Supervisão Escolar Apostila (2)

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INATRAN-INSTITUTO NACIONAL DE APRENDIZAGEM NO TRÂNSITO

DIRETOR DE ENSINO

SUPERVISÃO ESCOLAR

ITAPERUNA-RJ

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SUPERVISÃO ESCOLAR1 – INTRODUÇÃO

Supervisionar = Dirigir ou Orientar um trabalho.

Dentro desta perspectiva, NÉRICI (1974, p. 29), afirma que Supervisão Escolar é a “visão sobre todo o processo educativo, para que a escola possa alcançar os objetivos da educação e os objetivos específicos da própria escola”. Este olhar exclui os sujeitos envolvidos no processo educativo, ou seja, “a escola” e os “objetivos da educação” são o foco do trabalho, sem que sejam considerados os professores, alunos, especialistas e apoio.

Alguns anos depois, já se percebe um avanço em termos de conceituação de Supervisão Escolar, segundo RANGEL (1988, p. 13), a necessidade de relação deste com os demais profissionais da escola: “[...] um trabalho de assistência ao professor, em forma de planejamento, acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e atualização do desenvolvimento do processo ensino aprendizagem.

Esta conceituação propõe que a supervisão seja percebida levando-se em conta duas outras dimensões: A relação entre os sujeitos, Supervisor – Professor, e o ensino aprendizagem, objeto de trabalho desses profissionais, ultrapassando a simples execução de tarefas e a “fiscalização” do trabalho realizado.

1.1 A ORIGEM E A EVOLUÇÃO DA FUNÇÃO SUPERVISORA

Segundo Demerval Saviani (1999), a função supervisora já se fazia presente desde as comunidades primitivas, onde o modo de produção era coletivo, ou seja, os homens ainda não estavam divididos em classes e produziam tudo em comum, assim se educavam e educavam as novas gerações. Desta forma, a educação coincidia com a própria vida, onde já se fazia presente a função supervisora, isto é, os adultos educavam os mais novos e por meio de uma vigilância discreta, protegiam e orientavam as crianças, supervisionando-as como simples ajuda as suas fraquezas.

Com a fixação do homem a terra, surgiram as propriedades privadas e a divisão de classes: dominantes(proprietários) e dominados(servos ou escravos), o que dividiu também a educação na antiguidade. Surge a escola, que era chamada de lugar do ócio, onde só a classe dominante dispunha de tempo livre para frequentar, pois a classe menos favorecida era educada pelo trabalho.

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De acordo com Cambi (2000), foi na Grécia, sobretudo na Grécia - clássica (século V a.C.) que a instituição-escola começou a se afirmar nos aspectos administrativos, culturais e na vida social das pessoas. Essas escolas eram espaços que iam desde os cenáculos (encontros para debates e orações) aos colégios, ou seja, escolas propriamente ditas. Nesses colégios surge o supervisor, claro, sem essa nomenclatura, era como um escravo, mas com funções que o identificam como tal, uma espécie de acompanhante que estimula e controla a criança auxiliando o trabalho dos mestres que eram tidos como os diretores da vida espiritual, o educador espiritualizado e ativo na vida do indivíduo. Com o surgimento dessa instituição escola, na Grécia começou a existir a figura do supervisor como pedagogo ou paedagogus, profissional da Paidéia (de paidos - criança) que significava simplesmente "criação de meninos", termo dado a educação das crianças da classe dominante, uma educação que apenas doutrinava para obedecer e não para libertar. O objetivo não era ensinar ofícios, mas sim treinar a liberdade e a nobreza, desde que não fugisse aos ideais do poder grego. Era a cultura construída a partir da educação, o ideal dos gregos para os jovens. A instrução básica era uma instrução do bem falar e do bem escrever, além do respeito às regras rigorosamente estabelecidas. O pedagogo ,que era uma espécie de escravo subordinado ao rei na época, conduzia o jovem até os cenáculos ou assembleias, onde ocorriam as discussões que envolviam pensamentos críticos, criativos, resgates de cultura, valorização da experiência dos anciãos e outras atividades. O conhecimento era limitado por esse pedagogo, que devia obediência ao seu superior, algo que saísse dos padrões ideológicos deste, poderia ser barrado pelo pedagogo.

É visto que qualquer um escolhido pelo Rei, poderia se encarregar da função supervisora. Não havia preocupação então com a formação desse indivíduo. O ideal educativo grego aparece como parte da Paidéia, formação geral que tem por tarefa construir o homem obediente a cultura de seu povo, esse passou então a ser o ideal educativo grego e isso não podia sair das régias dos dirigentes e por isso o ato de supervisionar já passava a existir ali, para que esse ideal fosse alcançado.

Mas ainda nos séculos V e IV a.C. a cultura grega começa a sofrer grandes modificações na sociedade e com isso a educação também sofre mudanças, deixa-se de pensar no homem apenas como individual e a educação se humaniza gradativamente. Então, no final desses séculos, nasce a Pedagogia como saber maior, rigoroso e sistemático, deixando o pragmático de lado e passando a ser um saber mais teórico que dá ao pedagogo-supervisor surgido da Paidéia uma função além de escravo que somente acompanha, uma vez que este também se transformou. Ele agora poderia exercer com mais vigor a sua função de fiscal e vigiado cumprimento dessa sistematização e rigorosidade de regras, mas numa visão bem mais humanística. Ele já instrui e pode cobrar porque já se socializou com as novas transformações.

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Com as grandes mudanças veio a intenção de mesclar as culturas gregas e romanas, pois Roma ainda abordava a educação como uma preparação apenas de homens para a guerra, para serem heróis e não se preocupava com o lado humano. Pouco a pouco as culturas grega e romana foram se fundindo e a ideia de formação humanística da Grécia foi se incorporando aos costumes e a educação romana, valorizando as características próprias do homem. Foi então que no século II a.C. foram criadas em Roma as primeiras escolas seguindo o modelo grego, sistematizadas em graus e dirigidas pelos Ludi magister(professor primário) onde as crianças iam acompanhadas de seus paedagogus(pedagogos-supervisores) até os locais onde funcionavam a escola, geralmente locais alugados ou casas de ricos que eram cedidas, lá elas passavam a maior parte do dia e eram submetidas a lições de obediência e rígida disciplina, até mesmo com punições físicas; também havia o magister(professor secundário) que ensinava cultura e suas diversas formas, retórica e textos literários ( CAMBI, 2000).

Os paedagogus (pedagogos-supervisores) tinham presença marcante e atuante nessas escolas, pois auxiliavam nas atividades educativas bem como fiscalizavam a metodologia empregada pelos magisteres, pois estes mesmo já tendo mais respaldo ainda não poderiam ir contra os ideais da época.

