TCC Gustavo Salmazo - Revisada - Preto e Branco

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    CENTRO UNIVERSITRIO DE ARARAQUARA - UNIARA

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS DA ADMINISTRAO E TECNOLOGIA

    ENGENHARIA CIVIL

    GUSTAVO SALMAZO

    AVALIAO DE INSTALAO DE ETES COMPACTAS

    PARA EMPREENDIMENTOS ISOLADOS - CASE_

    CONDOMNIO RESIDENCIAL FECHADO NO MUNICPIO

    DE ARARAQUARA

    ARARAQUARA SP

    2016

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    GUSTAVO SALMAZO

    AVALIAO DE INSTALAO DE ETES COMPACTAS

    PARA EMPREENDIMENTOS ISOLADOS - CASE_

    CONDOMNIO RESIDENCIAL FECHADO NO MUNICPIO

    DE ARARAQUARA

    Trabalho de concluso de curso de graduaoapresentado ao Departamento de Cincias daAdministrao e Tecnologia, do Centro Universitriode Araraquara UNIARA, como exigncia paraobteno do ttulo de Bacharel em Engenharia Civil.

    Orientador: Prof. Esp. Eng. Alexandre Coan Pierri.

    ARARAQUARA - SP

    2016

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    DECLARAO

    Eu, Gustavo Salmazo, aluno regularmente matriculado no Curso de Engenharia Civil do

    Centro Universitrio de Araraquara - UNIARA, declaro ser o autor do texto apresentado

    como Trabalho de Concluso de Curso - TCC com o ttulo AVALIAO DE

    INSTALAO DE ETES COMPACTAS PARA EMPREENDIMENTOS ISOLADOS -

    CASE _ CONDOMNIO RESIDENCIAL FECHADO NO MUNICPIO DE

    ARARAQUARA.

    Afirmo, tambm, ter seguido as normas da ABNT referentes s citaes textuais que utilizei e

    das quais eu no sou autor, dessa forma, creditando a autoria a seus verdadeiros autores (Lei

    n.9.610, 19/02/1998).Atravs dessa declarao dou cincia de minha responsabilidade sobre o texto apresentado e

    assumo qualquer responsabilidade por eventuais problemas legais, no tocante aos direitos

    autorais e originalidade do texto.

    Araraquara, 21 de Maio de 2016.

    GUSTAVO SALMAZO

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    FOLHA DE APROVAO

    O presente Trabalho de Concluso de Curso foi examinado e aprovado por banca

    examinadora, sendo sua nota final atribuda pelos seguintes membros:

    Autor: Gustavo Salmazo

    Ttulo: Avaliao de instalao de ETEs Compactas para empreendimentos isolados -

    Case_ Residencial existente em Araraquara

    Banca examinadora:

    ________________________________________

    Prof. Eng. Esp. Alexandre Coan Pierri (orientador)

    UNIARA

    ________________________________________

    Eng. Jos Roberto Meciano Jnior

    DAAE

    ________________________________________

    Mestre Eng. Willian Thomaz Marga

    DAAE

    Nota: _________

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    Aos meus pais, Maria e Jurandir in memorian,

    pelo apoio total e incondicional.

    s minhas filhas, Lvia e Elisa, que foram

    compreensivas e carinhosas nessa jornada.

    Ao meu irmo, Edegar, que esteve sempre

    prximo e disponvel.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus, por ter me dado sade e condies para concluir esse

    trabalho.

    Ao Prof. Esp. Eng. Alexandre Coan Pierri, orientador e incentivador deste trabalho no

    Centro Universitrio de Araraquara - UNIARA, pela ateno, disponibilidade e amizade.

    Profa. Dra. Andreza Bortoloti Franco de Oliveira, pelo incentivo e importantes

    sugestes para a concluso deste trabalho.

    Profa Dra. Fabiana Florian, pelo apoio e colaborao nos aspectos metodolgicos.

    Ao Chefe do Departamento de Cincias da Administrao e Tecnolgica Prof. Osmar

    Barros Junior, pelo apoio institucional.A todos os meus amigos e amigas de sala pelo estmulo, confiana e amizade para a

    vida toda.

    Para todas as pessoas que estiveram ao meu lado neste ciclo que se encerra inclusive a

    aquelas que chegaram recentemente e fizeram toda a diferena.

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    O mundo que vamos deixar para os nossos filhosdepende dos filhos que vamos deixar para o nossomundo.

    Mrio Srgio Cortella

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    RESUMO

    Este trabalho demonstra o funcionamento da estao compacta de tratamento de esgoto e daestao de tratamento de esgoto convencional no Municpio de Araraquara-SP. Apresenta asvantagens e desvantagens de algumas opes existentes de tratamento do esgoto sanitrio e oquanto importante tratar o esgoto para a manuteno das nossas guas que a cada dia estomais escassas. As estaes compactas de tratamento de esgoto por ocuparem menores espaosso opes que crescem a cada ano no Brasil, podem ser instaladas em residncias,condomnios e at mesmo em municpios. Aps o tratamento do esgoto, a gua gerada estimprpria para o consumo, porm pode ser reutilizada no prprio local que est instalada,

    para lavagem de quintais e ptios, rega de jardins e caixas de descarga. Foi realizada pesquisabibliogrfica e de campo na estao compacta instalada no Assentamento Bela Vista e naestao de tratamento de esgoto do municpio, alm de simular a instalao de uma estaocompacta num condomnio fechado, todos em Araraquara-SP. Os resultados obtidos

    viabilizam a instalao da estao compacta no condomnio analisado pois os custos mensaisso inferiores aos pagos hoje para o sistema pblico e so mais eficientes. Portanto, aps oestudo elaborado comprovamos que as estaes compactas so uma alternativa para atenderas legislaes cada fez mais rigorosas quanto ao tratamento do esgoto.

    Palavras chave: Tratamento de Esgoto, Estaes Compactas, Saneamento.

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    ABSTRACT

    This work demonstrates the operation of the compact station of sewage treatment andconventional sewage treatment plant in the city of Araraquara-SP. Presents the advantagesand disadvantages of some existing treatment options of sewage and how important it is totreat sewage for the maintenance of our waters every day are more scarce. Compact stationssewage treatment occupy smaller spaces are options that grow every year in Brazil, they can

    be installed in homes, condominiums and even municipalities. After sewage treatment, thegenerated water is unfit for consumption, but can be reused on site that is installed forwashing yards and patios, watering gardens and flushing cisterns. bibliographical and fieldresearch was conducted in the compact station installed in settlement Bela Vista and sewagetreatment plant in the municipality, in addition to simulate the installation of a compactstation in a gated community, all in Araraquara, Brazil. These results make the installation ofthe compact station in the analyzed condominium because the monthly costs are lower than

    those paid today to the public system and are more efficient. Therefore, after detailed studyproved that compact stations are an alternative to meet the laws which made more strict as thesewage treatment.

    Key - words:Sewage Treatment, Compact stations, Sanitation.

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1. Objetivos dos servios de saneamento bsico ......... .......... ......... .......... ........... ....... 21Tabela 2. Populao nos Censos Demogrficos das Unidades da Federao - 1940/2010...... 23Tabela 3. Populao nos Censos Demogrficos, segundo as Grandes Regies, as Unidades daFederao e a situao do domiclio - 1960/2010 ........... ......... ........... ........... .......... ......... ..... 24Tabela 4. Investimentos para implantao das Obras de Abastecimentos de gua .......... ...... 25Tabela 5. Consumo condomnio ........................................................................................... 63Tabela 6. Tarifas de gua e esgoto 04/2016 ....................................................................... 64Tabela 7. Vazes do condomnio .......................................................................................... 65

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    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1. Percentual de municpios com tratamento de esgoto, em ordem decrescente,segundo as Unidades da Federao - 2008 ............................................................................ 26

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1. Lagoa Aerada e Lagoa de Sedimentao ........... ......... ......... ........... .......... ......... ..... 28Figura 2. Lagoas de Aerao - Agitao Mecnica ............................................................... 28Figura 3. Lagoas de Sedimentao ....................................................................................... 29Figura 4. ETE Bueno de Andrade ......................................................................................... 29Figura 5. Grade Sistema ROTAMAT ................................................................................... 30Figura 6. Reator Anaerbios ................................................................................................. 30Figura 7. Projeto ETE Bela Vista Sistema Coleta de Esgoto .............................................. 31Figura 8. Projeto ETE Bela Vista.......................................................................................... 31Figura 9. Unidade Compacta de Gradeamento Malha Grossa e Fina ................. .......... ....... 32Figura 10.Calha Parshall Medidor de Vazo ...................................................................... 33Figura 11. Calha Parshall Medidor de Vazo - Corte ......................................................... 33

    Figura 12. Calha Parshall Medidor de Vazo - Corte ......................................................... 34Figura 13. Sistema Vertedouro de Distribuio ........... .......... ......... .......... .......... ......... .......... 34Figura 14. Biofiltro Filtro Biolgico .................................................................................. 35Figura 15. Filtro de Gs ........................................................................................................ 35Figura 16. UCC Unidade Compacta de Clorao ............................................................... 36Figura 17. ETE em corte longitudinal ................................................................................... 36Figura 18. ETE em corte longitudinal ................................................................................... 37Figura 19. Incio da ETE Bela Vista ..................................................................................... 37Figura 20. Viso geral ETE Bela Vista ................................................................................. 38Figura 21. Variao diria tpica de vazo de esgotos sanitrios .............. .......... ......... .......... 39

    Figura 22. Conceito de sistema convencional de tratamento de esgotos .............. ........... ....... 40Figura 23. Esquema da lagoa facultativa ............................................................................... 43Figura 24. Esquema da Lagoa Anaerbia + Lagoa Facultativa .......... .......... .......... .......... ...... 43Figura 25. Esquema da Lagoa Aerada Facultativa ................................................................ 44Figura 26. Esquema da Lagoa Aerada de Mistura Completa Lagoa de Decantao ............ 44Figura 27. Esquema da Lagoa Anaerbia Lagoa Facultativa Lagoas de Maturao ......... 45Figura 28. Condute 220m /m ............................................................................................. 46Figura 29. Escria alto-forno 60m/m .................................................................................. 46Figura 30. Downflow Hanging Sponge (DHS) ..................................................................... 46Figura 31. Anis plsticos 80m/m a 87m/m ..................................................................... 47

