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0 FACULDADE DE SINOP CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DENISE PAULINA ALVES DA CRUZ INCLUSÃO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Sinop/MT 2012

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FACULDADE DE SINOP

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

DENISE PAULINA ALVES DA CRUZ

INCLUSÃO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Sinop/MT 2012

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DENISE PAULINA ALVES DA CRUZ

INCLUSÃO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Avaliadora do Departamento de Educação Física, da Faculdade de Sinop – FASIPE, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Educação Física. Orientador (a): Profª. Esp. Marineide Oliveira Marques.

Sinop/MT 2012

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DENISE PAULINA ALVES DA CRUZ

INCLUSÃO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Avaliadora do Curso de Educação Física – FASIPE, Faculdade de Sinop como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Educação Física. Aprovado em: ___/___/_____.

_____________________________________

Marineide Oliveira Marques Professora Orientadora Especialista

Departamento de Educação Física – FASIPE

_____________________________________ Professor(a) Avaliador(a)

Departamento de Educação Física – FASIPE

_____________________________________ Professor(a) Avaliador(a)

Departamento de Educação Física – FASIPE

_____________________________________ Professor(a) Avaliador (a)

Departamento de Educação Física – FASIPE

_____________________________________ Coordenador do Curso de Educação Física

FASIPE – Faculdade de Sinop

Sinop/MT 2012

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DEDICATÓRIA Ao Senhor Jesus Cristo por toda a força e disposição que derramastes em mim aqui na terra. Aos meus pais, pela sabedoria que me deram, pela coragem de viver e transbordar suas alegrias comigo. Aos meus amigos, que sempre me deram total apoio para a minha graduação, acreditando na minha pessoa, me ajudando a suportar os momentos difíceis que passei nesta caminhada. Em especial a minha orientadora que nunca se furtou em me dar coragem e força para que pudesse continuar nesta jornada, sempre dando a oportunidade para prosseguir e chegar a esta conclusão de graduação. III

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AGRADECIMENTOS À Deus, que guiou os meus passos e me deu forças para alcançar meus objetivos. À minha família, em especial meu esposo pela compreensão e carinho dando amor e apoio necessário ao longo desta caminhada. À meus pais, grandes heróis que me ensinaram a ser guerreira e acreditar na busca de novos conhecimentos. Aos professores pelos conhecimentos transmitidos.

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CRUZ, Denise Paulina Alves da. Inclusão da criança com síndrome de down na educação física escolar. 2012. 50 p. Monografia de Conclusão de Curso – FASIPE Faculdade de Sinop.

RESUMO

O presente trabalho tem por propósito discorrer sobre a Inclusão da Criança com Síndrome de Down na Educação Física Escolar de forma a traçar um breve relato da sua história. Este estudo objetivou não apenas levantar mais uma discussão a respeito da inclusão das crianças com necessidades educacionais especiais com a Síndrome de Down, mas sim servir como mais um passo dado em direção a resolução deste assunto, expondo assim o que está na legislação, que toda criança tem direito a educação e a inclusão no ambiente escolar independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais. Quando a escola e os professores estão preparados para receber essas crianças, o aprendizado, o desenvolvimento e a socialização, fazem com que elas se sintam protegidas e incentivadas a avançar na sua aprendizagem, alcançando objetivos e metas. A inclusão na educação física escolar é fundamental e imprescindível para estimular o desenvolvimento e aprendizagem da criança especial com Síndrome de Down, pois é uma ferramenta que possibilita a integração de todas as demais disciplinas, além de proporcionar o desenvolvimento de todas as habilidades sensório-motoras do indivíduo. Hoje em dia é notória a necessidade de se realizar a inclusão de crianças especiais e de diferentes gêneros em nossa sociedade. Incluir não é só colocar crianças nas salas de aula, é fazer o outro se sentir incluído, é saber valer seus direitos cumpridos, seus deveres. É olhar para os detalhes, possibilitar, juntar-se a outros, é também excluir, excluir os preconceitos de nossas vidas. Palavras chave: Educação Física, Inclusão, Síndrome de Down.

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CRUZ, Denise Paulina Alves da. Inclusion of children with down syndrome in school physical education. 2012. 50 p. Course Conclusion Monograph of Physical Education, Faculty of FASIPE Sinop.

ABSTRACT

The present work aims at the discuss the inclusion of children with Down Syndrome in Physical Education in order to trace a brief account of its history. This study aimed to not only raise more discussion about the inclusion and children with special educational needs such as Down syndrome, but serve as another step toward the resolution of this matter, thus exposing what is in legislation that every child has the right to education and inclusion in the school environment regardless of their individual differences or difficulties. When the school and teachers are prepared to receive these children, learning, development and socialization, make them feel protected and encouraged to advance in their learning, never reaching goals and objectives. Inclusion in physical education is fundamental and essential to stimulate the development and learning of special child with Down syndrome, it is a tool that enables the integration of all other disciplines, besides providing all the skills development of the sensory motor individualy. Every day is evident the need to make the inclusion of special children and of different genders in our society. Include not just put kids in classrooms, is to make the other feel included, is worth knowing your rights met their duties. You look at the details, allow, join the others, is also excluded, exclude the prejudices of our lives. Keywords: Down Syndrome, Inclusion, Physical Education.

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LISTA DE SIGLAS

AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente

LDB - Lei de Diretrizes e Bases

PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais

SD - Síndrome de Down

SNC - Sistema Nervoso Central

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9

CAPÍTULO I .......................................................................................................................... 12

1.1 Educação especial no Brasil ............................................................................................. 12

1.2 Educação e inclusão .......................................................................................................... 14

1.3 Importância do professor na escola inclusiva ................................................................ 19

1.4 Síndrome de Down ........................................................................................................... 22

1.5 A criança com Síndrome de Down na sala de aula ........................................................ 25

1.6 A educação física e a educação física inclusiva .............................................................. 29

1.7 Atividades físicas para crianças com Síndrome de Down ............................................ 32

CAPÍTULO II ......................................................................................................................... 37

METODOLOGIA ................................................................................................................... 37

CAPÍTULO III ....................................................................................................................... 39

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ................................................................ 39

CAPÍTULO IV ........................................................................................................................ 43

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 47

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INTRODUÇÃO

A educação inclusiva é uma área nova no campo da pedagogia, mudanças ocorreram

na organização social e política da humanidade, com isso surgiu a necessidade de dar mais

atenção às pessoas com necessidades especiais.

Hoje, além de ser uma área do conhecimento a educação inclusiva é também uma

modalidade de ensino que tem como objetivo o desenvolvimento de práticas e estratégias

pedagógicas voltadas para os alunos com necessidades educacionais especiais.

Depois de muita luta surge a inclusão, cujo objetivo principal é a construção de uma

escola democrática, que atenda as necessidades educacionais específicas de cada aluno, onde

a diversidade seja respeitada e valorizada.

O assunto inclusão tem sido bastante questionado e refletido em todos os seus aspectos

visando a integração total do indivíduo.

Assim o presente trabalho de conclusão de curso tem o intuito de discutir a relevância

e o papel que a educação física inclusiva traz como benefícios para o desenvolvimento e

aprendizagem das crianças especiais com síndrome de Down e expor a necessidade de

trabalhar o tema inclusão no ambiente escolar.

Neste estudo pretende-se não apenas levantar mais uma discussão a respeito da

inclusão e das crianças com necessidades educacionais especiais como a Síndrome de Down,

mas sim servir como mais um passo dado em direção a resolução deste assunto, expondo

assim o que está na legislação, que toda criança tem direito à educação e inclusão no ambiente

escolar independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais.

Devido às grandes dificuldades que as escolas e as famílias encontram para lidar com

situações, muitas vezes preconceituosas, se faz necessário um trabalho que leve a sociedade a

analisar essas situações com urgência.

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Colocar as crianças especiais nas escolas regulares deve ser mais que uma lei, mais

que uma obrigação, deve ser um ato de amor, e para isso é necessário que os educadores e a

escola estejam preparados para receber e trabalhar com as crianças especiais, podendo assim

explorar todo o potencial das mesmas. Para isso cursos, estudos, palestras e debates são

fundamentais para a preparação e formação desses profissionais.

Essa pesquisa é de extrema relevância social e educacional, uma vez que visa

aprofundar e discutir assuntos sobre a inclusão. As políticas públicas têm disseminado os

direitos das crianças especiais e o dever da sociedade e da escola, porém não tem oferecido

condições de capacitação para todos os professores, apenas os grandes centros têm acesso a

profissionais especializados, enquanto que as pequenas cidades ainda sofrem com a

desestrutura governamental.

Neste sentido é fundamental pesquisar o assunto dentro da visão de diferentes

pensadores conceituados para assim analisar a realidade. Assim espera-se que este estudo

possa contribuir e auxiliar no processo de divulgação sobre a importância da inclusão das

crianças especiais com Síndrome de Down nas escolas de ensino regular.

A pesquisa busca diagnosticar e expor a importância da inclusão das crianças especiais

com Síndrome de Down na educação física escolar baseada em análise bibliográfica de

autores que descrevem por meio de estudos e investigações, coletando dados junto a

documentos e referenciais que abordam sobre o tema.

Para elaboração desta pesquisa, a princípio buscou-se praticar leituras relacionadas ao

tema para coletar novos conhecimentos.

O método é o dedutivo, sendo ele o mais usado para a pesquisa e para a definição de

conceitos, para a caracterização dos fatos e o estabelecimento de leis. Pela dedução pode-se

chegar à identificação de premissas expressivas. Nesta pesquisa foi utilizada para a

fundamentação do trabalho a abordagem qualitativa.

A pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou medir os eventos estudados, nem

emprega instrumental estatístico na análise dos dados. Parte de questões ou focos de

interesses amplos, que vão se definindo na medida em que o estudo se desenvolve. Envolve a

obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato

direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos

segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo

(GODOY, 1995, p. 58).

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Neste trabalho a coleta de dados será através de pesquisa bibliográfica, com base em

livros, artigos e informações extraídas da internet. A pesquisa bibliográfica é o primeiro passo

de qualquer pesquisa científica.

O presente trabalho divide-se em quatro capítulos, sendo que no Capítulo I tratar-se-á

de todo o desenvolvimento teórico do trabalho.

