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História dos Suplementos Brasil - PROBIÓTICA O resgate da história do primeiro suplemento a ter como base uma proteína animal, que impulsionou a fundação da segunda empresa deste segmento no Brasil, dá o tom desta reportagem que é a segunda da série sobre a História da Suplementação Alimentar no Brasil Foi o comum interesse que dois amigos tinham em consolidar o mercado de nutrição esportiva no país que culminou na criação do primeiro suplemento alimentar da América Latina baseado em proteína animal. Lançado em 1986, o Proten 80 tornou-se imediatamente um ícone no mercado por trazer em sua formulação duas nobres fontes protéicas — a albumina de ovo e o caseinato de cálcio — além da banana desidratada em flocos, vitaminas e minerais. O produto foi idealizado pelos empreendedores Carlos Marcondes Negrão e Elcio Espindola como uma tentativa de suprir a carência existente neste mercado até o início da década de 80, época em que a indústria brasileira ainda dava os primeiros passos no desenvolvimento de produtos desta categoria e que, raramente, outros suplementos americanos eram trazidos de forma clandestina para o nosso território. De acordo com os empresários, a ideia surgiu de um projeto duplo que consistia na criação de uma escola de natação, esporte em franco crescimento naquele período, além de uma empresa sólida e comprometida com a qualidade de vida dos praticantes de atividades físicas . A primeira etapa do planejamento foi cumprida em 1985 e, no ano seguinte, nascia a Probiótica Alimentos , por ordem cronológica, a segunda empresa nacional a produzir suplementos alimentares. A forte visão comercial de Negrão, que até o momento era um administrador, juntamente com a experiência de Espindola, que construiu uma carreira de sucesso atuando na área de nutrição de grandes companhias da indústria alimentícia — como Rhodia e Sadia — impulsionou os empresários a pautar a gestão da companhia em três vertentes: foco na atividade física, inovação e qualidade. Todas estas características possibilitaram o lançamento do primeiro produto da empresa no mesmo ano de sua fundação, o Proten 80, que alcançou rápido sucesso entre os praticantes de atividades físicas. A lei como uma barreira A ausência de uma regulamentação específica para os suplementos alimentares foi um grande empecilho enfrentado pelos empresários. “Nossos produtos eram registrados em categorias como alimentosvitaminados ou outras que não correspondiam à nossa realidade”, explica o gerente de marketing da empresa, Marcelo Bella. Essas denominações dificultavam que os consumidores reconhecessem os produtos da empresa como suplementos . Pensando em resolver

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História dos Suplementos Brasil - PROBIÓTICA

O resgate da história do primeiro suplemento a ter como base uma proteína animal, que impulsionou a fundação da segunda empresa deste segmento no Brasil, dá o tom desta reportagem que é a segunda da série sobre a História da Suplementação Alimentar no Brasil 

Foi o comum interesse que dois amigos tinham em consolidar o mercado de nutrição esportiva no país que culminou na criação do primeiro suplemento alimentar da América Latina baseado em proteína animal. 

Lançado em 1986, o Proten 80 tornou-se imediatamente um ícone no mercado por trazer em sua formulação duas nobres fontes protéicas — a albumina de ovo e o caseinato de cálcio — além da banana desidratada em flocos, vitaminas e minerais. 

O produto foi idealizado pelos empreendedores Carlos Marcondes Negrão e Elcio Espindola como uma tentativa de suprir a carência existente neste mercado até o início da década de 80, época em que a indústria brasileira ainda dava os primeiros passos no desenvolvimento de produtos desta categoria e que, raramente, outros suplementos americanos eram trazidos de forma clandestina para o nosso território. 

De acordo com os empresários, a ideia surgiu de um projeto duplo que consistia na criação de uma escola de natação, esporte em franco crescimento naquele período, além de uma empresa sólida e comprometida com a qualidade de vida dos praticantes de atividades físicas . A primeira etapa do planejamento foi cumprida em 1985 e, no ano seguinte, nascia a Probiótica Alimentos , por ordem cronológica, a segunda empresa nacional a produzir suplementos alimentares. 

A forte visão comercial de Negrão, que até o momento era um administrador, juntamente com a experiência de Espindola, que construiu uma carreira de sucesso atuando na área de nutrição de grandes companhias da indústria alimentícia — como Rhodia e Sadia — impulsionou os empresários a pautar a gestão da companhia em três vertentes: foco na atividade física, inovação e qualidade. 

Todas estas características possibilitaram o lançamento do primeiro produto da empresa no mesmo ano de sua fundação, o Proten 80, que alcançou rápido sucesso entre os praticantes de atividades físicas. 

