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Suplemento Especial Ferroviária - Tribuna Araraquara
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2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA2 MAIO 2015
EDIÇÃO E REPORTAGEMFelipe Santilho
FOTOSDeivide Leme, Marcos Leandro e divulgação
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Valmir Campos
REVISÃO Sergio Mendes COLABORAÇÃO Milton Filho
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOAntonio Carlos Coutinho NogueiraJosé Bonifácio Coutinho Nogueira FilhoAndré Coutinho NogueiraJosé Bonifácio Coutinho Nogueira NetoMarcos FrateschiFernando Corrêa da Silva
DEPARTAMENTO [email protected]
TELEFONE(16) 3303-3320
REDAÇÃOAv. Bento de Abreu, 929 - Fonte Fone: (16) 3303-3339CEP 14802-396 - Araraquara/SP
DIRETOR GERALRafael Corrêa
DIRETOR EXECUTIVOPaulo Brasileiro
DIRETOR EDITORIALJosué Suzuki
EMPRESA JORNALÍSTICA TRIBUNA ARARAQUARA LTDA.
Os anos de sofrimento acabaram. Com uma campanha de encher os olhos, a Ferroviária calou a crítica e, de forma arrasadora, carimbou sua vol-ta à Série A1 do Campeonato Paulista, após longos 19 anos de história. Mais do que isso, resgatou o respeito e trouxe de volta o orgulho de uma cidade que voltou a respirar futebol e a vestir grená.
O triunfo veio para provar a força do coletivo. Sem grandes estrelas, o técnico Milton Mendes fez questão de valorizar o grupo inteiro. Em cada jogo, uma mudança. Em cada mudança, uma forma diferente de jogar e sur-preender o adversário.
E quando a vitória parecia não vir, brilhava a estre-la de um mineirinho de Três Corações. Alan Mineiro, dono da camisa 7, também gravou seu nome na história da Ferroviária. Maior artilheiro da Arena, melhor meio--campo da Série A2 e eleito o craque do campeonato.
Do lado de fora das quatro linhas, o título também uniu gerações. Antônio, Carlos e João são de épocas di-ferentes. Mas, juntos, viveram uma emoção que jamais será esquecida pela família Segura.
Do time histórico de Bazani à equipe de guerreiros de Milton Mendes, a certeza de que o gigante chamado Ferroviária está de volta. E com um desafio ainda maior pela frente: manter-se no lugar de onde jamais deferia ter saído: a Série A1 do Campeonato Paulista.
‘Tribuna’ eterniza acesso histórico e arrasador que colocou a Ferroviária de volta à elite
EDITORIAL
DE VOLTA
FUTEBOLAO TOPO DO
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
Seu Antônio Fernandes Segura tem 72 anos. Ao lado da mulher, dona Adair Se-gura, 66, ele viveu de perto os momentos áureos da Ferroviária. Viu Bazani, Dudu, Teia e companhia fazerem história nos anos 60. Algo que seu filho, Carlos Segu-ra, 40, não pôde ver. Para ele, os anos 1980 foram o ápice. Carlinhos vibrou com a Locomotiva fazendo bonito na Taça de Prata. Porém, também esteve presente na triste queda e nos 19 anos de sofrimen-to longe da Primeira Divisão. Um sofri-mento compartilhado com os filhos, João Pedro Segura, 14, e João Vitor Amaral Se-gura, o Pitico, 11. Diferentemente do pai e do avô, os dois garotos começaram a ves-tir grená durante os anos em que o time esteve na fila. Foi no momento mais difí-cil da história da Ferrinha que os irmãos completaram a terceira geração da família que carrega a Locomotiva em seu DNA.
“Foi sempre algo muito natural. Nun-ca obriguei meus filhos a torcerem pela Ferroviária. É um gosto que eles foram pegando com o tempo”, explica Antônio, que tem ao seu lado uma fiel companhei-ra de estádio. “Vamos ao campo desde muito novos. E sempre fomos, em todos os momentos”, completa Adair, que tem um caderno especial de anotações feito à mão, com tudo sobre a Ferroviária.
Seu Antônio, ou simplesmente Segu-ra, como é conhecido, vive uma alegria muito grande em ver o time de volta à Série A1. Algo que o faz lembrar do aces-so de 1966, que parou a cidade. “Foi uma festa linda, Araraquara parou”, relembra.
Na geração do meio, Carlos diz pre-senciar em 2015 o momento mais espe-cial da sua vida como torcedor. “Lembro desde a Taça de Ouro, na década de 80, mas não foi igual agora. Ver o time subin-do depois de tanto tempo e aquela festa linda foi a maior emoção de todas”, conta.
Para ele, no entanto, além da alegria, o momento é de pensar no futuro. “A
FAMÍLIA GRENÁ
A FERROVIÁRIANO DNA
Paixão pela Ferroviária passa de pai para filho na família Segura
O início de uma históriaAFE é fundada por um grupo de funcionários da Estrada de Ferro
Começou bemEquipe terminou na 3a posição geral, entre 11 clubes
Primeira competiçãoLogo após a fundação, o time disputou a Série A2 do Paulista
195119511950
Douglas Onça, ex-jogador“Como é bom reviver os tempos de jogador com a volta da Ferroviária.”
