Análise da composição florística e sucessão vegetal após ...
Sucessão Vegetal e Inventário Florestal
Transcript of Sucessão Vegetal e Inventário Florestal
Universidade de São Paulo
Escola PolitécnicaDepartamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental
Aula 5
Sucessão Vegetal e Inventário Florestal
PHA3334 – Exploração de
Recursos Naturais
Arisvaldo V. Méllo Jr.
Código Internacional de Nomenclatura Botânica
▪ Categorias taxonômicas (Art. 2 a 4)
❑ Reino (Plantae), divisão ou filo (-phyta), classe (-opsidae), ordem (-ales), família
(-aceae), gênero, espécie e variedade
❑ 8 famílias: Compositae (Asteraceae), Cruciferae (Brassicaceae), Gramineae
(Poaceae), Guttiferae (Clusiaceae), Labiatae (Lamiaceae), Leguminosae
(Fabaceae), Palmae (Arecaceae) e Umbelliferae (Apiaceae)
❑ Espécie: são binômios escrito em itálico, seguido do nome do autor sem itálico
• Rosa gallica L.
• Rosa gallica var. eriostyla R. Keller
▪ Tipificação (Arts. 7 a 10)
❑ nomes das plantas são baseados em tipos nomenclaturais
❑ Tipo de uma espécie: amostra depositada em coleções científicas de plantas
(Herbário)
http://ibot.sav.sk/icbn/no%20frames/Contents.htm
Instituto de Botânica de São Paulohttps://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/institutodebotanica/
Instituto de Botânica do rio de Janeirohttp://rb.jbrj.gov.br/v2/consulta.php
INCT- Herbário Virtual da Flora e dos Fungos http://inct.florabrasil.net/
SpeciesLink:http://splink.cria.org.br/
Banco de dados sobre classificação de plantas – Herbários Virtuais
Catálogos de nomes de Plantas
International Plant Names Indexhttps://www.ipni.org/
Catálogo de plantas e fungoshttp://floradobrasil.jbrj.gov.br/
Angiosperm Phylogeny Group (APG)http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/
http://tolweb.org/tree/phylogeny.html
Grupo taxonômico (Táxon)
Processos da Sucessão Vegetal
▪ Sucessão primária: coloniza pela primeira vez uma área (início do
processo evolutivo)
▪ Sucessão secundária: ocorre em áreas que já foram colonizadas
anteriormente
9
Área aberta
Comunidade Pioneira (P)
Comunidade Seres (P/SI)
Comunidade Clímax (ST/C)
Sol Temp. Umidade MO
Sol Temp. Umidade MO
Sol ( Sombra) Temp. Umidade MO
Colonização
Clareira ou floresta recém incendiada
Gramíneas e fauna associada
Recolonização
Arbustos, arbóreas heliófilas e fauna
Estabilização
Árvores ombrófilas e fauna
Espécies Pioneiras (P):Taxa metabólica acelerada, crescimento rápido em altura, baixa espessura, ciclo de vida curto
Secundária Iniciais (SI):Heliófilas (precisam de sol) que chegam após as P, são tolerantes a pouco sombreamento
Secundárias Tardias (ST):Ombrófilas, metabolismo lento, ciclo de vida longo, elevada espessura, tolerante a pouca insolação
Climáx (C):Ombrófilas que se desenvolvem à sombra das ST
Clímax Dinâmico
A dinâmica sucessão florestal é entendida por meio de levantamentos fitossociológicosao longo do tempo
Colonização
Recolonização
Estabilização
Sucessão Ecológica
▪ Desenvolvimento de um ecossistema desde a sua fase inicial até a sua estabilidade
▪ Envolve a alteração na composição das espécies com o tempo
▪ Conduz a ecossistemas com maior diversidade
▪ À medida que se avança na sucessão ecológica, a taxa respiratória aumenta,
levando a uma redução da produtividade líquida
Levantamento fitossociológico
▪ Conhecimento dos táxons da comunidade
▪ Coleta sistemática de flores e/ou frutos durante um ou diversos
ciclos anuais completos
▪ Frequência e dominância de uma dada população vegetal
▪ Mudanças na estrutura da vegetação ❑ camadas verticais em que se dispõem as plantas lenhosas dentro da comunidade
vegetal (Ex. dossel superior, sub-bosque)
▪ Diversidade florística
❑ Riqueza: número de espécies presentes
