SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O...

18
autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris SUMÁRIO 1-INTRODUÇÃO 02 2- A LUZ 04 3- FOTOMETRIA 04 3.1.Fluxo Luminoso 04 3.2.Iluminância 05 3.3. Luminância 05 3.4. Intensidade luminosa 05 4- FONTES DE LUZ ARTIFICIAL 06 5- TIPOS DE ILUMINAÇÃO 06 6- TIPOS DE LÂMPADAS MAIS USADAS 06 7- INTERFERÊNCIA DA COR NA ILUMINAÇÃO 08 8- PROJETANDO UMA SALA DE TV 09 9- TIPOS DE LUMINARIAS PARA UMA SALA DE TV 11 9.1. Sancas Iluminadas 11 9.2. Trilhos reguláveis no teto 12 9.3. Arandelas 12 10- CASO PRÁTICO DE UMA SALA DE TV 14 11- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19

Transcript of SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O...

Page 1: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO 02

2- A LUZ 04

3- FOTOMETRIA 04

3.1.Fluxo Luminoso 04

3.2.Iluminância 05

3.3. Luminância 05

3.4. Intensidade luminosa 05

4- FONTES DE LUZ ARTIFICIAL 06

5- TIPOS DE ILUMINAÇÃO 06

6- TIPOS DE LÂMPADAS MAIS USADAS 06

7- INTERFERÊNCIA DA COR NA ILUMINAÇÃO 08

8- PROJETANDO UMA SALA DE TV 09

9- TIPOS DE LUMINARIAS PARA UMA SALA DE TV 11

9.1. Sancas Iluminadas 11

9.2. Trilhos reguláveis no teto 12

9.3. Arandelas 12

10- CASO PRÁTICO DE UMA SALA DE TV 14

11- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19

Page 2: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 2

1-INTRODUÇÃO

Com o surgimento da luz artificial, o homem descobriu que poderia tirar grande proveito da iluminação; não só para clarear suas residências e ruas durante o período noturno. Através de observações, descobriu-se que poderiam se criar ilusões, sombras, profundidade e emoções, destacando produtos e valorizando formas.

Normalmente, a preocupação de arquitetos, quando envolvidos em projetos de iluminação, é com aspectos quantitativos da iluminação interior, ao invés do conforto que a iluminação pode fornecer em ambientes fechados (THURNAUER, 2002). Isso ocorre porque, comumente, os métodos utilizados para se fazer um projeto de iluminação são primordialmente cálculos matemáticos, os quais somente determinam a quantidade de luz recebida num ponto de uma superfície.

Foi no meio do século passado que exemplos de estudos do papel da iluminação como criadores de formas arquitetônicas começaram a emergir. LeCorbusier (APUD SHALABY) disse que “A Arquitetura é um jogo magistral, correto e magnífico agrupado pela luz”. Com o desenvolvimento da luz artificial, os níveis de iluminação de ambientes internos, poderiam ser mais perfeitamente controlados. Uma iluminação deficiente, pobre em intensidade ou ofuscamento, pode provocar deficiências irreparáveis ao ser humano (STARCK, 1977).

A acuidade visual (qualidade de observar os mínimos trabalhos) aumenta com a qualidade da iluminação. Starck (1977) cita que uma boa iluminação depende de vários fatores, entre eles a quantidade e a qualidade de luz. Em conjunto ou separados, exercem significativos efeitos na capacidade de ver com facilidade, precisão e rapidez. Com isso, o uso correto da luz no ambiente construído, como afirma Millet (1996), está ligado também a questões psicológicas, que podem levar uma mensagem visual transformadora de uma realidade desconfortável à ambientes com qualidade. E ainda completa que a luz obtém significado na arquitetura de forma relacional, porque parte de uma seqüência de relacionamentos luminosos, revelando detalhes, a edificação em si, suas intenções, seus espaços, suas formas e seus significados.

Estas variantes somente se revelam quando se consegue uma boa iluminação ambiental, que, segundo Lam (1977), inclui conforto, prazer, interesse e espaços funcionais, através de informações visuais claras, sem ruídos visuais. Estas informações irrelevantes (os ruídos visuais) interferem na concepção do campo visual causando desconforto, afetando diretamente a qualidade do ambiente.

