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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca IPG ESEnfG 3 1 A ARTROSE E AS AFECÇÕES MÚSCULOESQUELÉTICAS DEGENERATIVAS OU DOENÇAS REUMÁTICAS Segundo MOURAD (1994, p.97) as afecções músculo-esqueléticas estão relacionadas com o decorrer dos anos, o envelhecimento, o efeito de desgaste causado pelo uso continuo, o “mau trato”, os traumatismos e a acção dos efeitos do desenrolar de outros tipos de fenómenos sobre os tecidos articulares e em suas imediações. As afecções degenerativas tendem a piorar com o tempo, podendo levar à incapacidade, implicando a realização de tratamento. Os tecidos músculo-esqueléticos primários vítimas de afecções degenerativas são as múltiplas camadas de cartilagem que recobrem os extremos do osso. À medida que a cartilagem se deteriora, afecta também de forma secundária outros tecidos articulares. Quando estes mecanismos degenerativos são na realidade processos, e não entidades patológicas, denominam-se por doenças quando ocasionam sintomatologia. O progresso da Medicina permitiu modificar nos últimos anos, e sobretudo neste século, a qualidade de vida, mas também a longevidade da espécie humana. Assim, a esperança de vida actual é maior duas vezes da que existia no início do século. Esta evolução na qualidade e quantidade de vida do homem resultou da capacidade de tratar com eficácia a principal causa de morte até há alguns anos: a infecção. Como resultado desta modificação, existem cada vez mais indivíduos idosos na maioria dos países da civilização ocidental e, consequentemente, cada vez mais doenças próprias desse envelhecimento populacional: doenças cardiovasculares, cancro, hipertensão, diabetes e doenças reumáticas. Entre estas, algumas são muito mediáticas por serem cada vez mais responsáveis por mortalidade, mas outras, como as doenças reumáticas, deverão ser igualmente consideradas. Na verdade, se não condicionam a morte, são responsáveis por grande sofrimento, incapacidade e consumo de recursos financeiros a nível individual e social. “Doenças reumáticas” é uma designação genérica que abrange o conjunto das doenças que afectam o aparelho locomotor. Entre estas, a mais comum é a artrose, afectando cerca de 20 % da população (cerca de 2 milhões de pessoas em Portugal). De um ponto de vista muito simplificado, as doenças

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1 – A ARTROSE E AS AFECÇÕES MÚSCULOESQUELÉTICAS

DEGENERATIVAS OU DOENÇAS REUMÁTICAS

Segundo MOURAD (1994, p.97) as afecções músculo-esqueléticas estão

relacionadas com o decorrer dos anos, o envelhecimento, o efeito de desgaste causado

pelo uso continuo, o “mau trato”, os traumatismos e a acção dos efeitos do desenrolar

de outros tipos de fenómenos sobre os tecidos articulares e em suas imediações. As

afecções degenerativas tendem a piorar com o tempo, podendo levar à incapacidade,

implicando a realização de tratamento.

Os tecidos músculo-esqueléticos primários vítimas de afecções degenerativas

são as múltiplas camadas de cartilagem que recobrem os extremos do osso. À medida

que a cartilagem se deteriora, afecta também de forma secundária outros tecidos

articulares. Quando estes mecanismos degenerativos são na realidade processos, e não

entidades patológicas, denominam-se por doenças quando ocasionam sintomatologia.

O progresso da Medicina permitiu modificar nos últimos anos, e sobretudo neste

século, a qualidade de vida, mas também a longevidade da espécie humana. Assim, a

esperança de vida actual é maior duas vezes da que existia no início do século. Esta

evolução na qualidade e quantidade de vida do homem resultou da capacidade de tratar

com eficácia a principal causa de morte até há alguns anos: a infecção.

Como resultado desta modificação, existem cada vez mais indivíduos idosos na

maioria dos países da civilização ocidental e, consequentemente, cada vez mais doenças

próprias desse envelhecimento populacional: doenças cardiovasculares, cancro,

hipertensão, diabetes e doenças reumáticas. Entre estas, algumas são muito mediáticas

por serem cada vez mais responsáveis por mortalidade, mas outras, como as doenças

reumáticas, deverão ser igualmente consideradas. Na verdade, se não condicionam a

morte, são responsáveis por grande sofrimento, incapacidade e consumo de recursos

financeiros a nível individual e social. “Doenças reumáticas” é uma designação

genérica que abrange o conjunto das doenças que afectam o aparelho locomotor. Entre

estas, a mais comum é a artrose, afectando cerca de 20 % da população (cerca de 2

milhões de pessoas em Portugal). De um ponto de vista muito simplificado, as doenças

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reumáticas podem dividir-se, de acordo com o tipo de expressão clínica principal que

apresentam, nos seguintes grupos:

1. Artrites

Doenças caracterizadas por uma inflamação das articulações. Têm causas muito

diversas (auto-imunes, infecção, microcristais como o ácido úrico) e são as que põem

maiores problemas pela urgência do diagnóstico correcto e pela possibilidade de

nalgumas destas doenças poder atingir outros órgãos do corpo além das articulações,

provocando nestas últimas situações de artroses.

2. Artroses

Devem-se ao desgaste das superfícies articulares, apresentam geralmente poucos

sinais de inflamação. O seu aparecimento vem na sequência do envelhecimento do

organismo.

3. Doenças da coluna vertebral

Pela elevada frequência merecem um destaque especial. São de todos

conhecidas as dores na coluna cervical (cervicalgias) ou na coluna lombar (lombalgias).

Por detrás destas queixas poderão estar processos de desgaste articular (artrose) ou de

artrite (inflamação) das articulações da coluna, neste último caso o diagnóstico é

necessariamente urgente para a exclusão de doenças graves.

4. Tendinites

São causadas muitas vezes por esforços de sobrecarga (ex: desporto, actividade

profissional), mas podem também ocorrer em associação a outras doenças, quer

inflamatórias (ex: espondilite anquilosante, artrite reumatóide), e ainda a artroses.

5. Doenças do osso

Incluem-se aqui as doenças que atingem primariamente o osso: infecções,

tumores benignos e malignos, descalcificação (osteoporose). Podem ser causa de dor

mas no caso da desmineralização do esqueleto (osteoporose), a dor só existe quando

ocorre uma fractura óssea.

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2 – ARTROSE

2.1– DEFINIÇÃO

Segundo, MANUILA [et al.] (2001, p.80) artrose define-se por: “Alteração

destrutiva das cartilagens ou das fibrocartilagens articulares, de natureza

degenerativa. As suas principais localizações são: a anca (coxartrose), o joelho

(gonartrose), a coluna vertebral (cervicartrose, dorsartrose, lombartrose), as mãos

(rizartrose do polegar).

