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Sul de Minas

Com 2,78 milhões de habitantes, o Sul de Minas é a segunda região mais populosa do estado

de Minas Gerais, reunindo 13,2% da população mineira. Do total, 81,6% residem em áreas

urbanas.

A região, cuja riqueza responde por cerca de 12% do PIB estadual, possui predominância do

setor de serviços (70,8%), seguida pela indústria (21,3%) e agropecuária (7,9%). Na

representatividade estadual, porém, a importância do setor primário se torna evidente.

Quando considerado apenas o setor agropecuário, a riqueza gerada na região responde por

21,8% daquela observada em todo o Estado. Nos recortes para os setores secundários e

terciários esse percentual declina para 10,3% e 12,3%, respectivamente.

Grande produtora de café, a região é responsável por 13,1% das exportações de Minas Gerais.

Dentre as demais atividades econômicas desenvolvidas na região, destaque para a pecuária

leiteira, metalurgia-alumínio, mineração, agroindústria, eletroeletrônicos, helicópteros,

autopeças, bebidas, têxteis e turismo.

Fonte: Governo de Minas Gerais

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Sumário

Organização territorial ....................................................................................................................... 1

Caracterização socioeconômica do Sul de Minas .................................................................... 2

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ................................................................................ 4

Atividade econômica .......................................................................................................................... 4

Composição dos setores econômicos .......................................................................................... 6

Perfil do comércio varejista em Minas Gerais: desafios e oportunidades .................... 12

A) Perfil das empresas ............................................................................................................... 13

B) Caracterização do estabelecimento comercial (operação, estrutura e

investimentos) ................................................................................................................................. 15

B.1) Modalidade de pagamento ............................................................................................... 15

B.2) Modalidade de pagamento mais utilizada no estabelecimento ............................... 16

B.3) Diferenciação de preços ..................................................................................................... 16

B.4) Investimentos ........................................................................................................................ 17

B.5) Atuação no comércio exterior ........................................................................................... 19

B.6) Inovação ................................................................................................................................. 20

C) Efeitos da crise econômica ................................................................................................. 22

D) Entraves ao setor ................................................................................................................... 23

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Organização territorial

Microrregiões: Alfenas; Andrelândia; Itajubá; Lavras; Passos; Poços de Caldas; Pouso Alegre;

Santa Rita do Sapucaí; São Lourenço; São Sebastião do Paraíso e Varginha.

Municípios: Aiuruoca; Alagoa; Albertina; Alfenas; Alpinópolis; Alterosa; Andradas; Andrelândia;

Arantina; Arceburgo; Areado; Baependi; Bandeira do Sul; Boa Esperança; Bocaina de Minas;

Bom Jardim de Minas; Bom Jesus da Penha; Bom Repouso; Borda da Mata; Botelhos; Brazópolis;

Bueno Brandão; Cabo Verde; Cachoeira de Minas; Caldas; Camanducaia; Cambuí; Cambuquira;

Campanha; Campestre; Campo do Meio; Campos Gerais; Capetinga; Capitólio; Careaçu; Carmo

da Cachoeira; Carmo de Minas; Carmo do Rio Claro; Carrancas; Carvalhópolis; Carvalhos; Cássia;

Caxambu; Claraval; Conceição da Aparecida; Conceição das Pedras; Conceição do Rio Verde;

Conceição dos Ouros; Congonhal; Consolação; Coqueiral; Cordislândia; Córrego do Bom Jesus;

Cristina; Cruzília; Delfim Moreira; Delfinópolis; Divisa Nova; Dom Viçoso; Elói Mendes; Espírito

Santo do Dourado; Estiva; Extrema; Fama; Fortaleza de Minas; Gonçalves; Guapé; Guaranésia;

Guaxupé; Heliodora; Ibiraci; Ibitiúra de Minas; Ijaci; Ilicínea; Inconfidentes; Ingaí; Ipuiúna;

Itajubá; Itamogi; Itamonte; Itanhandu; Itapeva; Itaú de Minas; Itumirim; Itutinga; Jacuí;

Jacutinga; Jesuânia; Juruaia; Lambari; Lavras; Liberdade; Luminárias; Machado; Maria da Fé;

Marmelópolis; Minduri; Monsenhor Paulo; Monte Belo; Monte Santo de Minas; Monte Sião;

Munhoz; Muzambinho; Natércia; Nepomuceno; Nova Rezende; Olímpio Noronha; Ouro Fino;

Paraguaçu; Paraisópolis; Passa-Quatro; Passa-Vinte; Passos; Pedralva; Piranguçu; Piranguinho;

Poço Fundo; Poços de Caldas; Pouso Alegre; Pouso Alto; Pratápolis; Ribeirão Vermelho; Santa

Rita de Caldas; Santa Rita do Sapucaí; Santana da Vargem; São Bento do Abade; São Gonçalo

do Sapucaí; São João Batista do Glória; São João da Mata; São José da Barra; São José do Alegre;

São Lourenço; São Pedro da União; São Sebastião da Bela Vista; São Sebastião do Paraíso; São

Sebastião do Rio Verde; São Thomé das Letras; São Tomás de Aquino; São Vicente de Minas;

Sapucaí-Mirim; Senador Amaral; Senador José Bento; Seritinga; Serrania; Serranos;

Silvianópolis; Soledade de Minas; Tocos do Moji; Toledo; Três Corações; Três Pontas; Turvo.