No Capítulo II são feitas considerações acerca da Metodologia utilizada. No Capítulo

III acontecerá a análise e interpretação dos dados e na última parte, ou seja, no Capítulo IV,

mais precisamente nas considerações finais serão levadas a baila as reflexões pessoais com

base em todo o arcabouço teórico levantado durante a trajetória do trabalho.

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CAPÍTULO I

1.1 Educação especial no Brasil

No final do século XVIII e início do século XIX surge a educação das crianças com

deficiência no Brasil, fruto de ideias liberais, a princípio em instituições.

O liberalismo era uma corrente ideológica que defendia a liberdade de todos os

indivíduos, nos campos políticos, econômico, religioso e intelectual. Esse movimento

veiculava a democratização dos direitos para todos.

A princípio esse atendimento era dado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

onde adultos e crianças conviviam no mesmo local, porém não há registros oficiais de como

procedia o atendimento a esses pessoas. Segundo Moraes apud Silva (2010, p. 22):

Nesta época, o campo de assistência social reduzia-se ao setor médico hospitalar, representado pela Santa Casa da Misericórdia, e por outras poucas obras, como o Lazareto, fundado pelo governo provincial, em 1802. Com o objetivo de resolver o problema, o então presidente da Província, Lucas A. M. de Barros, Barão de Congonhas do Campo, cria, em 1825, a Casa da Roda ou Casa dos expostos e a instala no pavimento térreo da Santa Casa da Misericórdia. O asilo dos expostos era também chamado de Casa da Roda em alusão ao dispositivo nela existente, uma roda que, girando em torno de um eixo perpendicular, ocupava toda uma janela – sempre aberta do lado de fora, de modo que quem desejasse se desfazer de uma criança pudesse depositá-la na caixa e, movimentando a roda, passá-la para o interior do prédio. Na mesma ocasião, o governo da Província funda, na capital, em 1824, o asilo para meninos órfãos – o Seminário de Sant’Anna -, e, em 1825, para as meninas, o Seminário da Glória.

Já constava de forma sutil na primeira Constituição (1824) os direitos das pessoas com

deficiência, assim alguns brasileiros embasados em médicos, filósofos e educadores

internacionais começaram a organizar serviços para atender pessoas com deficiências.

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Segundo Mazzotta (2005) em 1824 inaugurou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos

criação do imperador D. Pedro II. Em 1857 criou-se o Imperial Instituto de Surdos-Mudos,

esses dois institutos eram mantidos e administrados pelo poder central.

De acordo com Jannuzzi (2004) assim como a instrução pública primária a educação

das pessoas com deficiências não foi considerada importante. O pouco que se conseguiu

avançar surgiu como fruto do trabalho de pessoas preocupadas com o problema e que mesmo

de forma precária conseguiram apoio governamental.

Com a Proclamação da República (1889) o caráter gratuito do ensino que era

mencionado na Constituição de (1834) deixou de existir. Assim, segundo Mazzotta (2005), o

atendimento de pessoas com deficiências ficou isolado, ou seja, foi reduzido, mas segundo

essa mesma autora houve uma melhora no atendimento dos alunos com deficiência mais

severa.

Na década de 1920, “a base das associações profissionais que, de maneira ambígua e

imprecisa, foram criando um campo de reflexão à procura de um espaço efetivo para a

concretização de sua ação pedagógica” (JANNUZZI, 2004, p. 24).

Segundo essa mesma autora esses profissionais procuram melhorar a qualidade de

vida dos deficientes mais severos através de uma prática social mais eficiente.

Vários serviços foram oferecidos às pessoas com deficiência, como o Instituto

Benjamin Constant, Instituto Nacional de Surdos-Mudos dentre outros. A partir de 1920 as

instituições cresceram em relação ao número de anos.

A AACD foi inaugurada em 1950 pelo médico Renato da Costa Bonfim. O primeiro

Instituto Pestalozzi do Brasil foi criado em 1926 por Tiago e Johanna Wurth em Porto Alegre-

RS. Era um casal de professores que via no educador Henrique Pestalozzi uma concepção de

pedagogia social. A APAE foi fundada em 1954 no Rio de Janeiro. De acordo com Ferreira

apud Silva (2010, p. 39):

O grande aumento no número de instituições ocorreu entre os anos de 1960 e 1970, com o predomínio de instituições voltadas para o alunado com deficiência mental. Dessa forma, na área de deficiência mental, em 1949 havia 41 instituições para eles e 26 para outras deficiências; em 1959, crescera para 191 e 58 respectivamente, e em 1969, já eram 821 para deficientes mentais e 313 para outras deficiências.

As mudanças no atendimento a esses indivíduos ocorreram no século XX, por

influência dos avanços científicos, da psicologia e dos movimentos sociais.

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A Declaração Universal dos Direitos Humanos inspirou as políticas públicas e os

instrumentos jurídicos, com todos esses movimentos a inclusão das pessoas com deficiência

começa a acontecer deixando para trás um passado cheio de preconceito.

Os primeiros passos rumo a uma democracia em termos de educação começam a ser

trilhados com muita luta e esperança de chegar a um patamar que visa à qualidade e o

atendimento educacional de todos os indivíduos independente de sua classe social, cultural,

cor de pele ou desenvolvimento intelectual.

O próprio Ministério da Educação (2010), ao propor as Diretrizes da Política Nacional

de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva salienta que:

Os sistemas de ensino devem organizar as condições de acesso aos espaços, aos recursos pedagógicos e à comunicação que favoreçam a promoção da aprendizagem e a valorização das diferenças, de forma a atender as necessidades educacionais dos alunos. A acessibilidade deve ser assegurada mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas, urbanísticas, na edificação- incluindo instalações, equipamentos e mobiliários- e nos transportes escolares, bem como as barreiras nas comunicações e informações (BRASIL, 2010, p. 24).

Para assegurar a implementação das políticas públicas a formação do

educador/pedagogo deve contemplar conhecimentos de gestão do sistema educacional

inclusivo, tendo em vista o desenvolvimento de projetos em parceria com outras áreas,

visando à acessibilidade arquitetônica, atendimentos à saúde, à promoção de ações de

assistência social, trabalho e justiça, dentre outros.

1.2 Educação e inclusão

A Declaração Universal dos Direitos Humanos criada ao final da Conferência Mundial

sobre Necessidades Educativas Especiais realizada em Salamanca (Espanha) em junho de

1994 assegura segundo Marchesi (2010, p. 26):

Que os poderes públicos têm a obrigação de garantir um ensino não segregador, que se prolongue posteriormente na integração à sociedade, a todos os alunos, sejam quais forem suas condições físicas, sociais ou culturais. Dessa perspectiva, o problema não está em analisar em que condições os alunos com necessidades educativas especiais podem ser escolarizados na escola regular; o compromisso é garantir uma educação de qualidade para todos eles e realizar as transformações que sejam necessárias para se conseguir isso.

Temos também documentos legais, como a Constituição Federal (1988), a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e as Diretrizes Nacionais para a Educação

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Especial na Educação Básica (2001), essas leis juntamente com algumas políticas

educacionais visam a inclusão e garantir a todos o direito à educação, principalmente aos

indivíduos com necessidades educacionais especiais, como chamamos atualmente as pessoas

que possuem qualquer tipo de deficiência.

Todas essas legislações apontam que o atendimento aos alunos com necessidade

educacionais especiais deve ser prestado “preferencialmente” pelo ensino regular na rede

pública.

O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e

pedagógica. Que tem como princípio básico os direitos humanos, preconizando igualdade e

diferença como valores indissociáveis. Desta forma a escola, a educação e a inclusão passam

a ser repensadas.

A inclusão é a modificação da sociedade como pré-requisito para que as pessoas

especiais possam buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania (SASSAKI, 1997).

Segundo a autora a inclusão é um processo amplo, com transformações grandes e

pequenas, nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas, inclusive da própria

pessoa com necessidades especiais.

Para Mantoan (2004 apud Gaio, 2006), o paradigma da inclusão surge para aprimorar

a Educação escolar, beneficiando os alunos com ou sem deficiência, a partir de uma

pedagogia focada no/a educando/a, reconhecendo suas diferenças, explorando suas

potencialidades e dando oportunidade de vivências cognitivas e sociais para todos.

As escolas inclusivas propõem um modo de se constituir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em função dessas necessidades. A inclusão causa uma mudança na perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apoia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral (MANTOAN, 1997, p.121 apud SCHNEIDER, 2003).

O processo de inclusão causa muita instabilidade a todos os envolvidos, que na

maioria das vezes se sentem despreparados para lidar com tais mudanças.

Entretanto novos paradigmas estão sendo formados, profissionais estão sentindo a

necessidade de estarem se preparando para conseguir realizar a inclusão de forma plena.

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Freitas e Castro (2004) traz

diversas noções, concepções e sentimentos, vinculados à

Observa-se que a inclusão instiga sentimentos diferentes num mesmo sujeito.

Destacando, mais uma vez, a palavra “medo” que ecoa nas escolas inclusivas, como um sinal

de despreparo e de “falta de...” INCLUSÃO.

Para Santos (2002

desenvolvimento de estratégias que procuram proporcionar igualdade de oportunidades. O

princípio da escola inclusiva é que todas as crianças aprendam juntas, independente das

diferenças que possam ter.

As escolas inclusivas d

resposta a cada uma delas, assegurando educação de qualidade a todos, através de currículo

apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias.

Para isso as crianças com necessidades especiais devem receber os apoios extras que

necessitam para que tenham uma educação efetiva.

A educação especial constitui

assegura recursos e serviços para apoiar, complementar

educacionais comuns.

Freitas e Castro (2004) trazem o mapa abaixo, onde a partir desse, visualiza

ções e sentimentos, vinculados à realidade inclusiva.

a inclusão instiga sentimentos diferentes num mesmo sujeito.

Destacando, mais uma vez, a palavra “medo” que ecoa nas escolas inclusivas, como um sinal

de despreparo e de “falta de...” INCLUSÃO.

Para Santos (2002 apud Voivodic, 2011, p. 30), a inclusão se reflete no

desenvolvimento de estratégias que procuram proporcionar igualdade de oportunidades. O

princípio da escola inclusiva é que todas as crianças aprendam juntas, independente das

diferenças que possam ter.