Em síntese, Lam (1977) classifica o conforto humano em geral como prioridade para a qualidade de vida do ser humano:

A Definição dos termos confortável, agradável, relevante, e apropriado não necessita mais ser deixada aos sabores de “arte”; pode ser definida de forma muito mais específica. Um bom ambiente luminoso satisfará tantas quanto possíveis as necessidades dos usuários, e deverá prover as

Page 3: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 3

qualidades e quantidades específicas de informação visual que são requeridas para as atividades que ali se realizam. Mas além das necessidades das atividades por informação visual sempre haverá necessidades biológicas que deverão ser satisfeitas, as quais podem ser ainda mais importantes que as necessidades das atividades. Projetistas que dão a essas necessidades biológicas por informação visual a prioridade que elas merecem no processo de programação e projeto irão perceber que na maior parte dos espaços, a iluminação que responde bem às necessidades biológicas simultaneamente cuida da maior parte das necessidades das atividades.

A luz na arquitetura tem o poder de estabelecer uma relação direta e importante com o espaço construído, revelando, segundo Millet (1996), uma percepção do espaço ao nosso redor que conecta o interior com o exterior, unificando ou diferenciando espaços que poderiam passar sem a devida importância se não fosse o uso correto da iluminação. Esta percepção pode ser prevista e controlada através de simulações, efetuadas anteriormente à construção, durante o processo projetual, e podem garantir um controle das diversas variáveis tão importantes para o conforto humano.

O processo de criação projetual passa a ser considerado como uma fase de decisões, quando são definidas a forma geral do edifício, sua tipologia e sua implantação. Segundo Lang (Apud Graça, 2004), pode-se considerar o processo de projeto como um número de atividades intelectuais básicas organizadas em fases de características e resultados distintos. Estas atividades são análise, síntese, previsão, avaliação e decisão as quais, na prática, algumas podem ser realizadas através da intuição, algumas de forma consciente e algumas através da ajuda da informática.

Page 4: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 4

2- A LUZ O que nós chamamos de luz, faz parte da faixa de freqüência eletromagnética. Chamamos de luz a parte visível dessas radiações, que fica entre as freqüências infravermelhas e ultravioletas, como visto na Figura1. Na faixa visível temos aproximadamente cerca de 600.000 matizes de cor, e todas somadas formam a luz branca.

Figura 1 - parte do espectro eletromagnético

Fonte: http://www.tudosobretv.com.br/imagem/

A luz que incide nos objetos, parte é absorvida, parte é rebatida. A parte refletida é que chega aos nossos olhos, permitindo a observação dos objetos. Dependendo da freqüência em reflexão é que determinamos a cor, exemplificando num padrão simplista: um objeto branco reflete igualmente todas as freqüências; um objeto negro absorve igualmente todas as freqüências; um objeto vermelho absorve todas as freqüências menos a vermelha.

3- FOTOMETRIA

Existem inúmeras teorias que descrevem a natureza da luz. A mais comum, segundo a Sociedade de engenharia da iluminação da América do Norte (IES), é definida como “uma energia radiante capaz de produzir uma sensação visual em um observador humano”. Afirma ainda que “a fotometria foi desenvolvida para a medição da luz, levando em consideração aspectos psicofísicos do sistema visual e cerebral humano”. Quando um arquiteto cria um sistema de iluminação, a principal preocupação a ser considerada é a avaliação dos efeitos obtidos pelo ser humano, como já discutido anteriormente.

A fotometria permite controlar o conforto visual através de quatro itens para uma perfeita simulação da iluminação. São eles:

3.1.Fluxo Luminoso

O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens, na tensão nominal de funcionamento. Quando se pensa em luz como partículas (fótons) se movendo através do espaço, o fluxo luminoso de um raio de luz que chega em uma superfície é proporcional ao número de partículas que atingem esta superfície durante um intervalo de tempo de 1 segundo.

Page 5: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 5

3.2.Iluminância

Iluminância é o fluxo luminoso incidente na área de uma superfície. Esta quantidade é usada para se descrever o nível de iluminação incidente em uma superfície sem que se façam medidas, dependendo do tamanho da superfície. No Sistema Internacional, sua unidade é o lux (lx), que equivale a 1 lúmen por metro quadrado. É calculada pela relação entre intensidade luminosa e o quadrado da distância (l/d2 ). Isso quer dizer que, na prática, é a quantidade de luz dentro de um ambiente, que pode ser medida com o auxílio de um luxímetro. Para obter conforto visual, considerando a atividade a ser realizada, são necessários certos níveis de iluminância, os quais são recomendados pela norma técnica da ABNT - NBR 5413 (Figura 2).

