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autor — Fabiana Barbosa Palhares IC042 FEC/ UNICAMP 2005 Profa. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris SUMÁRIO 1- FATORES E ELEMENTOS CLIMÁTICOS 02 1.1 Fatores Climáticos 02 1.2. Elementos Climáticos 07 2- CLIMA URBANO 13 2.1. Princípios Gerais 14 2.1.1 Radiação 05 2.1.2. Ventilação 17 3- CARACTERIZAÇÃO DOS CLIMAS TROPICAIS E DIRETRIZES GERAIS 27 4- O HOMEM E O AMBIENTE 34 5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37

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SUMÁRIO

1- FATORES E ELEMENTOS CLIMÁTICOS 02

1.1 Fatores Climáticos 02

1.2. Elementos Climáticos 07

2- CLIMA URBANO 13

2.1. Princípios Gerais 14

2.1.1 Radiação 05

2.1.2. Ventilação 17

3- CARACTERIZAÇÃO DOS CLIMAS TROPICAIS E DIRETRIZES GERAIS

27

4- O HOMEM E O AMBIENTE 34

5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37

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Introdução ao Conforto Térmico

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1- FATORES E ELEMENTOS CLIMÁTICOS:

O Conforto Térmico visa, de forma prática, contribuir para a construção de espaços adequados integrados com qualidade ambiental.

A fim de se obter os resultados esperados durante o projeto, o estudo climático e suas variáveis são necessários para a compreensão do que deve ser controlado e para o perfeito entendimento das diretrizes.

Segundo GIVONI (1976), o clima é determinado pelo padrão das variações dos vários elementos e suas combinações, destacando que os principais elementos climáticos que interferem no conforto são: radiação solar, comprimento de onda da radiação, temperatura do ar, umidade, ventos e precipitações.

Os Fatores Climáticos determinam e dão origem ao clima para os distintos locais da Terra, caracterizando uma dada região, já os Elementos Climáticos são os que mais interferem no desempenho térmico dos espaços construídos.

Todos os elementos e fatores atuam em conjunto, sendo que cada um deles é o resultado da conjugação dos demais.

1.1 Fatores Climáticos

• Latitude

• Altitude

• Ventos

• Massas de água e ar

• Topografia

• Vegetação

• Superfície do solo

A latitude é medida a partir do Equador. Mede-se a latitude de 0º a 90º e se dirá que é Norte, se estiver acima da linha do Equador, e Sul, se estiver abaixo.

Ela determina o ângulo de incidência dos raios solares com relação ao plano do horizonte. Quanto maior for a latitude, menor será a quantidade de radiação solar recebida.

A longitude se refere mais à localização, é medida com relação ao meridiano de Greenwich (semicírculo que passa pelos pólos e pelo observatório de Greenwich situado na Inglaterra).

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As longitudes são medidas de 0º a 180º, a leste ou a oeste do Meridiano.

Figura 01 –A esfera terrestre e as coordenadas do ponto A. Fonte: FROTA et al. (1995).

Sendo: Longitude dado pelo ângulo ǿ1 Latitude dada pelo ângulo ǿ2

A altitude está referida ao nível do mar, é um dos fatores que mais exerce influência sobre a temperatura.

A temperatura do ar diminui numa proporção constante com a altura, pelo fato do ar estar menos carregado de partículas, que por sua vez aumentam a temperatura do ar ao absorverem as radiações solares e as difundirem.

O vento é uma conseqüência direta da variação das pressões atmosféricas, dadas pelo aquecimento e esfriamento das terras e mares, pelo gradiente de temperatura do globo terrestre e pelo movimento de rotação da Terra (Força de Coriolis).

A proporção entre as massas de terra e os corpos de água num dado território produz um impacto característico no clima.

As brisas terra-mar, sentidas em regiões litorâneas, são explicadas a partir da diferença do calor específico entre ambos.

