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S U P E R E REVISTA OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2009 R$ 14,50 - Nº 21 ARLINDO PORTO Cemig vai investir R$ 200 milhões em pesquisa e desenvolvimento nos próximos dois anos Emoção sobre rodas na II Bienal do Automóvel Hidrovia de Furnas Novos caminhos para o crescimento da região UMA PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MINAS

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Cemig vai investir R$ 200 milhões em pesquisa e desenvolvimento nos próximos dois anos Hidrovia de Furnas II Bienal do Automóvel Novos caminhos para o crescimento da região Emoção sobre rodas na UMA PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MINAS OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2009 R$ 14,50 - Nº 21

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OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2009

R$ 14,50 - Nº 21

ARLINDO PORTOCemig vai investir R$ 200 milhões

em pesquisa e desenvolvimento nos próximos dois anos

Emoçãosobre rodas na II Bienal do Automóvel

Hidroviade FurnasNovoscaminhos parao crescimentoda região

UMA PUBLICAÇÃO DAASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MINAS

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Charles Lotfi,Presidente daACMinas

Medida eleitoreiraNesta edição recheada de boas matérias (das quais falo mais adiante)

destaco uma que, pela relevância do tema, merece comentários mais extensos que os habituais: a que trata da proposta de redução da jornada de trabalho, em que são relatadas com precisão as opiniões de empresários e de sindicalistas. Não podia dar outra, é claro: os empresários são contra, os sindicalistas a favor.

A esse respeito, não tenho reparos a fazer, ainda que, como presidente de uma entidade empresarial, tenha minha posição bem definida. Vou apenas pegar uma carona na matéria para acrescentar outras informações. Há coisa de um mês realizamos aqui na ACMinas um “Café Parlamentar” com os deputados federais Rafael Guerra, do PSDB, que falou sobre a tentativa de ressurreição da CPMF, travestida de CSS, e Bilac Pinto, do PR, que abordou exatamente a redução da jornada de trabalho.

Para Bilac Pinto, cujo partido faz parte da base governista, o país está convalescendo de uma crise e, nessa fase, o melhor remédio é o trabalho. Assim, discutir a jornada de 40 horas, neste momento, é um contrasenso – e não só por causa da crise: o deputado também deixou bem claro o caráter eleitoreiro da medida, que, embora atribuída ao Legislativo, tem por trás a inspiração governamental. Às vésperas de um ano eleitoral, ela procura atrair a simpatia dos sindicatos de trabalhadores, donos de muitos votos. Assim, não é por coincidência que a emenda tramita num momento em que, na prática, a campanha eleitoral para a Presidência da República já começou, mesmo ao arrepio da lei. Puro oportunismo, portanto.

Nada tenho contra a natural aspiração do trabalhador de poder dedicar mais horas ao lazer, à família. Mas, a meu ver, à promessa de mais tempo livre certamente não corresponderá outra promessa implícita, a de criar novos empregos. Ao contrário: estou convencido, assim como dois dos entrevistados da reportagem – o empresário Aguinaldo Diniz, vice presidente da ACMinas, e Osmani Teixeira de Abreu, presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Fiemg – de que, com os custos adicionais, inúmeras empresas, principalmente aquelas de pequeno porte, acabarão obrigadas não a contratar, mas a demitir. E estou convencido também de que a perda de competitividade decorrente da oneração das folhas de pagamento fragilizará a empresa brasileira diante do mercado internacional.

Mas voltemos ao conteúdo desta edição: temos uma saborosa matéria com o ator Selton Mello, cada vez mais uma unanimidade no meio cinematográfico; um completo roteiro do que será a Bienal do Automóvel 2009, que será inaugurada no dia 9 de dezembro; uma ótima entrevista com o vice-presidente da Cemig, Arlindo Porto, que fala, entre outras coisas, do extraordinário desempenho da empresa.

A revista traz ainda uma aprofundada análise das dificuldades que Minas Gerais está encontrando para livrar-se dos efeitos da crise, que aqui teve maiores impactos, e, finalmente, a cobertura completa do “Salto em Negócios 2009” que, em sua terceira edição, foi um sucesso absoluto.

Boa leitura.

Diretor / Editor responsávelÂngelo Roberto de LimaReg. Profissional: 3033/MGCoordenador EditorialJoão Henrique FariaReg. Profissional: 3546/MGEditoraBianca AlvesReg. Profissional: MG 3466t JPDiretor de CriaçãoPablo T. QuezadaArte FinalLuciano GarbazzaProdução GráficaRaquel PachecoCoordenaçãoWagner Sá / Marcelo ValadaresColaboradoresLuciana Sampaio / Selma ToméLuciana Ricardino / Guilherme MinassaAtendimentoCláudia Simõ[email protected] EspeciaisPaulo Henrique CostaGerência JurídicaJosé Nonato Costa de LimaGerência AdministrativaCátia CilenePublicidadeVero Brasil ComunicaçãoPeriodicidadeBimestralImpressão / TiragemGráfica e Editora Lastro / 10.000 exemplaresAtendimento ao [email protected] / 55 31 3344-2844

A revista Supere não se responsabiliza peloconteúdo dos anúncios e artigos assinados. As pessoas que constam no expediente não têm autorização para falar em nome da Revista Supere ou de retirar qualquer tipo de material se não tiver em seu poder autorização formal do editor respon-sável constante do expediente.

A revista Supere é uma publicação da ACMinas, localizada à Av. Afonso Pena, 372 - 2º andar +55 31 3048 9555.

Editada e produzida por Vero Brasil Comunicação. Av. Prudente de Morais, 44 3º andar, Tel.: +55 31 3344 2844 20123 Milão - Via Maurizio Gonzaga, 5, Tel.: +39 02.89 09 88 61

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Belo Horizonte recebe a II Bienal do Automóvel, em dezembro. Com o slogan “Emoção sobre

rodas”, o evento promete um grande espetáculo para um público estimado em 150 mil

apaixonados por carros.

O cinema nacional não seria o mesmo sem o trabalho desse mineiro de Passos, que estrela

as mais importantes produções nacionais. Selton Melo é um multiartista: além de atuar, dirige,

produz, dubla e escreve roteiros.

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CapaTecnologia e sustentabilidades são as principais áreas pela quais responde o vice-presidente da Cemig, Arlindo Porto, que está no cargo desde

janeiro. Ele fala sobre os projetos da empresa, que considera um orgulho para os mineiros

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Uma hidrovia no Lago de Furnas. Este é o projeto do prefeito de Alfenas e empreendedor público Pompílio Canavez, cujo objetivo é integrar municípios que têm muito a ganhar com um novo caminho para o desenvolvimento

Coluna

Artigos

Mário Mateus 14

Mais06 Cartas

08 Antena ACMinas

10 Empreendedorismo

16 Oportunidade

20 Trabalho

32 Economia

46 Contabilidade

52 RH

56 Cultura

62 Sommelier Supere

38

Em sua terceira edição, o Salto em Negócios se consolida como referência para as mulheres que buscam o crescimento profissional e empresarial. O evento é promovido pelo Conselho da Mulher Empreendedora da ACMinas.

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Sumário

Marcelo Ortega 30

Paulo Araújo 44

Edina Bom Sucesso 50

Maria Rita Gramigna 60

Thiago Stahl Tombini e

Diego Berro 64

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OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2009

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ARLINDO PORTOCemig vai investir R$ 200 milhões

em pesquisa e desenvolvimento nos próximos dois anos

Emoçãosobre rodas na II Bienal do Automóvel

Hidroviade FurnasNovoscaminhos parao crescimentoda região

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só leva vantagem. E que vai superfaturar obras para dividir com os sócios de sempre, fazendo de uma manifestação coletiva, importante para o povo brasi-leiro, nada mais que uma festinha particular. Na qual poucos ganham muito (mas muito mesmo) e o resto curte o circo, com direito a um pedaço de pão.

Maria das Graças G. Pereira

Belo Horizonte Por e-mail

Conhecimento e generosidade

Mais uma vez Paulo Ângelo de Castro nos desvenda esse mundo complicado da economia que, se domi-nado por uma pequena parcela da população, quan-do dá problema, prejudica o mundo inteiro, como foi o caso da crise financeira global. A matéria sobre dólar flutuante foi um banho de conhecimento e de generosidade do articulista, ao dividi-lo conosco.

Márcia Maria I. Silva Belo Horizonte

Venda Nova

Sou morador de Venda Nova. Me orgulho da minha região e, mais ainda, quando a vejo não como palco da violência que se reflete dos bairros vizinhos, mas como centro de desenvolvimento, como foi o caso da matéria na Supere. A Linha Verde e o Centro Administrativo são realmente boas notí-cias para a nossa economia, mas já há bastante tempo que Venda Nova se prepara para ser um centro de excelência, com escolas, universida-

Competição nas empresas

Fui prejudicado na minha empresa e quase fui demi-tido por conta de fofocas de colegas, que questiona-vam minha capacidade para uma promoção. O pior não aconteceu, mas a promoção foi adiada. Daí a necessidade de, como diz Paulo Maia, na matéria “O importante é competir”, o gestor ter um faro pode-roso para acabar com um conflito declarado ou em gestação, separando o joio do trigo.

P.M.C.Belo Horizonte

Por e-mail

Copa em BH 1

Acredito sinceramente que eventos como a Copa do Mundo de 2014 preparam a casa para dias melhores após a competição. Sediar a Copa e as Olimpíadas é um fato auspicioso para o Brasil, trazendo uma exposição que – tenho certeza – será positiva peran-te o mundo. Além de gerar milhares de empregos, qualificar a população para eventos de nível e criar uma infraestrura não só de esportes, mas de equipa-mentos como o metrô em BH, que só vão beneficiar a cidade.

Paulo Cesar F. OliveiraUberlândia Por e-mail

Copa em BH 2

O problema do Brasil “ganhar” eventos como a Copa e as Olimpíadas é o mesmo de sempre: a turma que

Charge

ESTÁDIO MAGALHÃES PINTO (MINEIRÃO)O segundo maior do Brasil

PAMPULHAUm ícone da arquitetura nacional

AVENIDA AFONSO PENAA mais importante via da capital mineira

Empresa mais admirada na área da Contabilidade (Prêmio Jornal DCI)

PRAÇA SETEPalco de grandes manifestações públicasque mudaram o desti no do país

A cidade que tem o quinto maior PIB do país não podia deixar de ter uma empresa líder em BPO para atender ao seu mercado econômico.

Belo Horizonte • Rua Araguari, 358, 9º andar - Barro Preto • Tel.: (31) 3253 5900 / São Paulo • Rua Bela Cintra, 934, Cerqueira César Tel.: (11) 3138 5151 / Rio de Janeiro • Rua Sete de Setembro, 71, 7º andar, Centro • Tel.: (21) 3539 8699

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des, comércio forte e empreendedores sérios. Parabéns também à ACMinas, que detectou o potencial da nossa região, criando uma regional que, tenho certeza, vai ter muito a oferecer ao empresário local

José Carlos O. PereiraVenda Nova – BH

Escarpas do Lago

A ostentação e luxo que cercam as baladas de Escarpas não empanam, graças a Deus, a contri-buição do balneário para a região, em termos de receitas. Por mim, aquele pessoal pode andar de helicóptero, lamborghinis e afins à vontade, se pagar o IPTU em dia e, com isso, melhorar as escolas, o atendimento de saúde, a infraestrutura urbana, enfim, a vida do povo.

Marcio A. P. FariaPor e-mail

Esporte em baixa

A situação do Mackenzie que, mesmo classificado para a Superliga, procura um patrocinador para poder disputar a competição, é semelhante à da publicidade mineira. Em uma economia como a nossa, baseada em grande parte na atividade primá-ria, poucas são as marcas que querem (ou precisam) chegar ao consumidor.

Gustavo F.G. AlvesBelo Horizonte

Por e-mail

Nota do editor - Caro Gustavo, a boa notícia é que algu-

mas marcas mineiras estão descobrindo os caminhos

para chegar ao coração do consumidor. Acabamos de

saber que o Mackenzie fechou patrocínio com o Centro

Universitário Newton Paiva e a rede Epa/Martplus e vai

disputar a Superliga.

Envie suas críticas e sugestões para esta coluna.End.: Av. Prudente de Morais, 44 - 3º andarCidade Jardim - CEP 30380-000 - BH - MG

ou para o e-mail: [email protected]

ESTÁDIO MAGALHÃES PINTO (MINEIRÃO)O segundo maior do Brasil

PAMPULHAUm ícone da arquitetura nacional

AVENIDA AFONSO PENAA mais importante via da capital mineira

Empresa mais admirada na área da Contabilidade (Prêmio Jornal DCI)

PRAÇA SETEPalco de grandes manifestações públicasque mudaram o desti no do país

A cidade que tem o quinto maior PIB do país não podia deixar de ter uma empresa líder em BPO para atender ao seu mercado econômico.

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Crimes virtuais

A disseminação crescente do uso da Internet, ao mesmo tempo em que promo-ve o acesso às novas tecnologias, também abre caminho para aqueles que utilizam a web para aplicar golpes e praticar crimes. “As atitudes criminosas na internet estão crescendo muito. Elas acontecem à medi-da que as pessoas celebram seus atos e manifestam suas vontades na web”, afir-mou o advogado e especialista em Internet Law (lei da internet), Alexandre Atheniense. Em palestra realizada em agosto, na sede da ACMinas, o advogado falou sobre as práticas ilegais mais recorrentes no mundo virtual e como as medidas penais previstas no código brasileiro estão aplicadas nestes casos.

“Os crimes cibernéticos já estão rela-cionados aos ramos tradicionais do direito

e, ao contrário do que muitos pensam, eles têm consequências jurídicas sim”, explicou. Segundo Atheniense, existe no Brasil uma ideia falsa de que a internet é ‘um campo sem lei’, mas, na verdade, as possibilidades de se identificar os delitos e punir os criminosos são cada vez maiores.

“A internet não propicia um anonimato absoluto. Vários crimes acontecem porque pessoas acham que não podem ser des-cobertas. A própria Policia Federal hoje, está muito mais aparelhada. Prova disso é quantidade de escândalos que estão acon-

tecendo em nosso país, através justamente das provas digitais”, relata o advogado.

Segundo ele, os crimes contra a honra e as fraudes bancárias também estão entre os principais crimes praticados pela internet no Brasil. “Crimes contra a honra já são tipificados e punidos pelo Código Penal, sob o amparo da famosa trinca (artigos) 138,139,140: calúnia, injúria e difamação.”

Para se prevenir contra ataques que possam prejudicar a empresa e o próprio empresário, é preciso tomar certos cui-dados, como realizar pesquisas diárias, sobre si próprio e a empresa, através dos sites de busca. Quando houver incidentes, Atheniense aconselha que não se apa-gue as informações publicadas, pois elas poderão ser usadas como prova.

Mais de 700 pessoas participaram do “Bate-papo com Gustavo Cerbasi”, evento realizado pela Associação Comercial de Minas em outubro. Gustavo Cerbasi é consultor financeiro e autor de livros como “Casais inteligentes enriquecem juntos”. Durante a conversa com empresários, executivos e estudantes, ele deu dicas de investimentos e falou sobre estratégias de negócios, finanças, economia doméstica e planejamento familiar. Questões referentes à carreira e gestão também foram abordadas pelo consultor.O público do evento pôde conferir, ainda, a palestra de abertura do consultor comercial Willian Caldas. Com o tema “Competências das Empresas do Século XXI”, Caldas abordou questões sobre atendimento, enfatizando a importância de uma visão inovadora como diferencial compe-titivo das empresas. Em sua apresentação, Caldas promoveu vários momentos de interação e motivação dos participantes.

Com a constante preocupação de desenvolver produtos e serviços que atendam às necessidades do empresário, a Associação Comercial de Minas lançou uma nova modalidade de seguro de vida para seus associados. O serviço, que está sendo comercializado pela Central de Seguros da entidade desde o dia 1º de setembro, diferencia-se dos demais ofere-cidos no mercado por seu preço competitivo e uma vantajosa relação custo-benefício. A presidente do Conselho Empresarial de Seguros da ACMinas, Edna Damasceno, explica que seguro oferece coberturas completas e ainda conta com dois sorteios men-sais no valor de R$ 50 mil “Este seguro de vida é diferente dos

outros oferecidos no mercado porque traz a vantagem de ser aproveitado em vida, e não somente em caso de óbito. Neste plano, o associado tem tudo que ele precisa para ter o melhor leque de cobertura”, disse. O novo seguro da ACMinas possui vantagens que vão além do seu baixo custo. Com ele , o associado poderá contar com uma ampla assistência funerária para sua família, aumento do limite do valor segurado e cobertura de despesas extras. Além disso, o serviço oferece ainda desconto para mulheres e assistência domiciliar. Mesmo os associados que já possuem o seguro de vida da entidade poderão ampliar seus benefícios com esta nova modalidade.

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Seguro em vida

Bate-papo

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Crimes cibernéticos têm consequências jurídicas, diz Atheniense

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A Associação Comercial de Minas promo-veu, no dia 28 de outubro, mais uma etapa do programa valorização e reconhecimento do associado. Durante reunião de sua dire-toria, a entidade fez a entrega do Diploma de Novo Sócio às empresas recém che-gadas à Casa e do Certificado de Mérito Associativista àquelas que já são filiadas há mais de 30 anos. A ACMinas pretende, com a iniciativa, ampliar o relacionamento com os associados, incentivando-os a par-ticiparem dos debates e ações de interesse da classe empresarial. Na lista dos antigos sócios, foram homenageadas as empresas: Codemig (filiada desde 1959); Minas Ferramenta (1961); Mate Couro S/A (1961); Madeiras Penedo (1961); Companhia Brasileira Metalurgia e Siderurgia (1961); Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (1964); Guiatel (1965); Construtora Castor (1965);

Geosol Geologia e Sondagens (1967); Spal Indústria de Bebidas – Coca-Cola Femsa Brasil (1968); Contabilidade Cabral Santos (1969); Emoreira Comercial (1973); A Liderança Mudança (1976) e Fasal (1968). O Diploma de Novo Sócio foi entregue à Embratel; Mauro Marcos de Castro Advogados Associados; Othon de Carvalho; Pioneira Comércio Pet; Santos França Empreendimentos; Rede Record; Veronesi Boerger Contabilidade; WP&P Administradora e Corretora de Seguros; Yes Soluções em Segurança e Tecnologia, Cinco Service Projetos Industria e Comércio de Equipamentos; Cláudio Eustáquio dos Santos Silva, Inovaq Distribuidora de Peças e Equipamentos e Bar e Mercearia Gola. A ACMinas defende que o conta-to direto com os associados é funda-mental para que a entidade conheça

as reais necessidade do empresário e lute pelos interesses comum da classe. “Nosso objetivo maior é trazer o empresá-rio para dentro da entidade. Acreditamos que somente por meio do contato direto com nossos associados, conseguiremos promover o desenvolvimento com justiça social”, afirmou o presidente Charles Lotfi. Lotfi reforçou que a ACMinas, desde a sua criação, está aberta para receber empresários de todos os segmentos eco-nômicos. “A ACMinas não é só do comer-ciantes, ela é também dos industriais e dos prestadores de serviços. Desde a assinatura da Ata de Fundação, é forte a presença de empresários dos mais varia-dos segmentos e assim tem sido ao longo desses 108 anos de história. Queremos que todos os setores da economia este-jam representados nas nossas ações e projetos”, explicou.