    Figura 32. Downflow Hanging Sponge (DHS) ..................................................................... 47Figura 33. Tanque de aerao por ar difuso em operao ........ ........... ........... .......... ......... ..... 48Figura 34. Decantador Secundrio ........................................................................................ 49Figura 35. Alguns tipos de reatores ou sistema usados para tratamento de esgotos .......... ...... 49Figura 36. Alguns tipos de reatores ou sistema usados para tratamento de esgotos .......... ...... 51Figura 37. Desenho Esquemtico de um reator UASB .......... ......... .......... .......... ......... .......... 51Figura 38. ETE compacta Arruda ......................................................................................... 52Figura 39. Reatores UASB seguidos por lagoas de polimento .......... ......... .......... ........... ....... 52Figura 40. ETE Compacta FLUIR ........................................................................................ 53

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    Figura 41. ETE Modular....................................................................................................... 54Figura 42. ETE Modular....................................................................................................... 54Figura 43. ETE Mizumo Plus ............................................................................................... 55Figura 44. ETE ALPHENZ .................................................................................................. 56Figura 45. ETE PAQUES ..................................................................................................... 56Figura 46. ETE PAQUES ..................................................................................................... 57Figura 47. Condomnio utilizado para estudo........................................................................ 61Figura 48. Catlogo PAQUES BIOPAQ-UBOX ................................................................ 66

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    LISTA DE ABREVIAES E SIMBOLOS

    C GRAUS CELSIUS

    ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS

    ANA - AGNCIA NACIONAL DE GUAS

    ANTI-UV ANTI - ULTRAVIOLETA

    BNDES BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO E SOCIAL

    CONAMA - CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

    CDE - CENTRO DE DISTRIBUIO DE EFLUENTES

    CPF - CALHA PARSHALL FLIPPER

    CO2 - GS CARBNICO

    COPASA - COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS

    DBO - DEMANDA BIOQUMICA DE OXIGNIO

    DQO - DEMANDA QUMICA DE OXIGNIO

    DAAE DEPARTAMENTO AUTNOMO DE GUA E ESGOTO DE ARARAQUARA

    ETA ESTAO DE TRATAMENTO DE GUA

    ETE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO

    ECTE ESTAO COMPACTA DE TRATAMENTO DE ESGOTO

    FB - BIOFILTRO

    FG - FILTRO DE GS

    FUNASA FUNDAO NACIONAL DA SADE

    H2O - GUAH - HORA

    H2S - SULFETO DE HIDROGNIO

    IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA

    l - LITROS

    m3 METROS CBLICOS

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    m - METROS

    MMA MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE

    NBR NM NORMAS BRASILEIRAS

    NH3- AMNIA ANIDRA

    NMP NMERO MAIS PROVVEL

    OMS ORGANIZAO MUNDIAL DA SADE

    PMSB - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO

    PVC CLORETO DE POLIVILINA

    PEAD POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE

    PRFV - POLIESTER REFORADO COM FIBRA DE VIDRO

    PP - POLIPROPILENO

    PH POTENCIAL DE HIDROGENINICO

    SABESP - COMPANHIA DE SANEAMENTO BSICO DO ESTADO DE SO PAULO

    S SEGUNDOS

    UFMG UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

    UASB - UPFLOW ANAERBIC SLUDGE BLANKEOU REATORES ANAERBIOS DEMANTA DE LODO

    UCC - UNIDADE COMPACTA DE CLORAO

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    SUMRIO

    1. INTRODUO ............................................................................................................... 16

    1.1 APRESENTAO DO TEMA ............................................................................. 16

    1.2 OBJETIVO ........................................................................................................... 17

    1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 17

    1.4 PROBLEMA E HIPTESE DA PESQUISA ........................................................ 18

    1.5 METODOLOGIA ................................................................................................. 18

    2. REVISO BIBLIOGRFICA ........ .......... .......... .......... ......... ........... ......... .......... .......... . 19

    2.1. SANEAMENTO BSICO ................................................................................... 19

    2.1.1. ESGOTO SANITRIO ..................................................................................... 202.1.2 TRATAMENTO DE ESGOTO SANITRIO NO BRASIL ............ ......... .......... 22

    2.1.3 TRATAMENTO DO ESGOTO SANITRIO EM ARARAQUARA ............ ..... 26

    2.1.3.1 ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO ETE ARARAQUARA ....... 27

    2.1.3.2 ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO ETE BUENO DEANDRADA ................................................................................................................ 29

    2.1.3.3 ESTAO COMPACTA DE TRATAMENTO DE ESGOTO ETE BELAVISTA ........................................................................................................................ 31

    2.2 TRATAMENTO DO ESGOTO SANITRIO ....................................................... 38

    2.2.1 ESTAES DE TRATAMENTO DE ESGOTO CONVENCIONAIS ......... ...... 42

    2.2.2 ESTAES COMPACTAS DE TRATAMENTO DE ESGOTO ................ ....... 50

    2.2.2.1. ESTAES COMPACTAS DE TRATAMENTO DE ESGOTO COMERCIAIS ............................................................................................................ 53

    2.3 CRITRIOS PARA REUSO DA GUA .............................................................. 58

    2.4 LANAMENTOS DE EFLUENTES LQUIDOS ......... .......... ......... .......... .......... . 58

    3 SIMULAODA INSTALAODA ETE COMPACTA ......... .......... .......... ......... .......... 61

    3.1 LOCALIZAO DO EMPREENDIMENTO ....................................................... 61

    3.2 CARACTERSTICAS DO CONDOMNIO .......................................................... 62

    3.4 CUSTO MENSAL COM TRATAMENTO DE ESGOTO ......... ........... .......... ....... 64

    3.5 CUSTOS PARA INSTALAO DA ETE COMPACTA ..................................... 65

    4 CONCLUSO .................................................................................................................. 68

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................................. 69

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    1. INTRODUO

    1.1 Apresentao do Tema

    A gua fundamental vida e se encontra presente em propores elevadas na

    constituio de todos os seres vivos, inclusive no homem, onde atinge aproximadamente 75%

    do seu peso (FUNASA, 2007).

    Por muito tempo a gua foi considerada como recurso inesgotvel, por isso talvez mal

    gerida. E isso est evidente para todos, diariamente nos deparamos com pesquisas que

    apontam o rebaixamento dos lenis freticos e aquferos, pntanos secando e rios perdendo a

    sua vazo. A diminuio das chuvas e ou a mudana em seu perodo sentida em todas as

    regies do Brasil e pode ser uma das causas disso, mas no exclusiva. Como se no bastasse,

    a deteriorao dos mananciais e a falta de tratamento das guas residuais potencializam o

    problema. Por outro lado, cresce em todo o mundo a preocupao em racionalizar o uso da

    gua, o controle das perdas e a reutilizao das guas provenientes das estaes de tratamento

    de esgoto (FLORENCIO, et al, 2006).

    A poluio das guas ocorre com o despejo direto dos esgotos nos cursos dgua, alm

    de causar problemas de sade, se ingeridas sem o tratamento adequado, estes sero fontes

    seguras de transmisso de doenas e fonte abundante para vetores se proliferarem (FUNASA,

    2007).

    Com a necessidade de tratar o esgoto gerado existem algumas solues j consolidadas

    e utilizadas, dentre elas o sistema de lagoas de estabilizao, que de acordo com (VON

    SPERLING, 1996) muito utilizada por possuir eficincia comprovada, mas necessitam de

    grandes reas para instalao e demanda muito tempo para o processo completo do tratamento

    do esgoto. Alm disso, pode gerar odores que causam desconforto para os moradores da

    regio e desgaste para o departamento de guas responsvel pelo tratamento.

    Uma soluo que vem sendo utilizada com frequncia so as estaes compactas detratamento de esgotos, indicadas para atender unidades residenciais individuais, bairros,

    condomnios e at mesmo cidades. O sistema pode apresentar consumo de energia eltrica

    superior aos convencionais, porm muito eficiente no tratamento do esgoto e ocupa uma

    rea muito inferior aos mtodos convencionais (ETA, 2015).

    O presente trabalho tem a finalidade de apresentar algumas opes de estaes

    compactas de tratamento de esgoto e estaes de tratamento de esgoto convencionais,

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    demonstrando os seus funcionamentos e caractersticas. As estaes compactas podem ser

    instaladas com mais versatilidade e rapidez surgindo como alternativa para os municpios

    onde no h tratamento de esgoto ou quando existente, no conseguem atender uma nova

    regio geradora de esgoto ou j est com a sua capacidade de tratamento saturada.

    Com o aumento da preocupao em no poluir os cursos dgua preservando a vida

    aqutica e garantindo a utilizao dessas guas pelas geraes futuras.

    No somente para o tratamento de esgotos dos municpios, as estaes compactas

    podem ser utilizadas em residncias e condomnios, gerando economia para todos e ajudando

    a preservar o meio ambiente.

    A estao de tratamento compacta de esgoto resumidamente um processo compacto

    de tratamento do esgoto pelo sistema anaerbio, ou seja, os seus componentes esto presentes,

    mas em menor escala.

    1.2 Objetivo

    O objetivo geral deste trabalho verificar o funcionamento e a eficincia das estaes

    de tratamento de esgoto convencionais e das estaes compactas de tratamento de esgoto.

    Verificar tambm o funcionamento da estao compacta de esgoto localizada no

    Assentamento Bela Vista e por fim avaliar a instalao de uma ETE compacta numcondomnio residencial fechado, atendimento pelo sistema de coleta municipal de esgoto,

    visando comprovar a sua viabilidade tcnica, para o tratamento do seu esgoto com o reuso da

    gua no prprio local, ambos no Municpio de Araraquara-SP.

    1.3 Justificativa

    A gua essencial para a nossa sobrevivncia, portanto o uso racional e o seutratamento aps a utilizao so indispensveis para preservar os rios que so utilizados para

    abastecer os municpios que fazem a captao de gua superficial. Somado a isso, o aumento

    da demanda de gua e a diminuio e ou a mudana do ciclo da chuva, a manifestao de

    doenas que a falta de saneamento bsico traz populao, o alto custo para aquisio de

    grandes reas para a instalao de sistemas de tratamento convencionais justifica a

    importncia de se estudar as estaes de tratamento compactas de esgoto.

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    Outro fator de relevncia que a porcentagem de gua disponvel para abastecimento,

    gua doce, de apenas 0,8%, o restante est distribudo da seguinte forma: - gua do mar:

    97,0%; Geleiras: 2,2%. (VON SPERLING, 2005)

    1.4 Problema e Hiptese da Pesquisa

    O Brasil um pas dotado de caractersticas peculiares, como por exemplo: possui rea

    territorial imensa, muita gua doce disponvel em algumas regies e em outras quase

    nenhuma e muitas pessoas concentradas em algumas regies.

    Com essa configurao, o tratamento de esgoto se torna difcil, ocasionando

    problemas de saneamento em vrias regies do pas.

    Nesse contexto, as estaes compactas de tratamento de esgoto so uma alternativa

    vivel para diminuir a poluio das nossas guas que esto a cada dia em menor oferta. As

    estaes compactas so miniaturas de uma estao convencional, preservando as suas

    caractersticas.

