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4 Como utilizar este guia 6 Introdução aos vinhos do mundo O mundo do vinho 10 História e cultura do vinho 14 O que é terroir? 22 Cepas 26 No vinhedo 34 Na vinícola 38 Tipos de vinho 42 Países vitivinicultores França 46 Bordeaux 58 Borgonha 88 Vale do Rhône 118 Sul da França 136 Vale do Loire 150 Champagne 164 Alsácia 176 Itália 184 Noroeste da Itália 194 Nordeste da Itália 214 Um livro Dorling Kindersley www.dk.com Produzido para DK por Departure Lounge • DIRETORAS EDITORIAIS: Georgina Matthews, Ella Milroy • DIRETORA DE ARTE: Lisa Kosky • EDITORA DE PROJETO: Kelly Thompson • EDITORA: Debbie Woska • ASSISTENTE EDITORIAL: Caroline Blake • DESIGNERS: Juliane Otterbach, Lee Redmond, Clare Tomlinson • MAPAS: Draughtsman Ltd. Título original: Eyewitness Companions: Wines of the World Copyright © 2004 Dorling Kindersley Ltd Reimpresso com revisões em 2005 Copyright da edição brasileira © 2007: JORGE ZAHAR EDITOR L TDA. r. México 31 slj 20031-144 Rio de Janeiro, RJ tel.: (21) 2108-0808 • fax: (21) 2108-0800 e-mail: [email protected] • site: www.zahar.com.br Edições anteriores: 2006, 2007 Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação de direitos autorais. (Lei 9.610/98) PREPARAÇÃO DE ORIGINAIS: Maria Helena Torres • REVISÃO TIPOGRÁFICA: Elisabeth Spaltemberg • Michele Mitie Sudoh • COMPOSIÇÃO: Leo Boechat Todos os esforços foram feitos para garantir que este livro esteja o mais atualizado possível no momento da impressão, porém alguns dados podem sofrer alterações. Os editores não se responsabilizam por conseqüências resultantes de seu uso, nem por material de sites de terceiros. Números telefônicos não incluem código de discagem internacional. Reproduzido por Colourscan, Cingapura Impresso por South China Printing Company Ltd., China CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ. Sumário Vinhedo do Vale do Napa, Califórnia, EUA Vinhos do mundo / consultant Susan Keevil; consul- toria Geoff Adams… [et al.]; consultoria para edição brasileira Paulo Nicolay; tradução Carolina Alfaro, com a colaboração de Michel Teixeira. – 3ª-ed. – Rio de Janeiro : Jorge Zahar Ed., 2008 il. Tradução de: Eyewitness companion: wines of the world Contém glossário ISBN 978-85-7110-905-6 1. Vinho e vinificação – Guias. 2. Vinho e vinificação – História. CDD 641.22 CDU 641.87:663.2 V79 08-0743.

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4

Como utilizar este guia 6

Introdução aos vinhos do mundoO mundo do vinho 10

História e cultura do vinho 14

O que é terroir? 22

Cepas 26

No vinhedo 34

Na vinícola 38

Tipos de vinho 42

Países vitivinicultoresFrança 46

Bordeaux 58

Borgonha 88

Vale do Rhône 118

Sul da França 136

Vale do Loire 150

Champagne 164

Alsácia 176

Itália 184Noroeste da Itália 194

Nordeste da Itália 214

Um livro Dorling Kindersleywww.dk.com

Produzido para DK por Departure Lounge • DIRETORASEDITORIAIS: Georgina Matthews, Ella Milroy • DIRETORA DEARTE: Lisa Kosky • EDITORA DE PROJETO: Kelly Thompson •EDITORA: Debbie Woska • ASSISTENTE EDITORIAL: CarolineBlake • DESIGNERS: Juliane Otterbach, Lee Redmond,

Clare Tomlinson • MAPAS: Draughtsman Ltd.

Título original:Eyewitness Companions: Wines of the WorldCopyright © 2004 Dorling Kindersley Ltd

Reimpresso com revisões em 2005Copyright da edição brasileira © 2007:

JORGE ZAHAR EDITOR LTDA.r. México 31 slj 20031-144 Rio de Janeiro, RJ

tel.: (21) 2108-0808 • fax: (21) 2108-0800e-mail: [email protected] • site: www.zahar.com.br

Edições anteriores: 2006, 2007Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizadadesta publicação, no todo ou em parte, constitui violação

de direitos autorais. (Lei 9.610/98)

PREPARAÇÃO DE ORIGINAIS: Maria Helena Torres • REVISÃOTIPOGRÁFICA: Elisabeth Spaltemberg • Michele Mitie

Sudoh • COMPOSIÇÃO: Leo BoechatTodos os esforços foram feitos para garantir que este livro

esteja o mais atualizado possível no momento da impressão,porém alguns dados podem sofrer alterações. Os editoresnão se responsabilizam por conseqüências resultantes deseu uso, nem por material de sites de terceiros. Númerostelefônicos não incluem código de discagem internacional.

Reproduzido por Colourscan, CingapuraImpresso por South China Printing Company Ltd., China

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

Sumário

Vinhedo do Vale do Napa, Califórnia, EUA

Vinhos do mundo / consultant Susan Keevil; consul-toria Geoff Adams… [et al.]; consultoria para ediçãobrasileira Paulo Nicolay; tradução Carolina Alfaro, com acolaboração de Michel Teixeira. – 3ª- ed. – Rio de Janeiro :Jorge Zahar Ed., 2008

il.

Tradução de: Eyewitness companion: wines of the worldContém glossárioISBN 978-85-7110-905-6

1. Vinho e vinificação – Guias. 2. Vinho e vinificação –História.

CDD 641.22CDU 641.87:663.2

V79

08-0743.