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Papai Noelcom os CorreiosA Fundação ACMinas, braço filantrópico e cultural da Associação Comercial de Minas, vai participar novamente da campanha “Papai Noel dos Correios”. Este ano, a meta da Fundação é arrecadar 10 mil brinquedos para distribuição às crianças que pedem presentes de Natal por meio de cartinhas endereçadas ao Papai Noel. “Contamos com a colaboração de todos os associados e dire-tores para alcançarmos esta meta”, afirma o presidente da Fundação, Wagner Sá. “Receberemos doações em presentes e, para aqueles que acharem mais prático, também estaremos arrecadando dinheiro para comprar os brinquedos diretamente com os fabricantes”. Na primeira vez em que participou da campa-nha, em 2007, a instituição arrecadou 1.800 presentes. Em 2008, este número saltou para 3 mil.

Papai Noelexiste no reflexodas boas ações

Participe, com a Fundação ACMinas, do Projeto Papai Noel dos Correios.

Uma iniciativa em parceria com várias empresas para, com a sua colaboração,

fazermos a diferença neste Natal. Adote uma cartinha e seja, por um dia,

o Papai Noel de uma criança carente.

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Homenagem a associados

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Em sua terceira edição, o

Salto em Negócios consolidou-se

como referência para as mulheres

que buscam o crescimento pesso-

al e profissional, seja como empre-

sárias ou executivas. O congresso,

realizado nos dias 24 e 25 de

setembro no hotel Mercure, é uma

iniciativa do Conselho da Mulher

Empreendedora da ACMinas e,

neste ano, contou com um público

superior a 1,5 mil participantes, que

puderam conferir palestras sobre

gestão, mercado e consultoria de

moda e comportamento.

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Negóciode mulher Evento empresarialpromove o aperfeiçoamentopara mulheres empreendedoras

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Além de promover a capa-

citação da mulher empresária, o

Salto em Negócios disponibilizou

aos participantes ferramentas

adequadas para orientação da

gestão de negócios e formação

de networking. “Proporcionamos

intercâmbio de conhecimento,

experiências e oportunidades de

negócio para o desenvolvimento

empresarial”, explica a presiden-

te do Conselho, Beth Pimenta.

Segundo ela, o grande objetivo do

evento foi o de qualificar as mulhe-

res que já se lançaram à atividade

empreendedora e também as que

têm planos de fazê-lo, para que

sejam bem sucedidas em seus

projetos.

O presidente da Associação

Comercial de Minas, Charles Lotfi,

destaca que nas economias

desenvolvidas de hoje, a mulher é

responsável, em média, por 40%

do Produto Interno Bruto (PIB) de

seus países. “É imprescindível,

portanto, que a evolução pros-

siga. Que as distorções deixem de

existir. Que as conquistas não se

esgotem. Que tanta força dispo-

nível não mais seja sub-utilizada. E

é nessa direção, a da qualificação

como fator de crescimento, que a

ACMinas dedica integral apoio ao

Salto em Negócios”, afirma Lotfi.

Sem medo das mudanças e do mercado

Entre as novidades desta edi-

ção, destacaram-se as oficinas

de capacitação oferecidas pelo

Senac e Sebrae e as Rodas de

Negócios. Na lista de palestran-

tes, nomes como o da consultora

de moda Silvana Lages, com o

tema “Construindo uma Imagem

de Sucesso”; da jornalista Inácia

Soares, que falou sobre “Mulheres

no Comando”; do consultor e pro-

fessor Roberto Dias Duarte que

explicou o uso do SPED e da Nota

Fiscal Eletrônica, e das estilistas

Cláudia Mourão e Tereza Santos.

O público conferiu também

palestras da jornalista e especialista

em gestão de pessoas, Alessandra

Assad, que falou sobre “A essência

da mudança”, e da consultora de

moda Glória Kalil. Em sua apresen-

tação, Alessandra Assad explicou

que muitas pessoas, assim como

várias empresas, não estão pre-

paradas para as mudanças no

mundo coorporativo. “Geralmente

as pessoas associam mudança a

Nas economias desenvolvidas,a mulher é responsável por 40% do

produto interno bruto

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Beth Pimenta, presidente do Conselho da Mulher Empreendedora

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Charles Lotfi

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coisas negativas e isso não é ver-

dade. Temos que ter a percepção

de que para mudar não é preci-

so mudar nossa essência, nossos

valores e princípios. Não precisa-

mos deixar de ser nós mesmos

para sermos mais”, disse.

Já Glória Kalil falou sobre

“Estilo: Moda e Comportamento”.

Segundo ela, moda nada mais

é do que comportamento e

expressão de identidade de um

indivíduo. “Através da roupa que

usamos mostramos ao mundo

quem somos e como queremos

ser identificados. No ambiente de

trabalho temos que nos vestir mais

moderadamente já que estamos

representando ali a identidade da

empresa, que não quer ser apre-

sentada com extravagância nem

vulgaridade”, afirmou (VEJA BOX).

Mulheres Notáveis

Durante o Salto em Negócios,

foi realizada a entrega do Troféu

Maria Elvira Salles Ferreira. Neste

ano, foi montado um júri espe-

cial, com 11 membros, para esco-

lher as mulheres mineiras que se

destacaram em 12 segmentos.

São elas: Maria Lúcia Valadão

(ação social); Maria Celeste Morais

Guimarães (administração públi-

ca); Ângela Gutierrez (arte e cul-

tura), Auzônia Rosa Vieira (comér-

cio), Noemi Macedo Gontijo (edu-

cação); Suraya Kalil Lebbos (lide-

rança classista); Roberta Zampetti

(imprensa); Rosalina Cardoso

Vilela (indústria); Marli Ribeiro

Gomes Pereira (meio ambien-

te); Maria Aparecida Pantaleão

(saúde), Catharina Assis Mattos

(serviços) e Diná Ferreira da Costa

(turismo).

O Salto em Negócios tam-

bém homenageou a presi-

dente da Câmara Municipal de

Belo Horizonte, vereadora Luzia

Ferreira, com o troféu “Mulher

Notável de Minas”. O nome da

vereadora foi indicado pela dire-

toria do Conselho da Mulher

Empreendedora e aprovado por

unanimidade pelos jurados. Ao

final da premiação, o público

pode conferir o desfile de jóias

da designer Fátima Cavalieri, que

desenvolveu uma coleção inspira-

das nas mulheres empreendedo-

ras. “São jóias que demonstram

que mesmo a mulher de negócios

pode demonstrar sua elegância,

sua feminilidade, sem ostenta-

ção”, informou a designer.

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O Troféu Maria Elvira Salles Ferreira destacou mulheres mineiras em diversos segmentos, além da “Mulher Notável de Minas” vereadora Luzia Ferreira, presidente da Câmara Municipal.

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Jornalista, escritora, empresá-

ria e consultora de moda, Gloria

Kalil é uma mulher que está na

moda. E moda, segundo ela, é um

conceito que evoluiu. Ligada funda-

mentalmente a comportamento, é

hoje expressão de identidade, uma

oportunidade das pessoas se apre-

sentarem pela roupa. Até os anos

50, a moda era uma expressão de

classe e estar na moda era algo rígi-

do e ditatorial. Na década de 60, ela

dá seu grito de liberdade e passa a

indicar a posição, fosse ela tradicio-

nal, informal ou de contracultura, de

um grupo. “Hoje, a moda expressa

o indivíduo, a personalidade e não

a posição social ou política”, define

Glória, que foi diretora de confec-

ções como a Fiorucci e, desde a

década de 90, dedica-se à consul-

toria de estilo e negócios ligados ao

mundo fashion.

No mundo empresarial, mos-

trar-se pela roupa, porém, é coisa a

ser feita com cuidado. Afinal, todo

mundo estranha um médico de

bermudas ou um advogado com

roupa de couro e correntes. Este,

aliás, nem entra em um fórum.

“Você representa a identidade da

empresa e é ela que manda. Mas

é raro que alguém seja diferen-

te da empresa em que trabalha”,

explica Glória. Algumas empresas

são mais informais e permitem, por

exemplo, o uso do jeans. “Mas este

jeans tem que ser mais formal. O

rasgado é para a balada. É como

a saia: se for no chão, é para sair,

não para trabalhar”, exemplifica. E

se alguém pensou em conforto,

para Glória não existe coisa mais

confortável do que estar adequado

ao ambiente.

O conceito de sustentabi-

lidade, ainda que timidamente,

está ganhando terreno no mundo

fashion, diz a consultora. “Ela é

cada vez mais uma exigência de

consumo mas na moda, até agora,

ainda é uma questão de matéria

prima e atitudes como não poluir a

água. Mas como sustentabilidade

é uma questão de sobrevivência,

também o será para o mundo dos

negócios”,

Autora dos livros Chic, Chic

Homem, Alô Chics e Chic[érrimo],

Glória acredita que ser chique é,

antes de tudo, equilibrar forma e

conteúdo. “Ter estilo implica em

escolhas, seja dos livros que você

lê, dos filmes ou dos amigos e de

como você se relaciona e olha para

o outro. Narcisismo, infelizmente,

ainda não está fora de moda. Mas

depois de olhar para o próprio

umbigo, está na hora de olhar para

cima, para a cidade em que mora,

para o meio ambiente e para as

pessoas”, afirma a consultora de

moda.

Glória acredita que, quando

se reúnem, os empresários se

sentem menos sozinhos e esta-

ria aí o sentido das associações

como o Conselho da Mulher

Empreendedora e de even-

tos como o Salto em Negócios.

“Todos têm dúvidas, sejam elas

sobre questões contábeis, de

organização, de tendências. É

importante que os empresários se

juntem, para trocar informações

e idéias, além de oferecer novos

serviços”, finaliza. (Bianca Alves)

SUPERE13

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Equilibrandoforma e conteúdoPara a consultora de moda, Glória Kalil, ser chique é antes de tudo uma questão de personalidade

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Conta-se que Cristóvão Colombo, depois de regressar da viagem em que descobrira a América, encontrava-se em casa de um dos grandes de Espanha, à mesa com ilustres convidados, em animada conversa sobre as novas terras.

O genovês era alvo de atenção e interesse. As histórias fantásticas em torno do oceano desconhecido povoavam a imaginação popular. Com as grandes navegações, todavia, o fantástico cedera lugar ao desejo de informar-se sobre as inimagináveis terras de além-mar. Eles, os convivas, tinham diante de si o homem que poderia saciar a curiosidade e relatar fatos de uma viagem impressionante. Todos, pois, gravitavam em torno de Colombo. Uns, por mera curiosidade;

outros sabiam que, graças à audácia de navegadores de espírito corajoso e destemido, como Cristóvão Colombo, os limites do mundo foram alar-gados, um novo mapa tinha sido traçado, e era possível pensar em ir cada vez mais longe. O grande mar desconhecido deixara de ser o temor e a angústia dos que concebiam o oceano como uma grande massa de água que terminava - abruptamente - nas tenebrosas regiões de um mundo plano.

Reunidos ao redor da mesa, entre um copo e outro de vinho, a natural curiosidade dos ali presentes levou-os a pedir a Colombo que falasse sobre as longas noites e os longos dias em alto mar. A proeza, embora alguns procurassem desmerecê-la, era objeto de conversação, discussão e deba-te. Afinal, a Espanha, pelas mãos de Colombo, um homem empreendedor e ambicioso, chegara a uma terra que os europeus nem suspeitavam que existisse.Em meio, pois, à efervescente conversa, alguém, movido por sentimentos escusos, levantou-se e disse: - A descoberta não oferecia nenhuma difi-

SUPERE14SUPERE

Col

una

Matur ContabilidadeMário Mateus

culdade. Muitos aqui concordam comigo. Qualquer um de nós pode-ria ter feito essa viagem. Bastaria apenas ter pensado nisso.

Dizem que Colombo, levantando-se da mesa, calmamente dirigiu-se aos convivas: - Senhores, um momento, por favor. Quem, dentre vós, senhores, quem seria capaz de pôr este ovo de pé sobre uma de suas extremidades?

Muitos experimentaram fazê-lo, inu-tilmente. Entreolhavam-se e ten-tavam adivinhar o que pretendia o genovês. Colombo, então, toma do ovo e, batendo uma de suas extre-midades ligeiramente num prato, conseguiu pô-lo em equilíbrio.

Disseram então os opositores: - Não era difícil

Retorquiu o navegador, ironicamen-te:- Claro, senhores. Claro. Sem dúvi-da, não era difícil. Bastaria apenas ter pensado nisso...

O ter pensado nisso equipara-se a uma boa idéia, e uma boa idéia - a que gera soluções - vale muito mais do que se pode imaginar, pois pen-sar equivale a conceber, a arquitetar planos e projetos - e os planos e projetos são as sementes primeiras de toda realização.

Concretizado um sonho de empre-endedorismo, o ter pensado nisso é

IDÉIAS QUEGERAM SOLUÇÕES

“Por que não me ocorreu essa idéia antes? Parece-me simples. Por que, pois, não me ocorreu pensar nisso antes? “ Bastaria ter pensado nisso. Mas ninguém pensou.

“ ”Todo projeto tem por antecedente uma idéia. Primeiro, concebe-se; depois, realiza-se.

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SUPERE 15SUPERE 15

Mário Mateus

Sócio da MATUR

Organização

Contábil, Diretor

da ACMinas,

Conselheiro do

Conselho Federal

de Contabilidade,

Contabilista,

Advogado,

pós-graduado em

Ciências Contábeis

e membro do Forum

de Líderes da

Gazeta Mercantil.

[email protected]

que deixa as pessoas a se indaga-rem: “Por que não me ocorreu essa idéia antes? Parece-me simples. Por que, pois, não me ocorreu pensar nisso antes?” Bastaria ter pensado nisso. Mas ninguém pen-sou. O pensar, a intenção de rea-lizar, contida na idéia, só a têm os dotados de talento para acalentar o novo e ousar o novo.

Todo projeto tem por antecedente uma idéia. Primeiro, concebe-se; depois, realiza-se. Entre o conceber e o realizar há uma longa estra-da, um longo caminho a percorrer, que exige de quem empreende muita habilidade e larga soma de conhecimento para negociar com o mercado e ganhar projeção, sem perder o foco, lutando para respon-der aos desafios e fazer a diferença competitiva.

Quando se concebe, quando se pensa, tem-se a visão - a idéia - do que se quer, mas é necessário, na prática, no aplicar o que se pensa, é necessário testar a utilidade e a versatili-

dade de nossa maneira de ver o mundo e os acontecimentos. Isso gera tensão e ansiedade, mas é exatamente aqui, entre o sonho e a realidade, é exatamente aqui que temos de exercitar a criativida-de. Como diria Diana Chapman Walsh, em seu artigo Cultivando recursos interiores para a liderança: “Bom saber que a criatividade humana se ergue justamente nesta lacuna entre a visão e a realidade, na inquietante, mas animadora, tensão estrutural que sofremos entre o que somos e o que aspiramos a ser.”

O exercício dessa criatividade pressupõe a capacidade de resistir às pressões. Ninguém avança se não souber lidar com as ten-sões, desenvolvendo-se na arte de administrar o próprio negócio e a si mesmo, isto é, desenvolvendo-se na arte de pensar, para que possamos liberar o potencial de nossas idéias. E para que se pense corretamente, imprescindível a reunião de dados e informa-ções que nos permitam formular conceitos e traçar estratégias.

Da reflexão é que vêm as idéias. E são “as idéias que criam, que nutrem almas e orientam povos”, como diz o poeta Raul de Leôni (1895-1926). São as idéias, continua Leôni, “que dão nomes aos séculos, glória aos homens, força à Vida”. São elas, as idéias, “a nossa energia e a nossa fé”. Idéias que deixem “profundíssimas raízes em nosso espírito” fazem a diferença, a grande diferença. Idéias assim, audazes e bem-estruturadas, motivam a conhecida frase - “Por que não pensei nisso antes?”

Diante de uma pergunta dessa natureza, poderíamos - bem-humo-radamente - lembrar as lendárias palavras de Colombo: - Claro, senhores. Claro. Sem dúvida, não era difícil. Bastaria apenas ter pensado nisso...

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Apesar de uma crise anunciada com alardes e

que já mostra sinais de cansaço, o cenário global

da indústria automotiva continua atraindo inves-

timentos e incentivos governamentais. As razões

são várias, entre elas a importância estratégica e

as amplas possibilidades de negócios que o setor

proporciona, e também o fascínio que o automóvel

exerce no imaginário coletivo da população.

Este grande potencial produtivo precisa, cada

vez mais, de visibilidade. É preciso mostrar o que

acontece no setor automotivo nacional. E é este

o espírito da Bienal do Automóvel 2009 – o maior

evento mineiro do gênero e um dos principais do

país. A segunda edição da Bienal acontece entre

9 e 13 de dezembro, no Expominas, em Belo

Horizonte.

Ali, um espaço de 250 mil metros quadrados

abrigará várias atrações para o público: exposição

de automóveis e motos nacionais e importadas;

novidades dos setores de acessórios e serviços

automotivos; mostra de colecionadores; espaço

tunning, rally, Veteran Car e praça hot; esportes

automotivos; praça de alimentação e bares temá-

ticos e uma novidade – a Exposição do Instituto

Ayrton Senna.

Segundo o coordenador geral da Bienal, Arthur

Lopes Filho, a estimativa de público no evento é

de 150 mil visitantes de todo o país, durante os

cinco dias de funcionamento. Ou seja, cinquenta

por cento superior ao público que compareceu na

primeira edição da Bienal.

LANÇAMENTO O lançamento oficial da II Bienal do Automóvel

aconteceu no dia primeiro de setembro, em um

dos espaços mais importantes e significativos da

capital mineira – o Automóvel Clube.

Mais de 400 pessoas prestigiaram o evento

que contou com a presença do Secretário de

Desenvolvimento de Minas Gerais, Sérgio Barroso,

representando o governador Aécio Neves; da pre-

sidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte,

vereadora Luzia Ferreira; do presidente da ACMinas,

Charles Lotfi; do presidente da Belotur, Júlio Pires;

do presidente do Sebrae – MG, Ronaldo Simões;

do vereador Léo Burguês de Castro, além de

empresários de diversos setores e jornalistas de

vários veículos.

A viabilização da II Bienal do Automóvel só

foi possível pela parceria estabelecida pelos

empreendedores com a Associação Comercial

de Minas - ACMinas. Vale também desta-

car os apoios de primeira hora do Sebrae

– MG, da Belotur e das Secretarias Estaduais

de Desenvolvimento Econômico e do Turismo.

Segundo Wilson Navarro, diretor comercial da

Entreposto - empresa realizadora do evento –

praticamente todos os espaços disponíveis já

foram comercializados ainda na primeira quinze-

na de outubro, fato que mostra o grande poten-

cial de sucesso da Bienal.

Agora é aguardar e conferir o que diz o

slogan do evento – “Emoção sobre rodas”. A II

Bienal do Automóvel já está nas ruas e promete

fazer um grande espetáculo para o público minei-

ro e nacional, especialmente a grande maioria de

apaixonados por carros .

I BIENAL - 2007 Na festa de encerramento da I Bienal do

Automóvel, em 2007, um antigo funcionário do

Expominas confidenciou para a comissão orga-

nizadora que “ nunca a primeira edição de um

evento levou tanta gente ao local”. Foram mais

de cem mil visitantes em quatro dias de ativi-

dades, o que gerou mais de R$ 60 milhões em

negócios e 1.400 empregos diretos e indiretos.

Participaram 12 montadoras nacionais e

SUPERE17

Evento mineiro mostra potencial da indústria automotiva nacional. Público estimado em 150 mil pessoas verá grandes atrações

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internacionais, representadas por

suas redes de concessionárias;

todos os fabricantes de pneus

do país, representados por suas

revendedoras; fornecedores de

autopeças, acessórios, serviços

de manutenção, sonorização e

personalização de veículos, além

de uma mostra especial de car-

ros antigos e motos. Também

marcaram presença instituições

governamentais e financeiras.

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“A Bienal do Automóvel é um grande sucesso. O empresariado mineiro está de parabéns por ter acreditado no evento e o grande público pela participação. Minas está de parabéns.”José Alencar Gomes da Silva, vice-

presidente da República – 07/12/2007.

