Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

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Referência em ensino SUPLEMENTO ESPECIAL 26 DE OUTUBRO DE 2008 A quarta edição do Prêmio Mogi News Professor Cidadão destaca 30 projetos em que a transmissão de conteúdos anda lado a lado com o compromisso de formar cidadãos. Descubra por que esses educadores fizeram a diferença Realização: Apoio institucional:

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Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008 Parte integrante do jornal Mogi News Mogi das Cruzes, SP

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Referênciaem ensino

suplemento especial 26 de outubro de 2008suplemento especialsuplemento especialsuplemento especial

a quarta edição do prêmio mogi news professor cidadão destaca 30 projetos em que a transmissão de conteúdos anda lado a lado com o compromisso de formar cidadãos. Descubra por que esses educadores fizeram a diferença

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Apoio institucional:

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�DOMINGO26 de outubro de 2008

Pioneiro em iniciativas em todo o Alto Tietê, o Mogi News lançou em 2005 o Prêmio Professor Cidadão, com o objetivo de

reconhecer e valorizar a atuação de professores das redes de ensino municipal, estadual e particular que fazem da educação um espaço per-manente de aprendizado e cidadania. A premissa da ati-vidade, que conta com o patrocínio do Instituto General Mo-tors (GM), é premiar práticas educativas que contribuíram para despertar nos alunos o senso da responsabilidade e da cidadania.

Com temática livre, o prêmio é aberto a educadores das redes pública e particular de todo o Alto Tietê. A par-ticipação consiste na inscrição de uma experiência de ensino-apren-dizagem realiza-da em qualquer disciplina, área de conhecimento ou conteúdo do cur-rículo escolar.

O crescimento constante do in-teresse na partici-pação de diversos educadores tem garantido projeção regional à iniciativa inédita do Mogi News, que hoje se consolida no Alto Tietê como a única empresa a reconhecer e valorizar uma das mais importantes profissões da sociedade.

Sob a responsabilidade da diretora de Circulação e vice-presidente do Mogi News, Sônia Massae Amano de Moraes, a iniciativa pioneira é, a cada ano, digna de aplausos dos mais variados segmentos da sociedade.

Sônia afirma que a idéia do prêmio é mostrar aos professores que eles estão no caminho certo. “Hoje, com

a diversidade de assuntos que são dinamizados em sala de aula, não podemos despre-zar a quantidade de projetos que tem contribuído para disseminar bons exemplos nas esferas pública e privada”, diz.

Nesta quarta edi-ção, a participação de profissionais da região foi expressi-va tendo, inclusive, alcançado recorde em todas as cate-gorias, confirmando a credibilidade que o prêmio tem adqui-rido. Segundo Sônia, embora haja uma seleção criteriosa dos projetos que mais se destaca-ram, o objetivo da iniciativa é home-nagear todos os professores que, a

seu modo, contribuem para trans-formar a realidade de seus alunos.

“Pela iniciativa de inscreverem seus projetos e acreditarem em seu tra-balho, podemos afirmar que todos são vencedores”, conclui ela.

Educar para transformar

Numa sociedade cada vez mais complexa, exigente e desafiadora, qual seria o papel da escola e do professor? Paulo Freire, o mais célebre educador brasileiro, defendia como método de ensino habilitar o aluno a “ler o mundo” para poder transformá-lo. Para

ele, o professor deveria ter papel diretivo e informativo para desenvolver a criticidade nos estudantes.

Teorias à parte, os professores cidadãos 2008 mostram que estão enga-jados na proposta de transformar a realidade de seus alunos. Com projetos pedagógicos eficientes, metodologias relevantes e bom planejamento, eles reafirmam que o compromisso do educador é garantir que seus alunos aprendam.

Simples, porém sensatos e eficazes, os projetos vencedores do 4º Prêmio Mogi News 2008 Professor Cidadão mostram que a transmissão de conteúdos anda lado a lado com o compromisso de formar cidadãos críticos e partici-pativos na sociedade. São trabalhos que se diferem pela forma e conteúdo, mas que têm em comum a preocupação com a qualidade do ensino e a busca constante pelo aprimoramento.

A coerência de idéias, a consistência dos trabalhos apresentados e a abordagem de assuntos relevantes para o contexto social de suas turmas garantiram a esses profissionais a projeção que merecem. Agora, além da consciência do dever cumprido, eles ganham a oportunidade de compartilhar suas experiências com os colegas de profissão e divulgar para a sociedade iniciativas positivas que vêm sendo desenvolvidas em várias esferas do en-sino na região.

Numa era em que assuntos como a violência entre professor e aluno, falta de respeito no ambiente escolar, luta por melhores salários e condições para lecionar e tantas outras notícias negativas que muitas vezes ganham des-taque na mídia, o Mogi News teve, em 2005, a brilhante idéia de homenagear esses profissionais que não se deixam abalar pelas dificuldades.

O objetivo do prêmio, que começou em Mogi e em pouco tempo expandiu-se, repercutindo em todo o Alto Tietê, é reconhecer o trabalho desses profissio-nais que, iguais a tantos outros espalhados pelo Brasil afora, dão duro para ensinar crianças e jovens a crescerem cidadãos.

Selecionados entre mais de cem projetos inscritos de todo o Alto Tietê, os 30 vencedores do Prêmio Mogi News 2008 Professor Cidadão mostram que sabem romper barreiras em sala de aula para garantir a seus alunos uma educação eficiente e transformadora. Com vocês, os vencedores.

Por Gisleine Zarbietti

SidnEy Antonio dE MorAES Diretor-presidenteSôniA MASSAE AMAno dE MorAES Diretora-vice-presidente / CirculaçãoWilSon BEGo Diretor-comercialSAlAtiEl dE MorAES Diretor de MarketingMArcoS roBErto SEBAStião Gerente-comercialGiSlEinE ZArBiEtti EdiçãoBárBArA BArBoSA TextosMAriA SAlAS e MônicA vAlEntin Colaboração EdiMAr vEloSo Editoração

O tablóide Professor Cidadão é produzido pelo jornal Mogi NewsRua Carlos Lacerda, 21, Vila Nova CintraMogi das Cruzes Cep: 08745-200Tel. (11) 4735-8000www.moginews.com.br

EDITORIAL

compromisso consolidado

Sônia Massae Amano de Moraes é diretora de Circulação e vice-presidente do Mogi News

Hoje, com a diversidade de assuntos que são dinami-zados em sala de aula, não podemos desprezar a quan-tidade de projetos que tem contribuído para disseminar bons exemplos nas esferas públicas e privadas

BALANÇO

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Além de professora, Andrea Rodrigues Barbosa Marinho é diretora da Escola Muni-cipal Monteiro Lobato, onde

implantou um projeto amplo e eficaz. A idéia era mostrar aos alunos de 3 a 6 anos de idade, a importância de ler e escrever, mas essa acabou sendo apenas algumas das metas que se expandiram e acarretaram em resultados ainda melhores.

Ao observar que em 2007 mais de 30% dos pais não responderam as pesquisas sócio-econômicas elabora-das pela escola e que em média 34% deles não participavam de reuniões escolares, a diretora, auxiliada por sua equipe de professores, mobilizou toda a comunidade escolar a buscar respostas para essa defasagem.

Para iniciar o trabalho, que rece-beu o nome “Ler e Escrever, mais que um prazer: é cidadania”, uma assembléia com os pais e a equipe escolar foi realizada em fevereiro de 2008, quando foram traçadas metas para o ano letivo. Neste encontro, foi eleito, também, o Conselho de Escola, que visa a atrair a comunidade à instituição de ensino.

Com reuniões semanais, o conselho traçou mais duas metas: desen-volver as competências de leitura e escrita nas crianças e construir uma organização onde os alunos efetivamente aprendem. “Eles já são cidadãos e estão inseridos na

sociedade, por isso, são sujeitos de direitos e deveres que podem e devem ser amplamente estimulados”, ressalta Andrea.

A aplicação prática do projeto teve início em fevereiro, a partir de uma avaliação para verificar como os alunos viam a escola, a família e como escreviam em suas hipóteses psicogenéticas. Com alguns desenhos, eles representavam, a seu modo, a escrita da palavra.

Nos meses que se seguiram, toda a comunidade escolar estudou a cultura de vários países e cada sala foi batizada com o nome de um deles. Por meio de pesquisas e leituras, os alunos estudaram temas como alimentação, cultura, costumes, brincadeiras, músicas e outras ca-racterísticas dos países.

Entre tantas ações desenvolvidas pelo projeto ao longo do ano, a escola organizou uma “Festa das Nações”, no mês de julho. No evento, aberto à comunidade, toda pesquisa realiza-da pelos alunos ganhou significado maior quando eles puderam apreciar pratos típicos dos países estudados, além de músicas e brincadeiras.

Para a alegria de Andrea, a par-ticipação ativa da comunidade no projeto resultou em um aumento de mais de 20% da participação dos pais em reuniões escolares. Além disso, o índice de freqüência às aulas, que era de 82%, passou a ser 92%.

Mutirão a favor da leitura e da escrita

Nome: Andrea Rodrigues Barbosa Marinho Escola: EM Monteiro Lobato - Mogi Projeto: “Ler e Escrever, mais que um prazer: é cidadania”

Níveldeensino: educação infantil Áreaenvolvida: língua portuguesa Períododerealização: de fevereiro a julho de 2008

De um lado, o desejo de levar aos alunos da pré-escola da Escola Municipal Cláudia Ma-rina Nogueira noções sobre

qualidade de vida e preservação do meio ambiente. De outro, a condição privilegiada para abordar o assunto, já que a instituição de ensino está localizada em um município valorizado pela preservação da área verde.

A união destes dois fatores re-sultou no projeto “Meio Ambiente Preservado, Futuro Garantido”, no qual a professora Florência Beserra da Silva Almeida viu a oportunidade de levar para a sala de aula temas como aquecimento global, reciclagem e economia de água, além de discutir com os alunos as conseqüências de muitos hábitos ambientais. “Levantar questões relativas à natureza auxilia os alunos a assumir, de forma inde-pendente, atitudes de proteção e melhoria da qualidade de vida. Assim, histórias, dramatizações, rodas de conversas, filmes, músicas e outras atividades comuns à educação infantil ganharam um significado ainda maior no projeto”, ressalta Florência.

Com esta proposta, no Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, a escola realizou um pe-dágio inusitado nas ruas da cidade. Nele, em vez de parar os motoristas e lhes cobrar algo, os alunos para-vam os veículos e incentivavam seus condutores a preservar a natureza,

doando sacolas porta-lixo para au-tomóveis e panfletos explicativos.

“Vale ressaltar que os materiais distribuídos aos condutores foram confeccionados pelos próprios es-tudantes. As sacolas estampavam desenhos relativos ao tema e a frase ‘Cuide do nosso planeta, não jogue lixo na rua’”, explica.

Além do pedágio, outras ativida-des foram desenvolvidas e, passeios, programados. Em visita ao Núcleo de Educação Ambiental Projeto Reciclagem, as crianças foram in-centivadas a fazer a coleta seletiva de lixo e receberam instruções de como fabricar o papel reciclado. Na prática, os alunos colocaram a mão na massa, literalmente, e repetiram a atitude ao criarem esculturas de árvores, rios e planetas com o uso de massinha de modelagem.

Satisfeita com os resultados, a professora conta que atitudes simples, mas eficazes para assegurar melhores condições de vida no planeta, como apagar a luz e fechar as torneiras, tornaram-se hábitos no ambiente escolar e na casa dos alunos, con-forme o relato dos pais. Segundo ela, mais que ensinar com diversão, o projeto deu um passo importante ao estimular o exercício da cidadania.

“A função do projeto era mostrar que todo ser humano deve cuidar da natureza, nossa maior fonte de vida”, resume a professora.

Preocupação com o futuro

Nome: Florência Beserra da Silva Almeida Escola: EM Cláudia Marina Nogueira - Guararema Projeto: “Meio Ambiente Preservado, Futuro Garantido”

Níveldeensino: pré-escola Áreaenvolvida: ciências naturais Períododerealização: de junho a dezembro de 2007

2º LugarCAtEGoRiAEducaçãoInfantilRede Municipal

1º LugarCAtEGoRiAEducaçãoInfantilRede Municipal

�DOMINGO

26 de outubro de 2008

Page 4: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

Ao partir do pressuposto de que toda criança gosta de brincar com água, devido às suas propriedades, a pro-

fessora Alessandra Siqueira Corrêa desenvolveu um projeto dividido em cinco oficinas dinâmicas e reflexivas, pautadas na vivência e exploração sensorial dos alunos.

Questionadoras, as oficinas foram assim intituladas: “O que acontece quando brinco com a água?”, “O que é água para mim?”, “Como ocorre a evaporação?”, “Que barulho a água faz?” e “Para que serve a água?”. Por meio delas, a professora buscou ampliar a compreensão da criança sobre a natureza, baseando-se em uma metodologia simples. A cada oficina, os alunos eram divididos em grupos, para que pudessem explorar, de maneira intensa, todas as possibilidades do tema.

Em “O que acontece quando brinco com a água?”, os estudantes foram estimulados a brincar livremente com o elemento, que estava con-tido em recipientes de diversos tamanhos, nos quais objetos foram sendo colocados. Essa atividade possibilitou às crianças observarem que os materiais em contato com a água ficam molhados. Além disso, peneiras e funis foram utilizados na brincadeira, a fim de observar o estado líquido da água.