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5

Califórnia 478

Noroeste dos EUA 508

Estado de Nova York 520

Chile & Argentina 530

Austrália 552Austrália Meridional 560

Nova Gales do Sul 574

Victoria & Tasmânia 588

Austrália Ocidental 602

Nova Zelândia 612

Outros países vinicultores 628

ReferênciaComo ler um rótulo 642

Como comprar vinhos 644

Armazenagem &serviço dos vinhos 646

Degustação 648

Harmonização devinho & comida 652

Glossário 656

Referências adicionais 664

Índice remissivo 666

Agradecimentos 685

Itália Central 236

Sul da Itália & as ilhas 268

Espanha 286Norte da Espanha 292

Centro & Sul da Espanha 314

Portugal 324

Alemanha, Áustria & Suíça 344Alemanha 346

Áustria & Suíça 370

Centro & Leste Europeu 386Hungria 392

Romênia 398

Bulgária 402

República Tcheca& Eslováquia 406

Eslovênia & Croácia 412

Sudeste Europeu 418Grécia 424

Líbano, Israel & Turquia 432

África do Sul 440Península do Cabo& arredores 456

EUA 470

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14I N T R O D U Ç Ã O A O S V I N H O S D O M U N D O

O MUNDO ANTIGO

OVINHO ESTÁ FIRMEMENTE estabelecido noâmago da civilização desde a

Antigüidade. A evidência mais remota deagricultura revela vinhas entre os cultivos.Do “berço da viticultura” (Armênia, Geórgiasoviética e costa do Mar Negro), o plantioda vinha cruzou o Egito, a Grécia e chegoua outras partes da Europa, se desenvolveue fez-se necessidade alimentar, social, eco-nômica e cultural.

EUROPE

AFRICA

SOUTH AMERICA

NORTH AMERICA

AUSTRALIA

ASIA

The Middle Ages and Renaissance

Into The Golden Age

The Modern Age

ITALY GREECE

EUROPE

AFRICA

SOUTH AMERICA

NORTH AMERICA

AUSTRALIA

ASIA

FRANCE

SPAIN

Mediterranean Sea

Black Sea

LEGENDA

Disseminação da viticultura até o séc. I

Transporte de vinho por rio Os rios Rhône e Mosel foram rotas de comércio de vinhosna França e na Alemanha. Os barris de madeira, comoesses gravados na tumba de comerciante de vinhos emNeumagen, começaram a ser usados por volta do séc. II.

<

Ânfora grega Usadas para fermentar,envelhecer, armazenare transportar vinho,havia ânforas de diversas formas, tamanhos e dese-nhos que refletiama origem e as aspira-ções do produtor. Essaé de Chipre, c.540 a.C.

>

Dioniso, deusdo vinho

Os gregos bebiam aodeus Dioniso (ilustra-do na travessa à es-querda) para afastaras preocupações –

tradição herdada pelosromanos, que chama-

ram seu deus de Baco.

<

1000 a.C.

LINHA DO TEMPO

6000 a.C.

7000 a.C.Primeira evidênciade vinhas cultivadasintencionalmente naGeórgia soviética

3150 a.C.Jarros de vinho enterra-dos com o rei egípcioEscorpião I, contendovestígios de vinho

5000 a.C.Mais antiga evidênciade armazenagem devinho, nas montanhasde Zagros, oeste do Irã

2750 a.C.O vinho é mencionadoem textos escritos emargila na cidade de Ur,Mesopotâmia

1750 a.C.As leis do rei babilô-nico Hammurabi re-gulam o comérciovarejista de vinho

186 a.C.O culto ao deus Baco é ba-

nido de Roma por ser ex-cessivamente libertino

300 a.C.A Grécia começa a dominar a

“indústria” vinícola mediterrânea,disseminando-a na Itália,

no sul da França e naPenínsula Ibérica

1600 a.C.Evidências de prensa de vinhoem Palaikastro, Creta, cujos go-vernantes micenianos levarama viticultura à Grécia continental

2000 a.C.

Ânforaromana

1500 a.C.São feitos no Egito os primeiros re-cipientes de vidro oco, mais tardefabricados e usados em grande es-cala pelos romanos

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15H I S T Ó R I A E C U L T U R A D O V I N H O

VINHO & CRISTIANISMO

VINDIMA EGÍPCIAHá registros detalhados dos métodos egípcios decolheita, produção e transporte de vinho em pintu-ras como essa, da tumba de Nakht (1500 a.C.), naantiga Tebas. Muitas técnicas aqui ilustradas aindasão usadas hoje.

>

A História Natural de PlínioO escritor romano Plínio, o Velho (23-79 d.C.) catalo-

gou minuciosamente os vinhos de sua época por qua-lidade, variedade e país de origem, fornecendo valio-sas informações sobre as práticas vinícolas de então.

>

Baco no VesúvioQuando o Vesúvio en-

trou em erupção em 79d.C., destruindo Pompéiae os vinhedos que a ro-deavam, os romanos bus-caram urgentemente no-vas fontes de vinho, e ospreços subiram. Provaspreservadas de Pompéia,como essa pintura em pa-rede, do séc. I, mostram oquanto o culto a Baco eraimportante para eles.

<

As vinhaseram cultivadas

em pérgulasaltas no fértil

delta do Nilo, eas uvas, coleta-das em cestas

de palha.

Uvas pretas esumo escuroaparecem na

maioria daspinturas, indi-

cando que es-sas uvas eram

pisadas para seextrair a tinta.