Confira alguns depoimentos de autoridades sobre a I Bienal:

“A Bienal do Automóvel já faz parte do Calendário de even-tos do estado de Minas Gerais, é o primeiro grande evento auto-motivo de Minas e esta é uma largada em grande estilo. Não faltará da parte do governa-dor todo o incentivo e parceria para consolidar o evento como um dos mais importantes do Estado.”Aécio Neves, governador de Minas

Gerais – 06/12/2007

“Belo Horizonte está de parabéns por sediar um even-to deste porte, reforçando sua posição de destaque no setor automotivo e consolidando sua vocação para o turismo de negócios. Com a Bienal, Belo Horizonte ganha com a geração de empregos, fluxo de turistas e visibilidade.”Márcio Lacerda, prefeito de Belo

Horizonte – 06/12/2007.

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Algo em torno de 87 milhões

de unidades por ano é a capa-

cidade mundial avaliada para a

produção de veículos automoto-

res. Em 2009, porém, a previsão

é de declínio na produção: 66

milhões de unidades. Mesmo

em queda, os números da indús-

tria automotiva são grandiosos.

Como também é grandiosa a

cadeia produtiva que alimenta as

montadoras de veículos: siderúr-

gicas, autopeças, combustíveis,

pneus, acessórios, pesquisas,

esportes, serviços, etc. Uma

cadeia produtiva que move de

maneira significativa a economia,

gerando emprego e renda para

dezenas de milhões de traba-

lhadores.

O Brasil tem capacidade ins-

talada para produzir anualmente

4 milhões de veículos automo-

tores. Em 2009, deve produzir

pouco mais de 3 milhões de uni-

dades. Uma queda projetada de

5 % em relação a 2008, segundo

estudo da Associação Nacional

de Veículos Automotores (Anfa-

vea). O estudo mostra também

que, no primeiro semestre de

2009, só a China aumentou

a produção (15,2%), entre os

grandes produtores mundiais. O

Brasil registrou a menor queda

– 13,6% e se mantém em sexto

lugar no ranking internacional.

Este resultado brasileiro,

segundo especialistas do setor,

deve atrair investimentos exter-

nos, especialmente da China,

em função da potencialidade do

mercado interno. As montadoras

chinesas, inclusive, já se movi-

mentam pelo país em busca

de oportunidades de negócios,

tanto no que diz respeito a

exportações, como na possibi-

lidade de instalar plantas indus-

triais no Brasil.

O LOCAL DA BIENALO Expominas, com seus três

pavilhões contínuos, modernos e

funcionais, reúne uma completa

infraestrutura de equipamentos

e serviços, arena para eventos,

auditório, salões multiuso, cen-

tro de informações e comunica-

ções, sala de imprensa, praça de

alimentação, banheiros amplos,

estacionamento para mais de

2.300 veículos, entre outras faci-

lidades.

A proteção acústica é garan-

tida por moderna tecnologia, além

de ser um dos poucos espaços de

grande porte do país a ter ar con-

dicionado em todos os ambientes.

Um outro diferencial importante

é ser pioneiro na América Latina,

como centro de eventos interliga-

do a uma estação de metrô. Em

apenas seis minutos, o visitante

pode se deslocar do Expominas

ao centro de Belo Horizonte com

conforto e segurança.

Já o Parque da Gameleira

possui uma excelente área

com características distintas do

Expominas, porém complementa-

res. Trata-se de um espaço ideal,

pela sua estrutura e diversidade,

para práticas esportivas que envol-

vam veículos. •

Indústria que move a economia

Quem subiu, quemcaiu, quem manteve

Dados do primeiro semestremostram que Brasi l manteve a

sexta posição em produção

Fonte: Anfavea

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De um ladoa classe empresarial.De outro, as centrais sindicais.No meio, o destino dos trabalhadores e seus empregos em um momento de recuperação econômica

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Luciana Sampaio

Jornada detrabalho menoré bom para aeconomia?

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De um lado a classe empre-sarial brasileira e de outro as cen-trais sindicais. No meio, políticos que estão se preparando para mais uma campanha eleitoral, em 2010, e, principalmente, o destino dos trabalhadores, em um momento de recuperação econômica, pós-crise financeira mundial. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95, que pretende reduzir a jornada de tra-

balho de 44 para 40 horas sema-nais e aumenta de 50% para 75% o adicional da hora extra e que deve ir a votação ainda neste ano, é uma daquelas iniciativas que, apesar de números, estatísticas e comparações com as experi-ências bem-sucedidas de países desenvolvi-dos - sem-pre eles – pode não gerar os bons resultados prome-tidos.

De acordo com o vice-presi-dente da Associação Comercial de Minas (ACMinas), da Companhia Fiação Tecidos Cedro Cachoeira

e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz, a redução da jornada de trabalho, especial-mente neste momento em que o país necessita incrementar a sua competitividade para voltar a cres-cer e fazer frente aos seus reais concorrentes, os países emergen-tes, e não os europeus, como ainda se pensa erroneamente - configura-se como um verda-

deiro absurdo. “Como presidente da ABit, estive na Câmara dos Deputados para expressar a indig-nação da classe empresarial com essa medida que não pode afetar as empresas de forma linear, visto que cada setor econômico tem

uma realidade”, afirma. Para o dirigente, a saída

para esse impasse não está no Congresso Nacional, mas na negociação entre patrões e empregados, caso a caso.

“Durante a crise, os sindicatos e as empresas exercitaram muito a negociação. Acredito que capital e trabalho devem andar juntos. Entretanto, a melhoria da condi-ção de vida da classe trabalha-dora passa de forma direta por uma empresa forte e competitiva. Por isso, a palavra chave, neste momento, é negociar com a cabe-ça fria”, enfatiza.

Considerando que no Brasil um trabalhador custa cerca de 103% a mais que o salário recebi-do no quinto dia útil do mês e que a redução da jornada vai implicar na queda da produção – com elevação do custo com a mão de obra – o que pode vir a acontecer na prática, sobretudo nas peque-nas empresas, é o enxugamento da folha de pessoal. Para que uma empresa abra novos postos de trabalho, destacou Diniz, é preciso que ela cresça e faça investimen-tos para ampliar a sua capacidade produtiva, o que demandará mais pessoas.

O presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Osmani Teixeira de Abreu, destaca que o aumento de custos com mão de obra é substancial. “A medida representa 10% de incremento no custo do salário pago. A hora extraordinária também será elevada. As empre-

sas vão ter jornada e p r o d u ç ã o r e d u z i d a s com custo elevado”, afir-mou. Além da

folha de pessoal, há outras contas fixas – aluguel, água, luz, telefone – que não podem ser esquecidas.

Essa medida deve gerar perda de participação no mer-cado. “Os nossos concorrentes

A melhoria da condição de vidada classe trabalhadora passa deforma direta por uma empresa

forte e competitiva

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não estão na loja ao lado, mas mundo afora. A perda de mercado vai gerar redução de postos de trabalho”, pontua. O maior receio

da classe empresarial, segundo Abreu, é que esse tipo de causa pode ter reaparecido na pauta meramente por motivos eleito-rais e que os políticos que estão apoiando a PEC 231/1995 nem saibam ao certo os impactos que ela vai gerar para a economia bra-sileira, de fato.

Em 1988, a jornada de tra-balho brasileira foi reduzida de 48 para 44 horas e um dos resul-tados dessa medida, de acordo com o dirigente, é que a informa-

lidade que era de 42%, hoje está na casa dos 60%. “Os pequenos empresários não têm “fôlego” para assimilar mais este custo”, lembra Abreu. Se na teoria, os números soam atraentes, na prática, o país corre o risco de perder a chance

de atingir o nível de desenvolvi-mento necessário.

Na outra ponta está o movi-mento sindical, que tem nessa

proposta de emenda constitucio-nal uma reivindicação histórica. De acordo com o presidente da Força Sindical em Minas Gerais, Rogério Fernandes, no próximo dia 12 de novembro, as principais centrais vão organizar marcha a Brasília para pressionar o Congresso Nacional a votar a alteração. “Essa medida deve gerar 2,2 milhões de empregos diretos, dos quais 180 mil para Minas Gerais, principal-mente para os jovens que estão na idade de ingressar no mercado

de trabalho”, aponta.De acordo com o sindicalista,

nos últimos 20 anos – quando se deu a última redução da jornada de trabalho -, o avanço tecnológi-co reduziu muitos postos de traba-lho, substituídos pela automação.

O setor bancário é um exemplo claro desse movimento. “Quando as empresas geram mais empre-gos, elas irrigam a economia e

realimentam a cadeia produtiva, o que aquece o mercado consu-midor, através do crescimento da massa salarial”, observa.

A elevação do custo da hora extra deve eliminar problemas como o “banco de horas”. O resul-tado pode ser definido em aumen-to de produtividade. “O impacto na folha será de 1,9%”, afirma.

O Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Minas Gerais, filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) também defende a PEC. “A redução das horas extras vai demandar a aber-tura de novos postos de trabalho. No caso específico do setor, essa medida será eficiente para reduzir o nível altíssimo de terceirização praticado pelas empresas e a precarização das condições de trabalho. A regulamentação das profissões, como é o caso do operador de telemarketing, tam-bém é muito esperada”, argu-menta o presidente da entidade, Fernando Cançado.

Quando as empresas geram mais empregos, elas irrigam a economia e realimentam a cadeia

produtiva, o que aquece o mercado consumidor, através do crescimento da massa salarial

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A mobilização contra a apro-vação de projetos para recriar o imposto do cheque, sob a deno-minação de Contribuição Social para a Saúde (CSS), e reduzir a jornada de trabalho no Brasil ganhou mais força. Em Café Parlamentar realizado na ACMinas no último dia 27 de outubro, os deputados federais Rafael Guerra (PSDB-MG) e Bilac Pinto (PR-MG) reafirmaram o compromisso de não votarem a favor dos textos, caso eles cheguem ao plenário da Câmara. A postura dos depu-tados reforça a preocupação da ACMinas de que os dois proje-tos trarão impactos negativos ao desenvolvimento econômico e ao crescimento do setor produtivo brasileiro.

Assim como os empresários, o deputado Rafael Guerra tam-bém acredita ser desnecessária a criação da CSS. “Não estou dizendo que a saúde não neces-sita de recursos, pelo contrário. O que não podemos aceitar é o fato de o governo sempre usar politi-camente a saúde como desculpa para aumentar a sua arrecada-ção”, argumentou. Guerra afirma que os recursos da união são suficientes para arcar com altos custos da máquina pública, finan-ciar programas assistencialistas e promover renúncias fiscais, mas quando se trata de investimen-tos na saúde, os recursos são escassos e a alternativa é sempre financiá-los por meio da criação de contribuições compulsórias.

Jornada de Trabalho Apesar de pertencer à base

aliada do governo, o deputado Bilac Pinto afirmou que, não só ele, mas todo o seu partido já se manifestou contra a aprovação da jornada de trabalho de 40 horas semanais, acompanhada do aumento das horas extras. Segundo ele, a defesa do tempo livre do trabalhador para o des-canso e lazer é louvável, mas que no atual cenário econômico, este não é o momento de se discutir tal medida.

“É um tema delicado, mas já

nos posicionamos contra. Mesmo os sindicalistas tendo grande representatividade no congresso, os argumentos para esta redução ainda não convenceram. O que se sabe é que, neste momen-to, haverá redução da competi-tividade e do emprego, além do aumento dos custos, onerando o consumidor”, explicou Bilac Pinto.

Deputados federais debatem CSS e jornada de trabalho na ACMinas

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Vice-Presidente da CemigArlindo Porto

É impossível pensar que uma empresa possa crescer sem pesquisa e desenvolvimento

Por Bianca AlvesFotos Pablo T. Quezada

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O senhor assumiu a vice-presidência da Cemig em janeiro. O que encontrou? O que é a Cemig hoje?Primeiro eu vou falar como consu-midor. A imagem que todos nós temos da Cemig é de que é uma empresa eficiente, que presta bons serviços, um orgulho para todos

nós mineiros. Assumi na posição de alguém que foi convidado pelo governador, trazendo uma experi-ência de iniciativa privada - a des-peito de uma vida pública de 25

anos, minha base de gestão é a iniciativa privada. E com todos os conhecimentos que eu tinha da Cemig, ela ainda assim me causou muita surpresa. É uma empresa muito organizada, muito estrutu-rada, muito normatizada, que tem uma construção baseada na equi-pe de funcionários. Ela não tem

pessoas de fora: entre cerca de 10.400 funcionários da empresa, pouco mais de 20 pessoas não são da casa. Entre os oito direto-res, quatro são da casa, quatro são

de fora. É uma linha corporativista, mas de eficiência, de continuida-de de ação. O presidente Djalma Morais está há dez anos e meio no cargo, o que proporciona a per-manência de uma estratégia que, montada, é implementada. E, para todos os funcionários, a empresa é um orgulho, como é um orgulho para nós mineiros.

A Cemig tem sido chamada de Petrobras mineira. O que existe em comum entre as duas empresas?As duas empresas atuam no setor de energia e esse segmento define a vida das pessoas. São duas empresas estatais de sucesso, que mostram bons resultados nas bol-sas nacionais e internacionais, que crescem a cada ano, que inves-tem em qualidade, em pessoal e procuram crescer pesquisando, explorando atividades. Ou seja, há

A Cemig é hoje considerada líder mundial em sus-tentabilidade, tendo sido selecionada, pela 10ª vez consecutiva, para compor o Dow Jones Sustainability World Index (DJSI World) e, pelo 4º ano consecutivo, para compor o grupo de empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo (ISE/Bovespa). Sustentabilidade é uma das áreas pela qual responde a vice-presidência da Cemig, ocupada, desde janeiro, pelo ex-vice-gover-nador e ex-senador Arlindo Porto. Natural de Patos de Minas (MG), ele é administrador de empresas, formado pela Universidade Federal de Uberlândia, onde também se graduou em Ciências Contábeis. Porto foi também prefeito de sua cidade natal, Secretário de Estado do Trabalho e Ação Social e Ministro da Agricultura e Abastecimento, durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso.

Nesta entrevista à Supere, Porto diz que, mesmo conhecendo muito

bem a Cemig, ao assumir a vice-presidência se surpreendeu com a

organização e a estrutura da empresa. “A Cemig é um orgulho para nós,

mineiros’, sustenta.

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Ela não tem pessoas de fora. Entre cerca de 10.400

funcionários da empresa, pouco mais de 20 de pessoas não são

da casa

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uma grande semelhança entre as duas.

Sustentabilidade e tecnologia são áreas de sua vice-presi-dência. São áreas de ponta. O que elas representam para a Cemig?É impossível pensar que uma empresa possa cres-cer sem pesquisa e desen-volvimento. A necessidade de modernização é gran-de em um mundo muito

ágil. Nós temos uma área de pesquisa dentro da própria Cemig, mas temos também convênios com outras empresas, universidades, cientistas e pesquisadores que exe-

cutam projetos para nós. A Cemig deve investir nos próximos dois anos algo em torno de 200 milhões de reais em pesquisa e desenvolvimento. Eu des-tacaria um projeto, que está mais adiantado, que é o do veículo elétrico, desenvolvido por um con-sórcio coordenado pela Itaipu Binacional, com a presença da Fiat e a Cemig está investindo fortemen-te, porque entendemos que este é o combustível

do futuro, já que a cada dia que passa, aumenta a necessidade de reduzir a poluição. Temos também o projeto do VAT (Veículo aéreo não tripulável), um grande aeromodelo, com

equipamento de contro-le remoto com GPS, que fará a fiscalização das nos-sas redes. Temos tam-bém projetos menores, como os de preservação dos peixes nas nossas usinas e automação de sistemas. A própria Terna, que a Cemig comprou recentemente, em seu sis-tema de monitoração não necessita de ser humano. A Terna é uma compa-nhia italiana de transmis-são de energia. Com sua

aquisição, a Cemig, que já tem 6.700 quilômetros de linhas de transmissão, nossa ou com terceiros, cresce quase 60% nessa área, com mais 3.700 qui-lômetros e passamos a ter

mais de 20% do mercado nacional. Nós temos ainda uma parceria com um grupo chileno e devemos inaugurar até o fim do ano mais uma linha de trans-missão no Chile. Ainda dentro dessa linha de pes-quisa e desenvolvimento, estamos estimulando os nossos funcionários para que eles disponibilizem experiências, mesmo de pequeno porte, para redu-zir riscos de acidentes ou melhorar a eficiência das atividades. Sustentabilidade é outra área afeita à sua vice-presidência. O que a Cemig tem feito nesse aspecto? Você só tem sustenta-bilidade garantindo o tri-pé econômico, ambien-tal e social, algo que a Cemig observa atenta-mente há dez anos. E é por isso que, há dez anos, a Cemig integra a lista do Índice Dow Jones de Sustentabilidade e, esse ano, nós fomos escolhi-dos como líder mundial, a melhor empresa do mun-do no segmento de utilities energia, petróleo e água potável. Isso dá prá nós um atestado que nos traz uma credibilidade enorme perante investidores por causa do aspecto eco-nômico, mas nós temos também a visão ambiental e social. Nós estamos pre-sentes no aspecto da pre-servação e da conscien-tização, não apenas em uma usina, mas no con-

A Cemig deve investir nos próximos dois anos algo em torno de 200 milhões de reais em pesquisa e

desenvolvimento

Cap

a

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Page 27: SUPERE 21

texto das comunidades em que atuamos. Nós temos a preocupa-ção de prestar bons serviços aos nossos clientes, hoje 19 milhões de pessoas, seis milhões de contas. O que o empresário pode esperar da Cemig ?O mais importante é a certeza de que a Cemig está preparada para atender à demanda de energia. Em vários outros estados, isso não é possível, já que você não tem nem quantidade e nem qualidade. Além disso, nós temos linhas de atendi-mentos diferenciadas para peque-nos, médios e grandes consumi-dores, além da venda direta de energia. Há linhas também para os empresários que queiram se

associar à Cemig. Se um empre-endedor quiser investir em uma PCH, que é uma pequena hidrelé-trica, nós nos associamos a essa empresa para a geração da ener-gia. Enfim, nós temos um leque muito grande de ações de relacio-namento com o empresário minei-ro ou brasileiro, estamos sempre abertos para isso. Recentemente, nós nos associamos a um grupo

argentino para instalar três usinas eólicas no Ceará, onde foi identifi-cada uma potencialidade maior de vento, que é uma opção de ener-gia limpa, renovável, que está den-tro do perfil da Cemig. Nós não atuamos em energia “suja”.

Como é a relação da Cemig com as entidades ambientais?Primeiro nós procuramos respeitá-

SUPERE27

Nós fomos escolhidoscomo líder mundial,

a melhor empresa do mundono nosso segmento

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Page 28: SUPERE 21

SUPERE28

las. Nós entendemos que é impor-tante que a sociedade civil parti-cipe, sugerindo, criticando, mas participe encontrando a solução. As ONGs têm sido grandes cola-boradoras da Cemig no sentido de trabalharmos em conjunto, esti-mulando a comunidade, as popu-lações ribeirinhas, os pescadores e outros que fazem parte do con-texto. Nós temos o interesse eco-nômico, mas também temos a consciência ambiental muito forte. A Usina de Irapé, no Jequitinhonha, é um exemplo desse compromisso ambiental e social. O governador Aécio Neves esteve na Espanha, em agosto, para receber um prê-mio em reconhecimento ao plane-jamento, projeto e gestão de uma usina na região mais carente do Estado. Que foi instalada com uma

grande preocupação com as famí-lias, que foram não apenas reloca-das, como também tiveram apoio financeiro, programas de treina-mento e geração de renda. É uma usina muito importante, porque traz o estímulo e motivação ao consumo de energia em uma região que não tinha consumo. E a Internet, TV a cabo, telefonia, através da rede elétrica, a Cemig estápreparada?Dentro da linha de pesquisa e desenvolvimento, a Aneel permitiu que as empresas de distribuição de energia pudessem utilizar as redes como transporte de dados de comunicação. O que é mais propalado é a Internet. A Cemig já tem uma equi-pe trabalhando neste sen-tido, buscando através da Infovias, empresa nossa que atua na área de transmis-são de dados, as alternativas para prestar esses serviços. Estamos já em fase de tes-tes, mas não é nada de cur-tíssimo prazo. A Cemig está priorizando a comunicação com o cliente, uma linha de mão dupla em que um fala com o outro e o primeiro equipamento que deverá ser eliminado é o relógio nas casas. Nós teremos condi-

ções de saber o quanto cada um está consumindo, que tipo de equi-pamento está consumindo mais do que o normal e comunicar isso ao consumidor. A leitura poderá ser feita diretamente na central da Cemig.

