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Histórico do Município de São Gabriel desde a fundação até os dias atuais. Cátia Bernardes, Angelina Pinto cavalheiro e Iara Perottoni Resumo A etnografia como uma abordagem de investigação científica é explorada nesse texto para demonstrar como esta abordagem de pesquisa traz algumas contribuições importantes ao campo das pesquisas qualitativas, especialmente aquelas que se interessam História de seu município de origem desde a sua fundação até os dias atuais. Onde se faz um breve apanhado histórico de nossa cidade chegando até a atualidade Método escolhido foi pesquisa oral e na internet. Desenvolvimento A etnografia em questão trata-se da Cidade de São Gabriel, que segunda pesquisa sua história remonta aos idos de 1750, com o surgimento das primeiras estâncias jesuíticas, dos Sete Povos das Missões, de São Luís, São João e São Lourenço. Pelo tratado de Madri, assinado naquele ano, o que constituía o território do atual município passou a pertencer a Portugal, pois até então era da Espanha, servindo o rio Santa Maria de divisa. Mas as disputas

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historico e detalhes de são gabriel rs

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Histórico do Município de São Gabriel desde a fundação até os dias atuais.

Cátia Bernardes, Angelina Pinto cavalheiro e Iara Perottoni

Resumo

A etnografia como uma abordagem de investigação científica é explorada nesse

texto para demonstrar como esta abordagem de pesquisa traz algumas contribuições

importantes ao campo das pesquisas qualitativas, especialmente aquelas que se

interessam História de seu município de origem desde a sua fundação até os dias

atuais. Onde se faz um breve apanhado histórico de nossa cidade chegando até a

atualidade

Método escolhido foi pesquisa oral e na internet.

Desenvolvimento

A etnografia em questão trata-se da Cidade de São Gabriel, que segunda

pesquisa sua história remonta aos idos de 1750, com o surgimento das primeiras

estâncias jesuíticas, dos Sete Povos das Missões, de São Luís, São João e São

Lourenço. Pelo tratado de Madri, assinado naquele ano, o que constituía o território do

atual município passou a pertencer a Portugal, pois até então era da Espanha, servindo

o rio Santa Maria de divisa. Mas as disputas internas entre castelhanos, portugueses e

índios só permitiram a demarcação do território a partir de 1784.

Em 2 de novembro de 1800 o naturalista espanhol Félix de Azara viria a fundar,

junto ao Cerro do Batovi, uma povoação com o nome de São Gabriel, supõe-se em

homenagem ao vice-rei do prata, Gabriel de Avilez y del Fierro. A guarda castelhana,

de 90 homens, teve de logo retirar-se, pois estava contra ela o coronel Patrício José

Correia da Câmara, que mandou uma tropa e tomaram o local em nome de Portugal.

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Em 1809, São Gabriel pertencia a Rio Pardo com o nome de distrito do Vacacaí.

Uma provisão de 28 de dezembro de 1815 estabelecia capela curada, e, em 1826,

chegava o 1° padre na cidade, João de Almeida Pereira.

O acordo sobre os limites da fronteira, assinado em 1819, em Montevidéu,

incorporava São Gabriel ao Brasil em caráter definitivo (nessa época fazendo parte do

município de Cachoeira do Sul).

Em 1840, durante a Revolução Farroupilha, foi escolhida como sede do governo

da República Rio-grandense.

No dia 13 de janeiro de 1846, a então povoação de São Gabriel recebeu a

primeira visita do imperador Dom Pedro II. Na oportunidade, assistiu Missa na Igreja do

Galo. No dia 30 de agosto de 1865, passou novamente pela cidade, a caminho de

Uruguaiana, quando foi assistir a rendição dos paraguaios.

Com a Lei Provincial n.º 8 de 04 de abril de 1846, São Gabriel foi elevada a

categoria de município, com a instalação da Câmara de Vereadores, cujo presidente

exercia o Poder Executivo.

Em 15 de dezembro (antigo feriado municipal) de 1859, foi elevada a condição

de cidade, durante a presidência do conselheiro Joaquim Antão Fernandes Leão.

O território do atual município de São Gabriel foi marcado ao longo da história

por diversos combates e batalhas que estão na história, não só do município, mas

também na História do Brasil.

