SUPOSITÓRIO & ÓVULOS. EGITO A aplicação retal já era uma prática desde o antigo Egito e Mesopôtamia.
Supositório
-
Upload
netto-lacerda -
Category
Documents
-
view
55 -
download
0
Transcript of Supositório
SupositórioSupositórios são formas farmacêuticas destinadas à inserção em orifícios corporais (esp. no ânus,
na vagina ou na uretra) nos quais amolecem, se dissolvem e exercem efeitos sistêmicos ou
localizados. Assim, os supositórios destinam-se, tanto em termos lingüísticos quanto terapêuticos, a
serem colocados “sob” o corpo, como no reto, sendo geralmente administrados neste local.
Ação local
Depois que o supositório é inserido, sua base, amolece e se dissolve, distribuindo os fármacos, que
são transportados para tecidos da região. Esses fármacos podem destinar-se à retenção ao interior
da cavidade, para efeito medicinal localizado, ou podem ser absorvidos para exercer efeitos
sistêmicos. Os supositórios que visam ação localizada são mais freqüentemente empregados para
aliviar constipação ou dor, irritação, coceira e inflamações associadas a hemorróidas ou outras
condições anorretais.
Supositórios anti-hemorróidas contêm vários componentes, inclusive emolientes, calmantes,
protetores, anestésicos locais, vasoconstritores, adstringentes e analgésicos.
Supositórios laxantes à base de glicerina promovem a laxação por meio de irritação local das
mucosas, provavelmente pelo efeito desidratante da glicerina sobre essas membranas.
Ação sistêmica e vantagens
As mucosas do reto permitem a absorção de muitos fármacos solúveis, que podem gerar efeitos
sistêmicos.
Nos efeitos sistêmicos, a administração por via retal apresenta vantagens como: evitar a destruição
ou desativação dos fármacos pelo pH ou atividade enzimática do estômago e dos intestinos; evitar a
irritação estomacal quando o fármaco apresenta esse efeito; evitar a metabolização hepática
quando o fármaco é muito rapidamente metabolizado no fígado; conveniência para a administração
de fármacos a pacientes adultos ou pediátricos incapazes ou que não querem engolir a medicação;
eficácia no tratamento de pacientes com episódios de vômitos.
Alguns fármacos administrados por via retal na forma de supositório, para produzir efeitos
sistêmicos: proclorperazina e clorpromazina para alívio de náusea e vômitos e como tranqüilizante;
cloridrato de oximorfona para analgesia narcotizante; tartarato de ergotamina, para alívio da
síndrome de enxaqueca; indometacina, um analgésico antiinflamatório e antipirético não-esteróidal.
Fatores que influenciam a absorção dos fármacos
Fatores fisiológicos - O reto humano tem aproximadamente 15 a 20 cm de comprimento.
Quando não em material fecal, o reto contem apenas 2 ou 3 ml de liquido inerte. Em estado
repouso, o reto não é móvel; não existem vilosidades ou microvilosidade na mucosa retal. No
entanto, a região submucosa da parede retal tem vascularização abundante tanto sanguínea
como linfática.
Conteúdo dos cólons – quando se deseja obter efeitos sistêmicos com a administração de
supositórios, pode se esperar maior absorção se o reto estiver vazio ao invés de estar
distendido com matéria fecal. Portanto, quando indicado pode-se aplicar um enema evacuante,
que deve agir antes da administração do supositório.
Via circulatória - os fármacos absorvidos pela via retal, ao contrário do que ocorre após
administração oral, evitam a circulação portal hepática durante sua primeira passagem pela
circulação geral, permitindo, assim, que fármacos que seriam destruídos pelo fígado exerçam
efeitos sistêmicos. As veias hemorróidas inferiores que cercam o cólon recebem o fármaco
absorvido e iniciam sua circulação pelo corpo, evitando o fígado. A circulação linfática também
ajuda na absorção de fármacos administrados por via retal.
Fatores físico-químicos do fármaco e da base dos supositórios - São propriedades como
a solubilidade relativa do fármaco em lípides e em água e o tamanho da partícula do principio
ativo disperso. Os fatores físico-químicos da base são sua capacidade para fundir-se. Amolecer
ou se dissolver à temperatura corporal, sua capacidade de liberação do fármaco e seu caráter
hidrófilo ou hidrófobo.
Lipossolubilidade e hidrossolubilidade - Um fármaco lipofílico distribuído em baixa concentração
em um supositório de base gordurosa tem menor tendência a escapar para os líquidos aquosos
circundantes do que uma substância hidrófila presente em base gordurosa de grau próximo à
saturação. As bases hidrossolúveis que se dissolvem nos líquidos anorretais liberam tanto os
fármacos hidrossolúveis quanto os solúveis em óleo para absorção. Se a concentração do
fármaco na luz intestinal estiver acima de uma determinada quantidade, que varia de acordo
com o fármaco, a taxa de absorção não será afetada por novos aumentos da concentração.
Tamanho da partícula - Para os fármacos presentes nos supositórios, o tamanho da partícula
influencia sua velocidade de dissolução e a disponibilidade para absorção. Quanto menor o
tamanho da partícula, maior sua velocidade de dissolução e maior a probabilidade de rápida
absorção.
Excipientes
Para supositórios foram desenvolvidos para melhorarem estas características em relação
à manteiga de cacau (óleo de teobroma), há muito utilizada. Mediante destilação fracionada dos
ácidos graxos obtidos pela hidrogenação e cisão de óleos vegetais como coco, babaçu, palma, soja,
esterificados com glicerol (glicerina), obtém-se uma gordura sintética de origem natural que
apresenta vantagens frente à manteiga de cacau, que era normalmente usada na fabricação de
supositórios.