TCC - ANÁLISE BROMATOLÓGICA E COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOS

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1 UNIDADE INTEGRA SESI SENAI EBEP (Ensino Básico Articulado Ao Ensino Profissional) - TÉCNICO EM QUÍMICA INDUSTRIAL BRENDA RANIELLY DANILLO RODRIGUES EDUARDO ALVES LUCAS NATANAEL WÉVERSON HENRIQUE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: ANÁLISE BROMATOLÓGICA E COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOS NIQUELÂNDIA NOVEMBRO/2014

Transcript of TCC - ANÁLISE BROMATOLÓGICA E COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOS

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UNIDADE INTEGRA SESI SENAI – EBEP (Ensino Básico Articulado Ao Ensino

Profissional) - TÉCNICO EM QUÍMICA INDUSTRIAL

BRENDA RANIELLY

DANILLO RODRIGUES

EDUARDO ALVES

LUCAS NATANAEL

WÉVERSON HENRIQUE

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: ANÁLISE BROMATOLÓGICA E

COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOS

NIQUELÂNDIA

NOVEMBRO/2014

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BRENDA RANIELLY

DANILLO RODRIGUES

EDUARDO ALVES

LUCAS NATANAEL

WÉVERSON HENRIQUE

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: ANÁLISE BROMATOLÓGICA E

COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOS

Trabalho referente à componente Desenvolvimento de

Projetos do 3° ano/período do curso de Técnico em

Química da Unidade Integrada SESI SENAI - EBEP

Orientadora: Poliana Alves

NIQUELÂNDIA

NOVEMBRO/2014

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RESUMO

Os salgadinhos industrializados estão entres os mais consumidos no mundo todo pelo

público infantil. O presente trabalho teve como objetivo verificar o teor dos compostos desses

alimentos que em excesso causa diversos males aos consumidores, principalmente nas

crianças que sofrem com flutuação dos níveis de açúcar no sangue, levando a mudanças no

humor, ganho de peso, entre outros sintomas. A análise bromatológica foi de extrema

importância para determinar as condições nutricionais dos salgadinhos industrializados, foram

feitas análises do teor de umidade, densidade, gorduras totais (lipídios), sódio e potássio. Para

a determinação da umidade, foi feito uma análise proveniente da decomposição de

componentes orgânicos e volatilização de compostos voláteis. Em seguida foram feitas as

análises dos lipídios, esse termo é utilizado para gorduras e óleos que são compostos que

possuem muitos males quanto ingeridos em excesso. As gorduras totais foram determinadas

pelo método de Soxhlet, método a quente que trabalha com um refluxo descontínuo e

intermitente de solvente (éter etílico/hexano) com a vantagem de evitar a temperatura alta de

ebulição do solvente. A amostra não fica em contato direto com o solvente, evitando assim a

decomposição da gordura na amostra, no final os resultados obtidos foram superiores ao dos

informados no rótulo. A etapa determinação da densidade foi a próxima, ela é usada em

muitas áreas para caracterizar determinadas propriedades de um produto ou material. Sendo

uma importante propriedade física da matéria, assim como odor, cor, ponto de fusão e ponto

de ebulição. O método de flutuação permite a determinação da densidade de substâncias

sólidas, viscosas e pastosas, além de líquidas. O sódio encontrado nos alimentos na maioria

das vezes está na forma de cloreto de sódio ou sal é um nutriente essencial para a manutenção

das várias funções fisiológicas do organismo. O excesso de sal na dieta pode ser explicado

não só pela adição deste condimento durante a preparação dos alimentos, mas também pelo

uso de produtos industrializados, os valores que foram obtidos com a análise no fotômetro de

chama foram maiores do que as da embalagem. Como um mineral essencial e eletrólito

indispensável, o potássio desempenha papéis muito importantes em nosso corpo, e foi

determinado junto com o sódio. As análises de potássio também tiveram valores diferentes

quando comparados as da embalagem. Após as análises bromatológicas, ficou evidente que o

consumo desse tipo de alimento é dispensável e extremamente nocivo a saúde infantil.

Palavras-chave: salgadinhos, compostos, legislação.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Molécula de água ...................................................................................................... 13

Figura 2: Reação genérica de formação de um triacilglicerol .................................................. 15

Figura 3: Alimentos ricos em gorduras saturadas .................................................................... 15

Figura 4: Palmitina. Triglicerídeo com três ácidos graxos saturados. ...................................... 16

Figura 5: Ácido Palmítico (saturado) ....................................................................................... 16

Figura 6: Alimentos ricos em gorduras insaturadas (cis) ......................................................... 16

Figura 7: Exemplo de ácidos graxo mono e poli-insaturados (cis) .......................................... 17

Figura 8: Triglicerídeos Insaturados ......................................................................................... 17

Figura 9: Alimentos ricos em gorduras trans............................................................................ 17

Figura 10: Molécula de gordura trans....................................................................................... 18

Figura 11: Quantidade de sal ingerida diariamente pelos brasileiros ....................................... 20

Figura 12: Produtos com maior teor de sódio .......................................................................... 21

Figura 13: Frutas como a banana são ricas em potássio ........................................................... 22

Figura 14: Consequências da má alimentação infantil ............................................................. 24

Figura 15: Máquina extrusora .................................................................................................. 28

Figura 16: Amostragem ............................................................................................................ 30

Figura 17: Filtração das amostras de salgado (para reter a gordura) ........................................ 31

Figura 18: Amostras abertas, filtradas e armazenadas ............................................................. 32

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Consequências do amento no consumo de gorduras trans em 20 anos .................... 18

Tabela 2: Faixa de distribuição aceitável de macronutrientes em relação à oferta energética. 25

Tabela 3: Ingestão diária recomendada de macronutrientes na dieta de crianças. ................... 25

Tabela 4: Amostragem.............................................................................................................. 29

Tabela 5: Relação de peso dos béqueres para a determinação de umidade .............................. 37

Tabela 6: Umidade por cento a 105°C ..................................................................................... 37

Tabela 7: Relação de resultados contidos em uma embalagem de cada amostra, segundo o

experimento realizado............................................................................................................... 38

Tabela 8: Comparação dos resultados de gorduras totais obtidos na prática com as

informações do rótulo da embalagem. ...................................................................................... 39

Tabela 9: Pesos obtidos no picnômetro e densidade das amostras ........................................... 42

Tabela 10: Densidade e massa corresponde a 10ml ................................................................. 42

Tabela 11: Quantidades de potássio informadas no rótulo e obtidas no fotômetro .................. 46

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Porcentagem de gorduras dentro de uma embalagem de cada amostra. ................. 38

Gráfico 2: Comparação - Valores encontrados na prática versus Valores informados no rótulo

versus Valores diários de referência pra gordura numa dieta de 2000kcal .............................. 40

Gráfico 3: Curva de concentração de sódio nos padrões .......................................................... 43

Gráfico 4: Curva de concentração de sódio nos padrões ......................................................... 43

Gráfico 5: Comparação entre os resultados obtidos, os contidos no rótulo e os permitidos de

acordo com a OMS ................................................................................................................... 44

Gráfico 6: Comparação da quantidade de sódio permitidas para cada faixa etária e da

quantidade encontrada em cada amostra .................................................................................. 45

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LISTA DE SILGLAS E ABREVIATURAS

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE)

Ingestão Diária Recomendada (IDR)

Institute of Medicine (IOM)

Low Density Lipoprotein (Lipoproteína de baixa densidade) (LDL)

Organização mundial da Saúde (OMS)

Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)

Parte por milhão (ppm)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 9

2. OBJETIVOS ................................................................................................................................ 11

2.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 11

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................ 11

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................. 12

3.1. BROMATOLOGIA .............................................................................................................. 12

3.1.1. Umidade ........................................................................................................................ 12

3.1.2. Lipídios ......................................................................................................................... 13

3.1.3. Sódio ............................................................................................................................. 19

3.1.4. Potássio ......................................................................................................................... 21

3.2. ROTULAGEM DE ALIMENTOS ....................................................................................... 22

3.3. ALIMENTAÇÃO INFANTIL .............................................................................................. 23

3.3.1. Necessidades Nutricionais ........................................................................................... 24

3.4. SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOS ........................................................................... 26

3.4.1. Processo de Produção .................................................................................................. 26

4. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 29

4.1. AMOSTRAGEM .................................................................................................................. 29

4.2. ABERTURA DA AMOSTRA .............................................................................................. 31

4.3. DETERMINAÇÃO DE UMIDADE (SUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS A 105°C) .................. 32

4.4. DETERMINAÇÃO DE LIPÍDIOS PELO MÉTODO DE SOXHLET ................................ 33

4.5. DETERMINAÇÃO DE DENSIDADE EM AMOSTRA SÓLIDA ...................................... 34

4.6. DETERMINAÇÃO FOTOMÉTRICA DE SÓDIO E POTÁSSIO....................................... 35

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................................. 37

5.1. DETERMINAÇÃO DE UMIDADE (SUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS A 105°C) .................. 37

5.2. DETERMINAÇÃO DE LIPÍDIOS (GORDURAS TOTAIS) .............................................. 38

5.3. DETERMINAÇÃO DE DENSIDADE ................................................................................. 41

5.4. DETERMINÇÃO FOTOMÉTRICA DE SÓDIO E POTÁSSIO ......................................... 42

6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 49

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1. INTRODUÇÃO

A maior preocupação com relação ao aprendizado da informação nutricional está

relacionada com o aumento da conscientização da população a respeito das doenças geradas

devido à alimentação inadequada, dentre elas pode-se destacar a obesidade e suas

consequências, tais como doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, dislipidemias, que

se tornaram preocupação mundial, sendo a população infantil o alvo mais crítico da incidência

da obesidade (GERALDO, 2010).