Do seu Antônio, de 72 anos, ao pequeno João, de apenas 11, o amor pela Ferroviária espalha-se por três
gerações da mesma família
DEIVIDE LEME/TRIBUNA ARARAQUARA
4 MAIO 2015
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
DerrapouCampanha abaixo do esperado custou a eliminação precoce
No topoFerrinha disputa pela primeira vez a Série A1 do Paulista
HistóriaAFE sobe pela primeira vez à elite, após vencer o Botafogo
Osmar Alberto Volpe, o Pio“A Ferroviária é um time diferente de todos. Estamos muito felizes com esta nova fase.”
1954 1955 1956
partir de agora, estamos numa situação diferente. Ninguém sabe o que vai acon-tecer. Mexeram com um gigante que es-tava adormecido, que é a Ferroviária. Mas teremos um tempo muito bom para nos planejarmos e fazer uma grande Série A1.” Segundo Carlos, unir forças foi o di-ferencial para o sucesso do time este ano. “Depois que virou S.A., sempre teve es-trutura. Havia algumas coisas erradas por conflitos de interesses. O grande mérito desse novo presidente [Carlos Salmazo] foi apaziguar esses problemas e fazer uma corrente positiva”, completa.
DOS SABOROSOS SORVETES AO SONHADO ACESSOAvós, pai e tios apaixonados pela Ferroviária. Não teve jeito. João Segura praticamente nasceu dentro dos estádios. Começou a assistir aos jogos no pior momento da história grená: a disputa da Série B1, a Quarta Divisão do Paulista. Em meio aos sorvetes saboreados no estádio, ele foi pegando gosto também pelo futebol. “Vivi a parte difícil, mas também a parte boa, dos acessos. Acredito que, este ano, o segredo foi a união do nosso time. A gente percebia isso na comemoração dos jogadores”, afirma. Já o pequeno João Vítor, o Pitico, virou o amuleto da família. Este ano foi a primeira vez que ele foi a todos os jogos. O garoto também estava em Guaratinguetá, dia 18 de abril, no jogo do acesso. “Eu nunca tinha visto a Ferroviária na Primeira Divisão. Estou escutando muita gente falando que não vai mais cair. Assim espero”, diz o pé-quente, que não tem dúvidas sobre o que vai fazer no estádio. Per-guntado se prefere sorvete ou pipoca, ele foi claro: “Vou primeiro para torcer pela Ferroviária”, afirma.
MAIO 2015 5
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
MAR
COS
LEAN
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TRIB
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ARAR
AQUA
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Quem passa pelas mãos do dentista Jarbas do Carmo Ferreira Toloi, de 79 anos, talvez desco-nheça as muitas histórias que este ex-jogador tem para contar. Hoje, casado, pai de dois filhos e com quatro netos, Jarbas tem um passado entrelaçado com a Ferroviária.
Natural do bairro do Carmo, em Araraquara, e atualmente morando em São Carlos, ele era um dos jogadores em campo no primeiro jogo da Ferrinha na série A1, em 1956. Na ocasião, ele participava do Torneio Início, campeona-to entre os times que dis-
BOAS LEMBRANÇAS
ELE FEZHISTÓRIA
Jarbas Toloi estava em campo no Torneio Início, em 1956, primeiro compromisso da Ferroviária na Série A1 do Paulista
putariam o Paulista naquela temporada.
“O Pereira Lima fundou a Ferroviária em 1950. Dois anos depois, passei a integrar a AFE”, conta Jarbas, que du-rante todos os jogos atuou como meio-campo.
O envolvimento desse ho-mem com o futebol é de anos antes, no final da década de 1940, quando ainda era joga-dor amador do Paulista. Mas foi em 1952, quando iniciou sua trajetória no time grená, que Jarbas começou a fazer parte da história ao participar do primeiro jogo da Ferrovi-ária após o acesso.
“Foi um jogo no Torneio Início. Como eram muitos
jogadores, nós nos revezá-vamos cada 15 minutos”, re-lembra ele.
Já em 1956, ano em que a Ferroviária mostrava seu futebol para o Estado, Jarbas começava a conciliar os con-
frontos com os estudos da Faculdade de Odontologia da Unesp, carreira que segue há 55 anos.
Durante a faculdade, o ex-jogador despediu-se da Ferroviária e passou a atuar
pela extinta Associação Desportiva de Araraqua-ra (ADA), um dos seus maiores rivais. Com ta-manha competição entre os dois times, os confron-tos eram chamados de “Ferro-Ada”.
“Saí da Ferroviária e passei a jogar na ADA. Enfrentei a Ferroviária jogando na ADA. Mas já havia enfrentado a ADA jogando pela Ferroviá-ria”, relembra.
Após os estudos e des-pedindo-se de Araraqua-ra, Jarbas Toloi integrou ainda as equipes de Barre-tos e Limeira.
Hoje, há quase seis décadas do primeiro confronto, ele acom-panha os jogos apenas pela televisão. Na sua opinião, será necessá-rio muito planejamento para que a Ferroviária se mantenha na série A1.
“Continuo torcendo pela Ferroviária. Mas, logo após o acesso, ela perdeu o treinador. Acre-dito que será necessário muito investimento, di-reção, para que os nomes que se destacaram não sejam ‘puxados’ pelo Atlé-tico Paranaense”, aponta. “A torcida foi para ganhar, agora a torcida será para não cair”, completa.
