Tcc Egm Felipe l Dos Santos 2013 2 Versão Final

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UNIJUÍ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DCEEng - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS CURSO ENGENHARIA MECÂNICA Campus Panambi FELIPE LUDWIG DOS SANTOS DIMENSIONAMENTO E PROJETO DE UM VENTILADOR CENTRÍFUGO Panambi 2013

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calculo exaustor e ventilador radiais

Transcript of Tcc Egm Felipe l Dos Santos 2013 2 Versão Final

  • 1

    UNIJU Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

    DCEEng - DEPARTAMENTO DE CINCIAS EXATAS E ENGENHARIAS

    CURSO ENGENHARIA MECNICA Campus Panambi

    FELIPE LUDWIG DOS SANTOS

    DIMENSIONAMENTO E PROJETO DE UM VENTILADOR CENTRFUGO

    Panambi

    2013

  • 2

    FELIPE LUDWIG DOS SANTOS

    DIMENSIONAMENTO E PROJETO DE UM VENTILADOR CENTRFUGO

    Trabalho de concluso de curso apresentado

    banca avaliadora do curso de Engenharia

    Mecnica da Universidade Regional do

    Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

    UNIJU, como requisito parcial para a

    obteno do ttulo de Engenheiro Mecnico.

    Banca Avaliadora:

    1 Avaliador: Prof. Patricia Carolina Pedrali, Msc. Eng.

    2 Avaliador (Orientador): Prof. Roger Schildt Hoffmann Msc. Eng.

  • 3

    DEDICATRIA

    Aos meus queridos pais Antnio e Clec e

    a minha namorada Patrcia, pelo amor, carinho e

    estmulo que me ofereceram, dedico-lhes essa

    conquista como gratido.

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo, inicialmente, a Deus por todos os dons recebidos, pela oportunidade de

    cursar a faculdade, um sonho realizado: OBRIGADO SENHOR!

    Aos meus pais, pelo carinho, dedicao, exemplo de honestidade, determinao e

    auxlio nos momentos que sempre necessitei do amparo.

    A minha namorada, companheira presente na minha vida em todas as horas.

    Ao Professor Bortolaia, presente na carreia acadmica e apoiador deste trabalho.

    Ao meu orientador Prof. Msc. Eng. Roger Schildt Hoffmann pelo desenvolvimento e

    orientaes deste trabalho, pelas experincias compartilhadas que ser levada para toda minha

    carreira profissional.

    instituio, pela estrutura e recursos disponibilizados.

    MUITO OBRIGADO!

  • 5

    RESUMO

    O presente trabalho descreve o desenvolvimento do projeto de um ventilador

    centrfugo com rotor radial, apresentando os procedimentos de clculos do rotor e da caixa

    espiral. Tem como objetivo caracterizar as mquinas de fluxo e apresentar de forma detalhada

    todos os procedimentos para clculo e definies para o correto desenvolvimento do projeto

    do ventilador. Diante destes aspectos, o presente trabalho apresenta os tipos de ventiladores,

    suas caractersticas construtivas e aplicaes, bem como o estudo de uma metodologia de

    clculo aplicado ao dimensionamento de um rotor radial e de uma caixa espiral com

    capacidade de vazo de 0,833 m/s de ar e uma presso de 13245,91 Pa. Com isso torna-o um

    ventilador para transporte pneumtico.

    Palavras-chave: Ventilador centrfugo, rotor radial, caixa espiral, dimensionamento.

  • 6

    ABSTRACT

    This paper describes the design development of a centrifugal fan with rotor radial,

    presenting the procedures for calculation of the rotor and the spiral case. Aims to characterize

    the flow machines and present in detail all the procedures for calculation and definitions for

    the correct development of the fan design. Considering these aspects, this paper presents the

    types of fans, their construction and applications, as well as the study of a calculation

    methodology applied to the design of a rotor radial and spiral casing with a flow capacity of

    0,833 m/s air and a pressure of 13245.91 Pa. Thus it makes a fan for pneumatic conveying.

    Keywords: Centrifugal fan, impeller radial, spiral case, sizing.

  • 7

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Ventilador centrfugo. .............................................................................................. 18

    Figura 2 - Campo de aplicao de ventiladores. ....................................................................... 19

    Figura 3 - Rotor de ps radiais.................................................................................................. 21

    Figura 4 Caixa espiral. ........................................................................................................... 22

    Figura 5 Classificao das mquinas. .................................................................................... 23

    Figura 6 - Curva caracterstica de ventilador axial. .................................................................. 25

    Figura 7 - Rotor do ventilador centrfugo, com nove ps no formato aeroflio. ..................... 27

    Figura 8 - Rotor experimental, com onze ps em alumnio fundido no formato aeroflio. ..... 27

    Figura 9 - Rotor de ventilador centrfugo com ps inclinadas. ................................................ 28

    Figura 10 - Vista do ventilador centrfugo com rotor de ps inclinado no interior da caixa

    espiral. ...................................................................................................................................... 28

    Figura 11 - Vista angular do ventilador centrfugo com rotor de ps inclinadas. .................... 29

    Figura 12 - Rotor do ventilador centrfugo com dez ps radiais na ponta................................ 29

    Figura 13 - Rotor do ventilador centrfugo, Siroco. ................................................................. 30

    Figura 14 - Rotor de ventilador centrfugo com seis ps radiais. ............................................. 31

    Figura 15 - Presso Atmosfrica. ............................................................................................. 32

    Figura 16 - Presso Dinmica do Ventilador............................................................................ 34

    Figura 17 - Pe, Pd e Pt em um ponto. ....................................................................................... 35

    Figura 18 - Presso total do ventilador. .................................................................................... 36

    Figura 19 - Presso esttica do ventilador. ............................................................................... 36

    Figura 20 - Presso esttica com vazo nula. ........................................................................... 38

    Figura 21 - Descarga livre. ....................................................................................................... 38

    Figura 22 - Intervalo de aplicao. ........................................................................................... 39

    Figura 23 - Velocidade perifrica. ............................................................................................ 39

    Figura 24 - Mudana da rotao (RPM). .................................................................................. 43

    Figura 25 - Mudana do dimetro do rotor (velocidade perifrica constante). ........................ 44

    Figura 26 - Mudana no dimetro do rotor (rotao constante). .............................................. 45

    Figura 27 - Efeito da mudana na densidade (vazo constante)............................................... 45

    Figura 28 - Mudana na densidade (presso esttica constante). ............................................. 46

    Figura 29 - Mudana na densidade (vazo constante). ............................................................. 47

    Figura 30 Tringulo de velocidade de entrada do rotor......................................................... 65

    Figura 31 Representao da entrada do rotor. ....................................................................... 67

    Figura 32 - Tringulo de sada do rotor radial. ......................................................................... 71

  • 8

    Figura 33 - Esboo da p calculada. ......................................................................................... 73

    Figura 34 Perfil desenhado. ................................................................................................... 73

    Figura 35 Vista do modelo com dimenses. ......................................................................... 74

    Figura 36 Fator de proporcionalidade e ralao do retngulo de lado f. ............................... 76

    Figura 37 Caixa espiral calculada. ......................................................................................... 77

    Figura 38 Vistas do rotor. ...................................................................................................... 78

    Figura 39 Vistas da caixa espiral. .......................................................................................... 78

    Figura 40 Vista da montagem roto e caixa espiral. ............................................................... 79

    Figura 41 Vista frontal do ventilador. ................................................................................... 79

    Figura 42 Representao das condies de contorno. ........................................................... 80

    Figura 43 Comportamento dos vetores de velocidade........................................................... 81

    Figura 44 Representao dos campos de presso. ................................................................. 82

  • 9

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Classificao dos Ventiladores. ............................................................................... 24

    Tabela 2 - Dados inicias de projeto. ......................................................................................... 52

    Tabela 3 - Mquinas de fluxo com suas faixas de nqa. ............................................................. 55

    Tabela 4 - Dimenses finais do rotor. ...................................................................................... 74

    Tabela 5 Dados das condies de contorno. .......................................................................... 80

    Tabela 6 Resultados dos clculos. ......................................................................................... 81

    Tabela 7 Valores encontrados pelo mtodo analtico e numrico. ........................................ 83