Sinónimos: osteoartrite degenerativa (por influência anglo-saxónica), artrite

seca deformante, artrite crónica degenerativa, reumatismo crónico degenerativo”.

Fig. 1 – (a) Lombartrose; (b) Gonartrose; (c) Coxartrose;

(a) (b)

( c) Fig. 2 – Artrose da mão

Fonte: http://www.lpcdr.pt./html/osteoartrose.htm Fonte: Mourad, Leona A. – Ortopedia; s. Ed.

Madrid, 1994. ISBN – 0-8016-3438-5

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Todavia, MOURAD (1994, p.97) acrescenta que artrose é uma afecção músculo-

esquelética degenerativa, que é caracterizada pelo aparecimento de alterações

degenerativas na cartilagem articular das principais articulações que suportam o peso do

indivíduo, contudo pode também afectar outras articulações.

As Artroses devem-se ao desgaste das superfícies articulares, apresentam

geralmente poucos sinais de inflamação. O seu aparecimento é quase inevitável como

um processo natural do envelhecimento do organismo.

Assim sendo, artrose trata-se de uma afecção degenerativa eminente crónica das

articulações móveis (das diartroses), sobretudo do joelho e vértebras (articulações que

suportam mais peso), que se inicia ao nível da cartilagem articular, estendendo-se a toda

a articulação acabando por destrui-la completamente.

O aparecimento de artroses é extremamente frequente, constituindo um grave

problema médico-social, sendo uma das causas principais de afastamento do trabalho. Só

na Europa, estima-se que 103 milhões de cidadãos sofram de doenças e alterações do

sistema músculo-esquelético. Em Portugal, cerca de 700 mil pessoas sofrem de artrose.

Os números não param de aumentar, principalmente devido ao aumento da população

idosa. (http://www.lpcdr.pt./html/osteoartrose.htm)

Existem 2 formas de artrose:

Primária desconhecem-se os factores predisponentes ao seu aparecimento

Secundária quando existe um processo subjacente e bem definido.

2.2.– ETIOLOGIA

Artrose primária:

Idiopática (causa desconhecida)

Tem como base os fenómenos degenerativos articulares que se iniciam após a

segunda década (após os ± 50 anos) e que progridem com o avançar da idade.

Admite-se que 85 % das pessoas entre 55 e 64 anos têm certo grau de artrose de uma

ou outra articulação.

Após os 55 anos, há certa predilecção para o aparecimento de artroses na mulher nas

articulações interfalangianas proximal e distais e, no homem no quadril.

Incidência: em maior número nos indivíduos de raça branca.

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Artrose secundária

Em consequência de outras lesões musculoesqueléticas, como:

Malformações

Posições viciosas

Inflamações

Etc.

Incidência: mais comum em indivíduos que residem no Sul da China.

Nota:

As lesões degenerativas são as mesmas e, na prática, nem sempre é possível

separar a artrose primária da secundária.

A artrose observa-se em todo o mundo e em todos os ambientes climáticos.

A artrose é uma doença própria dos adultos.

2.3. – FISIOPATOLOGIA

Em concordância com MOURAD (1994, p.98) “A artrose é uma doença

progressiva que atinge, fundamentalmente, a cartilagem articular, que é um tecido

conjuntivo elástico que se encontra nas extremidades dos ossos que se articulam entre

si, caracterizando-se pelo aparecimento de microfissuras, erosões superficiais

irregulares e desgaste, fibrilhação e perda de células.”

As pressões provocadas pelo peso do corpo e pelos movimentos sobre a

cartilagem articular se transmitem ao osso cortical (subcondral) subjacente. A cartilagem

apesar de delgada, é resistente e dotada de elasticidade, devido à alta concentração de

mucopolissacarídios e à peculiar distribuição das fibras colagéneas. Por esta razão, é

capaz de amortecer os choques, absorver parte da pressão e distribuí-la na superfície

articular.

Na génese das artroses devem ser considerados dois factores:

(1) Intensidade e duração da força de pressão;

(2) Resistência da cartilagem e da lâmina óssea subcondral;

A intensidade da força de pressão suportada pela cartilagem depende da

intensidade, da força e da área sobre a qual ela actua. Por esta razão dois elementos são

importantes, se não como factores capazes de produzir a artrose, pelo menos como

coadjuvantes ou agravantes:

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O simples aumento do peso corporal e a redução da área, sobre a qual actua a força

de pressão; O segundo, mais importante que o primeiro.

A artrose consiste na deterioração progressiva da cartilagem intra-articular e

caracteriza-se pelo aparecimento de microfissuras, erosões superficiais e regulares e

desgaste, fibrilhação e perda de algumas células. Os fragmentos da cartilagem podem

desprender-se dentro da articulação, originando uma inflamação crónica moderada intra-

articular ou na membrana sinovial. Á medida que a cartilagem degenera, o osso subjacente

produz uma excrescência óssea de tecido esponjoso denominado osteófito que podem

afectar a mobilidade articular á medida que aumenta de tamanho. Também pode surgir

mal-estar, odor na articulação afectada á medida que aparecem novos osteófitos. Existe a

possibilidade de se desenvolverem quistos no osso subcondral, devido á infiltração de

liquido sinovial através de uma fissura da cartilagem articular. Enquanto a cartilagem da

articulação tenta auto-reparar-se nas primeiras fases da artrose, nas fases mais avançadas

estes processos de reparação são mais lentos, acabando por desaparecer.

As transformações da progressão da cartilagem articular são variáveis, e a artrose

pode persistir durante longos períodos sem que aumente a sua gravidade. A dor não

aparece precocemente, apenas quando se manifesta as transformações inflamatórias

crónicas. Assim, a dor pode-se manifestar durante o movimento da articulação como

quando o doente realiza uma actividade. A amplitude de movimentos (ADM) da

articulação afectada pode piorar à medida que aumenta o tamanho dos osteófitos, onde a

dor se manifesta de um modo mais marcante.

Enquanto as articulações que suportam o peso do indivíduo são afectadas com

maior frequência são a coxa e a joelho também podem ser afectadas com menor grau as

articulações dos dedos da mão, especialmente as interfalángicas distais (IFD), as

interfalángicas proximais (IFP) e as metacarpofalángicas (MCF), assim como as

articulações do cotovelo ou do tornozelo. Na artrose podem também aparecer

transformações degenerativas nas vértebras, nas bordas articulares e nas articulações

sacro-ilíacas. Alguns doentes apresentam também em certas ocasiões artroses secundárias

ou traumatismos.

Os sintomas da artrose variam segundo a gravidade do processo. As queixas

mais frequentes são a dor e a rigidez. Em fases posteriores aparecem tumefacções e

deformidades na articulação, assim como uma redução da amplitude de movimentos

articulares. Observa-se com frequência hiperestesia, instabilidade articular e aumento da

dor ao fazer uso das articulações ou mesmo a suportar o peso.

