Taguspark quer ser cidade conhecimento · não tem dúvidas de que "temos de ter mais oferta de...
Transcript of Taguspark quer ser cidade conhecimento · não tem dúvidas de que "temos de ter mais oferta de...
Tagusparkquer ser cidadedo conhecimento
Foi criado em 1992como parque deciência e tecnologia.Agora, quer ser maisdo que isso:uma cidade doconhecimento. Paraser mais do que umsítio de empresas,para ser uma cidade.ALEXANDRA MACHADO
Háquase 25 anos, em
1992, era criado o
Taguspark, em Oei-ras. Foi o ano em
que Diná ganhou oFestival da Canção
com "Amor d'Agua Fresca" e os Jo-
gos Olímpicos realizaram-se emBarcelona, sem que Portugal tives-se conquistado qualquer medalha
Cavaco Silva liderava o Gover-
no, depois da segunda maioria ab-soluta em 1991. Mário Soares era o
Presidente. E Isaltino Morais o pre-sidente da Câmara de Oeiras.
Tido como primeiro parque tec-
nológico em Portugal, ainda hojetem essa designação, mas agoracom uma ambição renovada. "O'shiff que queremos dar é transfor-mar ou evoluir para uma cidade do
conhecimento, uma 'knowledgecity"', diz ao Negócios o administra-dor executivo do Taguspark, Antó-nio Carmona Rodrigues, ex-presi-dente da Câmara de Lisboa e ex-mi-nistro do Equipamento, que entrouna gestão do parque em 2014.
"Knowledge city" porquê? Ci-
dade dá uma noção de permanên-cia e vivência E conhecimento levaà tecnologia, informação. "Quere-mos continuar na primeira linha doconhecimento".
Carmona Rodrigues detecta a
fragilidade de um parque que vive
apenas durante o dia, das 9 da ma-nhã às seis da tarde. Durante esse
período entram 11 mil pessoas,numa freguesia (Porto Salvo) quetem 15 mil...
Mas depois é como se fechas-sem portas. E o Taguspark quercombater isso. A pensar nessa vi-vência está a estudar a forma de
avançar, na chamada segunda fase
de desenvolvimento do parque,com residências temporárias. Se noplano concebido há largos anos es-tava planeado um hotel, CarmonaRodrigues admite que está a repen-sar a existência de um hotel, masnão tem dúvidas de que "temos deter mais oferta de aloj amento tem-porário". Os moldes estão a ser es-tudados. Há procura por parquescom este tipo de alojamentos, emparticular por parte de entidadesinternacionais. Reforça a compo-nente de fixação e ao mesmo tem-po chama mais serviços. Neste mo-mento, o Taguspark tem 110 em-presas instaladas.
Para já, e a pensar na valoriza-ção da vivência no parque, o Tagus-park está avalorizar os espaços ver-des, a criar pistas ciciáveis, circuitosde manutenção. O parque, criado
para ter baixa densidade de cons-
trução, tem muitos espaços apro-veitáveis. "Queremos melhorar a
vida dentro do parque". Outro pro-
jecto dagestão é melhorar a eficiên-cia energética, o que levou há maisde 20 anos a ser criada uma unida-de de geração de energia a gás quepermite baixar a factura de electri-cidade. Ainda assim, Carmona Ro-drigues queixa-se do que paga emenergia "Quer queiramos quer não,a energia não está barata".