Na segunda oficina (“O que é água

para mim?”), os alunos conversaram entre si sobre o que é a água, os lugares onde ela está presente e para que serve. Posteriormente, registraram todo o aprendizado em desenhos e outras atividades relacionadas ao tema.

“Como ocorre a evaporação?”, terceira oficina do ciclo, abordou o fenômeno da chuva, com uso de materiais didáticos que facilitaram a compreensão do processo de evaporação. No desfecho, um filme sobre o tema foi apresentado.

Com uso de chocalhos, papel ce-lofane, CDs com sons de cachoeira, do mar, da chuva, entre outros, a quarta oficina (“Que barulho a água faz?”) teve por objetivo desenvolver a atenção e percepção dos sons da água, em diferentes situações.

Por fim, um questionário proposto para a última oficina (“Para que serve a água?”), foi respondido por meio dos registros gráficos e textuais feitos ao longo das atividades. Além de aprender sobre um dos mais preciosos bens da humanidade, os alunos ganharam em vivência. “As diversas informações recebidas, em sua maioria, processos abstratos que se tornaram vivências e explo-rações, resultaram num processo de assimilação que contribuiu para o desenvolvimento de suas poten-cialidades, ou seja, a construção do conhecimento”, avalia Alessandra.

3º LugarCAtEgOriAEducação InfantilRede Municipal

Nome: Alessandra Siqueira Corrêa Escola: EM Benedito Ferreira Lopes – CAiC - Mogi Projeto: “O que acontece quando brinco com a água?”

Nível de ensino: infantil iii Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de maio a junho de 2008

Considerada por seus alu-nos uma pessoa rigorosa, mas ao tempo que “ensina coisas legais”, a profes-

sora renata Monteiro conta que sempre se preocupou em tornar o processo de ensino-aprendizagem mais significativo, ensinando os alunos a compreenderem o mundo em que vivem.

Neste contexto, renata desenvolveu o projeto “Cientista Mirim”. A proposta era fazer com que os estudantes identificassem as semelhanças e diferenças entre diversos elementos, como água, ar e solo e, ainda, como eles se relacionam entre si e com os demais seres vivos.

Segundo a professora, com essa percepção, os alunos passariam a conhecer os diferentes tipos de poluição, bem como suas causas e conseqüências. Por fim, reconheceriam a necessidade de preservar o meio ambiente, assunto muito discutido nos dias de hoje.

Para atingir seus objetivos, re-nata iniciou, então, com sua turma da Escola Municipal Dr. Luiz Beraldo de Miranda, uma série de atividades, tanto individuais quanto em duplas, que incluía observação, pesquisas em livros, sites, revistas, redação e a re-alização prática de experimentos.

Nesta última fase, os alunos foram desafiados, por exemplo, a coletar uma folha de árvore e guardá-la em

um envelope com o endereço de sua procedência. Depois disso, era preciso passar um pedaço de papel higiênico ou guardanapo branco sobre a folha, para identificar o grau de poluição do ar. Os resultados foram os mais diversos, mostrando uma sujeira maior vinda da folha retirada em ruas movimentadas da cidade, e outra me-nor, na folha retirada do sítio da vovó.

Outro ponto destacado no projeto foi a escrita. Uma das etapas incluía o tema “Protocolo de Kyoto– Carta ao Presidente Bush”, em que os alunos, por meio de seus conhecimentos prévios e de outros adquiridos no decorrer das aulas, puderam ex-pressar, em forma de carta, o que gostariam de dizer ao atual presi-dente dos Estados Unidos, george W. Bush, por se recusar a assinar o protocolo de Kyoto.

Além disso, a turma era instruída a elaborar hipóteses e fazer registros dos fatos observados no decorrer da pesquisa, com o intuito de compreender a importância das atitudes individuais e coletivas para a preservação dos recursos do Planeta. “Ao observar o desenvolvimento e atitudes du-rante as atividades propostas e os resultados obtidos, nota-se que os resultados são predominantemente positivos, considerando as mudan-ças de atitudes dos alunos que, por vias gerais, acabam influenciando os familiares”, avalia renata.

1º LugarCAtEgOriAEnsino Fundamental - Ciclo IRede Municipal

Brincando com a ciência

Nome: renata Monteiro Escola: EM Dr. Luiz Beraldo de Miranda – Mogi Projeto: “Cientista Mirim” Nível de ensino: 3ª série do ensino fundamental

Área envolvida: meio ambiente Período de realização: 1º semestre de 2008

Entendendo os fenômenos da natureza

�DOMINGO26 de outubro de 2008

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Por acreditar que o jornal, ao instante em que estreita o relacionamento do aluno com o mundo, pode ser utilizado

em sala de aula como ferramenta de aprendizado, a professora Fátima Aparecida Jaguanharo Carvalho passou a levar para dentro de sua classe, na EMEF Padre Eustáquio, em Poá, periódicos com matérias de diversas editorias.

O objetivo era fazer com que os alunos, ao lerem os textos jorna-lísticos, pudessem interpretá-los e, acima de tudo, reconhecer ele-mentos comuns ao aprendizado do cotidiano – gramática textual, ordem alfabética, entre outros – no texto jornalístico.

“O estudo e a leitura do jornal dentro de um contexto pedagógico, em alguns casos é muito mais bem-sucedido que o simples uso do livro didático. Esse instrumento pedagógico forma um conjunto de cidadãos mais informados e participantes, o que é positivo para o ensino e condizente com a nossa proposta pedagógica”, observa Fátima.

Preocupada com o desenvolvimento integral do aluno, a professora ressalta a importância de incentivar a leitura de jornal, partindo do pressuposto de que na escola os estudantes têm uma leitura diferente da realidade vista nos jornais, por isso, considera este fato como sendo “causa do

distanciamento entre a escola e a vida social”.

O projeto desenvolvido também visa a despertar no aluno a percepção em associar o conteúdo abordado em sala de aula com os aconteci-mentos da atualidade, reportados nos jornais, além de colocá-lo em contato com uma fonte inesgotável de leitura e pesquisa.

“O hábito de ler jornais enriquece a capacidade de entendimento dos alunos, principalmente a amplia-ção do vocabulário e compreensão de textos. Também aumenta as informações do educando sobre o mundo e a comunidade onde vive”, justifica Fátima.

Após um mês levando jornais para a sala de aula, a professora passou a colher os resultados de sua iniciativa. Diante de seu objetivo inicial, a edu-cadora concluiu que o hábito de usar o jornal em sala de aula aumentou a interatividade entre seus alunos, além de ter ampliado suas fontes de consultas e, conseqüentemente, a possibilidade de produzir diversos e diferentes tipos de textos.

“Quando decidi ser professora foi com a intenção de formar cidadãos aptos a compreender a sociedade em que vivem, interagindo com o meio e sendo capazes de resolver os problemas do seu cotidiano por meio da visão ampla do mundo”, ressalta.

2º LugarCATEgOriAEnsino Fundamental - Ciclo IRede Municipal

Nome: Fátima Aparecida Jaguanharo Carvalho Escola: EMEF Padre Eustáquio - Poá Projeto: “Jornal em Sala de Aula: mais uma estratégia para o ensino-aprendizagem”

Nível de ensino: 2ª série do ensino fundamental Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: agosto de 2008

Desenvolvido pela professora Ana Maria da Silva, o proje-to “É a cidadania em ação, conquistando e realizando”

é uma iniciativa contínua, que se encontra em andamento há dois anos com algumas adaptações em seu desenrolar.

Na essência, o projeto é desen-volvido pelo grupo de Apoio Escolar (gAE), o qual ela é coordenadora. Formado por dois alunos de cada série - 1ª a 4ª do ciclo i do ensino fundamental - da Escola Municipal Professor Dermeval Arouca, o gAE teve início no ano passado e seu trabalho consiste em desenvolver atividades não apenas dentro do ambiente escolar, mas também em conjunto com a sociedade.

Entre suas atribuições recentes, podemos citar a campanha do leite em benefício a asilos, a participação efetiva em festas da escola, concur-sos em datas comemorativas, como o Dia internacional da Mulher, Dia dos Pais e das Mães e a Semana Nacional de Trânsito.

“No gAE procuramos envolver pro-fessores, alunos, pais e funcionários para construir a beleza e a alegria necessárias para o ato de aprender”, explica Ana Maria.

Para este ano de 2008, algumas modificações foram inseridas no projeto. Além de eleger novos alunos para integrar o grupo, o gAE propôs

dar ênfase à leitura, transformando os “pequenos em grandes leitores”.

Para tanto, criou-se o “Cantinho da Leitura”, no qual os alunos são incentivados a ter contato com livros, jornais e revistas, além de atividades extras, como a “Hora da Poesia” e “Hora da História informal”. Na atividade, o aluno pode contar sua história e, sobretudo, aprender sobre a vida e a obra de autores nacionais e internacionais.

Neste ano, em que se comemora o centenário de Machado de Assis, por exemplo, foi proposto aos alunos pesquisar sobre a história do escritor, o que, sem dúvida, os colocou em contato com um dos maiores ícones da literatura brasileira de todos os tempos.

Sob o lema “Seja você mais um nesse círculo da viagem ao mundo por meio da leitura”, a professora relata que os resultados, até o mo-mento, são satisfatórios, mas que o objetivo é ir além. Segundo ela, houve uma melhoria na relação individual e coletiva dos alunos, bem como a conscientização deles sobre a importância da leitura.

“É necessário que a escola dê con-dições para que os alunos criem o hábito da leitura, da participação e da cidadania. Tudo o que foi proposto nesse projeto, estamos conseguindo atingir, transformando o sonho em atitude”, avalia Ana Maria.

3º LugarCATEgOriAEnsino Fundamental - Ciclo IRede Municipal

Integração e solidariedade

Nome: Ana Maria da Silva Escola: EM Prof. Dermeval Arouca – Mogi Projeto: “É a cidadania em ação” Nível de ensino: 1ª a 4ª séries do ensino fundamental

Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de 2007 a 2008

Jornal: uma ponte entre o ensino e a realidade

�DOMINGO

26 de outubro de 2008

Page 6: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

Um professor que busca por meio de sua profissão transformar a sociedade, despertando em seus alunos uma consciência

crítica do que é ser cidadão. Este é José Cuadrado Garcia Junior, que levou para dentro da sala de aula convencional o aprendizado da Lín-gua Brasileira de Sinais (Libras), na Escola Estadual Paulo Tapajós. “O projeto surgiu pela necessidade de se trabalhar com a inclusão social, inserindo os alunos com necessidades educacionais especiais no contexto social, uma vez que é dever da es-cola exercer esse papel na vida do educando, principalmente, quando se tem alunos que necessitam da comunicação de sinais”, justifica o professor.

Com o objetivo de não apenas apresentar, mas também desenvolver a Libras por meio da arte, o projeto utilizou a pantomima – modalidade cênica que faz uso de mímicas, com expressões faciais e corporais - como método de trabalho.

O professor propôs o estudo da Libras para que questões básicas de convívio social pudessem ser aprendidas, sempre de forma lúdica. Para ele, essa seria uma forma de também se trabalhar com os alunos,

conceitos de ética e cidadania, co-meçando pelo relacionamento com os colegas de escola que necessitam dessa linguagem. “A preocupação com o cuidado do corpo foi bastan-te fundamentada e percebi que os alunos sabiam da importância deste zelo para sua própria integridade moral”, avalia.

O primeiro passo foi estudar a te-oria da Libras e a história dos surdos no Brasil. A partir daí, trabalhos com música e dança foram desenvolvidos, como forma de exercer dramatica-mente a pantomima. Para isso, três músicas em linguagem de sinais foram ensaiadas constantemente.

Outro conceito trabalhado, o alfa-beto de sinais, foi ensinado por meio de desenhos que sinalizavam os ambientes da escola, como banheiro, diretoria e secretaria. Expressões comuns do cotidiano, como “bom dia”, “boa tarde” e “tudo bem”, foram ensinadas na linguagem dos sinais.

“Os alunos, em geral, perceberam que a linguagem de sinais é uma comunicação universal, podendo ser falada por diferentes povos e culturas. Pude perceber que houve grande melhoria no relacionamento entre todos os alunos e professo-res, principalmente com um aluno especial, que hoje em dia faz uso desta linguagem para se comunicar comigo e com seus colegas”, conta ele, orgulhoso.

1º LugarCATEGOriAEnsino Fundamental – Ciclo IRede Estadual

Inclusão, a base para a cidadania

Nome: José Cuadrado Garcia Junior Escola: EE Paulo Tapajó – Mogi Projeto: “Projeto Cantando com as Mãos– Apresentação e Divulgação da Libras”

Nível de ensino: 2ª série do ensino fundamental Área envolvida: artes Período de realização: segundo bimestre de 2008

Convicta de que a leitura é a mais rica e prazerosa fer-ramenta de alfabetização, a professora Tatiane Almeida

da rocha deu início ao projeto “Ler e Criar com os Autores”, intitulado pelos próprios alunos. “Ser um bom leitor significa conhecer e entender vários gêneros textuais”, explica.

“Distingüir esses diferentes gêneros só é possível quando o processo de alfabetização está apoiado nessa diversidade de textos e não se res-tringe à leitura de poucas palavras”, acrescenta.

