Ideologia e Direito - Duplo Vínculo Como Estruturante Jurídico-social - BAUMAN
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SUMRIO
1 Apresentao
2 Objetivos de aprendizagem
3 Desenvolvimento
4 Programao
5 Roteiro de atividades
6 Orientaes para o perodo de disperso
7 Avaliao
Anexos
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OFICINA 4 ORGANIZAO DA ATENO AOS EVENTOS AGUDOS E
S CONDIES CRNICAS NA ATENO PRIMRIA SADE
1 APRESENTAO
Observa-se, em todos os pases, um aumento constante na demanda por
servios de urgncia e uma consequente presso, muitas vezes insuportvel, sobre
as estruturas e os profissionais de sade.
Hoje, a assistncia em situaes de urgncia a principal causa de
insatisfao da populao que utiliza o sistema de ateno sade. Sempre haver
uma demanda por servios maior que a oferta e o aumento da oferta sempre
acarretar aumento da demanda, criando-se, assim, um sistema de difcil
equilbrio.
Por outro lado, a situao de sade brasileira revela uma importncia
relativa crescente das condies crnicas, que s poder ser respondida com a
efetivao das Redes de Ateno Sade (RAS). No entanto, implantar as Redes
pressupe mudanas radicais no modelo de gesto e de ateno sade,
apontando para a necessidade de se instituir tambm novos modelos de ateno
aos eventos agudos e s condies crnicas.
Nesse sentido, a Oficina 4 aborda a temtica dos eventos agudos e das
condies crnicas no mbito da Ateno Primria, destacando os modelos de
ateno e a implantao dos macroprocessos propostos na construo social da
APS.
Considerando que a necessidade de mudanas significativas no processo de
trabalho em sade pressupe a elaborao de um novo perfil profissional,
fundamentado no desenvolvimento e na avaliao de competncias, a Oficina traz
como grande desafio contribuir para o desenvolvimento da capacidade de
organizao da ateno aos eventos agudos e condies crnicas na Ateno
Primria Sade.
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2 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Para o alcance da competncia proposta, sero desencadeadas algumas
etapas do processo de aprendizagem, representadas pelos seguintes objetivos:
3.1 Objetivo geral:
Analisar os modelos de ateno e os macroprocessos relacionados para a
organizao da ateno aos eventos agudos e condies crnicas na Ateno
Primria Sade.
3.2 Objetivos especficos:
Discutir a organizao atual da Ateno Primria Sade para atendimento aos
eventos agudos e condies crnicas.
Compreender o Modelo de Ateno aos Eventos Agudos.
Compreender o Modelo de Ateno s Condies Crnicas proposto para o
Sistema nico de Sade.
Discutir os macroprocessos relacionados organizao da ateno aos eventos
agudos na Ateno Primria Sade (acolhimento, classificao de risco).
Discutir os macroprocessos relacionados organizao da ateno s condies
crnicas na Ateno Primria Sade (estratificao de risco, programao,
agenda).
3 DESENVOLVIMENTO
O processo de formao ser integrado, articulado e em estreita relao
com a realidade local, por meio de uma abordagem educacional mais participativa
e colaborativa, valorizando a integrao ensino-servio. Desta forma, os mtodos
de ensino-aprendizagem utilizados objetivam a aquisio de conhecimentos,
habilidades e atitudes a serem desenvolvidos pelos participantes, a partir de um
conjunto de estratgias educacionais, que resultar na apresentao de produtos
concretos.
Assim, a oficina 4 est estruturada de forma a trabalhar com algumas
estratgias para estimular a participao ativa de todos no processo de construo
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coletiva do conhecimento. So propostos alguns trabalhos em grupos, seguidos de
compartilhamento dos produtos e exposies para sistematizao das informaes
trabalhadas.
recomendado material bibliogrfico adicional para leitura e
aprofundamento das temticas e complementao dos objetivos propostos na
oficina.
4 PROGRAMAO
A programao da oficina est organizada em turnos, com carga horria de
4 horas/aula cada um, durante os quais sero realizadas atividades conforme os
objetivos de aprendizagem j apresentados. O tempo estimado para cada atividade
apenas uma proposta. Poder ser readequado de acordo com o ritmo de trabalho
do grupo.
MANH
HORRIO ATIVIDADES PROGRAMADAS
8h 8h30min Inscrio e entrega de material
8h30min 9h Acolhimento e abertura da Oficina
9h 10h Atividade 1 Plenrio: Disperso da Oficina de
Territrio e Vigilncia em Sade
10h 10h15min
Atividade 2 - Exposio dialogada: A Oficina de
organizao da Ateno aos Eventos Agudos e s
Condies Crnicas na Ateno Primria Sade
10h15min 10h30min Caf com prosa (deslocamento para os grupos)
10h30min 12h
Atividade 3 Trabalho em grupo com plenrio externo:
Por que organizar a ateno aos eventos agudos e s
condies crnicas na Ateno Primria Sade?
12h 12h30min
Atividade 4 Plenrio do trabalho em grupo: Por que
organizar a ateno aos eventos agudos e condies
crnicas na Ateno Primria Sade?
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12h30min 13h30min Intervalo para almoo
TARDE
HORRIO ATIVIDADES PROGRAMADAS
13h30min 13h45min Dinmica de aquecimento nos grupos
13h45min 15h30min
Atividade 5 - Trabalho em grupo com plenrio interno:
Analisando os eventos agudos e as condies crnicas na
Ateno Primria Sade
15h30min 15h45min Caf com prosa (deslocamento para o plenrio)
15h45min 16h30min
Atividade 6 Exposio dialogada: A organizao da
Ateno aos Eventos Agudos e s Condies Crnicas na
Ateno Primria Sade
16h30min 17h Orientaes para o perodo de disperso
17h - 17h30min Avaliao da oficina
17h30min Encerramento
5 ROTEIRO DE ATIVIDADES
MANH
ATIVIDADE 1 PLENRIO: DISPERSO DA OFICINA DE TERRITRIO E
VIGILNCIA EM SADE
1 hora
DESCRIO:
1. A Oficina de Territrio e Vigilncia em Sade tinha como grande desafio
contribuir para o desenvolvimento da capacidade de fortalecer a concepo do
territrio como elemento estruturante para anlise e planejamento estratgico
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local das aes integradas da Ateno Primria e da Vigilncia em Sade. Para
tanto, foram propostos os seguintes produtos a serem realizados no perodo de
disperso:
Delimitao do territrio de cada equipe de Ateno Primria Sade, com as
microreas discriminadas, por meio da reviso da territorializao;
Anlise da situao de cadastramento dos cidados e das famlias residentes no
territrio com proposio de estratgias para sua devida efetivao;
Anlise da cobertura da Ateno Primria Sade (Equipe de Sade da Famlia,
Agente Comunitrio de Sade, Equipe de Sade Bucal, Equipe do Ncleo de Apoio
Sade da Famlia, dentre outros);
Elaborao da matriz de integrao da Ateno Primria Sade e Vigilncia em
Sade, no que se refere ao componente Territrio integrado entre Ateno
Primria e Vigilncia em Sade, seguindo-se a diretriz proposta e as aes
recomendadas.
2. Nessa atividade, os participantes socializaro os produtos de disperso, dando
destaque s facilidades e dificuldades para sua realizao e, principalmente,
aplicao prtica do aprendizado ao cotidiano de trabalho da Ateno Primria
Sade.
3. Ao final, o coordenador do plenrio far o resgate dos objetivos da Oficina 3 para
analisar o grau de alcance dos mesmos.
RESGATANDO OS OBJETIVOS DA OFICINA DE TERRITRIO E
VIGILNCIA EM SADE
Objetivo geral:
- Identificar estratgias de integrao das aes de Ateno Primria Sade e de
Vigilncia em Sade no territrio.
Objetivos especficos:
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- Compreender o conceito de territrio e o processo de territorializao, bem
como sua aplicabilidade no planejamento em sade.
- Compreender os conceitos de risco e vulnerabilidade nos territrios adscritos
s equipes de Ateno Primria Sade.
- Discutir ferramentas de anlise situacional para a organizao, planejamento,
monitoramento e avaliao das aes.
- Discutir as relaes entre a Vigilncia em Sade e a Ateno Primria Sade
com foco no territrio.
ATIVIDADE 2 EXPOSIO DIALOGADA: A OFICINA DE ORGANIZAO DA
ATENO AOS EVENTOS AGUDOS E S CONDIES CRNICAS NA ATENO
PRIMRIA SADE
15 minutos
DESCRIO:
Ser apresentada a proposta da oficina de organizao da ateno aos eventos
agudos e s condies crnicas na Ateno Primria Sade, sua relao com as
demais oficinas da Planificao, a competncia proposta, as etapas de
aprendizagem, a metodologia e, principalmente, a importncia da implantao
desses macroprocessos no mbito da construo social da Ateno Primria
Sade.
ATIVIDADE 3 TRABALHO EM GRUPO COM PLENRIO EXTERNO: POR QUE
ORGANIZAR A ATENO AOS EVENTOS AGUDOS E S CONDIES CRNICAS
NA ATENO PRIMRIA SADE?
1 hora e 30 minutos
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DESCRIO:
Passo 1 - Cada grupo contar com o apoio de facilitadores nessa atividade para a
mediao do trabalho proposto. Antes de dar incio, deve-se eleger um
coordenador e um relator para a atividade, lembrando que todos tero a
oportunidade de exercer essas funes em algum momento. Veja a seguir o papel
desses atores no grupo:
RESGATANDO O PAPEL DO COORDENADOR E DO RELATOR DO
GRUPO
O coordenador responsvel por monitorar o tempo indicado pelos
facilitadores para as discusses do grupo e coordenar as atividades para a
concluso do trabalho proposto. J o relator responsvel por sintetizar as ideias e
discusses do grupo e apresent-las em plenrio, seja este interno ou externo.