Saindo da Idade Antiga e chegando a Idade Moderna, com a formação da sociedade capitalista e o aparecimento da burguesia e da indústria, surge a necessidade da generalização da escola, de uma nova sistematização, bem como sua institucionalização, com isso surge a ideia do supervisor educacional, com o papel e denominação de inspetor ou bedel, que era encarregado pela ordem e pelo cumprimento das regras dessa sistematização.

Logo vieram as grandes transformações do século XIX, onde o pensamento iluminista trazido da Europa ganhava seu espaço, uma época repleta de mudanças na economia, política e na cultura provocadas pelas revoluções industriais que estavam acontecendo.

A função supervisora ganha respaldo e o supervisor é tido como um organizador do espaço da escola, uma organização baseada no sistema estatal e nacional, este era o orientador que persuadia os alunos para se adequarem ao modelo exigido pela classe privilegiada e dominante. (GERALDO, 2001).

1.2 A FUNÇÃO SUPERVISORA NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA

Muitas indagações são feitas a respeito do surgimento e das transformações ocorridas na função supervisora a partir do momento que esta começou a existir. Qual a sua origem e sua trajetória na história da educação? Não se sabe ao certo, quando foi

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utilizado pela primeira vez esse termo e se antes de se chamar supervisor, esse profissional já exercia sua função e quais seriam suas atribuições.

A importância da supervisão escolar vem crescendo de acordo com as mudanças nas propostas da escola e suas necessidades, onde cada vez mais a escola busca sua autonomia e a qualidade do seu ensino. A figura do supervisor, antes vista como mero bedel (auxiliar do prefeito de estudos, também com a mesma função) e inspetor, ganha relevância e novo significado dentro da educação atual, mas nem sempre foi assim, ao resgatarmos na história da educação fatos que apontam para a existência da função supervisora bem antes mesmo da institucionalização da escola, podemos perceber o quanto essa concepção se transformou.

É bem recente, cerca de décadas apenas, a ideia da formação do supervisor escolar e a importância que lhe é conferida. A supervisão era uma função que podia ser exercida por qualquer profissional sem a devida formação (ROMANELLI, 2000).

Recentemente, vários estudiosos passaram a considerar esse profissional como um gestor intermediário na escola, que auxilia no desempenho de todos os membros do grupo escolar, pois além da função pedagógica também engloba a função político- administrativa, pois é parte fundamental da equipe gestora da escola.

Passou-se, então, a estabelecer o tipo de formação que os docentes deverão possuir para o desempenho dessas funções. Assim, o supervisor, deverá possuir formação especializada em supervisão pedagógica, trocar experiências com todos os docentes que integram o grupo escolar; coordenar as orientações curriculares e os programas de ensino; adequar os conteúdos à situação concreta da escola; promover a articulação com outros setores e servidores visando à elaboração de estratégias pedagógicas que venham de encontro aos problemas da escola e acima de tudo a melhoria e o alcance do objetivo maior que é a qualidade do ensino. (ROMANELLI, 2000).

Assim percebe-se o quanto a função supervisora tem evoluído desde os primórdios da humanidade até os dias atuais, e o levantamento de dados históricos possibilita-nos refletir sobre o quanto esse profissional da educação tem se transformado e adquirido atribuições tão complexas e fundamentais dentro do contexto educacional.

1.3 A FUNÇÃO SUPERVISORA NO CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO

No Brasil, em 1549, são iniciadas atividades educativas pelo jesuíta Manoel da Nóbrega que formulou um plano de ensino em que se encontra a função supervisora, sem se manifestar ainda a ideia de supervisão, surge uma espécie de vigia da boa conduta e das regras da educação, como exemplo, temos o Ratio Studiorium, um plano de regras sobre as atividades educativas, que regia o reitor, o prefeito de estudos

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(supervisor), os professores, as disciplinas, as provas escritas, o bedel, os alunos, enfim, tudo era regido por este plano. No qual o diretor era o reitor e o prefeito de estudos era seu assistente, a quem os professores e alunos deveriam obedecer. A função de prefeito de estudos era regulada por trinta dessas regras, onde por diversas vezes ele assumia o papel de bedel e inspetor, pois assistia às aulas dos professores e lia apontamentos dos alunos, e o que não conseguisse resolver, deveria levar ao conhecimento do reitor. (SAVIANI, 1999).

Percebe-se então que o supervisor já tinha alguma autoridade, mas muito longe de uma autonomia. Em 1759, com as Reformas Pombalinas, os jesuítas foram expulsos do Brasil, pois se entendia que estes eram muito conservadores, visto que as mudanças já estavam acontecendo e os jesuítas insistiam em dominar o pensamento pedagógico da época.

Com essa expulsão, um alvará foi criado, este previa o cargo de diretor geral dos estudos e a designação de comissários, que exerciam a supervisão envolvendo aspectos de direção, fiscalização, coordenação, inspeção e orientação de ensino, estes seriam os comissários do diretor. Nesse sentido, a ideia de supervisão passa a englobar aspectos político-administrativos em nível de sistema concentrado na figura do diretor geral (SAVIANI, 1999).

No período Imperial, mais precisamente em 15 de outubro de 1827, Dom Pedro I em Assembleia Geral decretou a primeira lei da educação que instituiu em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império, que houvesse escolas de primeiras letras quantas fossem necessárias. Essa lei determinou em seu artigo 5º que os estudos se realizassem seguindo um método chamado de Ensino Mútuo, onde o professor atuava como docente e supervisor, instruindo monitores (alunos mais avançados) para auxiliá-los na supervisão das atividades dos demais alunos (SAVIANI, 1999).

Nesse período, todo o poder estava concentrado nas mãos do Imperador e todos os mestres eram de sua escolha e só ele poderia nomear ou delegar que a assembleia recrutasse, nomeasse e designasse seus ordenados e atribuições, dentre elas a de aplicar um ensino de qualidade aos augustos(príncipes-discípulos) do Império. Esses mestres não recebiam nenhum adjetivo, eram apenas homens que muito sabiam e eram remunerados ao passar adiante seus conhecimentos.

Em 12 de agosto de 1834, foi promulgada a lei que chegou mais perto da democracia durante o período imperial, o Ato Adicional de 34 ( tinha o poder de mudar tudo que até então fora determinado pela Constituição em vigor), marcado pela vinda da corte portuguesa para o Brasil e pela futura independência política do Brasil, que tentou descentralizar o poder do Imperador, pois pretendia dar mais autonomia às províncias, dar uma possibilidade de intervenção no governo no campo primário e secundário, e não criar dois sistemas paralelos de ensino, o que estava ocorrendo.

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Como consequência das reformas do Ato Adicional, surgiram também as Escolas Normais, que formavam e que iriam substituir o velho mestre pelo novo professor de ensino primário, mas apenas na província, já que só quarenta e seis anos depois é que foi criada a Escola Normal da Corte.