Séc. IOs romanos intro-duzem a viticulturana região deBordeaux

92–280 d.C. O imperador romano Domiciano proíbe a planta-ção de novas vinhas na Itália, visando impedir gra-ve carência de grãos. A proibição é revertida em280 d.C. e os vinhedos seexpandem na França

300 d.C. Barris superam aânfora como re-cipientes paratransporte

65 d.C.O espanhol Columellaregistra os princípiosda viticultura no livroDe Re Rustica

300 d.C.O vinho está incorporadona Eucaristia cristã

79 d.C.A erupção do Vesúviodestrói o porto paraembarque de vinhode Pompéia

ImperadorDomiciano

Vesúvio em erupção

100 d.C. 200 d.C. 300 d.C.

A tradição da Eucaristia cristã (emque o vinho simboliza o sangue deCristo, e o pão, seu corpo) tem raí-zes complexas. A representação dovinho como sangue tem origensgregas anteriores ao Cristianismo.O uso do vinho como bênçãotambém faz parte do ritual judaico.O milagre de Cristo, que transfor-mou água em vinho (nas bodas deCaná) remete às festas romanas,em que, acreditava-se, Baco teriafeito o mesmo. A Eucaristia cristãatingiu sua forma atual no séc. IV,mas há imagens mais antigas.

350 d.C. Os vinhedos já es-tão bem estabele-cidos nos vales doTrier e do Mosel,na Alemanha

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89

BORGONHA

F R A N Ç A

< Mosaico de pequenas seções de vinhas borgonhesas

Colheita de uvas em Nuit-St-Georges, Côte de Nuits

MAIS DO QUE qualquer outra região vinícola da França, a Borgonha destilou

na vinicultura toda sabedoria e experiência de sua história. Estabelecidos

por poderosos monastérios a partir do séc. VII, os vinhedos foram cultiva-

dos por homens que conhecem cada nuança do solo. O vinho borgonhês, apadri-

nhado pela realeza ao longo dos tempos, é celebrado por sua elegância e sutileza.

Os vinhedos da Borgonha (Bourgogne)localizam-se em uma faixa estreita desdeChablis até os subúrbios de Lyon. Comos anos, eles foram hierarquizados,começando pelos que produzemos bourgognes simples, de solosmais básicos, passando pelos villa-ges, cujos vinhos levam os nomesdas muitas vilas e comunas, e che-gando aos premiers e grands crus,que produzem os vinhos mais fi-nos e longevos da Borgonha.

Não é fácil entender por que umvinhedo é um grand cru enquanto seu vi-zinho é um mero village, mas essas dis-tinções permanecem e estão relaciona-das ao terroir, uma combinação um tantomisteriosa de tipo de solo, microclima, ex-posição, suscetibilidade a geadas, entreinúmeros outros fatores que afetam dire-tamente o desempenho de cada terreno.

Complexas leis de sucessão determina-das pelo código napoleônico obrigamque as terras sejam divididas igualmenteentre os filhos do falecido. Por isso, as

propriedades foram desmembradas entrenumerosos herdeiros, e os vinhedos fica-ram reduzidos a pequenos terrenos com

não mais que uma linha ou duas devinhas nas regiões grand cru. Porisso, as vinícolas da Borgonha ten-

dem a ser pequenas (de 5 a 15ha)e fragmentadas, obrigando a maioria

dos produtores a vinificar e comercia-lizar vinhos de 10 ou mais denomina-

ções. Algumas das maiores viníco-las são de négociants (ver p.97),que complementam suas colheitas

comprando de pequenos produtores paracriar um volume considerável de vinhoscom grande demanda.

Considerando isso, a viticultura na Bor-gonha pode parecer incrivelmente com-plicada, mas sob um aspecto é bemsimples. Apenas 3 cepas são cultivadas:praticamente todos os vinhos brancossão Chardonnay; a Pinot Noir é a uva tin-ta encontrada na maioria dos vinhedos;a outra é a suculenta, embora menos re-finada, Gamay, cultivada em Beaujolais.

UvasChardonnay

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4 8∞

4 7∞

4 6∞

Côte

d’ O

r

MarsannayGevrey-ChambertinMorey-St-Denis

Chambolle-MusignyVosne-Romanée

Nuits-St-Georges

Juliénas St Amour

Moulin-à-VentChénasFleurie

ChiroublesMorgon

Brouilly Côte de BrouillyRégnié

Montagny

GivryMercurey Rully

Santenay

Pouilly-Fuissé Viré-Clessé

Aloxe-CortonVolnay Pommard

Pernand-VergelessesSavigny-lès-Beaune

BeauneAuxey-DuressesMeursaultPuligny-MontrachetChassagne-Montrachet

DIJON

LYON

Auxerre

Irancy

Arco

nce

Loire

Saôn

Yonne

SereinArm

ançon

Arro

ux

Yonne

SenaOurce

Saône

Ouche

F R A N Ç A

MAPA DO VINHO NA BORGONHA

ABORGONHA ABRANGE ÁREA de 175km desde Chablis,ao norte, até Beaujolais, ao sul. Com exceção da

primeira, que fica isolada do resto da região, os vinhe-dos são praticamente contínuos e fazem parte de 6AOCs, cada uma com características próprias. As demaior prestígio ficam em Côte de Nuits e Côte deBeaune, que juntas formam a Côte D’Or, a famosa“Colina Dourada” entre Dijon e Chagny.