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Mesmo não se tendo determinado ainda a causa exacta da artrose esta pode dever-

se à existência de um gene mutado na cartilagem articular, que faria com que esta se auto-

repara-se de forma menos eficaz ou que se degastasse com maior facilidade. Este gene foi

descoberto em 1990.

2.4. – SINTOMATOLOGIA

Segundo MOURAD (1994, p.98), a “sintomatologia varia de acordo com a

gravidade do processo degenerativo”. Contudo, as queixas mais referidas pelos doentes

são:

Dor

A dor tem um ritmo, isto é, um modo de ser ao longo do dia, que se

convencionou chamar mecânico. O ritmo mecânico é caracterizado pelo facto das dores

se agravarem ao longo do dia, com os movimentos e com os esforços, e melhorarem

quando o doente repousa, em particular quando se deita. Regra geral, os doentes com

esta patologia não têm dores durante a noite e dormem bem, embora em alguns casos

muito avançados de artroses das ancas e dos joelhos as dores possam, também, surgir

durante a noite. (http://www.lpcdr.pt/html/osteoartrose.htm)

Rigidez articular

A rigidez surge, sobretudo, ao iniciar os movimentos como, por exemplo, no

doente que está sentado e se levanta, e surge, também, de manhã ao acordar. A rigidez

da osteoartrose é de curta duração, não ultrapassando os 30 minutos.

Crepitação ao movimentar as articulações;

Diminuição da sensibilidade e mobilidade;

Protuberâncias ósseas nas articulações;

Deformações ósseas;

Nota: Regra geral, ocorrem num estado mais avançado da doença.

Alteração do alinhamento das extremidades;

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2.5– COMPLICAÇÕES

o Anquiloses das articulações

o Deformidade de uma ou mais articulações

o Perda de sensibilidade e diminuição da mobilidade

Nota: Anquiloses = limitação (anquilose parcial) ou desaparecimento (anquilose

completa) dos movimentos de uma articulação, resultante de uma afecção articular

(reumatismo, gota, infecção, etc.)

2.6 – EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO

De acordo com MOURAD (1994, p.99) os exames complementares de

diagnóstico desta patologia são nomeadamente:

Radiológico – o diagnóstico é confirmado pela presença de osteófitos e pela

obliteração dos espaços articulares. Também pode observar-se esclerose das

superfícies ósseas sub-condrais, formação de quistos sub-condrais, invasão de

osteófitos na articulação e calcificação dos ligamentos. A eles há ainda que

acrescentar a progressiva subluxação articular.

Análise da marcha – confirma os resultados radiológicos. É possível observar

diferenças no tamanho das pernas, sinal de Trendelemburg positivo,

deformidade em arco.

Provas musculares – em algumas situações, demonstra a debilidade dos

músculos que sustentam as articulações.

Provas de laboratório:

Análises ao líquido sinovial – o líquido sinovial tem um aspecto claro ou

incolor (em ocasiões apresenta uma coloração amarelada), não se observa

cristais, às vezes apresenta alguns leucócitos (sobretudo células

mononucleares), os níveis de glicose no sangue e no líquido sinovial são

iguais.

Gamagrafia óssea – pode-se observar a hipercaptação do isótopo na zona

artrósica.

Artroscopia (quando geralmente se necessita para determinar o diagnóstico de

artrose ou quando se suspeita de outro transtorno adicional) – o normal é a

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cartilagem óssea encontrar-se branca e brilhante. Na presença de algum

transtorno adicional pode encontrar-se amarelada, irregular e com ulcerações.

2.7. – TRATAMENTO

Os objectivos do tratamento da osteoartrose são:

Aliviar e, se possível, suprimir as dores;

Melhorar a capacidade funcional, isto é, aumentar a mobilidade das articulações

atingidas;

Evitar a atrofia dos músculos relacionados com as articulações afectadas;

Impedir o agravamento das lesões já existentes.

Tratamento Médico:

A osteoartrose não tem, hoje em dia, cura, e o doente deve sabê-lo, mas tem

tratamento, que pode permitir ao indivíduo afectado por esta doença levar uma vida

completamente normal na imensa maioria dos casos.

Contudo, o tratamento médico visa:

Cuidados de apoio, através do aconselhamento do uso de meios auxiliares de

marcha (ex.: canadianas, andarilho...), afim de diminuir a pressão e a

sobrecarga sobre nas articulações.

Diminuição do peso corporal, iniciando uma dieta se necessário para diminuir

a sobrecarga articular.

Promover o repouso para aumentar a sensação de bem-estar da articulação

inflamada ou dolorida.

Uso de prótese para modificar e/ou manter a força da articulação.

Tratamento Nutricional:

Dieta para diminuir o peso corporal: pobre em calorias e gorduras, mas rica

em vitaminas A (e C ( para a formação de colagénio).

Tratamento Fisioterapêutico:

Aplicações de calor húmido para aliviar a dor e as parestesias (pode-se

alternar com aplicações de frio).

Execução de exercícios para ajudar a manter a funcionalidade das

articulações.

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Massagens ao redor das articulações para diminuir a rigidez e relaxar os

ligamentos dos músculos tensos.

Fixação do membro para conseguir o repouso de uma articulação dolorida ou

para prevenir uma deformação progressiva.

Uso de sapatos resistentes e bem apertados para ajudar a manter a postura a

deambular...

Tratamento Farmacológico:

Analgésicos e anti-inflamatórios (ex.: Fenilbutazona e Indometacina) para

aliviar a dor e as parestesias, assim como para diminuir os focos

inflamatórios, caso existam.

Administração dos analgésico em conjunto com antiácidos, afim de diminuir

a irritação gástrica.

Relaxantes musculares para aliviar os espasmos musculares e a dor.

Tratamento Cirúrgico:

O tratamento cirúrgico está justificado quando se trata de uma incapacidade

grave. Na artrose se efectuam com frequência intervenções de substituição total da

articulação (ex.: anca, rótula, ombro, etc..) por uma prótese, afim de aliviar a dor e

restaurar ou manter a mobilidade da articulação.

As intervenções a considerar são a Artroplastia (formação de uma nova

articulação) e artrodese (anulação da articulação por fusão das extremidades ósseas). A

Artroplastia só é aplicável a poucas articulações, como a da anca, a do cotovelo e as

articulações metatarsofalângicas. Para a maior parte das outras articulações o

tratamento escolhido é a artrodése.