As escolas inclusivas devem reconhecer as diversas necessidades dos alunos e dar uma

resposta a cada uma delas, assegurando educação de qualidade a todos, através de currículo

apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias.

as crianças com necessidades especiais devem receber os apoios extras que

necessitam para que tenham uma educação efetiva.

A educação especial constitui-se, portanto, como uma proposta pedagógica que

assegura recursos e serviços para apoiar, complementar, suplementar e/ou substituir serviços

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o mapa abaixo, onde a partir desse, visualiza-se as

realidade inclusiva.

a inclusão instiga sentimentos diferentes num mesmo sujeito.

Destacando, mais uma vez, a palavra “medo” que ecoa nas escolas inclusivas, como um sinal

30), a inclusão se reflete no

desenvolvimento de estratégias que procuram proporcionar igualdade de oportunidades. O

princípio da escola inclusiva é que todas as crianças aprendam juntas, independente das

evem reconhecer as diversas necessidades dos alunos e dar uma

resposta a cada uma delas, assegurando educação de qualidade a todos, através de currículo

apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias.

as crianças com necessidades especiais devem receber os apoios extras que

se, portanto, como uma proposta pedagógica que

, suplementar e/ou substituir serviços

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Realiza-se transversalmente em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino para

assegurar aos alunos com necessidades especiais as condições para ter acesso à escola sem

descriminação pelos colegas (alunos) e também pelo corpo docente da mesma, assim como

para desenvolver todas as suas potencialidades dentro e fora de sala de aula.

Nessa perspectiva, Carvalho (2000, p. 2) afirma, com propriedade, que uma escola é

inclusiva quando:

Respeita as peculiaridades e/ou potencialidades de cada aluno, organiza o trabalho pedagógico centrado na aprendizagem do aluno, onde este é percebido como sujeito do processo e não mais como seu objeto e o professor torna-se mais consciente de seu compromisso político de equalizar oportunidades, na medida em que a igualdade de oportunidades envolve, também, a construção do conhecimento, igualmente fundamental na instrumentalização da cidadania.

As políticas públicas têm disseminado os direitos das crianças especiais e o dever da

sociedade e da escola, porém não tem oferecido condições de capacitação para todos os

professores.

Já se passaram mais de 15 anos desde a implantação das políticas inclusivas. Segundo

Facion (2009) no que se refere ao acesso escolar, os dados da inclusão informam que tem

havido um crescimento constante (cerca de 10% ao ano, do número de alunos matriculados na

educação básica no ensino regular).

Mas, ele também aponta a necessidade de avaliar a inclusão e ver se realmente

estamos atingindo os objetivos propostos, ou seja, “garantir o acesso de alunos com

deficiência a classes regulares não necessariamente garante seu sucesso escolar” (FACION,

2009, p. 58).

Pois segundo Mantoan (2003, p. 23) “nas situações de integração escolar, nem todos

os alunos com deficiência cabem nas turmas de ensino regular, pois há uma seleção prévia

dos que estão aptos à inserção”. Essas reflexões causam muitas dúvidas, principalmente aos

educadores que estão no campo de frente do trabalho com a inclusão, inserir muitas vezes não

é o mesmo que incluir.

De acordo com Martins et al. (2008, p. 19), hoje, não basta inserir fisicamente o

educando na escola. É imprescindível:

Que o governo adote, efetivamente, políticas inclusivas e não apenas divulgue, através dos diversos meios de comunicação, que está promovendo a inclusão escolar

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e que, em decorrência disto, as escolas estão receptivas para receber a todos os educandos sem exceção.

Buscar formas a fim de contribuir para mudar a escola, para torná-la receptiva às necessidades de todos os alunos.

Ajudar os professores a refletir e a aceitar a sua responsabilidade quanto a aprendizagem de todos os educandos, colaborando assim para prepará-los pra ensinar àqueles que são comumente excluídos das escolas, por qualquer razão.

Propiciar o envolvimento dos vários elementos que constituem a escola - do porteiro ao diretor - no processo inclusivo.

Possibilitar que os educandos com necessidades especiais, efetivamente, possam se sentir parte integrante daquele ambiente educacional, aceitos e apoiados por seus pares e pelos demais membros da escola.

De acordo com Facion (2009) é necessário que todas as crianças possam estar na

escola, sim, mas com a garantia de desfrutar, no âmbito social, de uma vida mais digna, pois

de nada adianta planejarmos leis e políticas inclusivas voltadas para o ambiente escolar, se

não promovermos no social uma equidade econômica capaz de não só levar os alunos para a

escola, mas, principalmente de reduzir a exclusão.

Schneider (2003) também diz que a política de inclusão dos alunos na rede regular de

ensino que apresentam necessidades educacionais especiais, não consiste somente na

permanência física desses alunos, mas o propósito de rever concepções e paradigmas,

respeitando e valorizando a diversidade desses alunos, exigindo assim que a escola defina a

responsabilidade criando espaços inclusivos.

Dessa forma, a inclusão significa que não é o aluno que se molda ou se adapta à

escola, mas a escola consciente de sua função coloca-se a disposição do aluno.

Para isso é necessário que saibamos o tipo de aluno que estamos inserindo, o que é

necessário para inseri-lo e como isso pode ser feito. É preciso ser criteriosos, pois em vez de

incluir poderemos aumentar o índice de exclusão. Santos (2006, p. 129) em sua pesquisa

sobre inclusão, pontuando a escola que habita os sonhos de educadores e educadoras do

imenso território brasileiro diz:

A escola que pretendemos para a nossa comunidade é a escola crítica, criativa e de qualidade, espaço de cultura e de conhecimentos, capaz de formar o cidadão crítico e consciente, transformador da realidade em que vive. Cabe a ela contribuir para a formação da cidadania, apresentar soluções para os problemas fundamentais da sociedade, planejar, executar e avaliar a prática educativa [...] Cabe à escola também zelar pelo bom relacionamento entre as pessoas e os grupos, valorizar as relações interpessoais, repensar a atuação dos educadores e a democratização do saber.

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Para Martins et. al. (2008, p. 19), a inclusão é percebida como uma responsabilidade

coletiva da comunidade escolar. Nesta perspectiva, todos são responsáveis pelo êxito ou

fracasso de cada aluno. O corpo docente, e não cada professor, deverá partilhar a

responsabilidade do ensino ministrado à crianças com necessidades especiais.

Assim de acordo com Schneider (2003) as escolas inclusivas devem reconhecer e

responder às diversas dificuldades de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos

de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade para todos mediante currículos

apropriados, modificações organizacionais, estratégias de ensino, recursos e parcerias com

suas comunidades.

A inclusão, na perspectiva de um ensino de qualidade para todos, exige da escola

brasileira novos posicionamentos que implica num esforço de atualização e reestruturação das

condições atuais, para que o ensino se modernize e para que os professores se aperfeiçoem,

adequando as ações pedagógicas à diversidade dos aprendizes.

Para que a inclusão ocorra de fato é necessária uma reformulação social e alterações

que são de ordem governamental. Podemos dizer que em se tratando de inclusão, ainda não é

possível oferecer um ensino de qualidade para todos, pois a realidade das escolas públicas

ainda é muito precária em termos físicos, pedagógicos e psicológicos.

1.3 Importância do professor na escola inclusiva

O sentido atribuído à educação especial foi mudando no decorrer do processo histórico

educacional. Seu início deu-se na Dinamarca em 1960 com um movimento dos pais, amigos e

pessoas com deficiências que reivindicavam dentre outros direitos o de cursar uma escola

regular, para todo o público com necessidades especiais.

Tal movimento ganhou força no mundo todo e chegou ao Brasil com o nome de

integração na década de 1980. E no decorrer da história modificou-se de forma a surgir o

termo inclusão, pois o termo integração depositaria todas as responsabilidades na pessoa com

deficiência, uma vez que a integração promoveria a socialização das pessoas com deficiência.

Para Fernandes (2007, p. 31):

O processo de integração resultou em uma separação dos dois contextos de educação – regular e especial - na medida em que as práticas desenvolvidas no segundo tinham como objetivo fazer o aluno ingressar no sistema comum. A educação especial passou a ser compreendida como um sistema paralelo e localizado

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hierarquicamente, subalterno ao ensino regular. Aos alunos que não tivessem condições acadêmicas de aprendizagem, isto é, de acompanhar em igual tempo a metodologia e de entender os objetivos, os conteúdos e a avaliação desenvolvidos, deveriam ter seu atendimento realizado em outros espaços, cuja programação estaria voltada a minimizar as dificuldades apresentadas e se possível oportunizar o reingresso ao contexto regular o que, via de regra, não acontecia. Essa estrutura de educação especial originada há mais de quarenta anos, e que persiste até os dias atuais, tem como metáfora a imagem de um sistema de cascata compreendendo um continum desde os espaços sociais mais restritos para o atendimento até a classe comum.

Com a eclosão da educação inclusiva, os professores da classe comum do ensino

regular, passam a ter um “novo alunado”: “alunos especiais”, “pessoas com deficiência”,

“pessoas com necessidades educativas especiais”, mas não deixam de ser estudantes como os

demais dito “normais”.

Tal fato tem causado muita insegurança no trabalho pedagógico, pois a maioria não se

sente preparada pedagogicamente e esse processo tem trazido várias implicações para todos

(escola e docentes), as concepções devem ser revistas, bem como as estratégias de ensino e

orientação.

Para Freitas e Castro (2004), ao professor da sala de aula comum é imprescindível,

além da capacitação e de apoio, que ele esteja preparado para receber o “novo aluno”, para

que a inclusão não seja somente física, mas que haja uma aprendizagem significativa para

todos os alunos.

Para que se dê essa significativa aprendizagem é necessário saber o que o professor

pensa, suas expectativas, suas ansiedades em relação ao diferente. É preciso saber, também, o

que esse professor necessita e o que ele almeja.

É muito importante a relação professor aluno, e a representação que o professor faz do

processo de inclusão e do aluno especial é que definirá essa relação entre ambos.

A educação da pessoa com necessidades educativas especiais deve ser compreendida

na dimensão educativa e sociocultural, tendo como objetivo desenvolver as potencialidades,

respeitar as dificuldades sem destacá-las, e principalmente levar esse indivíduo a participar da

sociedade sem se sentir diferente e excluído. É um trabalho que requer muita pesquisa e

preparo do docente.