Vinhedo murado em Clos-St-Jacques, Gevrey-

Chambertin, Côte de Nuits

QUANDO BEBER UM BORGONHA

Quanto mais simples a denominação, mais jovem o vi-nho pode, e deve, ser consumido. Um bourgogne bá-sico pode ser degustado logo que for distribuído; vi-nhos de village normalmente ficam melhores após 2ou 3 anos na garrafa; e os premiers e grands crus me-lhoram com o envelhecimento, ganhando aromasmais complexos. Os melhores borgonhas tintos podemser guardados por até 30 anos, embora o limite razoá-vel seja 10. Um borgonha branco de qualidade podeser degustado com prazer aos 5 anos de idade.Devido aos efeitos do aquecimento global e a maiorênfase na colheita de uvas bem maduras, já não é es-sencial envelhecer esses vinhos. As uvas não totalmen-te amadurecidas tinham taninos duros que precisavamde anos para se suavizar. Agora, a colheita tardia e astécnicas modernas de vinicultura garantem taninosmais suaves, deixando o vinho mais rico e elegante.

90

LEGENDA

Borgonha

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91

0 km 50

Saôn

eD

oubs

B O R G O N H A

Château de la Maltroye, Chassagne-

Montrachet, Côte de Beaune

Vinhos da Côte d’Or

Detalhe do Baco do négociant

Louis Jadot, Côte de Nuits

BORGONHA: ÁREAS &PRINCIPAIS PRODUTORES

UMA VISÃO DO TERROIR

Latitude: 45,5-48ºN.

Altitude: 175-500m.

Topografia: Os vinhedos mais fa-mosos se estendem ao longo de50km na Côte D’Or. As escarpas,cortadas por riachos, descem dasencostas e se juntam ao rioSaône. A exposição e o ângulo dodeclive são fundamentais.

Solo: Predominam os de calcário,um pouco de argila, granito e areia.

Clima: Continental moderado, inver-nos frios e secos, e verões quentes.Setembro é agradável, o que ajudao pleno amadurecimento das uvas.

Temperatura: A média em julhoé de 20°C.

Chuvas: A média anual é de690mm. Chuvas fortes em maio,junho e outubro.

Riscos: Geada; míldio; granizo;chuva na colheita.

DISTRITO DE CHABLIS p.92Domaine Billaud-Simon p.94Domaine François & Jean

Marie Raveneau p.94Domaine Jean-Paul & Benoît

Droin p.94Domaine Laroche p.94Domaine Louis Michel p.94Domaine Vincent

Dauvissat p.95Domaine William Fèvre p.95Jean-Marc Brocard p.95La Chablisienne p.95Maison Pascal Bouchard p.95

CÔTE DE NUITS p.96Domaine Armand

Rousseau p.98Domaine Bernard Dugat-Py p.98Domaine Bruno Clair p.98Domaine Comte Georges de

Vogüé p.98Domaine de la Romanée-

Conti p.101Domaine de la Vougeraie p.99Domaine Denis Mortet p.99Domaine des Lambrays p.99Domaine Dujac p.99Domaine Georges

Roumier p.99Domaine Henri Gouges p.100Domaine Jean Grivot p.100Domaine Leroy p.100Domaine Méo-Camuzet p.100Louis Jadot p.100

CÔTE DE BEAUNE p.102Bouchard Père & Fils p.104Château de la Maltroye p.104Domaine Albert Morot p.104Domaine Bonneau du

Martray p.104Domaine Chandon de

Briailles p.104Domaine Charles & Rémi

Jobard p.105Domaine des Comtes Lafon

p.105Domaine du Château de

Chorey p.105Domaine du Comte

Armand p.105Domaine Étienne Sauzet p.106Domaine Françoise & Denis

Clair p.106Domaine Jacques Prieur p.106Domaine Jean-François

Coche-Dury p.106Domaine Leflaive p.106Domaine Marc Colin & Fils p.106Domaine Michel Bouzereau

& Fils p.107Domaine Michel Lafarge p.107Domaine Vincent Girardin p.107Olivier Leflaive p.107

CÔTE CHALONNAISE &MÂCONNAIS p.110

Antonin Rodet p.112Domaine du Clos Salomon

p.112Domaine Faiveley p.112Domaine François Lumpp p.112Domaine Henri & Paul

Jacqueson p.112Domaine Michel Juillot p.113Château de Fuissé p.113Domaine de la Bongran p.113Domaine Guffens-Heynen

p.113Domaine J A Ferret p.113

BEAUJOLAIS p.114Château des Jacques p.116Domaine Calot p.116Domaine de la Madone p.116Domaine des Terres

Dorées p.116Domaine Émile Cheysson p.116Domaine Louis-Claude

Desvignes p.117Duboeuf p.117Jean-Marc Burgaud p.117Maison Mommessin p.117Paul & Eric Janin p.117

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92F R A N Ç A

ÁREAS VINÍCOLAS DO DISTRITO DE CHABLIS

CHABLIS FICA NO EXTREMO NORTE da Borgonha eproduz exclusivamente vinho branco. A regiãoé uma importante área vinícola há pelo me-nos 1.400 anos, inicialmente abastecendo ossedentos consumidores de Paris. No final doséc. XIX, havia mais de 40.000ha de vinhedos.Entretanto, a filoxera, doenças e a concorrên-cia de outras regiões provocaram drástico de-clínio. O panorama mudou apenas nestas últi-mas décadas, e, mesmo assim, a área vinícolaatual está restrita a cerca de 4.000ha.

O nome Chablis já foi muito mal usado, sen-do adotado na Califórnia e em outros lugarescomo sinônimo de vinho brancoseco. Essa “homenagem” aindanão foi bem digerida na região,cujos produtores se orgulhamdo caráter inimitável de seus vi-nhos. Feitos somente deChardonnay, são muito secos, masnão agressivos, metálicos, mas nãoausteros, ricos, mas não pesados, e sua misturade fruta madura e nuanças minerais os tornasublimes acompanhando frutos do mar ou pei-xes grelhados. Suas qualidades derivam do cli-ma característico do norte, que propicia a altaacidez, e do solo de pedra calcária porosa ondesão cultivadas as melhores vinhas.

