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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS SUPLEMENTAÇÃO DE REBANHOS DE CRIA E RECRIA DE BOVINOS DE CORTE EM PASTEJO Barbara Juliana Martins Lemos Orientador: Juliano José de Resende Fernandes Goiânia 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

SUPLEMENTAÇÃO DE REBANHOS DE CRIA E RECRIA DEBOVINOS DE CORTE EM PASTEJO

Barbara Juliana Martins Lemos

Orientador: Juliano José de Resende Fernandes

Goiânia

2011

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BARBARA JULIANA MARTINS LEMOS

SUPLEMENTAÇÃO DE REBANHOS DE CRIA E RECRIA DEBOVINOS DE CORTE EM PASTEJO

Seminário apresentado junto à DisciplinaSeminários Aplicados do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola deVeterinária da Universidade Federal deGoiás.

Nível: Mestrado

Área de Concentração:

Produção Animal

Linha de pesquisa:

Metabolismo nutricional, alimentação e forragicultura na produção animal

Orientador:

Prof. Dr. Juliano José de Resende Fernandes - UFG

Comitê de orientação:

Prof. Dr. Emmanuel Arnhold - UFG

Prof. Dr. Edemilson Cardoso da Conceição - UFG

GOIÂNIA

2011

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .............................................................................................. iv

LISTA DE TABELAS ...............................................................................................v

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 3

2.1 Suplementos e Suplementação........................................................................ 3

2.1.1 Ambiente ruminal .......................................................................................... 4

2.2 Fase de Cria de Bovinos de Corte ................................................................... 7

2.2.1 Escore de condição corporal de vacas de corte............................................ 8

2.2.2.1 Suplementação de bezerros de corte....................................................... 11

2.2.2.1.1 Creep-feeding........................................................................................ 12

2.2.2.1.2 Creep-grazing........................................................................................ 15

2.3 Fase de Recria de Bovinos de Corte.............................................................. 15

2.3.1 Recria de fêmeas ........................................................................................ 15

2.3.2 Recria de machos ....................................................................................... 19

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 25

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 26

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Esquema produtivo (EUCLIDES FILHO & EUCLIDES, 2010) e

reprodutivo (S’THIAGO, 2011) para vacas de corte e variações

do clima (PAULINO et al., 2002) nas regiões brasileiras próximas

á linha do Equador.......................................................................... 8

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Composição bromatológica média (%) de pastos do GêneroBrachiaria em função de diferentes períodos de coleta durante oano .................................................................................................... 6

TABELA 2 Níveis de nitrogênio uréico do sangue (NUS), nitrogênio ureicono leite (NUL) e taxa de gestação das vacas conforme manejoalimentar...................................................................................... 10

TABELA 3 Composição média do leite de vacas Nelore no período de 0 a180 dias de lactação................................................................... 11

TABELA 4 Disponibilidade de energia metabolizável (EM) e proteínametabolizável (PM) via leite, exigências de EM e PM totaispara mantença e ganho de peso de bezerros Nelore lactentese necessidades de leite (NL) para atender ás exigências deEM dos bezerros, de acordo com a semana de lactação (SL) epeso dos animais (Kg)................................................................. 12

TABELA 5 Médias e coeficientes de variação (CV, %) para o peso vivo(PV) inicial e final em Kg, ganho médio diário (GMD) emg/animal, os níveis séricos de N-uréia (NUS, mg/dL) e oconsumo de leite (CL) e suplemento (CS) pelos bezerros eescores de condição corporal (ECC) inicial e final das vacas..... 13

TABELA 6 Médias e coeficientes de variação (CV) para os consumos denutrientes em g/kg PV de cada suplemento para as classes desexo............................................................................................. 14

TABELA 7 Consumo médio diário de matéria seca (MS), proteína bruta(PB), carboidratos totais (CT), fibra em detergente neutro(FDN), carboidratos não-fibrosos (CNF) e nutrientesdigestíveis totais (NDT) da dieta em kg dia-1, e da dieta paraMS e FDN em porcentagem do peso corporal (%PC) denovilhas de corte recriadas com diferentes ofertas de forragemna dieta ...................................................................................... 18

TABELA 8 Peso corporal inicial (PCi), peso corporal final (PCf), ganho depeso total em Kg e em Kg ha-1 (GPT), ganho de peso médiodiário (GMD), em Kg dia-1 e conversão alimentar (CA) denovilhas de corte recriadas com diferentes ofertas de forragem 19

TABELA 9 Consumo médio de NDT (kg/dia) e exigências de PDR (g/dia),PNDR (g/dia) e PB (g/dia) para mantença e ganho de 1 kg de

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PV de bovinos anelorados sob pastejo ...................................... 20

TABELA 10 Médias e equações de regressão dos pesos inicial e final,ganho de peso total (Kg), ganho médio diário (Kg dia-1) denovilhos Nelores mantidos em pastagens, em função do nívelde suplementação ...................................................................... 21

TABELA 11 Médias e coeficientes de variação do consumo de nutrientespara as suplementações............................................................. 22

TABELA 12 Médias e coeficientes de variação do pH ruminal, nitrogênioamoniacal ruminal NAR (mg/dL), excreção urinária denitrogênio ureico NUR (g/dia), excreção de ureia na urina UUR(mgU/Kg de PV), produção de nitrogênio microbiano Nmic(g/dia), eficiência de síntese microbiana Efim (g de Nmic/100 gde NDT) e relação entre o nitrogênio de origem microbiana e onitrogênio consumido Nmic/NC (%), segundo os suplementos.. 23

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1 INTRODUÇÃO

O desempenho de bovinos de corte está diretamente relacionado à

genética, nutrição e manejo dos animais. Nutricionalmente, para mantença e

produção os bovinos demandam água, energia, proteína, minerais e vitaminas.

Desta forma, o desempenho animal em pastagens está diretamente relacionado à

ingestão destes nutrientes. Esta por sua vez, é determinada pela composição

bromatológica, digestibilidade e pelo consumo de forragem pelo animal.

Nos diferentes sistemas de cria e recria de bovinos de corte, grande

parte dos nutrientes para atender as exigências nutricionais dos animais tem sido

extraída de pastagens, uma vez que estas representam componentes práticos e

econômicos da dieta. Um aspecto importante é que as características dos

alimentos volumosos produzidos nos trópicos refletem, de forma marcante, as

oscilações edafoclimáticas observadas (DETMANN et al., 2008).

No Brasil, em regiões próximas á linha do Equador, o clima é

caracterizado por duas estações bem definidas conforme a pluviosidade, sendo

que durante a época seca não há incidência de chuvas, ao contrário do que

ocorre durante o período chuvoso. Para planejar o manejo alimentar do rebanho é

importante considerar a qualidade e a quantidade de forragem produzida nestas

duas fases, bem como durante os períodos de transição de entre as mesmas.

Desta forma, observa-se quatro períodos diferentes ao longo do ano, sendo o

período das águas, a transição águas-seca, período da seca e a transição seca-

águas.

A suplementação envolve o fornecimento de nutrientes com objetivo de

corrigir as deficiências nutricionais apresentadas pelos volumosos. Nos sistemas

produtivos extensivos, os desequilíbrios nutricionais, especialmente no período

seco, limitam a resposta produtiva animal afetando a economia e sustentabilidade

da atividade (CARVALHO et al., 2009). A suplementação de animais em pastejo

considerando períodos diferentes ao longo do ano tem sido utilizada como uma

ferramenta para melhorar o desempenho e reduzir o ciclo de produção, o que

pode proporcionar maior eficiência em todo o sistema de criação.

