SUPERANDO NOVOS com Fábio Coelho e

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INCLUSÃOESCOLAR

Semana da

2021

1 - Quando não tem essa parceria entre família e escola?

Como professores o que devemos fazer por essa criança?

Penso que a escola deve sempre focar nas possibilidades. Ter essa união como foco, no entanto quando se esgotam

as tentativas, tentar criar um bom vínculo com o aluno, conhecê-lo ao máximo, para fazer as adaptações

necessárias.

2 - O que fazer quando a família não aceita?

É um processo difícil para as famílias e nem sempre a aceitação é rápida. Quando isso acontece, é importante criar

uma boa relação com essa família, oferecer apoio e se mostrar a disposição para ajudar a criança. Quando a família

confia na escola, ela passa a ouvir os feedbacks e aceitar procurar uma avaliação para a criança.

3 - Minha dúvida é em relação a família que suspeita que a criança tem autismo. Quais são seus/suas principais

dúvidas/questionamentos?

A família precisa mudar as expectativas que naturalmente cria em relação ao filho, e sente medo do desconhecido.

Isso pode dificultar um pouco a busca por ajuda. No entanto, quanto mais rápido ela conseguir passar por essa fase

e buscar ajuda profissional, melhor será para o desenvolvimento do filho.

4 - A maior dificuldade no meu caso que atuo em sala de recursos em uma escola pública, é conseguir a

comunicação com os terapeutas nessa rede de apoio. O motivo é porque a maioria dos meus alunos, que são de

comunidades carentes, não tem acompanhamento ou quando tem a demanda dos profissionais é tamanha que

não conseguem a comunicação com a escola.

Infelizmente a maioria das pessoas com TEA não tem o atendimento terapêutico e médico adequado e isso reflete

na escola. O método que apresento aqui nessa semana é o que considero o ideal para uma efetiva inclusão, no

entanto, conhecendo as inúmeras dificuldades nas mais variadas esferas, penso que precisamos sempre focar nas

possibilidades e em fazer a nossa parte da melhor maneira possível, como vocês vem fazendo.

5 - O que fazer quando não tiver vagas para atendimento na Rede Pública??? É isso que acontece e muitas

crianças ficam sem atendimento.

Realmente as dificuldades para a inclusão não estão somente na área educacional, mas também na área de saúde.

A maioria dos autistas não tem tratamento adequado, e isso dificulta bastante. Apesar disso, gosto sempre de focar

nas possibilidades e passar motivação para que façamos da melhor forma possível nossa parte.

6 - Boa noite, como ensino a alfabetização, qual melhor método?

Olá, isso vai depender de cada criança. Um método que vem sendo bastante usado é o fônico, ou método das

boquinhas

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7 - O vinculo com a família é a primeira coisa que faço, porém mesmo sendo professora eu posso estar

comentando informações da criança para saber como melhor ajuda-lo?

Isso vai depender de cada escola. Tem escolas que não permitem esse tipo de comunicação entre professor e

família. Nesses casos, deve ser passada as informações para a coordenação conversar com os responsáveis.

8 - PEÇO DIRECIONAMENTOS DE COMO DESENVOLVER ESSE TRABALHO COM ESSES ALUNOS PARTICULARES?

A dica que eu te daria é focar em criar um vínculo bacana com a criança, a partir dos interesses dela. Juntar-se a ela

no que ela quer fazer, e somente após uma boa relação estabelecida, começar a direcionar para as atividades que

visa trabalhar.

9 - E quando a escola não faz nada disso? Oferece apenas o mínimo (monitora) e nem o PEI existe? Não oferece

AEE. Não há diálogo com a família, apenas reclamações, quando a inclusão é fachada e na verdade não existe?

A Escola não flexibiliza o ensino e nem o ambiente? Apenas lidam com o aluno como um número a mais no

censo? Pergunto como mãe, e como futura profissional na área da educação, o que fazer para mudar isso?

Realmente a inclusão em nosso país está longe do ideal, mas há esperança. Recebemos muitas inscrições de

profissionais da educação para esta semana, e continuam se inscrevendo. Seria ótimo se a escola que se refere

inscrevesse os profissionais. Como falei, somente com motivação e capacitação, a inclusão pode acontecer.

