SUPERE 21
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SUPERERE
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OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2009
R$ 14,50 - Nº 21
ARLINDO PORTOCemig vai investir R$ 200 milhões
em pesquisa e desenvolvimento nos próximos dois anos
Emoçãosobre rodas na II Bienal do Automóvel
Hidroviade FurnasNovoscaminhos parao crescimentoda região
UMA PUBLICAÇÃO DAASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MINAS
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Charles Lotfi,Presidente daACMinas
Medida eleitoreiraNesta edição recheada de boas matérias (das quais falo mais adiante)
destaco uma que, pela relevância do tema, merece comentários mais extensos que os habituais: a que trata da proposta de redução da jornada de trabalho, em que são relatadas com precisão as opiniões de empresários e de sindicalistas. Não podia dar outra, é claro: os empresários são contra, os sindicalistas a favor.
A esse respeito, não tenho reparos a fazer, ainda que, como presidente de uma entidade empresarial, tenha minha posição bem definida. Vou apenas pegar uma carona na matéria para acrescentar outras informações. Há coisa de um mês realizamos aqui na ACMinas um “Café Parlamentar” com os deputados federais Rafael Guerra, do PSDB, que falou sobre a tentativa de ressurreição da CPMF, travestida de CSS, e Bilac Pinto, do PR, que abordou exatamente a redução da jornada de trabalho.
Para Bilac Pinto, cujo partido faz parte da base governista, o país está convalescendo de uma crise e, nessa fase, o melhor remédio é o trabalho. Assim, discutir a jornada de 40 horas, neste momento, é um contrasenso – e não só por causa da crise: o deputado também deixou bem claro o caráter eleitoreiro da medida, que, embora atribuída ao Legislativo, tem por trás a inspiração governamental. Às vésperas de um ano eleitoral, ela procura atrair a simpatia dos sindicatos de trabalhadores, donos de muitos votos. Assim, não é por coincidência que a emenda tramita num momento em que, na prática, a campanha eleitoral para a Presidência da República já começou, mesmo ao arrepio da lei. Puro oportunismo, portanto.
Nada tenho contra a natural aspiração do trabalhador de poder dedicar mais horas ao lazer, à família. Mas, a meu ver, à promessa de mais tempo livre certamente não corresponderá outra promessa implícita, a de criar novos empregos. Ao contrário: estou convencido, assim como dois dos entrevistados da reportagem – o empresário Aguinaldo Diniz, vice presidente da ACMinas, e Osmani Teixeira de Abreu, presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Fiemg – de que, com os custos adicionais, inúmeras empresas, principalmente aquelas de pequeno porte, acabarão obrigadas não a contratar, mas a demitir. E estou convencido também de que a perda de competitividade decorrente da oneração das folhas de pagamento fragilizará a empresa brasileira diante do mercado internacional.
Mas voltemos ao conteúdo desta edição: temos uma saborosa matéria com o ator Selton Mello, cada vez mais uma unanimidade no meio cinematográfico; um completo roteiro do que será a Bienal do Automóvel 2009, que será inaugurada no dia 9 de dezembro; uma ótima entrevista com o vice-presidente da Cemig, Arlindo Porto, que fala, entre outras coisas, do extraordinário desempenho da empresa.
A revista traz ainda uma aprofundada análise das dificuldades que Minas Gerais está encontrando para livrar-se dos efeitos da crise, que aqui teve maiores impactos, e, finalmente, a cobertura completa do “Salto em Negócios 2009” que, em sua terceira edição, foi um sucesso absoluto.
Boa leitura.
Diretor / Editor responsávelÂngelo Roberto de LimaReg. Profissional: 3033/MGCoordenador EditorialJoão Henrique FariaReg. Profissional: 3546/MGEditoraBianca AlvesReg. Profissional: MG 3466t JPDiretor de CriaçãoPablo T. QuezadaArte FinalLuciano GarbazzaProdução GráficaRaquel PachecoCoordenaçãoWagner Sá / Marcelo ValadaresColaboradoresLuciana Sampaio / Selma ToméLuciana Ricardino / Guilherme MinassaAtendimentoCláudia Simõ[email protected] EspeciaisPaulo Henrique CostaGerência JurídicaJosé Nonato Costa de LimaGerência AdministrativaCátia CilenePublicidadeVero Brasil ComunicaçãoPeriodicidadeBimestralImpressão / TiragemGráfica e Editora Lastro / 10.000 exemplaresAtendimento ao [email protected] / 55 31 3344-2844
A revista Supere não se responsabiliza peloconteúdo dos anúncios e artigos assinados. As pessoas que constam no expediente não têm autorização para falar em nome da Revista Supere ou de retirar qualquer tipo de material se não tiver em seu poder autorização formal do editor respon-sável constante do expediente.
A revista Supere é uma publicação da ACMinas, localizada à Av. Afonso Pena, 372 - 2º andar +55 31 3048 9555.
Editada e produzida por Vero Brasil Comunicação. Av. Prudente de Morais, 44 3º andar, Tel.: +55 31 3344 2844 20123 Milão - Via Maurizio Gonzaga, 5, Tel.: +39 02.89 09 88 61
Expediente
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Belo Horizonte recebe a II Bienal do Automóvel, em dezembro. Com o slogan “Emoção sobre
rodas”, o evento promete um grande espetáculo para um público estimado em 150 mil
apaixonados por carros.
O cinema nacional não seria o mesmo sem o trabalho desse mineiro de Passos, que estrela
as mais importantes produções nacionais. Selton Melo é um multiartista: além de atuar, dirige,
produz, dubla e escreve roteiros.
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CapaTecnologia e sustentabilidades são as principais áreas pela quais responde o vice-presidente da Cemig, Arlindo Porto, que está no cargo desde
janeiro. Ele fala sobre os projetos da empresa, que considera um orgulho para os mineiros
10
Uma hidrovia no Lago de Furnas. Este é o projeto do prefeito de Alfenas e empreendedor público Pompílio Canavez, cujo objetivo é integrar municípios que têm muito a ganhar com um novo caminho para o desenvolvimento
Coluna
Artigos
Mário Mateus 14
Mais06 Cartas
08 Antena ACMinas
10 Empreendedorismo
16 Oportunidade
20 Trabalho
32 Economia
46 Contabilidade
52 RH
56 Cultura
62 Sommelier Supere
38
Em sua terceira edição, o Salto em Negócios se consolida como referência para as mulheres que buscam o crescimento profissional e empresarial. O evento é promovido pelo Conselho da Mulher Empreendedora da ACMinas.
16
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Sumário
Marcelo Ortega 30
Paulo Araújo 44
Edina Bom Sucesso 50
Maria Rita Gramigna 60
Thiago Stahl Tombini e
Diego Berro 64
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OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2009
R$ 14,50 - Nº 21
ARLINDO PORTOCemig vai investir R$ 200 milhões
em pesquisa e desenvolvimento nos próximos dois anos
Emoçãosobre rodas na II Bienal do Automóvel
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UMA PUBLICAÇÃO DAASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MINAS
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só leva vantagem. E que vai superfaturar obras para dividir com os sócios de sempre, fazendo de uma manifestação coletiva, importante para o povo brasi-leiro, nada mais que uma festinha particular. Na qual poucos ganham muito (mas muito mesmo) e o resto curte o circo, com direito a um pedaço de pão.
Maria das Graças G. Pereira
Belo Horizonte Por e-mail
Conhecimento e generosidade
Mais uma vez Paulo Ângelo de Castro nos desvenda esse mundo complicado da economia que, se domi-nado por uma pequena parcela da população, quan-do dá problema, prejudica o mundo inteiro, como foi o caso da crise financeira global. A matéria sobre dólar flutuante foi um banho de conhecimento e de generosidade do articulista, ao dividi-lo conosco.
Márcia Maria I. Silva Belo Horizonte
Venda Nova
Sou morador de Venda Nova. Me orgulho da minha região e, mais ainda, quando a vejo não como palco da violência que se reflete dos bairros vizinhos, mas como centro de desenvolvimento, como foi o caso da matéria na Supere. A Linha Verde e o Centro Administrativo são realmente boas notí-cias para a nossa economia, mas já há bastante tempo que Venda Nova se prepara para ser um centro de excelência, com escolas, universida-
Competição nas empresas
Fui prejudicado na minha empresa e quase fui demi-tido por conta de fofocas de colegas, que questiona-vam minha capacidade para uma promoção. O pior não aconteceu, mas a promoção foi adiada. Daí a necessidade de, como diz Paulo Maia, na matéria “O importante é competir”, o gestor ter um faro pode-roso para acabar com um conflito declarado ou em gestação, separando o joio do trigo.
P.M.C.Belo Horizonte
Por e-mail
Copa em BH 1
Acredito sinceramente que eventos como a Copa do Mundo de 2014 preparam a casa para dias melhores após a competição. Sediar a Copa e as Olimpíadas é um fato auspicioso para o Brasil, trazendo uma exposição que – tenho certeza – será positiva peran-te o mundo. Além de gerar milhares de empregos, qualificar a população para eventos de nível e criar uma infraestrura não só de esportes, mas de equipa-mentos como o metrô em BH, que só vão beneficiar a cidade.
Paulo Cesar F. OliveiraUberlândia Por e-mail
Copa em BH 2
O problema do Brasil “ganhar” eventos como a Copa e as Olimpíadas é o mesmo de sempre: a turma que
Charge
ESTÁDIO MAGALHÃES PINTO (MINEIRÃO)O segundo maior do Brasil
PAMPULHAUm ícone da arquitetura nacional
AVENIDA AFONSO PENAA mais importante via da capital mineira
Empresa mais admirada na área da Contabilidade (Prêmio Jornal DCI)
PRAÇA SETEPalco de grandes manifestações públicasque mudaram o desti no do país
A cidade que tem o quinto maior PIB do país não podia deixar de ter uma empresa líder em BPO para atender ao seu mercado econômico.
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des, comércio forte e empreendedores sérios. Parabéns também à ACMinas, que detectou o potencial da nossa região, criando uma regional que, tenho certeza, vai ter muito a oferecer ao empresário local
José Carlos O. PereiraVenda Nova – BH
Escarpas do Lago
A ostentação e luxo que cercam as baladas de Escarpas não empanam, graças a Deus, a contri-buição do balneário para a região, em termos de receitas. Por mim, aquele pessoal pode andar de helicóptero, lamborghinis e afins à vontade, se pagar o IPTU em dia e, com isso, melhorar as escolas, o atendimento de saúde, a infraestrutura urbana, enfim, a vida do povo.
Marcio A. P. FariaPor e-mail
Esporte em baixa
A situação do Mackenzie que, mesmo classificado para a Superliga, procura um patrocinador para poder disputar a competição, é semelhante à da publicidade mineira. Em uma economia como a nossa, baseada em grande parte na atividade primá-ria, poucas são as marcas que querem (ou precisam) chegar ao consumidor.
Gustavo F.G. AlvesBelo Horizonte
Por e-mail
Nota do editor - Caro Gustavo, a boa notícia é que algu-
mas marcas mineiras estão descobrindo os caminhos
para chegar ao coração do consumidor. Acabamos de
saber que o Mackenzie fechou patrocínio com o Centro
Universitário Newton Paiva e a rede Epa/Martplus e vai
disputar a Superliga.
Envie suas críticas e sugestões para esta coluna.End.: Av. Prudente de Morais, 44 - 3º andarCidade Jardim - CEP 30380-000 - BH - MG
ou para o e-mail: [email protected]
ESTÁDIO MAGALHÃES PINTO (MINEIRÃO)O segundo maior do Brasil
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A cidade que tem o quinto maior PIB do país não podia deixar de ter uma empresa líder em BPO para atender ao seu mercado econômico.
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Crimes virtuais
A disseminação crescente do uso da Internet, ao mesmo tempo em que promo-ve o acesso às novas tecnologias, também abre caminho para aqueles que utilizam a web para aplicar golpes e praticar crimes. “As atitudes criminosas na internet estão crescendo muito. Elas acontecem à medi-da que as pessoas celebram seus atos e manifestam suas vontades na web”, afir-mou o advogado e especialista em Internet Law (lei da internet), Alexandre Atheniense. Em palestra realizada em agosto, na sede da ACMinas, o advogado falou sobre as práticas ilegais mais recorrentes no mundo virtual e como as medidas penais previstas no código brasileiro estão aplicadas nestes casos.
“Os crimes cibernéticos já estão rela-cionados aos ramos tradicionais do direito
e, ao contrário do que muitos pensam, eles têm consequências jurídicas sim”, explicou. Segundo Atheniense, existe no Brasil uma ideia falsa de que a internet é ‘um campo sem lei’, mas, na verdade, as possibilidades de se identificar os delitos e punir os criminosos são cada vez maiores.
“A internet não propicia um anonimato absoluto. Vários crimes acontecem porque pessoas acham que não podem ser des-cobertas. A própria Policia Federal hoje, está muito mais aparelhada. Prova disso é quantidade de escândalos que estão acon-
tecendo em nosso país, através justamente das provas digitais”, relata o advogado.
Segundo ele, os crimes contra a honra e as fraudes bancárias também estão entre os principais crimes praticados pela internet no Brasil. “Crimes contra a honra já são tipificados e punidos pelo Código Penal, sob o amparo da famosa trinca (artigos) 138,139,140: calúnia, injúria e difamação.”
Para se prevenir contra ataques que possam prejudicar a empresa e o próprio empresário, é preciso tomar certos cui-dados, como realizar pesquisas diárias, sobre si próprio e a empresa, através dos sites de busca. Quando houver incidentes, Atheniense aconselha que não se apa-gue as informações publicadas, pois elas poderão ser usadas como prova.
Mais de 700 pessoas participaram do “Bate-papo com Gustavo Cerbasi”, evento realizado pela Associação Comercial de Minas em outubro. Gustavo Cerbasi é consultor financeiro e autor de livros como “Casais inteligentes enriquecem juntos”. Durante a conversa com empresários, executivos e estudantes, ele deu dicas de investimentos e falou sobre estratégias de negócios, finanças, economia doméstica e planejamento familiar. Questões referentes à carreira e gestão também foram abordadas pelo consultor.O público do evento pôde conferir, ainda, a palestra de abertura do consultor comercial Willian Caldas. Com o tema “Competências das Empresas do Século XXI”, Caldas abordou questões sobre atendimento, enfatizando a importância de uma visão inovadora como diferencial compe-titivo das empresas. Em sua apresentação, Caldas promoveu vários momentos de interação e motivação dos participantes.
Com a constante preocupação de desenvolver produtos e serviços que atendam às necessidades do empresário, a Associação Comercial de Minas lançou uma nova modalidade de seguro de vida para seus associados. O serviço, que está sendo comercializado pela Central de Seguros da entidade desde o dia 1º de setembro, diferencia-se dos demais ofere-cidos no mercado por seu preço competitivo e uma vantajosa relação custo-benefício. A presidente do Conselho Empresarial de Seguros da ACMinas, Edna Damasceno, explica que seguro oferece coberturas completas e ainda conta com dois sorteios men-sais no valor de R$ 50 mil “Este seguro de vida é diferente dos
outros oferecidos no mercado porque traz a vantagem de ser aproveitado em vida, e não somente em caso de óbito. Neste plano, o associado tem tudo que ele precisa para ter o melhor leque de cobertura”, disse. O novo seguro da ACMinas possui vantagens que vão além do seu baixo custo. Com ele , o associado poderá contar com uma ampla assistência funerária para sua família, aumento do limite do valor segurado e cobertura de despesas extras. Além disso, o serviço oferece ainda desconto para mulheres e assistência domiciliar. Mesmo os associados que já possuem o seguro de vida da entidade poderão ampliar seus benefícios com esta nova modalidade.
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Seguro em vida
Bate-papo
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Crimes cibernéticos têm consequências jurídicas, diz Atheniense
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A Associação Comercial de Minas promo-veu, no dia 28 de outubro, mais uma etapa do programa valorização e reconhecimento do associado. Durante reunião de sua dire-toria, a entidade fez a entrega do Diploma de Novo Sócio às empresas recém che-gadas à Casa e do Certificado de Mérito Associativista àquelas que já são filiadas há mais de 30 anos. A ACMinas pretende, com a iniciativa, ampliar o relacionamento com os associados, incentivando-os a par-ticiparem dos debates e ações de interesse da classe empresarial. Na lista dos antigos sócios, foram homenageadas as empresas: Codemig (filiada desde 1959); Minas Ferramenta (1961); Mate Couro S/A (1961); Madeiras Penedo (1961); Companhia Brasileira Metalurgia e Siderurgia (1961); Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (1964); Guiatel (1965); Construtora Castor (1965);
Geosol Geologia e Sondagens (1967); Spal Indústria de Bebidas – Coca-Cola Femsa Brasil (1968); Contabilidade Cabral Santos (1969); Emoreira Comercial (1973); A Liderança Mudança (1976) e Fasal (1968). O Diploma de Novo Sócio foi entregue à Embratel; Mauro Marcos de Castro Advogados Associados; Othon de Carvalho; Pioneira Comércio Pet; Santos França Empreendimentos; Rede Record; Veronesi Boerger Contabilidade; WP&P Administradora e Corretora de Seguros; Yes Soluções em Segurança e Tecnologia, Cinco Service Projetos Industria e Comércio de Equipamentos; Cláudio Eustáquio dos Santos Silva, Inovaq Distribuidora de Peças e Equipamentos e Bar e Mercearia Gola. A ACMinas defende que o conta-to direto com os associados é funda-mental para que a entidade conheça
as reais necessidade do empresário e lute pelos interesses comum da classe. “Nosso objetivo maior é trazer o empresá-rio para dentro da entidade. Acreditamos que somente por meio do contato direto com nossos associados, conseguiremos promover o desenvolvimento com justiça social”, afirmou o presidente Charles Lotfi. Lotfi reforçou que a ACMinas, desde a sua criação, está aberta para receber empresários de todos os segmentos eco-nômicos. “A ACMinas não é só do comer-ciantes, ela é também dos industriais e dos prestadores de serviços. Desde a assinatura da Ata de Fundação, é forte a presença de empresários dos mais varia-dos segmentos e assim tem sido ao longo desses 108 anos de história. Queremos que todos os setores da economia este-jam representados nas nossas ações e projetos”, explicou.
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Papai Noelcom os CorreiosA Fundação ACMinas, braço filantrópico e cultural da Associação Comercial de Minas, vai participar novamente da campanha “Papai Noel dos Correios”. Este ano, a meta da Fundação é arrecadar 10 mil brinquedos para distribuição às crianças que pedem presentes de Natal por meio de cartinhas endereçadas ao Papai Noel. “Contamos com a colaboração de todos os associados e dire-tores para alcançarmos esta meta”, afirma o presidente da Fundação, Wagner Sá. “Receberemos doações em presentes e, para aqueles que acharem mais prático, também estaremos arrecadando dinheiro para comprar os brinquedos diretamente com os fabricantes”. Na primeira vez em que participou da campa-nha, em 2007, a instituição arrecadou 1.800 presentes. Em 2008, este número saltou para 3 mil.
Papai Noelexiste no reflexodas boas ações
Participe, com a Fundação ACMinas, do Projeto Papai Noel dos Correios.
Uma iniciativa em parceria com várias empresas para, com a sua colaboração,
fazermos a diferença neste Natal. Adote uma cartinha e seja, por um dia,
o Papai Noel de uma criança carente.