Estratégias adequadas para suplementar animais em pastejo na época

seca devem preconizar o atendimento das exigências dos animais através do

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aumento do consumo e digestibilidade do pasto e não diretamente através da

ingestão do suplemento (SOUZA, 2007). A suplementação nas águas e períodos

de transição pode melhorar o desempenho individual dos animais, aumentar a

taxa de lotação dos pastos, aumentar a produção total por unidade de área e

favorecer o desempenho dos animais (SANTOS et al., 2007).

A competitividade do sistema, bem como a permanência do produtor

na atividade a longo prazo, depende da estabilidade produtiva durante o ano. O

que permite o planejamento adequado das ações, desenvolvimento de estratégias

eficazes diante de anormalidades e, principalmente, poder de negociação para

comercializar a produção em épocas favoráveis. Em sistemas eficientes de cria e

recria de bovinos de corte mantidos em pastagens tropicais deve-se

complementar as exigências nutricionais dos animais, corrigindo deficiências

advindas da produção estacional e variação qualitativa das forragens.

Objetivou-se com esta revisão apresentar conhecimentos técnicos e

científicos relacionados com a suplementação de rebanhos de cria e recria de

bovinos de corte mantidos em pastejo no Brasil.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Suplementos e Suplementação

Suplemento é a mistura composta por ingredientes ou aditivos,

podendo conter veículo ou excipiente, que deve ser fornecida diretamente aos

animais ou ser indicada para diluição, para melhorar o balanço nutricional (MAPA,

2011a).

Sob o aspecto nutricional a suplementação alimentar seria compensar

a carência de e/ou complementar a disponibilidade de matéria seca

potencialmente digestível (MSpd), associada à correção de nutrientes limitantes á

produtividade animal (PAULINO et al., 2010a).

Conforme a Instrução Normativa Nº 12, de 30 de novembro de 2004,

(MAPA, 2011b) os suplementos podem ser denominados em: suplemento mineral

quando possui na sua composição macro e/ou micro elemento mineral, podendo

apresentar no produto final um valor menor que 42% de equivalente protéico;

suplemento mineral com uréia quando é composto por macro e/ou micro elemento

mineral e, no mínimo, 42% de equivalente protéico; suplemento mineral protéico

quando possui macro e/ou micro elemento mineral, pelo menos 20% de proteína

bruta (PB) e fornece, no mínimo, 30 gramas de PB por 100 Kg de peso corporal

(PC); suplemento mineral protéico energético quando possui na sua composição

macro e/ou micro elemento mineral, pelo menos 20% de PB, fornece, no mínimo,

30 gramas de PB e 100 gramas de nutrientes digestíveis totais (NDT) por 100 Kg

de PC.

Os suplementos podem ser de pronto uso, quando se apresenta pronto

para ser fornecido ao animal e para mistura, quando deverá ser misturado ao

cloreto de sódio (sal comum) ou a outros ingredientes (MAPA, 2011b).

Técnicos têm denominado os suplementos minerais protéico

energéticos de misturas múltiplas, sendo balanceadas para atender a uma

determinada demanda de ganho de peso vivo durante todo o ano. Portanto,

atendem múltiplas deficiências nutricionais (proteína, energia e minerais) do

animal em pastejo (S’THIAGO, 2011).

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2.1.1 Ambiente ruminal

O retículo-rúmen representa cerca de 85% do estômago de um bovino

adulto, sua temperatura interna é mantida constante entre 39°C e 40°C, sendo um

meio anaeróbio. Para o desenvolvimento de bactérias celulolíticas e protozoários

é necessário um pH de 6,2, enquanto as bactérias amilolíticas são ativas em pH

próximo de 5,8. Desta forma, o ideal é que valor do pH do fluido ruminal

permaneça entre 5,5 e 7, o que é alcançado devido à ingestão de grandes

quantidades de saliva (FURLAN et al., 2011).

Movimentos regulares e constantes do retículo-rúmen misturam os

alimentos consumidos com o conteúdo ruminal e direciona as partículas menores

que 1milímetro para o orifício retículo-omasal, seguindo pelo trato digestivo. A

concentração dos produtos da digestão no retículo-rúmen, principalmente os

ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), é mantida em níveis constantes, através

do processo contínuo de absorção pelo epitélio ruminal (S’THIAGO, 2011).

As bactérias que degradam fibras são sensíveis à ausência de

nitrogênio (N) no líquido ruminal, que deve ser mantido no mínimo a 10,70mg /dL

(LAZZARINI et al., 2009) ou alterações no pH do meio, pH abaixo de 6,2 podem

limitar seu crescimento. A redução da disponibilidade de N é conseqüência da

redução no teor de PB na pastagem durante a época seca. A recução no pH do

meio é conseqüência direta da rápida degradação do amido presente em maior

quantidade nos alimentos concentrados.

Desta forma, é importante analisar cuidadosamente estes dois

aspectos, para que as respostas esperadas com a suplementação sejam

satisfatórias (S’THIAGO, 2011). De acordo com SOUZA (2007) a suplementação

exclusiva com carboidratos causa efeitos deletérios sobre a utilização da FDN da

forragem. Desta forma, ocorre a redução da utilização do pasto como fonte de

energia para o animal.

2.1.2 Suplementação de bovinos de corte em pastejo

O ponto mais importante para o sucesso da suplementação é o manejo

da pastagem, garantindo disponibilidade de forragem. Associado a este está o

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uso de animais especializados dentro de cada raça, eficientes na conversão de

alimentos em produtos dentro do sistema de criação.

O consumo de forragem de animais em pastejo é afetado por fatores

inerentes ao animal, como sexo, peso e composição corporal, nível de produção e

potencial genético (NRC, 1996) e fatores relacionados à pastagem, como a

disponibilidade de forragem, a estrutura do pasto, a composição bromatológica da

forragem e finalmente a suplementação ou não com alimentos concentrados

(AGOSTINHO NETO, 2010).

Bovinos criados em pastagens caminham grande parte do dia colhendo

forragem e apresentam gasto extra de energia, o que pode aumentar suas

exigências nutricionais se comparados a animais em confinamento (MORAES et

al. 2009).

A suplementação tem como finalidade a exploração do potencial

genético animal, visando alcançar o máximo de rendimento econômico,

diminuindo a oscilação no desempenho animal conforme a disponibilidade de

nutrientes na pastagem (ACEDO et al., 2011).

A suplementação múltipla fornece diversos nutrientes como minerais,

vitaminas, proteínas, energia e aditivos, que podem ser palatabilizantes,

melhoradores da eficiência alimentar, aminoácidos, bem como produtos

relacionados com a sanidade animal. A viabilidade econômica da suplementação

depende de fatores como o custo dos insumos, ganho extra obtido, preço pago

pelo produto final e efeito sobre a lotação dos pastos.

