionasse como uma arma constantemente

contra seu próprio corpo, pois, é certo que poucos sabem o valor que têm um

pequeno gesto de atenção, um aceno de consideração, um abraço de solidariedade.

Por isso, essa pessoa servil que se imaginava solícita, muitas vezes era alvo de

escárnio, de ridicularização, de afronta por parte daqueles aos quais emprestava uns

minutos do seu tempo, e na impossibilidade de ajudar era criticada abertamente na

frente de todos... Assim como se tivesse empenhado sua palavra na disposição de

ajudar sempre, em qualquer circunstância. O que fazia como um gesto de

desprendimento era cobrado como se fosse verdadeira obrigação. É que as pessoas

simplórias, ignorantes ou com deformação de caráter confundem o dar com a

obrigação de dar.

Aconselhei aquela pessoa servil a ser, no máximo solícita. Ela devia passar a

selecionar melhor os que mereciam de fato sua atenção. Eleger aqueles a quem

poderia olhar com consideração. Aos demais não prejudicaria, mas aos ‘escolhidos’

saberia estender as mãos na hora mais difícil. A eles nunca negaria sua palavra de

conforto, sua palavra de esclarecimento, sua palavra de solidariedade. Os

‘escolhidos’ saberiam que ali estava uma pessoa solícita. Não uma pessoa servil, de

fraca personalidade, incapaz de dizer não quando não se impusesse. Pois ali estava

uma pessoa preocupada com a justiça, o reconhecimento e o amor fraterno. Uma

pessoa premiada com a noção perfeita de quando, como, onde e a quem estender

as mãos num gesto de conforto fraternal.

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Capítulo 11 – A coragem serena

Carregar nossos encargos como se fossem um pesado fardo é inútil e pouco

prático. Não quero dizer que se deva andar por aí a gargalhar por conta da exigência

de nossos compromissos. Por mais que sejam incômodos, todos nós temos de

assumi-los. Jamais chegamos a algum lugar deixando tudo ao sabor das

circunstâncias ou por outra, pode-se chegar a algum lugar, mas só mesmo um

espetacular golpe de sorte nos colocará no lugar que havíamos vislumbrado em

nossos sonhos, se deixarmos ao acaso a condução de nossos passos. Planejamos

nossas metas, projetamos nossos objetivos, enquanto isso, vamos tratar de nos

desencumbir o melhor possível dos compromissos assumidos.

Temos de ter a coragem de enfrentar as adversidades ocasionais e temos de

estar, cada vez mais aptos, para encarar os inevitáveis desafios que a vida nos

impõe. Então, adotemos uma postura de serena coragem ante nossos encargos –

mas não devemos passar a imagem de oprimidos nem de irresponsáveis. Agindo

desta forma, nossos encargos parecerão muito mais leves e fáceis de serem

transportados ao longo da vida.

Vamos evitar a todo o custo o impulso de nos sentirmos injustiçados pela

vida. O caminho tortuoso, que nos parece a própria recriação do calvário, pode ser

transformado numa estrada cheia de surpresas, assim, vamos transformar

sobressaltos em valiosas lições para uma existência mais sábia, vamos tornar o

inevitável em matéria enriquecedora e inteligente, vamos transformar nossas

apreensões em esperança – pois temos de assimilar que a lógica menos atenta, não

poderia admitir uma vida que se esvai, sem sentido, num sopro e sem persistir no

contexto da eternidade universal.

Mas, sobretudo, vamos lutar contra o impulso de colocar nas mãos da sorte

nossas pretensões de riqueza e harmonia. Se a sorte existe, ela virá mais cedo ou

mais tarde. Mas enquanto ela não chega, vamos trabalhar duro para conquistar

nossas metas. Não nos é vedado ter nossos pensamentos mágicos: mas não vamos

colocar neles todas as fichas do maravilhoso jogo que temos a fortuna de poder ser

parte – o jogo da vida!

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Capítulo 12 – O valor da boa aparência

Sabemos que o conceito de boa aparência varia conforme a cultura onde está

inserido. Por exemplo, em alguns países da África, elegância e boa aparência, em

alguns estágios primitivos, poderiam ser medidos pelo volume do ventre ou

comprimento do pescoço. O povo cigano, ainda hoje, reza que as roupas coloridas e

extravagantes, além de joias em profusão dão a verdadeira dimensão da elegância,

ou boa aparência. Num longínquo rochoso lugarejo do Afeganistão, roupas negras e

pesadas dão o toque de elegância do lugar. Quanto à aparência, um rosto com

sulcos e que denote uma vida de duros trabalhos, pode ser um ícone de uma

aparência satisfatória. Assim, cada cultura possui sua maneira peculiar de

demonstrar que estar de bem com a vida passa, necessariamente, pela ideia de boa

aparência.

Já o mundo ocidental, glamoroso e altamente competitivo, segue os ditames

do que convencionou denominar ‘moda atual’ ou seja, obedece a inclinação de um

grupo que faz, dissemina e recomenda a moda a ser adotada. A moda serviria como

complemento externo do que seria de bom alvitre demonstrar: uma satisfação

interna, isto é, a alegria de estar aproveitando e aceitando numa boa os desafios da

vida – isso transparece ‘na cara’ através de uma boa aparência.

Nos negócios é extremamente importante que usemos todos os recursos

disponíveis nesta sociedade sob a égide do consumo. A escolha de roupas

elegantes – moderníssimas ou clássicas – não constitui um exercício de pessoas

afetadas, embonecradas, fúteis ou vazias. Pelo contrário, vestir bem atrai o bom

humor de quem veste e a admiração de quem nota a elegância alheia. Vestir-se bem

é estar harmonizado com o próximo, é atrair o bom humor e a felicidade de viver, é

chegar cada vez mais perto do sucesso total. Pois, a boa aparência passa pela

escolha criteriosa de boas roupas - que não precisam ser luxuosas e caríssimas,

mas que deem um toque de mestre em sua composição de tipo.

Quem está adequadamente vestido, o está da cabeça aos pés. Percebam

como as pessoas nos examinam de cima a baixo quando lhe somos apresentadas.