Enquanto a água possui um calor específico alto, a acumulação de temperatura é muito mais baixa que a da terra.

Segundo FROTA et al. (1995), durante o dia, a terra se aquece mais rapidamente que a água, e o ar força uma circulação da brisa marítima no sentido mar-terra.

À noite, este sentido se inverte, pois a água, por demorar mais a esfriar que a terra encontra-se momentaneamente mais quente, gerando uma brisa terra-mar.

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Figura 02 – Brisa diurna mar-terra. Fonte: FROTA et al. (1995).

Figura 03 – Brisa noturna terra-mar. Fonte: FROTA et al. (1995).

A forma da superfície terrestre afeta particularmente o micro clima. A topografia é o resultado de processos geológicos e orgânicos.

Um relevo acidentado pode se constituir em barreira aos ventos, podendo influenciar nas condições de umidade e de temperatura do ar em relação à escala regional.

Figura 04 – Influência do relevo no micro clima. Fonte: ROMERO (1988).

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A vegetação auxilia na diminuição da temperatura do ar, absorve energia, favorece a manutenção do ciclo oxigênio-gás carbônico essencial à renovação do ar, proporciona sombra e frescor.

A sombra é um dos recursos mais eficazes para combater o desconforto pela radiação, principalmente, nas regiões tropicais úmidas.

A figura mostra fotos tiradas de uma maquete e o arranjo das sombras das árvores num dia de verão desde o período da manhã até o entardecer.

Figura 05 – Sombras no verão, desde o amanhecer até o entardecer. Fonte: OLGYAY (1998).

O próprio processo de fotossíntese auxilia na umidificação do ar através do vapor d’água que libera.

A vegetação tende a estabilizar os efeitos do clima sobre seus arredores imediatos, reduzindo os extremos ambientais.

Como grande parte da energia absorvida pelas folhas é utilizada para seu processo metabólico, ela irradia menos calor que qualquer material que por sua vez transforma em calor toda a energia absorvida.

Os elementos de paisagem podem mudar o movimento do ar e sua velocidade, melhorando ou piorando as condições de conforto.

As árvores e os arbustos, os muros e as barreiras podem formar zonas de baixa e de alta pressão, transformando, assim, o micro clima ao redor do edifício.

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Figura 06 – Modificações da corrente de ar produzidas pela vegetação. Fonte: HERTZ (1998)

Figura 07 – Efeitos dos arbustos sobre o fluxo do ar interno. Fonte: HERTZ (1998)

A superfície do solo interfere nas condições climáticas locais, pois quanto maior for a umidade do solo, maior será a sua condutibilidade térmica.

Um solo pouco úmido se esquenta mais depressa durante o dia, mas à noite devolverá o calor armazenado rapidamente, provocando uma grande amplitude térmica diária.

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1.2. Elementos Climáticos

• Radiação Solar

• Temperatura

• Umidade do ar

• Precipitações

• Movimento do ar

A radiação solar é uma energia eletromagnética, transmitida pelo sol que atinge a Terra após ser parcialmente absorvida pela atmosfera.

Figura 08– Composição da radiação solar: percentagens de ondas eletromagnéticas de diferente

comprimento de onda. Fonte: ROMERO (1988).

Figura 09 – Gráfico ilustrativo Sendo: Comprimento de onda ultravioleta entre 280 e 400 um (micrômetro). Comprimento de onda visível entre 400 e 760 um (micrômetro).

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Comprimento de onda infravermelho entre 760 e 2500 um (micrômetro).

Ao atravessar a atmosfera, a radiação é dispersada, em parte devido à ação da poeira e de outras moléculas em suspensão, em parte porque é refletida difusamente a partir da fração inferior das nuvens (OLGYAY, 1998)

Figura 10– Fenômeno de absorção/ reflexão da radiação solar na terra. Fonte:ROMERO (1988).

O aumento da temperatura do ar é produzido, pela radiação que penetra na atmosfera e é refletida uma parte pela terra ou pelas nuvens e a outra absorvida pelos níveis inferiores da atmosfera.