TRABALHO Jarbas Toloi atua hoje como dentista, em São Carlos
MAR
COS
LEAN
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ARAR
AQUA
RA
6 MAIO 2015
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
“Na alegria e na tristeza. Na saúde e na doença. Por todos os dias de nossas vi-das.” A jura de amor, típica dos casamentos, parece en-caixar-se perfeitamente nos milhares de corações afea-nos, que durante 19 anos, demonstraram, na alegria e na tristeza, suas paixões pelo clube. Os amigos Bru-no, Diego e Eduardo são
FERRINHA ATÉ NO ALTAR
Três amigos, um casamento e um acesso; a história de Eduardo, Bruno e
Diego, que trocaram o jogo de suas vidas pelo amor de um noivo apaixonado
FELIZESPARASEMPRE
matar o Edu [o noivo]; no segundo, eu pensei em anula-rem o casamento e, no tercei-ro, sequestrar o noivo”, conta, rindo, o auxiliar de produção Diego Coxi, de 24 anos.
O casamento de Eduardo e Gabriela Pires, na noite do dia 18, quebrou uma supers-tição de mais de dez anos, seguida à risca pelos amigos: assistirem juntos a todos os
jogos da Locomotiva.“Fiquei triste por não
poder ir ao jogo mais im-portante dos últimos anos, depois de muitas viagens e sofrimento. Mas, ao mesmo tempo, feliz por saber que a Ferroviária ia subir no dia do casamento; data duplamente inesquecível”, conta Eduardo Jaciani Pires, 32.
Se o casamento impossi-
FERROVIÁRIA E PALMEIRAS Bolo representou o amor do noivo pela Ferrinha e o da noiva pelo Verdão
Dia 18Marcado bem antes da Série A2, casamento caiu exatamente no dia em que a Ferroviária voltou para a elite
bilitou os amigos de junta-rem-se no Ninho da Garça, em Guaratinguetá, ao me-nos dobrou os motivos da comemoração. “Assim que chegamos à porta da igreja [do Carmo, em Araraqua-ra], nós três nos abraçamos e comemoramos juntos”, revela Diego, que não con-seguiu conter a empolga-ção e foi vestido de grená para a cerimônia.
Com o noivo se prepa-rando para o tão esperado dia, o jeito foi se manter atualizado pelo WhatsApp. “Nós, que estávamos assis-tindo ao jogo pela internet, atualizamos o Edu pelo nosso grupo no aplicati-vo”, conta Coxi. Comemo-rando o resultado, Bruno Moura, 26, que também era um dos padrinhos, che-gou em cima da hora para a cerimônia. “Acompanhei o jogo de casa e, quando acabou, corri para me ar-rumar, fazer a barba. Che-guei já era 18h30, mas deu tempo”, brinca ele. (Leia mais sobre esta história na página 10)
ARQUIVO PESSOAL
bons exemplos disso.Unidos pela Ferrinha, o
trio se conheceu nos jogos e, desde 2004, não perde a oportunidade de vestir a ca-misa grená. Foram centenas de jogos assistidos, mas, no mais esperado de todos, o dia do acesso, eis que surge um casamento.
“Tive três pensamentos: no primeiro, eu pensei em
8 MAIO 2015
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
ARQUIVO PESSOAL
UM DIA INESQUECÍVELPara a noiva, Gabriela Pires, 36, não poderia haver final mais feliz. “Esse era o dia mais feliz da minha vida, pois era meu casamento, mas, ao mesmo tempo, era o dia do acesso que era importante para meu noivo, que sempre esperou por isso. Fiquei superfeliz e torcendo muito pela Ferrinha, pois sei que, se conseguisse a vitória, seria um dia inesquecível. O dia 18 de abril de 2015 vai ficar na história, como o dia mais feliz das nossas vidas”, afirma Gabriela.A festa, que não tinha hora para acabar, terminou mais cedo para Bruno e Diego. “Saímos de lá a meia noite e fomos comemorar o acesso na Bento de Abreu”, relembra Bruno.Em lua de mel, em Maceió, Eduardo viu de longe a conquista do título, no dia seguinte, para a alegria ficar ainda maior e mais completa.
10 MAIO 2015
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
Beatriz Torres, a Bia, de apenas 7 anos, nunca tinha visto a Ferroviária na Primeira Divisão do Campeonato Paulista.
Mesmo assim, ape-sar de muito jovem, ela já herdou do pai o amor pelo time grená. E a pai-xão é tanta que nem os 19 anos que a Ferrinha ficou longe da Elite di-
VALEU, BIA!
Garota Bia, que no primeiro dia do ano fez um desenho especial aos jogadores, comemora realização do sonho e conquista da taça que ela desenhou quatro meses antes
‘O MEUSONHO
REALIDADE’SE TORNOU
minuíram os sonhos de um 2015 diferente.
A pedido da reportagem da Tribuna e da própria fa-mília, ela transformou uma simples folha de papel em branco num desenho que previu o futuro da Loco-motiva. Em janeiro, ela de-senhou um céu azul, o sol brilhando e iluminando o escudo da equipe. Logo
abaixo, a torcedora dese-nhou ela própria ao lado de um amigo com uma faixa cobrindo a taça de campeã da Série A2 do Campeo-nato Paulista. Tudo exata-mente como aconteceu.
“O meu sonho se tornou realidade. Dei sorte à Ferro-viária”, conta a garota.
Esbanjando fofura, ela fez questão de desenhar o
escudo da Ferroviária bem abaixo da taça, cravando nela o ano que se inicia. O uniforme grená e branco e as chuteiras tampouco fi-caram de fora.
“Pensei que estava no jogo, aí ganhamos. Meu pai pegou a taça e eu e meu amigo levamos a fai-xa”, conta a garota, que fez questão de assinar sua obra de arte.