Não se trata de descaso, de provocação, de pré-julgamento, as pessoas querem

saber quem somos pelo que estamos vestindo. Se nossos sapatos estão gastos,

talvez seja porque estejamos desprezando nossos possíveis apoios – pois os

sapatos são a base do nosso corpo dinâmico, se estamos com roupas gastas,

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amarfanhadas, descoloridas, talvez sejamos perdedores natos – e ninguém faz

negócios com perdedores, a não ser que também sejam perdedores. Mas dois

perdedores não crescem desta união, um dos dois tem de ser um vencedor por

vocação. Este poderá fazer crescer a quem quiser assimilar suas lições. Por isso,

nada mais necessário que emitir ondas de positividade, através da boa aparência,

que está associada à escolha de roupas ‘socialmente corretas’. Em síntese, quem

está de bem coma vida está mais bem aparelhado para vencer.

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Capítulo 13 – Quando o sonho é vida

Todos os dias, de certa forma, temos de reaprender a viver. Parece curioso,

mas certamente nunca seremos exatamente a mesma pessoa que fomos no dia

anterior – em essência e forma. E os que estão a nossa volta, igualmente não serão

os mesmos. Porém, tais mudanças são, normalmente, quase que imperceptíveis. A

‘marcha inexorável do tempo’ determina modificações, tanto em nome de uma

coerência biológica quanto psicossocial. Falamos na falência gradativa do corpo,

falamos nas adaptações psíquicas e os somatórios desses câmbios influenciam de

forma categórica em nosso comportamento diário.

De alguma forma, esse fenômeno natural dá consistência e lógica às

chamadas metas – os objetivos nascidos e articulados em nossas mentes: não

existindo objetivos a serem perseguidos, passamos a categoria dos abúlicos, dos

inertes, dos órfãos de imaginação. Temos de ter alguma urgência em buscar nossos

sonhos de realização. Temos de buscá-los dentro de nós mesmos. A consciência de

que algo está em permanente mudança dentro de cada um de nós, momento a

momento, nos impele para frente. Pelo menos é esta atitude que se espera de cada

um que detenha sendo prático e capacidade de sonhar um mundo melhor. Algo

muda, mas nossos objetivos ainda continuam os mesmos dentro de nós. Algo muda,

menos nossos sonhos, pois o avanço do tempo ainda não os alcançaram, pois,

estão projetados na tela de um futuro tão construído quanto impreciso. Certo? O

homem se modifica, tocando que é pelo tempo implacável, o sonho, no entanto,

permanece inalterado, como se esculpido em diamante, quando for alvo do olhar do

tempo, então será realidade. A realidade pode ser mudada pelo tempo, nunca

poderia acontecer o mesmo com nossos sonhos.

Vamos, a cada novo dia, visualizarmos uma vida plena de sentido, uma

existência mais feliz e sem temores num futuro que nossa esperança quer sempre e

cada vez mais provável.

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Capítulo 14 – A fórmula da simplicidade

É de extrema relevância formar a consciência de que as pessoas com as

quais nos relacionamos, justamente por pertencerem ao nosso círculo de relações,

tem de nós uma imagem satisfatória – caso contrário, não estariam ao nosso

alcance. Daí ser desnecessário forjarmos uma imagem ideal de nós mesmos,

principalmente, se tal ‘construção’ estiver apoiada em aspectos falsos,

características que não fazem parte de nossa personalidade. Temos de importanciar

nossas verdadeiras qualidades, isto sim, mas não podemos querer parecer o que

nunca fomos. Quando procedemos assim, quando procuramos ‘inventar’ qualidades

que não dispomos, isto salta aos olhos. Nossos amigos e conhecidos vão detectar a

farsa com muita facilidade. Sejamos, pois, simples. Sejamos diretos, claros,

objetivos e, sobretudo, verdadeiros. Só temos a ganhar não apelando para a

mistificação.

Vamos procurar colocar nossas ideias de maneira até mesmo singela, não

temos o direito de passar atestado de credulidade a pessoas que nos conhecem de

sobra. Vamos evitar a todo custo a perfumaria da retórica que nada diz. Temos de

nos esquivar das armadilhas de comentar coisas simples, notórias, óbvias, como se

fossem sentenças geniais! Não vamos ostentar a pose caricata de gente toda

poderosa – mesmo porque não existe tal categoria sob o céu, uma vez que até o

poder ilimitado nada significa quando submetidos à inexorabilidade do tempo.

Não sejamos nossas próprias paródias, não fomos feitos para enganar, mas

para oferecer nossos conhecimentos e nossa vivência àqueles que nos rodeiam.

Sendo reais, somos leais! Não vamos deixar que um falso brilho comprometa nosso

futuro – pois ele será cobrado com veemência. O sonho do futuro não e construído

apenas em cima de pilares de prosperidade, mas também – ou talvez principalmente

– em cima de méritos verdadeiros. É certo que a riqueza, no futuro, não se vai

mensurar em moedas acumuladas, mas em respeito adquirido ao longo de uma vida

comprometida com a serenidade, a humanidade e a justiça.

Você é justo, sério e humanitário. Parabéns! Mostre somente isso àqueles

que esperam de você uma palavra encorajadora.

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Capítulo 15 – Mudando o visual

Temos de nos submeter a experiências, mesmo que algumas mal sucedidas

nos tragam certo desconforto. Afinal de contas, convivemos em media um largo

tempo com certas inseguranças e insatisfações, quanto às nossas qualidades

intelectuais, nosso caráter, nossa personalidade e dotes, digamos assim, físicos.

Até que consigamos ficar de bem com a vida e com os demais, temos de

aprovar nosso todo, aí entra nossa aparência. Tal aprovação está diretamente

relacionada com nossa vaidade, expectativa positiva quanto a nossos pretensos

atributos. E a vaidade não representa necessariamente, um defeito menor, um

pecadilho de caráter. Ela pode funcionar como instrumento apto a aumentar

significativamente nossa autoestima.

Parece certo em que nunca estamos satisfeitos com nossa aparência.

Principalmente numa era em que as comparações, com aqueles cujas imagens são

muito difundidas e ressaltadas, são muito fáceis. Gostaríamos e temos direito,

dentro de certas medidas, de compor uma imagem forte, atraente e carismática.

Recursos da cirurgia plástica estão a nosso dispor. Há os custos, mas nada tão

proibitivo a ponto de impedir a recomposição de um ou outro detalhe estético que

julguemos estar em desarmonia com nossa vaidade. Podemos melhorar nosso

porte, podemos esculpir uma nova face etc. E nem estamos mencionando a

ginástica corretiva ou os procedimentos no campo da cosmética, que também

produzem maravilhas.

