Sustentabilidade Rn - 1.0

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INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO DA SUSTENTABILIDADE

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Iniciação ao tema sustentabilidade, com fatos importantes e historicos abrangendo o meio ambiente nestes ultimos dois seculos.

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  • INTRODUO AO

    CONHECIMENTO DA

    SUSTENTABILIDADE

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    PREZADA FILIADO.

    Com a

    inteno de facilitar a

    compreenso, das bases da

    sustentabilidade histrica,

    aos filiados da #Rede

    Sustestabilidade, bem

    como aos entusiastas do

    Meio Ambiente foi

    elaborado este PDF.

    Reunindo os principais

    fatos ambientais, dentro de

    uma ordem cronolgica

    para melhor entendimento e assimilao. Este documento rene um

    material basico e importante, que podem servir de caminho a uma

    reflexo mais profunda dos tpicos aqui alencados. O texto engloba o inicio

    das alteraes ambientais, com abordagem nas orgens do problema, em

    um passado um pouco mais distante, em um perodo do sculo XVIII.

    Sequenciando o histrico desta evoluo.

    Voltando ao nosso tempo,

    vem enfocar, o despertar da

    sociedade face ao perigos

    ambientais decorrentes desta

    imploso social. Reportando as

    reaes dos mais variados grupos

    sociais, e o apoio global na

    recontruo e preveno do meio

    ambente. Empenho por parte das

    classes dos cientistas, governana,

    e as entidades ligadas ao setor, plugadas no monitoramento e conduo

    das melhorias ao meio ambiente.

    Bem chega de bla,blabla, vamos ao nosso tema ele nos aguarda.

    afonso celso pereira barretto #Rede Sustentabilidade RN.

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    SUSTENTABLIDADE E A #REDE.

    Considera-se como causa primaria pela degradao do meio

    ambiente, a negligncia do homem, quanto expanso de sua prpria

    espcie e o nus decorrente de seu prprio desenvolvimento.

    ***

    SUSTENTVEL E SUSTENTABILIDADE

    A noo do termo sustentabilidade recente e muito atual, em seu

    significado mais amplo, engloba a soma de processos sociais e econmicos,

    conduzidos por parmetros ambientais ecologicamente corretos. Como o

    termo pertence cincia do meio ambiente, um tema que s h pouco

    tempo, vem sendo objeto de estudos, seu significado e uso correto, ficou

    restrito a profissionais da rea, mais ligados ao meio. E aos filiados da

    #Rede, este parecer, no pode passar despercebido.

    J h algum tempo, a sustentabilidade

    vem sendo palavra da moda. Infelizmente, no

    acontecendo o mesmo, quanto ao seu

    significado e procedimento. Embora

    popularmente o termo esteja sendo bem

    recebido e ganhando espao, est longe ainda

    de ser um procedimento padro adotado pela populao. Mas est

    caminhando forosamente, para isto.

    A grande mdia fez a sua parte, popularizando o termo, mas est em

    falta quanto ao seu significado. Algumas vezes encontramos esta palavra,

    aplicada em temas publicitrios, nos jornais, revistas e na TV, em

    desacordo aos princpios sustentveis.

    Este termo determina um padro scio/eco/nmico, correto de

    procedimentos. Surgiu por uma necessidade ambiental, em restituir a

    dinmica eco biologia, aos parmetros originais. A qual estaria sendo

    deslocada pra fora de seus padres. Motivado por fora de uma prxis

    desenvolvimentista equivocada, mantida por governos e corporaes,

    assistida pela inconscincia dos seres humanos.

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    As propriedades da sustentabilidade tem origem no que seja

    sustentvel. Quando se usa o termo sustentvel, na rea de meio

    ambiente, entende-se o fato, como possuidor das propriedades inerentes a

    sustentabilidade.

    ...E a voc pergunta... Que propriedades so estas?

    A classificao, como sustentvel, dentro das exigncias da

    sustentabilidade, requer anexar ao fato em questo, as caractersticas de

    sustentabilidade. O padro de sustentabilidade exige deste fato, a sintonia

    e concordncia com a dinmica ambiental. Um compromisso direto com o

    status quo do meio ambiente. Caso o fato incorra, com alguma alterao

    ou qualquer transgresso ambiental, ele dever conter as ferramentas

    prprias de reparao ao status

    original. Observando que... Estas

    sintonias e afinaes, no se

    resumem s ao item ambiental, pois

    ele devera guardar concordncia

    tambm, com o padro econmico

    social e cultural. S assim, a partir

    deste pressuposto, um fato

    sustentvel, poder se qualificar

    com o padro de sustentabilidade.

    Ou seja, o uso do termo

    sustentvel, via de regra no

    concede ao fato, as propriedades da

    sustentabilidade. Um fato pode ser sustentvel na acepo da palavra,

    mas contrariando aos princpios da sustentabilidade, entendida

    tecnicamente por ambientalistas. E a, que reside confuso.

    O sentido da sustentabilidade incorpora o fator sustentvel. Ao

    contrrio do sustentvel, o qual, pode no apresentar os padres

    necessrios, exigidos pela sustentabilidade, como aqui explicado.

    Para ser mais fcil, podemos fazer uma analogia, com a educao

    dada aos nossos filhos... Os educamos no sentido que eles alcancem uma

    emancipao, econmica, intelectual, e espiritual, e que cada um seja por

    si mesmo, autossustentvel e livre. Caso a posio alcanada por algum

    deles, seja fruto de algum desacordo, com um dos fatores que congregam a

    sustentabilidade, seja ele: ambiental; social; cultural ou econmico, ele

    ficar aqum deste padro de referncia. A sustentabilidade exige

    harmonia junto a estes outros valores, que fazem parte de sua formao.

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    SUSTENTABILIDADE

    Uma concepo humanstica.

    Considera-se como causa primaria pela degradao do meio

    ambiente, a negligncia do homem, quanto expanso de sua prpria

    espcie e as decorrncias criadas por este desenvolvimento. Classificadas

    de forma geral, como aes antrpicas.

    A concepo humanstica atribui a responsabilidade aos seres

    humanos, falta de planos estratgicos de preveno e adequao, ao

    enfrentamento das altas taxas de crescimento populacional. Em um

    determinado ciclo na histria. O que acarretou inevitveis consequncias

    prejudiciais ao meio ambiente. Fato que vem sendo amenizadas por aes

    conjuntas, acordadas por grande parte da sociedade global, protocoladas

    em diversas conferencia mundial.

    Mas devemos considerar as premissas de pocas passadas, pra

    entender seus reflexos no presente. As razes vitais e as circunstancias

    naquelas pocas eram outras, bem diferentes das que vivemos hoje. As

    dificuldades existenciais de hoje, eram mnimas, face s de outrora.

    O inconsciente coletivo neste

    tempo era assombrado por guerras,

    doenas, misrias, selvagens, roubos e

    toda a sorte de ignorncia, inclusive a

    prpria. Embora as vidas das pessoas

    fossem cercadas por todas estas

    ameaas, era vital seguir em frente. A

    vida tinha que ser vivida, e a sua

    conquista valia qualquer preo. Superar

    a natureza era s mais um, entre os

    grandes desafios a espreitar o prprio

    homem, no seu dia a dia. A ele cumpria se estabelecer como um ser

    superior, a todas as intempries que o circundava, ser forte, em face

    destas realidades, era a tnica. Estmulos de raa foram importantes

    nestas conquistas, embora tenha resultado em outros momentos,

    distores penosas. A famlia era consagrada, e a prole grande era

    necessria. Utilizada como forma de conquista, transcendncia gentica e

    status. O compromisso biolgico era a determinante, no havia como

    condicionar os instintos as regras da expanso social, naquele momento.

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    O conhecimento era restrito e

    fechado a uma pequena parcelada

    populao, as benesses da

    civilizao eram compartilhadas

    com poucos. Desta forma, a vida

    instintiva prevalecia como

    determinao na vida da maioria

    das pessoas.

    Assim aconteceu ecloso da espcie

    humana, com toda a fora da

    natureza. Alheia no s aos preceitos ambientais, mas fora de seus

    prprios limites racionais do crescimento social. Potencializada pelo

    instinto da preservao da espcie.

    As consequncias deste excepcional crescimento vieram a se

    constituir com o passar dos tempos, em uma grande ameaa a sua prpria

    existncia. Bem considerando assim:

    ...Em um passado menos distante, ainda no sculo XVIII, as

    exigncias com a manuteno e desenvolvimento dos seres humanos

    quanto ao uso e transformao dos recursos naturais, no refletiam na

    poca, um perigo a integridade do meio ambiente. O total de um bilho

    de pessoas vivendo no planeta, ainda no comprometia o equilbrio da

    biodiversidade.

    Revendo s como curiosidade,

    esta soma de pessoas vivas na poca,

    era o produto de algumas geraes

    reunidas e remanescentes, de todo o

    processo civilizatrio humano. Iniciado

    desde que o mundo mundo e foi

    conhecido, e de outros tempos mais, que suspeitamos haver existido, mas

    ainda no devidamente contabilizado.

    E assim a terra foi sendo palco de uma estupenda exploso de novos

    habitantes. Acerca da metade do sculo XIX, na dcada de 30, fomentados

    pela revoluo industrial e outros incentivos adicionais j comentados, o

    mundo acorda ultrapassando a espantosa cifra do segundo bilho

    de pessoa vivendo neste planeta.

    Espantoso quando percebemos que neste espao de tempo, em menos

    de 100 anos, duplicamos quantidade de seres humanos no planeta, a

    uma cifra igual, ao que se alongaram por milhes de anos, desde a criao

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    do mundo, para se formar. O qual foi de um incio ignorado. E o pior (no

    sentido sustentvel), o espanto no iria parar por a. Mas por

    outro lado, foi formidvel, quanto aos avanos proporcionados por esta

    expanso.

    Em resposta da natureza, na dcada de 60 aparecem os primeiros

    sintomas de alteraes climticas e de seus efeitos colaterais penalizando

    os seres humanos. A parte amarga da histria de expanso social da

    espcie humana, descritas logo a frente destes captulos.