Vários fatores que interferem na resposta animal à suplementação com

concentrado ainda não são totalmente compreendidos, tais como: alterações nas

exigências de manutenção do animal em função do maior ou menor tempo de

pastejo, assim como em função das alterações na eficiência de uso dos nutrientes

ingeridos, alterações no consumo e digestibilidade da forragem em relação aos

parâmetros ruminais como pH, concentração de N-NH3 e taxa de passagem;

fontes e doses dos suplementos em relação á quantidade e oferta de forragem

(AGOSTINHO NETO, 2010).

Conhecidas as exigências dos animais, o primeiro ponto a ser avaliado

para suplementar bovinos em pastejo é a qualidade do volumoso. Características

que permitam descrever a estrutura do pasto são relevantes na avaliação de

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pastagens porque influenciam o comportamento ingestivo, a digestibilidade e o

desempenho dos animais e permitem avaliar a qualidade da forragem (SCHIO et

al., 2011). Na Tabela 1 está apresentada a composição bromatológica média (%) de

pastos do Gênero Brachiaria em função de diferentes períodos de coleta durante o

ano. Pode-se considerar que outras forrageiras tropicais apresentam comportamento

semelhante, sendo fundamental identificá-las para o balanceamento da dieta dos

animais em pastejo.

TABELA 1 - Composição bromatológica média (%) de pastos do Gênero Brachiaria

em função de diferentes períodos de coleta durante o ano

Parâmetros

Períodos1

Seca-

Águas2 ÁguasÁguas-

secaSeca

Proteína Bruta 7,16 9,66 8,39 5,07Fibra em Detergente Neutro 67,30 70,08 70,26 73,43Fibra em Detergente Neutroindigestível 18,80 10,73 ----- 39,56

LIGNINA 8,55 7,00 9,13 8,35Proteína Insolúvel em DetergenteNeutro

36,17 39,42 45,22 43,92

Proteína Insolúvel em DetergenteÁcido 9,41 5,42 7,35 13,63

1Seca-Águas: entre Setembro e Novembro; Águas: entre Dezembro e Fevereiro; Águas-Seca:entre Março e Maio; Seca: entre Junho e Agosto. 2Amostras obtidas via simulação do pastejoanimal e extrusa esofágica.

Fonte: Adaptado de PAULINO et al. (2002)

A estacionalidade de produção de forragem durante o período seco

representa uma das maiores limitações da estabilidade da produção ao longo do

ano. É caracterizada por intensa redução na produção de forragem e,

consequentemente, na produção animal.

Em função da ocorrência de variação sazonal e anual, o diferimento do

pasto, isoladamente, não seria suficiente. Assim, a suplementação volumosa

pode ser requerida, devendo ser fornecida estrategicamente. É interessante que a

suplementação priorize o uso de produtos regionais menos onerosos (PAULINO

et al., 2010a).

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Segundo AGOSTINHO NETO (2010) em média animais em pastejo

não suplementados com fontes energéticas apresentam ganho de peso médio

diário (GPD) de 0,72 Kg cab-1, enquanto que os animais suplementados com

doses entre 0,2 a 0,6% do PV apresentam GPD de 0,92 Kg cab-1. Quanto á

suplementação protéica e protéico energética, em média os animais não

suplementados apresentam GPD de 0,744 kg cab-1 contra 0,818 kg cab-1 dos

animais suplementados com doses entre 0,15 a 1,0% do PV. No entanto, as

considerações do autor são muito generalistas pressupondo que a suplementação

somente energética é mais eficiente e sabe-se que isso depende de um elevado

teor de PB do pasto, o que não é característica de grande parte das forragens

tropicais.

2.2 Fase de Cria de Bovinos de Corte

A fase de cria sustenta toda a cadeia produtiva. Desta forma, as ações

sobre ela refletem diretamente sobre todo o segmento da carne bovina.

O Brasil, de 2007 a 2011, tem produzido em média 49 milhões de

bezerros por ano (USDA, 2011). As maiores atividades pecuárias estão

localizadas na região centro-oeste que responde por 29,8% dos bezerros

produzidos no Brasil (MILLEN et al., 2011).

Na Figura 1 está apresentado um esquema reprodutivo e produtivo

para vacas de corte e variações do clima ao longo do ano nas regiões brasileiras

próximas á linha do Equador. No Brasil Central, o nascimento de bezerros ocorre

entre agosto e outubro, provenientes de uma estação de monta de novembro a

janeiro, e a desmama ocorre entre fevereiro e abril, por volta dos 6 a 7 meses de

idade (S’THIAGO, 2011).

A duração da temporada reprodutiva pode ser considerada um

reflexo da tecnificação e gerenciamento do sistema de produção (MORAES et al.,

2007). O estabelecimento da estação de monta é feito gradativamente ao longo

de três anos para se ter uma estação bem definida de apenas três meses, sendo

conduzida na época do ano com maior disponibilidade de forragem.

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Intervalo de Partos = 12 meses1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

PS* = 2,5 meses Período de Gestação = 9,5 mesesLactação = 7 meses Período de Descanso= 5 meses

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezMonta Desmame Parição Monta

Águas Águas/Seca Seca Seca/Águas Águas*Período de Serviço = tempo que a fêmea tem para emprenhar novamente após a parição.Figura 1- Esquema produtivo (EUCLIDES FILHO & EUCLIDES, 2010) ereprodutivo (S’THIAGO, 2011) para vacas de corte e variações do clima(PAULINO et al., 2002) nas regiões brasileiras próximas á linha do Equador.

É importante que o período de acasalamento tenha uma duração em

torno de 90 dias, permitindo maior uniformidade dos bezerros (idade e peso), o

que otimiza estratégias visando redução da mortalidade e aumento do peso à

desmama, bem como permite disciplinar um calendário de atividades durante o

ano. Além disso, permite o planejamento para que o período de maior

requerimento nutricional das vacas (início da lactação) coincida com o de maior

oferta de alimentos.

O índice médio do intervalo de partos (IP) dos rebanhos nacionais de

cria é de 21 meses, o ideal seria de que a fêmea produza um bezerro por ano, ou

seja, um IP de 12 meses (EUCLIDES FILHO & EUCLIDES, 2010). Biologicamente

os baixos índices reprodutivos decorrem principalmente dos efeitos combinados

da condição nutricional deficiente devido á baixa oferta de forragens e as maiores

exigências nutricionais decorrentes do terço final da gestação e da amamentação

(MORAES et al., 2007).

2.2.1 Escore de condição corporal de vacas reprodutoras

A nutrição e reprodução são ciências complementares. A estimativa da

condição corporal das vacas é uma medida subjetiva para classificar os animais

em função da cobertura muscular e de gordura. Nas últimas décadas foram

propostos critérios com cinco, seis, oito, nove e até dez classes, gerando

dificuldade para comparações e uso efetivo nos sistemas de produção (MORAES

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et al., 2007). Entretanto, o NRC (1996) recomenda a escala de 1 a 9 pontos, em

que a vaca com escore de condição corporal (ECC) 1 encontra-se debilitada e a

fêmea com ECC 9 está extremamente gorda.

Esta é uma informação importante para contribuir na tomada de

decisão de quando desmamar, quando e quanto suplementar as vacas de corte,

visando reduzir o período de anestro pós-parto (MORAES et al., 2007).

O ECC é um bom indicador do status energético da vaca de corte e a

variação da condição corporal altera a exigência de energia para mantença de

vacas adultas (EUCLIDES FILHO & EUCLIDES, 2010). O ponto chave não é o

conhecimento de que a condição corporal afeta a fertilidade, mas sim, o uso da

informação com a finalidade de melhorar o nível nutricional das vacas mais

necessitadas (MORAES et al., 2007).