  • 10

    LISTA DE SMBOLOS

    pt diferena de presso total N/m

    Pd presso dinmica Pa

    V velocidade m/s

    densidade do fludo kg/m

    g acelerao da gravidade m/s

    t rendimento total

    Q vazo m/h

    Pt presso total Pa

    Pabs potncia absorvida kW

    Pe potncia kW

    N velocidade RPM

    D dimetro do rotor m

    Pe presso esttica Pa

    d densidade do gs kg/m

    N rotao RPM

    W potncia W

    D5p dimetro de sada do rotor, prottipo mm

    D5m dimetro de sada do rotor, modelo mm

    b5p largura na sada do rotor, prottipo mm

    b5m largura na sada do rotor, modelo mm

    D4p dimetro de entrada do rotor, prottipo mm

    D4m dimetro de sada do rotor, modelo mm

    kc escala geomtrica

    4p ngulo de entrada das ps, prottipo graus

    4m ngulo de entrada das ps, modelo graus

    5p ngulo de sada das ps, prottipo graus

    5m ngulo de sada das ps, modelo graus

    Cm4p componente da velocidade meridiana do prottipo m/s

    Cm4m componente da velocidade meridiana do modelo m/s

    Cu5p componente da velocidade tangencial do prottipo m/s

    Cu5m componente da velocidade tangencial do modelo m/s

    u5p velocidade tangencial do prottipo m/s

    u5m velocidade tangencial do modelo m/s

  • 11

    kc escala de velocidades

    Finrciap fora de inrcia do prottipo N

    Finrciam fora de inrcia do modelo reduzido N

    Fatritop fora de atrito do prottipo N

    Fatritom fora de atrito do modelo reduzido N

    kd escala dinmica

    ep rendimento esttico timo do prottipo

    em rendimento esttico timo do modelo

    Rem nmero de Reynolds do modelo

    Rep nmero de Reynolds do prottipo

    n velocidade de rotao RPS

    viscosidade cinemtica m/s

    Dm dimetro do modelo m

    Dp dimetro do prottipo m

    Pbar presso baromtrica mmHg

    Top temperatura de operao C

    Var velocidade do ar m/s

    Y trabalho ou salto energtico especfico disponvel J/kg

    nqa velocidade de rotao especfica

    h rendimento hidrulico

    v rendimento volumtrico

    a rendimento de atrito de disco

    m rendimento mecnico

    Pe potncia no eixo W

    ca velocidade na boca de suco m/s

    Kca coeficiente de velocidade na boca de suco

    Da dimetro da boca de suco m

    5 ngulo de sada das ps graus

    adimensional

    u5 velocidade tangencial, sada do rotor m/s

    D5 dimetro de sada do rotor m

    coeficiente de vazo

    D4 dimetro de entrada do rotor m

    b4 largura na entrada do rotor m

  • 12

    cm3 componente meridiana da velocidade absoluta na entrada do rotor m/s

    4 ngulo de entrada das ps graus

    c4 velocidade absoluta do fludo m/s

    fe4 fator de estrangulamento para a entrada do rotor

    u4 velocidade tangencial, entrada do rotor m/s

    N nmero de ps

    cm5 velocidade meridiana de sada m/s

    b5 largura na sada do rotor m

    fe5 fator de estrangulamento para a sada do rotor

    e espessura das ps mm

    Qr - vazo que passa pelo rotor m/s

    A - rea de passagem do fluido m

    cm - velocidade meridiana m/s

    t4 - passo na entrada do rotor m

    et4 - espessura das ps na entrada do rotor, medida na direo tangencial m

    cm4 - componente meridiana da velocidade absoluta m/s

    e4 - espessura da p na entrada m

    t4 passo na entrada do rotor m

    Yp trabalho especfico com nmero finito de ps J/kg

    Yp - salto energtico especfico com nmero infinito de ps J/kg

    S - momento esttico da seo meridiana do canal em relao ao eixo do rotor m

    b - largura do canal do rotor para um raio de referncia r m

    dr - elemento de comprimento do raio m

    - fator de deficincia de potncia

    t5 passo da entrada do rotor m

    et5 espessura tangencial das ps na sada do rotor m

    Rc raio de curvatura mm

    f lado do quadrado mm

    Fa rea da boca de aspirao mm

    Fp rea da boca de sada do ar mm

    p - fator de proporcionalidade

    ae - altura da boca de sada da caixa espiral mm

    p - fator de relao do retngulo de lado f

    be - largura da caixa espiral mm

  • 13

    e - a menor distncia entre o dimetro externo do rotor e a caixa espiral mm

    ece - espessura da chapa utilizada para a fabricao da caixa espiral mm

  • 14

    SUMRIO

    INTRODUO ........................................................................................................................ 15

    1 MQUINAS DE FLUXO ................................................................................................... 17

    1.1. DIMENSIONAMENTO .................................................................................................... 19

    1.1.1. Dimensionamento da caixa espiral (difusor) .................................................................. 21

    2. VENTILADORES ............................................................................................................... 23

    2.1. CLASSIFICAO DOS VENTILADORES ................................................................... 24

    2.1.1. Ventiladores Axiais ........................................................................................................ 25

    2.1.2. Ventiladores Centrfugos ................................................................................................ 26

    3 TERMINOLOGIA E DEFINIES DOS VENTILADORES ........................................... 32

    4 LEI DOS VENTILADORES ............................................................................................... 41

    5 SEMELHANA E GRANDEZAS ADIMENSIONAIS ..................................................... 48

    6 CLCULO DO ROTOR RADIAL ..................................................................................... 51

    6.1 ROTEIRO PARA CLCULO DE UM ROTOR RADIAL ............................................... 51

    6.2 RESULTADOS OBTIDOS ................................................................................................ 74

    7 CLCULO DA CAIXA ESPIRAL ..................................................................................... 75

    8 RESULTADOS OBTIDOS ................................................................................................. 78

    8.1 SIMULAO DO ROTOR ............................................................................................... 79

    CONCLUSO .......................................................................................................................... 84

    REFERNCIAS ....................................................................................................................... 85

  • 15

    INTRODUO

    O desenvolvimento das indstrias e consequentemente a automatizao dos

    processos industriais fizeram com que o uso da ventilao aumentasse em larga escala.

    Aplicaes como transporte pneumtico, muito utilizado em movimentao de slidos por

    tubulao, se tornaram cada vez mais comum com o melhor desempenho dos ventiladores

    encontrados no mercado.

    Os ventiladores podem ser aplicados em ventilao industrial, onde so utilizados

    para operaes como controle de temperatura, distribuio de ar, umidade e a eliminao de

    agentes poluidores do ambiente. Normalmente os ventiladores so aplicados em conjunto com

    outros equipamentos.

    Apesar da grande utilizao, os ventiladores normalmente esto superdimensionados

    para o processo em uso, sendo que eles demonstram a metade da energia do ventilador que

    pode ser economizada atravs de prticas de projetos eficazes, incluindo desde a fase de

    projeto e desenvolvimento do ventilador seleo do ventilador quanto capacidade de vazo

    e presso, alm do conhecimento correto das curvas do sistema onde ser aplicado o

    equipamento.

    Em ventilao industrial, o fornecimento de energia para um fluido geralmente

    feito atravs de um ventilador centrfugo ou axial, mais raramente utilizando sopradores e

    ejetores. Neste trabalho nos limitaremos a abordar os ventiladores centrfugos, por ser de

    aplicao mais frequente em sistemas de transporte pneumtico de gros, aerao e exausto

    de ambientes.

    Ventiladores centrfugos so usados na indstria nas mais diversas aplicaes. Com o

    crescente aumento das exigncias com respeito eficincia energtica, tanto por motivos de

    reduo de custos operacionais quanto por razes ambientais, faz-se necessrio um clculo

    mais preciso das variveis de projeto. Neste contexto, o mtodo a ser utilizado para o clculo

    mais preciso do ventilador centrfugo a utilizao das relaes desenvolvidas no estudo das

    mquinas de fluxo seguindo sempre as leis dos ventiladores para obteno de melhores

    resultados perante aos existentes no mercado.

    Os objetivos gerais deste trabalho estabelecer uma metodologia de clculo para

    dimensionar um ventilador centrfugo.

  • 16

    A seguir esto descritos os objetivos especficos desenvolvidos neste trabalho:

    Dimensionamento do rotor

    Dimensionamento da caixa espiral.

    Elaborao do projeto do ventilador.

    O trabalho foi realizado a partir de uma pesquisa bibliogrfica e esta serviu para a

    elaborao da fundamentao terica, projeto e simulao, utilizada para realizao do

    trabalho com recursos de pesquisa via internet e biblioteca da Uniju/Campus Panambi.

    Este assunto repercute diretamente no setor de engenharia, fornecendo base para o

    desenvolvimento, alterao e melhorias de projetos de ventiladores centrfugos radiais.

  • 17

    1 MQUINAS DE FLUXO

    Uma mquina um transformador de energia. A mquina absorve uma classe de

    energia e restitui outra classe de energia, energia de mesma classe, mas transformada. Um

    ventilador absorve energia mecnica de rotao e seu eixo restitui em energia de presso ou

    energia dinmica do ar [11].

    Mquina de fluxo (turbomachine) pode ser definida como um transformador de

    energia (sendo necessariamente o trabalho mecnico uma das formas de energia) no qual o

    meio operante um fluido que em sua passagem pela mquina, interage com um elemento

    rotativo, no se encontrando, em qualquer instante, confinado [10]. Sendo que sua principal

    caracterstica o rotor girante como uma coroa de ps que so permanentemente percorridas

    por um fluido, que o portador de energia [14].

    Necessitando de grandes vazes volumtricas as mquinas de fluxo tem grande

    vantagem, ainda que o campo de aplicao seja limitado inferiormente. Entretanto, nenhuma

    limitao superior para o campo de aplicao das mquinas de fluxo, do ponto de vista

    construtivo.

    A quanto maior a vazo volumtrica desejada, ou seja, quanto maior a potncia da

    mquina, melhor ser seu rendimento e, em geral, menores sero tambm seus custos de

    construo por unidade de potncia. Na prtica, o campo de aplicao das mquinas de fluxo

    s limitado pelos desejos dos usurios [14].

    Todas as mquinas de fluxo funcionam teoricamente, segundo os mesmos princpios,

    o que traz a possibilidade de utilizao do mesmo mtodo de clculo. De fato, esta

    considerao plenamente vlida apenas quando o fluido de trabalho um fluido ideal, j

    que, na realidade, propriedades do fluido, tais como volume especfico e viscosidade, podem

    variar diferentemente de fluido para fluido e, assim, influenciar consideravelmente nas

    caractersticas construtivas dos diferentes tipos de mquinas [10].

    Um exemplo de mquina de fluxo motora o ventilador centrfugo, o qual

    transforma energia de fluido em trabalho mecnico, e pode ser observado na Figura 1, onde se

    destacando o rotor e a caixa espiral.

  • 18

    Figura 1 - Ventilador centrfugo.

    Fonte: [10]

    A Figura 1 apresenta os principais conceitos de mquinas de fluxo, o campo de

    aplicao destes tipos de mquinas de fluido e sua amplitude o que torna difcil a escolha da

    melhor mquina que atenda a aplicao para a qual foi selecionada.

    Tomando-se como anlise a figura a seguir, temos uma comparao entre os

    compressores que geralmente caracterizada pela vazo de gs aspirado e pela presso na

    descarga, seu domnio absoluto sobre os ventiladores centrfugos e axiais.

    Na Figura 2 procura-se mostrar a distino entre ventiladores e compressores, onde

    que um ventilador (fan), a alterao da densidade entre a admisso e a descarga da mquina

    to pequena que o gs pode ser considerado como um fluido incompreensvel (diferena de

    presso at 10 kPa ou 1000 mmca), enquanto em um compressor a alterao de densidade

    significativa, no podendo ser desconsiderada.

  • 19

    Figura 2 - Campo de aplicao de ventiladores.

    Fonte: [10]

    1.1. DIMENSIONAMENTO

    Dimensionamento significa calcular ou preestabelecer as dimenses ou propores

    de algo. Segundo a definio citada acima o dimensionamento do ventilador centrfugo,

    significa calcular o rotor, a caixa espiral, as ps e outras partes necessrias para o projeto.

    Antes de aplicar definitivamente o conceito acima, deve inicialmente definir qual a finalidade

    em que ser aplicado/utilizado o ventilador, as necessidades que ele ter de suprir aps sua

    definio, o tipo de particulados/partculas ele dever transportar. Esta ltima definio influi

    de forma direta de seleo do equipamento, pois para cada tipo de partcula que se deseja

    transportar influncia na sua forma construtiva e de operao.