Como acontece em toda a Borgonha, Chablisdivide-se em uma hierarquia de vinhedos, co-meçando pelo AOC Petit Chablis e o genéricoAOC Chablis, e chegando ao AOC Premier CruChablis e o AOC Grand Cru Chablis.e pedra calcária kimmeridgiana

G Chardonnay g branco

Colheiteiros de uvas Chardonnay no distrito de Chablis

Petit ChablisESSA É, AO OLHAR DE fãs dos borgonhas, uma ca-tegoria um pouco suspeita, pois o solo em queas cepas de Petit Chablis são cultivadas muitasvezes não possui a grande concentração de cal-cário encontrada em outros lugares da região.Mesmo assim, os Petit Chablis são puraChardonnay e também podem ter um bom va-lor, apesar de raramente alcançarem níveis muitoaltos. Devem ser consumidos jovens e frescos.

ChablisO CHABLIS GENÉRICO, produzido em cerca de

3.000ha de vinhedos, é de longea mais importante denomina-ção em termos de quantidade.Apesar de a região ter crescidobastante em extensão nas últi-mas décadas, seus vinhos não

parecem ter perdido qualidade.

Premier Cru ChablisCHABLIS TORNA-SE INTERESSANTE a partir do nívelpremier cru, mas também fica complicadapois há mais de 40 vinhedos dispersos pelaregião, variando consideravelmente em expo-sição e gradiente. O número é alto porque pe-quenos setores dentro de vinhedos premiercru são reconhecidos como denominaçõespremier cru, ou lieux-dits. Por exemplo, produ-tores com vinhas em Fourchaume, uma deno-minação premier cru bem conhecida, podemescolher usar em seus rótulos o nome do vi-nhedo inteiro ou o de seu setor (que podeser Vaupulent, Côte de Fontenay, Vaulorent ou

Rótulo de La Chablisienne

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93B O R G O N H A

L’Homme Mort). Na prática, a maioria dos pro-dutores prefere usar o nome mais conhecidopor uma questão de marketing.

Um premier cru de Chablis em geral temmais complexidade mineral que um simplesChablis ou Petit Chablis — acidez revigorante esílica, lembrando pedra — e precisará de 2 ou3 anos na garrafa para apresentar toda a suacomplexidade de aromas. Uma bela safra deum grande produtor faz com que esses vinhosenvelheçam bem por décadas, assumindo co-loração dourada e sabor mais agradável.

Os outros premiers crus são Montée deTonnerre (incluindo Chapelot e Pied d’Aloup);Mont de Milieu (incluindo Morein, Fourneauxe Côte des Prés Girots); Vaucoupin, Beauroy(incluindo Troesmes); Côte de Léchet; Vaillons(incluindo Châtains, Sécher, Beugnons, LesLys, Mélinots, Roncières e Les Épinottes);Montmains (incluindo La Forest e Butteaux);Vosgros (incluindo Vaugiraut); Vau Ligneau;Vau-de-Vey (incluindo Vaux Ragons) e mais al-guns raramente identificados nos rótulos.

Grand Cru ChablisOS GRANDS CRUS DE CHABLIS têm características si-milares às dos premiers crus, mas em patamarainda mais alto. São os vinhos mais ousados, ri-cos e complexos da região, e vale a pena guar-dá-los — seu ápice chega aos 10 anos. As sa-fras dos grands crus são menores que as deoutros pontos de Chablis. Seus vinhedos so-mam apenas 106ha, 3% da produção total daregião, o que os torna relativamente escassos eeleva seus preços. Por ficar no norte, Chablistem dificuldades com o amadurecimento das

uvas. Enquanto os vinhedos premier cru sãodispersos, os grands crus ocupam apenas umafaixa ao longo de uma encosta de orientaçãosudoeste, cujo mesoclima proporciona amadu-recimento relativamente rápido. Existem ape-nas 7 grands crus: o Les Clos é o maior e maisconhecido; os outros são Bougros, Les Preuses,Vaudésir, Grenouilles, Valmur e Blanchot.

Irancy & Sauvignon de St-BrisENTRE CHABLIS E A CIDADE de Auxerre, oficial-mente fora da AOC de Chablis, há uma re-gião de vinhedos de Pinot Noir. O mais co-

nhecido é o Irancy, que temsua própria AOC. Os vinhosproduzidos em outros lugaressão vendidos como bourgog-ne rouge ou vinificados comoespumantes sob o rótuloCrémant de Bourgogne. Sãocharmosos e delicados embons anos, mas ficam mais li-geiros em safras mais frias.Há ainda uma anomalia local,a Sauvignon de St-Bris, cepaque, como o próprio nomediz, não é Chardonnay, masSauvignon Blanc, e produz vi-nhos cítricos e de bom valor.

ENVELHECER OU NÃOEM CARVALHO?

Não há consenso sobre quanto tempoum vinho Chablis deve ser envelhecido.Alguns vitivinicultores mantêm os métodostradicionais, envelhecendo os vinhos embarris de carvalho antigos, outros vinificame envelhecem somente em aço inoxidá-vel, e outros poucos usam carvalho novo.O carvalho velho aera e enriquece o vinhosem transmitir seus sabores; o carvalhonovo confere um brilho tostado de bauni-lha; e o aço inoxidável mantém a purezada fruta e a clara distinção entre os vinhe-dos. Se usado em excesso, o carvalho no-vo pode sufocar a qualidade revigorante,mineral e refrescante que torna os Chablistão especiais. Muitas propriedades têmuma abordagem não dogmática, combi-nando métodos diferentes para cada tipode vinho. Essa é uma questão mais deestilo do que de qualidade. Infelizmente,pelo rótulo, não há como saber como osvinhos foram vinificados ou envelhecidos.

