Superaprendizagem - Como Estudar e Aprender

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    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    PROJETO A VEZ DO MESTRE

    SUPERAPRENDIZAGEM: COMO ESTUDAR E

    APRENDER

    Por: Felix Eufrazio Rodrigues dos Santos

    Orientadora:

    Professora Maria da Conceio Maggioni Poppe

    Salvador- BA.

    2005

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    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    PROJETO A VEZ DO MESTRE

    SUPERAPRENDIZAGEM: COMO ESTUDAR E APRENDER

    Apresentao de monografia Universidade Candido Mendes como

    requisito parcial para obteno do grau de especialista em Docncia do

    Ensino Superior.

    Por: Felix Eufrazio Rodrigues dos Santos

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus, fora criadora do universo, aos meus familiares e amigos pelo

    apoio recebido, ao corpo docente do Projeto A Vez do Mestre da Universidade

    Candido Mendes, a professora Maria Poppe pela orientao recebida e a todos aqueles

    que direta ou indiretamente contriburam para a confeco desse trabalho acadmico.

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    DEDICATRIA

    Dedico esta monografia aos familiares, mestres, leitores e acadmicos. Dedico

    ainda, a todos aqueles que estejam buscando novos caminhos para superarem o seu nvel

    de desenvolvimento e de aprendizagem.

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    RESUMO

    Estudar um verdadeiro trabalho. Um comportamento empenhativo, tcnicas e

    acompanhamento metodolgico podem tornar o estudo mais eficiente e mais produtivo.

    Atravs da monografia intitulada SUPERAPRENDIZAGEM: COMO ESTUDAR E

    APRENDER, apresentaremos as tcnicas de aprendizagem criadas nas ltimas dcadas.

    A Superaprendizagem, Sugestologia ou Aprendizagem Acelerada, foi desenvolvida pelo

    psiquiatra e educador, Dr. Georgi Lozanov, na dcada de 1960. Conceitos como:

    relaxamento, respirao adequada, msica, uso de cores, imaginao, foram elementos

    do estudo cientfico da sugesto. Na mesma poca, o psiclogo e educador, Tony

    Buzan, desenvolveu a tcnica denominada Mapa Mental. No Mapa Mental, usa-se pouco

    texto, imagem e cores, e o esquema de informao organizado de acordo com o

    formato assimilado pelo nosso crebro. Abordaremos o teste de QI, criado pelo

    psiclogo, Alfred Binet, em 1905, para medir o Quociente de Inteligncia do alunado

    francs, posteriormente difundido e usado no resto do mundo. A partir da dcada de

    1980, o psiclogo norte-americano Howard Gardner, da Universidade de Harvard,

    desmistifica a idia da inteligncia estanque, inaltervel, entendida por Binet, e

    apresenta um novo conceito de aprendizagem: Inteligncias Mltiplas. Gardner traz a

    boa notcia de que a inteligncia pode ser desenvolvida, potencializada ou atrofiada a

    depender do seu uso. Em suas experincias, Vygotsky descobre que a ampliao dovocabulrio aumenta a compreenso e a cognio. Da, a importncia das tcnicas para

    uma boa leitura. Fechamos o nosso trabalho com a Inteligncia Emocional, a teoria

    revolucionria que redefine o que ser inteligente, divulgada pelo psiclogo Daniel

    Goleman.

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    METODOLOGIA

    A metodologia empregada nesta monografia basicamente a pesquisa

    bibliogrfica. Aproveitamos, tambm, nossa experincia de dois anos ministrando cursos

    de Superaprendizagem, Leitura Dinmica e Memorizao em diversas instituies de

    ensino superior da Bahia, com sucesso. Abordaremos desde o teste de QI de Alfred

    Binet, a Superaprendizagem de Georgi Lozanov, o Mapa Mental de Tony Buzan, as

    Inteligncias Mltiplas de Howard Gardner e a Inteligncia Emocional de DanielGoleman. Os autores citados e os demais da bibliografia representam a base de

    referncia da nossa pesquisa. O leitor encontrar um material bem didtico, de fcil

    compreenso e que se posto em prtica, trar resultados efetivos uma vez que a eficcia

    j foi testada na prtica.

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    SUMRIO

    INTRODUO 8

    CAPTULO IAPRENDER A APRENDER 9

    1.1Aprendizagem acelerada 10

    1.1.1 Superaprendizagem 12

    1.1.2 Mapa mental 13

    1.1.3 Use o bom humor 15

    1.2Teoria e prtica da leitura 161.2.1 Como ler dinamicamente 17

    1.2.2 Reconhecimento geral do material 22

    CAPTULO IIINTELIGNCIAS MLTIPLAS 25

    2.1Descrio das inteligncias mltiplas 28

    2.2O crebro humano o rgo mais treinvel do corpo 30

    2.3 - Teorias da aprendizagemprtica 32

    CAPTULO IIIINTELIGNCIA EMOCIONAL 33

    3.1Surgimento 33

    3.2O que educao emocional 35

    3.1.1As cinco emoes bsicas 36

    CONCLUSO 38

    BIBLIOGRAFIA 39

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    INTRODUO

    No h mais nenhuma tarefa, em nenhum lugar, que exclua o aprimoramento

    constante. No h sada, o jeito aprender mesmo. No se trata, apenas, de ter que

    aprender sempre: o grande problema que voc precisa aprender rpido. Um dos

    conceitos mais difundidos no meio acadmico e profissional o da educao

    continuada. A quantidade de informao produzida no mundo acadmico torna cada

    vez mais difcil para o aluno se manter atualizado, sem contar que no basta apenas reter

    a informao: precisamos transform-la em conhecimento, apreend-la. O aprendizado,

    assim como as demais reas, contou com a contribuio de vrias disciplinas do

    conhecimento humano, fruto de anos de pesquisa. Vrias ferramentas que contribuem

    para o aprendizado rpido e eficiente foram descobertas nas ltimas dcadas. A proposta

    desta pesquisa apresent-las, para tornar a atividade intelectual do acadmico mais

    produtivo, leve, eficiente e prazenteira.

    No captulo I, intitulado Aprender a Aprender, conheceremos as tcnicas da

    aprendizagem acelerada, como ler com dinamismo e compreenso. Sabemos que uma

    das maiores dificuldades que as pessoas tm de ler, a falta de uma tcnica ou mtodo

    eficaz. No captulo II, intitulado Inteligncias Mltiplas, teremos a descrio das

    inteligncias mltiplas estudadas e divulgadas por Gardner, desde a dcada de 1980 e

    sua importncia na aprendizagem. No Captulo III, intitulado Inteligncia Emocional,

    aprenderemos como nos educarmos emocionalmente e quais so as emoes bsicas.

    Veremos que alm de um QI elevado, alto conhecimento tcnico, domnio de idiomas,

    se no tivermos equilbrio emocional, poderemos ter dificuldades nas relaes

    interpessoais, interferindo na vida acadmica e profissional.

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    CAPTULO I - APRENDER A APRENDER

    Metodologia vem do grego methodos (meta + caminho), que indica um

    caminho para chegar a um resultado ou fim. Oferece ao estudante, sobretudo ao

    acadmico, instrumentos teis para a obteno do xito no seu trabalho intelectual.