Batalha do Caiboaté

Em 10 de fevereiro de 1756, no território onde hoje encontra-se o município de

São Gabriel, ocorreu a Batalha de Caiboaté. Durante essa batalha entre índios guaranis

dos Sete Povos contra as forças luso-espanholas, tombou em combate, nas cercanias

da Sanga da Bica, no que hoje é o centro da cidade de São Gabriel, Sepé Tiarajú,

grande líder indígena e, considerado por muitos, nos dias de hoje, santo popular. No

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local onde tombou este grande líder, dentro da cidade, foi erguido um monumento, uma

cruz de Lorena de madeira, a cruz dupla, que sempre foi o símbolo dos padres Jesuítas

das missões, marcando o local onde tombou o grande herói. Com a morte de Sepé

Tiarajú, aproxima-se o fim dos conflitos entre os indígenas dos Sete Povos das Missões

e as forças de Espanha e Portugal, confronto denominado Guerra Guaranítica.

No local onde se travou o combate, a cerca de vinte quilômetros ao norte da

atual sede municipal, foi erguido um monumento em memória dos que ali tombaram.

Batalha do Cerro do Ouro

O combate, chamado de Revolução Federalista, ocorreu às margens do Arroio

do Salso, no Distrito de Cerro do Ouro, em agosto de 1893, durante a Revolução

liderada por Gaspar Silveira Martins e Gumercindo Saraiva contra o governo de Júlio de

Castilhos. Constituiu uma das batalhas mais sangrentas do conflito, com mais de 200

mortos. Perto do local, numa coxilha próxima, existe um monumento em homenagem

aos que ali morreram.

A População, segundo o IBGE, São Gabriel possui pouco mais de 60 mil

habitantes. Os primeiros povoadores da região foram os espanhóis e portugueses, além

dos indígenas que também viviam na área. Atualmente a maior parte da população

gabrielense é branca, mas há um grande número de pardos e negros. Entre as etnias, a

maior parte dos moradores é de descendentes de portugueses, espanhóis, italianos e

alemães.

Cerros do Mouro, Vonbock e Calheira constituem as três comunidades

quilombolas da zona rural de São Gabriel. Em duas delas, Cerro do Ouro e Vonbock, já

foi concluído o levantamento sócio antropológico preliminar.

Em Cerro do Ouro, vivem 29 famílias quilombolas em pequenas propriedades

que variam de um a sete hectares. Este agrupamento de afrodescendentes situa-se a

45 km de São Gabriel e próximo à divisa com o município de Lavras do Sul. A maioria

desta comunidade é proveniente da Vila dos Corvos, de Lavras do Sul, e a área onde

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habita vem, nos últimos 100 anos, sofrendo redução devido à ação de lindeiros.

Situação semelhante acontece em Vonbock , que está a 10 km de Lavras do Sul. Lá, as

famílias vivem em lotes que variam de dois a sete hectares. A realidade mais precária,

no entanto, é enfrentada pelas 42 famílias que vivem na Calheira, onde falta luz, água,

transporte, escola e saúde.

O presidente da Associação Quilombola do Cerro do Ouro, João Vicente

Carvalho da Silva, frisou que a maior dificuldade, na sua comunidade, é a precária

eletrificação rural. Ele também disse que a construção de um poço artesiano poderá

solucionar o problema do abastecimento de água. Além disto, Silva criticou a

inexistência de assistência a saúde. Segundo ele, a presença de um clínico geral,

ginecologista e um dentista, pelo menos uma vez por mês, atenderia as necessidades

da comunidade.

São Gabriel está localizada na Região da Campanha gaúcha, próximo da

fronteira com o Uruguai, sendo banhada pelo curso do rio Vacacaí. O município tem

uma paisagem típica da Região do Pampa, com campos situados em coxilhas de baixo

declínio, possibilitando a visualização do horizonte, o que encanta os moradores e

turistas da cidade.

O clima é do tipo subtropical úmido predominante em toda região do estado de

baixa altitude. As estações são bem definidas com verões quentes e úmidos causando

uma sensação térmica desagradável durante boa parte da estação. O outono é

marcado pela chegada de um frio moderado que se torna rigoroso algumas semanas

antes da entrada oficial. O inverno registra temperaturas baixas com geadas

frequentes, acompanhado por um vento forte chamado de minuano, que é de origem

polar e também pelo vento pampeiro, um vento frio e violento, que vem da pampa

argentina e que aumenta a sensação de frio consideravelmente. A primavera possui

finalmente um clima equilibrado e agradável.

Localizada na Fronteira Oeste, junto à BR-290 a 320 quilômetros de distância da

capital Porto Alegre.

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A cidade posiciona-se em uma rota estratégica na região do Mercosul, através

da BR 290. O município fica no caminho de quem vem a Santa Catarina, passando por

Porto Alegre até as cidades de Rivera, no Uruguai, e Paso de los Libres, na província

argentina de Corrientes. Esta, por sua vez, tem uma rota que tem ligação com a

fronteira do Chile e do Paraguai.