2.2.1.1 Suplementação de vacas reprodutoras

A nutrição precisa das vacas reprodutoras é um dos fatores que mais

contribui para o aumento da eficiência produtiva dos rebanhos de cria.

A exigência de mantença pode ser definida como a quantidade de

alimento necessária para a manutenção do peso ou da energia corporal

constante. A maior parte do aumento da exigência de manutenção dos animais

em pastagem está associada ao aumento do trabalho muscular para a ingestão

de alimentos e para caminharem. Apesar de os tecidos viscerais consumirem

cerca da metade da energia de manutenção, os tecidos musculares vêm em

segundo lugar no uso dessa energia. A suplementação energética pode reduzir a

exigência dos animais em pastejo, vista a redução do tempo de pastejo e também

através da maior eficiência de uso da energia contida nos concentrados em

relação á energia das forragens (AGOSTINHO NETO, 2010).

Níveis de PB na dieta abaixo dos recomendados, durante os períodos

pré e pós-parto, afetam negativamente o desempenho reprodutivo de vacas de

corte com bezerro ao pé (PEIXOTO & OSÓRIO, 2007). Portanto, é muito

importante a ingestão de níveis adequados de PB no final da gestação e no início

da lactação. Para rebanhos em pastejo, a utilização de mistura mineral com uréia

ou uma fonte de proteína verdadeira (farelo de soja ou farelo de algodão) e uma

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fonte de energia (milho moído) configura uma boa estratégia para assegurar a

ingestão mínima de PB durante períodos em que a forragem disponível é de baixa

qualidade.

PEIXOTO et al. (2006), suplementando vacas Charolês, Nelore e seus

cruzamentos no pós-parto com concentrado protéico com inclusão de uréia,

constataram que vacas suplementadas com farelo de trigo e uréia apresentaram

teor de nitrogênio ureico sérico (NUS) superior aos das não suplementadas e ao

das suplementadas somente com farelo de trigo (18,19 vs 14,54 e 12,48mg dL-1,

respectivamente). Não foi verificada interação entre suplementação e grupo

genético das vacas.

Os teores de nitrogênio ureico do leite (NUL) não diferiram (P>0,05)

entre tratamentos. A taxa de gestação das vacas não foi influenciada pelos teores

de NUS e NUL nem pela suplementação (Tabela 2).

TABELA 2 - Níveis de nitrogênio uréico do sangue (NUS), nitrogênio ureico no

leite (NUL) e taxa de gestação das vacas conforme manejo alimentar

Teor de NUSTratamentos

PN FTR FTRU Média

Taxa de gestação (%)

> 15 mg.dL-1 40,00 41,18 60,71 52,00< 15 mg.dL-1 46,43 62,50 77,78 57,38Média 45,45 53,66 64,86Teor de NUL> 15 mg.dL-1 45,45 56,25 64,71 56,82< 15 mg.dL-1 45,45 52,00 65,00 53,73Média 45,45 53,66 64,86(P>0,05); PN Pastagem natural; FTR Pastagem natural + farelo de trigo; FTRU Pastagem natural+ farelo de trigo + uréia

Fonte: Adaptado de PEIXOTO et al., (2006).

PEIXOTO et al. (2006) não encontraram diferença na taxa de gestação

de vacas com nível de uréia sérica superior ou inferior a 15 mg.dL-1 (52,00 vs.

57,38%, respectivamente), demonstrando que o teor de uréia sérica não interfere

no desempenho reprodutivo de vacas de corte, nas condições do seu

experimento.

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11

2.2.2.1 Suplementação de bezerros de corte

A quantidade e o valor nutritivo do leite são muito importantes nos

primeiros meses de vida do bezerro e também quando este passa a ingerir

alimentos sólidos. A Tabela 3 contém informações acerca da composição média

do leite de vacas Nelore nos seis meses após o parto.

TABELA 3 - Composição média do leite de vacas Nelore no período de 0 a 180

dias de lactação

Itens 0 - 180 diasEnergia Líquida (Mcal/Kg) 0,75 ± 0,01Proteína Bruta (%) 3,71 ± 0,20Gordura (%) 3,88 ± 0,06Lactose (%) 4,74 ± 0,04Extrato Seco (%) 13,31 ± 0,21Fonte: PAULINO et al. (2010b)

Entre os 3 e 4 meses de idade o bezerro se transforma em um animal

ruminante funcional. Esse período coincide com a redução da produção de leite

da vaca, colocando o bezerro em situação desfavorável, uma vez que o leite e o

pasto podem não satisfazer às exigências do animal para seu pleno

desenvolvimento (PORTO et al., 2009a).

A relação entre ganho de peso médio diário (GMD) do bezerro e a

produção de leite da vaca diminui 16 semanas após o nascimento. Portanto, o

uso de suplementos pode ser necessário nessa fase da vida do animal, quando

se deseja obter altas taxas de ganho (PORTO et al., 2009a).

Considerando a energia e proteína como os nutrientes mais limitantes

ao desenvolvimento dos animais, nota-se na Tabela 4 que a partir da 9ª semana

de vida (63 dias de idade), somente o leite não supre toda a energia necessária

para que o bezerro ganhe em torno de 800 gramas por dia (PAULINO et al.,

2010b). A partir da 15ª semana a proteína também passa a ser limitante para o

desempenho dos lactentes.

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12

TABELA 4 - Disponibilidade de energia metabolizável (EM) e proteína

metabolizável (PM) via leite, exigências de EM e PM totais para mantença e

ganho de peso de bezerros Nelore lactentes e necessidades de leite (NL) para

atender ás exigências de EM dos bezerros, de acordo com a semana de lactação

(SL) e peso dos animais (Kg)

SL Pesobezerro

EM viaLeite

PM vialeite EMt PMt NL

1 35,6 4,63 160,71 2,91 154,87 3,982 41,20 4,85 168,06 3,25 156,79 4,453 46,80 5,01 173,63 3,58 158,65 4,894 52,40 5,12 177,72 3,90 160,49 5,325 58,00 5,21 180,59 4,20 162,29 5,756 63,60 5,26 182,46 4,50 164,09 6,167 69,20 5,29 183,54 4,80 165,87 6,568 74,80 5,30 183,97 5,09 167,66 6,959 80,40 5,30 183,88 5,37 169,44 7,34

10 86,00 5,29 183,39 5,65 171,23 7,7215 114,00 5,12 177,65 6,98 180,34 8,09

Fonte: PAULINO et al., 2010b.

2.2.2.1.1 Creep-feeding

O uso da alimentação suplementar do bezerro durante o aleitamento é

denominado creep-feeding. Essa técnica veio adaptada da criação artificial de

bezerras leiteiras, em que é fornecido leite de forma controlada, concentrado e

volumoso de boa qualidade visando tornar a bezerra um ruminante funcional em

pouco tempo e independente do leite materno (EUCLIDES FILHO & EUCLIDES,

2010).

Para bovinos de corte a técnica se desenvolve em uma instalação

denominada creeper, que consiste de um cercado em que apenas as crias têm

acesso. Devendo possibilitar ao bezerro alimentação suplementar com

quantidades crescentes de concentrado, acrescido da amamentação livre e

acesso a pastagem com boa oferta de forragem (EUCLIDES FILHO &

EUCLIDES, 2010).