    Aps esta etapa de seleo parte-se para a definio da potncia que o equipamento

    dever utilizar e sua faixa de operao, pois atravs destas informaes pode-se trabalhar na

  • 20

    definio da vazo e presso de operao, faixa esta que muito importante para uma correta

    definio do equipamento a ser projetado.

    Ao realizar estas etapas de seleo pode utilizar os dados necessrios para o projeto e

    pesquisa-se com estes dados em catlogos de fabricantes de ventiladores para encontrar algum

    modelo existente no mercado e para ter uma ideia de como ser o formato do ventilador e suas

    caractersticas. Muito destes catlogos se apresenta as curvas caractersticas destes

    ventiladores que definida atravs de testes prticos em laboratrio e em bancos de testes de

    ventiladores.

    Ao analisar estas principais informaes dos parmetros demonstrados em cada um

    dos catlogos com os dados que deseja vem a seguir como se calcula o rotor, que o

    elemento mais importante no processo de transformao de energia em uma mquina de

    fluxo.

    A proposta de um roteiro para o clculo de rotores radiais (design of radial

    impellers) pela teoria clssica no pretende reduzir o projeto a uma simples e nica receita.

    Modernos procedimentos de aplicao do clculo numrico do fluxo em rotores permitem

    resultados bastante rpidos e precisos, substituindo inclusive os ensaios de laboratrio por

    simulao por meio de computadores [10].

    Para apresentar um roteiro para calcular de um rotor radial, utilizando como exemplo

    o clculo do rotor de uma mquina de fluxo geradora que pode ser um ventilador centrfugo, e

    prope a forma como deve ser feito estes clculos [10].

    As mquinas de fluxo podem ser estudadas e calculadas de acordo com vrios

    mtodos. O primeiro, que tambm o mais antigo, consiste em considerar uma representao

    na qual a mquina teria um nmero infinito de ps (que teriam evidentemente de ser tambm

    infinitamente finas) e tratar o caso real da mquina com ps separadas por um mtodo de

    aproximao. O segundo parte de uma representao totalmente oposta, ou seja, considera

    uma p nica no espao infinito e trata o caso de ps prximas tambm por um processo de

    aproximao. Este mtodo baseia-se nos resultados obtidos do estudo das asas de sustentao

    dos avies [14].

    O objetivo mostrar de uma forma simples e didtica, como os conceitos tericos at

    agora abordados e os parmetros indicados por diversos especialistas no assunto que podem

  • 21

    ser reunidos de maneira a construir um referencial bsico e de fcil aplicao para o projeto

    de uma mquina de fluxo radial.

    Na Figura 3 pode-se observar um modelo de rotor produzido seguindo as teorias

    citadas acima pelos diferentes autores e comparado com os dados fornecidos pelos principais

    fabricantes de rotores e ventiladores encontrados no mercado que dispem destes dados em

    seus catlogos ou banco de dados para projeto.

    Figura 3 - Rotor de ps radiais.

    Fonte: [14]

    1.1.1. Dimensionamento da caixa espiral (difusor)

    A caixa espiral (difusor) de um ventilador centrfugo tem a finalidade de transformar

    a energia cintica atribuda ao fluido pelo rotor em entalpia, com o que se consegue reduo

    de sua velocidade de sada e aumento de sua presso dinmica esttica [5].

    O processo prtico bastante eficaz para o traado de uma caixa coletora retangular

    o de Arquimedes, efetuado com quatro arcos de crculo. Para isso, a seo de sada do difusor,

    que deve ser aproximadamente igual de entrada do difusor, permitindo calcular para uma

    largura de caixa L=1 a 1,5 lrotor (largura do rotor), o valor de H, que, para uma boa

    proporo, deve estar compreendido entre 2/3 e 3/2 de L. Nessas condies, basta considerar

    o lado do quadro auxiliar de construo 1-2-3-4 da Figura 4, igual a 0,5 a 1, H/4, e traar os

    arcos ab, bc, cd, e da com centros nos vrtices 1, 2, 3, e 4 respectivamente [5].

  • 22

    Figura 4 Caixa espiral.

    Fonte: [5]

  • 23

    2. VENTILADORES

    Um ventilador uma mquina rotativa que coloca o ar ou um gs, em movimento.

    Pode defini-lo, como uma turbomquina que transmite energia para gerar a presso necessria

    com a qual manter um fluxo contnuo de ar [8].

    Dentro de uma classificao geral de mquinas, como mostra a Figura 5, se encontra

    os ventiladores como turbomquinas hidrulicas, tipo gerador, para gases. Um ventilador

    possui essencialmente um motor de acionamento, geralmente eltrico, dispositivos de controle

    prprio, que controla o arranque, regulao de velocidade, comutao de polaridade, etc, e um

    propulsor giratrio em contato com o ar, ao qual transmite energia.

    Este propulsor adota a forma de rotor com ps, no caso do tipo centrfugo, ou de uma

    hlice com ps de vrias formas e em nmeros diversos, no caso dos axiais.

    O conjunto, ou pelo menos o rotor ou hlice, esta envolto por uma caixa com paredes

    de fechamento em forma de espiral para os centrfugos e por um marco plano ou um

    envoltrio tubular nos axiais. A envolvente tubular pode levar uma grelha radial de ps fixas

    entrada ou sada da hlice, chamada diretriz, que guia o ar, para aumentar a presso e o

    rendimento do aparelho.

    Figura 5 Classificao das mquinas.

    Fonte: [1]

    Os cdigos de teste de potncia da Sociedade Americana de Engenheiros Mecnicos

    (ASME), limita-se a definio de ventilador a mquinas que aumentam a densidade do gs em

    no mximo 7% medida que percorre o trajeto desde a aspirao at a descarga. Este um

  • 24

    aumento de aproximadamente 7620 Pa (762 milmetros de coluna dgua) com base no ar

    padro. Para presses superiores a 7620 Pa (762 milmetros de coluna d gua), o dispositivo

    de movimentao do ar um compressor ou um soprador. Existe muitas outras definies,

    com limites de presso distintos, sendo que o Brasil no adota, oficialmente, nenhuma

    especificamente.

    Ventiladores para aquecimento, ventilao e ar condicionado, inclusive em sistemas

    de alta velocidade ou de alta presso, raramente atingem mais de 2500 3000 Pa (230 a 300

    milmetros de coluna dgua). H trs componentes com razovel exatido o desempenho de

    um ventilador: propulsor (tambm chamado de rotor), o meio de acion-lo e a carcaa.

    Para prever com razovel exatido o desempenho de um ventilador na instalao, um

    projetista deve saber:

    Como o ventilador foi testado e qual procedimento (norma) foi seguido;

    Os efeitos que o sistema de distribuio de ar ter no desempenho do

    ventilador.

    Ventiladores de tipos diferentes, ou ainda ventiladores do mesmo tipo fornecidos por

    fabricantes diferentes, e este no ir interagir com o sistema da mesma maneira.

    2.1. CLASSIFICAO DOS VENTILADORES

    Os ventiladores, assim como as bombas, classificado, pelo tipo de rotor, nmero de

    estgios, nvel de presso e detalhes construtivos. Quanto ao tipo de rotor o ventilador

    classificado como ventiladores radiais (centrfugos) e axiais.

    Tabela 1 - Classificao dos Ventiladores.

    TIPO N

    ESTGIOS

    CARACTERSTICAS NOME

    Ventilador

    Radial ou

    Centrfugo

    1 Baixa presso: at 150 mmH2O,

    D2/D1= 1,1 ~1,3

    Ventilador Centrfugo

    Mdia presso: at 250 mmH2O,

    D2/D1= 1,3 ~1,6

    Ventilador Centrfugo

    Alta presso: at 250 ~750 mmH2O,

    D2/D1 = 1,6 ~2,8

    Soprador

    >1 p at 10 kgf/cm (100 mmH2O, D2/D1 at 4 Compressor ou Turbocompressor

    Ventilador

    Axial

    1 Hlice simples para movimentao de ar

    ambiente, ventilador de teto, ventilador de

    coluna, carcaa tubular envolve rotor nico.

    Ventilador Helicoidal

    Tubo-axial

    >1 p at 3,0 kgf/cm (30 mH2O) Turbocompressor

    Fonte: [1]

  • 25

    2.1.1. Ventiladores Axiais

    Os ventiladores axiais tem por principio o movimento de grandes volumes de ar de

    um determinado ponto a outro com presses estticas relativamente baixas. O tipo de armao

    e posio da hlice tem influncia decisiva no desempenho do ar e eficincia do prprio

    ventilador. Ele utilizado em sistemas de insuflamento/exausto com pouca perda de carga,

    ou seja, com sistemas de dutos curtos. Dentre suas diversas caractersticas, pode ser utilizados

    para movimentao de ar dentro de um ambiente.

    A sua principal caracterstica ter sua potncia mxima absorvida na presso esttica

    mxima, vazo igual zero, caracterstica inversa ao dos ventiladores centrfugos, conforme a

    Figura 6.

    Figura 6 - Curva caracterstica de ventilador axial.

    Fonte: [13]

  • 26

    As principais desvantagens deste tipo de ventilador esta nvel de rudos gerado em

    sua operao, bem como um baixo rendimento se comparado aos ventiladores centrfugos

    [13].

    Existe trs tipos de ventiladores de fluxo axial listados a seguir:

    Axial propulsor;

    Tubo axial;

    Axial com aeroflios.

    Neste captulo no se detm aos ventiladores axiais, o que descrito no item anterior

    meramente para termos de conhecimentos dos conceitos bsicos e fundamentais e os tipos

    de ventiladores axiais existentes no mercado.

    2.1.2. Ventiladores Centrfugos

    Os ventiladores centrfugos so caracterizados quando a trajetria de uma partcula

    gasosa no rotor se realiza em uma superfcie que aproximadamente um plano normal ao

    eixo, conforme uma caixa espiral. O ventilador centrfugo definido como tendo a entrada de

    ar no rotor em sentido axial e, este descarregado radialmente em uma carcaa do tipo voluta

    [13].

    O ventilador centrfugo foi desenvolvido com caractersticas especiais para utilizao

    em sistemas de ventilao/exausto com redes de dutos conectados. Em sua maioria, se

    movimenta volumes de ar relativamente pequenos a grandes presses.

    O principio de funcionamento baseia-se na entrada de ar pelo centro do rotor, sendo

    acelerado pelas paletas gerando forte impulso contra as paredes da carcaa que, devido suas

    caractersticas construtivas, direciona o ar para fora da abertura de descarga.