São Gabriel conta com uma infraestrutura muito boa, com várias clínicas

espalhadas pela cidade, sendo a maior da Região da Campanha. Além de várias

escolas, duas universidades, sendo uma pública e federal. Conta com um aeroporto

que faz viagens de táxi aéreo. São Gabriel é uma dos maiores centros urbanos da

região da Campanha e é uma das cidades mais importantes para o Mercosul, pela fato

de ficar no caminho da BR 290.

A cidade é servida pela BR-290, que liga a cidade a Porto Alegre e também à

fronteira com o Uruguai e com a Argentina, interligando-se ainda com as BR-158, e as

estradas de terra RS-630 e RS-473, que ligam o município às cidades de Dom Pedrito e

Bagé, respectivamente.

A cidade ainda é ligada pelas ferrovias de Bagé e Cacequi/Rio Grande, da

Ferrovia Sul-Atlântico, atualmente operada pela América Latina Logística (ALL).

SÃO GABRIEL historicamente é ligada as armas, TERRA DOS MARECHAIS,

como é chamada, já que aqui nasceram os Marechais João Propício Menna Barreto,

Fábio Patrício de Azambuja, o Presidente da República Hermes da Fonseca e

Mascarenhas de Moraes, o comandante da Força Expedicionária Brasileira na Segunda

Guerra Mundial, durante as batalhas na Itália. Outros militares gabrielenses fizeram

parte da história nacional, como o Coronel José Plácido de Castro, o desbravador que

conquistou o Acre.

A vocação militar conviveu pacificamente com a Poesia e outras artes,

projetando para o Brasil o gabrielense Alcides Maia, o primeiro Gaúcho admitido na

Academia Brasileira de Letras e o Padre Leonel Franca, teólogo fundador da PUC do

Rio de Janeiro.

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A história política do Município conta com personagens como o Castilhista

Fernando Abbott, Presidente do Estado e o Embaixador Francisco de Assis Brasil,

fundador e líder do Partido Libertador.

Alguns de nosso Títulos - Terra dos Marechais, Princesa das Coxilhas, Atenas

Rio-Grandense.

Museu Gaúcho da FEB Em São Gabriel encontra-se localizado o Museu Gaúcho

da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Durante a Segunda Guerra Mundial, a FEB

foi comandada pelo Marechal Mascarenhas de Morais e contou com a participação de

outros representantes ilustres como o Major Manoel Militino da Silva, ambos naturais de

São Gabriel.

O Museu destaca-se por ter em seu acervo armas, medalhas e relíquias da

campanha da FEB na Segunda Guerra e pertences pessoais do Marechal

Mascarenhas. O museu situa-se ao lado do Largo da Antiga Estação Férrea (hoje, Feira

do Produtor), em frente à Praça Carlos Pereira, entre o Bairro Vargas e o início do

centro da cidade, recebendo turistas de diversas regiões do Brasil e do mundo inteiro.

O Museu João Pedro Nunes, assim nomeado em homenagem ao seu fundador,

reúne 2 mil peças dentre as quais pode-se destacar o fardamento usado pelo

comandante da FEB Marechal João Batista Mascarenhas de Morais, pertences

pessoais e roupas que José Plácido de Castro usava no dia em que sofreu o atentado,

imagens sacras do século XVII, espadas e bandeiras da Revolução Farroupilha, além

de vários documentos usados nas conflitos armados ocorridos no Rio Grande do Sul,

como a Revolução Federalista, Revolução de 1923, Revolução de 1930 e Revolução

Constitucionalista de 1932, além de objetos retirados de cemitérios indígenas da

cidade.

Hoje, o acervo foi transferido para a renovada Igreja da Nossa Senhora do

Rosário do Bom Fim, conhecida como Igreja do Galo, que passou por uma de

restauração.

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Museu Nossa Senhora do Rosário Bom Fim - Localizado na antiga Igreja do

Galo, na rua Andrade Neves, ao lado da Praça Central Dr. Fernando Abott.

Boa parte dos gabrielenses se declaram católicos. A Igreja Matriz da cidade está

localizada na Praça Dr. Fernando Abbott. O padroeiro da cidade é o Arcanjo Gabriel.

Mas nos últimos anos houve um grande crescimento do número de protestantes

no município, sendo possível observar que uma parcela considerável da população

professa o protestantismo. As denominações que mais se destacam na comunidade

são a Igreja do Evangelho Quadrangular, Assembleia de Deus, Deus é Amor, Igreja

Metodista, Igreja Batista, Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja Mundial do

Poder de Deus e Igreja Luterana. Todos os anos ocorre a Marcha para Jesus no centro

da cidade, organizada pelas igrejas quadrangulares do município.