2.8 – CUIDADOS DE ENFERMAGEM

O ensino ao doente é o aspecto mais importante dos cuidados de enfermagem a

prestar aos doentes com artrose, portanto deve incluir informações sobre:

Equilíbrio correcto entre o repouso e a actividade;

Técnicas de protecção da articulação e de conservação da energia;

Utilização dos medicamentos (fármaco certo, dosagens, precauções na

administração e efeitos colaterais ou efeitos tóxicos);

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Planos de implementação do programa de exercícios prescritos pelo médico

ou fisioterapeuta;

Aplicação de compressas quentes e/ou frias;

Utilização correcta de andarilhos e outros equipamentos auxiliares;

Medidas de segurança para prevenir lesões;

Noções básicas de boa alimentação e importância de evitar o aumento de

peso;

Importância de um acompanhamento médico regular.

2.9 – INFORMAÇÕES AO DOENTE

Explicar a progressão da artrose ao doente, seus familiares ou a outras pessoas

(Ex.: lares,...)

Explicar as acções e os efeitos secundários dos fármacos utilizados para

aliviar os sintomas.

Explicar os objectivos e as acções da aplicação de frio e/ou de calor;

Alertar acerca de uma possível diminuição da sensibilidade a temperaturas

extremas.

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3 – COXARTROSE

A coxartrose é uma doença de carácter degenerativo da articulação coxo-

femural, que atinge uma percentagem relativamente elevada da população idosa. Pode

contudo atingir indivíduos bastante novos, havendo casos de doentes a partir dos vinte

anos, sobretudo quando existem lesões prévias de causa traumática ou doença.

Fig. 3 – Coxartrose

É uma situação bastante incapacitante, pois além

da dor e da rigidez da anca pode associar-se uma

posição viciosa e sobretudo a limitação dos movimentos

da anca. A coxartrose é muitas vezes acompanhada por

deformações do acetábulo e da cabeça do fémur.

Felizmente que hoje em dia, estas situações têm

resolução, podendo os doentes após o tratamento

efectuado, retomar um estilo de vida praticamente

idêntico, ao que tinham antes do aparecimento, ou

agravamento da doença.

3.1 – ETIOLOGIA

Pode ser devido:

Idade

Uso e desgaste excessivo da articulação

Traumatismos

Patologias que lesionam as superfícies articulares, acelerando o processo de

desgaste

Desenvolvimento imperfeito da bacia (displasia)

Sub-luxação ou luxação congénita

Fonte: Mourad, Leona A. – Ortopedia; s. Ed. Madrid, 1994. ISBN – 0-8016-3438-5

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3.2 – SINTOMATOLOGIA

Há normalmente dor na região inguinal e no joelho. A dor aumenta com a

deambulação e diminui ou desaparece com o repouso.

Mais tarde, pode aparecer uma sensação de rigidez manifestada nas actividades

quotidianas, como por exemplo a incapacidade de alcançar os pés para atar os sapatos

ou simplesmente para cortar as unhas.

A sintomatologia tende a agravar-se progressivamente de mês para mês e de ano

para ano, até provocar uma dor intensa e a incapacidade para as actividades de vida

diária. Os movimentos forçados são dolorosos.

Por exploração, comprova-se a limitação de todos os movimentos da anca. É

muito acentuada a limitação de abdução, adução e rotação, pela que no entanto se

conserva o da flexão.

3.3 – EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO

Exame radiológico – as alterações são características. Observa-se a

diminuição do espaço inter-articular com tendência a esclerose das superfícies ósseas.

Habitualmente observa-se hipertrofia do osso nos rebordos articulares (formação de

osteófitos).

3.4 – TRATAMENTO

O tratamento requerido depende da gravidade da situação. É preferível deixar a

coxartrose discreta sem tratamento. Nos casos de intensidade moderada, bastará o

tratamento conservador/incruento, enquanto que nos casos mais graves é aconselhável o

tratamento invasivo/cruento.

Tratamento conservador / incruento

É evidente que nenhuma forma de tratamento conservador pode influenciar a

alteração da anatomia articular. Na maioria dos casos, o tratamento é apenas paliativo,

pode aliviar a dor mas não pode eliminá-la.

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Existem quatro métodos diferentes:

Repouso “relativo” – este termo significa que o doente deve mudar de hábitos de

vida, trocando de ocupação ou tentando diminuir a função exigida pela sua bacia.

Terapêutica – podem ser necessários analgésicos suaves, especialmente quando a

dor perturba o sono.

Fisioterapia – com frequência, a aplicação de calor local com exercícios para

fortalecer os músculos e preservar a mobilidade, consegue um alivio temporal.

Injecções intra-articulares – com injecções intra-articulares de anti-

inflamatórios não esteróides, com ou sem analgésico local, têm-se conseguido um

alívio temporal.

Tratamento invasivo / cruento

Pode ser obrigada a intervenção cirúrgica quando a dor é intensa, especialmente

se perturba sono ou incapacita gravemente o doente para a marcha ou trabalho.

Praticam-se quatro tipos de operação:

Libertação muscular

Sabe-se que o corte dos músculos que rodeiam a anca alivia a dor da artrose,

talvez pela eliminação da tensão muscular. Os músculos que geralmente se cortam são o

psoas, o tensor da fascia lata, o recto femoral e os adutores. Pode também fazer-se uma

incisão na porção anterior da cápsula. A deambulação é restabelecida uma a duas

semanas depois da operação. Sabe-se que às vezes obtém-se alívio da dor, embora em

geral é incompleta e temporal. Raras vezes se pratica esta operação.

Osteotomia

Fig. 4 – Osteotomia

Esta operação é actualmente pouco utilizada. Secciona-

se o fémur entre os trocânteres maior e menor, e o fragmento

inferior (diáfise) desloca-se em direcção à linha média do

corpo, aproximadamente uma quarta parte do seu diâmetro. A

fixação dos fragmentos é feita internamente através de uma

placa e parafusos. O alívio é satisfatório e conserva-se uma

certa mobilidade articular.

Fonte: Serviço de Ortopedia Homens – Manual de Enfermagem. 1999

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Não se encontrou ainda uma resposta satisfatória à pergunta pela qual a

osteotomia alivia as dores nas coxartrose. Sabe-se que como consequência da

deslocação, se remodelam as trabéculas ósseas e se estimulam processos de reparação

na cartilagem articular lesionada. Certamente, nos casos favoráveis, a cartilagem

engrossa-se de maneira apreciável nos primeiros dois ou três anos depois da operação,

como se pode comprovar radiológicamente.

Artrodése:

Fig. 5 – Artrodése

A articulação fusiona-se numa posição de quinze a vinte

graus de flexão, sem abdução, adução ou rotação. A dor desaparece

por completo, conservando-se uma boa função sempre e quando a

outra coxa, os joelhos e a coluna vertebral sejam normais.