    Para o sistema de ventilao local exautora, o seu objetivo principal captar os

    poluentes de uma fonte (gases, vapores ou poeiras toxicas) antes que os mesmos se disperse

    no ar do ambiente de trabalho.

    Existe seis modelos de rotores para ventiladores centrfugos de uso comum. Este

    modelo apresentado e descrito na sua ordem de aplicao, a qual feita de acordo com a

    ordem decrescente de eficincia.

  • 27

    Ventiladores centrfugos com ps no formato aeroflio;

    Os ventiladores centrfugos com ps no formato aeroflio tm a melhor eficincia e o

    menor nvel de rudos (para velocidades de ponta comparveis) de todos os ventiladores

    centrfugos. A Figura 7 e Figura 8 mostram duas construes para os rotores de ventiladores

    centrfugos com ps no formato aeroflio.

    A figura 7 mostra as ps aeroflio oca, utilizadas normalmente em ventiladores com

    tamanhos mdios e de grande porte. A figura 8 apresenta um rotor construdo com ps de

    alumino fundido, as quais so frequentemente utilizadas em pequenas dimenses e para testes

    e desenvolvimento de trabalhos, com a montagem da tampa frontal acima das ps antes do

    processo de soldagem.

    Figura 7 - Rotor do ventilador centrfugo, com nove ps no formato aeroflio.

    Fonte: [4]

    Figura 8 - Rotor experimental, com onze ps em alumnio fundido no formato aeroflio.

    Fonte: [4]

  • 28

    Ventiladores centrfugos com ps curvadas para trs;

    Os ventiladores centrfugos com ps curvadas para trs formado por ps de ao

    com espessura nica, mas com forma semelhante s ps dos ventiladores centrfugos com ps

    no formato aeroflio no que diz respeito a sua construo e a seu desempenho.

    Este tipo de ps tem eficincia ligeiramente inferior, mas pode ser utilizada em

    ventiladores para o tratamento de correntes de ar contaminados, pois suas ps so fabricadas

    em ao de espessura nica e mais pesadas do que as ps com o formato aeroflio ocas.

    Ventiladores centrfugos com ps inclinadas;

    A Figura 9 mostra esboo do rotor com ps inclinadas formadas por uma nica

    entrada e por uma nica largura. Este modelo de rotor em termos de produo muito

    econmico, mas em termos de fora e eficincia estrutural e tem caractersticas muito baixas.

    A Figura 10 mostra o mesmo rotor montado na caixa espiral. A Figura 11representa a

    montagem do rotor de ps inclinadas na caixa espiral com seus componentes.

    Figura 9 - Rotor de ventilador centrfugo com ps inclinadas.

    Fonte: [4]

    Figura 10 - Vista do ventilador centrfugo com rotor de ps inclinado no interior da caixa espiral.

    Fonte: [4]

  • 29

    Figura 11 - Vista angular do ventilador centrfugo com rotor de ps inclinadas.

    Fonte: [4]

    Ventiladores centrfugos com ps radiais na ponta;

    O rotor com ps radiais na ponta tem uma boa movimentao do fluxo de ar em

    funo de suas caractersticas construtivas. A Figura 12representa um rotor de ps radiais na

    ponta. Este tipo de rotor utilizado principalmente em ventiladores de grandes dimenses,

    com dimetros variando de 9 a 18 m, para aplicaes industriais muitas vezes com severas

    condies de alta temperatura e grandes concentraes de slidos leves.

    Figura 12 - Rotor do ventilador centrfugo com dez ps radiais na ponta.

    Fonte: [4]

  • 30

    Ventiladores centrfugos com ps curvados para frente;

    O nome acima indica que este ventilador tem suas ps curvadas para frete, isto , na

    direo da rotao. Esta caracterstica resulta em grandes ngulos das ps e o aumento de sua

    taxa de fluxo, que so maiores do que qualquer outro ventilador centrfugo do mesmo

    tamanho e de mesma velocidade.

    A Figura 13 ilustra um rotor com ps curvadas para frente, o qual composto por

    muitas ps curtas e uma sada lisa, com um dimetro de entrada grande para grandes fluxos.

    Esses ventiladores com estas configuraes usado em pequenos fornos, condicionadores de

    ar e equipamentos eletrnicos.

    Figura 13 - Rotor do ventilador centrfugo, Siroco.

    Fonte: [4]

    Ventiladores centrfugos com ps radiais.

    O ventilador com rotores de ps radiais mais robustos e com grande facilidade de

    auto limpeza. Este por ser rotores de construo mais simples tem relativamente baixa

    eficincia por causa das condies de fluxo no tangenciais.

    A Figura 14 mostra um rotor com ps radiais fixadas tampa traseira. Esse

    ventilador pode ser utilizado para exausto de vapores corrosivos e at mesmo materiais

    abrasivos e em operaes de moagem.

  • 31

    Figura 14 - Rotor de ventilador centrfugo com seis ps radiais.

    Fonte: [4]

  • 32

    3 TERMINOLOGIA E DEFINIES DOS VENTILADORES

    Neste captulo apresentaremos as principais terminologias e definies que envolvem

    os conhecimentos referentes aos ventiladores.

    Ar padro (Sistema Internacional): Ar seco a 20C e 101,325 kPa, sob essas

    condies, o ar seco tem uma densidade de massa de 1,204 kg/m.

    Presso relativa: a medida de presso acima da atmosfrica expressa como a

    altura de uma coluna de gua em mm (ou polegada). A presso atmosfrica ao nvel do mar

    iguala-se a 10,340 mm (407,1 polegadas) de gua ou 10 m (33,97 ps) de gua, como

    ilustrado na Figura 15.

    Figura 15 - Presso Atmosfrica.

    Fonte: [12].

    Presso esttica (Pe): A diferena entre a presso absoluta em um determinado

    ponto em uma corrente de ar ou cmara pressurizada a presso absoluta da atmosfera

    ambiente,esta sendo positiva quando a presso neste ponto estiver abaixo. A mesma atua

    igualmente em todas as direes, independentemente da velocidade do ar e uma medida da

    energia potencial disponvel em uma corrente de ar.

    Para os corpos gasosos, o esforo externo de compresso define a proximidade entre

    as molculas de gs. Em outras palavras, uma determinada massa de gs, a uma dada

  • 33

    temperatura ocupar um volume que funo do esforo de compresso que est submetido.

    Quanto maior o esforo de compresso, menor ser o volume ocupado.

    A grande mobilidade das molculas do gs, este tende a ocupar um volume maior

    que o permitido pelo cilindro. Isso significa que a parede do cilindro aplica ao corpo gasoso

    de massa m, um esforo de compresso. Na verdade, o esforo de compresso ocorre sempre,

    em um corpo gasoso, mesmo sem a presena do cilindro, como se observa na atmosfera.

    Toda vez que um corpo gasoso est submetido a um esforo de compresso, ele

    reage sobre todos os demais corpos e esta em contato com ele e em todas as direes. Essa

    reao denominada de presso esttica.

    Portanto, a presso esttica a fora por unidade de rea exercida por um gs sobre

    um corpo qualquer em contato com esse gs. Estas unidades de presso esttica (unidade de

    esforo), fora/rea, so N/m, kgf/m, lbf/p, etc. Devido aos manmetros de lquido

    utilizados para medir a presso esttica, usual utilizar-se a unidade de altura de coluna de

    lquido para se expressar a presso esttica.

    Em ventilao industrial, altura de coluna de gua mais utilizada. Por exemplo, se

    disser que a presso esttica do gs igual a 100 mm de coluna de gua, esta dizendo que a

    fora por unidade de rea exercida por aquele gs igual ao peso de uma coluna de gua de

    100 mm de altura.

    A presso esttica do ventilador uma grandeza na medio do desempenho de

    ventiladores e no pode ser medida diretamente. a presso total do ventilador menos a

    presso dinmica correspondente velocidade mdia do ar na descarga do ventilador.

    Observa-se que no a diferena entre a presso esttica na descarga e a presso esttica na

    aspirao, isto , no a presso esttica do sistema externo.

    Presso de velocidade/Presso dinmica: uma presso exigida para acelerar o ar

    da velocidade zero para alguma velocidade e proporcional energia cintica da corrente de

    ar. A presso de velocidade apenas ser exercida na direo do fluxo de ar e sempre

    positiva, como ilustra a Figura 16.

  • 34

    Figura 16 - Presso Dinmica do Ventilador.

    Fonte: [12].

    A definio correta da presso dinmica necessria para que a velocidade no seja

    zero, utilizamos das equaes descritas a seguir, para a determinao destes fatores.

    (1)

    Onde:

    Pd = presso dinmica em Pa;

    V = velocidade em m/s.

    Ou

    (2)

    Onde:

    Pd = presso dinmica em mmca;

    V = velocidade em m/s;

    = densidade do ar de 1,204 kg/m;

  • 35

    g = acelerao da gravidade de 9,81 m/s.

    Em certa massa de fluido quando est em movimento com velocidade v, ele possui,

    alm de energia potencial referente sua presso esttica, uma parcela de energia cintica. Se

    um corpo qualquer for colocado em contato com esse fluido e em oposio ao movimento,

    agir sobre sua face, alm da presso esttica, tambm outra fora, referente energia cintica

    que o fluido tinha quando em movimento e que perdeu, uma vez que teve de parar ao

    encontrar a face do corpo. Como o fludo para ao encontrar a face do corpo, toda a energia

    cintica transferida ao corpo sobre a forma de fora.

    A presso dinmica sempre positiva ou nula. Ao contrrio da presso esttica, que

    se manifesta em todos os sentidos, a presso cintica manifesta-se somente no sentido do

    movimento.

    Presso total: a soma algbrica de presso dinmica e esttica. uma medida da

    energia total disponvel na corrente de ar como ilustra a Figura 17.

    Figura 17 - Pe, Pd e Pt em um ponto.

    Fonte: [12]

    Presso total do ventilador: A diferena algbrica entre a presso total mdia na

    descarga do ventilador e a presso total na aspirao do ventilador a medida da energia

    mecnica total acrescentada ao ar ou gs pelo ventilador. A Figura 18 mostra como isto

    medido.

  • 36

    Figura 18 - Presso total do ventilador.

    Fonte: [12]

    Vazo (Q): a quantidade de ar ou gs em volume, movimentado pelo ventilador na

    unidade de tempo, portanto, independente da densidade do ar. A unidade usual m/h, mas no

    SI o correto utilizar m/s.