    Segundo Ribeiro, Lair (1993: 72), tudo que aprendemos na vida passa por

    quatro fases, e aignorncia a primeira fase da aprendizagem.Na fase da ignorncia,

    ns no sabemos o quanto no sabe. Quando passamos, a saber, que no sabemos, porque j estamos aprendendo e entramos na segunda fase. A segunda fase estarmos a

    par de alguma coisa, ou seja, quando sabemos o quanto no sabemos. A terceira fase

    a do conhecimento. quando ns sabemos o quanto sabemos. De que modo comea o

    conhecimento? com a confuso. Ao passarmos da segunda fase (estar a par) para a

    terceira (conhecimento), temos que atravessar o territrio da confuso. Muitos

    estudantes, quando chegam nesse ponto, largam o livro, e no aprendem porque no

    suportam atravessar a confuso, que parte do aprendizado. (...) Na plenitude do

    conhecimento (que no significa saber tudo, e, sim, saber bem), chega-se quarta fase

    da aprendizagem: a sabedoria. Nosso crebro j assimilou aquele conhecimento, de tal

    forma, que nem precisamos mais ficar prestando ateno. Aquilo j est em ns, j faz

    parte da nossa estrutura mental. Nessa fase, a pessoa j nem sabe mais o quanto (ou

    como) sabe.

    Um estudo eficaz quando se torna significativo, isto , quando

    os novos conhecimentos e informaes so assimilados

    pessoalmente e confrontados e integrados no complexo de

    conhecimentos j existente, podendo ser reutilizados em outras

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    situaes. Assim, o estudo contribui para a formao integral da

    pessoa e da sua maturao plena, afirma Matos (2001: 16).

    Para o autor, acultura no tanto a filha do gnio, mas nasce, principalmente,

    do trabalho qualificado, organizado e aturado. Para um bom estudo, que significa ir

    procura da verdade, bastante uma inteligncia mdia e fora de vontade. Como fazer o

    acadmico gostar de estudar e, consequentemente, crescer nos estudos?

    Esta questo, pertinente a todos ns, educadores, aos pais e

    especialmente aos alunos, que so os mais interessados, comea a

    receber respostas, as mais variadas. Enquanto os mdicos

    estudam os mecanismos fisiolgicos ligados aprendizagem

    buscando uma frmula de melhorar os resultados acadmicos de

    nossos estudantes, psiclogos estudam a inteligncia humana e

    socilogos inquirem sobre as estimulaes sociais que esto

    envolvidas no processo de aprender.Assegura Ribeiro, Patrcio

    (2003: 13).

    1.1 - Aprendizagem acelerada

    A base da aprendizagem acelerada o resgate da forma natural de aprender. A

    educao formal transforma o estudo em uma tarefa rdua, quando padroniza as formas

    de aprender.

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    A motivao est vinculada aos diversos aspectos da cognio

    humana, possibilitando que o indivduo motivado fique mais

    atento e perceptivo aos estmulos do meio, inclusive armazene na

    sua memria uma maior quantidade de fatos e informaes commaior perfeio, desde que estes estejam vinculados ao estmulo

    que desencadeou o processo motivacional,(Ribeiro, 2003: 13)

    Sem motivao, voc no ter estmulo suficiente para comear, e, se assim

    mesmo, voc persistir, no meio do caminho, quando encontrar um obstculo, no vai

    conseguir continuar. A falta de motivao responsvel por 80% das dificuldades no

    aprendizado. Antes de comear um novo aprendizado, necessrio ter bem claro o

    objetivo a ser alcanado e quais so os investimentos necessrios. De posse dessas

    respostas, voc ter subsdios para avaliar se pagar ou no o preo. Todo processo de

    aprendizado comea com a auto-estima. Se voc no est bem consigo mesmo, no

    conseguir estar bem com os assuntos externos e nem conseguir a motivao necessria

    para iniciar o processo. Para o trabalho de motivao, o primeiro passo ter um

    objetivo.

    O modelo ensinado na escola mostra apenas um jeito de aprender, baseado na

    leitura e na memorizao de informao. Geralmente, o contedo no atraente porque

    no associado vida, so apenas informaes. Normalmente a aprendizagem

    considerada coisa chata, por que a escola empobrece os recursos para aprendizagem.

    Tradicionalmente, ela s estimula o raciocnio lgico-matemtico e o verbal-lingstico.

    A forma linear de aprender vai de encontro at ao significado da palavra educao, atode tirar de dentro, conduzir para fora. O grande Mestre, Jesus, nas suas memorveis

    parbolas, utilizava-se dos fatos e exemplos do dia-a-dia das pessoas, s quais se dirigia,

    para transmitir seus ensinamentos. Por isso, era compreendido e suas mensagens ecoam

    em nossos ouvidos at os dias atuais. Quando o educador consegue, ao transmitir seus

    conhecimentos, der exemplos do cotidiano, a aprendizagem facilitada.

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    1.1.1 - Superaprendizagem

    Na dcada de 1960, o psiquiatra blgaro Georgi Lozanovcriou um mtodo de

    instruo muito eficiente: a sugestologia. Conceitos como relaxamento, compreenso,

    respirao adequada, msica, uso de cores, imaginaes foram elementos do estudo

    cientfico da sugesto, por ele realizado. Lozanov descobriu que o homem aprende mais

    rpido e com melhor reteno, se o crebro estiver na freqncia Alfa,de 8 a 12 ciclos

    por segundo, verificado em estado de relaxamento. Sesso de relaxamento, antes dos

    estudos, pode aumentar a aprendizagem em 50%. A msica clssica, a barroca,

    principalmente, foi outro elemento por ele utilizado para facilitar a superaprendizagem.

    O relaxamento pode ser feito de vrias maneiras. Damos a seguinte sugesto:

    Procure um lugar tranqilo e sente-se o mais confortvel que puder, mantendo a

    coluna ereta. O ideal uma cadeira de encosto alto;

    Deixe os braos penderem ou ponha as mos sobre as pernas, ligeiramente

    entreabertas;

    Feche os olhos e comece a respirar, lenta e profundamente. Inspire pelas narinas

    e solte o ar pela boca, assoprando. Retenha o ar por alguns segundos, enchendo o

    diafragma, largo msculo que separa a cavidade torcica da abdominal;

    Relaxe os msculos do ombro, movimentando a cabea para os lados, para frente

    e para trs e circular direita e esquerda;

    Mantenha o corpo imvel, simplesmente inspire e expire, lenta e profundamente;

    Imagine que est em seu local favorito: na praia, ouvindo o barulho e sentindo a

    brisa do mar, ou em um campo florido, junto a uma cascata, ouvindo a queda-

    dgua e o canto dos pssaros;

    Procure afastar pensamentos negativos, trace suas metas e visualize um cenrio

    no qual voc est concretizando seus objetivos de estudo e de vida;

    Permanea por alguns minutos, sinta o corpo tranqilo, relaxado;

    Volte ao ambiente, abra os olhos lentamente, sentindo-se pronto para aprender

    mais e melhor.

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    A visualizao muito importante. Muita gente no consegue concretizar objetivos

    porque nunca se viu fazendo aquilo. O crebro no entende o que verdade e o que no

    . Ele no sabe que voc est treinando. Mais um elemento para a composio do ritual

    de aprendizagem: gua. A gua auxilia no raciocnio porque facilita as ligaesneuronais, sinapses. A absoro da gua pelo organismo imediata.