    O saneamento bsico algo imprescindvel para o desenvolvimento de uma nao,

    partindo do pressuposto que traz dignidade, qualidade de vida, evita a proliferao de doenas

    dentre outros benefcios, portanto, so necessrias solues inovadoras e de fcil

    implementao as estaes compactas de tratamento do esgoto como alternativa para auxiliar

    neste trabalho.

    1.5 Metodologia

    Foram elaboradas pesquisas bibliogrficas em livros, teses, artigos, dissertaes,

    normas tcnicas e sites, que proporcionaram a elaborao do contedo terico com relao

    aos sistemas de tratamento de esgoto existentes e sobre o sistema compacto.

    Foi realizado estudo de caso na estao de tratamento compacta de esgoto situada no

    Assentamento Bela Vista, localizado no municpio de Araraquara-SP.

    Foram realizadas visitas tcnicas na estao de tratamento de esgoto no municpio de

    Araraquara para verificar o seu funcionamento.

    Foi realizado estudo para implantao de uma estao compacta de tratamento de

    esgoto num condomnio residencial construdo no municpio de Araraquara-SP.

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    2. REVISO BIBLIOGRAFICA

    2.1. Saneamento Bsico

    A OMS Organizao Mundial da Sade - (OMS, 2010) defende que a promoo e

    proteo da sade so essenciais para o bem-estar do homem e para o desenvolvimento

    econmico e social sustentvel. Isto foi reconhecido h mais de 30 anos pelos signatrios da

    Declarao de Alma-Ata (foi formulada por ocasio da Conferncia Internacional sobre

    Cuidados Primrios de Sade em 1978 na Repblica do Cazaquisto), que assinalaram que a

    Sade para todos contribuiria tanto para melhor qualidade de vida como tambm para a paz e

    segurana globais.

    Saneamento bsico so medidas adotadas para prevenir doenas e promover a sade.

    Um bom saneamento bsico propicia uma melhor qualidade de vida populao, aumentando

    a produtividade das pessoas e a atividade econmica em geral. A Constituio Federal

    Brasileira no seu Art. 21, Inciso XX, coloca o saneamento bsico como um direito assegurado

    e definido pela Lei n. 11.445/2007 como o conjunto dos servios, infraestrutura e instalaes

    operacionais de abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, limpeza urbana, drenagem

    urbana, manejos de resduos slidos e de guas pluviais. (TRATA BRASIL, 2015 e

    PLANALTO, 1998)Um dos princpios da Lei n. 11.445/2007 a universalizao dos servios de

    saneamento bsico, para que todos tenham acesso ao abastecimento de gua de qualidade e

    em quantidade suficientes s suas necessidades, coleta e tratamento adequado do esgoto e do

    lixo, e ao manejo correto das guas das chuvas. (TRATA BRASIL, 2015)

    Segundo FUNASA FUNDAO NACIONAL DA SADE (FUNASA, 2007),

    alguns exemplos dos efeitos das aes de saneamento na sade:

    gua de boa qualidade para o consumo humano e seu fornecimento

    contnuo asseguram a reduo e controle de:diarreias, clera, dengue, febre

    amarela, tracoma, hepatites, conjuntivites, poliomielite, escabioses,

    leptospirose, febre tifoide, esquistossomose e malria.

    Coleta regular, acondicionamento e destino final adequado dos resduos

    slidos diminuem a incidncia de casos de: peste, febre amarela, dengue,

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    toxoplasmose, leishmaniose, cisticercose, salmonelose, tenase, leptospirose,

    clera e febre tifoide.

    Esgotamento sanitrio adequado fator que contribui para a eliminao

    de vetores da:malria, diarreias, verminoses, esquistossomose, cisticercose e

    tenase.

    Melhorias sanitrias domiciliares esto diretamente relacionadas com a

    reduo de: doena de Chagas, esquistossomose, diarreias, verminoses,

    escabioses, tracoma e conjuntivites.

    A OMS afirma que, so economizados 4,3 dlares em custos de sade no mundo para

    cada dlar investido em gua e saneamento, enquanto 2,5 bilhes de pessoas ainda sofrem

    com a falta de acesso a servios de saneamento bsico e 1 bilho pratica a defecao ao arlivre. (OMS, 2010)

    2.1.1. Esgoto Sanitrio

    A palavra esgoto utilizada, geralmente, para caracterizar os despejos provenientes

    dos diversos usos e da origem das guas, por exemplo, de uso domstico, comercial,

    industrial, as de utilidade pblica, de reas agrcolas e outros efluentes. Alguns autorespreferem chamar o esgoto como guas residurias. (MMA, 2009)

    Segundo a (NBR 9648, 1986), o esgoto sanitrio definido como o despejo lquido de

    esgotos domsticos, gua de infiltrao e a contribuio pluvial parasitria. A mesma (NBR

    9648, 1986) define:

    Esgoto domstico como o lquido resultante da higiene pessoal e fisiolgica;

    Esgoto industrial como lquido resultante do processo industrial, de acordo com os

    padres estabelecidos para lanamento; gua de infiltrao como toda gua, vinda do subsolo, desprezada pelo sistema e

    que penetra nas tubulaes;

    Contribuio pluvial parasitria como parcela de deflvio superficial absorvida

    obrigatoriamente pela rede coletora de esgoto.

  • 7/26/2019 TCC Gustavo Salmazo - Revisada - Preto e Branco

    22/72

    21

    Fernandes (1997) ressalta que a implantao dos servios de saneamento bsico, tem

    de ser tratada com muita importncia e prioridade, visando atingir os seguintes objetivos,

    conforme a tabela 1:

    Tabela 1. Objetivos dos servios de saneamento bsico

    Fonte: FERNANDES, 1997

    A matria orgnica o principal problema de poluio das guas, pois para depurar

    essa matria orgnica as bactrias consumiro o oxignio presente na gua comprometendo a

    vida aqutica (VON SPERLING, 2005).

    Funasa (2007) destaca a importncia de se destinar adequadamente os esgotos

    sanitrios, pois nas guas contaminadas e, nos alimentos preparados com elas, encontramos

    bactrias patognicas, que so as principais fontes de morbidade e mortalidade, alm dos vruse os parasitos, estes so responsveis por numerosos casos de enterites, diarreias infantis,

    clera, febre tifoide, que podem resultar em casos letais. Ressalta tambm que com o

    tratamento adequado temos a diminuio das despesas com tratamento de doenas evitveis, a

    no poluio de mananciais reduzindo o custo com o tratamento desta gua captada para

    consumo, protege a fauna aqutica, evita a poluio de praias e sistema de recreao e lazer.

    SANITRIOS SOCIAIS ECONMICOS

    coleta e remoo rpida e

    segura das guas residurias;

    controle da esttica do

    ambiente, evitando lamaais e

    surgimento de odores

    desagradveis;

    melhoria da produtividade

    tendo em vista uma vida mais

    saudvel para os cidados e

    menor nmero de horas

    perdidas com recuperao de

    enfermidades;

    eliminao da poluio e

    contaminao de reas ajusante do lanamento final;

    melhoria das condies de

    conforto e bem estar dapopulao;

    preservao dos recursos

    naturais, valorizando aspropriedades e promovendo o

    desenvolvimento industrial e

    comercial;

    disposio sanitria dos

    efluentes, devolvendo-os ao

    ambiente em condies de

    reuso;

    reduo ou eliminao de

    doenas de transmisso

    atravs da gua, aumentando a

    vida mdia dos habitantes.

    utilizao das reas de lazer

    tais como parques, rios, lagos,

    etc, facilitando, por exemplo,

    as prticas esportivas.

    reduo de gastos pblicos

    com campanhas de imunizao

    e/ou erradicao de molstias

    endmicas ou epidmicas.

  • 7/26/2019 TCC Gustavo Salmazo - Revisada - Preto e Branco

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    22

    Campos (1999) coloca que de maneira geral, os esgotos sanitrios possuem mais de

    98% de sua composio constituda por gua, porm h contaminantes, entre os quais se

    destacam: slidos suspensos, compostos orgnicos (protenas: 40% a 60%; carboidratos: 25%

    a 50%; e leos e graxas: 10%), nutrientes (nitrognio e fsforo), metais, slidos dissolvidos

    inorgnicos, slidos inertes, slidos grosseiros, compostos no biodegradveis, organismos

    patognicos e, ocasionalmente, contaminantes txicos decorrentes de atividades industriais ou

    acidentais. VON SPERLING (2005) cita que os principais parmetros relativos a esgotos

    predominantemente domsticos que merecem destaque so: slidos, indicadores de matria

    orgnica, nitrognio, fsforo e indicadores de contaminao fecal.

    Para FERNANDES (1997) os esgotos sanitrios tm em sua composio cerca de

    0,1% de material slido, compondo-se o restante essencialmente de gua. Essa parcela,

    numericamente to pequena, , no entanto, causadora dos mais desagradveistranstornos, pois a mesma possui em seu meio microrganismos, na maioria unicelulares,

    consumidores de matria orgnica e de oxignio e, muito provavelmente, a ocorrncia de

    patognicos vida animal em geral.

    Os esgotos sanitrios so difceis de serem caracterizados, portanto adota-se como

    recurso a determinao da densidade de microrganismos coliformes para cada 100ml de

    amostra. Organismos coliformes tem seu hbitat natural o trato intestinal de animais com

    sangue quente. A existncia desses microrganismos infere que provavelmente existam

    organismos patognicos nesse meio (CAMPOS,1999).Campos (1999) enfatiza que, mesmo sendo de difcil caracterizao, os esgotos

    sanitrios devem ser analisados e determinados pelo menos os seguintes parmetros: pH,

    temperatura, DBO (Demanda Bioqumica de Oxignio), DQO (Demanda Qumica de

    Oxignio), nitrognio (nas formas de nitrognio orgnico, amoniacal, nitritos e nitratos),

    fsforo, alcalinidade, materiais solveis em hexano, slidos sedimentveis, resduos (em suas

    diferentes formas: suspensos, dissolvidos, fixos e volteis) coliformes totais e coliformes

    fecais.

    2.1.2 Tratamento de Esgoto Sanitrio no Brasil

    Na dcada de 40 o Brasil sofreu um crescimento expressivo na urbanizao das

    cidades alterando as suas caractersticas, houve uma transferncia desordenada da populao

    das reas rurais para as urbanas alterando o perfil do pas, nessa poca a falta de gua potvel

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    23

    era resolvida com pequenos sistemas de distribuio e o esgotamento sanitrio no era visto

    como prioridade diferentemente da luz, gua, pavimentao (LOBO, 2003).