Fonte: Fonte: Serviço de Ortopedia Homens – Manual de Enfermagem. 1999

Artroplastia

A Artroplastia é um termo que se aplica a qualquer tipo de cirurgia, da qual

resulta uma articulação artificial. É uma operação que tenta restaurar ao máximo a

integridade e a funcionalidade da articulação. As artroplastias podem ser de excisão ou

de implantação.

Nota: Remeter para o ponto 4

3.5 – CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Pré-operatório:

Preparação psicológica para o tratamento cirúrgico;

No dia do internamento, registam-se os sinais vitais e faz-se uma análise à urina

para excluir possíveis focos de infecção;

Avaliação do peso corporal do doente;

Colheita de sangue para tipagem, hemograma, ureia e ionograma no dia do

internamento;

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Preparação o doente para execução de radiografias da articulação, do tórax e um

electrocardiograma;

Doentes com antecedentes de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar

devem fazer anticoagulação profiláctica;

Deve iniciar antibioterapia profiláctica no início do internamento;

Apresentar o doente na melhor condição física e psicossocial possível para a sua

operação;

Iniciar todos os esforços que eliminarão ou reduzirão o desconforto e

complicações pós-operatórias;

Realização de tricotomia na região púbica e nas coxas na véspera da cirurgia;

Pessoas com doenças subjacentes (ex.: diabetes mellitus e insuficiência

respiratória), devem ser internadas vários dias antes para serem correctamente

avaliadas;

Pós-operatório:

Estabelecer uma relação de empatia e de confiança com o doente afim que este

consiga responder ás exigências que lhes são feitas em termos de exercícios de

recuperação;

Monitorização cuidada dos sinais vitais e manutenção da permeabilidade das vias

aéreas;

Administração terapêutica endovenosa e suplemento nutricional até que o doente

consiga ingerir alimentos e líquidos adequados;

Manutenção da antibioterapia durante cinco a sete dias;

Posicionamento do doente com as pernas em abdução com almofadas para

diminuir o risco de deslocamento da prótese;

Ensino ao doente para não cruzar as pernas, para diminuir o risco de deslocação

da prótese;

Preparação do doente para a realização de uma radiografia para confirmar que a

prótese ainda está no lugar, antes de começar a mobilizar o doente;

Realização de exercícios respiratórios e com os membros inferiores cada quatro

horas para evitar complicações habituais em doentes acamados e a perda dos

movimentos das outras articulações;

Extracção dos tubos e frascos de drenagem quando deixar de haver produto

drenado;

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 19

Promoção da marcha entre o 2º e o 5º dia, começando com o andarilho e

progredindo lentamente para as canadianas;

Ensino ao doente a se sentar na cama, formando um ângulo de 45 graus para

evitar a deformação da prótese;

Consoante a opinião do cirurgião, retirar os pontos entre o 10º e o 14º dias;

Ensino ao doente sobre a importância de realizar algumas alterações em casa

afim de facilitar as suas actividades de vida diária (ex.: sanitas mais altas ou

bancos para a banheira;

Ensino ao doente sobre a importância de uma consulta pós-operatória, 4 a 6

semanas após a alta.

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 20

4 – ARTROPLASTIA DA ANCA

4.1 – ANATOMIA DA ANCA

A articulação da anca é composta por várias estruturas ósseas e ligamentos.

Numa descrição sumária temos, no fémur: a cabeça, o colo, o grande trocanter e

o pequeno trocanter; na bacia a cavidade acetabular.

A cabeça do fémur articula-se com o acetábulo, côncava e relativamente

profunda, de modo a formar a articulação da anca ou coxafemoral.

A cabeça do fémur assemelha-se mais a uma esfera completa do que qualquer

superfície articular de outro osso do corpo. O acetábulo é acentuado no seu rebordo por

um cordão fibrocartilagíneo chamado debrum cotiloideu, inferiormente incompleto, e

por um ligamento transverso do acetábulo, que cruza a chanfradura isquio-púbica no

bordo inferior do acetábulo.

A articulação coxafemoral, além de sustentar o peso corpóreo e garantir

determinada estabilidade, devido à sua característica esferoíde, permite relativa

liberdade de movimentos, como :extensão e flexão, adução e abdução, rotação interna e

externa.

Fig. 6 – Articulação da anca

Fonte: FRANCONE, Clarice [et al.] – Anatomia e Fisiologia Humana. 4ª ed., Interamericana, 1978.

ISBN-85-201-0072-4.

Page 19: TA-Artrose,Coxatrose,Artroplastia Da Anca

Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 21

4.2 – ARTROPLASTIA DA ANCA

A anca é afectada por uma doença, comum a partir dos 50 anos, mas que

também pode aparecer em pessoas mais novas. Essa doença é caracterizada por uma

destruição progressiva dos componentes da articulação que leva a uma diminuição das

funções, acompanhada de dor que pode ser mais ou menos intensa, consoante o desgaste

sofrido pela a articulação.

Em alguns casos pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para remover

osso, ou cartilagem danificados da articulação, realinhar ou alterar as superfícies

articulares que fazem carga, ou ainda remodelar a articulação, com a substituição da

mesma, por meio de uma outra confeccionada com material sintético, cuja morfologia é

próxima à anatomia humana.

O objectivo principal da cirurgia ortopédica no tratamento das doenças

articulares degenerativas é o alívio da dor. Para além disso, também deve recuperar a

função e corrigir as deformidades.

Artroplastia é um termo que se aplica a qualquer tipo de cirurgia, da qual resulta

uma articulação artificial. É uma operação que tenta restaurar o máximo a integridade e

funcionalidade da articulação.

A Artroplastia foi criada, principalmente, para o doente idoso, cuja articulação

não poderia ser restaurada por outros processos, uma vez que, uma substituição total da

anca deve durar entre 10 e 20 anos até que seja necessária uma nova revisão, é por esta

razão que os cirurgiões evitam operar doentes “jovens”, isto é, com menos de 65 anos.

Um doente mais activo, ou seja mais jovem, tem maiores probabilidades de vir a

afrouxar a prótese e a carecer de uma segunda cirurgia, que é muito mais complicado

que a primeira, visto que se tem de remover todo o cimento utilizado na primeira

intervenção, o que é difícil e demora muito tempo.

Representa o maior progresso das cirurgias ortopédicas nos últimos vinte anos,

pela possibilidade de reconstrução de uma articulação através de implantação de uma

prótese.

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 22

4.3 – INDICAÇÕES DA ARTROPLASTIA DA ANCA

Existem várias situações que poderão conduzir à necessidade de uma artroplastia

da anca:

Traumatológicas:

Fracturas: é a ruptura de um osso- no caso, colo do fémur -, podendo

ocorrer por meio de traumatismos directos, como os que ocorrem em acidentes, quedas,

ou em ossos com osteoporose, nos quais ocorrem com traumas mínimos. O doente

apresenta dor no quadril, com membro fracturado em rotação externa e encurtamento.