    A concentrao indispensvel para que se possa estudar com proveito. O

    importante a concentrao mental. Uma irrequietude exterior revela falta de

    concentrao. No entanto, pode-se estar exteriormente quieto sem se estar concentrado.

    O pensamento pode estar longe. O estudante no deve permitir que isso lhe acontea na

    hora de estudo. Concentrar dirigir ateno, o sentimento, a determinao de modo

    intenso e exclusivo, para um alvo ou objetivo.

    1.1.2 - Mapa mental

    Estudos mostram que recordamos de apenas 20% de um contedo lido, aps 24

    horas. O mapa mental uma ferramenta poderosa e indispensvel para quem busca

    potencializar a aprendizagem e alcanar alta capacidade de reteno e memorizao de

    informaes de qualquer tipo de contedo. A tcnica foi desenvolvida pelo psiclogo e

    professor ingls Tony Buzan, na dcada de1960. Chega a reduzir o tempo de estudo de

    quatro para uma hora. Economizamos do tempo em uma reviso, utilizando a tcnica.

    O princpio do mapa mental semelhante aos resumos em forma de esquema, que

    algumas vezes fazemos para anotar determinado contedo. A diferena entre o mapa

    mental e um esquema tradicional o formato. No mapa mental, usa-se pouco texto,

    imagem e cores, e o esquema de informao organizado de acordo com o formato

    assimilado pelo nosso crebro. O mapa mental pode ser feito para tudo: sintetizar o

    contedo de um livro, de um curso, de uma palestra, de uma tese, etc.

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    A seguir, mostramos como construir o mapa mental.

    Do centro para fora e em todas as direes comece a escrever as informaes no

    centro. As anotaes devem ser sempre na horizontal, no formato paisagem (papel

    retangular). O nosso campo de viso maior na horizontal;

    Use imagens espalhe imagens pr todo o mapa mental. Imagens comunicam-se

    mais rpido com o crebro. A memria ilustrativa;

    O que eu escrevi aqui? escreva sempre em letra de frma, para no comprometer

    a legibilidade e propiciar uma identificao mais rpida;

    Cada linha deve estar conectada a outra linha todas as linhas devem estar

    conectadas. Isso d uma estrutura bsica para o mapa mental.

    Cada linha, uma palavra as palavras devem ser escritas sempre sobre a linha,obedecendo regra de uma linha por palavra;

    Cores para o crebrouse canetas coloridas, sempre. Pelo menos seis cores. Evite

    cores que no do boa leitura. O hemisfrio direito o que enxerga colorido; o

    esquerdo s enxerga em preto e branco. Com o uso de cores, voc interliga os dois

    hemisfrios, aumentando a sua inteligncia e a capacidade mental.

    Direto no alvoanote apenas palavras-chave.

    (CARDOSO, Margot. Revista Vencer, n. 27, p.34 a 36,dez. 2001)

    Buzan tinha observado que seus alunos costumavam fazer

    anotaes lineares nos cadernos e que isso no surtia grande

    efeito. Nem poderia; nossa memria no linear; pelo contrrio,

    ela associa as informaes tal quais galhos de uma rvore

    interligados entre si (tal quais nossos neurnios se comunicam

    uns com os outros atravs de suas dendrites). Sugeriu, ento, que

    daquela data em diante eles passassem a fazer suas anotaes em

    forma de rvores, vistosas e expressivas. E quanto mais

    vistosas, mais expressivas e mais coloridas, melhor. (Martins,

    2002: 28).

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    Exemplo do mapa mental

    1.1.3 - Use o bom humor

    A psicloga Funes (2004) especialista em desenvolvimento pessoal e gerencial,

    afirma: Confundimos seriedade com perfeio nas coisas que fazemos. essa confuso

    que nos leva a perder o contato com aquele lugarinterior do riso, que pode dar alegria

    s nossas vidas. A criana tem uma disposio natural para a brincadeira, para o riso,mas, medida que ela cresce, vai sendo condicionada a conter o riso. Nos sculos XVIII

    e XIX, quem ria era rotulado de abobado. O riso era considerado pecaminoso, para a

    mulher. Em algumas sociedades mais tradicionais, o riso tem conotao negativa. Os

    orientais tm dificuldade para rir. A mulher japonesa esconde o riso com o leque. Ditos

    populares reforam o anti-riso: Muito riso, pouco siso. So idias e conceitos que

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    atuam como verdadeiros venenos, que sufocam e inibe o riso, o bom humor.

    Aprendemos que o riso est ligado incompetncia, falta de seriedade, indolncia.

    Eu nunca teria conseguido sobreviver, se no conseguisse rir. O riso me levava

    momentaneamente para fora daquela situao horrvel, o suficiente para torn-la

    suportvel, declara Victor Frank, sobrevivente de um campo de concentrao nazista.

    A vida no deixa de ser engraada quando algum morre, e tambm no deixa

    de ser sria quando algum ri. (George Bernard Shaw)

    A capacidade de rir de si mesmo um dos indcios do amadurecimento .

    (Abraham Maslow)

    Assim como somos a nica espcie animal que pensa, podemos nos orgulhar de

    que somos a nica espcie que ri. Segundo estudiosos, o riso surgiu com o aparecimento

    do crtex. (CARDOSO, Margot. Revista Vencer, n. 27, p. 42 a 54, dez. 2001)

    1.2Teoria e prtica da leitura

    Segundo Galliano (1986), cada leitura feita com um propsito que pode ser ainvestigao, a crtica, a comparao, a verificao, a ampliao ou integrao do

    conhecimento.

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    No mundo moderno, onde cada vez mais dura a competio

    pessoal, e cada vez mais profunda o abismo da ignorncia, nopor incapacidade do esprito humano, mas pelo aumento enorme

    da quantidade de coisas a aprender, a leitura ainda dos mais

    decisivos meios de aquisio de conhecimento. (Penteado,

    1974: 185)

    A palavra lervem do latim lger e,que significa ao mesmo tempo ler e colher.Por isso, Faguet define a leitura como a arte de colher idias. Ler interpretar smbolos

    grficos, de maneira a compreend-los. Vivemos em uma era em que a velocidade e o

    conhecimento constituem dinmicas do sucesso. Foram produzidas mais informaes

    nos ltimos 30 anos do que nos cinco mil anos anteriores. O volume de informaes

    disponvel dobra a cada cinco anos. A quantidade de material a ser lido cresce de modo

    inversamente proporcional ao tempo de que dispomos para ler, o que nos impele a

    enfrentar um mundo onde quem no se atualiza e se mantm bem informado fica em

    desvantagem ante os demais. A necessidade de um processo eficaz, que nos permita

    usufruir melhor da leitura e execut-la em menos tempo, torna-se emergente. H quem

    acredite que, quanto mais lenta for a leitura, melhor a assimilao ou aproveitamento.

    Contudo, a leitura lenta, palavra pr palavra, fragmenta os elementos da frase,

    dificultando a compreenso global. A leitura dinmica precisa de menos tempo, estimula

    a mente a desenvolver o senso de antecipao, expectativa, tornando-se receptiva ou

    expectante.