Responsável direto por todo este amor grená, o pai, Helter Torres, 38, se enche de orgulho. “Ela fez tudo sozinha. Só pedimos
para ela fazer um desenho que representasse o Ano--Novo e a Ferroviária”, ex-plica.
Bia e Helter vão jun-tos a quase todos os jogos da Ferrinha na Arena da Fonte. “Quando a gente chega lá, ela fica mais com a minha esposa [Daniela Morelli Torres] e eu vou para o meio da galera. Mas vamos sempre jun-tos, todos com a camisa grená”, diz o papai-coruja.
Diferente da filha, Hel-ter viveu todo o drama da Ferroviária em sua deca-
SHOW DE FOFURA Ao lado do pai, garotinha de 7 anos entregou aos atletas um desenho com o time erguendo a taça de campeão
MARCOS LEANDRO/TRIBUNA ARARAQUARA
12 MAIO 2015
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
dência na década de 90. Ele estava presente no dia 18 de fevereiro, quando a Locomotiva conquistou o acesso, em Guaratinguetá.
“De 1992 para cá, vou a praticamente todos os jogos. Acompanhei a Série B [equivalente à Quarta Divisão], sofri, vi o time ser campeão da Copa Pau-lista [em 2006] e o rebai-xamento em 2009”, revela o torcedor, que também esteve em Caxias do Sul em 2007, vendo o time en-frentar o Juventude, pela Copa do Brasil.
7 anosBia cresceu na Arena da Fon-te, ao lado do pai, torcendo e vibrando com a Ferroviária em todos os momentos
É CAMPEÃO Desenho feito em janeiro pela pequena torcedora grená
REPRODUÇÃO
MAIO 2015 13
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
RODOLFO ALVESDE MELOPosição: goleiroIdade: 24 anosAltura: 1,89 m/Peso: 86 kgClubes: Atlético-PR, Internacional-RS e Paraná Clube
WANDER LUÍS SANTOS ROSAPosição: goleiroIdade: 25 anosClubes: Independente de Limeira, Assisense e São José FC
LUAN BUENO FERREIRAPosição: zagueiroIdade: 26 anosAltura: 1,85 m/Peso: 84 kgClubes: Ponte Preta, Brasiliense, CFZ-DF, Botafogo-DF, Anápolis, Bosque, Legião e Iporá
VINÍCIUS LOPES LAURINDO (NEGUETE)
Posição: zagueiroIdade: 24 anos
Altura: 1,92 m/Peso: 85 kg
Clubes: Cruzeiro-MG, América-MG, Nacional-
MG, Cabofriense-RJ e Ferroviária-SP
MILTON BATISTA VIEIRA JÚNIOR
Posição: meio-campoIdade: 23 anos
Altura: 1,85 m/Peso: 75 kg
Clubes: Ferroviária, Asa e Internacional-
RS
PAULO HENRIQUE MARTINS
Posição: lateral-direitoIdade: 26 anos
Altura: 1,76 m/Peso: 76 kg
Clubes: Icasa, XV de Piracicaba, Paraná
Clube, Palmeiras, Ferroviária e Ivinhema
ROBERTO SANTOSPosição: lateral-
esquerdoIdade: 24 anos
Altura: 1,76 m/Peso: 76 kg
Clubes: Bahia-BA, Bahia de Feira-BA,
Campinense-PB, Fluminense de Feira-BA,
Icasa e Ferroviária
ALCIDES EDUARDO MENDES Posição: zagueiroIdade: 29 anosAltura: 1,92 m/Peso: 82 kgClubes: Vitória-BA, Shalke 04-ALE, Santos, Benfica-POR, PSV-HOL, Dnipro-UCR, Náutico-PE e Ferroviária-SP
RENATO XAVIER SENAPosição: volanteIdade: 28 anos
Altura: 1,80 m/Peso: 80 kgClubes: Anapolina,
Aparecidense, Araxá, Anápolis, Boa Esporte, Anápolis, Umuarama, Americano, Inhumas, Atlético Goianiense e
Goianésia
OS HERÓISNão deuNesse ano, clube termina entre os últimos colocados
Tchau, Flu!Em amistoso na Fonte, Locomotiva faz 5 a 1 no Fluminense
HistóricoFerroviária termina na inédita terceira colocação
Carlos Salmazo, presidente“A Ferroviária de Araraquara está de volta ao lugar mais alto, de onde ela jamais deveria ter saído.”