    Presso esttica do ventilador: A presso esttica do ventilador, Figura 19, uma

    grandeza usada na medio do desempenho de ventiladores e no pode ser medida

    diretamente. Sendo que, a presso total do ventilador menos a presso dinmica

    correspondente velocidade mdia do ar na descarga do ventilador. Observa-se que no a

    diferena entre a presso esttica na descarga e a presso esttica na aspirao, isto , no a

    presso esttica do sistema externo.

    Figura 19 - Presso esttica do ventilador.

    Fonte: [12]

  • 37

    Potncia absorvida pelo ventilador (Pabs): a potencia real que um ventilador

    requer para mover um dado volume de ar a uma determinada presso. Pode incluir a potncia

    absorvida por correias em V, acessrios e quaisquer outras exigncias de potncia alm do

    suprimento de fora do ventilador.

    As frmulas descritas a seguir, pode ser utilizada para calcular a potncia absorvida

    pelo ventilador utilizando acessrios para a transmisso de potncia para o ventilador.

    (3)

    Onde:

    t = rendimento total do ventilador;

    Q = vazo em m/h;

    Pt= presso total em Pa;

    Pabs = potncia absorvida em kW.

    Ou

    (4)

    Onde:

    t = rendimento total do ventilador;

    Q = vazo em m/h;

    Pt= presso total em mmca (milmetros de coluna d gua);

    Pabs = potncia absorvida em cv.

    Rendimento esttico ( e ): a potncia dividida pela potncia absorvida do

    ventilador.

  • 38

    (5)

    Rendimento total ( t ): Chamado de rendimento mecnico, ou simplesmente

    rendimento a razo da sada de potncia sobre o suprimento de potncia.

    (6)

    Presso esttica com vazo nula: Uma condio de operao em que a descarga do

    ventilador encontra-se completamente fechada, resultando em nenhum fluxo de ar,

    representada pela Figura 20.

    Figura 20 - Presso esttica com vazo nula.

    Fonte: [12]

    Condio de descarga livre: Nesta condio de operao a presso esttica atravs

    do ventilador zero, e a vazo mxima. Esta condio pode ser observada e analisada com o

    auxilio da Figura 21.

    Figura 21 - Descarga livre.

    Fonte: [12]

  • 39

    Intervalo de aplicao: o intervalo de vazes e presses de operao.

    Determinado pelo fabricante, no qual um ventilador ir operar satisfatoriamente, Figura 22.

    Figura 22 - Intervalo de aplicao.

    Fonte: [12]

    O intervalo de aplicao tpica para ventiladores centrfugos com ps voltadas para

    frente de 30% a 80% da vazo mxima para ventiladores inclinados para trs de 40% a

    85% da vazo mxima e para ventiladores com ps radiais de 35% a 80% da vazo mxima.

    Velocidade perifrica (Vp): igual circunferncia do rotor multiplicada pela RPM

    do ventilador e expressa em m/s, Figura 23.

    Figura 23 - Velocidade perifrica.

    Fonte: [12]

    (7)

    Onde:

  • 40

    D = dimetro do rotor em metros;

    N = velocidade em RPM.

  • 41

    4 LEI DOS VENTILADORES

    Na norma UNE 100-230-95, que trata deste assunto, encontraremos o seguinte:

    Se um ventilador deve funcionar em condies diferentes das testadas,

    no prtico nem econmico efetuar novos testes para determinar as suas

    caractersticas. Mediante o uso de um conjunto de equaes designado com o nome

    de Leis dos Ventiladores possvel determinar, com boa preciso, as novas

    caractersticas a partir dos testes efetuados em condies normalizadas. Ao mesmo

    tempo, estas leis permitem determinar as caractersticas de uma srie de

    ventiladores geometricamente semelhantes a partir das caractersticas do ventilador

    testado. [16]

    As leis dos ventiladores esta indicada, sob forma de relao de magnitude, em

    equaes que se baseia na teoria da mecnica de fluidos e a sua exatido suficiente para a

    maioria das aplicaes, desde que o diferencial da presso for inferior a 3 kPa, acima do qual

    preciso ter em conta a compressibilidade do gs. Estas leis baseia-se no fato que dois

    ventiladores de uma srie homloga tm homlogas as suas curvas caractersticas e para

    pontos de trabalho semelhantes tem o mesmo rendimento, mantendo-se ento inter-

    relacionadas todas as razes das outras variveis.

    Com o intuito de precisar um pouco mais o que expe a norma UNE, poderia dizer

    que quando um mesmo ventilador submentido a regimes distintos de marcha ou so

    alteradas as condies do fluido que transfere. Esta pode ser calculada previamente os

    resultados que obter a partir dos conhecimentos, por meio de umas leis ou relaes simples

    que tambm de aplicao quando se trata de uma srie de ventiladores homlogos, isto , de

    dimenses e caractersticas semelhantes que se mantm ao variar o tamanho ao passar de uns

    deles a qualquer outro de sua mesma famlia.

    As variveis de um ventilador a velocidade de rotao, o dimetro da hlice ou

    rotor, as presses total, esttica e dinmica, o fluxo, a densidade do gs, a potncia absorvida,

    o rendimento e o nvel sonoro. As normas internacionais ISO 5801-96 (E) e WD 13348-1998,

    a estas variveis se atribui os seguintes smbolos e unidades, que aqui usar para ilustrar as

    definies e aplicaes.

    No momento em que aceito o uso das Leis dos Ventiladores, possvel prever com

    boa preciso o desempenho de um ventilador em outras velocidades e densidades diferentes

  • 42

    daquelas do teste de desempenho original. Com a utilizao das Leis dos Ventiladores,

    possvel prever com boa preciso o desempenho de um ventilador em outras velocidades

    diferentes daquelas do teste do desempenho original. Estas Leis mais frequentemente usadas

    para calcular mudanas na vazo, presso e potncia de um ventilador quando o seu tamanho,

    velocidade ou densidade do gs forem alterados.

    As Leis dos Ventiladores ser exata para ventiladores com proporcionalidade

    geomtrica; entretanto, uma vez que as tolerncias normalmente no proporcional,mas um

    desempenho levemente melhor normalmente obtido quando for projetado a partir de um

    determinado tamanho de ventilador para um tamanho maior. importante observar, que essas

    Leis se aplicam a um determinado ponto de operao segundo a caracterstica do ventilador.

    Ela no pode ser usada para prever outros pontos nesta curva, ou seja, as leis dos ventiladores

    calcula o novo ponto de operao do ventilador dentro da curva de mesmo rendimento.

    Equaes das leis dos ventiladores:

    (8)

    (9)

    (10)

    Onde:

    Q =vazo;

    P =presso (total, esttica ou dinmica);

    d =densidade do gs;

    N =rotao do ventilador;

    D =dimetro do rotor;

    W=potncia do ventilador.

  • 43

    Todas as Leis dos Ventiladores quando aplicada gera mudana na rotao (sistema

    constante) em determinado ventilador e em determinado sistema utilizando ar em uma dada

    densidade aplica-se as seguintes formulaes para as mudanas sugeridas.

    (11)

    (12)

    (13)

    Analisando a formulao descrita anteriormente, pode-se concluir que o rendimento

    do ventilador no alterado com estas mudanas. Esta concluso pode ser observada na

    Figura 24, a qual mostra esta concluso obtida.

    Figura 24 - Mudana da rotao (RPM).

    Fonte: [12]

    Os conhecimentos aplicados na mudana da rotao do ventilador pode ser utilizados

    para mudanas no tamanho do ventilador, onde que atravs das mudanas no desempenho

    devido s mudanas proporcionais no tamanho do ventilador.

  • 44

    As mudanas nos ventiladores e a aplicao das Leis dos Ventiladores apresenta

    mudana no desempenho devido a mudanas proporcionais no tamanho do ventilador,

    baseado na velocidade perifrica constante, com rotao, densidade de ar e propores do

    ventilador constante em um ponto de operao fixa, representada na Figura 25.

    Figura 25 - Mudana do dimetro do rotor (velocidade perifrica constante).

    Fonte: [12]

    As equaes descritas a seguir so usadas principalmente por projetistas de

    ventiladores e raramente tem aplicao na seleo ou aplicao dos equipamentos.

    (14)

    (15)

    (16)

    (17)

    As Leis dos Ventiladores tambm se refere mudana no desempenho devido a

    mudanas proporcionais no tamanho do ventilador, porm baseia-se na rotao do ventilador,

    densidade do ar e propores do ventilador constantes e ponto de operao fixo representada

    na Figura 26.

  • 45

    Figura 26 - Mudana no dimetro do rotor (rotao constante).

    Fonte: [12]

    Em considerao mudana no desempenho do ventilador, pode considerar o efeito

    na mudana na densidade do ar sobre o desempenho do ventilador, sendo que trs leis se

    aplicam a estas situaes. A Figura 27 apresenta o grfico dos efeitos da mudana na

    densidade do ar (vazo constante) para um modelo de ventilador centrfugo com

    caractersticas pr-determinadas de utilizao e funcionamento.

    Figura 27 - Efeito da mudana na densidade (vazo constante).

    Fonte: [12]

    A vazo do ventilador (Q) no ser alterada em virtude da densidade do ar. Um

    ventilador uma mquina de volume constante e produzir a mesma vazo

    independentemente da densidade do ar.

    (18)

  • 46

    (19)

    (20)

    As leis dos ventiladores com presso, sistema e tamanho do ventilador constante.

    Rotao varivel.

    (21)

    (22)

    (23)

    (24)

    A Figura 28 representa as frmulas descritas anteriormente, na qual indica que a

    presso esttica do ventilador mesmo mudando a densidade do fluido a ser utilizado se

    mantm de forma constante.

    Figura 28 - Mudana na densidade (presso esttica constante).

    Fonte: [12]

    As leis dos ventiladores para vazo constante, sistema constante e tamanho fixo do

    ventilador. Rotao do ventilador varivel.

    (25)

  • 47

    (26)

    (27)

    (28)

    As leis dos ventiladores das Figura 27 e Figura 29 a base para selecionar

    ventiladores de densidade de ar padro, usando as tabelas dos ventiladores que se baseia em ar

    padro.

    Figura 29 - Mudana na densidade (vazo constante).

    Fonte: [12]

  • 48

    5 SEMELHANA E GRANDEZAS ADIMENSIONAIS

    As grandezas adimensionais representa um grande auxlio para novos projetos, pois

    possibilita acesso a materiais j publicados sobre o assunto de forma mais especializada,

    independentemente do sistema de unidades utilizadas possibilitando uma primeira e segura

    orientao para o projeto de uma nova mquina.