    1.2.1Como ler dinamicamente

    A velocidade da leitura pode ser aumentada, sem detrimento da compreenso. A

    Pedagogia moderna dedica especial ateno ao aprendizado da leitura, veculo essencial

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    aquisio do conhecimento. Inmeras pessoas no gostam de ler, porque nunca

    aprenderam a ler.Sendo a leitura um processo, compreende seis atividades distintas, a

    saber:

    O reconhecimento dos vocbulos;

    A interpretao do pensamento do autor;

    A associao das idias do autor com as idias do leitor, levando este a

    compreenso;

    A reteno dessas idias;

    A capacidade de reproduo dessas idias sempre que necessrio.

    O primeiro mtodo de Leitura Dinmica, que um processo de ler rpido e

    compreender melhor o texto,foi criado pelo francs Louis-mile Javal (1839 1907),

    diretor do Laboratrio de Oftalmologia da Sorbonne, Paris. Nos anos 1960, esse mtodo

    foi aperfeioado pela professora Evelyn Wood (1927 1979). A tcnica da leitura

    dinmica foi introduzida no Brasil no final da dcada de 1960.

    Para aumentar a velocidade da leitura, trs fatores so indispensveis:

    Corrigir os vcios de leitura;

    Reduzir os pontos de fixao ou pausas por linha;

    Reduzir a durao das pausas.

    Vcios de Leitura

    Normalmente, no percebemos nossos vcios de leitura e o quanto nos prejudica. Os

    vcios so adquiridos desde o perodo de alfabetizao e acompanham o leitor at que

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    ele conhea novas tcnicas, como a da Leitura Dinmica e passe a mudar seus hbitos de

    leitura. Os vcios mais comuns so:

    1 Movimento da cabea: voc j viu uma fotografia com o foco em

    movimento? Percebeu como a imagem no fica ntida? O mesmo acontece quando

    lemos acompanhando o texto, movimentando a cabea. Quanto mais rpido for o

    movimento, maior ser o prejuzo da compreenso, pois os olhos em movimento no

    vem adequadamente. A leitura s ocorre durante as paradas do globo ocular. Tcnica

    para correo: salto de olho - o movimento que os olhos fazem para ir de um ponto de

    fixao a outro, com a cabea parada. J o tempo gasto em cada parada ou ponto de

    fixao chamado de pausa ocular, que o intervalo de tempo que os olhos levam para

    perceber a mensagem escrita e remet-la ao crebro.

    2 Regresso: o hbito de retornar, com freqncia, palavra ou s frases

    lidas. Salvo em situao absolutamente necessria, no devemos retornar. Acarreta perda

    de tempo, prejudica o entendimento e a linha de raciocnio.

    3 Ler silabicamente ou palavra por palavra: esse hbito representa grande

    perda de tempo. Somos dotados de amplitude visual capaz de nos fazer passar da leitura

    silbica para a leitura espacial. Esta a ampliao do ponto de fixao da slaba para a

    palavra e desta para o grupo de palavras ou frase. Assim, ampliamosa viso perifrica,

    que de quase 180 graus. Treinando o uso da viso perifrica, podemos ler vrias

    palavras com uma nica fixao.

    4 Vocalizao: a leitura sussurrada. Quando vocalizamos, aumentamos o

    trabalho mental. O crebro, alm de decodificar o material lido, ter de impulsionar o

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    trato vocal a emitir o som, articular as palavras, representando perda de tempo e energia.

    A voz s tem como objetivo o ouvido do outro.

    5 Subvocalizao: leitura mental, palavra por palavra ou voz interior. A

    correo desse vcio d-se com a acelerao do ritmo da leitura, superando a marca de

    250 PLMPalavras lidas por minuto.

    6 Uso de apoio: uso inadequado do acompanhamento com o dedo, lpis,

    sublinha com rgua, etc., com o propsito de aumentar a velocidade da leitura. Os olhos

    so dotados de movimentos bem mais geis que as mos, agindo livres desses artifcios,

    que s trazem prejuzo leitura.

    Reduo dos pontos de fixao.

    Fomos treinados a ler palavra por palavra:

    Docncia do Ensino Superior.

    (4 pontos de fixao)

    Docncia do Ensino Superior

    (1 ponto de fixao) dinamizei a leitura em 300%

    Na leitura comum, s a palavra percebida. Na acelerada, aprendemos a usufruirdo nosso campo perifrico, em mdia 3,6 cm de dimetro, o que nos possibilita perceber,

    alm da palavra, o que est em sua volta. Um mau leitor vai at doze fixaes por linha.

    Um bom leitor faz apenas a metade dessas fixaes. Quando se l uma linha impressa, o

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    olho salta de um lugar para outro; no se move fluindo, correndo. Salta e faz uma pausa.

    S durante as pausas, os olhos vem.

    ESTUDO DOCNCIA NA CANDIDO MENDES SEDIADA NO RIO.

    SALTO SALTO

    PAUSA PAUSA PAUSA

    Reduo da pausa ocular

    A fixao o fator decisivo em qualquer tipo de leitura. Os guardas de trnsitoconseguem ler os nmeros das chapas dos automveis, porque no tentam acompanhar

    com os olhos a chapa em movimento. So treinados em bater os olhos no ponto onde

    est colocada a chapa, atravs de uma s fixao. Dessa maneira conseguem ver

    claramente os nmeros, o que no aconteceria se tentassem seguir com os olhos o carro

    em movimento, comenta Penteado. O mal leitor pra mais tempo na fixao.

    de suma importncia para a dinamizao da leitura, tornar os olhos geis nos seus

    movimentos. Abaixo, explicamos como podemos exercitar os olhos a moverem com

    agilidade:

    Preparao para o exerccio ocular: sente-se em uma cadeira, acomodando a

    coluna no encosto. Apoie as mos nas pernas, ligeiramente entreabertas. Inspire

    profundamente, pelo nariz. Prenda o ar por alguns segundos e solte-o, vagarosamente,

    pela boca. Repita a operao, por trs vezes, oxigenando o crebro.

    Realizao do exerccio ocular: olhando para frente, com a cabea fixa,

    movimente os olhos diversas vezes direita e esquerda, o mais rpido que puder.

    Repita, quantas vezes puder, durante o dia. Inicialmente poder sentir algum

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    desconforto, mas persista. Os resultados so compensadores. Sintetizamos a tcnica da

    leitura dinmica. O ideal que o leitor procure um bom curso.

    Cada leitura atende a um propsito. Quando definimos nosso propsito ou

    objetivo, em qualquer rea, de forma explcita, clara, temos mais probabilidade de

    alcan-lo. Propsito, planejamento e organizao so indispensveis em qualquer

    atividade. Ates de comear o estudo, reuna todo material que ir utilizar. Estabelea o

    tempo disponvel. A cada perodo de 50 minutos de estudo, d uma pausa de 5 a 10

    minutos. Se possvel, intercale contedos diferente.