    Conforme a tabela 2 houve um grande crescimento da populao no Brasil.

    Tabela 2. Populao nos Censos Demogrficos das Unidades da Federao - 1940/2010

    Fonte: IBGE, 2010

    Miranda (2006) cita que a urbanizao do Brasil a partir da dcada de 1950, sofreu

    grande acelerao, tendo como responsvel, principalmente, a intensificao do processo de

    industrializao brasileiro ocorrido a partir de 1956, sobretudo, com a poltica

    desenvolvimentista do governo Juscelino Kubitschek. As indstrias, em especial a txtil e a

    alimentcia, expandiam-se, principalmente nos Estados de So Paulo e Rio de Janeiro, para

    manter o crescimento industrial era necessrio uma grande quantidade de mo de obra para

    trabalhar nas unidades fabris, na construo civil, no comrcio ou nos servios, o que atraiu

    milhares de migrantes do campo para as cidades.

    O IBGE (2010) mostra que a populao urbana correspondia em 1940, 12,8 milhes

    de habitantes e, em 2000 atingiu 137,9 milhes, aumentando o grau de urbanizao de 31,4%

    em 1940 para 81,2% em 2000, apresenta-se como causas desse aumento da urbanizao a

    incorporao de reas classificadas anteriormente como rurais para urbanas, o crescimento

    vegetativo nas reas urbanas e a migrao no sentido rural-urbano.

    Miranda (2006), destaca que o Brasil sempre foi uma terra de contrastes e no aspecto

    da urbanizao tambm no ocorre uma exceo: a urbanizao do pas no se distribui

    igualitariamente por todo o territrio nacional, muito pelo contrrio, ela se concentra na

    regio Sudeste, formada pelos Estados de So Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Esprito

    Santo. Isso pode ser comprovado na tabela 3:

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    24

    Tabela 3. Populao nos Censos Demogrficos, segundo as Grandes Regies, as Unidades da Federao e a situao dodomiclio - 1960/2010

    *

    Fonte: IBGE,2010

    Segundo MIRANDA (2006), a urbanizao desordenada, no permite aos municpios

    recebedores desses migrantes se prepararem para receb-los, causando uma srie de

    problemas, dentre eles destacam-se o desemprego, a criminalidade, a favelizao e a poluio

    do ar e da gua.

    De acordo com os autores SOARES et al (2014) a falta de saneamento bsico deixa as

    pessoas expostas a desastres ambientais, a problemas de sade e a morte, nesse contexto o

    papel do estado fundamental para implementar polticas de urbanizao e de sade pblica.

    A AGNCIA NACIONAL DE GUAS (ANA, 2010), destaca que dos 5.565

    municpios brasileiros, 55% podero ter dficit no abastecimento de gua. Desses, 84%

    necessitam de investimentos para adequao de seus sistemas produtores e 16% precisam de

    novos mananciais, isso at 2015, ou seja, estamos sofrendo com a crise hdrica no somente

    pela falta de chuvas, mas tambm pela falta de investimentos no setor. A tabela 4 mostra a

    necessidade de investimentos para implantao das obras de abastecimento de gua.

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    Tabela 4. Investimentos para impla

    Fonte: ANA, 2010

    De acordo com INS

    (IBGE, 2010), no Brasil ape

    Sudeste a que mais trata opode ser justificada porque

    natural elevado. O grfico 1

    tao das Obras de Abastecimentos de gua

    ITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E

    as 28,5% dos seus municpios trataram o seu

    eu esgoto enquanto a norte a que menos traregio norte possui muitos rios onde o pod

    apresenta o percentual de municpios com trata

    25

    ESTATISTICA

    sgoto. A regio

    a. Essa situaor de depurao

    ento de esgoto.

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    Grfico 1. Percentual de municpio

    2.1.3 Tratamento do Esgoto S

    Conforme o PLANO

    Araraquara est localizado n

    Estado a uma distncia de 43

    Capital. Localiza-se a 2147'4

    de 664 metros. A sua popula

    do interior paulista em n

    municpio de Araraquara de

    Brasiliense. (IBGE, 2015)O clima de Araraqua

    mdias variam de 18,2C a 24

    A hidrografia do mu

    Chibarro, Rio Cabaceiras, Rio

    Atualmente Araraquar

    populao urbana, sendo pou

    s com tratamento de esgoto, em ordem decrescente, seguFederao - 2008

    Fonte: IBGE,2010

    nitrio em Araraquara

    MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO

    interior do estado de So Paulo. Situada na r

    km do seu centro geogrfico (Obelisco), e a 27

    0" de latitude sul e 4810'32" de longitude oest

    o em 2012 era de 212.617 habitantes, sendo as

    ero de habitantes residentes. A populao

    226.508 habitantes. O municpio est conurba

    a tropical de altitude com invernos secos,

    ,1C, tendo como mxima 43C e mnima 3C. (

    icpio de Araraquara constituda pelo Rio

    Araraquara e Ribeiro das Cruzes. (PMSB, 201

    a consegue coletar praticamente 100% do es

    as as reas no servidas em geral constitudas

    26

    do as Unidades da

    (PMSB, 2014)

    gio Central do

    quilmetros da

    , a uma altitude

    sim a 17 cidade

    stimada para o

    o com Amrico

    as temperaturas

    PMSB, 2014)

    Anhumas, Rio

    4)

    oto gerado pela

    por loteamentos

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    27

    incipientes (Jardim Tropical e Recanto dos Nobres) e Assentamento Monte Alegre, os quais

    contam com sistemas individuais de fossas spticas (PMSB 2014).

    Segundo (PMSB, 2014) o banco de dados do DEPARTAMENTO AUTNOMO DE

    GUA E ESGOTO DE ARARAQUARA (DAAE), em Janeiro de 2012, o sistema dispunha

    de 85.066 ligaes de esgotos, sendo 76.658 residenciais, 7.452 comerciais e 956 pblicas,

    alm de 196 industriais. Aps coletados os esgotos so encaminhados para trs estaes de

    tratamento existentes: a ETE Araraquara, a ETE Bueno e a ETE Bela Vista (sendo esta uma

    estao de tratamento compacta de tratamento de esgoto), respondendo por 100% do

    tratamento dos esgotos recolhidos.

    O Assentamento Bela Vista do Chibarro est localizado no municpio de Araraquara e

    foi, durante o final do sculo XIX, uma fazenda de caf. At hoje muitas construes feitas

    naquela poca permanecem no local, com toda a infraestrutura das colnias de trabalhadores eo casaro onde viviam o senhor e a senhora. As caractersticas das construes esto evidentes

    e remetem ao perodo de sua construo. A senzala est localizada embaixo do casaro.

    (VERA CRUZ, 2015)

    O assentamento possui 53 lotes da agrovila que so atendidos pelas redes de coleta de

    esgotos, os quais so interligados a estao compacta de tratamento de esgoto Bela

    Vista.(PMSB, 2014)

    2.1.3.1 Estao de Tratamento de Esgoto ETE Araraquara

    Conforme (PMSB, 2014), a ETE Araraquara est localizada na Rodovia SP 255 s

    margens do Ribeiro das Cruzes, possui dois mdulos com capacidade total de tratamento de

    800 l/s, possui dois mdulos compostos por Lagoa Aerada e Lagoa de Sedimentao. Figura

    1.

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    28

    Figura 1. Lagoa Aerada e Lagoa de Sedimentao

    Fonte: PMSB, 2014

    O efluente chega por tubulaes subterrneas at a estao, passa pelo gradeamento

    para reteno dos detritos maiores. Aps esse processo o efluente atravessa uma calha

    Parshall que registra a quantidade de material a ser tratada. Por fim, passa pelos desarenadores

    cuja funo separar a areia do lquido que seguir para o tratamento nas lagoas.

    Chegando s lagoas de aerao o esgoto submetido agitao mecnica realizada

    pelosAeradores. Esses equipamentos movimentam a gua promovendo a oxigenao da

    mistura, eliminando gases indesejveis e acelerando o processo de decomposio, figura 2.

    Figura 2. Lagoas de Aerao - Agitao Mecnica

    Fonte: PMSB, 2014

    Aps, o esgoto enviado para as lagoas de sedimentao, figura 3, onde o lquido fica

    em descanso para que os materiais slidos se depositem no fundo do lago, posteriormente

    esses materiais vo se transformando em lodo. O lodo periodicamente dragado e

    encaminhado ao sistema de tratamento e secagem trmica, os resduos secos (torres) so

    transportados para o aterro sanitrio.

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    Figura 3. Lagoas de Sedimentao

    Fonte: PMSB, 2014

    2.1.3.2 Estao de Tratamento de Esgoto ETE Bueno de Andrada

    Conforme o PMSB (2014), a Estao de Tratamento de Esgotos de Bueno de Andrade,

    localizada no distrito de Bueno de Andrada, possui capacidade instalada para tratar 120m3de

    esgotos domsticos ao dia, operando por sistema aerbio de lodos ativados, figura 4.

    Figura 4. ETE Bueno de Andrade

    Fonte: PMSB, 2014

    Inicialmente o esgoto chega estao atravs de ligao subterrnea despejado numa

    grade para retirada dos materiais slidos maiores e recalcado para o Rotamat, figura 5, onde

    so retirados os demais materiais slidos.

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    Figura 5. Grade Sistema ROTAMAT

    Fonte: Site Rotamat

    Seguindo o processo, o esgoto depositado num tanque sendo aerado e

    homogeneizado ininterruptamente. Aps essa etapa o esgoto recalcado para os reatores

    anaerbios, nesse local o esgoto entra em contato com o lodo, material bacteriano ativo que

    degradar a maior parte da matria orgnica contida no esgoto, figura 6.

    Figura 6. Reator Anaerbios

    Fonte: PMSB, 2014

    Passado pelo reator o esgoto ainda no est pronto para ser despejado no corpo

    hdrico, sendo necessrio passar por um tanque filtro e clorado para desinfeco final. O

    tempo de durao do tratamento completo de 48 horas.

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    2.1.3.3 Estao Compacta de

    Como apresentado no

    assentamento Bela Vista est

    conforme figura 7 e figura 8.

    O projeto e as inform

    elaboradas pela empresa Flipp

    Figura

    ratamento de Esgoto ETE Bela Vista

    item 2.1.3 Tratamento do Esgoto Sanitrio e

    instalado uma estao compacta de tratam

    aes abaixo foram retirados do memorial des

    er Tecnologia Ambiental.

    . Projeto ETE Bela Vista Sistema Coleta de Esgoto

    Fonte: Flipper Tecnologia

    Figura 8. Projeto ETE Bela Vista

    Fonte: Flipper Tecnologia

    31

    Araraquara, no

    ento de esgoto,

    crito e pranchas

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    32

    Todo o esgoto gerado pelos assentados da agrovila coletado e direcionado para a

    estao de tratamento que aps o processo despeja o efluente no Crrego Andes.