    Alarmados por estes dados e notcias, provenientes destas anomalias

    ocorridas no meio ambiente, alguns cientistas e ambientalistas promovem

    neste tempo uma reunio que ficou conhecida como: Clube de Roma. Em

    busca de um diagnstico

    para o enfrentamento e

    monitoramento de solues

    apropriadas. E como

    resultado, fazem um alerta

    sociedade, atravs de um

    documento, que ficou

    conhecido como Os limites

    do crescimento. Prognosticando um futuro sombrio humanidade,

    decorrente dos desequilbrios ambientais, promovido pelos prprios seres

    humanos. Alertava sobre os danos e prejuzos, decorrente de uma

    sociedade despreparadas, sem projetos e procedimentos tecnolgicos pra

    enfrentar esta nova realidade.

    Com a taxa de expanso social demogrfica, fora de certo controle,

    apoiada pelos mais diversos avanos tcnicos de sustentao e melhorias

    de vida. A razo da natalidade crescia ao patamar de 80 milhes de

    novos habitantes planeta/ano. Potencializando a velocidade das

    mudanas e transformaes sociais. Interferindo prejudicialmente, sobre o

    meio ambiente, ultrapassando ao tempo, da prpria capacidade de

    restaurao.

    Em contra partida ao progresso determinado por esta evoluo, a

    soma destes explosivos ingredientes veio a constituir em uma fora

    negativa poderosa, em funo da degradao ambiental. Demostrando

    claramente pelas anomalias apresentadas, o perfil e as dimenses deste

    perigo. E o mais grave, tornando uma grande ameaa contra si mesmo,

    contra o prprio homem.

    Estas anormalidades vieram a exigir das lideranas mundiais, uma

    reavaliao imediata quanto aos procedimentos, sociais, industriais,

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    tecnolgicos e educacionais, reconhecendo de imediato os valores

    ambientais. Formando um mutiro de Governanas, unidos as iniciativas

    privadas, entidades e o povo em geral em socorro do meio ambiente. Todos

    no empenho de reinventar novos hbitos, usos e costumes, pra evitar um

    gargalo existencial mais perigoso, no muito distante, a todos os

    habitantes do planeta.

    Ficou explcito a sociedade cientfica e as lideranas mundiais, que

    era preciso assegurar no s ao bem estar social comum, mas a prpria

    existncia humana. Formulando um novo paradigma, de comportamento

    estratgico, a fim de conjugar a biodiversidade e o eco sistema junto ao

    processo civilizatrio. Suporte fundamental as condies existenciais dos

    seres humanos no planeta.

    Estas preocupaes sensibilizaram e reforaram iniciativa das

    Organizaes das Naes Unidas a ONU, sobre o Desenvolvimento

    Sustentvel. O qual atendeu a estas reivindicaes, promovendo A

    Conferencia de Estocolmo em 1972.

    Somadas a esta, aconteceram outras sries de reunies, fomentadas

    por entidades privadas, ambientalistas, cientistas, Ongs e etc., vinculadas

    ao meio ambiente. Todas buscando equacionar e criar dispositivos de

    reparao, as interferncias danosas do homem ao seu habitat natural.

    A primeira Conveno das Unidas Naes direcionada a este fim,

    ao meio ambiente humano, ficou conhecida como A Conferencia de

    Estocolmo, que serviu para destacar e difundir a importncia do tema,

    no ano de 1972 junto a sociedade brsileira e internacional. Bem como

    apontar caminhos e solues aos problemas que vinham sendo alastrados.

    Esta conferncia foi palco de conflitos de interesses entre pases em

    desenvolvimento contra aos desenvolvidos. Embora se tenha defendido

    nesta poca, uma viso restrita do sentido ecolgico, este evento

    possibilitou iniciar e ampliar esta noo a consideraes mais amplas, que

    hoje temos como meio ambiente desenvolvimento sustentvel, e a

    sustentabilidade.

    Pra entender melhor, transcrevo a seguir trechos resumidos da

    retrospectiva histrica da poca. Redigidas por alguns autores

    identificados, focando as consequncias ambientais, provocadas pelo

    fenmeno da expanso social, e suas consequncias. Junto a outras

    ocorrncias, mais detalhadas deste primeiro evento patrocinado pela ONU,

    prestigiando a conservao do Meio Ambiente.

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    Retrospectiva. Dcada de 50/60.

    Os aspectos histricos que antecederam a Conferncia de Estocolmo

    foram marcados por questionamentos dos modelos de desenvolvimento

    ocidentais e socialistas. Sendo que nos Estados Unidos, nos anos 60,

    ocorriam diversos protestos voltados para os direitos civis, bem como os

    efeitos da Guerra do Vietn. Enquanto na Europa ocidental em 1968,

    presenciava-se uma gerao mais resistente a um regime fechado. Neste

    mesmo perodo a Unio Sovitica passava por transio de doutrina, se

    aproximando dos princpios vistos na doutrina Monroe (LAGO, 2007).

    Entretanto, em meio aos

    protestos e manifestaes de carter

    poltico-econmico, tambm surgiam

    movimentos em prol da defesa do

    meio ambiente e de anlises sobre

    o impacto da industrializao

    sobre o mesmo. Nesse contexto, a

    classe mdia dos pases ricos,

    populao mais afetada pela

    industrializao, diante de uma

    maior liberdade de expresso se

    disps a contribuir com causa (SOUZA et al, 2001).

    Desde o incio da dcada de 50 do Sculo XX, os impactos da

    industrializao sobre o meio ambiente j comeavam a ser percebidos.

    Neste ponto, o fenmeno dos Smog, na Inglaterra, foi o marco inicial,

    aonde oito mil pessoas vieram a bito por este fenmeno. Outros

    desastres tambm foram relatados em vrios lugares do planeta, como a

    poluio da baa de Minamata, no Japo, e a questo do DDT (dicloro

    difenil tricloetano, inseticida usado durante esse perodo) (MARQUES,

    2005).

    Aliado a preocupao dos problemas ambientais, em 1968 um grupo

    de cientistas (Clube de Roma) se reuniu a fim de resolver esta

    problemtica, a partir de foros de discusses, eles publicaram o estudo Os

    limites do crescimento. Neste, eles projetaram matematicamente os efeitos

    do crescimento populacional sob a poluio e o esgotamento dos recursos

    naturais. Essas projees se mostraram incorretas e alarmistas, no

    entanto, contriburam para mudanas de comportamento e como alerta a

    populao (LAGO, 2007; BRUSEK, 1994).

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    Preocupados com o futuro do planeta, a Organizao das Naes

    Unidas (ONU), juntamente com os Estados e a comunidade cientfica,

    realizou a Primeira Conferncia Mundial sobre o Homem e o Meio

    Ambiente, visando amenizar a problemtica: homem versus natureza.

    A Conferncia de Estocolmo.

    O pensamento ambientalista: como tudo comeou

    Letcia Gozzer Costa/Marcos V. Nogueira Damasceno/Roberta Souza Santos

    A Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente Humano,

    tambm conhecido como Conferncia de Estocolmo, iniciada em cinco de

    junho de 1972, marcou uma etapa muito importante no eco poltica

    internacional.

    Esta foi basicamente a

    primeira grande reunio organizada

    para concentrarem-se as questes

    ambientais e a primeira atitude

    mundial a tentar preservar o meio

    ambiente, visto que a ao

    antrpica gera sria degradao

    ambiental, criando severos riscos

    para o bem estar e sobrevivncia da

    humanidade (RIBEIRO, 2010).

    Houve a convocao dessa

    Conferncia visando amenizar a problemtica: homem X natureza.

    Princpios e conceitos tornaram-se base para a evoluo na rea do meio

    ambiente a partir da Conferncia de Estocolmo e desta resultaram

    inmeras questes que continuam a influenciar e a motivar as relaes

    entre os atores internacionais, colaborando para a notvel evoluo que

    eclodiu aps a Conferncia (LAGO, 2007; TOZONI-REIS, 2002).

    Segundo Le Prestre (2000), a conferncia foi realizada para atender

    quatro fatores que foram influncia poca:

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    1. Aumento e importncia da comunidade cientfica, que comeavam a questionar sobre o futuro do planeta, as mudanas climticas e sobre a quantidade e qualidade da gua.

    2. Aumento da exposio, pela mdia, de desastres ambientais (mars

    negras, desaparecimento de territrios selvagens, modificaes na paisagem), gerando um maior questionamento da sociedade a cerca das causas e solues para tais desastres.

    3. Crescimento desenfreado da economia, e consequentemente das

    cidades, sendo que estas cresceram sem nenhum planejamento para o futuro.

    4. Outros problemas ambientais, como chuvas-

    cidas, poluio do Mar Bltico, grandes quantidades de metais pesados e pesticidas.

    Com isso, a Conferncia de Estocolmo visou

    buscar uma soluo para tais problemas, criando

    um novo pensamento, tanto para os Estados,

    quanto para a sociedade: o problema existe,

    vamos agir.

    A conferncia de Estocolmo ainda foi

    marcada pelo confronto entre as devidas

    perspectivas propostas por pases desenvolvidos e

    em desenvolvimento, onde os pases

    desenvolvidos preocupavam-se com os efeitos da devastao ambiental

    sobre a Terra, propondo um programa voltado para a conservao dos

    recursos naturais e genticos do planeta, ou seja, consideravam a ideia de

    medida preventiva imediata. Por outro lado, os pases em desenvolvimento

    argumentavam o fato de estar

    desolado pela misria, com problema

    de moradia, saneamento bsico, com

    riscos de doenas infecciosas,

    propondo assim desenvolvimento

    econmico rpido, devido s claras

    necessidades (MACHADO, 2006).

    Visando sanar as questes

    discutidas durante Conferncia de Estocolmo, foram votados setes pontos,

    referentes s responsabilidades e comportamentos ideais para guiar as

    questes relativas ao meio ambiente, que compem o prembulo da

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    Declarao das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente, tambm conhecida

    como Declarao de Estocolmo (ONU, 1972).

    Nos itens primeiro e segundo, da Declarao de Estocolmo fica

    consagrado que:

    O homem responsvel pelo meio ambiente, e este lhe oferece o

    sustento material e a possibilidade de evoluir de forma moral, social e

    espiritual. Ao longo da evoluo humana, o homem se tornou capaz de

    transformar o meio ambiente da maneira que achar conveniente, e por isso

    a manuteno dos meios ambientes naturais e artificiais essencial para a

    real fruio dos direitos humanos fundamentais, bem como o

    desenvolvimento econmico de todos os povos.