Ainda em 1834, o então ministro do Império Chichorro da Gama, em relatório sobre as reais condições da educação no sistema em vigor, afirmou que precisava de medidas urgentes para remediar a situação em que a escola se encontrava, uma vez que o sistema de ensino mútuo não havia correspondido às expectativas. Uma dessas remediações seria a criação de um cargo de Inspetor de Estudos, pois, segundo o ministro, essa supervisão permanente realizada por esse inspetor tiraria das mãos dos ministros as ações sobrecarregadas, como as de presidir eles mesmos os exames, supervisionar as escolas e emitir relatórios e pareceres, ou seja, as tarefas estariam melhores distribuídas.

Partindo disso, no âmbito de suas reformas em 1854, Couto Ferraz estabeleceu em regulamento a missão de um inspetor geral, a função de supervisionar todas as escolas (SAVIANI, 1999). Essa inspeção apresentava grandes mecanismos de controle e vigilância sobre o professor por meio da rigorosidade do regulamento, havia conferências das atividades e da metodologia empregada várias vezes no ano. Podemos perceber a ampliação da função supervisora, na qual além de presidir exames dos professores, lhe conferia diplomas, podia autorizar a abertura de escolas, rever livros e até mesmo corrigi-los ou substituí-los por outros que julgasse convenientes.

No ano de 1881 quando a Escola Normal Oficial foi fundada na então capital do Império, não havia a preocupação com a qualidade do ensino e muito menos com a formação de quem o executaria. (GERALDO, 2001).

Houve mais uma vez em 1892 uma tentativa de implantar uma desburocratização quanto à ação educativa, por haver uma preocupação com o perfil do inspetor geral da escola, que apenas doutrinava e não orientava os docentes, mas a resistência venceu e a reforma não se concretizou. Mas em 1897, uma lei extinguiu o Conselho que regulamentava as Escolas Normais e as inspetorias passaram a ter apenas um inspetor geral para todo o estado, auxiliado por dez inspetores escolares, ou seja, um supervisor para controlar todas as escolas da região e em cada uma dessas escolas, um supervisor encarregado de deixá-lo informado sobre tudo o que acontecia dentro dessa escola.

Pela primeira vez, percebe-se uma preocupação com a formação de uma equipe com suas funções bem definidas. Mas mesmo com essa reforma, ainda estava longe a concepção de um supervisor focado na aprendizagem, mas apenas o encarregado de zelar pela função dada a escola que servia aos interesses da fé e do Estado (PILETTI, 2000).

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Quanto à formação dos profissionais dessa escola, sabe-se que somente os letrados da elite podiam formar essa equipe, pois estavam credenciados a isso. E se nem mesmo os professores eram bem preparados, pode-se perceber que a figura do supervisor não era tida como uma pessoa que se preparou especificamente para a função.

Por muito tempo, essa função supervisora se deu desta forma, mas chegando a década de 20, no ano de 1924, com o processo crescente de industrialização e urbanização, aconteceram várias mudanças na sociedade e na economia e passou a se exigir reformas na educação para que esta pudesse acompanhar as mudanças. Surge então, uma nova categoria profissional: os técnicos em escolarização, chamados de especialistas em educação, dentre eles estava o supervisor. Essas mudanças permaneceram por muito tempo somente no âmbito estadual, pois o poder nacional ainda não havia demonstrado interesse, até que com uma reforma acontecida após a revolução de 30, isso ganha proporção nacional e surge a necessidade de se reestruturar o ensino brasileiro. Um decreto foi criado e implantado nas Faculdades de Educação para formar professores de diferentes disciplinas das escolas secundárias e com isso foi criado o curso de pedagogia para formar professores de disciplinas do curso Normal e formar técnicos de educação, a nova categoria que havia surgido, foram então tomadas as primeiras medidas legais para a reforma do ensino superior.

Em 1969, a Pedagogia ganha uma nova roupagem e se transforma em uma abordagem tecnicista, os cursos de Pedagogia são reformulados pelo parecer nº 252/69 do Conselho Federal de Educação, que nessas circunstâncias ao invés de formar o técnico em educação com várias funções, davam-nos habilitações dentro do curso, como: administração, inspeção, supervisão e orientação e o magistério de disciplinas profissionalizantes dos cursos normais e um mestrado com habilitação em planejamento educacional. Esse parecer, até então, foi a forma mais radical de profissionalizar a função do supervisor educacional, contribuindo para o reconhecimento profissional da atividade do supervisor no sistema de ensino, buscando dar a esse profissional uma identidade própria com características que as distinguisse das demais. Esse decreto também provocou inovações no sistema educacional.

Daí por diante, vários movimentos foram criados primando por melhorias no sistema e nos cursos de formação de educadores, se estendendo até o final dos anos 70, e em outubro de 1979, acontece o encontro Nacional de Supervisores de Educação, na ocasião defendia-se uma tese de que a função do supervisor é uma função política e não apenas técnica (SAVIANI, 1999).

É chegada a conclusão a partir daí que o supervisor deveria assumir seu papel político. A sua habilitação com a criação dos cursos de pedagogia os tornavam pedagogos, que faziam o curso e se tornavam educadores que seguiam ainda um modelo ideológico, embora mais moderno. Percebe-se então que a concepção havia

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mudado, mas a sua formação não, e esse profissional estava longe dele próprio se ver como político, com identidade própria, já que desde a sua origem ele sempre defendeu apenas os interesses dos dominantes e não tinha poder algum de decisão.

Nessa fase da história mesmo já sendo reconhecido de certa forma, o supervisor teria que se integrar a essa nova ideia de ser um profissional que exerceria funções políticas, com autonomia e que envolveriam a escola, a comunidade, o sistema e os planejamentos.

2. Início de uma ressignificação

No início da década de 1980, é iniciado um movimento aberto de repensar a educação. Alguns profissionais, insatisfeitos com a educação semeada nas escolas brasileiras, passam a refletir, discutir e buscar alternativas para uma nova proposta sobre a função social da escola, o papel do educador e os resultados que estas práticas pedagógicas trazem para os educandos. A realidade provocada pela distância que a escola impôs entre a vida real dos educandos e o objetivo da educação, passa a desagradar, a desacomodar, a incomodar, a promover a problematização e a reflexão.

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Dentre outros pensadores, encontra-se FREIRE, (1992), cujas teorias vão de encontro a esta realidade e assumem um papel importante quando provocam uma reflexão e mobilizam em direção à mudança desta perspectiva. Ele nos traz que a esperança, a tolerância, o formar-se para poder formar, o respeito aos saberes dos educandos, a busca de respostas e de conhecimento, o saber-se inacabado, a escuta e o diálogo, são princípios que desestabilizam a prática pedagógica de muitos educadores, fazendo-os buscarem novos rumos, novos caminhos, impulsionando os profissionais da educação a repensarem suas práticas.