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Caracterização socioeconômica do Sul de Minas

Estima-se que esta região mineira possui cerca de 2,8 milhões de habitantes em seu território,

saldo 7,35% superior ao observado pelo último Censo Demográfico (IBGE/2010). A taxa de

alfabetização – percentagem de pessoas que sabem ler e escrever - corresponde a 93,1% da

população local.

Com uma população bem distribuída segundo o sexo, a maioria dos domicílios se encontram

em território urbano.

Fonte: elaboração própria com base nos dados do Censo 2010, do IBGE

A razão de dependência, isto é, a participação da população dependente (com 14 anos ou

menos e de 65 anos ou mais de idade) em relação à população potencialmente ativa (com idade

de 15 a 64 anos) diminuiu substancialmente na região, no período de 1991 a 2010. No último

2,57 2,59

2,78

2005 2010 2017

Gráfico 1: População (em milhões)

Homens50,04%

Mulheres49,96%

Gráfico 2: distribuição por sexo

Urbana81,6% Rural

18,4%

Gráfico 3: Situação dos domicílios

Taxa de alfabetização

(Censo 2010)

93,1%

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ano de apuração, essa taxa era de 43,7%. Esse movimento pode estar associado ao

comportamento da taxa de fecundidade1.

Fonte: Fundação João Pinheiro.

A taxa de fecundidade, tida como o número médio de filhos por mulher durante o período

reprodutivo (15 a 49 anos de idade), caiu de 2,8 filhos por mulher, em 1991, para 1,9 filho em,

2010.

Fonte: Fundação João Pinheiro.

Quanto à taxa de envelhecimento, o comportamento da região de planejamento segue o

padrão mundial, ou seja, observa-se um aumento da população considerada idosa (65 anos ou

mais) em relação à população total. Paralelo a isso, a expectativa de vida da população local

contribui para a mudança na estrutura etária da região.

Fonte: Fundação João Pinheiro.

1 Dados calculados para a região por meio de médias ponderadas pela população do ano de referência de cada indicador.

59,6

51,5

43,7

1991

2000

2010

Gráfico 4: Razão de dependência total (%)

2,8

2,4

1,9

1991

2000

2010

Gráfico 5: Fecundidade (média de filhos)

5,7

6,9

8,9

1991

2000

2010

Gráfico 6: Envelhecimento (%)

68,5

72,7

76,3

1991

2000

2010

Gráfico 7: Esperança de vida (anos)

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Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

O IDH é um índice que mede o bem-estar de uma população em uma escala de 0 a 1, sendo 1 a

melhor avaliação. Em síntese, ele mensura o progresso em longo prazo em três dimensões

básicas ao desenvolvimento humano: renda, educação e saúde.

O IDH da região do Sul de Minas apresentou evolução de 49% no período compreendido entre

1991 e 2010, saltando de 0,493, no início dos anos 1990, para 0,736, em 2010. No gráfico

abaixo, podemos ver a evolução do IDH em suas três dimensões.

Fonte: Fundação João Pinheiro.

Atividade econômica

Segundo dados do IBGE, a região do Sul de Minas apresentou, em 2015, um Produto Interno Bruto (PIB) de mais de 67 bilhões de reais. A cifra é cerca de 36% superior à riqueza produzida em bens e serviços finais no território, em 2010.

Fonte: IBGE | Elaboração: Estudos Econômicos - Fecomércio MG

0,742 0,805 0,877

0,618 0,5860,719

0,262

0,4670,633

1991 2000 2010

Gráfico 8: Evolução do IDH do Sul de Minas - 1991, 2000 e 2010

IDHM Longevidade IDHM Renda IDHM Educação

IDH: 0,736IDH: 0,493 IDH: 0,637

49.167 52.201 56.89763.716 67.013

2011 2012 2013 2014 2015

Gráfico 9: Produto Interno Bruto (em R$ milhões)

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Na região, o setor terciário responde pela maior participação no PIB, chegando a cerca de 53%

da riqueza gerada.

Fonte: IBGE | Elaboração: Estudos Econômicos - Fecomércio MG

Dentre os 155 municípios que compõem a região, os dez com as maiores participações no PIB

são: Pouso Alegre, Poços de Caldas, Extrema, Varginha, Itajubá, Passos, Alfenas, Lavras,

Guaxupé e Três Corações.