Mas temos de arriscar, fazer nossas escolhas e nos atirar nessa aventura de

tentar modificar para melhor nossa vida. Então é hora de encarar de frente os efeitos

de nossas ousadias, de nossas experiências. Mesmo que o resultado de nossas

‘recomposições estéticas’ não nos agrade, nos desiluda, temos de assumir o

episódio como mais uma lição. Será o caso de não repetir tal experiência – pois o

que nos faz mal e gera o desconforto deve ser afastado a todo o custo. Entretanto,

se der certo tanto melhor, ganharemos!

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Capítulo 16 – Da fragilidade ao conhecimento

Uma nota de publicidade médica, publicada na Life em outubro de 1955,

assinada pelo pediatra Arnold Gesell, diz que: “nenhuma criatura chega ao mundo

mais indefesa que um ser humano”. Parece até fantasia que o ‘todo poderoso

homem’, inicie sua vida como a mais frágil das criaturas de Deus – ainda mais

quando observamos e até nos servimos de tanto progresso material, em todos os

campos, descobertos e aperfeiçoados por nossos irmãos que se alinham no primeiro

escalão do reino animal.

Mas nem só de avanços no terreno material se vive, temos de empreender

autenticas e atribuladas viagens ao nosso interior, desvendar os segredos dos

nossos mais insondáveis abismos, perceber a vida do ponto de vista da sempre

necessária (embora nem sempre observada) integração entre o homem e o cosmo,

entre a matéria e o abstrato, entre nós e os demais, entre o espírito e a parte prática

que nos impulsiona a um destino que gostaríamos de saber se pré-determinado ou

circunstancial.

O mundo é uma gigantesca fornalha que se alimenta de nossas vaidades,

nossas inquietações, nossas presunções, nossas inseguranças e nossas

esperanças. Desta imensa fornalha, qualquer fragmento que se desprenda pode vir

a ser a centelha desencadeadora de nossa determinação, o que vem a ser, afinal de

contas, o mais importante para a vida de cada um.

Vamos nos conhecer melhor e participar da vida com muito mais proveito.

Tocar a mão de nosso semelhante pode ser o início do autoconhecimento. Vamos

pensar por nós mesmos, e isso passa pela assimilação do conhecimento que

pessoas de bom caráter nos passam. Não há no mundo da História um só pensador

que nunca tivesse experimentado o peso da contradição. Todavia, eles devem ser

ouvidos, pois o equivoco, quando detectado e contornado, pode apontar para um

caminho de acertos. Vamos buscar bons modelos de vida, vamos nos espelhar em

atitudes positivas, em pessoas que conseguiram ficar de bem com a vida. Não se

trata de imitação, não se trata de simulação de um bom comportamento com fins de

sucesso liquido e certo. Trata-se de sinal de sabedoria, discernimento, humildade e,

sobretudo, de humanidade.

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As mais valiosas lições são as mais simples. Aquelas sempre ao alcance de

nosso entendimento. É só não temer a mudança, ousar trilhar caminhos alternativos,

pensar positivo e dividir o sucesso com os outros.

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Capítulo 17 – A descoberta do eu interior

Qualquer pessoa pode usar suas potencialidades para alcançar um grau de

compreensão e de conhecimento no que se refere à verdadeira arte de exercer seu

próprio autodomínio. Como sempre, é só empreender uma jornada – ação que se

desenvolve depois de um primeiro passo. Este é o ideal maior que deve pautar a

existência das pessoas: a busca de seu eu interior. O domínio sobre nós mesmos,

assim, só acontece quando conseguimos erguer a ponta do véu que recobre nosso

eu interior. Temos ferramentas com que a providência nos dotou. Através delas

podemos manejar e dar direção ao nosso destino. Através dessas ferramentas

perfeitas acolheremos em nossa visão de mundo as filosofias mais compatíveis com

nossa personalidade. Então passaremos a dominar nossas vidas em seus múltiplos

sentidos.

A intensidade de nossa motivação acabará por determinar o nível de nosso

sucesso, nossa verdadeira e rica busca de felicidade e equilíbrio. Não deve obstar

nosso empenho, nossa expectativa é legítima, lícita, sempre oportuna. Buscar o

autoconhecimento é uma autentica mina de gemas preciosas. Estas devem ser

nossos amuletos e espelhos de resposta ao longo de nossa existência. Então, no

rumo da velha e clássica lição de Sócrates, vamos nos conhecer por dentro, da

maneira que somos de verdade. Só então vamos estar nos preparando para julgar

os que andam à nossa volta. Nossa evolução pessoal está ligada ao nosso grau de

interesse em promover esta importante descoberta. Entretanto, temos de andar com

muita cautela nesta terra atribulada. As aparências das coisas, no muito das vezes,

são enganosas e podem nos induzir ao julgamento precipitado, daí para o erro é só

um diminuto passo.

Fica simples deduzir que o desejo ardente de alcançar a própria evolução

nada mais é que ensejar a evolução da Humanidade como um todo. Cada vez que

aprimoramos o desenvolvimento de nossas potencialidades individuais, estamos

contribuindo no sentido de legar a todos nossos semelhantes o desenvolvimento de

suas potencialidades. Aliás, tal desenvolvimento acontece em dois níveis: o

individual e o coletivo. Devemos lembrar constantemente que as chamadas leis

universais não estão ocultas para todos os olhos, elas existem, se manifestam e

podem ser detectadas, exploradas e explicadas por qualquer um que tenha um

vislumbre positivo. Os antigos estudiosos das denominadas leis universais – muitos

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dos quais fazem ecoar sua palavra até nossos dias -, viram no interior de cada ser

humano um cosmo completo, um universo com todas as implicações. As influencias

que o cosmo e o universo exercem sobre qualquer um de nós, são as mesmas

influencias que podemos dirigir às nossas instancias lógicas e intuitivas, psíquicas e

biológicas, sensitivas e metafísicas.

É certo que não podemos dispensar os ensinamentos convencionais nas

áreas da religião e da educação formal. Mas estamos falando da verdadeira

sabedoria, a sabedoria profunda que está há séculos inculcada em nossa parte

inconsciente. Trataremos, daqui por diante, de prospectar nosso subconsciente.

Para que isso seja possível, temos de passar a nos olhar com mais respeito, pois

não somos, ‘coisas prontas’ que desabrocham e se deterioram por arte de alguma

força invisível, inexplicável e invencível. A vida não é simples assim, não é nascer,

viver e morrer. A vida é nascer por merecimento, viver de acordo com nossas

escolhas e passar a outros níveis. Descubra seu eu interior.