Registre aqui as pessoas que exercero as funes de
coordenador(a):_____________________ e de relator(a):_______________________ nessa
primeira atividade.
Passo 2 A atividade traz dois textos de apoio que juntos procuram responder ao
tema central do trabalho em grupo: Por que organizar a ateno aos eventos
agudos e s condies crnicas na Ateno Primria Sade?
Para leitura e discusso dos textos, os grupos se organizaro conforme indicado no
quadro a seguir:
Grupos Textos para leitura
A Texto 1 Os eventos agudos na Ateno Primria Sade
B Texto 2 As condies crnicas na Ateno Primria Sade
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Passo 3 - Para cada texto, h uma sequncia de questes que nortearo as
discusses. Veja a seguir:
Textos para leitura Questes norteadoras
Texto 1 Os eventos
agudos na Ateno
Primria Sade
a) Quais os principais eventos agudos que chegam
Unidade Bsica de Sade?
b) A equipe utiliza algum modelo de classificao de
risco para eventos agudos? Especifique.
c) Como funciona o fluxo do atendimento para os
eventos agudos em sua Unidade?
d) Na agenda da equipe, como est organizado o
atendimento aos eventos agudos?
Texto 2 As condies
crnicas na Ateno
Primria Sade
a) Quais as principais condies crnicas existentes
no territrio?
b) A equipe utiliza algum tipo de estratificao de risco
para condies crnicas? Especifique.
c) Como funciona o fluxo do atendimento para as
condies crnicas em sua Unidade?
d) Na agenda da equipe, como est organizado o
atendimento s condies crnicas?
Passo 4 Como a atividade requer a leitura e discusso de textos, seguem algumas
orientaes gerais sobre leitura coletiva no Box a seguir.
ORIENTAES PARA A LEITURA COLETIVA:
Recomenda-se uma leitura paragrafada, na qual cada participante faz
a leitura de um ou mais pargrafos; entretanto, facultada aos que
desejarem contribuir. importante que seja realizada em voz alta para que todos
acompanhem.
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Cada participante deve destacar os termos desconhecidos ou parcialmente
compreendidos, colocando-os para o grupo, imediatamente aps aparecerem no
texto, para que sejam esclarecidos. A responsabilidade em esclarecer os termos
compartilhada entre os membros do grupo e seus facilitadores. O relator deve
registrar no papel craft os termos identificados pelo grupo.
O registro do processo de trabalho do grupo dever ser feito pelo relator, em
papel afixado na parede, para que todos possam visualizar a produo coletiva.
Passo 5 A seguir, o grupo deve proceder leitura do texto de apoio (1 ou 2),
conforme orientado:
TEXTO DE APOIO 1 OS EVENTOS AGUDOS
NA ATENO PRIMRIA SADE1
1 CONCEITO
Conforme visto na Oficina 1, as condies agudas so aquelas condies de sade
de curso curto, que se manifestam de forma pouco previsvel, exigindo um tempo de
resposta oportuno pelo sistema de ateno sade. Envolvem as doenas transmissveis
de curso curto (gripe, dengue), as doenas inflamatrias e infecciosas agudas (apendicite,
amigdalite) e os traumas.
J as condies crnicas possuem curso mais ou menos longo ou permanente, que
devem ser manejadas de forma proativa, contnua e integrada, pelo sistema de ateno
sade, pelos profissionais de sade e pelas pessoas usurias para seu controle efetivo,
eficiente e com qualidade. Podem ser divididas em condies crnicas no agudizadas e
condies crnicas agudizadas.
Certas condies crnicas podem apresentar momentos de agudizao e, nesses
momentos, devem ser enfrentadas na lgica das condies agudas. Por essa razo, surge
uma terceira categoria, a dos eventos agudos, que um somatrio das condies agudas e
1 Texto adaptado do livro CONASS Debate A crise contempornea dos modelos de ateno sade - 2014 e do livro A Construo Social da Ateno Primria Sade, de Eugnio Vilaa Mendes 2015, ambos publicados pelo Conselho Nacional de Secretrios de Sade.
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das agudizaes de condies crnicas (por exemplo, emergncia hipertensiva,
descompensao diabtica, crise asmtica).
Os eventos agudos devem ser respondidos por uma rede de urgncia e emergncia
que se pode estruturar por meio de respostas sociais reativas, episdicas e integradas.
2 A DEMANDA DE EVENTOS AGUDOS NA ATENO PRIMRIA SADE
Na Oficina 2, constatou-se que a estrutura da demanda na Ateno Primria
Sade (APS) ampla e diversificada. Contudo, na prtica social dos cuidados primrios,
opera-se com uma estrutura de demanda limitada, que desconhece essa diversidade. Em
geral, reduzida aos cuidados dos eventos agudos (demanda espontnea) e das condies
crnicas (demanda programada); algumas vezes, trabalha-se, alm disso, com a demanda
por cuidados preventivos. H, ainda, o que os criadores do Chronic Care Model
denominaram de tirania do urgente em que a ateno aos eventos agudos sobrepe-se
ao cuidado das condies crnicas programadas em agendas sobrecarregadas (WAGNER
et al., 1996).
Uma pesquisa feita em Florianpolis mostrou que 28 condies de sade
respondem por 50,4% da demanda total na APS, enquanto 13 condies agudas
respondem por 13,7% (LOPES, 2012). Dentre os principais eventos agudos que se
apresentam na APS, tem-se: infeco do aparelho respiratrio superior (3,8%), estado de
ansiedade (1,3%), gastrenterite (1,2%), amigdalite aguda, cistite/outras infeces
urinrias (1,1%), dor abdominal generalizada/colites (0,9%), dores musculares, cefaleia
(0,8%), vaginite/vulvite (0,7%), otite aguda, bursite/tendinite/sinovite, rinite alrgica
(0,6%). (GUSSO, 2009).
Nas redes de ateno s urgncias e emergncias, a APS no constitui seu centro de
comunicao, mas desempenha uma funo importante, por ser um dos seus pontos de
ateno, responsvel pelo atendimento da maior parte dos eventos agudos. Assim, a APS
deve classificar os riscos das pessoas que se apresentam neste ponto de ateno com
queixa de evento agudo, deve atender s urgncias menores (azuis e verdes) e deve
prestar os primeiros atendimentos s urgncias maiores (amarelos, laranjas e vermelhos),
encaminhando-as, por meio da central de regulao, aos outros pontos de ateno
resolutivos para essas situaes.
Para tanto, preciso implantar um modelo efetivo de ateno aos eventos agudos,
que se preste organizao das respostas dos sistemas de ateno sade, s condies
agudas e s agudizaes das condies crnicas, convocando, necessariamente, algum tipo
de classificao de risco na APS.
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3 MODELOS DE ATENO AOS EVENTOS AGUDOS
Os modelos de ateno aos eventos agudos tm como objetivo identificar, no
menor tempo possvel, com base em sinais de alerta, a gravidade de uma pessoa em
situao de urgncia ou emergncia e definir o ponto de ateno adequado para aquela
situao, considerando-se, como varivel crtica, o tempo de ateno requerido pelo risco
classificado, ou seja, o tempo-resposta do sistema.
Mendes (2014) desenvolveu um modelo de ateno aos eventos agudos, que tem
como base o modelo da determinao social da sade de Dahlgren e Whitehead (1991),
utiliza um sistema de classificao de risco e opera com a tecnologia de gesto da condio
de sade para os eventos agudos diagnosticados. Esse modelo est representado na Figura
1.
Figura 1 - O modelo de ateno aos eventos agudos
O modelo estrutura-se em quatro nveis e em funo de algumas variveis
fundamentais: a promoo da sade, a preveno das condies de sade, a gravidade
(risco), o tempo resposta e os recursos necessrios.
O nvel 1 incorpora as intervenes de promoo da sade, na populao total, em
relao aos determinantes sociais intermedirios da sade, segundo a proposta de
Dahlgren e Whitehead (1991). Nesse nvel, as intervenes so realizadas por meio de
projetos intersetoriais. Um caso exitoso de promoo da sade em relao aos traumas o
da Sucia, por meio de um programa denominado Trauma Zero, que articula polticas de
diferentes setores com o objetivo de alcanar a meta de trauma zero naquele pas em 2017
(WILES, 2007).
O nvel 2 incorpora as intervenes de preveno das condies de sade, em
subpopulaes de riscos, em relao aos determinantes sociais proximais da sade
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relativos aos comportamentos e aos estilos de vida (uso excessivo de lcool, inatividade
fsica, alimentao inadequada, tabagismo, estresse e outros). As aes nesse nvel so
muito efetivas em prevenir eventos agudos muito frequentes, como infarto agudo do
miocrdio e acidente vascular enceflico.
Os nveis 3 e 4 referem-se a eventos agudos ocorridos que devem ser atendidos
por uma tecnologia de gesto da clnica, denominada de gesto das condies de sade. No
nvel 3, faz-se a gesto da condio de sade por meio da classificao de risco. Para isso
utiliza-se um sistema de classificao de risco com o objetivo de estabelecer, rapidamente,
a ateno no lugar certo e no tempo certo.