    1.2.2Reconhecimento geral do material

    Quanto mais voc souber a acerca de um texto antes de efetivamente l-lo, mais

    fcil ser ler. O crebro humano s pode apreender padres que lhe sejam familiares. O

    caminho rpido para descobrir padres em um texto prever (no sentido literal de pr-

    ver). Isso acelera nossa absoro e demora poucos minutos ou, em alguns casos, alguns

    segundos, comenta (Scheele, 1995: 49). D uma volta em torno do material escrito

    para tomar contato com:

    Ttulos e subttulos;

    ndice;

    Data de publicao;

    ndice remissivo;

    Texto na capa e contracapa;

    Primeira e ltima pgina de livros, ou primeiro e ltimo pargrafo de cada seo em

    qualquer outro documento;

    Material destacado em quadros, figuras e grficos;

    Sumrio, prefcio ou perguntas de reviso.

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    Este reconhecimento permite saber o assunto do texto e ajuda a prever o que esperar.

    Voc ficar surpreso com quanta coisa se pode conseguir com esta estratgia. Em alguns

    casos, poder encontrar a informao de que precisa apenas com o reconhecimento geral.

    Quantas palavras voc l por minuto? Vamos verificar? Leia o texto A Imprensa, no seuritmo, e marque o tempo. Em seguida, sem consultar o texto, responda cinco perguntas para

    avaliar sua compreenso. Depois faa o clculo das palavras lidas por minuto PLM.

    A Imprensa - a imprensa figura entre as mais importantes invenes do sculo

    XV. Assim como acontecia plvora, j era conhecida dos chineses havia muitas centenas de

    anos, mas no foi levada Europa por nenhum dos povos que mantinham contato com essesasiticos. Os europeus a redescobriram, portanto, sabendo-se que desde incio do sculo XV,

    na Holanda, certos artfices, inspirados nos sinetes e na tcnica de cunhar medalhas e moedas,

    costumavam gravar, em madeira ou outro material, pginas inteiras, que depois eram

    impressas em numerosas folhas de papel. D-se a tal processo o nome de xilografia. (97)

    Coube ao alemo Joo Gutenberg inventar tipos mveis, isto , pedacinhos de metal

    apropriado contendo, cada qual, uma letra. Juntando esses pedacinhos formavam-se as

    palavras e as linhas e, uma vez o livro impresso, eram eles aproveitados para compor outros

    textos. Assim, na metade do sculo XV, apareceu a imprensa, a qual permitiu produzir

    rapidamente e a preos reduzidos, considerveis quantidades de livros. At ento, os livros

    constituam artigo carssimo, pois eram escritos mo por especialistas exmios os copistas.

    perfeitamente compreensvel que o fato de se poderem produzir milhares de exemplares de

    qualquer obra, a baixo custo, facilitou os estudos e contribuiu para aumentar o nmero de

    sbios e cientistas. (210)

    210 palavras lidas em _____ minuto(s) e ______ segundos.

    PLM = PL/T x 60 PLM = 210/_______x 60 PLM = ________.

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    PLM: Palavras lidas por minuto PL: Palavras lidas (total de palavras do texto)

    T: Tempo (transformar o tempo em segundos)

    Responda s perguntas sem consultar o texto

    01Em qual sculo a imprensa foi inventada? R: _____________________________

    02Quem a inventou? R: ________________________________________________

    03Qual o nome da tcnica para cunhar medalhas e moedas: R: _________________

    04Por que antes da imprensa os livros eram caros? R:_________________________

    05A produo de livros em quantidade, o que propiciou? R: ___________________

    Clculo do percentual de compreenso do texto

    Quantas perguntas voc acertou? R:____.

    Total de acertos ______ x 20 = ______% de compreenso do texto.

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    CAPTULO II - INTELIGNCIAS MLTIPLAS

    Segundo Aurlio, inteligncia a faculdade ou capacidade de aprender,

    apreender ou compreender, intelecto. Destreza mental, habilidade. Servio secreto. Os

    bilogos consideram um organismo inteligente se ele capaz de levar em considerao

    grande parte do seu meio ambiente e us-lo ou adaptar-se a ele com sucesso. Para Piaget,

    a mente e o sistema nervoso humanos so instrumentos que o homem utiliza para

    adaptar-se ao mundo ao seu redor. Ao usar a palavra inteligncia, as pessoas referem-se

    a algum tipo de capacidade mental, vivacidade, perceptibilidade ou conscincia que

    envolva alguma funo ou caracterstica do crebro.

    A teoria das inteli gncias mltiplas,por outro lado,pluraliza o

    conceito tradicional. Uma inteligncia implica na capacidade de

    resolver problemas ou elaborar produtos que so importantes

    num determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade

    de resolver problemas permite pessoa abordar uma situao emque um objetivo deve ser atingido e localizar a rota adequada

    para esse objetivo. A criao de um produto cultural crucial

    nessa funo, na medida em que captura e transmite o

    conhecimento ou expressa s opinies ou os sentimentos da

    pessoa. Os problemas a serem resolvidos variam desde teorias

    cientficas at composies musicais para campanhas polticas de

    sucesso,assevera (Gardner, l995: 21).

    Pesquisadores nas reas da psicologia, pedagogia, filosofia, neurologia, dentre

    outras, vm se dedicando, h dcadas, ao estudo da inteligncia humana. Esses

    profissionais procuram desvendar a origem, como defini-la, como medi-la e os meios

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    que contribuem para o seu desenvolvimento. Alguns acreditam que a inteligncia

    hereditria e biolgica, pouco modificvel pelo meio. Outros acreditam que o meio em

    que a pessoa est inserida pode contribuir para o seu desenvolvimento. Em 1905, o

    psiclogo francs Alfred Binetlanou o teste de QI, que serve para identificar o graude inteligncia de alunos. O teste de QI, ou Quociente de Inteligncia, tinha como

    objetivo identificar alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem. A partir da,

    comearam a ser utilizados no mundo inteiro para avaliar, comparar, selecionar pessoas.

    O seu criador, Binet, era um dos partidrios da idia de que o indivduo nascia com certo

    grau ou quantidade de inteligncia, e nada poderia ser feito para alter-la. Binet baseou-

    se, principalmente, nas inteligncias verbo-lingstico e lgico-matemtica, na

    elaborao do seu teste. Sob esse aspecto, alguns dos homens mais inteligentes, como:

    Albert Einstein, Thomas Edison e Mahatma Gandhi, em algum momento das suas vidas,

    tiveram dificuldades de aprendizagem. Einstein e Edison sentiam grande dificuldade em

    se adaptarem s normas rgidas do estudo; Gandhi sofreu com a tabuada. Apesar das

    suas dificuldades, eles estudaram, ousaram e jamais desistiram!

    A partir da dcada de 1980, o psiclogo norte-americano Howard Gardner, da

    Universidade de Harvard, desmistifica a idia da inteligncia estanque, inaltervel. Um

    dos mais influentes pesquisadores da educao no mundo descobre que o teste simplista

    de QI, que media apenas a capacidade verbo-lingstico e lgico-matemtica estava

    longe da realidade. Gardner identifica, alm do verbo-lingstico e lgico-matemtica, as

    inteligncias corpreo-cinestsica, musical, espacial, interpessoal, intrapessoal e, mais

    recentemente, a naturalista e espiritual.

    Quando a criana nasce, ela est predisposta, naturalmente, a

    aprender. E vai aprendendo continuamente at o fim da vida. A

    qualidade dessa aprendizagem, entretanto, depende da

    conjugao de uma srie de fatores, dentre os quais os

    emocionais, comenta (Martins, 2002: 15).