No primeiro momento, a professora apresentou aos alunos histórias de Ana Maria Machado e propôs a eles a leitura de “De carta em Carta”. Assim como nas leituras seguintes, essa foi dividida em antes e depois. No antes, uma explanação sobre o assunto do livro era feita; no durante, ela lia o texto com entonação, para prender a atenção dos alunos e, no depois, permitia que todos comen-tassem suas impressões sobre a história. Em todas as etapas, Tatiane disponibilizou, também, a “Biblioteca na Sala”, uma caixa com diversos livros para os alunos.

Conquistada a atenção dos estu-dantes, a professora passou para a segunda parte do projeto: a escrita. Nesse instante, levou para a sala de aula obras de Tatiana Belinky, entre elas “Mandaliques”, que incluía tam-

bém alguns limeriques – poemas de cinco versos em que os dois primeiros rimam com o último e os dois do meio rimam entre si. Para que todos pudessem compreender bem de que se tratava, a professora propôs a criação coletiva de um limerique e, posteriormente, os alunos, divididos em duplas, compuseram seus pró-prios poemas.

Na terceira e última parte do pro-jeto, foi proposto à classe conhecer a fundo o trabalho da autora ruth rocha, por meio da apreciação de algumas de suas obras, momento em que a escrita também foi desenvolvi-da. “Comecei a leitura de ‘O reizinho Mandão’ e interrompi exatamente no desfecho. A partir daí expliquei que iriam criar um final para a história que ouviram”, exemplifica.

Tatiane destaca, ainda, a importân-cia da Sala Ambiente de informática (SAi), onde os alunos puderam pes-quisar na internet a biografia dos autores e, depois, com o auxílio dos pais, responder a um questionário que formava sua própria biografia. Entre tantos resultados positivos, a professora diz que o projeto deve continuar. “A leitura tem de ser diária e é necessária para que possamos concluir o ano letivo com todos os alunos plenamente alfabetizados e, mais que isso, como leitores críticos e pensantes, o que é o maior sonho de qualquer professor alfabetizador”.

2º LugarCATEGOriAEnsino Fundamental – Ciclo IRede Estadual

Nome: Tatiane Almeida da rocha Escola: EE Professor rodolpho Mehlmann - Mogi Projeto: “Ler e Criar com os Autores” Nível de ensino: 2ª série do ensino fundamental

Área envolvida: leitura e alfabetização Período de realização: de maio a junho de 2008

Leitura e alfabetização: parceria de sucesso

�DOMINGO26 de outubro de 2008

O pROjEtO suRGIu pEla NEcEssIDaDE DE sE tRabalhaR cOM a INclusãO sOcIal Nas EscOlas

Page 7: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

Por acreditar que a educação tem papel fundamental no desenvolvimento pessoal e social do aluno, a professora

Lígia de Araújo Miranda decidiu colocar alguns valores em discussão no pro-jeto que desenvolveu com os alunos da Escola Estadual Professora Maria Isabel dos Santos Mello, em Mogi. “A educação é um dos principais meios disponíveis para promover uma for-ma mais profunda e harmoniosa de desenvolvimento humano e, assim, reduzir a desigualdade social, a dis-criminação, a ignorância, a opressão e até mesmo a guerra”, justifica.

Com este ponto de vista, no ano passado, Lígia deu início ao trabalho

“Eu tenho valor”, no qual procurou incorporar diversos modos de explo-rar valores dentro da sala de aula. Dividido em vários temas, o projeto teve uma abrangência bastante diversificada, englobando questões como paz, respeito, amor, humildade, união, responsabilidade, felicidade, cooperação, honestidade, tolerân-cia e simplicidade. Cada um desses valores foi incorporado às aulas, por meio de diversas disciplinas.

Desenvolvidos no início das aulas, os temas foram trabalhados de cinco formas: reflexão, registro, expressão

artística, leitura ou vídeo e habilidades sociais. Durante a reflexão, assuntos próprios dos alunos e da comunidade eram discutidos, valorizando a dig-nidade humana. Depois, no registro, os estudantes eram instruídos a compor textos ou desenhos que expressassem o que havia sido dis-cutido, desenvolvendo a criatividade.

“As visualizações tornaram os valores mais relevantes para os estudantes, pois encontraram um lugar dentro de si em que podem experimentar qualidades e criar idéias que lhes são próprias”, conta Lígia.

Um pouco diferente do registro, a expressão artística levou os alunos a expor os valores aprendidos em músicas, danças, pinturas, entre outras formas de arte. Na fase de leitura ou vídeo, textos relacionados ao assunto foram lidos e, a cada 15 dias, um filme sobre a temática era exibido.

Por fim, na fase das habilidades sociais, foram feitas resoluções de conflitos, apresentadas em conver-sas e assembléias, o que contribuiu, entre outros fatores, para estimu-lar a habilidade de comunicação dos alunos. “Com o andamento do trabalho, principalmente quando se manifestavam artisticamente, a resistência e a intolerância foram desaparecendo e as qualidades naturais dos alunos começaram a emergir”, aponta Lígia.

3º LugarCAtEgorIAEnsino Fundamental – Ciclo IRede Estadual

Incorporando valores na sala de aula

Nome: Lígia de Araújo Miranda Escola: EE Profª Maria Isabel Santos Mello - Mogi Projeto: “Eu tenho valor” Nível de ensino: 2ª série do ensino fundamental

Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: segundo semestre de 2007

Uma das disciplinas que os alunos mais encontram difi-culdade foi o tema do projeto proposto pela professora de

matemática Lílian Akem Ugiie, que teve por objetivo tornar os cálculos menos traumatizantes e mais pró-ximos dos estudantes. Para isso, o trabalho foi desenvolvido junto a um evento comum nas escolas: a festa junina.

A idéia surgiu durante uma reunião de professores, na qual convidar a comunidade para participar da festa e a arrecadação de prendas foram algumas das preocupações discutidas.

Para fazer do evento um sucesso, os professores sugeriram que fos-sem confeccionados, com os alunos, convites para entregar à comunidade, além de organizar uma gincana para a arrecadação de prendas, com ta-bela de pontuação e apresentações. Nesse instante, então, surgiu a idéia de associar a festa junina ao ensino de matemática.

Ao ensinar polígonos, Lílian apro-veitou para confeccionar os convites da festa com os alunos. “Preparando os convites classificamos polígonos quanto aos lados e observamos seus ângulos. também elaboramos um pequeno texto contendo data, local e horário da festa”, explica a professora.

outro momento em que a mate-

mática foi ensinada na prática, e não apenas nas páginas dos cadernos, foi durante a confecção das bandei-rinhas típicas da festa de São João.

“Ao traçar o modelo das bandeirinhas, percebemos a necessidade de medidas e a presença da simetria”, relata.

Durante a arrecadação de prendas, o projeto se desenvolveu ao serem trabalhados conceitos de propor-ção, além da pesquisa de preços das mercadorias correspondentes às prendas em diversos mercados da cidade.

“Ao pesquisar preços, os alunos descobriram que os produtos tam-bém sofrem influências das marcas. Além disso, perceberam que pode-riam obter a mesma pontuação em prendas gastando menos e, ainda, que poderiam aplicar a pes-quisa, para economizar”, detalha a professora.

No final do projeto, os alunos obtiveram resultados satisfatórios nas atividades, que correspondiam às avaliações. Mais do que isso, a matemática passou a ser vista com outros olhos e sua importância foi reconhecida.

Por meio de atividades simples, como a pesquisa de preços no mer-cado, os alunos puderam ver que os números e cálculos se aplicam nas situações mais simples do dia-a-dia, por isso, é necessário estudá-los e entendê-los.

1º LugarCAtEgorIAEnsino Fundamental Ciclo IIRede Estadual

Desmistificando a matemática

Nome: Lilian Akemi Ugiie Escola: EE Professor Cláudio Abrahão - Mogi Projeto: “Matemática x Festa Junina” Nível de ensino: 6ª série do ensino fundamental

Área envolvida: matemática Período de realização: ano letivo de 2007

�DOMINGO

26 de outubro de 2008

a EDucaçãO é uM DOs pRINcIpaIs MEIOs paRa pROMOvER O DEsENvOlvIMENtO huMaNO

Page 8: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

Quando decidiu ser professora, Márcia Higajo Koyama tinha em mente transformar seus pequenos alunos

em grandes cidadãos. Assim, decidiu trabalhar em sala de aula conceitos de prevenção e a temática escolhida para este projeto foi a gravidez na adolescência. “O objetivo era trabalhar com o grupo questões relacionadas com a maternidade e a paternidade e com a responsabilidade de suas ações”, explica.

O objetivo de Márcia, no entanto, transcendeu o esperado e, ao final do projeto, os adolescentes não só tiveram consciência das dificulda-des que uma gravidez indesejada provoca, como também passaram a valorizar mais seus pais. Por meio de depoimentos, eles expressaram seu amor e gratidão.

Para atingir esses resultados, a professora considerou que deveria fazer os alunos sentir a responsa-bilidade que é cuidar, educar e arcar com as despesas de alguém. Frágil como um bebê, o ovo foi escolhido pela professora para fazer o papel de filho.

Com isso, cada adolescente preci-sou cuidar de um “bebê-ovo” e a ele dar um nome. Como em toda criança, o “ovo” também deveria lembrar o pai ou a mãe, por isso, cada aluno personalizou seu “filho” com suas próprias características.

Passada a fase divertida, que envolveu arte e criatividade, os estudantes se depararam com o primeiro compromisso: levar o “filho” a todos os lugares que fossem pelo prazo de dez dias. Posteriormente, precisaram providenciar certidão de nascimento, álbum de fotos, car-teirinha de vacinação, atestado de óbito (caso quebrassem o ovo) e uma lista das necessidades do “bebê-ovo” (desde a chupeta ao quarto) e anotar o valor total da despesa.

Ao longo dos dez dias, foram levan-tadas discussões em cima de alguns pontos, para saber dos alunos de que forma o “bebê-ovo” interferiu na vida deles.

Por meio dos relatos, que envol-veram também os sentimentos em relação ao ovo e as dificuldades em cuidar de algo tão frágil, os alunos puderam entender como seria ter um filho na adolescência, fase em que a pessoa ainda não está preparada para assumir as responsabilidades que uma criança exige, tanto financeira quanto psicologicamente.

Os bons resultados obtidos com o projeto foram, então, comemora-dos com uma apresentação teatral exibida para os pais, os grandes homenageados do trabalho, que despertou nos alunos o reconhe-cimento da importância da figura materna e paterna para o bem-estar de cada um.

2º LugarCAtegOriAEnsino Fundamental Ciclo IIRede Estadual

Conscientização e respeito

Nome: Márcia Higajo Koyama Escola: ee Batista renzi - Suzano Projeto: “Cuidando do Ninho” Nível de ensino: 7ª série do ensino fundamental

Área envolvida: ciências Período de realização: novembro de 2007

Iniciada na conferência eco 92, a Agenda 21 é um compromisso assinado por mais de 170 países. Seu objetivo é claro: fazer com que

os países participantes incorporem em suas políticas públicas, propostas para o desenvolvimento sustentável do Planeta.

inspirada nesse modelo de conduta, a professora Lúcia Helena Paulino gonçalves levou para seus alunos a “Agenda Ambiental”, que visava a melhorar, primeiramente, a escola, depois seus arredores, despertando nos alunos a importância de se pre-servar o meio ambiente. Com isso, a professora pretendia também que cada jovem participante estendesse as ações até suas ruas, bairros e assim por diante.

“A ‘Agenda Ambiental’ é um plano de desenvolvimento e manejo ambiental que identificou os problemas e os meios para enfrentá-los, propondo ações para reduzir os impactos negativos decorrentes da ação do homem”, explica a professora.

Para dar início aos planos, uma ampla campanha de sensibilização e motivação foi feita na própria escola e visava o envolvimento de todos- alunos, funcionários e pais - nessa

dinâmica em prol da sociedade. Por meio da campanha, todos foram informados sobre a implantação da “Agenda Ambiental”, coordenada por uma comissão constituída por representantes de todos os setores da escola, desde o administrativo até a sala de aula.

Com a comissão formada, começaram os encontros, que eram realizados semanalmente. Na primeira reunião, um questionário sobre como cada um via a escola foi respondido. Com essas informações, os represen-tantes da comissão traçaram um diagnóstico do que precisava ser corrigido, melhorado e modificado dentro da escola. “Fica cada vez mais claro que o espaço escolar é um lugar privilegiado para a formação do cidadão, tendo em vista que cada um é responsável pela melhoria do processo de aprendizagem”, ressalta Lúcia.

entre muitas ações desenvolvi-das pela comissão constituinte da

“Agenda Ambiental”, destacam-se a apresentação da peça “Cada um é responsável por aquilo que é de to-dos”, a elaboração da paródia “temos que preservar”, da música “Quando a Chuva Passar”, de ivete Sangalo, e o trabalho de compostagem “Nada se perde, tudo se transforma”, que foi utilizado para a manutenção e elaboração do jardim da escola e inspirou o nome do projeto.