Com o alvorecer desta nova realidade apontado, o Supervisor Escolar passa a ter de refletir sobre: “o que fazer, por que fazer e para que fazer” assumindo, enquanto educador, a dimensão política de sua função.

Como diz MEDINA, (2002, p. 46):

O Supervisor desiste de exercer poder e controle sobre o trabalho do professor e assume uma posição de problematizador do desempenho docente, isto é, assume com o professor uma atitude de indagar, comparar, responder, opinar, duvidar, questionar e apreciar situações de ensino, em geral, e, em especial, as da classe regida pelo professor.

Esta mudança de paradigma, demanda outras atribuições, fazendo com que professores passem a buscar no Supervisor uma ação renovada, apoio, formação, orientação, a fim de qualificar sua prática pedagógica.

De acordo com RANGEL,(1988, p. 13 e 14) situa este profissional no sentido pedagógico, caracterizando seu trabalho como de: “[...] Assistência ao professor, em forma de planejamento, acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e atualização do desenvolvimento do processo ensino aprendizagem”. Esta nova dimensão coloca-o como “professor” de seus professores, alguém que provoca, desafia, incita, questiona, faz pensar.

No quadro a seguir, faremos um paralelo entre a ação supervisora tradicional com a ação supervisora renovada.

AÇÃO TRADICIONAL

Tem como objetivo a harmonia do grupo;

Busca a igualdade num processo de mascaramento da realidade;

Trabalha a partir do seu próprio desejo;

Produz modelos de conhecimento;

Enfatiza procedimentos sem rodeios;

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Tem o conhecimento como um dado absoluto;

Tem comportamento de neutralidade;

Trabalha tendo em vista um tipo ideal de homem.

AÇÃO RENOVADA

Explicita as contradições, trabalhando o conflito com o objetivo de estabelecer relações de trabalho no grupo;

Trabalha as diferenças;

Cria formas próprias de conhecimento;

Enfatiza a produção do professor no interior da escola num movimento de ensinar e aprender;

Tem o conhecimento como um dado relativo;

Tem comportamento expresso com clareza;

Trabalha tendo em vista o sentido da vida humana.

O Supervisor Escolar é um profissional responsável pela articulação do processo educacional, é alguém que possibilita o atendimento das necessidades dos alunos, seu ingresso e permanência na escola.

As leis estabelecem os parâmetros, mas as ações cotidiana se dá a partir das atitudes, das relações, do convívio, da diversidade, não bastando que haja regulamentação ou uma lista de atribuições para que o trabalho seja efetivo ou tenha um resultado positivo.

Esta concepção de Supervisor Educador, ao comprometer-se com a democratização da escola, opõe-se às características restritivas da supervisão tradicional, propondo que se supere: A neutralidade pelo posicionamento crítico; o controle pelo comprometimento; as relações hierárquicas pela responsabilidade partilhada; o individualismo pela solidariedade; a separação do fazer e do pensar pela reflexão coletiva; a ajuda pela problematização; a receita pela criação.

Sob esta perspectiva, ALONSO, (2003, p. 171) afirma que a ressignificação do trabalho do Supervisor Escolar: [...], está na forma como esta relação se estabelece, num

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ambiente próximo, de colaboração e respeito mútuo. Nesse espaço, o professor poderá receber a assistência e orientação para lidar com as dificuldades do cotidiano escolar.

Nessa teia, as relações tecidas pelos professores em conjunto com os especialistas em educação e com todos envolvidos no processo pedagógico da escola é que se efetiva a ação do Supervisor Escolar, não sendo possível que haja receita ou método a ser seguido, mas atitudes e comportamentos necessários àquele que tem como objetivo a qualificação do trabalho docente. Com relação à formação do Supervisor Escolar, ao projeto de Lei 4.412 de 2001 determina, em seu artigo 2º, que: [ ...], o exercício da profissão de Supervisor Escolar é prerrogativa dos portadores de diploma de curso de graduação obtido em instituição de ensino superior devidamente autorizada e credenciada pela autoridade competente do sistema de educação nacional.

3. A Supervisão nos dias atuais

Hoje a função supervisora se mostra bem mais ampla e o profissional dessa área entende a verdadeira essência desse termo: supervisor, aquele que vê o geral, que vê além e articula ações entre os elementos que envolvem a educação. O supervisor de hoje sabe que precisa ser um constante pesquisador e com isso poderá contribuir para o trabalho docente, pois essa equipe conta com a sua orientação e apoio.

O supervisor atual sabe que precisa se dividir em muitas habilidades e criar elos entre as atividades de supervisionar, orientar e coordenar, desenvolvendo relações verdadeiramente democráticas (FERREIRA, 2007).

A função supervisora nos dias atuais se mostra através de profissionais maduros, capacitados para melhor executar propostas de resolução de problemas e enfrentar os desafios na escola, e existem muitos desafios para o profissional da Supervisão Escolar, já que hoje se especializa para exercer essa função.

Apesar de ainda existir muita negatividade dentro das escolas e muitas vezes o supervisor ter que se deparar com situações de descrédito por parte da equipe escolar, resistências e banalização do seu trabalho, ele tende a não desistir porque já entendeu que é capaz de transformar, já se vê como político, como um articulador e extrapola a esfera pedagógica, criando uma onda de relacionamento mais estreito com os docentes, as famílias, a comunidade, o sistema e outros elementos que possam se integrar a escola.

Um grande desafio que ainda era enfrentado, era o fato da função supervisora já ser reconhecida e mesmo assim não ser regulamentada, é importante salientar, pois é muito comum confundir regulamentação profissional com o reconhecimento da profissão e a garantia de direitos, quando, na verdade, regulamentar significa impor

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limites, ordenar competências, atribuições e fixar responsabilidades. Mas com o intuito de regulamentar essa profissão o Senado aprovou, no dia 18 de outubro de 2007, o projeto de lei oriundo da Câmara com o n° 132/05, que regulamentou a profissão de supervisor educacional. Os profissionais que atuam no ramo, normalmente como supervisores, coordenadores ou orientadores pedagógicos, agora têm sua situação regulamentada através desta lei. Na sua justificação, o autor, o então deputado Federal Cezar Schirmer se baseia e apresenta como razão para aprovação, a necessidade de regulamentação das atividades de administração escolar, aos supervisores educacionais, graduados em Pedagogia, com habilitação em Supervisão Educacional ou Supervisão Escolar ou, ainda, pós-graduados nessas áreas, no que dispõe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 1996), que, em seu art. 64, estabelece que a formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em Pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.

Pode-se citar ainda nos dias de hoje, outros desafios que se mostram bastante visíveis, como: a falta de estrutura dos estabelecimentos de ensino, os recursos escassos, a má vontade de alguns educadores, alguns alunos, por parte de alguns funcionários administrativos, enfim, uma série de coisas que dificultam o trabalho do supervisor, mas que não o impedem de criar na sua atividade profissional meios de mudar esta realidade e fazer com que a escola mude sua cara, e se transforme na escola de nossos sonhos.