A radiação terrestre é a diferença entre a quantidade de radiação recebida e emitida de volta a partir da superfície da Terra. Ela é maior quando a atmosfera está clara e seca e menor quando a quantidade de vapor d’água, poeira e nuvens aumentam.

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Figura 11– Radiação terrestre. Fonte: ROMERO (1988).

A quantidade de calor absorvido pela Terra está em equilíbrio com as perdas de calor. Estão envolvidos nos processos de perdas de calor: a radiação, evaporação e convecção.

A direção da radiação é determinada pela localização do sol, informada pelos ângulos azimute e altura.

Figura 12 – Altura e azimute de um corpo celeste. Fonte: FroTa et al. (1995)

Tem-se: (X) estrela; (A) o observador; (h) altura da estrela medida a partir do horizonte do observador (arco XX’), (a) azimute medido no plano do horizonte a partir da direção norte, à direita do observador (arco NX’).

A radiação solar pode ser absorvida e refletida pelas superfícies opacas sobre as quais incide.

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Figura 13 – Fenômenos de absorção/ reflexão. Fonte: ROMERO(1988)

A areia absorve com facilidade a energia solar, enquanto a neve a reflete.

Figura 14- Deserto. Fonte: Site: www.squ1.com/site.html

Figura 15– Ártico. Fonte: Site: www.squ1.com/site.html

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Figura 16 – Porcentagens da absorção e reflexão da radiação. Fonte: KONYA (1981)

A quantidade de radiação solar absorvida e refletida sofre também a influência do ângulo em que os raios solares atingem a superfície sobre a qual incidem.

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Figura 17 – Posição da terra em relação ao sol, nos solstícios (quando o sol atinge perpendicularmente os trópicos nos dias especificados na figura e às 12 horas). Fonte: FROTA et al.

(1995).

A relação entre as taxas de aquecimento e esfriamento da superfície da terra é o fator determinante da temperatura do ar. Ela varia permanentemente de acordo com os fatores climáticos numa dada região.

A umidade do ar é conseqüência da evaporação das águas e da transpiração das plantas.

A capacidade do ar para conter vapor d’água aumenta com a temperatura.

Umidade absoluta é o peso do vapor de água contido em uma unidade de volume de ar (g/m³).

Umidade relativa é a relação da umidade absoluta com a capacidade máxima do ar de reter vapor d’água, àquela temperatura.

A evaporação das águas de superfície leva à formação de nuvens que redistribuem a água na forma de chuva ou outras precipitações; esta água flui através de córregos, rios e outros e volta para o oceano, completando o ciclo hidrológico.

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Figura 18 – O Ciclo da Água. Fonte: Folder da SANASA referente ao Dia Mundial da Água

O movimento do ar é resultado das diferenças de pressão atmosférica verificadas pela influência direta da temperatura do ar.

Dos fatores locais que intervêm na formação do movimento do ar, o relevo do solo exerce um papel importante, uma vez que desvia, altera, ou canaliza este movimento.

2- CLIMA URBANO

Uma aglomeração urbana não apresenta, necessariamente, as mesmas condições climáticas relativas ao macro clima regional na qual está inserida.

Segundo ROMERO (1988), “da análise do aspecto do solo construído ou modificado pela ação do homem destaca-se o processo de urbanização que, ao substituir por construções e ruas pavimentadas a cobertura vegetal natural, altera o equilíbrio do micro ambiente. Isto produz distúrbios no ciclo térmico diário, devido às diferenças existentes entre a radiação solar recebida pelas superfícies construídas e a capacidade de armazenar calor dos materiais de construção. O tecido urbano absorve calor durante o dia e o re-irradia durante a noite. A isto se deve acrescentar o calor produzido pelas máquinas e homens concentrados em pequenos espaços da superfície terrestre”.