3º LugarCAtegOriAEnsino Fundamental Ciclo IIRede Estadual

Cuidando do que é nosso

Nome: Lúcia Helena Paulino gonçalves Escola: ee Historiador isaac grinberg - Mogi Projeto: “Nada se perde, tudo se transforma” Nível de ensino: ensino fundamental

Área envolvida: ciências Período de realização: ano letivo de 2007

�DOMINGO26 de outubro de 2008

O pROjEtO vIsa a MElhORaR, pRIMEIRa-MENtE, a EscOla, DEpOIs sEus aRREDOREs, DEspERtaNDO NOs aluNOs a IMpORtâNcIa DE sE pREsERvaR O MEIO aMbIENtE

Page 9: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

Aliar a prática da atividade física à preservação am-biental. Esta foi a proposta do projeto elaborado pela

professora Zuleide Aparecida Padija de Oliveira, que movimentou alunos, professores, além de integrantes da escola e da comunidade para a

“I Maratona Ecológica em direção à represa de Taiaçupeba”.

Amplo, o projeto envolveu outras áreas de conhecimento, o que, se-gundo a professora, é necessário para estimular a vontade de aprender do aluno. “O conhecimento de uma disciplina ajuda na compreensão e no entendimento de conteúdos diversificados com significados relevantes e habilidades abordadas por outros professores, o que torna mais fácil e prazeroso o aprendiza-do”, explica.

Assim, conhecimentos práticos e teóricos foram passados aos alunos antes da data prevista para a mara-tona durante as aulas de matemática, português, biologia, artes, história e educação física. Em matemática, por exemplo, os alunos utilizaram a fórmula da freqüência cardíaca, cuja aplicação foi útil tanto para a maratona quanto para o aprendizado das quatro operações básicas, além do estudo da porcentagem e leitura e construção de gráficos.

Não menos importante, em biologia os alunos receberam conteúdos a

respeito do coração e do pulmão, dois órgãos diretamente ligados à prática de atividades físicas. Paralelamente ao conteúdo aprendido, os estudan-tes colocavam em prática durante as aulas de educação física toda a base teórica que recebiam, o que os levou a um preparo físico consciente para a maratona, respeitando os limites de cada um.

Ao final da fase preparatória, os alunos partiram para a prática com mais aproximadamente 600 pessoas, que caminharam 5 km. até a represa de Taiaçupeba. No local, foi realizada a cerimônia de premiação dos alunos e servido um lanche, que abasteceu os participantes para mais 5 km. de volta, totalizando 10 km. de mara-tona. “A represa de Taiaçupeba foi escolhida como ponto de chegada, pois representava simbolicamente a intenção de preservar”, lembra Zuleide.

Durante toda a caminhada, os alu-nos distribuíram aos motoristas que passavam pelo percurso - a estrada Mogi-Bertioga - diversos panfletos informativos sobre a importância da preservação ambiental.

As ações que integraram o pro-jeto, embora aparentemente fos-sem simples, tiveram resultados efetivos. “O projeto trouxe para o espaço escolar uma convivência mais prazerosa, além de alunos mais motivados e interessados”, ressalta a professora.

1º LugarCATEgOrIAEnsino MédioRede Estadual

Preservação e saúde

Nome: Zuleide Aparecida Padija de Oliveira Escola: EE Professor Benedito Borges Vieira - Mogi Projeto: “Aula de Educação Física é Coisa Séria– I Maratona Ecológica”

Nível de ensino: ensino médio Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de agosto de 2006 a agosto de 2007

Quando decidiu ser pro-fessora, Adriana B. de Souza Assis já tinha em mente lecionar a língua

portuguesa, mas não da forma convencional e pouco atrativa para os estudantes. “Minha intenção era quebrar o tabu de língua chata e decorativa, mostrando aos meus alunos que o uso da língua portu-guesa pode ser divertido e criativo”, detalha. Tanto perseguiu sua meta, que hoje ela é considerada pela sua turma não apenas uma professora criativa, mas também dinâmica e determinada.

Prova disso é que em 20 de no-vembro do ano passado – quando se comemora o Dia da Consciência Negra– seus alunos apresentaram peças teatrais, músicas, jograis e obras de grande destaque da literatura portuguesa e brasileira no projeto “Sarau – Vivenciando a Literatura”. Até a apresentação, no entanto, muito trabalho foi feito no desenrolar do projeto. O primeiro passo foi reconhecer em sala de aula até que ponto os alunos ti-nham conhecimento sobre obras literárias.

Feito isso, foi solicitado aos estu-dantes que pesquisassem em livros e na Internet a vida e obra de alguns autores, para que pudessem repre-sentá-los de forma teatral. Antes de transformar o conhecimento adquirido por meio de leituras em textos teatrais, os alunos foram orientados pela professora sobre a diferença e as características dos estilos literários.

No final do projeto, os estudantes, divididos em equipes, montaram, como mencionado, diversas apre-sentações artísticas, baseadas nas pesquisas realizadas. Foram três semanas de ensaios intensos, que resultou no “Sarau Cultural”, apresentado no salão nobre da unidade escolar. Na ocasião, alunos, professores, gestores e a supervi-sora de ensino puderam presenciar de perto a emoção dos jovens que, embalados pelo som do convidado André Luiz de Melo Sousa, levaram ao palco o que antes conheciam apenas no papel.

“Todos os alunos atingiram os ob-jetivos propostos, superando com afinco as dificuldades e desenvol-vendo o projeto com originalidade e criatividade”, avalia Adriana. “Pude observar que as atividades diferen-ciadas ajudam a melhorar não só a aprendizagem, mas também a convivência dentro e fora da sala de aula”, acrescenta.

2º LugarCATEgOrIAEnsino MédioRede Estadual

Diversificando o aprendizado

Nome: Adriana B. de Souza Assis Escola: EE Professor Cláudio Abrahão - Mogi Projeto: “Sarau – Vivenciando a Literatura” Nível de ensino: 1º e 2º ano do ensino médio

Área envolvida: língua portuguesa Período de realização: outubro e novembro de 2007

�DOMINGO

26 de outubro de 2008

MINha INtENçãO ERa quEbRaR O tabu DE líNGua chata E DEcORatIva, MOs-tRaNDO aOs MEus aluNOs quE O usO Da líNGua pORtuGuEsa pODE sER DIvERtIDO E cRIatIvO

Page 10: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

10DOMINGO26 de outubro de 2008

Seriedade na organização e credibilidade no julgamento finalA avaliação dos trabalhos inscritos no Prêmio Mogi News 2008 Professor Cidadão é um dos principais quesitos que reforça a credibi-

lidade da iniciativa. Marcada pela isenção e seriedade em sua realização, todo o processo de apreciação dos trabalhos e atribuição de notas ocorreu no anonimato, sendo preservadas a identidade dos participantes e a origem dos projetos inscritos. O trabalho foi

realizado por uma comissão julgadora formada por profissionais de diversos segmentos da sociedade, com ampla trajetória profissional e experiência em avaliação de projetos. Com eficiência e autonomia, os jurados avaliaram a adequação didática de cada trabalho, a clareza, a relevância pedagógica e social do tema escolhido, a criatividade do professor, a inovação e a qualidade e durabilidade do projeto. Confira a seguir o júri da quarta edição:

AlCioNe MAriA GiANNiCo de ArAújo ViANAGraduada pela Universidade de Taubaté em Relações Públicas e pós-graduada em Comunicação Empresarial. Atualmente, é geren-te de Relações Públicas e Governamentais da General Motors do Brasil, unidade de São José dos Campos, sendo responsável pela organização de eventos e demais atividades de Responsabilidade Social da empresa.

AuClésio rANieri Diretor titular do Sesi Nadir Dias de Figueiredo, também é professor da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com pós-graduação em Ciências do Esporte e especialização em Responsabilidade Social das Empresas. Por meio da entidade, que dirige desde março de 1999, coordenada dez escolas que desenvolvem serviços sociais em campos como educação, saúde, cultura, esportes, lazer e ali-mentação, voltados para mais de 8 mil alunos e para a população das cidades de Mogi, Suzano, Poá e Ferraz de Vasconcelos.

Gedeão AlVesBacharel em Direito pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e graduado em Oratória pela Universidade Braz Cubas (UBC), com cursos de Extensão Universitária em Direito Criminal, Civil e Tributário. É escritor e poeta, com livros e coletâneas lançados, funcionário público, coordenador do Grupo de Escritores do Lions Clube de Mogi das Cruzes – Estância e presidente da Associação Mogiana Oficina dos Aprendizes (Amoa).

MAriA APAreCidA dos sANtos rodriGuesGraduada em Psicologia Clínica e em Licenciatura para Séries Inicias. Desde 1988 atua como professora do ensino fundamental para a rede pública estadual. Há mais de 14 anos trabalha na coordenação de projetos voltados à utilização do jornal em sala de aula. Atualmente, além de lecionar, divide seu tempo com a coordenação da Organização Não-Governamental (ONG) Aeviva (Associação Educacional Vila Varela), em Poá. Também atua como orientadora pedagógica dos projetos Mogi News Cidadania – Ler para saber mais e Diário do Alto Tietê – Formando o Cidadão do Futuro.

rosâNGelA MeusburGerÉ a diretora-executiva da Gaia Brasil Eventos Culturais, responsá-vel por diversas organizações de eventos e espetáculos. Membro da comissão gestora da Rede de Agentes Culturais de São Paulo. Presta assessoria e consultoria cultural para diversas empresas e órgãos públicos.

CArlos eliAs do PrAdoMestre em Comunicação de Marketing pela Universidade Metodista de São Paulo, administrador de empresas, empresário, professor universitário e executivo de Marketing em organizações como Unibanco, AACD, Holderbank e UMC.

isidoro dori bouCAult NettoGraduado em Contabilidade e Direito pela Universidade Braz Cubas (UBC) e em Educação Física pela Faculdade do Clube Náutico Mo-giano. Pós-graduado em Atividades Físicas pela Universidade de São Paulo (USP) e Metodologia do Ensino Superior e Direito Civil pela UBC. Ministra aulas na UBC e já lecionou na Faculdade do Clube Náutico Mogiano. É o atual diretor do Procon da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes.

MAriA iMACulAdA MArtiNs ishibAshiPoetisa e escritora, graduada em História e Pedagogia (Orien-tadora Educacional). Com seus inúmeros trabalhos em prosa e verso, recebeu várias premiações e algumas de suas obras foram indicadas para o Diretório Mundial de Poesia da Unesco. É membro-titular de Academias Literárias, entre elas a “Academia Paulistana de História”, cadeira nº7, que tem como patrono o marechal João Mariano da Silva Rondon.

siMoNe de souzA AlMeidAFormada em Psicologia, com especialização em Psicanálise pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) e Escola Brasileira de Psica-nálise. Atua na área social há mais de 12 anos e, também, na área da saúde e do trabalho. Atualmente, é supervisora do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), unidade Mogi das Cruzes, que tem como objetivo recrutar, qualificar e encaminhar estudantes ao mercado de trabalho por meio de programas de estágio e Programa Adolescente Aprendiz.

CArlos ortuNho serrAGraduado em Pedagogia e pós-graduado em Administração e Supervisão Escolar, já atuou, além do Senai, como mestre da Faculdade de Engenharia Industrial (Fei). É o atual diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), unidade de Mogi das Cruzes e um dos diretores do Hospital Pró-Visão, entidade que cuida de cegos e pessoas com baixa visão, de São José dos Campos.

josé luiz Freire de AlMeidAFormado em Engenharia Civil, Pedagogia e Ciências Biológicas pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Já atuou no DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), em Salesópolis. No magistério, foi professor, assistente de diretor, diretor de escola, supervisor de Ensino e dirigente regional de Ensino. Atualmente, ocupa o cargo de secretário de Cidadania e Ação Social na Pre-feitura de Mogi das Cruzes.

MAriA rosA Mieko tAkeuChi AuGustoGraduada em Educação Artística e Pedagogia. Há mais de doze anos trabalha em projetos que focam a utilização do jornal como ferramenta pedagógica em sala de aula. Atualmente, é diretora de escola e atua como orientadora pedagógica dos projetos Mogi News Cidadania – Ler para saber mais e Diário do Alto Tietê – Formando o Cidadão do Futuro.

suAMi de PAulA AzeVedoMestre em Lingüística pela Universidade de Paris - Soborne -, em Semiótica, Tecnologias da Informação e Educação pela Universi-dade Braz Cubas (UBC) e graduado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e também em Direito pela UBC. É pesquisador, poeta, escritor e diretor de escola.

elisAbete jACques urizzi GArCiAFormada em Língua Portuguesa e pós-graduada em Didática do Magistério Superior e Lingüística Aplicada ao Ensino de Português. É escritora de livros didáticos e atualmente leciona na Universi-dade Braz Cubas (UBC).

MArGAridA ÁureA Coelho bArbosAGraduada em Letras e Pedagogia pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com especialização em Turismo pela ABL Associa-dos. Professora aposentada, atuou por 30 anos na rede pública de ensino e por dez anos como guia de turismo profissional. Há mais de dez anos trabalha na coordenação de projetos voltados à utilização do jornal em sala de aula. Atualmente, é orientadora pedagógica dos projetos Mogi News Cidadania – Ler para saber mais e Diário do Alto Tietê – Formando o cidadão do futuro.