Os educadores devem estar dispostos às mudanças e estar constantemente revisando

seus conceitos, ideologias e valores, para atuar como elemento facilitador no processo de

conscientização da construção de sua cidadania.

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Esse processo de construção deve partir da sua prática e dos conhecimentos prévios

que esta prática possibilita.

Os professores devem ser “colocados em um contexto de aprendizagem e aprender a

fazer fazendo: errando, acertando, tendo problemas a resolver, discutindo, construindo

hipóteses, observando, revendo, argumentando, tomando decisões, pesquisando” (LEITE,

1999, p. 28).

A educação inclusiva envolve um processo de preparação do professor que considera

as diferenças e as dificuldades dos alunos na aprendizagem escolar como fontes de

conhecimento sobre como ensinar e como aperfeiçoar as condições de trabalho nas salas de

aula (BRASIL, 1995, p. 17).

E o que se percebe é que as políticas públicas não têm dado muita ênfase no trabalho e

principalmente na preparação do docente para atuar mais confiante nesse processo de

inclusão.

Para tanto, requer-se, especialmente, uma efetiva preparação de profissionais de educação, que proporcione um contínuo desenvolvimento pedagógico e educacional, que resulte numa nova maneira de perceber e atuar com as diferenças de todos os alunos em classe. Preparação que os faça conscientes não apenas das características dos seus alunos, mas de suas próprias condições para ensiná-los em um ambiente inclusivo, assim como da necessidade de refletirem constantemente sobre a sua prática, a fim de modificá-la quando necessário (MARTINS e.t al., 2008, p. 20).

Segundo Freitas e Castro (2004) a capacitação efetiva de docentes para atuar nessa

perspectiva inclusiva, que vise o desenvolvimento do sujeito autônomo, tem como finalidade

levar esses profissionais a uma constante reflexão sobre sua prática pedagógica.

Em tal prática a avaliação e re-avaliação, bem como os questionamentos, são

permanentes, a fim de que possam rever esta prática e compartilhar experiências e novas

ideias com seus colegas, pondo fim na prática individualista da formação e do exercício

profissional.

Compartilhar experiências é fundamental para a formação continuada em educação,

pois os conhecimentos teóricos somente não bastam, é necessária a participação nas mudanças

sociais, como agente de formação e não apenas transmissor de conhecimentos, cabendo-lhe

aprimorar-se pessoal e profissionalmente.

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A formação do professor deve ser continuada, diferenciada e vista como uma ação que

vise ampliar as competências, a fim de desenvolver as potencialidades do profissional em

todas as dimensões.

Para Martins et. al. (2008) não existe, uma receita a ser seguida. É importante que o

professor seja apoiado e orientado no cotidiano escolar, de maneira a ser capaz de refletir de

maneira crítica e constante sobre sua prática, com base em recursos teóricos e metodológicos,

a fim de recriá-la constantemente para atingir especialmente aqueles alunos que possuem um

diferencial como os portadores da Síndrome de Down.

Esta reflexão não deve se restringir apenas a uma teorização para compreender e

explicar a prática, mas ser efetivamente crítica, de forma que - sempre que necessário – seja

capaz de reformular e recriar a realidade vivenciada em classe.

1.4 Síndrome de Down

Síndrome de Down, Trissomia 21 ou mongolismo (pejorativo) são nomes dados ao

retardo mental mais comum em nascidos vivos. Não é uma doença, mas sim uma alteração

genética ocorrida na formação do bebê, e foi à primeira síndrome associada a uma aberração

cromossômica.

Segundo Schartzman (1999 apud Voivodic, 2011, p. 39), foi o geneticista francês

Jérôme Lejeune que identificou essa anomalia pela primeira vez em 1958.

Ele dedicou a sua vida à pesquisa genética visando melhorar a qualidade de vida dos

portadores da Trissomia do 21. Lejeune correlacionou o fenótipo da SD com sua expressão

cariotípica mais frequente, a trissomia do cromossomo 21.

Deu o nome à síndrome em homenagem ao médico inglês John Langdon Down, que

havia descrito um grupo distinto de portadores de um comprometimento intelectual,

registrando o fato ao caracterizar detalhes fenotípicos clássicos de uma então considerada

doença da Idiotia Mongólica, como a síndrome que veio a ser conhecida como Síndrome de

Down.

A síndrome de Down, portanto, é “uma cromossomopatia, ou seja, uma doença cujo quadro clínico global é explicado por um desequilíbrio na constituição cromossômica (no caso, a presença de um cromossomo 21 extra), caracterizando, assim, uma trissomi simples”. Segundo Schwartzman (1999 b), o cariótipo 47, XX, + 21 ou 47, XY, + 21 está presente em cerca de 95% dos casos da composição cromossômica das pessoas com síndrome de Down. Esta síndrome também pode ser caracterizada por uma translocação ou um mosaico Na translocação, o cromossomo

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21 adicional está fundido a outro autossomo; a mais comum é aquela existente entre os cromossomos 14 e 21. A ocorrência deste tipo de anomalia se dá em 5% dos casos diagnosticados, embora Brunoni (1999) afirme que a incidência seja de 1,5 a 3%. Já a síndrome de Down caracterizada por um mosaico representa um grupo menor, no qual as células trissômicas aparecem ao lado de células normais (SILVA e DESSEM, 2002, p. 167).

Para Alves (2007, p. 16), Síndrome de Down é uma doença localizada no cérebro,

encefalopatia, não é progressiva, possui tendências para melhoras espontâneas, pois seu

Sistema Nervoso Central (SNC) continua a amadurecer com seu tempo.

É uma disfunção cromossômica e uma deficiência mental congênita mais comum e

geralmente pode ser diagnosticada ao nascimento ou logo depois por suas características, que

variam entre os portadores, mas difere pelo seu genótipo.

As pessoas com Síndrome de Down têm características peculiares relacionadas à

própria anomalia como, por exemplo: cabelos finos e lisos, nariz pequeno e um pouco

achatado, orelhas pequenas, rosto arredondado com olhos de linha ascendente, apresentam

baixa estatura, pescoço curto e grosso, mãos pequenas com dedos curtos.

O excesso de material genético proveniente do cromossomo 21 pode ocorrer de três

formas diferentes, que segundo Voivodic (2011, p. 40):

• Trissonomia simples: ocorre a não disjunção do cromossomo 21; percebe-se claramente a trissonomia, ou seja, o 3º cromossomo extra ao par 21, causando a síndrome. Sua incidência é a mais comum, ocorrendo mais ou menos em 96% dos casos, sendo suas causas discutíveis, já que os pais têm cariótipo normal, e a trissomia se dá por acidente.

• Trissomia por translocação: o cromossomo adicional está sobreposto a um cromossomo de outro par, portanto não se trata de uma trissomia livre. A translocação se dá quando um cromossomo do par 21 e o outro, ao qual se agrupou, sofrem uma quebra na sua região central. Há uma união entre os dois braços mais longos e perda dos dois braços curtos. Não se notam diferenças clínicas entre as crianças com trissomia simples ou por translocação, e ocorrem em 2 % dos casos.

• Mosaicismo: presença de um percentual de células normais (46 cromossomos) e outro percentual com células trissômicas (47 cromossomos). Ocorre em cerca de 2 % dos casos. A causa desta “falha” é, até o momento, desconhecida, mas sabe-se, no entanto, que é pequena a probabilidade de reincidência numa mesma família.

O desenvolvimento de um indivíduo com SD apresenta diferenças significativas

comparado ao desenvolvimento normal, como por exemplo, diferenças físicas, de

comportamento, de personalidade e principalmente intelectual, isso não quer dizer que essa

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pessoa nunca vai aprender, a aprendizagem e a motricidade ocorrerão de forma lenta,

dependendo dos estímulos recebidos do meio.

Essa síndrome é classificada como uma deficiência mental, e não podemos

preestabelecer o limite do indivíduo, mas segundo especialistas existe uma grande

possibilidade de desenvolvimento cognitivo. Schwartzaman (1999 apud Voivodic, 2011, p.

43), publica que as crianças com SD obtêm, em testes formais de inteligência, pontuações no

QI que varia de 20 a 85.

Porém, o autor enfatizou que a medida da inteligência das crianças com SD é grosseira

e incompleta, pois os testes mais utilizados para a mensuração do QI são versões de testes

desenvolvidos para o uso com população de crianças com retardos e deficiências.

O QI dos indivíduos com SD tem demonstrado aumento significativo nas últimas

décadas, o que evidencia que a inteligência não é determinada exclusivamente por fatores

biológicos, mas também influenciada por fatores ambientais.

Alves (2007, p. 27) diz que em virtude da hipotonia generalizada, presente desde o

nascimento, originada no SNC (Sistema Nervoso Central), faz-se necessário o

acompanhamento fisioterápico e psicomotor, por causa de a hipotonia afetar a musculatura e a

parte ligamentar.

Caso haja o acompanhamento adequado, feito por profissional especializado a

hipotonia tende a diminuir espontaneamente, mesmo que permaneça por toda a vida, em graus

diferentes.

Se houver algum outro comprometimento, a criança com Síndrome de Down não vai

conseguir controlar a cabeça, rolar, sentar, correr, engatinhar, andar, arrastar.

Com um acompanhamento fisioterápico, a criança começa a andar e, para o domínio

do equilíbrio, a correção da postura e a coordenação de movimentos, faz-se necessário, além

da fisioterapia, um acompanhamento da psicomotricidade.

Não só neste caso como em vários outros detectados a família é a base central para

todo ser humano e para um indivíduo com Síndrome de Down ela passa ser muito mais. O

diagnóstico é sempre muito difícil, mas não deve alterar o sentimento de amor e aceitação de

um filho com Síndrome de Down.

A família tem de procurar fortalecer este sentimento desde sempre. O ambiente

doméstico tem de ter uma riqueza de eventos incomensurável.

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Segundo Alves (2007, p. 35) dependendo de como forem dadas as informações ao

casal, poderá se estabelecer uma relação mais positiva entre os pais e o bebê, o que será

fundamental para o desenvolvimento geral da criança.