Flyer ACMinas Papai Noel Correios.indd 1 26/11/2008 17:51:05
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Homenagem a associados
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Em sua terceira edição, o
Salto em Negócios consolidou-se
como referência para as mulheres
que buscam o crescimento pesso-
al e profissional, seja como empre-
sárias ou executivas. O congresso,
realizado nos dias 24 e 25 de
setembro no hotel Mercure, é uma
iniciativa do Conselho da Mulher
Empreendedora da ACMinas e,
neste ano, contou com um público
superior a 1,5 mil participantes, que
puderam conferir palestras sobre
gestão, mercado e consultoria de
moda e comportamento.
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Negóciode mulher Evento empresarialpromove o aperfeiçoamentopara mulheres empreendedoras
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Além de promover a capa-
citação da mulher empresária, o
Salto em Negócios disponibilizou
aos participantes ferramentas
adequadas para orientação da
gestão de negócios e formação
de networking. “Proporcionamos
intercâmbio de conhecimento,
experiências e oportunidades de
negócio para o desenvolvimento
empresarial”, explica a presiden-
te do Conselho, Beth Pimenta.
Segundo ela, o grande objetivo do
evento foi o de qualificar as mulhe-
res que já se lançaram à atividade
empreendedora e também as que
têm planos de fazê-lo, para que
sejam bem sucedidas em seus
projetos.
O presidente da Associação
Comercial de Minas, Charles Lotfi,
destaca que nas economias
desenvolvidas de hoje, a mulher é
responsável, em média, por 40%
do Produto Interno Bruto (PIB) de
seus países. “É imprescindível,
portanto, que a evolução pros-
siga. Que as distorções deixem de
existir. Que as conquistas não se
esgotem. Que tanta força dispo-
nível não mais seja sub-utilizada. E
é nessa direção, a da qualificação
como fator de crescimento, que a
ACMinas dedica integral apoio ao
Salto em Negócios”, afirma Lotfi.
Sem medo das mudanças e do mercado
Entre as novidades desta edi-
ção, destacaram-se as oficinas
de capacitação oferecidas pelo
Senac e Sebrae e as Rodas de
Negócios. Na lista de palestran-
tes, nomes como o da consultora
de moda Silvana Lages, com o
tema “Construindo uma Imagem
de Sucesso”; da jornalista Inácia
Soares, que falou sobre “Mulheres
no Comando”; do consultor e pro-
fessor Roberto Dias Duarte que
explicou o uso do SPED e da Nota
Fiscal Eletrônica, e das estilistas
Cláudia Mourão e Tereza Santos.
O público conferiu também
palestras da jornalista e especialista
em gestão de pessoas, Alessandra
Assad, que falou sobre “A essência
da mudança”, e da consultora de
moda Glória Kalil. Em sua apresen-
tação, Alessandra Assad explicou
que muitas pessoas, assim como
várias empresas, não estão pre-
paradas para as mudanças no
mundo coorporativo. “Geralmente
as pessoas associam mudança a
Nas economias desenvolvidas,a mulher é responsável por 40% do
produto interno bruto
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Beth Pimenta, presidente do Conselho da Mulher Empreendedora
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Charles Lotfi
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coisas negativas e isso não é ver-
dade. Temos que ter a percepção
de que para mudar não é preci-
so mudar nossa essência, nossos
valores e princípios. Não precisa-
mos deixar de ser nós mesmos
para sermos mais”, disse.
Já Glória Kalil falou sobre
“Estilo: Moda e Comportamento”.
Segundo ela, moda nada mais
é do que comportamento e
expressão de identidade de um
indivíduo. “Através da roupa que
usamos mostramos ao mundo
quem somos e como queremos
ser identificados. No ambiente de
trabalho temos que nos vestir mais
moderadamente já que estamos
representando ali a identidade da
empresa, que não quer ser apre-
sentada com extravagância nem
vulgaridade”, afirmou (VEJA BOX).
Mulheres Notáveis
Durante o Salto em Negócios,
foi realizada a entrega do Troféu
Maria Elvira Salles Ferreira. Neste
ano, foi montado um júri espe-
cial, com 11 membros, para esco-
lher as mulheres mineiras que se
destacaram em 12 segmentos.
São elas: Maria Lúcia Valadão
(ação social); Maria Celeste Morais
Guimarães (administração públi-
ca); Ângela Gutierrez (arte e cul-
tura), Auzônia Rosa Vieira (comér-
cio), Noemi Macedo Gontijo (edu-
cação); Suraya Kalil Lebbos (lide-
rança classista); Roberta Zampetti
(imprensa); Rosalina Cardoso
Vilela (indústria); Marli Ribeiro
Gomes Pereira (meio ambien-
te); Maria Aparecida Pantaleão
(saúde), Catharina Assis Mattos
(serviços) e Diná Ferreira da Costa
(turismo).
O Salto em Negócios tam-
bém homenageou a presi-
dente da Câmara Municipal de
Belo Horizonte, vereadora Luzia
Ferreira, com o troféu “Mulher
Notável de Minas”. O nome da
vereadora foi indicado pela dire-
toria do Conselho da Mulher
Empreendedora e aprovado por
unanimidade pelos jurados. Ao
final da premiação, o público
pode conferir o desfile de jóias
da designer Fátima Cavalieri, que
desenvolveu uma coleção inspira-
das nas mulheres empreendedo-
ras. “São jóias que demonstram
que mesmo a mulher de negócios
pode demonstrar sua elegância,
sua feminilidade, sem ostenta-
ção”, informou a designer.
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O Troféu Maria Elvira Salles Ferreira destacou mulheres mineiras em diversos segmentos, além da “Mulher Notável de Minas” vereadora Luzia Ferreira, presidente da Câmara Municipal.
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Jornalista, escritora, empresá-
ria e consultora de moda, Gloria
Kalil é uma mulher que está na
moda. E moda, segundo ela, é um
conceito que evoluiu. Ligada funda-
mentalmente a comportamento, é
hoje expressão de identidade, uma
oportunidade das pessoas se apre-
sentarem pela roupa. Até os anos
50, a moda era uma expressão de
classe e estar na moda era algo rígi-
do e ditatorial. Na década de 60, ela
dá seu grito de liberdade e passa a
indicar a posição, fosse ela tradicio-
nal, informal ou de contracultura, de
um grupo. “Hoje, a moda expressa
o indivíduo, a personalidade e não
a posição social ou política”, define
Glória, que foi diretora de confec-
ções como a Fiorucci e, desde a
década de 90, dedica-se à consul-
toria de estilo e negócios ligados ao
mundo fashion.
No mundo empresarial, mos-
trar-se pela roupa, porém, é coisa a
ser feita com cuidado. Afinal, todo
mundo estranha um médico de
bermudas ou um advogado com
roupa de couro e correntes. Este,
aliás, nem entra em um fórum.
“Você representa a identidade da
empresa e é ela que manda. Mas
é raro que alguém seja diferen-
te da empresa em que trabalha”,
explica Glória. Algumas empresas
são mais informais e permitem, por
exemplo, o uso do jeans. “Mas este
jeans tem que ser mais formal. O
rasgado é para a balada. É como
a saia: se for no chão, é para sair,
não para trabalhar”, exemplifica. E
se alguém pensou em conforto,
para Glória não existe coisa mais
confortável do que estar adequado
ao ambiente.
O conceito de sustentabi-
lidade, ainda que timidamente,
está ganhando terreno no mundo
fashion, diz a consultora. “Ela é
cada vez mais uma exigência de
consumo mas na moda, até agora,
ainda é uma questão de matéria
prima e atitudes como não poluir a
água. Mas como sustentabilidade
é uma questão de sobrevivência,
também o será para o mundo dos
negócios”,
Autora dos livros Chic, Chic
Homem, Alô Chics e Chic[érrimo],
Glória acredita que ser chique é,
antes de tudo, equilibrar forma e
conteúdo. “Ter estilo implica em
escolhas, seja dos livros que você
lê, dos filmes ou dos amigos e de
como você se relaciona e olha para
o outro. Narcisismo, infelizmente,
ainda não está fora de moda. Mas
depois de olhar para o próprio
umbigo, está na hora de olhar para
cima, para a cidade em que mora,
para o meio ambiente e para as
pessoas”, afirma a consultora de
moda.
Glória acredita que, quando
se reúnem, os empresários se
sentem menos sozinhos e esta-
ria aí o sentido das associações
como o Conselho da Mulher
Empreendedora e de even-
tos como o Salto em Negócios.
“Todos têm dúvidas, sejam elas
sobre questões contábeis, de
organização, de tendências. É
importante que os empresários se
juntem, para trocar informações
e idéias, além de oferecer novos
serviços”, finaliza. (Bianca Alves)
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Equilibrandoforma e conteúdoPara a consultora de moda, Glória Kalil, ser chique é antes de tudo uma questão de personalidade
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Conta-se que Cristóvão Colombo, depois de regressar da viagem em que descobrira a América, encontrava-se em casa de um dos grandes de Espanha, à mesa com ilustres convidados, em animada conversa sobre as novas terras.
O genovês era alvo de atenção e interesse. As histórias fantásticas em torno do oceano desconhecido povoavam a imaginação popular. Com as grandes navegações, todavia, o fantástico cedera lugar ao desejo de informar-se sobre as inimagináveis terras de além-mar. Eles, os convivas, tinham diante de si o homem que poderia saciar a curiosidade e relatar fatos de uma viagem impressionante. Todos, pois, gravitavam em torno de Colombo. Uns, por mera curiosidade;
outros sabiam que, graças à audácia de navegadores de espírito corajoso e destemido, como Cristóvão Colombo, os limites do mundo foram alar-gados, um novo mapa tinha sido traçado, e era possível pensar em ir cada vez mais longe. O grande mar desconhecido deixara de ser o temor e a angústia dos que concebiam o oceano como uma grande massa de água que terminava - abruptamente - nas tenebrosas regiões de um mundo plano.
Reunidos ao redor da mesa, entre um copo e outro de vinho, a natural curiosidade dos ali presentes levou-os a pedir a Colombo que falasse sobre as longas noites e os longos dias em alto mar. A proeza, embora alguns procurassem desmerecê-la, era objeto de conversação, discussão e deba-te. Afinal, a Espanha, pelas mãos de Colombo, um homem empreendedor e ambicioso, chegara a uma terra que os europeus nem suspeitavam que existisse.Em meio, pois, à efervescente conversa, alguém, movido por sentimentos escusos, levantou-se e disse: - A descoberta não oferecia nenhuma difi-
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Col
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Matur ContabilidadeMário Mateus
culdade. Muitos aqui concordam comigo. Qualquer um de nós pode-ria ter feito essa viagem. Bastaria apenas ter pensado nisso.
Dizem que Colombo, levantando-se da mesa, calmamente dirigiu-se aos convivas: - Senhores, um momento, por favor. Quem, dentre vós, senhores, quem seria capaz de pôr este ovo de pé sobre uma de suas extremidades?
Muitos experimentaram fazê-lo, inu-tilmente. Entreolhavam-se e ten-tavam adivinhar o que pretendia o genovês. Colombo, então, toma do ovo e, batendo uma de suas extre-midades ligeiramente num prato, conseguiu pô-lo em equilíbrio.
Disseram então os opositores: - Não era difícil
Retorquiu o navegador, ironicamen-te:- Claro, senhores. Claro. Sem dúvi-da, não era difícil. Bastaria apenas ter pensado nisso...
O ter pensado nisso equipara-se a uma boa idéia, e uma boa idéia - a que gera soluções - vale muito mais do que se pode imaginar, pois pen-sar equivale a conceber, a arquitetar planos e projetos - e os planos e projetos são as sementes primeiras de toda realização.
Concretizado um sonho de empre-endedorismo, o ter pensado nisso é
IDÉIAS QUEGERAM SOLUÇÕES
“Por que não me ocorreu essa idéia antes? Parece-me simples. Por que, pois, não me ocorreu pensar nisso antes? “ Bastaria ter pensado nisso. Mas ninguém pensou.
“ ”Todo projeto tem por antecedente uma idéia. Primeiro, concebe-se; depois, realiza-se.
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SUPERE 15SUPERE 15
Mário Mateus
Sócio da MATUR
Organização
Contábil, Diretor
da ACMinas,
Conselheiro do
Conselho Federal
de Contabilidade,
Contabilista,
Advogado,
pós-graduado em
Ciências Contábeis
e membro do Forum
de Líderes da
Gazeta Mercantil.
que deixa as pessoas a se indaga-rem: “Por que não me ocorreu essa idéia antes? Parece-me simples. Por que, pois, não me ocorreu pensar nisso antes?” Bastaria ter pensado nisso. Mas ninguém pen-sou. O pensar, a intenção de rea-lizar, contida na idéia, só a têm os dotados de talento para acalentar o novo e ousar o novo.
Todo projeto tem por antecedente uma idéia. Primeiro, concebe-se; depois, realiza-se. Entre o conceber e o realizar há uma longa estra-da, um longo caminho a percorrer, que exige de quem empreende muita habilidade e larga soma de conhecimento para negociar com o mercado e ganhar projeção, sem perder o foco, lutando para respon-der aos desafios e fazer a diferença competitiva.
Quando se concebe, quando se pensa, tem-se a visão - a idéia - do que se quer, mas é necessário, na prática, no aplicar o que se pensa, é necessário testar a utilidade e a versatili-
dade de nossa maneira de ver o mundo e os acontecimentos. Isso gera tensão e ansiedade, mas é exatamente aqui, entre o sonho e a realidade, é exatamente aqui que temos de exercitar a criativida-de. Como diria Diana Chapman Walsh, em seu artigo Cultivando recursos interiores para a liderança: “Bom saber que a criatividade humana se ergue justamente nesta lacuna entre a visão e a realidade, na inquietante, mas animadora, tensão estrutural que sofremos entre o que somos e o que aspiramos a ser.”
O exercício dessa criatividade pressupõe a capacidade de resistir às pressões. Ninguém avança se não souber lidar com as ten-sões, desenvolvendo-se na arte de administrar o próprio negócio e a si mesmo, isto é, desenvolvendo-se na arte de pensar, para que possamos liberar o potencial de nossas idéias. E para que se pense corretamente, imprescindível a reunião de dados e informa-ções que nos permitam formular conceitos e traçar estratégias.
Da reflexão é que vêm as idéias. E são “as idéias que criam, que nutrem almas e orientam povos”, como diz o poeta Raul de Leôni (1895-1926). São as idéias, continua Leôni, “que dão nomes aos séculos, glória aos homens, força à Vida”. São elas, as idéias, “a nossa energia e a nossa fé”. Idéias que deixem “profundíssimas raízes em nosso espírito” fazem a diferença, a grande diferença. Idéias assim, audazes e bem-estruturadas, motivam a conhecida frase - “Por que não pensei nisso antes?”
Diante de uma pergunta dessa natureza, poderíamos - bem-humo-radamente - lembrar as lendárias palavras de Colombo: - Claro, senhores. Claro. Sem dúvida, não era difícil. Bastaria apenas ter pensado nisso...
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Apesar de uma crise anunciada com alardes e
que já mostra sinais de cansaço, o cenário global
da indústria automotiva continua atraindo inves-
timentos e incentivos governamentais. As razões
são várias, entre elas a importância estratégica e
as amplas possibilidades de negócios que o setor
proporciona, e também o fascínio que o automóvel
exerce no imaginário coletivo da população.
Este grande potencial produtivo precisa, cada
vez mais, de visibilidade. É preciso mostrar o que
acontece no setor automotivo nacional. E é este
o espírito da Bienal do Automóvel 2009 – o maior
evento mineiro do gênero e um dos principais do
país. A segunda edição da Bienal acontece entre
9 e 13 de dezembro, no Expominas, em Belo
Horizonte.
Ali, um espaço de 250 mil metros quadrados
abrigará várias atrações para o público: exposição
de automóveis e motos nacionais e importadas;
novidades dos setores de acessórios e serviços
automotivos; mostra de colecionadores; espaço
tunning, rally, Veteran Car e praça hot; esportes
automotivos; praça de alimentação e bares temá-
ticos e uma novidade – a Exposição do Instituto
Ayrton Senna.
Segundo o coordenador geral da Bienal, Arthur
Lopes Filho, a estimativa de público no evento é
de 150 mil visitantes de todo o país, durante os
cinco dias de funcionamento. Ou seja, cinquenta
por cento superior ao público que compareceu na
primeira edição da Bienal.
LANÇAMENTO O lançamento oficial da II Bienal do Automóvel
aconteceu no dia primeiro de setembro, em um
dos espaços mais importantes e significativos da
capital mineira – o Automóvel Clube.
Mais de 400 pessoas prestigiaram o evento
que contou com a presença do Secretário de
Desenvolvimento de Minas Gerais, Sérgio Barroso,
representando o governador Aécio Neves; da pre-
sidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte,
vereadora Luzia Ferreira; do presidente da ACMinas,
Charles Lotfi; do presidente da Belotur, Júlio Pires;
do presidente do Sebrae – MG, Ronaldo Simões;
do vereador Léo Burguês de Castro, além de
empresários de diversos setores e jornalistas de
vários veículos.
A viabilização da II Bienal do Automóvel só
foi possível pela parceria estabelecida pelos
empreendedores com a Associação Comercial
de Minas - ACMinas. Vale também desta-
car os apoios de primeira hora do Sebrae
– MG, da Belotur e das Secretarias Estaduais
de Desenvolvimento Econômico e do Turismo.
Segundo Wilson Navarro, diretor comercial da
Entreposto - empresa realizadora do evento –
praticamente todos os espaços disponíveis já
foram comercializados ainda na primeira quinze-
na de outubro, fato que mostra o grande poten-
cial de sucesso da Bienal.
Agora é aguardar e conferir o que diz o
slogan do evento – “Emoção sobre rodas”. A II
Bienal do Automóvel já está nas ruas e promete
fazer um grande espetáculo para o público minei-
ro e nacional, especialmente a grande maioria de
apaixonados por carros .
I BIENAL - 2007 Na festa de encerramento da I Bienal do
Automóvel, em 2007, um antigo funcionário do
Expominas confidenciou para a comissão orga-
nizadora que “ nunca a primeira edição de um
evento levou tanta gente ao local”. Foram mais
de cem mil visitantes em quatro dias de ativi-
dades, o que gerou mais de R$ 60 milhões em
negócios e 1.400 empregos diretos e indiretos.
Participaram 12 montadoras nacionais e
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Evento mineiro mostra potencial da indústria automotiva nacional. Público estimado em 150 mil pessoas verá grandes atrações
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internacionais, representadas por
suas redes de concessionárias;
todos os fabricantes de pneus
do país, representados por suas
revendedoras; fornecedores de
autopeças, acessórios, serviços
de manutenção, sonorização e
personalização de veículos, além
de uma mostra especial de car-
ros antigos e motos. Também
marcaram presença instituições
governamentais e financeiras.
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“A Bienal do Automóvel é um grande sucesso. O empresariado mineiro está de parabéns por ter acreditado no evento e o grande público pela participação. Minas está de parabéns.”José Alencar Gomes da Silva, vice-
presidente da República – 07/12/2007.
Confira alguns depoimentos de autoridades sobre a I Bienal:
“A Bienal do Automóvel já faz parte do Calendário de even-tos do estado de Minas Gerais, é o primeiro grande evento auto-motivo de Minas e esta é uma largada em grande estilo. Não faltará da parte do governa-dor todo o incentivo e parceria para consolidar o evento como um dos mais importantes do Estado.”Aécio Neves, governador de Minas
Gerais – 06/12/2007
“Belo Horizonte está de parabéns por sediar um even-to deste porte, reforçando sua posição de destaque no setor automotivo e consolidando sua vocação para o turismo de negócios. Com a Bienal, Belo Horizonte ganha com a geração de empregos, fluxo de turistas e visibilidade.”Márcio Lacerda, prefeito de Belo
Horizonte – 06/12/2007.