O sistema de creep-feeding é utilizado com o propósito de fornecer

alimento suplementar aos bezerros a partir dos 3 meses de idade, para aumento

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do peso à desmama. O alimento utilizado nessa fase deve apresentar bom valor

nutritivo e ser palatável para favorecer o consumo (PORTO et al., 2009a).

COUTO (2008) verificou que o uso da suplementação múltipla em

diferentes níveis, contendo 100g de PB, comparado a animais recebendo apenas

mistura mineral, não promove melhorias significativas no desempenho de

bezerras de corte lactentes sob pastejo em Brachiaria decumbens Stapf

suplementadas em sistema creep-feeding durante o período de transição

águas/seca.

PORTO et al. (2009a) avaliando diferentes fontes de energia em

suplementos isonitrogenados (150 g de PB/animal/dia) fornecidos a bezerros

Nelore verificaram que animais alimentados com grão de milho e sorgo triturado

apresentaram desempenho superior àqueles que receberam apenas mistura

mineral e farelo de arroz como fonte de energia (Tabela 5).

TABELA 5 - Médias e coeficientes de variação (CV, %) para o peso vivo (PV)

inicial e final em Kg, ganho médio diário (GMD) em g/animal, os níveis séricos de

N-uréia (NUS, mg/dL) e o consumo de leite (CL) e suplemento (CS) pelos

bezerros e escores de condição corporal (ECC) inicial e final das vacas.

Suplemento ClasseCV(%)M M GM FTGM FA GMS Macho Fêmea

BezerrosPV inicial 96,2 94,2 97,1 98,5 97,7 95,5 98,0 -PV final 182,3 182,3 195,5 183,7 197,9 192,9 183,8 20,2GMD1 0,61b 0,63ab 0,70ab 0,61b 0,71a 0,69b 0,61a 13,5NUS1 11,81c 16,68bc 13,77bc 20,39a 17,17b 16,08 15,84 16,2CL (kg) 3,67 2,64 2,46 2,73 2,26 2,88 2,62 48,1CS (kg) 0,06 0,25 0,13 0,27 0,26 - - -

VacasPV inicial 406,0 422,8 423,8 424,8 415,5 409,5 427,7 -PV final 436,7 451,4 451,7 443,7 428,8 430,0 454,0 12,0GMD 0,22 0,20 0,20 0,13 0,10 0,15 0,19 82,5ECC inicial 3,72 3,96 3,83 4,06 3,93 3,80 4,00 -ECC final 4,58 4,98 4,53 4,14 4,12 4,30 4,64 16,5NUS1 14,45b 16,75ab 14,57b 18,73ab 19,10a - - 11,71 Médias na linha, seguidas por letras diferentes, diferem (P<0,10) pelo teste Tukey.MM = mistura mineral; GM = grão de milho triturado; FTGM = farelo de trigo e grão de milhotriturado; FA = farelo de arroz; GMS = grão de milho e sorgo triturados.

Fonte: Adaptado de PORTO et al. (2009a).

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Nota-se na Tabela 5 que os machos utilizam melhor os nutrientes da

dieta em comparação às fêmeas, o que pode interferir na relação custo/benefício

da dieta fornecida. PORTO et al. (2009a) explicam que isso ocorre provavelmente

pela ação da testosterona, promovendo maior deposição proteica, com efeitos

mínimos sobre a deposição lipídica, o que interfere na composição do ganho em

peso.

Nitrogênio uréico do sangue (NUS) e albumina sérica são os principais

metabólitos utilizados para monitorar o status nutricional protéico em bovinos

(PEIXOTO et al., 2006). PORTO et al. (2009a) relatam que os níveis séricos de

nitrogênio ureico (NUS) são afetados pelo nível nutricional, caracterizando um

indicador sensível e imediato da ingestão de proteína. No trabalho de PORTO et

al. (2009a) os animais recebendo os suplementos FA e GMS, que apresentaram

maior consumo de suplemento múltiplo, tiveram também maiores níveis de NUS.

Isso ocorreu provavelmente devido ao maior consumo de proteína suplementar,

com exceção dos animais recebendo GM e FTGM, que, apesar de terem

consumido suplemento, não apresentaram maior nível de NUS, talvez devido a

uma maior sincronia da disponibilidade de nitrogênio e carboidratos.

Desta forma, PORTO et al. (2009a) recomendam a associação de

milho e sorgo como fontes energéticas na formulação de suplementos múltiplos

para bezerros lactentes, ressaltando que o uso de suplemento múltiplo contendo

milho como única fonte de amido diminui o consumo de pasto (Tabela 6).

TABELA 6 - Médias e coeficientes de variação (CV) para os consumos de

nutrientes em g/kg PV de cada suplemento para as classes de sexo

Suplemento CV (%)MM GM FTGM FA GMS Machos FêmeaMS 19,4 18,9 20,5 26,3 26,3 20,3b 24,3a 28,3MS do pasto 17,1ab 15,0b 18,5ab 21,9ab 22,5a 17,3b 20,7a 29,4MO 18,8 18,8 20,2 25,6 25,5 20,1b 23,4a 27,2MO do pasto 15,8ab 13,7b 16,9ab 20,0a 20,6a 15,8b 19,0a 29,1FDN 11,4ab 10,1b 12,4ab 14,8a 15,3a 11,6b 14,0a 29,5FDNi 2,2ab 1,9b 2,3ab 2,8a 2,9a 2,2b 2,7a 29,6NDT 13,5ab 12,9b 14,0ab 18,7a 17,4ab 14,4 16,2 28,7Médias na linha, seguidas por letras diferentes, diferem (P<0,10) pelo teste Tukey.MM = mistura mineral; GM = grão de milho triturado; FTGM = farelo de trigo e grão de milhotriturado; FA = farelo de arroz; GMS = grão de milho e sorgo triturados.

Fonte: Adaptado de PORTO et al. (2009a).

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COUTO (2008) ressalta que a alta concentração de carboidratos não

fibrosos (CNF) na dieta propicia a multiplicação de microrganismos não

fibrolíticos, em detrimento áqueles que degradam fibras (“efeito carboidrato”), fato

agravado pela redução da concentração de proteína á medida que se eleva o

nível de suplementação, visto que estes microrganismos concorrem pelo

nitrogênio presente no meio.

2.2.2.1.2 Creep-grazing

Uma vez que bezerros jovens realizam alta seletividade do pasto

(COUTO, 2008) a técnica de creep-grazing consiste na formação de uma

pastagem de alto valor nutritivo, dentro do pasto das vacas, cercada com 3 fios de

arame, mantendo 80 cm de altura do solo (EUCLIDES FILHO & EUCLIDES,

2010). Dessa forma, os bezerros tem acesso ilimitado á área de melhor valor

nutritivo, retornando para suas mães.

Dentro creep-grazing pode haver cocho coberto com concentrado de

creep-feeding, o que acelera o desenvolvimento dos bezerros (EUCLIDES FILHO

& EUCLIDES, 2010). No entanto, esta técnica ainda é pouco difundida no Brasil.