Tabela 1: Ranking dos maiores PIB dos municípios do Sul de Minas

Município PIB (em milhões de R$)

Pouso Alegre 6.554

Poços de Caldas 6.504

Extrema 5.086

Varginha 4.610

Itajubá 2.715

Passos 2.153

Alfenas 2.127

Lavras 2.102

Guaxupé 2.085

Três Corações 2.011 Fonte: IBGE Cidades (2014).

Já os dez municípios com os menores Produtos Internos Brutos são elencados na tabela abaixo.

Agropecuária7,9%

Indústria21,3%

Serviços53,4%

Adm., saúde e ed. públicas e seguridade

social17,4%

Gráfico 10: Participação do PIB a preços correntes por gênero de atividade - 2015

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Tabela 2: Ranking dos menores PIB dos municípios do Sul de Minas

Município PIB (em milhões de R$)

Córrego do Bom Jesus 33

Alagoa 30

Serranos 29

Passa-Vinte 28

Marmelópolis 27

Dom Viçoso 26

Wenceslau Braz 24

Senador José Bento 24

São Sebastião do Rio Verde 23

Consolação 23 Fonte: IBGE Cidades (2015)

Composição dos setores econômicos

Segundo dados mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), a região do Sul

de Minas contava, em 2016, com mais de 140 mil estabelecimentos, sendo que grande parte

desses (72%) atuava no setor terciário (comércio e serviços).

Fonte: Rais/MTE | Elaboração: Fecomércio MG

A maior parcela desses estabelecimentos apresenta em seu quadro de funcionários de 0 a

quatro empregados, conforme mostrado a seguir:

134.257135.207

137.840

140.767

143.599

146.511

144.265

146.690145.695145.217

142.485

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Gráfico 11: Quantidade de estabelecimentos na região

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Fonte: Elaboração própria com base nos dados da Rais/MTE.

No que diz respeito ao número de empregos gerados em cada setor, observamos que o maior

saldo de vínculos é atribuído aos serviços e à indústria. Na tabela abaixo destacamos os vínculos

empregatícios, bem como o número de estabelecimentos por setor em 2016.

Tabela 3: Estabelecimentos e vínculos ativos por setor - 2016

Atividade Estabelecimentos Vínculos ativos

Indústria 16.580 140.805

Construção Civil 5.904 16.292

Comércio 51.438 126.670

Serviços 51.124 154.214

Adm. Pública 446 74.695

Agropecuária 16.993 61.211

Total 142.485 573.887 Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (Rais) | Elaboração: Estudos Econômicos

Conforme destacado, os setores da região empregavam cerca de 574 mil pessoas em 2016,

sendo que a remuneração média atribuída, no período, era de R$1.768,54. Um recorte

realizado por porte de empresas aponta que, apesar do maior número de empresas e vínculos

serem observados nas micros e pequenas, a maior parcela da massa salarial pode ser atribuída

àquelas classificadas como médias e grandes empresas.

72.302

49.360

11.331

5.450

2.645

754

413

137

64

29

0 Empregado

De 1 a 4

De 5 a 9

De 10 a 19

De 20 a 49

De 50 a 99

De 100 a 249

De 250 a 499

De 500 a 999

1.000 ou Mais

Gáfico 12: Representatividade das empresas, segundo o número de funcionários empregados

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Fonte: Elaboração própria com base nos dados da Rais (MTE)

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da Rais (MTE)

A crise econômica imputou forte retração ao setor produtivo nacional. As empresas da região

também sofreram os impactos do cenário adverso, conforme mostrado sobre a percepção dos

varejistas nos resultados da pesquisa (página 22, deste estudo). Porém, esses efeitos também

podem ser observados nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

(Caged), segundo os quais, no biênio 2015-2016, anos em que o recuo do PIB ultrapassou 7%,

foram encerrados mais de 17 mil postos de trabalho formais na região. Em 2017, porém, 8.167

vagas formais de emprego foram geradas, mostrando a recuperação parcial da atividade

econômica e a retomada dos investimentos na região.