    J o item terceiro, diz que: a capacidade do ser

    humano em transformar o que o cerca carrega consigo a

    responsabilidade de saber us-la, visto que quaisquer

    transformaes podem trazer benefcios e

    desenvolvimentos, ou causar danos ao prprio ser

    humano e ao meio ambiente. Quando esses danos

    ocorrem, o seu rastro de destruio visvel, como a

    degradao das fontes de recursos naturais, a poluio do ar e da gua, os

    desequilbrios ambientais, e todos estes afetam a sade fsica, mental e

    social do homem.

    O quarto item convenciona que: para ocorrer um desenvolvimento

    socioeconmico, nos pases em desenvolvimento, so necessrias medidas

    que amenizem as discrepncias sociais, sem deixar de se preocupar com

    as questes ambientais. Enquanto que os pases industrializados tm por

    responsabilidade diminuir as diferenas com os pases subdesenvolvidos e

    em desenvolvimento. Este ponto

    tambm afirma que nesses pases

    os problemas ambientais esto

    ligados ao desenvolvimento de

    novas tecnologias a aos processos

    de industrializao.

    O quinto item trata que: o

    crescimento populacional gera

    problemas ao meio ambiente, e por

    isso devem-se criar medidas a fim

    de evitar tais problemas ou que ocorram em menor gravidade. Dentre tudo

    existente no planeta, os seres humanos so os mais valiosos, pois capaz

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    de progredir socialmente, criar riqueza

    social, desenvolver a cincia e

    tecnologia, assim transformando o meio

    ambiente.

    Por fim, os dois ltimos itens,

    sexto e stimo, dizem que: o homem

    deve ter ateno s consequncias de

    seus atos no meio ambiente. O ser

    humano capaz de causar danos

    imensos e irreversveis ao meio

    ambiente, mas tambm capaz de criar

    condies sadias de vida. Por isso o

    homem deve estar em harmonia com a

    natureza, para que possa se

    desenvolver socioeconomicamente e de

    maneira que mantenha o bem estar e a

    qualidade de vida. Diz ainda que: a

    responsabilidade pelas mudanas e

    pela manuteno de um meio ambiente

    saudvel de todos, agindo em um

    esforo comum. Cabe aos poderes do

    Estado a criao de leis e normas para

    a preservao e o melhoramento do

    meio ambiente humano, mas cabe a

    todos os deveres de que estas leis e

    normas sejam exercidas.

    O Brasil e a sua posio na Conferncia de Estocolmo

    O Brasil teve grandes participaes em encontros internacionais

    sobre a educao ambiental, at mesmo por atuar dentro do sistema das

    naes unidas. Visto que o Brasil contm recursos interessantes aos olhos

    dos demais pases, alvo de constante ateno, por suas grandes reservas

    de gua potvel, assim como por abranger grande parte da biodiversidade

    do planeta. A partir de Estocolmo, surge a questo se o Brasil seria capaz

    de preservar seu patrimnio, levando a uma preocupao com a economia

    e com possveis estratgias de desenvolvimento sustentvel do pas (LAGO,

    2005; MORADILLO ET AL., 2004).

    Acidificao dos Oceanos. A adio de dixido de carbono aos oceanos aumenta a acidez (diminui o PH) da gua da superfcie do mar. A atual taxa de acidificao do oceano muito maior do que a de qualquer outro tempo nos ltimos 20 milhes de anos. Muitos organismos marinhos so sensveis acidez, especialmente aqueles que usam o carbonato de clcio dissolvido na gua do mar para formar suas conchas e exoesqueletos (como os corais e o plncton marinho). Globalmente, a saturao da forma de carbonato chamada aragonita em guas superficiais est declinando com o aumento na acidez do oceano. Para evitar ultrapassar possveis fronteiras, o limite sugerido para a acidificao manter a saturao de aragonita em guas superficiais a um mnimo de 80% da mdia global do perodo pr-industrial.

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    No perodo da conferncia o Brasil encontrava-se teoricamente em

    um momento econmico bom, perodo este em que se passava por

    represso poltica. Assim como em outros governos autoritrios, havia uma

    preocupao quanto aos movimentos voltados para o meio ambiente, visto

    que no se sabia com certeza as consequncias que tais repercusses

    poderiam trazer a economia destes pases, bem como a poltica j que as

    maiorias dos grupos ambientalistas eram de esquerda. Porm, no havia

    opresses dos pases da Europa Ocidental e EUA sobre o regime vivido nos

    pases em desenvolvimento no que dizia respeito aos direitos humano e

    meio ambiente, ao contrrio, suas opresses eram voltadas somente para a

    segurana, modernizao e crescimento desses pases (LAGO, 2005;

    LAGO, 2007).

    Dentro desse contexto uma preocupao natural havia por parte do

    governo brasileiro da poca, de que suas atitudes autoritrias virassem

    alvo de crticas pelos demais pases presente na conferncia. Mas como j

    dito, o Brasil por suas reservas sempre foi alvo de constante ateno, e

    procurou deixar claro seu posicionamento nessa conferncia, quanto

    culpa das poluies serem preferivelmente dos pases desenvolvidos por

    terem suas maiores indstrias, querendo estabelecer uma relao de

    forma que no houvesse uma distino de pases que podem poluir e os

    que no podem somente pela presena de maior industrializao. Porm,

    esse posicionamento no excluiu a possibilidade e responsabilidade do

    Brasil perante todos os seus recursos, tendo o pas que lanar mo de

    polticas ambientais proposta por essa conferncia (LAGO, 2005; LAGO,

    2007).

    Concluso:

    A necessidade da criao de entidades e conferncias

    preocupadas com o meio ambiente decorreu principalmente no reconhecimento do homem com o meio. Ficando claro

    que as consequncias advindas das aes do homem ao meio ambiente voltam para si em tempo relativo. No entanto, mesmo havendo consequncias, e

    estas trazendo malefcios variados para a sociedade, prevenir e evitar as aes antrpicas

    ainda motivo de conflitos entre os pases, principalmente os que detm uma ideologia de desenvolvimento a qualquer custo.

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    E para que houvesse um consenso sobre como o homem deve agir

    em relao ao meio ambiente, a ONU organizou, em 1972, a primeira

    conferncia internacional sobre o meio ambiente humano,

    conhecida como Conferncia de Estocolmo.

    Aps os debates realizados na Conferncia, foram estabelecidas

    normas que serviram de referncia para guiar as aes referentes ao meio

    ambiente. O evento da Conferncia de Estocolmo serviu para alertar o

    mundo acerca das problemticas ambientais, e serviu como passo inicial

    para outras conferncias, como Kyoto e Rio92.

    Diante do que foi abordado, pudemos observar as questes que

    levaram a realizao da Conferncia de Estocolmo, e quo importante foi

    este evento para incio das aes ambientalistas, bem como o processo de

    difuso destas no meio cientifico e social.

    RELATRIO

    BRUNDTLAND

    NOSSO FUTURO

    COMUM

    DEFINIO E PRINCPIOS.

    No incio da dcada de 1980, a ONU retomou o debate das questes

    ambientais. Indicada pela entidade, a primeira-ministra da Noruega, Gro

    Harlem Brundtland, chefiou a Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e

    Desenvolvimento, para estudar o assunto.

    A comisso foi criada em 1983, aps uma avaliao dos 10 anos da

    Conferncia de Estocolmo, comentada anteriormente, com o objetivo de

    promover audincias em todo o mundo e produzir um resultado formal das

    discusses. O documento final desses estudos chamou-se Nosso Futuro

    Comum ou Relatrio Brundtland.

    Apresentado em 1987, prope o desenvolvimento sustentvel, que

    aquele que atende s necessidades do presente sem comprometer a

    possibilidade de as geraes futuras atenderem s suas necessidades. O

    documento foi publicado aps trs anos de audincias com lderes de

    governo e o pblico em geral, ouvidos em todo o mundo sobre questes

    relacionadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento.

    Foram realizadas reunies pblicas tanto em regies desenvolvidas

    quanto nas em desenvolvimento, e o processo possibilitou que diferentes

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    grupos expressassem seus pontos de vista em questes como agricultura,

    silvicultura, gua, energia, transferncia de tecnologias e desenvolvimento

    sustentvel em geral.

    O Relatrio Brundtland, faz parte de uma srie de iniciativas,

    anteriores Agenda 21, as quais reafirmam uma viso crtica do modelo

    de desenvolvimento adotado pelos pases industrializados e reproduzido

    pelas naes em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso

    excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte

    dos ecossistemas.

    O Relatrio aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento

    sustentvel e os padres de produo e consumo, trazendo tona mais

    uma vez a necessidade de uma nova relao ser humano-meio ambiente.

    Ao mesmo tempo, esse modelo no sugere a estagnao do crescimento

    econmico, mas sim essa conciliao com as questes ambientais e

    sociais.

    O documento enfatizou problemas ambientais, como o aquecimento

    global e a destruio da camada de oznio (conceitos novos para a poca),

    e expressou preocupao em relao ao fato de a velocidade das mudanas

    estarem excedendo a capacidade das disciplinas cientficas e de nossas

    habilidades de avaliar e propor solues, como est na publicao

    Perspectivas do Meio Ambiente Mundial GEO 3, do PNUMA.

    O Relatrio Brundtland tambm j apresentava uma lista de aes a

    serem tomadas pelos Estados, e tambm definia metas a serem realizadas

    no nvel internacional, tendo como agentes as diversas instituies

    multilaterais.

    Entre as medidas apontadas pelo relatrio, constam solues, como

    a diminuio do consumo de energia, o desenvolvimento de tecnologias

    para uso de fontes energticas renovveis e o aumento da produo

    industrial nos pases no industrializados com base em tecnologias

    ecologicamente adaptadas.

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    Fica muito claro, nessa nova viso das relaes homem-meio

    ambiente, que no existe apenas um limite mnimo para o bem-estar da

    sociedade; h tambm um limite mximo para a utilizao dos recursos

    naturais, de modo que sejam preservados.

    Segundo o Relatrio, uma srie de medidas deve ser tomada

    pelos pases para promover o desenvolvimento sustentvel. Entre

    elas:

    limitao do crescimento populacional;

    garantia de recursos bsicos (gua, alimentos, energia) a longo prazo;

    preservao da biodiversidade e dos ecossistemas;

    diminuio do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energticas renovveis;

    aumento da produo industrial nos pases no industrializados, com base em tecnologias ecologicamente adaptadas;

    controle da urbanizao desordenada e integrao entre campo e cidades menores;

    atendimento das necessidades bsicas (sade, escola, moradia).