Segundo DETWYLER (1974) citado em ROMERO (1988), as alterações climáticas provocadas pela urbanização são três:

• Mudança na superfície física da terra, que fica impermeável pela densa construção e pavimentação, causando aumento da capacidade térmica e rugosidade, além da alteração do movimento do ar;

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• Aumento da capacidade armazenadora de calor, com a diminuição do poder difusor da superfície (capacidade de receber e refletir a luz do sol);

• Emissão de contaminantes, que aumentam as precipitações e modificam a transparência da atmosfera.

Essas alterações climáticas podem ser tais que as áreas urbanas, principalmente as maiores, resultem em verdadeiras Ilhas de Calor, com uma circulação de ar típica que faz a cidade se parecer com uma ilha quente rodeada por um entorno mais frio.

Figura 19 – Domo urbano de poeira. Fonte: ROMERO (1988).

Um movimento circulatório de gases, em que os poluentes são carregados pelas correntes verticais e logo dispersos sobre o entorno num processo contínuo que conforma dentro de um domo.

A arquitetura deve contribuir para minimizar a diferença entre as temperaturas externas e internas, amenizar as sensações de desconforto impostas pelos climas rígidos, tais como os de excessivos calor, frio ou ventos, como também propiciar ambientes que sejam, no mínimo, tão confortáveis como os espaços ao ar livre em climas amenos.

2.1. Princípios Gerais

Alguns princípios gerais devem ser considerados quando se incorpora a preocupação bioclimática ao desenho urbano.

Tais princípios vêm para controlar os fatores climáticos como a ventilação e a radiação.

2.1.1. Radiação

Como exemplo, no desenho que se segue, verifica-se, a radiação refletida pelas paredes das construções vizinhas.

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No outro caso, a radiação solar absorvida e contribuindo para a umidificação do ar. Já à noite, quando cessa a radiação solar direta, ocorrem as perdas noturnas de calor.

Figura 20 – A radiação incidente nos espaços construídos. Fonte: ROMERO(1988)

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Figura 21 – A radiação incidente nos espaços construídos. Fonte: ROMERO (1988)

Os princípios para o controle da radiação solar refletida são o uso da vegetação, o uso de materiais e cores pouco refletivos, ou ainda a utilização de varandas, alpendres entre outros. Vale lembrar que esses princípios são determinados após análise específica do clima da região estudada.

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Figura 22- Fonte: LAMBERTS et al. (1997).

Figura 23- Fonte: LAMBERTS et al. (1997).

2.1.2. Ventilação

Sobre a ventilação, o movimento do ar no meio urbano está em relação direta com as massas edificadas, a forma destas, suas dimensões e sua justaposição.

Numa escala menor, o movimento do ar, afeta os pedestres e as edificações, pois aumenta a perda de calor por convecção ou leva calor e poeira.

Para o controle deste fenômeno tem-se o uso da vegetação, a otimização dos volumes edificados, a introdução de movimentos de terra, do mobiliário urbano entre outros.

Uma série de efeitos aerodinâmicos do vento sobre as massas construídas foi analisada por J. Gandemer.

Os principais efeitos são: efeito pilotis, efeito de esquina, efeito de barreira, efeito de Venturi e efeito de canalização.

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Figura 24 – Efeitos aerodinâmicos do vento. Fonte: ROMERO(1988)

Para controlar esses efeitos seguem alguns conselhos práticos:

Efeito pilotis

• Edifícios na orientação paralela ao vento;

• Evitar pilotis de forma contínua;

• Base do edifício com vegetação ou construções;

• Aumento da porosidade do edifício.

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Efeito de esquina

• Cantos arredondados;

• Construção em vários níveis decrescentes;

• Adensamento à vizinhança imediata das esquinas com o uso da vegetação.

Efeito de barreira

• As proteções dos ventos geralmente se realizam com o desenho de barreiras, seja de edifícios, seja de árvores.