Estamos aqui para ajudar.

10 - Também gostaria saber o que se pode fazer pra minimizar o prejuízo causado pela hipersensibilidade

auditiva de alguns autistas dentro da sala de aula?

Precisamos encontrar o equilíbrio entre alterações no ambiente e dessensibilização do aluno (enfrentamento

gradativo). No começo, sugiro tentar compreender o que está prejudicando mais e efetuar as alterações no

ambiente: reduzir ruídos, colocá-lo numa Cadeira mais próxima da professora, dar um tempo para ele sair de sala e

se estabilizar, explicar para a turma a situação deve ajudar a reduzir o barulho. O encaminhamento para terapeuta

ocupacional se torna importante para trabalhar com o aluno, uma melhor estabilidade sensorial.

11 - Poderia, por favor, dar algumas dicas sobre a inclusão no Ensino Superior, em relação ao aluno autista ou

com Transtornos Globais do Desenvolvimento?

No ensino superior, geralmente a pessoa com autismo, apesar da escolha profissional que deseja seguir, irá

encontrar disciplinas sem interesse, ou que estão longe do foco que ele deseja. Especialmente, nessas disciplinas, é

preciso trazer o assunto para a realidade do aluno, usando os interesses dele e com leves adaptações: redução de

textos, uso de imagens, vídeos e fotos, além do apoio na socialização.

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12 - Fábio eu tenho um neto autista e o que posso constatar, é que ele gosta de arte. Será que é uma

habilidade que ele tem para que seja trabalhado? Outra coisa, a cor preferida dele é azul é uma das

características do autismo?

Olá, a escola não pode desperdiçar esse gosto pelas artes, é um caminho em potencial. Em relação a cor preferida,

não há evidências cientificas. É uma característica dele gostar de azul.

13 - Olá Fábio, gostaria de ver com você sobre uma situação, quando a escola percebe que a criança tem

autismo e diagnosticado pelos profissionais da área e a família, não aceita dar medicamento e nem fazer os

devidos procedimentos. Qual procedimento a ser tomado?

Olá, situação delicada. É importante tentar descobrir os motivos pelos quais a família não aceita. Partindo do

pressuposto de que eles querem o melhor para o filho, resta pensar que não tem o conhecimento sobre o que é o

melhor ou estão passando por dificuldades emocionais. Para a escola, o melhor caminho é um contato com alguém

da equipe terapêutica, especialmente psicóloga.

14 – Gostei muito dessa nossa primeira aula e dos materiais disponíveis. Sou mãe e comecei uma pós em

autismo. Quero poder ajudar não apenas meu filho, mas outras crianças e adolescentes. Meu filho tem 12 anos

e vejo na pele a dificuldade de inclusão, é como você diz, ainda estamos no processo embrionário, longe do

ideal.Mas com perseverança vamos conseguir. Aproveitando a oportunidade, no fundamental II os alunos têm

vários professores né? Gostaria que você comentasse sobre a melhor forma de trabalhar com os adolescentes

que tem TEA e que não tem professor de apoio. Isso no autismo leve?

Como sabe eu também compartilho a vivência familiar com a profissional, e somos, por isso, duplamente escolhidos,

e por consequência nossa responsabilidade diante da realidade das crianças é maior. No caso dos alunos com

autismo leve, incluídos no Fundamental 2 e ensino médio, é importante pensar em flexibilizações para eles

também. Quando isso não ocorre, o stress gerado para eles pode afetar e o aluno perder o interesse pela escola. É

importante os professores, pensarem nessas adaptações, levando em conta o interesse do aluno.

15 - ‘’Será que uma criança que foi avaliada na escola e os professores e coordenação pediram aos pais para

levarem a um especialista, e os pais levam no psiquiatra, tem como em uma consulta o profissional da o

diagnostico?

O diagnóstico de autismo não é fácil, requer observação comportamental e alguns exames para refutar/confirmar

outras hipóteses. Portanto, dificilmente é fechado em uma consulta.

16 - Quais argumentos você poderia me sugerir para que eu possa explicar pra esses pais a importância dos

filhos continuarem o tratamento?