    Abaixo temos os processos que o esgoto submetido at a sada do sistema.

    Unidade Compacta de Gradeamento Malha Grossa e Fina Neste primeiro

    momento o efluente chega at a estao e passa pelas grades para reteno de

    detritos slidos grosseiros inseridos na rede esgoto.

    Figura 9. Unidade Compacta de Gradeamento Malha Grossa e Fina

    Fonte: Flipper Tecnologia

    CALHA PARSHALL FLIPPER (CPF) este equipamento tem a finalidade de

    aferir a vazo do empreendimento, isso se faz necessrio para verificar se a vazo

    est de acordo com o projeto, pois um aumento pode levar todo o sistema ao

    colapso. Abaixo so apresentas as figuras 10 e 11 mostram o esquema da calha

    Parshall.

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    Figu

    Reator UASB (U

    Manta de Lodo) -

    da biomassadurant

    controlar o pH e

    feita de duas form

    se Lodo Ativo de

    introduo dos es

    possvel verificar s

    igura 10. Calha Parshall Medidor de Vazo

    Fonte: Flipper Tecnologia

    ra 11. Calha Parshall Medidor de Vazo - Corte

    Fonte: Flipper Tecnologia

    flow Anaerbic Sludge Blanke ou Reatores

    caracterstica dos reatores anaerbios est vo

    e o processo de partida. A principal preocupa

    Alcalinidade dos mesmos. A partida dos rea

    s distintas: atravs da inoculao do meio, ou

    outro reator anaerbio no interior no UAS

    gotos sanitrios domstivos do prprio em

    e o funcionamento do reator est adequado pel

    33

    Anaerbios de

    tada a formao

    o se prende a

    tores poder ser

    seja, colocando-

    ou atravs da

    reendimento.

    viscosidade e a

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    34

    cor preta do lodo. O lodo recalcitrante deve representar 1/6 do volume total do reator. O

    lodo ativo deve representar de 2 a 3/6 de seu volume. Caso o nvel do lodo ativo ultrapasse

    o volume de 3/6 dever haver um descarte a fim de reduzir esse volume. Na figura 12

    temos o esquema do reator.

    Figura 12. Calha Parshall Medidor de Vazo - Corte

    Fonte: Flipper Tecnologia

    CDE (Centro de Distribuio de Efluentes) esse equipamento distribui para os

    biofiltros o efluente que passou pelo reator UASB, figura 13.

    Figura 13. Sistema Vertedouro de Distribuio

    Fonte: Flipper Tecnologia

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    FB (Biofiltro) nesse projeto foram utilizados 3 biofiltros. Nessa etapa do

    processo o efluente aps passar pelo reator UASB polido para posterior despejo

    no crrego. O efluente passa por meio filtrante que permanece inerte e retm a

    matria orgnica que no foi decomposta no reator UASB, figura 14.

    Figura 14. Biofiltro Filtro Biolgico

    Fonte: Flipper Tecnologia

    FG (Filtro de Gs) Nessa etapa do processo o efluente aps passar pelo Biofiltro

    chega at o Filtro de Gs. Basicamente esse equipamento realiza a lavagem de

    gases, principalmente o Gs Sulfdrico que o vilo dos processos anaerbios detratamento de esgotos. Os demais gases (Metano, Carbnico, etc) so produzidos

    em pequena escala e, mesmo no sendo solubilizados, so arrastados e afastados

    da ETE junto com os efluentes tratados, figura 15.

    Figura 15. Filtro de Gs

    Fonte: Flipper Tecnologia

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    36

    UCC (Unidade Compacta de Clorao) O clorador elimina a presena de

    patognicos e promove a oxi-reduo do gs sulfdrico, cuja reao qumica

    transforma o sulfeto em sulfato. Em decorrncia dessa oxidao se elimina os

    odores caractersticos do mesmo, figura 16.

    Figura 16. UCC Unidade Compacta de Clorao

    Fonte: Flipper Tecnologia

    Por fim, o efluente tratado e pronto para ser despejado no crrego, passa por uma nova

    Calha Parshall para a aferio do nvel do efluente.

    Nas figuras 17 e 18 mostrado o esquema da ETE em corte longitudinal.

    Figura 17. ETE em corte longitudinal

    Fonte: Flipper Tecnologia

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    37

    Figura 18. ETE em corte longitudinal

    Fonte: Flipper Tecnologia

    As figuras 19 e 20so fotos da ETE compacta, feitas no dia 05/03/2016, no local em

    que est instalada e em pleno funcionamento.

    Figura 19. Incio da ETE Bela Vista

    Fonte: Autor, 2016

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    38

    Figura 20. Viso geral ETE Bela Vista

    Fonte: Autor, 2016

    2.2 Tratamento do Esgoto Sanitrio

    O despejo de esgotos brutos, ou seja, sem nenhum tipo de tratamento preliminar no

    solo e em rios, lagos e oceanos ainda so muito empregados. Se a carga orgnica despejada

    for muito grande causar a degradao do ambiente, caso no o prprio meio ambiente tem

    condies de receber e depurar os contaminantes at atingir um nvel que no cause danos no

    ecossistema local e circunvizinho, (CAMPOS,1999).

    Ainda (CAMPOS 1999), compara uma estao de tratamento de esgoto ao meio

    ambiente. As bactrias que conseguem neutralizar a carga orgnica no meio ambiente esto

    presentes nos sistemas de tratamento de esgotos, no entanto neste ltimo, buscada a

    acelerao do processo e a minimizao dos custos, respeitando as regras para despejo nocorpo hdrico receptor e pelas limitaes dos recursos disponveis.

    Campos (1999) orienta que para se iniciar um projeto de estao de tratamento de

    esgoto necessrio efetuar o levantamento da quantidade e da qualidade do esgoto que sero

    enviados ao sistema depurador. Deve-se analisar a qualidade dessas guas, as caractersticas

    do corpo receptor e a vazo, sendo fundamental observar que no decorrer do dia existe uma

    grande variao da vazo conforme demonstrada na figura 21.

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    39

    Figura 21. Variao diria tpica de vazo de esgotos sanitrios

    Fonte: CAMPOS, 1999

    MMA MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE - (MMA, 2009), explica que existem

    trs tipos de sistemas de esgotamento sanitrio que so:

    Unitrio ou combinado todos os tipos fluem pelo mesmo sistema, quer seja o

    esgoto, gua de infiltrao e pluvial;

    Separador parcial parte das guas pluviais e o esgoto fluem pelo mesmo

    sistema;

    Separador absoluto as guas pluviais e de esgoto fluem por sistema totalmente

    independente.

    Basicamente no Brasil este sistema o mais utilizado porque reduz drasticamente os

    custos com a implantao de estaes de tratamento de esgotos e a rede de esgotamento, pois

    possibilita a utilizao de dimetros e extenses menores porque as guas pluviais podem ser

    despejadas em cursos dgua prximos, no necessita pavimentar a via pblica e no

    prejudica a depurao do esgoto sanitrio (MMA, 2009)

    Conforme CAMPOS (1999) existem diferentes nveis de tratamento do esgoto,

    denominados tecnicamente de tratamento primrio, secundrio e tercirio. O esquema

    apresentado na figura 22 esquematiza o processo.

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    Figura 22. Conceito de sistema convencional de tratamento de esgotos

    Fonte: CAMPOS, 1999

    Campos (1999) explica que os tipos de tratamento:

    Primrio: remove os slidos grosseiros por meio de grades, sedimentao

    (caixa retentora de areia e decantadores) ou flotao de materiais constitudosprincipalmente de partculas em suspenso.

    Secundrio: Destina-se degradao biolgica de compostos carbonceos,

    ocorrendo a decomposio de carboidratos, leos e graxas e de protenas a

    compostos mais simples como: CO2 (Gs Carbnico), H2O (gua), NH3

    (Amnia Anidra), H2S (Sulfeto de hidrognio) dentre outros, dependendo do

    tipo de processo predominante.

    Tercirio: Para os esgotos sanitrios, objetiva a reduo das concentraes de

    nitrognio e de fsforo, atravs de processos nitrificao e desnitrificao.

    Para o tratamento do esgoto so utilizadas bactrias, estas podem ser aerbias,

    anaerbias e facultativas. As bactrias aerbias utilizam-se do oxignio livre na atmosfera ou

    dissolvidos na gua, a aerao pode ser artificial ou natural, para processar a matria orgnica.

    J para as bactrias anaerbias deve haver ausncia do oxignio para sobreviver e metabolizar

    o material orgnico, sendo o oxignio um potencial txico. Nos reatores anaerbios existem

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    41

    somente as bactrias anaerbias. Tambm existem as bactrias facultativas, que podem viver

    do oxignio livre ou combinado. Esses trs tipos de bactrias encontram-se normalmente no

    solo e podem ser patognicos ou saprfitos que vivem exclusivamente s custas de matria

    orgnica morta (FUNASA, 2007 e CAMPOS,1999).

    Fernandes (1997) explica que a matria orgnica no esgoto transformada em matria

    estvel pelas bactrias aerbias e anaerbias, ou seja, as substncias orgnicas insolveis do

    origem a solveis mineralizadas. Os processos aerbios e anaerbios se diferenciam pelas

    seguintes caractersticas: No primeiro o processo resulta gs carbnico, nitratos, sulfatos e

    gua que so facilmente assimilados por outros organismos. No segundo o processo resulta

    metano, amonaco e gs sulfdrico, que so gases novios sade e possuem odor

    desagradvel necessitando de equipamentos para neutralizar esses problemas. No entanto, a

    produo do lodo superior no processo aerbio, devendo ser tratado para depois serdescartado, alm disso, as bactrias aerbias so menos resistentes as situaes adversas. Para

    utilizar o que cada uma tem de melhor, os processos so frequentemente combinados nas

    estaes de tratamento de esgoto.

    A DQO (Demanda Qumica de Oxignio) um dos testes mais frequentemente

    empregados para a determinao do consumo de oxignio para oxidar uma quantidade de

    matria orgnica por um forte oxidante qumico. Este teste baseado no princpio de que a

    quase totalidade dos compostos orgnicos pode ser oxidada por um agente oxidante sob

    condies cidas. (FERNANDES, 1997)A Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO) equivale quantidade de oxignio

    necessria para acontecer a oxidao da matria orgnica biodegradvel sob condies

    aerbicas, ou seja, a quantidade de oxignio necessria para estabilizar a matria orgnica

    atravs da ao das bactrias aerbias, quanto menor o nvel de DBO, menos poluente o

    efluente. (FUNASA, 2007 e FERNANDES, 1997)

    tambm um mtodo muito utilizado para se medir a quantidade de matria orgnica

    presente no esgoto, isso significa medir a quantidade de oxignio necessrio para estabilizar a

    matria orgnica com a cooperao de bactrias aerbias. Em relao a comparao anteriormaior o nvel de DBO maior ser a poluio orgnica existente com o tempo a DBO vai

    reduzindo-se gradativamente durante o processo aerbio at anular-se, neste momento a

    matria orgnica estar totalmente estabilizada (FUNASA 2007).