A organizao do sistema de ateno sade, para responder s necessidades
colocadas pelos eventos agudos implica, na perspectiva das Redes de Ateno Sade
(RAS), a construo de uma linguagem comum, que permeie todo o sistema, estabelecendo
o melhor local para a resposta a uma determinada situao e num tempo predeterminado.
As experincias mundiais vm mostrando que essa linguagem estrutura-se em
diretrizes clnicas, codificadas num sistema de classificao de risco, como base de uma
rede de ateno s urgncias e s emergncias.
H vrios modelos que podem ser utilizados, mas no Brasil, tem sido utilizado
crescentemente, o Sistema Manchester de Classificao de risco, que opera com algoritmos
e determinantes, associados a tempos de espera simbolizados por cores (verde, azul,
amarelo, laranja e vermelho) e que usado em vrios pases da Europa (MACWAY-JONES
et al., 2010). O quadro 1 mostra a escala da classificao de risco nesse Sistema.
Quadro 1 - A classificao de riscos do Sistema de Triagem de Manchester.
NMERO NOME COR TEMPO-ALVO
EM MINUTOS
1 Emergente Vermelho 0
2 Muito urgente Laranja 10
3 Urgente Amarelo 60
4 Pouco urgente Verde 120
5 No urgente Azul 240
Fonte: Mackway-Jones et al. (2005)
Esse Sistema, ainda que desenvolvido para utilizao em pontos de ateno
secundrios e tercirios, especialmente hospitalares, tem sido aplicado na APS, em
diferentes lugares, no SUS (MARQUES et al., 2010). Outro sistema utilizado o Protocolo
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de Classificao de Risco do Ministrio da Sade, constante no Caderno de Ateno Bsica
n 28 - Acolhimento Demanda Espontnea: Queixas mais comuns na Ateno Bsica, que
utiliza o acolhimento com a escuta qualificada e uma classificao de risco, conforme
evidencia o quadro 2.
Quadro 2 Classificao geral dos casos de demanda espontnea na ateno bsica.
Situao No Aguda
Condutas possveis:
Orientao especfica e/ou sobre as ofertas da unidade; Adiantamento de aes previstas em protocolos (ex: teste de gravidez,
imunizao); Agendamento/programao de intervenes
Contudo, vale salientar que o tempo para o agendamento deve levar em considerao a histria, vulnerabilidade e o quadro clnico da queixa.
Situao Aguda ou Crnica Agudizada
Condutas possveis:
Atendimento imediato (alto risco de vida): necessita de interveno da equipe no mesmo momento, obrigatoriamente com a presena do mdico. Ex: parada cardiorrespiratria, dificuldade respiratria grave, convulso, rebaixamento do nvel de conscincia, dor severa.
Atendimento prioritrio (risco moderado): necessita de interveno breve da equipe, podendo ser ofertadas inicialmente, medidas de conforto pela enfermagem, at a nova avaliao do profissional mais indicado para o caso. Influencia na ordem de atendimento. Ex.: Crise asmtica leve e moderada, febre sem complicao, gestante com dor abdominal, usurios com suspeita de doenas transmissveis, pessoas com ansiedade significativa, infeces orofaciais disseminadas, hemorragias bucais espontneas ou decorrentes de trauma, suspeita de violncia.
Atendimento no dia (risco baixo, ou ausncia de risco, com vulnerabilidade importante): situao que precisa ser manejada no mesmo dia pela equipe, levando em conta a estratificao de risco biolgico e a vulnerabilidade psicossocial. O manejo poder ser feito pelo enfermeiro e/ou mdico e/ou odontlogo ou profissionais do Ncleo de Apoio Sade da Famlia (NASF), dependendo da situao e dos protocolos locais. Ex.: disria, tosse sem sinais de risco, dor lombar leve, renovao de medicamento de uso contnuo, conflito familiar, usurio que no conseguir acessar o servio em outro momento.
Fonte: Caderno de Ateno Bsica n 28 Ministrio da Sade, 2013.
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Retomando o modelo de ateno aos eventos agudos, o nvel 4 opera as
intervenes de gesto da condio de sade, no manejo dos eventos diagnosticados.
Nesse nvel, faz-se o atendimento nos pontos de ateno e no tempo estabelecidos pela
classificao de risco, a utilizao de protocolos clnicos baseados em evidncias, o
diagnstico e seu manejo segundo os protocolos clnicos, a educao permanente dos
profissionais de sade, a gesto dos riscos de ateno, nas unidades de atendimento aos
eventos agudos e a programao dos eventos agudos.
4 A ORGANIZAO DOS MACROPROCESSOS DA ATENO AOS EVENTOS AGUDOS NA
ATENO PRIMRIA SADE
De acordo com a proposta de construo social da APS, a organizao dos
macroprocessos da ateno aos eventos agudos implica implantar os processos de
acolhimento e de classificao de risco, ou seja, organizar, sob a gide da ateno centrada
na pessoa, um acolhimento eficaz e humanizado. Significa, tambm, capacitar as equipes
de APS para o atendimento s urgncias menores e o primeiro atendimento s urgncias
maiores (MENDES, 2015).
Embora haja resistncias utilizao de sistemas de classificao de riscos na APS,
na teoria de redes, contudo, central a utilizao de uma linguagem comum por todos os
ns. Seja o Sistema de Classificao de Risco de Manchester ou o Protocolo de Classificao
de Risco do Ministrio da Sade (Caderno de Ateno Bsica n 28), o importante que na
ateno aos eventos agudos, esse sistema seja o mesmo, em todos os pontos de ateno
das redes.
Um estudo realizado no Laboratrio de Inovaes na Ateno s Condies
Crnicas em Santo Antnio do Monte Minas Gerais, mostrou que o atendimento s
urgncias e emergncias, aps a implantao do Sistema Manchester de classificao de
risco em todas as Unidades Bsicas de Sade, com capacitao das equipes no manejo dos
eventos agudos azuis e verdes, e vinculao dessas Unidades Unidade de Pronto
Atendimento (UPA), resultou na reduo de 90% de casos brancos e azuis na UPA, reduo
de 25% dos atendimentos na UPA, reduo de 30% nos custos com a UPA, reduo de 50%
nos gastos com combustveis das ambulncias, abertura de vagas nos hospitais de
referncia terciria e um ndice de 80% de satisfao dos usurios (OLIVEIRA, 2014).
Assim, a APS um ponto de ateno sade fundamental nas redes de ateno s
urgncias e s emergncias. Para tanto, imprescindvel realizar a classificao de risco
nas unidades de cuidados primrios e adens-las, para atender s urgncias menores e
fazer o primeiro atendimento das urgncias maiores. Se isso no feito, no se retiram as
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urgncias menores dos hospitais e essa uma das causas das longas filas e das macas nos
corredores, o que torna impossvel organizar a ateno hospitalar s urgncias maiores.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica. Acolhimento demanda espontnea: queixas mais comuns na Ateno Bsica (Srie A. Normas e Manuais Tcnicos). Cadernos de Ateno Bsica n. 28, 2013. CONASS. CONASS Debate A crise contempornea dos modelos de ateno sade. Braslia: 2014. 171 p. DAHLGREN G, WHITEHEAD M. Policies and strategies to promote social equity in health. Stocolm, Institute for Future Studies, 1991. GUSSO, G.D.F. Diagnstico da demanda em Florianpolis utilizando a Classificao Internacional da Ateno Primria, 2 edio (CIAP-2). So Paulo, Tese de doutorado na Faculdade de Medicina da USP, 2009. LOPES, J. M. C. Princpios da medicina de famlia e comunidade. In: Gusso G, Lopes JMC (Organizadores). Tratado de medicina de famlia e comunidade: princpios, formao e prtica. Porto Alegre, Artmed, vol. I, 2012. MACKWAY-JONES K et al. Sistema Manchester de Classificao de Risco: classificao de risco na urgncia e emergncia. Belo Horizonte, Grupo Brasileiro de Classificao de Risco, 2010. MARQUES AJS. Rede de urgncia e emergncia. In: MARQUES AJS et al (Organizadores). O choque de gesto em Minas Gerais: resultados em sade. Belo Horizonte, Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais, 2010. MENDES, E. V. As redes de ateno sade. Braslia, Organizao Pan-Americana da Sade, 2011. ___________. O modelo de ateno aos eventos agudos. Belo Horizonte, mimeo, 2014. ___________. A Construo Social da Ateno Primria Sade. Conselho Nacional de Secretrios de Sade, 2015. ___________. O cuidado das condies crnicas na ateno primria sade: o imperativo da consolidao da estratgia da sade da famlia. Braslia: Organizao Pan-Americana da Sade, 2012. OLIVEIRA, B. B. Ateno ao evento agudo. Santo Antnio do Monte, Secretaria Municipal de Sade de Santo Antnio do Monte, 2014. WAGNER EH et al. Organizing care for patients with chronic illness. Milbank Q., 74: 511-544, 1996. WILES D. Swedens road safety vision catches on. Sweden Today, April 13, 2007.
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TEXTO DE APOIO 2 AS CONDIES CRNICAS
NA ATENO PRIMRIA SADE2
1 CONCEITO
Conforme visto na Oficina 1, as condies crnicas possuem curso mais ou menos
longo ou permanente, podem ser divididas em condies crnicas no agudizadas e
condies crnicas agudizadas, e devem ser manejadas de forma proativa, contnua e
integrada pelo sistema de ateno sade, pelos profissionais de sade e pelas pessoas
usurias para seu controle efetivo, eficiente e com qualidade.