A cada momento devemos abrir nossas mentes e permitir que a motivação

positiva invada. Grandioso é o poder da motivação positiva aplicada com sabedoria,

esta pode resolver problemas e amenizar sofrimentos. Ela também nos prepara para

receber derrotas com resignação e vitórias com exaltação. A chave mestra para tal

postura é a firme decisão de imprimir um novo rumo em direção ao seu futuro, uma

guinada que pode trazer a melhor porção da vida para dentro do círculo de

abrangência de nossa vivência. Então podemos até mesmo resolver a questão da

afinidade que existe de fato entre nossos propósitos e nosso ponto de vista, em

outras palavras, não vamos mais perder tempo precioso começando coisa que

pouco ou nada tem a ver conosco. Vamos mensurar de forma inteligente nossos

ideais. Sejamos consoantes com nossas próprias disposições internas. Qualquer

critério, desde que honesto, pode ser adotado nessa empreitada, cada um, de

acordo com suas convicções mais sinceras, deve programar e ordenar sua

experiência individual. Na verdade, o pensar por si mesmo é fator de preponderante

relevância na busca de nossa verdade oculta, sempre pronta a ser descoberta.

Com o desenvolvimento da comunicação e posteriormente da fala, o ser

humano notou que sua apreensão frente a aparente complexidade da vida, podia ser

resumida em perguntas de preocupação existencial: quem sou eu? De onde vim? O

que faço aqui? Para onde vou? Estas indagações tentam ser respondidas através

dos séculos por sábio, leigos e ingênuos. Afinal, como identificar num ponto material

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ou imaterial que desconhecemos se fomos nós mesmos um dia? Quem nos

responderá à essa pergunta? O que fomos antes ou seremos depois da morte nos

intriga. Mas haverá morte? Vida depois dela?

Todos já nos preocupamos com essas dúvidas. Assim será por muito tempo

ainda. Pois nem todos vão tentar mudar o rumo. Nem todos vão levar à sério o que

alguns iluminados procuram passar, vislumbre da verdade num amaranhado

sombrio de vivência puramente voltada para o culto ao material. Mas as grandes

respostas não estão senão dentro de nós mesmos, em nosso interior. A incessante

busca da verdade e a oportunidade de apreender o sentido das coisas que nos

contém e estão contidas em nós, não pode deixar de passar pela existência de

recordar. Somos livres na medida em que nossa mente funciona como correntes de

ar que se interpenetram sem se dispersarem. Sendo livre, ou na tentativa de sê-lo, o

ser humano acaba por erguer-se e caminhar em direção ao seu verdadeiro eu.

Neste sentido, grandes homens tem referido o sofrimento como o

aperfeiçoador do homem. Mas o vocábulo está no sentido figurado, uma metáfora

para tentar explicar que através da aceitação dos desafios qualquer pessoa dotada

da inquietação existencial pode chegar ao autoconhecimento. Não existem

obstáculos intransponíveis, nossas relações familiares se estreitam e passar a ser

regidas pela cordialidade, nossa profissão nos dá grandes alegrias, nossa saúde nos

contempla de forma radiante. Na verdade, quando chegamos a esse estágio de

compreensão de nossa vida, passamos a ter uma visão serena da morte! O certo é

que temos de lutar contra as adversidades cotidianas ao mesmo tempo em que

buscamos nosso aperfeiçoamento pessoal. Na superação de cada desafio que se

apresenta, crescemos mais um pouco, ganhamos pontos no que poderíamos

chamar de jogo da superação vivencial. O resultado é uma aceleração de nossa

evolução.

Temos, todavia, de evitar supor que temos certezas inabaláveis, certezas

cabais, certezas irrefutáveis quanto ao que nos cerca. Quando iniciamos uma

trajetória, imbuídos de uma certeza mal estruturada é quase certo que acabaremos

com muitas dúvidas. O certo é o caminho incerto, é o caminho contrário. Através da

dúvida esclarecida é que temos chances de chegar às certezas. Deve enveredar

pelos meandros de seu interior com a cabeça erguida, com uma postura crítica,

armado apenas com as ferramentas do bom senso. Embora possa parecer que o

isolamento autoimposto possa propiciar uma aproximação do eu interior, o que há,

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nesta postura, é o descobrimento de uma versão distorcida de nosso eu real. Isso

para não falar que na verdade não estamos postulando um encontro com nosso eu,

a questão é de reencontro.

Muito cedo, por alguma razão misteriosa, mas, plenamente ilógica,

começamos a ocultar nosso verdadeiro eu. Aquele ser interno capaz de operar

maravilhas em nossa vida, capaz de regenciar com inteligência superior nossos

passos, capaz de nos redimir e premiar com uma vida plena de felicidade,

entusiasmo e muita paz. Nosso comportamento, assim como o comportamento dos

nossos deve ser ‘socialmente aceitável’. É uma grande farsa montada com vista a

um ‘viver melhor’.

Nos vemos imersos num sistema educacional que nos repassa antigas e até

mesmo desgastadas fórmulas, assimilamos, sem possibilidade de escolha,

engenhos práticos estruturados de modo a ‘sustentar nossa atuação dentro da

sociedade’. Logo, somos jogados numa realidade onde poder e negócios fazem

parte de um mesmo complexo de interesses puramente mundanos. É a valorização

superestimada do material, do bem de consumo rápido, dos prazeres efêmeros e do

culto à vaidade. A manutenção do status de cada um parece depender de uma

atuação convincente, pode mais quem finge melhor estar de bem consigo mesmo e

a vida. Mas a palavra de ordem é fazer o jogo da maioria. E, a maioria, infelizmente,

não consegue abrir os olhos para dentro de si mesmo. O trajeto até o

esclarecimento começa sempre de modo tímido. Mas uma vez empreendido, ganha

força e, como se tocado por misteriosos dínamos, deslancha e ganha as alturas.

Basta que para isso tenhamos um pouco de lucidez para iniciarmos a viagem

proposta, aquela viagem que pode mudar radicalmente sua existência, que pode

colocá-lo cara a cara com seu eu interior, você mesmo em pura essência, você

mesmo manobrando as incríveis potencialidades tornadas possíveis pelo toque

divino do ente maior.