Ao implantar-se um conjunto de prédios, a proteção dos ventos não deve, porém, impedir a ventilação dos espaços urbanos.

Se colocados perpendiculares à direção do vento, recebem no seu lado exposto 100% da massa de ar, enquanto se colocados a 45º recebem 50%.

Figura 25 – Conjunto de prédios e o vento. Fonte: OLGYAY (1998)

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Figura 26 – Modelo de movimento de ar ao redor e na secção de um edifício. Fonte: OLGYAY (1998)

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Figura 27 – Modelos de fluxo de ar no interior dos edifícios. Fonte: OLGYAY (1998)

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Figura 28– Modelos de fluxo de ar numa casa sem e com divisões internas. Fonte: OLGYAY (1998)

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Figura 29 – Efeito direcional do fluxo de ar, de acordo com as características das aberturas de entrada. Fonte: OLGYAY (1998)

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Figura 30 – Efeito direcional do fluxo de ar, de acordo com as características das aberturas de entrada. Fonte: OLGYAY (1998)

Figura 31- Fonte: GIVONI (1976)

Efeito de Venturi

• Se reduzir o comprimento dos braços;

• Se adensar o entorno imediato;

• Se se abre ou se fecha o ângulo de Venturi.

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Efeito de canalização

• Traçado urbano com ruas sob uma incidência compreendida entre 90º e 45º;

• Afastamentos das construções para introduzir as perdas de carga;

• Espaçamentos de largura superior a duas vezes a altura das edificações.

Figura 32- Fonte: GIVONI (1976)

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• Influência da Localização das Aberturas em Relação ao Plano Vertical

Figura 33 - Fonte: VAN LENGEN (2004)

• Coberturas e Ventilação

Figura 34- Fonte: VAN LENGEN (2004).

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3- CARACTERIZAÇÃO DOS CLIMAS TROPICAIS E DIRETRIZES GERAIS

Temos na tabela abaixo a classificação dos climas tropicais, segundo ROMERO (1988):

Tabela 1: Caracterização dos climas tropicais. Fonte: ROMERO (1988)

Nas regiões de clima quente-seco, precisam ser controladas as seguintes variáveis climáticas: insolação elevada, diferenças acentuadas de temperatura entre o dia e a noite, ventos carregados de pó e areia, umidade relativa do ar baixa.

O controle deve se dar pelo conforto e pela qualidade do ar.

Nas regiões quente-secas sem inverno, a ocupação do espaço deve ser densa e sombreada. A forma deve ser compacta e com as menores aberturas possíveis para a exposição à radiação solar.

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As ruas devem ser estreitas e curtas com constantes mudanças de direção para diminuir o vento carregado de pó em suspensão.

Para favorecer os deslocamentos de pedestres é aconselhável que a orientação das ruas permitam sombrear um lado.

Figura 35– A orientação da rua. Fonte: ROMERO(1988)

Os lotes devem ser estreitos e longos e as edificações contínuas. A ventilação é provocada internamente, evitando que a excessiva luminosidade da região afete, pela reflexão, o interior das construções.

Os espaços públicos devem ser de pequenas proporções com presença de água e sombreados pelos edifícios altos e por dispositivos complementares (galerias, marquises etc)

É no edifício que a umidade deve ser obtida através da solução dos pátios com presença de água e vegetação resguardada pela sombra da edificação.

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Figura 36– Os lotes nas regiões quente-secas. Fonte: ROMERO(1988)

Figura 28– O efeito pátio. Fonte: ROMERO(1988)

No clima quente-úmido, as variáveis são intensa radiação solar, altas taxas de umidade do ar associada à temperatura elevada e grandes índices de precipitação.

O controle deve ser na diminuição da temperatura, no incremento do movimento do ar, no impedimento da absorção da umidade, na proteção das chuvas e na solução para o escoamento pluvial rápido.

A forma deve ser dispersa para permitir a ventilação.