MiltoN sobrosAGraduado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), já trabalhou em diversas indústrias de grande porte. Atualmente, é sócio-diretor da Petrom (Petroquímica Mogi das Cruzes S/A) e diretor-regional do sistema Fiesp/Ciesp Alto Tietê.

tAtiANA PlAtzer do AMArAlDoutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Formada em Psicologia e Ciência Escolar, é gestora e docente do curso de Pedagogia da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e também pesquisadora do Núcleo de Ciências Sociais da UMC.

COMISSÃO JULGADORA

Page 11: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

11DOMINGO

26 de outubro de 2008

Seriedade na organização e credibilidade no julgamento finalA avaliação dos trabalhos inscritos no Prêmio Mogi News 2008 Professor Cidadão é um dos principais quesitos que reforça a credibi-

lidade da iniciativa. Marcada pela isenção e seriedade em sua realização, todo o processo de apreciação dos trabalhos e atribuição de notas ocorreu no anonimato, sendo preservadas a identidade dos participantes e a origem dos projetos inscritos. O trabalho foi

realizado por uma comissão julgadora formada por profissionais de diversos segmentos da sociedade, com ampla trajetória profissional e experiência em avaliação de projetos. Com eficiência e autonomia, os jurados avaliaram a adequação didática de cada trabalho, a clareza, a relevância pedagógica e social do tema escolhido, a criatividade do professor, a inovação e a qualidade e durabilidade do projeto. Confira a seguir o júri da quarta edição:

AuClésio RANieRi Diretor titular do Sesi Nadir Dias de Figueiredo, também é professor da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com pós-graduação em Ciências do Esporte e especialização em Responsabilidade Social das Empresas. Por meio da entidade, que dirige desde março de 1999, coordenada dez escolas que desenvolvem serviços sociais em campos como educação, saúde, cultura, esportes, lazer e ali-mentação, voltados para mais de 8 mil alunos e para a população das cidades de Mogi, Suzano, Poá e Ferraz de Vasconcelos.

Gedeão AlvesBacharel em Direito pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e graduado em Oratória pela Universidade Braz Cubas (UBC), com cursos de Extensão Universitária em Direito Criminal, Civil e Tributário. É escritor e poeta, com livros e coletâneas lançados, funcionário público, coordenador do Grupo de Escritores do Lions Clube de Mogi das Cruzes – Estância e presidente da Associação Mogiana Oficina dos Aprendizes (Amoa).

MARiA APAReCidA dos sANtos RodRiGuesGraduada em Psicologia Clínica e em Licenciatura para Séries Inicias. Desde 1988 atua como professora do ensino fundamental para a rede pública estadual. Há mais de 14 anos trabalha na coordenação de projetos voltados à utilização do jornal em sala de aula. Atualmente, além de lecionar, divide seu tempo com a coordenação da Organização Não-Governamental (ONG) Aeviva (Associação Educacional Vila Varela), em Poá. Também atua como orientadora pedagógica dos projetos Mogi News Cidadania – Ler para saber mais e Diário do Alto Tietê – Formando o Cidadão do Futuro.

RosâNGelA MeusbuRGeRÉ a diretora-executiva da Gaia Brasil Eventos Culturais, responsá-vel por diversas organizações de eventos e espetáculos. Membro da comissão gestora da Rede de Agentes Culturais de São Paulo. Presta assessoria e consultoria cultural para diversas empresas e órgãos públicos.

NyssiA FReitAs MeiRAEscritora, com 26 obras publicadas. Mestra em Língua Portugue-sa, deu aulas de latim, francês e literatura hispano-americana. Graduada em Língua e Literatura Francesa pela Universidade de Nancy, na França. Orienta teses de mestrado, doutorado e colabora semanalmente com o Mogi News, onde escreve as co-lunas “Gramaticando”, no caderno de Variedades, e “De Olho na Gramática”, no Newsinho.

CARlos eliAs do PRAdoMestre em Comunicação de Marketing pela Universidade Metodista de São Paulo, administrador de empresas, empresário, professor universitário e executivo de Marketing em organizações como Unibanco, AACD, Holderbank e UMC.

isidoRo doRi bouCAult NettoGraduado em Contabilidade e Direito pela Universidade Braz Cubas (UBC) e em Educação Física pela Faculdade do Clube Náutico Mo-giano. Pós-graduado em Atividades Físicas pela Universidade de São Paulo (USP) e Metodologia do Ensino Superior e Direito Civil pela UBC. Ministra aulas na UBC e já lecionou na Faculdade do Clube Náutico Mogiano. É o atual diretor do Procon da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes.

MARiA iMACulAdA MARtiNs ishibAshiPoetisa e escritora, graduada em História e Pedagogia (Orien-tadora Educacional). Com seus inúmeros trabalhos em prosa e verso, recebeu várias premiações e algumas de suas obras foram indicadas para o Diretório Mundial de Poesia da Unesco. É membro-titular de Academias Literárias, entre elas a “Academia Paulistana de História”, cadeira nº7, que tem como patrono o marechal João Mariano da Silva Rondon.

siMoNe de souzA AlMeidAFormada em Psicologia, com especialização em Psicanálise pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) e Escola Brasileira de Psica-nálise. Atua na área social há mais de 12 anos e, também, na área da saúde e do trabalho. Atualmente, é supervisora do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), unidade Mogi das Cruzes, que tem como objetivo recrutar, qualificar e encaminhar estudantes ao mercado de trabalho por meio de programas de estágio e Programa Adolescente Aprendiz.

CARlos oRtuNho seRRAGraduado em Pedagogia e pós-graduado em Administração e Supervisão Escolar, já atuou, além do Senai, como mestre da Faculdade de Engenharia Industrial (Fei). É o atual diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), unidade de Mogi das Cruzes e um dos diretores do Hospital Pró-Visão, entidade que cuida de cegos e pessoas com baixa visão, de São José dos Campos.

José luiz FReiRe de AlMeidAFormado em Engenharia Civil, Pedagogia e Ciências Biológicas pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Já atuou no DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), em Salesópolis. No magistério, foi professor, assistente de diretor, diretor de escola, supervisor de Ensino e dirigente regional de Ensino. Atualmente, ocupa o cargo de secretário de Cidadania e Ação Social na Pre-feitura de Mogi das Cruzes.

MARiA RosA Mieko tAkeuChi AuGustoGraduada em Educação Artística e Pedagogia. Há mais de doze anos trabalha em projetos que focam a utilização do jornal como ferramenta pedagógica em sala de aula. Atualmente, é diretora de escola e atua como orientadora pedagógica dos projetos Mogi News Cidadania – Ler para saber mais e Diário do Alto Tietê – Formando o Cidadão do Futuro.

suAMi de PAulA AzevedoMestre em Lingüística pela Universidade de Paris - Soborne -, em Semiótica, Tecnologias da Informação e Educação pela Universi-dade Braz Cubas (UBC) e graduado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e também em Direito pela UBC. É pesquisador, poeta, escritor e diretor de escola.

elisAbete JACques uRizzi GARCiAFormada em Língua Portuguesa e pós-graduada em Didática do Magistério Superior e Lingüística Aplicada ao Ensino de Português. É escritora de livros didáticos e atualmente leciona na Universi-dade Braz Cubas (UBC).

MARGARidA ÁuReA Coelho bARbosAGraduada em Letras e Pedagogia pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com especialização em Turismo pela ABL Associa-dos. Professora aposentada, atuou por 30 anos na rede pública de ensino e por dez anos como guia de turismo profissional. Há mais de dez anos trabalha na coordenação de projetos voltados à utilização do jornal em sala de aula. Atualmente, é orientadora pedagógica dos projetos Mogi News Cidadania – Ler para saber mais e Diário do Alto Tietê – Formando o cidadão do futuro.

MiltoN sobRosAGraduado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), já trabalhou em diversas indústrias de grande porte. Atualmente, é sócio-diretor da Petrom (Petroquímica Mogi das Cruzes S/A) e diretor-regional do sistema Fiesp/Ciesp Alto Tietê.

tAtiANA PlAtzeR do AMARAlDoutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Formada em Psicologia e Ciência Escolar, é gestora e docente do curso de Pedagogia da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e também pesquisadora do Núcleo de Ciências Sociais da UMC.

COMISSÃO JULGADORA

Page 12: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

Com o intuito de incentivar a permanência e o vigor da arte circense e estimular o contato das crianças com

esse tipo de manifestação artística, a professora Tacila Juliana Ribeiro de Alvarenga decidiu levar o picadeiro para bem próximo de seus alunos. “O circo é uma das manifestações que mais representa a cultura popular e, por isso, deve ser eternamente lembrado e valorizado”, justifica.

Outro aspecto que ela levou em conta no momento de escolher o tema do projeto foi a possibilidade de ampliar o trabalho para o âmbito familiar, uma vez que o circo é uma tradição passada por gerações. “Foi buscando valorizar o espaço escolar como transmissor de cultura entre gerações, bem como a transmissão cultural entre pais e filhos que ela-boramos esse trabalho”, destaca Tacila que, diferentemente do que se podia esperar, transformou os pais em personagens e os filhos em espectadores.

Apesar da inversão de papéis, os alunos também trabalharam bastante em cima do tema. O primeiro passo foi fazer uma lista intitulada “O que tem no circo?”. Com as respostas em mãos, um circo foi criado na sala e teve,

inclusive, ingressos confeccionados em uma aula de informática.

Para o espetáculo circense, os pais acataram a idéia da professora e eles próprios preparam uma apre-sentação para as crianças. Após a encenação, os alunos registraram, individualmente, os fatos mais inte-ressantes observados no número dos pais. Já como atividade extra classe, as crianças pesquisaram com suas famílias dicas de circos em Mogi das Cruzes e região.

Provando que o universo circen-se é ainda maior do que os alunos pensavam, a professora incentivou o contato com músicas de Toquinho e Vinicius de Moraes, que remetem ao tema. Além disso, atividades físicas para lembrar momentos dos malaba-ristas, trapezistas, palhaços, mulher elástico e outros personagens foram trabalhadas. Na língua portuguesa, o circo também teve vez, com a leitura de poesias relacionadas ao tema.

Muitas outras atividades, ainda, foram trabalhadas, somando dezenas, todas referentes ao mundo de cores e fantasias. Para fechar o ciclo, foi organizado o debate “Será que os animais gostam de trabalhar no cir-co?”. Para Tacila, que quando decidiu ser professora buscava “contribuir para a formação de cidadãos mais críticos, participativos e atuantes na sociedade em que vivem”, o resultado não poderia ter sido melhor.

1º LugarCATegORiAEducação InfantilRede Particular

Brincando no picadeiro

Nome: Tacila Juliana Ribeiro de Alvarenga Escola: Pueri Domus - Aruã (Mogi das Cruzes) Projeto: “O Circo de Ontem e o Circo de Hoje” Nível de ensino: educação infantil

Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de maio a agosto de 2008

Durante uma conversa des-contraída com um grupo de alunos, o professor Walter Rodrigues de Aguiar notou

que entre os assuntos mais dis-cutidos estavam novelas, futebol e orkut. intrigado, perguntou aos estudantes sobre poesias e eles demonstraram conhecer pouco sobre o assunto, menos ainda sobre grandes autores.

Diante do episódio, Walter pensou que estimular nos alunos a prática da escrita seria uma estratégia para ampliar o repertório cultural deles, principalmente sobre literatura. “A elaboração de poesias na escola é um meio de liberdade para o exer-cício de literatura, incentivando os alunos a produzirem poemas. Com essa atitude, eles passarão a obser-var os livros de poemas com outros olhos e a dar mais importância para a leitura”, justifica. “O objetivo não é buscar exímios poetas, mas con-tribuir para a melhoria da escrita e interesse pela leitura”, acrescenta.

Divididas em cinco etapas, a me-todologia aplicada teve início com a formação de equipes. Nesta fase, os alunos se dividiram em grupos de no máximo quatro pessoas. Cada equipe se responsabilizou por levar livros de poesia para a sala de aula, além dos exemplares obtidos na biblioteca da escola.

Na segunda etapa, o professor

selecionou alguns dos livros apre-sentados, entre eles de autores conhecidos, como Carlos Drummont de Andrade, Manoel Bandeira e Mário Quintana, e pediu que neles cada aluno encontrasse um poema com o qual se identificasse. Posterior-mente, na terceira fase, os poemas escolhidos foram lidos pelos alunos diante da sala.

Por fim, a fase mais complexa do projeto incluía a interpretação do texto escolhido e, posteriormente, a elaboração de uma poesia. Para tanto, o professor explicou as ca-racterísticas deste gênero literário, como rimas, versos e estrofes, o que auxiliou os alunos na elaboração dos textos, expostos no “Mural de Poesias” e no “Varal de Poesias”.

Para que o poema criado não ficasse na gaveta ou guardado no caderno, o professor propôs ainda a criação de uma coletânea dos poemas dos alunos. No entanto, mais do que qual-quer resultado palpável, o professor destaca a atitude dos alunos diante da iniciativa. “eles ficam motivados quando percebem que seus poemas serão lidos e conhecidos por outras pessoas. O desenvolvimento do projeto é trabalhoso. Há etapas cansativas e manter o interesse dos alunos por poesias na era da informática não é fácil. entretanto, o resultado é compensador e aí então se pode dizer ‘missão cumprida’”.