4. O LÍDER DEVE SER UM EDUCADOR

Para evitar desperdício de esforços e fazer com que os objetivos sejam atingidos ano após ano, sabe-se que é necessária a presença de diretores que atuem como líderes, capazes de implementar ações direcionadas para esse foco. A concepção de que a liderança é primordial no trabalho, a formação e a atuação de líderes, até então restritas aos ambientes empresariais, passam a ser palavra de ordem para enfrentar os desafios. É possível fazer uma comparação entre o trabalho de um maestro e o diretor de ensino do CFC. Ambos são lideres e regem uma equipe. O primeiro segue a partitura e é responsável pelo andamento e pela dinâmica da música. O segundo, administra leis e normas e cuida da dinâmica escolar. Os dois servem ao público, mas a plateia do “regente diretor” não se restringe a bater palmas ou vaiar. Ela é formada por uma comunidade que participa da cena educacional.

Mais do que um administrador que cuida de calendários, vagas e materiais, quem dirige a escola precisa ser um educador. E isso significa estar ligado ao cotidiano

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da sala de aula, conhecer alunos e professores (instrutores). Só assim ele se torna um líder, e não apenas alguém com autoridade burocrática.

Há três perfis básicos nessa função: O administrador escolar, o pedagógico e o sócio comunitário.

O administrador escolar – Mantém a escola (CFC) dentro das normas do sistema educacional, segue portarias e instruções, é exigente no cumprimento de prazos;

o pedagógico – Valoriza a qualidade do ensino, o projeto pedagógico, a supervisão, orientação pedagógica e cria oportunidades de capacitação docente;

sócio comunitário – Preocupa-se com a gestão democrática e com a participação da comunidade, está sempre rodeado de alunos e lideranças (sociedade), abre a escola (CFC) nos finais de semana e permite trânsito livre em sua sala.

Como é muito difícil ter todas essas características, o importante é saber equilibrá-las, com colaboradores que tenham talentos complementares. Delegar e liderar devem ser as palavras de ordem. E mais: o bom diretor indica caminhos, é sensível às necessidades dos liderados, desenvolve talentos, facilita o trabalho da equipe e, é claro, resolve problemas.

O que ele faz:

Incentiva iniciativas inovadoras; Elabora planos diários e de longo prazo visando à melhoria da escola (CFC); Gerencia os recursos financeiros e humanos; Assegura a participação da comunidade na escola (CFC); Identifica as necessidades da instituição e busca soluções.

Essa liderança deve ser estimulada e compartilhada em diferentes âmbitos da organização, desencadeando um ambiente favorável ao trabalho que valoriza os diferentes talentos e fazendo com que todos compreendam seu papel na organização e assumam novas responsabilidades. Onde não existe liderança, o ritmo de trabalho é frouxo e não há a mobilização para alcançar objetivos satisfatórios. As decisões são orientadas basicamente pelo corporativismo e por interesses pessoais. É possível aprender a liderar. Existem indivíduos que despontam naturalmente para exercer esse papel e certamente o farão se o ambiente favorecer. Mas mesmo eles

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precisam de orientação para empregar essa habilidade e toda a energia em nome do bem coletivo. Trata-se de um exercício associado à consciência de responsabilidade social. Onde a gestão é democrática e participativa, há a oportunidade de desenvolver essa característica em diversos agentes. Somente governos e organizações autoritários e centralizadores não permitem isso. E o diretor, é claro, não deve e nem pode ser assim. Um líder, geralmente é uma pessoa empreendedora, que se empenha em manter o entusiasmo da equipe e tem autocontrole e determinação, sem deixar de ser flexível. É importante que compreenda o comportamento humano e seja ciente das motivações, dos interesses e das competências do grupo ao qual pertence. Ele também aceita os novos desafios com disponibilidade, o que influencia positivamente a equipe. Questões do cotidiano não costumam assustar um líder

Quem desenvolve competências de liderança nunca se deixa paralisar diante dos desafios. Os que não as têm, contudo, se sentem imobilizados diante de pessoas que resistem às mudanças, sobretudo aquelas que manifestam de forma mais veemente seu incômodo com situações que causam desconforto. Em vez de colocar energia em atividades burocráticas e administrativas, fazendo fracassar os propósitos de criação de uma comunidade de aprendizagem, cabe a todos na verdade, promover o entendimento de que as adversidades são inerentes ao processo educacional. O enfrentamento delas implica o desenvolvimento da compreensão sobre si mesmo, sobre os outros e sobre o modo como o desempenho individual e coletivo afeta as ações da organização.

É importante haver um entendimento contínuo entre profissionais (CFC). Para funcionar, é preciso que todos os envolvidos assumam e compartilhem responsabilidades nas múltiplas áreas de atuação. Num contexto como esse, as pessoas têm liberdade de atuar e intervir e, por isso, se sentem à vontade para criar e propor soluções para os diversos problemas que surgem, sempre no intuito de atingir os objetivos da organização. Estimula-se assim a proatividade.

A proatividade corresponde a uma percepção de si próprio como agente capaz de iniciativas e, ao mesmo tempo, responsável pelo encaminhamento das condições vivenciadas. Um diretor proativo é aquele que age com criatividade diante dos obstáculos, desenvolvendo projetos específicos para as comunidades em que atua, de modo a ir além da proposta sugerida. O contrário da proatividade que é a reatividade, que está associada à busca de justificativas para as limitações de nossas ações e de resultados ineficazes. . A liderança também pode ser desenvolvida nos alunos ( funcionários) fazendo com que eles se sintam parte integrante do processo educacional e participantes de uma comunidade de aprendizagem, o que só se consegue com uma metodologia participativa, sempre sob a orientação do professor/ instrutor. Os jovens sempre se

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mostram colaboradores extraordinários onde lhes é dada essa oportunidade, podendo assumir papéis importantes.

Certamente, atitudes autoritárias não cabem em relações de trabalho. É importante destacar a diferença entre ter autoridade e ser autoritário. Todo profissional deve ter autoridade para o exercício de suas responsabilidades. E em nenhuma profissão ela é conseguida pelo cargo, mas pela competência. Já o autoritarismo é constituído pelo comando com base na posição ocupada pela pessoa que, não tendo a devida competência, determina e obriga o cumprimento de tarefas sem fazer com que os envolvidos compreendam adequadamente os processos e as implicações envolvidos na realização do trabalho. Quando identifica essa situação, a tendência da equipe é passar a agir sem comprometimento, gerando um ambiente de trabalho proforma, cujos resultados são sempre menos efetivos do que poderiam ser.