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As construções devem ser separadas entre si e rodeadas de árvores que proporcionem o sombreamento necessário e absorvam a radiação solar. Deve-se procurar um espaço contínuo de integração.

Nas áreas densamente construídas, a construção de edifícios altos entre baixos favorece a ventilação. A situação inversa provoca uma barreira que impede a penetração do ar no tecido urbano.

Figura 29 – o traçado nas regiões quente-úmidas. Fonte: ROMERO(1988)

Figura 39 – A ventilação através do tecido urbano. Fonte: ROMERO(1988)

As ruas devem oferecer espaços ensolarados e sombreados acompanhados de vegetação.

Os lotes devem ter vedações de preferência naturais e o alinhamento das edificações não deve ser rígido.

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Os espaços abertos devem prevalecer, e ser arborizados, permitindo a ventilação que auxilia nos espaços construídos.

Figura 40 – Os lotes nas regiões quente-úmidas/ Caminhos e a vegetação. Fonte: ROMERO(1988)

No clima tropical de altitude, verifica-se condição semelhante ao clima tropical úmido durante o período de chuva e semelhante ao clima tropical seco no período da seca.

As diretrizes para o desenho urbano não conseguem atender a todas as exigências, então o desempenho das edificações é fundamental.

Quanto à forma, um traçado compacto seria o indicado para subtrair a maior quantidade de superfície à exposição solar e diminuir o resfriamento noturno das edificações, porém introduziria outro problema, eliminaria a ventilação e a massa de ar encontraria um obstáculo inicial que a conduziria a passar por cima das construções.

A forma ideal seria a criação do efeito pátio para aumentar a umidade do ar.

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As ruas devem ser arborizadas e orientadas num sentido que permite obter uma face sombreada para auxiliar a edificação e o pedestre.

Nestas regiões, as ruas devem canalizar os ventos dominantes para obter as brisas necessárias no verão, porém a vegetação deve bloquear os ventos frios de inverno.

As ruas e as áreas livres devem ser sombreadas com árvores de grande copa para canalizar as brisas do verão e reduzir a reflexão da radiação solar, embora deixando penetrar o sol no inverno.

Figura 41– Aproveitamento do vento nas regiões de clima ameno. Fonte: ROMERO(1988)

O bom aproveitamento da orientação da rua com relação aos ventos depende das edificações que a margeiam.

Deve ser evitada a canalização excessiva dos ventos, já que, ao contrário de introduzir uma amenização do ambiente, o tornam desconfortável.

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Figura 42– Orientação a favor dos ventos dominantes (causando o efeito da canalização). Fonte: ROMERO(1988)

Permite-se grande liberdade para os tamanhos e as formas dos lotes.

Em geral para uma adequada ventilação e para o impedimento da radiação excessiva, é aconselhável um alinhamento que permita reentrâncias e saliências.

Os espaços públicos: razoavelmente abertos e densamente arborizados.

Substituir as superfícies asfaltadas pelas gramadas, para reduzir a absorção da radiação solar e a reflexão das construídas.

4- O HOMEM E O AMBIENTE

Sobre a percepção térmica do homem atuam os elementos do clima como, a radiação, a umidade do ar, o movimento do ar e a temperatura.

O homem utiliza dois mecanismos de regulação térmica para responder às exigências externas: um de caráter comportamental (redução da capacidade de trabalho, sono, prostração...), e o outro de caráter fisiológico (suor, variações do fluxo sangüíneo, arrepio, ereção dos pêlos...). O homem é um animal homeotérmico.

De forma a manter a temperatura interna do corpo em torno de 37ºC aproximadamente, na obtenção do seu equilíbrio térmico, diversos processos de trocas térmicas ocorrem com o meio, que são: troca por radiação, por condução, por convecção, por evaporação. O Homem é capaz de ganhar ou perder calor para o meio pelos processos.

Processos de trocas térmicas secas (que envolvem variações de temperatura, dado pela condução, radiação e convecção).