A prevalência de excesso de peso em crianças tem crescido em ritmoalarmante nos

países em desenvolvimento, inclusive no Brasil, o que é preocupante visto que crianças

obesas possuem grande chance de tornarem-se adultos obesos (ROSSI et al., 2010).

Tal situação pode ser atribuída, em parte, ao maior acesso a alimentos em quantidade

excessiva e qualidade inadequada que, juntamente com a desinformação, induza erros

alimentares como o aumento do consumo de alimentos ricos em sódio, gorduras e açúcares,

juntamente com deficiência de fibras e micronutrientes. Portanto, além da conscientização dos

pais e educadores sobre esse aspecto, é importante verificar a presença destas substâncias nos

rótulos dos alimentos.

Além das gorduras trans e saturadas, os alimentos industrializados são ricos em outras

substâncias prejudiciais à saúde como sódio, açúcar, corantes e aromatizantes. Como

consequência da exposição a erros alimentares introduzidos pela inundação do mercado por

alimentos pouco balanceados, desde a infância, observa-se o aumento da morbimortalidade,

podendo mesmo diminuir a expectativa de vida desses futuros indivíduos.

A importância da rotulagem nutricional dos alimentos para a promoção da alimentação

saudável é destacada em grande parte dos estudos e pesquisas que envolvem a área da

nutrição e sua relação com estratégias para a redução do risco de doenças crônicas

(COUTINHO; RECINE, 2007).

Numa lista dos dez piores alimentos de todos os tempos elaborada pela nutricionista

canadense Michelle Schoffro, os salgadinhos de milho industrializados ocupam a 9° posição.

O que pouca gente sabe é que os perigos desses alimentos vão muito além da questão estética,

eles são um risco para a saúde. E, o que mais assusta: o maior consumidor desse tipo de

alimento são as crianças (SCHOFFRO, 2011).

Esse alimento pode causar flutuação dos níveis de açúcar no sangue, levando a

mudanças no humor, ganho de peso, irritabilidade, entre outros sintomas. Além disso, a maior

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parte desses salgadinhos é frita em óleo, que vira ranço e está ligado a processos inflamatórios

(SCHOFFRO, 2011).

A maneira com que estes salgadinhos são apresentados é praticamente isenta de fibras.

O milho é rico em fibras, mas o salgadinho perde completamente esse benefício.

(SCHOFFRO, 2011).

As embalagens de salgadinhos apresentam os valores nutricionais do produto (isso é

obrigatório por lei). Entretanto, não alertam o consumidor sobre a quantidade excessiva de

gordura e sal.

O objetivo do presente trabalho foi Realizar análises bromatológicas em

salgadinhos industrializados, para determinar as condições nutricionais dos mesmos.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Realizar análises bromatológicas em salgadinhos industrializados, para determinar as

condições nutricionais dos mesmos.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar a composição nutricional dos salgadinhos a base de milho e batata, por meio

de procedimentos visando determinar o teor de sódio, potássio, lipídios, umidade e

densidade;

Comparar os resultados dos valores nutricionais obtidos das diferentes marcas dos

salgados de milho entre si e com seus respectivos rótulos, verificando se estes aspectos

estão de acordo com a legislação vigente;

Abordar os problemas de saúde causados pelo consumo em excesso desse tipo de

alimento. Discutindo, por meio dos dados obtidos, os riscos para o principal público

alvo consumidor dos salgadinhos: as crianças;

Aplicar os conhecimentos teóricos vistos em sala e a experiência prática em

laboratório adquirida ao longo do curso na realização das análises necessárias.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. BROMATOLOGIA

A bromatologia é a disciplina científica que estuda integralmente os alimentos.

Permite conhecer a sua composição qualitativa e quantitativa; o significado higiênico e

toxicológico das alterações e contaminações, como e porque ocorrem e como evitá-las; qual é

a tecnologia mais apropriada para tratá-los e como aplicá-la; como utilizar a legislação;

segurança alimentar; proteção dos alimentos e do consumidor; quais os métodos analíticos a

aplicar para determinar a sua composição e para determinar a sua qualidade. A análise de

alimentos é uma área muito importante no ensino das ciências que estudam alimentos, pois ela

atua em vários segmentos do controle de qualidade, do processamento e do armazenamento

dos alimentos processados (WIKIPEDIA, 2014).

A bromatologia estuda os alimentos, sua composição química, sua ação no organismo,

seu valor alimentício e calórico, suas propriedades físicas, químicas, toxicológicas e também

adulterantes, contaminantes, fraudes, etc. (WIKIPEDIA, 2014).

Basicamente, os alimentos apresentam três tipos de funções, são elas: energética,

plástica e reguladora. A função energética é desempenhada pelos carboidratos, lipídeos e

proteínas. A constituição plástica é regulada pelas proteínas, minerais e água. Já a função

reguladora é efetuada pelas vitaminas, celulose e oxigênio (WIKIPEDIA, 2014).

3.1.1. Umidade

A determinação de umidade é uma das medidas mais importantes e aplicadas na

análise de alimentos, estando esse parâmetro relacionado com a estabilidade, qualidade e

composição de produtos alimentícios. Presença de umidade/água em alimentos afeta a sua

estocagem (por exemplo, grãos estocados com umidade excessiva estão sujeitos a rápida

deterioração devido ao crescimento de fungos que desenvolvem toxinas como a aflatoxina), a

sua embalagem (por exemplo, a velocidade de escurecimento em vegetais e frutas

desidratadas ou a absorção de oxigênio em ovo em pó podem aumentar com o aumento da

umidade, em embalagens permeáveis à luz e ao oxigênio) e o seu processamento (por

exemplo, a umidade do trigo na fabricação de pão e produtos de padaria) (CECCHI, 1999).

A água é um nutriente de extrema importância, participando com 60 a 65 % do corpo

humano e da maioria dos animais. Dentre as várias funções da água no organismo, cita-se:

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É o solvente universal, indispensável aos processos metabólicos;

Manutenção da temperatura corporal;

Manutenção da pressão osmótica dos fluídos e do volume das células;

Participação como reagente de um grande número de reações metabólicas.

Usualmente a quantidade de água nos alimentos é expressa pelo valor da determinação

da água total contida no alimento. Este valor não fornece informações de como está

distribuída a água neste alimento nem permite saber se toda a água está ligada do mesmo

modo ao alimento (VICENZI, S/D).

Muitas vezes o teor de água determinado permite que ocorra o desenvolvimento de

algum micro-organismo, porém isso não ocorre, porque muita desta água não está disponível

ao micro-organismo. Há também o fato de uma parte da água não ser congelável. Isso nos

leva a crer que existem moléculas de água com propriedades e distribuição diferentes no

mesmo alimento (VICENZI, S/D).

3.1.2. Lipídios

São compostos orgânicos formados por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e

também podem possuir potássio, nitrogênio e enxofre, com predomínio de hidrogênio,

encontrando-se nos organismos vivos, sendo geralmente insolúveis em água e solúveis em

solventes orgânicos, tais como: éter etílico, éter de petróleo, acetona clorofórmio, benzeno e

álcoois. Estes solventes apolares atacam a fração lipídica neutra que incluem ácidos graxos

livres, mono, di e trigliceróis, e alguns mais polares como fosfolipídeos, glicolipídeos e

esfingolipídeos. Estróis, ceras, pigmentos lipossolúveis e vitaminas, que contribuem com

energia na dieta, podem ser parcialmente extraídos. O termo lipídeo é utilizado para gorduras

e substâncias gordurosas.

Figura 1: Molécula de água

Fonte:http://quimicaparatodosuevora.blogspot.com.br/2011/

02/agua.html

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Os Lipídeos apresentam muitos malefícios, sendo que quando ingeridos em excesso, a

alimentação controlada desses compostos pode trazer diversos benefícios:

Importante fonte calórica da dieta;

Supre necessidades nutricionais específicas (ácidos graxos essenciais, por

exemplo);

Atua no organismo como agente protetor e transportador de vitaminas

lipossolúveis (A, D, E, e K);

Exerce ação lubrificante;

Contribui na ação de leveza pelo aprisionamento de ar em massas e sorvetes;

Atua como agente transportador de calor, nas frituras;

Contribui no paladar;

Dentre os principais grupos de nutrientes que podemos encontrar nos salgadinhos, os

lipídeos, particularmente as gorduras e óleos, se destacam por serem insolúveis em água, por

suas capacidades de serem fontes de energia, de proporcionar um sabor e textura agradáveis

aos alimentos, dentre outros aspectos (NAWAR, 1986).

Em contraste com carboidratos e proteínas, as gorduras e óleos possuem poucos sítios

reativos na sua molécula, de modo que a ocorrência de reações durante o processamento e

armazenamento do alimento é menos variada que a de componentes solúveis em água, o que é

benéfico para o processo (ARAÚJO,1995).

As gorduras são derivadas predominantemente de ácidos graxos saturados. A única

diferença que existe entre um óleo e uma gordura é que os óleos são insaturados, tornando-se

líquidos à temperatura ambiente. Já as gorduras são saturadas (só possuem ligações simples

em suas cadeias carbônicas) e apresentam-se na fase sólida em condições ambientes

(FOGAÇA, S/D).