A lei como uma barreira 

A ausência de uma regulamentação específica para os suplementos alimentares foi um grande empecilho enfrentado pelos empresários. “Nossos produtos eram registrados em categorias como alimentosvitaminados ou outras que não correspondiam à nossa realidade”, explica o gerente de marketing da empresa, Marcelo Bella. Essas denominações dificultavam que os consumidores reconhecessem os produtos da empresa como suplementos . Pensando em resolver esta situação, os empresários filiaram-se à ABIAD (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e Fins Especiais) para elaborar uma legislação exclusiva para a categoria dos suplementos. 

Investimento em Pesquisa 

Com o processo de normatização em andamento — e a impossibilidade legal de criar produtos à base de aminoácidos — a Probiótica buscou uma parceria com a USP (Universidade de São Paulo) para desenvolver um hidrolisado enzimático de albumina. “Este foi um projeto bastante trabalhoso, que exigiu muito dos enzimologistas e de nossa equipe. Mas o esforço valeu a pena”, recorda Marcelo Bella. Depois de muita dedicação e transpiração a equipe chegou ao Amino Power Plus, em 1988, uma combinação de aminoácidos que pode ser utilizada para a construção e manutenção muscular. O suplemento brasileiro foi o primeiro hidrolisado de albumina lançado mundialmente. O produto norteamericano com formulação e atuação semelhante foi criado somente 18 meses depois do nacional. Os resultados obtidos com os dois primeiros produtos lançados pela empresa trouxeram à Probiótica 

o reconhecimento dos atletas. 

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Simultaneamente, após inúmeras discussões em Brasília, era publicada a Portaria 222 que contemplava os alimentos para praticantes de atividades físicas. Para a empresa, apesar do progresso, a normatização estava longe de ser a ideal “por conter muitas falhas e ausências”. 

Novos tempos 

Trabalhando de acordo com as tendências do mercado mundial, através de produtos de alta qualidade, aProbiótica ganhava cada vez mais destaque no cenário nacional e conquistava dia após dia o respeito e a admiração de seus consumidores. 

Em 1992 os empresários inovaram com o lançamento do Lactoalbumin. O produto tinha em sua composição a lactoalbumina, uma fração protéica do leite, extraída do soro, que tinha o mais elevado valor biológico entre todas as proteínas da natureza. “O que nem todos sabem é que esta substância nada mais era do que o Whey Protein”, diz o empresário. O conceito Whey ainda não existia e os atletas não reconheceram as nobres propriedades do produto, por isso ele foi descontinuado. 

Atualmente a Probiótica é a líder do mercado de nutrição esportiva na 

América Latina. Possui 148 produtos e patrocina 356 esportistas, incluindo atletas internacionais. 

O que comemorar? 

Para Marcelo Bella há pouco a se comemorar quando o assunto é a evolução do segmento no país. “Quando fazemos um paralelo com as indústrias que também foram fundadas nos anos 80 em outros países a diferença de faturamento chega a ser 20 vezes maior para as estrangeiras”, revela. Ele explica que isso acontece em decorrência da política legislativa pouco desenvolvida que temos no Brasil. “A atual legislação brasileira não aceita e não reconhece pesquisas nacionais ou internacionais que atestem a segurança e eficácia dos produtos, limitando e coibindo aos consumidores a possibilidade da oferta de alternativas mais diversificadas e evoluídas do ponto de vista tecnológico e nutricional”, acredita. 

Os fundadores da empresa acreditam que este quadro é reversível e que o caminho para proporcionar maior abertura e desenvolvimento do mercado nacional pode estar simplesmente no diálogo e no debate científico entre indústrias, entidades de classe e os órgãos públicos. 

Linha do Tempo: Pioneirismo Revolucionário 

1986 - Lançamento do Proten 80, primeiro suplemento alimentar à base de albumina e caseinato de cálcio em pó. 

1988 - Pioneira Mundial, a Probiótica lança o Amino Power Plus, o primeiro suplemento de albumina hidrolisada. 

1989 - A empresa patrocina o primeiro Campeonato Mundial de Musculação realizado no Brasil. 

1991 — Lançamento do primeiro hipercalórico brasileiro, o Massa 600. 

1992 - Lançamento do primeiro suplemento à base de Whey Protein na América Latina, o Lacto Albumin, utilizando 80% de concentração da proteína. 

1997 - Criação do primeiro aminoácido líquido em sachê, fabricado nos Estados Unidos com exclusividade para a Probiótica, o Amino Fluid 22000 e lançamento da Creatina Pura Probiótica. 

2000 — Lançamento da Glutamina, L-carnitina e Whey Protein em versão Instantânea. 