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Algo em torno de 87 milhões
de unidades por ano é a capa-
cidade mundial avaliada para a
produção de veículos automoto-
res. Em 2009, porém, a previsão
é de declínio na produção: 66
milhões de unidades. Mesmo
em queda, os números da indús-
tria automotiva são grandiosos.
Como também é grandiosa a
cadeia produtiva que alimenta as
montadoras de veículos: siderúr-
gicas, autopeças, combustíveis,
pneus, acessórios, pesquisas,
esportes, serviços, etc. Uma
cadeia produtiva que move de
maneira significativa a economia,
gerando emprego e renda para
dezenas de milhões de traba-
lhadores.
O Brasil tem capacidade ins-
talada para produzir anualmente
4 milhões de veículos automo-
tores. Em 2009, deve produzir
pouco mais de 3 milhões de uni-
dades. Uma queda projetada de
5 % em relação a 2008, segundo
estudo da Associação Nacional
de Veículos Automotores (Anfa-
vea). O estudo mostra também
que, no primeiro semestre de
2009, só a China aumentou
a produção (15,2%), entre os
grandes produtores mundiais. O
Brasil registrou a menor queda
– 13,6% e se mantém em sexto
lugar no ranking internacional.
Este resultado brasileiro,
segundo especialistas do setor,
deve atrair investimentos exter-
nos, especialmente da China,
em função da potencialidade do
mercado interno. As montadoras
chinesas, inclusive, já se movi-
mentam pelo país em busca
de oportunidades de negócios,
tanto no que diz respeito a
exportações, como na possibi-
lidade de instalar plantas indus-
triais no Brasil.
O LOCAL DA BIENALO Expominas, com seus três
pavilhões contínuos, modernos e
funcionais, reúne uma completa
infraestrutura de equipamentos
e serviços, arena para eventos,
auditório, salões multiuso, cen-
tro de informações e comunica-
ções, sala de imprensa, praça de
alimentação, banheiros amplos,
estacionamento para mais de
2.300 veículos, entre outras faci-
lidades.
A proteção acústica é garan-
tida por moderna tecnologia, além
de ser um dos poucos espaços de
grande porte do país a ter ar con-
dicionado em todos os ambientes.
Um outro diferencial importante
é ser pioneiro na América Latina,
como centro de eventos interliga-
do a uma estação de metrô. Em
apenas seis minutos, o visitante
pode se deslocar do Expominas
ao centro de Belo Horizonte com
conforto e segurança.
Já o Parque da Gameleira
possui uma excelente área
com características distintas do
Expominas, porém complementa-
res. Trata-se de um espaço ideal,
pela sua estrutura e diversidade,
para práticas esportivas que envol-
vam veículos. •
Indústria que move a economia
Quem subiu, quemcaiu, quem manteve
Dados do primeiro semestremostram que Brasi l manteve a
sexta posição em produção
Fonte: Anfavea
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De um ladoa classe empresarial.De outro, as centrais sindicais.No meio, o destino dos trabalhadores e seus empregos em um momento de recuperação econômica
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De um lado a classe empre-sarial brasileira e de outro as cen-trais sindicais. No meio, políticos que estão se preparando para mais uma campanha eleitoral, em 2010, e, principalmente, o destino dos trabalhadores, em um momento de recuperação econômica, pós-crise financeira mundial. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95, que pretende reduzir a jornada de tra-
balho de 44 para 40 horas sema-nais e aumenta de 50% para 75% o adicional da hora extra e que deve ir a votação ainda neste ano, é uma daquelas iniciativas que, apesar de números, estatísticas e comparações com as experi-ências bem-sucedidas de países desenvolvi-dos - sem-pre eles – pode não gerar os bons resultados prome-tidos.
De acordo com o vice-presi-dente da Associação Comercial de Minas (ACMinas), da Companhia Fiação Tecidos Cedro Cachoeira
e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz, a redução da jornada de trabalho, especial-mente neste momento em que o país necessita incrementar a sua competitividade para voltar a cres-cer e fazer frente aos seus reais concorrentes, os países emergen-tes, e não os europeus, como ainda se pensa erroneamente - configura-se como um verda-
deiro absurdo. “Como presidente da ABit, estive na Câmara dos Deputados para expressar a indig-nação da classe empresarial com essa medida que não pode afetar as empresas de forma linear, visto que cada setor econômico tem
uma realidade”, afirma. Para o dirigente, a saída
para esse impasse não está no Congresso Nacional, mas na negociação entre patrões e empregados, caso a caso.
“Durante a crise, os sindicatos e as empresas exercitaram muito a negociação. Acredito que capital e trabalho devem andar juntos. Entretanto, a melhoria da condi-ção de vida da classe trabalha-dora passa de forma direta por uma empresa forte e competitiva. Por isso, a palavra chave, neste momento, é negociar com a cabe-ça fria”, enfatiza.
Considerando que no Brasil um trabalhador custa cerca de 103% a mais que o salário recebi-do no quinto dia útil do mês e que a redução da jornada vai implicar na queda da produção – com elevação do custo com a mão de obra – o que pode vir a acontecer na prática, sobretudo nas peque-nas empresas, é o enxugamento da folha de pessoal. Para que uma empresa abra novos postos de trabalho, destacou Diniz, é preciso que ela cresça e faça investimen-tos para ampliar a sua capacidade produtiva, o que demandará mais pessoas.
O presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Osmani Teixeira de Abreu, destaca que o aumento de custos com mão de obra é substancial. “A medida representa 10% de incremento no custo do salário pago. A hora extraordinária também será elevada. As empre-
sas vão ter jornada e p r o d u ç ã o r e d u z i d a s com custo elevado”, afir-mou. Além da
folha de pessoal, há outras contas fixas – aluguel, água, luz, telefone – que não podem ser esquecidas.
Essa medida deve gerar perda de participação no mer-cado. “Os nossos concorrentes
A melhoria da condição de vidada classe trabalhadora passa deforma direta por uma empresa
forte e competitiva
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não estão na loja ao lado, mas mundo afora. A perda de mercado vai gerar redução de postos de trabalho”, pontua. O maior receio
da classe empresarial, segundo Abreu, é que esse tipo de causa pode ter reaparecido na pauta meramente por motivos eleito-rais e que os políticos que estão apoiando a PEC 231/1995 nem saibam ao certo os impactos que ela vai gerar para a economia bra-sileira, de fato.
Em 1988, a jornada de tra-balho brasileira foi reduzida de 48 para 44 horas e um dos resul-tados dessa medida, de acordo com o dirigente, é que a informa-
lidade que era de 42%, hoje está na casa dos 60%. “Os pequenos empresários não têm “fôlego” para assimilar mais este custo”, lembra Abreu. Se na teoria, os números soam atraentes, na prática, o país corre o risco de perder a chance
de atingir o nível de desenvolvi-mento necessário.
Na outra ponta está o movi-mento sindical, que tem nessa
proposta de emenda constitucio-nal uma reivindicação histórica. De acordo com o presidente da Força Sindical em Minas Gerais, Rogério Fernandes, no próximo dia 12 de novembro, as principais centrais vão organizar marcha a Brasília para pressionar o Congresso Nacional a votar a alteração. “Essa medida deve gerar 2,2 milhões de empregos diretos, dos quais 180 mil para Minas Gerais, principal-mente para os jovens que estão na idade de ingressar no mercado
de trabalho”, aponta.De acordo com o sindicalista,
nos últimos 20 anos – quando se deu a última redução da jornada de trabalho -, o avanço tecnológi-co reduziu muitos postos de traba-lho, substituídos pela automação.
O setor bancário é um exemplo claro desse movimento. “Quando as empresas geram mais empre-gos, elas irrigam a economia e
realimentam a cadeia produtiva, o que aquece o mercado consu-midor, através do crescimento da massa salarial”, observa.
A elevação do custo da hora extra deve eliminar problemas como o “banco de horas”. O resul-tado pode ser definido em aumen-to de produtividade. “O impacto na folha será de 1,9%”, afirma.
O Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Minas Gerais, filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) também defende a PEC. “A redução das horas extras vai demandar a aber-tura de novos postos de trabalho. No caso específico do setor, essa medida será eficiente para reduzir o nível altíssimo de terceirização praticado pelas empresas e a precarização das condições de trabalho. A regulamentação das profissões, como é o caso do operador de telemarketing, tam-bém é muito esperada”, argu-menta o presidente da entidade, Fernando Cançado.
Quando as empresas geram mais empregos, elas irrigam a economia e realimentam a cadeia
produtiva, o que aquece o mercado consumidor, através do crescimento da massa salarial
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A mobilização contra a apro-vação de projetos para recriar o imposto do cheque, sob a deno-minação de Contribuição Social para a Saúde (CSS), e reduzir a jornada de trabalho no Brasil ganhou mais força. Em Café Parlamentar realizado na ACMinas no último dia 27 de outubro, os deputados federais Rafael Guerra (PSDB-MG) e Bilac Pinto (PR-MG) reafirmaram o compromisso de não votarem a favor dos textos, caso eles cheguem ao plenário da Câmara. A postura dos depu-tados reforça a preocupação da ACMinas de que os dois proje-tos trarão impactos negativos ao desenvolvimento econômico e ao crescimento do setor produtivo brasileiro.
Assim como os empresários, o deputado Rafael Guerra tam-bém acredita ser desnecessária a criação da CSS. “Não estou dizendo que a saúde não neces-sita de recursos, pelo contrário. O que não podemos aceitar é o fato de o governo sempre usar politi-camente a saúde como desculpa para aumentar a sua arrecada-ção”, argumentou. Guerra afirma que os recursos da união são suficientes para arcar com altos custos da máquina pública, finan-ciar programas assistencialistas e promover renúncias fiscais, mas quando se trata de investimen-tos na saúde, os recursos são escassos e a alternativa é sempre financiá-los por meio da criação de contribuições compulsórias.
Jornada de Trabalho Apesar de pertencer à base
aliada do governo, o deputado Bilac Pinto afirmou que, não só ele, mas todo o seu partido já se manifestou contra a aprovação da jornada de trabalho de 40 horas semanais, acompanhada do aumento das horas extras. Segundo ele, a defesa do tempo livre do trabalhador para o des-canso e lazer é louvável, mas que no atual cenário econômico, este não é o momento de se discutir tal medida.
“É um tema delicado, mas já
nos posicionamos contra. Mesmo os sindicalistas tendo grande representatividade no congresso, os argumentos para esta redução ainda não convenceram. O que se sabe é que, neste momen-to, haverá redução da competi-tividade e do emprego, além do aumento dos custos, onerando o consumidor”, explicou Bilac Pinto.
Deputados federais debatem CSS e jornada de trabalho na ACMinas
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Vice-Presidente da CemigArlindo Porto
É impossível pensar que uma empresa possa crescer sem pesquisa e desenvolvimento
Por Bianca AlvesFotos Pablo T. Quezada
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O senhor assumiu a vice-presidência da Cemig em janeiro. O que encontrou? O que é a Cemig hoje?Primeiro eu vou falar como consu-midor. A imagem que todos nós temos da Cemig é de que é uma empresa eficiente, que presta bons serviços, um orgulho para todos
nós mineiros. Assumi na posição de alguém que foi convidado pelo governador, trazendo uma experi-ência de iniciativa privada - a des-peito de uma vida pública de 25
anos, minha base de gestão é a iniciativa privada. E com todos os conhecimentos que eu tinha da Cemig, ela ainda assim me causou muita surpresa. É uma empresa muito organizada, muito estrutu-rada, muito normatizada, que tem uma construção baseada na equi-pe de funcionários. Ela não tem
pessoas de fora: entre cerca de 10.400 funcionários da empresa, pouco mais de 20 pessoas não são da casa. Entre os oito direto-res, quatro são da casa, quatro são
de fora. É uma linha corporativista, mas de eficiência, de continuida-de de ação. O presidente Djalma Morais está há dez anos e meio no cargo, o que proporciona a per-manência de uma estratégia que, montada, é implementada. E, para todos os funcionários, a empresa é um orgulho, como é um orgulho para nós mineiros.
A Cemig tem sido chamada de Petrobras mineira. O que existe em comum entre as duas empresas?As duas empresas atuam no setor de energia e esse segmento define a vida das pessoas. São duas empresas estatais de sucesso, que mostram bons resultados nas bol-sas nacionais e internacionais, que crescem a cada ano, que inves-tem em qualidade, em pessoal e procuram crescer pesquisando, explorando atividades. Ou seja, há
A Cemig é hoje considerada líder mundial em sus-tentabilidade, tendo sido selecionada, pela 10ª vez consecutiva, para compor o Dow Jones Sustainability World Index (DJSI World) e, pelo 4º ano consecutivo, para compor o grupo de empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo (ISE/Bovespa). Sustentabilidade é uma das áreas pela qual responde a vice-presidência da Cemig, ocupada, desde janeiro, pelo ex-vice-gover-nador e ex-senador Arlindo Porto. Natural de Patos de Minas (MG), ele é administrador de empresas, formado pela Universidade Federal de Uberlândia, onde também se graduou em Ciências Contábeis. Porto foi também prefeito de sua cidade natal, Secretário de Estado do Trabalho e Ação Social e Ministro da Agricultura e Abastecimento, durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso.
Nesta entrevista à Supere, Porto diz que, mesmo conhecendo muito
bem a Cemig, ao assumir a vice-presidência se surpreendeu com a
organização e a estrutura da empresa. “A Cemig é um orgulho para nós,
mineiros’, sustenta.
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Ela não tem pessoas de fora. Entre cerca de 10.400
funcionários da empresa, pouco mais de 20 de pessoas não são
da casa
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uma grande semelhança entre as duas.
Sustentabilidade e tecnologia são áreas de sua vice-presi-dência. São áreas de ponta. O que elas representam para a Cemig?É impossível pensar que uma empresa possa cres-cer sem pesquisa e desen-volvimento. A necessidade de modernização é gran-de em um mundo muito
ágil. Nós temos uma área de pesquisa dentro da própria Cemig, mas temos também convênios com outras empresas, universidades, cientistas e pesquisadores que exe-
cutam projetos para nós. A Cemig deve investir nos próximos dois anos algo em torno de 200 milhões de reais em pesquisa e desenvolvimento. Eu des-tacaria um projeto, que está mais adiantado, que é o do veículo elétrico, desenvolvido por um con-sórcio coordenado pela Itaipu Binacional, com a presença da Fiat e a Cemig está investindo fortemen-te, porque entendemos que este é o combustível
do futuro, já que a cada dia que passa, aumenta a necessidade de reduzir a poluição. Temos também o projeto do VAT (Veículo aéreo não tripulável), um grande aeromodelo, com
equipamento de contro-le remoto com GPS, que fará a fiscalização das nos-sas redes. Temos tam-bém projetos menores, como os de preservação dos peixes nas nossas usinas e automação de sistemas. A própria Terna, que a Cemig comprou recentemente, em seu sis-tema de monitoração não necessita de ser humano. A Terna é uma compa-nhia italiana de transmis-são de energia. Com sua
aquisição, a Cemig, que já tem 6.700 quilômetros de linhas de transmissão, nossa ou com terceiros, cresce quase 60% nessa área, com mais 3.700 qui-lômetros e passamos a ter
mais de 20% do mercado nacional. Nós temos ainda uma parceria com um grupo chileno e devemos inaugurar até o fim do ano mais uma linha de trans-missão no Chile. Ainda dentro dessa linha de pes-quisa e desenvolvimento, estamos estimulando os nossos funcionários para que eles disponibilizem experiências, mesmo de pequeno porte, para redu-zir riscos de acidentes ou melhorar a eficiência das atividades. Sustentabilidade é outra área afeita à sua vice-presidência. O que a Cemig tem feito nesse aspecto? Você só tem sustenta-bilidade garantindo o tri-pé econômico, ambien-tal e social, algo que a Cemig observa atenta-mente há dez anos. E é por isso que, há dez anos, a Cemig integra a lista do Índice Dow Jones de Sustentabilidade e, esse ano, nós fomos escolhi-dos como líder mundial, a melhor empresa do mun-do no segmento de utilities energia, petróleo e água potável. Isso dá prá nós um atestado que nos traz uma credibilidade enorme perante investidores por causa do aspecto eco-nômico, mas nós temos também a visão ambiental e social. Nós estamos pre-sentes no aspecto da pre-servação e da conscien-tização, não apenas em uma usina, mas no con-
A Cemig deve investir nos próximos dois anos algo em torno de 200 milhões de reais em pesquisa e
desenvolvimento
Cap
a
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texto das comunidades em que atuamos. Nós temos a preocupa-ção de prestar bons serviços aos nossos clientes, hoje 19 milhões de pessoas, seis milhões de contas. O que o empresário pode esperar da Cemig ?O mais importante é a certeza de que a Cemig está preparada para atender à demanda de energia. Em vários outros estados, isso não é possível, já que você não tem nem quantidade e nem qualidade. Além disso, nós temos linhas de atendi-mentos diferenciadas para peque-nos, médios e grandes consumi-dores, além da venda direta de energia. Há linhas também para os empresários que queiram se
associar à Cemig. Se um empre-endedor quiser investir em uma PCH, que é uma pequena hidrelé-trica, nós nos associamos a essa empresa para a geração da ener-gia. Enfim, nós temos um leque muito grande de ações de relacio-namento com o empresário minei-ro ou brasileiro, estamos sempre abertos para isso. Recentemente, nós nos associamos a um grupo
argentino para instalar três usinas eólicas no Ceará, onde foi identifi-cada uma potencialidade maior de vento, que é uma opção de ener-gia limpa, renovável, que está den-tro do perfil da Cemig. Nós não atuamos em energia “suja”.
Como é a relação da Cemig com as entidades ambientais?Primeiro nós procuramos respeitá-
SUPERE27
Nós fomos escolhidoscomo líder mundial,
a melhor empresa do mundono nosso segmento
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SUPERE28
las. Nós entendemos que é impor-tante que a sociedade civil parti-cipe, sugerindo, criticando, mas participe encontrando a solução. As ONGs têm sido grandes cola-boradoras da Cemig no sentido de trabalharmos em conjunto, esti-mulando a comunidade, as popu-lações ribeirinhas, os pescadores e outros que fazem parte do con-texto. Nós temos o interesse eco-nômico, mas também temos a consciência ambiental muito forte. A Usina de Irapé, no Jequitinhonha, é um exemplo desse compromisso ambiental e social. O governador Aécio Neves esteve na Espanha, em agosto, para receber um prê-mio em reconhecimento ao plane-jamento, projeto e gestão de uma usina na região mais carente do Estado. Que foi instalada com uma
grande preocupação com as famí-lias, que foram não apenas reloca-das, como também tiveram apoio financeiro, programas de treina-mento e geração de renda. É uma usina muito importante, porque traz o estímulo e motivação ao consumo de energia em uma região que não tinha consumo. E a Internet, TV a cabo, telefonia, através da rede elétrica, a Cemig estápreparada?Dentro da linha de pesquisa e desenvolvimento, a Aneel permitiu que as empresas de distribuição de energia pudessem utilizar as redes como transporte de dados de comunicação. O que é mais propalado é a Internet. A Cemig já tem uma equi-pe trabalhando neste sen-tido, buscando através da Infovias, empresa nossa que atua na área de transmis-são de dados, as alternativas para prestar esses serviços. Estamos já em fase de tes-tes, mas não é nada de cur-tíssimo prazo. A Cemig está priorizando a comunicação com o cliente, uma linha de mão dupla em que um fala com o outro e o primeiro equipamento que deverá ser eliminado é o relógio nas casas. Nós teremos condi-
ções de saber o quanto cada um está consumindo, que tipo de equi-pamento está consumindo mais do que o normal e comunicar isso ao consumidor. A leitura poderá ser feita diretamente na central da Cemig.