2.3 Fase de Recria de Bovinos de Corte

A fase de recria de bovinos de corte envolve a criação dos animais

após a desmama realizada em média aos 7 meses de idade. Sendo uma prática

tradicional na produção de carne bovina brasileira, geralmente, constitui a fase

mais longa do ciclo de produção. Estratégias para reduzir a duração da fase de

recria incluem o pastejo intensivo durante todo o ano e suplementação

concentrada durante a estação seca, quando a produção de massa de forragem é

extremamente reduzida e os animais normalmente perdem peso, se não forem

suplementados com fontes de energia e proteína (MILLEN et al., 2011).

2.3.1 Recria de fêmeas

Em propriedades que realizam as atividades de cria e recria ou ciclo

completo, geralmente, após a desmama os machos recebem maior atenção tendo

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acesso a pastagens com melhor oferta de forragem, para serem vendidos como

bois magros ou terminados para abate.

Esta prática inadequada prejudica o desenvolvimento das novilhas

resultando em atraso na idade ao primeiro acasalamento (NEVES et al., 2009),

que preferencialmente deve ocorrer entre 15 e 18 meses de idade. Isto

representa uma das principais causas da baixa eficiência produtiva de grande

parte dos rebanhos de cria. Uma vez que a média nacional de idade á primeira

cria é de 48 meses, enquanto que o ideal seria de no máximo aos 30 meses

(EUCLIDES FILHO & EUCLIDES, 2010).

A idade à puberdade de novilhas está relacionada á sua idade

cronológica e também com sua condição fisiológica. Normalmente, melhores

desempenhos de animais para reprodução são acompanhados de melhor

condição corporal propiciando às fêmeas maiores condições de concepção à

cobertura (COUTO, 2008). Nas criações extensivas de bovinos de corte o peso

corporal considerado ideal para novilhas ao primeiro acasalamento é de

aproximadamente 65% do peso adulto das vacas para raças zebuínas e 60%

para taurinas (MORAES et al., 2007).

2.3.1.1 Suplementação de novilhas de corte

Antes do início da primeira temporada de acasalamento, as novilhas de

reposição encontram-se em uma das etapas mais onerosas do ciclo de produção,

visto que esta categoria não está produzindo (bezerro) e tem grandes exigências

nutricionais para seu crescimento (SILVA et al., 2005).

Economicamente é importante que as novilhas entrem em reprodução

o mais cedo possível. Desta forma, a nutrição influencia diretamente no

aparecimento da puberdade. Assim, o ganho em peso satisfatório antes da

estação de monta é fundamental para se obter um maior número de novilhas

púberes aptas a ficarem prenhes. Para adotar a suplementação alimentar dos

animais é fundamental compreender a interação entre os componentes dos

suplementos (proteínas e carboidratos), podendo ser determinante para a

melhoria dos índices reprodutivos.

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17

SOUZA (2007) ao estudar a suplementação com compostos

nitrogenados e/ou carboidratos de novilhas alimentadas com forragem tropical de

baixa qualidade verificou efeito de interação (P<0,10) entre proteína e

carboidratos sobre as excreções urinárias de nitrogênio total e ureico, sobre as

concentrações de nitrogênio ureico no soro (NUS) e nitrogêncio aminiacal ruminal

(NAR) e sobre a eficiência de síntese microbiana. Constatou também que a

suplementação exclusivamente protéica elevou em 14,8%, enquanto a

suplementação exclusiva com carboidratos reduziu em 32,5% as estimativas da

taxa ponderada de degradação da FDN.

A suplementação de novilhas de corte sob pastejo durante o período

da seca possibilita aumento no desempenho produtivo (COUTO, 2008) uma vez

que melhora os parâmetros nutricionais e o ganho em peso.

No trabalho conduzido por VALENTE et al. (2011) novilhas

suplementadas na estação seca apresentaram maior ganho médio diário (GMD),

evidenciando o efeito linear positivo dos níveis de suplementação múltipla sobre o

GMD. Não houve diferenças significativas entre o GMD dos animais alimentados

com suplementos múltiplos ou sal nitrogenado. A suplementação aumentou o

consumo e digestibilidade de nutrientes, exceto para a digestibilidade da FDN. A

suplementação aumentou a produção de nitrogênio microbiano, bem como as

perdas de nitrogênio na urina, embora a quantidade de nitrogênio assimilado por

bactérias, proporcionalmente ao consumo, foi maior.

COUTO et al. (2010) estudando a suplementação de novilhas com

fontes de energia amilácea ou fibrosa durante a estação seca, constataram que o

ganho médio diário de peso foi maior nos animais sob suplementação que

naqueles que receberam apenas mistura mineral (0,198 contra 0,077

Kg/animal/dia). Além disso, o desempenho dos animais sob suplementação com

fonte amilácea foi maior em relação ao daqueles que receberam suplemento à

base de farelo de trigo (0,232 contra 0,163 Kg/animal/dia). O consumo de matéria

seca de pasto foi menor no grupo que recebeu o maior nível de suplementação,

sendo que o índice de substituição foi de -0,72 para os animais suplementados

com 0,5 kg de suplemento/animal/dia contra 0,48 para os animais suplementados

com 1,0 kg de suplemento/animal/dia.

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SCHIO et al. (2011) trabalhando com novilhas Nelore de 146 kg de

peso corporal (PC) suplementadas (0,25% PC) em pastejo de Brachiaria brizantha

cv. Marandu durante a seca e transição seca/águas, constataram que a utilização

de ofertas de forragem variando de 5 a 20% não influenciaram a digestibilidade e

o consumo de nutrientes (p > 0,05). Sendo que o melhor ganho médio diário foi

para a oferta de forragem de 20% (0,37 kg dia-1), como pode ser observado na

Tabela 7.

TABELA 7 - Consumo médio diário de matéria seca (MS), proteína bruta (PB),

carboidratos totais (CT), fibra em detergente neutro (FDN), carboidratos não-

fibrosos (CNF) e nutrientes digestíveis totais (NDT) da dieta em kg dia-1, e da

dieta para MS e FDN em porcentagem do peso corporal (%PC) de novilhas de

corte recriadas com diferentes ofertas de forragem na dieta

ConsumoOferta de forragem

20* 10** 5***

MS (Kgdia-1) 5,50 4,86 5,44MS (%PC) 2,28 2,11 2,47PB (Kgdia-1) 0,50 0,47 0,46FDN(Kgdia-1) 3,81 3,53 4,11FDN (%PC) 1,58 1,53 1,60CT (Kgdia-1) 4,20 3,70 5,18CNF (Kgdia-1) 1,88 1,67 2,26NDT (Kgdia-1) 3,86 3,21 4,131Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferenciam entre si em nível de 0,05 designificância. *Oferta de forragem de 19,73 kg MS 100-1 kg PC dia-1. **Oferta de forragem de 10,27kg MS 100-1 kg PC dia-1. ***Oferta de forragem de 5,37 kg MS 100-1 kg PC dia-1.

Fonte: Adaptado de SCHIO et al., 2011.

No trabalho de SCHIO et al. (2011) constatou-se que oferta de 20 kg

MS 100 kg PC-1 proporciona melhor desempenho, devido ao maior ganho médio

diário e ganho de peso total. No entanto, os animais submetidos a menores

ofertas apresentaram melhores ganhos por área, por sua maior pressão de

pastejo, ou maior número de animais por ha.

