Suécia Enfrenta Caos e Discórdia Na Regulamentação Bancária _ EXAME

2
7/26/2019 Suécia Enfrenta Caos e Discórdia Na Regulamentação Bancária _ EXAME http://slidepdf.com/reader/full/suecia-enfrenta-caos-e-discordia-na-regulamentacao-bancaria-exame 1/2 09/06/2016 Suécia enfrenta caos e discórdia na regulamentação bancária | EXAME.com http://exame.abril .c om.br/ec onomia/noti ci as /sueci a-enfrenta-caos-e-di sc ordi a-na-regul amentacao-banc aria 1/2 Um dos países mais ativistas em termos de regulamentação bancária está dividido sobre novas regras para lidar com instituições que quebram.  A autoridade de supervisão bancária alerta para consequências indesejáveis que ameaçam a estabilidade financeira.  A discórdia é em torno da exigência mínima para fundos próprios e obrigações elegíveis (MREL, na sigla em inglês), que precisa ser cumprida por todos os bancos daUnião Europeia. É uma camada de capital para absorver perdas, de forma que transações simples, como depósitos e pagamentos de salários, possam continuar mesmo se um banco quebrar. Para instituições consideradas grandes demais para quebrar, a ideia é que haja capital suficiente sobrando para que seja reconstruída. Na Suécia, onde as regulamentações são mais avançadas do que em muitos outros países na elaboração do MREL, não há acordo sobre como definir a exigência. Foi dada ao Escritório Nacional de Dívida a atribuição de solucionar colapsos bancários e é este órgão que está responsável pela implantação da exigência. Porém, a Autoridade de Supervisão Financeira vê pontos preocupantes numa proposta do Escritório apresentada em abril. Uldis Cerps, que comanda a área de bancos da  Autoridade de Supervisão Financeira em Estocolmo, alerta que a composição recomendada de dívida e patrimônio sob o MREL ameaça o sistema bancário sueco. ‘Potencialmente desestabilizante’ Se adotada, a exigência seria “potencialmente desestabilizante” porque “reduz a resistência das instituições”, disse Cerps em entrevista. O Escritório Nacional de Dívida propôs uma quantia mínima de fundos próprios e obrigações elegíveis equivalente a 32 por cento dos ativos ponderados pelo risco, com exigência de capital de 20 por cento. Isso se aplicaria aos quatro maiores bancos suecos, incluindo o Nordea Bank AB. Para a entidade, a divisão deveria ser dois-terços em dívida e o resto em capital. Mas se a calibragem entre exigências de capital e o MREL se provar equivocada, isso “aumentaria os incentivos para a tomada de riscos” e aumentaria o risco de “quebra de um banco ou rompimento das exigências mínimas pelos bancos”, de acordo com Cerps. Ele alerta que o nível contemplado no MREL e a proporção em dívida são muito elevados.

Transcript of Suécia Enfrenta Caos e Discórdia Na Regulamentação Bancária _ EXAME

Page 1: Suécia Enfrenta Caos e Discórdia Na Regulamentação Bancária _ EXAME

7/26/2019 Suécia Enfrenta Caos e Discórdia Na Regulamentação Bancária _ EXAME

http://slidepdf.com/reader/full/suecia-enfrenta-caos-e-discordia-na-regulamentacao-bancaria-exame 1/2

09/06/2016 Suécia enfrenta caos e discórdia na regulamentação bancária | EXAME.com

http://exame.abril .com.br/economia/noticias/suecia-enfrenta-caos-e-discordia-na-regulamentacao-bancaria 1/2

Um dos países mais ativistas em termos de regulamentação bancária está divididosobre novas regras para lidar com instituições que quebram.

 A autoridade de supervisão bancária alerta para consequências indesejáveis queameaçam a estabilidade financeira.

 A discórdia é em torno da exigência mínima para fundos próprios e obrigaçõeselegíveis (MREL, na sigla em inglês), que precisa ser cumprida por todosos bancos daUnião Europeia.

É uma camada de capital para absorver perdas, de forma que transações simples,como depósitos e pagamentos de salários, possam continuar mesmo se um bancoquebrar. Para instituições consideradas grandes demais para quebrar, a ideia é quehaja capital suficiente sobrando para que seja reconstruída.

Na Suécia, onde as regulamentações são mais avançadas do que em muitos outrospaíses na elaboração do MREL, não há acordo sobre como definir a exigência. Foidada ao Escritório Nacional de Dívida a atribuição de solucionar colapsos bancários e éeste órgão que está responsável pela implantação da exigência.

Porém, a Autoridade de Supervisão Financeira vê pontos preocupantes numa propostado Escritório apresentada em abril. Uldis Cerps, que comanda a área de bancos da

 Autoridade de Supervisão Financeira em Estocolmo, alerta que a composiçãorecomendada de dívida e patrimônio sob o MREL ameaça o sistema bancário sueco.

‘Potencialmente desestabilizante’

Se adotada, a exigência seria “potencialmente desestabilizante” porque “reduz aresistência das instituições”, disse Cerps em entrevista.

O Escritório Nacional de Dívida propôs uma quantia mínima de fundos próprios e

obrigações elegíveis equivalente a 32 por cento dos ativos ponderados pelo risco, comexigência de capital de 20 por cento. Isso se aplicaria aos quatro maiores bancossuecos, incluindo o Nordea Bank AB. Para a entidade, a divisão deveria ser dois-terçosem dívida e o resto em capital.

Mas se a calibragem entre exigências de capital e o MREL se provar equivocada, isso“aumentaria os incentivos para a tomada de riscos” e aumentaria o risco de “quebra deum banco ou rompimento das exigências mínimas pelos bancos”, de acordo com

Cerps.

Ele alerta que o nível contemplado no MREL e a proporção em dívida são muitoelevados.

Page 2: Suécia Enfrenta Caos e Discórdia Na Regulamentação Bancária _ EXAME

7/26/2019 Suécia Enfrenta Caos e Discórdia Na Regulamentação Bancária _ EXAME

http://slidepdf.com/reader/full/suecia-enfrenta-caos-e-discordia-na-regulamentacao-bancaria-exame 2/2

09/06/2016 Suécia enfrenta caos e discórdia na regulamentação bancária | EXAME.com

http://exame.abril .com.br/economia/noticias/suecia-enfrenta-caos-e-discordia-na-regulamentacao-bancaria 2/2

Subordinação de dívidas?

 A exigência de 32 por cento é tão grande que os bancos podem se ver incapazes decumprir a regra, talvez forçando a Autoridade de Supervisão Financeira a revogar suaslicenças operacionais. Da mesma forma, a exigência de dívida pode expor os bancosaos riscos de refinanciamento no mercado quando estiverem mais vulneráveis, ele

disse. É por isso que a Autoridade de Supervisão Financeira defende uma parcelamenor na forma de dívida e um nível geral menor de MREL, suplementados por umaproteção que “poderia ser usada em tempos de turbulência”, disse Cerps.

“As proteções permitem que os próprios bancos, autoridades e investidores lidem comproblemas no início e da forma mais adequada, com menos perturbações e riscos”, eledisse. “Ao melhorar a flexibilidade para os emissores e ao tornar o gatilho de resoluçãomais remoto, os riscos de refinanciamento são reduzidos.”