Cap
a
Nós temoso interesse econômico,mas também temos a consciência ambiental
muito forte
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SUPERE29
A Cemig, suas subsidiárias integrais e suas coligadas possuem 58 usinas, sendo 53 hidrelétricas.
Para ampliar o aproveitamento dessa energia, a empresa vem realizando um amplo programa de revitali-
zação de suas usinas hidráulicas, incluindo as usinas de Jaguara, Três Marias, Volta Grande e São Simão.
Está também investindo na implantação de novas usinas, destacando-se os empreendimentos a seguir:
Empreendimentos
Usina de Baguari 140 MW 2º sem/2009
2º sem/2009
1º sem/2012
1º sem/2010
34,0% 140
10
-
4
49,0%
10,0%
49,0%
44 MW
3.150 MW
20 MW
PCHs Dores de Guanhães, Senhora do Porto, Fortuna II e Jacaré
Usina de Santo Antônio
PCH Pipoca
Potência ParticipaçãoCEMIG
Investidoaté 2008
R$milhões
Inícioprevisto
daoperação
Os recursos destinados a projetos
de eficiência energética representaram,
só no ano de 2008, R$ 23,5 milhões e
referem-se ao Programa de Eficiência
Energética - PEE Cemig/Aneel. Eles
proporcionaram redução no consumo
de energia de 56.278 MWh/ano e redu-
ção na demanda de ponta de 12,8 MW.
A energia que foi economizada é capaz
de abastecer aproximadamente 39 mil
residências com consumo médio de
120 kWh/mês.
Um exemplo é o Projeto Conviver,
iniciado em 2006 para orientar os clien-
tes de baixa renda sobre medidas de
eficiência energética, que está volta-
do para as comunidades populares da
região metropolitana de Belo Horizonte
e conta com o trabalho de agentes de
relacionamento comunitário.
Em 2008 foram doados 2.000 refri-
geradores e 2.000 Kits recuperadores
de calor para chuveiro elétrico. Essas
ações proporcionaram economia de
2.156 MWh/ano no consumo e redu-
ção 900 kW na demanda de energia,
com investimentos de R$ 6,7 milhões.
A Cemig realizou toda a logística das
doações - recebimento, custeio, arma-
zenamento, registro fiscal/contábil e
distribuição.
Outro projeto de destaque do PEE
é o “Cemig nas Escolas - Procel”,
programa de educação ambiental uti-
lizado como canal de comunicação
para levar aos professores e alunos
dos ensinos fundamental e médio as
questões de combate ao desperdício
de energia elétrica, proteção ao meio
ambiente e segurança no manuseio
com energia. São disponibilizados gra-
tuitamente os materiais didáticos e
pedagógicos para as escolas contem-
pladas.
Em 2008, todos os levantamentos
e aquisições foram realizados e até
2011, serão capacitados 9 mil pro-
fessores, que treinarão 700 mil alunos
de 1.000 escolas, com investimentos
previstos de R$ 4,5 milhões.
Eficiência e Conservação Energética
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“
SUPERE30
Arti
goMarcelo Ortega
Liderar é a arte de adquirir confiança de um grupo e se tornar responsável por mobilizar, preparar, tomar decisões e obter resul-tados. Sem desenvolvimento constante, as equipes ficam estag-nadas, paradas e perdem o brilho, a motivação e o ritmo certo para o trabalho render mais. Não existe o certo e o errado, sempre digo que o principal é o resultado. Se ele é positivo, o aproximará de seus objetivos e quando contrário, o afasta. Você precisa deci-dir enquanto líder de sua vida, de sua empresa, de suas ações, como se superar, a cada dia, a cada hora. É o que o mundo dos negócios nos demanda: superação e crescimento constante.
Você conhece alguma empresa que planeja diminuir suas vendas no ano seguinte? Você já ouviu falar de alguém que preten-de reduzir seu salário por que está ganhando demais?
Se queremos sempre mais, temos que fazer sempre mais. Líderes devem refletir sobre onde estão os limites da sobrecarga de trabalho que demanda o crescimento, no entanto, o pensa-mento limitante não pode ser aceito, derivado de comodismo e falta de atitude. No mundo empresarial, ainda se vê fatos como o de 20% de uma equipe fazer 80% do resultado (lei 80/20), e ainda, muita gente pensa e age mediocremente, dizendo não ser pago para fazer mais por sua empresa. É extremamente necessário ter prazer pelo que se faz, ou que se faça aquilo que nos dá prazer, pois sem isso, o trabalho faz jus a origem da palavra:
A palavra “trabalho” tem sua origem no vocábulo latino
LidereLiderança | Desenvolvimento | Resultados
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“TRIPALIU” - denominação de um instru-mento de tortura formado por três (tri) paus (paliu). Desse modo, originalmente, “traba-lhar” significa ser torturado no tripaliu.
O título deste artigo é a denominação em acróstico (palavra que forma uma sigla abreviando outras palavras), LI.DE.RE. – que como já devem ter percebido no início, refere-se àquilo que eu considero primor-dial para obter sucesso com inteligência: Liderança, Desenvolvimento e Resultados.
Sucesso em Vendas e Inteligência em Vendas são meus livros e minha história como profundo interessado no cresci-mento das empresas, das pessoas. Como vendedor, sempre fui obstinado na busca do resultado, como todos os que vivem a pressão de vencer a briga diária dos nãos, do atingir metas, de defender sua sobrevi-vência e crescer. Acordar desempregado todo dia não é fácil, mas é assim que um vendedor se sente. Não temos sonhos, mas metas e isso determina que vencer um determinado momento, não basta. A meta do mês passado não pode servir de alento para o mês seguinte. Quando vivemos de vender. aprendemos que tudo é importante, cada detalhe, cada oportu-nidade. Na vida é assim também, espe-cialmente quando assumimos o desa-fio de liderar outras pessoas. Durante 16 anos, treinando e liderando equipes comerciais, posso concluir que o mais importante, o segredo do sucesso está nos 3 R’s que citei no último livro: Regras, Reconhecimento e Resultado.
Acordar desempregado todo dia não é fácil, mas é assim que
um vendedor se sente. Não temos sonhos, mas metas e
isso determina que vencer um determinado momento, não basta
“
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Eles têm tudo a ver com o conceito LI.DE.RE: Liderar sem regras não é liderar, é fingir que o faz. Um líder define prazos, cria metas com a equipe e a ajuda a atingi-las. Mas todos sabem que existe um tempo para isso e riscos, afinal a empresa depende disso. Desenvolver sem reconhecer não dá o significado que todo ser humano precisa: ter causas para repetir, como por exemplo, ao elogiar alguém em público, estamos praticando uma das mais valiosas ferramentas de liderança, pois o elogiado sente-se na obrigação de repetir aquilo que fez, que tem valor para ele. Quando treinamos alguém e não monitoramos e reconhecemos avanços, estamos dizendo que o treinamento não teve tanto valor.
Por fim, Resultado é o que vale. Não adianta ser competente, se não tem resultados e tem muita gente que vive da média, de ser mediano, e ainda, líderes que nada fazem para mudar isso. Médio me lembra medíocre e faz com que se perpetue na empresa a lei de dar desculpas, de explicar, de culpar os outros e de fazer só o que é pago para fazer. Mudança como liderança, é o que realmen-te faz de você e de sua equipe, um sucesso.Sincero e forte abraço.
Marcelo Ortega
Palestrante
Internacional, especia-
lista em desenvolver
equipes comerciais.
Autor do best- seller
Sucesso em Vendas –
Ed. Saraiva – 2006/08
( base de seu treina-
mento de vendedores)
e Inteligência em
Vendas- ED Saraiva,
que acaba de lançar
– set. 2009 – (base
do programa LIDERE
– desenvolvimento de
liderança inteligente)
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SUPERE32
A crise financeira mundial,
que completou em setembro o
seu primeiro aniversário, ainda
não foi vencida pela economia
mineira, apesar do intenso movi-
mento de recuperação deflagra-
do por empresas dos mais diver-
sos segmentos, com direito a
anúncios de investimentos, rea-
tivação de fornos, minas e par-
ques industriais e contratação
de mão de obra, para reverter
as perdas registradas sobretudo
entre outubro de 2008 e março
de 2009.
Depois de registrar 8,3%
de crescimento em 2008, bem
acima da média nacional de
Minas vencea crise
Econ
omia
Uma economia com forte dependência do mercado externo tem características próprias – e desafios maiores – para voltar a crescer.
Luciana Sampaio
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5,92%, Minas Gerais está rever-
tendo, lentamente, os prejuízos
e perdas do período. Por ter
na exportação de comodities a
sua principal base econômica,
o Estado sentiu a retração do
mercado externo e também a
variação do câmbio do dólar.
Segundo dados do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (Mdic), o volu-
me de minério de ferro expor-
tado por Minas entre janeiro e
agosto deste ano – embarque
total de 90,264 milhões de tone-
ladas - foi 13,1% menor que no
mesmo período do ano anterior.
Mesmo assim, empresas do
setor de mineração já estão em
franco período de recuperação.
A Vale S/A, por exemplo, reto-
mou as atividades em todas as
minas do Estado desde agosto,
mesmo com produção menor
de minério de ferro. Em algumas
delas, como Cauê e Conceição,
localizadas em Itabira, as opera-
ções já retornaram para quatro
turnos.
A Vale também vai anun-
ciar, em breve, investimentos da
ordem de R$ 6,2 bilhões no
Estado, para expansão de lavras
em atividade e implantação do
projeto Apolo, antigo Maquiné-
Baú, localizado entre os municí-
pios de Santa Bárbara e Caeté,
na região Central, mediante assi-
natura de um protocolo de inten-
ções com o governo do Estado.
Na mesma linha, a
ArcelorMittal Brasil S/A estaria
se preparando para aumentar o
ritmo das obras de duplicação
da usina de João Monlevade,
no Vale do Aço, o que resultaria
em R$ 1,2 bilhão em investi-
mentos para o município. Entre
os motivos para o incremento
na produção da ArcelorMittal,
está a demanda por parte da
construção civil. Além disso,
a companhia também fornece
insumos para a indústria auto-
motiva e para fabricantes da
linha branca (fogão, geladeira,
SUPERE33
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TOLI
A.C
OM
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SUPERE34
Econ
omia
máquina de lavar e tanquinho),
que foram beneficiados pela
redução e isenção do Imposto
sobre Produtos Industrializados
(IPI) neste ano.
De acordo com o presi-
dente do Conselho de Políticas
Econômicas da Fiemg, Lincoln
Gonçalves Fernandes, os seg-
mentos econômicos que
dependem do mercado exter-
no – máquinas e equipamentos,
celulose, metalurgia e extração
mineral – ainda têm um longo
caminho para retomarem o nível
de incremento registrado até
setembro de 2008. Já aqueles
que têm como foco o mercado
interno – cimento, alimentos, veí-
culos automotores e vestuário
– tiveram um comportamento
melhor neste ano, com avan-
ços consideráveis para reverter
a perda inicial. “Antes da crise,
a indústria mineira operava com
85,25% da sua capacidade ins-
talada. Hoje, está com 81,8%,
4,5% abaixo do índice anterior”,
pontua.
A recuperação lenta, segun-
do o dirigente, deve-se à natu-
reza dos investimentos realiza-
dos pelas empresas. “No caso
da mineração, por exemplo,
são projetos de longo prazo,
para resultados de longo prazo
também”, destaca. Apesar de
otimista, ele prefere a cautela
na previsão, ao apostar que a
indústria mineira vai alcançar o
patamar anterior à crise ape-
nas no último trimestre de 2010.
O preço das comodities está
subindo, entretanto, o câmbio
do dólar em queda não está
colaborando positivamente para
a retomada.
De acordo com o professor
do Ibmec Minas, Márcio Antônio
Salvato, o comportamento da
economia mineira é absoluta-
mente distinto, pela forte depen-
dência da demanda externa. “A
retração foi maior no Estado e o
retorno será mais difícil porque a
elevação do preço das comodi-
ties não está sendo acompanha-
da, ainda, por novos pedidos”,
afirma.
Sem poder contar com o
mercado externo, os produto-
res de ferro-gusa estão dire-
cionando a sua produção para
o mercado interno. A demanda
de segmentos da indústria que
foram beneficiados pela redu-
ção e isenção do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) –
indústria automobilística, fabri-
cantes de eletrodomésticos da
linha branca – estão resultando
na reativação os fornos e contra-
tação de pessoal.
Ainda de acordo com
Salvato, no primeiro momento
serão anunciadas ações para
reativação da capacidade ocio-
sa. “Só na fase seguinte have-
rá novos aportes, em expansão
propriamente dita”, observa. A
meta inicial é recuperar as per-
das do primeiro semestre deste
ano, antes de mais nada.
Recuperação
Mesmo tendo registrado
Foto
: div
ulga
ção
Márcio Salvato: comportamento distinto da economia
Presidente do Sinduscon-MG, Luiz Fernando Pires
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SUPERE35SUPERE35SUPERE35
queda nos últimos 12 meses, a
indústria mineira também tem
setores que estão registrando
incremento. Um deles é a cons-
trução civil. Segundo o presiden-
te do Sindicato da Indústria da
Construção Civil de Minas Gerais
(Sinduscon-MG), Luiz Fernando
Pires, apesar da desaceleração
registrada no quarto trimestre de
2008 e primeiro trimestre deste
ano, o segmento deve alcançar
índice de crescimento real no
presente exercício. “As políticas
adotadas têm sido positivas. Em
primeiro lugar, a construção civil
voltou a ser uma prioridade na
agenda dos governos federal,
estadual e municipal. Com isso,
as linhas de financiamento imo-
biliário foram mantidas”, ressalta.
Na mesma linha, o progra-
ma “Minha Casa, Minha Vida”
do governo federal, desenvolvido
com a participação dos empre-
sários do setor, também vai
gerar novos negócios, empregos
e renda. Segundo o dirigente,
as expectativas são positivas,
no entanto, é preciso encarar o
momento com otimismo mode-
rado.
O setor supermercadista
também não tem do que recla-
mar neste ano. A expectativa
inicial de investimentos para o
exercício, de R$ 140 milhões, já
foi revista para R$ 170 milhões.
Em outras palavras, as 25
novas lojas já se transforma-
ram em 35. Para o superinten-
dente da Associação Mineira de
Supermercados (Amis), Adilson
Rodrigues, a meta de 120 mil
postos de trabalho até dezem-
bro, já foi alterada para 126 mil.
“Estamos com 201% de cresci-
mento acumulado. Isso, para um
ano de dúvidas, é muito positi-
vo”, aponta.
O que tem assegurado
números tão positivos é que o
produto alimento é considera-
do prioritário, além da pulveri-
zação da atividade supermer-
cadista pelos 853 municípios
mineiros. Essa situação, enfatiza
Rodrigues, impede que haja con-
centração de empresas do ramo
em determinadas áreas, o que
também abre oportunidades de
negócios para micro e pequenas
companhias. O resultado dessa
equação é o desenvolvimento
do setor, que se torna cada vez
mais competitivo.
De acordo com o econo-
mista e diretor do Grupo Ceres
Finanças e professor universitá-
rio, Alexandre Moreira Galvão, a
surpreendente recuperação eco-
nômica do país, e consequente-
mente de Minas Gerais, é fruto
de um processo de amadureci-
mento econômico que teve início
há 20 anos, quando o Brasil se
inseriu no ambiente globalizado,
na mesma proporção em que se
colocou em posição de desta-
que para investidores externos,
devido à pujança do seu merca-
do interno e estabilidade.
Apesar das linhas de cré-
dito para o setor produtivo, o
país deve assistir, nos próximos
meses, à retomada dos proces-
sos de oferta pública de ações,
por organizações de diversos
segmentos. “Muitas empresas
vão se recuperar dessa forma. A
ampliação de acesso da popu-
lação das classes C, D e E a
diversos produtos e serviços
vai gerar novos negócios. Por
outro lado, a crise também não
gerou demissão em massa”,
afirma o economista. De acor-
do com os números levantados
pelo Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese),
em parceria com a Fundação
Seade, em Belo Horizonte, a
taxa de desemprego foi de 11%
em julho para 10,9% em agosto.
As medidas adotadas pelo
governo, como a isenção do
IPI para diversas categorias de
produtos, foram essenciais para
que o país atravessasse o perí-
odo de crise com mais tranqui-
lidade, de acordo com o pro-
Presidente da ACMinas, Charles Lotfii.
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AC
MIN
AS
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SUPERE36
fessor. Por outro lado, a força
e segurança do setor financei-
ro também foram observadas
pelos investidores. A prova
disso é que a bolsa já superou
os 60 mil pontos.
Segundo o presidente da
ACMinas, Charles Lotfii, as
perdas registradas pela indús-
tria mineira, que se refletiram
acentuadamente sobre a receita
fiscal do Estado, foram par-
cialmente compensadas pelo
desempenho até surpreendente
do setor de comércio e servi-
ços, que vem se recuperando
rapidamente desde o final do
primeiro trimestre. Até junho,
a estatística consolidada mais
recente do IBGE confirmou um
crescimento de 3,4% em rela-
ção ao primeiro semestre do
ano passado e, no comparativo
dos últimos 12 meses com igual
período de 2008, uma expan-
são de 4,1%. E há estimativas,
segundo alguns institutos de
pesquisa, de que em setembro
o crescimento do setor neste
ano tenha superado 7%.
Esta tendência, contudo,
pode ser alterada, uma vez
que parcela significativa des-
tes resultados foi obtida graças
à redução do IPI para alguns
segmentos, como material de
construção, veículos e eletro-
domésticos da linha branca.
Estes, aliás, de acordo com
sondagem realizada em agos-
to pela Associação Comercial
de Minas junto a varejistas da
capital, chegaram a ter um cres-
cimento de 50% em relação ao
mês anterior.
Mas o desmonte da desone-
ração tributária desde 1° de outu-
bro, ainda que gradual, certa-
mente causará desaceleração no
setor – só não se sabe, até agora,
em que proporções. “Tudo leva a
crer que o PIB estadual de 2009
fique próximo de zero. Será
uma considerável recuperação
em relação aos resultados do
primeiro semestre, que regis-
traram um índice negativo de
3,9%, mas, sem dúvida, muito
distante dos 8,3% de cresci-
mento em 2008. A expectativa
para 2010, no entanto, é de que
o PIB mineiro acompanhe a taxa
nacional”, projeta Lotfii.
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wwwBelo Horizonte: Av. Prudente de Morais, 44 - 3º andarCidade Jardim - 30380-000 - Tel.: 55 31 3344-2844Milão: Via Maurizio Gonzaga, 5 - 20123 - Tel.: 39 0289 09 88 [email protected]
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Uma hidrovia abrindo cami-nhos pelo Lago de Furnas, maior lago artificial do Brasil e um dos maiores do mundo. Caminhos que foram cobertos pelo reserva-tório formado no início da década de 60, com a construção da bar-ragem de Furnas, que isolou eco-
nomias e culturas de cerca de 50 municípios. Reunificá-las através de uma rota pela água é a propos-ta do prefeito de Alfenas, no sul de Minas, Pompílio Canavez. “Com o advento do lago, os caminhos existentes foram submersos e as comunidades às margens do lago
perderam o contato. Ao mesmo tempo, perderam um modo de viajar e transportar mercadorias, que era a ferrovia”, conta Canavez.