    Fernandes (1997) destaca que uma diferena significativa de ordem prtica entre os

    testes que no da DQO a oxidao do material orgnico quimicamente oxidvel completada

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    em cerca de duas horas, enquanto que na DBO a oxidao biolgica de material orgnico leva

    vrias semanas para ser concludo, por ser um processo natural.

    Funasa (2007) demonstra que aps 20 dias a uma temperatura de 20C, aplicado num

    esgoto domstico onde o DBO varia entre 100mg/L e 300mg/L possvel dissolver 99,0% da

    matria orgnica. Portanto, neste caso, ser necessrio de 100mg a 300mg de oxignio para

    estabilizar bioquimicamente a matria orgnica presente no esgoto.

    2.2.1 Estaes de Tratamento de Esgoto Convencionais

    Aps a caracterizao dos sistemas de tratamento e explicar como as bactrias so

    fundamentais para a eficcia do tratamento, sero apresentados os sistema de tratamento mais

    utilizados no Brasil.Segundo (VON SPERLING, 1996), devido ao nosso clima tropical e a necessidade de

    poucos equipamentos, as lagoas de estabilizao se tornaram timas opes para a remoo

    da matria carboncea, principalmente quando associadas com as lagoas de maturao que

    so utilizadas para a remoo de organismos patognicos:

    Lagoa facultativa: chama-se facultativa porque h a combinao das condies

    aerbias e anaerbias. Nas lagoas facultativas, as condies aerbias so

    mantidas nas camadas superiores das guas, enquanto as condies anaerbiaspredominam em camadas prximas ao fundo da lagoa. O fornecimento do

    oxignio necessrio para manter as camadas superiores aerbias fornecido

    pelo ambiente externo, a maior parte vem da fotossntese das algas, que obtm

    condies favorveis para o crescimento em guas com grandes quantidades de

    nutrientes e energia da luz solar. Existe uma relao muito importante entre

    esses componentes porque as bactrias aerbias utilizam o oxignio produzido

    pelas algas para oxidar a matria orgnica e um dos produtos finais desse

    processo o gs carbnico, o qual usado pelas algas na sua fotossntese. Este

    tipo de tratamento reduz grande parte do lodo, e ideal para municpios

    pequenos. Esquema da lagoa facultativa figura 23.

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    Figura 23. Esquema da lagoa facultativa

    Fonte: VON SPERLING, 1996

    Lagoa anaerbia lagoa facultativa: possui rea menor e profundidade maior

    do que a facultativa, isso se faz necessrio para diminuir a penetrao de luz

    nas camadas inferiores. Outra caracterstica o lanamento de uma grande

    carga de matria orgnica, assim o oxignio consumido ser vrias vezes maiorque o produzido. O processo se constitui em duas etapas: primeiramente, as

    molculas da matria orgnica so quebradas e transformadas em estruturas

    mais simples, posteriormente, a matria orgnica convertida em metano, gs

    carbnico e gua. Na lagoa anaerbia removida cerca de 50 a 70% da DBO,

    o restante da DBO ser removido na lagoa facultativa. Esquema da lagoa

    facultativa figura 24.

    Figura 24. Esquema da Lagoa Anaerbia + Lagoa Facultativa

    Fonte: VON SPERLING, 1996

    Lagoa aerada facultativa: Similar a lagoa facultativa diferenciando apenas no

    fornecimento de oxignio para as bactrias aerbias que feita por aeradores

    mecnicos ao invs da fotossntese. Por ser facultativa tambm uma grande

    parte dos slidos do esgoto e da biomassa ser decomposta anaerobiamente no

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    fundo da lagoa aps sedimentarem. Esquema da Lagoa aerada facultativa

    figura 25.

    Figura 25. Esquema da Lagoa Aerada Facultativa

    Fonte: VON SPERLING, 1996

    Lagoa aerada de mistura completa lagoa de decantao: A introduo

    elevada de energia por unidade de volume faz com que os slidos permaneam

    dispersos no meio lquido ou em mistura completa. Por esse motivo a

    eficincia do sistema na remoo da DBO aumenta permitindo que a lagoa

    tenha um volume inferior ao de uma lagoa aerada facultativa. Mesmo assim o

    efluente contm elevados teores de slidos (bactrias), devendo ser enviados a

    lagoa de decantao a jusante para a remoo e posterior lanamento no corpo

    hdrico. A limpeza do lodo na lagoa de decantao dever ser feito em poucosanos. Na figura 26 apresentado o esquema da lagoa aerada de mistura

    completa.

    Figura 26. Esquema da Lagoa Aerada de Mistura Completa Lagoa de Decantao

    Fonte: VON SPERLING, 1996

    Lagoa de maturao: O objetivo principal da lagoa de maturao a remoo

    de organismos patognicos. Nessas lagoas so aplicadas radiao ultravioleta,

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    45

    elevado pH, elevado oxignio dissolvido, temperatura mais baixa que a do

    corpo humano, falta de nutrientes e predadores naturais (outros organismos),

    predominando condies adversas para as bactrias patognicas. Ovos de

    helmintos e cistos de protozorios tendem a sedimentar. As lagoas de

    maturao so usadas para complementar os processos de remoo da DBO,

    podem ser nicas divididas por chicanas ou em srie de lagoas, conseguem alto

    ndice de remoo de coliformes. Esquema da Lagoa de Maturao figura 27.

    Figura 27. Esquema da Lagoa Anaerbia Lagoa Facultativa Lagoas de Maturao

    Fonte: VON SPERLING, 1996

    Devemos citar tambm outros sistemas que so aplicados no tratamento do esgoto

    sanitrio, dentre eles:

    Filtro Anaerbio (Biofilme): BNDES BANCO NACIONAL DE

    DESENVOLVIMENTO ECONMICO E SOCIAL) - BNDES, 1997 e VON

    SPERLING 1996 e CAMPOS, 1999, explicam que o esgoto aplicado na

    superfcie do reator atravs de distribuidores rotativos, percolam pelo meio que

    possui material de enchimento inerte, que permanece estacionrio, a matria

    orgnica fica retida pelas bactrias do suporte, permitindo elevada eficincia na

    remoo de DBO (de 80 a 93%),figuras 28, 29, 30 e 31. A eliminao de

    patognicos est entre 60 - 90%. No exige grandes reas e utiliza equipamentos

    relativamente simples. O custo de implantao, manuteno e gerao do lodoso

    altos. Podem ser utilizados associados a outros sistemas de tratamento como o

    UASB, figura 32.

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    Fonte: http://www.

    Fonte: http://www.

    Fonte: http://www.

    Figura 28. Condute 220m /m

    .funasa.gov.br/site/wp-content/uploads/2013/05/marcos_von.pd

    Figura 29.

    .funasa.gov.br/site/wp-content/uploads/2013/05/marcos_von.pd

    igura 30. Down flow Hanging Sponge (DHS)

    .funasa.gov.br/site/wp-content/uploads/2013/05/marcos_von.pd

    46

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    Fonte: http://www.

    Fonte

    Disposio no

    reas de acord

    so aplicados p

    absorvidos pela

    solo e o resta

    eficincia na r

    entre 90 e 99

    apresentar ger

    odores, inseto

    igura 31. Anis plsticos 80m/m a 87m/m

    .funasa.gov.br/site/wp-content/uploads/2013/05/marcos_von.pd

    igura 32. Down flow Hanging Sponge (DHS)

    : http://www.fibrasil.ind.br/index.php?pg=empresa

    olo: (BNDES, 1997) explica que um sistem

    com a quantidade de esgoto a ser tratado, nas

    or asperso, vala ou alagamento, sofrendo evap

    vegetao. Uma parcela significativa do efluen

    te sai como efluente tratado no final do terr

    moo de DBO est entre 85 e 99% e a de

    . Com baixo custo de implantao e opera

    o de lodo. Negativamente podemos citar

    e vermes, alm de apresentar risco de c

    47

    simples, requer

    quais os esgotos

    orao ou sendo

    te infiltrada no

    no. Obtm alta

    atognicos est

    o alm de no

    a gerao maus

    ontaminao da

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    49/72

    48

    vegetao, no caso de agricultura, dos trabalhadores envolvidos, do solo e do

    lenol fretico.

    Lodos Ativados: (VON SPERLING, 2013) explica que o processo

    estritamente biolgico e aerbio, no qual o esgoto bruto e o lodo ativado so

    misturados intimamente, agitados e aerados, aps este procedimento, o lodo

    formado enviado para o decantador secundrio, onde a parte slida

    separada do esgoto tratado, sendo este ltimo recirculado ou descartado.

    (BNDES, 1997) explica que a remoo da matria orgnica feita pelas

    bactrias que crescem no tanque de aerao, figura 33 e formam uma biomassa

    a ser sedimentada no decantador, figura 34. O oxignio fornecido por

    aeradores mecnicos superficiais ou por tubulaes de ar no fundo do tanque.Tais sistemas podem operar continuamente ou de forma intermitente, e quase

    no produzem maus odores, insetos ou vermes. A eliminao de DBO alcana

    de 85 a 98% e a de patognicos de 60 a 90%. A instalao requer rea

    reduzida, mas envolve a necessidade de diversos equipamentos (aeradores,

    elevatrias de recirculao, raspadores de lodo, misturador de digestor, etc.).

    Seu custo de implantao elevado devido ao grau de mecanizao e tem alto

    custo operacional graas ao consumo de energia para movimentao dos

    equipamentos. Necessita de tratamento para o lodo gerado, bem como suadisposio final.

    Figura 33. Tanque de aerao por ar difuso em operao

    Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/290614/

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    49

    Figura 34. Decantador Secundrio

    Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/290614/

    Na figura 35 (CAMPOS, 1999) cita alguns tipos de reatores ou sistemas usados para

    tratamento de esgotos e os seus processos predominantes.

    Figura 35. Alguns tipos de reatores ou sistema usados para tratamento de esgotos

    Fonte: CAMPOS, 1999

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    2.2.2 Estaes Compactas de Tratamento de Esgoto

    Campos (1999) relata que no Brasil a aceitao e disseminao da tecnologia

    anaerbia para o tratamento de esgotos domsticos, principalmente os reatores do tipo UASB

    (Upflow Anaerbic Sludge Blanke Reactorsou Reatores Anaerbios de Fluxo Ascendente e

    Manta de Lodo) muito relevante, colocando o pas em situao de destaque mundial, estima

    que mais de 300 reatores desse tipo esteja em funcionamento. A sua verso mais aprimorada

    foi desenvolvida na dcada de 1970 na Holanda pela equipe do Prof. Gatze Lettinga, na

    Universidade de Wageningem.