❑ Uniformidade: grau de dominância de cada espécies
❑ Máxima: quando todas as espécies estiverem presentes em igual proporção
Levantamento fitossociológico - Inventários
Amostragem
Irrestrita (inteiramente casualisada)
Restrita ou estratificadas(populações homogêneas)
Sistemática(faixas ou picadas)
- Intervalos constantes -Atravessar toda extensão da área
Conglomerado
-Escolha aleatória de grandes unidades primárias
-4 unidades secundárias opostas duas a duas
-Amostragem na un. Secundária
(clusting sampling)
Levantamento fitossociológico - Inventários
▪ Extração de madeira
❑ Amostras retangulares longas (1000 m) e estreitas (10 m)
❑ Mensuração de todos os indivíduos existentes na área demarcada
❑ Vincular um diâmetro mínimo estabelecido para as espécies de interesse
▪ Produção de madeira e aproveitamento da biomassa residual
❑ Vizinho mais próximo (VMP)
Amostragem por Conglomerados
Subunidades
Parcela/Subparcela
Indivíduos Motivo
10 x 10 mDAP 10 cm5 DAP < 10 cm
-
5 x 5 mAltura 1,30 m e DAP < 5 cm
Avaliação da regeneração natural
0,4 x 0,6 m - Espécies herbáceas
• Ponto centralo 3 pontos de referência próximo (árvores destacadas das demais)o Marcar a distância e o azimute das referênciaso Instalar marco de alumínio e medir a coordenada
• Todas as árvores, incluindo as mortas em pé, deverão ser medidaso DAP, altura, nome comum, qualidade do fuste e classe de coberturao Marcar cada árvore com placa
N
Piquete
𝑃𝐴𝑃 = 𝜋 ∙ 𝐷𝐴𝑃
PAP = perímetro a altura do peitoDAP = diâmetro a altura do peito
Medição da altura das árvores
Clinômetro
Medição com vara
- ângulo formado na visada da base (grau ou %) - ângulo formado na visada do topo ou base da copa (grau ou %)D – distância horizontal entre o observador e a árvore (m)
Ângulo Ângulo Equação
- + 𝐻 = 𝐷 ∙ tan𝛼 + tan𝛽
- - 𝐻 = 𝐷 ∙ tan𝛽 − tan𝛼
+ + 𝐻 = 𝐷 ∙ tan𝛼 − tan𝛽
18m
53.3º
𝐻 = 18 ∙ tan − 14.5 + tan 53.3 = 19.5 m
Levantamento de herbáceas
Subparcelas de 0,4 x 0,6 m
Coleta de plantas para identificação das espécies
Fustes retos bem-configurados, sem defeitos aparentes e completamente sadia (alta qualidade)
Fustes retos, com leves tortuosidades, pequenos nós ou seção transversal elíptica e madeira sadia
Fustes com deformações visíveis (grandes nós e tortuosidades causado por insetos (aproveitamento restrito)
Fustes ocos, com deformações visíveis, ataque de insetos e apodrecimentos (inaproveitáveis)
Qualidade do tronco
Classe/Categoria Tipo de vegetação código
1 - Floresta
Floresta típica madura 111
Floresta secundária avançada 112
Floresta secundária jovem 113
Mangue (arbóreo) 12
Restinga (arbórea) 13
Cerrado (Cerradão e stricto sensu) 14
Caatinga (arbórea densa e aberta) 15
Campinarana (densa e aberta) 16
Predominância de palmeiras 17
Predominância de bambus 18
Qualquer floresta plantada 19
2 – Terras com árvores
Pequenos fragmentos florestais 20
Bosques urbanos 21
Fitofisionomias com árvores esparsas 22
3 – Terras com vegetação natural
Fitofisionomias com predominância de arbustos
31
Campos naturais (todos biomas) 32
Classe/Categoria Tipo de vegetação código
4 - Agricultura
Frutíferas arbóreas 41
Culturas arbustivas perenes 42
Culturas de ciclo curto 43
SAF 44
Pastagem cultivada 45
5 – Outras áreas
Solo exposto estéril 51
Mineração 52
Construção rural 53
Estrada 54
Influência urbana 55
Praias, dunas e areias 56
Afloramento rochoso 57
Superfície com água 58
Classe de cobertura e uso da terraSubunidade
Parcela
Parâmetros Fitossociológicos
𝐷𝑎𝑖 =𝑛𝑖𝐴
Densidade AbsolutaIndica o no total de indivíduos na amostra
Dai = densidade absoluta da i-ésima espécieni = no de árvores da i-ésima espécie da
amostraA = área amostrada (ha)
Densidade RelativaRelação entre no de indivíduos da esp. e o no
total de indivíduos de todas as esp.