NÍVEIS DE ILUMINÂNCIA PARA INTERIORES (NBR-5413) AMBIENTE OU TRABALHO LUX Sala de espera 100 Garagem, residência, restaurante 150 Depósito, indústria (comum) 200 Sala de aula 300 Lojas, laboratórios, escritórios 500 Sala de desenho (alta precisão) 1.000 Serviços de muito alta precisão 2.000

Figura 2 – Nível de iluminância

Fonte: http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/ergo9.htm 3.3. Luminância

Parte da luz incidente na superfície é refletida de volta no ambiente. A luz que reflete da superfície numa determinada direção é a luminância. É medida em candelas por metro quadrado (cd/m2). A candela foi originalmente definida como intensidade luminosa emitida por uma simples vela de cera, sendo a intensidade luminosa de uma fonte pontual que emite o fluxo luminoso de um lúmen em um ângulo sólido de um esferoradiano.

3.4. Intensidade luminosa

É a energia de luz por unidade de tempo emitida por um ponto de luz numa determinada direção. Sua unidade de medida é a candela. A intensidade luminosa é utilizada para descrever a distribuição direcional de uma fonte de luz e como ela pode variar, em função de sua direção.

Page 6: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 6

4- FONTES DE LUZ ARTIFICIAL

Podem ser quentes ou frias:

Quentes: Emitem uma luz de cor amarelada. Produzidas por lâmpadas incandescentes, halógenas. Funcionam através de corrente elétrica, pelo filamento de tungstênio, que com o aquecimento, gera luz. Sua temperatura é alta, portanto não são muito econômicas Não devem ser colocadas muito próximas dos produtos, pois podem queimar e danificar a aparência do mesmo. Sua reprodução de cor é geralmente alta e eficiente, assemelhando à luz do sol. Frias: Emitem uma luz de cor branca. Produzidas por lâmpadas que possuem em seu interior gás, não permitem a emissão de raios direcionais. A luz é distribuída por igual, precisando de complementação tais como reatores e calhas refletoras. São econômicas, de temperatura baixa e tem uma aparência fria.

5- TIPOS DE ILUMINAÇÃO

• Direta: é dirigida diretamente para o alvo a ser iluminado, com tipo spot, luminária de mesa, abajur, etc. Quanto maior a distancia entre a fonte e o objeto a ser iluminado, menor a intensidade e maior a área atingida pelos raios de luz.

• Indireta: não ilumina necessariamente o objeto e sim a ambiente em que ele se encontra. Não possui um foco dirigido, é uma luz de ambientação. Uma iluminação pode conter focos de luz diretos e indiretos em um mesmo ambiente. O foco direto faz com que os objetos sejam realçados e ambientados na luz direta.

6- TIPOS DE LÂMPADAS MAIS USADAS

• Lâmpadas incandescentes: são transparentes ou leitosas (brancas). Utilizadas em luminárias e iluminação geral, têm potencia que varia entre 25w e 500w, com duração aproximada de 1000 horas. Tem uma aparência quente e emite uma luz amarelada, portanto são boas reprodutoras de cor (IRC - índice de reprodução de cores). Podem ser: Refletoras - encontradas em tamanho grande e pequeno e são espelhadas. Quando a lateral é espelhada, o facho é dirigido; quando a cabeça é espelhada o facho é aberto. Defletoras - possuem bulbos prateados e espelhado no topo. Utilizadas para iluminação direcionada em geral para baixo ou indireta. As lâmpadas leitosas perdem parte da luminosidade e emitem menos luz para o ambiente, consumindo o mesmo valor (Fonte: www.casaecia.arq.br).

Page 7: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 7

• Lâmpadas Fluorescentes: sua luz é difusa, gerando uma iluminação por igual. As sombras são quase inexistentes e não concentram os raios luminosos. Precisam de reatores e para melhorar seu desempenho devem ser utilizadas sempre em calhas refletoras. As lâmpadas fluorescentes são frias e podem alterar muito a aparência e cores dos objetos, porém são muito econômicas.

• Fluorescentes comuns: Utilizadas em setores de serviços com atividades que necessitam de boa iluminação geral. Pouco usadas em áreas sociais. Produz luz fria, portanto não aquece o ambiente. São mais econômicas e duram até 7000 horas, nas potências 20w,40w e 1000w. As de 9w são para luminárias de mesa.