Na cidade, também há muitos membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos

dos últimos dias (mórmons) e Testemunhas de Jeová, além de muitos adventistas do

Sétimo Dia e alguns anglicanos.

A doutrina espírita também tem muitos fiéis, havendo diversos centros espíritas,

entre os quais se destacam o Centro Espírita Obreiros da Caridade e o Centro Espírita

Ismael. As religiões africanas também têm adeptos. Também existe um pequeno

número de muçulmanos, oriundos da Turquia, Síria e Jordânia.

Universidades - A cidade possui três universidades e um instituto federal

Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), que tem seu Centro de Ciências

Rurais localizado na cidade com quatro cursos: Gestão Ambiental, Biologia, Engenharia

Florestal e Biotecnologia. Seu Campus fica localizado fora da zona urbana da cidade,

mas sua biblioteca se localiza na avenida Antônio Trilha.

Centro Universitário Internacional (UNINTER), na cidade possui um polo do

Grupo Uninter, que tem diversos cursos, entre eles: Administração, Ciências Contábeis,

Ciência Política, Engenharia de Produção, Relações Internacionais, Teologia,

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Geografia, História, Letras, Pedagogia, entre outros. Além disso, possui cursos de Pós-

Graduação.

Universidade da Região da Campanha (URCAMP), que tem diversos cursos,

entre eles: Direito, Educação Física, Administração, Ciências Contábeis e Letras.

URCAMP possui três campus em São Gabriel, sendo apenas dois ativos. Campus II

com a maioria dos cursos e o Campus III com Educação Física e técnico de

Enfermagem. O Campus III conta também com três turmas de ensino médio.

Instituto Federal Farroupilha (IFF) - na tarde de sexta-feira (11/12), a

comunidade gabrielense foi presenteada com um Centro de Referência do Instituto

Federal Farroupilha (IFF), ao final da inauguração foi assinado o Termo Aditivo de

Cessão de Uso entre a Prefeitura Municipal e o Instituto Federal Farroupilha.

Na cidade localiza-se o Estádio Sílvio de Faria Corrêa, pertencente à Prefeitura

Municipal, situado em frente à Estação Rodoviária, no Bairro Capiotti.

O município também é sede do Esporte Clube São Gabriel.

O futebol amador tem um grande número de entusiastas no município, além de

outros esportes. Atualmente, são disputados diversos torneios, como o Campeonato

Brasileiro da Escola Ginásio São Gabriel (que começou como Torneio de Pais da

extinta Escola Marista), o Campeonato de Futebol do Noí (no Bairro São Clemente),

além do Campeonato Municipal de Futebol de Campo - Copa São Gabriel, disputado no

Estádio Sílvio de Faria Corrêa, os torneios de Futsal Masculino e Feminino, entre

outros.

Além disso, há eventos de velocidade como o arrancadão, que é disputado em

eventos mensais em pistas de terra, e corridas de veloterra. Modalidades como corridas

de cavalo e galgos também têm eventos na comunidade.

As corridas de rua (maratonas e rústicas) também são praticadas, organizadas

pela ASCORG no município.

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Com o grande crescimento econômico e populacional da cidade nos últimos

anos, nasceram novos bairros na zona urbana do município. Atualmente São Gabriel

tem 57 bairros. E estes são eles:

Independência, Cidade Nova, Vila Maria, Bonfim, Cohab, Vila Mariana, Santo

Antônio, Três de Outubro, Gabrielense, Progresso, Esplanada, São Bento, Andrade,

Trindade, São Clemente, Capiotti, Siqueira, Vivenda, Vila Lima, Vila Baltar, Vila Rocha,

Vila Santa Isabel, Vila Maciel, Vila Camita, Vila Santa Regina, Vila Medianeira, Vila

Timbira, Vila Marcelino, Vieira, Leal, São Sebastião, São Gregório, Vargas, Novo

Horizonte, Centenário, Bancários, Passo da Lagoa, Matogrosso, Beira Rio, Honório,

Elbio Vargas, Universitário, São Luiz, Medeiros, Jardim Primavera, Jardim das

Hortência, Jardim Europa, Lavapé, Pascotin, Dr. Dácio de Assis Brasil, Santa Brígida,

Nabor Salgado, Promorar, Bela Vista, Parque Minuano, Pomares, Pelotense.

Em 2008, foi encontrado no município um fóssil de um antigo anfíbio do

Permiano com idade calculada de 270 milhões de anos, o que ainda está em análise.