    Em mbito internacional, as metas propostas so:

    adoo da estratgia de desenvolvimento sustentvel pelas organizaes de desenvolvimento (rgos e instituies internacionais de

    financiamento).

    PROTOCOLO DE KYOTO.

    No ano de 1997, foi

    assinado o Protocolo de Kyoto.

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    Esse Protocolo tem como objetivo firmar acordos e discusses

    internacionais para conjuntamente estabelecer metas de reduo

    na emisso de gases-estufa na atmosfera, principalmente por parte dos

    pases industrializados, alm de criar formas de desenvolvimento de

    maneira menos impactante queles pases em pleno desenvolvimento.

    Diante da efetivao do Protocolo de Kyoto, metas de reduo de gases

    foram implantadas, algo em torno de 5,2% entre os anos de 2008 e 2012.

    O Protocolo de Kyoto foi implantado de forma efetiva em 1997, na cidade

    japonesa de Kyoto, nome que deu origem ao protocolo. Na reunio, oitenta

    e quatro pases se dispuseram a aderir ao protocolo e o assinaram, dessa

    forma, comprometeram-se a implantar medidas com intuito de diminuir a

    emisso de gases.

    As metas de reduo de gases no so homogneas a todos os

    pases, foram colocados nveis diferenciados de reduo para os 38 pases

    que mais emitem gases, o protocolo prev ainda a diminuio da emisso

    de gases dos pases que compe a Unio Europeia em 8%, j os Estados

    Unidos em 7% e Japo em 6%. Pases em franco desenvolvimento como

    Brasil, Mxico, Argentina, ndia e, principalmente, China, no receberam

    metas de reduo, pelo menos momentaneamente.

    O Protocolo de Kyoto no apenas discute e implanta medidas de reduo

    de gases, mas tambm incentiva e estabelece medidas com intuito de

    substituir produtos oriundos do petrleo por outros que provocam menos

    impacto. Diante das metas estabelecidas, o maior emissor de gases do

    mundo, Estados Unidos, desligou-se em 2001 do protocolo,

    alegando que a reduo iria comprometer o desenvolvimento econmico do

    pas.

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    As etapas do Protocolo de Kyoto.

    Em 1988, ocorreu na cidade canadense de Toronto a primeira

    reunio com lderes de pases e classe cientfica para discutir sobre as

    mudanas climticas, na reunio foi dito que as mudanas climticas tm

    impacto superado somente por uma guerra nuclear. A partir dessa data

    foram sucessivos anos com elevadas temperaturas, jamais atingidas desde

    que iniciou o registro.

    Em 1990, surgiu o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudana

    Climtica), primeiro mecanismo de carter cientfico, tendo como inteno

    alertar o mundo sobre o aquecimento do planeta, alm disso, ficou

    constatado que alteraes climticas so principalmente provocadas por

    CO2 (dixido de carbono) emitidos pela queima de combustveis fsseis.

    Em 1992, as discusses foram realizadas na Eco-92, que contou

    com a participao de mais de 160 lderes de Estado que assinaram a

    Conveno Marco Sobre Mudanas Climticas.

    Na reunio, metas para que os pases industrializados

    permanecessem no ano de 2000 com os mesmos ndices de emisso do

    ano de 1990 foram estabelecidas. Nesse contexto, as discusses levaram

    concluso de que todos os pases, independentemente de seu tamanho,

    devem ter sua responsabilidade de conservao e preservao das

    condies climticas.

    Em 1995, foi divulgado o

    segundo informe do IPCC

    declarando que as mudanas climticas j davam sinais claros, isso

    proveniente das aes antrpicas sobre o clima. As declaraes atingiram

    diretamente os grupos de atividades petrolferas, que rebateram a classe

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    cientfica alegando que eles estavam precipitados e que no havia motivo

    para maiores preocupaes nessa questo.

    No ano de 1997, foi assinado o Protocolo de Kyoto, essa conveno

    serviu para firmar o compromisso, por parte dos pases do norte

    (desenvolvidos), em reduzir a emisso de gases. No entanto, no so

    concretos os meios pelos quais sero colocadas em prtica as medidas de

    reduo e se realmente todos envolvidos iro aderir.

    Em 2004 ocorreu uma reunio na Argentina que fez aumentar a

    presso para que se estabelecessem metas de reduo na emisso de gases

    por parte dos pases em desenvolvimento at 2012.

    O ano que marcou o incio efetivo do Protocolo de Kyoto foi 2005,

    vigorando a partir do ms de fevereiro. Com a entrada em vigor do

    Protocolo de Kyoto, cresceu a possibilidade do carbono se tornar moeda de

    troca. O mercado de crditos de carbono pode aumentar muito, pois pases

    que assinaram o Protocolo podem comprar e vender crditos de carbono.

    Na verdade, o comrcio de carbono j existe h algum tempo, a bolsa

    de Chicago, por exemplo, j negociava os crditos de carbono ao valor de

    1,8 dlares por tonelada, j os programas com consentimento do Protocolo

    de Kyoto conseguem comercializar carbono com valores de 5 a 6 dlares a

    tonelada.

    Eduardo de Freitas - Graduado em Geografia.

    ECO 92/RIO DE

    JANEIRO.

    Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Cpula da Terra de 1992

    A Rio-Eco 92, conhecida como Cpula da Terra, ou Conferncia das

    Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel. Foi um marco na

    histria do meio ambiente. Aconteceu sequenciando outras conferncias

    importantes, relativas ao Meio Ambiente, j listadas neste documento. E

    proporcionou iniciar outras, de igual magnitude.

    Os temas debatidos nesta conferencia serviram pra diagnosticar o

    estado da terra, e o impacto humano sobre o meio ambiente, no mbito

    local, regional e global. E promover aes, visando preveno e reparao

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    do meio afetado adotando como procedimento nestes programas o

    desenvolvimento sustentvel. Desta forma o conceito de desenvolvimento

    sustentvel, veio a se instituir dentro do contexto ambiental.

    Estabelecendo efetivamente a sua oficializao, como referncia ao padro

    da sustentabilidade, passando a conduzir os fatores integrados a dinmica

    socio/ambiental.

    A este encontro pico na Cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1992,

    compareceram diversas autoridades mundiais, representantes de dezenas

    de pases, e de vrias etnias do planeta. Reunidos pela 1 vez na histria,

    em razo do Meio Ambiente. Sob este prisma a ECO-92 foi um marco

    histrico de nossa civilizao.

    Esta conferncia graduou as temticas relativas ao Meio Ambiente,

    como relevante no planeta, empurrando o assunto ao centro das

    preocupaes mundiais. Produzindo um excelente acervo programtico em

    sua defesa.

    Possibilitou diversos acordos ambientais de extrema importncia,

    inclusive a conhecida Agenda 21, um protocolo de aes operacionalizado

    em 178 pases, visando preservao ambiental.

    Inicio os tratados de base, sobre

    mudanas climticas, a biodiversidade e

    desertificao. Reafirmou compromissos

    assumidos em conferncias anteriores,

    como a conveno de Estocolmo de 1972 e

    o Relatrio Brundtland apresentado em

    1987. Possibilitou o conhecimento e a

    difuso de forma internacional do conceito

    Desenvolvimento Sustentvel.

    A RIO-ECO 92 finalizou apresentando

    um documento conhecido como

    Declarao do Rio de Janeiro sobre o Meio

    Ambiente e Desenvolvimento, apontando 27 princpios visando estimular

    acordos e alianas globais em defesa do Meio Ambiente, a qual transcrevo

    mais a frente. Resumindo, foi uma produo riqussima da

    governabilidade, dos cientistas e ambientalistas do planeta, reunida nesta

    conferncia, visando o bem estar e a sobrevivncia, de seus habitantes.

    United Nations Conference on Environment and Development

    UNCED (ECO-92)

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    DECLARAO DO RIO DE JANEIRO SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

    Abstract: A declarao final da ECO-92 acenou para um mundo

    inspirado pelo ativismo ambiental, verde e utpico, porm vigilante.

    Preservar a natureza no era o bastante: como em uma pea de

    engrenagem, o ecossistema se fortaleceria com a manuteno da paz entre

    os pases e o desenvolvimento socioeconmico dos pases. Este documento

    foi ratificado em Assembleia Geral da ONU em 12 de agosto de 1992,

    entrando para a Histria.

    A Conferncia das Naes Unidas para o Meio Ambiente e

    Desenvolvimento, Tendo-se reunido no Rio de Janeiro de 03 a 14 de junho

    de 1992. Reafirmando a Declarao da Conferncia das Naes Unidas

    sobre o Meio Humano, aprovada em Estocolmo em 16 de junho de 1972, e

    tratando de basearem-se nela, Com o objetivo de estabelecer uma aliana

    mundial nova e equitativa mediante a criao de novos nveis de

    cooperao entre os Estados, os setores chave das sociedades e as

    pessoas, Procurando alcanar acordos internacionais em que se respeitem

    os interesses de todos e se proteja a integridade do sistema ambiental e de

    desenvolvimento mundial, Reconhecendo a natureza integral e

    interdependente da Terra, nosso lugar,

    OS 27 PRINCIPIOS ASSINALADOS NA ECO-92

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    Proclama que:

    PRINCPIO 1.

    Os seres humanos constituem o centro das preocupaes

    relacionadas com o desenvolvimento sustentvel. Tm direito a uma vida

    saudvel e produtiva em harmonia com a Natureza.

    PRINCPIO 2.

    Os Estados, em conformidade com a Carta das Naes Unidas e os

    princpios da lei Internacional, possuem o direito soberano de explorar

    seus prprios recursos segundo suas prprias polticas ambientais e de

    desenvolvimento, e a responsabilidade de velar para que as atividades

    realizadas dentro de sua jurisdio ou sob seu controle no causem danos

    ao meio ambiente de outros Estados ou de zonas que estejam fora dos

    limites da jurisdio nacional.

    PRINCPIO 3.

    O direito ao desenvolvimento deve exercer-se de forma tal que

    responda equitativamente s necessidades de desenvolvimento e

    ambientais das geraes presentes e futuras.

    PRINCPIO 4.