Ortopédicas:

Artroses

Artrite reumatóide: moléstia crónica na qual há inflamação das

articulações, com destruição das estruturas articulares e periarticulares. Inicia-se com

inflamação da membrana sinovial, espessamento do tecido levando à anquilose fibrosa

e, posteriormente, evoluindo para uma sinartrose. Caracteriza-se clinicamente por:

calor, rubor, edema, dor e rigidez de inicio matutina.

Espondilite anquilosante: alteração reumática com inflamação

principalmente da coluna cervical, sacroilíaca e quadris. Sua maior incidência ocorre em

homens. A dor lombar é frequente nesses pacientes, que, devido ao espasmo das

musculaturas lombar e paravertebrais, lentamente são levados à cifose. Esta moléstia

apresenta também, como sinais iniciais, febre, anorexia, diminuição de peso, anemia e

fadiga.

Sequela de Legg Calvé Perthes: a doença de Perthes ocorre na

infância, com maior incidência no sexo masculino. Sendo uma forma de necrose

asséptica – mais especificamente, uma necrose do centro da ossificação da epífise

próximal do fémur -,provocando falência da estrutura óssea. A epífise se torna achatada,

com formato de um cogumelo. Com o tempo, provoca distúrbios da marcha, dor e

artrose, sendo então necessária a substituição total do quadril envolvido.

Sequelas de luxação congénita: na luxação congénita no quadril, a

articulação apresenta anomalias, mantendo a cabeça do fémur fora da cavidade

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 23

acetabular. Se não for corrigida devidamente na infância, uma artrose coxafemoral

poderá instalar-se na fase adulta.

Tumores do colo e da cabeça do fémur: situação pouco comuns, que

em algumas circunstâncias podem exigir a realização de uma prótese total do quadril.

Doença de Paget: conhecida também como, osteite deformante, na

qual ocorrem alterações na estrutura óssea, tornando-a maior, porém mais frágil. Podem

desenvolver-se deformidades dos ossos longos ou osteoartrose nas articulações; às

vezes ocorrem fracturas patológicas. Inicialmente, o indivíduo poderá apresentar dor,

rigidez, deformidades, cefaleia.

4.4. – PRÓTESES

A prótese é uma peça mecânica de liga metálica desenvolvida para substituir um

osso e/ou uma articulação do corpo, por exemplo, a prótese da anca foi desenvolvida

para substituir a articulação da anca quando a original não consegue manter a sua

capacidade funcional.

As implantações de prótese são mais frequentes nas articulações da anca e do

joelho. Este trabalho vai incidir sobre a implantação de próteses a nível da anca.

Estas podem ser: parciais e totais.

Na prótese parcial, faz-se a substituição do colo e da cabeça do fémur por uma

prótese metálica em que o acetábulo permanece intacto. Em geral, a prótese utilizada é

como a cabeça do fémur de tamanho original mais estável que uma prótese com cabeça

menor, permitindo, porém, um maior desgaste do acetábulo.

Na prótese total, faz-se a substituição do colo e da cabeça do fémur por um

componente femural, e a substituição do acetábulo por um componente acetabular.

A cabeça desta prótese é menor que a anatómica, origina menor pressão e baixo

coeficiente de atrito, o que causa menor desgaste, aumentando desta forma a

durabilidade da prótese. Neste caso devido à cabeça da prótese ser menor, a

instabilidade é menor.

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 24

Existem vários tipos de próteses no mercado, sendo os mais correntes os

seguintes.

Tipos de prótese:

Prótese total da anca (componente acetabular e componente femural)

Cimentada prótese de Wagner

Cimentada prótese de Chamley Muller

Não cimentada prótese de Lord

Prótese parcial da anca (componente femural)

Prótese parcial de Moore

Prótese de Thompson

Fig. 7 – Prótese de Austin Moore, de placa regulável

Fonte: PHIPPS e outros, Enfermagem Médico-Cirúrgica, vol. II, tomo II, pág.2097

As próteses totais da anca podem ser dividas em:

Cimentada: o acetábulo é preparado colocando-se polimetilmetacrilato para

fixar a taça de polietileno à cavidade acetabular. Em seguida, o canal medular do fémur

é alargado; a haste do componente femoral é, então, impactado dentro do canal medular.

Não-cimentada: é realizado o mesmo procedimento que na prótese cimentada,

mas o componente femural é encaixado sobre pressão sem cimentar. O acetábulo após

ter sido preparado, é perfurado em alguns pontos até ao ísquio e íleo, recebendo o

componente acetabular poroso, que é fixado com parafusos nos locais das perfurações

anteriormente realizadas. A porosidade da prótese mais o processo de cicatrização

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 25

permitem a aderência da prótese pela formação óssea além do impactado que ocorre em

redor.

Esta prótese é normalmente utilizada em cirurgias de revisão da prótese totais do

quadril, isto é nas próteses que, por algum motivo, tenham sofrido processo de soltura.

Híbrida: o componente femoral é cimentado, porém, o componente

acetabular, é aparafusado no osso. Esta prótese pode ser utilizada como primeira

escolha ou na revisão.

Fig. 8 – A – Componentes acetabular e femoral de prótese total da anca.

B – Prótese total da anca, montada.

Fonte: PHIPPS e outros, Enfermagem Médico-Cirúrgica, vol.II, tomo II, pág. 2141

4.5. – MÉTODOS DE ARTROPLASTIA

ARTROPLASTIA COM RESSECÇÃO:

Fig. 9 – Artroplastia com ressecção

Neste método uma ou ambas as extremidades articulares

dos ossos são cortadas de forma a criar-se um espaço oco entre

eles (Fig. 9). O espaço criado preenche-se por tecido fibroso ou

pode inserir-se em seu interior tecido adiposo, músculo ou outra

parte mole.

Fonte: Mourad, Leona A. – Ortopedia; s. Ed. Madrid, 1994. ISBN – 0-8016-3438-5.

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 26

Devido a sua flexibilidade o tecido interposto permite um grau razoável de

movimento, mas a articulação frequentemente perde estabilidade.

O método é aplicável em todas as articulações excepto no caso do joelho, no

entanto, é utilizada na articulação metatarso-falangiana do polegar.

ARTROPLASTIA EM TAÇA:

Fig. 10 – Artroplastia em Taça

Este método emprega a interposição de uma prótese de

metal bem ajustada entre a cabeça do fémur e o acetábulo que

são trabalhos para acomodar a prótese (Fig. 10). O processo

cicatricial cobre as superfícies ósseas nuas com uma superfície

regenerada derivada da Artroplastia, semelhante à cartilagem

articular.