𝐷𝑟𝑖 =𝐷𝑎𝑖
σ𝑖=1𝑆 𝐷𝑎𝑖
∙ 100
Dri = densidade relativa da i-ésima espécie (%)S = no de espécies amostrada σ𝑖=1𝑆 𝐷𝑎𝑖 = soma da Da de todas as espécies
amostradas
Dominância AbsolutaSoma das áreas basais dos
indivíduos pertencentes à esp.
𝐷𝑜𝑎𝑖 =𝐴𝐵𝑖𝐴
Doai = dominância absoluta da i-ésima espécieABi = área basal da espécie da amostra (m2/ha)
𝐴𝐵𝑖 =𝜋 ∙ 𝐷𝐴𝑃2
4 ∙ 104∙ 𝑛𝑖
Dominância Relativa% da área basal de cada esp. Em
relação a área basal total
𝐷𝑜𝑟𝑖 =𝐷𝑜𝑎𝑖
σ𝑖=1𝑆 𝐷𝑜𝑎𝑖
∙ 100
Dori = dominância relativa da i-ésima espécie (%)σ𝑖=1𝑆 𝐷𝑜𝑎𝑖 = soma da dominância absoluta de todas as
espécies
DensidadeIndica o nível de participação de cada espécie da floresta
DominânciaIndica o potencial produtivo e a qualidade da floresta
Parâmetros Fitossociológicos
FrequênciaIndica a abundância de uma espécie e o grau de uniformidade de distribuição da vegetação
Frequência Absoluta
𝐹𝑎𝑖 =𝑢𝑖𝑢𝑡
∙ 100
Fai = freqência absoluta da i-ésima espécie (%)ui = número de unidades amostrais onde se
encontra a i-ésima espécieut = número total de unidades amostrais
Frequência Relativa
𝐹𝑟𝑖 =𝐹𝑎𝑖
σ𝑖=1𝑆 𝐹𝑎𝑖
∙ 100
Fri = frequência relativa da i-ésima espécie (%)S = número de espécies amostradasσ𝑖=1𝑆 𝐹𝑎𝑖 = soma das freq. Absolutas de todas as
espécies amostradas
Valor de Importância absolutoValor de Importância
Importância ecológica relativa de cada espécie melhor que os demais componentes
𝑉𝐼𝑎𝑖 = 𝐷𝑟𝑖 + 𝐷𝑜𝑟𝑖 + 𝐹𝑟𝑖
Dri = densidade relativa da i-ésima espécie (%)Dori = dominância relativa da i-ésima espécie (%)Fri = frequência relativa da i-ésima espécie (%)
Valor de Importância relativo
𝑉𝐼𝑟𝑖 =𝐷𝑟𝑖 + 𝐷𝑜𝑟𝑖 + 𝐹𝑟𝑖
σ𝑖=1𝑆 𝑉𝐼𝑎𝑖
∙ 100
σ𝑖=1𝑆 𝑉𝐼𝑎𝑖 = soma do valor de importância de todas
as espécies amostradas
Parâmetros Fitossociológicos
𝐻 =
𝑖=1
𝑆
−𝑛𝑖𝑁∙ 𝑙𝑛
𝑛𝑖𝑁
Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (MITSCH e JORGENSEN, 2004)
ni – no de árvores da i-ésima espécie da amostra; N – número total de indivíduos de todas as espécies
Diversidade FlorísticaQuanto maior for H maior será a diversidade do ecossistema
Estação de Pesquisa da UFV – Viçosa - MG
Zona da Mata (lat 20o 45’ S long 42o 55’ E)Área = 194,36 haClima tropical de altitude (verões quentes e chuvosos e invernos frios e secos)Altitude média = 689,73 mPrecipitação média anual = 1221 mm (outubro a março)
Amostragem na Floresta secundária residual com diferentesgraus de intervenção
Mosaico Florestal- Exploração seletiva de espécies florestais- Desmatamento para implantação de pastagem e cultivos agrícola
Amostragem- 10 pontos de amostragem (declividade, exposição e posição