A gordura é da classe dos lipídios, isto é, ésteres que ao reagirem com água formam

ácido graxo e um monoálcool graxo ou um poliálcool (glicerina) e, eventualmente, outros

compostos. Os lipídios são classificados em quatro grupos, sendo que um desses grupos é o

dos glicerídeos. Já os glicerídeos são triésteres formados a partir de três moléculas de ácidos

graxos e uma molécula de triálcool glicerina (FOGAÇA, S/D).

É nesse grupo que as gorduras se encontram, pois elas apresentam como componentes

principais os triacilgliceróis (éster formado a partir do glicerol – álcool - e três moléculas de

ácidos graxos - ácidos carboxílicos de ocorrência natural - em um processo catalisado por

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enzimas - lipases - ou meio ácido). A figura abaixo mostra uma reação química genérica de

formação de um triacilglicerol (FOGAÇA, S/D).

Os ácidos graxos que formam as gorduras e os óleos podem ser saturados ou

insaturados.

3.1.2.1. Gorduras Saturadas

As gorduras que são formadas por ácidos graxos saturados são denominadas de

gorduras saturadas. Essas gorduras ricas em cadeias saturadas de ácidos graxos têm a

tendência de se solidificar em temperaturas baixas. Alguns exemplos de fontes desse tipo de

gordura são a manteiga, o sebo de porco, a gordura da picanha, a gordura de coco e a

manteiga de cacau (FOGAÇA, S/D).

Figura 2: Reação genérica de formação de um triacilglicerol

Fonte: http://www.brasilescola.com/saude-na-escola/conteudo/composicao-quimica-das-gorduras.htm

Figura 3: Alimentos ricos em gorduras saturadas

Fonte: http://saude.culturamix.com/dicas/gorduras-que-fazem-bem-a-saude

16

Figura 5: Palmitina. Triglicerídeo com três ácidos graxos

saturados.

Fonte: http://maxaug.blogspot.com.br/2013/02/os-

lipidios.html

Ligação química: Cada átomo de carbono mantém uma ligação simples com outro

carbono e está ligado a dois átomos de hidrogênio (GRIMALDI; VASCONCELOS, 2013).

Consumo máximo por dia: 20 gramas (segundo a OMS – Organização mundial da

Saúde), em uma dieta de 2000 kcal (GRIMALDI; VASCONCELOS, 2013).

Efeitos no corpo: Aumenta o colesterol ruim (LDL), que se deposita nas artérias,

elevando o risco de problemas no coração (GRIMALDI; VASCONCELOS, 2013).

3.1.2.2. Gorduras Insaturadas (cis)

Existente principalmente em vegetais, ela é líquida em temperatura ambiente. Há a

monoinsaturada (com apenas uma ligação dupla de carbono) e a poli-insaturada (com mais de

uma ligação dupla de carbono) (FOGAÇA, S/D).

É encontrada no azeite de oliva, óleo de canola e de milho, amêndoa, castanha-do-

pará, abacate, semente de linhaça, truta e salmão (FOGAÇA, S/D).

Figura 4: Ácido Palmítico (saturado)

Fonte:http://maxaug.blogspot.com.br/

2013/02/os-lipidios.html

Figura 6: Alimentos ricos em gorduras insaturadas (cis)

Fonte: http://saude.culturamix.com/dicas/gorduras-que-fazem-bem-

a-saude

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Figura 8: Triglicerídeos Insaturados

Fonte:http://maxaug.blogspot.com.br/2013/02/os-

lipidios.html

Ligação química: Faltam alguns átomos de hidrogênio em sua molécula e, por isso,

ocorre uma ligação dupla entre os carbonos (GRIMALDI; VASCONCELOS, 2013).

Consumo máximo por dia: 44 gramas (segundo a OMS ) em uma dieta de 2000 kcal

(GRIMALDI; VASCONCELOS, 2013).

Efeitos no corpo: Ajuda a reduzir o colesterol ruim, as triglicérides (tipo de gordura

que, em níveis elevados, pode causar doenças coronarianas) e a pressão arterial (GRIMALDI;

VASCONCELOS, 2013).

3.1.2.3. Gorduras Insaturadas (trans)

Um tipo de gordura formada por um processo químico (hidrogenação), no qual óleos

vegetais líquidos são transformados em ácido graxo trans, uma gordura sólida. É encontrada

em margarina, biscoitos, batatas fritas, sorvete e salgadinhos de pacote. (FOGAÇA, S/D).

Figura 7: Exemplo de ácidos graxo mono e poli-

insaturados (cis)

Fonte:http://maxaug.blogspot.com.br/2013/02/os-

lipidios.html

Figura 9: Alimentos ricos em gorduras trans

Fonte: http://www.fucapi.br/blogfucapi/2013/12/17/seis-

alimentos-com-gordura-trans-que-nao-deveriam-estar-na-

despensa/

18

Ligação química: Similar à da gordura saturada, mas os átomos de hidrogênio estão

dispostos na diagonal, e não em paralelo, como ocorre com os ácidos graxos encontrados na

natureza. Daí vem o nome "trans". Consumo máximo por dia: 2 gramas (segundo a OMS), em

uma dieta de 2000 kcal. (GRIMALDI; VASCONCELOS, 2013).

Efeitos no corpo: Não faz nada bem à saúde: aumenta o colesterol ruim e, ao mesmo

tempo, reduz o bom. (GRIMALDI; VASCONCELOS, 2013)

As indústrias alimentícias utilizam o processo de hidrogenação para deixar o alimento

mais crocante e saboroso. Por mais que elas saibam o mal que esse tipo de gordura pode

causar à saúde, as indústrias se preocupam somente com a venda dos produtos. Felizmente, no

Brasil, é obrigatória a indicação da quantidade de gordura trans nos rótulos dos alimentos,

para que o consumidor tenha consciência do que está comprando e, caso ele saiba dos danos

que a gordura trans em excesso pode causar, ele possa escolher alimentos com pouca ou

nenhuma quantidade dessa gordura e, assim, cuidar da sua saúde. (OLIVEIRA, 2013)

Tabela 1: Consequências do amento no consumo de gorduras trans em 20 anos

ANOS EXCESSO DE

PESO SEXO OBESIDADE

5 a 9 anos

15,0% em 1889

34,8% em 2009 4,1% em 1889

16,6% em 2009

11,9% em 1889

32,0% em 2009 2,4% em 1889

11,8% em 2009

9 a 19 anos

7,7% em 1889

21,7% em 2009 1,5% em 1889

4,0% em 2009

13,9% em 1889

19,4% em 2009 2,2% em 1889

4,0% em 2009

20 anos ou mais

29,9% em 1889

50,1% em 2009 5,4% em 1889

12,4% em 2009

41,4% em 1889

48% em 2009 13,2% em 1889

16,9% em 2009 Fonte: IBGE

Figura 10: Molécula de gordura trans

Fonte: http://www.brasilescola.com/saude-na-escola/conteudo/composicao-quimica-das-gorduras.htm

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3.1.3. Sódio

Usualmente encontrado nos alimentos na forma de cloreto de sódio ou sal, o sódio é

um nutriente essencial para manutenção de diversas funções fisiológicas do organismo:

transmissão nervosa, contração muscular, manutenção da pressão arterial e equilíbrios de

fluídos e ácido - básico.

Possui uma elevadíssima taxa de absorção. Praticamente a totalidade deste mineral

passa para o sangue, contudo é função dos rins eliminar os excessos, que em muito casos

corresponde a 90% do que é ingerido nos alimentos.

O Brasil é um dos maiores consumidores de sal no mundo com uma média de 16,7

g/dia/pessoa. Porém dados revelados pela pesquisa de orçamento familiar (POF) de 2002-

2003 indicam consumo de 9,6 g/dia/pessoa. Em ambos os casos, os dados estão acima do

recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 6g/dia/pessoa. Segundo

os dados dessa pesquisa conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE),

tem ocorrido um aumento significativo no consumo de alimentos industrializados. (IBGE,

2012)

De acordo com os dados obtidos no POF sobre o consumo alimentar pessoal no Brasil,

nos anos de 2008 a 2009, a ingestão de alimentos industrializados, tais como biscoitos,

linguiça, salsicha, sanduiches, salgadinhos industrializados, bebidas, diminuiu com a idade,

sendo mais prevalente entre adolescentes e adultos. Assim os pesquisadores chegaram ao

resultado de que os indivíduos que reportaram o consumo desses alimentos industrializados

apresentaram as maiores médias de consumo de energia quando comparadas com a média

nacional (IBGE, 2011).

O alto consumo de sal na dieta pode ser explicado não só pela adição deste

condimento durante a preparação dos alimentos, mas também pelo uso de produtos indus-

trializados (LEVY-COSTA et al., 2003).Além disso, haveria também substanciais reduções

na mortalidade por AVC (14%) e por doença coronariana (9%), representando 150.000 vidas

salvas anualmente em todo o mundo. O consumo excessivo de sal também está associado ao

câncer gástrico, podendo contribuir, ainda para o desenvolvimento da osteoporose (SARNO et

al., 2009).