    A construo de modelos reduzidos de mquinas de fluxo diminui o risco de uma

    execuo errnea de mquinas de grande porte. A construo de modelos aumentados muitas

    vezes se faz necessria para facilitar as medies durante os ensaios. Essa condio, no

    entanto, torna-se indispensvel para a completa validade da teoria dos modelos (theory of

    models). Os modelos, tanto aumentados como reduzidos deve ser geomtrica, cinemtica e

    dinamicamente semelhante s mquinas projetadas.

    A semelhana geomtrica (geometrical similarity) implica na proporcionalidade das

    dimenses lineares, igualdade de ngulos e nenhuma omisso ou adio de partes, ou seja,

    para que uma mquina de fluxo modelo (ndice m) seja geometricamente semelhante

    mquina prottipo (ndice p) necessrio que respeite a seguinte relao:

    (29)

    Onde kg denominado escala geomtrica ou fator de escala (size ratio), e que pela

    relao a seguir:

    (30)

    J a semelhana cinemtica (kinematic similarity), implica em que velocidades e

    aceleraes para pontos correspondentes, seja vetores paralelos e que possua relao

    constante entre seus mdulos, ou seja:

    (31)

    Onde kc denominado de escala de velocidades (ratio of velocities).

  • 49

    Para a obteno da semelhana dinmica (dynamic similarity), a condio que tipos

    idnticos de foras seja vetores paralelos e que a relao entre seus mdulos seja constante

    para pontos correspondentes. Ou seja:

    (32)

    Onde kD denominada de escala dinmica (ratio of forces).

    A semelhana dinmica pode ser provada com base na anlise dimensional, onde

    duas mquinas pode dinamicamente ser semelhantes quando para as duas cumpre-se

    simultaneamente a igualdade no nmero de Reynolds, do nmero de Mach, do nmero de

    Froude, do nmero de Weber e do nmero de Euler.

    Nas mquinas de fluxo, em geral, a igualdade do nmero de Reynolds a condio

    mais importante para a semelhana dinmica. A igualdade de Reynolds e a semelhana

    geomtrica de rugosidade, espessura e folgas nem sempre realizada, porque influncia sobre

    o rendimento e denominado de efeito de escala (size effect).

    A experincia com modelos no permite prever com preciso, o rendimento do

    prottipo e na prtica, empregado frmulas empricas de correo, que permite passar do

    rendimento do modelo ao rendimento do prottipo, levado em considerao o efeito de escala.

    Entre estas, pode-se citar:

    A frmula segundo HENN (apud Ackeret), de acordo com a AMCA Standard (Air

    Movement and Control), para ventiladores:

    (33)

    Onde:

    ep = rendimento esttico timo do prottipo;

    em = rendimento esttico timo do modelo;

    Rem = nmero de Reynolds do modelo;

  • 50

    Rep = nmero de Reynolds do prottipo.

    Para ventiladores, costuma-se definir o nmero de Reynolds (Reynolds Number)

    como:

    (34)

    Onde:

    n = velocidade de rotao do ventilado em rps;

    D = dimetro caracterstico do rotor do ventilador, normalmente 5D , para

    ventiladores radiais e eD , para ventiladores axiais, em m;

    = viscosidade cinemtica (kinematic viscosity) do fluido de trabalho, em m/s.

    Nos casos de velocidade de rotao e viscosidade do fluido igual para modelo e

    prottipo, a equao reduz-se a:

    (35)

    A frmula de correo embora exista a dificuldade de ser feita medidas precisas nos

    grandes prottipos, apresenta resultados satisfatrios nas aplicaes prticas.

  • 51

    6 CLCULO DO ROTOR RADIAL

    Neste captulo ser apresentado alguns parmetros construtivos no projeto do rotor, o

    qual o elemento mais importante no processo de transformao de energia em uma mquina

    de fluxo. O rotor no s define a quantidade de energia intercambiada na mquina e a

    predominncia de uma forma de energia sobre a outra como determina o seu comportamento

    para diferentes regimes de operao, por meio das curvas caractersticas.

    Os procedimentos modernos de aplicao do clculo numrico do fluxo em rotores

    permite resultados bastante rpidos e precisos, substituindo inclusive os ensaios de laboratrio

    por simulao por meio de computadores.

    Alm disto, os custos de fabricao e a utilizao pretendida para a mquina, mais do

    que a sofisticao tecnolgica, muitas vezes, fator preponderante para a escolha do mtodo

    de clculo a ser empregado.

    No desenvolvimento dos clculos de rotores radiais se deve levar em considerao a

    influncia da forma da p do rotor, pois em uma mquina de fluxo caracterizada pelos seus

    ngulos de entrada e sada, respectivamente 4 e 5. A forma das ps tem ntima vinculao

    com a quantidade de energia intercambiada entre o fluido e o rotor.

    O valor do ngulo 4 deve ser determinado pela condio de entrada sem choque, ou

    seja, a direo da p na entrada do rotor deve coincidir com a direo de velocidade relativa

    da corrente fluida, para que no ocorra perdas por deslocamento e turbulncia.

    Nas mquinas de fluxo geradoras radiais (fluxo centrfugo, 4 = 90, a alternativa

    mais usual e certamente a de menor custo por corresponder a inexistncia de sistema diretor

    na entrada da mquina.

    6.1 ROTEIRO PARA CLCULO DE UM ROTOR RADIAL

    O desenvolvimento deste roteiro de clculo voltado para a aplicao em

    ventiladores centrfugos de baixa, mdia e alta presso com caractersticas diferenciadas uma

    das outras.

    A apresentao deste roteiro ser utilizado e dimensionado atravs do clculo de um

    rotor de uma mquina de fluxo geradora de alta presso e com ps curvadas para trs, sendo

  • 52

    que tal configurao apresenta melhor rendimento que as outras e pode ser empregado em

    vrias utilizaes. Este equipamento geralmente encontrado em sistemas de transporte

    pneumtico, forjas, sopradores e fornos industriais.

    Para a utilizao e desenvolvimento deste roteiro de clculos muito importante

    escolhermos qual o tipo de atividade que ser empregado este rotor, pois cada modelo

    dimensionado de acordo com sua utilizao e sua forma construtiva vria de acordo com o

    local onde se pretende instalar o ventilador.

    Para iniciarmos o desenvolvimento desta teoria partimos para a escolha dos dados

    inicias de projeto, os quais sero apresentados na Tabela 2. Este dado de suma importncia

    para um correto dimensionamento e seleo das principais caractersticas que iro compor o

    equipamento.

    Tabela 2 - Dados inicias de projeto.

    DADOS DE PROJETO

    Vazo (Q) 0,833 [m/s]

    Presso esttica (Pe) 13245,50 [Pa]

    Presso baromtrica 760 [mmHg]

    Densidade do fludo () 1,205 [kg/m]

    Temperatura de operao 20 [C]

    Acelerao da gravidade (g) 9,81 [m/s]

    Rotao (n) 3600 [RPM]

    Velocidade do ar 2 [m/s]

    Potncia do motor 7,5 [cv]

    Fonte: [3]

    Na Tabela 2 observa-se dados iniciais de projeto que so vazo e presso esttica.

    Atravs dos valores definidos se observa que o modelo estudado de um ventilador

    centrfugo para transporte pneumtico.

    Antes de darmos inicio ao desenvolvimento dos clculos se deve levar em

    considerao que a vazo (Q) a ser recalcada esta deve ser fornecida em m/s, para termos

    valores mais aproximados aos que se deseja.

    Aps, esta primeira etapa de seleo dos dados e apresentao das informaes

    necessrias para o dimensionamento do rotor partiu-se inicialmente para o clculo das

    presses dinmica e total, onde ser utilizado o valor obtido da presso total para o clculo do

    salto energtico disponvel.

  • 53

    Calculando a presso dinmica atravs da equao (36), obtemos:

    (36)

    Com o resultado da equao (36) e com o dado da presso esttica informado nos

    dados de projetos, parti para a resoluo da equao (37), a qual nos fornecer a presso total

    necessria para os prximos clculos.

    (37)

    Depois de selecionado os dados de projeto necessrio e a presso total, parte-se para

    o clculo do trabalho ou salto energtico especfico disponvel, Y, a ser fornecido ao fluido

    recalcado, indicado em J/kg. Na equao a seguir, pode-se observar como calculado o salto

    especfico disponvel:

    (38)

    Onde:

    tp = diferena de presso total;

    = massa especfica do fluido a ser insuflado.

    Resolvendo a equao (38), temos:

    Os dados fornecidos na Tabela 2 diz respeito velocidade de rotao n da mquina

    de fluxo fornecida em RPS ou RPM. Velocidades menores do que as exigncias da mquina

    acionadora imponha um valor ou faixa de valores para a velocidade de rotao, a sua escolha.

    Esta no rgida e muitas vezes o seu valor inicial alterado em funo das necessidades e

    limitaes do projeto. Um valor elevado para esta velocidade implicar numa reduo de

  • 54

    dimenses, consequentemente de peso, mas poder levar, por exemplo, a valores fora do

    campo de realizao possvel no caso de ventiladores.

    A velocidade de rotao n, a ser utilizada nos clculos apresentada na tabela 2

    como sendo:

    n = 3600 RPM.

    A mesma velocidade selecionada em algumas formulaes trabalhadas na sequncia

    utiliza este dado em RPS, como sendo o valor de:

    n = 60 RPS.

    Definido as presses, a vazo, a rotao necessria e o salto energtico especfico,

    damos inicio a definio do tipo de rotor, por meio do clculo da velocidade de rotao

    especfica, nqa, pois ser determinada o tipo de rotor a ser utilizado. A expresso a ser

    utilizada para este clculo a seguinte:

    (39)

    Onde:

    nqa = velocidade de rotao especfica ou coeficiente de forma do rotor,

    adimensional;

    n = velocidade de rotao da mquina, em RPS (Hz);

    Q = vazo da mquina, em m/s;

    Y = salto energtico especfico, em J/kg.

    Resolvendo a equao (39), temos:

    A definio para a velocidade de rotao especfica (specific speed) ou coeficiente de

    forma adimensional, ou seja, seu valor numrico se mantm constante para mquinas de

    fluxo semelhantes independente do sistema de unidade usado no clculo. A velocidade de

  • 55

    rotao de uma mquina de fluxo geometricamente semelhante, mas dimensionada para um

    salto energtico especfico de 1 J/kg e uma vazo de 1 m/s.