    A fim de alcanar o desenvolvimento sustentvel, a proteo do meio

    ambiente dever constituir parte integrante do processo de

    desenvolvimento e no poder considerar-se de forma isolada.

    PRINCPIO - 5.

    Todos os Estados e todas as pessoas devero

    cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza

    como requisito indispensvel do desenvolvimento

    sustentvel, a fim de reduzir as disparidades nos

    nveis de vida e responder melhor s necessidades

    da maioria dos povos do mundo.

    PRINCPIO - 6.

    A situao e as necessidades especiais dos pases em

    desenvolvimento, em particular os pases menos adiantados e os mais

    vulnerveis do ponto de viste ambiental, devero receber prioridade

    especial. Nas medidas internacionais que se adotem com respeito ao meio

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    ambiente e ao desenvolvimento tambm se deveriam ter em conta os

    interesses e as necessidades de todos os pases.

    PRINCPIO 7.

    Os Estados devero cooperar com o esprito de solidariedade

    mundial para conservar, proteger e restabelecer a sade e a integridade do

    ecossistema da Terra. Tendo em vista que tenham contribudo

    notadamente para a degradao do meio ambiente mundial, os Estados

    tm responsabilidades comuns, mas diferenciadas. Os pases

    desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que lhes cabe na busca

    internacional do desenvolvimento sustentvel, em vista das presses que

    suas sociedades exercem no meio ambiente mundial e das tecnologias e

    dos recursos financeiros de que dispem.

    PRINCPIO 8.

    Para alcanar o desenvolvimento sustentvel e uma melhor

    qualidade de vida para todas as pessoas, os Estados deveriam reduzir e

    eliminar os sistemas de produo e consumo no sustentados e fomentar

    polticas demogrficas apropriadas.

    PRINCPIO -9.

    Os Estados deveriam cooperar para reforar a criao de

    capacidades endgenas para obter um desenvolvimento sustentvel,

    aumentando o saber cientfico mediante o intercmbio de conhecimentos

    cientficos e tecnolgicos, intensificando o desenvolvimento, a adaptao, a

    difuso e a transferncia de tecnologias, entre estas, tecnologias novas e

    inovadoras.

    PRINCPIO -10.

    O melhor modo de tratar as questes ambientais com a

    participao de todos os cidados interessados, em vrios nveis. No plano

    nacional, toda pessoa dever ter acesso adequado

    informao sobre o ambiente de que dispem as

    autoridades pblicas, includa a informao sobre

    os materiais e as atividades que oferecem perigo

    em suas comunidades, assim como a

    oportunidade de participar dos processos de

    adoo de decises. Os Estados devero facilitar

    e fomentar a sensibilizao e a participao do

    pblico, colocando a informao disposio de

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    todos. Dever ser proporcionado acesso efetivo aos procedimentos judiciais

    e administrativos, entre os quais o ressarcimento de danos e os recursos

    pertinentes.

    PRINCPIO -11.

    Os Estados devero promulgar leis eficazes sobre o meio ambiente.

    As normas ambientais e os objetivos e prioridades em

    matrias de regulamentao do meio ambiente, deveriam

    refletir o contexto ambiental e de desenvolvimento s quais se

    aplicam. As normas por alguns pases podem resultar

    inadequadas e representar um custo social e econmico injustificado para

    outros pases, em particular os pases em desenvolvimento.

    PRINCPIO -12.

    Os Estados deveriam cooperar para promover um

    sistema econmico internacional favorvel e aberto que

    levar ao crescimento econmico e ao desenvolvimento

    sustentvel de todos os pases, a fim de abordar de forma

    melhor os problemas de degradao ambiental. As medidas de

    poltica comercial para fins ambientais no deveriam

    constituir um meio de discriminao arbitrria ou

    injustificvel nem um restrio velada do comrcio

    internacional. Deveriam ser evitadas medidas unilaterais

    para solucionar os problemas ambientais que se produzem fora da

    jurisdio do pas importador. As medidas destinadas a tratar os

    problemas ambientais transfronteirios ou mundiais deveriam, na medida

    do possvel, basear-se em um consenso internacional.

    PRINCPIO -13.

    Os Estados devero desenvolver a legislao nacional relativa

    responsabilidade e indenizao referente s vtimas da

    contaminao e outros danos ambientais. Os Estados devero

    cooperar de maneira inteligente e mais decidida no preparo

    de novas leis internacionais sobre responsabilidade e

    indenizao pelos efeitos adversos dos danos ambientais

    causados pelas atividades realizadas dentro de sua jurisdio, ou sob seu

    controle, em zonas situadas fora de sua jurisdio.

    PRINCPIO -14.

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    Os Estados deveriam cooperar efetivamente para desestimular ou

    evitar o deslocamento e a transferncia a outros Estados de quaisquer

    atividades e substncias que causem degradao ambiental grave ou se

    considerem nocivas sade humana.

    PRINCPIO -15.

    Com o fim de proteger o meio ambiente, os Estados devero aplicar

    amplamente o critrio de precauo conforme suas capacidades. Quando

    houver perigo de dano grave ou irreversvel, a falta de certeza cientfica

    absoluta no dever ser utilizada como razo para se adiar a adoo de

    medidas eficazes em funo dos custos para impedir a degradao do meio

    ambiente.

    PRINCPIO -16.

    As autoridades nacionais deveriam procurar fomentar a

    internalizao dos custos ambientais e o uso de instrumentos econmicos,

    tendo em conta o critrio de que o que contamina deveria, em princpio,

    arcar com os custos da contaminao, tendo devidamente em conta o

    interesse pblico e sem distorcer o comrcio nem as inverses

    internacionais.

    PRINCPIO -17.

    Dever empreender-se uma avaliao do impacto ambiental, em

    termos de instrumento nacional, a despeito de qualquer atividade proposta

    que provavelmente produza um

    impacto negativo considervel no

    meio ambiente e que esteja

    sujeito deciso de uma

    autoridade nacional competente.

    PRINCPIO -18.

    Os Estados devero

    notificar imediatamente os outros

    Estados sobre os desastres

    naturais e outras situaes de

    emergncia que possam produzir

    efeitos nocivos sbitos no meio ambiente desses Estados. A comunidade

    internacional dever fazer todo o possvel para ajudar os Estados que

    sejam afetados.

    PRINCPIOS -19.

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    Os Estados devero proporcionar a informao pertinente e notificar

    previamente e de forma oportuna os Estados que possam se ver afetados

    por atividades passveis de ter considerveis efeitos ambientais nocivos

    transfronteirios, e devero celebrar consultas com estes Estados em data

    antecipada.

    PRINCPIO -20.

    As mulheres desempenham um papel

    fundamental na ordenao do meio ambiente e no

    desenvolvimento. , portanto, imprescindvel contar

    com sua plena participao para chegar ao

    desenvolvimento sustentvel.

    PRINCPIO 21.

    Devem ser mobilizados a criatividade, os ideais e o valor dos jovens

    do mundo para forjar uma aliana mundial

    orientada para obter o desenvolvimento

    sustentvel e assegurar um futuro melhor

    para todos.

    PRINCPIO -22.

    Os povos indgenas e suas

    comunidades, assim como outras

    comunidades locais, desempenham um

    papel fundamental na ordenao do meio

    ambiente e no desenvolvimento devido a

    seus conhecimentos e prticas tradicionais. Os Estados deveriam

    reconhecer e prestar o apoio devido a sua identidade, cultura e interesses

    e velar pelos que participaro efetivamente na obteno do

    desenvolvimento sustentvel.

    PRINCPIO -23.

    Devem proteger-se o meio ambiente e os recursos naturais dos povos

    submetidos opresso, dominao e ocupao.

    PRINCPIO -24.

    A guerra , por definio, inimiga do

    desenvolvimento sustentvel. Em

    consequncia, os Estados devero

    respeitar o direito internacional

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    proporcionando proteo ao meio ambiente em pocas de conflito armado,

    e cooperar para seu posterior melhoramento, conforme for necessrio.

    PRINCPIO -25.

    A paz, o desenvolvimento e a proteo do meio ambiente so

    interdependentes e inseparveis.

    PRINCPIO -26.

    Os Estados devero resolver todas as suas controvrsias sobre o

    meio ambiente por meios pacficos e com a coordenao da Carta das

    Naes Unidas.

    PRINCPIO -27.

    Os Estados e os povos deveriam cooperar de boa f e com esprito de

    solidariedade na aplicao dos princpios consagrados nesta declarao e

    no posterior desenvolvimento do direito internacional na esfera do

    desenvolvimento sustentvel.

    AGENDA 21 BRASILEIRA.

    Com os direcionamentos da

    Agenda 21 Global, foi instituda aqui

    no Brasil uma Comisso de Politicas de

    Desenvolvimento Sustentvel, com

    atuao inicial em 1996, com a

    finalidade de elaborar a Agenda 21

    Brasileira, como segue:

    "A Agenda 21 vem se constituindo em um instrumento de

    fundamental importncia na construo dessa nova eco cidadania, num

    processo social no qual os atores vo pactuando paulatinamente novos

    consensos e montando uma Agenda possvel rumo ao futuro que se deseja

    sustentvel"

    A Agenda 21 Brasileira um processo e instrumento de

    planejamento participativo para o desenvolvimento sustentvel e que tem

    como eixo central a sustentabilidade, compatibilizando a conservao

    ambiental, a justia social e o crescimento econmico. O documento

    resultado de uma vasta consulta populao brasileira, sendo construda

    a partir das diretrizes da Agenda 21 global. Trata-se, portanto, de um

    instrumento fundamental para a construo da democracia ativa e da

    cidadania participativa no Pas.

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    A primeira fase foi construo da Agenda 21 Brasileira. Esse

    processo que se deu de 1996 a 2002, foi coordenado pela Comisso de

    Polticas de Desenvolvimento Sustentvel e da Agenda 21 Nacional - CPDS

    e teve o envolvimento de cerca de 40.000 pessoas de todo o Brasil. O

    documento Agenda 21 Brasileira foi concludo em 2002.

    A partir de 2003, a

    Agenda 21 Brasileira no

    somente entrou na fase de

    implementao assistida pela

    CPDS, como tambm foi

    elevada condio de Programa

    do Plano Plurianual, PPA 2004-

    2007, pelo atual governo. Como

    programa, ela adquire mais

    fora poltica e institucional,

    passando a ser instrumento fundamental para a construo do Brasil

    Sustentvel, estando coadunada com as diretrizes da poltica ambiental do

    Governo, transversalidade, desenvolvimento sustentvel, fortalecimento do

    Sisnama e participao social e adotando referenciais importantes como a

    Carta da Terra.