Após análise de 115 estudos sobre a extensão e natureza da promoção de alimentos as

crianças, concluiu também quanto à propaganda de produtos alimentícios, que a maioria dos

alimentos divulgados possui altos teores de gorduras e calorias, altas quantidades de açúcar

e/ou sal, contrariando normas internacionais das orientações dietéticas. Os alimentos mais

20

Figura 11: Quantidade de sal ingerida diariamente pelos brasileiros

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Asude -e-bem-estar/ noticia/ 2012/ 10 /so-20-dos-alimentos-tem-teor-

de-sodio-adequado-diz-anvisa.html

veiculado no marketing são os açucarados, refrigerantes e salgadinhos, isso também é visto

nas promoções de “fastfood” que continua a ganhar quota de marketing. (CAIRNS, et

al.,2009)

Pesquisa realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou

alto teor de sódio em alimentos vendidos no Brasil. "O que nos preocupa é que boa parte dos

alimentos com alto nível de sal é muito consumido por crianças", diz a gerente-geral de

alimentos da Anvisa, Denise de Oliveira Resende (REVISTAEPOCA, 2014).

O excesso de sódio na dieta é considerado fator de risco de problemas como

hipertensão e diabete. Por isso, a OMS recomenda que o nutriente seja usado com parcimônia:

no máximo 2 gramas diárias de sódio, o equivalente a 5 gramas de sal. Para se ter uma ideia,

100 gramas de parmesão conteria a quantidade. O brasileiro consome 12 gramas de sal por

dia, mais do que o dobro do recomendado pela OMS (REVISTAEPOCA, 2014).

21

3.1.4. Potássio

Reduzir o sal nas refeições é importante, no entanto aumentar o consumo de potássio

na alimentação é igualmente significativo para diminuir os riscos de hipertensão.

Como um mineral essencial e eletrólito indispensável, o potássio desempenha papéis

muito importantes em nosso corpo, facilitando a contração muscular, as transmissões

nervosas e ajudando a manter um batimento cardíaco normal, além de regular os níveis de

acidez do sangue. Mas uma das principais funções do potássio é a de diminuir os efeitos do

sódio em nosso corpo, mantendo nossa pressão arterial normal (A IMPORTÂNCIA... , 2013).

Porém, de acordo com uma pesquisa publicado no American Journal of Clinical

Nutrition (Jornal Americano de Nutrição Clínica), menos de dois por cento dos americanos

consomem as 4,7 g de potássio recomendadas por dia, enquanto a maioria de nós consome o

dobro da quantidade de sódio necessária. (A IMPORTÂNCIA... , 2013)

Um estudo conduzido por pesquisadores da Organização Mundial de Saúde (OMS)

concluiu que incrementar a dieta com alimentos ricos em potássio e diminuir o consumo de

alimentos industrializados ajuda a controlar a pressão arterial e prevenir um AVC (INCLUIR

MAIS POTÁSSIO... , 2013).

Figura 12: Produtos com maior teor de sódio

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-

estar/noticia/2012/10/so-20-dos-alimentos-tem-teor-de-

sodio-adequado-diz-anvisa.html

22

A relação entre sódio e pressão alta não é novidade. Quem sofre da doença, que atinge

cerca de 35% dos brasileiros com mais de 40 anos, segundo o Ministério da Saúde, sabe que

tirar o sal da mesa é um dos primeiros passos para controlar a hipertensão. O que nem todo

mundo sabe é que os níveis desse nutriente no organismo dependem de outro elemento: o

potássio. "A dupla sódio e potássio geram o que nós chamamos de equilíbrio hídrico do

corpo, sendo o potássio um bom diurético e o sódio um bom retentor de líquidos", explica a

nutricionista Roseli Rossi, especialista em Nutrição Clínica Funcional, da clínica Equilíbrio

Nutricional, em São Paulo. Uma dieta rica em potássio, portanto, leva a uma maior

eliminação de sódio, o que pode ajudar a combater a pressão alta. (INCLUIR MAIS

POTÁSSIO... , 2013)

O potássio é encontrado em uma grande variedade de alimentos, incluindo: frutas

(bananas, laranjas, melão, morangos, abacate e tomates); proteínas (frango, linguado, atum e

lentilha); vegetais (batata branca e batata doce com pele, espinafre, abóbora, couve); laticínios

(leite desnatado ou semi-desnatado e iogurte) e oleaginosas (sementes de girassol e

amêndoas). (A IMPORTÂNCIA... , 2013)

3.2. ROTULAGEM DE ALIMENTOS

Define-se rótulo como sendo toda inscrição, legenda ou imagem, ou toda matéria

descritiva ou gráfica escrita, impressa, estampada, gravada em relevo ou litografada ou colada

sobre a embalagem do alimento, ou seja, é qualquer informação referente a um produto que

esteja transcrita na embalagem (MONTEIRO; COUTINHO; RECINE, 2005). Tais

Figura 13: Frutas como a banana são ricas em potássio

Fonte: http://revistapilates.com.br/2013/05/29/a-importancia-do-

potassio-na-dieta/

23

informações destinam-se a identificar a origem, a composição e as características nutricionais

dos produtos, permitindo o rastreamento dos mesmos, e constituindo-se, portanto, em

elemento fundamental para a saúde pública.

Além das informações gerais, os rótulos apresentam-se como veículo ímpar para

fornecer ao consumidor informações nutricionais indispensáveis à aquisição dos alimentos

para compor uma dieta saudável. Esta constatação motivou, nas últimas décadas, um grande

avanço na legislação do País, notadamente no que concerne à rotulagem nutricional de

alimentos (LIMA; GUERRA, 2003).

A ANVISA incentiva ainda os fabricantes de alimentos e de bebidas a dispor nos

rótulos as informações referentes ao conteúdo de colesterol, cálcio e ferro, com o objetivo de

aumentar o nível de conhecimento do consumidor, desde que o produto apresente quantidade

igual ou superior a 5% da IDR (Ingestão Diária Recomendada) (ANVISA, 2005).

Dados recentes demonstraram que 70% das pessoas consultam rótulos dos alimentos

no momento da compra; no entanto, mais da metade não compreende adequadamente o

significado das informações. Outra pesquisa, realizada em Brasília, confirma esse resultado:

74,8% dos pesquisados leem as informações nutricionais, embora apenas 25% desse grupo

tenha o hábito de ler o rótulo de todos os alimentos. Mais da metade desses consumidores que

consultava os rótulos lia apenas os referentes a alimentos específicos, com o objetivo de

conhecer seu valor calórico. Os resultados obtidos em ambas as pesquisas indicaram que,

apesar de a população considerar importante o rótulo dos alimentos conter as informações

nutricionais, a maioria não sabe utilizá-lo (PONTES et al., 2009). É uma questão educacional,

cabendo aos profissionais de saúde à atribuição de ajudar nesse sentido, orientando as

pessoas.

3.3. ALIMENTAÇÃO INFANTIL

A alimentação durante a infância é importante para o crescimento e desenvolvimento e

pode também representar um dos principais fatores de prevenção de algumas doenças na fase

adulta. Em um estudo sobre o consumo infantil de alimentos industrializados, observaram que

importantes mudanças no padrão da alimentação infantil podem estar ocorrendo e que a renda

influencia o consumo de alguns alimentos industrializados, tais como achocolatado, chocolate

e refrigerante, alimentos consumidos com maior frequência por crianças de famílias de maior

renda. Estudos mostram que mudanças nos padrões nutricionais, ao longo do tempo, refletem

na redução progressiva da desnutrição e no aumento da obesidade (GAGLIANONE, 2003).

24

Considerando-se as características biológicas, o escolar é a criança de 7 anos de idade

até que entre em puberdade. Nesse período, a criança já possui suas preferências alimentares e

apresenta autonomia na escolha dos alimentos e na quantidade que deseja consumir.

(VITOLO, 2008).

Esta fase de desenvolvimento é a ideal para que sejam transmitidos conhecimentos

sobre as propriedades dos alimentos e seus nutrientes e sobre alimentação e hábitos de vida

saudáveis à criança, fazendo que ela se torne consciente da escolha dos alimentos a serem

ingeridos (GAGLIANONE, 2003)

A escolha das crianças em relação aos alimentos oferecidos, sem uma prévia seleção,

recai sobre alimentos com elevada quantidade de gordura, açúcar e sal, conforme suas

preferências. A aceitação dos alimentos é baseada nas suas propriedades sensoriais, sendo que

os benefícios dos nutrientes para a saúde vêm como consequência. (PALMA; ESCRIVÃO;

OLIVEIRA, 2009).

3.3.1. Necessidades Nutricionais

As necessidades nutricionais das crianças variam de acordo com a idade e o sexo. Por

esse motivo, na hora da leitura do rótulo para a escolha do alimento é preciso saber quais são

as necessidades nutricionais da criança.

As tabelas 2 e 3 apresentam as necessidades nutricionais de nutrientes, percentuais de

gordura ingerida e a faixa de distribuição aceitável de macronutrientes por idade e sexo.

Figura 14: Consequências da má alimentação

infantil

Fonte: http://www.obesidadeinfantil.org/

perigos-obesidade-infantil-preocupado.php

25

Na Tabela 2, está demonstrada a faixa aceitável de ingestão de macronutrientes em

relação ao valor energético ideal para consumo. Em outras palavras, para uma criança de 8

anos de idade, a recomendação ideal é de aproximadamente 1.700 kcal/dia, sendo que desse

total, de 45 a 65% deve corresponder à ingestão de carboidratos.

Tabela 2: Faixa de distribuição aceitável de macronutrientes em relação à oferta energética.

Idade (anos) Carboidratos (%) Proteínas (%) Lipídeos (%)

1 a 3 45 a 65 5 a 20 30 a 40

4 a 18 45 a 65 10 a 30 25 a 35

Fonte: IOM, 2002.

A Tabela 3 mostra os valores de ingestão diária, segundo a idade e o gênero das crianças.

Tabela 3: Ingestão diária recomendada de macronutrientes na dieta de crianças.