2004 - A Probiótica Laboratórios inaugura o maior e mais completo parque industrial da América Latina no segmento. 

2005 - A empresa lança com exclusividade na América Latina e Europa a 1ª Whey Protein com precursores de Óxido Nítrico, a Nitro NO2 Protein. 

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2006 - A Probiótica lança a 1ª Whey Protein 5W no mundo, através de parceria com centros de Pesquisa na Nova Zelândia e Estados Unidos. Lança também o Diabet Shake, que, segundo uma pesquisa de mercado realizada pela empresa, foi o primeiro shake natural à base de proteína isolada de soja e isoflavonas. Um produto para o auxílio do controle da glicemia dos diabéticos. 

2007 - Primeira empresa de nutrição esportiva a possuir uma estrutura de laboratório farmacêutico.Primeira marca de suplementos alimentares 

a patrocinar um campeonato japonês de Jiu Jitsu, a Copa Probiótica Japão de Jiu-Jitsu. 

2008 - A Probiótica Laboratórios inaugura sua filial européia na Holanda, sendo a primeira empresa latino americana de nutrição esportiva multinacional. 

2009 - A empresa inaugura sua filial nos Estados Unidos, com seus escritórios na Flórida e através de uma parceria de fabricação de proteínas na Califórnia. 

Sobre o especial 

Na primeira matéria da série — que pode ser conferida pelo nosso portal — contamos a história do Proteinato de Cálcio, o primeiro suplemento alimentar genuinamente brasileiro. Lançado pela Integralmédica o produto deu 

início a história dos suplementos alimentares nacionais.

Nutrição Esportiva, sua evolução e importância na busca de resultadosNos Jogos Olímpicos de 1904, realizados em St. Louis, um dos atletas que ganhou medalha de ouro foi Thomas Hicks. A corrida foi disputada em temperaturas próximas a 32°C, e ao longo do percurso só haviam dois lugares em que os competidores poderiam beber água.

Na marca de 30 quilômetros, Louis ao pedir água, recebeu uma esponja molhada para chupar e uma clara de ovo. Alguns quilômetros a mais percorridos, Louis perto de abandonar a prova devido ao cansaço, recebeu mais duas claras de ovos e um gole de conhaque. Para reforçar o ânimo, recebeu também, uma pequena dose de estricnina (na época pensou-se erroneamente ser um estimulante, mas foi provado ser veneno para ratos).

Próximo aos dois quilômetros para a conclusão da maratona, Louis teria ainda de enfrentar duas subidas até a linha de chegada. Como auxilio final para encarar o percurso em aclive, recebeu novamente dois ovos e mais dois goles de conhaque, que pressupomos se um para cada “aclive”. Final das contas, Louis terminou a maratona, foi o vencedor, mas foi incapaz de receber o seu troféu, por estar em choque. Encerra-se ai, com sucesso a primeira estratégia suplementar da história.

Podemos definir Nutrição Esportiva como a aplicação dos conceitos de nutrição com o objetivo de melhorar o treino, a recuperação e por fim o desempenho.

O primeiro estudo científico na área de Nutrição Esportiva aconteceu em 1930 tendo por objetivo, estudar o metabolismo de carboidratos e gorduras. Em 1965, na Universidade da Flórida, foi desenvolvida a primeira bebida esportiva que até os dias atuais é o mais vendido no Brasil. Inicialmente, corredores e ciclistas foram às modalidades mais estudadas, devido a facilidade de recriar as condições de prova em laboratório seguidos por militares e astronautas pela necessidade dos mesmos de estar em ótima forma física.

Com o avanço dos conhecimentos em nutrição, os fisiculturistas demonstraram muito interesse nesse conhecimento e levantam grandes questões para assim obter o máximo possível de hipertrofia muscular. Mesmo com os apelos à comunidade cientifica que considera esta modalidade mais uma atividade de exibição do que as outras modalidades atléticas, não conseguiu responder a muitas questões. A partir daí, os fisiculturistas começaram a aprender sobre nutrição pela experimentação pessoal, por seus acertos e erros.

No início na década de 80, os esforços começaram a gerar frutos, como por exemplo: foi descoberto que atletas de longas distâncias e ciclistas se beneficiariam com o consumo diário de aproximadamente 8g de carboidratos por quilograma de peso. Essa década

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também é marcada pela oficialização do campo de conhecimento da Nutrição Esportiva, com importância considerável no suporte da excelência na performance atlética.