90,5273,38 72,34 78,75

51,3964,19

48,02 44,94 50,36

Gráfico 13: Vínculos empregatícios, por porte (em mil)

De 1 a 4 De 5 a 9 De 10 a 19 De 20 a 49 De 50 a 99

De 100 a 249 De 250 a 499 De 500 a 999 1000 ou Mais

Gráfico 14: Massa salarial, por porte de empresa

De 1 a 4 De 5 a 9 De 10 a 19 De 20 a 49 De 50 a 99

De 100 a 249 De 250 a 499 De 500 a 999 1000 ou Mais

Massa salarial

R$ 1.014,9 milhões

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Fonte: Caged | Elaboração: Estudos Econômicos – Fecomércio MG

Tabela 4: Movimentação do emprego na região, por setor

Setor 2014 2015 2016 2017

Indústria -601 -13.490 -2.773 1.467

Construção Civil -155 -3.151 -1.570 222

Comércio 4.164 -928 286 1.800

Serviços 3.316 946 678 4.489

Administração Pública 712 839 28 30

Agropecuária -1.400 1.696 286 159

Total 6.036 -14.088 -3.065 8.167

Fonte: Caged | Elaboração: Estudos Econômicos – Fecomércio MG

No recorte para o setor do comércio, vemos que o mesmo é responsável por cerca de 34% dos

estabelecimentos na região, totalizando, em 2016, 51.438 empresas registradas.

Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (Rais) | Elaboração: Estudos Econômicos

29

3.4

34

25

1.4

34

23

2.5

05

23

6.7

97

28

7.3

98

26

5.5

22

23

5.5

70

22

8.6

30

6.0

36

-14

.08

8

-3.0

65

8.1

67

2014 2015 2016 2017

Gráfico 15: Movimentação do emprego na região

Admitidos Desligados Saldo

57.58857.593

57.19557.404

57.83958.763

58.49556.664

56.56954.972

53.64151.438

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

Gráfico 16: Número de estabelecimentos no comércio da região

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Do total de estabelecimentos no setor, 94,78% são caracterizados como microempresas, 4,76%

como pequenas, 0,31% como médias e 0,15% como empresas de grande porte.

Ainda segundo a Rais, o setor do comércio empregava 126.670 funcionários na região, em 2016,

sendo que 84,35% desses vínculos eram atribuídos ao varejo, enquanto 15,65% encontravam-

se empregados no segmento atacadista.

Tabela 5: Número de estabelecimentos e vínculos ativos por subsetor (2016)

Atividade Estabelecimentos Vínculos ativos

Comércio varejista 45.355 106.848

Comércio atacadista 6.083 19.822

Total 51.438 126.670 Fonte: Rais | Elaboração: Estudos Econômicos – Fecomércio MG

No gráfico abaixo observamos novamente o efeito da crise econômica na passagem de 2014

para 2015, com continuidade em 2016, fato que interrompeu o ciclo de expansão do emprego

no setor.

Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (Rais) | Elaboração: Estudos Econômicos

Na distribuição do emprego, 81% dos vínculos empregatícios estão concentrados em micros e

pequenas empresas, portes que respondem por 77,3% da massa salarial.

77.13382.096

87.79293.518

99.512108.523

114.469121.177

123.693128.232

127.056126.670

200520062007200820092010201120122013201420152016

Gráfico 17: Vínculos ativos no comércio na região do Sul de Minas

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Fonte: Elaboração própria com base nos dados da Rais (MTE)

A fim de mensurar a volatilidade do emprego no setor, nos últimos anos, foram realizados

recortes para o comércio e para os subsetores que o compõem. Os dados do Caged nos

mostram comportamento semelhante ao observado para o conjunto dos setores produtivos,

incorrendo em fechamentos de vagas formais em 2015, e gerando postos de trabalho abaixo

do nível potencial em 2016. Em 2017, porém, vemos que esse quadro mostrou uma

recuperação mais robusta, tendo o comércio gerado 1.800 vagas formais na região.

Fonte: Rais/MTE | Elaboração: Estudos Econômicos – Fecomércio MG.

Tabela 6: Movimentação do emprego no comércio

Setor 2014 2015 2016 2017

Comércio varejista 2.996 -1.656 -539 1.586

Comércio atacadista 1.168 728 825 214

Total 4.164 -928 286 1.800 Fonte: Caged/MTE | Elaboração: Estudos Econômicos – Fecomércio MG.

81,0%

19,0%

126.670 empregados

77,3%

22,7%

Micros epequena

Média egrande

Massa salarial: R$ 180,3 milhões

68

.79

5

56

.41

4

52

.33

5

55

.34

8

64

.63

1

57

.34

2

52

.04

9

53

.54

8

4.1

64

-92

8

28

6

1.8

00

2014 2015 2016 2017

Gráfico 20: Movimentação do emprego no comércio da região

Admitidos Desligados Saldo

Gráficos 18 e 19: Emprego e massa salarial, por porte de empresa, no setor

do comércio

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Perfil do comércio varejista em Minas Gerais: desafios e oportunidades

Este estudo visa captar o perfil das empresas comerciais de Minas Gerais, nos diversos enfoques

estruturais: segmento de atuação, número de funcionários, investimentos em inovação,

atuação no comércio exterior, dentre outros pontos explicitados no instrumento de coleta

anexo. Além disso, busca-se levantar os desafios enfrentados pelo meio empresarial nas

diversas regiões de planejamento do Estado, com vistas a subsidiar ações da entidade e dos

sindicatos.