    Campos (1999) ressalta que os reatores de manta de lodo possuem vantagens em

    relao aos processos aerbios, tais como: sistema compacto, com baixa demanda de rea,

    baixo custo de implantao e de operao, baixa produo de lodo, baixo consumo de energia

    eltrica, satisfatria eficincia de remoo de DBO e de DQO, da ordem de 65% a 75%,

    possibilidade de rpido reincio, mesmo aps longas paralisaes, elevada concentrao do

    lodo excedente e boa desidratabilidade do lodo.

    Campos (1999) tambm cita as desvantagens em relao aos sistemas aerbios, sendo

    eles, possibilidade de emanao de maus odores, baixa capacidade do sistema de tolerar

    cargas txicas, elevado intervalo de tempo necessrio para a partida do sistema (start up) para

    que se obtenha a inoculao do reator com quantidades suficientes de lodo anaerbio,

    necessidade de uma etapa de ps-tratamento. Quando o esgoto predominantemente

    domstico, a presena de compostos de enxofre e de materiais txicos ocorre em baixos

    nveis, sendo tolerveis pelo sistema e este sendo adequadamente projeto, construdo e

    operado no deve apresentar odores indesejveis.

    Sabesp (2015) explica que os reatores UASB um reator fechado, o sistema funciona

    sem o uso de oxignio por isso chamado de processo anaerbio. A matria orgnica passa

    numa manta de lodo que contm microrganismos que decompem a matria orgnica. O

    processo ocorre debaixo para cima, ou seja, o esgoto entra pela parte de baixo do reator e

    passa pela camada de lodo que atua como um filtro, nesse processo a eficincia atinge de 65%a 75%, sendo necessrio complementar o processo para atingir a depurao adequada.

    O reator UASB (Upflow Anaerbic Sludge Blankeou Reatores Anaerbios de Manta

    de Lodo) possui um leito de lodo biolgico no interior do qual micro-organismos anaerbios

    efetuam o tratamento do esgoto. O esgoto bruto encaminhado para as entradas do reator

    anaerbio e conduzido pelos tubos de distribuio at o fundo do reator UASB. Em seguida, o

    fluxo torna-se vertical ascendente e o esgoto tratado pelas bactrias presentes no lodo. O

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    excesso de lodo gerado a

    1999). Nas figuras 36 e 37 s

    uma foto do reator UASB inst

    Figura 36. Alguns

    Fig

    Font

    tomaticamente descartado para o tanque de l

    o apresentados os esquemas dos reatores UAS

    alado na ETE experimental Arrudas UFMG /

    tipos de reatores ou sistema usados para tratamento de esgotos

    Fonte: CAMPOS, 1999

    ra 37. Desenho Esquemtico de um reator UASB

    : ETE experimental Arrudas UFMG / COPASA

    51

    odo (CAMPOS,

    e na figura 38

    OPASA.

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    52

    Figura 38. ETE compacta Arruda

    Fonte: ETE experimental Arrudas UFMG / COPASA

    Conforme Campos (1999 e Von Sperling (1996) aps passar pelo UASB o efluente

    precisa ser polido, ou seja, levado a nveis de tratamento conforme determina a legislao e

    tambm para a remoo de organismos patognicos, para tanto so aplicados sistemas em

    conjunto com o UASB, como por exemplo:

    Reator Anaerbio com Reator Aerbio (Biofiltro);

    Reator Anaerbio com Disposio no Solo;

    Reator Anaerbio com Lagoa, figura 39;

    Figura 39. Reatores UASB seguidos por lagoas de polimento

    Fonte: VON SPERLING, 1996

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    2.2.2.1. Estaes Compactas

    No mercado comercial

    tratamento de esgoto com e

    retiradas dos sites dessas emp

    A empresa Fluxo A

    tecnolgico da engenharia s

    pequenas reas que no prej

    caractersticas em comum de

    concentrao de biomassa ati

    lodo), resistncia a choques

    (evitando problemas com odo

    A ETE Compacta FL

    vazo nominal de atendiment

    lanamento de efluentes pr

    tratamento pela via biolgic

    aerbio. A ETE proposta

    secundrio com eficincia de

    Fonte: http:/

    e Tratamento de Esgoto Comerciais

    , hoje temos diversas empresas que dispem de

    taes compactas, as informaes apresentad

    esas e catlogos.

    biental apresenta a sua soluo como se

    anitria brasileira, por ser compacta, pode

    udicam a funcionalidade do empreendimento.

    stes processos anaerbios de alta taxa so: c

    a, idades de lodo elevadas (resultando em pequ

    hidrulicos e de carga orgnica e possibilida

    es e impacto visual).

    UIR, figura 40, fabricada em PRFV e mo

    . Para que a ETE proposta atenda aos padres d

    econizados pela legislao ambiental vigen

    a, atravs da associao em srie de proces

    capaz de realizar o tratamento dos esgotos s

    emoo de matria orgnica superior a 90%.

    Figura 40. ETE Compacta FLUIR

    /www.fluxoambiental.com.br/solucoes.ete_compacta.php

    53

    solues para o

    s abaixo foram

    do um avano

    ser inserida em

    As principais

    mpacidade, alta

    ena produo de

    de de cobertura

    ulada conforme

    e qualidade para

    e, prope-se o

    os anaerbio e

    nitrios a nvel

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    A DELTA SANEA

    figura 41 e 42que um conj

    mdulo, que inclui: reator a

    decantador secundrio e c

    hidrulico no sentido asce

    objetivando o tratamento de

    (Demanda Bioqumica de Ox

    efluente final apresenta caract

    sem risco e inclusive permitin

    automveis; rega de pomares

    em sistemas industriais de lav

    de concreto e massas, resultanfins mais nobres, como higien

    ENTO apresenta, dentre outros, uma solu

    unto de tratamento com reatores associados e

    aerbio de manto de lodo, filtro biolgico a

    ara de desinfeco com pastilhas de cloro, t

    dente. Concebido sob a tica da preserv

    sgotos com eficincia de remoo entre 90%

    ignio), conta com as mais recentes inovaes

    ersticas com qualidade suficiente para ser dev

    do o seu reuso, como por exemplo: para lavage

    , jardins e plantaes; limpeza de vasos sanit

    agem de mquinas, aquecimento e resfriament

    do em uma enorme economia de gua potvel,e e consumo humano e animal.

    Figura 41. ETE Modular

    Fonte: www.deltasaneamento.com.br

    Figura 42. ETE Modular

    Fonte: www.deltasaneamento.com.br

    54

    o MODULAR,

    srie em um s

    eado submerso,

    odos com fluxo

    o ambiental,

    e 96% da DBO

    tecnolgicas. O

    lvida natureza

    de pisos, ruas,

    ios e mictrios;

    ; na preparao

    oupando-a para

  • 7/26/2019 TCC Gustavo Salmazo - Revisada - Preto e Branco

    56/72

    A MIZUMO apresent

    de tratamento atende a vaz

    litros/dia) por mdulo, atend

    com 2,5 m e 3,2 m de dim

    vidro), o que confere resistnc

    necessria para a implanta

    tratamento contnuo e com

    por bolhas finas e decantado

    lodo. O sistema de desinfec

    dosagem de hipoclorito, feito

    tambm pode ser feito por ra

    acima do nvel do solo como

    A ALPHENZ indica q

    residncias, condomnios, po

    outros. Fabricadas em PPqumica e mecnica. Compos

    por soprador de ar e difusore

    possui como forma opcional

    elevatria de esgoto, filtros, s

    maus odores por carvo ativa

    aparente.

    , dentre outros, o sistema PLUS, figura 43, a

    s dirias de 25,0 m (25.000 litros/dia) a 60

    ndo at 6.000 usurios. O tanque est dispon

    etro e fabricado de PRFV (plstico refora

    ia e alta proteo qumica corroso do esgoto

    o do sistema varia entre 37,0 m e 500,0 m.

    osto de reatores anaerbios, filtros aerbios c

    secundrio com sistema de airlift para retorn

    o conta com o tanque de contato integrado

    por bombas dosadoras. Para projetos especia

    iao ultravioleta. A instalao desta linha po

    nterrada.

    Figura 43. ETE Mizumo Plus

    Fonte: http://www.mizumo.com.br

    ue a sua soluo ideal para tratamento de es

    sadas, hotis, estabelecimentos comerciais, lo

    Polipropileno) com proteo anti-UV, oferecto por reator anaerbio, reator aerbio, sendo a

    s de bolha fina, e decantador secundrio, figu

    a insero de caixa de gradeamento, separador

    istema de desinfeco por cloro, e sistema de

    do. Este sistema de tratamento de esgoto pode

    55

    sua capacidade

    ,0 m (600.000

    vel nas verses

    o com fibra de

    sanitrio. A rea

    O processo de

    m difuso de ar

    o automtico do

    o produto, com

    s, este processo

    e ser feita tanto

    oto sanitrio de

    eamentos, entre

    endo resistnciaaerao natural

    a 44. O sistema

    de areia e leo,

    esodorizao de

    ser enterrado ou

  • 7/26/2019 TCC Gustavo Salmazo - Revisada - Preto e Branco

    57/72

    A empresa PAQUES

    dentre elas a BIOPAQUBO

    em um primeiro estgio de t

    nico reator compacto.

    Fonte: ht

    Figura 44. ETE ALPHENZ

    Fonte: www.grupoalphenz.com.br

    possui diversas opes de sistema de trata

    , figura 45, que combina a remoo de compo

    atamento biolgico anaerbio e outro estgio

    Figura 45. ETE PAQUES

    tp://br.paques.nl/produtos/featured/biopaq/biopaqubox

    56

    ento de esgoto,

    entes orgnicos

    aerbio em um

  • 7/26/2019 TCC Gustavo Salmazo - Revisada - Preto e Branco

    58/72

    Devido transforma

    a produo de lodo so

    convencionais. Outro benef

    anaerbio totalmente fecha

    para o estgio aerbio acima.

    perigo da reproduo do mos

    Essa tecnologia apli

    tambm pode ser usado em i

    Essa tecnologia foi aprovada

    como no municipal.