    Portanto, a Agenda 21, que tem provado ser um guia eficiente para

    processos de unio da sociedade, compreenso dos conceitos de cidadania

    e de sua aplicao, hoje um dos grandes instrumentos de formao de

    polticas pblicas no Brasil.

    Implementao da Agenda 21 Brasileira (a partir de 2003) A posse do Governo Luz Incio Lula da Silva coincidiu com o incio

    da fase de implementao da Agenda 21 Brasileira. A importncia da

    Agenda como instrumento propulsor da democracia, da participao e da

    ao coletiva da sociedade foi reconhecido no Programa Lula, e suas

    diretrizes inseridas tanto no Plano de Governo quanto em suas orientaes

    estratgicas.

    Outro grande passo foi a utilizao dos princpios e estratgias da

    Agenda 21 Brasileira como subsdios para a Conferncia Nacional de Meio

    Ambiente, Conferncia das Cidades e Conferncia da Sade. Esta ampla

    insero da Agenda 21 remete necessidade de se elaborar e implementar

    polticas pblicas em cada municpio e em cada regio brasileira.

    Para isso, um dos passos fundamentais do atual governo foi

    transform-la em programa no Plano Plurianual do Governo - PPA

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    2004/2007, o que lhe confere maior alcance, capilaridade e importncia

    como poltica pblica. O Programa Agenda 21 composto por trs aes

    estratgicas que esto sendo realizadas com a sociedade civil: implementar

    a Agenda 21 Brasileira; elaborar e implementar as Agendas 21 Locais e a

    formao continuada em Agenda 21. A prioridade orientar para a

    elaborao e implementao de Agendas 21 Locais com base nos princpios

    da Agenda 21 Brasileira que, em consonncia com a Agenda global,

    reconhece a importncia do nvel local na concretizao de polticas

    pblicas sustentveis. Atualmente, existe mais de 544 processos de

    Agenda 21 Locais em andamento no Brasil, quase trs vezes o nmero

    levantado at 2002.

    Em resumo, so estes os principais desafios do Programa Agenda 21: Implementar a Agenda 21 Brasileira. Passada a etapa da elaborao,

    a Agenda 21 Brasileira tem agora o desafio de fazer com que todas as suas

    diretrizes e aes prioritrias sejam conhecidas, entendidas e

    transmitidas, entre outros, por meio da atuao da Comisso de Polticas

    de Desenvolvimento Sustentvel e Agenda 21 Brasileira - CPDS;

    implementao do Sistema da Agenda 21; mecanismos de

    implementao e monitoramento; integrao das

    polticas pblicas; promoo da incluso das

    propostas da Agenda 21 Brasileira nos Planos

    das Agendas 21 Locais.

    Orientar para a elaborao e implementao

    das Agendas 21 Locais. A Agenda 21 Local um dos

    principais instrumentos para se conduzir processos de

    mobilizao, troca de informaes, gerao de consensos em torno dos

    problemas e solues locais e estabelecimento de prioridades para a gesto

    de desde um estado, municpio, bacia hidrogrfica, unidade de

    conservao, at um bairro, uma escola. O processo deve ser articulado

    com outros projetos, programas e atividades do governo e sociedade, sendo

    consolidado, dentre outros, a partir do envolvimento dos agentes regionais

    e locais; anlise, identificao e promoo de instrumentos financeiros;

    difuso e intercmbio de experincias; definio de indicadores de

    desempenho.

    Implementar a formao continuada em Agenda 21. Promover a

    educao para a sustentabilidade atravs da disseminao e intercmbio

    de informaes e experincias por meio de cursos, seminrios, workshops

    e de material didtico. Esta ao fundamental para que os processos de

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    Agendas 21 Locais ganhem um salto de qualidade, atravs da formulao

    de bases tcnicas e polticas para a sua formao; trabalho conjunto com

    interlocutores locais; identificao das atividades, necessidades, custos,

    estratgias de implementao; aplicao de metodologias apropriadas,

    respeitando o estgio em que a Agenda 21 Local em questo est.

    Agenda 21 Brasileira em ao No mbito do Programa Agenda 21, as principais atividades

    realizadas em 2003 e 2004 refletem a abrangncia e a capilaridade que a

    Agenda 21 est conquistando no Brasil. Estas atividades esto sendo

    desenvolvidas de forma descentralizada, buscando o fortalecimento da

    sociedade e do poder local e reforando que a Agenda 21 s se realiza

    quando h participao das pessoas, avanando, dessa forma, na

    construo de uma democracia participativa no Brasil.

    Destacamos as seguintes atividades:

    Ampliao da CPDS: Criada no mbito da Cmara de Polticas dos

    Recursos Naturais, do Conselho de Governo, a

    nova constituio da CPDS se deu por meio de

    Decreto Presidencial de 03 de fevereiro de 2004.

    Os novos membros que incluem 15 ministrios,

    a ANAMMA e a ABEMA e 17 da sociedade civil

    tomaram posse no dia 1. de junho de 2004. A

    primeira reunio da nova composio aconteceu no dia 1

    de julho, e a segunda em 15 de setembro de 2004.

    Realizao do primeiro Encontro Nacional das Agendas 21 Locais.

    Nos dias 07 e 08 de novembro de 2003, em Belo Horizonte, com a

    participao de cerca de 2.000 pessoas de todas as regies brasileiras. O II

    Encontro das Agendas 21 Locais ser realizado em janeiro de 2005,

    durante o Frum Social Mundial, em Porto Alegre-RS.

    Programa de Formao em

    Agenda 21. Voltado para a formao de

    cerca de 10.000 professores das

    escolas pblicas do Pas que, atravs

    de cinco programas de TV,

    discutiram a importncia de se

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    implementar a Agenda 21 nos municpios, nas comunidades e na escola.

    Esse programa, veiculado pela TVE em outubro de 2003, envolveu, alm

    dos professores, autoridades governamentais e no governamentais, e

    participantes dos Fruns Locais da Agenda 21, da sociedade civil e de

    governos.

    Participao na consolidao da Frente Parlamentar Mista para o Desenvolvimento Sustentvel e Apoio s Agendas 21 Locais.

    Esta frente, composta de 107 Deputados Federais e 26 Senadores,

    tem como principal objetivo articular o Poder Legislativo brasileiro, nos

    nveis federal, estadual e municipal, para permitir uma maior fluncia na

    discusso dos temas ambientais, disseminao de informaes

    relacionadas a eles e mecanismos de comunicao com a sociedade civil.

    Elaborao e monitoramento. Em conjunto com o FNMA, do Edital 02/2003 - Construo de

    Agendas 21 Locais, que incluiu a participao ativa no processo de

    capacitao de gestores municipais e de ONGs, em todos os estados

    brasileiros, para a confeco de projetos para o edital. Ao todo foram cerca

    de 920 pessoas capacitadas em 25 eventos. No final do processo, em

    dezembro de 2003, foram aprovados, com financiamento, 64 projetos de

    todas as regies brasileiras.

    Publicao da Srie Cadernos de Debate Agenda 21 e

    Sustentabilidade Com o objetivo de contribuir para a discusso sobre os caminhos do

    desenvolvimento sustentvel no Pas. So seis os Cadernos publicados at

    o presente: Agenda 21 e a Sustentabilidade das Cidades; Agenda 21: Um

    Novo Modelo de Civilizao; Uma Nova Agenda para a Amaznia; Mata

    Atlntica o Futuro Agora; Agenda 21 e o Setor

    Mineral; Agenda 21, o Semirido e a Luta contra a

    Desertificao.

    Publicao de mil exemplares da segunda edio da Agenda 21 Brasileira:

    Aes Prioritrias e Resultado da Consulta

    Nacional, contendo apresentao da Ministra Marina

    Silva e a nova composio da CPDS. Ainda, foram

    efetivadas parcerias e convnios com o Ministrio da

    Educao, Ministrio da Sade, Ministrio das

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    Cidades, Ministrio da Cultura, Ministrio do Desenvolvimento Agrrio,

    Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, Ministrio da

    Integrao Nacional, Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento e

    Ministrio de Minas e Energia; Frum Brasileiro das ONGs para o

    Desenvolvimento.

    CPULA MUNDIAL DE JOHANESBURGO

    2002.

    Em setembro de 2002, na cidade de Johanesburgo,

    frica do Sul aconteceu mais uma conferencia da Cpula Mundial sobre

    Desenvolvimento Sustentvel.

    Prestigiando as diretivas alcanadas em conferencias anteriores,

    confirmou avanos e progressos no consenso das parcerias entre os povos

    no planeta.

    Expandiu o leque de preocupaes e responsabilidades, inerentes a

    sociedade sustentvel, acolhendo novos temas a sua carta de

    compromissos intitulada das origens ao futuro, composta por 37 itens.

    Observando prioridade luta, contra srias alteraes sociais,

    afetando diversos pases e apresentam severas ameaas ao

    desenvolvimento sustentvel. Entre elas, as ocupaes estrangeiras;

    conflitos armados; problemas com drogas ilcitas; crime organizado;

    corrupo; trfico ilegal de armamentos; trfico humano; terrorismo;

    intolerncia e incitamento ao dio racial, tnico e religioso, entre outras

    xenofobias. Leia a seguir, este documento na ntegra.

    Das origens ao Futuro.

    1. Ns, representantes dos

    povos do mundo, reunidos durante

    a Cpula Mundial sobre

    Desenvolvimento Sustentvel em

    Johanesburgo, frica do Sul, entre

    2 e 4 de setembro de 2002,

    reafirmamos nosso compromisso

    com o desenvolvimento sustentvel.

    2. Assumimos o compromisso

    de construir uma sociedade global humanitria, equitativa e solidria,

    ciente da necessidade de dignidade humana para todos.

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    3. No incio desta Cpula, crianas do mundo nos

    disseram, numa voz simples, porm clara, que o futuro

    pertence a elas e, em consequncia, conclamaram todos ns a

    assegurar que, atravs de nossas aes, elas herdaro um

    mundo livre da indignidade e da indecncia causadas pela

    pobreza, pela degradao ambiental e por padres de desenvolvimento

    insustentveis.