Em 24 de março de 2011 foi anunciada a descoberta de um fóssil de um

terapsídeo, considerado o mais antigo do mundo, apresentado em Porto Alegre e

Johanesburgo por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da

Universidade Federal do Piauí. O fóssil foi batizado de Tiarajudens eccentricus, por ter

sido encontrado na localidade de Tiaraju. O ser vivo foi o primeiro a ter dentes de sabre,

com idade de 260 milhões de anos. Apesar dos dentes, o Tiarajudens era um animal

herbívoro.

São Gabriel é conhecida como o último reduto dos carreteiros. A carreta puxada

a boi de canga, utilizada por pequenos agricultores, é o meio de transporte mais antigo

do mundo, havendo registros na Antiga Suméria

Alguns dos Gabrielenses Ilustres, José Plácido de Castro, líder da Revolução

Acreana, Jorge de Oliveira Jobim, diplomata, jornalista, poeta, crítico literário e pai de

Tom Jobim, Marechal Fabio Patrício de Azambuja, militar, Marechal Hermes da

Fonseca, Presidente da República, Marechal Mascarenhas de Morais, Comandante da

FEB, General Ptolomeu de Assis Brasil, militar e ex-governador de Santa Catarina,

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General Argemiro de Assis Brasil, militar, Major Manoel Militino da Silva, militar,

expedicionário, oficial integrante do grupamento de saúde da FEB - Força

Expedicionária Brasileira]] e Mestre em Direito, Rui Zobaran, militar e ex-governador de

Santa Catarina, Luís Gonçalves das Chagas, primeiro e único Barão de Candiota, Hélio

Prates da Silveira, primeiro governador do Distrito Federal, Alcides Maia, primeiro

gaúcho a integrar a Academia Brasileira de Letras, Dr. Fernando Abbott, Presidente do

Estado do [[Rio Grande do Sul (equivalente na época ao atual cargo de governador),

Padre Leonel Franca, teólogo e fundador da Pontifícia Universidade Católica do Rio de

Janeiro (PUC-Rio),Embaixador Joaquim Francisco de Assis Brasil, fundador e líder do

Partido Libertador,Heron Domingues, radialista e locutor do Repórter Esso,Marco

Aurélio Prates de Macedo, Ministro Presidente do Tribunal Superior do

Trabalho,Totonho Villeroy, cantor e compositor, Lutero Luís, ator, Amílcar Bettega

Barbosa, escritor, Osório Santana Figueiredo, historiador, Clair Alves, escritora, poeta,

professora universitária, vice- presidente da Academia Literária do Rio Grande do Sul

Considerada como Último reduto dos carreteiros. No distrito de Tiarajú, nas

localidades de Vista Alegre, Santo Antonio, Pau Fincado e Lagões, na zona rural do

município, existem muitas famílias de carreteiros, sendo este o último núcleo de

carreteiros do Brasil. A família mais tradicional de carreteiros é a Langendorf, de origem

alemã e que curiosamente também é a família mais numerosa na cidade dentre as

famílias descendentes de alemães.

O conceito Carreta é dado ao tradicional veículo rural do Rio Grande do Sul.

Sabe-se que não é originário desta região. Foi trazido pelos portugueses, mas era

usado em todo o mundo. O Nome ?carreta? viera da tradição portuguesa. Mas a sua

origem básica remonta a Grécia antiga, de onde no ocidente, se originaram grande

parte dos veículos de tração animal. Mesmo assim a palavra carreta já existia com

diferenciação em relação a carroças e carros de batalha, usada na época pela citação

de Péricles (444 a 429 ªC.), para transportar objetos maiores, cargas. A carreta é um

meio de transporte contemporâneo à invenção da roda.

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Nas suas características básicas, carreta é um veículo difícil de manobrar,

especialmente pelo comprimento das fieiras, juntas de bois, além de não possuir freios,

exigindo a prática dos condutores em terrenos acidentados e pântanos.

A carreta de boi é o mais antigo meio de transporte que se conhece, há registros

na Suméria, três mil anos antes de Cristo, no lendário Vale do Indo, na Índia Antiga, e

também entre Assírios, egípcios e babilônios.

Amaxa para os gregos, plaustrum para os romanos, citada na Guerra de Tróia,

nem Moisés a dispensou durante o êxodo de seu povo. Na China da dinastia Tang.

Séculos VII a IX da nossa era, ela já aparece de rodas raiadas como hoje, trazendo as

últimas novidades da Pérsia e da Índia.