Vinícola de Jean-Marc Brocard e igreja de Préhy, Chablis

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94F R A N Ç A

PRINCIPAIS PRODUTORES DO DISTRITO DE CHABLIS

Domaine Billaud-SimonChablis

1 quai de Reugny § 03 86 42 10 33 #

ESSA PROPRIEDADE DE 20HA, aben-çoada com uma das mais ex-tensas e completas seleçõesde premiers e grands crusde Chablis, é hoje dirigidapor Bernard Billaud e seusobrinho Samuel, que cria-ram uma das vinícolas commais tecnologia de pontada região. Quase todosos vinhos são envelheci-dos em aço inoxidável,embora alguns crus, co-mo o Mont de Milieu eo Blanchot, envelhe-çam um pouco emcarvalho. Sua marca re-gistrada é a pureza e acomplexidade mineral.g branco I 2002, 2000,

1998, 1996, 1995

• Vaillons, Blanchot

Domaine François &Jean-Marie Raveneau Chablis

9 rue de Chichée § 03 86 42 17 46¢

A RAVENEAU POSSUI SOMENTE 8hade vinhedos, todos em pontosespetaculares, produzindoapenas premiers e grandscrus. Os vinhos são fermenta-dos em tanques e parcialmen-te envelhecidos em madeiraantiga. Antes do engarrafa-mento, lotes diferentes domesmo vinho são misturadospara garantir que o equilíbrioseja consistente. O resultado éum Chablis clássico: mineral eaté austero em sua juventude,mas desabrocha com a idadee adquire complexidade rica eamendoada. O Les Clos é emgeral o vinho mais elegante elongevo, mas a produção é li-mitada, e a demanda, alta.g branco I 2002, 2000, 1998, 1996,1995 • Butteaux, Les Clos, Blanchot

Domaine Jean-Paul & Benoît DroinChablis

14 bis rue Jean-Jaurès § 03 86 4216 78 ∑ www.jeanpaul-droin.fr #

JEAN-PAUL DROIN é um dos maiscriativos vinicultores da região e

o feliz proprietário de terre-nos em quatro grands crus:Blanchot, Les Clos, Valmur eVaudésir. Droin defendeupor muito tempo a fermen-tação e o envelhecimentoem carvalho novo até osanos 90, quando se ren-deu às críticas de queos aromas de madeiraem seus vinhos eramdominantes demais.Hoje eles são muitomais balanceados, comapenas nuanças e nãosabor de carvalho, justi-ficando seu preço altopela forma impecável einfinita complexidade.

g branco I 2002, 2000, 1998,

1996, 1995 • Vaucoupin, Les Clos

Domaine LarocheChablis

22 rue Louis Bro § 03 86 42 89 00∑ www.michellaroche.com #

MICHEL LAROCHE é um ho-mem de ambição e energiaprodigiosas. Dono de cercade100ha emChablis, ele sa-

DomaineBillaud-Simon

Rótulo de grand cru da Domaine Jean-Paul & Benoît Droin

be combinar como poucostino comercial e alta qualida-de em todos os níveis, des-de o rótulo genérico Chablis(St-Martin) até seus suntuo-sos grands crus. Larochevem envelhecendo seusprincipais vinhos há mais de20 anos e, em 1991, criou oRéserve de l’Obédience, vini-ficado com carinho especiala partir de algumas das maisantigas vinhas de Blanchot edistribuído a preços altos.g branco I 2002, 2000, 1998,

1996, 1995 • St-Martin,

Fourchaume, Réserve de l’Obédience

Domaine Louis MichelChablis

9 blvd de Ferrières § 03 86 42 88 55#

LOUIS MICHEL e seu filho Jean-Loup possuem cerca de20ha em Chablis, situadosprincipalmente nos premierscrus de Montmains e Montéede Tonnerre. Todos os vinhossão envelhecidos somenteem aço inoxidável, o que aju-da a preservar a fruta e o vigor primários. Sem o enve-lhecimento em carvalho, tam-bém é mais fácil manter a individualidade de cada cru.Os preços são muito justos. g branco I 2002, 2000, 1998, 1996,

1995 • Montmains,

Vaudésir

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95

Domaine René &Vincent DauvissatChablis

8 rue Émile Zola § 03 86 42 11 58 ¢

O INCANSÁVEL Vincent Dauvissatherdou do pai o talento para avinicultura, mantendo-se co-mo um dos melhores e maistradicionais produtores da re-gião. Dauvissat acredita queum longo período de amadu-recimento acentua as nuan-ças minerais, por isso todosos seus vinhos são fermenta-dos e envelhecidos em carva-lho antigo, cuja conseqüênciaé uma sensível perda do no-tório sabor de uva. Entretanto,esses são vinhos para enve-lhecimento que após 5 anosrevelam equilíbrio e complexi-dade irretocáveis.g branco I 2002, 2000, 1998, 1996,

1995 • La Forest, Vaillons, Les Clos

Domaine William FèvreChablis

21 ave d’Oberwesel § 03 86 98 98 98 #

EM 16HA, William Fèvre possuimais vinhas grand cru do quequalquer outro produtor deChablis. Em 1998, suas terrasforam vendidas à empresaBouchard Père & Fils (verp.104), que, em poucos anos,pôs seus vinhos entre os maisexuberantes da região, rica-mente frutados e maravilhosa-mente variados em cada cru.Os vinhos de Fèvre costuma-vam ter carvalho em exces-so, mas a técnica é usada deforma mais moderada e há-bil pela equipe atual.g branco I 2002, 2000, 1998, 1996,