Todas as doenas crnicas so condies crnicas, mas tambm o so as seguintes
condies: fatores de risco individuais biopsicolgicos como colesterol elevado, depresso,
hipertenso arterial, pr-diabetes e sobrepeso ou obesidade; doenas transmissveis de
curso longo como hansenase, tuberculose, hepatites B e C e HIV/AIDS; a manuteno da
sade por ciclos de vida como a puericultura, a hebicultura e a senicultura; os distrbios
mentais de longo prazo; as deficincias fsicas e estruturais contnuas, como amputaes e
deficincias motoras persistentes e doenas bucais (MENDES, 2012).
Certas condies crnicas podem apresentar momentos de agudizao e, nesses
momentos, devem ser enfrentadas na lgica das condies agudas.
2 A DEMANDA DE CONDIES CRNICAS NA ATENO PRIMRIA SADE
Na Oficina 2, constatou-se que a estrutura da demanda na Ateno Primria
Sade (APS) ampla e diversificada. Contudo, na prtica social dos cuidados primrios,
opera-se com uma estrutura de demanda limitada,que desconhece essa diversidade. Em
geral, reduzida aos cuidados dos eventos agudos (demanda espontnea) e das condies
crnicas (demanda programada); algumas vezes, trabalha-se, alm disso, com a demanda
por cuidados preventivos. H, ainda, o que os criadores do Chronic Care Model
denominaram de tirania do urgente em que a ateno aos eventos agudos sobrepe-se
ao cuidado das condies crnicas programadas em agendas sobrecarregadas (WAGNER
et al., 1996).
2 Texto adaptado do livro CONASS Debate A crise contempornea dos modelos de ateno sade - 2014 e do livro A Construo Social da Ateno Primria Sade, de Eugnio Vilaa Mendes 2015, ambos publicados pelo Conselho Nacional de Secretrios de Sade.
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Uma pesquisa feita em Florianpolis,0 mostrou que 28 condies de sade
respondem por 50,4% da demanda total na APS e que do total de 28 problemas de sade,
21 (82%) so condies crnicas e sete (18%) so condies agudas (LOPES, 2012;
GUSSO, 2009). Isso mostra que a demanda na APS fortemente concentrada em condies
crnicas.
Diante do crescimento da prevalncia das condies crnicas e, especialmente, das
doenas crnicas, faz-se necessrio implantar um modelo efetivo de ateno s condies
crnicas.
3 OS MODELOS DE ATENO S CONDIES CRNICAS
3.1 O Modelo de Ateno Crnica (CCM)
O Modelo de Ateno Crnica, traduo literal de Chronic Care Model (CCM),
constitui o modelo mais fundamentado e que deu origem a diversos outros. Foi
desenvolvido nos Estados Unidos, a partir de ampla reviso da literatura internacional
sobre a gesto das condies crnicas. A Figura 1 representa o CCM.
Figura 1 O Modelo de Ateno Crnica
O modelo deve ser lido de baixo para cima. Assim, para se obter bons resultados
clnicos e funcionais nas condies crnicas, devem-se promover mudanas nos sistemas
de sade, que estabeleam interaes produtivas entre equipes de sade proativas e
20
preparadas e pessoas usurias ativas e informadas. Para isso, so necessrias mudanas
em dois campos: no sistema de sade e nas relaes desses sistemas com a comunidade.
No sistema de sade, as mudanas devem ser feitas na organizao da ateno
sade, no desenho do sistema de prestao de servios, no suporte s decises, nos
sistemas de informao clnica e no autocuidado apoiado. Na comunidade, as mudanas
esto centradas em novas formas de articulao dos servios de sade com os recursos da
comunidade.
H evidncias, na literatura internacional, sobre os efeitos positivos do CCM na
ateno s condies crnicas, tais como: os portadores de diabetes tiveram um
decrscimo significativo de seu risco cardiovascular; os portadores de insuficincia
cardaca apresentaram melhores tratamentos e utilizaram menos 35% de internaes,
medidas por leitos/dia; os portadores de asma e diabetes receberam tratamentos mais
adequados s suas doenas; e as mudanas produzidas pela implantao do CCM tiveram
sustentabilidade em 82% das organizaes estudadas e se difundiram dentro e fora dessas
organizaes (RAND HEALTH, 2008).
3.2 O Modelo da Pirmide de Riscos (MPR)
O modelo da pirmide de riscos (MPR) conhecido, tambm, como modelo da
Kaiser Permanente porque foi essa operadora de planos de sade dos Estados Unidos que
o desenvolveu e o implantou na sua rotina assistencial.
Assenta-se fortemente na estratificao dos riscos da populao o que, por sua vez,
define as estratgias de interveno em autocuidado e em cuidado profissional. Dessa
forma, o cuidado profissional, em razo dos riscos, define a tecnologia de gesto da clnica
a ser utilizada, se gesto da condio de sade ou, se gesto de caso. O MPR est
representado na Figura 2.
21
Figura 2 O Modelo da Pirmide de Riscos
A Figura 2 mostra que uma populao portadora de condio crnica pode ser
estratificada por nveis de complexidade. Assim, 70% a 80% esto no nvel 1 - so pessoas
que apresentam condio simples, possuem capacidade para se autocuidarem e
constituem a grande maioria da populao total portadora da condio crnica. Cerca de
20% a 30% esto no nvel 2 - so pessoas que apresentam condio complexa porque tem
fator de risco biopsicolgico ou condio crnica, ou mais de uma, com certo grau de
instabilidade, ou potencial de deteriorao de sua sade, a menos que tenham o suporte de
equipe profissional. A maior parte do cuidado deve ser provida por equipe de ateno
primria sade, com apoio de especialistas. O autocuidado apoiado continua a ser
importante para esta subpopulao, mas a ateno profissional pela equipe de sade
mais concentrada. H, nesta populao, alto uso de recursos de ateno sade.
Finalmente, 1% a 5% esto no nvel 3, so pessoas que apresentam necessidades
altamente complexas e/ou pessoas usurias frequentes de ateno no programada, de
emergncia, ambulatorial ou hospitalar, e que requerem gerenciamento ativo por parte de
um gestor de caso. H, nesta subpopulao, uso muito intensivo de recursos de ateno
sade.
A lgica do MPR est em promover a sade de toda a populao, de estruturar as
aes de autocuidado apoiado para os portadores de condies de sade mais simples, de
ofertar a gesto da condio de sade, para as pessoas que tenham condio estabelecida e
de manejar os portadores de condies de sade altamente complexas, por meio da
tecnologia de gesto de caso.
22
3.3 O Modelo da Determinao Social da Sade de Dahlgren e Whitehead
O Modelo de Dahlgren e Whitehead (DSS) inclui os determinantes sociais da sade
dispostos em diferentes camadas concntricas, segundo seu nvel de abrangncia, desde
uma camada mais prxima aos determinantes individuais at uma camada distal em que
se situam os macrodeterminantes. A Figura 3 representa esse Modelo.
Figura 3 O Modelo da Determinao Social da Sade de Dahlgren e Whitehead
De acordo com o Modelo, os fatores macro da camada 5 - determinantes distais
devem ser enfrentados por meio de macropolticas saudveis que atuem a fim de reduzir a
pobreza e a desigualdade, a superar as iniquidades em termos de gnero e de etnicidade, a
promover a educao universal e inclusiva, e a atuar na preservao do meio ambiente.
Os determinantes sociais da camada 4 - determinantes intermedirios convocam
polticas de melhoria das condies de vida e de trabalho, incluindo o acesso a servios
essenciais, tais como educao, servios sociais, habitao, saneamento e sade. Essas
intervenes so fundamentais para promover equidade em sade. A forma de
interveno mais adequada a organizao de projetos intersetoriais.
Os determinantes sociais da camada 3 exigem polticas de construo da coeso
social e de redes de suporte social, que permitam a acumulao de capital social. As
alternativas polticas envolvem: a implementao de sistemas de seguridade social
inclusivos; o fortalecimento da participao social ampla no processo democrtico; o
desenho de equipamentos sociais, que facilitem os encontros e as interaes sociais nas
comunidades; e a promoo de esquemas que permitam as pessoas trabalharem
coletivamente, nas prioridades de sade que identificaram.
Os determinantes sociais da camada 2 - determinantes proximais tornam
imperativa a necessidade de afastar barreiras estruturais aos comportamentos saudveis
23
e de criao de ambientes de suporte s mudanas comportamentais. Isso significa
reforar a necessidade de combinar mudanas estruturais ligadas s condies de vida e
de trabalho, com aes, desenvolvidas, no plano micro, com pequenos grupos ou pessoas,
de mudana de comportamentos no saudveis.
Por fim, os determinantes individuais da camada 1, em geral considerados
determinantes no modificveis, so enfrentados pela ao dos servios de sade sobre os
fatores de risco biopsicolgicos (hipertenso arterial sistmica, depresso, dislipidemia,
intolerncia glicose e outros) e/ou, sobre as condies de sade j estabelecidas e
estratificadas por riscos e gerenciadas por tecnologias de gesto da clnica.
3.4 Um Modelo de Ateno s Condies Crnicas para o SUS
O Modelo de Ateno s Condies Crnicas (MACC), proposto por Mendes (2011),
baseia-se, como tantos outros, no CCM, mas agrega, quele modelo seminal o MPR e o
Modelo da Determinao Social da Sade, para ajust-lo s singularidades do Sistema
nico de Sade (SUS).