A realização de nossos mais lídimos desejos está condicionada ao reencontro

com nosso próprio eu, o eu essência, o eu divino, o eu mágico, o eu modificador.

Você pode não vê-lo com os olhos, mas, pode escutá-lo. Porém, se você não está

aberto, não está receptivo, não está preparado para olhar para frente a verdade,

essa voz recôndita parecerá ininteligível, soará de modo confuso. Assim, aquele que

diz já ter visto de tudo na vida, decerto vai surpreender-se com as mais inusitadas

novidades anunciadas pela voz interior. O anúncio da fraternidade possível, da

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felicidade ao alcance da mão, da paz verdadeira só pode mesmo acontecer com o

advento da voz interior de cada um de nós. Essa voz deseja comunicar-se conosco.

Ela pretende dar uma orientação eficaz às nossas vidas, apontar metas, aplainar

nossos caminhos. Assim, aceitando nos conhecer por dentro, nossa missão será

tarefa facilitada, para isso serve a tutela sempre bem vinda de nosso eu interior, por

ele e só por ela, podemos experimentar o que é triunfante, feliz, fraterno e cheio de

paz no coração.

Nada tão simples como acelerar nossa evolução. O desânimo do confronto

diário com forças negativas externas não devem ser obstáculos aos nossos planos

de aprimorar nossas vidas. O bom senso manda que busquemos, o mais cedo

possível, nosso eu poderoso e solidário. Quando conduzimos nossas vidas no

sentido do aperfeiçoamento, nossos pendores secretos afloram, uma parte

importante e sadia de nossa personalidade surge, para permitir que nossas aptidões

trabalhem em nossa causa. Seremos mais uma contribuição benéfica e auspiciosa

para o mundo e para nossos irmãos de jornada terrena. Seremos nós mesmos a

corporificar a esperança de dias melhores para a humanidade da qual fazemos

parte. Confiar no nosso próprio potencial é realmente um achado. Tão simples que à

primeira vista pode parecer complicado a nossos olhos acostumados a ver

empecilhos em todas as empreitadas reclamadas pela vida.

Nossa responsabilidade principal não é apenas viver bem dentro de uma terra

devastada. Nosso compromisso principal não é apenas buscar o prazer pessoal sem

olhar para o infortúnio de nossos semelhantes. Esta é uma postura egoísta que não

tem nenhuma afinidade com aquele que busca ou acaba de conquistar o

esclarecimento. Temos isso sim, de promover a evolução no meio dos homens, criar

fórmulas que possam propiciar à humanidade uma evolução nunca antes

experimentada. Temos de romper as brumas do egoísmo e do imediatismo para

empreender uma viagem por degraus que podem nos levar para o alto e para nosso

interior. Não se trata apenas de tentar provocar um estado de coisas que permita um

futuro melhor para todos. Trata-se de usar a força inigualável de nosso eu interior na

promoção de um futuro brilhante para tudo e todos que nos cercam. Isso é um

compromisso que devemos assumir hoje mesmo: traçar as rotas de nossa própria

felicidade e tornar viável a felicidade de toda humanidade.

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Capítulo 18 – A importância da autoestima

Nada tem a ver com egoísmo o exercício da autoestima. De fato, contrariando

julgamentos pré-estabelecidos, a autoestima é a melhor maneira de revelarmos a

nós mesmos nossa importância na sociedade. Temos de ter uma visão positiva do

que somos. Para que sejamos reconhecidos pelos demais, temos de, antes, realizar

nosso próprio julgamento. Possíveis ‘defeitos’ podem ser corrigidos a partir de uma

espécie de autoanálise, a partir dessa autovisão, passaremos a elevar nossos níveis

de autoestima. É um sistema encordoado, um exercício de atração que nos coloca

sob o império de nosso próprio tribunal. Daí deve surgir o esclarecimento. O

conhecimento, pelo menos aproximado, de nosso lugar no mundo e, por via de

consequência, de nossa importância no ‘contexto’ vivencial.

Devemos isto sim, não aceitar o que geralmente se concebe como

aperfeiçoamento de nossa autoestima. Se não estamos aprovando a nós mesmos,

quem, nesse caso, aprovaria? Nada há de egoísmo muito menos de interação com

os demais; dentre estes há uma multidão de pessoas que ainda nem sabem por que

estão aqui. Mas, nós, percebendo de modo ponderado o mundo à nossa volta,

sabemos que o que pensamos de nós mesmos, pode ser o referencial de visão de

muitas outras pessoas. Daí a necessidade de aprimorarmos cada vez mais nossa

autoestima. Ver o mundo com os óculos alheios pode causar confusão: podemos,

para não passar a imagem de narcisista ou egoísta, descuidarmos de nós mesmos e

conceber tudo o que temos o que nos empobrece e nada acrescenta ao patrimônio

dos que pouco têm. Vamos pensar de forma independente, vamos buscar coisas

positivas no nosso interior, vamos nos autoadmirar. Qual o problema? Na verdade

só poderei amar aos outros se estiver bem comigo mesmo. Isso tem de passar pela

elevação, a cada dia, de minha autoestima. O homem difere das demais energias

vivas porque, fundamentalmente, possui a capacidade impar de dizer a palavra ‘eu’.

Assim, se só eu mesmo posso falar ‘eu’ fica registrada uma ambivalência no simples

ato de minha própria referência. Ou seja: eu me desdobro em ‘eu’ e a possibilidade

de me autoapreciar, só o homem pode se autoavaliar, porque ele só pode dizer ‘eu’.

Parece até um enigma, mas é bastante meridiano. Sendo eu meu mais próximo

referencial, nada como eu mesmo para me analisar. Vale dizer que eu sou eu e

assim me sinto ótimo! A aparência dessa duplicidade pode sugerir que estamos

maximizando nossa própria figura. Mas o fato é que nosso eu é, de certa forma,

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independente, tem uma vida própria, assim como se fossemos dois em um e nosso

eu tivesse uma vida autônoma. Daí emana nossa autoridade para tentarmos

aprimorar a cada dia nossa autoestima.

Na prática, quando cuidamos de nós também cuidamos de nossos

semelhantes. E já que estamos imbuídos da missão de conceber coisas positivas

aos outros, não devemos deixar de aceitar, por exemplo, elogios, manifestações de

altruísmo, pequenas bondades e outros tipos de agrados. Essas carícias são um

verdadeiro maná, um alimento rico que devemos degustar com prazer e

simplicidade. Nosso crescimento interior está ligado a essa ação dupla de

dar/receber. Aumentemos nossa autoestima e veremos, assim, crescer dentro de

nós as chances de fazermos os outros mais felizes.