O estudo possui como objetivos específicos:

Conhecer o perfil das empresas do setor do comércio no Estado;

Identificar investimentos realizados, com foco na inovação;

Identificar os desafios enfrentados pelo setor no Estado.

Eventuais dúvidas quanto aos resultados podem ser encaminhadas por meio do e-mail:

[email protected].

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A) Perfil das empresas De acordo com os resultados, a maioria das empresas do comércio varejista da região do Sul de

Minas atuam no segmento alimentício, seguidos pelos estabelecimentos que comercializam

tecidos, vestuário e calçados.

Fonte: Fecomércio MG

Cerca de 76% das empresas atuantes no setor possuem até nove funcionários em seu quadro,

o que as caracteriza como microempresas2. Além disso, 60% atuam entre 10 e 50 anos no

mercado.

2 Classificação Sebrae, de acordo com o número de funcionários.

24,2%

21,9%

19,2%

9,0%

7,5%

6,0%

4,5%

3,0%

2,5%

2,2%

Supermercados, hipermercados, produtos alimentícios,bebidas e fumo

Tecidos, vestuário e calçados

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, deperfumaria e cosméticos

Material de construção

Veículos e motocicletas, partes e peças

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

Móveis e eletrodomésticos

Equipamentos e materiais para escritório, informática ede comunicação

Livros, jornais, revistas e papelaria

Combustíveis e lubrificantes

Gráfico 21: Segmento de atuação

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Completando as variáveis de perfil, cerca de 78% dos estabelecimentos comerciais declararam

ser optantes pelo Simples Nacional, como disposto no gráfico abaixo.

76,4%

20,9%

0,8% 1,9%

Gráfico 22: Quantidade de funcionários

Até 9

De 10 a 49

De 50 a 99

Acima de 100

8,6%

9,4%

21,0%

28,6%

31,1%

1,3%

Até 2 anos

De 2 a 5 anos

De 5 a 10 anos

De 10 a 20 anos

De 20 a 50 anos

Acima de 50 anos

Gráfico 23: Tempo de atuação

77,8%

12,2%

10,0%

Gráfico 24: A empresa é optante pelo Simples Nacional?

Sim Não Não sabe/não respondeu

Page 18: Sul de Minas - Fecomércio MG€¦ · Sul de Minas Com 2,78 milhões de habitantes, o Sul de Minas é a segunda região mais populosa do estado de Minas Gerais, reunindo 13,2% da

15

B) Caracterização do estabelecimento comercial (operação, estrutura e

investimentos)

B.1) Modalidade de pagamento

Questionadas acerca da aceitação do cartão de crédito, a maioria das empresas afirmaram

aceitar tal modalidade de pagamento. Na opinião de empresários, o fato de não trabalhar com

cartões limita o fluxo de negócios da empresa, comprometendo a imagem do estabelecimento

junto aos consumidores. Isso, porém, não implica em não trabalhar com outras formas de

pagamento.

Nesse sentido, segundo percepção das empresas que aceitam cartão de crédito como forma de

pagamento, 88,0% relataram não enfrentar problemas com a administradora da modalidade.

Aquelas que enfrentam – 12,0% – apontaram para os seguintes entraves:

Aceitam cartão de crédito: 91,3%

Não aceitam cartão de crédito: 8,7%

52,3%

9,1%

6,8%

6,8%

4,5%

4,5%

4,5%

4,5%

6,8%

Aluguel da máquina e taxas

Problemas técnicos/defeito na máquina

Problemas na rede

Cobrança indevida

Porcentagem das participações sobre as vendas

Dificuldade de negociação com as administradoras

Atraso no pagamento

Falta de pagamento

Outros

Gráfico 25: Problemas enfrentados com administradoras de cartão de crédito

Page 19: Sul de Minas - Fecomércio MG€¦ · Sul de Minas Com 2,78 milhões de habitantes, o Sul de Minas é a segunda região mais populosa do estado de Minas Gerais, reunindo 13,2% da

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B.2) Modalidade de pagamento mais utilizada no estabelecimento

Indagadas quanto à forma de pagamento mais utilizada no estabelecimento, grande parte das

empresas indicaram o pagamento à vista, em dinheiro, e a modalidade parcelada, no cartão de

crédito.

B.3) Diferenciação de preços

Outro ponto da pesquisa, no que diz respeito à modalidade de pagamento, relaciona-se à

concessão de descontos ao consumidor, conforme a modalidade por esse utilizada. Com a

instituição da Lei 13.455/2017, os comerciantes ficaram autorizados a oferecer preços

diferenciados para pagamentos em dinheiro ou cartões de crédito ou débito. A lei permite tal

diferenciação e obriga o fornecedor a informar, em local visível ao consumidor, os descontos

oferecidos em função do meio e do prazo de pagamento. Caso não cumpra a determinação, o

estabelecimento fica sujeito a multas previstas no Código de Defesa do Consumidor.