No tocante à relação da família com o processo ensino-aprendizagem, Voivodic (2011,

p. 156) em pesquisa realizada menciona:

Muitas vezes, a pessoa com deficiência se torna a “depositária da doença familiar” e todos os outros problemas são encobertos ou minimizados, já que o “problema” da família é ter um membro deficiente. Notamos que, também em relação à atuação com a família, aparece na pesquisa a visão dos profissionais de um trabalho no plano real e no plano ideal. No plano real, fica evidenciado o que tem sido feito com a mediação nas famílias em relação à criança com SD. No plano ideal, eles acreditam que o trabalho com os pais favoreça a meta social mais ampla do projeto: as mudanças de paradigmas sociais. Também vem como ideal que as próprias escolas tivessem um contato mais estreito com as famílias.

É importante saber que não há tratamento medicamentoso para a cura da Síndrome de

Down, mas deve haver um acompanhamento multiprofissional para facilitar o convívio social

e o carinho da família é fundamental para o desenvolvimento da criança, pois a família será o

maior beneficiário de qualquer ação que envolva o bem-estar de um dos seus integrantes .

Enfim com todas essas informações concluí-se que a criança com Síndrome de Down

não consegue absorver grande número de informações, a aprendizagem deve ser facilitada

com momentos prazerosos, pois ela apresenta muitas debilidades e limitações.

Com a evolução tecnológica e científica muitas descobertas foram feitas para entender

e ajudar no desenvolvimento dos indivíduos portadores de Síndrome de Down.

Sabe-se que o tratamento que recebem ainda está muito distante do ideal, a cura para o

problema ainda não existe, e o seu desenvolvimento depende de muitos profissionais e de

tempo.

O processo de inclusão é uma forma de acabar com o preconceito e principalmente dar

novas expectativas de vidas a essas pessoas.

1.5 A criança com Síndrome de Down na sala de aula

As crianças com Síndrome de Down desde seu nascimento apresentam uma lentidão

no seu desenvolvimento motor e intelectual, isso leva a ter outro tipo de relação com o

ambiente.

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Berger e Cunningham (1986 apud Voivodic, 2011) observaram que o sorriso do bebê

com SD é mais curto e menos intenso, assim a reação afetiva da criança é mais tênue. Com a

lentidão do bebê, a mãe tende a não associar a reação dele com a sua própria comunicação.

Segundo Schwartzman (1999), a linguagem é a área na qual a criança com SD

demonstra, em geral, os maiores atrasos. Ela começa a emitir as primeiras palavras por volta

dos dezoitos meses e, geralmente, pode compreender bem mais do que emitir.

Apesar dessas e muitas outras dificuldades em que a criança portadora dessa síndrome

enfrenta, ela tem a possibilidade de se desenvolver, executar atividades diárias e adquirir

formação profissional. Para isso é necessário que ocorra um processo de inclusão e que a

escola saiba trabalhar com suas limitações e potencialidades.

Segundo Martin (revista Nova Escola) a primeira regra para a inclusão de crianças

com Down é a repetição das orientações em sala de aula para que o estudante possa

compreendê-las.

O desempenho melhora quando as instruções são visuais. Por isso é importante

reforçar comandos e solicitações com modelos que ele possa ver, de preferência com

ilustrações grandes e chamativas, com cores e símbolos de fácil compreensão.

Os portadores de SD têm grandes dificuldades de cumprir regras, e isso muitas vezes

leva os pais a serem permissivos com as crianças não corrigindo como deveria. Martin diz que

o ideal é adotar o mesmo tratamento dispensado aos demais, eles têm de cumprir regras e

fazer o que os outros fazem, logicamente que respeitando o seu desenvolvimento.

A linguagem utilizada deve ser a mais simples possível, as atividades devem estar no

nível das capacidades da criança, com desafios gradativos, para aumentar o sucesso ao

realizar a atividade, as pausas devem ser previstas.

O esforço utilizado na execução de tarefas que têm funções cognitivas é enorme, e isso

muitas vezes provoca atitudes reativas.

A inteligência da criança com Síndrome de Down evolui até a possibilidade de cada uma. Algumas crianças aprendem a ler e a escrever e a frequentar escolas que lhe deem amparo adequado. Sua concentração tem o tempo suficiente para guardar as ordens dadas. Com o tempo, sua capacidade de concentração evolui. Por meio de exercícios, o tempo de duração da atenção e da vigilância será aumentado. A permanência de tempo para o alerta constante para eles é menor, já que há uma fadiga muito rápida e, com o cansaço, a energia necessária para manter a concentração desaparece. Existe grande dificuldade para atividades mais prolongadas, fazendo surgir as estereotipias e a perseverança que indicam que eles já

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esqueceram o que teriam de fazer. Não exija dessas crianças um tempo de atenção mais prolongado (ALVES, 2007, p. 40).

Deste modo a educação para um indivíduo portador de SD depende de muitas

variáveis, sabemos que as pessoas não são iguais nas suas capacidades de aprendizado, de

autonomia, na sua estabilidade emocional e social.

Por isso é necessário que a escola se prepare para o processo de inclusão, ela não pode

existir efetivamente só no papel, mas sim na prática do dia a dia.

De acordo com Alves (2007, p. 41) para que a criança que possui Síndrome de Down

tenha prontidão para a aprendizagem depende da complexa integração dos processos

neurológicos e da harmoniosa evolução de funções específicas, como linguagem, esquema

corporal, orientação espaço-temporal e lateralidade.

É bom ressaltar que se faz necessária a participação em brincadeiras e jogos ao ar

livre, em parques e jardins, pois facilitará sua habilidade para subir e descer escadas.

Outra coisa que a autora também recomenda é que, por meio de atividades

terapêuticas, seja trabalhada cooperação organização, constituição, movimentos, autonomia,

compreensão, exploração, com propostas lúdicas e materiais diversos e, por meio de

comandos, sejam realizadas atividades motoras, como correr, pular, rolar, subir, descer,

rasgar, pintar, empilhar, colar, picotar, amassar, arrastar, manusear, desenhar, reconhecer

cores e formas, facilitando o desenvolvimento social, afetivo, cognitivo, motor, da linguagem,

de grafismo, dos hábitos e das atitudes.

Enfim, de acordo com a Declaração de Salamanca (1994), os países signatários, dos

quais o Brasil faz parte, declararam: Toda a criança tem direito fundamental à educação, e a

ela deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem.

A Declaração apresenta ainda uma perspectiva política à inclusão de toda e qualquer

criança no Ensino Regular, independente de suas condições físicas ou de sua origem social ou

cultural.

Assim, é de se concluir que os países que professam sua concordância com os termos

da Declaração, não podem ter outra postura que não a de enviar todos os seus esforços para a

efetiva inclusão com qualidade no Ensino Regular dos alunos com necessidade educacionais

especiais.

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O processo ensino-aprendizagem para qualquer aluno, especial ou não, não começa

nem termina no primeiro ano escola: começou antes de as crianças ingressarem na escola

primária e irá continuar nos anos posteriores. O processo é multidimensional, complexo, o

ensino-aprendizagem tem sido vítima de abordagens simplistas e formalistas da didática

instrumental, o que tem trazido frustrações aos professores brasileiros.

A criança constrói uma série de esquemas conceituais que não podem ser atribuídos à

influência do meio. São ideias próprias que ela testa e se refletem no nível das operações

mentais. Enfim, é na cabeça da criança que se dá a aprendizagem, ainda que com limitações.

A criança constrói seu conhecimento através de pesquisas e experiências dentro e fora

da sala de aula, podemos auxiliá-la nessa construção, participando na execução dos trabalhos,

compartilhando seu esforço diário de domínio dos conhecimentos expostos, para assim

crescerem como cidadãos conscientes de seu papel na sociedade.

O professor deve ter consciência das mudanças que ocorrem com o passar do tempo e

de suas consequências, tanto no nível de conhecimentos teóricos quanto no que se refere à

aplicação prática de novas teorias.

Não se pode desprezar o passado, pelo contrário, por intermédio dele amplia-se o

presente, e a interação do professor nas diversas áreas só poderá enriquecer ainda mais suas

atividades.

É importante trocar experiências com seu aluno, compartilhar atividades e

metodologias, dúvidas ou certezas como chances de aprimorar a técnica.

No processo educacional, teorias e práticas estão sendo alteradas e reformuladas, mas

nem por isso deixaram de ter importância. Todas elas servem como pontos de referência e de

partida para se chegar a um objetivo comum: educar com qualidade.

Os alunos querem participar, querem ser questionados e, para tanto, devem ser

estimulados ao diálogo. Padrões positivos de comportamento devem ser levantados em classe,

discutidos, avaliados e adotados desde o início do ano. Respeito e educação ainda estão na

moda; tanto professor quanto alunos apreciam tais qualidades.

O professor é o coordenador e o mediador; está longe de ser o juiz e o dono da verdade

e, portanto, está sujeito a dúvidas e erros.

Quando questionado sobre determinado assunto, que não conhece ou que não domina,

é melhor dizer que vai pesquisar ou, melhor ainda, trazer os elementos necessários para

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solucionar a dúvida em classe, junto com os alunos, do que dar respostas erradas ou

incompletas.

A criança aprende papéis e comportamento socializadores respeitando sua própria

individualidade e a pluralidade cultural brasileira, esse desenvolvimento depende basicamente

da relação com o outro. A criança se desenvolve como um todo, embora esse movimento se

processe em ritmos diferentes.

O planejamento deve ser aberto e flexível, para atender as diferenças individuais dos

educandos, especialmente quando se tem em mente o processo inclusivo do aluno portador de

necessidades especiais como o Síndrome de Down.

As atividades consistem em criar um ambiente para a vivência interpessoal do aluno

em assuntos de oralidade, leitura e escrita na sala de aula. Dessa forma, o estudante estabelece

a interação com a escrita para a descoberta das características físicas do texto.

A criança aprimora os sentidos e a observação atenta, faz uso dos amplificadores

culturais e desenvolve as atividades de estudo.

Por metacognição compreende-se as atividades de internalização, ou seja, as

atividades intrapessoais ou intrapsicológicas, segundo Vygotsky. Nesse patamar do plano B

de construção de conhecimentos, a interação do sujeito com a língua e a escrita é realizada em

nível operatório ou metacognitivo.

1.6 A educação física e a educação física inclusiva

Antigamente a Educação Física era vista como um momento para a prática da

ginástica, com o objetivo de deixar o corpo saudável, isso quando eram inseridas no currículo

escolar, muitas escolas não a inseriam por achar desnecessário.