Vamos aceitar o que os outros nos oferecem de bom: trata-se apenas de

reconhecimento de que nós somos úteis e temos o poder de dirigir energias

positivas aos demais. Vamos fazer valer nossa autoestima, melhorando sempre

nossa ação entre os que nos rodeiam. Este é um caminho certo para a felicidade.

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Capítulo 19 – As trilhas do homem bem sucedido

A observação da natureza nos oferece verdadeiras lições de superação. E a

natureza humana, éter misterioso e divino que anima as relações do homem com o

mundo, com os outros e consigo mesmo mostra, ao observador mais cuidadoso e

interessado, duas marcas distintas: uns nascem para ser liderados, outros nascem

para ser líderes. O fator distintivo dessas duas categorias é o potencial de

realização. E o potencial para realizar, com igual entusiasmo, pequenas e

grandiosas obras é norteado por duas qualidades: curiosidade e insatisfação.

Quando não se tem insatisfação, quando basta o estritamente necessário,

quando não há um pouco de ambição, a curiosidade esvai-se num ócio sonolento e

nada criativo. Por outro lado, a curiosidade insípida produz uma insatisfação

lamuriosa, que não leva a parte alguma.

Curiosidade aliada à insatisfação levaram gênios como Einstein a laborar dia

e noite sobre folhas e mais folhas repletas de complexas equações. Da Vinci a

ocultar mapas astronômicos revolucionários lançando mão de seu múltiplo talento.

Van Gogh, em sua loucura vanguardista, queimar dezenas de telas que, segundo

sua curiosidade e insatisfação, não haviam captado a escola que ambicionava criar.

Uma pessoa não precisa necessariamente lançar mão daquilo que ali está,

pronto para ser usado. Por detrás da justificativa de praticidade, pode estar

escondido ânimo débil, uma personalidade fraca, um acomodamento que não tem

sentido num mundo que se torna cada vez mais frenético e competitivo. Podemos

fazer com que as coisas aconteçam, podemos fabricar coisas, podemos inventar

coisas, o que já está pronto, pronto está! Insatisfação é inventar o novo, é reciclar o

usado, é reinventar o mundo. Insatisfação e curiosidade, harmonicamente

associadas, podem fazer com que as pessoas se despertem para uma nova

realidade, então o mundo parecerá um maravilhoso e instigante desafio a ser aceito,

vencido e superado a cada momento.

Nosso corpo tende a contentar-se com a paz e a tranquilidade, mas estes

fatores podem vir a ser tão somente freios para nosso desenvolvimento integral. Se

permitimos que nosso corpo esteja em plena sintonia com a tendência da

acomodação, podemos estar até mesmo nos esquivando do sucesso. Além do mais,

não temos o direito de frustrar as expectativas que os nossos mais próximos têm,

acerca de nossas possibilidades de sucesso. Entretanto, não se aconselha ninguém

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a seguir loucamente a própria intuição, a seguir um modelo arrivista de vida, a usar

como trampolim qualquer situação que acene com uma promessa de bem estar

material. Dar saltos no escuro pode ser perigoso e, ao invés de contentar-nos, pode

nos trazer dissabores. Seguir o caminho que a multidão segue não é obrigatório.

Vamos nos aventurar e buscar nossas luzes em outras fontes, um atalho pode nos

levar a lugares onde, afinal, vamos encontrar nossas verdadeiras chances. Mas é

só. Seguir o passo da maioria, apenas para externar rebeldia, pode ser

contraproducente. Vamos nos ajudar à nós mesmos. Para tanto, basta que

observemos com muito cuidado nossa intuição. As chaves estão dentro de nós,

basta analisarmos detidamente nossa própria intuição.

Então voltamos a insistir que curiosidade e insatisfação podem contribuir para

que conquistemos a glória. Sempre haverá os problemas existenciais para

resolvermos. Mas, enquanto estivermos empenhados em exercitar nossa

curiosidade e insatisfação, o momento da reflexão metafísica poderá ser jogado para

um futuro bem distante onde, espera-se, estejamos mais aptos a resolvê-los em

nossas cabeças, pois já somos verdadeiros vencedores!

O homem satisfeito, sem busca e sem lutas está fadado a ser infeliz.

Conjugando os dois elementos – curiosidade e insatisfação – sempre teremos mais

interesse em experimentar a parte positiva dos bens materiais que o mundo coloca

ao nosso alcance, conquistando o direito de usar esses bens materiais, seremos

mais ponderados, mais esclarecidos, mais sábios quando nos defrontamos com a

problemática existencial. Assim vamos nos despir de nossas relutâncias, joguemos

numa vala comum nossas teimosias, paremos de insistir num modelo de vida que

nos mostra a todos como um pobre de espírito com ares de excêntrico. Nunca

caminhemos sós, vamos, a um só tempo, apoiar e ser apoiado. Lembrar que um

caminho sempre leva a outro é muito significativo. A cada nova descoberta, teremos

tempo para constatar que houve desdobramentos. Uma descoberta sempre leva à

outra.

Então, mais uma vez devemos colocar em evidência a importância de

colocarmos nossa curiosidade e insatisfação a trabalhar por nós. Não nos

acomodemos com o trivial: o estritamente necessário é também a menor parte do

que acreditamos tocar a cada um de nós. Merecemos mais, só pelo fato de termos

nascido, de termos sido escolhidos pela providência para ajudar na perpetuidade da

raça humana. Por merecermos mais do que aquilo que aparentemente parece o

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bastante, vamos pôr curiosidade e insatisfação a nosso serviço. Pois, quando se

agiganta o espírito, tocando por uma ideia nova, ele sempre relutará a voltar a seu

estado atrasado de compreensão da vida!

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Capítulo 20 – Os três caminhos virtuais

No estágio do sono, o sonho pode ser a imagem de uma realidade ainda não

concretizada, as experiências do espírito fora do corpo material, a projeção dos

objetos de nossos desejos nas telas de nosso subconsciente, a prospecção da

mente descontraída por mundos paralelos, a intuição acerca de nosso futuro,

presente ou passado ‘disfarçada’ por cenas de forte conteúdo psicanalítico etc.