Na avaliação da Fecomércio MG, a diferenciação de preços aumenta a eficiência econômica e

possibilita ao empresário e ao consumidor escolher a melhor forma de pagamento. Isso poderá

fazer com que as credenciadoras de cartões reduzam as altas taxas cobradas pelos serviços

(problema apontado pelos empresários, conforme visto no gráfico 25). Outro ponto

importante, este voltado ao consumidor, é a minimização do chamado subsídio cruzado: dos

clientes que não utilizam o cartão para aqueles que usam esse instrumento. Em outras palavras,

o cliente que não pagava com débito ou crédito, ainda assim incorria nos custos dessas

transações presentes no preço dos produtos. Agora, com a prática do desconto em dinheiro

permitida, ele fará a opção pela modalidade que lhe proporcionar maior custo-benefício.

35,9%

31,2%

16,6%

8,6%

5,0%

2,7%

À vista, em dinheiro

Cartão de crédito, parcelado

Cartão de crédito, única parcela

Boleto/carnê

À vista, no débito

Cheque pré-datado

Gráfico 26: Forma de pagamento mais utilizada

Page 20: Sul de Minas - Fecomércio MG€¦ · Sul de Minas Com 2,78 milhões de habitantes, o Sul de Minas é a segunda região mais populosa do estado de Minas Gerais, reunindo 13,2% da

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Os resultados da região do Sul de Minas apontaram que cerca de 70% dos empresários praticam

a diferenciação de preços em seu estabelecimento.

B.4) Investimentos

No comércio varejista, estar atento às mudanças no mercado torna-se essencial, tendo em vista

o ambiente altamente concorrencial e pulverizado. Para garantir competitividade, é

imprescindível realizar investimentos e acompanhar as tendências. Especialmente em

momentos de mudanças no comportamento de um consumidor, cada vez mais exigente quanto

às escolhas.

Nesta abordagem, 93,3% das empresas do comércio varejista da região relataram realizar

investimentos.

Indagados acerca de qual tipo de investimento realizam em seus estabelecimentos, os

empresários elencaram os seguintes tópicos3:

3 Questão de múltipla resposta, podendo o empresário elencar mais de uma opção de área. Sendo assim, o percentual não soma 100% na apuração.

72,6%

71,6%

44,6%

93,3%

6,7%

Estabelecimentos que

realizam

investimentos...

Praticam a diferenciação

de preços

Concedem desconto para

pagamento à vista, em dinheiro

Concedem desconto para

pagamento à vista, no débito

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Quase 80% dos empresários relataram investir na segurança do seu estabelecimento. Motivo

de reclamações e atenção do setor privado, a falta de segurança que hoje acomete não apenas

os grandes centros urbanos tende a afetar o funcionamento do comércio de forma direta ou

indireta. Uma recente pesquisa realizada pela área de Estudos Econômicos4 da Fecomércio MG,

intitulada “Vitimização do Comércio”, com estrato para a capital mineira, revelou que mais da

metade dos estabelecimentos teve relatos de algum tipo de violência. Em 57,8% das lojas foram

constatados furtos de produtos, sendo que em 9,7% essa ação ocorre com frequência. Além

disso, em 39% do varejo, o empresário já sofreu algum tipo de crime, seja assalto ou agressão.

Com isso, o indicador trazido nessa pesquisa revela que essa realidade se faz presente nos

demais municípios do Estado, levando o empresário a destinar recursos para a segurança do

estabelecimento, em detrimento de investimentos em qualificação, mix de produtos e

inovação, fatores que geram competitividade.

O grande número de estabelecimentos comerciais do setor e a baixa diferenciação dos bens e

serviços ofertados obrigam o estabelecimento a disputar a preferência do consumidor por meio

de ações promocionais e da divulgação da marca, investindo em publicidade e propaganda.

Nesse tocante, 68,3% dos empresários da região relataram direcionar recursos à essa área.

*Lista telefônica; placas; toalhas de mesa em bares.

4 “Vitimização do Comércio”, junho de 2017.