Mas muitas reformas ocorreram na área da educação e principalmente na área da

educação física. Hoje ela é uma disciplina complexa, e segundo os PCNs deve trabalhar ao

mesmo tempo suas próprias especificidades e se inter-relacionar com os outros componentes

curriculares.

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A educação física é uma atividade dinâmica que contribui na formação ampla dos sujeitos, em seu aspecto social, bem como no desenvolvimento de seu lado individual, através de oportunidades lúdicas que proporcionam equilíbrio entre corpo, mente e espaço. Desenvolve as habilidades motoras de qualquer sujeito, além de manter elementos terapêuticos, sejam eles emocionais ou físicos (BARROS, 2011).

A LDB em seu artigo 26 no parágrafo 3º diz que a Educação Física está integrada à

proposta pedagógica da escola, é componente curricular da educação básica, ajustando-se às

condições da população escolar.

Partindo do princípio que um dos objetivos gerais de Educação Física no Ensino

Fundamental é que a criança através de atividades corporais conheça a si próprio e aos outros

e principalmente que respeite as individualidades, para Seybold (1994, p. 18) "quanto mais

claramente se considerar a missão educativa da educação física, tanto mais importante se

tornarão os fatores psíquicos, a evolução da forma de aprender e pensar da criança, dos

interesses dos jovens, das formas de ação e de sociabilidade”.

Segundo Silva e Ferreira (2001), a educação física através da utilização de atividades

físicas, exercícios, jogos recreativos e esportivos auxiliam significativamente na formação do

indivíduo.

Existem grupos de indivíduos que necessitam de uma educação física especial, ou seja,

adaptada às suas necessidades especiais e dificuldades, não fugindo assim dos objetivos da

educação física, estimular o crescimento e o desenvolvimento, hipertrofia muscular,

flexibilidade, melhoria da capacidade cardiorrespiratória, além de promover muitas

descobertas dos próprios movimentos, alegria, motivação, sem esquecer da formação para

relacionamentos sociais do indivíduo.

Por ser uma disciplina que a maioria das crianças gosta,, o trabalho pedagógico

desenvolvido na Educação Física deve estar voltado para a construção da cidadania dos

sujeitos, formando indivíduos críticos e participativos no meio social em que estão inseridos.

E deve levar o aluno a adquirir a qualificação sócio-histórico-cultural necessária para

promover o desenvolvimento de uma racionalidade crítica, autônoma e participativa.

Nesse sentido percebemos também que através dessa disciplina a inclusão de alunos

especiais também é possível, pois a educação especial é uma modalidade de ensino que

perpassa todos os níveis e realiza o atendimento educacional especializado e tem como função

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identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade aos alunos com

características especiais.

De acordo com Gaio (2011) no caso da educação especial é necessário explorar os

conteúdos da Educação Física com uma metodologia adequada, com criatividade, e motivar

todas as crianças e os jovens em suas aulas, oferecendo possibilidades dos alunos ou das

alunas em condição de deficiência ser incluídos no universo escolar, participando das diversas

atividades motoras, de dança, jogos, lutas, ginásticas ou esportes, é o mote dessa discussão,

que se diz emergente e necessária para a construção de uma Escola Inclusiva.

O Ministério da Educação (2010, p. 21), quando propõe as Diretrizes da Política

Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva menciona que:

A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular. O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar os recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa à formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.

Há algumas décadas a educação física exigia aptidão física e desempenho,

desconsiderava os aspectos sociais, cognitivos e afetivos, era a disciplina mais excludente,

mas graças aos avanços teóricos hoje ela é uma disciplina que tem um grande papel diante da

inclusão.

Para Oliveira (2002) o professor não pode dispensar a oportunidade destes alunos em

participar da aula, pois mesmo o aluno sendo deficiente físico, mental, auditivo, visual,

múltiplas e até mesmo apresentando condutas típicas (que são os portadores de síndromes,

quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos) eles têm necessidades de fazer atividades

que desenvolva a sua relação social, motora e afetiva.

Segunda essa mesma autora, há estudos em educação física como também na área de

educação especial que comprovam que os alunos com necessidades especiais separados de

alunos "normais", apresentam um resultado inferior, do que se ele estivesse incluído.

O papel da educação física dentro de uma Educação Inclusiva é fundamental, nos faz

refletir que é possível realizar uma integração na formação dos humanos, mas para isto é

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preciso uma mudança de atitude frente a uma realidade individualista e competitiva, querer e

estar disposto a modificar a concepção da sociedade e a própria visão de mundo dos

professores é tarefa necessária.

Ainda é necessário romper com a prática de que alunos com necessidades educativas

especiais são apenas expectadores. A educação neste novo século propõe muito mais para

esses indivíduos, que o espírito da cooperação possa quebrar barreiras e vencer obstáculos.

A escola e seus profissionais devem ajudar nessa transformação, todos sem restrição

devem explorar os movimentos, a cultura corporal com seus sentimentos e emoções. É

necessário acreditar que, diferentes, somos todos. “Limitados somos sempre em relação a

alguma coisa ou a alguém! Misteriosos somos todos, porque insondáveis, inconclusivos e

surpreendentes somos como seres humanos” (GAIO, 2006, p. 173).

Logicamente que cada aluno especial tem suas limitações que emanam das

características de cada corpo, não só eles, como nós todos temos nossas limitações. Mas o

importante é que a educação oferecida seja de qualidade, para isso é necessário adaptações

estruturais, curriculares, sociais, emocionais. As parcerias são fundamentais para a eclosão do

processo de inclusão.

1.7 Atividades físicas para crianças com Síndrome de Down

A criança que tem Síndrome de Down apresenta muitas debilidades e limitações,

assim o trabalho pedagógico e principalmente as atividades físicas devem primordialmente

respeitar o ritmo da criança e propiciar-lhe estimulação adequada para desenvolvimento de

suas habilidades.

Segundo Breno e Ressa (1995 apud Cidade e Freitas 2002), a Educação Física

Adaptada para portadores de deficiência não se diferencia da Educação Física em seus

conteúdos, mas compreende técnicas, métodos e formas de organização que podem ser

aplicadas ao indivíduo deficiente.

O processo ensino-aprendizagem pode se diferenciar quanto adaptações no espaço

físico e de recursos materiais, utilizando de mecanismos de informações e modificações nas

regras dentre outros.

Ainda mais que na grande maioria das vezes, as aulas de Educação Física são

confundidas com momentos apenas de recreação, o que não quer dizer que as aulas não

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devam ser prazerosas, porém os momentos de descontração são necessários, mas os objetivos

devem ser previamente determinados para que o educador atinja a proposta inicial, tendo em

vista que as atividades corporais realizadas no contexto escolar devem estar sempre

vinculadas à aprendizagem.

Para Gonçalves (1997, p. 178):

Planejar é estruturar uma linha de ação: é evitar a improvisação de atividades desprovidas de objetivos. As ações planejadas devem ser contínuas, ou seja, necessitam ser revistas e novamente planejadas. O planejamento não pode ser separado da ação, devendo sempre respeitar o estado de maturação e experiência dos alunos. A elaboração do planejamento não precisa ser rígida, mas, para que os objetivos sejam atingidos, precisamos observar alguns critérios. Planejar é prever todas as etapas do trabalho, de modo a definir uma ação que constituirá um roteiro seguro para conseguirmos dos alunos os objetivos.

Os conhecimentos devem seguir passos previamente estabelecidos, organizados e

sistematizados, ocorrer de forma lúdica e divertida, isso permite a criança experiências

integradas com o contexto social e familiar.

As teorias da aprendizagem podem auxiliar sobremaneira o educador em seu trabalho

terapêutico e preventivo, pois com o preparo adequado tem como intuito perceber, entender e

levar objetivos para que as dificuldades sejam solucionadas.

O trabalho do educador está voltado em oportunizar espaços de reflexão onde o

professor poderá, através de diálogo e estudo, recompensar e adequar a sua prática de maneira

a suprir as necessidades coletivas e individuais das crianças.

Faz-se necessário uma preparação adequada ao profissional da educação, quando em

contato com o aluno, e a escola atual tem que estar preparada para o novo cidadão: aquele que

está vivendo uma nova linguagem, bem como o cidadão portador de necessidades especiais

como o portador da Síndrome de Down.

Para Romanowski (2010, p. 184):

Reconhecer que a formação pode contribuir para a melhoria da educação significa compreender a importância da profissionalização dos professores. Isso é condição, mas não o suficiente. Os professores são fundamentais no desenvolvimento do processo de ensino; o enfrentamento que realizamos pode fazer diferença na melhoria da escola. No entanto, atribuir a nós a culpa pelo fracasso da escola significa isentar as mantenedoras e os sistemas educacionais dos compromissos sociais e políticos com a causa da educação.

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34

A preparação dos professores principalmente no curso de Pedagogia para que façam

uso dos instrumentos com novas metodologias de ensino, de tecnologias de informação e

comunicação, aliando pesquisa e ensino, e principalmente preocupados com a individualidade

de cada um.

Se a escola pretende estar em consonância com as demandas atuais da sociedade, é

necessário que trate de questões que interferem na vida dos alunos e com as quais se veem

confrontados no seu dia a dia.

No decorrer dos tempos houve um processo evolutivo no sentido de não ver mais a

criança como “criança-problema”, ela não era respeitada em sua individualidade. Hoje,

entretanto os educadores munidos de novas perspectivas de atuação e com a ajuda de novas

teorias que buscam compreender e solucionar as dificuldades que a criança apresenta no

contexto escolar caminham na direção de uma escola mais inclusiva.

Para Ana Maria Lamoky (2008, p. 20) in Teorias Cognitivas da Aprendizagem:

Na perspectiva cognitivista, o processo de aquisição do conhecimento é a aprendizagem em si. Ao contrário dos comportamentais, os alunos são percebidos como agentes ativos que interagem constantemente com o ambiente interno e externo, utilizam suas experiências anteriores, buscam e organizam informações, refletem e tomam decisões para que possam adquirir novos conhecimentos.

É importante ressaltar que a instituição escolar é um espaço de construção de

conhecimento não só para o aluno, mas para todos, assim, além do aluno, o professor também

deve ser ator no processo do ensino-aprendizagem.

O educador está na sala de aula como coordenador do ensino-aprendizagem que deve

estimular o conhecimento por meio de várias teorias da aprendizagem para que seus alunos

tenham o maior benefício possível.