3.4.1 A descrio do Modelo de Ateno s Condies Crnicas (MACC)
O Modelo de Ateno s Condies Crnicas (MACC) deve ser lido em trs colunas:
na coluna da esquerda, sob a influncia do MPR, est a populao total estratificada em
subpopulaes por estratos de riscos. Na coluna da direita, sob a influncia do Modelo de
DSS, esto os diferentes nveis de determinao social da sade: os determinantes
intermedirios, proximais e individuais. claro que se tratando de modelo de ateno
sade, no caberia, aqui, incluir os macrodeterminantes distais da sade. Na coluna do
meio esto, sob a influncia do CCM, os cinco nveis das intervenes de sade sobre os
determinantes e suas populaes: intervenes promocionais, preventivas e de gesto da
clnica.
24
Figura 4 O Modelo de Ateno s Condies Crnicas
O lado esquerdo da Figura 4 corresponde a diferentes subpopulaes de uma
populao total, sob a responsabilidade da APS: o nvel 1, a populao total e em relao
qual se intervir sobre os determinantes sociais da sade intermedirios; o nvel 2, as
subpopulaes com diferentes fatores de riscos ligados aos comportamentos e aos estilos
de vida (determinantes sociais da sade proximais); o nvel 3, as subpopulaes de
pessoas com riscos individuais biopsicolgicos e/ou, com condio crnica estabelecida,
mas de baixo e mdio riscos; o nvel 4, as subpopulaes de pessoas com condio crnica
estabelecida, mas de alto e muito alto riscos; e o nvel 5, as subpopulaes de condies de
sade muito complexas.
O lado direito da Figura 4 corresponde ao foco das diferentes intervenes de
sade, em razo dos determinantes sociais da sade e o meio da Figura representa as
principais intervenes de sade, em relao populao/ subpopulaes e aos focos
prioritrios das intervenes sanitrias.
No nvel 1, as intervenes so de promoo da sade, em relao populao
total e com foco nos determinantes sociais intermedirios, por meio de projetos
intersetoriais que articulem aes de servios de sade, com aes de melhoria
habitacional, de gerao de emprego e renda, de ampliao do acesso ao saneamento
bsico, de melhoria educacional, melhoria na infraestrutura urbana etc.
No nvel 2, as intervenes so de preveno das condies de sade e com foco
nos determinantes proximais da sade, ligados aos comportamentos e aos estilos de vida,
25
considerados fatores de risco modificveis e potenciados pelos determinantes sociais
intermedirios e distais. Os mais importantes so o tabagismo, a alimentao inadequada,
a inatividade fsica, o excesso de peso e o uso excessivo de lcool (COMISSO NACIONAL
SOBRE DETERMINANTES SOCIAIS DA SADE, 2008).
At o segundo nvel no h condio de sade estabelecida, ou a manifestao de
fator de risco biopsicolgico, exceo dos riscos por idade ou gnero. Somente a partir do
nvel 3 do MACC que se vai operar com fator de risco biopsicolgico individual e/ou com
condio de sade cuja gravidade, expressa na complexidade, convoca intervenes
diferenciadas do sistema de ateno sade. Por isso, as intervenes relativas s
condies de sade estabelecidas implicam a estratificao dos riscos, segundo as
evidncias produzidas pelo MPR.
Os nveis 3, 4 e 5 do MACC esto vinculados aos indivduos com suas
caractersticas de idade, sexo, fatores hereditrios e fatores de risco biopsicolgicos,
camada central do modelo de DSS. As intervenes so predominantemente clnicas,
operadas por tecnologias de gesto da clnica, a partir da gesto com base na populao.
Aqui, o campo privilegiado da clnica, no seu sentido mais estrito.
A partir do nvel 3, exige-se a definio de subpopulaes recortadas segundo a
estratificao de riscos da condio de sade, definida pelo MPR. Nesse nvel 3,
estruturam-se as intervenes sobre os fatores de risco biopsicolgicos como idade,
gnero, hereditariedade, hipertenso arterial, dislipidemias, depresso, pr-diabetes e
outros. Ademais, vai-se operar com subpopulaes da populao total, que apresentam
condio crnica simples, de baixo ou mdio risco, em geral prevalente na grande maioria
dos portadores da condio de sade, por meio da tecnologia de gesto da condio de
sade. A estratificao dos riscos de cada condio crnica feita nas diretrizes clnicas
respectivas (por exemplo, hipertenso de baixo, mdio, alto e muito alto risco ou gestante
de risco habitual, de risco intermedirio e de alto risco).
Ainda que os nveis 3 e 4 sejam enfrentados pela mesma tecnologia de gesto da
condio de sade, a lgica da diviso em dois nveis explica-se pela linha transversal que
cruza o MACC, representada na Figura 4, e que expressa uma diviso na natureza da
ateno sade prestada s pessoas usurias. Isso decorre de evidncias do MPR que
demonstram que 70% a 80% dos portadores de condies crnicas de baixo ou mdio
riscos so atendidos, principalmente, por tecnologias de autocuidado apoiado, com baixa
concentrao de cuidados profissionais. Assim, no nvel 3, vai-se operar principalmente
por meio das intervenes de autocuidado apoiado, ofertadas por uma equipe da ateno
primria sade, com nfase na ateno multiprofissional; j no nvel 4, opera-se
26
equilibradamente entre o autocuidado apoiado e o cuidado profissional e neste nvel que
se necessita de ateno cooperativa dos generalistas da APS e dos especialistas.
Por fim, o nvel 5 destina-se ateno s condies crnicas muito complexas e
que esto, tambm, relacionadas nas diretrizes clnicas das respectivas condies de
sade, convocando uma tecnologia especfica de gesto da clnica, a gesto de caso. H,
aqui, alta concentrao de cuidado profissional. Um gestor de caso (um enfermeiro, um
assistente social ou uma pequena equipe de sade) deve coordenar a ateno recebida por
cada pessoa, em todos os pontos de ateno sade e nos sistemas de apoio, ao longo do
tempo.
4 A ORGANIZAO DOS MACROPROCESSOS DA ATENO S CONDIES CRNICAS
NA ATENO PRIMRIA SADE
De acordo com a proposta de construo social da APS, os macroprocessos da
ateno s condies crnicas no agudizadas, s pessoas hiperutilizadoras e s
enfermidades, foram colocados juntos porque, no obstante incorporarem trs diferentes
padres de demanda, a resposta social pela APS da mesma natureza, ou seja, uma
resposta social articulada de forma inovadora e que se expressa num conjunto variado de
tecnologias de interveno (MENDES, 2015).
A organizao desses macroprocessos exige implantar os seguintes processos: a
elaborao e o monitoramento dos planos de cuidado; a gesto de riscos da ateno com
foco na segurana das pessoas usurias; a educao permanente dos profissionais de
sade; a educao em sade; a gesto de caso; os grupos operativos; o mapa de recursos
comunitrios; o autocuidado apoiado; e os novos formatos da clnica: a ateno contnua, a
ateno compartilhada a grupo, a ateno por pares, o matriciamento entre generalistas e
especialistas e a ateno distncia.
Essa lgica de organizao tem forte impacto racionalizador na agenda dos
profissionais de sade. comum que as equipes da APS que no trabalham com a
estratificao de riscos das condies crnicas, ofertem, excessivamente, consultas
mdicas e de enfermagem, comprometendo a sua agenda com cuidados que no agregam
valor s pessoas. Alm disso, no raro essas pessoas so encaminhadas a especialistas,
comprometendo a agenda desses profissionais desnecessariamente e sem evidncias de
que a ateno especializada lhes agregue valor.
27
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS CONASS. CONASS Debate A crise contempornea dos modelos de ateno sade. Braslia: 2014. 171 p. DAHLGREN G, WHITEHEAD M. Policies and strategies to promote social equity in health. Stocolm, Institute for Future Studies, 1991. GUSSO, G.D.F. Diagnstico da demanda em Florianpolis utilizando a Classificao Internacional da Ateno Primria, 2 edio (CIAP-2). So Paulo, Tese de doutorado na Faculdade de Medicina da USP, 2009. LOPES, J. M. C. Princpios da medicina de famlia e comunidade. In: Gusso G, Lopes JMC (Organizadores). Tratado de medicina de famlia e comunidade: princpios, formao e prtica. Porto Alegre, Artmed, vol. I, 2012. MENDES, E.V. As redes de ateno sade. Braslia, Organizao Pan-Americana da Sade, 2011. ___________. A Construo Social da Ateno Primria Sade. Conselho Nacional de Secretrios de Sade, 2015. ___________. O cuidado das condies crnicas na ateno primria sade: o imperativo da consolidao da estratgia da sade da famlia. Braslia: Organizao Pan-Americana da Sade, 2012. PORTER M, KELLOGG M. Kaiser Permanente: an integrated health care experience. Revista de Innovacin Sanitaria y Atencin Integrada, 1: 1, 2008. RAND HEALTH. Improving chronic illness care evaluation. Rand Health Project, 2008. WAGNER EH et al. Organizing care for patients with chronic illness. Milbank Q., 74: 511-544, 1996.
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Passo 6 Aps a leitura, o grupo deve retomar os questionamentos propostos no
Passo 3.
Passo 7 - Ao final, o relator dever sistematizar a discusso do grupo e elaborar a
sntese da pergunta-chave: Por que organizar a ateno aos eventos agudos e s
condies crnicas na Ateno Primria Sade? para apresentao em plenrio.
ATIVIDADE 5 PLENRIO DO TRABALHO EM GRUPO: POR QUE ORGANIZAR A
ATENO AOS EVENTOS AGUDOS E S CONDIES CRNICAS NA ATENO
PRIMRIA SADE?