Ótima colocação: É importante mostrar para os pais os benefícios que esse tratamento multiprofissional poderia

dar para os filhos. Se o aluno ainda apresenta intolerância à frustração, dificuldade de aprendizagem, peculiaridades

na linguagem, dificuldade de socialização... existem profissionais que precisam estar acompanhando o aluno

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17 - Bom dia Fábio! Tenho uma criança com autismo profundo, mas os pais dela não deixam ela vir a escola pois

dizem que ela não tem condições de estar no meio de outras crianças. O que devo fazer?

Quanto mais grave for o comprometimento, mais a criança tem a aprender, seja na escola regular, na escola

especial, ou nas terapias. É importante que a família não deixe de acreditar no potencial e nas possibilidades.

18 - Todo aluno Autista tem direito à um professor auxiliar, que esteja o tempo todo com ele em sala de aula?

Não todos. O que a lei diz é que em caso de comprovada necessidade, o aluno com autismo matriculado em rede

regular de ensino tem direito a acompanhante especializado.

19- Olá tenho um aluno com autismo e síndrome grave como posso incluir ele na sala para melhor

acompanhamento dele?

Então, seguindo o modelo que disponibilizei. De forma resumida, você precisa avaliar esse aluno, seus potenciais,

dificuldades, metas e barreiras. Com a ajuda da família e terapeutas, criar o plano educacional dele. Baixe os guias.

20- Públicas em Salas de Recursos Multifuncionais, tem feito grandes resultados com os alunos, o que você

acha de trabalhos com animais e crianças com autismo?

As terapias assistidas com animais vêm mostrando bons resultados em pesquisas. O uso dos cães, por exemplo, se

torna mais acessível para a escola e pode ser um grande diferencial para o aluno, trabalhando habilidades de

cuidado, empatia, afeto, entre outras.

21- Esperar os resultados ou pedir que judiciário determine que a Escola permita o contato direto com a

mediadora??Nós pais de alunos matriculados na rede privada, na maioria das vezes, ficamos em uma situação

muito difícil. Pois a inclusão escolar neste país, na prática, ainda é algo que exige muita luta.

Realmente ainda estamos engatinhando na inclusão escolar. O melhor caminho é sempre o diálogo e a relação de

confiança mútua entre escola e família. No entanto, os direitos do aluno precisam ser garantidos conforme as leis

em vigor.

22- Fiquei em dúvida, eu sou mediadora de um aluno que tem síndrome de down, o mesmo relatório que é

feito de um aluno com autismo pode ser feito para um aluno que tem síndrome de down ?

Sim, você pode se embasar no mesmo modelo para fazer o relatório do seu aluno.

23- O que desencadeia o transtorno? Fatores hereditários, ou metabólicos ou o problema ocorre ao acaso?

Primariamente genética.

24- Se a sala de AEE funcionar fora da escola regular do aluno. É necessário outro PPP- PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO?

É necessário sim.

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25- Eu gostaria de saber qual a formação que o mediador deverá ter?

De preferência, o mesmo conhecimento dos professores.

26- Gostaria de saber quem é o responsável em fazer a adaptação do currículo?

O professor da turma ou professores.

27- A adaptação curricular no meu olhar cabe aos professores, que têm o olhar in loco. Entretanto, a direção

acredita que seja da competência da coordenação em parceria com a orientação. Acredito que a parceria seja

dos professores especialistas das diferentes disciplinas em conjunto com a coordenação e orientação. Como

você analisa essa situação?

Penso que a adaptação de cada disciplina deve partir do professor, inicialmente. Este, poderá receber orientação da

equipe escolar. Após realizado o planejamento, a mediadora precisa recebê-lo para ajudar a preparar atividades

adaptadas.

28- Sou professora de sala de recursos multifuncionais e atualmente um dos meus alunos é autista. É uma

criança de 8 anos, muito agressiva, agitada e que não obedece aos comandos dado a ele. É muito difícil fazê-lo

sentar, ele não presta atenção, bate nos móveis (vejo que há uma necessidade dele em fazer barulho). E

quando contrariado fica extremamente agressivo. Gostaria de saber como posso trabalhar com essa criança,

como posso ajudá-lo? Já tentei de varias maneiras atraí-lo, através de coisas que ele gosta de fazer (como

brincar, ouvir música, etc), mas nada prende sua atenção por mais de 5 min, o que dificulta ensiná-lo algo. Que

outro viés posso seguir?