Na última metade do século passado e princípio deste, os historiadores do

pampa gaúcho, registram a presença desta, como um autêntico formigueiro, dada a

quantidade. Em 1875, com a inauguração do novo porto de Pelotas, passaram pela

Ponte Santa Bárbara 6.574 carretas. Em 1907 a intendência de Bagé registrava 366

carretas lotadas na comarca.

Havia, segundo registros da reportagem da época, além de uma praça própria

para descarga de produtos, toda uma política de carreta, com taxas, códigos de

postura, ruas e horários bem definidos. Visitantes estrangeiros admiravam-se de ver

comboios de dez a doze carretas carregadas de todo o tipo de mercadoria, mudando a

monotonia do pampa.

O Historiador gabrielense Osório Santana Figueiredo relata que a carreta de boi

(touro castrado e adestrado desde pequeno, quando terneiro) é citada em tempos de

guerra e na paz. E assim relata o historiador: Valentes serviçais, foram trem de carga e

casa de família, farmácia de remédios e paiol de munições, loja de bugigangas e carro

funerário, quartel general e bolicho, presídio e prefeitura, capela e prostíbulo. Durante a

guerra dos Farrapos, até mesmo a imagem do poeta Edilberto Teixeira destaca,

caravelas de zinco, teve sua hora de verdade. Quando Garibaldi quis transportar dois

lanchões da Lagoa dos Patos para a Lagoa do Rio Tramandaí, valeu-se de duas

carretas de boi puxadas cada uma por 48 juntas de boi.

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Dos carreteiros mais bem sucedidos surgiram as famílias dos grandes

fazendeiros. Dizia-se na época que com um rapaz com uma carreta com quatro juntas

de boi estava pronto para casar.

Através das carretas os produtores rurais transportavam a safra de arroz, de

pequenas roças (cercados), e realizavam viagens. Conta Izoé Ferreto 87 moradora do

Distrito de Azevedo Sodré que nos idos anos de 1940 vários moradores do distrito

realizavam viagens para comercializar produtos do campo e aquisição de produtos

como tecidos e outros em cidades vizinhas como Santa Maria a 180km de São Gabriel.

Eram grandes viagens, algumas famílias até viajavam nas carretas, demoravam meses.

Era o momento de compra e venda de quem morava no interior. Quando colhíamos

arroz em nossa lavoura, cerca de 80 hectares, os funcionários cortavam de foice e

depois era colocado na carreta para ser levado ao galpão para que fosse descascado.

Também se carregava nas velhas carretas, milho, abóboras e outros, especialmente

quando o cercado (pequena lavoura) ficava longe da casa, conta.

São Gabriel resiste as mudanças e torna-se Reduto dos Carreteiros, Com o

advento do automóvel, a carreta passou a ser usada para transporte somente do

interior para a cidade sede, isto é, do distrito para a cidade.

São Gabriel é um dos últimos municípios do Estado do Rio Grande do Sul, onde

ainda vive um núcleo de carreteiros, que usufruem deste tipo de transporte para levar

os produtos de suas lavouras para ser comercializado na cidade.

Estes pequenos produtores tem suas propriedades nas localidades de Pau

Fincado, Vista Alegre, Lagoões e Santo Antônio, que foram os primeiros sesmeiros que

povoaram essas localidades. Em sua maioria mantém a carreta por tradição, pois a

função vem de várias gerações.

Dentro da valorização da classe carreteira, hoje existe no Museu do Parque

Ibirapuera em São Paulo uma carreta doada pelo município, como forma de retratar

uma forma histórica de transporte.

Bem menores que as carretas antigas, as de hoje com duas rodas ainda mantém

o estilo pampeano. Um dia o toldo, que hoje é geralmente de zinco, já foi de couro ou

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quinchado de santa fé. Acontece que os carreteiros foram procurando maneiras mais

práticas de cobrirem suas carretas, e o zinco é um material resistente e rápido para

colocar, por isso as carretas, sem perder sua característica básica, são cobertas com

ele? argumenta Izoé Ferreto, que adquire constantemente produtos dos carreteiros.

Os bois que conduzem as carretas são conduzidos pelo nome, geralmente

nomes ligados à tradição como Cambai, Pitanga, Pintado, Baio etc...Também

acompanha o carreteiro a aguilhada ou picana, um tipo de vara comprida com ponta de

ferro. Em alguns casos usa-se de uma taquara, onde na ponta coloca-se um prego para

estimular o movimento dom boi.