4 . 1 Tipos de poder

Poder coercitivo - Os seguidores são coagidos, seguindo o líder por medo que lhes aconteça algo caso não façam o que for determinado. Neste caso o seguidor não compromete-se com a instituição fingindo lealdade, podendo realizar de forma medíocre suas atividades.

Poder de utilidade – Fazem o que é determinado por obterem vantagens sobre isso. Existe aí uma troca de interesse, os seguidores possuem algo que os líderes querem e o líder possui algo que eles querem. (COVEY, 1993, p. 84).

Poder baseado em princípios – É conquistado por alguns líderes, os seguidores confiam e acreditam neles, honrando-os e respeitando-os. Seguem e acreditam, desejando fazer o que o líder quer.

Para que um líder baseie seu poder em princípios e aumente seu prestígio frente a seus seguidores, COVEY (1993), propõe 10 ferramentas a serem observadas:

Persuasão – Respeita as ideias e perspectivas dos seguidores; Paciência – Com os processos e com as pessoas, superando as falhas,

imprevistos e inconvenientes; Cavalheirismo – Ter atitudes de respeito e flexibilidade; Aprendizado – Valorizar os saberes dos seguidores e colocar-se no lugar de

quem também precisa aprender; Aceitação – Ser aceito a partir de suas ações; Gentileza _ nos pequenos gestos que significam muito nos relacionamentos; Abertura – Ir além da observação do comportamento de seus seguidores,

percebendo suas intenções, seus desejos, seus valores e seus objetivos; Confronto compassivo – Propor correção de erros ou enganos com naturalidade,

cordialidade, incentivando-os a aventurar-se;

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Consistência – Deixar claro que seu estilo de liderança não se consolida pela manipulação, e sim expressar seu código de valores;

Idoneidade – Ter coerência. Agir de acordo com suas palavras, seus sentimentos e pensamentos.

5 . METODOLOGIA DE ENSINO

Ao falar-se de metodologia de ensino, inevitavelmente teremos que recorrer a Didática, porque é ela que subsidia a aprendizagem e o processo de construção, aquisição ou incorporação do conhecimento, além de abordar os fundamentos dos diferentes “métodos didáticos” que são:

Técnica – Conjunto dos métodos e pormenores práticos essenciais à execução perfeita de uma arte ou profissão. (Conhecimento prático).

Didática – Arte ou técnica de ensinar a metodologia aplicada no ensino.

Ensino – forma sistemática de transmitir conhecimento em escolas.(Ensinamento).

Para que haja realmente aprendizagem, o professor tem que querer ensinar e o aluno querer aprender. A aprendizagem deve ocorrer dentro de um ambiente significativo e para perdurar deve ser “incorporada”, transformada e assimilada.

Na atualidade, a escola deve ser organizada, priorizando também o princípio de interação. Interagir significa complementar, podendo dizer que quando o processo pedagógico estabelece a relação professor-aluno, ficam estabelecidas as relações interativas.

Neste processo, o professor projeta no presente, as atividades que o aluno deverá vivenciar no futuro, enquanto que o aluno, no presente, vivencia as experiências planejadas e nesse momento se concretiza o futuro. Esta é a abrangência da realidade educativa atual em sua totalidade e só pode ser percebida quando possibilita ao aluno a capacidade deste se integrar como pessoa ao meio social que o circula.

A tarefa do educador é dar forma e concretizar os princípios básicos de interação social escolar para fazer surgir o tão desejado grupo de estudo interativo.

6 . Definição de grupo

É um conjunto de pessoas que compartilham alguma característica, como um objetivo, um interesse, um comportamento. Os grupos podem ser formais ou informais.

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Grupos formais: Aqueles que são definidos pela estrutura da organização, com atribuições de trabalho que estabelecem tarefas. Nestes grupos, o comportamento das pessoas é estipulado e dirigido em função das metas organizacionais.

Ex: Os seis membros da tripulação de um voo comercial.

Grupos informais: São alianças que não são estruturadas formalmente nem determinadas pela organização. Estes grupos são formações naturais dentro do ambiente de trabalho, que surgem em resposta a necessidade de contato social.

Ex: Três funcionários de departamentos diferentes que regularmente se encontram para almoçar juntos.

Em função da história, do objetivo de personalidade dos componentes do grupo, este pode variar em relação ao líder em tais aspectos:

Grupo Hostil – Opõem-se as estratégias do líder.

Grupo vagaroso – Apresenta-se com motivação insuficiente para cooperar na realização da meta, conjugando simpatia com impotência.

Grupo entusiástico – É aquele que apoia incansavelmente o líder.

7 . O Professor como Mediador no Processo Ensino Aprendizagem

O mundo está mudando e isso está ocorrendo a uma velocidade sem precedentes na evolução histórica da humanidade. A globalização, o surgimento de novas tecnologias, como o avanço das telecomunicações e da informática, contribuem para que ocorram mudanças, também na Educação. A interação professor - aluno vem se tornando muito mais dinâmica nos últimos anos. . O professor tem deixado de ser um mero transmissor de conhecimentos para ser mais um orientador, um estimulador de todos os processos que levam os alunos a construírem seus conceitos, valores, atitudes e habilidades que lhes permitam crescer como pessoas, como cidadãos e futuros trabalhadores, desempenhando uma influência verdadeiramente construtiva. . A Educação deve não apenas formar trabalhadores para as exigências do mercado de trabalho, mas cidadãos críticos capazes de transformar um mercado de

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exploração em um mercado que valorize uma mercadoria cada vez mais importante: o conhecimento. Dentro deste contexto, é imprescindível proporcionar aos educandos uma compreensão racional do mundo que o cerca, levando-os a um posicionamento de vida isento de preconceitos ou superstições e a uma postura mais adequada em relação a sua participação como indivíduo na sociedade em que vive e do ambiente que ocupa.

O desafio de contribuir com a educação do jovem e do cidadão, num momento de mudanças e incertezas e a necessidade de resgatar valores tão importantes condizentes com a sociedade contemporânea leva o professor a entender que deverá exercer um novo papel, de acordo com os princípios de ensino-aprendizagem adotados, como saber lidar com os erros, estimular a aprendizagem, ajudar os alunos a se organizarem, educar através do ensino, entre outros. O aluno precisa adquirir habilidades como fazer consultas em livros, entender o que lê, tomar notas, fazer síntese, redigir conclusões, interpretar gráficos e dados, realizar experiências e discutir os resultados obtidos e, ainda, usar instrumentos de medida quando necessário, bem como compreender as relações que existem entre os problemas atuais e o desenvolvimento científico. Isso só será possível, a partir do momento que o professor assumir o seu papel de mediador do processo ensino-aprendizagem, favorecendo a postura reflexiva e investigativa. Desta maneira ele irá colaborar para a construção da autonomia de pensamento e de ação, ampliando a possibilidade de participação social e desenvolvimento mental, capacitando os alunos a exercerem o seu papel de cidadão do mundo. O modo de entender e agir que nos possibilita não nos deixarmos abater pela adversidade e, até mesmo, de utilizá-la para crescer.