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    Talvez a maior contribuio da pesquisa de Gardner tenha sido a notcia de que a

    inteligncia pode ser desenvolvida, que possvel construir / adquirir ou perder uma

    inteligncia, j que ela se processa no crebro e, a depender do seu uso, pode ser

    potencializada ou atrofiada. No h diferena estrutural no crebro humano. Todosapresentam a mesma conformao. A diferena fica por conta da utilizao. medida

    que usamos mais um determinado centro de inteligncia acabou desenvolvendo mais

    essa inteligncia, que passa a predominar sobre as demais, tornando-nos mais capazes

    para o exerccio de atividades prprias dela. Assim, pessoas que desenvolvem a lgico-

    matemtica preferem atividades ligadas a nmeros e que dependem de raciocnio lgico,

    como: engenharia, matemtica, fsica, qumica, etc. Quem desenvolveu a sinestsica, usa

    o corpo na dana, esportes, teatro, etc.; a inteligncia musical a habilidade para lidar

    com sons, ritmos. Na prtica, todas as inteligncias trabalham juntas, comunica-se entre

    si.

    Muitos ainda no se libertaram da idia da condio limitada do ser humano, do

    seu potencial. O mundo atual, complexo e globalizado, aponta para a necessidade de

    indivduos plurais, com mltiplas habilidades. Pesquisas indicam que o indivduo passa,

    em mdia, por sete profisses durante sua existncia. Ele precisa ser um profissional

    excelente, com habilidade para liderar e ser liderado, cidado atuante, ter equilbrio

    emocional, ser criativo, comprometido com seu tempo. Por isso, hoje, as empresas

    valorizam tanto o trabalho voluntrio, o indivduo comprometido com uma causa maior.

    Para atender a esse novo contexto, o ser humano precisa no s desenvolver todas as

    suas inteligncias, mas tambm aprender a coordenar e harmonizar todas elas. O grande

    desafio hoje, segundo Gardner, a importncia e necessidade urgente de as pessoas

    terem conscincia de que devem continuar aprendendo, mesmo depois de sarem daescola. condio de sucesso tanto do ponto de vista pessoal, quanto profissional.

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    2.1 - Descries das inteligncias mltiplas

    Inteligncia verbo-lingstico: a mais conhecida e valorizada por todos. Tem

    como elementos centrais sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras,

    alm de uma especial percepo das diferentes funes da linguagem. Habilidade do uso

    da linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idias, alm de lidar na

    forma escrita e falada com a linguagem de forma criativa e integrada. Polticos,

    jornalistas, vendedores exibem com mais destaque essa linguagem.

    Inteligncia lgico-matemtica: gosto por padres, clculos, ordem e

    sistematizao. a habilidade para lidar com raciocnios, reconhecer problemas e

    resolv-los. a inteligncia caracterstica de engenheiros, matemticos e cientistas. Veja

    as sutilezas apontadas por Gardner: embora o gosto pelo lgico esteja nessas profisses,

    os motivos que movem as aes dos cientistas e dos matemticos no so os mesmos.

    Enquanto os matemticos desejam criar um mundo abstrato consistente, os cientistas

    pretendem explicar a natureza.

    Inteligncia musical:habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma pea

    musical. Inclui percepo dos sons, temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e

    timbre e habilidade para reproduzir e produzir sons de maneira criativa. A aptido

    musical est intimamente ligada habilidade de reconhecer as diferenas sutis entre uma

    nota e outra, um timbre e outro. Uma criana que tem essa inteligncia aguada,

    geralmente canta para si mesma. As pessoas dotadas desse tipo de inteligncianormalmente no precisam de aprendizado formal, tocam de ouvido, como se costuma

    dizer.

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    Inteligncia espacial: a capacidade para entender o mundo visual e espacial de

    forma precisa. E mais: possibilita s pessoas perceberem as imagens, transform-las e

    cri-las a partir da memria. a inteligncia de artistas plsticos, navegadores, pilotos,

    arquitetos. Nas crianas, essa inteligncia identificada pela habilidade com brinquedosde montar e quebra-cabeas e o interesse por detalhes visuais.

    Inteligncia corpreo-cinestsica: permite aos indivduos usar seu corpo, total

    ou parcial, de forma altamente especializada. Refere-se habilidade para resolver

    problemas ou criar produtos atravs do uso de parte ou de todo o corpo. Envolve tanto o

    autocontrole corporal, quanto a destreza para manipular objetos (cinestesia o sentido

    pelo qual se percebem os movimentos musculares, o peso e a posio dos membros,

    segundo o Dicionrio Aurlio). a inteligncia dos cirurgies, bailarinos, atletas,

    escultores. A criana dotada dessa inteligncia tem muita articulao de movimento,

    demonstra grande habilidade para o esporte ou tem coordenao apurada.

    Inteligncia interpessoal: habilidade de interagir com as outras pessoas,

    entend-las e interpretar seu comportamento. a inteligncia comum em lderes,

    polticos, religiosos, terapeutas, professores, que sabem identificar expectativas, desejos

    e motivaes de outras pessoas, tornando-as extremamente sensveis s suas

    necessidades. No est obrigatoriamente associada habilidade lingstica. Na criana,

    manifestada pela habilidade de reconhecer adultos e liderar brincadeiras.

    Inteligncia intrapessoal:habilidade para reconhecer os prprios sentimentos edesenvolver modelos mentais precisos sobre si mesmo. a inteligncia que d acesso ao

    conhecimento de seus sentimentos, sonhos e idias. Por ser a mais pessoal de todas, ela

    s observvel atravs da manifestao de outras inteligncias, como a verbo-

    lingstico ou a corpreo-cinestsica, por exemplo. a capacidade que faz com que voc

    tenha autoconhecimento e auto-estima.

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    Inteligncia naturalista: adicionada recentemente lista das inteligncias

    mltiplas, a habilidade de identificar e classificar padres da natureza. percebida

    atravs da atrao pelo mundo natural e pela sensibilidade em relao a ele. a

    inteligncia dos envolvidos em causas ecolgicas, como os ambientalistas,espiritualistas, artistas.

    Inteligncia espiritual: a mais nova adicionada lista est sendo estudada por

    Gardner. Refere-se preocupao e formulao de perguntas sobre a vida, a morte, o

    universo. a inteligncia de religiosos, lderes espirituais, devotos, etc.

    2.2 - O crebro humano o rgo mais treinvel do corpo

    Jean-Paul Sartre, pensador francs, disse: O homem pode ser o que ele

    quiser.Qualquer habilidade que o homem imaginar, seu crebro capaz de executar e

    cada vez melhor. Basta trein-lo. Quanto maior o conhecimento de uma pessoa e suadiversidade de interesses, maior o nmero de sinapses. Quanto mais ligados entre si os

    neurnios estiverem, maior o desempenho das funes cerebrais, como raciocnio e

    memorizao. Assim como os atletas treinam muito para uma competio, buscando

    superar marcas, com constncia e disciplina, o treinamento cerebral simples e pode ser

    feito no dia-a-dia. O crtex est dividido entre hemisfrio direito e hemisfrio esquerdo.