Os resultados observados por SCHIO et al. (2011) de peso corporal

inicial (PCi), peso corporal final (PCf), ganho de peso total em Kg e em Kg ha-1

(GPT), ganho de peso médio diário (GMD), em Kg dia-1 e conversão alimentar

(CA) de novilhas de corte recriadas com diferentes ofertas de forragem são

apresentados na Tabela 8.

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TABELA 8 - Peso corporal inicial (PCi), peso corporal final (PCf), ganho de peso

total em Kg e em Kg ha-1 (GPT), ganho de peso médio diário (GMD), em Kg dia-1

e conversão alimentar (CA) de novilhas de corte recriadas com diferentes ofertas

de forragem

DesempenhoOferta de forragem1

20* 10** 5***

PCi (kg) 143,09 149,74 145,39PCf (kg) 184,70 178,35 171,61GPT (kg) 41,61a 28,61b 26,22bGMD (kg dia-1) 0,37a 0,25b 0,23bGPT (kg ha-1)2 101,40 150,56 216,41CA (KgMSKgPC-1) 14,49c 19,32b 23,12a1Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferenciam entre si em nível de 0,05 designificância. 2Ganho de peso total (kg ha-1) = número de animais x ganho de peso total em kgarea-1 em ha. *Oferta de forragem de 19,73 kg MS 100-1 kg PC dia-1. **Oferta de forragem de 10,27kg MS 100-1 kg PC dia-1. ***Oferta de forragem de 5,37 kg MS 100-1 kg PC dia-1.Fonte: Adaptado de SCHIO et al., 2011.

COUTO (2008) verificou que o uso da suplementação múltipla com

diferentes perfis protéicos não melhora o desempenho de novilhas de corte sob

pastejo de Brachiaria decumbens Stapf. suplementadas no período de transição

seca/águas. Em seu trabalho não houve diferença no ganho médio diário e peso

vivo final entre os animais suplementados e não suplementados (P>0,10). Foi

constatado efeito linear decrescente no ganho em peso dos animais com o

aumento do nível de NNP (P<0,10), ou seja, quanto maior o teor de nitrogênio de

origem não protéica no suplemento menor o ganho médio diário das novilhas.

Durante o período das águas COUTO (2008) verificou correlação

positiva entre o consumo de suplemento e ganho médio diário de peso. Desta

forma, o nível de suplementação a ser adotado para fêmeas de corte sob pastejo

durante a estação das águas deve ser função exclusiva do custo dos recursos

empenhados visto que o desempenho é aumentado linearmente com os níveis de

suplementação.

2.3.2 Suplementação de novilhos de corte

Em sistemas de alimentação exclusivamente a pasto com

suplementação mineral, são comercializados animais mais velhos, principalmente

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20

porque os animais ganham peso durante a estação chuvosa (águas) e perdem

peso corporal durante a estação seca (MILLEN et al., 2011).

No trabalho conduzido por MORAES et al. (2010) os animais sob

suplementação apresentaram maiores exigências de proteína degradável no

rúmen, em virtude do maior consumo de energia em comparação àqueles sem

suplementação (Tabela 9). Por outro lado, as exigências de PNDR foram maiores

nos animais sem suplementação.

TABELA 9 - Consumo médio de NDT (kg/dia) e exigências de PDR (g/dia), PNDR

(g/dia) e PB (g/dia) para mantença e ganho de 1 kg de PV de bovinos anelorados

sob pastejo

Item PV (kg) NDT1 PDR2 PND 3 PBSem suplementação 250 274 35.60 34.40 70.00Sob suplementação 367 47.76 24.67 72.43Conjunta 4 341 44.38 27.37 71.76

Sem suplementação 300 329 42.72 32.59 75.31Sob suplementação 441 57.32 20.92 78.23Conjunta 4 410 53.26 24.16 77.42

Sem suplementação 350 383 49.84 30.24 80.07Sob suplementação 514 66.87 11.61 83.48Conjunta 4 478 62.14 20.40 82.53PCVZ = PV *0,88,77; 1Consumo; 2PDR = 130 g/kg NDT x 1,11; 3PNDR = [PMTotal – (PDR x0,64)]/0,8; 4Consumo de NDT de todos animais.

Fonte: Adaptado de MORAES et al., 2010.

As maiores exigências de proteína bruta foram observadas para os

animais sob suplementação em relação àqueles que não receberam suplemento

para qualquer faixa de peso. De forma geral, à medida que o animal cresce, as

exigências de PNDR reduzem (MORAES et al., 2010).

Em um trabalho com animais Nelore, não castrados, com média de

nove meses de idade e peso corporal de 168 Kg, de agosto a novembro, no

estado da Bahia, MATEUS et al. (2011) verificaram efeito quadrático para o

consumo de MS da forragem, GMD, GPT e peso corporal final, bem como

aumento linear para consumos de PB, CT (carboidratos totais) e NDT, e para o

coeficiente de digestibilidade aparente da MS, MO, PB, CT, CNF (carboidratos

não fibrosos) e o valor de NDT. A digestibilidade apresentou efeito linear

crescente demonstrando efeitos associativos. O aumento das percentagens do

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suplemento proporcionou aumentos no consumo de nutrientes, mesmo

diminuindo o consumo de forragem.

Conforme equações de regressão da Tabela 10, visando o efeito do

fornecimento de mistura múltipla para o desempenho, (MATEUS et al., 2011)

recomendam até 0,60% do peso corporal.

TABELA 10 - Médias e equações de regressão dos pesos inicial e final, ganho de

peso total (Kg), ganho médio diário (Kg dia-1) de novilhos Nelores mantidos em

pastagens, em função do nível de suplementação

Suplementação

0 0,25 0,50 0,75 CV (%) Equação R2

PCI 169,30 169,10 169,17 165,97 -- -- --PCF 204,97 215,21 222,29 217,75 18,88 ŷ = 204,55+62,51x–59,12x2 0,98GPT 35,67 46,10 53,12 51,78 28,46 ŷ = 35,74+50,33x–39,44x2 0,99GMD 0,32 0,42 0,46 0,46 28,46 ŷ = 0,32+0,48x-0,40x2 0,99Fonte: MATEUS et al., 2011.

A suplementação de bovinos em pastejo durante as águas visa

fornecer nutrientes para melhor adequação do ambiente ruminal, principalmente

compostos nitrogenados, estimulando a atividade microbiana e acelerando a taxa

de degradação ruminal da fração fibrosa dos alimentos, de modo que a fração

indigestível deixe o rúmen mais rapidamente, o que resulta em aumento do

consumo de forragem e maior aporte de nutrientes para o intestino (ACEDO et al.,

2011).

PORTO et al. (2009b) avaliando o desempenho de novilhos mestiços

em uma pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu inferiram que a

suplementação proteica durante a estação chuvosa resulta em ganhos extras

quando se utilizam pastagens tropicais com 8,99% de PB. Sendo possível obter

resposta dos animais à suplementação de baixo consumo nessa época, quando

se utilizam animais com potencial genético. Sendo assim, segundo os

pesquisadores o uso de mistura múltipla nas águas depende do valor e da

disponibilidade das fontes protéicas e energéticas no mercado regional, bem

como dos objetivos e metas de cada sistema produtivo.