7.1 Decorar e reproduzir = Fracasso

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Uma das causas do fracasso do ensino é que tradicionalmente, a prática mais comum era aquela em que o professor apresentava o conteúdo partindo de definições, exemplos, demonstração de propriedades, seguidos de exercícios de aprendizagem, fixação e aplicação, pressupondo-se que o aluno aprendia pela reprodução. Considerava-se que uma reprodução correta era evidência de que ocorrera a aprendizagem. Essa prática mostrou-se ineficaz, pois a reprodução correta poderia ser apenas uma simples indicação de que o aluno aprendeu a reproduzir, mas não aprendeu o conteúdo. É necessário saber para ensinar. O professor deve se mostrar competente na sua área de atuação, demonstrando domínio na ciência que se propõe a lecionar, pois do contrário, irá apenas "despejar" os conteúdos "decorados" sobre os alunos, sem lhes dar oportunidade de questionamentos e criticidade.

Adequar a metodologia e os recursos audiovisuais de forma que haja a comunicação com os alunos, é também, uma forma de fazer da aula um momento propício à aprendizagem. . É importantíssimo que o professor tenha, também, competência humana, para que possa valorizar e estimular os alunos, a cada momento do processo ensino-aprendizagem. A motivação é imprescindível para o desenvolvimento do indivíduo, pois bons resultados de aprendizagem só serão possíveis à medida que o professor proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar, comparar, discutir, rever, perguntar e ampliar ideias.

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8 . PLANO DE ENSINO

Ao adentrar em uma sala de aula o professor deve sempre ter em mente o que irá lecionar para aquela turma, ele deve saber o conteúdo, de que maneira vai abordar o assunto, quais os recursos didáticos necessários para aquela aula e, acima de tudo, ter uma aula bem preparada. Todo esse preparo tem um nome específico e chama-se plano de ensino. Um plano de ensino é um instrumento de trabalho do professor, nele o docente especifica o que será realizado dentro da sala, buscando com isso aprimorar a sua prática pedagógica bem como melhorar o aprendizado dos alunos.

O plano de ensino funciona como um instrumento no qual o professor aborda de forma detalhada as atividades que pretende executar dentro da sala de aula, assim como a relação dos meios que ele utilizará para realização das mesmas. De maneira bem sintetizada pode-se dizer que o plano de ensino é uma previsão de tudo o que será feito dentro de classe em um período determinado. É importante lembrar ao professor que a elaboração de um plano de ensino não o isenta de preparar as aulas a serem ministradas, pelo contrário, ele deve sempre preparar uma boa aula, apresentando um esquema e uma sequência lógica dos temas trabalhados. .

Um plano de ensino tem como principal objetivo fazer a distribuição do conteúdo programático que será trabalhado durante o ano, o semestre, o trimestre, etc. e nele ainda deverá constar o número de aula e o tempo necessário para cada assunto abordado dentro da disciplina. É importante ressaltar que o plano de ensino deve ser encarado como uma necessidade e não como exigência ou obrigação imposta pela coordenação do colégio. .

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Apesar de ser uma ferramenta que descreve detalhadamente os elementos necessários para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, o professor não deve ficar escravo dele, ou seja, ele pode se afastar do plano de ensino sempre que os alunos tiverem necessidade, por exemplo, se o professor está lecionando uma matéria e sente a necessidade de fazer uma demonstração experimental para melhor fixação de conteúdo dos alunos, ele pode fazer sem medo, pois nem sempre é possível seguir à risca o plano.

8.1 FASES DO PLANO DE ENSINO

O professor ao planejar o ensino, antecipa, de forma organizada, todas as etapas do trabalho escolar. Cuidadosamente, identifica os objetivos que pretende atingir, indica os conteúdos que serão desenvolvidos, seleciona os procedimentos que utilizará como estratégia de ação e prevê quais os instrumentos que empregará para avaliar o progresso dos alunos. .

Pelo ensino executado de acordo com planos bem definidos e flexíveis, o professor imprime um cunho de maior segurança ao seu trabalho, e oportuniza aos alunos um progressivo enriquecimento do seu saber e da sua experiência. . A experiência nos mostra que, do planejamento bem feito, resulta uma série de vantagens que recompensam, de longe, o tempo e energia nele despendidos. Os resultados desse esforço talvez não sejam imediatos, mas a prática tem comprovado que são de longo e largo alcance. É evidente que nenhuma atuação pode ter condições de eficiência e eficácia, se dirigida pela improvisação e pela falta de sistematização.

As vantagens que o planejamento oferece são de definir e ordenar objetivos perseguidos. Também estruturar e direcionar as ações a serem tomadas, tornando claras e precisas as responsabilidades quanto ao desenvolvimento das ações, racionalizando a distribuição de tempo, energia e recursos. .

A principal finalidade do planejamento consiste em produzir um guia orientador para a ação a ser desencadeada, de maneira que os objetivos sejam transformados em realidades. Para que a transformação ocorra adequadamente, o planejamento visa a garantir que a ação proposta seja de forma objetiva, operacional, funcional, executável, contínua e produtiva, dando aspectos que estão relacionados às qualidades do planejamento.

Embora o planejamento seja reconhecido como condição necessária para que a ação produza de maneira mais adequada os resultados desejados, se observa que

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muitas pessoas resistem a se envolver nesta função. É por isso que professores percebem certas dificuldades e limitações em seus esforços de planejamento de trabalho. Essas dificuldades e limitações são de diversas origens: a falta de compreensão dos benefícios do planejamento, pressões do ambiente de trabalho para que sejam realizadas tarefas de resultado imediato, disponibilidade de tempo limitada, falta de habilidades para planejar. .

O planejamento envolve habilidades de análise, previsão e decisão. Mais especificamente, habilidades de identificar necessidades, estabelecer prioridades, analisar alternativas de ação, definir objetivos, estabelecer estratégias, atividades e cronogramas de ação ajustados e definir programa de avaliação.

As ações do ensino podem ser projetadas, representadas e concebidas antes de

sua realização. Através do planejamento, busca-se racionalizar a ação. No cenário educacional,

as metas do ensino costumam ser muito generosas, o tempo e os recursos para sua execução,

limitados. Nesse sentido, o planejamento busca otimizar a ação docente.

.

Por outro lado, a prática pedagógica nutre-se de incertezas e imprevisibilidade.

Com frequência, planejamos uma aula e a conduzimos de um modo completamente diferente.

Isso acontece porque não é possível prever completamente a reação de nossos alunos às

situações de ensino. O problema da imprevisibilidade é ainda maior quando adotamos métodos

mais ativos de ensino. Os alunos nos surpreendem com respostas que dão às perguntas que lhes

fazemos e, mais ainda, com as perguntas que eles mesmos fazem sobre aquilo que estamos a

ensinar. Desse modo, embora possa ser dirigido por ideias e intenções, o resultado do ensino

não pode ser previsto ou antecipado antes de sua realização.