Fonte: Mourad, Leona A. – Ortopedia; s. Ed. Madrid, 1994. ISBN – 0-8016-3438-5.

A inserção da prótese requer precisão, e os pacientes devem ser avisados de que

a prótese pode ser alterada numa segunda intervenção, se não forem obtidos resultados

satisfatórios.

O tratamento pós-cirúrgico é complicado e exige fisioterapeutas experientes e

um paciente bem motivado, que mantenha os exercícios.

Esta cirurgia pode ser feita em articulações esféricas.

Uma desvantagem importante deste método é que o suprimento sanguíneo do

osso dentro da taça está comprometido o que leva a uma vascularização inadequada

provocando necrose avascular da cabeça femural podendo colapsar. Talvez por essa

razão o método actualmente não seja utilizado.

ARTROPLASTIA DE SUBSTITUIÇÃO DA CABEÇA DO FÉMUR:

Fig. 11 – Artroplastia de substituição da cabeça do fémur

É um método de escolha para a anca e para o joelho, com

sucesso menos evidente, para outras articulações.

Esta cirurgia é utilizada quando há lesão intensa da cabeça

do fémur em presença de um acetábulo normal.

Fonte: Fonte: Mourad, Leona A. – Ortopedia; s. Ed. Madrid, 1994. ISBN – 0-8016-3438-5.

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 27

Em princípio uma ou com mais frequência ambas as terminações ósseas das

articulações são removidas e substituídas por próteses.

O ideal é que a prótese permaneça rigidamente fixa ao coto-anco ao qual foi

fixada (Fig. 11); o afrouxamento pode ser uma das causas de insucesso, para a fixação é

utilizado cimento acrílico.

A cirurgia está indicada quando há uma disjunção do colo femural ou a necrose

avascular da cabeça do fémur, secundária a fracturas ou outras causas. Não está

indicada em Artrite Degenerativa primária ou secundária, onde há anomalias nos dois

lados da articulação.

Se apenas um lado da articulação é substituída a cirurgia é denominada hemi-

substituição, quando ambas são substituídas é denominada Artroplastia total de

substituição.

A desvantagem destas cirurgias é que há uma tendência para que os

componentes protéticos sofram afrouxamento. No entanto, a articulação pode prestar

bons serviços por muitos anos, especialmente a da anca.

4.6. – COMPLICAÇÕES DA ARTROPLASTIA

O Enfermeiro deverá estar sempre atento às complicações que podem surgir no

intra-operatório ou no pós-operatório, detectando-as precocemente.

Fractura do acetábulo: é uma complicação técnica durante o preparo da cavidade

acetabular.

Reacção ao cimento acrílico: o cimento pode difundir-se na corrente sanguínea

durante a cimentação da prótese, levando a uma hipotensão transitória. Pode

também ocorrer embolia, que, se não for tratada, levará o doente ao óbito.

Hematoma: ocorre com certa frequência, quer devido ao mau funcionamento da

aspiração dos drenos, quer por terapêutica anticoagulante. O doente apresenta

dores, edema local, equimose e aumento da temperatura.

Lesões nervosas: são lesões pouco comuns, podem ocorrer lesões do nervo

ciático e femural, pelo uso do afastador ou contacto com cimento acrílico. O doente

apresenta parestesia.

Luxação da prótese: poderá ocorrer por problemas devido à má colocação da

prótese.

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 28

Trombose venosa profunda (TVP): forma-se um trombo na veia devido a alguns

factores, tais como: lesões do epitélio da veia, hipercoabilidade e estase. Ocorre dor

ao deambular, cianose de extremidade, edema, calor local.

Embolia pulmonar: é a obstrução de uma ou mais artérias pulmonares por um

trombo que se coloca em direcção do pulmão. Ocorre dor torácica, taquicardia,

dispneia, cianose, hiperventilação e síncope.

Embolia gorda: este síndroma é encontrado mais frequentemente nas fracturas da

diáfise do fémur.

Infecção: é a complicação mais temida pelo cirurgião, por implicar retirada da

prótese. Esta complicação pode ocorrer precocemente por um abcesso, hematoma

infectado ou por deiscência.

4.7. – CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Os cuidados de enfermagem são prestados em três momentos cruciais:

No período pré-operatório;

No período intra-operatório;

No período pós-operatório.

No Período Pré-operatório:

Deve fazer-se a entrevista de enfermagem para o conhecer e de modo a que

todas as suas necessidades possam ser correctamente avaliadas e tornando a sua

permanência no hospital o mais agradável possível.

É fundamental que o doente seja preparado psicologicamente para o

tratamento que vai realizar.

Assim, um enfermeiro esclarece o doente sobre a concretização da cirurgia

falando-lhe da prótese, os cuidados após a cirurgia, apelar à sua colaboração para uma

recuperação mais rápida e menos dolorosa.

Orientar o doente para que este se abstenha de comer no mínimo 8 horas, antes

da intervenção.

Deve ser realizada a tricotomia 2 horas antes da cirurgia a todo o membro

inferior e zona abdominal, orientando o doente a tomar banho e utilizar solução anti-

séptica no local da tricotomia.

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 29

Antes da cirurgia deve ensinar-se ao doente exercícios que lhe permitirão um

pós-operatório mais seguro.

1. Exercícios respiratórios

2. Exercícios com os membros inferiores

3. Mudanças de posição

No Período Intra-Operatório:

Corresponde ao período de tempo que o doente se encontra no bloco operatório a

ser atendido pela equipa do serviço. Como não é do âmbito deste trabalho, vamos de

seguida falar de assistência de enfermagem no período pós-operatório.

No Período Pós-Operatório:

Imediato

O doente, após o acto anestésico, deve permanecer sob atenta observação do

enfermeiro, devido a riscos decorrentes do acto cirúrgico.

O enfermeiro deverá estar atento a sinais de obstrução das vias aéreas,

anormalidades cardiopulmonares, e luxação da anca. Em consequência, o doente deve

permanecer na de recuperação ou numa área similar durante duas a três horas até que os

seus sinais vitais estabilizem e que o doente recupere a consciência.

É necessário manter o volume sanguíneo de forma a evitar a instalação de um

quadro de hipotensão ou anomalias cardíacas. Pode também ser necessário a

administração de oxigénio, assim como a monitorização electrocardiográfica.

Depois da intervenção cirúrgica o doente fica sentado na cama, formando um

ângulo de 45º, para evitar a deslocação da prótese. Quando é mobilizado passa a ficar

deitado na cama (em decúbito dorsal) ou em pé, não podendo sentar-se durante 7 a 10

dias, consoante a opinião do cirurgião. O posicionamento no leito é realizado com os

membros inferiores elevados aproximadamente 10cm em abdução em torno de 15º com

almofada posicionada entre os membros inferiores, que é colocada já no centro

cirúrgico para evitar adução e rotação interna durante a recuperação anestésica.