DO ACESSOElenco que recolocou a Ferroviária na Primeira Divisão do Campeonato Paulista
1957 1959 1960
14 MAIO 2015
GLEIDSON SANTOS CHAGAS (FIO)Posição: atacanteIdade: 27 anosAltura: 1,78 m/Peso: 78 kgClubes: Mirassol, Penapolense e Ferroviária
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
ALAN DA CRUZ (ALAN MINEIRO)
Posição: meio-campoIdade: 27 anos
Altura: 1,75 m/Peso: 79 kgClubes: Atlético-PR, São
Bernardo, Guarani, Paulista, Albirex Niigata-JAP e
Ferroviária
EDSON MAGALPosição: volanteIdade: 21 anosAltura: 1,74 m/Peso: 75 kgClubes: Fortaleza, Vitória e Ferroviária
ADRIANO PAULISTAPosição: atacanteIdade: 25 anosAltura: 1,82 m/Peso: 80 kgClubes: Operário-MT, São Luís, Juventude-RS, Rio-Grandense, Sertãozinho, Vila Nova, Comercial e Ferroviária
TIAGO ADAN FONSECAPosição: atacanteIdade: 26 anosAltura: 1,88 m/Peso: 85 kgClubes: Atlético-PR, América-RN, Arapongas, Romênia Astra-ROM, Caxias, São Bento, Náutico e Corinthians
JAIRO LUÍS BLUMERPosição: volanteIdade: 28 anosAltura: 1,80 m/Peso: 79 kgClubes: Mirassol, Atlético-PR, Ponte Preta, São Caetano, Vila Nova, Barueri, XV de Piracicaba e Ferroviária
DANILO SACRAMENTOPosição: meio-campo
Idade: 32 anosAltura: 1,80 m/Peso: 68 kg
Clubes: XV de Piracicaba, CRB, Bragantino, Guarani, Grêmio Barueri, Red Bull, Celta de Vigo-ESP, Genoa-ITA, União
Barbarense, Ponte Preta, Portuguesa, Ponte Preta, Vasco, Cruzeiro, Monterrey-
MEX e União São João
RENAN DA SILVA RIBEIROPosição: volanteIdade: 25 anosAltura: 1,84 m/Peso: 77 kgClubes: Ituano-SP, Independente-SP, São Caetano-SP, União Barbarense-SP, Atlético Sorocaba-SP, Mirassol-SP, CRB-AL, Penapolense-SP e Ferroviária
OS HERÓIS1ª excursãoEm Portugal, equipe enfrenta Sporting Lisboa e Atlético de Madrid
Em 6º lugarAFE volta a figurar entre os melhores times do Estado
AtropelouFerrinha vence Palmeiras e São Paulo duas vezes no Paulista
João Vítor, torcedor“Me falaram que nunca mais a Ferroviária vai voltar para a Segunda Divisão. Tomara.”
DO ACESSOElenco que recolocou a Ferroviária na Primeira Divisão do Campeonato Paulista
1960 1962 1963
MAIO 2015 15
FOTO
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RAÇÃ
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FERROVIÁRIA
Em pé: Mascote Ferrão Maquinista, Enio, Júlio César, Rodolfo, Patrick, Cleidson, Luan, Neguete, Fio, Jairo, Elder Santana, Eduardo Rosa, Wander, Júlio César Cavanha, Narciso Marsilli e Guido TsuaAgachados: Danilo Sacramento, Milton Júnior, Tiago Adan, Paulo Henrique, Roberto, Renan, Bruno Moraes, Alan Mineiro e Renato Xavier
FERROVIÁRIA
Em pé: Mascote Ferrão Maquinista, Enio, Júlio César, Rodolfo, Patrick, Cleidson, Luan, Neguete, Fio, Jairo, Elder Santana, Eduardo Rosa, Wander, Júlio César Cavanha, Narciso Marsilli e Guido TsuaAgachados: Danilo Sacramento, Milton Júnior, Tiago Adan, Paulo Henrique, Roberto, Renan, Bruno Moraes, Alan Mineiro e Renato Xavier
CAMPEÃ PAULISTA SÉRIE A2 - 2015
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
CaiuTime foi rebaixado após dez anos seguidos na Primeira
De novoO bicampeonato veio no ano seguinte, com mais um título
O apogeuFerrinha conquistava pela 1ª vez a Taça do Interior
Carlos Segura, torcedor“Ninguém sabe o que vai ser agora. Mexeram com um gigante que estava adormecido.”
1965 1967 1968
3 DERROTAS
1 EMPATE
TODOS OS DADOS
CAMPANHA
GRANDEDE TIME
Maior número de pontos da história, melhor ataque, melhor defesa, maior público, maior renda e o craque
da competição; a história do acesso em números
7 X 110.004
Goleada sobre o Novorizontino, dia 11 de abril,
terminou em 4 a 0 e teve recorde de público
*NÃO ESTÃO SOMADOSOS NÚMEROS DA ÚLTIMA RODADA É da Ferroviária a maior goleada do torneio.
Equipe passou por cima do Monte Azul 43Com sobras, a Ferroviária foi o time que mais somou pontos durante toda a competição
18 MAIO 2015
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
Na históriaCampanha perfeita deu o tricampeonato do Interior
Era de ouroComeçava aí o brilho na Taça de Prata, o antigo Brasileirão
RessacaTime passa uma década longe das grandes conquistas
Fio, atacante“Nossa missão era fazer um trabalho forte e levar a Ferroviária à elite. Conseguimos.”
1969 1970 1980
14 VITÓRIAS
a Ferrinha depena...Além do ótimo aproveitamento jogando fora de casa, foi na Arena da Fonte que
a Ferroviária mostrou sua força. Em Araraquara, além das vitórias, o time
acostumou-se a golear e a levar a torcida ao delírio durante toda a temporada
Caiu na Arena,
Foi a renda bruta da partida contra o Novorizontino; a maior até a última rodada
Fez o arrasador ataque da Locomotiva grená, que é o que mais foi às redes
36 GOLS
O Povo está Feliz Tem Futebol com a Ferroviária da Morada do Sol
Avinhado na camisa, que emoção! Salve Ferroviária do meu Coração
Ferroviária, amo você Em qualquer hora e tempo, Seu lema é vencer
Araraquara, venturas mil Viva Ferroviária, um orgulho do Brasil.