O foco inicial da Nutrição Esportiva foram os atletas de endurance, seguindo a tendência das pesquisas em fisiologia do exercício, que focavam primariamente o consumo de carboidratos; e na sequência, os atletas de modalidades na qual o quesito força é determinante, focavam o consumo de proteínas. Na década de 90, esse paradigma foi quebrado, atletas de força incorporaram ao seu treinamento atividades aeróbicas e os de endurance, atividades de força, estendendo essa mudança nas duas modalidades pelo consumo de nutrientes (proteínas e carboidratos).

Dessa forma, na década de 90, a Nutrição Esportiva foi reconhecida mundialmente como um meio de suportar sessões de treinamento mais longas e pesadas e acelerar a recuperação das sessões.

Atualmente, todas as modalidades esportivas que requerem certo grau de competitividade contam com um Nutricionista Esportivo, que atua na melhora do rendimento de treinamento, na recuperação entre sessões, na prevenção de lesões, na prevenção de doenças respiratórias que tiram o atleta da programação de treinamento, manutenção do peso, perda de peso, ganho de massa muscular, etc.

Nos dias atuais, a prática da Nutrição Esportiva conta com um fator facilitador, a grande quantidade de suplementos nutricionais, tanto industrializados quanto manipulados. E como já é do conhecimento de muitos, a diferença entre o remédio e o veneno: é a sua dose. 

Portanto, sempre que necessário procure um profissional especializado para não se perder nesta linha tênue entre o sucesso e o fracasso.Abraços à todos

Fonte: Marie Dunford, PhD, RD. HumankineticsIsrael Adolfo Nutricionista do Esporte Especialista em Fisiologia do Exercício Especialista em Treinamento Desportivo [email protected]

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A História da Evolução do Esporte e da Nutrição Esportiva Saúde & Qualidade de Vida - Curiosidades

Desde a época dos primatas o homem pratica atividade física, porém os exercícios evoluíram com o passar dos séculos. As primeiras atividades físicas praticadas pelo ser humano eram fugas de animais predadores e lutas por áreas, praticamente inexistentes nos dias de hoje.

Essas atividades deram início ao que chamamos de esporte. Acredita-se que os gregos e os persas foram os pioneiros na prática esportiva. Os tempos mudaram, mas desde aquela época o ser humano vem se preocupando cada vez mais em ter uma boa qualidade de vida através dos exercícios físicos.

A luta corpo a corpo e com espadas, surgiu entre os egípcios por volta de 2.700 a.c. Na época, esse tipo de exercício tinha fins militares. As Cruzadas, organizadas pela Igreja durante os séculos XI, XII e XIII, exigiam um preparo militar que era constituído por exercícios corporais, ou seja, exercício físico. Entre as práticas, constavam alguns exercícios úteis para as guerras, tais como a luta, o manejo do arco e flecha, a escalada, corrida e saltos.

Os jogos, por sua vez, tinham caráter religioso, cujo objetivo era enobrecer o homem, fazendo-o forte e apto. Muitos jogos porém, tinham a única finalidade de divertir a comunidade, entre estes estavam a pelota, a pesca e a caça.

A primeira competição esportiva a que se tem conhecimento, foi uma corrida ocorrida no ano de 776 a.c., na Grécia. O futebol e o tênis, esportes bastante difundidos nos dias de hoje, tiveram sua origem na Idade Média. Uma das primeiras artes marciais foi o Kung Fu, há mais ou menos 5 mil anos, na China. Porém, apenas no século XVIII é que os primeiros conceitos e critérios começaram a ser estabelecidos no esporte.

A nutrição faz parte da vida dos atletas desde a Antiguidade, alguns atletas tinham crenças e tabus, e costumavam se alimentar de forma diferente antes das competições esportivas. Há relatos de 580 a.c. sobre atletas gregos que adotavam dietas especiais (Grandjean, 1997), porém nessa época ainda não existiam estudos científicos sobre a nutrição no esporte.

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Apenas recentemente é que se conheceu a importância da nutrição para a melhora do desempenho do atleta na prática esportiva (Probat, Bird & Parker, 1993). O primeiro estudo a este respeito, data de 1924/1925 e foi feito com atletas corredores, que participaram da Maratona de Boston. Esse estudo demonstrou a importância da ingestão de carboidratos durante exercícios prolongados.

Nos anos 60, em pesquisas feitas sobre o glicogênio, foi descrita pela primeira vez a dieta da supercompensação, que consistia primeiro na diminuição do conteúdo de carboidratos da dieta seguida do aumento da sua ingestão acompanhado de uma diminuição na intensidade dos treinos a fim de otimizar os estoques de glicogênio muscular. O efeito desta prática era um aumento no tempo de resistência sem que ocorresse a diminuição da intensidade na prova. Esse tipo de conduta nutricional foi usado com sucesso por muitos atletas e é utilizado até hoje por alguns competidores.