A Administração Municipal construiu dois Abrigos para os Carreteiros, um no

Distrito de Tiaraju, há 12km da sede do município e outro em Catuçaba, há 15km do

primeiro, este último localizado há 15km das localidades de Vista Alegre, Santo Antônio

e Lagoões, o último reduto dos Carreteiros e inaugurado em 1999. Com capacidade de

acolher 10 carreteiros, com campo (capim) e água para alimentar e descansar seus

bois, os Abrigos foram construídos em local estratégico, das localidades à sede do

município os carreteiros levam dois dias, então os abrigos facilitam dois posos e

descanso para os bois. Os abrigos medem 5 x 5m.

Na cidade o carreteiro vira mascate e percorre as ruas para vender batata,

laranja, galinhas e charque, vazia só de volta.

Aspectos Sociais - Reportagem no Jornal Zero Hora, do dia 02 de junho de 2003

relata um aspecto importante sobre os carreteiros gabrielenses e o motivo principal que,

depois de estudos, levou a Administração Municipal a apoia-los. Diz a reportagem com

texto de Moisés Mendes: A Minissérie Casa das Sete Mulheres da Rede Globo, que

trouxe a TV aspectos da Revolução Farroupilha, mobilizou oito especialistas em

extinção no Estado. Eram carreteiras de São Gabriel no comando de 24 juntas, as

duplas de animais. Na liderança do grupo estava Carlos Adão, herdeiro dos legendários

Langendorf, os alemães que foram parar na zona de campanha do Estado, no século

19, e preservaram ali uma atividade típica dos pelos duros descendentes de

portugueses.

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Mas o gemido das rodas de madeira que abria caminhos e afugentava fantasmas

é barulho cada vez mais raro nas estradas de chão das localidades de Vista Alegre,

Lagoões e Santo Antônio, quase limite com Santa Maria. Langendorf e alguns vizinhos

resistem e ganham ânimo em cada participação em filme e novela.

Segundo especialista de fato a Carreta, também é mantida pelas últimas

dezenas de carreteiros por tradição e necessidade, além de hoje ser uma atração

turística de São Gabriel.

O historiador Osório Santana Figueiredo afirma que o amor ancestral pela vida

na estrada justifica a passagem de pai para filho, motivo pela qual a atividade das

carreteadas foi perpetuada pelas famílias Langendorf, Teixeira e Ramos.

É importante salientar que em determinada época eles receberam a proposta de

trocar as carreteadas por um caminhão adquirido pela Prefeitura para fazer a entrega

do produto na cidade, que foi recusada.

Na avaliação de especialistas a recusa tem a ver também com aspectos culturais

a exemplo da tradição das viagens, dos causos perto do fogo de chão e das rodas de

chimarrão prevaleceram. Para o Técnico da Emater que assiste os carreteiros, as

carretas garantem independência econômica aos pequenos produtores e amenizam o

Êxodo rural.

No começo da povoação do Rio Grande do Sul foram criados, por necessidade

estratégica, os portos fluviais de Pelotas e Rio Pardo. Aos portos chegavam os

carreteiros para buscar as cargas e leva-las aos pontos mais distantes da região. E de

cidades, vilas e povoados partiam os carreteiros com os produtos da terra.

O Carreteiro - Os primeiros carreteiros do hoje Rio Grande do Sul foram os

soldados do exército português, os contrabandistas, os comerciantes chamados

vivandeiros e os estancieiros que adentravam a campanha. As carretas surgiram no Rio

Grande do Sul por quatro pontos: reduções Missioneiras, com os Jesuítas, Rio Grande,

com o Brigadeiro José da Silva Paes, Rio Pardo, com o exército de Gomes Freire, e

Santo Antônio da Patrulha, ponto de ligação entre Laguna e Viamão.

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A Carga - Carreteiros de Caçapava do Sul desciam as serras com cargas de cal,

carvão vegetal, laranjas e outras frutas, rumo a Bagé, Santa Maria e outras cidades.

Para Palmeira das Missões, Tupaciretã e Nonoai os carreteiros levavam couros e

pele e buscavam erva-mate para Santiago do Boqueirão, uma das cidades gaúchas

que se formou com a passagem dos carreteiros, assim como Carazinho, nascida num

campo cortado pela estrada geral das carretas.

Aguilhada, Picana ou Guiada - É uma taquara com o comprimento proporcional

ao número de juntas de bois, com ferrão na ponta para cutucar os animais e mantê-los

ativos e parelhos na fieira.

Conjunto de Tração - Formado por peças de madeira ou ferro e acessórios

indispensáveis para unir os bois e puxar a carreta: canga, canzil, brocha, ajoujo,

tamoeiro, tiradeira ou cambão, passadeira ou fuzil, corda do coice e tapa-canga.