79,1%

71,6%

68,3%

66,3%

53,4%

Segurança

Tecnologia da informação

Publicidade e propaganda

Capacitação de funcionários

Logística

Gráfico 27: Áreas dos investimentos

42,34%

39,42%39,05%

29,93%18,61%

3,65%2,55%

1,46%1,09%1,82%

Divulgação em redes sociais

Divulgação em encartes promocionais/panfletos

Veiculação em TV e rádio

Divulgação em jornais e revistas

Propaganda pela internet

Carro de som/propaganda volante

Outdoor

Patrocínio

Brindes

Outros*

Gráfico 28: Formas de investimento em publicidade³

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B.5) Atuação no comércio exterior

Atualmente, para se tornar competitiva, uma empresa deve constantemente buscar a inovação

de seus processos e de sua forma de atuação. Além disso, abrir as portas aos mercados globais

gera competitividade e amplia o market share. Nesse sentido, buscou-se explorar na pesquisa

a atuação das empresas varejistas do Sul de Minas no contexto do comércio exterior. Os

resultados apontaram que apenas 6% das empresas atuam nesse nicho, sendo que 87,5%

destas atuam importando bens de outros países.

Constatamos, portanto, a ausência de grande parte das empresas nas transações de bens e

serviços internacionais, seja por meio de importações e/ou exportações. Com isso, cabe aqui

destacar as impressões de tais empresas acerca de sua opção por não atuar no mercado

externo. Para 30,14% delas, o fato da empresa ser pequena ou nova no mercado levava a não

atuar no comércio exterior; 4,79% destacaram a falta de informação e orientação como

motivadores para não comercializarem com agentes de outros países. Os demais fatores

seguem elencados no gráfico abaixo.

Em relação às empresas que atuam no mercado externo, foi questionado quais os principais

entraves à estas no comércio internacional. Os principais fatores foram a alta carga de taxas e

impostos nas operações e a elevada burocracia.

31,16%30,14%

18,49%4,79%

4,45%3,77%

3,08%2,05%

0,68%1,37%

Não tem interesse/necessidadeEmpresa pequena/nova no mercado

Segmento de atuação/produtoFalta de informação e orientação

BurocraciaCustos (taxas/impostos)

Filial/redeNão está apta/não tem capacidade

Falta de oportunidadeOutros

Gráfico 29: Por que não atua no comércio exterior?

Taxas/impostos (75%)Burocracia (25%)

Entraves nas operações

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B.6) Inovação

Em um ambiente altamente competitivo como o setor do comércio, o diferencial de um

estabelecimento pode garantir aos negócios sobrevivência no mercado e sucesso junto aos

consumidores. As inovações são capazes de gerar vantagens competitivas em médio e longo

prazo, permitindo que as empresas acessem novos mercados, aumentem suas receitas,

realizem novas parcerias, adquiram novos conhecimentos e aumentem o valor de suas marcas.

A inovação tem a capacidade de agregar valor aos produtos comercializados, tornando-se um

diferencial, ainda que momentaneamente no ambiente competitivo. No varejo, onde os

produtos são praticamente equivalentes entre os ofertantes, aqueles que inovam em produtos,

processos ou até mesmo na estrutura do negócio ficam em posição de vantagem em relação

aos demais.

Sabendo disso foram abordados na pesquisa tópicos relacionados ao processo de inovação nos

estabelecimentos comerciais. Para introduzir a temática aos empresários foi questionado se os

mesmos acompanhavam as tendências de mercado, ao passo que 86,5% afirmaram se atentar

a esse ponto. Além disso, cerca de 80% garantiram ter implementado algum processo de

inovação em seu estabelecimento nos últimos 12 meses.

Às empresas que afirmaram não ter implementado nenhum processo de inovação em seu

estabelecimento (19,7%) foi questionado quais os motivos para tal comportamento, ao passo

que as mesmas elencaram os pontos abaixo:

Acompanha as tendências?

• 86,5%

Inovou? • 80,3%

Lançou algum produto novo

ou com melhoria relevante?

Lançou algum processo

novo ou com melhoria

relevante?

Introduziu alguma mudança

na estrutura organizacional

ou de marketing?

66,1% 50,4% 44,6%

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A ausência de informação foi um dos principais motivos apontados pelos empresários da região

(9,7%). Apesar da internet constituir-se em uma fonte rica em conteúdo, o excesso de

informações contidas no meio, associado à falta de preparo dos empresários em lidar com

dados muitas vezes técnicos, acaba inviabilizando o seu melhor aproveitamento.

Além disso, e intimamente associado à falta de informação, os empresários apontaram para os

custos do processo de inovação como sendo o principal inviabilizador de sua implementação.

Contudo, existem diversas maneiras de se inovar no varejo. Como o próprio conceito diz,

inovação é “explorar com sucesso novas ideias”, independentemente de onde essas serão

aplicadas. Com isso, as possibilidades de inovação são vastas dentro de uma empresa do varejo.

A própria forma de atendimento, direcionada a cada perfil de cliente e a implementação de

novos processos no controle de estoques, são exemplos de ações inovadoras.

33,9%

22,6%

12,9%

9,7%

6,5%

4,8%

3,2%

1,6%

4,8%

É muito caro

Não tem interesse/necessidade

Dificuldade de conseguir recursos/crédito

Falta de informação

Instabilidade econômica/crise

Não tem recurso/capacidade

Empresa se estabilizando/em reformulação

Empresa pequena/nova no mercado

Outros

Gráfico 30: Por que não inova?