Cap

a

Nós temoso interesse econômico,mas também temos a consciência ambiental

muito forte

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Page 29: SUPERE 21

SUPERE29

A Cemig, suas subsidiárias integrais e suas coligadas possuem 58 usinas, sendo 53 hidrelétricas.

Para ampliar o aproveitamento dessa energia, a empresa vem realizando um amplo programa de revitali-

zação de suas usinas hidráulicas, incluindo as usinas de Jaguara, Três Marias, Volta Grande e São Simão.

Está também investindo na implantação de novas usinas, destacando-se os empreendimentos a seguir:

Empreendimentos

Usina de Baguari 140 MW 2º sem/2009

2º sem/2009

1º sem/2012

1º sem/2010

34,0% 140

10

-

4

49,0%

10,0%

49,0%

44 MW

3.150 MW

20 MW

PCHs Dores de Guanhães, Senhora do Porto, Fortuna II e Jacaré

Usina de Santo Antônio

PCH Pipoca

Potência ParticipaçãoCEMIG

Investidoaté 2008

R$milhões

Inícioprevisto

daoperação

Os recursos destinados a projetos

de eficiência energética representaram,

só no ano de 2008, R$ 23,5 milhões e

referem-se ao Programa de Eficiência

Energética - PEE Cemig/Aneel. Eles

proporcionaram redução no consumo

de energia de 56.278 MWh/ano e redu-

ção na demanda de ponta de 12,8 MW.

A energia que foi economizada é capaz

de abastecer aproximadamente 39 mil

residências com consumo médio de

120 kWh/mês.

Um exemplo é o Projeto Conviver,

iniciado em 2006 para orientar os clien-

tes de baixa renda sobre medidas de

eficiência energética, que está volta-

do para as comunidades populares da

região metropolitana de Belo Horizonte

e conta com o trabalho de agentes de

relacionamento comunitário.

Em 2008 foram doados 2.000 refri-

geradores e 2.000 Kits recuperadores

de calor para chuveiro elétrico. Essas

ações proporcionaram economia de

2.156 MWh/ano no consumo e redu-

ção 900 kW na demanda de energia,

com investimentos de R$ 6,7 milhões.

A Cemig realizou toda a logística das

doações - recebimento, custeio, arma-

zenamento, registro fiscal/contábil e

distribuição.

Outro projeto de destaque do PEE

é o “Cemig nas Escolas - Procel”,

programa de educação ambiental uti-

lizado como canal de comunicação

para levar aos professores e alunos

dos ensinos fundamental e médio as

questões de combate ao desperdício

de energia elétrica, proteção ao meio

ambiente e segurança no manuseio

com energia. São disponibilizados gra-

tuitamente os materiais didáticos e

pedagógicos para as escolas contem-

pladas.

Em 2008, todos os levantamentos

e aquisições foram realizados e até

2011, serão capacitados 9 mil pro-

fessores, que treinarão 700 mil alunos

de 1.000 escolas, com investimentos

previstos de R$ 4,5 milhões.

Eficiência e Conservação Energética

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Page 30: SUPERE 21

SUPERE30

Arti

goMarcelo Ortega

Liderar é a arte de adquirir confiança de um grupo e se tornar responsável por mobilizar, preparar, tomar decisões e obter resul-tados. Sem desenvolvimento constante, as equipes ficam estag-nadas, paradas e perdem o brilho, a motivação e o ritmo certo para o trabalho render mais. Não existe o certo e o errado, sempre digo que o principal é o resultado. Se ele é positivo, o aproximará de seus objetivos e quando contrário, o afasta. Você precisa deci-dir enquanto líder de sua vida, de sua empresa, de suas ações, como se superar, a cada dia, a cada hora. É o que o mundo dos negócios nos demanda: superação e crescimento constante.

Você conhece alguma empresa que planeja diminuir suas vendas no ano seguinte? Você já ouviu falar de alguém que preten-de reduzir seu salário por que está ganhando demais?

Se queremos sempre mais, temos que fazer sempre mais. Líderes devem refletir sobre onde estão os limites da sobrecarga de trabalho que demanda o crescimento, no entanto, o pensa-mento limitante não pode ser aceito, derivado de comodismo e falta de atitude. No mundo empresarial, ainda se vê fatos como o de 20% de uma equipe fazer 80% do resultado (lei 80/20), e ainda, muita gente pensa e age mediocremente, dizendo não ser pago para fazer mais por sua empresa. É extremamente necessário ter prazer pelo que se faz, ou que se faça aquilo que nos dá prazer, pois sem isso, o trabalho faz jus a origem da palavra:

A palavra “trabalho” tem sua origem no vocábulo latino

LidereLiderança | Desenvolvimento | Resultados

FOTO

: AR

QU

IVO

PES

SO

AL

“TRIPALIU” - denominação de um instru-mento de tortura formado por três (tri) paus (paliu). Desse modo, originalmente, “traba-lhar” significa ser torturado no tripaliu.

O título deste artigo é a denominação em acróstico (palavra que forma uma sigla abreviando outras palavras), LI.DE.RE. – que como já devem ter percebido no início, refere-se àquilo que eu considero primor-dial para obter sucesso com inteligência: Liderança, Desenvolvimento e Resultados.

Sucesso em Vendas e Inteligência em Vendas são meus livros e minha história como profundo interessado no cresci-mento das empresas, das pessoas. Como vendedor, sempre fui obstinado na busca do resultado, como todos os que vivem a pressão de vencer a briga diária dos nãos, do atingir metas, de defender sua sobrevi-vência e crescer. Acordar desempregado todo dia não é fácil, mas é assim que um vendedor se sente. Não temos sonhos, mas metas e isso determina que vencer um determinado momento, não basta. A meta do mês passado não pode servir de alento para o mês seguinte. Quando vivemos de vender. aprendemos que tudo é importante, cada detalhe, cada oportu-nidade. Na vida é assim também, espe-cialmente quando assumimos o desa-fio de liderar outras pessoas. Durante 16 anos, treinando e liderando equipes comerciais, posso concluir que o mais importante, o segredo do sucesso está nos 3 R’s que citei no último livro: Regras, Reconhecimento e Resultado.

Acordar desempregado todo dia não é fácil, mas é assim que

um vendedor se sente. Não temos sonhos, mas metas e

isso determina que vencer um determinado momento, não basta

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Page 31: SUPERE 21

Eles têm tudo a ver com o conceito LI.DE.RE: Liderar sem regras não é liderar, é fingir que o faz. Um líder define prazos, cria metas com a equipe e a ajuda a atingi-las. Mas todos sabem que existe um tempo para isso e riscos, afinal a empresa depende disso. Desenvolver sem reconhecer não dá o significado que todo ser humano precisa: ter causas para repetir, como por exemplo, ao elogiar alguém em público, estamos praticando uma das mais valiosas ferramentas de liderança, pois o elogiado sente-se na obrigação de repetir aquilo que fez, que tem valor para ele. Quando treinamos alguém e não monitoramos e reconhecemos avanços, estamos dizendo que o treinamento não teve tanto valor.

Por fim, Resultado é o que vale. Não adianta ser competente, se não tem resultados e tem muita gente que vive da média, de ser mediano, e ainda, líderes que nada fazem para mudar isso. Médio me lembra medíocre e faz com que se perpetue na empresa a lei de dar desculpas, de explicar, de culpar os outros e de fazer só o que é pago para fazer. Mudança como liderança, é o que realmen-te faz de você e de sua equipe, um sucesso.Sincero e forte abraço.

Marcelo Ortega

Palestrante

Internacional, especia-

lista em desenvolver

equipes comerciais.

Autor do best- seller

Sucesso em Vendas –

Ed. Saraiva – 2006/08

( base de seu treina-

mento de vendedores)

e Inteligência em

Vendas- ED Saraiva,

que acaba de lançar

– set. 2009 – (base

do programa LIDERE

– desenvolvimento de

liderança inteligente)

FOTO

: IS

TOC

K P

HO

TOS

SUPERE31SUPERE31

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Page 32: SUPERE 21

SUPERE32

A crise financeira mundial,

que completou em setembro o

seu primeiro aniversário, ainda

não foi vencida pela economia

mineira, apesar do intenso movi-

mento de recuperação deflagra-

do por empresas dos mais diver-

sos segmentos, com direito a

anúncios de investimentos, rea-

tivação de fornos, minas e par-

ques industriais e contratação

de mão de obra, para reverter

as perdas registradas sobretudo

entre outubro de 2008 e março

de 2009.

Depois de registrar 8,3%

de crescimento em 2008, bem

acima da média nacional de

Minas vencea crise

Econ

omia

Uma economia com forte dependência do mercado externo tem características próprias – e desafios maiores – para voltar a crescer.

Luciana Sampaio

REVISTA SUPERE 21.indd 32 17/11/2009 15:23:44

Page 33: SUPERE 21

5,92%, Minas Gerais está rever-

tendo, lentamente, os prejuízos

e perdas do período. Por ter

na exportação de comodities a

sua principal base econômica,

o Estado sentiu a retração do

mercado externo e também a

variação do câmbio do dólar.

Segundo dados do Ministério

do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior (Mdic), o volu-

me de minério de ferro expor-

tado por Minas entre janeiro e

agosto deste ano – embarque

total de 90,264 milhões de tone-

ladas - foi 13,1% menor que no

mesmo período do ano anterior.

Mesmo assim, empresas do

setor de mineração já estão em

franco período de recuperação.

A Vale S/A, por exemplo, reto-

mou as atividades em todas as

minas do Estado desde agosto,

mesmo com produção menor

de minério de ferro. Em algumas

delas, como Cauê e Conceição,

localizadas em Itabira, as opera-

ções já retornaram para quatro

turnos.

A Vale também vai anun-

ciar, em breve, investimentos da

ordem de R$ 6,2 bilhões no

Estado, para expansão de lavras

em atividade e implantação do

projeto Apolo, antigo Maquiné-

Baú, localizado entre os municí-

pios de Santa Bárbara e Caeté,

na região Central, mediante assi-

natura de um protocolo de inten-

ções com o governo do Estado.

Na mesma linha, a

ArcelorMittal Brasil S/A estaria

se preparando para aumentar o

ritmo das obras de duplicação

da usina de João Monlevade,

no Vale do Aço, o que resultaria

em R$ 1,2 bilhão em investi-

mentos para o município. Entre

os motivos para o incremento

na produção da ArcelorMittal,

está a demanda por parte da

construção civil. Além disso,

a companhia também fornece

insumos para a indústria auto-

motiva e para fabricantes da

linha branca (fogão, geladeira,

SUPERE33

FOTO

: FO

TOLI

A.C

OM

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Page 34: SUPERE 21

SUPERE34

Econ

omia

máquina de lavar e tanquinho),

que foram beneficiados pela

redução e isenção do Imposto

sobre Produtos Industrializados

(IPI) neste ano.

De acordo com o presi-

dente do Conselho de Políticas

Econômicas da Fiemg, Lincoln

Gonçalves Fernandes, os seg-

mentos econômicos que

dependem do mercado exter-

no – máquinas e equipamentos,

celulose, metalurgia e extração

mineral – ainda têm um longo

caminho para retomarem o nível

de incremento registrado até

setembro de 2008. Já aqueles

que têm como foco o mercado

interno – cimento, alimentos, veí-

culos automotores e vestuário

– tiveram um comportamento

melhor neste ano, com avan-

ços consideráveis para reverter

a perda inicial. “Antes da crise,

a indústria mineira operava com

85,25% da sua capacidade ins-

talada. Hoje, está com 81,8%,

4,5% abaixo do índice anterior”,

pontua.

A recuperação lenta, segun-

do o dirigente, deve-se à natu-

reza dos investimentos realiza-

dos pelas empresas. “No caso

da mineração, por exemplo,

são projetos de longo prazo,

para resultados de longo prazo

também”, destaca. Apesar de

otimista, ele prefere a cautela

na previsão, ao apostar que a

indústria mineira vai alcançar o

patamar anterior à crise ape-

nas no último trimestre de 2010.

O preço das comodities está

subindo, entretanto, o câmbio

do dólar em queda não está

colaborando positivamente para

a retomada.

De acordo com o professor

do Ibmec Minas, Márcio Antônio

Salvato, o comportamento da

economia mineira é absoluta-

mente distinto, pela forte depen-

dência da demanda externa. “A

retração foi maior no Estado e o

retorno será mais difícil porque a

elevação do preço das comodi-

ties não está sendo acompanha-

da, ainda, por novos pedidos”,

afirma.

Sem poder contar com o

mercado externo, os produto-

res de ferro-gusa estão dire-

cionando a sua produção para

o mercado interno. A demanda

de segmentos da indústria que

foram beneficiados pela redu-

ção e isenção do Imposto sobre

Produtos Industrializados (IPI) –

indústria automobilística, fabri-

cantes de eletrodomésticos da

linha branca – estão resultando

na reativação os fornos e contra-

tação de pessoal.

Ainda de acordo com

Salvato, no primeiro momento

serão anunciadas ações para

reativação da capacidade ocio-

sa. “Só na fase seguinte have-

rá novos aportes, em expansão

propriamente dita”, observa. A

meta inicial é recuperar as per-

das do primeiro semestre deste

ano, antes de mais nada.

Recuperação

Mesmo tendo registrado

Foto

: div

ulga

ção

Márcio Salvato: comportamento distinto da economia

Presidente do Sinduscon-MG, Luiz Fernando Pires

FOTO

: AR

QU

IVO

PES

SO

AL

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Page 35: SUPERE 21

SUPERE35SUPERE35SUPERE35

queda nos últimos 12 meses, a

indústria mineira também tem

setores que estão registrando

incremento. Um deles é a cons-

trução civil. Segundo o presiden-

te do Sindicato da Indústria da

Construção Civil de Minas Gerais

(Sinduscon-MG), Luiz Fernando

Pires, apesar da desaceleração

registrada no quarto trimestre de

2008 e primeiro trimestre deste

ano, o segmento deve alcançar

índice de crescimento real no

presente exercício. “As políticas

adotadas têm sido positivas. Em

primeiro lugar, a construção civil

voltou a ser uma prioridade na

agenda dos governos federal,

estadual e municipal. Com isso,

as linhas de financiamento imo-

biliário foram mantidas”, ressalta.

Na mesma linha, o progra-

ma “Minha Casa, Minha Vida”

do governo federal, desenvolvido

com a participação dos empre-

sários do setor, também vai

gerar novos negócios, empregos

e renda. Segundo o dirigente,

as expectativas são positivas,

no entanto, é preciso encarar o

momento com otimismo mode-

rado.

O setor supermercadista

também não tem do que recla-

mar neste ano. A expectativa

inicial de investimentos para o

exercício, de R$ 140 milhões, já

foi revista para R$ 170 milhões.

Em outras palavras, as 25

novas lojas já se transforma-

ram em 35. Para o superinten-

dente da Associação Mineira de

Supermercados (Amis), Adilson

Rodrigues, a meta de 120 mil

postos de trabalho até dezem-

bro, já foi alterada para 126 mil.

“Estamos com 201% de cresci-

mento acumulado. Isso, para um

ano de dúvidas, é muito positi-

vo”, aponta.

O que tem assegurado

números tão positivos é que o

produto alimento é considera-

do prioritário, além da pulveri-

zação da atividade supermer-

cadista pelos 853 municípios

mineiros. Essa situação, enfatiza

Rodrigues, impede que haja con-

centração de empresas do ramo

em determinadas áreas, o que

também abre oportunidades de

negócios para micro e pequenas

companhias. O resultado dessa

equação é o desenvolvimento

do setor, que se torna cada vez

mais competitivo.

De acordo com o econo-

mista e diretor do Grupo Ceres

Finanças e professor universitá-

rio, Alexandre Moreira Galvão, a

surpreendente recuperação eco-

nômica do país, e consequente-

mente de Minas Gerais, é fruto

de um processo de amadureci-

mento econômico que teve início

há 20 anos, quando o Brasil se

inseriu no ambiente globalizado,

na mesma proporção em que se

colocou em posição de desta-

que para investidores externos,

devido à pujança do seu merca-

do interno e estabilidade.

Apesar das linhas de cré-

dito para o setor produtivo, o

país deve assistir, nos próximos

meses, à retomada dos proces-

sos de oferta pública de ações,

por organizações de diversos

segmentos. “Muitas empresas

vão se recuperar dessa forma. A

ampliação de acesso da popu-

lação das classes C, D e E a

diversos produtos e serviços

vai gerar novos negócios. Por

outro lado, a crise também não

gerou demissão em massa”,

afirma o economista. De acor-

do com os números levantados

pelo Departamento Intersindical

de Estatística e Estudos

Socioeconômicos (Dieese),

em parceria com a Fundação

Seade, em Belo Horizonte, a

taxa de desemprego foi de 11%

em julho para 10,9% em agosto.

As medidas adotadas pelo

governo, como a isenção do

IPI para diversas categorias de

produtos, foram essenciais para

que o país atravessasse o perí-

odo de crise com mais tranqui-

lidade, de acordo com o pro-

Presidente da ACMinas, Charles Lotfii.

FOTO

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QU

IVO

AC

MIN

AS

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Page 36: SUPERE 21

SUPERE36

fessor. Por outro lado, a força

e segurança do setor financei-

ro também foram observadas

pelos investidores. A prova

disso é que a bolsa já superou

os 60 mil pontos.

Segundo o presidente da

ACMinas, Charles Lotfii, as

perdas registradas pela indús-

tria mineira, que se refletiram

acentuadamente sobre a receita

fiscal do Estado, foram par-

cialmente compensadas pelo

desempenho até surpreendente

do setor de comércio e servi-

ços, que vem se recuperando

rapidamente desde o final do

primeiro trimestre. Até junho,

a estatística consolidada mais

recente do IBGE confirmou um

crescimento de 3,4% em rela-

ção ao primeiro semestre do

ano passado e, no comparativo

dos últimos 12 meses com igual

período de 2008, uma expan-

são de 4,1%. E há estimativas,

segundo alguns institutos de

pesquisa, de que em setembro

o crescimento do setor neste

ano tenha superado 7%.

Esta tendência, contudo,

pode ser alterada, uma vez

que parcela significativa des-

tes resultados foi obtida graças

à redução do IPI para alguns

segmentos, como material de

construção, veículos e eletro-

domésticos da linha branca.

Estes, aliás, de acordo com

sondagem realizada em agos-

to pela Associação Comercial

de Minas junto a varejistas da

capital, chegaram a ter um cres-

cimento de 50% em relação ao

mês anterior.

Mas o desmonte da desone-

ração tributária desde 1° de outu-

bro, ainda que gradual, certa-

mente causará desaceleração no

setor – só não se sabe, até agora,

em que proporções. “Tudo leva a

crer que o PIB estadual de 2009

fique próximo de zero. Será

uma considerável recuperação

em relação aos resultados do

primeiro semestre, que regis-

traram um índice negativo de

3,9%, mas, sem dúvida, muito

distante dos 8,3% de cresci-

mento em 2008. A expectativa

para 2010, no entanto, é de que

o PIB mineiro acompanhe a taxa

nacional”, projeta Lotfii.