1995•Montée de Tonnerre, Blanchots

Jean-Marc BrocardChablis

3 rte de Chablis, Préhy § 03 86 4149 00∑ www.brocard.fr #

TIPOS COMO O INQUIETO Jean-Marc Brocard são raridade em

Chablis. Ele herdou 2ha econstruiu seu império do nada,transformando-os em uma pro-priedade de 80ha onde os vi-nhos são envelhecidos somen-te em aço inoxidável em vezde carvalho, pois ele acreditaque é o solo, e não a madeira,o responsável pela personalida-de dos Chablis. Brocard nãoproduz vinhos de qualidadeapenas nessa região. Fora de-la, é responsável por algunsbourgognes blancs fascinan-tes. A alta produção lhe permi-te cobrar preços acessíveis.g branco I 2002, 2000, 1998,

1996, 1995 • Montée de

Tonnerre, Beauregard

La ChablisienneChablis

8 blvd Pasteur § 03 86 42 89 89 ∑ www.chablisienne.fr #

COM PRODUÇÃO DE mais de500.000 caixas, a maior coo-perativa da região mantémsua qualidade sempre alta.Os preços não são baixos,mas são justos. Além da gran-de seleção de premiers egrands crus, La Chablisienneproduz cortes como o VieillesVignes (de vinhas velhas),que passa por envelhecimen-to em carvalho e é distribuídopronto para o consumo.g branco I 2002, 2000, 1998, 1996,

1995 • Vieilles Vignes, Beauroy

B O R G O N H A

Tanque de aço inoxidável deJean-Marc Brocard

B Domaine Billaud-SimonChablis Blanchot VieillesVignes $$$

B Domaine François & Jean-Marie RaveneauChablis Les Clos $$

B Domaine Jean-Paul &Benoît Droin ChablisVaudésir $$

B Domaine LarocheChablis Réserve del’Obédience $$$$

B Domaine LarocheChablis St-Martin $$

B Domaine Louis MichelChablis $

B Domaine René & Vincent Dauvissat ChablisVaillons $$

B Domaine William FèvreChablis Montée deTonnerre $$

B Jean-Marc BrocardChablis $$

B La Chablisienne ChablisBeauroy $$

B La Chablisienne ChablisVieilles Vignes $$

B Maison Pascal BouchardChablis FourchaumeVieilles Vignes $$

A CAIXA PERFEITA: CHABLIS

Maison Pascal BouchardChablis

Parc des Lys § 03 86 42 18 64 ∑ www.pascalbouchard.fr #

ESSA É UMA das maiores pro-priedades de Chablis, possuin-do (ou arrendando) cerca de100ha de vinhas. A empresainaugurou uma moderna viní-cola em 1995, cujos vinhos sãofiéis a seu estilo, e apenas al-guns dos grands crus possuemum toque de fermentação embarril e envelhecimento emcarvalho. São vinhos para serbebidos jovens, com fruta ricae minerais firmes. Os crusmais finos, ficam melhores seguardados por alguns anos.g branco I 2002, 2000, 1998,

1996, 1995 • Fourchaume Vieilles

Vignes, Les Clos

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AS AMÉRICAS

Canadá

DISCRETO, O CANADÁ é um produtor cada vezmais importante. No início dos anos 70, aindústria era dominada por vinhos alcoóli-cos e doces, mas desde a fundação da ino-vadora vinícola Inniskillin, em 1974, ela setransformou, com ênfase na qualidade.

O clima canadense apresenta in-vernos rigorosos, geadas na prima-vera e uma estação de cultivo cur-ta. Os principais vinhedos ficampróximos de lagos, que ajudam amoderar a temperatura. Apesardos vários problemas, o clima éperfeito para o ice wine, vinhocom base no Eiswein alemão feitode uvas como Vidal e Riesling, quecongelam nas vinhas. Colhidas tar-diamente em anos nos quais atemperatura cai abaixo de -8°C, asuvas são prensadas e a água con-gelada é separada do mosto, que então éfermentado e gera um vinho de sobreme-sa extremamente concentrado e sensual. O frio necessário para a produção de icewine ocorre aqui com mais regularidadeque na Alemanha, e o Canadá se tornou o maior produtor mundial desse vinho.

As principais regiões vinícolas são a Pe-nínsula do Niágara, em Ontário, e o Valedo Okanagan, na Colúmbia Britânica. Além do ice wine, elas são especializadasem vinhos brancos de clima frio, fragran-tes e secos, de Riesling, Chardonnay,Gewürztraminer e Pinot Blanc. É mais difí-cil fazer tintos com o clima canadense,mas cada vez mais vinícolas produzem vi-nhos promissores de Pinot Noir, CabernetSauvignon, Merlot e Syrah. f Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah

G Riesling, Chardonnay, Vidal q Península do

Niágara, Vale do Okanagan o Burrowing Owl

Vineyards (www.bovwine.com); Inniskillin

(www.inniskillin.com)

México

A INDÚSTRIA VINÍCOLA MEXICANA se transformourecentemente graças a uma combinação deinvestimentos estrangeiros com produtoreslocais arrojados. A maioria das uvas cultiva-

das é consumida ou usada para brandy,mas o mercado doméstico de vinhos dequalidade está crescendo. Ao sul da