Presidente do Comitê de bacias da região do Lago de Furnas, ele acredita, no entanto, que o povo da região não quer
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Navegaré preciso
Texto e fotos: Dinorá Oliveira
O prefeito de Alfenas, Pompílio Canavez, mobiliza lideranças para implantação da hidrovia do Lago de Furnas. Calculada em R$ 10 milhões, obra pode representar um novo salto para a economia da região
Bianca Alves
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“ficar olhando o passado com sau-dade ou indignação: “temos que ver no lago o desenvolvimento. Nós temos no lago um verdadeiro mar e precisamos navegar por ele, ligando comunidades, cultu-ras, economias e promovendo o turismo”, propõe. Para Pompílio,
a resposta para isso é a criação da Hidrovia do Lago de Furnas, ligando Formiga e Alfenas, em um percurso básico de 250 quilôme-tros. “Este é o eixo central, mas existirão outros, ligando qualquer uma das 34 cidades às margens do lago”, explica.
Para transformar sua pro-posta em obra concreta, Pompílio está conversando com os pre-feitos da região, empresários, deputados e governo de Minas, entre vários interlocutores. Acaba de chegar do 1º Fórum Nacional de Hidrovias, realizado em
Brasília no dia 4 de novembro, com uma agenda que inclui a realização de um encontro em Alfenas, em dezembro, já para discutir a Hidrovia de Furnas. Estarão presentes representan-tes da Comissão de Viação e Transportes do Congresso e da Agência Nacional de Esportes Aquaviários (Anpaq). Pompílio calcula que o projeto básico da hidrovia, com sinalização, carta náutica e localização de obras de engenharia como portos, dragagens e diques, custará R$ 1 milhão, para uma obra que demandará investimentos iniciais para sua implantação de R$ 10 milhões.
Projetode desenvolvimento
As principais bacias hidro-gráficas do Brasil foram reguladas pela construção de reservatórios, utilizados principalmente para a geração de energia hidrelétrica e reserva de água, mesmo que
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Com o advento do lago, os caminhos existentes foram submersos e as comunidades
às margens do lago perderam o
contato
Transporte hidroviário é mais barato e mais seguro, diz Canavez “
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“eles se prestem também à produ-ção de biomassa (cultivo de pei-xes e pesca intensiva), transporte (hidrovias) recreação e turismo. Em alguns projetos houve plane-jamento inicial e uma preocupa-ção com a inserção regional; em outros casos, não. A pressão por usos múltiplos, no entanto, faz surgir, a cada dia, propostas para
ampliar as informações existentes e promover uma base de dados como plataforma para futuros projetos de desenvolvimento.
“A hidrovia, na verdade, já existe. Só é preciso criar os mecanismos para utilizá-la, como carta náutica e sinalização”, afir-ma Canavez, apontando as van-tagens de sua utilização: “é uma maneira mais barata de transpor-tar a forte produção agropecuária
dos municípios às margens do lago. E também um modo de
desafogar as rodovias da região, que já não comportam o tráfe-go intenso de veículos pesados, colocando em risco a vida de todos”. Só para se ter uma ideia, o custo para transportar mer-cadorias no sistema hidroviário pode chegar a um terço do preço médio do transporte rodoviário. Para transportar mil toneladas/ quilômetro úteis (TKU), são con-sumidos 5 litros de combustível na hidrovia, contra 10 litros na ferrovia e 96 litros na rodovia.
O transporte hidroviário tem hoje no país cerca de 42 mil quilô-metros de vias navegáveis. Hoje, um total de 8.500 Km de hidrovias interiores estão sendo utilizados no país, dos quais 5.700 km ficam na Região Amazônica. Dados do Dnit indicam que são transpor-tadas pelas hidrovias cerca de 23 milhões de toneladas/ano. Calcula-se que, se utilizados 28 mil quilômetros do potencial hidroviário, poderiam ser trans-portadas 120 milhões de tonela-das por ano. E por se tratar de transporte para grandes volumes e grandes distâncias, o sistema hidroviário agrega ainda a preser-vação ambiental.
Providências necessáriasHidrovia, aquavia, via nave-
gável, caminho marítimo ou cami-nho fluvial são diferentes desig-nações para a mesma coisa: um caminho sobre a água, cujas vias
navegáveis que foram balizadas – com bóias que demarcam o canal de navegação - e sinalizadas para o tráfego seguro de determinada embarcação, suas
cargas, passageiros ou tripulantes e que dispõem de cartas de nave-
gação – os mapas delimitadores das rotas de navegação.
No caso de Furnas, a inunda-ção da área do lago se deu sem a retirada dos elementos físicos que poderiam atrapalhar uma navega-ção futura. Casas, pontes, igre-jas e árvores foram simplesmente abandonadas no processo de alagamento, criando obstáculos a uma navegação comercial regu-lar. “Justamente por isso, a utili-zação da hidrovia exige uma cui-dadosa análise batimétrica para a demarcação desses obstáculos, que podem atrapalhar a passa-gem das embarcações. Desta maneira, definiremos um canal de navegação, com balizamento e sinalização, para uma navega-ção comercial e turística’, explica o consultor de logística, Ronan Gouveia. “Definidas as rotas, ter-minais e cargas, nós encontrarí-amos a “embarcação tipo” capaz de otimizar o transporte, com melhor rendimento e menor custo operacional. Além de definir itens de infraestrutura, como terminais, pontos de transbordo, tipos de acondicionamento de cargas e sazonalidade”, completa.
No Lago de Furnas, as impli-cações geoambientais e o desen-volvimento regional relacionam-se diretamente com a implantação eficiente de uma Hidrovia. “Temos que começar imediatamente os mapeamentos básicos que per-mitam diagnósticos e projetos específicos para sua implanta-ção”, diz Ronan. “Eles incluem a avaliação das cartas existen-tes e o levantamento de dados para novas cartas, a definição das áreas de expansão urbana, das áreas de plantio e estima-tiva de produção e os dados para um diagnóstico da dinâmica micro-regional e suas implicações socioeconômicas, com destaque
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Só para se ter uma ideia, o custo para transportar mercadorias no sistema
hidroviário pode chegar a um terço do preço médio do transporte rodoviário
“Temos que verno Lago
o desenvolvimento”, diz Pompilio Canavez
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“para a atividade turística. Além de estudos geológicos e geomorfo-lógicos, entre outros”, completa.
O governo de Minas já tem, através da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, um estudo sobre o transporte hidroviário em Minas Gerais, com um capítulo dedicado ao Lago de Furnas. Entre as ações propostas estão a realização de um estudo para identificação do potencial econômico e turístico dos municí-pios situados na área de influência do lago; levantamento das condi-ções da malha viária de acesso ao logo; identificação dos elementos físicos que impedem a navega-ção regular, tais como pontes e obstáculos submersos e entre-vistas com potenciais usuários da modalidade, verificando total da carga, origem destino, custos atuais por rota e empecilhos à navegação.
Incremento do turismoA região do Lago de Furnas
tem na agropecuária sua prin-cipal atividade. Como produ-tos principais destacam-se a cana de açúcar, o café, batata inglesa mandioca, feijão arroz, milho, tangerina e gado bovi-no. Equidistante das principais cidades da região sudeste, o Lago de Furnas tem também localização privilegiada para o turismo, envolvendo diretamente 34 municípios, pertencentes ao chamado “Circuito do Lago”. A região é belíssima. As águas do lago refletem o azul do céu, emoldurado pelas montanhas de Minas. Além de produtos turísticos específicos, a região oferece também uma boa estru-tura hoteleira que pratica a tra-dicional hospitalidade mineira, temperada pela mais saborosa gastronomia.
Para Pompílio Canavez, a hidrovia vai viabilizar definitiva-mente a economia da região. O caminho mais efetivo para isso, diz, é justamente a navegabili-dade do lago e uma utilização mais nobre para suas águas, que não seja apenas o de gerar ener-gia. Ele desta-ca o incremento que a hidrovia traria aos atrati-vos já existentes na região, como a pesca esporti-va, esportes náuticos, o trekking e o turismo rural. “A hidrovia traz consigo uma grande capacida-de de incrementar o turismo. A implementação de uma marina revitaliza uma área urbana e se complementa com empreendi-mentos como hotéis, pousadas e parques, o que representa benefícios reais para a comu-nidade local com a criação de novos empregos e novos servi-ços, que melhoram seu padrão de vida”, exemplifica.
Perspectivas econômicasO megainvestidor George
Soros, que fez fama especulan-do em escala planetária, esco-lheu no Brasil um porto segu-ro para investir: o agronegócio nacional, em especial o eta-nol. Seu grupo empresarial, o Adecoagro, participa de vários projetos de usinas de açúcar e álcool no país, entre elas uma unidade em Monte Belo, sul de Minas: a usina Monte Alegre. Com produção atual de 900 mil toneladas de cana, projeta um crescimento de 40% nos pró-ximos três anos, com expan-são da produção em mais 400 mil toneladas.
“O Grupo Adecoagro está preparado e disposto a investir nessa expansão, a exemplo dos investimentos já realizados esse ano, em geração de energia elé-trica, a partir da sobra do baga-
ço da cana”, explica o gerente geral da Usina, Ronaldo Duarte Pereira. “No entanto, temos uma grande dificuldade em encon-trar áreas de expansão com topografia apropriada à cultura mecanizada da cana de açú-car, dentro de distâncias viáveis economicamente”, observa.
A cultura mecanizada é hoje uma exigência ambiental, regu-lamentada recentemente pelo Governo de Minas Gerais, exi-gindo que toda expansão seja feita em áreas sem a necessi-dade de queima da cana. “Por essas razões, a Hidrovia de Furnas nos abre a perspectiva de uma expansão em novas áreas até então inacessíveis e inviáveis, pela volta que tería-mos que dar para transportar a cana”, aponta Pereira, que acena com uma notícia ainda melhor para a região. “Com a hidrovia, poderemos implantar uma segunda unidade da Usina Monte Alegre na região, em terras apropriadas, com capa-cidade de moagem de três milhões de toneladas de cana/ano, o que irá ampliar con-sideravelmente a geração de empregos e renda”, revela.
Nós temos no lago um verdadeiro mar e precisamos navegar por ele, ligando comunidades, culturas, economias e promovendo o turismo
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A cidade de Alfenas, no Sul de Minas, é uma ilha de excelência em meio ao Lago de Furnas, no sul desenvolvi-do de Minas Gerais. Cidade de parques e praças intensa-mente arborizadas, é o por-tal de entrada para o “mar de água doce” mineiro, no qual navegam tanto veleiros quanto boa parte da produ-ção mineira de café, insu-mos agrícolas, milho e cana de açúcar. Apontada pela revista Veja como um dos municípios com melhor qua-lidade de vida para idosos, é também uma cidade vibran-te, colorida pelo entusiasmo dos dez mil estudantes de suas duas universidades.
“Alfenas é uma cidade com ótima qualidade de vida e uma expectativa de vida de 76 anos, das maiores do Brasil. As pessoas da melhor idade têm um intenso pro-grama de participação. Todo sábado, numa das nossa diversas praças, promove-mos um baile para a terceira idade, com pipoca e chazi-nho. Eles cantam, dançam e se divertem. A alegria de viver torna a vida mais longa”, garante o prefeito Pompílio Canavez.
Além de peça funda-mental no desenvolvimen-
to do turismo, o Lago de Furnas é fonte de renda para muitas famílias que vivem da pesca. Na cidade, o negó-cio da pesca comemora o crescimento do mercado. A Colônia dos Pescadores Profissionais e Aquicultores, que funciona na cida-de desde 68, vive um dos melhores momentos. São 1500 pescadores cadastra-dos, de 72 municípios, sendo 140 só em Alfenas. A produ-ção é vendida na região e para outros estados, como São Paulo. Considerado o “embaixador da pesca esportiva brasileira”, o tucu-naré, abundante no lago de Furnas, tem atraído para o município pescadores esportistas de várias partes do sudeste. A variedade de tucunaré encontrada no lago é o Azul, que pode ultrapas-sar os 5 quilos.
Negócios e empregosAlém de bonita e agra-
dável, Alfenas é um impor-tante centro de negócios, que se vale de sua localiza-ção privilegiada - equidistan-te das três principais cidades do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte – para atrair investidores de todo o mundo para a cidade.
Nós últimos cinco anos, oito novas empresas de grande porte se instalaram na cidade, investindo cerca de R$ 58 milhões e gerando quase 400 empregos.
De 2005 a 2009, os investimentos de empresas privadas foram de R$ 82 milhões. Ali estão empresas importantes como a UNIFI, a maior produtora de fios têx-teis da América Latina, ins-talada há mais de 10 anos no município e que emprega cerca de 500 funcionários, a Cargill e a Coagril. Entre os novos investimentos, estão a empresa indiana Outspan, de exportação de café, a Casa Nobre, de exportação de café, cana-de-açúcar e soja e a Leite Nilza, laticínio que irá gerar cerca de 500 novos empregos.
A cidade é ainda polo comercial, pois aten-de moradores de diversas cidades vizinhas. A diversi-dade do comércio também é destaque. Em 2009, a Administração Municipal implantou o NAMPE (Núcleo de Apoio à Micro e Pequena Empresa) para apoiar e dar consultoria aos pequenos empreendedores. Ela faz ainda convênios de coope-ração técnica e apoio com
cooperativas de costureiras, catadores de lixo, em parce-ria com a universidade.
A Prefeitura de Alfenas é grande incentivadora do empreendedorismo para o desenvolvimento da cida-de. A Administração dispõe infraestrutura de apoio téc-nico e logístico para facilitar e viabilizar a implantação de novos empreendimentos no município, inclusive turísticos. “Empreendimentos geram empregos. De 2004 a 2008 foram 2199 empregos gera-dos no município, segundo dados do Caged. A geração de emprego vem crescen-do em média 25% ao ano”, aponta o vice-prefeito, Luiz Antônio da Silva.
O mais importante é que a população está satis-feita com a cidade onde vive. Pesquisa encomendada pelo jornal Alfenas Agora ao Instituto CP2 mostrou que mais de 80% dos alfenenses estão satisfeitos com os ser-viços de saúde no município. Já a educação é aprovada por 87% da população, que destaca principalmente a estrutura física das escolas e a qualidade do sistema de ensino. A pesquisa foi reali-zada em agosto e ouviu 503 pessoas.
Ilha deexcelênciano marmineiro
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Paulo AraujoVendas é
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Paulo Araújo
é palestrante de
motivação e vendas e
escritor.
Autor de “Desperte seu
Talento – dicas essen-
ciais para a sua carreira”
- Editora EKO, entre
outros livros.
Site:
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Na verdade você deve sempre pautar o seu planejamento e as suas ações levando em conta a relação TEMPO versus ESFORÇO.
O TEMPO é o mais perfeito dos recursos. Não discrimina ninguém. Perante ele todos são iguais. Todos os dias somos presenteados com exatas 24 horas. O ESFORÇO eu posso mensurar e depende da realida-de de cada um. Ambiente em que vive, condições financeiras, estímulos que recebe no decorrer da vida. São centenas de fatores que de certa forma eu posso medir. O recurso TEMPO ninguém consegue mudar, então preciso me diferenciar no ESFORÇO. Mas não um ESFORÇO BURRO! Opa, nada de ofensas! ESFORÇO BURRO é todo aquele que fazemos sem pensar ou analisar os fatos antes, no qual corremos sem direção e estamos sempre ocupados fazendo coisas que nada agregam.
Vamos ver agora alguns exemplos de como podemos usar a inteli-gência em vendas para melhorar o nosso desempenho.
Descubra a abrangência da sua regiãoChega de desculpas! Quantos clientes potenciais existem em sua
região de atuação? Não importa se você é representante de um estado inteiro, de algumas cidades ou se tem uma rota de visitas de bairros de algum município. O importante é conseguir ter uma boa noção de “para quem eu posso vender”. A partir deste plano, crie uma meta e um método de prospecção e defina um período do seu dia, semana ou mês só para buscar novos clientes.
Defina o que é um cliente inativo para o seu negócioPara alguns, o cliente se torna inativo quando deixa de comprar por
mais de três meses; para outros, por mais de um ano. Faça um trabalho específico em cima deste público e descubra os reais motivos de não comprar mais da sua empresa. Recuperar inativos é sempre uma maneira de melhorar a qualidade do atendimento, resolver pendências do passa-do, desenvolver ainda mais o seu produto e de aprender sobre o mercado e comportamento do seu consumidor, além é claro, de aumentar receitas.
Faça a Classificação ABC dos seus clientesBaseado em Pareto, a teoria prega que 20% dos meus clientes
representam em média 80% do meu faturamento. Esses são os clientes
A. 30% dos meus clientes representam em média 15% do meu faturamento. Esses são os clientes B e 50% dos meus clientes representam em média 5% do meu faturamento. Esses são os clientes C. Elabore estratégias de atuação para cada grupo e lembre que se o recurso TEMPO é igual para todo mundo, você deve passar mais tempo com seus clientes A e B. Assim você pode criar um novo roteiro de visitas e fazer um uso mais adequado dos contatos via telefone e e-mails, por exemplo.
Planeje cada visita e conheça a fundo cada cliente
Usando a inteligência em vendas, você pode planejar e pré-antecipar cada visita. O vendedor irá ao cliente sabendo o que venderá, qual o volume médio de compra, quais os itens que o cliente compra regularmente do seu por-tfólio e o que sua empresa pode vir a oferecer. E realmente fazer um papel de consultor, ou seja, trazer novas soluções para o seu cliente.
Em inteligência em vendas, o objetivo não é substituir o vendedor, mas sim criar um novo contexto, uma nova forma de atuação. Estudar a empresa e seu comportamento de compra, conhecer o seu segmento de mercado e concorrentes, verificar os tipos de produtos necessários e estudar cada grupo de cliente deve fazer parte da rotina de qualquer vendedor bem-sucedido.
Dar ao seu cliente o que ele espera, a concorrência já faz. Fazer uso da inteligência em vendas significa fazer visitas, atendimento pessoal ou contatos telefônicos mais qualitati-vos, administrar e fazer um uso mais racional do TEMPO e finalmente transformar todo o seu ESFORÇO em excelentes resultados.
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Contabilidade globalizadaC
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Harmonização contábil no Brasil ganha força com normatização
Se a economia é globalizada, nada mais natural que padronizar regras e normas que a regem, fazendo com que a linguagem contábil seja única em qualquer lugar do planeta. Fazer negócios na mesma língua é um desafio que tem na harmonização con-tábil um importante instrumento para ser enfrentado. No Brasil, ela ganhou força com a conversão da Medida Provisória nº 449 na Lei nº 11.941/09, pela qual passam a valer no país normas contábeis com padrões internacionais. A lei passou a valer a partir de maio deste ano e, entre outras importan-tes mudanças, confirmou a criação do chamado Regime Tributário de Transição (RTT), que minimiza os impactos da adoção dos novos
critérios contábeis instituídos pela Lei nº 11.638/07.