Macronutrientes Crianças (anos)

Meninas

(anos)

Meninos

(anos)

1 a 3 4 a 8 9 a 13 9 a 13

Valor energético total

(kcal) 1.000 1.700 2.000 2.280

Carboidratos (g) 130 130 130 130

Proteínas (g) 13 19 34 34

Gorduras totais (g) ND ND ND ND

Fibras (g) 19 25 26 31

Sódio (g) 1,0 1,2 1,5 1,5

ND: não disponível.

Fonte: IOM, 2002.

A preocupação com a qualidade da gordura ingerida é essencial e existem

recomendações em relação aos tipos de gorduras existentes. Quanto às gorduras mais

prejudiciais à saúde, as saturadas, a OMS sugere que elas forneçam 10% das calorias diárias

recomendadas. O interessante é que tal porcentagem não é o valor considerado ideal, mas a

quantidade máxima permitida.

A ingestão excessiva de gorduras saturadas, trans e/ou colesterol está associada ao

aumento dos riscos para doença arterial coronariana e, por isso, deve ser evitada desde a

infância (VARDAVAS et al., 2007).

Como as gorduras trans não são essenciais e nem fornecem benefício algum à saúde,

não possuem recomendação de ingestão diária; logo, devem ser evitadas sempre que possível.

26

3.4. SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOS

Os salgadinhos de pacote são feitos em processos automatizados, sem contato manual.

Entre as dezenas de tipos que existem, será detalhada a fabricação dos quatro mais populares:

os salgadinhos fritos, os assados, os extrusados (do tipo "isopor") e as batatas fritas.

As batatinhas são as ancestrais mais antigas na breve história dos ”snacks”. A versão

mais aceita afirma que as primeiras batatas fritas em forma de palito saíram das frigideiras da

França, no século 17. Em 1853, elas ganharam um novo formato, cortadas em fatias finas e

crocantes pelo cozinheiro americano George Crum. A fritura manual acabou em 1929, quando

o inventor americano Freeman McBeth mecanizou todo o processo. Os outros salgadinhos já

nasceram industrializados. Os feitos à base de milho e os que tentavam imitar o gosto do

bacon apareceram nos anos 1950. Os do tipo "nachos" surgiram na década seguinte. Os

números comprovam a popularidade dessas guloseimas. Nos Estados Unidos, cada americano

manda pra dentro 10 quilos de salgadinho por ano. No Brasil, esse índice gira em torno de 1

quilo por ano. Apesar de seu sabor cativante, os salgadinhos são cheios de "calorias vazias" -

ou seja, engordam e trazem poucos nutrientes. Pelo menos, sofrem pouco com contaminações

por microorganismos. "O processo de fabricação a altas temperaturas esteriliza o produto",

diz o engenheiro de alimentos Yoon Chang, da Universidade Estadual de Campinas

(Unicamp) (MOTOMURA, S/D).

3.4.1. Processo de Produção

3.4.1.1. Assados

Em geral, os salgados assados são feitos com milho. No começo do processo, os grãos

de milho são colocados em panelões de metal cheios de água e aquecidos. Os grãos ficam

cozinhando até soltarem a casca. Isso pode demorar até oito horas (CHANG, s/d).

Em seguida, os grãos de milho são moídos para formar uma massa uniforme e macia.

Essa massa é esticada por rolos, torna-se fininha como uma lâmina e é cortada em forma de

triângulo, ficando com o "jeitão" final do salgadinho (CHANG, s/d).

Depois de cortada, a massa é assada em um forno industrial. Para que ela fique

dourada, os salgadinhos são assados de ambos os lados. Na sequência, os salgadinhos ainda

são fritos em óleo vegetal para ficarem mais crocantes (CHANG, S/D)

27

No estágio seguinte, os salgadinhos assados e fritos seguem para o aromatizador.

Nesse aparelho, eles recebem temperos em pó com o sabor escolhido para o snack — queijo e

ketchup, por exemplo. Depois disso, o produto está pronto para ser embalado. (CHANG, s/d)

3.4.1.2. Fritos

A matéria-prima desse tipo de salgadinho é uma massa de trigo. No primeiro passo da

fabricação, a farinha de trigo e a água são misturadas em uma batedeira gigante. Depois, a

massa passa por rolos e fica esticada em forma de fita (CHANG, s/d).

Se o salgadinho for do tipo bacon, a massa branca recebe uma tintura de urucum para

ficar mais escura. Depois, ela é seca por um sistema de ventilação, cortada em pedaços

menores e aquecida por oito horas para retirar a umidade (CHANG, s/d).

A etapa seguinte é a fritura, em que os salgadinhos tomam um banho em óleo vegetal

durante nove segundos, a 180 °C. Há dois tipos de fritador: o contínuo, em que uma esteira

transporta os salgadinhos por uma piscina de óleo, e o por batelada, que frita uma porção de

cada vez (CHANG, s/d).

Depois da fritura, os salgadinhos seguem para o temperador, uma espécie de cilindro

rotativo cheio de tempero em pó usado para dar o gostinho de bacon. Na última fase, as

guloseimas vão para a empacotadeira, que lacra os saquinhos de acordo com o peso escolhido

(CHANG, S/D).

3.4.1.3. Batata

Os fabricantes de fritas recebem as batatas ainda com casca. No estágio inicial de

industrialização, as batatas são lavadas e passam por um cortador automático, que arranca as

cascas dos vegetais (CHANG, s/d).

Já sem casca, as batatas são fatiadas no formato liso ou ondulado. Depois, elas seguem

para um segundo lavador, que usa água quente para retirar o amido e o açúcar das fatias, e

realiza uma espécie de pré-cozimento das batatas (CHANG, s/d).

O passo seguinte é a fritura. As fatias pré-cozidas são mergulhadas em óleo vegetal a

185º C por no máximo vinte segundos. Dentro do fritador, pás controladas por um sistema

automático se encarregam de tirar as batatas do óleo no tempo certo (CHANG, s/d).

28

Depois da fritura, os pedaços menores são eliminados. Os que sobram seguem para o

aromatizador, onde recebem o tempero em pó. Nem toda a matéria-prima é utilizada: para

produzir um quilo de batata frita, são necessários 3,9 quilos de batata fatiada. (CHANG, s/d)

3.4.1.4. ‘’Extrusados”

"Extrusados" são os salgadinhos tipo "isopor", geralmente feitos à base de milho. O

ingrediente inicial (uma farinha de milho bem fininha, com grãos de no máximo 12

milímetros) é misturado com água até dar origem a uma massa homogênea (CHANG, s/d).

Essa massa segue para a máquina extrusora, o "coração" do processo de fabricação. A

mistura recebe até 170 ºC de calor é submetida a uma grande pressão e prensada numa matriz

que dá a forma escolhida para o salgadinho (CHANG, s/d).

Depois de passarem pela matriz, os salgadinhos superquentes e prensados entram em

contato com uma pressão mais baixa e com uma temperatura mais fria. Resultado: eles

"explodem", ficando com aquela massa aerada e a consistência típica de isopor que todo

mundo conhece (CHANG, s/d).

Ao fim da extrusão, os salgadinhos passam por um cilindro rotativo, que tem sprays

que jogam o aroma desejado sobre os snacks - pode ser queijo, presunto ou requeijão, por

exemplo. Em seguida, o produto vai para a empacotadeira e já está prontinho (CHANG, s/d).

Figura 15: Máquina extrusora

Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-sao-fabricados-os-

salgadinhos

29

4. METODOLOGIA

4.1. AMOSTRAGEM

Para a análise, foram escolhidos cinco marcas distintas de salgadinhos (famosas no

mercado e entre o público infantil), três do tipo milho e dois do tipo batata. A seguir estão as

amostras escolhidas.

AMOSTRA CONTEÚDO

(em gramas) EMBALAGEM

INFORMAÇÕES

NUTRICIONAIS

(porção de 25g)

A 60g

B 63g

C 110g

Tabela 4: Amostragem

30

D

45g

E

100g

Cerca de 250g (média de três pacotes) de cada amostra foram maceradas em um grau

com o auxílio do pistilo. Depois disso, foram armazenadas em fracos de plástico e vidro

(imagem abaixo), para serem posteriormente utilizadas.

Para o tipo de amostra escolhida, o armazenamento é fundamental, uma vez que, feito

de maneira indevida, pode ocorrer alguma perda ou absorção de umidade; perda dos

constituintes voláteis, decomposição química, ou algum ataque por micro-organismos, com

deterioração das amostras;

Figura 16: Amostragem

A C B

D E

31

Figura 17: Filtração das amostras de salgado (para reter a gordura)

4.2. ABERTURA DA AMOSTRA

Alguns métodos de análises quantitativas em alimentos só funcionam em amostras

líquidas, a fotometria de chama é um exemplo delas.

Para a determinação de sódio e potássio foi necessário abrir as amostras de salgado, ou

seja, fazê-las, por meio de um ácido, ficarem líquidas.

O reagente utilizado foi o ácido nítrico. O ácido nítrico é um composto químico

representado pela fórmula HNO3, líquido viscoso, inodoro e incolor, muito volátil, forte

oxidante, corrosivo, imiscível em água. É o segundo ácido mais fabricado e mais consumido

na indústria, perdendo apenas para o ácido sulfúrico. (CARDOSO, 2014)

Quimicamente, o ácido nítrico reage de três maneiras: como ácido forte, como agente

oxidante e como agente de nitração (CARDOSO, 2014).