FERREIRA (2009) encontrou resultados semelhantes, em que a

suplementação protéica energética para novilhos Nelore x Red Angus no período

das águas promoveu maiores ganhos em peso. Porém, dependendo do preço da

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arroba e do consumo do suplemento protéico-energético, essa estratégia pode

não apresentar efeito econômico positivo quando comparado a animais mantidos

em pastagens de boa qualidade e recebendo apenas suplementação mineral

adequada.

ACEDO et al., (2011) avaliando fontes proteicas em suplementos para

novilhos em pastagens de Brachiaria decumbens Stapf. durante a transição seca-

águas, constataram que os consumos de matéria seca de pasto (MSP) e matéria

orgânica de pasto (MOP) não diferiram (P>0,10) segundo os suplementos. Entre

os animais do suplemento a base de grão de milho moído e uréia/sulfato de

amônia (MU) o consumo de MS foi maior (P<0,10) que o observado para os do

grupo-controle. A média de consumo de todos os animais suplementados foi de

21,0g de MS/Kg de PV, contra os 18,3g de MS/Kg de PV, verificada entre os

animais do tratamento controle (Tabela 11).

TABELA 11 - Médias e coeficientes de variação do consumo de nutrientes para as

suplementações

Item MM MU MFS FA CV (%)

Matéria seca total 5,296b 6,611a 5,683ab 5,885ab 14,2Matéria seca de pasto 5,296a 6,166a 5,240a 5,435a 15,1Matéria orgânica 4,595b 5,785a 4,957ab 5,117ab 14,0Matéria orgânica de pasto 4,595a 5,345a 4,537a 4,690a 15,0Proteína bruta 0,565b 0,787a 0,772a 0,762a 18,2Extrato etéreo 0,092b 0,122a 0,097b 0,100b 14,2Fibra em detergente neutro 2,972b 3,565a 2,937b 3,160ab 13,0Carboidratos não fibrosos 0,967b 1,420a 1,150b 1,097b 14,8Nutrientes digestíveis totais 2,962b 3,700a 3,142ab 3,020ab 19,4Médias na mesma linha, seguidas por letras distintas, diferem entre si pelo teste DMS de Fisher(P<0,10). MM: mistura mineral (controle); MU: suplemento à base de grãos de milho moído +ureia/sulfato de amônia; MFS: suplemento à base de grãos de milho moído + farelo de soja; FA:suplemento à base de farelo de algodão 38% de PB.

Fonte: Adaptado de ACEDO et al., 2011.

A suplementação com milho e ureia para novilhos em pastejo em

quantidades próximas a 0,17% do PV, durante a época de transição seca-águas,

proporciona maior consumo e digestibilidade aparente total da MS em relação à

mistura mineral (ACEDO et al., 2011).

Os valores do pH ruminal, nitrogênio amoniacal ruminal (NAR),

excreção urinária de nitrogênio ureico (NUR), excreção de ureia na urina (UUR),

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produção de nitrogênio microbiano (Nmic), eficiência de síntese microbiana (Efim)

e relação entre o nitrogênio de origem microbiana e o nitrogênio consumido

(Nmic/NC), em função dos suplementos, relatados no trabalho de ACEDO et al.,

(2011) são apresentados na Tabela 12.

TABELA 12 - Médias e coeficientes de variação do pH ruminal, nitrogênio

amoniacal ruminal NAR (mg/dL), excreção urinária de nitrogênio ureico NUR

(g/dia), excreção de ureia na urina UUR (mgU/Kg de PV), produção de nitrogênio

microbiano Nmic (g/dia), eficiência de síntese microbiana Efim (g de Nmic/100 g

de NDT) e relação entre o nitrogênio de origem microbiana e o nitrogênio

consumido Nmic/NC (%), segundo os suplementos.

Item MM MU MFS FA CV (%)

pH 6,34a 6,19a 6,43a 6,22a 3,2Nitrogênio amoniacal ruminal 12,27b 18,36a 16,57ab 15,06ab 27,9Excreção urinária de N ureico 22,59b 31,72a 34,41a 30,23a 13,7Excreção de ureia na urina 203,88b 275,33a 297,81a 271,86a 12,8Produção de nitrogênio microbiano 55,25a 67,58a 56,36a 64,75a 21,8Eficiência de síntese microbiana 13,58a 11,69a 11,99a 14,08a 16,4N microbiano/N consumido 65,81a 53,48ab 48,48b 56,14ab 16,0Médias na mesma linha, seguidas por letras distintas, diferem entre si pelo teste DMS de Fisher(P<0,10). MM: mistura mineral (controle); MU: suplemento à base de grãos de milho moído +ureia/sulfato de amônia; MFS: suplemento à base de grãos de milho moído + farelo de soja; FA:suplemento à base de farelo de algodão 38% de PB.Fonte: Adaptado de ACEDO et al., 2011.

Os valores de pH ruminal, Nmic e Efim não foram influenciados pelos

tratamentos, sendo que os valores de pH mantiveram-se próximos de 6,2, abaixo

do qual ocorre a inibição da atividade dos microrganismos fibrolíticos, não

ocasionando efeitos deletérios à degradação da fração fibrosa da dieta.

Entre os parâmetros da nutrição proteica, a concentração de NAR tem

sido utilizada como referência à qualidade das condições ruminais para as

atividades microbianas, especialmente no que se refere aos microrganismos que

degradam carboidratos fibrosos, os quais empregam o NAR como fonte

nitrogenada para o crescimento. Níveis deficitários de NAR implicam redução no

crescimento microbiano tanto por deficiência direta como por ampliação dos

custos energéticos para captação destes compostos no meio (ACEDO et al.,

2011).

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LAZZARINI et al. (2009) avaliando o consumo, a digestibilidade e a

dinâmica de trânsito e degradação de FDN em bovinos alimentados com forragem

tropical, encontrou concentração de NAR 10,70mg /dL, a qual poderia ser

interpretada como a concentração mínima necessária para a manutenção

adequada da atividade microbiana sobre a FDN da forragem.

No trabalho ACEDO et al. (2011) foram reportados concentrações de

NAR superiores a 10,70mg /dL para todos os tratamentos, demonstrando que

gramíneas tropicais nas águas apresentam quantidades relativamente altas de

compostos nitrogenados não proteicos, principalmente nos períodos iniciais de

rebrota. No entanto, fica evidente a superioridade dos suplementos protéicos em

relação á mistura mineral quanto á disponibilidade de nitrogênio para o

desenvolvimento bacteriano.

Quanto aos valores de síntese e eficiência de utilização de NDT para a

produção de proteína microbiana, VALADARES FILHO et al. (2006) recomendam,

como referencial teórico, 12g PBmic/100g de NDT para condições tropicais. Valor

bastante próximo dos resultados relatados por ACEDO et al. (2011).

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De forma geral, na época seca é muito importante suplementação

múltipla com elevada concentração de proteína degradada no rúmen (PDR)

fornecendo nitrogênio para os microganismos runimais. Na transição seca/águas,

conforme a rebrota do pasto é interessante diminuir o teor de PDR e energia do

suplemento, uma vez que a forragem nova apresenta alta fração solúvel.

No período das águas os animais respondem positivamente a

suplementação múltipla com alto teor de proteína não degradável no rúmen

(PNDR). Na transição águas/seca é importante aumentar o aporte de nitrogênio e

energia no ambiente ruminal.

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