No Brasil, a nutrição evoluiu muito nos últimos 40 anos e com ela a nutrição esportiva. Um dos primeiros trabalhos voltados para a nutrição no esporte foi feito pelo Dr. Sérgio Miguel Zucas, na década de 60 e 70. Nos anos 80 foi criado pela Secretaria de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo o “Projeto Futuro” que contou com o trabalho de uma das nutricionistas pioneiras na área do esporte, Dra. Tânia Rodrigues. Esse projeto contava com um centro de treinamento composto por uma equipe multidisciplinar. Nos anos 90 a nutrição esportiva foi difundida entre os nutricionistas e atualmente esse campo de atuação profissional vem crescendo consideravelmente.

Grande parte dos atletas de elite contam com acompanhamento nutricional e os clubes e equipes esportivas têm solicitado cada vez mais a orientação nutricional para a conquista de um melhor desempenho nos treinos e competições.

A preocupação com a qualidade de vida tem se tornado assunto de destaque em todo o mundo. A prática regular de esportes acompanhada de uma alimentação adequada, constituem o principal foco para alcançá-la, fazendo história nos consultórios, na vida das pessoas e principalmente no mundo dos esportes.

Referências bibliográficas:www.copacabanarunners.netwww.rallybrasil.com.br/colunistas/artigo007.html

História dos Suplementos no Brasil - INTEGRALMÉDICA

A década de 80 é considerada por estudiosos um marco em relação aos cuidados com a saúde . 

Foi nesse período que surgiram e se consolidaram valores e padrões de comportamento contrários as drogas, ao tabagismo e ao alcoolismo – sempre em alta durante a geração Hippie os anos 60 e 70. Nascia então o titulo de “ Geração Saúde ”! Era o inicio da popularização das academias de ginástica, que surgiam em grande numero nos centros urbanos e também do culto ao corpo, a beleza, a juventude e a saúde. Neste contexto social, propicio aos debates sobre hábitos alimentares, pesquisas sobredietas, exercícios físicos e complementos alimentares foram impulsionadas e novidades que traziam promessas de crescimentomuscular , forca e emagrecimento começaram se multiplicar no mundo todo. 

Em território brasileiro, a historia dos suplementos alimentares completa neste ano seu primeiro quarto de século. São 25 anos que separam um inicio tímido e com poucos investimentos do consolidado e ainda promissor mercado atual. Por isso, resolvemos contar – por meio de uma serie de reportagens especiais – os relatos dos pioneiros do setor, suas dificuldades e conquistas, a evolução cientifica e tecnológica do mercado e ainda os principais debates em torno da regulamentação, produção e comercialização desta categoria de produtos. 

Nesta primeira matéria você conhece a historia do medico Euclesio Bragança, um apaixonado por nutrição e fisiologia do exercício, que desenvolveu o primeiro suplemento alimentar genuinamente brasileiro – o Proteinato de Calcio – e fundou a Integral médica, a primeira empresa nacional do setor.  

Pioneirismo tupiniquim 

Com formação inicial de medico cirurgião, o atual presidente da Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), Euclesio Bragança começou a se envolver com temas relacionados a nutrição quando ainda estava na Universidade. “Sempre tive um grande interesse no controle metabólico dos pacientes cirúrgicos tanto no pré quanto no pós-operatório”, lembra o especialista. “Ali já me envolvia com os aspectos nutricionais uma vez que o metabolismo esta intimamente relacionado a nutrição.” O

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tema também voltou aos seus projetos durante o período em que atuou como clinico a Amazônia – por volta de 1975 – e ganhou novas possibilidades quando o medico entrou em contato com a diversidade e a riqueza ainda pouco explorada da floresta. “Tive um despertamento para os fototerápicos”, resume. “Sabia que existia uma deficiência muito grande de estudos relacionados ao aproveitamento dessa flora, que os poucos trabalhos existentes ainda não estavam totalmente disponíveis e mais ainda, que faltavam muitos estudos de segurança e eficácia, mas certamente esse era o caminho que eu vislumbrava.” Quando o medico voltou para São Paulo, em 1982, o interesse que já alimentava por nutrologia e consequentemente por suplementação alimentar aumentou de maneira acentuada. Nesta época, como faz questão de ressaltar, surgia também o interesse da comunidade cientifica pelos derivados da proteína da soja. “Participei ativamente desses desenvolvimentos, que aconteciam tanto na empresa privada quanto na Universidade”, ressalta Bragança. “Os chineses tinham maior domínio sobre o cenário e possuíam diversos estudos na área”. Nesta mesma época, aconteceu na capital paulista um dos primeiros encontros internacionais sobre o tema. Dali nasceu a idéia do primeiro produto da Integralmedica, o Proteinato de Cálcio, desenvolvido para atender as necessidades nutricionais tanto de pessoas com deficiência protéica quando de crianças em fase de crescimento, idosos ou homens e mulheres em idade adulta que não possuíam uma alimentação balanceada. 