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Criado com as mais modernas tecnologias para a internet, o novo portal foi produzido para que os associados e o público em geral tenham informações em um ambiente totalmente dinâmico. Agora, tudo pode ser atualizado em tempo real, para atender cada vez melhor e trabalhar em consonância com as novas ferramentas do dia-a-dia.

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Uma hidrovia abrindo cami-nhos pelo Lago de Furnas, maior lago artificial do Brasil e um dos maiores do mundo. Caminhos que foram cobertos pelo reserva-tório formado no início da década de 60, com a construção da bar-ragem de Furnas, que isolou eco-

nomias e culturas de cerca de 50 municípios. Reunificá-las através de uma rota pela água é a propos-ta do prefeito de Alfenas, no sul de Minas, Pompílio Canavez. “Com o advento do lago, os caminhos existentes foram submersos e as comunidades às margens do lago

perderam o contato. Ao mesmo tempo, perderam um modo de viajar e transportar mercadorias, que era a ferrovia”, conta Canavez.

Presidente do Comitê de bacias da região do Lago de Furnas, ele acredita, no entanto, que o povo da região não quer

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Navegaré preciso

Texto e fotos: Dinorá Oliveira

O prefeito de Alfenas, Pompílio Canavez, mobiliza lideranças para implantação da hidrovia do Lago de Furnas. Calculada em R$ 10 milhões, obra pode representar um novo salto para a economia da região

Bianca Alves

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“ficar olhando o passado com sau-dade ou indignação: “temos que ver no lago o desenvolvimento. Nós temos no lago um verdadeiro mar e precisamos navegar por ele, ligando comunidades, cultu-ras, economias e promovendo o turismo”, propõe. Para Pompílio,

a resposta para isso é a criação da Hidrovia do Lago de Furnas, ligando Formiga e Alfenas, em um percurso básico de 250 quilôme-tros. “Este é o eixo central, mas existirão outros, ligando qualquer uma das 34 cidades às margens do lago”, explica.

Para transformar sua pro-posta em obra concreta, Pompílio está conversando com os pre-feitos da região, empresários, deputados e governo de Minas, entre vários interlocutores. Acaba de chegar do 1º Fórum Nacional de Hidrovias, realizado em

Brasília no dia 4 de novembro, com uma agenda que inclui a realização de um encontro em Alfenas, em dezembro, já para discutir a Hidrovia de Furnas. Estarão presentes representan-tes da Comissão de Viação e Transportes do Congresso e da Agência Nacional de Esportes Aquaviários (Anpaq). Pompílio calcula que o projeto básico da hidrovia, com sinalização, carta náutica e localização de obras de engenharia como portos, dragagens e diques, custará R$ 1 milhão, para uma obra que demandará investimentos iniciais para sua implantação de R$ 10 milhões.

Projetode desenvolvimento

As principais bacias hidro-gráficas do Brasil foram reguladas pela construção de reservatórios, utilizados principalmente para a geração de energia hidrelétrica e reserva de água, mesmo que

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Com o advento do lago, os caminhos existentes foram submersos e as comunidades

às margens do lago perderam o

contato

Transporte hidroviário é mais barato e mais seguro, diz Canavez “

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“eles se prestem também à produ-ção de biomassa (cultivo de pei-xes e pesca intensiva), transporte (hidrovias) recreação e turismo. Em alguns projetos houve plane-jamento inicial e uma preocupa-ção com a inserção regional; em outros casos, não. A pressão por usos múltiplos, no entanto, faz surgir, a cada dia, propostas para

ampliar as informações existentes e promover uma base de dados como plataforma para futuros projetos de desenvolvimento.

“A hidrovia, na verdade, já existe. Só é preciso criar os mecanismos para utilizá-la, como carta náutica e sinalização”, afir-ma Canavez, apontando as van-tagens de sua utilização: “é uma maneira mais barata de transpor-tar a forte produção agropecuária

dos municípios às margens do lago. E também um modo de

desafogar as rodovias da região, que já não comportam o tráfe-go intenso de veículos pesados, colocando em risco a vida de todos”. Só para se ter uma ideia, o custo para transportar mer-cadorias no sistema hidroviário pode chegar a um terço do preço médio do transporte rodoviário. Para transportar mil toneladas/ quilômetro úteis (TKU), são con-sumidos 5 litros de combustível na hidrovia, contra 10 litros na ferrovia e 96 litros na rodovia.

O transporte hidroviário tem hoje no país cerca de 42 mil quilô-metros de vias navegáveis. Hoje, um total de 8.500 Km de hidrovias interiores estão sendo utilizados no país, dos quais 5.700 km ficam na Região Amazônica. Dados do Dnit indicam que são transpor-tadas pelas hidrovias cerca de 23 milhões de toneladas/ano. Calcula-se que, se utilizados 28 mil quilômetros do potencial hidroviário, poderiam ser trans-portadas 120 milhões de tonela-das por ano. E por se tratar de transporte para grandes volumes e grandes distâncias, o sistema hidroviário agrega ainda a preser-vação ambiental.

Providências necessáriasHidrovia, aquavia, via nave-

gável, caminho marítimo ou cami-nho fluvial são diferentes desig-nações para a mesma coisa: um caminho sobre a água, cujas vias

navegáveis que foram balizadas – com bóias que demarcam o canal de navegação - e sinalizadas para o tráfego seguro de determinada embarcação, suas

cargas, passageiros ou tripulantes e que dispõem de cartas de nave-

gação – os mapas delimitadores das rotas de navegação.

No caso de Furnas, a inunda-ção da área do lago se deu sem a retirada dos elementos físicos que poderiam atrapalhar uma navega-ção futura. Casas, pontes, igre-jas e árvores foram simplesmente abandonadas no processo de alagamento, criando obstáculos a uma navegação comercial regu-lar. “Justamente por isso, a utili-zação da hidrovia exige uma cui-dadosa análise batimétrica para a demarcação desses obstáculos, que podem atrapalhar a passa-gem das embarcações. Desta maneira, definiremos um canal de navegação, com balizamento e sinalização, para uma navega-ção comercial e turística’, explica o consultor de logística, Ronan Gouveia. “Definidas as rotas, ter-minais e cargas, nós encontrarí-amos a “embarcação tipo” capaz de otimizar o transporte, com melhor rendimento e menor custo operacional. Além de definir itens de infraestrutura, como terminais, pontos de transbordo, tipos de acondicionamento de cargas e sazonalidade”, completa.

No Lago de Furnas, as impli-cações geoambientais e o desen-volvimento regional relacionam-se diretamente com a implantação eficiente de uma Hidrovia. “Temos que começar imediatamente os mapeamentos básicos que per-mitam diagnósticos e projetos específicos para sua implanta-ção”, diz Ronan. “Eles incluem a avaliação das cartas existen-tes e o levantamento de dados para novas cartas, a definição das áreas de expansão urbana, das áreas de plantio e estima-tiva de produção e os dados para um diagnóstico da dinâmica micro-regional e suas implicações socioeconômicas, com destaque

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Só para se ter uma ideia, o custo para transportar mercadorias no sistema

hidroviário pode chegar a um terço do preço médio do transporte rodoviário

“Temos que verno Lago

o desenvolvimento”, diz Pompilio Canavez

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“para a atividade turística. Além de estudos geológicos e geomorfo-lógicos, entre outros”, completa.

O governo de Minas já tem, através da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, um estudo sobre o transporte hidroviário em Minas Gerais, com um capítulo dedicado ao Lago de Furnas. Entre as ações propostas estão a realização de um estudo para identificação do potencial econômico e turístico dos municí-pios situados na área de influência do lago; levantamento das condi-ções da malha viária de acesso ao logo; identificação dos elementos físicos que impedem a navega-ção regular, tais como pontes e obstáculos submersos e entre-vistas com potenciais usuários da modalidade, verificando total da carga, origem destino, custos atuais por rota e empecilhos à navegação.

Incremento do turismoA região do Lago de Furnas

tem na agropecuária sua prin-cipal atividade. Como produ-tos principais destacam-se a cana de açúcar, o café, batata inglesa mandioca, feijão arroz, milho, tangerina e gado bovi-no. Equidistante das principais cidades da região sudeste, o Lago de Furnas tem também localização privilegiada para o turismo, envolvendo diretamente 34 municípios, pertencentes ao chamado “Circuito do Lago”. A região é belíssima. As águas do lago refletem o azul do céu, emoldurado pelas montanhas de Minas. Além de produtos turísticos específicos, a região oferece também uma boa estru-tura hoteleira que pratica a tra-dicional hospitalidade mineira, temperada pela mais saborosa gastronomia.

Para Pompílio Canavez, a hidrovia vai viabilizar definitiva-mente a economia da região. O caminho mais efetivo para isso, diz, é justamente a navegabili-dade do lago e uma utilização mais nobre para suas águas, que não seja apenas o de gerar ener-gia. Ele desta-ca o incremento que a hidrovia traria aos atrati-vos já existentes na região, como a pesca esporti-va, esportes náuticos, o trekking e o turismo rural. “A hidrovia traz consigo uma grande capacida-de de incrementar o turismo. A implementação de uma marina revitaliza uma área urbana e se complementa com empreendi-mentos como hotéis, pousadas e parques, o que representa benefícios reais para a comu-nidade local com a criação de novos empregos e novos servi-ços, que melhoram seu padrão de vida”, exemplifica.

Perspectivas econômicasO megainvestidor George

Soros, que fez fama especulan-do em escala planetária, esco-lheu no Brasil um porto segu-ro para investir: o agronegócio nacional, em especial o eta-nol. Seu grupo empresarial, o Adecoagro, participa de vários projetos de usinas de açúcar e álcool no país, entre elas uma unidade em Monte Belo, sul de Minas: a usina Monte Alegre. Com produção atual de 900 mil toneladas de cana, projeta um crescimento de 40% nos pró-ximos três anos, com expan-são da produção em mais 400 mil toneladas.

“O Grupo Adecoagro está preparado e disposto a investir nessa expansão, a exemplo dos investimentos já realizados esse ano, em geração de energia elé-trica, a partir da sobra do baga-

ço da cana”, explica o gerente geral da Usina, Ronaldo Duarte Pereira. “No entanto, temos uma grande dificuldade em encon-trar áreas de expansão com topografia apropriada à cultura mecanizada da cana de açú-car, dentro de distâncias viáveis economicamente”, observa.

A cultura mecanizada é hoje uma exigência ambiental, regu-lamentada recentemente pelo Governo de Minas Gerais, exi-gindo que toda expansão seja feita em áreas sem a necessi-dade de queima da cana. “Por essas razões, a Hidrovia de Furnas nos abre a perspectiva de uma expansão em novas áreas até então inacessíveis e inviáveis, pela volta que tería-mos que dar para transportar a cana”, aponta Pereira, que acena com uma notícia ainda melhor para a região. “Com a hidrovia, poderemos implantar uma segunda unidade da Usina Monte Alegre na região, em terras apropriadas, com capa-cidade de moagem de três milhões de toneladas de cana/ano, o que irá ampliar con-sideravelmente a geração de empregos e renda”, revela.

Nós temos no lago um verdadeiro mar e precisamos navegar por ele, ligando comunidades, culturas, economias e promovendo o turismo

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A cidade de Alfenas, no Sul de Minas, é uma ilha de excelência em meio ao Lago de Furnas, no sul desenvolvi-do de Minas Gerais. Cidade de parques e praças intensa-mente arborizadas, é o por-tal de entrada para o “mar de água doce” mineiro, no qual navegam tanto veleiros quanto boa parte da produ-ção mineira de café, insu-mos agrícolas, milho e cana de açúcar. Apontada pela revista Veja como um dos municípios com melhor qua-lidade de vida para idosos, é também uma cidade vibran-te, colorida pelo entusiasmo dos dez mil estudantes de suas duas universidades.

“Alfenas é uma cidade com ótima qualidade de vida e uma expectativa de vida de 76 anos, das maiores do Brasil. As pessoas da melhor idade têm um intenso pro-grama de participação. Todo sábado, numa das nossa diversas praças, promove-mos um baile para a terceira idade, com pipoca e chazi-nho. Eles cantam, dançam e se divertem. A alegria de viver torna a vida mais longa”, garante o prefeito Pompílio Canavez.

Além de peça funda-mental no desenvolvimen-

to do turismo, o Lago de Furnas é fonte de renda para muitas famílias que vivem da pesca. Na cidade, o negó-cio da pesca comemora o crescimento do mercado. A Colônia dos Pescadores Profissionais e Aquicultores, que funciona na cida-de desde 68, vive um dos melhores momentos. São 1500 pescadores cadastra-dos, de 72 municípios, sendo 140 só em Alfenas. A produ-ção é vendida na região e para outros estados, como São Paulo. Considerado o “embaixador da pesca esportiva brasileira”, o tucu-naré, abundante no lago de Furnas, tem atraído para o município pescadores esportistas de várias partes do sudeste. A variedade de tucunaré encontrada no lago é o Azul, que pode ultrapas-sar os 5 quilos.

Negócios e empregosAlém de bonita e agra-

dável, Alfenas é um impor-tante centro de negócios, que se vale de sua localiza-ção privilegiada - equidistan-te das três principais cidades do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte – para atrair investidores de todo o mundo para a cidade.

Nós últimos cinco anos, oito novas empresas de grande porte se instalaram na cidade, investindo cerca de R$ 58 milhões e gerando quase 400 empregos.

De 2005 a 2009, os investimentos de empresas privadas foram de R$ 82 milhões. Ali estão empresas importantes como a UNIFI, a maior produtora de fios têx-teis da América Latina, ins-talada há mais de 10 anos no município e que emprega cerca de 500 funcionários, a Cargill e a Coagril. Entre os novos investimentos, estão a empresa indiana Outspan, de exportação de café, a Casa Nobre, de exportação de café, cana-de-açúcar e soja e a Leite Nilza, laticínio que irá gerar cerca de 500 novos empregos.

A cidade é ainda polo comercial, pois aten-de moradores de diversas cidades vizinhas. A diversi-dade do comércio também é destaque. Em 2009, a Administração Municipal implantou o NAMPE (Núcleo de Apoio à Micro e Pequena Empresa) para apoiar e dar consultoria aos pequenos empreendedores. Ela faz ainda convênios de coope-ração técnica e apoio com

cooperativas de costureiras, catadores de lixo, em parce-ria com a universidade.

A Prefeitura de Alfenas é grande incentivadora do empreendedorismo para o desenvolvimento da cida-de. A Administração dispõe infraestrutura de apoio téc-nico e logístico para facilitar e viabilizar a implantação de novos empreendimentos no município, inclusive turísticos. “Empreendimentos geram empregos. De 2004 a 2008 foram 2199 empregos gera-dos no município, segundo dados do Caged. A geração de emprego vem crescen-do em média 25% ao ano”, aponta o vice-prefeito, Luiz Antônio da Silva.

O mais importante é que a população está satis-feita com a cidade onde vive. Pesquisa encomendada pelo jornal Alfenas Agora ao Instituto CP2 mostrou que mais de 80% dos alfenenses estão satisfeitos com os ser-viços de saúde no município. Já a educação é aprovada por 87% da população, que destaca principalmente a estrutura física das escolas e a qualidade do sistema de ensino. A pesquisa foi reali-zada em agosto e ouviu 503 pessoas.

Ilha deexcelênciano marmineiro

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Paulo AraujoVendas é

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Paulo Araújo

é palestrante de

motivação e vendas e

escritor.

Autor de “Desperte seu

Talento – dicas essen-

ciais para a sua carreira”

- Editora EKO, entre

outros livros.

Site:

www.pauloaraujo.com.br

Você se considera um profissional de vendas inteligente?Calma! Não se sinta ofendido. O que quero perguntar na verdade é

se você usa as informações disponíveis na sua empresa para melhorar o seu desempenho.

Conheço vendedores esforçadíssimos, mas com resultados media-nos. Trabalham como poucos, acordam cedo, fazem visitas e mais visitas, mas resultado que é bom...

Na verdade você deve sempre pautar o seu planejamento e as suas ações levando em conta a relação TEMPO versus ESFORÇO.

O TEMPO é o mais perfeito dos recursos. Não discrimina ninguém. Perante ele todos são iguais. Todos os dias somos presenteados com exatas 24 horas. O ESFORÇO eu posso mensurar e depende da realida-de de cada um. Ambiente em que vive, condições financeiras, estímulos que recebe no decorrer da vida. São centenas de fatores que de certa forma eu posso medir. O recurso TEMPO ninguém consegue mudar, então preciso me diferenciar no ESFORÇO. Mas não um ESFORÇO BURRO! Opa, nada de ofensas! ESFORÇO BURRO é todo aquele que fazemos sem pensar ou analisar os fatos antes, no qual corremos sem direção e estamos sempre ocupados fazendo coisas que nada agregam.

Vamos ver agora alguns exemplos de como podemos usar a inteli-gência em vendas para melhorar o nosso desempenho.

Descubra a abrangência da sua regiãoChega de desculpas! Quantos clientes potenciais existem em sua

região de atuação? Não importa se você é representante de um estado inteiro, de algumas cidades ou se tem uma rota de visitas de bairros de algum município. O importante é conseguir ter uma boa noção de “para quem eu posso vender”. A partir deste plano, crie uma meta e um método de prospecção e defina um período do seu dia, semana ou mês só para buscar novos clientes.

Defina o que é um cliente inativo para o seu negócioPara alguns, o cliente se torna inativo quando deixa de comprar por

mais de três meses; para outros, por mais de um ano. Faça um trabalho específico em cima deste público e descubra os reais motivos de não comprar mais da sua empresa. Recuperar inativos é sempre uma maneira de melhorar a qualidade do atendimento, resolver pendências do passa-do, desenvolver ainda mais o seu produto e de aprender sobre o mercado e comportamento do seu consumidor, além é claro, de aumentar receitas.

Faça a Classificação ABC dos seus clientesBaseado em Pareto, a teoria prega que 20% dos meus clientes

representam em média 80% do meu faturamento. Esses são os clientes

A. 30% dos meus clientes representam em média 15% do meu faturamento. Esses são os clientes B e 50% dos meus clientes representam em média 5% do meu faturamento. Esses são os clientes C. Elabore estratégias de atuação para cada grupo e lembre que se o recurso TEMPO é igual para todo mundo, você deve passar mais tempo com seus clientes A e B. Assim você pode criar um novo roteiro de visitas e fazer um uso mais adequado dos contatos via telefone e e-mails, por exemplo.

Planeje cada visita e conheça a fundo cada cliente

Usando a inteligência em vendas, você pode planejar e pré-antecipar cada visita. O vendedor irá ao cliente sabendo o que venderá, qual o volume médio de compra, quais os itens que o cliente compra regularmente do seu por-tfólio e o que sua empresa pode vir a oferecer. E realmente fazer um papel de consultor, ou seja, trazer novas soluções para o seu cliente.

Em inteligência em vendas, o objetivo não é substituir o vendedor, mas sim criar um novo contexto, uma nova forma de atuação. Estudar a empresa e seu comportamento de compra, conhecer o seu segmento de mercado e concorrentes, verificar os tipos de produtos necessários e estudar cada grupo de cliente deve fazer parte da rotina de qualquer vendedor bem-sucedido.

Dar ao seu cliente o que ele espera, a concorrência já faz. Fazer uso da inteligência em vendas significa fazer visitas, atendimento pessoal ou contatos telefônicos mais qualitati-vos, administrar e fazer um uso mais racional do TEMPO e finalmente transformar todo o seu ESFORÇO em excelentes resultados.

