Tabagismo

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  • 1. Tabagismo

2. Estamos num negcio de vender nicotina, droga causadora de :dependncia. Addison Yeman. Vice-Presidente daBrown and Williamson (documento secreto no 1802.05)O cigarro no deveria ser considerado como um produto, massim como um invlucro. O produto a nicotina. Considere omao de cigarros como um recipiente para o fornecimentodirio de nicotina. Phillip Morris, 1972Temos que nos conscientizar de que nossa organizao antes uma indstria de droga, que uma indstria de tabaco.Rullin A Crellin Chefe do Grupo dePesquisas da British American Tobacco.11.04.1980Alguns pronunciamentos internos da indstria do tabaco, tornados pblicosnos processos dos Estados Unidos, a partir de 1994. 3. A dependncia da nicotina doena crnica com remissescontinuadas.Centers for Disease Control and Prevention. US Department of Health and Human Services.A dependncia da nicotina desordem mental de uso desubstncia psicoativa.American Psiquiatric Association.A sndrome da tabaco-dependncia constitui doena, includana classificao internacional de doenas (ICD) sob a siglaF17.2. Organizao Mundial de Sade, 1992Declaraes sobre a nicotina de instituies mdico-cientficas ergos internacionais de sade pblica. 4. EpidemiologiaNa atualidade consomem-se diariamente 200toneladas de nicotina, totalizando 73 mil toneladas por ano. H nomundo mais de 1 bilho e 200 milhes de fumantes consumidoresde nicotina. Estima-se que 2 bilhes de pessoas no-fumantesinalam nicotina por viverem expostas poluio tabgica ambiental.Mais da metade da humanidade inala nicotina diretamente quandoso fumantes e indiretamente quando convivem com fumantes. Hno mundo em torno de 1 bilho de pessoas dependentes danicotina.Organizao Mundial da Sade Organizao Panamericana de SadeU.S. Department of Health and Human Services Conveno Quadro Internacional de Controle do Uso do Tabaco 1999, 2000, 2003 5. Nicotina A nicotina uma droga de alta toxicidade.H mais de um sculo que vem sendo usada comoinseticida contra pragas da agricultura. 6. NicotinaA nicotina alcalide vegetal e sua fonte principal a plantado tabaco.A meia vida da nicotina cerca de duas horas. No ato de fumar, h picos na concentrao sangunea,os quais mesmo decrescendo depois, mantm-se elevadospor horas. 7. NicotinaDessa forma, a nicotina no intoxica o organismo de modointermitente, como pode parecer pelo modo de consumir otabaco em tragadas sucessivas, com certo espao de tempoentre elas. Ao contrrio, o tabagista se expe a uma intoxicaopermanente, pois as doses mltiplas de nicotina que inala,embora degradadas, em parte, acumulam-se de tal maneira,que a intoxicao contnua durante as 24 horas do dia. 8. Nicotina Dos 600 aditivos que a indstria emprega no tabaco, paratorn-lo mais palatvel, vrios tm a funo de liberar maisnicotina. Entre estes, o mais importante a amnia. Esta alcalina e eleva o pH da nicotina. Quanto mais altoo pH, maior a liberao da nicotina, maiores so sua difusoorgnica e penetrao pelas membranas celulares nostecidos . 9. NicotinaEm suma, a amnia constitui o melhor aditivo por liberarmais nicotina, provocando maior impacto cerebral eproduzindo o efeito denominado booster. Assim, h maior liberao de dopamina, produzindomaior estado prazeroso e euforia no tabagista que,em conseqncia, consome mais cigarros. 10. NicotinaCom o pH elevado, a nicotina retida no organismo porque mais facilmente reabsorvida pelos tbulos renais,diminuindo sua eliminao, e, com isso, elevando suaconcentrao sangunea.Com esse processo, eleva-se a nicotino-dependncia,tornando o tabagista escravo do cigarro. 11. NicotinaSo consequncias diretas da nicotina: hipertenso,aterosclerose, espessamentos da parede das artrias e suaobliterao, provocando, conforme as regies, gangrenadas extremidades (doena de Reynaud), impotncia,doenas coronrias, angina do peito, infarto do miocrdioe acidentes vasculares cerebrais. 12. NicotinaA nicotina, sendo a responsvel pela dependncia fsico-qumica, torna-se a maior propulsora da pandemia dotabagismo, por sua vez, agente causal de mortalidadeprematura.A Organizao Mundial de Sade considera o tabagismoa maior causa isolada, evitvel, de doena e de morte . 