“No inicio era indicado para os nossos próprios pacientes da clinica onde atuávamos. O objetivo inicial era suplementar indivíduos de varias faixas etárias e não havia o que receitar”, conta o medico. “Naquela época não existia nenhum produto com teor protéico tão elevado. Fui, com muito prazer, um incentivador da proteína de soja e posso afirmar com muito orgulho que nosso produto foi o primeiro suplemento para atletas genuinamente nacional.” 

O produto caiu no gosto dos praticantes de atividades proteínas – 88% – quanto pelos resultados que proporcionava. Seu criador explica que o suplemento e uma feliz ideia de fornecer em apenas um produto os dois elementos mais importantes, tanto de maneira estrutural quanto em quantidade, para construção corporal: a proteína e o cálcio. 

“Na época já havia uma constatação de uma certa pobreza protéica de nossos alimentos e que ficaria bem um suplemento a base de proteína para múltiplas funcionalidades”, ressalta. “Sabemos que os aminoácidos e as proteínas são as estruturas básicas da construção corporal. Isso somado ao cálcio, para uma melhor estruturação óssea, contribui efetivamente para um bom sistema músculo-esqueletico que acaba sendo o “chassi” do atleta e praticante de atividade física”. E sobre essa estrutura que o atleta e o esportista trabalha qualidades como forca, velocidade, explosão muscular etc. 

A empresa, conta seu fundador, nasceu de um pensamento obrigatoriamente mercadológico, mas sem abandonar o ideal de trabalhar produtos para a suplementação alimentar de uma maneira que ainda não existia no país. “Desta primeira iniciativa foram criados muitos produtos, atualmente temos uma linha com mais de 80 itens”, orgulha-se. Considerada referencia em nutrição esportiva, a Integralmedica também se destaca atualmente como uma das maiores autoridades em pesquisas e desenvolvimento da América Latina e é reconhecida por trazer permanentemente ao mercado suplementos de ultima geração. 

Outros tempos 

Para Bragança, as principais dificuldades do inicio da empresa estavam relacionadas a falta de capital, a deficiência administrativa e a aquisição de matéria prima importada. “Somente depois do governo Collor e que se tornou mais fácil importar aminoácidos, proteínas, vitaminas e outros suplementos”, situa. “No mercado nacional não havia nenhum produto fabricado no Brasil. Havia poucas empresas internacionais esuplementos . Esse mercado não existia praticamente.” 

O medico conta também que na época não havia uma regulamentação definida para o segmento e que as primeiras regras vieram depois dos lançamentos de seus produtos e os de seus primeiros concorrentes. “A reação da ANVISA, que naquela época se chamava Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, foi se espelhar em regulamentos, principalmente o Europeu, de certa forma desprezando o regulamento americano. Isso gerou uma norma muito restritiva e um conceito paternalista de tutela coletiva do Estado sob a argumentação de que, este deve decidir pelo consumidor, que diferentemente do consumidor americano, tem mais liberdade para decidir o que quer comprar”, aponta Bragança. “Isso sempre restringiu a capacidade laborativa e criativa do empresariado brasileiro, neste segmento, que poderia ter desenvolvido muito mais outros produtos, mas que se viu tolhido por falta de liberalidade. 

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Assim por muito tempo o importado levou vantagem pelos ingredientes a mais que podiam usar em relação a norma brasileira. Somente com o tempo e de uma forma onerosa e demorada podemos mostrar que fazemos suplementos tão bons quanto o americano”. 

O fundador da primeira empresa de suplementos do Brasil confessa ainda que a tecnologia dos tempos iniciais era muito diferente da atual e que os primeiros lançamentos foram inesquecíveis inclusive no que se refere aos problemas que apresentaram. 

“Me lembro que no inicio os produtos em pó eram de difícil dissolução porque as proteínas não se dissolvem facilmente e foi um bom trabalho para conseguirmos torna-las mais fáceis para o consumo”, confessa. “Também não era fácil as pessoas entenderem como usar o produto, esclarecimento que ate hoje continuamos a fazer.” 

O publico consumidor também era diferente no tempo das primeiras formulas, quem buscava o auxilio dossuplementos eram basicamente os 

fisiculturistas, por isso os pioneiros davam ênfase a hipertrofia muscular. 