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Contabilidade globalizadaC

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Harmonização contábil no Brasil ganha força com normatização

Se a economia é globalizada, nada mais natural que padronizar regras e normas que a regem, fazendo com que a linguagem contábil seja única em qualquer lugar do planeta. Fazer negócios na mesma língua é um desafio que tem na harmonização con-tábil um importante instrumento para ser enfrentado. No Brasil, ela ganhou força com a conversão da Medida Provisória nº 449 na Lei nº 11.941/09, pela qual passam a valer no país normas contábeis com padrões internacionais. A lei passou a valer a partir de maio deste ano e, entre outras importan-tes mudanças, confirmou a criação do chamado Regime Tributário de Transição (RTT), que minimiza os impactos da adoção dos novos

critérios contábeis instituídos pela Lei nº 11.638/07.

Agora, os contratos firma-dos no Brasil têm validade legal em todo o mundo. Isso, em tese, aquece as negociações interna-cionais, criando confiabilidade em transações econômicas feitas com empresas e clientes de outros paí-ses. A lei ainda não é o retrato exato das normas internacionais, mas o propósito foi eliminar distor-ções que impediam que o Brasil adotasse as regras internacionais. As próximas normas emitidas pelos órgãos reguladores estarão em acordo com o processo de harmonização internacional.

De acordo com especialistas da área contábil, a normatização representa para o Brasil um enor-

me passo em contabilidade e, con-sequentemente, para o mercado de capitais e desenvolvimento eco-nômico. Os benefícios provenien-tes de um processo de convergên-cia normativa são claros em toda a economia: a melhor qualidade das informações prestadas reduz o custo de capital e gera maior liquidez aos títulos das empresas, possibilita a avaliação com os con-correntes internacionais, fazendo com que a empresa atue para ser mais eficiente. Assim, haverá a pre-ocupação em entregar produtos e serviços de melhor qualidade.

Para o professor Júlio Henrique Machado, docente do curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Administração de Empresas de Passos, unidade da

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Fundação de Ensino Superior de Passos (Fesp/Uemg), a nova lei é comemorada por determinar a consonância das normas nacio-nais com os padrões internacionais adotados nos principais mercados de valores mobiliários do mundo. E o Brasil ganha com isto, pois con-tribui com a continuidade e aumen-to do fluxo de capitais provenientes de investimentos, em direção ao Brasil.

“A contribuição com a quali-dade e transparência nas demons-trações contábeis faz com que os investidores internacionais olhem com mais respeito o Brasil, e invis-tam seus recursos também aqui. Aliás, nos últimos meses o Brasil tem sido destacado nos princi-pais jornais internacionais, devido à situação econômica. O processo de convergência atualmente con-tribui para que o Brasil permaneça neste patamar”, avalia Machado, que é especialista em Auditoria, Contabilidade Societária e Controladoria pela Fundace-Fearp/USP e mestrando em Ciências Contábeis pela PUC-SP.

Machado explica também que o ambiente normativo atual visa adequar as normas à necessidade de maior transparência e qualidade das informações contábeis. “Isto se deve à realidade econômica do Brasil e do mundo, com suas economias globalizadas e merca-dos abertos aos fluxos de capitais estrangeiros”, esclarece.

Segundo Júlio Henrique Machado, a normatização tem como objetivo promover uma lin-guagem única. “A Lei ainda não é o retrato exato das normas interna-cionais, mas o propósito foi eliminar distorções, que impediam que o Brasil adotasse as regras inter-nacionais. As próximas normas emitidas pelos órgãos reguladores estarão em acordo com o proces-

so de harmonização internacional”, explica.

É importante ressaltar que as novas normas já vêm sendo pra-ticadas desde o início de 2008, mas é para 2010 a previsão de que os balanços consolidados das companhias abertas e instituições financeiras estejam todos de acor-do com as novas normatizações. Neste ano, as empresas terão as demonstrações comparativas, relacionadas a períodos anteriores.

As mudanças ocorridas ao longo de todo o mundo têm o intuito de responder ao processo de convergência internacional de normas de contabilidade. De acor-do com Machado, no Brasil, para

que isto seja feito, é necessário desvincular a contabilidade fiscal (baseada em legislações fiscais e pagamento de tributos) da conta-bilidade financeira (com o intuito maior de demonstração da posi-ção patrimonial da empresa).

As normas internacionais são emitidas pelo International Accounting Standard Board (Iasb), órgão normativo com sede em Londres. Este órgão compromete-se a reduzir diferenças entre regras de países distintos, buscando har-monizar as regulamentações. O padrão de normas emitido é o

chamado International Financial Reporting Standard (IFRS).

No Brasil, a lei 11.638/07 admitiu a centralização do pro-cesso de normatização em órgão específico, neste caso, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Os organismos federais e reguladores, hoje, formam convê-nio com este órgão para a adoção das regras contábeis que ele emitir.

O CPC é composto por profissionais de diversas classes envolvidas com a contabilidade, sendo: Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca); Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec);

Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa); Conselho Federal de Contabilidade (CFC); Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon).

Para o professor da Fesp/Uemg, as mudanças em busca da harmonização contábil são um reflexo do processo de globaliza-ção. Ele explica que com o pas-sar dos anos, tem-se notado que os mercados internacionais estão cada vez mais próximos, com as opções de aplicações por parte

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Júlio Henrique Machado: mais respeito com o Brasil

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SÍNTESE DAS PRINCIPAIS MUDANÇAS•São consideradas empresas de grande porte: ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior

a R$ 300 milhões, seja limitada, S/A de capital aberto ou fechado. Além de estas empresas sujeitarem-se a publica-ção de demonstrações contábeis, é também exigida auditoria independente.

•A DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos) é substituída pela DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa), mas dispensada à companhia fechada com Patrimônio Liquido inferior a R$ 2 milhões.

•Se a Cia. for de capital aberto, deve publicar a DVA (Demonstração do Valor Adicionado).

•Ajuste a valor presente das operações ativas e passivas de longo prazo, e também para as relevantes de curto prazo.

•O Ativo Permanente passou a ter nova constituição: investimentos, imobilizado e intangível. Este grupo submete-se à análise periódica de capacidade de recuperação do custo.

•A avaliação de investimentos, referentes à participação societária, é feita de considerando: a influência na gestão da investida, o nível de participação no capital votante, e quando se trata de um mesmo grupo ou em caso de controle comum.

•O Patrimônio Líquido sofreu as seguintes alterações: extinção da Reserva de Reavaliação, Prêmio na Emissão de Debêntures e Doações e Subvenções para Investimento. Inclusão da conta Ajustes de Avaliação Patrimonial e Reserva de Incentivos Fiscais.

dos investidores aumentado cada vez mais. Um exemplo citado pelo professor é que na década de 80, quando o cidadão guardava uma parte de sua renda para consumo futuro, o máximo que se fazia era constituir uma caderneta de poupança. Hoje, os produtos financeiros são vários e vão desde títulos de dívida do governo, até participação em ativos de risco em mercados emergentes. Neste contexto, o mercado de renda variável exerce papel fundamen-tal. Se as empresas de capital aberto querem atrair investidores para financiar suas operações, zelam pelo seu nome, como se este fosse o principal ativo.

Esta preocupação com a “aparência” faz com que as empresas entreguem produ-tos e serviços de boa qualida-de. Quando compram, exigem padrões de qualidade para os fornecedores. No ato da venda, influenciam o mercado no sentido de fazer com que os consumi-dores exijam também mercado-rias e serviços de boa qualidade

das demais empresas. “Enfim, provoca-se um efeito positivo ao longo de toda a cadeia, exercen-do grande força social e gerando empregos”, avalia Machado.

Desafio para os contadores

Os contadores terão que se adequar. A mudança não é ape-nas técnica, não é apenas no modo de se fazer. Mas também no modo de se pensar. É uma mudança cultural. Vai exigir maior conhecimento do profissional, pois, de acordo com cada caso, ele deverá buscar dados em setores de informática, engenha-ria, orçamentos e finanças, entre outros, condensando-os para que sirvam como base para exercer o juízo de valor, interpretando os fatos contábeis, e dando-lhes o melhor tratamento. Ou seja, o que vale agora é a contabilidade baseada em princípios e profunda base teórica, e não apenas em regras.

O alicerce das novas norma-tizações é o princípio da essência econômica sobre a forma jurídica,

que fica às vezes esquecido em função de uma maior preocu-pação com a legislação fiscal e tributária. Agora, o que vale é a essência econômica dos fatos, mesmo que haja divergência com a forma jurídica aplicável. “Por mais que haja embasamento jurí-dico, a Reavaliação de Ativos não possui essência econômica. Não faz sentido avaliar uma parte do ativo ao custo histórico, e outra parte ao valor de mercado. Desse modo, a essência é a principal característica das normas inter-nacionais, já que a preocupação é registrar o que é, de fato, a realidade econômica”, interpreta Machado.

O intuito é ter demonstrações que obedeçam ao máximo o obje-to contábil, que é a fiel represen-tação patrimonial e financeira de um negócio. Assim, regras fiscais estão sendo cada vez mais desvin-culadas do tratamento contábil em relação à publicação de balanços. Em suma, as normas são orien-tadas por princípios e julgamento profissional, e não mais por regras.

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e

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A Contabilidade brasileira era tradicionalmente conhecida como “contabilidade fiscal”. Hoje, a tendência é que mude para o enfoque utilizado em mercados desenvolvidos, onde o foco é o investidor. Assim, a tendência é que nossa “tradição” mude para a “contabilidade financeira”.

Benefícios da leiA nova lei é comemorada

por determinar a consonância das normas nacionais com os padrões internacionais adota-dos nos principais mercados de valores mobiliários do mundo. E

o Brasil ganha com isto, pois contribui com a continuidade, e aumento, do fluxo de capitais pro-venientes de investimentos, em direção ao país.

Para o professor Júlio Henrique Machado, o processo de convergência não afeta negati-vamente as empresas e apesar de surgir dificuldade de adequação inicial, e maior gasto com consul-toria e treinamento, estes gastos são superados pelos benefícios da lei. “Os aspectos positivos são inúmeros. Entre outros, destaco a maior transparência e credi-bilidade perante o mercado em

geral, o que significa maior facili-dade em captação de recursos”, afirma e completa: “Isto porque proporciona aprimoramentos em governança e controles internos. A facilidade de comparação entre empresas de um mesmo setor, mas de países diferentes, faz com que as empresas brasileiras sejam vistas lá fora com maior facilidade. E tem mais, ocorre redução de custos para aquelas companhias que negociavam seus ativos em Bolsas de Valores no exterior, pois não precisarão elaborar as demonstrações financeiras em mais de um padrão”.

UM JEITO MAIS SIMPLES DE ABRIR SUA EMPRESA

SÍNTESE DAS PRINCIPAIS MUDANÇAS

Na Europa e Estados Unidos, o tempo gasto para se abrir uma empresa é de dois dias. No Brasil, o registro de um negócio pode levar até 150 dias, período em que o empresário gasta tempo, luz, telefone, salários, enfim, dinhei-ro, antes de começar a faturar legalmente. Simplificar os pro-cessos para o registro mercantil é o objetivo básico do Minas Fácil, um programa do Governo de Minas em parceria com a Receita Federal e prefeituras.

O Minas Fácil é um dos módulos do projeto estrutura-dor Descomplicar, cujo principal objetivo é facilitar as relações do Estado com seus diversos públicos por meio da simplifi-cação de processos, buscando a construção de um ambien-te institucional adequado ao desenvolvimento da cidadania, dos negócios e dos investimen-tos privados.

O esforço tem dado certo e algumas cidades mineiras estão dando um show de rapidez. Em Passos, o prazo é de três dias; em Lavras, quatro e, em Poços de Caldas, cinco dias. Em cidades maiores, como Belo Horizonte e Uberlândia, o

prazo é de oito dias para obter o registro da Junta Comercial, CNPJ, inscrição estadual se for o caso, inscrição municipal e o alvará. A principal caracte-rística do programa é que os empresários fazem todas as consultas de viabilidade pela Internet e apresentam os docu-mentos em um único local, que é a Junta Comercial. Ou seja, nada de perder tempo fazendo uma peregrinação por vários lugares.

“O empresário tem que tomar decisões muito rápidas e não pode esperar muito tempo. Ele precisa de documentação para pegar um financiamen-to, fazer com que a empresa funcione. Isso é importantís-simo para todos nós, já que uma empresa aberta vai gerar emprego, impostos e desen-volvimento”, ressalta o Diretor de projetos da Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg), Marcelo Souza e Silva, respon-sável pela gestão das unidades Minas Fácil.

São 27 unidades do Minas Fácil no Estado e, até o final do ano, serão 29, localizadas em cidades pólo, que ganham tam-bém outros serviços da Junta.

“O empresário não precisa mais registrar um livro fiscal em BH, ou tirar uma certidão, ele pode tirar lá na localidade. O progra-ma cria um ambiente de negó-cios mais atualizado, em que tudo conspira para a satisfação de quem utiliza os serviços”, completa Souza e Silva.

Quando o empreen-dimento é mais complexo, o empresário ainda tem que ir a órgãos de licenciamento como Corpo de Bombeiro, Vigilância Sanitária ou Secretaria de Meio Ambiente, que já estão tra-balhando em parceria com o Minas Fácil.

As unidades do Minas Fácil contam com um Núcleo de Orientação e Informação, reunindo informações sobre a prefeitura, Jucemg, Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) e Receita Federal. Ali, todos os órgãos estão representados, inclusive os de licenciamento.

Até o fim do ano, o objetivo é integrar ainda mais os parcei-ros e, quando não houver risco, o documento será emitido auto-maticamente pela Internet.

“Minas está bem na fren-te. Nosso modelo é pesquisa-do, outros estados vêm aqui

conhecer. Além da automação, os processos são simples, para se tornarem ágeis. O estado tem que ser favorecedor na relação estado-empresa, para que a sociedade tenha o retor-no”, afirma Souza e Silva.

No ranking nacional de 2008, Minas Gerais ficou em segundo lugar na abertura de novos negócios: 53.022 empre-sas. O primeiro lugar ficou com São Paulo, 185.055 novas empresas; o terceiro com o Rio Grande do Sul, 49.932; o quarto com o Paraná, 46.049; e o quin-to lugar com o Estado do Rio de Janeiro, com 33.331 empresas.

Para utilizar o Minas Fácil, o empresário deve acessar o site www.minasfacil.mg.gov.br e terá todas as orientações. Entre seus desdobramentos futuros, o programa pretende abrir mais unidades no interior e ampliar seu raio de ação, para atender empresas que fazem alterações contratuais e tam-bém aquelas que se extinguem. Um processo que, no Brasil pode durar 10 anos. Por esse motivo, o país tem um número altíssimo de empresas zumbis – elas não existem, mas não tiveram a morte decretada.

SUPERE 49

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Page 50: SUPERE 21

SUPERE50SUPERE

Decisões na vida política, na escolha de funcionários, na educação

dos filhos, nas relações com os vizinhos, na opção pelo pai ou mãe de

nossos filhos, são escolhas complexas. Acertamos em algumas delas,

noutras pagamos alto preço pelos enganos. Entretanto, se seguidas de

reflexão, as resoluções equivocadas transformam-se em aprendizado,

permitindo melhores escolhas no futuro.

No universo dos negócios, o conjunto das decisões acertadas

é, geralmente, um dos principais critérios de promoção e de reconhe-

cimento profissional. E quanto mais alta a posição hierárquica, mais

complexas tornam-se as decisões gerenciais, reforçando a importância

do discernimento no exercício de um cargo. Líderes deliberam sobre

questões que afetam a vida das pessoas e os rumos dos negócios,

levando especialistas a firmarem que a capacidade de discernimento é

a essência da liderança.

As decisões sobre questões importantes se fazem em meio a

incertezas, cada situação é única e os acertos do passado não asse-

guram sucesso nas decisões futuras. O que se diz até agora é que um

bom discernimento decorre, em primeiro lugar, do autoconhecimento,

pela análise rigorosa do sistema de crenças e valores.

O segundo aspecto relevante é o reconhecimento das pessoas

que devem ser envolvidas na tomada de decisão, tanto por terem con-

tribuições relevantes quanto pelo risco de não serem consultadas e se

tornarem resistentes, dificultando o curso das ações.

A competência técnica é o terceiro fator de eficácia na tomada

de decisão. Pode-se confiar em uma pessoa para cuidar dos nossos

Arti

go

Edina Bom Sucesso

filhos, mas não seria com ela que

montaríamos um negócio, pois

faltariam conhecimentos ou habi-

lidades ou até mesmo experiên-

cia. Decisões envolvendo variáveis

técnicas requerem bem mais do

que boas intenções.

O conhecimento do contexto

representa o quarto fator relevante

na tomada de decisão. Sabemos

dos desastres decorrentes da

desconsideração de opiniões e

dos perigos de não serem leva-

das em contas as consequências

e repercussões das escolhas,

tanto para pessoas quanto para

a estratégia organizacional.

O quinto fator mais citado

pelos especialistas é a importân-

cia do conhecimento de cenários

e tendências na qualidade das

decisões nos negócios.

Caçadores de novidades

podem dizer que nada há de

novo nessas cinco proposições.

Entretanto, os que não se ape-

gam aos modismos entenderão

que o segredo está em con-

siderar simultaneamente todos

esses fatores e, mesmo assim,

reconhecer, tanto os riscos da

tomada de decisão quanto a res-

ponsabilidade pessoal pelas con-

sequências.

Discernimentoe tomada de decisão

No universo dos negócios, o conjunto das decisões acertadas é,

geralmente, um dos principais critérios de promoção e de reconhecimento

profissional

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SUPERE 51SUPERE 51

Edina Bom Sucesso

Sócio da MATUR

Organização

Contábil, Diretor

da ACMinas,

Conselheiro do

Conselho Federal

de Contabilidade,

Contabilista,

Advogado,

pós-graduado em

Ciências Contábeis

e membro do Forum

de Líderes da

Gazeta Mercantil.

[email protected]

Procrastinação, termo que saiu de moda, retoma com fator

relevante, pois adiamentos e demoras podem ter trágicas consequ-

ências no mundo rápido e complexo. Sabe-se das consequências

resultantes dos nossos atrasos e protelamentos, e dos desastres

das decisões precipitadas.

A complexidade do discernimento na tomada de decisão não

se restringe a esses aspectos discutidos. Decisões precisam ser

implementadas e, se no âmbito pessoal a indisciplina e a falta de

foco impedem a ação; nas empresas, as resistências e as vaidades

matam boas decisões. E mais: bons decisores precisam entender

que, sozinhos, avançam pouco. Por isso, ouvir outras opiniões,

manter o foco e persistir continuam sendo um bom exercício, tanto

na vida pessoal quanto nas organizações.

Não existem receitas mági-

cas para ampliar o discernimento,

embora certos cuidados possam

contribuir. Antes de decidir, é

recomendável aguçar a percep-

ção e identificar o que está em

jogo, fazendo-se ampla leitura das

variáveis ambientais, identificando

quem será afetado pela resolu-

ção, e quais as suas implicações.

Essa preparação permitirá a iden-

tificação de quem deve ser envol-

vido e contribuirá para a melhor

solução.

FOTO

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Page 52: SUPERE 21

RH

SUPERE52

FOTO

: FO

TOLI

A.C

OM

Socorro,perdi meuemprego!!!!

Bianca Alves

Pode ser que sua empresa

tenha se acostumado a cortar

custos com a crise. Ou pode

estar se reestruturando e optou

por uma nova estratégia. O certo

é que ela não precisava mais do

seu trabalho e você foi demitido.

Apavorado? Muita calma nessa

hora. Para começar, nada de

lamentações, já que a demissão é

um acontecimento recorrente na

vida da maioria dos profissionais.

Cada empresa tem seus crité-

rios para demitir, disse o espe-

cialista em empregabilidade Max

Gheringer.