O Hino
R$ 92.940
79,6%Aproveitamento entrou
para a história como o melhor
da Série A2 do Paulista
43Com sobras, a Ferroviária foi o time que mais somou pontos durante toda a competição
DEIVIDE LEME/TRIBUNA ARARAQUARA
MAIO 2015 19
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
Começo da quedaAFE começa com campanhas fracas no Paulista
VergonhaO time seguia perdendo e caindo de divisões
PesadeloCampanha medíocre leva a Locomotiva à Série A2
Rodrigo Sossolote, torcedor“A Ferroviária é a minha vida. Que ela volte para nunca mais sair da Primeira Divisão.”
1993 1996 1997
Em cada jogo, uma estratégia, uma formação diferente e uma pasta especial com tudo, absolu-tamente tudo, sobre o adversário. Os pontos fortes, os pontos fracos e as características de cada joga-dor do outro time.
Nada escapava da mira do téc-nico Milton Mendes, que levou a Ferroviária ao acesso e ao título com duas rodadas de antecedên-cia. O treinador, que chegou a abrir as portas de sua casa para uma reportagem especial da Tri-buna durante a competição, respi-
rava Ferroviária. Atualmente no Atlético-PR,
onde tem a missão de reestruturar o Furacão, Mendes fez da A2 um verdadeiro palco para mostrar na prática todas as armas trabalha-das durante a temporada. Para ele, não bastava jogar por jogar. Era preciso conhecer o rival para, aí sim, montar sua estratégia.
“A gente sabia exatamente como cada adversário jogava. E sempre que eu olhava para um jo-gador nosso, não via a pessoa. Via as características dele e o quanto
ele poderia me ajudar taticamen-te”, revela Mendes.
A maior goleada da Série A2, por 7 a 1, sobre o Monte Azul, pela 13ª rodada, por exemplo, foi resultado de um estudo detalhado sobre como o adversário atuava. Uma pequena deficiência no se-tor de marcação pelo lado esquer-do foi explorado ao máximo pela Ferroviária.
O jogo do acesso contra o Gua-rá, dia 18, também não escapou dos estudos do professor. Uma se-mana antes, ele foi sozinho até Itá-
polis e viu das tribunas do Estádio dos Amaros a vitória do Oeste por 1 a 0. Na ocasião, o comandante alertou para uma possível dificul-dade, mesmo com o adversário já estando rebaixado.
UM ESTRATEGISTA
Milton Mendes revela como aplicou cada ‘nó tático’ em todos os adversários que caíram frente à Ferroviária na Arena da Fonte
Um verdadeiro estrategista, Milton Mendes armou um time diferente do
outro, contra os adversários que cruzaram o caminho da Ferrinha
OS SEGREDOSE A PRANCHETADO PROFESSOR
100%Com Milton Mendes, a Loco-motiva atropelou em todos os jogos que fez na Arena da Fonte Luminosa
MARCOS LEANDRO/TRIBUNA ARARAQUARA
20 MAIO 2015
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
Fundo do poçoMas um rebaixamento e a Quarta Divisão do Estadual
Mais um degrauTime vitorioso, com título da Copa FPF e novo acesso à A2
RenascimentoJá S.A., Locomotiva volta aos trilhos e sobe para a Série A3
Tuti, ex-jogador“A palavra desse time é a superação, desde sempre a Ferroviária é assim.”
1998
1985
2005 2006
4-2-3-1
Uma defesa forte, com os laterais apoiando e surpreendendo o lado esquerdo do adversário. A deficiência deste setor do Monte Azul foi a estratégia tática de Milton Mendes que deu certo.
Tiago Adan, solto na frente, recebia apoio constante de Paulo Henrique. Resultado: 7 a 1.
‘GOL ENSAIADO’ VALE CHURRASCO!Além das variações táticas, que mudavam durante as partidas, Mendes treinava insistentemente as jogadas ensaiadas. Nas cobran-ças de escanteio, quando Alan Mineiro erguia os braços era sinal de um tipo de levantamento. Quando ‘amarrava’ as chuteiras, era outra mensagem em código aos companheiros que já sabiam como se posicionar dentro da área. Além disso, chutão é algo extremamente dispensável na opinião do treinador. Tanto que sair tocando a bola desde o goleiro Rodolfo até chegar ao ataque é algo normal de se notar na atual equipe. Além disso, cada gol de jogada ensaiada, o treinador pagava um churrasco para o time inteiro. “Foram mais de dez. Já paguei uns seis”, brincou o comandante, antes do adeus.
MAIO 2015 21
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
Em 2014, Alan Mineiro foi o destaque da Ferroviária na Série A2. No entanto, a cam-panha que não trouxe o acesso deixou um gosto amargo para o jogador. Um ano depois, ele retornou à Fonte Luminosa e, em um novo capítulo de sua história, transformou-se no grande nome da conquista da
Ferrinha, após 19 longos anos de espera.
Decisivo em partidas que carregou o time nas costas — marcou três gols num jogo só —, o camisa 7 também se transformou no maior arti-lheiro da história da Arena da Fonte Luminosa, com 12 gols. Além disso, também faturou o
prêmio de melhor meio-cam-po da competição, além de ser eleito o craque do campeonato.
“Posso dizer que foi o me-lhor momento da minha car-reira. Além dos 19 anos da Ferroviária longe da Série A1, consegui essa marca histórica da Arena e também fui coroado com os prêmios. Consegui tudo
NOVO ÍDOLO
O DEMOLIDORDE RECORDES
Maior artilheiro da Arena, Alan Mineiro é eleito o ‘craque do campeonato’ e comemora melhor momento da carreira
DramaFerrinha sofre nova queda e volta para a Série A3
Na traveFerroviária chega à fase final, mas não consegue subir
AlívioUm ano depois, empate em Piracicaba e volta à Série A2
2009 2010 2011
Antônio Segura, torcedor“Torcer pela Ferroviária sempre foi algo natural dentro da nossa família.”