Adicionou-se aproximadamente 30 ml de ácido a cada béquer contendo o equivalente

a 10 ml de salgado (valores variados, obtidos através da densidade de cada amostra). Os

béqueres foram colocados na chapa a 99% até a mudança total de estado físico e o consumo

total da matéria orgânica, evidenciado pela emissão de um vapor de coloração amarelada. O

processo de abertura durou aproximadamente 5 horas. Algumas amostras apresentaram

sedimentos de gordura e foram filtradas

32

Figura 18: Amostras abertas, filtradas e armazenadas

4.3. DETERMINAÇÃO DE UMIDADE (SUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS A 105°C)

Em geral, a determinação de umidade, que parece um método simples, torna-se

complicado em função da exatidão e precisão dos resultados. Na prática, tem-se preferido um

método que determine um maior valor da umidade, proveniente da decomposição de

componentes orgânicos e volatilização de compostos voláteis, do que aqueles em que a água é

negligenciada ou removida incompletamente (CECCHI, 1999),

Umidade determinada por secagem (perda por dessecação) corresponde à perda em

peso sofrida pelo produto quando aquecido em condições nas quais a água é removida. Outras

substâncias que se volatilizam nessas condições também são removidas juntamente com a

água. O resíduo obtido no aquecimento direto é chamado de resíduo seco (matéria seca). O

aquecimento direto à estufa a 105°C é o processo mais usual para determinação de umidade

ou resíduo seco. Nos produtos líquidos ou de alto teor de umidade, é muito usado considerar o

resíduo seco (sólidos totais), para a avaliação dos sólidos existentes no produto. (CECCHI,

1999).

Através da perca por dessecação, foi determinada a porcentagem de umidade

(substancias voláteis a 105°) nas amostras de salgados industrializados.

Foi pesado aproximadamente 5g (duplicata), de uma alíquota homogeneizada em um

béquer. Este, por sua vez, foi colocado na estufa a 105°C por 1 hora. Após esse tempo, colou-

se o béquer no dessecador para que resfriasse até a temperatura ambiente. Em seguida pesou-

se. Colocou-se novamente a amostra em estufa a 105°C por mais 3 horas. Depois, colocou-se

33

em dessecador e pesou-se. As operações de aquecimento e resfriamento foram repetidas até o

peso constante (3 vezes). Os resultados foram registrados.

4.4. DETERMINAÇÃO DE LIPÍDIOS PELO MÉTODO DE SOXHLET

A determinação do teor de lipídeos em alimentos é de uma importância nutricional

muito grande, uma vez que os compostos lipídicos são importantes fontes de calorias. Cada

grama de gordura fornece 9kcal, mais que o dobro fornecido por carboidratos e proteínas.

Determinando o teor de lipídios é possível realizar uma rotulagem nutricional precisa

fazendo com que o consumidor fique ciente sobre o quanto de gordura está ingerindo em sua

alimentação, e se for usado métodos qualitativos é possível saber qual o tipo de gordura esta

presente no alimento, uma vez que o colesterol e a gordura trans estão causando preocupação

por estarem relacionadas a doenças coronárias (caracterizam-se pela acumulação de depósitos

de gordura nas células que revestem a parede de uma artéria coronária) (SOLOMONS;

FRYHLE, 2001)

A gordura pode ser convenientemente determinada através de diversos métodos, um

deles é o Soxhlet.

Soxhlet é um método de extração a quente que trabalha com um refluxo descontínuo e

intermitente de solvente com a vantagem de evitar a temperatura alta de ebulição do solvente.

A amostra não fica em contato direto com o solvente quente, evitando assim a decomposição

da gordura na amostra (SOLOMONS; FRYHLE, 2001). Os dois solventes mais utilizados são o

éter de petróleo e o éter etílico, em nosso experimento também foi utilizado o hexano, que

apresenta as mesmas propriedades do éter etílico.

O objetivo desta prática foi extrair lipídio das cinco amostras de diferentes

salgadinhos, calcular a gordura encontrada dos mesmos e comparar com o valor fornecido no

rotulo de embalagem.

Maceraram-se as amostras de salgados (em duplicatas de 15g cada), logo após,

transferiu-se para um béquer e colocou-se na estufa a 105 ºC por 1 hora. Depois disso, a

amostra foi colocada no dessecador. Após algum tempo, colocou-se a amostra no cartucho de

extração, transferiu-se o cartucho contendo as amostras para o aparelho de Soxhlet e

conectou-se o balão volumétrico e o condensador.

Extraiu-se em aparelho de Soxhlet por, aproximadamente, 2 horas. Retirou-se o

cartucho do extrator e recuperou-se o éter etílico no sistema de destilação, deixando apenas

poucos mililitros no balão. Transferiu-se o restante para um béquer e evaporou-se o éter

34

etílico que continha no mesmo na estufa a 105 °C por 30 minutos. Esfriou-se em dessecador e

pesou-se a gordura seca retida. O processo se repetiu por mais 9 vezes, totalizando 10

processos de determinação de gorduras (2 para cada amostra). Os resultados foram

registrados.

4.5. DETERMINAÇÃO DE DENSIDADE EM AMOSTRA SÓLIDA

A determinação da densidade é usada em muitas áreas para caracterizar determinadas

propriedades de um produto ou material. Ela é uma propriedade física da matéria, assim como

odor, cor, ponto de fusão e ponto de ebulição. A determinação da densidade é realizada

segundo o princípio de Arquimedes (método de flutuação), que diz que um corpo imerso em

um líquido aparentemente perde peso em quantidade igual ao peso do líquido que desloca.

Esse método permite a determinação da densidade de substâncias sólidas, viscosas e pastosas,

além de líquidas. A densidade absoluta é definida como a quantidade de massa em uma

unidade de volume (MAZALI, S/D).

A densidade de sólidos e líquidos, segundo o Sistema Internacional de Unidades é

expressa em quilograma por metro cúbico Kg/m. Entretanto, é mais comumente expressa em

Figura 19: Extração de lipídios com o aparato de Soxhlet

35

unidades de gramas por centímetro cúbico (g/cm³) ou gramas por mililitro (g/mL) (MAZALI,

S/D).

A densidade absoluta é uma propriedade específica, isto é, cada substância pura tem

uma densidade própria que a identifica e a diferencia das outras substâncias. A densidade

relativa de um material é a relação entre a sua densidade absoluta e a densidade absoluta de

uma substância estabelecida como padrão. No cálculo da densidade relativa de sólidos e

líquidos, o padrão usualmente escolhido é a densidade absoluta da água, que é igual a 1,000 g

cm³ a 4 °C (MAZALI, S/D).

A densidade de um sólido é função da temperatura e, principalmente, da natureza da

sua estrutura cristalina, haja vista, que os diferentes polimorfos de um composto exibem

diferentes densidades (MAZALI, S/D).

Existem vários métodos e instrumentos de medições de densidades tanto para líquidos

como para sólidos. O método escolhido foi o do picnômetro.

Pesou-se o picnômetro vazio. Pesou-se o picnômetro com a amostra. Pesou-se o

picnometro com a amostra e com água até a sua superfície. Esvaziou-se o picnometro e

pesou-se novamente o picnometro apenas com água. As massas foram anotadas e o valor da

densidade de foi obtido.

4.6. DETERMINAÇÃO FOTOMÉTRICA DE SÓDIO E POTÁSSIO

A fotometria de chama é a mais simples das técnicas analíticas baseadas em

espectroscopia atômica. Nesse caso, a amostra contendo cátions metálicos é inserida em uma

chama e analisada pela quantidade de radiação emitida pelas espécies atômicas ou iônicas

excitadas. Os elementos, ao receberem energia de uma chama, geram espécies excitadas que,

ao retornarem para o estado fundamental, liberam parte da energia recebida na forma de

radiação, em comprimentos de onda característicos para cada elemento químico (SKOOG;

HOLLER; NIEMAN, 2002).

O método por curva analítica consiste em representar graficamente o modelo de

calibração através de uma curva de calibração. A curva analítica deve passar o mais próximo

possível dos pontos obtidos experimentalmente, e o método utilizado para se obter a melhor

aproximação é o método dos mínimos quadrados. (SKOOG; HOLLER; NIEMAN, 2002)

Neste experimento, os teores de Na+ e K+ foram determinados em amostras de

salgados pela análise fotométrica, com o auxílio de gráficos foi possível a determinação da

36

concentração dos elementos em cada amostra analisada. A determinação desses elementos

químicos é relevante e, em alguns países, a sua declaração no rótulo de alimentos é

obrigatória, devido à influência que ambos exercem sobre o controle da pressão arterial.

Primeiramente preparou-se a solução padrão pesando 4,4763 g de brometo de sódio e

1,9103 g de cloreto de potássio, e dissolvemos em 1 balão volumétrico de 1 L, onde a solução

passou a conter 1000 ppm de Na+ e 1000 ppm de K+.

Após preparo da solução padrão, transferiu-se a mesma para balões volumétricos de

100 mL em quantidades de 2,4,6,8,10,12,14,16,18 e 20 mL e identificou-se.

Logo após, coletou-se e transferiu-se para 5 balões volumétricos de 100 mL, o

equivalente a 10ml de cada amostra (previamente aberta em ácido nítrico). Completou-se com

água destilada até o menisco. Pipetou-se 2,5 ml desta solução e transferiu-se para um balão

volumétrico de 250 ml.