30 minutos
DESCRIO:
Cada grupo ter um tempo determinado para apresentao da sntese elaborada a
partir das questes propostas e da pergunta-chave do trabalho em grupo. O
28
coordenador do plenrio conduzir a discusso e a sistematizao da questo em
estudo.
TARDE
DINMICA DE AQUECIMENTO NOS GRUPOS
15 minutos
DESCRIO:
Os facilitadores conduziro uma dinmica para aquecer os participantes no incio
da tarde.
ATIVIDADE 6 - TRABALHO EM GRUPO COM PLENRIO INTERNO:
ANALISANDO OS EVENTOS AGUDOS E AS CONDIES CRNICAS NA ATENO
PRIMRIA SADE
2 horas
DESCRIO:
Passo 1 - Nessa atividade, a turma continuar dividida em grupos de trabalho,
conforme a atividade anterior. Antes de dar incio leitura, cada grupo deve eleger
um novo coordenador e um novo relator para a atividade, desde que sejam pessoas
que ainda no tenham exercido essas funes. Registre aqui o nome das pessoas
eleitas para coordenador(a):_________________ e relator(a):________________.
Passo 2 Vamos retornar s nossas personagens e cenrios da Planificao. Na
Oficina 1, conhecemos Ana, nossa gestante bem sucedida, que mora em Boa
Esperana, um municpio organizado na perspectiva das Redes de Ateno. Depois
conhecemos a histria de Catarina, irm de Ana, que est grvida e mora com os
pais em Boa F, um municpio maior, que no conseguiu se organizar ainda. Hoje
29
vamos conhecer Seu Joo, pai de Ana e Catarina, em busca de atendimento no
posto de sade Sinhazinha.
Mais um dia intenso no posto de sade...
Seu Joo acordou bem cedo se sentindo mal, com uma leve dor no peito, enjoo e
suado. Hipertenso de longa data, sempre se consultava no posto de sade da
comunidade de Sinhazinha. Tomava os remdios que o Dr. Ronaldo passava, mas,
s vezes, esquecia e quando lembrava, tomava logo o dobro de comprimidos para
compensar.
A ltima vez que Seu Joo tinha ido ao posto, para pegar seus remdios,j fazia uns
oito meses. Naquele dia, a moa da farmcia tinha orientado que ele pedisse
Agente Comunitria de Sade (ACS) para levar seu remdio em casa, pois sempre
tinha muita gente no posto, assim, ele evitava ficar esperando e caso a receita
perdesse a validade a ACS conseguia outra com o Dr. Ronaldo, sem ele precisar ir.
Dessa forma, Seu Joo passou os ltimos oito meses.
No entanto, naquele dia o jeito era ir at o posto, pois Seu Joo j tinha ouvido falar
que a tal da virose estava muito forte e atingia logo os idosos, ento, era melhor
se cuidar.
Ao chegar l, a cena era a mesma de todos os dias. Muita gente aguardando na fila,
a moa do acolhimento entregando a to famigerada ficha e o povo desesperado
em cima dela.
Seu Joo tinha ouvido falar na comunidade que as coisas at melhoraram um pouco
depois que a equipe implantou o acolhimento, pois a moa entregava logo a ficha
para os idosos, as crianas de colo, as gestantes e as pessoas com deficincia. Em
seguida, a enfermeira chamava pela ficha e conversava com cada pessoa. Ela
avaliava e dizia se o problema da pessoa era para ser atendido no dia, ou se devia
voltar de novo, mas tudo isso dependia do dia de atendimento da equipe. No posto
de sade Sinhazinha, tem dia da criana, da gestante, do hipertenso, do diabtico,
de fazer o exame preventivo das mulheres, de se reunir com a equipe e de ir at a
30
casa das pessoas. Como Dr. Ronaldo s atende 16 consultas por turno, tem muita
gente que volta, mas alguns ficam agendados, principalmente se tiverem presso
alta, ou diabetes.
E foi em um dia intenso de atendimento, que Seu Joo chegou ao posto. Como ele
tinha prioridade, pois j era um idoso de 65 anos, recebeu logo a ficha para ir se
pesar e verificar a presso. Na primeira sala, descobriu logo que a presso no
estava muito boa, ento, lembrou que no tinha tomado o remdio h dois dias.
Depois ele foi conversar com a enfermeira Luciana. No conseguiu nem sequer
dizer o que estava sentindo, pois logo entrou na sala a moa da ficha dizendo que
tinha chegado uma criana com muita febre e vomitando. A enfermeira pediu para
o Seu Joo aguardar um pouco, enquanto ela avaliava a criana em outra sala.
As dores no peito foram aumentando, Seu Joo estava muito suado e com mal-
estar. Como no havia se alimentado em casa, ento, achava que estava fraco, com
fome, resolveu pedir um pouco de ch moa da limpeza. Quando tomou, no
aguentou e vomitou na Sala do Acolhimento. A auxiliar de Enfermagem veio e
perguntou ao Seu Joo o que ele estava sentindo. Aps escut-lo, o levou para outra
sala mais calma e explicou porque o atendimento estava demorando. Como o posto
no tinha funcionado no dia anterior, porque a equipe estava em um curso, as
pessoas estavam furiosas, queriam atendimento a todo custo. Tinha uma gestante
que era pra ter feito o pr-natal e veio hoje, mas no dia desse tipo de
atendimento no posto. A Dona Marizinha, que mais parecia freguesa do posto
porque todo dia vinha se consultar, estava fazendo confuso porque queria falar
com Dr. Ronaldo. Muitos hipertensos queriam s a receita do remdio que tinha
acabado. Alguns a enfermeira Luciana repetia os remdios, mas tinham outros que
s podiam ser assinados pelo mdico. Alm do fato de ser um perodo de muitas
viroses, inclusive, de Dengue. Muita gente com mal estar, dor no corpo, febre, dor
de cabea, enfim, o posto de sade Sinhazinha estava superlotado todos os dias.
Na outra sala, Seu Joo ficou mais tranquilo, estava longe das gritarias do
acolhimento. Como a auxiliar de Enfermagem no avisou a enfermeira Luciana que
tinha mudado Seu Joo de sala, a enfermeira deu continuidade chamada das
fichas.
Seu Joo, enquanto aguardava, resolveu sair do posto e tomar um pouco de ar. A
dor no peito estava aumentando e isso comeou a lhe incomodar muito. L fora, ele
31
encontrou seu amigo Luiz, que trabalhava como mototaxista. Disse que estava se
sentindo mal, o posto estava cheio e achava melhor procurar outro lugar. Foi,
ento, que Luiz lhe falou da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde o
atendimento era mais rpido. Seu Joo resolveu ir com o amigo at l.
Chegando UPA, Seu Joo fez a ficha na recepo e aguardou ser chamado para a
triagem. Enquanto isso, as dores e a vontade de vomitar aumentavam. Ao ser
atendido pela enfermeira, esta o classificou como risco laranja. Em seguida, foi
atendido pelo mdico, que solicitou um eletrocardiograma. Com o resultado do
exame, o mdico fechou o diagnstico de Infarto Agudo do Miocrdio. Seu Joo foi
direcionado para a Sala Amarela da UPA, enquanto aguardava a autorizao para
internamento hospitalar. Enquanto isso, Luiz avisou famlia dele o que estava
acontecendo.
Seu Joo passou trs dias na UPA, aguardando um leito hospitalar. Foi transferido
para o Hospital de Boa Esperana, onde sua filha Ana morava, porque l era a
referncia para casos como o dele.
Aps vrios dias de tratamento, Seu Joo recebeu alta para retornar a sua casa, mas
antes a equipe do hospital buscou contato com a equipe de Sinhazinha, no
municpio de Boa F, e ao falar com Dr. Ronaldo e a enfermeira Luciana, explicou o
estado do paciente, o plano de cuidados e pediu a eles que acompanhassem sua
evoluo.
Aps o telefonema, Ronaldo e Luciana ficaram muito reflexivos. J sabiam que a
organizao do servio de sade em Boa Esperana, era exemplo para o Estado,
pois trabalhavam na perspectiva de Redes de Ateno.
Mas ser que um dia Boa F chegaria nesse patamar?
Passo 3 Diante do caso, discuta no grupo as seguintes questes:
a) O que mais chamou a ateno do grupo em relao ao caso do Seu Joo?
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
32
b) Qual a avaliao do grupo acerca do acolhimento, agenda e programao da
equipe de Ronaldo e Luciana?
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
c) De forma geral, como o grupo avalia a organizao da ateno aos eventos
agudos pela equipe de Sinhazinha?
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
d) Como o grupo avalia a organizao da ateno s condies crnicas pela equipe
de Sinhazinha?
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
e) Diante do caso, que macroprocessos precisam ser implantados no posto de
sade Sinhazinha?
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
Passo 4 - Os facilitadores faro o fechamento da atividade em plenrio interno,
sistematizando os produtos do trabalho em grupo.
CONSULTA AOS ANEXOS!
Para entender melhor por onde se deve iniciar a organizao da ateno
aos eventos agudos e condies crnicas na Ateno Primria Sade,
33
consulte as aes propostas nas matrizes dos anexos 1 e 2. Discuta com sua equipe
no territrio e preencha as demais colunas.
ATIVIDADE 7 EXPOSIO DIALOGADA: A ORGANIZAO DA ATENO AOS
EVENTOS AGUDOS E S CONDIES CRNICAS NA ATENO PRIMRIA
SADE
45 minutos
DESCRIO:
Ser realizada uma breve exposio com o objetivo de possibilitar a compreenso
sobre os macroprocessos relacionados organizao da ateno aos eventos
agudos e s condies crnicas na Ateno Primria Sade.