Agora, os contratos firma-dos no Brasil têm validade legal em todo o mundo. Isso, em tese, aquece as negociações interna-cionais, criando confiabilidade em transações econômicas feitas com empresas e clientes de outros paí-ses. A lei ainda não é o retrato exato das normas internacionais, mas o propósito foi eliminar distor-ções que impediam que o Brasil adotasse as regras internacionais. As próximas normas emitidas pelos órgãos reguladores estarão em acordo com o processo de harmonização internacional.
De acordo com especialistas da área contábil, a normatização representa para o Brasil um enor-
me passo em contabilidade e, con-sequentemente, para o mercado de capitais e desenvolvimento eco-nômico. Os benefícios provenien-tes de um processo de convergên-cia normativa são claros em toda a economia: a melhor qualidade das informações prestadas reduz o custo de capital e gera maior liquidez aos títulos das empresas, possibilita a avaliação com os con-correntes internacionais, fazendo com que a empresa atue para ser mais eficiente. Assim, haverá a pre-ocupação em entregar produtos e serviços de melhor qualidade.
Para o professor Júlio Henrique Machado, docente do curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Administração de Empresas de Passos, unidade da
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Fundação de Ensino Superior de Passos (Fesp/Uemg), a nova lei é comemorada por determinar a consonância das normas nacio-nais com os padrões internacionais adotados nos principais mercados de valores mobiliários do mundo. E o Brasil ganha com isto, pois con-tribui com a continuidade e aumen-to do fluxo de capitais provenientes de investimentos, em direção ao Brasil.
“A contribuição com a quali-dade e transparência nas demons-trações contábeis faz com que os investidores internacionais olhem com mais respeito o Brasil, e invis-tam seus recursos também aqui. Aliás, nos últimos meses o Brasil tem sido destacado nos princi-pais jornais internacionais, devido à situação econômica. O processo de convergência atualmente con-tribui para que o Brasil permaneça neste patamar”, avalia Machado, que é especialista em Auditoria, Contabilidade Societária e Controladoria pela Fundace-Fearp/USP e mestrando em Ciências Contábeis pela PUC-SP.
Machado explica também que o ambiente normativo atual visa adequar as normas à necessidade de maior transparência e qualidade das informações contábeis. “Isto se deve à realidade econômica do Brasil e do mundo, com suas economias globalizadas e merca-dos abertos aos fluxos de capitais estrangeiros”, esclarece.
Segundo Júlio Henrique Machado, a normatização tem como objetivo promover uma lin-guagem única. “A Lei ainda não é o retrato exato das normas interna-cionais, mas o propósito foi eliminar distorções, que impediam que o Brasil adotasse as regras inter-nacionais. As próximas normas emitidas pelos órgãos reguladores estarão em acordo com o proces-
so de harmonização internacional”, explica.
É importante ressaltar que as novas normas já vêm sendo pra-ticadas desde o início de 2008, mas é para 2010 a previsão de que os balanços consolidados das companhias abertas e instituições financeiras estejam todos de acor-do com as novas normatizações. Neste ano, as empresas terão as demonstrações comparativas, relacionadas a períodos anteriores.
As mudanças ocorridas ao longo de todo o mundo têm o intuito de responder ao processo de convergência internacional de normas de contabilidade. De acor-do com Machado, no Brasil, para
que isto seja feito, é necessário desvincular a contabilidade fiscal (baseada em legislações fiscais e pagamento de tributos) da conta-bilidade financeira (com o intuito maior de demonstração da posi-ção patrimonial da empresa).
As normas internacionais são emitidas pelo International Accounting Standard Board (Iasb), órgão normativo com sede em Londres. Este órgão compromete-se a reduzir diferenças entre regras de países distintos, buscando har-monizar as regulamentações. O padrão de normas emitido é o
chamado International Financial Reporting Standard (IFRS).
No Brasil, a lei 11.638/07 admitiu a centralização do pro-cesso de normatização em órgão específico, neste caso, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Os organismos federais e reguladores, hoje, formam convê-nio com este órgão para a adoção das regras contábeis que ele emitir.
O CPC é composto por profissionais de diversas classes envolvidas com a contabilidade, sendo: Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca); Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec);
Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa); Conselho Federal de Contabilidade (CFC); Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon).
Para o professor da Fesp/Uemg, as mudanças em busca da harmonização contábil são um reflexo do processo de globaliza-ção. Ele explica que com o pas-sar dos anos, tem-se notado que os mercados internacionais estão cada vez mais próximos, com as opções de aplicações por parte
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Júlio Henrique Machado: mais respeito com o Brasil
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SÍNTESE DAS PRINCIPAIS MUDANÇAS•São consideradas empresas de grande porte: ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior
a R$ 300 milhões, seja limitada, S/A de capital aberto ou fechado. Além de estas empresas sujeitarem-se a publica-ção de demonstrações contábeis, é também exigida auditoria independente.
•A DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos) é substituída pela DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa), mas dispensada à companhia fechada com Patrimônio Liquido inferior a R$ 2 milhões.
•Se a Cia. for de capital aberto, deve publicar a DVA (Demonstração do Valor Adicionado).
•Ajuste a valor presente das operações ativas e passivas de longo prazo, e também para as relevantes de curto prazo.
•O Ativo Permanente passou a ter nova constituição: investimentos, imobilizado e intangível. Este grupo submete-se à análise periódica de capacidade de recuperação do custo.
•A avaliação de investimentos, referentes à participação societária, é feita de considerando: a influência na gestão da investida, o nível de participação no capital votante, e quando se trata de um mesmo grupo ou em caso de controle comum.
•O Patrimônio Líquido sofreu as seguintes alterações: extinção da Reserva de Reavaliação, Prêmio na Emissão de Debêntures e Doações e Subvenções para Investimento. Inclusão da conta Ajustes de Avaliação Patrimonial e Reserva de Incentivos Fiscais.
dos investidores aumentado cada vez mais. Um exemplo citado pelo professor é que na década de 80, quando o cidadão guardava uma parte de sua renda para consumo futuro, o máximo que se fazia era constituir uma caderneta de poupança. Hoje, os produtos financeiros são vários e vão desde títulos de dívida do governo, até participação em ativos de risco em mercados emergentes. Neste contexto, o mercado de renda variável exerce papel fundamen-tal. Se as empresas de capital aberto querem atrair investidores para financiar suas operações, zelam pelo seu nome, como se este fosse o principal ativo.
Esta preocupação com a “aparência” faz com que as empresas entreguem produ-tos e serviços de boa qualida-de. Quando compram, exigem padrões de qualidade para os fornecedores. No ato da venda, influenciam o mercado no sentido de fazer com que os consumi-dores exijam também mercado-rias e serviços de boa qualidade
das demais empresas. “Enfim, provoca-se um efeito positivo ao longo de toda a cadeia, exercen-do grande força social e gerando empregos”, avalia Machado.
Desafio para os contadores
Os contadores terão que se adequar. A mudança não é ape-nas técnica, não é apenas no modo de se fazer. Mas também no modo de se pensar. É uma mudança cultural. Vai exigir maior conhecimento do profissional, pois, de acordo com cada caso, ele deverá buscar dados em setores de informática, engenha-ria, orçamentos e finanças, entre outros, condensando-os para que sirvam como base para exercer o juízo de valor, interpretando os fatos contábeis, e dando-lhes o melhor tratamento. Ou seja, o que vale agora é a contabilidade baseada em princípios e profunda base teórica, e não apenas em regras.
O alicerce das novas norma-tizações é o princípio da essência econômica sobre a forma jurídica,
que fica às vezes esquecido em função de uma maior preocu-pação com a legislação fiscal e tributária. Agora, o que vale é a essência econômica dos fatos, mesmo que haja divergência com a forma jurídica aplicável. “Por mais que haja embasamento jurí-dico, a Reavaliação de Ativos não possui essência econômica. Não faz sentido avaliar uma parte do ativo ao custo histórico, e outra parte ao valor de mercado. Desse modo, a essência é a principal característica das normas inter-nacionais, já que a preocupação é registrar o que é, de fato, a realidade econômica”, interpreta Machado.
O intuito é ter demonstrações que obedeçam ao máximo o obje-to contábil, que é a fiel represen-tação patrimonial e financeira de um negócio. Assim, regras fiscais estão sendo cada vez mais desvin-culadas do tratamento contábil em relação à publicação de balanços. Em suma, as normas são orien-tadas por princípios e julgamento profissional, e não mais por regras.
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A Contabilidade brasileira era tradicionalmente conhecida como “contabilidade fiscal”. Hoje, a tendência é que mude para o enfoque utilizado em mercados desenvolvidos, onde o foco é o investidor. Assim, a tendência é que nossa “tradição” mude para a “contabilidade financeira”.
Benefícios da leiA nova lei é comemorada
por determinar a consonância das normas nacionais com os padrões internacionais adota-dos nos principais mercados de valores mobiliários do mundo. E
o Brasil ganha com isto, pois contribui com a continuidade, e aumento, do fluxo de capitais pro-venientes de investimentos, em direção ao país.
Para o professor Júlio Henrique Machado, o processo de convergência não afeta negati-vamente as empresas e apesar de surgir dificuldade de adequação inicial, e maior gasto com consul-toria e treinamento, estes gastos são superados pelos benefícios da lei. “Os aspectos positivos são inúmeros. Entre outros, destaco a maior transparência e credi-bilidade perante o mercado em
geral, o que significa maior facili-dade em captação de recursos”, afirma e completa: “Isto porque proporciona aprimoramentos em governança e controles internos. A facilidade de comparação entre empresas de um mesmo setor, mas de países diferentes, faz com que as empresas brasileiras sejam vistas lá fora com maior facilidade. E tem mais, ocorre redução de custos para aquelas companhias que negociavam seus ativos em Bolsas de Valores no exterior, pois não precisarão elaborar as demonstrações financeiras em mais de um padrão”.
UM JEITO MAIS SIMPLES DE ABRIR SUA EMPRESA
SÍNTESE DAS PRINCIPAIS MUDANÇAS
Na Europa e Estados Unidos, o tempo gasto para se abrir uma empresa é de dois dias. No Brasil, o registro de um negócio pode levar até 150 dias, período em que o empresário gasta tempo, luz, telefone, salários, enfim, dinhei-ro, antes de começar a faturar legalmente. Simplificar os pro-cessos para o registro mercantil é o objetivo básico do Minas Fácil, um programa do Governo de Minas em parceria com a Receita Federal e prefeituras.
O Minas Fácil é um dos módulos do projeto estrutura-dor Descomplicar, cujo principal objetivo é facilitar as relações do Estado com seus diversos públicos por meio da simplifi-cação de processos, buscando a construção de um ambien-te institucional adequado ao desenvolvimento da cidadania, dos negócios e dos investimen-tos privados.
O esforço tem dado certo e algumas cidades mineiras estão dando um show de rapidez. Em Passos, o prazo é de três dias; em Lavras, quatro e, em Poços de Caldas, cinco dias. Em cidades maiores, como Belo Horizonte e Uberlândia, o
prazo é de oito dias para obter o registro da Junta Comercial, CNPJ, inscrição estadual se for o caso, inscrição municipal e o alvará. A principal caracte-rística do programa é que os empresários fazem todas as consultas de viabilidade pela Internet e apresentam os docu-mentos em um único local, que é a Junta Comercial. Ou seja, nada de perder tempo fazendo uma peregrinação por vários lugares.
“O empresário tem que tomar decisões muito rápidas e não pode esperar muito tempo. Ele precisa de documentação para pegar um financiamen-to, fazer com que a empresa funcione. Isso é importantís-simo para todos nós, já que uma empresa aberta vai gerar emprego, impostos e desen-volvimento”, ressalta o Diretor de projetos da Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg), Marcelo Souza e Silva, respon-sável pela gestão das unidades Minas Fácil.
São 27 unidades do Minas Fácil no Estado e, até o final do ano, serão 29, localizadas em cidades pólo, que ganham tam-bém outros serviços da Junta.
“O empresário não precisa mais registrar um livro fiscal em BH, ou tirar uma certidão, ele pode tirar lá na localidade. O progra-ma cria um ambiente de negó-cios mais atualizado, em que tudo conspira para a satisfação de quem utiliza os serviços”, completa Souza e Silva.
Quando o empreen-dimento é mais complexo, o empresário ainda tem que ir a órgãos de licenciamento como Corpo de Bombeiro, Vigilância Sanitária ou Secretaria de Meio Ambiente, que já estão tra-balhando em parceria com o Minas Fácil.
As unidades do Minas Fácil contam com um Núcleo de Orientação e Informação, reunindo informações sobre a prefeitura, Jucemg, Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) e Receita Federal. Ali, todos os órgãos estão representados, inclusive os de licenciamento.
Até o fim do ano, o objetivo é integrar ainda mais os parcei-ros e, quando não houver risco, o documento será emitido auto-maticamente pela Internet.
“Minas está bem na fren-te. Nosso modelo é pesquisa-do, outros estados vêm aqui
conhecer. Além da automação, os processos são simples, para se tornarem ágeis. O estado tem que ser favorecedor na relação estado-empresa, para que a sociedade tenha o retor-no”, afirma Souza e Silva.
No ranking nacional de 2008, Minas Gerais ficou em segundo lugar na abertura de novos negócios: 53.022 empre-sas. O primeiro lugar ficou com São Paulo, 185.055 novas empresas; o terceiro com o Rio Grande do Sul, 49.932; o quarto com o Paraná, 46.049; e o quin-to lugar com o Estado do Rio de Janeiro, com 33.331 empresas.
Para utilizar o Minas Fácil, o empresário deve acessar o site www.minasfacil.mg.gov.br e terá todas as orientações. Entre seus desdobramentos futuros, o programa pretende abrir mais unidades no interior e ampliar seu raio de ação, para atender empresas que fazem alterações contratuais e tam-bém aquelas que se extinguem. Um processo que, no Brasil pode durar 10 anos. Por esse motivo, o país tem um número altíssimo de empresas zumbis – elas não existem, mas não tiveram a morte decretada.
SUPERE 49
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SUPERE50SUPERE
Decisões na vida política, na escolha de funcionários, na educação
dos filhos, nas relações com os vizinhos, na opção pelo pai ou mãe de
nossos filhos, são escolhas complexas. Acertamos em algumas delas,
noutras pagamos alto preço pelos enganos. Entretanto, se seguidas de
reflexão, as resoluções equivocadas transformam-se em aprendizado,
permitindo melhores escolhas no futuro.
No universo dos negócios, o conjunto das decisões acertadas
é, geralmente, um dos principais critérios de promoção e de reconhe-
cimento profissional. E quanto mais alta a posição hierárquica, mais
complexas tornam-se as decisões gerenciais, reforçando a importância
do discernimento no exercício de um cargo. Líderes deliberam sobre
questões que afetam a vida das pessoas e os rumos dos negócios,
levando especialistas a firmarem que a capacidade de discernimento é
a essência da liderança.
As decisões sobre questões importantes se fazem em meio a
incertezas, cada situação é única e os acertos do passado não asse-
guram sucesso nas decisões futuras. O que se diz até agora é que um
bom discernimento decorre, em primeiro lugar, do autoconhecimento,
pela análise rigorosa do sistema de crenças e valores.
O segundo aspecto relevante é o reconhecimento das pessoas
que devem ser envolvidas na tomada de decisão, tanto por terem con-
tribuições relevantes quanto pelo risco de não serem consultadas e se
tornarem resistentes, dificultando o curso das ações.
A competência técnica é o terceiro fator de eficácia na tomada
de decisão. Pode-se confiar em uma pessoa para cuidar dos nossos
Arti
go
Edina Bom Sucesso
filhos, mas não seria com ela que
montaríamos um negócio, pois
faltariam conhecimentos ou habi-
lidades ou até mesmo experiên-
cia. Decisões envolvendo variáveis
técnicas requerem bem mais do
que boas intenções.
O conhecimento do contexto
representa o quarto fator relevante
na tomada de decisão. Sabemos
dos desastres decorrentes da
desconsideração de opiniões e
dos perigos de não serem leva-
das em contas as consequências
e repercussões das escolhas,
tanto para pessoas quanto para
a estratégia organizacional.
O quinto fator mais citado
pelos especialistas é a importân-
cia do conhecimento de cenários
e tendências na qualidade das
decisões nos negócios.
Caçadores de novidades
podem dizer que nada há de
novo nessas cinco proposições.
Entretanto, os que não se ape-
gam aos modismos entenderão
que o segredo está em con-
siderar simultaneamente todos
esses fatores e, mesmo assim,
reconhecer, tanto os riscos da
tomada de decisão quanto a res-
ponsabilidade pessoal pelas con-
sequências.
Discernimentoe tomada de decisão
No universo dos negócios, o conjunto das decisões acertadas é,
geralmente, um dos principais critérios de promoção e de reconhecimento
profissional
““Fo
tos:
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soal
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SUPERE 51SUPERE 51
Edina Bom Sucesso
Sócio da MATUR
Organização
Contábil, Diretor
da ACMinas,
Conselheiro do
Conselho Federal
de Contabilidade,
Contabilista,
Advogado,
pós-graduado em
Ciências Contábeis
e membro do Forum
de Líderes da
Gazeta Mercantil.
Procrastinação, termo que saiu de moda, retoma com fator
relevante, pois adiamentos e demoras podem ter trágicas consequ-
ências no mundo rápido e complexo. Sabe-se das consequências
resultantes dos nossos atrasos e protelamentos, e dos desastres
das decisões precipitadas.
A complexidade do discernimento na tomada de decisão não
se restringe a esses aspectos discutidos. Decisões precisam ser
implementadas e, se no âmbito pessoal a indisciplina e a falta de
foco impedem a ação; nas empresas, as resistências e as vaidades
matam boas decisões. E mais: bons decisores precisam entender
que, sozinhos, avançam pouco. Por isso, ouvir outras opiniões,
manter o foco e persistir continuam sendo um bom exercício, tanto
na vida pessoal quanto nas organizações.
Não existem receitas mági-
cas para ampliar o discernimento,
embora certos cuidados possam
contribuir. Antes de decidir, é
recomendável aguçar a percep-
ção e identificar o que está em
jogo, fazendo-se ampla leitura das
variáveis ambientais, identificando
quem será afetado pela resolu-
ção, e quais as suas implicações.
Essa preparação permitirá a iden-
tificação de quem deve ser envol-
vido e contribuirá para a melhor
solução.
FOTO
S: I
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OTO
S
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RH
SUPERE52
FOTO
: FO
TOLI
A.C
OM
Socorro,perdi meuemprego!!!!
Bianca Alves
Pode ser que sua empresa
tenha se acostumado a cortar
custos com a crise. Ou pode
estar se reestruturando e optou
por uma nova estratégia. O certo
é que ela não precisava mais do
seu trabalho e você foi demitido.
Apavorado? Muita calma nessa
hora. Para começar, nada de
lamentações, já que a demissão é
um acontecimento recorrente na
vida da maioria dos profissionais.
Cada empresa tem seus crité-
rios para demitir, disse o espe-
cialista em empregabilidade Max
Gheringer.
Em entrevista à Supere no
ano passado, ele enumerou
vários motivos para uma empresa
demitir em tempos de crise, fora
a incompetência, é claro. Disse
ele: “algumas demitem primei-
ro os solteiros, porque eles não
têm família para sustentar. Outras
aproveitam para se livrar dos fun-
cionários tranqueiras, que só dão
problema. Vi um caso em que
os primeiros demitidos foram os
competentes. Achei lindo o moti-
vo, o de que encontram emprego
mais fácil”.