    Os valores de n, Q e Y, utilizados para o clculo do nqa, corresponde ao ponto de

    projeto (melhor rendimento). Esse valor utilizado geralmente determinado pelo projetista do

    equipamento que rene informaes do local da instalao do equipamento e para qual a

    finalidade de sua utilizao. Este valor pode sofrer alteraes para obter-se uma melhor

    determinao das dimenses e caractersticas do equipamento, que pode sofrer variao em

    seu dimensional dependendo de sua empregabilidade.

    A velocidade de rotao especfica est associada forma e as propores dos

    rotores de mquinas de fluxo e o seu valor, alm de servir de base para caracterizar uma srie

    de mquinas geometricamente semelhantes em catlogos de fabricantes. uma informao

    fundamental para a seleo do tipo de mquina mais adequado a determinada situao.

    Para representar a seleo mais adequada da velocidade de rotao especfica, nqa,

    apresentado uma tabela com os mais variados tipos de mquinas de fluxo conhecida. A Tabela

    3 utilizada para a verificao do valor do nqa calculado para o rotor desenvolvido neste

    trabalho.

    Tabela 3 - Mquinas de fluxo com suas faixas de nqa.

    Para turbina hidrulica do tipo Pelton nqa=5 a 70

    Para turbina hidrulica do tipo Francis lenta nqa =50 a 120

    Para turbina hidrulica do tipo Francis normal nqa =120 a 200

    Para turbina hidrulica do tipo Francis rpida nqa =200 a 320

    Para turbina hidrulica do tipo Michell-Banki nqa =30 a 210

    Para turbina hidrulica do tipo Driaz nqa =200 a 450

    Para turbina hidrulica do tipo Kaplan e Hlice nqa =300 a 1000

    Para turbinas a vapor e a gs com admisso parcial nqa =6 a 30

    Para turbina a vapor e a gs com admisso total nqa =30 a 300

    Para bombas de deslocamento positivo nqa

  • 56

    concluso que os valores fornecidos na tabela (2) se satisfaz as condies para o

    dimensionamento do rotor.

    Com a verificao e observao que os dados satisfaz a condio requerida, pode-se

    atravs dos clculos estimar o rendimento total do ventilador levando em considerao os

    dados fornecidos para a seleo.

    Para se estimar o rendimento total do ventilador se aplica a equao a seguir.

    (40)

    Onde:

    t = rendimento total para uma dada velocidade de rotao;

    h = rendimento hidrulico;

    v = rendimento volumtrico;

    a = rendimento de atrito de disco;

    m = rendimento mecnico.

    Ante de aplicar a equao (40) deve-se levar em considerao alguns fatores muito

    importantes para o clculo do rendimento total do ventilador. Os fatores que deve levar em

    conta para o clculo do rendimento total o ngulo de sada das ps do rotor, a relao entre

    os dimetros de entrada e sada, o atrito do disco e o clculo do rendimento mecnico para

    ventiladores de at 100 cv que encontrado pela equao seguinte:

    (41)

    Onde:

    m =rendimento mecnico, adimensional;

    Pe = potncia no eixo do ventilador, em cv.

  • 57

    Para a resoluo da equao 40 adotamos os seguintes fatores:

    - para ventiladores de sada radial (5=30), usa-se 0,85;

    - para a relao ente os dimetros de entrada e sada 3,05

    4 D

    D, usa-se 0,7;

    - para o rendimento de atrito do disco, usa-se 0,98.

    Resolvendo a equao (41), para o rendimento mecnico, obtemos:

    As condies analisadas, selecionadas e desejadas para calcular o rendimento total,

    pode-se resolver a equao (40) descrita anteriormente. Resolvendo a equao obtemos:

    Para ventiladores, o rendimento total para uma dada velocidade de rotao especfica

    cresce com o aumento do dimetro D5 e, para uma dada vazo, o seu maior valor corresponde

    velocidade de rotao especfica, nqa, compreendida entre 150 e 250, que pode chegar at

    90%.

    O rendimento total terico do ventilador passa ao passo seguinte, o qual se refere ao

    clculo da potncia no eixo do ventilador. Este clculo nos fornece a potncia necessria para

    o acionamento do ventilador, leva em considerao dados j obtidos anteriormente.

    A potncia no eixo ou potncia de acionamento ser calculada pala equao a seguir:

    (42)

    Onde:

    Pe = potncia no eixo do ventilador, em W;

    = massa especfica no fluido recalcado, em kg/m;

  • 58

    Q = vazo, em m/s;

    Y = trabalho ou salto energtico especfico fornecido ao fluido, em J/kg;

    t = rendimento total da mquina de fluxo geradora, adimensional.

    Resolvendo a equao (42) obteremos a potncia no eixo sendo a seguinte:

    A potncia necessria para o acionamento do ventilador, potncia esta que o faz sair

    de sua inrcia e entra em funcionamento at atingir a potncia mxima de operao sem sofrer

    nenhuma perda.

    Aps o clculo da potncia, parte-se para o clculo da velocidade na boca de

    admisso ou suco. Este clculo nos permite mensurar a quantidade de ar ou produto que

    entra no rotor atravs de sua boca de admisso.

    O clculo estimativo da velocidade na boca de admisso ou suco, ca, pode ser feito

    pela equao:

    (43)

    Onde:

    ca= velocidade na boca de admisso ou suco, em m/s;

    Y = salto energtico especfico fornecido ao fluido, em J/kg;

    Kca = coeficiente de velocidade na boca de suco, adimensional.

    Para ventiladores, o coeficiente de velocidade na boca de suco pode ser calculado

    por:

    (44)

    Geralmente a velocidade ca est compreendida na faixa de 5 a 30 m/s, ou valores

    ainda maiores para ventiladores.

  • 59

    Resolvendo as equaes (43) e (44), obtemos os seguintes resultados:

    A velocidade encontrada na boca de suco do ventilador se parte para a

    determinao do dimetro da boca de suco para ventiladores, no leva em considerao a

    obstruo ocasionada pelo eixo e pelo cubo do rotor, e pode-se calcular o dimetro utilizando

    a expresso a seguir:

    (45)

    Onde:

    Q = vazo, em m/s;

    V = rendimento volumtrico, adimensional;

    ca = velocidade na boca de admisso ou suco, em m/s.

    Resolvendo a equao (45), chegamos a seguinte dimenso para o dimetro da boca

    de suco:

    A velocidade de suco e o dimetro da boca de suco conhecidos tem-se

    condies de partir para a etapa mais delicada do dimensionamento do rotor, a qual a

    fixao do ngulo de sada das ps do rotor. Esta etapa requer um pouco de cuidado, pois tem-

    se que chegar neste ponto a ideia de qual o tipo de ventilador que se deseja trabalhar e

    apresentar seus resultados.

    A fixao do ngulo de sada das ps do rotor, 5, ser fixado em funo com as

    seguintes faixas de valores recomendadas:

  • 60

    Para ventiladores de alta presso, alto rendimento e carga limitada 5 = 12

    a 30;

    Para ventiladores de mdia e alta presso do tipo industrial - 5 = 45 a 90;

    Para ventiladores de alta vazo, pequena presso, carga ilimitada, do tipo

    Siroco 5 150 a 170

    A seleo do ngulo de sada necessrio se ter definido qual o tipo de ventilador a

    ser estudado. Neste caso ser fixado o ngulo de sada das ps do rotor para ventiladores de

    alta presso, alto rendimento e carga limitada.

    A faixa do ngulo para esta seleo compreende a faixa de 5 = 12 a 30, e o valor

    adotado para os clculos subsequentes de 5 = 30, para uma melhor visualizao da

    inclinao e para uma melhor elaborao do esboo das ps.

    A seleo do ngulo de sada das ps foi realizado com um dado muito importante

    para calcular o dimetro provisrio na sada do rotor d incio ao clculo do dimetro de sada

    do rotor, onde deve ter uma prvia do tamanho inicial do rotor para poder dar continuidade

    ao dimensionamento do mesmo.

    Para o clculo provisrio do dimetro de sada do rotor para ventiladores de

    construo comum, pode-se utilizar a seguinte frmula emprica:

    (46)

    Onde:

    5 = indicado em graus;

    = adimensional.

    Uma vez estimado o valor de , determina-se a velocidade tangencial de sada do

    rotor, u5, pela expresso:

    (47)

    Onde, Y o trabalho ou salto energtico especfico fornecido ao fluido, em J/kg.

  • 61

    O clculo do dimetro de sada do rotor, D5, pela expresso:

    (48)

    Onde:

    u5 = velocidade tangencial de um ponto na sada do rotor, em m/s;

    D5 = dimetro de sada do rotor, em m;

    n = velocidade de rotao de projeto, em RPS.

    Resolvendo as equaes (46), (47) e (48), chegamos aos seguintes resultados:

    Estas trs grandezas conhecidas pode-se ter uma ideia de qual ser o tamanho do

    rotor do ventilador, lembrando que ainda apenas um dimensionamento provisrio do rotor, o

    qual ainda ser recalculado mais a frente neste roteiro.

    Calculado e conhecido o dimetro de sada provisrio do rotor foi calculado e

    conhecido, com isso tem-se condio de calcular o dimetro de entrada do rotor, dimetro este

    que dar uma ideia provisria do possvel tamanho que ter as ps do rotor, ps estas que ser

    calculada futuramente.

    O clculo do dimetro para ventiladores, ainda que muitos projetistas adotem D4=Da,

    segundo HENN (apud Eckert, B., Schnell, E.) prope a seguinte expresso, para 5 100:

    (49)

    Onde denominado coeficiente de vazo, adimensional, definido pela equao:

    (50)

  • 62

    Conhecida a relao D4/D5, o dimetro de entrada, D4, ser calculado por:

    (51)

    Resolvendo as equaes (49), (50) e (51), obtense os seguintes resultados:

    O dimetro de entrada do rotor tem condies de calcular a largura na entrada do

    rotor, calculo este que utiliza a equao abaixo:

    (52)

    Onde:

    b4 = largura na entrada do rotor, em m;

    V = rendimento volumtrico, adimensional;

    Q = vazo da mquina, em m/s;

    D4 = dimetro de entrada do rotor, em m;

    cm3 = componente meridiana da velocidade absoluta na entrada do rotor, em m/s.

    Segundo HENN (apud Mataix), para ventiladores centrfugos utiliza-se a frmula:

    (53)

    Resolvendo as equaes (52) e (53), obtemos os seguintes valores:

  • 63

    Os dimetros de sada e entrada do rotor e sua largura na entrada tem condio de

    calcular de forma provisria o ngulo de inclinao das ps na entrada do rotor.