Atualmente e possível falar em suplementos para saúde, qualidade 

de vida, longevidade, recreação, inserção social, lazer, recuperação e 

prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. “Quando começamos eram poucos os atletas e academias de fisiculturismo eram nos “guetos” de São Paulo e outras capitais, e hoje ninguém discute o valor da musculação que, aliada a pratica aerobia de exercício , soma e muito para os benefícios integraisda saúde e qualidade de vida”, analisa. “O espectro se ampliou necessariamente visto que asuplementação interessa a um grande publico e obrigatoriamente caminha na esteira da consciência desaúde e wellness, o que em outras palavras podemos chamar de bem-estar geral, físico e mental e onde a suplementação, pela sua praticidade, pelos sabores desenvolvidos e pela eficiência podem contribuir para o bem geral. 

O medico aponta ainda o lançamento do suplemento vasodilatador, dos aminoácidos na forma liquida e a febre das proteínas Wheys como marcos importantes na historia dos suplementos e também de sua empresa. 

“Natubolic já era um conceito Avançado de vasodilatador pelo efeito arginina e ate hoje e ícone de reconhecimento nacional. Muitas vezes me encontro com indivíduos, hoje com 40 anos, que dizem que este foi seu primeiro suplemento ”, relata. “Outra fase marcante foi o lançamento dos aminoácido na forma liquida. 

Foi trabalhoso encontrar o melhor ponto de hidrolise, a melhor maneira de conservação e o conceito de embalagem deste produto.” 

Sobre o cenário atual do mercado de suplementação alimentar , Bragança 

aponta como principal dificuldade a competição desigual entre os produtos nacionais e acredita que o fato da regulamentação nacional ainda ser antiquada contribui para essa desvantagem.“ 

Por isso a Abenutri foi criada, para congregar empresas do segmento, para juntos defendermos nossos interesses comuns e trabalharmos por uma legislação mais abrangente e condizente com a nossa realidade”, explica. “ Outra dificuldade neste momento e a contaminação inevitável da crise mundial que afeta mais ou menos intensamente este segmento. Cremos que essa situação e passageira e que em breve poderemos voltar a um patamar de desenvolvimento sustentável por um longo tempo.”

A evolução na ciência da nutrição esportiva: dos Jogos Olímpicos da Antiguidade ao Século XXI

outubro 20, 2013 em Nutriçao Esportiva por Rachel Francischi

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A busca por um melhor desempenho físico através da alimentação já existia desde muitos

anos antes de Cristo. Na China antiga, o imperador Shen-Nung, cuja dinastia durou cerca

de 2700 anos a.C. já conhecia os efeitos estimulantes de uma infusão de chá com a erva

ma-huang, utilizado para aumentar a capacidade de trabalho, já que as folhas desta erva

contém altas concentrações de um estimulante chamado efedrina.

Os primeiros Jogos Olímpicos da Antiguidade também tiveram alguns fatos históricos

curiosos relacionados à alimentação e nutrição dos atletas. Relatos de Philostratus por

volta do ano 800 a.C. apontam que muitos atletas bebiam chás de várias ervas

estimulantes e comiam certos cogumelos para aumentar o rendimento atlético. O grego

Stynphalos, um ex-atleta que venceu duas vezes a corrida olímpica de longa distância, é

considerado o responsável por introduzir a carne na alimentação do povo grego, por volta

do quinto século a.C. Provavelmente ele foi um dos primeiros atletas a disseminar a

crença que associa o consumo de proteínas ao melhor desempenho físico. Milo de Croton,

um dos mais exitosos lutadores gregos, teria comido 9 kg de carne, 9 kg de pão e quase 9

litros de vinho num mesmo dia para aumentar sua força muscular!

Outro fato curioso aconteceu nos Jogos Olímpicos de 1904, quando Thomas Hicks foi

medalhista de ouro na corrida de maratona (42 km) e não pôde receber sua medalha

porque estava à beira de um colapso após a prova. Hocks enfrentou bastante calor (32°C)

durante essa competição que teve apenas dois postos de água para os atletas se

hidratarem. A sua suplementação durante a prova foi bem controversa, pois o atleta

recebeu alguns ovos para comer, doses de conhaque para tomar e cerca de 1mg de

estricnina, uma substância tão letal que posteriormente passou a ser utilizada como

veneno contra ratos!

De fato, já há muitos séculos os atletas escutam diversos tipos de conselhos sobre o quê

comer. Porém os estudos científicos em nutrição esportiva começaram nos laboratórios de

fisiologia apenas no século XX. Os primeiros estudos foram realizados por volta de 1930

na Suécia, sobre o metabolismo de carboidratos e gorduras. Mas as pesquisas que

realmente colocaram a nutrição esportiva em destaque entre atletas e treinadores datam

aproximadamente do final dos anos 60, realizadas por pesquisadores escandinavos.