Em entrevista à Supere no

ano passado, ele enumerou

vários motivos para uma empresa

demitir em tempos de crise, fora

a incompetência, é claro. Disse

ele: “algumas demitem primei-

ro os solteiros, porque eles não

têm família para sustentar. Outras

aproveitam para se livrar dos fun-

cionários tranqueiras, que só dão

problema. Vi um caso em que

os primeiros demitidos foram os

competentes. Achei lindo o moti-

vo, o de que encontram emprego

mais fácil”.

Saiba antes de tudo que a

demissão é um acontecimento

comum na carreira dos executi-

vos. Em média, 37% dos desli-

gamentos são involuntários, diz

uma pesquisa do grupo Catho,

“A contratação, a demissão e a

carreira dos executivos brasilei-

ros”, feita em dezembro de 2001,

junto a mais de nove mil entrevis-

tados. Segundo o levantamento,

as cinco principais razões para

desligamento foram: a) não obte-

ve os resultados desejados; b)

não era tecnicamente compe-

tente; c) não se relacionava bem

com outras pessoas; d) o cargo

foi eliminado e e) desonestidade.

Idade, altos salários e resistência

a mudanças são fatores que não

constavam como os principais

da pesquisa, mas não podem

ser desconsiderados.

Algumas curiosidades: as

empresas são cruéis em 24%

das demissões; 9,9% são demi-

tidos um pouco antes das férias

e 14% são demitidos após o

retorno das férias; 29% das

demissões acontecem às sex-

tas-feiras à tarde e 52% exigem

que o executivo deixe a empresa

imediatamente. O tratamento é

menos brusco para cargos de

nível elevado.

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Page 53: SUPERE 21

Voltando a trabalhar Bom ou não de serviço,

o problema é que você está na

rua. E é com a cabeça fria que

você vai voltar ao trabalho. Para

começar, nem pense em tirar

férias. Deixe para fazer isso um

ano depois de arranjar um novo

emprego. Quem se afasta do

mercado acaba esquecido ou,

no mínimo, difícil de encontrar.

Afinal, quem vai adivinhar

que você resolveu dar

um tempo, meditando no

Caminho de Santiago de

Compostella? Arrumar

um novo trabalho é tarefa

árdua, que vai depender

de muito... trabalho.

O primeiro passo é

cuidar de você. É, fique bem.

Caso queira parar de fumar, pare

(você sabia que empregados

fumantes ganham menos do que

os não fumantes?) e, se estiver

acima do peso, faça uma dieta,

o que vai contribuir e muito para

sua apresentação pessoal. Faça

exercícios, coma saudavelmen-

te e durma bem. Mais energia

não faz mal a ninguém e vai ser

um auxílio precioso no trabalho

de procurar um trabalho. Você

tem ainda que vencer sentimen-

tos como culpa, revolta, rejeição,

medo e ansiedade, que acome-

tem a grande maioria dos profis-

sionais demitidos.

Não se esconda em casa,

achando que é o último executi-

vo do mundo. Como toda crise

pode ser sinônimo de oportuni-

dade, este é um momento de

sua vida em que o limão pode

virar limonada. Comece por ligar

para os amigos, sair e mostrar

seu trabalho a quem acredita

nele. Reorganize sua agenda e

faça contato com colegas de

trabalho e antigos clientes, de

maneira a encontrar (ou criar)

oportunidades, indicações ou

recomendações. “Acessar o

networking é, com certeza, um

recurso que ainda hoje é muito

utilizado no mercado”, observa

Fernanda Cristina Castro Greco,

administradora de RH com expe-

riência de dez anos em empresas

de grande porte (trabalhou para a

AmBev e Vale) na área de Gestão

de Pessoas.

À frente da Talento

Consultoria e Assessoria em RH,

dedicada ao recrutamento, sele-

ção e desenvolvimento de pro-

fissionais desde nível Júnior até

Estratégico, Fernanda acredita

que a apresentação pessoal é

importante, pois, em um primeiro

contato, ela é um verdadeiro car-

tão de visitas. “Você não vai fazer

uma entrevista com barba por

fazer, tênis, cabelo sujo”, exem-

plifica a consultora, que também

acha importante chegar cedo e

ter o máximo de informações

sobre a organização à qual se

candidata. “Muitos candidatos se

inscrevem para vagas que não

têm nada a ver com seu perfil,

o que é uma perda de tempo.

É preciso ter foco na busca do

objetivo.”

Faça uma análise do merca-

do e descubra o que ele está exi-

gindo, para poder se aprimorar.

Uma especialização ou um MBA

podem não garantir um empre-

go, mas seguramente serão um

d i f e r e n c i a l

na hora de

escolher entre

você e alguém

menos qualifi-

cado. Como a

crise mundial,

pelo menos

para o Brasil e

outros brics, pode ser considera-

da coisa do passado, o mercado

de trabalho, aos poucos, está

se tornando comprador. “Mas

ainda com certo receio; algu-

mas áreas estão mais aquecidas,

como a comercial, e outras estão

retomando aos poucos”, informa

Fernanda.

Cuidados como currículo

O currículo é a vitrine do can-

didato a um emprego. Lembre-

se que é através dele que você

vende o seu produto, ou seja,

a sua capacidade profissional.

Antes de mais nada, atualize-

o, procurando primar pela obje-

tividade, concisão e clareza

nas informações. “O candidato

esta sendo analisado desde o

momento em que encaminhou o

curriculum vitae, ou seja, ele não

SUPERE53

FOTO

: FO

TOLI

A.C

OM “O candidato está sendo analisado

desde o momento em que encaminhou o curriculum vitae,

ou seja, ele não pode ter erros de português

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Page 54: SUPERE 21

pode ter erros de português”,

alerta Fernanda Castro, que

aconselha ainda a não mentir

nas informações e a ter cuidado

principalmente com as datas de

suas experiências profissionais.

E como explicar a demissão

em uma entrevista? “A verdade

e a transparência devem ser

os fatores mais importantes”,

aponta a consultora, que res-

salta: “certas pessoas perdem o

emprego por questões compor-

tamentais. Elas devem analisar

como dizer isso e, ao mesmo

tempo, fazer uma reflexão para

melhorar suas atitudes no tra-

balho”.

Importante, neste caso, é

destacar o que você tem de

bom. E, nesse aspecto, é fun-

damental ressaltar os resultados

positivos que você conquistou

para a empresa. Todo empre-

gador gosta de quem mostra

resultados e costuma relevar

alguns problemas pessoais,

principalmente se você já deci-

diu mudar de comportamento.

Nunca negue sua parcela de

responsabilidade em um proble-

ma, mas seja breve ao explicá-

lo. Finalmente, diga o quanto

aprendeu com seus erros e que

não deixará que eles se repitam.

Mas é bom que essa parte seja

a mais pura verdade, porque

senão, logo, logo, você estará

novamente diante de um entre-

vistador, explicando a mesma

coisa.

Volta ao começoRelações Públicas há mais

de vinte anos, Patrícia Sartini,

49, ficou desempregada em Belo

Horizonte no ano passado. Nos

últimos anos alternava empre-

gos fixos em grandes empresas

e consultoria em relacionamen-

to com a comunidade e comu-

nicação de crises. Passou por

empresas de todos os segmen-

tos: financeiro, governo, indústria,

comércio, varejo. Quando se viu

sem emprego fixo e sem novas

perspectivas de consultoria em

Minas Gerais, decidiu mudar de

ares.

Patrícia mandou seu cur-

rículo para as 100 melhores

empresas para se trabalhar no

país e esperou ser chamada.

Recebeu quatro propostas de

trabalho, duas no Pará, uma

em Goiás e outra no Espírito

Santo. A trajetória expressi-

va – foi consultora na área de

comunicação e responsabilida-

de social em empresas como

a Fiemg, o Promove e o Banco

Rural - atraiu o departamento

de relacionamento institucional e

relacionamento com a comuni-

dade da ArcelorMittal Cariacica,

no Espírito Santo, onde assu-

miu o cargo de Analista de

Comunicação.

SUPERE54

RH

Em primeiro lugar a pessoa que perdeu o emprego deverá levantar todas as empresas de Consultoria em RH, que hoje são mais de 100 em BH, e cadastrar seu currículo. Algumas tem o site próprio, como o da Talento (www.talentobh.com.br) que está vinculado a sites maiores ligados ao Brasil inteiro como o vagas.com, empregos.com, entre outros. Faça uma lista das principais empresas em que gostaria de trabalhar e cadastre-se diretamente no site da empresa (ex.: ver as 100 melhores empresas para se trabalhar na Revista Exame)Acesse a sua networking, que ainda hoje é muito utilizada no mercado. Boas relações são fundamentais, mas com pessoas que acreditem em seu trabalho.O curriculum vitae deve ser uma vitrine. Na parte superior, devem constar o nome, em letra maiúscula, endereço com CEP, cidade onde mora, todos os telefones de contato e principalmente o e-mail, bem como idade, estado civil e se possui filhos. A seguir, vem o objetivo ou área em que quer atuar, RH, Vendas, Financeiro, seguida pela formação escolar. A ordem é do último para o primeiro curso, ou seja, da última pós-graduação ao curso técnico. O currículo também deve descrever o histórico profissional, falando o nome da empresa, data de entrada e data de saída e, em letras menores, abaixo do nome da empresa, qual o seu segmento, o cargo exercido e atribuições/ atividades exercidas. Depois de descrever todas as experiências profissionais (sempre da última para a primeira), você irá apontar as Informações Complementares, ou seja, cursos realizados, com local e data, se o inglês é fluente, salientar se esteve fora do país (a trabalho, é claro), falar sobre domínio de informática, qual o sistema integrado que já trabalhou e principalmente qual é o nível do seu Excel. Caso tenha disponibilidade para mudanças ou viagens, saliente também.

O CAMINHO DE VOLTA AO TRABALHO

Para Patrícia Sartini, um recomeço

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

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SUPERE55

Para ela, foi um recomeço.

“Tudo tem sido estimulante. Uma

comunidade nova, valores dife-

rentes, novos desafios. Minha

experiência em mobilização

social, gestão de conflitos em

comunidades as mais diversas

pelo Brasil tem ajudado bastante.

Mas o melhor de tudo é a sen-

sação de recomeçar. Fazer de

novo, em um local diferente, em

que as pessoas não querem que

você repita o que foi sucesso

e sim que você simplesmen-

te faça bem feito”, comemora.

“Pessoas não são iguais, situa-

ções não são iguais e realidades

e valores não são iguais. Por

isto, é muito bom recomeçar em

um lugar novo em que as con-

quistas são medidas a cada dia.

E onde o seu valor profissional é

medido pelo que você faz e não

pelo que você já conquistou.

Isto para mim é um estímulo

para ser cada dia melhor, com-

pleta Patrícia. •

Se você está entrando ou já faz parte do mer-cado de trabalho provavelmente deve ter, em algum momento, se perguntado qual é o perfil daquele profis-sional que as grandes empresas e corporações dese-jam contratar. Este questionamento é muito comum e acaba motivando várias pessoas a entrarem num constante processo de busca pelo aperfeiçoamento, já que, de acordo com especialistas em gestão de pessoas, não basta apenas escolher uma carreira promissora. Para se destacar no mercado, é preciso aliar uma boa formação a muito talento, criatividade e determinação.

“Todos, principalmente os jovens, são um talento, cada um num aspecto, cada um no campo. Mas só isso não basta. É preciso criar iniciativas como auto-formação e desenvolvimento pessoal. É importante não esperar só que caia milagres, que algo aconteça na nossa vida, temos que correr atrás de iniciativas que nos façam um talento”, explicou o executivo de RH da Fiat Services América do Sul, Bernardinho Theodoro, durante a primeira edição do projeto Lapidar.

O evento, que foi realizado pela ACMinas em 14 de setembro no Minascentro, contou com palestra do professor e consultor em gestão empresarial Waldez Ludwig e apresentação de cases da diretora de RH da Iveco para a América Latina, Ionara Pontes, e de Bernardinho Theodoro. O objetivo do projeto, segundo o presidente da ACMinas, Charles Lotfi, é contribuir para a abertura de novas possibilidades de interação e troca de experiências entre jovens profissionais e renomados especialistas em gestão.

“Queremos promover o aprimoramento constante de todos os profissionais, capacitando-os ao enfrenta-mento dos desafios com que diariamente se deparam. Este evento, que é o primeiro de uma série que che-gará inclusive ao interior do Estado, é direcionado ao gerenciamento da própria carreira profissional”, avaliou o presidente.

A assistente de Recursos Humanos, Clemilda Francisca Santos, participou do Lapidar e destacou a iniciativa como inovadora. “Como estou fazendo pós-graduação em gestão de pessoas, queria agregar mais conhecimentos à área profissional e acadêmica, por isso decidi participar”, afirmou. Ela ressaltou que as palestras apresentaram temas relevantes dentro do contexto atual, servindo como excelentes oportunida-des de aprendizado.

Talento - Bernardinho Theodoro destacou que a preparação é um dos caminhos para a valorização do talento de um profissional. “A melhor forma de nos tornamos atraentes para as empresas é nos prepa-rarmos sempre, buscando novas oportunidades de conhecimento e de aprendizado. Só assim faremos nosso talento ser reconhecido”, disse.

Segundo ele, algumas ações estratégicas contri-buem para a conquista e manutenção de um empre-go. “Precisamos, antes de tudo, ter um currículo efi-ciente. Além disso, é necessário se preparar bem para as entrevistas e manter uma boa aparência. Para quem já está no mercado, a dica é criar as próprias oportu-nidades e adiar ao máximo a discussão sobre salário.”

Em buscade um talento

Evento realizado pela ACMinas promove o aprimoramento de profissionais para o mercado de trabalho

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SUPERE56

Cul

tura Selma Tomé

Colaboração: Luciana Ricardino

Foto

: Hel

oisa

Silv

eira

O mineirovisívelO ator mais produtivo do cinema nacional encanta pelo carisma, simplicidade e competência

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O mineiro Selton Mello é

ator, diretor, produtor, roteiris-

ta, dublador e quando dá sinal

de que vai tirar um tempinho

de folga – ufa! – organiza um

evento beneficente na cidade

natal, Passos, com mostra de

seus filmes preferidos. Encanta

e ainda sacode os conterrâneos

com participação em fóruns de

discussão sobre os rumos da

cultura local. “Sou uma criança

h ipe ra t i va ” ,

d e f i n i u - s e

em entrevista

para a Supe-

re, feita em

Passos.

A hipera-

tividade de Selton é benéfica

para a cultura nacional e inter-

nacional e resultou em uma

riquíssima contribuição artísti-

ca com participação em pelo

menos 29 filmes - entre curtas

e longas - e mais de vinte per-

sonagens de sucesso na tele-

visão brasileira. Recentemen-

te se jogou na bem sucedida

experiência de dirigir cinema

e o primeiro trabalho, “Feliz

Natal” - um drama familiar que

relata os pitorescos rompantes

emocionais típicos desta névoa

“ébria” que paira sobre as fes-

tas de fim de ano - conquistou

a crítica e entrou na lista dos

filmes que disputaram a vaga

para representar o Brasil no

Oscar 2010 de Melhor Filme

Estrangeiro. Ah! “Jean Char-

les”, em que Selton interpreta o

protagonista no filme de Henri-

que Goldman, também estava

na mesma lista.

Fominha de cinema

O cinema nacional não seria

o mesmo sem o expressivo tra-

balho deste mineiro, nascido em

Passos, “criado” em São Paulo,

radicado no Rio e que nas telas

alterna seus filmes por todo o

país. O interesse pela arte se

manifestou na infância, o que fez

com que os pais, Selva Figuei-

redo e Dalton Melo, mudassem

seus destinos (empregos e cida-

des) para

acompanhar

e incentivar

os filhos –

o irmão de

Selton, Dan-

ton Mello,

acaba de encerrar participação

na novela Caminho das Índias e

na peça Vergonha dos Pés.

A Revista Veja se referiu a

ele como – no bom sentido – o

“fominha do cinema nacional. A

revista Monet, disse que ele é “o

SUPERE57

A hiperatividade do Seltoné benéfica para a cultura nacional

e internacional

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cara do cinema brasileiro”, em

uma colocação bem feliz: “que

nos perdoem Wagner Moura,

Lázaro Ramos e Matheus

Nachtergaele, mas Selton Mello

é o cara do cinema brasileiro

dos anos 2000”.

“O cinema é o lugar que

escolhi. Fico feliz que reconhe-

çam meu esforço. É o lugar

onde posso me expressar em

um volume máximo. Me agrada

a idéia de saber que os filmes

ficam para sempre”, observa o

ator, que procura não ligar para

críticas. “Já recebi muitas criti-

cas negativas, mas muitas delas

pessoais. Hoje procuro não ler

crítica alguma. Nem negativa,

nem positiva. O que interessa

é eu estar satisfeito com o

que fiz. E o público comum, a

pessoa na rua, essa sim é a

crítica que me interessa”, diz.

O reconhecimento do

grande público é patente em

sucessos de bilheteria como “A

Mulher Invisível”. Para Selton,

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SIL

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Cul

tura

um filme saboroso, divertido,

que vai direto ao ponto, com

um roteiro bem engendrado e

que mereceu o sucesso que

fez. O filme será adaptado na

Turquia e também nos EUA.

“Seria legal ver o Ben Stiller

fazendo meu papel e a Came-

ron Diaz fazendo o da Luana”,

brinca.

A experiência de diri-

gir cinema foi tão fascinante

que ele cogitou deixar de ser

ator. “Mas passou e agora vejo

que uma coisa complementa

a outra. Dirigir me completou

como artista”, confessa Selton,

a respeito de “Feliz Natal”, filme

que nasceu, segundo ele, de

um desconforto gigante nesse

período do ano. “Faço aniver-

sário 30 de dezembro e meu

pai no dia 25. Acho uma data

obrigatória, um tanto hipócrita,

com encontros forçados. Deste

ponto de vista nada otimista

nasceu um pequeno filme pas-

sional”, diz.

Volta à casaA visita à cidade natal,

Passos, no sul de Minas, teve

momentos de pompa e circuns-

tância. Selton foi recebido com

homenagens, discursos e outdo-

ors e deu uma animada expres-

siva na cena cultural da cidade.

Seus filmes foram mostrados para

os conterrâneos em sessões cuja

renda - cerca de R$ 20 mil - foi

destinada ao Hospital do Câncer

de Passos.

Selton visitou a Santa Casa

para conhecer as obras do Hospi-

tal e ressaltou que poder contribuir

“com uma obra tão fundamental é

gratificante”. Ele também liberou

para a entidade o direito de uso de

imagem e voz para quaisquer tra-

balhos de áudio-visual do hospital.

“Não quero tirar o trabalho de nin-

guém – brincou o ator – mas acho

que gravando as peças publicitá-

rias da Santa Casa e do Hospi-

tal do Câncer poderei contribuir.

Espero que minha participação

traga algum retorno”, salientou.

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O provedor da Santa Casa,

Vivaldo Soares Neto, falou da

emoção de ter o nome de Selton

Mello, respeitado mundialmente,

unido à causa. “A sensibilidade do

ator, nos encheu de orgulho além

de ter contribuído para uma maior

visibilidade de nosso hospital”,

salientou, completando que “além

do dinheiro, que aponta um resul-

tado surpreendente, fica sobretu-

do a sensibilidade de Selton e a

marca de sua generosidade ao se

empenhar em um evento em prol

de nosso hospital”.

Geração de empregosComo o moço é “fominha”,

já está envolvido em um novo tra-

balho. O próximo filme se chama

“Filme de Estrada” e conta a vida

de um palhaço que acha que não

tem mais graça. “É caro produzir

no cinema, ponto. Em qualquer

lugar do mundo. Mesmo um filme

pequeno é caro, envolve muita

gente e tecnicamente é complexo.