Porém, em estado de vigília, o sonho é tão somente a força de nossa imaginação,

que pode atuar totalmente a favor de nossas realizações. A imaginação, que aciona

a fantasia quando positiva, é o sonho em estado de consciência plena, e têm o

poder de ‘remover as montanhas’ que são os obstáculos aos nossos planos de

sucesso, prazer, saúde e amor.

Sonhar acordado é sempre um ótimo negócio. Assim, como devemos sonhar

ao dormir, para que moléstias físicas ou psíquicas não nos prejudiquem, também

devemos deixar que o sonho seja o companheiro de nossas horas de luta cotidiana.

Sonhar acordado faz bem à saúde, nos alimenta de esperanças, nos traz forças, nos

impulsiona para frente e nos remete a um estágio de vida onde temos só alegrias, e

muita sabedoria para colher.

Os caminhos para uma vida plena de triunfos pessoais estão bem à nossa

frente, se nossa mente tiver liberdade para sonhar, nosso corpo seguirá pelos

caminhos apropriados, uma vez que cada um tem seus próprios caminhos. E os

caminhos por onde podemos passar são três para cada um. Temos o caminho

cinzento, onde tudo parece triste e sem sentido, onde as coisas saem sempre

erradas, onde perdemos a capacidade de sorrir, onde tudo nos irrita e nos

entristece. Também aí está, mais um caminho possível, este é o caminho branco.

Mas não trata-se do branco da paz, da pureza, da bondade. É o branco da ausência

de planos, de reações, de ações engrandecedoras. O caminho branco espalha sua

inatividade, sua falta de imaginação, sua falta de criatividade, sua descrença num

futuro radiante. Saiba que neste caminho você pode até sorrir, mas será algo falso.

No caminho branco não há sonhos, há apenas a sobrevivência diária, o

contentamento com o quase nada, o recebimento do que é seu por direito como se

fosse uma dádiva de deuses complacentes.

O terceiro caminho possível tem todas as cores do espectro. É multicolorido

este terceiro caminho, é o seu caminho verdadeiro, seu caminho obrigatório, seu

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caminho ideal. O caminho a cores é o das pessoas imaginativas, daqueles que

reúnem força positiva para a conquista do mundo para si e para os seus. Quem vai

pelo caminho a cores sabe se aventurar, sabe dizer não, sabe correr riscos mas

sabe, acima de tudo, colher vitórias sobre vitórias, pois cada dia neste caminho a

cores já é por si uma vitória cotidiana. Venha por este caminho cheio de cor, nele

você saberá a força que tem o sonho em estado de vigília, nele você saberá não só

sorrir como gargalhar de pura felicidade de viver. O que seguir o caminho a cores

será um vitorioso em todos os setores, será rico, será amado e amará também. Será

feliz e fará a felicidade do próximo, terá paz e fará com que os outros experimentem

paz. Aquele que segue o caminho de muitas cores tem muitas coisas a dizer, muitas

batalhas a travar, muitas coisas a distribuir, pois, sabe sonhar acordado e sempre

sonha com vitórias em todos os campos da vida. Vamos por este caminho juntos.

Sejamos felizes que é isso exatamente que Deus espera de nós. Agora já sabemos

que existem três caminhos virtuais para cada um de nós. Vamos escolher, portanto,

aquele que pode nos tornar mais aptos para conquistarmos o mundo e dividi-lo com

os que muito esperam de nós. Só temos que sonhar com dias sempre mais

positivos, olharmos aos outros com simpatia, treinarmos nosso senso de humor e

sorrir sempre. Receberemos nossas riquezas com um sorriso nos lábios e

enfrentaremos adversidades com a sabedoria que só o caminho de muitas cores

pode nos dar. Mas para acertarmos nosso caminho, temos de sempre sonhar,

sonhar e sonhar...

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Capítulo 21 – O vendedor no ônibus

Podemos usar a própria história para comentar sobre pessoas. No caso,

pessoas que lograram, através de ação modificadora, tornar sua vida melhor. Mas

nem todos os exemplos saem das páginas de livros. Bem perto de nós há homens e

mulheres que venceram a adversidade e conquistaram seu triunfo pessoal. É o caso

do vendedor de enciclopédias que chamarei de Sr. Oswaldo. Este, tanto como um

de nós queria ser cada vez mais feliz e para obter a felicidade devia motivar as

pessoas a comprarem seus livros, que o pagassem nas datas aprazadas e que se

tornassem seus clientes, se possível, amigos.

As vendas lhe proporcionariam uma vida digna, filhos em boas escolas,

comida variada e farta, roupas elegantes e casa sempre cheia. Sabe-se que um

triunfador sempre atrai muitos amigos... Além do mais, Oswaldo fugia das

possibilidades de frustrar sua família, atrair sua comiseração e ficar indefeso a

possíveis críticas. Ele sabia que vender enciclopédias já havia tornado muitos

vendedores independentes. E sabia também que sua vocação maior era vender.

Enquanto outros vendedores faziam suas visitas de carro, Oswaldo tinha de

andar a pé ou tomar ônibus. Isso o deixava alternadamente triste e irritado,

resultando em uma imagem passada aos clientes de forma negativa. Ora, quem

quer saber de livros , ‘repletos de sabedoria dos grandes homens’, quando

oferecidos por uma pessoa irritadiça ou entristecida? Assim, não conseguia fechar

nenhum negócio. Na verdade não tratava-se de desinformação ou ignorância do

que recusavam comprar, e sim, a imagem passada ao cliente. Oswaldo amuado e

mal humorado parecia não querer fechar negócio algum, pior, parecia que não

acreditava, de antemão, obter sucesso junto ao seu cliente. Sua postura parecia a

de quem pensa: “este também não vai comprar nada porque é desinformado e

ignorante”.

Passava o tempo, e nada de Oswaldo vender uma enciclopédia que fosse.

Nada vendia, por mais que facilitasse a venda ou por mais que oferecesse a menos

cara entre tantas. E ficava cada vez mais furioso e entristecido, chegando a levar

para o seu lar tanta negatividade. Sua família que muito o amava e respeitava, não

lhe fazia cobranças, então, mais confortado e seguro junto aos seus, conseguia

observar que a postura resignada da família era uma ‘renovação de confiança’, mais

um crédito a seu favor, quase um sempre renovado incentivo à luta diária. Oswaldo

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notou que quando olhava as pessoas com amor, reconhecia o valor potencial que

cada pessoa traz consigo, ficava mais confiante, mais feliz, mais em paz consigo

mesmo. Nessas horas, sentia-se disposto a ir a busca do sucesso. Oswaldo

levantava cedo, tomava um banho enquanto escutava um pouco de música, fazia a

barba, alimentava-se com o que houvesse para o café da manhã, vestia seu único

terno e saía para tentar as vendas.