UNGIDO Alan exibe bola que marcou três gols num jogo só e os três troféus de melhor jogador em campo
MAR
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22 MAIO 2015
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
Mais um ano...Outra vez, campanha mediana e o sonho do acesso adiado
Voltamos!Campanha impecável e o time de volta ao topo do Paulistão
UFA!Com Jorge Saran, equipe se salva no ‘milagre da Páscoa’ e não cai
Beatriz Torres, torcedora“O meu sonho se tornou realidade. Dei sorte para a Ferroviária.”
2012 20152013
isso graças a este time maravi-lhoso”, diz o atleta, que conse-gue mesclar a experiência com o jeito moleque de jogar.
Para Alan Mineiro, o acesso e o título foram incontestáveis. “A gente sabia que ia colher o fruto dentro de campo de todo o trabalho que foi realizado na preparação. Valeu a pena so-frer a pré-temporada. Nosso time sobrou. Mesmo nas par-tidas que perdemos, tivemos atuação melhor do que o ad-versário.”
DEIVIDE LEME/TRIBUNA ARARAQUARA
O HOMEM DE TRÊS CORAÇÕESAos 27 anos, Alan Cássio da Cruz, ou simplesmente Alan Mineiro, ganhou o apelido em referência à cidade de Três Corações, local onde nasceu, no sul de Minas Gerais. Vir ao mundo na mesma terra que viu o Rei Pelé nascer trouxe-lhe uma estrela que brilhou, e muito, na Morada do Sol. E este ‘jeito mineirinho’ de ser é algo que está na essência do atleta. Ficar fora do jogo do acesso, dia 18 de abril, em Guaratinguetá, deixou-o triste, mas com sentimento de dever cumprido. “Foi difícil, mas encarei com tranquilidade. Queria ter jogado, participado da festa, mas pensei no meu futuro. Jogar seria um risco muito grande”, afirma o jogador, que teve de lidar com problema sério num dos joelhos.
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2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
Quando o árbitro encerrou a partida do dia 11 de abril, contra o Novorizontino, pela 16ª rodada da Série A2, ele não teve dúvidas. Com o 4 a 0 cravado no placar, o goleiro Rodolfo saiu cor-rendo, pulou na arqui-bancada e caiu nos bra-ços da torcida. Ao som de ‘a Ferrinha voltou’, foi ele quem comandou a festa no meio da galera.
O carinho da torcida com o camisa 1 não é de hoje. Tudo graças às boas
NINGUÉM PASSA
O PAREDÃO
Emprestado pelo Atlético-PR, camisa 1 transformou-se num dos heróis do acesso
e também venceu batalha pessoal
RODOLFO,
GRENÁ
SÓ FALTOU O GOLMais do que voltar ao cenário do futebol, Rodolfo ganhou outro presente em Araraquara: o de cobrar faltas. Ele sempre treinou, mas foi na Fonte Luminosa que teve sua primeira oportunidade.“Venho treinando todos os dias. Acabou o treino, faço uma sessão de 40, 50 faltas para aprimorar mais um pouco o que eu aprendi no São Paulo, desde a categoria de base. Só que tive a primeira oportunidade este ano”, completou o goleiro, que cobrou cinco faltas durante todo o torneio, mas não conseguiu chegar às redes.
atuações e à regularidade do atleta. Com Rodolfo em campo, a Ferroviária venceu 12 partidas, empatou uma e perdeu apenas uma.
Porém, antes de se tornar um dos líderes dessa Loco-motiva, o arqueiro teve de vencer outra batalha: supe-rar as drogas. Em 2012, após uma partida do Brasileirão pelo Atlético-PR, clube dono de seu passe, o goleiro foi fla-grado no exame antidoping por uso de cocaína.
“Antes, eu tinha uma vida completamente diferente da
que tenho. Faz mais de dois anos que parei de beber e usar drogas. Em 2012, es-tava jogando pelo Atlético--PR e, no meio do Brasileiro, acabei sendo sorteado para fazer o exame antidoping e deu positivo. Parecia que a minha vida iria acabar. Mas o Atlético me deu um supor-te muito grande e hoje eu estou aqui exercendo minha profissão muito bem”, disse.
Os drogas e o álcool en-traram na vida de Rodolfo cedo. “Com 14 anos, come-cei no álcool. O álcool que
abriu a porta para as outras drogas. Com 15, comecei na cocaína e isso veio me acom-panhando até dois anos atrás. Em 2012, meu uso estava muito frequente. Eu usava todos os dias e só pa-rava para concentrar e quan-do ia jogar. Mas saía do jogo e ia buscar a cocaína antes de ir para a casa. Minha rotina era assim todos os dias. Não dormia direito e emagreci bastante. Era muito compli-cado”, revelou.
Na ocasião com 22 anos, Rodolfo ficou longe dos jo-
gos por um ano e meio. O apoio do Atlético-PR du-rante todo o período de suspensão surpreendeu o jogador.
“Quando você faz al-guma coisa errada, você acha que alguém vai te punir. Então, eu não es-perava o acolhimento do Atlético. Eles tiveram uma atitude extraordinária, que eu nunca vi um clube fazer isso para um atleta. Então, o que eles fizeram por mim eu só tenho a agradecer”, completa.