• H.Q.I.: Multivapor metálico, luz vibrante e eficiente, com facho de luz preciso. Ideal para aplicações comerciais e iluminação de destaque interno ou externo tais como, fachadas e grandes locais, como lojas de carros e lojas de departamento. Nas vitrines devem ser utilizadas com moderação; devido ao seu alto poder de iluminação pode ofuscar a visão e criar reflexos nos produtos.

• Halógenas incandescentes: são encontradas em diversos modelos. Seu facho pode ser dirigido (par) ou aberto (lapiseira). Sua luz é mais branca que as incandescentes e tem um alto índice de reprodução de cores "IRC". Ao manusear deve se evitar contado com do dedo com o bulbo, pois podem danificar com a oleosidade da pele.

• Palito: possuem alta reprodução de cores. São utilizadas como luz difusa na iluminação geral de lojas, vitrines, fachadas (situações de muita luz). Devem ser sempre instaladas na horizontal.

• Bipino: possuem de 3 a 4 cm de comprimento, têm a base de encaixe em formas de pino, como uma tomada, e bulbo de quartzo que filtra até cinco vezes a radiação, evitando o desbotamento de cores. Formam pequenos de luz, que são explorados na iluminação geral, através de efeitos de "céu estrelados", ou pequenas luminárias decorativas, pendentes ou arandelas.

• Dicróicas: são lâmpadas de luz branca e brilhante, com pequenas dimensões e total controle do facho de luz. Utilizadas na iluminação decorativa e de destaque. Sua principal característica é o fato de emitir uma luz mais fria "efeito dicróico" , pois tem a propriedade de desviar parte do calor para atrás do refletor, reduzindo em até 66% a radiação térmica emitida.

• Halospot: alta intensidade luminosa, com cores de luz precisamente definidas e ângulos de 4 / 8 e 24 graus. Possibilita a criação de espaços personalizados ideais para iluminação de efeito, destacando ou acentuando objetos mesmo em ambientes bem iluminados.

• Halopar: a grande vantagem desta lâmpada é a facilidade de substituição em instalações existentes com lâmpada incandescente. Idéias para iluminação dirigida e de destaque. Produz uma luz brilhante, natural e de impacto.

Page 8: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 8

7- INTERFERÊNCIA DA COR NA ILUMINAÇÃO

Segundo Farina (1982) cor é uma onda luminosa, um raio de luz branca que atravessa nossos olhos e expressa uma sensação visual que nos oferece a natureza através de raios de luz irradiados em nosso planeta.

A cor na arquitetura não é encarada exclusivamente como elemento decorativo ou estético. Neste campo, ela pode interferir em espaços diversos do ponto de vista sensorial, influenciando as sensações de espaço, volume e distância. Farina (1982) afirma que “as cores constituem estímulos psicológicos para a sensibilidade humana, influenciando o individuo, para gostar ou não de algo, para negar ou afirmar, para se abster ou agir”.

Através da observação do círculo cromático (Figura3) pode-se obter a

harmonização das cores, fator importante em ambientes externos e internos. As três cores centrais, vermelho, amarelo e azul, são as cores primárias, que, misturadas entre si dão origem às secundárias, laranja, verde e violeta. Associando-se uma cor primária e uma secundária, obtém-se as cores terciárias, completando assim as 12 cores do circulo cromático. Logicamente estas cores podem aumentar em sua ordem espectral, podendo atingir até 300.000 cores em todas as suas tonalidades e sombreados.

As cores situadas entre o amarelo e o violeta são consideradas cores quentes

e dão uma sensação de aconchego, alegria, prazer. As frias, por sua vez, no sentido oposto no circulo cromático, dão a sensação de frescor, tranqüilidade, calma.

Page 9: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 9

Figura 3 – Circulo cromático

Fonte: http://www.evoe.com.br/CIRCULO_CROMATICO.jpg

A harmonização das cores, então, pode se dar ao combinar cores vizinhas no circulo, não oferecendo contraste em sua utilização, bem como cores opostas no circulo (as chamadas complementares), que provocam muito contraste. Portanto, a harmonização tradicional, através das associações de cores baseadas no circulo cromático, pode ser resumida em 4 tipos básicos:

• Contraste: quando associa-se duas cores opostas no circulo cromático; • Degradê: a cor original é suavizada lentamente com acréscimo de branco; • Análogas: as cores selecionadas são vizinhas no circulo cromático; • Tom sobre tom: mesma tonalidade em tons diferentes.