Seus sapatos gastos, sua pesada pasta carregada de livros de amostra e sua

obstinação lhe seguiram os passos resolutos. Num início de tarde invernal, sem

almoço e com apenas dois vales- transportes no bolso do surrado paletó, Oswaldo

sentou numa pracinha e ficou fumando um cigarro amassado e olhando os ônibus

em seu vai e vem, já estava cansado de tanto andar e o cigarro amenizou um pouco

aquela sensação de fome. Estava frio. Oswaldo levantou a gola do velho casaco e

ficou os olhos umedecidos, num velhote que carregava uma pesada caixa de

papelão ao ombro. O homem parou um ponto de ônibus, ajeitou uma velha e

desbotada touca de lã na cabeça decerto calva, enrolou o fino pescoço num

esfiapado cachecol, esfregou as mãos e abriu a caixa. Oswaldo viu que o velhote

sorria. Um sorriso de poucos dentes, mas franco, aberto e confiante. Algumas

pessoas, até para enganar o frio, achegaram-se para ver o que o velhote oferecia

dentro da caixa, eram cachorrinhos, belos cachorrinhos vira-latas, limpinhos, alegres

e com aparência muito saudável. As pessoas tomavam os bichinhos ao colo e lhe

faziam festa. Estes agradeciam tentando lamber os narizes vermelhos de frio

daquelas pessoas simpáticas. Oswaldo também sorriu. Era insólita aquela cena: em

meio a uma gelada tarde de inverno, um velhinho distribuindo cachorrinhos de

graça! As pessoas indagavam o preço, mas o velhote, sorrindo com sua boquinha

de poucos dentes, respondiam que eram de graça para os que gostassem de

animais.

As pessoas metiam as mãos nos bolsos e bolsas e davam dinheiro ao

velhote, que aceitava de forma bastante simples. Oswaldo contagiou-se com aquela

postura, impregnou-se com aquele espírito elevado e culto sobre um corpo

debilitado e envelhecido. Era uma lição valiosa no meio de um a tarde de frio

intenso. Fazer o melhor a cada dia, viver melhor a cada dia, aprender a conviver

com as pequenas alegrias do cotidiano, dar-se,às pessoas, não ficar ressentido com

o conforto dos que mais tem, ser criativo e aceitar, com simplicidade, o que a

providência nos coloca nas mãos a cada momento. Oswaldo viu o velhinho afastar-

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se contando um bom dinheirinho, viu as pessoas afastando-se de posse de seus

cachorrinhos, dirigiu-se depois, como quem não quer nada, à caixa ali abandonada,

em seu interior havia um papel rabiscado, ele apanhou-o e leu: “faço o que é bom,

se vier o mal eu me esquivo, se vier o bem eu aceito, faço o que é bom”.

Naquele início de tarde Oswaldo entendeu que as pessoas, na base, eram

iguais. E mais. As pessoas eram uma continuação de si próprio. Por que não olhar

para elas com toda a simpatia? Naquela tarde fria, antes do sol se pôr, ele vendeu

sua primeira enciclopédia – e era a mais cara entre todas! Na hora da venda

apertava na mão aquele bilhete do qual nunca mais separou-se. Oswaldo, com seus

pensamentos felizes, ao invés de causar desconforto ao comprador, conquistou sua

admiração - assim o velhote o fez para com as pessoas. Entendia com muita clareza

como é valiosa a postura otimista, mesmo que contrastasse com roupas surradas e

com aparência de pobreza. Oswaldo usou o mais simples de todos os ‘truques’ para

vender a mais cara enciclopédia: olhou com fraternidade e respeito o seu cliente e

teve humildade para agradecer seu gesto de comprar os livros. Já na rua, sentindo-

se leve e ansioso para dar a notícia do primeiro sucesso à família, Oswaldo

agradeceu a Deus a oportunidade da lição recebida. Oswaldo tornou-se próspero,

rico mesmo, vendendo enciclopédias e mais enciclopédias, agora num confortável

carro e para clientes já exclusivos. Entretanto, até hoje pensa no velhinho dos

cachorros. Mas que pensar o procura por toda a parte, e nunca tira da carteira o

bilhetinho, verdadeira e grandiosa lição de obstinação e doce luta pela

sobrevivência.

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Caros leitores!

“La parole a été donée à l’homme pour expliquer as pensée”.

(Moliere)

Não deixe para um amanhã incerto a realização dos mais almejados sonhos.

Ainda mais: o hoje, com a conquista da felicidade, pode garantir que seu amanhã

virá exatamente como você sempre sonhou. Por uma questão até mesmo de estima

para com os demais, vamos aprender a amarmos a nós mesmos. Esta medida está

relacionada à nossa felicidade hoje e amanhã. Quem não ama a si mesmo é incapaz

de amar ao próximo – trata-se de uma via de duas mãos: nosso amor por nós

projetado para os que nos cercam e se estende a toda Humanidade.

Os outros, recebendo estas energias positivas e maravilhosas, banhadas na

luz da fraternidade, nos devolvem em forma do mais elevado amor, um amor

desinteressado, um amor altruísta, um amor realmente construtivo.

Podemos preparar nossos caminhos, ao encontro de um amanhã feliz,

pavimentando essas estradas. A cada amanhecer, temos de agradecer por mais um

dia que deve ser vivido plenamente. A cada crepúsculo, temos de agradecer, às

forças de nossa devoção, a encantada alegria de ter experimentado mais um dia!

A vida é digna de reverencia, pois é bela e promissora. À noite, quando meu

corpo pede repouso, não deixo de realizar um balanço de minhas atividades

cotidianas – felizmente o saldo tem sido positivo.

Essa breve pausa, ao final de cada dia, tem um efeito satisfatório sobre todos

nós: clareamos nossos espíritos e inundamos nossos corpos com energias sempre

renovadas. Esse é o modo inteligente na ampliação do nosso universo.

Caminhemos juntos. Sejamos cada vez mais felizes, pois todos nós

nascemos para vencer. Já que somos luz, precisamos iluminar nossas vidas.

Abraços fraternos.

Ricardo Maurício