Ligou-se e ajustou-se o fotômetro de chama para a leitura de sódio (Na+ ) e potássio

(K+). Fez-se a leitura da solução padrão e, em seguida, 10 soluções preparadas a partir do

padrão em diferentes concentrações, para fins de elaboração da curva. Depois, as cinco

amostras de salgado foram lidas no fotômetro. Os resultados em ppm (partes por milhão)

foram registrados.

37

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. DETERMINAÇÃO DE UMIDADE (SUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS A 105°C)

Após várias pesagens até o peso constante das duplicatas, obtivemos o peso inicial médio

e o peso final médio de cada uma delas.

AMOSTRA PESO INICIAL

MÉDIO

PESO FINAL

MÉDIO

DIFERENÇA

A 67,2381g 67,0626g 0,1755

B 54,0358g 53,9201g 0,1157

C 62,6618g 62,5786g 0,0832

D 67,4147g 67,2902g 0,1245

E 63,4691g 63,3675g 0,1316

Com os valores acima, foi possível calcular o teor de umidade, utilizando a seguinte fórmula:

100 × N

P = Umidade por cento a 105°C

Onde:

N = perda de peso em gramas

P = quantidade em gramas da amostra

Realizando os cálculos, obtivemos:

AMOSTRA UMIDADE POR CENTO

A 105°C

A 0,26%

B 0,21%

C 0,13%

D 0,18%

E 0,20%

Os valores de umidade são baixos e não são nocivos a proliferação de micro-

organismos. Altos teores podem influenciar na escolha do método de determinação de

gorduras totais.

Tabela 5: Relação de peso dos béqueres para a determinação de umidade

Tabela 6: Umidade por cento a 105°C

38

22,83%

16,52%

26,81%

35,89%

41,75%

AMOSTRAS

A B C D E

5.2. DETERMINAÇÃO DE LIPÍDIOS (GORDURAS TOTAIS)

Após aquecidas em dessecador para evaporar o solvente (éter etílico/hexano), as

duplicatas foram pesadas, e, por meio de regras de três simples, obtivemos os resultados

definitivos de gorduras totais dentro de cada embalagem, como mostrado na tabela abaixo.

Amostras

Valor encontrado na

prática (gorduras totais

em 15g)

Quantidade em

gramas de salgado

na embalagem

Quantidade de

gorduras na

embalagem (segundo

a prática)

A 3,425g 60g 13,7g

B 2,479g 63g 10,41g

C 4,425g 110g 29,5g

D 5,3836g 45g 16,151g

E 6,2625g 100g 41,75g

Para fins de comparação, calculamos também a porcentagem de gordura dentro de cada

embalagem e obtivemos:

Tabela 7: Relação de resultados contidos em uma embalagem de cada amostra, segundo o experimento

realizado.

Gráfico 1: Porcentagem de gorduras dentro de uma embalagem de cada amostra.

39

Comparando com os valores encontrados no rótulo temos:

Amostras

Quantidade de gordura

(segundo a prática)

Quantidade de gordura

(segundo o rótulo) Diferença

Na embalagem Em 100g Na embalagem Em 100g

A 13,7g/60g 22,83g 13,44g/60g 22,4g 0,33g

B 10,41g/63g 16,52g 10,08g/63g 16g 0,52g

C 29,5g/110g 26,81g 28,16g/110g 25,6g 1,21g

D 16,15g/45g 35,89g 15,3g/45g 34g 1,89g

E 41,75g/100g 41,75g 38,8g/100g 38,8g 2,95g

Média: 28,76g Média: 23,36 1,38g

O teor médio de gorduras totais encontrado nos salgadinhos foi de 28,76g de gorduras

a cada 100g de salgado. Com valores variando de 16,52g/100g e 41,75g/100g. A diferença

entre os valores encontrados na prática e os informados no rótulo foi significativa. As marcas

A e B se mostraram as mais fieis aos valores informados (0,33g e 0,52g de diferença,

respectivamente), em contrapartida a marca E apresentou uma diferença grande dos valores

informados (aproximadamente 3g de diferença 7,6% a mais).

Tanto a marca C quanto a marca D apresentaram uma diferença que não pode ser

ignorada. Com um aumento médio de aproximadamente 1,5g em relação aos seus rótulos, as

marcas C e D são as mais caras do mercado e, a marca D é preferida entre o publico infantil,

jovem e até mesmo adulto. Isso torna os números, apesar de pequenos, assustadores.

Tabela 8: Comparação dos resultados de gorduras totais obtidos na prática com as informações do rótulo da

embalagem.

Figura 20: Gorduras obtidas após a extração. Amostras B e C.

B C

40

Em média, nosso consumo diário de gordura não deve ultrapassar 30% da ingestão

calórica total (numa dieta de 2000 kcal) (GRIMALDI; VASCONCELOS, 2013).

Cada grama de gordura corresponde a 9 kcal, sendo assim o consumo diário máximo

de gorduras totais é de aproximadamente 66,6g. Comparando os valores diários de referência

para gordura segundo a ANVISA com os resultados obtidos temos:

Os valores de referência apresentados no gráfico são para adultos. Os valores infantis

não foram encontrados. Não foi encontrada nenhuma legislação de teor de gorduras totais

específica para esse tipo de alimento. Apesar de nenhuma das marcas apresentarem um valor

de gordura que ultrapasse o valor diário máximo recomendado, existe muita gordura em

pouca quantidade de salgado.

Recomenda-se no rótulo, o consumo de uma porção de 25g, Porém, sabe-se que a

porção não garante a quantidade a ser consumida, principalmente por existir pacotes de vários

tamanhos (45, 60, 63, 100 e 110g). Há também o marketing de pacotes contendo figurinhas

que servem como estímulo para compra e rápido consumo.

A gordura contida nos alimentos industrializados se acumula na circulação sanguínea

e, com o passar do tempo, formam-se placas de gorduras chamadas de placas de ateroma, que

provocam o aparecimento de altas taxas de colesterol, hipertensão arterial, aterosclerose, entre

diversas outras doenças. Já se pode verificar as consequências percebendo a quantidade de

0

10

20

30

40

50

60

70 VALORES

ENCONTRADOS NA

PRÁTICA

VALORES INFORMADOS

NO RÓTULO

VALORES DIÁRIOS DE

REFERÊNCIA (valor

máximo de gordura

recomendada numa dieta de

2000 kcal)

Gráfico 2: Comparação - Valores encontrados na prática versus Valores informados no rótulo versus Valores

diários de referência pra gordura numa dieta de 2000kcal

41

crianças e adolescentes que sofrem de hipertensão e/ou altas taxas de colesterol (chamado de

‘hipercolesterolemia’), doenças que, há alguns anos, eram típicas de idosos, mas agora são

facilmente vistas na garotada. Medir a pressão arterial, por exemplo, não fazia parte da rotina

nos consultórios de pediatras. Contudo, hoje faz parte dos protocolos de atendimento de

crianças e jovens. (PONTAROLI, 2012)

O aumento da pressão arterial no mundo é o principal fator de risco de morte e o

segundo de incapacidades por doenças cardíacas, acidente cérebro vascular e insuficiência

renal. Dados do IBGE indicam que, em 2009, uma em cada três crianças brasileiras na faixa

de 5 a 9 anos estava com sobrepeso, sendo que a obesidade atingiu 16,6% dos meninos e

11,8% das meninas. Durante o período de 1974 a 2009, a prevalência de sobrepeso em

crianças e adolescentes, entre 10 e 19 anos, passou de 3,7% para 21,7% no sexo masculino e

de 7,6% para 19,4% no sexo feminino. Nesse mesmo período, o sobrepeso na população

adulta masculina passou de 18,5% para 50,1%, enquanto que na feminina foi de 28,7% para

48%. (IBGE; ANVISA, 2010)

Com a análise realizada, concluímos que devemos tomar cuidado no consumo

exagerado de comidas muito gordurosas e não nos deixar influenciar pela mídia no consumo

de alimentos. O consumo de salgados industrializados é dispensável para as crianças e

adultos. O objetivo do experimento foi atingido com êxito. A extração de lipídios foi

concluída com sucesso.

5.3. DETERMINAÇÃO DE DENSIDADE

A densidade das amostras foi calculada com a seguinte fórmula:

Onde:

P1 = Peso do picnômetro vazio

P2 = Peso do picnômetro + amostra

P3 = Peso do picnômetro + amostra + água destilada

P4 = Peso do picnômetro + água

(P2 – P1)

(P4 – P1) – (P3 – P2)

42

Tabela 10: Densidade e massa corresponde a 10ml

AMOSTRA DENSIDADE MASSA

PESADA

A 1,219 g/ml 12,19 g

B 0,9631 g/ml 9,631 g

C 1,064 g/ml 10,64 g

D 0,784 g/ml 7,84g

E 1,1258 g/ml 1,1258 g/ml

Tabela 7: Densidade e massa corresponde a 10ml

Tabela 9: Pesos obtidos no picnômetro e densidade das amostras

AMOSTRA DENSIDADE MASSA

PESADA

A 1,219 g/ml 12,19 g

B 0,9631 g/ml 9,631 g

C 1,064 g/ml 10,64 g

D 0,784 g/ml 7,84g

E 1,1258 g/ml 1,1258 g/ml

Tabela 7: Densidade e massa corresponde a 10ml

Sendo assim, obtivemos:

AMOSTR

A P1 P2 P3 P4

DENSIDADE

(em g/ml)

A 38,4004 g 39,3587 g 93,5998 g 93,4276 g 1,219 g/ml

B 34,9721 g 35,8760 g 89,1344 g 89,1690 g 0,9631 g/ml

C 34,5360 g 35,4947 g 91,3294 g 91,2713 g 1,064 g/ml

D 38,2863 g 39,1993 g 89,9350 g 90,1860 g 0,784 g/ml

E 39,3217 g 40,2761 g 93,2464 g 93,1387 g 1,1258 g/ml

Para a análise no fotômetro de chama, foi necessário descobrir a quantidade em

gramas de salgado correspondente a 10 ml, para isso utilizamos a densidade de cada amostra e

encontramos a massa a ser pesada. Mostrados na tabela a seguir:

Três amostras (A, C e D) apresentaram densidade maior do que a da água ( > 1 g/ml).