    H predominncia de um dos lados, refletindo na personalidade do ser. O hemisfrio

    esquerdo executa um pensamento com tendncias lgica, matemtica, organizao,

    ao planejamento em geral. O hemisfrio direito criativo, visionrio, sonhador,

    romntico. A predominncia de um dos hemisfrios pode ajudar na escolha da profisso.

    O ideal o equilbrio entre os dois hemisfrios. A seguir, exemplos de como treinar o

    crebro:

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    Exerccios fsicos: a prtica esportiva gera a produo de endorfinas cerebrais,

    substncias que causam sensaes de prazer e relaxamento. Compensam as reaes

    nocivas da adrenalina provocadas pelo estresse. A endorfina ajuda na sensao debem-estar, autoconfiana, otimismo e serenidade. Em qualquer ramo da atividade

    humana, os componentes da excelncia so: foco, criatividade, perseverana,

    disciplina, flexibilidade, sentimento, inteligncia e capacidade de planejar. Todos

    podem ser treinados atravs dos esportes. A fisiologia ou postura corporal de suma

    importncia. Se voc anda de cabea erguida, peito para frente, coluna ereta,

    impossvel ficar triste e desanimado. Se voc senta de maneira relaxada, o crebro

    vai funcionar relaxado. A melhor posio para o estudo sentar com a coluna ereta,peito para frente, ombros equilibrados. Assim, o crebro estar atento.

    Leitura: a leitura aumenta a capacidade de armazenar informaes, ativa a memria,

    aumenta a compreenso. uma das formas mais eficientes para treinar o crebro.

    Dois fatores devem ser levados em conta: qualidade e diversidade. Procure ler

    assuntos diversos da sua realidade. Temas que causem choque ao seu crebro. O

    ideal ler e refletir sobre o que foi lido. Se voc analisar o que foi lido, estar tanto

    armazenando informaes quanto ativando a capacidade do crebro. Se for um

    romance, coloque-se no lugar do autor e pense de que forma a histria poderia ter

    sido escrita. No s ler e aceitar passivamente: desenvolver o raciocnio crtico, a

    imaginao. a leitura de qualidade.

    Tente ser melhor todos os dias, em todos os sentidos. Faa atividades variadas,que causem espanto ao seu crebro. Vai ajud-lo a funcionar cada vez melhor.

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    2.3Teorias da aprendizagem - prtica

    2.3.1 - A teoria de campo de Lewin: A aprendizagem se pode dar com a

    repetio porque a mudana naestrutura cognitiva ou namotivao podeexigir

    repetio, disse o psiclogo e socilogo Kurt Zadek Lewin (1890 1947), norte-

    americano judeu de origem alem.

    2.3.2A psicodinmica de Freud: O princpio da aprendizagempela prtica

    mais bem ilustrado pelo reviver aquele aspecto da terapia no qual o paciente

    enfrenta os mesmos conflitos, repetidas vezes, no processo da reeducao, declarouSigmund Freud,psiquiatra austraco, fundador da psicanlise (18561939).

    2.3.3 - A teoria clssica da gestalt: Do ponto de vista da gestalt, as repet ies

    so exposies sucessivas, que evidenciam as relaes que entram na reestruturao.

    Elas tambm tornam possvel a consolidao dos sistemas de trao, e isso se aproxima

    muito da afirmao de que a resposta se fixa com a repetio, afirmouKurt Koffka

    (1886 1941), psiclogo norte-americano, de origem alem, um dos fundadores do

    gestaltismo (teoria da forma) com os psiclogos alemes Max Wertheimer (1880

    1943) e Wolgang Khler(18871967).

    As teorias da aprendizagem supram relacionadas, reforam a informao de que

    precisamos revisar os contedos estudados, para uma melhor reteno e aprendizagem,

    tendo em vista que nos lembramos de apenas 20% do que lemos, 24 horas depois.

    Lembramos que o mapa mental de fundamental importncia para a reviso.

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    CAPTULO IIIINTELIGNCIA EMOCIONAL

    Emoo (E = afastar-se + movere = mover/ao). Toda emoo traz o motivo

    para uma ao imediata.Pode ser definido como qualquer agitao ou perturbao da

    mente, sentimento, paixo; qualquer estado mental veemente ou excitado.

    3.1Surgimento

    O termo inteligncia emocional teria sido criado pelos psiclogos Peter Salovey, da

    Universidade de Yale, e John Mayer, da Universidade de New Hampshire, no final da

    dcada de 1980. Na poca, eles buscavam um modo de resumir qualidades humanas

    como empatia, conhecimento emocional e controle de si mesmo. O grande responsvel

    pela disseminao do conhecimento foi Daniel Goleman, que retomou as idias e fez de

    seu livro Inteligncia Emocional, um best-seller. Em sua obra, Goleman dividiu a

    inteligncia emocional em cinco reas: autoconhecimento emocional, controleemocional, automotivao, reconhecimento das emoes em outras pessoas e habilidade

    em relacionamentos interpessoais. O autoconhecimento emocional a capacidade que

    temos de reconhecer um sentimento quando ele ocorre. No precisamos ser escravos da

    paixo, obedecendo cegamente s emoes. O controle emocional a forma como

    lidamos com nossos sentimentos, adequando-os a diversas situaes. Pessoas pobres

    nessa habilidade nunca sabem direito o que fazer.

    A automotivao fundamental para manter-se determinado e sempre atrs dos seus

    objetivos, buscando solues criativas para problemas. Quem tem autocontrole domina

    seus impulsos. So pessoas mais produtivas e eficazes em seus empreendimentos.

    Reconhecer as emoes das outras pessoas importante para que nos relacionemos

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    melhor com elas. o que chamamos de empatia. Procuramos nos colocar na posio do

    outro e tentamos compreender como ele se sente. E, por fim, pessoas com habilidades

    em relacionamentos interpessoais so os populares ou lderes na escola ou no

    trabalho. Alm disso, possuem grande capacidade de interagir com outras pessoas.

    Toda emoo uma reao do organismo, com trs possibilidades de resposta: uma

    resposta mental (agitao ou depresso), uma resposta interna do organismo (no caso da

    raiva, disparam a respirao e o corao) e uma resposta comportamental (de

    aproximao ou afastamento). As reaes corporais na emoo so importantes para a

    pessoa saber quando est emocionada ou quando alguma pessoa com quem esteja

    lidando est emocionada. Geralmente as emoes aparecem no rosto, msculos, vasos

    sangneos, corao, pulmo, olhos, nervos e glndulas.

    Qualquer um pode zangar-seisso fcil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na

    medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa no fcil,

    afirmou Aristteles em tica a Nicmano.