topográfica do terreno)- Parcelas 20 x 60 m (1.200 m2) e subparcelas de 10 x 20 m (200 m2)- Levantamento de todas as árvores com DAP 5 cm (PAP 15,7 cm)- Local 1
Declividade = 40% Exposição NE Posição topográfica: terço superior Dossel muito aberto Transmissividade à RFA = 8,9% IAF = 3,6
SILVA, C. T. Dinâmica da vegetação arbórea de uma floresta secundária no município de Viçosa, Minas Gerais. Viçosa, MG: UFV. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Viçosa, 2003
No EspécieGrupo
Ecológiconi
DAP medcm
Unidadesamostrais
1 Piptadenia gonoacantha SI 20 9.1 6
2 Zeyheria tuberculosa SI 12 10.8 4
3 Rollinia silvatica SI 13 8.0 4
4 Bauhinia forficata P 9 8.0 3
5 Zanthoxylum rhoifolium ST 6 10.7 3
6Sparattospermaleucanthum
SI 5 7.5 2
7 Hortia arborea ST 3 12.8 1
8 Vitex sellowiana SI 3 6.3 2
9 Croton floribundus P 2 6.1 2
10 Senna macranthera P 2 6.4 1
11 Coutarea hexandra SI 2 5.2 1
12 Dictyoloma vandellianum SI 1 11.3 1
13 Piptocarpha macropoda P 2 4.5 1
14 Sapium glandulatum SI 1 9.0 1
15 Siparuna guianensis SI 1 7.1 1
16 Dalbergia nigra SI 1 6.4 1
17 Eriotheca candolleana SI 1 5.1 1
18 Nectandra rigida SI 1 4.5 1
19 Cecropia glaziovii P 1 4.5 1
Total 86 45
Área amostral da Parcela = 1.200 m2
Espécies com DAP 5 cmNúmero de Famílias identificadas = 14
Local 1
Índice de diversidade H = 2,43
Autor Área H
Struffaldi de Vuono 1985 Parque do Estado 4,28
Baitelo et al. 1992 Serra da Cantareira 4,13
Martins, 1979 Parque Vassununga 3,63
Costa, 2006 Parque Jequitibá 3,58
Cavassam Reserva Estrav. de Bauru 3,50
Referências bibliográficas
▪ CASTILHO, C. et al. Manual para medição e marcação de árvores em grades e módulos RAPELD do PPBio.
Repositório de Dados do PPBio. PPBio Amazônia Ocidental, Manaus, AM, Brazil. <https://ppbio. inpa.
gov.br/sites/default/files/Protocolo_estrutura_vegetacao_2014_0. pdf> 2004.
▪ COSTA, R. Impactos sobre remanescentes de florestas de Mata Atlântica na zona Oeste da grande São Paulo: um estudo de caso da mata da Fazenda Tizo. Dissertação de Mestrado. USP. Geografia. São Paulo.
2006. 211p.
▪ IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. Ed. 2ª. Rio de Janeiro, 2012.
▪ SILVA, C. T. Dinâmica da vegetação arbórea de uma floresta secundária no município de Viçosa, Minas
Gerais. Viçosa, MG: UFV. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Viçosa, 2003.
▪ SFB. Serviço Florestal Brasileiro. Manual de campo: procedimentos para coleta de dados biofísicos e
socioambientais. Inventário Florestal Nacional. Brasília, 2015.
▪ MITSCH, W.J., JORGENSEN, S.E. Ecological engineering and ecosystem restoration. New Jersey. John
Wiley & Sons, 2004. p. 411.