    4. Como parte de nossa resposta a essas crianas, que representam

    nosso futuro coletivo, todos ns, vindos de todos os cantos do mundo,

    formados por diferentes experincias de vida, estamos unidos e animados

    por um sentimento profundo de que necessitamos criar, com urgncia, um

    novo e mais iluminado mundo de esperana.

    5. Por conseguinte, assumimos a responsabilidade coletiva de fazer

    avanar e fortalecer os pilares

    interdependentes e

    mutuamente apoiados do

    desenvolvimento sustentvel -

    desenvolvimento econmico,

    desenvolvimento social e

    proteo ambiental - nos

    mbitos local, nacional, regional e global.

    6. Neste Continente, Bero da Humanidade, declaramos, por meio

    do Plano de Implementao e desta Declarao, sermos responsveis uns

    pelos outros, pela ampla comunidade da vida e por nossas crianas.

    7. Reconhecendo que a humanidade se encontra numa

    encruzilhada, estamos unidos numa determinao comum, a fim de

    realizar um esforo

    determinado para

    responder afirmativamente

    necessidade de

    apresentar um plano

    prtico e visvel, que leve

    erradicao da pobreza e

    ao desenvolvimento

    humano. De Estocolmo ao

    Rio de Janeiro a

    Johanesburgo .

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    8. Trinta anos atrs, em Estocolmo, concordamos na

    necessidade urgente de reagir ao problema da deteriorao

    ambiental. Dez anos atrs, durante a Conferncia das Naes

    Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no

    Rio de Janeiro, concordamos em que a proteo do meio

    ambiente e o desenvolvimento social e econmico so fundamentais para o

    desenvolvimento sustentvel, com base nos Princpios do Rio. Para

    alcanar tal desenvolvimento, adotamos o programa global Agenda 21 e a

    Declarao do Rio, aos quais reafirmamos nosso compromisso. A Cpula

    do Rio foi um marco significativo, que estabeleceu uma nova agenda para o

    desenvolvimento sustentvel.

    9. Entre o Rio e

    Johanesburgo as naes do

    mundo se reuniram em diversas

    conferncias de larga escala sob

    a coordenao das Naes

    Unidas, incluindo a Conferncia

    de Monterrey sobre

    Financiamento ao

    Desenvolvimento, bem como a

    Conferncia Ministerial de Doha.

    Essas conferncias definiram

    para o mundo uma viso

    abrangente para o futuro da

    humanidade.

    10. Na Cpula de

    Johanesburgo muito se alcanou

    na convergncia de um rico tecido de povos e pontos de vista, numa busca

    construtiva por um caminho comum rumo a um mundo que respeite e

    implemente a viso do desenvolvimento sustentvel. Johanesburgo

    tambm confirmou haver sido feito progresso significativo rumo

    consolidao de um consenso global e de uma parceria entre todos os

    povos de nosso planeta. Os Desafios que Enfrentamos

    11. Reconhecemos que a erradicao da pobreza, a mudana dos

    padres de consumo e produo e a proteo e manejo da base de

    recursos naturais para o desenvolvimento econmico e social so objetivos

    fundamentais e requisitos essenciais do desenvolvimento sustentvel.

    12. O profundo abismo que divide a sociedade humana entre ricos e

    pobres, junto crescente distncia entre os mundos desenvolvidos e em

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    desenvolvimento, representam uma ameaa importante

    prosperidade, segurana e estabilidade globais.

    13. O meio

    ambiente global

    continua sofrendo. A

    perda de biodiversidade

    prossegue, estoques pesqueiros

    continuam a ser exaurida, a

    desertificao toma mais e mais

    terras frteis, os efeitos adversos

    da mudana do clima j so

    evidentes e desastres naturais

    so mais frequentes e mais

    devastadores; pases em

    desenvolvimento so mais vulnerveis e a poluio do ar, da gua e do mar

    segue privando milhes de pessoas de uma vida digna.

    14. A globalizao adicionou uma nova dimenso a esses desafios. A

    rpida integrao de mercados, a mobilidade do capital e os significativos

    aumentos nos fluxos de investimento mundo afora trouxeram novos

    desafios e oportunidades para a busca do desenvolvimento sustentvel.

    Mas os benefcios e custos da globalizao so distribudos desigualmente,

    e os pases em desenvolvimento enfrentam especiais dificuldades para

    encarar esse desafio.

    15. Corremos o risco de perpetuao dessas disparidades globais e,

    a menos que ajamos de modo a modificar fundamentalmente suas vidas,

    os pobres do mundo podem perder a confiana em seus representantes e

    nos sistemas democrticos com os quais permanecemos comprometidos,

    enxergando em seus representantes nada alm de imagens pomposas e

    sons retumbantes.

    NOSSO COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

    16. Estamos determinados a assegurar que nossa rica diversidade,

    que nossa fora coletiva, ser usada numa parceria construtiva para a

    mudana e para alcanar o objetivo comum do desenvolvimento

    sustentvel.

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    17. Reconhecendo a importncia de ampliar a solidariedade

    humana, instamos a promoo do dilogo e da cooperao

    entre os povos e civilizaes do mundo, a despeito de raa,

    deficincias, religio, idioma, cultura e tradio.

    18. Aplaudimos o foco da Cpula de Johanesburgo

    na indivisibilidade da dignidade humana e estamos

    resolvidos, atravs de decises sobre metas, prazos e parcerias, a

    rapidamente ampliar o acesso a requisitos bsicos tais como gua potvel,

    saneamento, habitao adequada, energia, assistncia mdica, segurana

    alimentar e proteo da biodiversidade. Ao mesmo tempo, trabalharemos

    juntos para nos ajudar mutuamente a ter acesso a recursos financeiros e

    aos benefcios da abertura de mercados, assegurar o acesso capacitao

    e ao uso de tecnologia moderna que resulte em desenvolvimento, e nos

    assegurar de que haja transferncia de tecnologia, desenvolvimento de

    recursos humanos, educao e treinamento para banir para sempre o

    subdesenvolvimento.

    19. Reafirmamos

    nossa promessa de

    aplicar foco especial e

    dar ateno prioritria

    luta contra as condies

    mundiais que

    apresentam severas

    ameaas ao desenvolvimento sustentvel de nosso povo. Entre essas

    condies esto: subalimentao crnica; desnutrio; ocupaes

    estrangeiras; conflitos armados; problemas com drogas ilcitas; crime

    organizado; corrupo; desastres naturais; trfico ilegal de armamentos;

    trfico humano; terrorismo; intolerncia e incitamento ao dio racial,

    tnico e religioso, entre outros; xenofobia; e doenas endmicas,

    transmissveis e crnicas, em particular HIV/AIDS, malria e tuberculose.

    20. Estamos comprometidos a assegurar que a

    valorizao e emancipao da mulher e a igualdade de

    gnero estejam integradas em todas as atividades

    abrangidas pela Agenda 21, as Metas de Desenvolvimento do

    Milnio e o Plano de Implementao de Johanesburgo.

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    21. Reconhecemos o fato de que a sociedade global

    possui os meios e est dotada de recursos para encarar os

    desafios da erradicao da pobreza e do desenvolvimento

    sustentvel que confrontam toda a humanidade. Juntos

    tomaremos medidas adicionais para assegurar que os recursos

    disponveis sejam usados em benefcio da humanidade.

    22. A esse respeito, visando contribuir para o alcance de nossos

    objetivos e metas de desenvolvimento, instamos os pases desenvolvidos

    que ainda no o fizeram a realizar esforos concretos para atingir os nveis

    internacionalmente acordados de Assistncia Oficial ao Desenvolvimento.

    23. Aplaudimos e apoiamos o surgimento de grupos e alianas

    regionais mais robustos, tais como a Nova Parceria para o

    Desenvolvimento da frica (NEPAD), para a promoo da cooperao

    regional, do aperfeioamento da cooperao internacional e do

    desenvolvimento sustentvel.

    24. Continuaremos a dedicar especial ateno s necessidades de

    desenvolvimento dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento e

    dos Pases Menos Desenvolvidos.

    25. Reafirmamos o papel vital dos povos indgenas no

    desenvolvimento sustentvel.

    26. Reconhecemos que o desenvolvimento sustentvel requer uma

    perspectiva de longo prazo e participao ampla na formulao de

    polticas, tomada de decises e implementao em todo o os nveis. Na

    condio de parceiros sociais, continuaremos a trabalhar por parcerias

    estveis com todos os grupos principais, respeitando os papis

    independentes e relevantes de cada um deles.

    27. Concordamos que, na busca de suas atividades legtimas, o

    setor privado, tanto grandes quanto pequenas empresas, tem o dever de

    contribuir para a evoluo de comunidades e sociedades equitativas e

    sustentveis.

    28. Concordamos tambm em prover assistncia para ampliar

    oportunidades de emprego geradoras de renda, levando em considerao a

    Declarao de Princpios e Direitos Fundamentais no Trabalho da

    Organizao Mundial do Trabalho (OMT).

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    29. Concordamos em que existe a necessidade de

    que as corporaes do setor privado implementem suas

    responsabilidades corporativas. Isto deve ocorrer num

    contexto regulatrio transparente e estvel.

    30. Assumimos o compromisso de reforar e

    aperfeioar a governana em todos os nveis, para a efetiva implementao

    da Agenda 21, das Metas de Desenvolvimento do Milnio e do Plano de

    Implementao de Johanesburgo. O Multilateralismo o Futuro

    31. Para alcanar os objetivos do desenvolvimento sustentvel,

    necessitamos de instituies multilaterais mais eficazes, democrticas e

    responsveis.

    32. Reafirmamos nosso compromisso com os princpios e propsitos

    da Carta das Naes Unidas e do Direito Internacional, bem como com o

    fortalecimento do multilateralismo. Apoiamos o papel de liderana das

    Naes Unidas na condio demais universal e representativa organizao

    do mundo, e a que melhor se presta promoo do desenvolvimento

    sustentvel.

    33. Assumimos adicionalmente o compromisso de monitorar, em

    intervalos regulares, o progresso alcanado na implementao das metas e

    objetivos do desenvolvimento sustentvel. Fazendo Acontecer!

    34. Estamos de acordo que este deve ser um processo inclusivo,

    envolvendo todos os grupos principais e os governos que participaram da

    histrica Cpula de Johanesburgo.