Saiba antes de tudo que a
demissão é um acontecimento
comum na carreira dos executi-
vos. Em média, 37% dos desli-
gamentos são involuntários, diz
uma pesquisa do grupo Catho,
“A contratação, a demissão e a
carreira dos executivos brasilei-
ros”, feita em dezembro de 2001,
junto a mais de nove mil entrevis-
tados. Segundo o levantamento,
as cinco principais razões para
desligamento foram: a) não obte-
ve os resultados desejados; b)
não era tecnicamente compe-
tente; c) não se relacionava bem
com outras pessoas; d) o cargo
foi eliminado e e) desonestidade.
Idade, altos salários e resistência
a mudanças são fatores que não
constavam como os principais
da pesquisa, mas não podem
ser desconsiderados.
Algumas curiosidades: as
empresas são cruéis em 24%
das demissões; 9,9% são demi-
tidos um pouco antes das férias
e 14% são demitidos após o
retorno das férias; 29% das
demissões acontecem às sex-
tas-feiras à tarde e 52% exigem
que o executivo deixe a empresa
imediatamente. O tratamento é
menos brusco para cargos de
nível elevado.
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“
Voltando a trabalhar Bom ou não de serviço,
o problema é que você está na
rua. E é com a cabeça fria que
você vai voltar ao trabalho. Para
começar, nem pense em tirar
férias. Deixe para fazer isso um
ano depois de arranjar um novo
emprego. Quem se afasta do
mercado acaba esquecido ou,
no mínimo, difícil de encontrar.
Afinal, quem vai adivinhar
que você resolveu dar
um tempo, meditando no
Caminho de Santiago de
Compostella? Arrumar
um novo trabalho é tarefa
árdua, que vai depender
de muito... trabalho.
O primeiro passo é
cuidar de você. É, fique bem.
Caso queira parar de fumar, pare
(você sabia que empregados
fumantes ganham menos do que
os não fumantes?) e, se estiver
acima do peso, faça uma dieta,
o que vai contribuir e muito para
sua apresentação pessoal. Faça
exercícios, coma saudavelmen-
te e durma bem. Mais energia
não faz mal a ninguém e vai ser
um auxílio precioso no trabalho
de procurar um trabalho. Você
tem ainda que vencer sentimen-
tos como culpa, revolta, rejeição,
medo e ansiedade, que acome-
tem a grande maioria dos profis-
sionais demitidos.
Não se esconda em casa,
achando que é o último executi-
vo do mundo. Como toda crise
pode ser sinônimo de oportuni-
dade, este é um momento de
sua vida em que o limão pode
virar limonada. Comece por ligar
para os amigos, sair e mostrar
seu trabalho a quem acredita
nele. Reorganize sua agenda e
faça contato com colegas de
trabalho e antigos clientes, de
maneira a encontrar (ou criar)
oportunidades, indicações ou
recomendações. “Acessar o
networking é, com certeza, um
recurso que ainda hoje é muito
utilizado no mercado”, observa
Fernanda Cristina Castro Greco,
administradora de RH com expe-
riência de dez anos em empresas
de grande porte (trabalhou para a
AmBev e Vale) na área de Gestão
de Pessoas.
À frente da Talento
Consultoria e Assessoria em RH,
dedicada ao recrutamento, sele-
ção e desenvolvimento de pro-
fissionais desde nível Júnior até
Estratégico, Fernanda acredita
que a apresentação pessoal é
importante, pois, em um primeiro
contato, ela é um verdadeiro car-
tão de visitas. “Você não vai fazer
uma entrevista com barba por
fazer, tênis, cabelo sujo”, exem-
plifica a consultora, que também
acha importante chegar cedo e
ter o máximo de informações
sobre a organização à qual se
candidata. “Muitos candidatos se
inscrevem para vagas que não
têm nada a ver com seu perfil,
o que é uma perda de tempo.
É preciso ter foco na busca do
objetivo.”
Faça uma análise do merca-
do e descubra o que ele está exi-
gindo, para poder se aprimorar.
Uma especialização ou um MBA
podem não garantir um empre-
go, mas seguramente serão um
d i f e r e n c i a l
na hora de
escolher entre
você e alguém
menos qualifi-
cado. Como a
crise mundial,
pelo menos
para o Brasil e
outros brics, pode ser considera-
da coisa do passado, o mercado
de trabalho, aos poucos, está
se tornando comprador. “Mas
ainda com certo receio; algu-
mas áreas estão mais aquecidas,
como a comercial, e outras estão
retomando aos poucos”, informa
Fernanda.
Cuidados como currículo
O currículo é a vitrine do can-
didato a um emprego. Lembre-
se que é através dele que você
vende o seu produto, ou seja,
a sua capacidade profissional.
Antes de mais nada, atualize-
o, procurando primar pela obje-
tividade, concisão e clareza
nas informações. “O candidato
esta sendo analisado desde o
momento em que encaminhou o
curriculum vitae, ou seja, ele não
SUPERE53
FOTO
: FO
TOLI
A.C
OM “O candidato está sendo analisado
desde o momento em que encaminhou o curriculum vitae,
ou seja, ele não pode ter erros de português
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pode ter erros de português”,
alerta Fernanda Castro, que
aconselha ainda a não mentir
nas informações e a ter cuidado
principalmente com as datas de
suas experiências profissionais.
E como explicar a demissão
em uma entrevista? “A verdade
e a transparência devem ser
os fatores mais importantes”,
aponta a consultora, que res-
salta: “certas pessoas perdem o
emprego por questões compor-
tamentais. Elas devem analisar
como dizer isso e, ao mesmo
tempo, fazer uma reflexão para
melhorar suas atitudes no tra-
balho”.
Importante, neste caso, é
destacar o que você tem de
bom. E, nesse aspecto, é fun-
damental ressaltar os resultados
positivos que você conquistou
para a empresa. Todo empre-
gador gosta de quem mostra
resultados e costuma relevar
alguns problemas pessoais,
principalmente se você já deci-
diu mudar de comportamento.
Nunca negue sua parcela de
responsabilidade em um proble-
ma, mas seja breve ao explicá-
lo. Finalmente, diga o quanto
aprendeu com seus erros e que
não deixará que eles se repitam.
Mas é bom que essa parte seja
a mais pura verdade, porque
senão, logo, logo, você estará
novamente diante de um entre-
vistador, explicando a mesma
coisa.
Volta ao começoRelações Públicas há mais
de vinte anos, Patrícia Sartini,
49, ficou desempregada em Belo
Horizonte no ano passado. Nos
últimos anos alternava empre-
gos fixos em grandes empresas
e consultoria em relacionamen-
to com a comunidade e comu-
nicação de crises. Passou por
empresas de todos os segmen-
tos: financeiro, governo, indústria,
comércio, varejo. Quando se viu
sem emprego fixo e sem novas
perspectivas de consultoria em
Minas Gerais, decidiu mudar de
ares.
Patrícia mandou seu cur-
rículo para as 100 melhores
empresas para se trabalhar no
país e esperou ser chamada.
Recebeu quatro propostas de
trabalho, duas no Pará, uma
em Goiás e outra no Espírito
Santo. A trajetória expressi-
va – foi consultora na área de
comunicação e responsabilida-
de social em empresas como
a Fiemg, o Promove e o Banco
Rural - atraiu o departamento
de relacionamento institucional e
relacionamento com a comuni-
dade da ArcelorMittal Cariacica,
no Espírito Santo, onde assu-
miu o cargo de Analista de
Comunicação.
SUPERE54
RH
Em primeiro lugar a pessoa que perdeu o emprego deverá levantar todas as empresas de Consultoria em RH, que hoje são mais de 100 em BH, e cadastrar seu currículo. Algumas tem o site próprio, como o da Talento (www.talentobh.com.br) que está vinculado a sites maiores ligados ao Brasil inteiro como o vagas.com, empregos.com, entre outros. Faça uma lista das principais empresas em que gostaria de trabalhar e cadastre-se diretamente no site da empresa (ex.: ver as 100 melhores empresas para se trabalhar na Revista Exame)Acesse a sua networking, que ainda hoje é muito utilizada no mercado. Boas relações são fundamentais, mas com pessoas que acreditem em seu trabalho.O curriculum vitae deve ser uma vitrine. Na parte superior, devem constar o nome, em letra maiúscula, endereço com CEP, cidade onde mora, todos os telefones de contato e principalmente o e-mail, bem como idade, estado civil e se possui filhos. A seguir, vem o objetivo ou área em que quer atuar, RH, Vendas, Financeiro, seguida pela formação escolar. A ordem é do último para o primeiro curso, ou seja, da última pós-graduação ao curso técnico. O currículo também deve descrever o histórico profissional, falando o nome da empresa, data de entrada e data de saída e, em letras menores, abaixo do nome da empresa, qual o seu segmento, o cargo exercido e atribuições/ atividades exercidas. Depois de descrever todas as experiências profissionais (sempre da última para a primeira), você irá apontar as Informações Complementares, ou seja, cursos realizados, com local e data, se o inglês é fluente, salientar se esteve fora do país (a trabalho, é claro), falar sobre domínio de informática, qual o sistema integrado que já trabalhou e principalmente qual é o nível do seu Excel. Caso tenha disponibilidade para mudanças ou viagens, saliente também.
O CAMINHO DE VOLTA AO TRABALHO
Para Patrícia Sartini, um recomeço
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
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SUPERE55
Para ela, foi um recomeço.
“Tudo tem sido estimulante. Uma
comunidade nova, valores dife-
rentes, novos desafios. Minha
experiência em mobilização
social, gestão de conflitos em
comunidades as mais diversas
pelo Brasil tem ajudado bastante.
Mas o melhor de tudo é a sen-
sação de recomeçar. Fazer de
novo, em um local diferente, em
que as pessoas não querem que
você repita o que foi sucesso
e sim que você simplesmen-
te faça bem feito”, comemora.
“Pessoas não são iguais, situa-
ções não são iguais e realidades
e valores não são iguais. Por
isto, é muito bom recomeçar em
um lugar novo em que as con-
quistas são medidas a cada dia.
E onde o seu valor profissional é
medido pelo que você faz e não
pelo que você já conquistou.
Isto para mim é um estímulo
para ser cada dia melhor, com-
pleta Patrícia. •
Se você está entrando ou já faz parte do mer-cado de trabalho provavelmente deve ter, em algum momento, se perguntado qual é o perfil daquele profis-sional que as grandes empresas e corporações dese-jam contratar. Este questionamento é muito comum e acaba motivando várias pessoas a entrarem num constante processo de busca pelo aperfeiçoamento, já que, de acordo com especialistas em gestão de pessoas, não basta apenas escolher uma carreira promissora. Para se destacar no mercado, é preciso aliar uma boa formação a muito talento, criatividade e determinação.
“Todos, principalmente os jovens, são um talento, cada um num aspecto, cada um no campo. Mas só isso não basta. É preciso criar iniciativas como auto-formação e desenvolvimento pessoal. É importante não esperar só que caia milagres, que algo aconteça na nossa vida, temos que correr atrás de iniciativas que nos façam um talento”, explicou o executivo de RH da Fiat Services América do Sul, Bernardinho Theodoro, durante a primeira edição do projeto Lapidar.
O evento, que foi realizado pela ACMinas em 14 de setembro no Minascentro, contou com palestra do professor e consultor em gestão empresarial Waldez Ludwig e apresentação de cases da diretora de RH da Iveco para a América Latina, Ionara Pontes, e de Bernardinho Theodoro. O objetivo do projeto, segundo o presidente da ACMinas, Charles Lotfi, é contribuir para a abertura de novas possibilidades de interação e troca de experiências entre jovens profissionais e renomados especialistas em gestão.
“Queremos promover o aprimoramento constante de todos os profissionais, capacitando-os ao enfrenta-mento dos desafios com que diariamente se deparam. Este evento, que é o primeiro de uma série que che-gará inclusive ao interior do Estado, é direcionado ao gerenciamento da própria carreira profissional”, avaliou o presidente.
A assistente de Recursos Humanos, Clemilda Francisca Santos, participou do Lapidar e destacou a iniciativa como inovadora. “Como estou fazendo pós-graduação em gestão de pessoas, queria agregar mais conhecimentos à área profissional e acadêmica, por isso decidi participar”, afirmou. Ela ressaltou que as palestras apresentaram temas relevantes dentro do contexto atual, servindo como excelentes oportunida-des de aprendizado.
Talento - Bernardinho Theodoro destacou que a preparação é um dos caminhos para a valorização do talento de um profissional. “A melhor forma de nos tornamos atraentes para as empresas é nos prepa-rarmos sempre, buscando novas oportunidades de conhecimento e de aprendizado. Só assim faremos nosso talento ser reconhecido”, disse.
Segundo ele, algumas ações estratégicas contri-buem para a conquista e manutenção de um empre-go. “Precisamos, antes de tudo, ter um currículo efi-ciente. Além disso, é necessário se preparar bem para as entrevistas e manter uma boa aparência. Para quem já está no mercado, a dica é criar as próprias oportu-nidades e adiar ao máximo a discussão sobre salário.”
Em buscade um talento
Evento realizado pela ACMinas promove o aprimoramento de profissionais para o mercado de trabalho
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SUPERE56
Cul
tura Selma Tomé
Colaboração: Luciana Ricardino
Foto
: Hel
oisa
Silv
eira
O mineirovisívelO ator mais produtivo do cinema nacional encanta pelo carisma, simplicidade e competência
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O mineiro Selton Mello é
ator, diretor, produtor, roteiris-
ta, dublador e quando dá sinal
de que vai tirar um tempinho
de folga – ufa! – organiza um
evento beneficente na cidade
natal, Passos, com mostra de
seus filmes preferidos. Encanta
e ainda sacode os conterrâneos
com participação em fóruns de
discussão sobre os rumos da
cultura local. “Sou uma criança
h ipe ra t i va ” ,
d e f i n i u - s e
em entrevista
para a Supe-
re, feita em
Passos.
A hipera-
tividade de Selton é benéfica
para a cultura nacional e inter-
nacional e resultou em uma
riquíssima contribuição artísti-
ca com participação em pelo
menos 29 filmes - entre curtas
e longas - e mais de vinte per-
sonagens de sucesso na tele-
visão brasileira. Recentemen-
te se jogou na bem sucedida
experiência de dirigir cinema
e o primeiro trabalho, “Feliz
Natal” - um drama familiar que
relata os pitorescos rompantes
emocionais típicos desta névoa
“ébria” que paira sobre as fes-
tas de fim de ano - conquistou
a crítica e entrou na lista dos
filmes que disputaram a vaga
para representar o Brasil no
Oscar 2010 de Melhor Filme
Estrangeiro. Ah! “Jean Char-
les”, em que Selton interpreta o
protagonista no filme de Henri-
que Goldman, também estava
na mesma lista.
Fominha de cinema
O cinema nacional não seria
o mesmo sem o expressivo tra-
balho deste mineiro, nascido em
Passos, “criado” em São Paulo,
radicado no Rio e que nas telas
alterna seus filmes por todo o
país. O interesse pela arte se
manifestou na infância, o que fez
com que os pais, Selva Figuei-
redo e Dalton Melo, mudassem
seus destinos (empregos e cida-
des) para
acompanhar
e incentivar
os filhos –
o irmão de
Selton, Dan-
ton Mello,
acaba de encerrar participação
na novela Caminho das Índias e
na peça Vergonha dos Pés.
A Revista Veja se referiu a
ele como – no bom sentido – o
“fominha do cinema nacional. A
revista Monet, disse que ele é “o
SUPERE57
A hiperatividade do Seltoné benéfica para a cultura nacional
e internacional
Foto
: Hel
oisa
Silv
eira
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SUPERE58
cara do cinema brasileiro”, em
uma colocação bem feliz: “que
nos perdoem Wagner Moura,
Lázaro Ramos e Matheus
Nachtergaele, mas Selton Mello
é o cara do cinema brasileiro
dos anos 2000”.
“O cinema é o lugar que
escolhi. Fico feliz que reconhe-
çam meu esforço. É o lugar
onde posso me expressar em
um volume máximo. Me agrada
a idéia de saber que os filmes
ficam para sempre”, observa o
ator, que procura não ligar para
críticas. “Já recebi muitas criti-
cas negativas, mas muitas delas
pessoais. Hoje procuro não ler
crítica alguma. Nem negativa,
nem positiva. O que interessa
é eu estar satisfeito com o
que fiz. E o público comum, a
pessoa na rua, essa sim é a
crítica que me interessa”, diz.
O reconhecimento do
grande público é patente em
sucessos de bilheteria como “A
Mulher Invisível”. Para Selton,
FOTO
S: H
ELO
ISA
SIL
VEIR
A
Cul
tura
um filme saboroso, divertido,
que vai direto ao ponto, com
um roteiro bem engendrado e
que mereceu o sucesso que
fez. O filme será adaptado na
Turquia e também nos EUA.
“Seria legal ver o Ben Stiller
fazendo meu papel e a Came-
ron Diaz fazendo o da Luana”,
brinca.
A experiência de diri-
gir cinema foi tão fascinante
que ele cogitou deixar de ser
ator. “Mas passou e agora vejo
que uma coisa complementa
a outra. Dirigir me completou
como artista”, confessa Selton,
a respeito de “Feliz Natal”, filme
que nasceu, segundo ele, de
um desconforto gigante nesse
período do ano. “Faço aniver-
sário 30 de dezembro e meu
pai no dia 25. Acho uma data
obrigatória, um tanto hipócrita,
com encontros forçados. Deste
ponto de vista nada otimista
nasceu um pequeno filme pas-
sional”, diz.
Volta à casaA visita à cidade natal,
Passos, no sul de Minas, teve
momentos de pompa e circuns-
tância. Selton foi recebido com
homenagens, discursos e outdo-
ors e deu uma animada expres-
siva na cena cultural da cidade.
Seus filmes foram mostrados para
os conterrâneos em sessões cuja
renda - cerca de R$ 20 mil - foi
destinada ao Hospital do Câncer
de Passos.
Selton visitou a Santa Casa
para conhecer as obras do Hospi-
tal e ressaltou que poder contribuir
“com uma obra tão fundamental é
gratificante”. Ele também liberou
para a entidade o direito de uso de
imagem e voz para quaisquer tra-
balhos de áudio-visual do hospital.
“Não quero tirar o trabalho de nin-
guém – brincou o ator – mas acho
que gravando as peças publicitá-
rias da Santa Casa e do Hospi-
tal do Câncer poderei contribuir.
Espero que minha participação
traga algum retorno”, salientou.
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O provedor da Santa Casa,
Vivaldo Soares Neto, falou da
emoção de ter o nome de Selton
Mello, respeitado mundialmente,
unido à causa. “A sensibilidade do
ator, nos encheu de orgulho além
de ter contribuído para uma maior
visibilidade de nosso hospital”,
salientou, completando que “além
do dinheiro, que aponta um resul-
tado surpreendente, fica sobretu-
do a sensibilidade de Selton e a
marca de sua generosidade ao se
empenhar em um evento em prol
de nosso hospital”.
Geração de empregosComo o moço é “fominha”,
já está envolvido em um novo tra-
balho. O próximo filme se chama
“Filme de Estrada” e conta a vida
de um palhaço que acha que não
tem mais graça. “É caro produzir
no cinema, ponto. Em qualquer
lugar do mundo. Mesmo um filme
pequeno é caro, envolve muita
gente e tecnicamente é complexo.
Tudo é muito caro, mas também
nada é impossível para quem quer
muito fazer algo”, acredita.