Alguns fatores cromáticos podem ser importantes quando utilizados com a iluminação de um ambiente:

• Nunca use mais que 3 cores de mesma intensidade no mesmo ambiente; • As cores escuras fazem o ambiente parecer menor; • As cores claras dão a sensação de aumento nos volumes; • Um contraste intenso entre elementos pode ser estimulante; • O aspecto acetinado das cores cria um ambiente aconchegante; • O colorido apaga relevos e obstáculos. • Cores vivas em ambientes de convivência; • Cores mais suaves em ambientes de intimidade.

8- PROJETANDO UMA SALA DE TV

Para se projetar uma sala de TV com a iluminação adequada, é necessário considerar que se quer criar uma atmosfera agradável e um ambiente de entretenimento familiar que não canse o espectador. Este tipo de ambiente requer uma iluminação moderada, sendo a indireta a mais indicada, para que a imagem gerada não seja obstruída e nem tenha reflexos ofuscantes no observador.

Para melhorar a imagem à noite, quando as luzes são mais requisitadas, pode-se instalar uma lâmpada na parte posterior do aparelho ou em posição mais baixa, formando um acho de luz voltado para a parede. Para esta área a luminosidade indicada é de 30 a 75 lux.

Pode-se utilizar desde lâmpadas fluorescentes de temperatura de cor morna

em sancas, arandelas nas paredes, spots em trilhos móveis e tudo o que a imaginação do arquiteto criar para que a sala de TV se torne em um agradável cinema caseiro! Uma outra solução é a instalação de dimmers (reguladores de iluminação) que controlam a quantidade de luz dentro do ambiente, de acordo com a atividade que está sendo ali realizada.

Page 10: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 10

O importante é não cansar a vista, independente do tempo que se usufrua deste espaço, portanto deve-se calcular uma iluminação correta no ambiente. Para isso algumas dicas são apontadas:

• Não deixe nenhuma luz refletir na tela; • Mantenha o ambiente iluminado de forma a quebrar o contraste de claro/escuro

provocado pela luz da TV. Ilumine suavemente a parede atrás, ou em volta, do aparelho, com arandelas ou luminárias de chão, que direcionam luz diretamente às paredes ou ao teto.

• O espectador deve estar à, no mínimo, 1,50m da tela do televisor. • O excesso de luminosidade de uma parede branca atrás da televisão atrapalha a

concentração na tela. • Nunca deixe o ambiente totalmente escuro. • Não utilize lâmpadas incandescentes transparentes embutidas dentro de

luminárias ou de forros, pois perderão parte de sua luz para o interior do local onde estiverem embutidas.

9- TIPOS DE LUMINARIAS PARA UMA SALA DE TV

9.1. Sancas Iluminadas: Estas soluções, geralmente feitas em gesso (Figura 4) e muito utilizadas como detalhes arquitetônicos onde a luz direta pode ser direcionada para cima ou para baixo.

Figura 4 – Sancas em gesso

As lâmpadas fluorescentes (Figura 5) são as mais utilizadas para este tipo de iluminação.

Page 11: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 11

. Figura 5 – Lâmpadas fluorescentes

9.2. Trilhos reguláveis no teto:

Referem-se a um sistema de iluminação com vários componentes: um trilho, uma caixa de alimentação elétrica e as luminárias com as lâmpadas (Figura 6). Geralmente é montado diretamente no teto, podendo, em alguns modelos, ser “escondido” quando não está em uso. Os trilhos podem ter vários modelos, estilos, cores e acabamentos. Este tipo de solução deve ser usado quando uma flexibilidade de posição e ângulo são utilizados para reposicionamentos, para criar diferentes efeitos.

Figura 6 – Trilhos reguláveis de teto

9.3. Arandelas

Arandelas são decorativas e funcionais (Figura 7). As lâmpadas podem estar aparentes ou ocultas por vidros opacos ou translúcidos. A distribuição da luz varia de acordo com o tipo e estilo da arandela que pode produzir luz indireta, direta ou difusa. Esta última não é recomendada para atividades como leitura ou costura. Também deve-se ter cuidado ao serem usadas em salas de TV ou de computador, quanto ao reflexo das imagens que podem causar.

Page 12: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 12

Figura 7 – Arandelas

A altura a ser instalada a arandela deve ser sempre a que não comprometa a visão do espectador, evitando o ofuscamento direto. A fim de se criar um efeito visual interessante, recomenda-se instalar o acionamento destas arandelas separadamente, além de dimmers que controlam a luminosidade.