Neste período, começam-se a realizar exercícios activos de dorsiflexão e

plantiflexão do tornozelo, auxiliando o retorno venoso e mantendo a amplitude de

movimentos.

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 30

Tardio

O indivíduo se submete à prótese total da anca e do joelho exige do enfermeiro uma

actuação directa e activa por se tratar de um doente essencialmente acamado.

Deverá ser estimulado a sua independência e, também proporcionar-lhe

conforto, cuidar da sua integridade cutânea, física, prevenindo deformidades, estando

sempre atento às complicações que podem surgir.

1) Os cuidados de enfermagem propriamente ditos são:

Preparar a cama para receber o doente com um colchão apropriado, a fim de

preservar a integridade cutânea e proporcionar maior conforto ao doente. As roupas da

cama e do doente devem estar esticadas, secas e limpas para evitar factores mecânicos

que produzem pressão;

Não posicionar o doente na cama sobre o lado operado;

Utilizar o trapézio para sua movimentação activa e, com isso melhorar a

circulação. Este procedimento é utilizado, também para prestar cuidados de higiene e

realização de massagens de conforto.

Acompanhar o resultado de exames de laboratório, principalmente

hematócrito e hemoglobina, para avaliação da perda sanguínea;

Manter a abdução dos membros inferiores pois, esta posição mantém a

articulação coxo-femural estável e segura;

Estimular exercícios de dorsiflexão, activando assim a circulação para evitar

tromboflebites;

Reforçar a orientação quanto ao grau de flexão da anca sob o risco de causar

luxação:

1. Evitar a flexão da anca para alem de 60°, durante cerca de 10 dias;

2. Evitar a flexão da anca para alem de 90°, desde o 10° dia até dois meses;

Encaminhar o paciente ao banho de chuveiro utilizando cadeira própria para a

prótese total da anca, pois o doente apresentar lipotimia (tanto pela perda de sangue

como por ter permanecido acamado);

Proporcionar uma cadeira com assentos firmes, não reclináveis e com braços.

Elevar a superfície do assento, quando necessário, com almofadas de espuma, para

manter o ângulo da anca dentro dos limites prescritos, quando o doente está sentado;

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 31

Estimular a movimentação activa no leito e também a inspiração profunda,

tosse, expectoração, mobilizando assim as secreções pulmonares. A ingestão hídrica,

por outro lado, irá fluidificar as secreções pulmonares, facilitando a expectoração e

evitando a acumulação destas;

Verificar o pulso pedioso em intervalos regulares, perfusão periférica,

sensibilidade, coloração, temperatura, edema e dor no membro operado, certificando-se

de que não há lesão nervosa ou flebite;

Observar a incisão cirúrgica, que geralmente está exposta a partir do segundo

dia pós-operatório, excepto se houver presença de exsudado local. Estar atento ao

aumento de temperatura acompanhado de calor, rubor, edema ou formação de exsudado

incisional, pois poderá estar a instalar-se uma infecção;

Estimular a ingestão hídrica pois, devido à imobilidade no leito, a fixação do

calço no osso é deficiente, levando à formação de cristais de oxalato de cálcio, que

poderão facilitar a formação de cálculos renais ou até infecção urinária;

Providenciar junto à nutricionista a dieta adequada, já que a imobilidade no

leito diminui o peristaltismo, levando à obstipação intestinal.

Posicionamentos no pós-operatório

Intervenção Cirúrgica antero-lateral: o doente deverá ficar com o membro em

abdução e rotação neutra, que é conseguida com dois sacos de areia no pé.

Intervenção Cirúrgica anterior: o doente deverá ficar com o membro em ligeira

abdução e rotação interna para aproximar o colo do fémur á parte posterior do

acetábulo e cápsula, prevenindo a luxação.

Intervenção Cirúrgica posterior: o doente deverá ficar com o membro em ligeira

abdução e rotação externa para ficar em contacto com o colo do fémur à parte

anterior do acetábulo e cápsula.

4.8. – ENSINO PARA A ALTA

À medida que os dias vão passando, consoante a ordem do médico, o doente vai

progressivamente poder começar a executar algumas actividades tais como: levantar-se,

andar com apoio e sentar-se.

O doente deverá seguir algumas regras no primeiro mês depois da cirurgia.

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 32

Posições de sono e repouso

Permitido:

Deitar-se de costas com uma almofada entre os joelhos

Deitar-se para o lado não operado com duas almofadas entre os joelhos

Proibido:

Deitar-se sobre o lado operado

O sentar

Permitido:

Sentar-se numa cadeira alta com apoio de braços, joelhos e pés ligeiramente

afastados, por um período não superior a 30m

Sentar-se, com os pês apoiados num banco mais baixo

Levantar-se periodicamente para dar alguns passos

Proibido:

Cruzar as pernas

Sentar-se em cadeiras baixas

Movimentos, exercícios e marcha

Permitido:

Fazer em casa os exercícios de recuperação ensinados

Andar sempre com a ajuda de bengala ou canadianas, diariamente e se possível

em piso plano e ao ar livre

Ao subir escadas começar com o membro não operado, depois o operado e

finalmente a bengala ou canadianas

Ao descer escadas começar com a bengala ou canadianas, o membro operado e

finalmente o não operado

Proibido:

Fazer flexão da anca superior a 90º, para se sentar ou apanhar objectos do chão

Forcar a rotação do membro operado para fora ou para dentro

Ter dores por excesso de marcha

Actividades de vida diária

Permitido:

Tomar duche

Retomar progressivamente as actividades alternando períodos sentados e de pé

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Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 33

Entrar para o automóvel, sentando-se primeiro no banco e rodando

posteriormente as pernas

Sair do automóvel colocando primeiro as pernas para fora

Proibido:

Tomar banho de imersão

Cruzar as pernas

Apanhar objectos do chão

Carregar sacos pesados

Andar sem bengala

Passar a ferro durante muito tempo

Conduzir automóvel

Andar em transportes públicos em hora de ponta

Ir ao médico

Consultas de rotina

Dor mais intensa e persistente

Inchaço (edema) no membro operado

Alteração da temperatura corporal

Alteração do aspecto da cicatriz operatória

Page 32: TA-Artrose,Coxatrose,Artroplastia Da Anca

Artrose, Coxatrose e Artroplastia da Anca

IPG – ESEnfG 34

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VENTURA, M. Fátima; FARO, ªC.M; ONOE, E.K.N.; UTIMURA,M.(1996).

Enfermagem Ortopédica. São Paulo, ícone Editora Lda.