    35. Assumimos o compromisso de agir juntos, unidos por uma

    determinao comum de salvar nosso planeta, promover o

    desenvolvimento humano e alcanar a prosperidade e a paz universais.

    36. Assumimos compromisso com o Plano de Implementao de

    Johanesburgo e com acelerar o cumprimento das metas socioeconmicas e

    ambientais com prazo determinado nele contidas.

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    37. Do continente Africano, bero da humanidade, afirmamos

    solenemente, aos povos do mundo e s geraes que

    certamente herdaro este planeta, estarmos determinados

    a assegurar que nossa esperana coletiva para o

    desenvolvimento sustentvel seja realizada. Expressamos

    nossa mais profunda gratido ao povo e ao Governo da

    frica do Sul por sua hospitalidade generosa e excelentes

    acomodaes destinadas Cpula Mundial sobre Desenvolvimento

    Sustentvel.

    PAINEL DE ALTO NVEL SOBRE

    SUSTENTABILIDADE GLOBAL (GSP).

    Aps esta Conferncia em Johanesburgo, aconteceram diversos

    movimentos menores em defesa dos valores da Sustentabilidade. Em 2010

    voltamos com a preocupao da ONU em desenvolver um novo projeto a

    este respeito.

    Nesta data, o Secretrio Geral da ONU estabeleceu o Painel de Alto

    Nvel sobre Sustentabilidade Global (GSP).

    A elaborao deste documento s foi possvel graas ao trabalho dos

    22 membros do Painel, e a incluso de Chefes de Estado e de Governo,

    Ministros, somado a inmeros especialistas e entidades dos setores

    privado e no governamentais. Este trabalho foi compartilhado com

    Presidente da Finlndia, Tarja Halonen, e pelo Presidente da frica do Sul,

    Jacob Zuma.

    Este estudo foi dimensionado para formular um novo projeto ao

    desenvolvimento sustentvel com recomendaes de mbito Global, e de

    forma a incentivar a reduo das emisses de gs carbono. Ficou

    conhecido como O relatrio do Painel GPS, (Povos Resilientes, Planeta

    Resiliente: um Futuro Digno de Escolha).

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    O relatrio aponta 56 Recomendaes,

    destinadas a colocar o desenvolvimento sustentvel

    em prtica e a integr-lo poltica econmica.

    Passou a ser uma contribuio significativa

    construo das bases do desenvolvimento

    sustentvel como um todo, e proporcionou tambm uma contribuio

    oportuna, para as preparaes a Conferncia da ONU sobre

    Desenvolvimento Sustentvel (Rio +20) no Brasil, acontecida em junho de

    2012.

    POVOS RESILIENTES PLANETA RESILIENTE

    Um Futuro Digno de Escolha

    I. A Viso do Painel II.

    1. O nosso planeta e o nosso mundo esto vivendo hoje o melhor dos tempos e o pior dos tempos. O mundo vive uma prosperidade indita,

    enquanto o planeta est sob uma presso sem precedentes. A desigualdade entre os ricos e pobres do mundo est aumentando e mais de um bilho de pessoas ainda vivem na pobreza. Em muitos pases, h

    ondas crescentes de protesto que refletem as aspiraes universais por um mundo mais prspero, justo e sustentvel.

    2. Todos os dias, milhes de escolhas so feitas por indivduos, empresas e governos. Nosso futuro comum reside em todas essas escolhas. Devido

    gama de desafios sobrepostos que o mundo enfrenta, mais urgente do que nunca que ns tomemos medidas para adotar os princpios da agenda de desenvolvimento sustentvel. Agora o momento para empreender

    verdadeiras aes globais para que as pessoas, mercados e governos possam fazer escolhas sustentveis.

    3. A necessidade de integrar as dimenses econmica, social e ambiental de desenvolvimento para alcanar a sustentabilidade foi claramente

    definida h vinte e cinco anos. hora de faz-la acontecer. As oportunidades para mudana so vastas. Ns no somos vtimas passivas e desamparadas das foras impessoais e deterministas da histria. E o

    melhor que podemos escolher nosso futuro.

    4. Os desafios que enfrentamos so grandes, como tambm o so as novas possibilidades que aparecem quando examinamos problemas antigos com um olhar renovado e revigorado. Estas possibilidades incluem tecnologias

    capazes de nos fazer recuar do abismo planetrio; novos mercados, novo

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    crescimento e novos empregos advindos de produtos

    e servios inovadores; e novas abordagens em relao a financiamento pblico e privado que

    possam verdadeiramente retirar as pessoas da armadilha da pobreza.

    5. A verdade que o desenvolvimento sustentvel fundamentalmente uma questo das oportunidades dos povos influenciarem o seu futuro, reivindicarem seus direitos e manifestarem suas preocupaes. A

    governana democrtica e o pleno respeito aos direitos humanos so pr-requisitos chave para capacitar os povos a fazer escolhas sustentveis. Os

    povos do mundo simplesmente no toleraro a continuao da devastao ambiental nem a persistncia das desigualdades que ofendem princpios universais profundamente enraizados de justia social. os cidados no

    aceitaro mais que governos e empresas, guardies de um futuro sustentvel para todos, violem seu pacto com eles. De maneira mais geral,

    a governana internacional, nacional e local em todo o mundo, bem como a sociedade civil e o setor privado, devero adotar integralmente os requisitos de um futuro com desenvolvimento sustentvel. Ao mesmo

    tempo, as comunidades locais devem ser estimuladas a participar de maneira ativa e consistente na conceptualizao, planejamento e execuo de polticas de sustentabilidade. Para isto, essencial incluir os jovens na

    sociedade, na poltica e na economia. a viso de longo prazo do Painel de Alto nvel sobre sustentabilidade Global erradicar a pobreza, reduzir a

    desigualdade e fazer que o crescimento seja inclusivo e a produo e o consumo sejam mais sustentveis, ao combater a mudana climtica e respeitar diversos outros limites planetrios.

    6. Portanto, a viso de longo prazo do Painel de Alto nvel sobre sustentabilidade Global erradicar a pobreza, reduzir a desigualdade e

    fazer que o crescimento seja inclusivo e a produo e o

    consumo sejam mais sustentveis, ao combater a mudana climtica e

    respeitar diversos outros limites planetrios. Isto

    reafirma o relatrio decisivo de 1987 produzido pela comisso mundial de meio

    Ambiente e desenvolvimento, nosso futuro comum (documento das naes unidas

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    A/42/427, anexo), conhecido por todos como o Relatrio Brundtland.

    7. Mas o que, ento, deve ser feito se quisermos

    fazer uma verdadeira diferena para os povos do mundo e o planeta? temos que compreender as dimenses do desafio. Devemos reconhecer que as

    causas desse desafio incluem os estilos de vida e

    padres de produo e consumo insustentveis,

    bem como o impacto do crescimento populacional. medida que a populao

    global aumente de 7 para quase 9 bilhes at 2040 e o

    nmero de consumidores da classe mdia aumente em 3 bilhes nos prximos 20 anos, a demanda por recursos aumentar de

    forma exponencial. At 2030, o mundo precisar de no mnimo 50% mais alimentos, 45% mais energia e 30% mais gua tudo em um momento no qual as fronteiras ambientais esto impondo novos limites ao suprimento.

    Isso vale tambm para a mudana climtica, que afeta todos os aspectos da sade humana e planetria.

    8. O modelo de desenvolvimento global atual insustentvel. No podemos mais presumir que nossas aes coletivas no iro desencadear pontos de

    ruptura ao ultrapassarem-se limiares ambientais, arriscando a ocorrncia de danos irreversveis tanto aos ecossistemas quanto s comunidades humanas. Ao mesmo tempo, esses limites no devem ser usados para

    impor tetos de crescimento arbitrrios aos pases em desenvolvimento que buscam retirar seu povo da pobreza. De fato, se no resolvermos o dilema

    do desenvolvimento sustentvel, corremos o risco de condenar at 3 bilhes de membros da nossa famlia humana a uma vida de pobreza

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    endmica. Nenhum desses resultados aceitvel e

    precisamos encontrar um novo caminho.

    9. H vinte e cinco anos, o Relatrio Brundtland introduziu o conceito de desenvolvimento

    sustentvel comunidade internacional como um novo paradigma para o

    crescimento econmico, igualdade social e sustentabilidade ambiental. Afirmava que o desenvolvimento sustentvel poderia ser alcanado por meio de um marco regulatrio integrado que englobasse esses trs pilares.

    O Relatrio Brundtland tinha razo na poca e continua tendo hoje. O problema que, 25 anos depois, o desenvolvimento sustentvel continua

    sendo um conceito de aceitao generalizada em vez de uma realidade prtica cotidiana. O Painel se questionou porque isso acontece e o que pode ser feito agora para mudar a situao.

    10. O Painel concluiu que h duas respostas possveis. Ambas esto

    corretas e esto inter-relacionadas. Indiscutivelmente, o desenvolvimento sustentvel padeceu de falta de vontade poltica. difcil argumentar contra o princpio de desenvolvimento sustentvel, mas h poucos incentivos para coloc-lo em prtica quando as nossas normas, polticas e instituies privilegiam desproporcionalmente o curto prazo. Em outras palavras, o dividendo poltico de longo prazo, frequentemente intergeracional, mas o desafio poltico quase sempre imediato. o conceito do desenvolvimento sustentvel ainda no foi incorporado no fluxo do debate nacional e internacional sobre a poltica econmica entretanto, integrar questes ambientais e sociais s decises econmicas vital para o sucesso. 11. H outra resposta a esta pergunta de por que o desenvolvimento

    sustentvel no tem sido colocado em prtica. uma resposta que defendemos com verdadeira paixo: o conceito do desenvolvimento sustentvel ainda no foi incorporado ao cerne do debate nacional e internacional sobre a poltica econmica. A maioria dos tomadores de decises econmicas ainda considera o desenvolvimento sustentvel como

    algo exgeno s suas responsabilidades principais de gesto macroeconmica e outras ramificaes da poltica econmica. Entretanto,

    integrar questes ambientais e sociais s decises econmicas essencial para seu sucesso.

    12. H tempo demais, economistas, ativistas sociais e cientistas ambientais tm simplesmente falado ao mesmo tempo quase falando lnguas diferentes ou no mnimo dialetos diferentes. Chegou a hora de unificar as disciplinas, desenvolver uma linguagem comum para o