Califórnia, Baja California é o principaldistrito vinícola. Sua sub-região maisfamosa é o Vale do Guadalupe, lardas melhores vinícolas mexicanas, co-mo Monte Xanic, Casa Pedro Domecq

e Château Camou. A especialidade sãoos vinhos tintos, sendo os melhores

de Cabernet Sauvignon, Merlot,Nebbiolo, Petite Syrah ou Zinfandel.A leste de Baja California, Sonaroé outro grande distrito viticultor.

f Cabernet Sauvignon, Merlot, Nebbiolo, Petite

Syrah, Zinfandel G Colombard, Chenin Blanc,

Trebbiano q Baja California, Sonaro

o La Cetto (www. lacetto.com); Monte Xanic

(www.montexanic.com); Casa Pedro Domecq

(www.domecq.com.mx); Château Camou

(www.chateaucamou.com.mx)

APESAR DAS UVAS E DAS FILOSOFIAS EM COMUM, há poucas semelhanças

entre as viniculturas da América do Norte e do Sul. O Canadáenfrenta invernos árticos e temperaturas baixas durante a

época de cultivo. Em Chile (ver p.518), Argentina (p.526), Méxicoe Peru, o principal desafio é o calor excessivo. No Brasil e noUruguai, são as chuvas na época da colheita.

Vale do Okanagan, Colúmbia Britânica, Canadá

Vinícola Aurora, Brasil

636O U T R O S P A Í S E S P R O D U T O R E S D E V I N H O

Ice wine daInniskillin,

Canadá

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Brasil

O BRASIL É O TERCEIRO MAIOR produtor de vi-nhos da América do Sul em volume. Hoje,pouco mais da metade dos 60.000ha devinhedos são dedicados ao vinho; o res-tante destina-se ao consumo das uvas.Graças a investimentos externos, vinhaseuropéias clássicas constituem hoje 20%da produção brasileira. A maioria dos vi-nhedos está no sul, em torno da região daSerra Gaúcha, em grande altitude, e faz vi-nhos brancos e espumantes deChardonnay, Sémillon, Gewürztraminer eRiesling Itálico. Na região da Campanha(Santana do Livramento e Bagé), fronteiracom o Uruguai, a produção de vinhos dequalidade cresce significativamente.Devido ao seu clima, a Serra Gaúcha temse mostrado excelente para a produção devinhos espumantes, hoje em plena expan-são. Nova região, ao norte, noVale do São Francisco, nos parale-los 8° e 9°, contrariando a lógica natural, tem produzidotintos bem interessantes. f Cabernet Franc, Merlot, Cabernet

Sauvignon G Chardonnay, Riesling

Itálico, Welschriesling, Sémillon, Gewürz-

traminer, Isabella q Serra Gaúcha,

Vale dos Vinhedos, Garibaldi o Vinícola

Aurora (www.vinicolaaurora.com.br);

Vinícola Miolo (www.miolo.com.br);

Chandon do Brasil (www.chandon.com.br).

Uruguai

DESDE QUE IMIGRANTES bascos plantaram asprimeiras vinhas, na década de 1870, a in-dústria vinícola uruguaia fez progressossurpreendentes.

A maior parte dos vinhedos fica no sul,mais frio, perto de Montevidéu, onde estãoas vinícolas mais importantes. A famíliaPisano plantou o primeiro vinhedo em1914 e hoje exporta vinhos de alto nívelpara vários mercados internacionais. Outroprodutor importante, EstablecimientoJuanicó, cultiva as vinhas na região vizinhade Canelones, onde a influência do oceanoestabiliza a temperatura e prolonga o períodode desenvolvimento. Mais ao norte, váriasprovíncias têm bom potencial. Em Rivera,são cultivadas vinhas da Bodegas Carrau,

que também possui vinhedos emCanelones. A cepa Tannat, no Uruguai cha-mada Harriague, é a mais cultivada.Proveniente do sul da França, ela é respon-sável pelos vinhos mais interessantes dopaís, tipicamente de cor profunda, estruturafirme e frutas negras, mas a qualidade po-de variar bastante. Uvas internacionais co-mo Cabernet Sauvignon, Merlot, Sauvignon

Blanc e Chardonnay também estãoganhando popularidade.f Tannat, Cabernet Sauvignon, Cabernet

Franc, Merlot G Pinot Blanc, Sauvignon

Blanc, Chardonnay q Rivera, Carpintería,

El Carmen, Canelones o Establecimiento

Juanicó (www.juanico.com.uy); Carrau

(www.bodegascarrau.com); Pisano

(www.pisanowines.com); Pizzorno

(www.pizzornowines.com).

Peru

APESAR DO CLIMA GERALMENTE desfavorável, oPeru é o mais antigo produtor de vinhos daAmérica do Sul. Em várias regiões os inver-nos são tão quentes que os vinhedos dão2 safras ao ano. A maioria das uvas é con-sumida ou usada para pisco, o brandy lo-cal, mas em algumas zonas podem serfeitos vinhos muito promissores. As áreasvinícolas ficam na costa central, ao redorda cidade de Pisco, onde a brisa marinhado Pacífico ajuda a reduzir as temperaturasextremas. A melhor vinícola, Viña Tacama,fica perto de Ica e produz vinhos espuman-tes e não espumantes de Tannat, Malbec,Sauvignon Blanc e Sémillon. Ela teve con-sultoria externa de especialistas franceses e hoje exporta internacionalmente.f Tannat, Petit Verdot, Malbec, Cabernet

Sauvignon G Sauvignon Blanc, Sémillon, Albilla

q Ica o Viña Tacama (www.tacama.com)

Cuidando dos vinhedos de Pisano, Uruguai

637A S A M É R I C A S

Viña Tacama,Peru