3º LugarCATegORiAEnsino MédioRede Estadual

Reforço cultural

Nome: Walter Rodrigues de Aguiar Escola: ee ilson gomes - Mogi Projeto: “Poetas na escola” Nível de ensino: ensino médio

Área envolvida: língua portuguesa Período de realização: 1º semestre de 2008

12DOMINGO26 de outubro de 2008

O tRabalhO fOI ElabORaDO PaRa valORIzaR O EsPaçO EscOlaR cOMO tRaNsMIssOR DE cultuRa

Page 13: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

Um mergulho nas questões ambientais que envolvem os mares e oceanos foi a estratégia encontrada pela

professora Loreany Moreira Gomes de Lima para despertar nos alunos, de 4 a 11 anos, a importância de se preservar a água, o maior patrimônio da humanidade. Dividido em três etapas, o trabalho “Mares e Ocea-nos– Conscientização e Educação Ambiental” foi constituído por atividade teórica, prática e pesquisa de campo.

Por acreditar que, se adquirida desde cedo, a consciência ambiental resulta em um convívio sadio e feliz e, conseqüentemente, num futuro melhor, Loreany procurou, no pro-jeto, aliar conceitos de cidadania, participação social e política às características dos mares e seus habitantes. Tudo, sem perder de vista o objetivo central de remeter nos alunos a preocupação com a preservação do meio ambiental.

Iniciado pela parte teórica, o pro-jeto promoveu, a cada 15 dias, nas dependências do Colégio Interativo, em Mogi, aulas de 50 minutos direcio-nadas a grupos divididos por idades. Baseado em pesquisas realizadas com mergulhadores, ambientalistas e con-sultores, o material didático utilizado abrangia 12 temas, como animais marinhos, o mar, a poluição e suas conseqüências, além da importância da preservação das águas, entre outros.

Com a parte teórica encerrada, chegou a hora de partir para a prá-tica. Nesta etapa, foram realizadas cinco aulas em piscina coberta e aquecida, sempre acompanhadas de um profissional de educação física e um mergulhador. Com o objetivo de se adaptarem ao meio aquático, os estudantes receberam treinamento para snorkeling – um tipo de mergu-lho livre em que a pessoa observa da superfície tudo o que acontece no fundo do mar.

Já na etapa final, a proposta era fazer uma pesquisa de campo, em que as crianças puderam observar de perto o ambiente estudado. Para isso, os alunos fizeram uma visita monitorada ao Projeto Tamar e ao Aquário de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Acrescenta-se a isso um mergulho livre, em Bertioga. “Os artefatos físicos, por serem mais fa-cilmente observados e incorporados pelos alunos, são os mais utilizados para a disseminação de uma cultura voltada para a preservação ecológica”, justifica Loreany.

Ao final das três etapas, ela afirma que o resultado superou suas expec-tativas. “Como educadora responsável pelo projeto obtive um aprendizado único para a minha profissão. Pude perceber que os alunos podem mudar para melhor a situação do Planeta. É só mostrarmos a eles as ferramentas necessárias”, finaliza.

2º LugarCATEGOrIAEducação InfantilRede Particular

Um mergulho nos mares e oceanos

Nome: Loreany Moreira Gomes de Lima Escola: Colégio Interativo - Mogi Projeto: “Mares e Oceanos – Conscientização e Educação Ambiental”

Nível de ensino: educação infantil Área envolvida: meio ambiente Período de realização: de março a setembro de 2008

Sempre em busca de novos conhecimentos e metodologias de ensino, a professora Priscila Siqueira Said conseguiu sur-

preender mais uma vez seus alunos da pré-escola, que a consideram uma “caixinha de surpresa”. Isso porque, ao iniciar o projeto “Sacola do Saber” ela levou para dentro da sala de aula um mascote, que deu início ao bem-sucedido processo de integração escolar.

A idéia era transformar a adapta-ção ao colégio mais divertida e, para isso, um dinossauro de brinquedo foi eleito o mascote da turma, que assim como todos precisava de um nome. Durante a escolha, os alunos e a professora puderam se conhecer melhor. “Esse momento contribuiu para o relacionamento dos novos amigos e da nova professora, ame-nizando as angústias, a ansiedade e a saudade, sentimentos comuns nos primeiros dias de aula”, conta a professora.

Considerado como mais um amigo em sala de aula, o mascote passou a visitar a casa de cada aluno nos finais de semana, mas não ia sozinho. Além dele, a sacola do saber percorreu a

casa dos estudantes. Nela, sempre havia um livro de temática relacio-nada à prática da boa convivência.

“O material é para que a leitura seja feita em casa, com os pais, para que haja a integração entre aluno, família e escola”, explica Priscila.

Ainda em busca da integração dos alunos, a professora propôs durante o projeto que cada estudante dividis-se em uma roda de conversa o que aprendeu com o livro que levou para casa. Desenhos, frases e palavras-chave sobre a leitura também eram registrados pelos alunos.

A professora, no entanto, não se preocupou apenas com a integração, mas também com a mensagem a ser transmitida por meio da sacola do saber. Para isso, procurou variar os tipos de texto e disponibilizou receitas, bulas de remédios, textos informativos, curiosidades, entre outros que eram usados em sala de aula para promover atividades tanto práticas quanto teóricas. “Em minhas aulas tento ensinar os valores que realmente farão parte de toda a vida dos meus alunos”, justifica.

Sobre seu objetivo inicial, Priscila comenta que os alunos apresenta-ram uma interação com a unidade escolar e a família. “A iniciação de uma leitura prazerosa ajuda a despertar o interesse para a alfabetização, envolvendo os pais nessa fase im-portante de vida escolar”, avalia.

3º LugarCATEGOrIAEducação InfantilRede Particular

Integração e cultura

Nome: Priscila Siqueira Said Escola: Colégio Gutenberg - Mogi Projeto: “Sacola do Saber” Nível de ensino: pré-escola

Área envolvida: leitura Período de realização: primeiro semestre de 2008

13DOMINGO

26 de outubro de 2008

MOMeNtO cONtRIbuIu PaRa O RelacIO-NaMeNtO DOs NOvOs aMIGOs e Da NOva PROfessORa, aMeNIzaNDO as aNGústIas, a aNsIeDaDe e OutROs seNtIMeNtOs cOMuNs NOs PRIMeIROs DIas De aula

Page 14: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

Ao perceber que muitos de seus alunos passavam horas do dia em frente à televisão ou a jogos de computado-

res, que muitas vezes apresentam conteúdos violentos, a professora Luciana Garcia de Lima concluiu que precisava fazer algo para reverter essa situação. Afinal, a exposição a conteúdos cheios de mensagens negativas refletia no desempenho dos alunos, que mal conseguiam prestar atenção nas aulas, além de conversarem muito e ficarem irritados facilmente. “Diante do alto índice de estresse que as pessoas vêm enfrentando no diariamente, surge cada vez mais a necessidade do resgatar a essência de cada um”, aponta.

Assim, a solução encontrada pela professora foi incluir “aulas anti-stress” na grade curricular, que passaram a ser realizadas semanalmente fora da sala de aula, em espaços distintos da escola. Durante o período em que estavam reunidos nas atividades, os estudantes aprenderam diversas técnicas, entre massagens, exercícios de respiração, meditação, de percep-ção dos cinco sentidos, entre outros.

Assim como nas disciplinas con-vencionais, esta também tinha por objetivo ir além da escola e se tornar um aprendizado para a vida. “A idéia é dar aos alunos instrumentos para que, sozinhos, consigam se tranqüi-

lizar diante de inúmeras situações cotidianas”, diz Luciana. Entre outras metas, o projeto tinha o objetivo proporcionar alívio interior, bem-estar e serenidade para os alunos, além de aumentar a capacidade de assimilação de conteúdos, por meio de maior concentração, estímulo da criatividade, entre outros fatores.

A metodologia utilizada nas aulas ia de atividades de autoconhecimento à expressão corporal, com técnicas de ioga, alongamento, posturas e ginástica natural. Esta última, por exemplo, propôs aos alunos imitarem animais em diversas posturas, visando o trabalho da concentração, força e equilíbrio que, por sua vez, servem para melhorar a autoconfiança do aluno.

A professora conta que as ativida-des realizadas fora da sala de aula agitaram ainda mais os alunos, que não estavam acostumados ao novo ambiente. No entanto, aos poucos eles foram tomando conhecimento da prática e aprendendo a relaxar sozinhos, no momento em que sen-tiam necessidade.

“As crianças passaram a se concen-trar mais nas aulas e as dificuldades foram diminuindo. Muitos professores, inclusive, já sentem quando essas atividades são necessárias. Alguns pais comentam que os filhos chegam a casa menos ansiosos e tentam ajudar quando os adultos estão estressados”, diz, satisfeita.

1º LugarCAtEGoriAEnsino Fundamental Ciclo IRede Particular

Alternativa para o ensino

Nome: Luciana Garcia de Lima Escola: Colégio interativo - Mogi Projeto: “Aulas Anti-Stress” Nível de ensino: ciclo i do ensino fundamental

Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: ano letivo de 2007

Utilizando como pano de fundo as eleição das “Sete Maravilhas do Mundo”, realizada no ano passado, a professora roseli

da Conceição Andrés rodrigues su-geriu aos seus alunos da 2ª série do Colégio São Marcos que elegessem as maravilhas de Mogi das Cruzes.

Com o objetivo de fazê-los co-nhecer melhor o local onde vivem, o trabalho envolveu um estudo prévio de pontos turísticos, monumentos históricos, lendas, pratos e festas tradicionais da cidade. “Por meio deste trabalho, pudemos valorizar e homenagear nossa cidade, que tem grande importância na econo-mia do Estado, principalmente, na agricultura”, justifica roseli.

A professora conta que, a princípio, a idéia era eleger as cinco maravi-lhas de Mogi, mas no decorrer da pesquisa foram surgindo materiais interessantes e os alunos tiveram direito a escolher mais duas mara-vilhas, totalizando sete.

realizado de forma interdisciplinar, o trabalho iniciou com o estudo do rio tietê - que passa pela cidade- envolvendo, assim, a disciplina de geografia. Ao estudar as lendas

mogianas, um pouco de folclore foi ensinado e, assim por diante, o projeto foi ganhando corpo e os alunos, conteúdo.

Cada um dos 25 estudantes ficou encarregado de investigar um ponto diferente da cidade. A pesquisa deve-ria ser detalhada, pois seria exposta e ajudaria no momento da votação, que envolveu toda a escola. “os alu-nos fizeram parte de um processo muito importante de pesquisar um assunto e, a partir disso, mobilizar os colegas de outras turmas para participar da eleição, distribuindo, recolhendo e apurando os votos”, conta roseli.

Após a contagem dos votos, fo-ram eleitas as sete maravilhas de Mogi das Cruzes em que o Parque Centenário, o rio itatinga, a Pedra Grande, a barragem do rio Biritiba, o torii, o monumento ao Bandeirante e a ilha Marabá, agora ocupam lugar de destaque na escola.

Segundo a professora, mais que reconhecer o potencial turístico da cidade, o projeto valorizou o trabalho em equipe dos alunos, que se intei-raram com a proposta durante todo o processo de pesquisa e eleição.

“todos os alunos se envolveram no trabalho, do início até a constatação das sete maravilhas da cidade, o que nos fez ver que nossa terra é mesmo maravilhosa”, reconhece a professora.

2º LugarCAtEGoriAEnsino Fundamental Ciclo IRede Particular

Mogi, terra das mil maravilhas

Nome: roseli da Conceição Andrés rodrigues Escola: Colégio São Marcos - Mogi Projeto: “Mogi: Cidade Maravilhosa, das Cruzes: Cheias de Encanto Mil!”

Nível de ensino: 2ª série do ensino fundamental Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de agosto a setembro de 2008

14DOMINGO26 de outubro de 2008

POR MeIO Deste tRabalhO, PuDeMOs valORIzaR e hOMeNaGeaR NOssa cIDa-De, que teM GRaNDe IMPORtâNcIa Na ecONOMIa DO estaDO, PRINcIPalMeNte, Na aGRIcultuRa

Page 15: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

Ao ser questionada sobre o porquê de ter escolhido o magistério, Andréia Baia Rossi é categórica: “Gosto do

que faço”. Talvez esse seja um dos motivos que levaram os seus alunos a considerarem-na uma pessoa divertida e descontraída. E foi com essa mesma descontração que ela procurou despertar nos pequenos o gosto pela leitura. “Acredito que formando pequenos leitores estou preparando grandes cidadãos no futuro”, justifica.

A idéia do projeto era incentivar não só a leitura, mas também a escrita e alertar os estudantes sobre valores pessoais, muitas vezes presente nos enredos dos livros. Para isso, o ponto de partida foi a leitura de “O amigo do Rei”, de Ruth Rocha, que aborda questões sobre amizade e afeto en-tre um garoto negro e outro branco, com base na história da escravidão e do trabalho infantil.

A professora conta que o projeto foi além do esperado e os alunos foram em busca da biografia da autora, o que os estimulou ainda mais a ler outras obras de Ruth Rocha, principalmente. A atividade seguiu com uma discussão dos fatos abordados na obra. Numa outra etapa, os alunos tiveram de transformar o fictício em realidade, expondo em sala de aula um pouco da história do livro. Com papel la-

minado, uma cortina de argolas foi feita e colocada logo na entrada da classe, representando as correntes utilizadas pelos escravos. Os alunos, ainda, produziram cartazes.