A escola deve aproveitar todas as manifestações de alegria da criança e canalizá-la

emocionalmente através de atividades lúdicas educativas, especialmente quando envolve

aulas de Educação Física.

Essas atividades lúdicas, quando bem direcionadas, trazem grandes benefícios que

proporcionam saúde física, mental, social e intelectual à criança, ao adolescente, até mesmo

ao adulto.

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Certo é que a escola deve partir de exercícios e brincadeiras simples para incentivar a

motricidade e as habilidades normais da criança em um período de adaptação para, depois,

gradativamente complicá-los um pouco possibilitando um melhor aproveitamento geral.

Por meio de tais atividades lúdicas, a criança desenvolve a coordenação motora, a

atenção, o movimento ritmado, o conhecimento quanto à posição do corpo, direção a seguir.

Quando a criança age participando do desenvolvimento em seus aspectos

biopsicológicos e sociais ela desenvolve livremente a expressão corporal que favorece a

criatividade, adquirindo hábitos de práticas recreativas para serem empregados

adequadamente nas horas de lazer.

Também pode-se verificar que irá adquirir hábitos de boa atividade corporal de forma

que sendo estimulada em suas funções orgânicas, sem dúvida atingirá a saúde dinâmica e

desenvolverá o espírito de iniciativa, tornando-se capaz de resolver eficazmente situações

imprevistas.

No que concerne ao programa de atividades da escola Gonçalves (2007, p. 177)

salienta:

Toda escola possui um projeto político-pedagógico e nele consta a filosofia ou a concepção e os objetivos educacionais. É um programa em que são apontadas as atividades que fazem parte da cultura corporal, que são especificados de acordo com os níveis de ensino existentes e divididos em séries. Entendemos que o programa representa a base ou o pilar da disciplina, que tem como elementos principais o conhecimento de que trata a disciplina, ou seja, os conteúdos de ensino e os procedimentos didáticos metodológicos para ensinar. Após o desenvolvimento do programa, deve ser produzido o planejamento das aulas de Educação Física, que devem estar de acordo com as necessidades e os interesses dos alunos, respeitando as diferenças individuais.

Outra questão que não se pode esquecer é de que a criança Down não consegue

absorver grande número de informações, por isso o atendimento deve ocorrer de forma

gradual, não apresentar informações isoladas ou mecânicas, mas sim de forma concreta.

O profissional dessa área deve ajudar o aluno especial a ter uma evolução gradativa da

aprendizagem, não é adequado pular etapas e exigir atividades que a criança não possa

realizar.

As atividades físicas na escola proporcionam não apenas as crianças normais, mas

principalmente as com necessidades especiais um desenvolvimento global que lhe dá base

para as demais aquisições necessárias à sua aprendizagem.

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O indivíduo possui um corpo que está sobre seu domínio e que todas as partes destes constituem o sujeito, de forma que o corpo precisa se tornar sujeito e pela integração da mente ao corpo reconstruímos os elos quebrados. Para que as aquisições ocorram de forma integra é preciso que um indivíduo vivencie experiências e a partir destas formule seus conceitos e internalize as informações adquiridas. Antes de adquirir qualquer conhecimento a criança precisa descobrir seu corpo e construir uma imagem corporal que é uma representação mental, perceptiva e sensorial de si mesma e um esquema corporal que compreende uma representação organizada dos movimentos necessários a execução de uma ação, e a organização das suas funções corporais. Estes vão sendo construídos e reformulados ao longo da vida (SILVA, 2002).

Ao resgatar aspectos como o corpo e seus movimentos, o tempo, o espaço, a

coordenação motora, a capacidade de individualizar, agrupar e o conceito da vida associado a

todas essas ações, podemos dizer que é a retomada do indivíduo como agente ativo na

construção de sua história, e isso podem ser propostos pela educação física.

É fundamental reafirmarmos o proposto pela educação física, que afirma, que o corpo não pode ser separado da mente e suas funções se completam os tornando parte um do outro, assim sentir, aprender, processar, entender, resolver problemas, são fundamentais no processo de formação da criança e pelo corpo, que esta experimenta o mundo e o movimento e mediador nas suas construções. A possibilidade que um corpo tem de se mover no espaço é instrumento essencial para a construção do intelecto e o corpo serve como órgão de trabalho gerador de experiências. As explorações das possibilidades motoras de uma criança desencadeiam circuitos sensórios-motores, que estruturaram as relações que conceberá futuramente. O processo formal da educação consiste em repassar conceitos à criança sem leva – lá à vivência e este é seu ponto falho, pois para internalizar uma informação não basta decorar conceitos e sim participar da construção destes e construir suas próprias ideias. A criança tem que ser vista de forma global e educá-la não apenas trabalhar a mente e sim o global, abrangendo todos os aspectos, inclusive a necessidade de interagir com o meio tendo contato direto com o universo de objetos e situações, que o cercam podendo assim efetivar suas construções sobre a realidade (SILVA, 2002).

Ao mesmo tempo em que o ideal de inclusão se populariza, e se torna pauta de

discussão obrigatória para todos interessados nos direitos dos alunos com necessidades

educacionais especiais, surgem às controvérsias, menos sobre seus princípios e mais sobre as

formas de efetivá-la (MENDES, 2001, p. 17).

Os professores precisam estar conscientes de seu papel perante estes alunos e

principalmente para a efetivação da inclusão, a base desse relacionamento consiste em amar e

respeitar o outro independente de suas características ou deficiências. Esses alunos não são

problemas, mas sim desafios para escola, a comunidade e a família.

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CAPÍTULO II

METODOLOGIA

O presente trabalho busca diagnosticar e expor a importância da inclusão das crianças

especiais com Síndrome de Down na educação física escolar baseada em análise bibliográfica

de autores que buscam comprovar através de estudos e investigações, coletando dados junto a

documentos e referenciais que abordam sobre o tema.

Para elaboração desta pesquisa, a princípio buscou-se praticar leituras relacionadas ao

tema para coletar novos conhecimentos.

O método foi dedutivo, sendo ele o mais usado para a pesquisa e para a definição de

conceitos, para a caracterização dos fatos e o estabelecimento de leis. Pela indução pode-se

chegar à identificação de premissas expressivas (COSTA, 2006).

Segundo Costa (2006), o método dedutivo é assim denominado devido ao fato de que

a investigação de coisas particulares pode conduzir ao conhecimento de uma verdade geral.

Portanto, considera-se que existe verdade nas coisas, na realidade, no universo, cabendo ao

homem descobri-la, através do uso da razão, para construir o conhecimento científico nas

diferentes áreas.

Nesta pesquisa utilizou-se para a fundamentação do trabalho abordagem qualitativa.

Segundo Minayo (2001, p. 14) a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados,

motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais

profundo das relações, dos processos e nos fenômenos que não podem ser reduzidos à

operacionalização de variáveis.

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A pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou medir os eventos estudados, nem

emprega instrumental estatístico na análise dos dados. Parte de questões ou focos de

interesses amplos, que vão se definindo na medida em que o estudo se desenvolve.

Envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos

pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os

fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em

estudo (GODOY, 1995, p. 58).

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CAPÍTULO III

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Neste trabalho a coleta de dados foi feita por meio da pesquisa bibliográfica, com base

em livros, artigos e informações extraídas da internet. Conforme Cervo e Bevian apud Silva

(2005), a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas

em documentos.

Tal pesquisa pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa

descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as contribuições

culturais ou científicas do passado, existentes sobre um determinado assunto, tema ou

problema. A pesquisa bibliográfica é o primeiro passo de qualquer pesquisa científica.

Para Costa (2006), a pesquisa bibliográfica levanta o conhecimento disponível na área,

identificando as teorias produzidas, analisando-as e avaliando sua contribuição para

compreender ou explicar o problema objeto da investigação.

A coleta de dados ocorre de maneira secundária, de modo que são utilizados dados

bibliográficos, livros, documentários, artigos e sites relacionados à inclusão de crianças com

Síndrome de Down nas aulas de educação física escolar, entre outros conhecimentos que

contribuam ao tema abordado.

Através dos objetivos expostos, esta pesquisa foi embasada em referenciais teóricos. O

atual estudo tem como planejamentos metodológicos, a pesquisa bibliográfica. Esta pesquisa

bibliográfica consiste na teoria de Sassaki (2005), conforme ele destaca que incluir, significa

“modificação da sociedade como pré-requisito para a pessoa realizar seu desenvolvimento e

exercer a cidadania”.

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E através da educação física escolar trabalhar o processo de inclusão das crianças com

Síndrome de Down, sendo a atividade física de grande importância para o desenvolvimento

físico e mental.

O processo desta pesquisa consistiu na leitura de autores que desenvolveram estudos, a

fim de embasar teoricamente todo o trabalho. Assim com base nas pesquisas realizadas pode-

se constatar que realmente a Educação Física Adaptada para portadores de deficiência não se

diferencia da Educação Física em seus conteúdos, mas compreende técnicas, métodos e

formas de organização que podem ser aplicadas ao indivíduo com peculiaridades

diferenciadas.

O processo ensino-aprendizagem pode se diferenciar quanto as adaptações no espaço

físico e com o auxílio de recursos materiais, em que o educador utilize mecanismos de

informações e modificações na metodologia aplicada, dentre outros.

Com base em documentos legais como a Constituição Federal (1988), a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e as Diretrizes Nacionais para a Educação

Especial na Educação Básica (2001), é possível constatar que já existem leis juntamente com

algumas políticas educacionais que visam à inclusão e a garantia a todos do direito a

educação, principalmente aos indivíduos com necessidades educacionais especiais, porém na

prática, em sua efetividade essa realidade não se configura, especialmente por causas ligadas

às políticas públicas de aplicação destas leis.

Os documentos anteriormente mencionados têm disseminado os direitos das crianças

especiais e o dever da sociedade e da escola, porém as políticas públicas que hora se

apresentam não tem oferecido condições de capacitação para todos os professores, apenas os

grandes centros têm acesso a profissionais especializados, enquanto que as pequenas cidades

ainda sofrem com a desestrutura governamental.

Trata-se de norma inclusive determinada pelo MEC, conforme já mencionado que os

sistemas de ensino devem organizar as condições de acesso aos espaços, aos recursos

pedagógicos e à comunicação que favoreçam a promoção da aprendizagem e a valorização

das diferenças, de forma a atender as necessidades educacionais dos alunos.