Condução: troca de calor entre dois corpos que se tocam ou mesmo partes do corpo que estejam a temperaturas diferentes

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Figura 43 – Trocas de calor por condução. Fonte: FROTA et al. (1995).

Convecção: troca de calor entre dois corpos sendo um deles sólido e o outro um fluído (líquido ou gás).

Radiação: mecanismo de troca de calor entre dois corpos que estão afastados entre si por uma distância qualquer e que possuem a capacidade de emitir e absorver energia térmica.

Processos de trocas térmicas úmidas (mudança de estado de agregação da água – do estado líquido para o estado de vapor e vice-versa, dado pela evaporação e condensação).

Evaporação: mudança do estado líquido para o estado gasoso.

Condensação: mudança do estado gasoso do vapor d’água contido no ar para o estado líquido.

O calor perdido para o ambiente através das trocas secas é denominado calor sensível e é função das diferenças de temperatura entre o corpo e o ambiente.

Já o calor perdido para o ambiente através das trocas úmidas é denominado calor latente e envolve mudança de estado de agregação – o suor, líquido, passa para o estado gasoso, de vapor, através da evaporação. Assim o organismo perde calor para o ambiente sob duas formas: calor sensível e calor latente.

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Figura 44 – Calor cedido ao ambiente (W), segundo a atividade desenvolvida pelo indivíduo. Fonte: FROTA et al. (1995).

A quantidade de calor que é produzida pelo organismo, em um dado ambiente, depende principalmente do tipo e intensidade da atividade e da estrutura do indivíduo e, em menor escala, da idade, do sexo e da adaptação ao clima da região.

É importante conhecer os processos de troca térmica para se saber quais as variáveis do meio que estão em jogo, e para então proceder ao controle do mesmo.

Existem três meios de controle: o sistema termo-regulador do organismo, o uso adequado de vestimenta e a criação de um invólucro, o edifício, as cidades devem ser projetadas visando à possível utilização, por todos os edifícios, dos fatores climáticos que podem concorrer para o conforto térmico.

Inumeráveis modelos tentam medir as reações humanas e as condições térmicas de um ambiente. Para este fim, foram elaborados índices de conforto térmico por vários autores, dentre os quais destaca Givoni (cartas bioclimáticas), Fanger (diagrama de conforto térmico), entre outros.

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Enfim, este trabalho teve a preocupação de levantar todas as questões que envolvem o tema. São conhecimentos que permeiam totalmente as concepções arquitetônicas abrangendo algumas diretrizes de desenho urbano que proporcionam ao homem o conforto térmico.

Vale lembrar que é extrema a complexidade da relação Homem e seus ambientes físico e social e a avaliação deve ser integrada com as qualidades ambientais, envolvendo além da percepção térmica, a acústica, a luminosidade, a visual, a olfativa, entre outras.

5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FROTA, Anésia Barros; SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual de Conforto Térmico. 2ª

edição. Studio Nobel, São Paulo, 1995. 243p. GIVONI,B. Man, Climate and architecture. Applied Science Publisher, London, 1976. HERTZ, John. Ecotécnicas em Arquitetura: como projetar nos trópicos úmidos

do Brasil. Pioneira, São Paulo, 1998.125p. LAMBERTS, R. et al Eficiência energética na arquitetura. São Paulo: PW Editores,

1997. OLGYAY, Victor. Arquitectura y clima. Manual de diseño para arquitectos y

urbanistas. Editorial Gustavo Gili,AS, Barcelona, 1998. 203p. ROMERO, Marta Adriana Bustos. Princípios Bioclimáticos para o Desenho Urbano.

Projeto Editores Associados Ltda, São Paulo, 1988. 123p. Site: www.squ1.com/site.html, pesquisado em 22/08/05 às 23:00 h. VAN LENGEN. J. Manual do arquiteto descalço. Livraria do arquiteto, Porto Alegre,

2004. 724p.