    Vantagens do BIOP

    consumo de energia para areutilizao de energia atrav

    de odores e baixa necessidade

    O Bioreator BIOPA

    anaerbio inferior e um co

    anaerobiamente, usando lodo

    separador de trs fases. Os m

    do reator. Na parte superior

    resduo seja aumentada. Umefluentes assentados enquant

    que as bolhas de ar interfiram

    Fonte: ht

    o anaerbia da maior parte da matria, o cons

    uito baixos se comparados com estaes

    io a eliminao do odor, uma vez que o

    do e o efluente do primeiro estgio diretam

    A ausncia de um tanque secundrio de assenta

    uito.

    cvel como tratamento de esgoto em climas s

    dstrias. A capacidade varia entre 5.000 e 10

    em diversas estaes de grande porte, tanto n

    QUBOX: Construo compacta; sem parte

    rao de matria residuria biodegradvel,s da produo de biogs, baixa produo de lo

    de manuteno.

    QUBOX tem dois compartimentos: um

    partimento aerbio superior. Os efluentes

    anaerbio na parte inferior. Biogs produzid

    dulos do separador mantm o lodo anaerbio

    do reator introduzido o ar, para que a degra

    separador na parte superior do tanque permimantm o lodo ativado no reator, evitando, a

    no processo de assentamento, figura 46.

    Figura 46. ETE PAQUES

    tp://br.paques.nl/produtos/featured/biopaq/biopaqubox

    57

    mo de energia e

    de tratamento

    compartimento

    nte direcionado

    mento elimina o

    btropicais, mas

    .000 habitantes.

    ramo industrial

    mveis, baixo

    ossibilidade deo, sem emisso

    compartimento

    so pr-tratados

    o e separado no

    na parte inferior

    ao aerbia do

    e o descarte demesmo tempo,

  • 7/26/2019 TCC Gustavo Salmazo - Revisada - Preto e Branco

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    58

    2.3 Critrios para Reuso da gua

    O reuso potvel, no deve ser incentivado, embora exista, devido dificuldade da

    caracterizao detalhada dos esgotos sanitrios ou urbanos e, portanto, dos riscos associados

    sade (FLORENCIO, BASTOS E AISSE, 2006).

    A Resoluo n 54, de 28 de Novembro de 2005Estabelece modalidades, diretrizes e

    critrios gerais para a prtica de reuso direto no potvel de gua.

    Em seu Art. 2 so adotadas as seguintes definies:

    I - gua residuria: esgoto, gua descartada, efluentes lquidos de edificaes,

    indstrias, agroindstrias e agropecuria, tratados ou no;

    II - reuso de gua: utilizao de gua residuria;

    III - gua de reuso: gua residuria, que se encontra dentro dos padres exigidos parasua utilizao nas modalidades pretendidas;

    IV - reuso direto de gua: uso planejado de gua de reuso, conduzida ao local de

    utilizao, sem lanamento ou diluio prvia em corpos hdricos superficiais ou

    subterrneos;

    V - produtor de gua de reuso: pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado,

    que produz gua de reuso;

    VI - distribuidor de gua de reuso: pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou

    privado, que distribui gua de reuso; eVII - usurio de gua de reuso: pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado,

    que utiliza gua de reuso.

    Em seu Art. 3 O reuso direto no potvel de gua, para efeito desta Resoluo,

    abrange as seguintes modalidades:

    I - reuso para fins urbanos: utilizao de gua de reuso para fins de irrigao

    paisagstica, lavagem de logradouros pblicos e veculos, desobstruo de tubulaes,

    construo civil, edificaes, combate a incndio, dentro da rea urbana.

    2.4 Lanamentos de Efluentes Lquidos

    Nesse trabalho, no estudo de caso feito num conjunto habitacional, existe o desejo de

    lanar a gua residuria excedente no crrego do cupim, localizado no municpio de

    Araraquara e por esse motivo devemos observar o que exige a legislao vigente.

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    O crrego do cupim possui 2.311,29 metros de corpo hdrico principal, uma nascente,

    classe 2 conforme decreto 8468/76, pertence Bacia Hidrogrfica do Tiete Jacar, Sub-Bacia

    do Ribeiro das Cruzes e Micro Bacia do Crrego do Cupim (PMA-SMMA 2013)

    A resoluo CONAMA (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE)

    430/2011, 13 de Maio de 2011 diz em seu Art. 1 Esta Resoluo dispe sobre condies,

    parmetros, padres e diretrizes para gesto do lanamento de efluentes em corpos de gua

    receptores, alterando parcialmente e complementando a Resoluo n357, de 17 de maro de

    2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.

    De acordo com o Decreto 8468/76 em seu Art. 7 alnea II, classifica os rios de classe

    2 da seguinte forma:

    II - Classe 2: guas destinadas ao abastecimento domstico, aps tratamento

    convencional, irrigao de hortalias ou plantas frutferas e recreao de contato primrio(natao, esqui-aqutico e mergulho);

    Ainda no DECRETO 8486/76 em seu Artigo 11 ficam estabelecidos os padres de

    qualidade para lanamento de efluentes:

    Art. 11 - Nas guas de Classe 2 no podero ser lanados efluentes, mesmo tratados,

    que prejudiquem sua qualidade pela alterao dos seguintes parmetros ou valores:

    I - virtualmente ausentes:

    a) materiais flutuantes, inclusive espumas no naturais;

    b) substncias solveis em hexana;c) substncias que comuniquem gosto ou odor;

    d) no caso de substncias potencialmente prejudiciais, at os limites mximos abaixo

    relacionados:

    1 - Amnia - 0,5 mg/l de N (cinco dcimos de miligrama de Nitrognio por litro);

    2 - Arsnico - 0,1 mg/l (um dcimo de miligrama por litro);

    3 - Brio - 1,0 mg/l (um miligrama por litro);

    4 - Cdmio - 0,01 mg/l (um centsimo de miligrama por litro);

    5 - Cromo (total) 0,05 mg/l (cinco centsimos de miligrama por litro);6 - Cianeto - 0,2 mg/l (dois dcimos de miligrama por litro);

    7 - Cobre -1,0 mg/l (um miligrama por litro);

    8 - Chumbo 0,1 mg/l (um dcimo de miligrama por litro);

    9 - Estanho - 2,0 mg/l (dois miligramas por litro);

    10 - Fenis - 0,001 mg/l (um milsimo de miligrama por litro);

    11 - Flor - 1,4 mg/l (um miligrama e quatro dcimos por litro);

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    12 - Mercrio - 0,002 mg/l (dois milsimos de miligrama por litro;

    13 - Nitrato -10,0 mg/l de N (dez miligramas de Nitrognio por litro);

    14 - Nitrito -1,0 mg/l de N (um miligrama de Nitrognio por litro);

    15 - Selnio - 0,01 mg/l (um centsimo de miligrama por litro);

    16 - Zinco 5,0 mg/l (cinco miligramas por litro).

    II - proibio de presena de corantes artificiais que no sejam removveis por

    processo de coagulao, sedimentao e filtrao, convencionais;

    III - Nmero Mais Provvel (NMP) de coliformes at 5.000 (cinco mil), sendo 1.000

    (mil) o limite para os de origem fecal, em 100 ml (cem mililitros), para 80% (oitenta por

    cento) de, pelo menos, 5 (cinco) amostras colhidas, num perodo de at 5 (cinco) semanas

    consecutivas;

    IV - Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO) em 5 (cinco) dias, a 20C (vinte grausCelsius) em qualquer amostra, at 5 mg/l (cinco miligramas por litro);

    V - Oxignio Dissolvido (OD), em qualquer amostra, no inferior a 5 mg/l (cinco

    miligramas por litro).

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    3 ESTUDO DE CASO - SIMULAO DE INSTALAO DA ETE COMPACTA

    3.1 Localizao do Empreendimento

    Foi efetuado estudo para implantao de uma estao compacta de tratamento de

    esgoto num condomnio residencial fechado instalado no municpio de Araraquara, a pedido

    dos responsveis pelo condomnio o seu nome no ser divulgado.

    Abaixo, na figura 47, temos a imagem do condomnio utilizado para estudo desse

    caso:

    Figura 47. Condomnio utilizado para estudo

    Fonte: Google Earth

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    3.2 Caractersticas do Condomnio

    Os dados e valores abaixo foram retirados do memorial de clculo elaborado pela

    empresa responsvel pela realizao das obras de abastecimento de gua e de coleta do esgoto

    sanitrio do condomnio em 09/2004.

    Mesmo sendo servido pelo sistema de abastecimento de gua pelo municpio o

    condomnio optou em fazer um poo profundo para o seu abastecimento. Por esse motivo no

    faz pagamento da gua consumida ao departamento de gua municipal sendo cobrado apenas

    o valor referente ao esgoto e demais taxas regulamentadas.

    O condomnio de alto padro e possui 407 lotes, para os clculos de abastecimento

    de gua foram adotados os seguintes coeficientes:

    Consumo per capita (q) {1 hab.dia} 300

    Nmero de habitantes por unidade equivalente (N) 5

    Populao estimada ( lotes x nr. hab. ) 2035

    A vazo mxima diria do condomnio obtida pela frmula:

    Em conformidade com o sistema de abastecimento de gua, a rede coletora de Esgoto

    Sanitrio foi projetada de acordo com as Diretrizes Tcnicas fixadas pelo DAAE, a saber:

    Coeficiente de retorno, C = 0,8

    Extenso total da rede = 7.656,61mTaxa de Infiltrao, TI = 1 l/s.km

    Portanto, a vazo de projeto do esgotamento sanitrio ser:

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    3.3 Configurao Atual do Empreendimento

    Atualmente o condomnio possui caractersticas diferentes do projetado, alguns

    moradores adquiriram mais de um lote e a quantidade de moradores est inferior ao projetado.

    Conforme informaes coletadas no local, residem aproximadamente 800 pessoas e

    restam 100 lotes para serem ocupados.

    Se partirmos do princpio que j foram ocupados 307 lotes, a taxa de ocupao por lote

    de aproximadamente 3 pessoas. Como restam 100 lotes para serem ocupados, considerando

    3 pessoas por lote a populao total do condomnio no deve ultrapassar 1.000 pessoas.

    Obtemos no DAAE os valores de consumo mensal do condomnio conforme tabela 5

    abaixo:

    Tabela 5. Consumo condomnio

    Ms

    Leitura Consumo Consumo Real Micro Medidor

    m m m m

    Fevereiro/16 213222 792 6369 5577

    Janeiro/16 206853 780 6504 5724

    Dezembro/15 200349 775 6526 5751

    Novembro/15 193823 3441 11588 8147

    Outubro/15 182235 2996 10260 7264

    Setembro/15 171975 4388 11562 7174

    Agosto/15 160413 3277 9919 6642Julho/15 150494 3609 10283 6674

    Junho/15 140211 3857 9836 5979

    Maio/15 130375 4071 10071 6000

    Abril/15 12