6 ORIENTAES PARA O PERODO DE DISPERSO
A disperso o momento em que os participantes retornam s
atividades nos territrios por um perodo de 30 a 40 dias, at a
realizao da prxima oficina. Nesse intervalo, as equipes aprofundaro
a discusso dos temas abordados com o apoio da tutoria.
Cada oficina estabelece produtos a serem desenvolvidos no perodo de disperso,
que decorrem da aplicao prtica da teoria apreendida e que se somam s
atividades de tutoria nos territrios, quando sero desencadeados os processos
descritos abaixo, para a organizao da ateno aos eventos agudos e s condies
crnicas nas unidades de sade:
O gerenciamento dos processos para a ateno aos eventos agudos: avaliao
inicial e classificao de risco; atendimento s pequenas urgncias;
atendimento s grandes urgncias.
A gesto da condio de sade para as condies prioritrias: identificao do
usurio; cadastro no acompanhamento da unidade; estratificao de risco
34
conforme critrios estabelecidos nas diretrizes clnicas; organizao dos
processos de cuidado (linha de cuidado).
A programao local da equipe, agenda de atendimento e monitoramento.
Considerando que a maioria dos processos supracitados demanda um tempo maior
do que o perodo de disperso entre uma oficina e outra para sua concretizao, o
status de alguns devero ser apresentados na prxima oficina, conforme segue:
A implantao/implementao do acolhimento na APS.
A implantao da classificao de risco na APS.
A identificao e estratificao de risco dos grupos prioritrios: gestantes,
crianas menores de dois anos, hipertensos e diabticos, conforme critrios
estabelecidos nas diretrizes clnicas.
A programao para os grupos prioritrios, conforme parmetros estabelecidos
nas diretrizes clnicas.
A agenda local para ateno aos grupos prioritrios.
Lembre-se que antes da realizao da prxima oficina, as equipes devem entregar
ao Tutor um relatrio sobre os produtos e preparar uma apresentao para
socializao do trabalho, com os demais colegas da Planificao da Ateno
Sade.
7 AVALIAO DA OFICINA
chegada a hora de avaliar a Oficina. muito importante termos a
percepo de cada participante sobre o dia de trabalho. Sua
avaliao nos permite garantir a manuteno das boas estratgias e
a readequao daquelas que no conseguiram atingir ou atingiram
parcialmente os objetivos propostos. Obrigada por contribuir!
35
36
INSTRUMENTO DE AVALIAO
PLANIFICAO DA ATENO SADE
AVALIAO DA OFICINA 4
1) QUEM EST AVALIANDO?
Preencha os itens a seguir sobre voc e sua instituio:
Municpio onde trabalha:_________________________________________________________________
Funo que exerce:________________________________________________________________________
Formao:__________________________________________________________________________________
2) COMO ACOLHEMOS VOC?
Avalie os aspectos relacionados estrutura da Oficina:
Itens Excelente Bom Regular Ruim
Recepo
Acolhimento
Organizao
Instalaes
3) COMO FOI A OFICINA PARA VOC?
Avalie a Oficina, a partir dos seguintes itens:
Itens Excelente Bom Regular Ruim
Metodologia
Contedo
Material didtico
Exposies dialogadas
Trabalhos em Grupo
Plenrios
Facilitadores
37
Carga Horria
4) QUAL O SEU NVEL DE APROVEITAMENTO NESSA OFICINA?
Atribua um conceito/nota ao seu aproveitamento:
(1) timo - 8,0 a 10,0 (2) Bom - 6,5 a 7,9
(3) Regular - 5,0 a 6,4 (4) Ruim - 0,0 a 4,9
5) COMO VOC AVALIA A IMPORTNCIA DA SUA PARTICIPAO NA
PLANIFICAO DA ATENO SADE?
(1) Fundamental (2) Importante
(3) No importante (4) No tenho elementos suficientes para avaliar
6) COMPARTILHE CONOSCO A SUA AVALIAO E NOS AJUDE A MELHORAR
NOSSOS ENCONTROS
Para facilitar, utilize PALAVRAS-CHAVES para responder os itens a seguir:
a) O que NO foi BOM? b) O que FOI BOM?
c) O que PODE MELHORAR?
d) Suas SUGESTES?
e) Suas PREOCUPAES?
38
Grato pela sua colaborao!
ANEXOS
ANEXO 1 MATRIZES PARA ORGANIZAO DA
ATENO AOS EVENTOS AGUDOS
NA ATENO PRIMRIA SADE3
MATRIZ 1.1 O ACOLHIMENTO
OBJETIVO Implementar o acolhimento na Ateno Primria Sade
PRODUTO 100% dos usurios acolhidos adequadamente pelos profissionais de sade
O QUE? COMO? QUEM? ONDE? QUANDO? RECURSOS
NECESSRIOS
DOCUMENTOS
REFERNCIA
Cumprimentar cordialmente o usurio
Perguntar qual a sua necessidade:
- Caso relate um sinal ou sintoma clnico, cujo incio
tenha ocorrido em 24 a 72 horas, ou, com incio h
mais tempo, mas com piora neste perodo, encaminhar
para realizar classificao de risco imediatamente
- Nos demais casos, seguir as aes desta matriz
Prestar as orientaes necessrias
3 Matrizes extradas da Oficina Os eventos agudos na Ateno Primria Sade, no mbito do Projeto de Qualificao da Ateno Primria Sade QualificaAPSUS Cear, sob consultoria de Maria Emi Shimasaki. Cear, 2015.
Encaminhar ao profissional que poder prestar o
atendimento necessrio
Perguntar se o usurio deseja alguma informao
complementar
Agradecer o comparecimento UBS
Preencher os formulrios necessrios
MATRIZ 1.2 A CLASSIFICAO DE RISCO
OBJETIVO Implementar a classificao de risco na Ateno Primria Sade
PRODUTO 100% dos usurios com eventos agudos com classificao de risco, conforme o
protocolo padronizado, no tempo adequado
O QUE? COMO? QUEM? ONDE? QUANDO? RECURSOS
NECESSRIOS
DOCUMENTOS
REFERNCIA
Cumprimentar cordialmente o usurio (salvo se o
usurio chegar em situao de gravidade extrema. Ex:
parada cardiorrespiratria, ou choque. Neste caso,
proceder s aes previstas na classificao de risco -
vermelha)
Realizar a identificao segura do usurio
Perguntar qual problema o usurio apresenta
Proceder a classificao de risco, segundo o problema
apresentado, no tempo adequado, utilizando o
protocolo estabelecido
Realizar as orientaes necessrias ao usurio, de
acordo com a classificao de risco
Realizar os procedimentos necessrios, no tempo
adequado, conforme a classificao de risco, segundo o
protocolo estabelecido
Perguntar se o usurio deseja alguma informao
complementar
Preencher os formulrios necessrios
MATRIZ 1.3 - O ATENDIMENTO AOS CASOS CLASSIFICADOS COM RISCO VERMELHO E AMARELO
OBJETIVO Atender os usurios classificados como vermelho e amarelo, no tempo estabelecido e
de acordo com o Protocolo de Classificao de Risco
PRODUTO 100% dos usurios com eventos agudos classificados como vermelho e amarelo,
conforme o protocolo padronizado, no tempo adequado
O QUE? COMO? QUEM? ONDE? QUANDO? RECURSOS
NECESSRIOS
DOCUMENTOS
REFERNCIA
Checar a identificao segura do usurio
Levar o usurio imediatamente para a sala de
urgncia, ou espao onde possa prestar o atendimento
necessrio
Realizar os procedimentos necessrios, conforme o
protocolo estabelecido
Demandar o SAMU ou transporte sanitrio adequado
para a transferncia do usurio para o ponto de
ateno necessrio para a resoluo do problema
Realizar a comunicao adequada para o ponto de
ateno adequado, para onde o usurio ser
transferido
Preparar o usurio para que seja transportado de
forma segura, portando as informaes necessrias
para o seguimento, no ponto de ateno para o qual
ser transferido
Preencher os formulrios necessrios
MATRIZ 1.4 - O ATENDIMENTO AOS CASOS CLASSIFICADOS COM RISCO VERDE E AZUL
OBJETIVO Atender os usurios classificados como verde e azul, no tempo estabelecido e de acordo com o Protocolo de
Classificao de Risco
PRODUTO 100% dos usurios com eventos agudos classificados como verde e azul, conforme o protocolo padronizado, no
tempo adequado
O QUE? COMO? QUEM? ONDE? QUANDO? RECURSOS
NECESSRIOS
DOCUMENTOS
REFERNCIA
Checar a identificao
segura do usurio
Usurio classificado como
verde:
- Agendar a consulta
mdica, para o mesmo
dia, de preferncia para o
turno que o usurio se
encontra
Usurio classificado como
azul:
- Agendar a consulta
mdica, caso haja
disponibilidade para o
mesmo dia. Caso no haja
disponibilidade, para as
prximas 24 a 48 horas,
conforme o estabelecido
no protocolo
Realizar as orientaes
necessrias ao usurio
Perguntar se o usurio
deseja alguma
informao
complementar
Preencher os formulrios
necessrios
ANEXO 2 MATRIZES PARA ORGANIZAO DA ATENO S CONDIES CRNICAS
NA ATENO PRIMRIA SADE4
MATRIZ 2.1 SUBPOPULAES-ALVO PRIORITRIAS
OBJETIVO Conhecer as subpopulaes-alvo prioritrias da rea de abrangncia
PRODUTO 100% dos usurios com condies crnicas identificados e cadastrados no acompanhamento, de acordo
com as metas progressivas definidas
O QUE? COMO? QUEM? ONDE? QUANDO? RECURSOS
NECESSRIOS
DOCUMENTOS
REFERNCIA
Realizar alinhamento
conceitual sobre o
processo de
conhecimento da
populao
Discutir o texto de referncia e o
instrumento de levantamento e
registro das subpopulaes-alvo
As Redes de
Ateno
Sade
(MENDES,
2011), pg. 85
4 Matrizes extradas da Oficina As condies crnicas na Ateno Primria Sade, no mbito do Projeto de Qualificao da Ateno Primria Sade
QualificaAPSUS Cear, sob consultoria de Maria Emi Shimasaki. Cear, 2015.