Tudo é muito caro, mas também

nada é impossível para quem quer

muito fazer algo”, acredita.

Um filme como “Feliz Natal”

gera, segundo Selton, cerca de

300 empregos. E o apoio de

empresas é fundamental. “Elas já

estão vendo que é valoroso ter sua

marca envolvida com coisas de

qualidade. As que não enxergam

isso estão ficando para trás”, sus-

tenta o ator.

Mesmo filmes do circuito alter-

nativo, que não atraem a massa,

cumprem seu papel. “Tem público

para todos os filmes. A diferença é

que esses com traços mais artísti-

cos viajam melhor, representam o

Brasil em grandes festivais, mos-

trando nossa capacidade que é

gigante. Muitos filmes comerciais

acabam depois de uma grande

bilheteria, não interessam daqui a

10/50 anos. E muitos de arte que

foram menos vistos agora, ficam

para sempre”, explica.

O expectador de outros paí-

ses consome filmes brasileiros

principalmente em festivais. A lín-

gua ainda é um fator limitador

mas os poucos que conseguem

entrar em cartaz fazem um enorme

sucesso, como “Cidade Deus”,

”Central do Brasil”, etc., garante

Selton.

As raízes mineiras são sólidas.

“O mineiro é muito sério no que

faz. Uma característica nossa é o

caráter, é a retidão nas coisas, é

ser muito correto em tudo”, afirma

o ator que nasceu em Passos, foi

para São Paulo e para o mundo.

“Eu tenho sonhos, estou atrás deles

e não paro nunca porque o Brasil é

um país sem memória, não adianta

você fazer um belo filme, você tem

de fazer sessenta belos filmes, e

de preferência um por ano. Mas

eu estou sempre ligado na minha

história, eu sou um camarada bas-

tante nostálgico, eu tenho

prazer de lembrar o passado, de

lembrar de onde eu venho. Tenho

tudo guardado e muito orgulho

de onde eu vim e do que con-

quistei trabalhando sem passar

por cima de ninguém”, finaliza.

O mineiro é muito sério no que faz. Uma característica nossa é o caráter, é a retidão nas coisas, é ser muito correto em tudo

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Em um mundo globalizado, cercado de mercados com-petitivos, as lideranças exercem papel de destaque nos resul-tados empresariais.

Hoje, mais do que no passado, as cobranças recaem sobre a figura do líder, que é responsabilizado por sucessos ou fracassos.

Tais exigências surgem no momento em que as empresas migram para um novo modelo de gestão, mais competitivo, ágil e baseado em novas competências.

Hoje podemos identificar dois tipos de empresa: as migra-doras e as da nova economia.

As primeiras enfrentam crises se movimentando e correndo atrás do prejuízo, mexendo nos times, nas formas de conduzir o negócio, nos processos e nos modelos de gestão.

Estas, seguindo a nova economia, buscaram a inovação

1.LÍDER VIAJANTECOMPETÊNCIA: VISÃO SISTÊMICA: Capacidade para perceber a interação e interdependência das partes que compõem o todo, reconhecendo o valor da cada uma nos resultados.O Caminho do Viajante tem como função básica, estimular as pessoas a alçar novos vôos. O viajante empurra as pessoas, quando estas estão prontas para voar! É necessário passar pelo seu caminho e aprender a conviver com o medo e o domínio, o risco e a confiança, a certeza e a incerteza, com o alvo e o caminho.

2.LÍDER GUERREIROCOMPETÊNCIA: LIDERANÇA COMPARTILHADA: Capacidade para catalisar os esforços grupais, de forma a atingir ou superar os objetivos organizacionais, estabelecendo um clima motivador, formando parcerias e estimulando o desenvolvimento da equipe.

e já estão perto do pódium. Conseguiram o equilíbrio entre os três indicadores de suporte à excelência.

São eles:1º. -Tecnologias de ponta favorecendo

as ações de liderança.2º. -Racionalização e melhoria dos pro-

cessos de trabalho, possibilitando o alcance da qualidade.

3º. -Postura criativa na liderança de pessoas, tendo como resultado a manutenção de um time de cola-boradores preparados para vencer e enfrentar os desafios de nossos tempos.

Apresento neste texto dez personagens que representam as competências universais que instigam as lideranças à excelência.

Chamar os personagens à ação é uma atitude criativa que ajuda os líderes a superar as dificuldades do cotidiano.

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Arti

goMaria Rita Gramigna

CAMINHOS PARA A EXCELÊNCIA

Liderança em tempos de crise

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3.LÍDER BUFÃO (BEM HUMORADO)COMPETÊNCIA: RELACIONAMENTO INTERPESSOAL: Habilidade para intera-gir com as pessoas de forma empática, inclusive diante de situações conflitantes, demonstrando atitudes assertivas, compor-tamentos maduros e não combativos.Muitos líderes sofrem da “síndrome do domingo” e transformam a vida dos cola-boradores e colegas de trabalho em um verdadeiro martírio logo no primeiro dia da semana. 4. LÍDER MAGOCOMPETÊNCIA: ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS: capacidade para adminis-trar e solucionar problemas do cotidiano

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Maria Rita Gramigna

Graduada em Pedagogia pela

Universidade Federal de Minas

Gerais, pós-graduada em

Administração de Recursos

Humanos pela UNA – União de

Negócios e Administração (MG)

e mestra em Criatividade

Total Aplicada pela Universidade

de Santiago de

Compostela (Espanha). É

autora de vários títulos: Líderes

Inovadores, Jogos de Empresa,

Jogos da Empresa e Técnicas

Vivenciais e Modelo de

Competências e Gestão dos

Talentos, além de co-autora

do Manual de Gestão de pes-

soas e Equipes. Dirige a MRG

– Consultoria e Treinamento

Empresarial, empresa especia-

lizada em gestão de pessoas,

e ministra aulas em cursos de

MBA, pós-graduação e mestra-

do em instituições como UFRJ

(RJ), Universidade de Potiguá

(RN), Faculdade Cambury

(GO), UNA (MG) e Universidade

Fernando Pessoa (Portugal).

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de forma harmoniosa, com parcialidade, empatia e respeito às diferenças.

5 – LÍDER DESTRUTORCOMPETÊNCIA: CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO A MUDANÇAS E FLEXIBILIDADE: Habilidade para adap-tar-se oportunamente às diferentes exi-gências do meio, sendo capaz de rever sua postura frente a novas realidades.O apego a velhas estruturas de pensa-mento e a antigos paradigmas é uma das mais fortes barreiras à mudança. Este apego está diretamente ligado à palavra “não”. O receio do insucesso, da crítica, do novo, faz-nos alimentar o “senhor das negações”.

6. LÍDER MENTORCOMPETÊNCIA: GESTÃO DE TALENTOS: capacidade para perceber o potencial dos colaboradores, identifi-car necessidades de desenvolvimento e traçar planos de capacitação, responsa-bilizando-se pela formação e carreira de sua equipe.O papel de mentor saiu do âmbito fami-liar e vem sendo valorizado no ambiente organizacional. As responsabilidades do mentor implicam em investir no domínio de competências de seus mentorados. Demonstrar a con-fiança, delegar e qualificar os valores dos outros exige uma grande dose de humil-dade e, frente à inveja e à competição.

7 – LÍDER ARTISTACOMPETÊNCIA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO: Capacidade para conceber soluções inovadoras, viáveis e adequadas para as situa-ções apresentadas.Às vezes, lidamos com situações e problemas onde as soluções parecem não ser possíveis. Quando tal fato acontece, no lugar de cul-tuar o pessimismo, é chegada a hora de apelar para nosso “artista”.O artista nos faz ver as facetas da nossa criatividade. Precisamos acreditar que somos capazes de construir, realizar e deixar nossa marca.

8 – LÍDER CRÍTICOCOMPETÊNCIA: PLANEJAMENTO E TOMADA DE DECISÃO: capa-cidade para traçar planos, buscar e selecionar alternativas para supe-rar obstáculos, identificando aquelas que garantam o melhor resulta-do, cumprindo prazos definidos e considerando limites e riscos.Planejar e decidir de forma assertiva são funções essenciais do líder de vanguarda.

9 – LÌDER COERENTECOMPETÊNCIA: TRABALHO EM EQUIPE: Capacidade para desen-volver ações compartilhadas, catalisando esforços através da coope-ração mútua.Adotar atitudes coerentes e espontâneas facilita o trabalho em equipe e abre os caminhos para a excelência.

10 - LÍDER AMANTECOMPETÊNCIA: MOTIVAÇÃO E ENERGIA PARA O TRABALHO: Capacidade para demonstrar interesse e energia pelas atividades que executa, tomando iniciativas e mantendo atitude de disponibili-dade.O amor está presente na vida do ser humano, traduzido em diversas formas, inclusive nas relações de trabalho. O líder criativo consegue transitar pelos dez caminhos da excelência na medida em que as demandas surgem em seu cotidiano.

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SUPERE62

Som

mel

ier

Sup

ere

intensos de tostado e caramelo; sendo

uma tostadura média, mostrará aromas

mais delicados e, sendo um tostado mais

leve, conservará o caráter mais frutado

do vinho.

Devemos lembrar que nem todo

vinho tem estrutura para passar por

madeira, vai depender do terroir, da

uva e da safra. Esta avaliação é uma

decisão do enólogo, ele é a pessoa que

deve dizer se o vinho tem estrutura para

passar em madeira e por quanto tempo.

O vinho branco raramente estagia em

barrica, algumas vezes são fermentados.

O carvalho deve passar ao vinho fineza

e complexidade, dando elegância, res-

peitando e valorizando as características

frutadas naturais do vinho.

As barricas de carvalho são muito

caras e levam alguns meses para doar

seus aromas ao vinho. Alguns produtores

levam a madeira até o vinho que está em

barris de aço inoxidável, colocando o car-

valho em forma de chips (lascas ou ripas)

e sache (serragem de carvalho dentro de

sacos). Esta prática ganha tempo, é mais

econômica e pode esconder a falta de

qualidade do vinho. Quando for tomar um

vinho jovem amadeirado de preço baixo,

a possibilidade de estar diante de um

vinho chipado é grande. Esta prática tem

muitos adeptos, mas uma coisa é certa:

em nenhum grande vinho, a madeira vai

até ele. TIM TIM ...

Quando for elaborar um prato, o uso de temperos na medida

é essencial para dar vida e sabor à iguaria que estiver preparando.

O excesso pode deixa o prato intragável e a falta, sem vida. Assim

como o tempero na elaboração dos pratos, a madeira na produ-

ção do vinho não é muito diferente.

Historicamente foram usados vários tipos de madeira na fabri-

cação de barricas para a produção de vinhos, entre elas acácia,

castanheiro, eucalipto, cerejeira, entre outras, mas nenhuma foi

e é perfeita como o carvalho, que forma o casamento quase que

perfeito com o vinho. Existem centenas de tipos de carvalhos,

mas três são os mais usadas na maturação dos vinhos: o Quercus

Alba, simplesmente conhecido como carvalho americano e os

chamados de carvalho francês, que são os Quercus sessiflora

com granulação mais cerrada e o Quercus Robur com granulação

mais larga, encontrado nas florestas do leste europeu, como na

Eslovênia, além de uma variedade francesa. Os Estados Unidos

produzem mais de 700 milhões de metros cúbicos, enquanto a

França produz acima de 400 milhões de metros cúbicos.

Temos barricas de carvalho americano e francês em todos os

países que produzem vinhos, porém, o americano é mais utilizado

nos países do novo mundo, Espanha e Portugal. A escolha correta

da madeira tem uma importância grande no produto final do vinho.

O enólogo trabalha já sabendo o estilo de vinho que vai produzir

e a hora de ir à tanoaria (local onde se produz as barricas) para

encomendar as barricas. Se a escolha for o carvalho americano,

este vai transmitir ao vinho aromas de baunilha. Ele tem mais

potência aromática e, por este motivo, o estágio nestas barricas é

mais curto. Já o carvalho francês, sendo de grão largo, transmite

ao vinho um pouco mais de taninos e aromas mais finos, além de

ter uma micro-oxigenação mais lenta. Neste caso,o vinho pode

estagiar por 18 meses ou mais. Definidos o tipo de carvalho e o

tamanho das barricas, ainda falta o grau de Chauffe (o tostado

da parte interna das barricas), que também tem influência nos

aromas. Sendo uma tostadura mais alta, o vinho terá aromas mais

Vinhos

* Professor da ABS-Minas e Sommelier da PIZZARIA OLEGÁRIO: Av. Olegário Maciel, 1748 Lourdes - BH - MG - Tel.: 31 3292 4692 - [email protected]

Vinho e madeira

Por Arilton Soares*

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Envie suas sugestões para esta coluna. End.: Av. Prudente de Morais, 44 - 3º andarCidade Jardim - CEP 30380-000 - BH - MG ou para o e-mail: [email protected]

Indicaommelier upereS

Les Bateaux Rosé – 2007

Tipo: TintoPaís: FrançaRegião: LanguedocProdutor: François LurtonCastas: SyrahGraduação Alcoólica: 12,5º GL

Novas Winemaker’s Selection – 2005

Tipo: TintoPaís: ChileRegião: Valle CasablancaProdutor: Bodegas EmilianaCastas: Syrah Graduação Alcoólica: 14,5º GL

Chateau Noaillac – 2005

Tipo: TintoPaís: FrançaRegião: Bordeaux ( Medoc)Produtor: MateticCastas: Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit VerdotGraduação Alcoólica: 13,5º GL

Indica

Alma Negra – 2006

Tipo: TintoPaís: ArgentinaRegião: Mendoza Produtor: TikalCastas: Malbec e Bonarda Graduação Alcoólica: 13,7º GL

Domaine Conte Gran Reserva – 2005

Tipo: TintoPaís: ChileRegião: RapelProdutor: Beringer Blass Castas: Cabernet Sauvignon e MerlotGraduação Alcoólica: 14,5º GL

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Arti

goThiago Stahl Tombini

e Diego Berro

A ARTE-CIÊNCIADO COACHING

O Coaching é uma arte-ciência, basicamente porque, além da parte artística, também é guiado pela parte científica. A parte artística é a parte individual de cada Coach (profissional do Coaching), aquela que é produzida com um misto de conheci-mentos, habilidades e atitudes, dentre elas o poder da impro-visação aplicado em perguntas e afirmações extremamente bem colocadas, que atingem o que chamamos de pontos de mutação, ou seja, o ponto onde a mudança ocorre.

A parte científica é derivada da utilização desta sabedoria por profissionais especializados, com práticas comprovadas em empresas no mundo inteiro, e principalmente por empresas poderosas que dominam o mercado mundial.

De acordo com uma pesquisa divulgada pela Revista Fortune, entre as empresas que aplicam a metodologia do Coaching, 77% desenvolvem melhor relacionamento de trabalho com subordinados, 71% obtêm melhor relacionamento com chefe, 63% aumentam o nível de satisfação com o trabalho, 44% adquirem um aumento de comprometimento dos colabora-dores para com a empresa, entre diversos outros benefícios comprovados.

Segundo a mesma pesquisa, 60% dos executivos de alto escalão das maiores organizações do mundo contam com um coach para auxiliá-los na gestão de seus negócios. O Coaching é apontado pelos maiores especialistas em gestão do mundo como uma das mais importantes ferramentas para o desenvolvimento de carreiras.

A metodologia do Coaching chega a ser oferecida em algumas

empresas como bônus, para quem atinge uma determinada posição privilegiada na hierarquia da empresa. A questão é, se esta abordagem poderosa vem sendo utilizada com êxito e sucesso extraordi-nário nas organizações mais poderosas que servem de modelo para outras, o que podemos aprender com o Coaching?

Como tudo na vida, o Coaching, em sua essência, é uma ferramenta simples, que possui técnicas simples. No entanto, requer um aprendizado específico para o sucesso em sua utilização.

O Coaching estabelece congruência e aprendizado sem limites porque trabalha com uma metodologia baseada em quatro pilares, que são: Foco, Ação, Resultado (Feedback) e Melhoria Contínua.

O Foco é a capacidade de buscar o que se deseja com especificidade e nitidez. A maioria das pessoas sabe de forma espe-cífica ou generalizada o que não deseja e, portanto, encontram grande dificuldade em entender o porquê das coisas não se manifestarem em suas vidas.

A Ação é a capacidade de somar esforço e dedicação para mover-se em direção ao que foi focado. A ação é a alma da con-quista, é através dela que grandes feitos foram manifestados por grandes realiza-dores. Os grandes mestres na arte da realização sabem consciente ou incons-cientemente trabalhar com os princípios do Coaching.

O Resultado (feedback) é a capacida-de consciente de influenciar a realidade.

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O Coaching é apontado pelos maiores especialistas em gestão do mundo como uma das mais importantes ferramentas para o desenvolvimento de carreiras.

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O Coaching é uma ferramenta imprescindível para pessoas e

empresas que desejam expandir suas atuações sem limites

Thiago Stahl Tombini (Mr. Mindé fundador da TST Assessoria e Consultoria Ltda., Administrador, Hipnoterapeuta, Especialista em Linguagem e Comunicação Humana, Coach e criador da metodologia Coaching Transformacional®.Site:www.thiagotombini.com.br

Contatos:thiagotombini@thiagotombini.

com

(049) 3322 0164

Diego Berro é palestrante e treinador em vendas, formação profissional de nível tecnológico em recursos humanos e graduação em gestão empresarial ambos pela EBAPE/FGV – Escola Brasileira de Administração Pública e de empresas da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, Master Practitioner em Programação Neurolinguística. Co-Autor do livro: “Os 30 + em Motivação no Brasil”. Site:www.diegoberro.com.br

Contatos:[email protected]

(049) 8570 4154(014) 9104 0522

FOTO

: FO

TOLI

A.C

OM

Partimos do pressuposto de que a reali-dade não existe, portanto é contestável e pode ser criada e recriada, desde que se saiba o que se deseja com especificidade e nitidez. A prova real de que a realidade é contestável é que cada pessoa tem uma visão única e subjetiva das situações que lhe ocorrem.

Uma pessoa pode enxergar uma mesma crise de maneira positiva e aproveitar a oportunidade para gerar novos negócios, enquanto outras se lamentam por estar passando por ela. A mesma coisa acon-tece quando o assunto é partido político, time de futebol, religião, relacionamento, empresa, universidade, idéias, crenças, valores, ideologias, etc. Todos vêem a

mesma coisa (fato), mas enxergam (tem uma percepção subjeti-va) uma determinada experiência de uma perspectiva muito par-ticular. Somente entendendo e compreendendo a real intenção do resultado (feedback), é possível destinar esforço e dedicação suficientes para transformar pensamento em realidade.

A Melhoria Contínua é a capacidade de gerar abundância e prosperidade, é a análise incrementada de informações claras e precisas que fornecem opções e oportunidades de caráter único e abrangente.

O Coaching é uma ferramenta imprescindível para pessoas e empresas que desejam expandir suas atuações sem limites. O Coaching é uma ferramenta que disponibiliza um conjunto de ações que agem e interagem na mecânica do processo de aprendizado e evolução contínua. O Coaching dinamiza seus resultados porque atua com uma perspectiva de ofertar solu-ções e viabilizar mudanças rápidas, efetivas e duradouras.

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Seu corpo é 70% água. O planeta é 70% água.

Nosso trabalho é lutar 100% pelos dois.

Defender o meio ambiente. A Assembleia de Minas encara este desafio de frente, criando leis, promovendo debates, fóruns e conferências para discutir e resolver questões relacionadas à sobrevivência do planeta, especialmente no que diz respeito aos recursos hídricos. Um trabalho exemplar: as ações obtêm resultados concretos desde a década de 90, e as leis, pioneiras no país, serviram

de modelo para o Brasil inteiro.

Visite www.almg.gov.br e participe. É a sua vida que está em questão.

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