O projecto passa por substituira iluminação do parque e recorrera outras fontes de energia, como ofotovoltaico. Medidas que contri-buirão, também, para reduzir cus-tos. Carmona Rodrigues garanteque o corte de despesas que temsido conseguido permitem que os
custos totais de instalação no Ta-guspark - rendas e despesas de con-domínio - sejam competitivos facea outros parques. E lembra; não há
parque de estacionamento pago."Nem se vai pagar", garante o ges-tor, salientando que essa pode seruma vantagem, como diz ser a loca-
lização, perto dos maiores centros
país e com complementai idade en-tre ciência e técnica "Há dentro do
parque um conjunto de empresasque transmitem sinergias entreelas, não estão isoladas", realçandoa existência do Instituto SuperiorTécnico que alia ao mune o empre-sarial, o universo da Acad gmia Em2012, a Microsoft saiu. E ntrou noano seguinte a Novartis. Mas Car-mona Rodrigues continua a salien-tar como momento mais i nportan-tedo Tagusodasuacriação,planea-da "Quando o Taguspar í foi feitoera único. Deixou de ser único, mascontinua a ser uma boa imagem de
marca". ¦
PERGUNTASA CARMONA RODRIGUESAdministrador executivo
do Taguspark
Objectivo éreinvestir todosos lucros obtidos
A estrutura accionista do Tagus-park é apontada por Carmona
Rodrigues como vantajosa, namedida em que "a diversidadedeste tipo de accionistas é ga-rantia de estabilidade e pereni-dade do parque". Mas contestaa classificação do parque comosendo entidade pública.
O Taguspark esteve nas bocas
do mundo [pela tentativa de
compra da TVI, e pelo proces-so em tribunal por alegada uti-
lização de um contrato com
Figo para apoio a uma campa-nha de Sócrates]. Sentiu im-
pacto da má propaganda?Nem tanto. Senti mais o rescal-
do da crise económica, que fez
ajustar os preços de arrendamen-
to a valores de mercado. Foi umaaltura em que houve uma dimi-
nuição da taxa ocupação e recei-
tas. Mas houve decisões tomadas
em sentido contrário. Houve uma
grande diminuição de gastos, a co-
meçar pela administração. Houve
um ajustamento às circunstâncias.
2015 foi o segundo ano consecu-tivo com resultados positivos.
O objectivo é dar lucro?
Eu diria que é não ter prejuízo.
Mas é objectivo pagar dividen-
dos aos accionistas?
Nunca foram pagos. O objecti-vo é reinvestir, sempre. O objecti-vo é não ter prejuízos, mas tudo o
que for positivo é reinvestido. Te-
mos gasto muito agora em manu-
tenção de edifícios. E ganhámosem tribunal um processo.
O do Figo?
Não. Esse estaremos destina-
dos a perder. Foi feito um contra-
to em que aparentemente o ob-
jecto foi cumprido [produção de
um vídeo de publicidade com o
ex-jogador], só não foi cumpridoo pagamento.
Usam o vídeo?
Não. Nem sei onde está. Nunca
o vi.
Qual foi o processo que ganha-ram?
Contra a Gás de Lisboa, que ins-
talaram uma conduta de gás im-
portante em terrenos nossos. Se
calhar estou destinado a isso, a re-solver berbicachos...
Agora é uma entidade públi-ca... Não contestaram essa
classificação?Antes de contestar gostava de
ser esclarecido. Até agora não há
esclarecimento total e claro de
qual é a situação da nossa nature-
zajurídica. O decreto-lei 133/2013coloca-nos como pública, mas
sempre foi privada, e de repentefica com inseguranças. De facto55% dos accionistas são entida-des públicas, mas não dependen-tes do sector empresarial do Esta-
do e nem sequer têm a mesma tu-tela. Genericamente fazemos as
coisas como na contratação públi-
ca, mas não estamos obrigados,temos pareceres. O problema é de
gestão, se quisermos alienar um
terreno, que tramitação é que te-
mos? Temos de informaro Minis-
tério das Finanças? Já fui até aoMinistério das Finanças pedir in-
formações. Estamos a aguardaresclarecimentos.
De facto, 55%dos accionistassão entidadespúblicas,mas nem sequertêm a mesmatutela.
110EMPRESASO parque alberga110 empresas.Tem uma taxa de
ocupação de 70%.
300 milLUCROS EM 20152015 foi o segundoano com lucros. Em
2014 tinha lucrado
quase 1 milhão.
150HECTARES0 parque ocupa150 hectares, sendo60 hectares relativosà segunda fase.