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C) Efeitos da crise econômica

A crise econômica observada nos últimos anos foi uma das maiores já registradas na história da

economia brasileira. Nesse sentido, a pesquisa contemplou aspectos do período, intentando

levantar o impacto sentido pelo comércio varejista da região.

Os principais impactos sentidos pelos empresários do setor estão elencados na tabela abaixo:

Tabela 7: Impactos da crise no estabelecimento

Impacto %

Queda na receita de vendas 84,5%

Aumento da inadimplência 5,05%

Redução do fluxo de clientes 4,10%

Corte de funcionários 2,84%

Cautela do consumidor 1,26%

Corte de investimentos 0,95%

Concorrência 0,95%

Fechamento de pontos comerciais 0,35%

Como podemos observar, o principal impacto refere-se à queda nas receitas de vendas, tópico

apontado por cerca de 84,5% dos varejistas. Além disso, o aumento da inadimplência e a

redução do fluxo da clientela afetaram de forma negativa as empresas da região.

Os empresários foram questionados ainda sobre qual fator possibilitou a sustentação dos

resultados de seus negócios no período da crise. Esses fatores seguem explicitados abaixo:

Além das ações apontadas acima, uma pequena fração de empresários (1%) afirmaram que a

tradição, o atendimento e a marca foram as bases de sustentação de seus estabelecimentos no

período.

83,0% 75,6% 68,3% 64,8% 55,1%

Variado mix deprodutos

Estrutura da loja,vitrine

Crédito facilitado aocliente

Capacitaçãoconstante defuncionários

Vendas em datascomemorativas

Gráfico 31: Fatores e ações que proporcionaram sustentação da empresa³

74,8% dos estabelecimentos da região foram afetados pela crise econômica

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D) Entraves ao setor

A economia informal, a elevada carga tributária, o baixo fluxo de clientes, a instabilidade política

e econômica, a falta de mão de obra qualificada, entre outros motivos foram quesitos

apontados pelos empresários da região do Sul de Minas como entraves para as atividades do

setor varejista.

A alta carga tributária é tida como um dos principais entraves ao comércio. Os pesados custos

com tributação, que correspondem a cerca de 40% do faturamento das empresas, não se

limitam apenas ao tributo em si. A questão é amplificada, dadas as despesas extras decorrentes

da complexidade e da burocracia para o pagamento de impostos. Além disso, levando em

consideração que a maioria das empresas varejistas é de pequeno porte, o impacto no

faturamento e, consequentemente na competitividade, é ainda maior.

O estudo buscou captar também, na avaliação do setor produtivo, quais ações o governo

poderia dispender de forma a contribuir positivamente com as operações do dia a dia dos

estabelecimentos comerciais. Corroborando o dado apresentado no último gráfico, a carga

tributária foi apontada como o principal foco de ações.

21,2%

20,0%

14,0%

6,2%

5,7%

4,5%

2,7%

1,2%

1,0%

1,0%

0,7%

0,7%

0,7%

0,5%

0,5%

2,0%

Alta carga tributária

Economia informal

Baixo fluxo de clientes/baixo poder de compra do consumidor

Instabilidade econômica e política/crise

Falta de pessoal qualificado

Falta de crédito para giro/investimentos

Inadimplência

Legislação/burocracia

Preço altos do produtos

Custos

Criminalidade

Problemas com fornecedores

Estrutura da cidade

Dificuldade de reter funcionários

Falta de comunicação entre empresas

Outros

Gráfico 32: Principais entraves ao setor

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69,29%4,56%4,56%4,15%

2,90%2,49%2,49%2,07%1,24%1,24%0,83%0,41%

3,73%

Redução da carga tributáriaCrédito acessível para investimentos

Estabilidade política, menos corrupçãoCombate à informalidade

Retomada da economiaInvestir em infraestrutura (mobilidade urbana)

Gerar empregoMelhoria nas leis/regulamentação

Reforma TrabalhistaLiberação do FGTS

Fim da guerra fiscal entre EstadosRetorno de programas sociais

Outros

Gráfico 33: Quais ações governamentais atingiriam positivamente o seu estabelecimento?

EQUIPE TÉCNICA - ESTUDOS ECONÔMICOS Responsável: Guilherme Lucas Moreira Dias Almeida Analista de pesquisa: Elisa Castro da Mata Ferreira

Assistente administrativa: Dayanne Jéssica da Silva Mendes Pesquisadores: Bruno Alisson Batista Gomes

Filipe do Nascimento Souza Joyce do Nascimento Silva

Sara Angela dos Santos Jovem aprendiz: Pedro Borges Teixeira

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