TRANQUILO Segurança de Rodolfo no gol é o que mais impressiona no atleta
DEIV
IDE
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IBUN
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24 MAIO 2015
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
Há quem diga que o jogo é decidido apenas dentro de campo. Uma velha máxima totalmente rebatida e desmistificada com a chegada da tecnolo-gia ao futebol moderno. E, na Ferroviária, a estratégia fora das quatro linhas foi levada muito a sério duran-te toda a Série A2.
Uma equipe especiali-zada em fisiologia esporti-va fez um trabalho diário que interferiu diretamen-te na escalação do time. Um aparelho, encaixado numa espécie de cinta que os jogadores vestem, traça uma mapeamento de cada jogador. De uma forma simples de entender, ele aponta um equilíbrio entre o desgaste e a recuperação física, transformando-se num guia importante para o treinador. O aparelho registra a frequência car-díaca, e um programa no computador marca a va-riação dos batimentos dos jogadores em repouso e em
VITÓRIA FORA DE CAMPO
QUE GANHA
Entenda como a tecnologia ajudou a Ferroviária a prever lesões, fortalecer-se
e mapear cada movimento dos atletas
atividade intensa. “Ele mostra o nível de es-
tresse numa variável como uma medida de nível de re-cuperação do atleta aos estí-mulos e esforços do treino e do jogo”, explica Cássio Mas-carenhas, fisioterapeuta da Locomotiva.
Com os resultados, a preparação física traçou um treinamento adequado para a exigência física de cada jo-gador. Assim, se houver mui-to desgaste, diminui o risco de lesão. “Eles [jogadores] procuraram saber mais para poder render não só na parte tática que o professor pede, mas também na parte física”, comenta o também fisiolo-gista André Berzoti.
O próprio zagueiro Alci-des ficou surpreso com o re-sultado de alguns testes. “Às vezes, a gente acha que está se sentindo bem, pelo menos psicologicamente, e aí, quan-do vê que recuperou só 3%, 4%, a gente se assusta, já que o ideal é recuperar 50% [de-pois do jogo]”, fala.
CIÊNCIA
JOGO
O aparelhoregistra frequência
cardíaca, e um programa no
computador marca a variação dos
batimentos
Se os estudos apontarem excesso
de desgaste, aumenta a probabilidade de
lesão, e o atleta é poupado
do jogo
O trabalho tambémimpossibilita qualquer
possível atitude de ‘má-fé’ por parte
do atleta, já que as informações apontam
de forma efetiva o esforço individual de
cada profissional
Após osresultados de cada
teste, é montada uma preparação física
individual que atenda à necessidade de
cada jogador
Atacante Tiago Adan, durante treino na Arena
da Fonte
MARCOS LEANDRO/TRIBUNA ARARAQUARA
26 MAIO 2015
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
ENZIMA DO SANGUECássio Mascarenhas também explica como uma enzima do sangue também auxilia o trabalho. Segundo o fisiologista, ela informa sobre o nível de dano muscular. “Enquanto mais intenso for um jogo ou treino, a tendência é esse nível estar um pouco mais elevado. Em tese, quanto mais elevado estiver, o risco de uma lesão muscular passa a ser maior”, finaliza.
TECNOLOGIA DEDURA ‘JOGADOR MALANDRO’A nova tecnologia também impede que algum atleta se valha da malandragem para não participar de algum treinamento. “Isso acaba complicando a vida do jogador. Aquele que eventualmente não gosta de treinar, não tem jeito. Porque, com essas informações, a gente pode saber efetivamente o nível de esforço individual”, explica com bom humor o fisiologista Cássio Mascarenhas.
DEIVIDE LEME/TRIBUNA ARARAQUARA
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2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
Foi muito importante a participação da torcida. Veio a todos os jogos, nos incentivou, não criticou ninguém e isso foi muito importante.ALAN MINEIRO
Meio-campo
Só temos que agradecer o apoio que a torcida nos deu desde o início, tanto nos jogos em casa, como fora, que ela também nos acompanhou.FIO MARAVILHA
Atacante
Tenho que agradecer porque a ajuda que a torcida nos deu ao longo do campeonato foi suprema para o nosso acesso e para o título.RODOLFO
Goleiro
A gente fica muito feliz em proporcionar alegrias, colocar a Ferroviária novamente na A1. É uma cidade por que tenho um carinho especial, onde comecei.PAULO HENRIQUE
Lateral-direito
Gostaria de dar parabéns ao nosso torcedor, por nos ter acompanhado nas viagens longas e aqui em casa. Foi importantíssimo.TIAGO ADAN
Atacante
O RECADO DOS CRAQUES
Jogadores mandam mensagens de carinho à torcida, que empurrou o time rumo ao acesso e ao título
ASSINA, CAMPEÃO!
O pessoal se empolgou bastante e, graças a Deus, conseguimos fazer um bom futebol e, consequentemente, lotar o estádio.MILTON JÚNIOR
Volante
28 MAIO 2015
2015ESPECIAL ACESSOFERROVIÁRIA
PARA A NOSSA ALEGRIA!Na Arena da Fonte, em Guaratinguetá e na avenida Bento de Abreu, quem também deu show foi a torcida da Ferroviária. Não faltou vibração, alegria e muita festa em todos os cantos da cidade. O acesso também pintou de grená toda a Morada do Sol. A camisa, que antes ficava guardada, agora é exibida com orgulho pelas ruas de Araraquara.
30 MAIO 2015