Talvez o maior exemplo seja o clássico estudo que revelou a importância do glicogênio

muscular, o carboidrato estocado no músculo, como combustível determinante para

prolongar a duração do esforço e atrasar a fadiga (Bergstrom et al, 1967).

Com o desenvolvimento dos métodos de investigação, os cientistas puderam aprender

como funcionam os diferentes tecidos e órgãos do organismo (músculo, tecido adiposo,

fígado, rins, sistema circulatório, pâncreas) em resposta à demanda que o exercício físico

traz. Provavelmente um dos primeiros produtos especialmente desenhados para atletas foi

um isotônico elaborado por pesquisadores da Universidade da Flórida (liderados pelo Dr

Robert Cade) para os jogadores de futebol americano, cujo nome foi em homenagem à

mascote da Universidade, o Gatorade.

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Nesse início de estudos, ciclistas e corredores eram os principais atletas avaliados, pelo

risco que sofriam na queda do desempenho pela depleção (esgotamento) do glicogênio

muscular. Por volta dos anos 70, os laboratórios começaram a estudar também militares e

astronautas, pelo altíssimo rendimento exigido. As proteínas começaram então a ser

incluídas nas pesquisas, apesar das dificuldades em associar seu metabolismo ao

exercício físico especificamente, já que as proteínas estão presentes em diversas formas

no corpo todo. Fisiculturistas e dietas hiperprotéicas passaram a ser testadas. As

pesquisas agruparam os atletas em dois tipos: i) os atletas de força e musculação, cujo

objeto de estudo foi principalmente a ingestão de proteínas; e ii) os atletas de endurance

(aeróbios), cujo principal objeto de estudo foram os carboidratos.

No início dos anos 80, os fisiologistas descobriram que maratonistas e ciclistas de longa

distancia tinham melhores desempenhos quando consumiam diariamente cerca de 8g de

carboidratos por cada kilograma de peso. Isso equivale a cerca de 2500 kcal só de

carboidratos para um atleta de 80 kg. Porém as dúvidas cresceram ainda mais. Como

consumir toda essa quantidade de carboidratos? Em quais alimentos e bebidas encontrá-

los? Uma dieta tão rica em carboidratos não prejudicaria a saúde e desequilibraria o

consumo de outros nutrientes? De fato, é a partir desse momento que se reconhece a

importância da parceria entre nutricionistas e especialistas do esporte, especificamente

para a tradução do conhecimento técnico científico na aplicação prática.

A descoberta da importância do momento da ingestão dos nutrientes para assegurar o

melhor desempenho também é um marco importante na história da nutrição esportiva. Até

os anos 90, todos se preocupam muito sobre “o quê” e “quanto” um atleta deve comer. A

partir de alguns estudos que analisaram as respostas hormonais e o funcionamento do

músculo em diferentes momentos do metabolismo, a dimensão do “quando” passou a ser

incluída na nutrição esportiva. A denominada “janela metabólica” foi descoberta, conhecida

como o período no qual o músculo, ávido por nutrientes, tem o potencial máximo para

crescer e ficar mais forte, recuperar-se de lesões e repor os nutrientes queimados. Essa

janela dura apenas alguns minutos, do pós-treino imediato até cerca de 45 minutos depois

do treino.

É interessante notar que a partir das últimas duas décadas a evolução na nutrição

esportiva é enorme. Novos nutrientes são descobertos, novas funções de cada nutriente

no metabolismo são identificadas, produtos e suplementos diversos são desenvolvidos. O

treinamento de força passa também a fazer parte da rotina dos atletas predominantemente

aeróbios, enfatizando a importância das proteínas também para atividades de longa

duração. Por sua vez, os atletas de força passam a reconhecer o papel do carboidrato

também para o ganho de massa muscular. Técnicas de biologia molecular começam a

revelar o detalhado funcionamento das enzimas presentes no músculo, que influenciam o

treino, a recuperação ou o grau de desempenho. Complexas interações na bioquímica da

célula muscular e do tecido adiposo são descobertas. O futuro da nutrição através da

nutrigenômica, ou seja, o uso da informação genética para determinar os nutrientes

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específicos e o tipo de dieta que cada indivíduo necessita, se aproxima. O entendimento

do corpo humano em movimento e submetido ao limite passa a ser finalmente decifrado.

 

Referencias bibliográficas

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performance. Acta Physiol Scand, Oct 1967; 71(2): 140-50.

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