    Considerando 4 = 3 = 90, pela equao tem-se:

    (54)

    Para o clculo da velocidade absoluta do fluido entrada do rotor, j dentro dos

    canais formados pelas ps, c4, deve-se estimar o valor do fator de estrangulamento para a

    entrada do rotor, normalmente dentro da faixa fe4 = 0,9 a 0,95, para ventiladores. Logo, para

    entrada radial, a equao permite escrever:

    (55)

    Onde:

    fe4 = fator de estrangulamento para a entrada do rotor, adimensional.

    A velocidade tangencial para a entrada do rotor, u4, calculada pela expresso:

    (56)

    Onde:

    u4 = velocidade tangencial, em m/s;

    D4 = dimetro de entrada do rotor, em m;

    n = rotao, em RPS (Hz).

    Resolvendo as equaes 54, 55 e 56, obtemos:

  • 64

    J conhecido algumas grandezas provisrias como os dimetros de entrada e sada do

    rotor, tem-se condies de previamente calcular o nmero de ps do rotor. Nmero este que

    pode sofrer alterao tanto para mais quanto para menos quando se obtiver o dimetro

    definitivo da sada do rotor.

    Para ventiladores, HENN (apud Tedeschi), aconselha o uso da frmula seguinte:

    (57)

    Onde:

    D4 = dimetro de entrada do rotor, em mm;

    D5 = dimetro de sada do rotor, em mm.

    Resolvendo a equao (57), obtemos:

    Arredondando este valor temos:

    Atravs do clculo anterior o nmero de ps que compe o rotor do ventilador parti

    para o clculo da fixao da velocidade meridiana de sada, lembrando que esta velocidade

    varia de acordo com a pr-seleo do tipo de ventilador que se deseja.

    A fixao da velocidade meridiana de sada para ventiladores de alta presso, adota-

    se comumente:

    (58)

    Seguindo a adoo da relao expressa pela equao 58, temos:

  • 65

    Aplicando a influncia do nmero finito e da espessura das ps sobre o tringulo de

    velocidade na entrada do rotor na sua forma usual, pode observar na Figura 30 esta influncia

    envolvendo os valores j calculados e encontrados que pode ser utilizados nas definies do

    tringulo.

    Figura 30 Tringulo de velocidade de entrada do rotor.

    Fonte: [10]

    Esta ltima grandeza atravs da relao para o tipo de ventilador que se deseja,

    parte-se para o clculo provisrio da largura de sada do rotor. Clculo este que dar uma

    ideia prvia de como ser o rotor depois de projetado.

    Da mesma maneira que a equao para o clculo da largura na entrada do rotor

    obtm-se para a largura na sada do rotor, b5:

    (59)

    Onde:

    fe5 = fator de estrangulamento para a sada do rotor adimensional (considerado = 1);

    cm5 = componente meridiana da velocidade absoluta para um ponte imediatamente

    antes da sada do rotor (ainda no espao entre ps) em m/s;

    D5 = dimetro de sada (dimetro exterior) do rotor, em m;

    b5 = largura de sada do rotor, em m;

    Q = vazo da mquina, em m/s;

    v = rendimento volumtrico (adimensional).

  • 66

    Resolvendo a equao 59, temos:

    Na fixao da espessura das ps, utilizado critrios de resistncia dos materiais,

    rigidez estrutural e processos de fabricao. Para uma primeira orientao, no entanto HENN

    (apud Tedeschi) prope a seguinte frmula emprica:

    Para ventiladores com 5 < 100, construdo em chapa:

    (60)

    Sendo os valores mais baixos correspondentes a b5/D5 = 0,03 e os mais elevados

    correspondentes a b5/D5 = 0,3.

    Resolvendo a equao (60), temos:

    A espessura da p e os catlogos de fornecedores de chapas de ao seleciona a

    utilizao na fabricao das ps chapa de 2,65 mm de espessura. Para os clculos considera-se

    o valor da espessura encontrada na equao (60).

    Uma vez conhecida espessura e o seu nmero, pode-se fazer a comprovao do

    valor do rotor de estrangulamento para a entrada do rotor, inicialmente estimado pela

    equao:

    (61)

    Onde, fe4 o fator de estrangulamento (throttling factor) para a entrada do rotor,

    adimensional.

    Considerando a espessura finita das ps, a seo transversal disponvel para a

    passagem do fluxo reduzido com ralao condio existente fora do espao ocupado pelas

    ps do rotor. Como isso, no implica em variao de energia, a componente da velocidade

    absoluta permanece invarivel, enquanto a componente intimamente vinculada vazo, sofre

    influncia da espessura das ps (blade thickness). Para melhor entendimento do que ocorre a

  • 67

    Figura 31, representa a entrada do rotor de uma mquina de fluxo geradora radial projetada

    sobre um plano perpendicular ao eixo e seu desenvolvimento retilneo.

    Figura 31 Representao da entrada do rotor.

    Fonte: [10]

    A equao da continuidade, para um ponto imediatamente antes da entrada (ponto 3)

    e para um ponto imediatamente depois da entrada (ponto 4), como a vazo que passa por estes

    dois pontos a mesma, pode-se escrever:

    (62)

    (63)

    Onde:

    Qr = vazo que passa pelo rotor, em m/s;

    A = rea de passagem do fluido, em m;

    cm = velocidade meridiana, em m/s;

    D4 = dimetro de entrada do rotor, em m;

    b4 = largura de entrada do rotor, em m;

    t4 = passo na entrada do rotor, medido entre pontos homlogos de duas ps

    consecutivas, em m;

    et4 = espessura das ps na entrada do rotor, medida na direo tangencial, em m;

    N = nmero de ps do rotor, adimensional;

  • 68

    cm3 = componente meridiana da velocidade absoluta da corrente fluida em um ponto

    imediatamente antes da entrada do rotor (ainda sem a influncia da espessura das ps), em

    m/s;

    cm4 = componente meridiana da velocidade absoluta da corrente fluida

    imediatamente aps entrada do rotor (j no espao entre as ps), em m/s.

    A espessura tangencial das ps na entrada do rotor, et4, de acordo com a figura

    anterior, pode ser calculada por:

    (64)

    Onde:

    e4 = espessura da p na entrada, medida segundo uma normal, em m;

    4 = ngulo de inclinao das ps na entrada do rotor, em graus.

    O passo (pitch), t4, na entrada do rotor calculado pela expresso:

    (65)

    O fator de estrangulamento para a entrada do rotor, adimensional calculado pela

    seguinte equao:

    (66)

    Resolvendo as equaes (64), (65) e (66), temos:

    Determinado o valor de fe4, calcula-se os novos valores de c4 e do ngulo de entrada

    4 de acordo com procedimentos descritos anteriormente.

  • 69

    Resolvendo novamente as equaes (54) e (55), obtemos os seguintes valores:

    Definido o ngulo de entrada das ps do rotor chega-se a uma das ltimas etapas do

    dimensionamento do rotor que o clculo do salto energtico especfico ideal, Yp.

    Inicialmente, calcula-se o valor do trabalho especfico fornecido pelo rotor com

    nmero finito de ps, Yp, pela equao:

    (67)

    Calcula-se o salto energtico especfico fornecido pelo rotor suposto com nmero

    infinito de ps, Yp, pela equao:

    (68)

    Onde o fator de deficincia de potncia, , ser determinado pela equao que segue:

    (69)

    Onde:

    D5 = dimetro de sada do rotor (dimetro exterior), em m;

    b5 = largura de sada do rotor, em m;

    S = momento esttico da seo meridiana do canal em relao ao eixo do rotor, em

    m;

    N = nmero de ps do rotor, adimensional;

    5 = ngulo de inclinao das ps na sada do rotor, em graus.

  • 70

    O momento esttico da seo meridiana do canal, S, expresso pela seguinte

    expresso:

    (70)

    Onde:

    b = largura do canal do rotor para um raio de referncia r, em m;

    dr = elemento de comprimento do raio, em m.

    Para rotores radiais, com discos cnicos, obtemos a seguinte equao:

    (71)

    Onde:

    b4 = largura de entrada do rotor, em m;

    b5 = largura de sada do rotor, em m.

    Resolvendo as equaes (67), (68), (71) e (69), temos:

    O salto energtico ideal para o modelo de ventilador a ser calculado, determina a

    correo da velocidade tangencial na sada do rotor aplicando a equao fundamental

    simplificada para mquinas de fluxo geradoras radiais.

    (72)

  • 71

    Analisando o tringulo de velocidades para a sada do rotor, Figura 32 observou a

    seguinte equao:

    (73)

    Figura 32 - Tringulo de sada do rotor radial.

    Fonte: [10]

    Substituindo o valor de cu5 na equao fundamental para mquinas de fluxo

    geradoras radiais obtemos a seguinte equao:

    (74)

    Resolvendo a equao acima, obtm-se:

    (75)

    Como o sinal negativo antes do radical pode ser desconsiderado, pois implicaria em

    u5 negativo a equao fica assim:

    (76)

    Resolvendo a equao (76), obtemos:

    O valor corrigido de u5 pode-se calcular o valor definitivo do dimetro de sada D5,

    pela equao (48). Resolvendo esta equao com o novo valor obtemos:

  • 72

    Uma vez calculado o valor definitivo do dimetro D5, determina-se a largura de sada

    b5 utilizando a equao (59), com o valor real do fator de estrangulamento, fe5 pelas equaes

    (77), (78) e (79).

    (77)

    (78)

    (79)

    Resolvendo as equaes (77), (78) e (79), obtemos:

    Pela equao fundamental das mquinas de fluxo v-se que a energia teoricamente a

    ser fornecida pelo rotor ao fluido, depende exclusivamente das condies de entrada e sada

    do rotor, ou seja, dos ngulos 4 e 5 de inclinao das ps na entrada e sada rotor. No

    entanto, um mau traado das ps, com mudanas bruscas de direo, afeta diretamente o

    rendimento hidrulico e consequentemente o valor da energia que realmente o rotor cede ao

    fluido.

    Todas as etapas de clculo apresentadas neste roteiro pode-se reunir as principais

    informaes necessrias para a elaborao do traado das ps do rotor. Na figura abaixo

    podemos observar o esboo da p do rotor desenhada a partir das informaes obtidas nos

    clculos.

    (80)

  • 73

    Resolvendo a equao (80), temos:

    Aps a aplicao de toda a teoria desenvolvida at esta