Sugiro fazer uma avaliação de preferência, para saber quais são os itens que ele mais gosta e introduzir estes ao

ensino, trabalhando inicialmente por curtos períodos de tempo (5 minutos).

29- O mediador escolar pode ser a mãe; já que a criança não consegue desenvolver habilidades com outra

pessoa?

Não há uma regra geral sobre isso, no entanto, a presença da mãe pode dificultar a autonomia da criança e a

participação na rotina escolar.

30- Qual a lei que ampara o mediador escolar?

Lei brasileira de Inclusão (2015) e lei Berenice Piana (12.764 de 2012)

31- O mediador escolar no momento que estiver mediando a pessoa com deficiência fica na mesma sala que o

professor?

Sim, deverá ficar na mesma sala fazendo a ponte entre o aluno e a aprendizagem e auxilando a criança em toda

rotina escolar.

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32 – Olá Fábio, sou professora e mediadora de educação infantil tenho um aluno que tem todas as

características de uma criança com autismo, só que a família não aceita,como devo agir eu como professora?

Olá, você pode conversar com a coordenação para marcar uma reunião com a família e pedir uma

avaliação da criança, confirme modelo que disponibilizei aqui.

33 - Gostaria de fazer uma pergunta.Quando Você coloca Inclusão como Construção e você se depara com uma

situação, onde não tem psicólogos disponíveis para atender a Criança com autismo e mesmo o que tem não

tem especialidade em autismo e os pais não tem de maneira nenhuma condições financeiras o que fazer?

Apresento essa semana um modelo ideal de inclusão, que construí ao longo dos anos, e percebo que quando

acontece, a verdadeira inclusão ocorre. No entanto, sei que na maioria dos casos, é difícil alcançar esse ideal e

sempre estímulo a focar nas possibilidades. O que é possível fazer a partir da realidade de cada caso.

34 - Bom dia! Eu fiquei em dúvida, eu sou mediadora de um aluno que tem síndrome de down, o mesmo

relatório que é feito de um aluno com autismo pode ser feito para um aluno que tem síndrome de down ?

Sim, você pode se embasar no mesmo modelo para fazer o relatório do seu aluno.

35 - Como trabalhar a seletividade alimentar?

Olá, parte sempre dos interesses da criança e busque alimentos com características parecidas. Cor, cheiro, sabor,

forma, textura... E diminua o acesso aos outros alimentos que ele já come, ao mesmo tempo que você oferece os

novos e parecidos. Com paciência e persistência, vamos aumentando o repertorio alimentar da criança.

36 – Quais são as áreas para o diagnóstico?

Segundo o manual diagnóstico, a criança deve apresentar dificuldades nas áreas da socialização, linguagem e

comportamento restrito e repetitivo. Lembre-se que somente uma característica não é motivo um diagnóstico e

somente profissionais da saúde podem fazer a avaliação.

37 –Qual a diferença entre autismo e asperger?

De acordo com o manual DSM-V (2013), a nomenclatura oficial é Transtorno do Espectro Autista e engloba

diferentes níveis. Sendo que a chamada síndrome de asperger estaria dentro do espectro, do lado mais leve.

38 – Meu filho não quer entrar na escola, o que faço?

A escola precisa focar na relação com o aluno. Separe itens e brinquedos que ele mais goste e entregue para a

mediadora recebê-lo com os itens na mão. Pode ser necessário a entrada de uma pessoa de confiança nos primeiros

dias e a retirada gradativa.

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39 – Quais são as melhores terapias?

Terapias baseadas em evidências. Sigo a Análise do Comportamento Aplicada. Acredito no trabalho

multiprofissional: terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia. Outras terapias apresentam

ótimo resultados: musicoterapia, hidroterapia, equoterapia.

40 – Como ensinar a se vestir?

O comportamento de se vestir, pode ser ensinado pelo método das tentativas discretas.

Pode ser necessário também a apresentação de histórias sociais.