Por isso, deve-se entender o planejamento, segundo MORIN (1996, p. 284), como

“estratégia” e não como “programa”. O programa consiste numa cadeia de passos prescritos a

serem seguidos rigorosamente e em sequência; a estratégia, ao contrário, é a arte de trabalhar

com a incerteza, compondo cenários de ação que podem se modificar em função de

informações, acontecimentos e imprevistos que sobrevenham no curso das ações, em seu

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conjunto.

O planejamento do ensino é, então, uma espécie de guia da ação. É comum que

uma mesma aula desenvolvida por um professor seja executada de maneiras completamente

diferentes nas várias turmas em que ele leciona, sem que ele tenha se descuidado do

planejamento de suas aulas. Podemos concluir dizendo, que os planos de ensino são

transformados e recriados ao longo de sua implementação.

O planejamento do ensino, como atividade que prepara, organiza e orienta a

ação docente, deve levar em consideração os condicionantes da prática, ou seja, as condições

objetivas da escola, dos alunos e do currículo. Por exemplo, a existência ou não de laboratórios

ou sala ambiente pode inibir ou favorecer determinadas ações; do mesmo modo, o número de

alunos em classe, a heterogeneidade dos grupos e o número de aulas que se tem para o

tratamento de um tópico do currículo são fatores que precisam ser levados em conta para

organizar as atividades de ensino na sala de aula.

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9 . Avaliação

Conceito : Prática de averiguar, verificar, comparar determinado objeto para lhe conferir determinado valor.

Dever-se-ia pensar na avaliação para o crescimento do aluno, assim como para construção de sua cidadania e de sua autonomia. Entende-se que, neste processo avaliação – ensino - aprendizagem, todos os educadores devem ter em mente o que é avaliar e o quanto uma avaliação pode mexer com a autoestima de um aluno, se usada de forma incorreta. Avaliar não deve ter como base a exclusão e sim a inclusão do educando, sempre pensando naquele ser humano com um grande potencial de grandes feitos futuros. Transformar valores e fixar conceitos deveria ser o principal objetivo da avaliação"

Todos podem ser avaliados. Nenhuma ação desenvolvida está isenta de avaliação, que é a base para a definição de planos de ação e de programas de formação em serviço. É importante destacar, no entanto, que não são as pessoas que são avaliadas, mas o desempenho delas. A liderança é situacional e, por isso, é essencial desenvolver instrumentos específicos para cada contexto a ser avaliado. Para que o processo se efetive, portanto, é interessante que as fichas de avaliação da liderança sejam preenchidas por todos os funcionários. Para se melhorar continuamente, o segredo é nunca ficar satisfeito com o que já foi conseguido. A satisfação leva à acomodação, o que deixa o diretor (CFC) impossibilitado de perceber perspectivas para alcançar novos patamares. É muito comum ouvir diretores/instrutores dizendo, em cursos de formação, "isso eu já faço" ou "isso a minha escola já tem". Fica evidente que, contente com a situação posta, vai ser difícil ele se mobilizar para qualquer mudança. É preciso ter cuidado, pois os processos educacionais são complexos e sempre há desdobramentos novos a desenvolver. Resultados e competências podem sempre melhorar.

9.1 ELABORAÇÃO DE PROVAS QUE AJUDAM NA APRENDIZAGEM

Numa época em que os modelos de avaliação contínua ganham força nas escolas e nos livros de formação, aplicar uma prova tradicional pode parecer um retrocesso. Mas não é bem assim. Com alguns cuidados e uma abordagem planejada, é possível lançar mão das questões dissertativas e objetivas para verificar o aprendizado de fatos, conceitos e ideias. "Mas é essencial ter a noção de que elas não podem ser as únicas formas de avaliar", alerta Jussara Hoffman, autora do livro Avaliar: Respeitar Primeiro, Educar Depois.

"Apesar da necessidade de tornar a avaliação contínua e diversificada, a simples observação do professor nunca é suficientemente profunda e individualizada

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em uma classe com dezenas de estudantes. A avaliação por escrito, portanto, sempre terá sua importância", afirma Jussara Hoffmann, o tema e uma das críticas dos testes feitos apenas para atribuir um conceito aos alunos. Jussara propõe o uso de questões cujas respostas indiquem o que cada um aprendeu e, com isso, ajudem o professor a melhorar as aulas. .

A ação de diagnosticar o processo de ensino, segundo a consultora, precisa ser cotidiana e contemplar outros instrumentos possíveis, como seminário, debate, relatório e observação. Além disso, é necessário definir muito bem o perfil correto de cada teste: os somativos servem para balanços finais e os formativos devem ser realizados de forma rotineira para ajudar a corrigir rumos e verificar a necessidade de retomar certas explicações. "Os dois tipos são pertinentes, mas o segundo modelo deve ser predominante, pois permite o melhor aperfeiçoamento da prática docente", afirma Domingos Fernandes, professor da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, em Portugal, e autor do livro Avaliar para Aprender.

O principal problema destacado por especialistas é a falta de conexão entre as provas e o dia a dia da sala de aula. "As práticas pedagógicas estão mais diversificadas. Contudo, na hora de avaliar, os professores dão para o aluno uma folha com questões que não têm nenhuma relação com as atividades que ele está habituado a fazer", afirma Jussara. Outra condição essencial é saber, de antemão, o que exatamente se quer que os alunos respondam. "Para cada questão, faça uma matriz com os conhecimentos, as habilidades e as competências que se pretendo verificar.

9 . 2 TIPOS DE PROVAS

Existem vários tipos de provas que nos cabe escolher o tipo de quesito que mais se adapte aos nossos objetivos, tipo de conhecimento e a forma de demonstrar a aprendizagem (teórico-prática).

Objetivas - Apenas com questões do tipo marcar X - V ou F;

Dissertativas, discursivas ou de respostas abertas – As que só tem respostas abertas;

Mistas - Contém questões de ambos os tipos;

Prática - Demonstra fazendo o que aprendeu.

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BIBLIOGRAFIA

ALONSO, Mirtes. A Supervisão e o desenvolvimento profissional do professor. In FERREIRA, Naura Carapeto. (Org). Supervisão Educacional para uma escola de qualidade. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2003.

COVEY, Sthephan R. Liderança baseada em princípios. Rio de Janeiro: Campus, 1994.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da Língua Portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

HOFFMANN, Jussara. Avaliar: respeitar primeiro, educar depois. 2. Ed. Porto Alegre: Mediação, 2010.

www.senado.gov.br (em dezembro de 2007). Pesquisado em 15/01/14. Ás 22:30 h.

Sinceramente

Mercedes F. de Souza