13. NicotinaA nicotina, sendo a responsvel pela dependncia fsico-qumica, torna-se a maior propulsora da pandemia dotabagismo, por sua vez, agente causal de mortalidadeprematura.A Organizao Mundial de Sade considera o tabagismoa maior causa isolada, evitvel, de doena e de morte . 14. Riscos para o fumanteCurto prazo:Baixa resistncia fsica, risco de impotncia, riscos para agravidez, exacerbao de bronquite, asma, aumento do nvelde monxido de carbono no sangue. Longo prazo:Infarto do miocrdio, acidente vascular cerebral, cncer depulmo e outros tipos (cavidade oral, laringe, faringe, bexiga,pncreas, colo do tero), doena pulmonar obstrutivacrnica (enfisema, bronquite crnica, etc.). 15. Riscos do tabagismo passivoA exposio de crianas pequenas e, especialmente,bebs fumaa do cigarro dos pais aumenta em 50% orisco deles terem infeco respiratria baixa (pneumonia,broncopneumonia, bronquite, bronquiolite) e em 60% o riscode sndrome da morte sbita infantil.Alm disso, h um risco 30% maior de cncer de pulmo e25% maior de infarto do miocrdio entre no-fumantes queconvivem com fumantes em casa e/ou no trabalho, quandocomparados com no-fumantes que no so expostos aotabagismo passivo. 16. Orientaes prticas paraabordagem do fumante pelo profissional de sade1) Entender a dependncia nicotinaA dependncia nicotina conta com trs componentesbsicos:- dependncia fsica, responsvel por sintomas dasndrome de abstinncia quando se deixa de fumar ; , 17. Orientaes prticas paraabordagem do fumante pelo profissional de sade - dependncia psicolgica, responsvel pela sensao deter no cigarro um apoio ou um mecanismo de adaptaopara lidar com sentimentos de solido, frustrao, com aspresses sociais, etc; e 18. Orientaes prticas paraabordagem do fumante pelo profissional de sade- condicionamento, representado por associaeshabituais com o fumar (fumar e tomar caf, fumar etrabalhar, fumar e dirigir, fumar e consumir bebidasalcolicas, fumar aps as refeies e outras). 19. Orientaes prticas para abordagem do fumante peloprofissional de sadeO tratamento do fumante tem como eixo fundamental aabordagem cognitivo-comportamental com a finalidadede informar o fumante sobre os riscos de fumar ebenefcios de parar de fumar, motiv-lo a deixar de fumare apoi-lo no processo de cessao de fumar fornecendoorientaes para que possa lidar com sndrome deabstinncia, com a dependncia psicolgica e oscondicionamentos associados ao hbito de fumar.Essa abordagem poder, dependendo da situao, ter ummelhor resultado quando apoiada por medicamentos quediminuem os sintomas da sndrome de abstinncia, para ospacientes que tm um alto grau de dependncia. 20. Orientaes prticas para abordagem do fumante peloprofissional de sade O grau de dependncia de nicotina do paciente pode seravaliado atravs do teste de Fagerstrm. Para cada alternativa das 6 questes do teste, existe umapontuao ao lado (o nmero entre parnteses). Aps a aplicao do teste, a soma dos pontos de cadaalternativa escolhida pelo fumante permitir a avaliao doseu grau de dependncia de nicotina. 21. TESTE DE FAGERSTRM1. Quanto tempo aps acordar voc fuma seu primeirocigarro? Dentro de 5 minutos (3) Entre 6 e 30 minutos (2) Entre 31 e 60 minutos (1) Aps 60 minutos (0)2. Voc acha difcil no fumar em lugares proibidos comoigrejas, bibliotecas, etc? Sim (1) No (0)3. Qual o cigarro do dia que traz mais satisfao? O primeiro da manh (1) Outros (0) 22. TESTE DE FAGERSTRM4. Quantos cigarros voc fuma por dia? Menos de 10 (0) De 11 a 20 (1) De 21 a 30 (2) Mais de 31 (3)5. Voc fuma mais freqentemente pela manh?Sim (1)No (0)6. Voc fuma, mesmo doente, quando precisa ficar de camaa maior parte do tempo?Sim (1)No (0) 23. TESTE DE FAGERSTRM Grau de Dependncia:0 - 2 pontos = muito baixo3 - 4 pontos = baixo5 pontos = mdio6 - 7 pontos = elevado8 - 10 pontos = muito elevado 24. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicas A seguir, resumimos algumas estratgias e informaesbsicas para apoiar o fumante que quer deixar de fumar.Consiste de 5 passos bsicos que podero ser aplicados em3 a 5 minutos de uma consulta de rotina:Perguntar, Avaliar, Aconselhar, Preparar e Acompanhar(PAAPA). 25. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicasFases motivacionais:1. Pr-contemplao no est pensando em parar defumar.2. Contemplao pensando em parar de fumar algumdia na vida.3. Preparao pensando em marcar uma data deparada, porm, ainda no tem uma data definida.4. Pronto para ao quer parar nas prximas 4semanas.5. Manuteno parou de fumar.6. Recada parou de fumar, mas recaiu. 26. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicasPASSO 1PERGUNTE E AVALIEPergunte e registre o status de tabagismo de todos os seuspacientes. Para os que fumam, avalie o grau dedependncia de nicotina, e o grau de motivao para deixarde fumar. Pergunte aos seus pacientes:1. Voc fuma? H quanto tempo?2. Quantos cigarros voc fuma por dia?3. Quanto tempo aps acordar acende o 1 cigarro?4. O que voc acha de marcar uma data para deixar defumar? Em caso de resposta afirmativa,perguntar : Quando?5. J tentou parar? (Se a resposta for afirmativa, fazer apergunta 6).6. O que aconteceu?. 27. Conhecer estratgias cognitivo- comportamentais bsicas PASSO 2ACONSELHEUma vez identificado o estgio de motivao do fumanteaconselhe o paciente de acordo com esse estgio.O fumante deve ser abordado com firmeza, porm, semagressividade ou demonstraes de preconceitos onde ofumante visto como um fraco, sem fora de vontade ou queno deixa de fumar por falta de vergonha, carter, etc. tambm importante que o profissional de sade tenha umapostura acolhedora, mostrando-se compreensivo com oproblema do paciente e disposto a apoi-lo nesse processo. 28. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicas Informe ao fumante :Riscos de curto e longo prazo,Riscos do tabagismo passivo para outras pessoas e para ofumante,Qualquer que seja o nmero de cigarros fumados, e mesmo fumar cigarros light ou de baixos teores no elimina o risco de um fumante vir a ter as doenas causadas pelo tabaco. 29. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicasINFORME QUE SEMPRE H BENEFCIOS PARA QUEMDEIXAR DE FUMAR INDEPENDENTE DA IDADEBenefcios para a sade: Aps 2 minutos a presso arterial e a pulsao voltamao normal. Aps 3 semanas a respirao se torna mais fcil e acirculao melhora. Aps 1 ano o risco de morte por infarto do miocrdio sereduz metade. Aps 20 anos o risco de contrair cncer de pulmo serigual ao das pessoas que nunca fumaram. 30. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicasBenefcios econmicos: O fumante pode ser questionado sobre o quanto gasta coma compra do cigarro e quanto ele economizar deixando defumar. Calcule o quanto ele gasta por ms ou por ano e relacione omontante final com o que ele poderia fazer ou comprar. 31. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicas Outros benefcios: Fortalecimento da auto-estima. Melhora do hlito, e do cheiro. Melhora da colorao dos dentes e a vitalidade de pele. Ter uma melhora no desempenho de atividades fsicas. Estar contribuindo para reduo dos danos ao meio ambiente:para cada 300 cigarros produzidos, uma rvore derrubada; o filtro do cigarro leva cerca de 100 anos para ser degradado. 32. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicasIdentifique os medos e barreirasSndrome de abstinnciaInforme que alguns fumantes apresentam sintomas deabstinncia como dor de cabea, tonteira, irritabilidade,alterao no sono, entre outros. Esses sintomas duram no mximo 1 a 3 semanas, e nemtodo fumante os apresenta.Medo de no conseguir ou de recairPara os pacientes que apresentam medo de no conseguirou de recair mostre que ele no estar sozinho e se coloque disposio para apoi-lo.Enfatize que a maioria dos fumantes tentam em mdia 3 a4 vezes antes de parar definitivamente. 33. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicasAmbivalncia (dividido entre parar e o elo afetivo com ocigarro que associa com momentos de prazer e apoio nostress)Reconhea o forte elo que existe entre o fumante e o cigarroe a sua dificuldade em romp-lo. Convena-o que possvel romper esse elo e buscar outrasalternativas para substituir esse papel que o cigarrorepresenta na sua vida: tcnicas de relaxamento, um hobby,atividades manuais, atividades fsicas, etc. 34. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicas Oriente a evitar situaes de risco: Evitar a convivncia com outros fumantes nas primeiras semanas. Preparar-se para dizer: no eu no fumo, obrigado. Evitar o consumo de bebidas alcolicas nas primeiras semanas sem fumar; Fazer caminhadas ou exerccios respiratrios ou de relaxamento corporal durante momentos de muita presso Mudar o foco da ateno da vontade de acender um cigarro para algo que traga prazer ao fumante.Planeje e oriente estratgias para lidar com as situaesque o estimulam a fumar. 35. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicas Passo 3 PREPAREPlaneje uma data a partir da qual no fumar maisnenhum cigarro.Fale sobre os mtodos de parada, para que ele escolhao mais conveniente. 36. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicasOs mtodos de parada so:Parada abrupta (deixa de fumar de um dia para o outro);Reduo gradual (fuma um nmero menor de cigarros acada dia, at chegar o dia em que no fumar mais nenhumcigarro);Adiamento gradual (adia a primeira hora em que fuma oprimeiro cigarro, progressiva-mente, at o dia em que nofuma mais nenhum). 37. Conhecer estratgias cognitivo-comportamentais bsicasPasso 4AcompanheNessa fase importante que ele seja apoiado e acompa-nhado. Cada retorno importante para analisar as dificuldades ereforar os ganhos. 38. Tratamento farmacolgicoExistem, no momento, algumas medicaes de eficciacomprovada em auxiliar o fumante a deixar de fumar.Esses medicamentos eficazes so divididos em duascategorias, a saber:1. nicotnicos2. no-nicotnicos 39. Tratamento farmacolgicoOs medicamentos nicotnicos, tambm chamados deTerapia de Reposio de Nicotina (TRN), se apresentam nasformas de adesivo, goma de mascar, inalador e aerossol. Asduas primeiras correspondem a formas de liberao lenta denicotina, e so, no momento, as nicas formas disponveis nomercado brasileiro. 40. Tratamento farmacolgicoAteno para recomendar aopaciente que deve-se parar de fumarao iniciar o medicamento! 41. Tratamento farmacolgicoGoma de mascar de nicotina:Contra-indicaes:Incapacidade de mascar, lcera pptica, perodo de 15dias aps episdio de infarto agudo do miocrdio.Precaues:Para gestantes ou mulheres em fase de amamentao,deve-se considerar o uso da goma de mascar, emsituaes em que o risco de continuar fumando maiordo que o da goma. 42. Tratamento farmacolgicoAdesivo de nicotina:Contra-indicaes:Doenas dermatolgicas que impeam a aplicao doadesivo, perodo de 15 dias aps episdio de infartoagudo do miocrdio, gestante e amamentao. 43. Tratamento farmacolgicoBupropiona:Contra-indicaes:Absolutas: risco de convulso, alcoolistas em fase deretirada de lcool; uso de benzodiazepnico ou outro sedativo,uso de outras formas de bupropiona (Wellbutrin), doenacrebro-vascular, tumor de sistema nervoso central, bulimia,anorexia nervosa e uso de inibidor da MAO h menos de 15dias; 44. Tratamento farmacolgico Relativas: uso de carbamazepina, uso de cimetidina, usode barbitricos, uso de fenitona, uso de antipsicticos, usode antidepressivos, uso de teofilina, uso decorticoesterides sistmicos, uso de pseudoefedrina,diabetes melittus em uso de hipoglicemiante oral ouinsulina; hipertenso no controlada.Precaues:A presso arterial deve ser monitorada como rotina empessoas que recebem a bupropiona. 45. DicasO objetivo desse trabalho conscientizar a importnciado engajamento dos profissionais de sade,em especialaos farmacuticos, no combate ao tabagismo. O Ministrio da Sade tem um programa Anti-Tabagismo, om mais aprofundadas orientaes sobretabagismo. interessante descobrir a unidade mais prxima quefaa parte do Programa anti-Tabagismo para encaminharseus pacientes para atendimento multiprofissional. 46. Fontes Abordagem e tratamento do fumante;Ministrio da Sade, 2010. Nicotina, droga universal;Dr. Jos Rosemberg e colaboradores Sites na internet 47. Fontes Abordagem e tratamento do fumante;Ministrio da Sade, 2010. Nicotina, droga universal;Dr. Jos Rosemberg e colaboradores Sites na internet 48. CompilaoAline Maria S Nascimento Farmacutica BioqumicaPs- graduada em Farmcia Abril/ 2013