Ainda que a acessibilidade deve ser assegurada mediante a eliminação de barreiras

arquitetônicas, urbanísticas, na edificação – incluindo instalações, equipamentos e mobiliários

– e nos transportes escolares, bem como as barreiras nas comunicações e informações.

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Quanto a importância do ambiente escolar para o desenvolvimento da criança com

Síndrome de Down autores como Facion (2009) e Schneider (2003) foram unânimes em

sustentar que o âmbito social influencia sobremaneira no ambiente escolar, além de outros

fatores, pois as pessoas precisam ter uma vida mais digna, pois uma vez que de nada adianta

planejarmos leis e políticas inclusivas voltadas para o ambiente escolar, se não promovermos

a inclusão no social.

Ainda que a política de inclusão dos alunos na rede regular de ensino que apresentam

necessidades educacionais especiais, não consiste somente na permanência física desses

alunos, mas o propósito de rever concepções e paradigmas, respeitando e valorizando a

diversidade desses alunos, é de extrema urgência para que assim a escola defina a

responsabilidade de cada um e crie efetivamente os espaços inclusivos.

A educação especial constitui-se, portanto, como uma proposta pedagógica que

assegura recursos e serviços para apoiar, complementar, suplementar e substituir serviços

educacionais comuns.

Conforme já mencionado (Mendes, 2001, p. 17) ao mesmo tempo em que o ideal de

inclusão se populariza, e se torna pauta de discussão obrigatória para todos interessados nos

direitos dos alunos com necessidades educacionais especiais, surgem as controvérsias, menos

sobre seus princípios e mais sobre as formas de efetivá-la, em suma o grande problema

enfrentado por todos os portadores de necessidades especiais, em particular o Síndrome de

Down, consiste não apenas na teoria da inclusão, mas na prática.

Faz-se imprescindível uma preparação adequada do educador para que ele reflita

acerca da sua responsabilidade quanto à aprendizagem de todos os educandos, colaborando

assim para prepará-los para ensinar àqueles que são comumente excluídos das escolas, por

qualquer razão, especialmente os alunos com Síndrome de Down, incluindo neste processo o

envolvimento dos vários elementos que constituem a escola, do porteiro ao diretor, no

processo inclusivo.

Cabe a todos os atores do processo educacional possibilitar que os educandos com

necessidades especiais, efetivamente, possam se sentir parte integrante daquele ambiente

educacional, aceitos e apoiados por seus pares e pelos demais membros da escola

Voivodic (2011) em diversos momentos traz à baila a relação da escola, família e

comunidade, pois uma grande dificuldade enfrentada no decorrer do trabalho de inclusão do

aluno portador de necessidade especial, no que concerne à mediação estão vinculados à

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relação entre os membros da família no momento de vida que cada um está vivenciando, pois

algumas famílias vivem momentos complicados de forma que não estão totalmente

envolvidos na perspectiva de possibilitar a efetivação do processo de inclusão daquele aluno

que precisa de atenção e cuidados direcionados a tal proposta.

Enfatiza ainda que quando a família está em perfeito equilíbrio, tendo o pai um papel

ativo, ocorrerá o favorecimento do desenvolvimento da criança (VOIVODIC, 2011, p. 156).

Em suma, as aulas de educação física no processo de inclusão de crianças com

Síndrome de Down devem ser a oportunidade perfeita em que a escola deve aproveitar todas

as manifestações de alegria da criança e canalizá-la emocionalmente através de atividades

lúdicas educativas.

Tais atividades lúdicas, quando bem direcionadas, trazem grandes benefícios que

proporcionam saúde física, mental, social e intelectual à criança, ao adolescente, pois mesmo

ao indivíduo na fase adulta ou idosa.

A Educação Física por ser uma disciplina que a maioria das crianças gosta é uma

oportunidade que o educador tem de desenvolver uma proposta para a construção da

cidadania dos sujeitos, formando indivíduos críticos e participativos no meio social em que

estão inseridos. E deve levar o aluno a adquirir a qualificação sócio-histórico-cultural

necessária para promover o desenvolvimento de uma racionalidade crítica, autônoma e

participativa.

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CAPÍTULO IV

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo objetivou não apenas levantar mais uma discussão a respeito da inclusão e

das crianças com necessidades educacionais especiais com a Síndrome de Down, mas sim

servir como mais um passo dado em direção a resolução deste assunto, expondo assim o que

está na legislação, que toda criança tem direito à educação e inclusão no ambiente escolar

independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais.

Conforme já salientado, tal estudo deu-se por meio da utilização do método qualitativo

que se dá em situações em que o fenômeno estudado é complexo, de natureza social e não

tende à quantificação.

Quando tratamos de temas que envolvam ensino-aprendizagem e ao profissional da

educação faz-se necessário que o educador conheça não apenas o seu aluno, mas também o

contexto histórico e atual em que se insere a educação atual, os sujeitos que a compõe,

objetos, saberes de cada sujeito, e refletir sobre isso, para apresentar propostas de ensino que

atingiram eficientemente um maior número de educandos, preparando-os para serem sujeitos

ativos da sociedade que pertencem.

Uma vez que a atividade física é uma forma de lazer e de trabalhar a coordenação

motora, dentre outros benefícios o interesse pelo tema surgiu não só pelo fato de estar

concluindo a licenciatura em educação física, mas também por ter no seio familiar uma pessoa

com Síndrome de Down.

Quando a escola e os professores estão preparados para receber essas crianças, o

aprendizado, o desenvolvimento e a socialização, fazem com que elas se sintam protegidas e

incentivadas a avançar na sua aprendizagem, alcançando objetivos e metas jamais esperadas.

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A inclusão na educação física escolar é fundamental e imprescindível para estimular o

desenvolvimento e aprendizagem da criança especial com Síndrome de Down, pois é uma

ferramenta que possibilita a integração de todas as demais disciplinas, além de proporcionar o

desenvolvimento de todas as habilidades sensório motoras do indivíduo.

Hoje em dia é notória a necessidade de se realizar a inclusão de crianças especiais e de

diferentes gêneros em nossa sociedade.

Segundo Alves (2007), incluir não é só colocar crianças nas salas de aula, é fazer o

outro se sentir incluído, é saber valer seus direitos cumpridos, seus deveres. É olhar para os

detalhes, possibilitar, juntar-se a outros, é também excluir, excluir os preconceitos de nossas

vidas.

Devido às grandes dificuldades que as escolas e as famílias encontram para lidar com

situações, muitas vezes preconceituosas, faz-se necessário estudos mais direcionados que

levem a sociedade a analisar essas situações com urgência.

Colocar as crianças especiais nas escolas regulares deve ser mais que uma lei, mais

que uma obrigação, deve ser um ato de amor, e para isso é necessário que os professores e a

escola estejam preparados para receber e trabalhar com as crianças especiais, podendo assim

explorar todo o potencial das mesmas. Para isso, cursos, estudos, palestras e debates são

fundamentais para a preparação e formação desses profissionais.

Quando a escola e os professores estão preparados para receber essas crianças, o

aprendizado, o desenvolvimento e a socialização, fazem com que elas se sintam protegidas e

incentivadas a avançar na sua aprendizagem, alcançando objetivos e metas jamais esperadas.

Tendo em vista que a atividade física é uma forma de lazer e de trabalhar a

coordenação motora, dentre outros benefícios o interesse pelo tema surgiu não só pelo fato de

estar concluindo a licenciatura em educação física, mas também por ter no seio familiar uma

pessoa com Síndrome de Down, e ao final do trabalho é possível concluir que mesmo

convivendo com uma pessoa especial é necessário muito estudo e dedicação para entender as

suas especificidades e colaborar para seu engrandecimento.

Essa pesquisa é de extrema relevância social e educacional, uma vez que visa

aprofundar e discutir assuntos sobre a inclusão, especialmente a inclusão do aluno Síndrome

de Down nas aulas de educação física no contexto escolar.

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As políticas públicas têm disseminado os direitos das crianças especiais e o dever da

sociedade e da escola, porém não têm oferecido condições de capacitação para todos os

professores, apenas os grandes centros têm acesso a profissionais especializados, enquanto

que as pequenas cidades ainda sofrem com a desestrutura governamental.

Neste sentido é fundamental pesquisar o assunto dentro da visão de diferentes

pensadores conceituados para assim analisar a realidade Assim espera-se que este estudo

venha a contribuir e auxiliar no processo de divulgação sobre a importância da inclusão das

crianças especiais com Síndrome de Down nas escolas de ensino regular.

As aulas de Educação Física são primordiais para o reconhecimento do ser humano

enquanto parte integrante do grupo social, pois o mais importante hoje, em um mundo

globalizado e com tantos desafios a enfrentar, é formarmos cidadãos conscientes de seu papel

enquanto sujeito de mudanças.

Numa perspectiva de educação inclusiva, cabe aos sistemas de ensino, disponibilizar

as funções dos colaboradores para os alunos com maiores dificuldades no ensino-

aprendizagem, inclusive o professor, que para atuar na educação especial, deve ter sua

formação inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e

conhecimentos específicos na área em que vai atuar.

Tal formação possibilita a sua atuação nos atendimentos específicos, aprofunda o

caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas

de recursos, nos centros de atendimento educacionais especializados, para a oferta de serviços

e recursos de educação especial.

O professor precisa partir do simples ensinar a ler, ou alfabetizar para uma prática

pedagógica efetiva que possibilite a formação da competência leitora com senso crítico do

mundo atual.

É preciso refletir sobre os desafios das políticas de formação docente na escola

inclusiva, sendo inadmissível a dissociação da educação especial da educação geral no

momento da formação do educador.

A postura do educador deve ser de compromisso e consciência do seu papel,

trabalhando com seus alunos para o desenvolvimento das capacidades, para que possam

assimilar os conteúdos necessários para sua vida cotidiana, social e cultural. Nesta perspectiva

tem como meta a construção de cidadãos capazes de assumir seu lugar na sociedade,

participando, interagindo como um cidadão crítico e reflexivo.

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Em suma é possível concluir que a inclusão na educação física escolar é fundamental,

até mesmo imprescindível para estimular o desenvolvimento e aprendizagem das crianças

especiais, especialmente as portadoras da Síndrome de Down.

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