Entre outras atividades, uma casa de madeira com palha foi cons-truída em um dos cantos da sala para representar o quilombo. Para caracterizar os negros refugiados, a professora confeccionou com os alunos um boneco de meia fina e jornal amassado, que seriam colo-cados dentro do quilombo. Nesse instante, pais e familiares puderam se integrar ao projeto, já que coube a eles costurar as roupas. “Os bonecos voltaram maravilhosos. As mães e as avós confeccionaram roupas lindas”, admira-se. No relato dos alunos foi possível perceber que eles tiveram de pesquisar sobre as vestimentas da época, o que contribuiu para que as peças traduzissem o momento.

Com a classe toda decorada, inclu-sive com frases dos alunos sobre as leituras montadas em um painel, foi montado um circuito de leitura para ser apresentado aos pais, amigos e familiares. Os convidados, além de apreciar a exposição, puderam ouvir dos alunos explicações sobre a história que leram. “Além do prazer pela leitura os alunos puderam criar um cenário com todo o trajeto da história e, assim, comparar ações do passado com as de hoje”, avalia.

3º LugarCATEGORiAEnsino Fundamental Ciclo IRede Particular

Leitura: uma ponte para a cidadania

Nome: Andréia Baia Rossi Escola: Colégio Mello Dante - Mogi Projeto: Circuito Cultural de Leitura Nível de ensino: 1ª série do ensino fundamental

Área envolvida: língua portuguesa e arte Período de realização: de agosto a outubro de 2008

Professor de biologia, Luiz Gui-lherme Martins procura em suas aulas passar não ape-nas conceitos relacionados à

disciplina que leciona, mas também transmitir aos alunos valores éticos e de cidadania. Com este propósito desenvolveu o projeto “Caça ao Te-souro”, realizado em um sítio, onde o trabalho em grupo e o contato com a natureza deram à atividade o tom que ele esperava. “O trabalho desenvolvido teve como objetivo a interação em equipe entre os alunos, assim como o respeito aos colegas e o teste dos conhecimentos teóricos de biologia”, diz o professor.

Elaborado a partir de uma brin-cadeira, aparentemente simples, o projeto foi realizado pelos alunos em equipes de quatro integran-tes, que deveriam permanecer unidas até o final do dia. Ao todo, o local escolhido tinha 13 pontos que escondiam pistas. Cada uma tinha uma pergunta de biologia e a resposta levava a outra pista e, assim por diante.

Respondidas todas as perguntas, os alunos deveriam procurar por Luiz Guilherme e lhe entregar uma

folha com todas as respostas e com o tempo total utilizado para encon-trar as pistas, que seria usada em caso de empate. O professor lhes entregaria, ainda, a pista final, que levava ao tesouro.

O que Luiz Guilherme e os outros professores que o auxiliaram na brincadeira não contavam é que choveria. Coincidência ou não, a chuva veio em boa hora e, em vez de atrapalhar, ajudou a firmar o objetivo inicial do trabalho.

“A chuva começou a cair no meio da brincadeira. Com isso, alguns alunos desistiram e preferiram esperá-la parar, outros persistiram até o fim. Percebe-se, então, a solidariedade dos alunos, tanto nos grupos que não continuaram a brincadeira por haver integrantes que não queriam se molhar, como nas equipes que continuaram a caçada mesmo sob as intempéries”, relata.

Além disso, o professor conta que os únicos dois grupos que decidiram continuar a caçada se uniram no final, formando uma equipe maior que conseguiu finalmente chegar ao tesouro. “Além de enfrentar os seus medos, os alunos desenvolveram um sentimento de amizade muito forte, que transcendeu a mera competição e corrida pela vitória. No final, várias crianças saíram vitoriosas, pois ali descobriram alguns dos verdadeiros tesouros da vida”, orgulha-se.

1º LugarCATEGORiAEnsino Fundamental Ciclo IIRede Particular

Decifrando a biologia

Nome: Luiz Guilherme Martins Escola: Colégio Brasilis - Mogi Projeto: “Caça ao Tesouro” Nível de ensino: 5ª série do ensino fundamental

Área envolvida: ciências biológicas Período de realização: abril de 2008

15DOMINGO

26 de outubro de 2008

AléM De eNfReNtAReM seus MeDOs, Os AluNOs DeseNvOlveRAM uM seNtIMeNtO De AMIzADe MuItO fORte, que tRANsceN-Deu A MeRA cOMPetIçãO e cORRIDA PelA vItóRIA

Page 16: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

“Articular novos olhares e diferentes leituras” são apenas duas das metas que a professora Ana Luiza

dos Reis Abdalla procura atingir nas aulas de arte que leciona no Colégio Brasilis. Com o projeto “Despertar para preservar”, ela demonstra que tem conseguido.

Atendendo a um pedido do colégio, a professora desenvolveu, durante alguns meses do primeiro semestre, uma atividade interdisciplinar foca-da nas disciplinas de arte e língua portuguesa. O tema proposto era a preservação do Planeta Terra. “Privi-legiar atitudes de preservação que ocorrem por todo o Planeta e nortear referências ambientais positivas caracterizaram essa iniciativa de aprendizagem”, diz Ana Luiza.

Em arte, a produção consistiu de uma coleta de dados, discussões, re-flexões e montagens de painéis com obras de artistas que demonstram interesse em abordar a preservação ambiental. Simultaneamente, nas aulas de português a atividade transcorria voltada para a linguagem poética com temas, também, relacionados a atual condição do Planeta.

Provocante, o início do trabalho procurou sensibilizar os alunos com a apresentação da obra “O Grito”, de Edvard Munch, combinada com trilha sonora de gritos e barulhos perturbadores. Na seqüência, o filme

“A Era do Gelo”, de forma mais suave, mostrou os efeitos devastadores da poluição ambiental, que foi mais bem explicado em uma apresentação de Power Point.

Com bastante suporte teórico, os alunos partiram, então, para a construção de um mural coletivo, composto por esboços individuais que evidenciassem o olhar de cada aluno sobre a temática estudada. Nesse instante, o carvão vegetal foi utilizado para fazer os trabalhos, como forma de representar as derrubadas de matas e florestas, consideradas desastres ambientais.

Ao final, Ana Luiza tinha em mãos muitos materiais produzidos por seus alunos, tanto em arte quanto em língua portuguesa, o que culmi-nou em um evento artístico aberto para a comunidade. Foram, então, selecionados os dez melhores traba-lhos de arte que, de forma coletiva, foram reproduzidos na técnica de giz pastel oleoso e apresentados com os poemas em uma exposição e sarau artístico, realizados nas dependências do colégio. “Somos, muitas vezes, intérpretes de sensa-ções impulsionadas pelas emoções que abarcam nossas experiências, repertório e, assim, nossas atitudes e reações nesse emaranhado de condutas possíveis de preserva-ção do Planeta Terra”, ressalta a professora.

2º LugarCATEGORiAEnsino Fundamental Ciclo IIRede Particular

A arte a favor do meio ambiente

Nome: Ana Luiza dos Reis Abdalla Escola: Colégio Brasilis - Mogi Projeto: “Arte e Educação- Despertar para Preservar”

Nível de ensino: 6ª a 9ª séries do ensino fundamental Área envolvida: arte e língua portuguesa Período de realização: março a junho de 2008

Escolhido não por acaso, o dia 23 de abril marcou o início do projeto elaborado pela professora de língua inglesa

Carmen Lucia Nogueira Gavazzi. É que a data lembra o dia em que nasceu e morreu Willian Shakespeare, o autor que deu tom ao trabalho.

Considerado um dos maiores escri-tores ingleses, Shakespeare trata de temas que carregam valores pouco cultivados nos dias de hoje. Assim, a professora viu em suas obras uma oportunidade de aliar o estudo da gra-mática à sensibilização de seus alunos.

“A proposta do projeto é analisar e refletir não só a respeito de regras gramaticais, mas também de que forma textos redigidos no século XVi tornam-se atuais. As obras de Shakespeare nos permitem refletir sobre valores que hoje são bana-lizados, como o amor de Romeu e Julieta e a relação entre pai e filho, de Hamlet”, conta Carmen.

No total, o projeto contou com a integração de 60 alunos, entre 11 e 13 anos de idade. Embora muitos deles já tenham um conhecimento avançado do idioma estrangeiro, a professora conta que nem todos têm o costume de ler textos literários em inglês. A escolha de Shakespeare

teve, ainda, outro significado. “Os enredos, em especial as tragédias, são de grande interesse dos ado-lescentes, que vivem suas situações românticas”, lembra.

As atividades “Shakespeareanas”, como foram denominadas, começaram com uma apresentação em data-show, na qual a professora mostrou algumas das obras do autor também vistas em uma biografia levada para a sala de aula. Em seguida, foi reali-zado um quiz– jogo de perguntas e respostas– a respeito dele.

Duas outras atividades, ainda, integraram o projeto. Em uma delas, os alunos foram divididos em cinco grupos, sendo que cada um deles de-veria pesquisar sobre obras famosas, como “Midsummer Night’s Dream”,

“MacBeth” e “King Lear”. Na outra, uma prazerosa sessão de cinema, intitulada “Shakespeare Afternoon”, foi montada e exibiu dois filmes:

“Romeu e Julieta” e “Hamlet”. “Atingi meu objetivo quando meus

alunos, envolvidos com esse tema, trocaram suas tardes frente aos jogos no computador por uma de cinema, sobre uma obra literária de um autor inglês do século XVi”, anima-se Carmen. “Após esse tra-balho percebi que os alunos não enxergam a língua inglesa como algo abstrato ou descontextualizado, motivando-os, assim, ao aprendizado”, acrescenta.

3º LugarCATEGORiAEnsino Fundamental Ciclo IIRede Particular

Muito mais que inglês

Nome: Carmen Lucia Nogueira Gavazzi Escola: Colégio Brasilis - Mogi Projeto: “To Be or Not To Be? That’s Shakespeare” Nível de ensino: 7ª série do ensino fundamental

Área envolvida: língua inglesa Período de realização: de abril a junho de 2008

16DOMINGO26 de outubro de 2008

ShakeSPeaRe tRata De teMaS que caRReGaM valOReS POucO cultIvaDOS NOS DIaS De hOje

Page 17: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

Preocupada com a dificul-dade em ensinar a história do Brasil para os alunos do ensino médio, a professora

Cibele Barbosa Silva propôs uma nova metodologia para a discipli-na, que envolvia todos os alunos do 2º ano do Colégio Brasilis, em Mogi. Segundo ela, as constantes informações veiculadas na mídia sobre a falta de compromisso e ética dos detentores do poder público desestimulam os jovens a aprender, inclusive, sobre os governantes do passado.

“Como formamos cidadãos, é necessário fazê-los compreender que existem políticos que fizeram e fazem a diferença e que ele, enquanto estudante, é agente transformador. No entanto, para agir é necessário conhecimento para relacionar os fatos”, diz.

A professora, então, teve a idéia de julgar o ex-presidente Getúlio Vargas, com o objetivo de que os alunos compreendessem a im-portância do personagem para a história do País. Sob o título “Getúlio entra ou não para a história?”, o julgamento sugeriu uma série de

estudos sobre o período de 1930 a 1960 no Brasil, as mudanças políticas, a economia, industrialização e mo-vimentos populares daquela época.

Durante o julgamento, os alunos dividiram-se em duas equipes: uma para defender a importância de Vargas para a história e outra que tentava convencer o júri – formado por alunos e professores – que ele não era digno de tal mérito. Para que o veredicto fosse justo, houve uma intensa preparação dos estu-dantes, por meio de aulas exposi-tivas, documentários, pesquisa de campo, entre outros métodos, que visavam a uma sensibilização.

Assim, depois da divulgação nas outras salas por meio de um jornal fictício da época, confeccionado pelos próprios estudantes, o júri foi montado com a participação de todos os envolvidos, cada qual com uma função: jornalista, radia-lista, oficial de justiça, advogado, juiz, testemunha e até mesmo o próprio Vargas.

O veredicto, para a satisfação de Cibele, foi a favor da defesa: “Getúlio entra, sim, para a história. Vitória da defesa e de todos os alunos, que também saíram vitoriosos deste trabalho. De forma envolvente, eles compreenderam um dos mais importantes momentos históricos do País”, conclui a professora, sa-tisfeita com os resultados.

1º LugarCAteGOriAEnsino MédioRede Particular

Um giro na era Vargas

Nome: Cibele Barbosa Silva Escola: Colégio Brasilis - Mogi Projeto: “O Julgamento de Getúlio” Nível de ensino: 2º ano ensino médio

Área envolvida: história Período de realização: 2º semestre de 2008

Sempre preocupada em fazer da atividade teatral uma forma de ampliar o horizonte cultural e o gosto pela literatura por

parte dos estudantes, a professora Hosana rodrigues de Souza é exemplo de quem também se preocupa com a vida social do aluno. isso porque, desenvolve um projeto em que busca colocar os alunos em contato com realidades diferentes da que vivem na escola.

Como trabalha dentro de uma instituição de ensino voltada para estudantes de classe média alta, a professora elaborou um projeto que incentiva os professores a trabalhar com conceitos de ética, cidadania e solidariedade, o que, inclusive, faz parte da proposta pedagógica do colégio.

No decorrer do primeiro semestre deste ano, o despertar teatral, obje-tivando a melhoria da expressão e postura do aluno, ganhou outro tom, com atividades iniciadas em sala de aula. Depois disso, os alunos passaram a exercitar o que foi aprendido em apresentações de eventos do colégio e, principalmente, em instituições assistenciais.