Dimensionar as
subpopulaes-alvo
prioritrias
Levantar os dados cadastrais da
populao por faixa etria e sexo,
por microrea e rea de abrangncia
Diretrizes
clnicas da
SES
Planilha de
Programao,
Aba:
Populao-
alvo
Aplicar os parmetros
epidemiolgicos para clculo
estimativo das subpopulaes
Analisar a cobertura de
acompanhamento das
subpopulaes-alvo
prioritrias
Levantar os dados de
acompanhamento das
subpopulaes
Analisar a cobertura, calculando o
percentual de subpopulao
acompanhada em comparao com
a estimada
Organizar o registro
das subpopulaes-
alvo
Registrar o usurio identificado com
uma ou mais condies de sade no
pronturio
Lanar os dados pertinentes nos
sistemas de informao
correspondentes
MATRIZ 2.2 ESTRATIFICAO DE RISCO
OBJETIVO Estratificar por grau de risco os usurios das subpopulaes com condies crnicas prioritrias
PRODUTO 100% dos usurios com condies crnicas prioritrias com estratificao de risco atualizada em todas
as consultas de acompanhamento
O QUE? COMO? QUEM? ONDE? QUANDO? RECURSOS
NECESSRIOS
DOCUMENTOS
REFERNCIA
Realizar alinhamento
conceitual sobre o
processo de
estratificao de risco
do usurio com
condio crnica
Discutir os textos de referncia e os
instrumentos de estratificao de
risco das condies crnicas
prioritrias
O cuidado
das condies
crnicas na
Ateno
Primria
Sade
(MENDES,
2012), pg. 154
Diretrizes
clnicas da SES
Instrumentos
de
Capacitar os
profissionais de sade
sobre a estratificao
de risco
Disponibilizar para os profissionais
a estratificao de risco da gestante,
criana menor que dois anos,
hipertenso e diabtico
Realizar capacitao para mdicos e
enfermeiros
Realizar a
estratificao de risco
dos usurios com
condies crnicas
prioritrias
Realizar avaliao do usurio com
condio crnica, identificado nas
subpopulaes-alvo prioritrias, ou
levantar os dados de consulta
recente registrada no pronturio,
desde que contenha os dados
necessrios para a estratificao
estratificao
de risco das
condies
prioritrias
Solicitar os exames laboratoriais
necessrios para a estratificao de
risco ou levantar resultados
recentes (ltimos 6 meses)
Realizar estratificao de risco
conforme diretriz clnica, aplicando
um checklist ou roteiro de
referncia
Registrar o resultado da
estratificao de risco no
pronturio do usurio
Agendar os usurios
para o
Agendar a consulta subsequente,
mdica ou de enfermagem, de
acompanhamento acordo com a periodicidade
estabelecida para cada estrato de
risco
Realizar o aprazamento de todas as
consultas previstas para o prximo
ano de acompanhamento
Realizar agendamento dos usurios
com alto ou muito alto risco no
centro de ateno ambulatorial
especializada
Atualizar a
estratificao de risco
Avaliar os critrios e atualizar a
estratificao de risco em todas as
consultas programadas e sempre
que houver algum evento clnico de
relevncia
Registrar o resultado da
estratificao de risco no
pronturio do usurio
Realizar anlise das Consolidar os usurios por estrato
subpopulaes-alvo
prioritrias
de risco das condies crnicas
prioritrias
Calcular e analisar o percentual de
usurios com estratificao de risco
atualizada em relao ao total de
usurios com a mesma condio de
sade
Analisar o quantitativo de usurios
por estrato de risco em relao ao
estimado pela prevalncia
epidemiolgica desses estratos
MATRIZ 2.3 PROGRAMAO LOCAL
OBJETIVO Realizar a programao local para as condies crnicas prioritrias
PRODUTO Programao das condies crnicas realizada, com metas de acompanhamento definidas e pactuadas
pela equipe, e equilbrio do atendimento semanal
O QUE? COMO? QUEM? ONDE? QUANDO? RECURSOS
NECESSRIOS
DOCUMENTOS
REFERNCIA
Realizar alinhamento
conceitual sobre o
processo de
programao local
para as condies
crnicas prioritrias
Discutir os textos de referncia e o
instrumento de programao local
para as condies crnicas
prioritrias - a Planilha de
Programao
O cuidado
das condies
crnicas na
Ateno
Primria
Sade
(MENDES,
2012), pg. 397
Diretrizes
clnicas da SES
Instrumentos
de
Realizar a
programao das
equipes
Realizar reunio por equipe de
sade, reunindo todos os
profissionais
Discutir os dados de cadastro da
populao, retomando o perfil
demogrfico discutido no
diagnstico local, e registr-lo na
planilha de programao por sexo,
faixa etria e ciclo de vida
programao
Planilha de
Programao
Registrar na planilha de
programao os dados de
acompanhamento das populaes-
alvo e analisar os clculos sobre a
subpopulao-alvo estimada - total
e por estrato de risco, o quantitativo
de usurios acompanhados - total e
por estrato de risco, e o percentual
de cobertura de atendimento
Discutir as aes de
acompanhamento propostas na
planilha de programao, a partir
da parametrizao assistencial
proposta pela diretriz clnica, e
definir a meta para o ano
subsequente
Discutir a distribuio de carga
horria semanal disponvel entre a
ateno programada, as atividades
de educao permanente e
administrativas, e a ateno
demanda espontnea, verificando
se h equilbrio entre a carga
horria destinada ateno
condio crnica e ao evento agudo,
realizando algum ajuste da meta
programada, caso seja necessrio
para alcanar o equilbrio inicial
Verificar o nmero mdio de
atividades programadas por
semana para cada condio crnica,
informao que ser utilizada para
a definio da agenda da equipe
Discutir a demanda
programada para a
ateno ambulatorial
especializada
Verificar o nmero estimado de
usurios com condies crnicas
prioritrias, de alto ou muito alto
risco, que devem ser encaminhados
para a ateno ambulatorial
especializada
Discutir a demanda
programada para o
apoio diagnstico
Verificar o nmero estimado de
exames necessrios para o
acompanhamento das gestantes,
hipertensos e diabticos,
programado a partir da
parametrizao assistencial
definida nas diretrizes clnicas
Discutir com a coordenao
municipal de Ateno Primria
Sade a disponibilizao de coletas
necessrias
Monitorar as
informaes da
planilha de
programao
Discutir mensalmente as
informaes da planilha de
programao na reunio de equipe,
atualizando o nmero de pacientes
com condies crnicas, bem como
a estratificao de risco
Arquivar a planilha de Arquivar adequadamente a planilha
programao de programao, como documento
oficial de gesto, registrando os
dados da Capa e disponibilizando
cpia para a elaborao das
agendas pelas equipes
Agendar reviso da
programao
Agendar a reviso da programao
aps seis meses, a partir do
monitoramento das agendas de
atendimento definidas
MATRIZ 2.4 AGENDA LOCAL
OBJETIVO Implantar a agenda de atendimento das equipes
PRODUTO Agenda das equipes implantada e monitorada
O QUE? COMO? QUEM? ONDE? QUANDO? RECURSOS
NECESSRIOS
DOCUMENTOS
REFERNCIA
Realizar alinhamento
conceitual sobre o
processo de agenda de
atendimentos
Discutir os textos de referncia e o
roteiro para organizao da agenda
de atendimentos
Elaborar a agenda das
equipes
Realizar reunio com toda a equipe
para elaborao da agenda, dando
sequncia programao da
ateno aos crnicos e anlise da
ateno aos eventos agudos
Definir os horrios de incio e
trmino do atendimento de cada
profissional, assim como os
intervalos para almoo
Levantar os dados de carga horria
total e a disponvel para o
atendimento, educao permanente
e atividade administrativa
Levantar a carga horria necessria
para a ateno s condies crnicas
prioritrias, a partir do clculo da
planilha de programao
Extrair da aba Agenda na planilha
de programao. as atividades por
semana, necessrias para
atendimento de criana, gestante,
hipertensos e diabticos
Distribuir essas atividades nos
horrios de atendimento
disponveis, elaborando a agenda-
espelho, validar e pactuar com todos
os profissionais
Implantar a agenda de
atendimento
Discutir as regras de agendamento
com os profissionais da unidade
Disponibilizar a agenda-espelho
Iniciar o agendamento de acordo
com as regras definidas e agenda-
espelho
Monitorar a agenda
Verificar o cumprimento ou no, do
agendamento proposto, com
periodicidade semanal,
identificando as falhas e dificuldades
Discutir com a equipe e
implementar as correes
necessrias