Tolda - É o conjunto de armação da tolda propriamente dita. A armação é um

gradil construído com quatro ou cinco arcos de varas roliças de madeira, que dão forma

a tolda, curvilínea ou de cumeeira. A tolda propriamente dita é a cobertura que reveste

a armação, e nas primeiras carretas era de couro, depois de palha, junco, capim santa-

fé e hoje de zinco.

Rodado - Duas rodas, que variam de tamanho, unidas por um eixo, de madeira

ou ferro. Constituem o rodado, ainda as partes chamadas maça, buzina, raios,

cambotas, roldanas e mata-bois.

Mesa - Compreende o leito, ou seja, o estrado no qual se deposita carga a

transportar. A mesa é composta das partes denominadas chedas, cabeçalho, chavelha,

focinheira, muchachos, cadeias, fueiros, assoalho, salva-vida e empulgueira.

Junta - É uma parelha de bois unidos pelo jugo(nas carretas mais antigas) ou

pela canga.

Em 2008, mais de 700 famílias de sem-terra foram assentadas em São Gabriel,

no Rio Grande do Sul. Quase quatro anos depois, os assentados ainda vivem sem

infraestrutura, escolas e estradas.

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São Gabriel tem sua base econômica ligada principalmente a agropecuária, onde

predominam a produção de arroz, soja e gado de corte. Recentemente, começou uma

diversificação de culturas com o desenvolvimento da piscicultura e da apicultura.

O cultivo de mel recebe atenção especial no município que inclusive tem

instalado um centro regional de recebimento e adequação do produto para fins de

exportação – a COAPAMPA, Cooperativa de Mel do Pampa, com clientes espalhados

por todo o mundo e produção de inúmeras toneladas do produto.

As Fruticulturas do município possuem expressivo desenvolvimento, contando

com o apoio do Executivo Municipal através de Convênio firmado com a Associação de

Fruticultores, já possui inúmeros hectares plantados, envolvendo diversas famílias do

meio rural.

O Setor de Comércio e Serviços responde por mais da metade do Produto

Interno Bruto (PIB) Municipal, especialmente a pequena e microempresa, que recebem

incentivos da municipalidade. A Indústria atua especialmente no Setor Têxtil e

Agroindustrial, que também com atenções da Administração, promove incremento na

geração de emprego e renda.

São Gabriel possui toda a infraestrutura para o desenvolvimento das

agroindústrias, oferecendo inclusive facilidades e incentivos do Poder Público.

A Produção Agrícola é bastante diversificada. Com a produção de soja são

32.000 Hectares, de arroz 30.000 Hectares e de milho 3.000 Hectares,

aproximadamente.

A pecuária apresenta : bovinocultura de leite e carne (450. 000 cabeças) e a

Ovinocultura (130.000 cabeças) aproximadamente. 112 Estabelecimentos Industriais;

1.439 Estabelecimentos Comerciais, 78 atacadistas, incluindo Grandes Redes; 250

hectares de Fruticultura; Piscicultura, experimental em expansão; Mais de 20.000

veículos registrados; Rede Hoteleira, que conta com 16 hotéis e pousadas e 2 Hotéis–

Fazenda, somando mais de 1.500 leitos;

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Existem no município jazidas de calcário na região da Palma, Distrito de Suspiro.

No Distrito de Tiarajú, o Xisto Betuminoso é abundante. O município ainda dispõe de

ouro, carvão, granitos, cristais de rochas, caulim, cobre.

Ao encerrar nossa pesquisa etnográfica concluímos que a Nossa cidade São

Gabriel continua o seu desenvolvimento um pouco lerdo devido a sua história, e por ser

uma cidade que ainda mantem vínculos muito forte com a época do coronelismo, pois

nossa política a muitos anos oscila entre dois políticos Fortes, que se mantem no poder,

pois ainda aqui o voto e no cabresto. Não se levando em conta as necessidades da

cidade e da sua população. Sendo muito comum ônibus saírem rumo a Caxias levando

muitas vezes nossos parentes em busca de um emprego de melhor condição de vida.

Não se valoriza o homem do campo, não se tem condição de estudo, não há

estradas, médicos e por último as escolas nem ppci tinham para funcionar, foram 13

interditadas pelo corpo de bombeiro, algumas ainda não estão em aula.

As escolas do campo foram transformadas em escolas polos, mas as estradas

que dão acesso estão em péssima condição, o calendário da escola do campo é o

mesmo da cidade causando um grande problema pois os alunos nas épocas de

colheita e de plantação acabam entrando em abandono escolar pois necessitam ajudar

seus familiares na lida da terra.