“A proposta era promover a in-teração do grupo com diferentes públicos, exercitando a postura, o falar em público, a improvisação e, o mais importante, o exercício da cidadania”, detalha a professora, que

esteve à frente da iniciativa de levar o trabalho dos alunos como forma de entretenimento para pessoas em condições mais debilitadas.

entre as apresentações de 2008 que se destacam estão a encenação de “Morte e Vida Severina”, de Gra-ciliano ramos, e uma homenagem a Machado de Assis, por meio de leituras de coletâneas durante o concurso de poesias “Chá das Letras”, organizado pelo colégio.

Outra apresentação que merece destaque é “Aí vem o Circo”, uma montagem circense apresentada em março, no Centro de Convivên-cia e Apoio ao Paciente com Câncer (Cecan), em Mogi.

“Os alunos levaram diversão às crianças vítimas de câncer. A ativida-de exigiu maturidade e sensibilidade, trabalhados com antecedência em sala de aula”, relata Hosana.

Por fim, com o objetivo de desen-volver o respeito mútuo, os alunos levaram uma peça teatral à Associa-ção Mogicruzense para a Defesa da Criança e do Adolescente (Amdem) e, em retribuição, ouviram uma apresentação do coral formado pelos internos.

“Foi uma oportunidade de eles interagirem com estudantes da mesma faixa etária, mas que vivem realidades opostas, derrubando as barreiras das divisões de classes sociais”, conta a professora.

2º LugarCAteGOriAEnsino MédioRede Particular

Preocupação social

Nome: Hosana rodrigues de Souza Escola: Colégio Brasilis - Mogi Projeto: “ensinando com Arte” Nível de ensino: 1º e 2º ano do ensino médio

Área envolvida: artes cênicas Período de realização: de março a junho de 2008

17DOMINGO

26 de outubro de 2008

COMO fORMaMOs CIDaDãOs, é NeCessáRIO fazê-lOs COMPReeNDeR que exIsteM POlítICOs que fIzeRaM e fazeM a DIfe-ReNça e que ele, eNquaNtO estuDaNte, é aGeNte tRaNsfORMaDOR

Page 18: Tablóide Prêmio Mogi News Professor Cidadão 2008

Ao notar que os alunos da rede particular de ensino, em sua maioria chegam ao ensino médio em um estágio

de conhecimento da língua inglesa já avançado, a professora da disciplina, Zenilda da Costa Ramalho, não teve dúvidas de que a melhor saída para manter o aprendizado seria desen-volver a comunicação oral.

Para tanto, a professora escolheu o cinema como tema para suas ati-vidades. Foram dois os motivos que contribuíram para a definição do projeto. O primeiro, porque o cinema é uma das formas de entretenimento mais apreciadas e valorizadas pelos jovens. O segundo, por ser um tema possível de se trabalhar questões sociais, no caso, a problemática da pirataria.

A atividade envolveu cerca de 60 alunos do colégio, de idades entre 15 e 16 anos, todos com amplo conheci-mento da língua inglesa. A primeira etapa consistia em responder um questionário com informações gerais sobre a origem do cinema e todos os profissionais envolvidos na produção de um filme. Após a pesquisa, os alunos se organizaram em equipes e cada um assumiu uma função, como de produtores, roteiristas, atores e figurinistas. “Todos teriam uma participação efetiva, de acordo com suas preferências e personali-dades. Alguns exerceriam o trabalho

realizado nos bastidores, outros se empenhariam na divulgação e aos mais extrovertidos caberiam os papéis de astros”, conta Zenilda.

Com os papéis e funções defini-das, os alunos produziram um filme narrado em inglês, o que ajudou a ampliar o vocabulário e a fluência deles no idioma. Automaticamente, os estudantes se viram diante de dificuldades no processo de criação, o que passou a ser importante para a discussão da pirataria. “Partimos da premissa de que, uma vez estando em contato com os processos produtivos desta arte, os alunos desenvolvem a consciência de que ela é desvalo-rizada com a falsificação”, justifica.

Segundo Zenilda, o ponto que des-pertou os alunos para o problema da falsificação foi a produção, durante a qual foram levantados questio-namentos sobre a necessidade de recursos para a execução de roteiros. Para ela, tão importante quanto exercitar o conhecimento de forma prazerosa é despertar a consciência dos jovens para os prejuízos que a pirataria - uma das principais causas de sonegação fiscal - traz ao País.

“Antes da atividade, muitos alunos não compreendiam o que significa-va camelôs vendendo CDs e DVDs falsificados. Sei que isso contribui para que ao menos uma pequena parcela dos cidadãos não seja tão conivente com este crime”, avalia.

O cinema nas aulas de inglês

18DOMINGO26 de outubro de 2008

3º LugarCATegORiAEnsino MédioRede Particular

Nome: Zenilda da Costa Ramalho Escola: Colégio Brasilis - Mogi Projeto: “Vivenciando o cinema em sala de aula” Nível de ensino: ensino médio

Área envolvida: língua inglesa Período de realização: junho de 2008

Dois grandes acontecimen-tos de 2008 serviram de inspiração para que a pro-fessora Maria isabel Zarelli

Costacurta desenvolvesse o projeto “Cultura é Cidadania”: o centenário da imigração japonesa no Brasil e os Jogos Olímpicos de Pequim.

“Como os alunos estão em processo de construção das habilidades da escrita e da leitura, foram ótimos incentivos devido à diversidade de assuntos”, justifica.

explorados dentro e fora da escola, os temas estimularam os alunos a levarem para a sala de aula tudo o que encontravam e ouviam sobre o assunto. Paralelamente à coleta de dados, outras atividades culturais foram trabalhadas por meio de uma mesa de leitura.

A professora conta que os estudan-tes demonstraram muito interesse nos temas, tanto pelos esportes – em evidência por causa das olimpíadas - quanto pela cultura japonesa. Outro aspecto que chamou a atenção foi a semelhança entre a cultura japo-nesa e a chinesa, como a aparência física e os hábitos alimentares. Além de fomentar a leitura e a escrita e democratizar o acesso à cultura, o trabalho envolveu os pais e a comu-nidade escolar nas atividades, estrei-tando, assim, a presença das famílias na vida escolar das crianças.

Desenvolvido de forma interdisciplinar,

em língua portuguesa o projeto exigiu que os alunos levassem para a sala de aula textos que mencionassem a cultura oriental. em matemática, por sua vez, a abordagem se deu em razão de uma pesquisa acerca do número de imigrantes japoneses que vieram ao Brasil, tempo em que durou a viagem, número de partici-pantes das olimpíadas, análise do quadro de medalhas, entre outros, além de um trabalho desenvolvido com tangran – formas geométricas de origem chinesa.

em ciências, aspectos sobre higie-ne, saúde, alimentação e cultivo de hortaliças puderam ser trabalhados com o preparo de um sukiyaki, prato típico japonês, que foi oferecido na escola. As disciplinas de geografia, história e artes também tiveram vez no projeto.

O tema ainda rendeu frutos na “Festa Junina”, realizada na escola com o tema “Brasil e Japão, Uma Mistura que Deu Certo”. Além das barracas típicas dos festejos de São João, o evento contou com barracas de comida oriental. Ao final das olim-píadas, os alunos comemoraram na escola a semana do excepcional com atividades recreativas diversificadas.

“Pude verificar o amadurecimento dos alunos, que passaram a ter uma postura mais ativa em aula, questionando e compreendendo os assuntos trabalhados”, avalia

1º LugarCATegORiAFora de Série

Cultura, ferramenta para a cidadania

Nome: Maria isabel Zarelli Costacurta Escola: eeieF Profª Botyra Camorim gatti - Apae de Mogi Projeto: “Cultura é Cidadania” Nível de ensino: 3º ano do ensino fundamental

Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de março a agosto de 2008

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Há 12 anos atuando como educadora, atualmente na área de educação infantil, para crianças com necessi-

dades educativas especiais, Gislaine Cristina dos Reis Celso decidiu ser professora para contribuir com a formação de uma sociedade mais justa e democrática. E assim ela vem fazendo, como comprova com o projeto “Todo cidadão tem nome e sobrenome”, cujo objetivo é reco-nhecer, com os alunos, a importância do nome para o cidadão. “Acredito que antes de agir como cidadão é preciso se reconhecer como tal”, justifica.

Inspirado nos princípios do “Método Montessoriano de Ensino”, no qual toda aprendizagem parte de uma experiência concreta programada para favorecer a elaboração de idéias abstratas, o projeto teve início com uma pesquisa feita pelos alunos em suas respectivas casas sobre a escolha de seus nomes.

Posteriormente, a professora solicitou que cada educando levas-se para a sala de aula uma cópia de sua certidão de nascimento. O objetivo era mostrar a importân-cia do documento nas situações mais corriqueiras do dia-a-dia. Para comprovar o que os dizia, a profes-sora utilizou da própria estrutura da escola, que inclui uma ampla equipe multidisciplinar nos setores

pedagógico, técnico e médico. Entre outras atividades desen-

volvidas nas dependências escolar, duas entrevistas se destacam: uma feita com a secretária da instituição para salientar o direito à educação, em que a funcionária explicou a ne-cessidade da certidão no momento da matrícula escolar; e outra, na clínica médica, enfatizando o direito à saúde, em que a necessidade da certidão para a ficha médica também foi observada.

Para encerrar o projeto, a temá-tica escolhida foi o direito ao lazer. Supervisionados pela professora, os alunos fizeram um passeio ao Parque Centenário, em Mogi, que foi autorizado mediante assinatura dos pais. Assim, as crianças puderam perceber que para ter acesso a alguns direitos básicos do cidadão, como educação, saúde e lazer, por exemplo, a apresentação da certidão de nascimento é indispensável.

“Foi possível observar que os alunos entenderam que todo cidadão tem nome, sobrenome e um documento que comprova a sua existência. Eles viveram experiências concretas que lhes deram a oportunidade de serem reconhecidos e de usufruírem de seus direitos. Esse foi o primeiro passo importante para a tomada de consciência do que é ser um cidadão e do exercício da cidadania”, avalia Gislaine.

Reconhecendo a cidadania

19DOMINGO

26 de outubro de 2008

2º LugarCATEGORIAFora de Série

Nome: Gislaine Cristina dos Reis Celso Escola: EEIEF Botyra Camorim Gatti - Apae de Mogi Projeto: “Todo cidadão tem nome e sobrenome” Nível de ensino: educação infantil

Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: agosto de 2008

Em suas aulas, a professora Luciana Aparecida Dias do Prado procura sempre ensinar que cada ser humano é único

e que tudo o que é feito com otimismo, dedicação e responsabilidade eleva e dignifica uma pessoa. Por isso, desenvolveu na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Mogi das Cruzes um projeto com a proposta de preparar seus alunos para o mercado de trabalho, numa importante iniciativa de inclusão social.

A professora explica que o projeto foi aplicado em uma sala de educação de jovens e adultos (EJA– profissio-nalizante), com faixa etária entre 15 e 31 anos, que muitas vezes, devido a serem portadores de necessidades especiais, encontram barreiras no mercado do trabalho. Por esse motivo, então, eles são capacitados na escola a realizarem diversas funções.

Entre as atividades práticas, os alunos foram treinados - cada um de acordo com sua habilidade - a exercerem funções de atendimento ao ramal telefônico, transmissão de recados, auxiliar de portaria, de limpeza e de cozinha e a operar os trabalhos da foto-copiadora (xérox). Esse processo de aprendizado foi realizado nos ambientes da própria escola.

Já na área cognitiva foram traba-lhados conteúdos que permitem aos estudantes produzir, receber e trocar

informações. Para tanto, o método de aprendizado é simples e baseia-se na produção de textos envolvendo diversas disciplinas, além de racio-cínio lógico, operações matemáticas e problemas do cotidiano.

Além das aulas práticas, os alunos receberam carga teórica de infor-mações necessárias para entrar no mercado de trabalho, como docu-mentos essenciais, higiene e saúde, segurança no trabalho, legislação trabalhista, mercado de trabalho, entre outras.

De acordo com a professora, os reflexos da iniciativa não foram ob-servados apenas no desempenho escolar dos alunos, mas também no de sua família, uma vez que eles se tornaram pessoas mais responsáveis e criaram condições para ajudar na renda familiar.

Dentro da escola, o objetivo foi alcançado, agora basta esperar para colher os frutos de um projeto que foi pautado, pensando também na vida social dos estudantes. “Este trabalho tem o intuito de fazer com que as pessoas responsáveis pelo emprego de portadores de deficiência, venham a adquirir uma visão mais realista sobre o tema e disseminar entre eles a idéia de que o grande desafio da sociedade hoje é dar um passo para enxergar as pessoas como um todo e não apenas como portadora de determinada limitação”, ressalta.

3º LugarCATEGORIAFora de Série

Quebrando barreiras

Nome: Luciana Aparecida Dias do Prado Silva Escola: EEIEF Profª Botyra Camorim Gatti – Apae de Mogi Projeto: “Semeando a Cidadania Através da Preparação para o Trabalho”

Nível de ensino: educação de jovens e adultos Área envolvida: interdisciplinar Período de realização: de fevereiro a agosto de 2008

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