    Em tica a Nicmano, inquirio filosfica de Aristteles sobre

    virtude, carter e uma vida justa, est implcito o desafio

    nossa capacidade de equilibrar razo e emoo. Nossas paixes,

    quando bem exercitadas, tm sabedoria; orienta nosso

    pensamento, nossos valores, nossa sobrevivncia. Mas podem

    facilmente cair em erro, e o fazem com demasiada freqncia.Como observa Aristteles, o problema no est na

    emocionalidade, mas na adequao da emoo e sua

    manifestao. A questo : como podemos levar inteligncia s

    nossas emoes, civilidade s nossas ruas e envolvimento

    nossa vida comunitria?. Pergunta (Goleman, 1995: 14)

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    A tendncia do mundo globalizado em que vivemos de uma competitividade

    crescente, quer no meio acadmico ou profissional, acarretando desgaste nas relaes

    sociais e o conseqente isolamento das pessoas, justamente no momento em que as

    presses econmico-sociais requerem das pessoas parcerias e cooperao visandosuperar dificuldades. O egosmo e a violncia tm causado desamor nas relaes

    interpessoais. Goleman sugere que as instituies de ensino incluam no seu currculo

    disciplinas que possibilitem o exerccio da inteligncia emocional. O aproveitamento das

    oportunidades, dentro e fora das salas de aula, para ajudar os alunos a transformar

    momentos de crise pessoal em lies de competncia emocional.

    3.2O que educao emocional

    Para Jair Santos (1999), a educao emocional deve ser uma parte da educao

    holstica. O objetivo maior da educao holstica, para Pierre Weil, ensinar ao

    educando a arte de viver em paz consigo mesmo, com os outros na sociedade e com a

    natureza. Viver em paz consegue mesmo, no nvel mental, atravs da sabedoria; no nvel

    emocional, atravs do amor, alegria, compaixo e equilbrio; no nvel corporal, cuidando

    de sua sade. Viver em paz com os outros na sociedade, na economia, na vida social e

    na cultural, e com a natureza; procurando conhecer suas leis para viver em harmonia

    com ela.

    Pesquisa da Havard mostra que pessoas dotadas de alto QI e grandes competncias

    intelectuais no foram bem sucedidas por apresentarem problemas de relacionamento,

    por falta de competncia emocional. Nas duas ltimas dcadas, pesquisadores e

    consultores constataram que apesar de exemplar formao tcnica, fluncia em idiomas

    e alto quociente de inteligncia, o ndice de profissionais fracassados ainda assustador.

    Motivos: arrogncia, timidez e egosmo. O segredo est no autocontrole.

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    Conta uma velha histria japonesa que, certa vez, um guerreiro samurai desafiou um

    mestre zen a explicar o conceito de cu e de inferno. Mas o monge respondeu-lhe comdesprezo: - No passas de um rstico... No vou desperdiar meu tempo com gente da

    tua laia! Considerando-se atacado na prpria honra, o samurai teve um acesso de fria e,

    sacando a espada da bainha, berrou: - Eu poderia te matar por tua impertinncia. - Isso

    respondeu calmamente o monge o inferno. Espantado por reconhecer como

    verdadeiro o que o mestre dizia acerca da clera que o dominara, o samurai acalmou-se,

    embainhou a espada e fez uma mesura, agradecendo ao monge pela revelao. - Isso

    disse o monge o cu. A sbita conscincia do samurai sobre o seu estado de agitao

    ilustra a crucial diferena entre algum se sentir preso de um sentimento e tomar

    conscincia de que est sendo arrebatado por ele. A recomendao de Scrates

    Conhece-te a ti mesmo- a pedra de toque da inteligncia emocional: a conscincia de

    nossos sentimentos no momento exato em que eles ocorrem.

    3.1.1As cinco emoes bsicas

    As cinco emoes bsicas so: raiva, medo, tristeza, alegria e afeto. Podem se

    apresentar de forma mais suave ou extrema.

    A raivavai da irritao a fria, passando pelo dio, revolta, ressentimento, vingana,

    violncia, etc.;

    O medo vai da preocupao ao terror, passando pela ansiedade, angstia,

    nervosismo, inquietao, etc.;

    A tristeza vai da melancolia a depresso severa, passando pela mgoa, desalento,

    solido, amargura, desnimo, etc.;

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    A alegria manifesta-sepela satisfao, bom humor, contentamento, felicidade;

    O afeto manifesta-sepela amizade, afinidade, confiana, dedicao, paixo.As emoes aproximam e afastam pessoas. A alegria e o amor aproximam. J o

    medo, a tristeza e a raiva as afastam. Precisamos de vigilncia para com as trs ltimas

    emoes. Para Santos, a educao emocional implica em desenvolver no educando o

    autoconhecimento, a autoconscincia, a nvel psicolgico e somtico. Em desenvolver a

    capacidade de identificar e reconhecer suas emoes e sentimentos, avaliando sua

    intensidade, e as expresses corporais correspondentes, no momento em que ocorrem. Acontrolar suas expresses emocionais, a aprender a monitorar seus impulsos e a adiar

    suas satisfaes. Faz parte da educao emocional o desenvolvimento da empatia,

    capacidade de reconhecer corretamente as emoes do outro e de compreender seus

    sentimentos e perspectivas, respeitando as diferenas com que as pessoas encaram as

    coisas, permitindo convvio harmnico com o outro. A introspeco um instrumento

    metodolgico de excelncia para a educao emocional. possvel controlar as

    emoes. Depende do esforo nosso para consegu-lo.

    Se o cdigo de tica, moral e amor ensinados pelo inigualvel mestre Jesus fossem

    usados, reinaria a paz, a compreenso, a cooperao, o perdo e acima de tudo, o

    AMOR. Estaramos emocionalmente educados e felizes.

    No h dilogo, porm, se no h um profundo amor ao mundo e aos homens. Paulo Freire

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    CONCLUSO

    Conclumos que as teorias da aprendizagem apresentadas em nossa pesquisa

    monogrfica, intitulada SUPERAPRENDIZAGEM: COMO ESTUDAR E

    APRENDER tem estreita relao com os objetivos da Docncia Superior de formar

    educadores para a tarefa do magistrio superior, apresentando-lhes ferramentas

    pedaggicas visando possibilitar uma aprendizagem mais efetiva dos contedos

    ministrados. Em APRENDER A APRENDER, descobrimos que o homem aprende

    mais rpido e com melhor reteno se o crebro estiver na freqncia Alfa, verificado

    em estado de relaxamento. Atravs do Mapa Mental, resumimos de forma prtica eobjetiva qualquer contedo, aumentando a inteligncia atravs da conexo dos dois

    hemisfrios cerebrais. Outro benefcio a economia de do tempo para a reviso do

    contedo. importante a correo dos vcios de leitura para que possa dinamiz-la, com

    melhor compreenso; em INTELIGNCIAS MLTIPLAS expomos os estudos de

    Gardner relacionados s inteligncias mltiplas, a importncia de potencializ-las e

    como essas descobertas alteraram o conceito do QI, que considerava a inteligncia

    esttica. Ressaltamos a importncia da repetio para a reteno das informaes; em

    INTELIGNCIA EMOCIONAL, definimos o que educao emocional e analisamos

    as cinco emoes bsicas. importante aliar QI (Quociente de Inteligncia), e IE

    (Inteligncia Emocional) para o sucesso na vida acadmica, profissional e nas relaes

    interpessoais, tendo em vista que as emoes aproximam ou afastam pessoas.

    Finalizamos lembrando que atravs da leitura ampliamos o nosso vocabulrio, o

    poder de compreenso e cognio, segundo as experincias desenvolvidas por Vigotsky.

    Alm de ser um excelente exerccio neurolgico, a boa leitura nos coloca em

    comunicao com as pessoas mais inteligentes da humanidade, de todos os tempos.

    Essas so as idias principais que fizeram parte das discusses do nosso trabalho.

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