Um filme como “Feliz Natal”
gera, segundo Selton, cerca de
300 empregos. E o apoio de
empresas é fundamental. “Elas já
estão vendo que é valoroso ter sua
marca envolvida com coisas de
qualidade. As que não enxergam
isso estão ficando para trás”, sus-
tenta o ator.
Mesmo filmes do circuito alter-
nativo, que não atraem a massa,
cumprem seu papel. “Tem público
para todos os filmes. A diferença é
que esses com traços mais artísti-
cos viajam melhor, representam o
Brasil em grandes festivais, mos-
trando nossa capacidade que é
gigante. Muitos filmes comerciais
acabam depois de uma grande
bilheteria, não interessam daqui a
10/50 anos. E muitos de arte que
foram menos vistos agora, ficam
para sempre”, explica.
O expectador de outros paí-
ses consome filmes brasileiros
principalmente em festivais. A lín-
gua ainda é um fator limitador
mas os poucos que conseguem
entrar em cartaz fazem um enorme
sucesso, como “Cidade Deus”,
”Central do Brasil”, etc., garante
Selton.
As raízes mineiras são sólidas.
“O mineiro é muito sério no que
faz. Uma característica nossa é o
caráter, é a retidão nas coisas, é
ser muito correto em tudo”, afirma
o ator que nasceu em Passos, foi
para São Paulo e para o mundo.
“Eu tenho sonhos, estou atrás deles
e não paro nunca porque o Brasil é
um país sem memória, não adianta
você fazer um belo filme, você tem
de fazer sessenta belos filmes, e
de preferência um por ano. Mas
eu estou sempre ligado na minha
história, eu sou um camarada bas-
tante nostálgico, eu tenho
prazer de lembrar o passado, de
lembrar de onde eu venho. Tenho
tudo guardado e muito orgulho
de onde eu vim e do que con-
quistei trabalhando sem passar
por cima de ninguém”, finaliza.
O mineiro é muito sério no que faz. Uma característica nossa é o caráter, é a retidão nas coisas, é ser muito correto em tudo
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Em um mundo globalizado, cercado de mercados com-petitivos, as lideranças exercem papel de destaque nos resul-tados empresariais.
Hoje, mais do que no passado, as cobranças recaem sobre a figura do líder, que é responsabilizado por sucessos ou fracassos.
Tais exigências surgem no momento em que as empresas migram para um novo modelo de gestão, mais competitivo, ágil e baseado em novas competências.
Hoje podemos identificar dois tipos de empresa: as migra-doras e as da nova economia.
As primeiras enfrentam crises se movimentando e correndo atrás do prejuízo, mexendo nos times, nas formas de conduzir o negócio, nos processos e nos modelos de gestão.
Estas, seguindo a nova economia, buscaram a inovação
1.LÍDER VIAJANTECOMPETÊNCIA: VISÃO SISTÊMICA: Capacidade para perceber a interação e interdependência das partes que compõem o todo, reconhecendo o valor da cada uma nos resultados.O Caminho do Viajante tem como função básica, estimular as pessoas a alçar novos vôos. O viajante empurra as pessoas, quando estas estão prontas para voar! É necessário passar pelo seu caminho e aprender a conviver com o medo e o domínio, o risco e a confiança, a certeza e a incerteza, com o alvo e o caminho.
2.LÍDER GUERREIROCOMPETÊNCIA: LIDERANÇA COMPARTILHADA: Capacidade para catalisar os esforços grupais, de forma a atingir ou superar os objetivos organizacionais, estabelecendo um clima motivador, formando parcerias e estimulando o desenvolvimento da equipe.
e já estão perto do pódium. Conseguiram o equilíbrio entre os três indicadores de suporte à excelência.
São eles:1º. -Tecnologias de ponta favorecendo
as ações de liderança.2º. -Racionalização e melhoria dos pro-
cessos de trabalho, possibilitando o alcance da qualidade.
3º. -Postura criativa na liderança de pessoas, tendo como resultado a manutenção de um time de cola-boradores preparados para vencer e enfrentar os desafios de nossos tempos.
Apresento neste texto dez personagens que representam as competências universais que instigam as lideranças à excelência.
Chamar os personagens à ação é uma atitude criativa que ajuda os líderes a superar as dificuldades do cotidiano.
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Arti
goMaria Rita Gramigna
CAMINHOS PARA A EXCELÊNCIA
Liderança em tempos de crise
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3.LÍDER BUFÃO (BEM HUMORADO)COMPETÊNCIA: RELACIONAMENTO INTERPESSOAL: Habilidade para intera-gir com as pessoas de forma empática, inclusive diante de situações conflitantes, demonstrando atitudes assertivas, compor-tamentos maduros e não combativos.Muitos líderes sofrem da “síndrome do domingo” e transformam a vida dos cola-boradores e colegas de trabalho em um verdadeiro martírio logo no primeiro dia da semana. 4. LÍDER MAGOCOMPETÊNCIA: ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS: capacidade para adminis-trar e solucionar problemas do cotidiano
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Maria Rita Gramigna
Graduada em Pedagogia pela
Universidade Federal de Minas
Gerais, pós-graduada em
Administração de Recursos
Humanos pela UNA – União de
Negócios e Administração (MG)
e mestra em Criatividade
Total Aplicada pela Universidade
de Santiago de
Compostela (Espanha). É
autora de vários títulos: Líderes
Inovadores, Jogos de Empresa,
Jogos da Empresa e Técnicas
Vivenciais e Modelo de
Competências e Gestão dos
Talentos, além de co-autora
do Manual de Gestão de pes-
soas e Equipes. Dirige a MRG
– Consultoria e Treinamento
Empresarial, empresa especia-
lizada em gestão de pessoas,
e ministra aulas em cursos de
MBA, pós-graduação e mestra-
do em instituições como UFRJ
(RJ), Universidade de Potiguá
(RN), Faculdade Cambury
(GO), UNA (MG) e Universidade
Fernando Pessoa (Portugal).
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de forma harmoniosa, com parcialidade, empatia e respeito às diferenças.
5 – LÍDER DESTRUTORCOMPETÊNCIA: CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO A MUDANÇAS E FLEXIBILIDADE: Habilidade para adap-tar-se oportunamente às diferentes exi-gências do meio, sendo capaz de rever sua postura frente a novas realidades.O apego a velhas estruturas de pensa-mento e a antigos paradigmas é uma das mais fortes barreiras à mudança. Este apego está diretamente ligado à palavra “não”. O receio do insucesso, da crítica, do novo, faz-nos alimentar o “senhor das negações”.
6. LÍDER MENTORCOMPETÊNCIA: GESTÃO DE TALENTOS: capacidade para perceber o potencial dos colaboradores, identifi-car necessidades de desenvolvimento e traçar planos de capacitação, responsa-bilizando-se pela formação e carreira de sua equipe.O papel de mentor saiu do âmbito fami-liar e vem sendo valorizado no ambiente organizacional. As responsabilidades do mentor implicam em investir no domínio de competências de seus mentorados. Demonstrar a con-fiança, delegar e qualificar os valores dos outros exige uma grande dose de humil-dade e, frente à inveja e à competição.
7 – LÍDER ARTISTACOMPETÊNCIA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO: Capacidade para conceber soluções inovadoras, viáveis e adequadas para as situa-ções apresentadas.Às vezes, lidamos com situações e problemas onde as soluções parecem não ser possíveis. Quando tal fato acontece, no lugar de cul-tuar o pessimismo, é chegada a hora de apelar para nosso “artista”.O artista nos faz ver as facetas da nossa criatividade. Precisamos acreditar que somos capazes de construir, realizar e deixar nossa marca.
8 – LÍDER CRÍTICOCOMPETÊNCIA: PLANEJAMENTO E TOMADA DE DECISÃO: capa-cidade para traçar planos, buscar e selecionar alternativas para supe-rar obstáculos, identificando aquelas que garantam o melhor resulta-do, cumprindo prazos definidos e considerando limites e riscos.Planejar e decidir de forma assertiva são funções essenciais do líder de vanguarda.
9 – LÌDER COERENTECOMPETÊNCIA: TRABALHO EM EQUIPE: Capacidade para desen-volver ações compartilhadas, catalisando esforços através da coope-ração mútua.Adotar atitudes coerentes e espontâneas facilita o trabalho em equipe e abre os caminhos para a excelência.
10 - LÍDER AMANTECOMPETÊNCIA: MOTIVAÇÃO E ENERGIA PARA O TRABALHO: Capacidade para demonstrar interesse e energia pelas atividades que executa, tomando iniciativas e mantendo atitude de disponibili-dade.O amor está presente na vida do ser humano, traduzido em diversas formas, inclusive nas relações de trabalho. O líder criativo consegue transitar pelos dez caminhos da excelência na medida em que as demandas surgem em seu cotidiano.
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Som
mel
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intensos de tostado e caramelo; sendo
uma tostadura média, mostrará aromas
mais delicados e, sendo um tostado mais
leve, conservará o caráter mais frutado
do vinho.
Devemos lembrar que nem todo
vinho tem estrutura para passar por
madeira, vai depender do terroir, da
uva e da safra. Esta avaliação é uma
decisão do enólogo, ele é a pessoa que
deve dizer se o vinho tem estrutura para
passar em madeira e por quanto tempo.
O vinho branco raramente estagia em
barrica, algumas vezes são fermentados.
O carvalho deve passar ao vinho fineza
e complexidade, dando elegância, res-
peitando e valorizando as características
frutadas naturais do vinho.
As barricas de carvalho são muito
caras e levam alguns meses para doar
seus aromas ao vinho. Alguns produtores
levam a madeira até o vinho que está em
barris de aço inoxidável, colocando o car-
valho em forma de chips (lascas ou ripas)
e sache (serragem de carvalho dentro de
sacos). Esta prática ganha tempo, é mais
econômica e pode esconder a falta de
qualidade do vinho. Quando for tomar um
vinho jovem amadeirado de preço baixo,
a possibilidade de estar diante de um
vinho chipado é grande. Esta prática tem
muitos adeptos, mas uma coisa é certa:
em nenhum grande vinho, a madeira vai
até ele. TIM TIM ...
Quando for elaborar um prato, o uso de temperos na medida
é essencial para dar vida e sabor à iguaria que estiver preparando.
O excesso pode deixa o prato intragável e a falta, sem vida. Assim
como o tempero na elaboração dos pratos, a madeira na produ-
ção do vinho não é muito diferente.
Historicamente foram usados vários tipos de madeira na fabri-
cação de barricas para a produção de vinhos, entre elas acácia,
castanheiro, eucalipto, cerejeira, entre outras, mas nenhuma foi
e é perfeita como o carvalho, que forma o casamento quase que
perfeito com o vinho. Existem centenas de tipos de carvalhos,
mas três são os mais usadas na maturação dos vinhos: o Quercus
Alba, simplesmente conhecido como carvalho americano e os
chamados de carvalho francês, que são os Quercus sessiflora
com granulação mais cerrada e o Quercus Robur com granulação
mais larga, encontrado nas florestas do leste europeu, como na
Eslovênia, além de uma variedade francesa. Os Estados Unidos
produzem mais de 700 milhões de metros cúbicos, enquanto a
França produz acima de 400 milhões de metros cúbicos.
Temos barricas de carvalho americano e francês em todos os
países que produzem vinhos, porém, o americano é mais utilizado
nos países do novo mundo, Espanha e Portugal. A escolha correta
da madeira tem uma importância grande no produto final do vinho.
O enólogo trabalha já sabendo o estilo de vinho que vai produzir
e a hora de ir à tanoaria (local onde se produz as barricas) para
encomendar as barricas. Se a escolha for o carvalho americano,
este vai transmitir ao vinho aromas de baunilha. Ele tem mais
potência aromática e, por este motivo, o estágio nestas barricas é
mais curto. Já o carvalho francês, sendo de grão largo, transmite
ao vinho um pouco mais de taninos e aromas mais finos, além de
ter uma micro-oxigenação mais lenta. Neste caso,o vinho pode
estagiar por 18 meses ou mais. Definidos o tipo de carvalho e o
tamanho das barricas, ainda falta o grau de Chauffe (o tostado
da parte interna das barricas), que também tem influência nos
aromas. Sendo uma tostadura mais alta, o vinho terá aromas mais
Vinhos
* Professor da ABS-Minas e Sommelier da PIZZARIA OLEGÁRIO: Av. Olegário Maciel, 1748 Lourdes - BH - MG - Tel.: 31 3292 4692 - [email protected]
Vinho e madeira
Por Arilton Soares*
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Envie suas sugestões para esta coluna. End.: Av. Prudente de Morais, 44 - 3º andarCidade Jardim - CEP 30380-000 - BH - MG ou para o e-mail: [email protected]
Indicaommelier upereS
Les Bateaux Rosé – 2007
Tipo: TintoPaís: FrançaRegião: LanguedocProdutor: François LurtonCastas: SyrahGraduação Alcoólica: 12,5º GL
Novas Winemaker’s Selection – 2005
Tipo: TintoPaís: ChileRegião: Valle CasablancaProdutor: Bodegas EmilianaCastas: Syrah Graduação Alcoólica: 14,5º GL
Chateau Noaillac – 2005
Tipo: TintoPaís: FrançaRegião: Bordeaux ( Medoc)Produtor: MateticCastas: Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit VerdotGraduação Alcoólica: 13,5º GL
Indica
Alma Negra – 2006
Tipo: TintoPaís: ArgentinaRegião: Mendoza Produtor: TikalCastas: Malbec e Bonarda Graduação Alcoólica: 13,7º GL
Domaine Conte Gran Reserva – 2005
Tipo: TintoPaís: ChileRegião: RapelProdutor: Beringer Blass Castas: Cabernet Sauvignon e MerlotGraduação Alcoólica: 14,5º GL
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Arti
goThiago Stahl Tombini
e Diego Berro
A ARTE-CIÊNCIADO COACHING
O Coaching é uma arte-ciência, basicamente porque, além da parte artística, também é guiado pela parte científica. A parte artística é a parte individual de cada Coach (profissional do Coaching), aquela que é produzida com um misto de conheci-mentos, habilidades e atitudes, dentre elas o poder da impro-visação aplicado em perguntas e afirmações extremamente bem colocadas, que atingem o que chamamos de pontos de mutação, ou seja, o ponto onde a mudança ocorre.
A parte científica é derivada da utilização desta sabedoria por profissionais especializados, com práticas comprovadas em empresas no mundo inteiro, e principalmente por empresas poderosas que dominam o mercado mundial.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Revista Fortune, entre as empresas que aplicam a metodologia do Coaching, 77% desenvolvem melhor relacionamento de trabalho com subordinados, 71% obtêm melhor relacionamento com chefe, 63% aumentam o nível de satisfação com o trabalho, 44% adquirem um aumento de comprometimento dos colabora-dores para com a empresa, entre diversos outros benefícios comprovados.
Segundo a mesma pesquisa, 60% dos executivos de alto escalão das maiores organizações do mundo contam com um coach para auxiliá-los na gestão de seus negócios. O Coaching é apontado pelos maiores especialistas em gestão do mundo como uma das mais importantes ferramentas para o desenvolvimento de carreiras.
A metodologia do Coaching chega a ser oferecida em algumas
empresas como bônus, para quem atinge uma determinada posição privilegiada na hierarquia da empresa. A questão é, se esta abordagem poderosa vem sendo utilizada com êxito e sucesso extraordi-nário nas organizações mais poderosas que servem de modelo para outras, o que podemos aprender com o Coaching?
Como tudo na vida, o Coaching, em sua essência, é uma ferramenta simples, que possui técnicas simples. No entanto, requer um aprendizado específico para o sucesso em sua utilização.
O Coaching estabelece congruência e aprendizado sem limites porque trabalha com uma metodologia baseada em quatro pilares, que são: Foco, Ação, Resultado (Feedback) e Melhoria Contínua.
O Foco é a capacidade de buscar o que se deseja com especificidade e nitidez. A maioria das pessoas sabe de forma espe-cífica ou generalizada o que não deseja e, portanto, encontram grande dificuldade em entender o porquê das coisas não se manifestarem em suas vidas.
A Ação é a capacidade de somar esforço e dedicação para mover-se em direção ao que foi focado. A ação é a alma da con-quista, é através dela que grandes feitos foram manifestados por grandes realiza-dores. Os grandes mestres na arte da realização sabem consciente ou incons-cientemente trabalhar com os princípios do Coaching.
O Resultado (feedback) é a capacida-de consciente de influenciar a realidade.
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O Coaching é apontado pelos maiores especialistas em gestão do mundo como uma das mais importantes ferramentas para o desenvolvimento de carreiras.
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O Coaching é uma ferramenta imprescindível para pessoas e
empresas que desejam expandir suas atuações sem limites
Thiago Stahl Tombini (Mr. Mindé fundador da TST Assessoria e Consultoria Ltda., Administrador, Hipnoterapeuta, Especialista em Linguagem e Comunicação Humana, Coach e criador da metodologia Coaching Transformacional®.Site:www.thiagotombini.com.br
Contatos:thiagotombini@thiagotombini.
com
(049) 3322 0164
Diego Berro é palestrante e treinador em vendas, formação profissional de nível tecnológico em recursos humanos e graduação em gestão empresarial ambos pela EBAPE/FGV – Escola Brasileira de Administração Pública e de empresas da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, Master Practitioner em Programação Neurolinguística. Co-Autor do livro: “Os 30 + em Motivação no Brasil”. Site:www.diegoberro.com.br
Contatos:[email protected]
(049) 8570 4154(014) 9104 0522
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: FO
TOLI
A.C
OM
Partimos do pressuposto de que a reali-dade não existe, portanto é contestável e pode ser criada e recriada, desde que se saiba o que se deseja com especificidade e nitidez. A prova real de que a realidade é contestável é que cada pessoa tem uma visão única e subjetiva das situações que lhe ocorrem.
Uma pessoa pode enxergar uma mesma crise de maneira positiva e aproveitar a oportunidade para gerar novos negócios, enquanto outras se lamentam por estar passando por ela. A mesma coisa acon-tece quando o assunto é partido político, time de futebol, religião, relacionamento, empresa, universidade, idéias, crenças, valores, ideologias, etc. Todos vêem a
mesma coisa (fato), mas enxergam (tem uma percepção subjeti-va) uma determinada experiência de uma perspectiva muito par-ticular. Somente entendendo e compreendendo a real intenção do resultado (feedback), é possível destinar esforço e dedicação suficientes para transformar pensamento em realidade.
A Melhoria Contínua é a capacidade de gerar abundância e prosperidade, é a análise incrementada de informações claras e precisas que fornecem opções e oportunidades de caráter único e abrangente.
O Coaching é uma ferramenta imprescindível para pessoas e empresas que desejam expandir suas atuações sem limites. O Coaching é uma ferramenta que disponibiliza um conjunto de ações que agem e interagem na mecânica do processo de aprendizado e evolução contínua. O Coaching dinamiza seus resultados porque atua com uma perspectiva de ofertar solu-ções e viabilizar mudanças rápidas, efetivas e duradouras.
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Seu corpo é 70% água. O planeta é 70% água.
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Defender o meio ambiente. A Assembleia de Minas encara este desafio de frente, criando leis, promovendo debates, fóruns e conferências para discutir e resolver questões relacionadas à sobrevivência do planeta, especialmente no que diz respeito aos recursos hídricos. Um trabalho exemplar: as ações obtêm resultados concretos desde a década de 90, e as leis, pioneiras no país, serviram
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Visite www.almg.gov.br e participe. É a sua vida que está em questão.
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