9.4. Luminárias de chão

Este tipo de iluminação complementa outras luminárias e podem balancear a claridade num determinado ambiente ou proporcionar luz adicional a uma determinada área. Seu tamanho padrão varia entre 1,50m e 2,00m (Figura 8) e proporciona uma ênfase vertical ao ambiente.

Figura 8 – Luminária de chão

9.5. Abajures

São luminárias portáteis para serem usadas em mesas ou escrivaninhas. Suportam lâmpadas incandescentes, fluorescentes compactas e halógenas apropriadas para abajures (Figura 9).

Page 13: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 13

Figura 9 ˘ Abajures

10- CASO PRÁTICO DE UMA SALA DE TV

Como experiência, foi analisada uma sala de TV (Figura 10), com 25 m2, equipada com Home Theater e um aparelho televisor de 38 polegadas, em 3 situações de iluminação diferentes: dois abajures com lâmpadas incandescentes, 4 lâmpadas halógenas embutidas no teto e uma sanca em torno de todo o ambiente com luz fluorescente.

Figura 10 – Planta da sala analisada

As cenas a seguir foram fotografadas no ambiente acima descrito; a primeira imagem (Figura 11) mostra uma iluminação com dois abajures posicionados à frente da TV, ao

Page 14: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 14

fundo da sala e ao lado do espectador. A Figura 12 mostra a mesma cena com uma iluminação auxiliada por sancas com lâmpadas fluorescentes de 40W. A última imagem (Figura 13) caracteriza uma iluminação com 4 lâmpadas halógenas, embutidas no teto, posicionadas eqüidistantes no espaço.

Figura 11 – Iluminação com abajures (incandescente)

Figura 12 – Iluminação fluorescente

Page 15: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 15

Figura 13 – Iluminação Halógena

Na Figura 14, a seguir, pode-se notar a diferença de utilização e efeito das formas de iluminação citadas anteriormente.

Incandescente Fluorescente Halógena

Figura 14 – Comparação de iluminação

Quanto à área onde está localizado o aparelho de TV, pode-se notar a diferença de luminosidade entre os 3 tipos: Halógena (Figura 15), Fluorescente (Figura 16) e Abajures com incandescente (Figura 17) com o aparelho ligado.

Page 16: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 16

Figura 15 – Iluminação com halógena interferindo na TV

Figura 16 – Iluminação com fluorescente interferindo na TV

Page 17: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 17

Figura 17 – Iluminação com abajures incandescentes interferindo na TV

A Figura 18 simula uma visão panorâmica do ambiente com utilização da iluminação das sancas e luzes fluorescentes.

Figura 18 – Iluminação fluorescente

Page 18: SUMÁRIO - fec.unicamp.brluharris/galeria/ic042_05/TIDIA-ae_TopicoA_mat... · 3.1.Fluxo Luminoso O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens,

Introdução ao Conforto Visual

autor — Regiane Trevisan Pupo IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris

Página 18

11- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FARINA, M. A psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgard Blucher, 1982.

GRAÇA, V. Otimização de Projetos Arquitetônicos Considerando Parâmetros de Conforto Ambiental : O Caso das Escolas da Rede Estadual de São Paulo, 2002. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, UNICAMP. 2002.

LAM. W. Perception and Lighting as formgivers for architecture. New York: McGraw-Hill, 1977.

MILLET, M. Light Revealing Architecture. New York: Van Nostrand Reinhold, 1996. A luz revelando a arquitetura. Tradução experimental de Prof. PhD. Fernando O. R. Pereira e Prof. Dr. Anderson Claro, departamento de conforto ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC. 2003.

SHALABY, M. Evaluating Lightscape’s Accuracy For Predicting Daylighting Illuminance Compared To An Actual Space. Disseratação de mestrado apresentada ao departamento de Interior Design da Universdade da Florida. 2002.

STARCK, R. A Importancia, Necessidade, Requisitos E Consequencisa De Uma Iluminação Racional. Pontificia Unersidade Católica de Campinas, Campinas, SP. Junno 1977.

THURNAUER, M. Atrium Case Study, University of Miami, 2002: Disponivel em: http://www.muc.muohio.edu/%7Estudio/mark/html/Atrium.htm. Acesso em julho de 2005.

Sites

http://www.lrc.rpi.edu/programs/lightingTransformation/residentialLighting/index.asp (Lighting research Center)

http://www.lightingdesignlab.com/ (Lighting Design Lab)

http://www.osram.com.br/ (OSRAM)

http://www.lightworld.com/

www.lumini.com.br

www.erco.com

www.lightsearch.com