E as outras (B e E), são menos densas do que a água. A determinação de densidade tem

poucos passos, porém, é bastante complexa, pois envolve medidas precisas.

5.4. DETERMINÇÃO FOTOMÉTRICA DE SÓDIO E POTÁSSIO

Após as leituras no fotômetro de chama, obtivemos os valores em ppm de sódio e

potássio contido na amostra diluída. É importante relembrar que a amostra inicial (10 ml)

passou por duas diluições: 10 ml da amostra em 100ml de água (solução 1); 2,5 ml da solução

1 em 250 ml água (solução 2).

AMOSTRA DENSIDADE MASSA

PESADA

A 1,219 g/ml 12,19 g

B 0,9631 g/ml 9,631 g

C 1,064 g/ml 10,64 g

D 0,784 g/ml 7,84g

E 1,1258 g/ml 11,258g

43

A seguir, temos as curvas de concentração de sódio e potássio (em ppm) dos padrões

preparados versus as emissões obtidas do fotômetro de chama.

0

1119

29

38

49

58

7078

8693

y = 9,4909x - 8,6727

R² = 0,998

0

20

40

60

80

100

120

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Con

cen

tra

ção

de

Na

( m

g/L

)

Concentração (ppm)

Concentração (ppm)

Linear (Concentração

(ppm))

y = 9,3364x - 9,2

R² = 0,999

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Con

cen

traçã

o d

e K

( m

g/L

)

Concentração ( ppm )

Concentração ( ppm )

Linear (Concentração (

ppm ))

Gráfico 3: Curva de concentração de sódio nos padrões

Gráfico 4: Curva de concentração de sódio nos padrões

44

Após a leitura das amostras, obtivemos, em ppm, os valores da concentração de sódio

e potássio. Os cálculos do fator de diluição foram feitos, e, por meio de regras de três simples,

obtivemos as quantidades (em mg) de sódio e potássio em cada embalagem.

O Ministério da Saúde estabeleceu um acordo com a indústria alimentícia, em 13 de

dezembro de 2011, que preconiza a redução de sódio em alguns alimentos. Foram

selecionados os mais consumidos pelo público infanto-juvenil, que incluem: batatas fritas e

batata palha, pão francês, bolos prontos, misturas para bolos, salgadinhos industrializados,

maionese e biscoitos (doces ou salgados). Ficou estabelecido para cada um desses alimentos

o teor máximo de sódio a cada 100 gramas do alimento. No caso dos salgadinhos

industrializados, o valor máximo permitido é 747 mg para cada 100g de salgado. É importante

ressaltar que as industrias produtoras desse tipo de alimento tem até 2016 para se enquadrar

nos parâmetros estabelecidos (MACEDO, 2011).

A comparação dos resultados obtidos no experimento com os informados no rótulo

está apresentada no gráfico 5, o valor máximo permitido também foi comparado. Os cálculos

foram feitos para uma embalagem de cada amostra (as embalagens possuem pesos variados,

sendo necessário calcular individualmente o valor máximo permitido para cada uma delas).

Gráfico 5: Comparação entre os resultados obtidos, os contidos no rótulo e os permitidos de acordo com a OMS

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

A B C D E

DIO

(m

g)

Quantidade de sódio (rótulo) Quantidade de sódio (experimento)

Valor máximo permitido (OMS)

45

Observou-se que todas as marcas (com exceção da A) apresentaram valores de sódio

superiores aos informados nos rótulos. As marcas B e D apresentaram o maior e menor teor

de sódio, respectivamente.

A marca B ultrapassou os valores máximos permitidos estabelecidos pela OMS. Isso é

preocupante, tendo em vista que o alto consumo de sódio por crianças é altamente prejudicial.

Na tabela 3 são informadas as ingestões diárias de sódio recomendadas na dieta de

crianças de diferentes faixas etárias, se uma criança de cada uma das faixas etárias

mencionadas ingerir um pacote de alguma das marcas selecionadas, a quantidade de sódio

ingerida pode representar, em alguns casos, mais da metade de sódio necessária para um dia,

como está apresentado no gráfico 6.

Gráfico 6: Comparação da quantidade de sódio permitidas para cada faixa etária e da quantidade encontrada em

cada amostra

De acordo com o gráfico, a ingestão de um pacote do salgado C, por uma criança de 3

anos, representa 70% da quantidade de sódio necessária para um dia inteiro.

O consumo excessivo de sódio é extremamente nocivo à saúde, principalmente em

crianças. Isso porque o sódio retém água, estimula os vasos sanguíneos à vasoconstrição e

eleva a pressão arterial. Dessa forma predispõe o corpo a doenças cardíacas e renais, e no caso

das crianças, o risco é maior, pois elas ainda tem uma vida inteira pela frente (VALLE, 2013).

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

Crianças (1 a 3 anos) Crianças (4 a 8 anos) Crianças (9 a 13 anos)

DIO

(em

g)

INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA DE SÓDIO A B C D E

46

Os sintomas do excesso de sal no organismo são: inchaço nas pernas, mãos e

tornozelos, falta de ar, dores ao andar, pressão sanguínea elevada, retenção urinária (VALLE,

2013).

Com o experimento, foi possível concluir que a marca D é menos prejudicial a saúde

infantil e adulta. Porém, esse tipo de alimento é desnecessário na dieta infantil.

Os cálculos foram realizados da mesma forma para a determinação de potássio nos

salgadinhos, os dados obtidos estão na tabela.

Tabela 11: Quantidades de potássio informadas no rótulo e obtidas no fotômetro

AMOSTRA

QUANTIDADE EM

GRAMAS DA

EMBALAGEM

QUANTIDADE DE

POTÁSSIO

(INFORMADA NO

RÓTULO)

QUANTIDADE DE

POTÁSSIO

(ENCONTRADA)

A 60 g - 49,2 mg

B 63 g 128,52 mg 261,6 mg

C 110 g - 103,3 mg

D 45 g 367,2 mg 516,5 mg

E 100 g - 1065 mg

As marcas A, B e E não informam a quantidade de potássio em seus rótulos. Nota-se

que nos salgadinhos do tipo milho (A, B e C) o teor de potássio é inferior ao de sódio, e nos

salgados do tipo batata (D e E) ocorre o inverso.

Diferente do sódio, o potássio é escasso da dieta infantil e também nos salgadinhos

industrializados, apesar de duas marcas (B e D) ultrapassarem o valor informado e a marca E

apresentar um alto valor em comparação as demais (pouco mais de 1g em potássio), esses

valores estão distantes do valor diário recomendado pela OMS (4,7 g diariamente).

A falta de potássio no organismo acarreta diversos problemas de saúde ( distensão

abdominal; fortes dores musculares; vômitos; diminuição dos reflexos; falta de ar; sensação

de formigamento na pele; dilatação do coração e arritmia cardíaca) (PICARD, S/D)

"Nosso organismo possui a chamada bomba sódio-potássio, onde o potássio entra nas

células e o sódio sai. Essa dinâmica garante o equilíbrio hidroelétrico do corpo fazendo do

sódio um nutriente vital, desde que consumido moderadamente" defende Durval Ribas

47

Filho, nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) (VALLE,

2013).

A Dieta DASH, cuja sigla em inglês significa Abordagem Dietética para Barrar a

Hipertensão, preconiza mais porções de alimentos naturais no cardápio. “São indicadas de

oito a dez porções de hortaliças e frutas por dia. É preciso estar atento a cada porção, que

equivale a uma concha média”, recomenda Wânia Lúcia Araujo Monteiro, nutricionista e

mestre pela Faculdade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Também vale a pena incorporar na

dieta alguns alimentos que neutralizam os efeitos nocivos do sódio no corpo", acrescenta.

(VALLE, 2013).

Os resultados permitiram concluir que todos os salgadinhos apresentam elevado teor

de sódio e teor de potássio mediano.

48

6. CONCLUSÃO

Os conhecimentos teóricos obtidos em sala de aula e em experiências práticas no

laboratório foram de extrema importância para realização deste trabalho.

As análises de umidade, lipídios, densidade e sódio e potássio foram concluídos com

êxito. Os resultados dos rótulos foram comparados entre si.

A legislação vigente não estabelece medidas específicas para esse tipo de alimento,

não sendo possível comparar os resultados obtidos com a legislação, entretanto, as medidas

estabelecidas por outras instituições como a OMS foram utilizadas como parâmetro de

comparação.

A redução do consumo de sal na população é uma das medidas com melhor custo

benefício para saúde pública. É escassa a publicação de trabalhos referente ao teor de sódio

em salgadinhos, portanto considera-se de grande importância a realização de mais pesquisas

devido ao alto consumo por crianças e adolescentes.

A melhor instrução da população e a disponibilização de informações adequadas e

compreensíveis sobre o conteúdo nutricional podem corrigir erros alimentares, contribuindo

para a promoção da saúde e a redução do risco de doenças relacionadas à má nutrição e à

alimentação inadequada na idade infantil.

49

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