TCC lombalgia

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JEANE CAMPIGOTTO LUCIANI ZIM SACHETTI HULSE A EFICÁCIA DO MÉTODO DE PILATES ® COM BOLA NO TRATAMENTO DE MULHERES PORTADORAS DE LOMBALGIA Tubarão 2010

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

JEANE CAMPIGOTTO

LUCIANI ZIM SACHETTI HULSE

A EFICÁCIA DO MÉTODO DE PILATES® COM BOLA NO

TRATAMENTO DE MULHERES PORTADORAS DE LOMBALGIA

Tubarão

2010

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2

JEANE CAMPIGOTTO

LUCIANI ZIM SACHETTI HULSE

A EFICÁCIA DO MÉTODO DE PILATES® COM BOLA NO

TRATAMENTO DE MULHERES PORTADORAS DE LOMBALGIA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de

Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina

como requisito à obtenção do grau de Bacharel em

Fisioterapia.

Orientadora: Professora Msc. Fabiana Durante de Medeiros.

Tubarão

2010

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3

JEANE CAMPIGOTTO

LUCIANI ZIM SACHETTI HULSE

A EFICÁCIA DO MÉTODO DE PILATES® COM BOLA NO

TRATAMENTO DE MULHERES PORTADORAS DE LOMBALGIA

Este trabalho de conclusão de curso foi adequado à

obtenção do titulo de Bacharel em Fisioterapia e

aprovado em sua forma final pelo curso de Fisioterapia

da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 18 novembro de 2010.

_______________________________________________

Professora Orientadora MSc. Fabiana Durante de Medeiros.

Universidade do Sul de Santa Catarina.

____________________________________________

Professor MSc. Ralph Fernando Rosas.

Universidade do Sul de Santa Catarina.

____________________________________________

Professor Esp.Fernando Soldi.

Universidade do Sul de Santa Catarina.

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DEDICATÓRIA

Dedicamos o presente estudo aos responsáveis

por esta conquista: nossas famílias. Pelas

ausências e paciência, pois sem eles não

seriamos capazes de nos tornar fisioterapeutas.

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5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, pelos momentos em que se fez presente

sempre quando pensávamos que seríamos incapazes de ultrapassar os obstáculos. Deu-nos

força e determinação para a realização deste trabalho.

A nossa família, que sempre esteve ao nosso lado dando ânimo sempre que a

vontade de desistir surgia, para que superássemos os obstáculos presentes em nossas vidas.

As nossas pacientes, pela amizade, disponibilidade e confiança depositada em

nossas mãos inexperientes.

A nossa orientadora, Fabiana Durante de Medeiros, pelas sugestões e pelo

conhecimento transmitido, por ter acreditado e se envolvido com nossa pesquisa, concedendo

gentilmente seu tempo e sua amizade.

Ao professor, Rodrigo da Rosa Iop pelo seu incentivo, que foram essenciais para

nós toda vez que tivemos dúvidas.

A banca examinadora pela presença e disposição para avaliar nossa pesquisa.

A todos os nossos amigos, pelo convívio durante toda a faculdade, os choros, risos

as festas, provas e porque não as colas. Longos estudos!

A todas as outras pessoas que não foram citadas, mas que de uma forma ou outra

se fizeram presentes em nossas vidas, contribuindo para a conclusão de mais esta etapa.

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6

MENSAGEM

Não faças do amanhã

o sinônimo de nunca,

nem o ontem te seja o mesmo

que nunca mais.

Teus passos ficaram.

Olhes para trás...

mas vá em frente

pois há muitos que precisam

que chegues para poderem seguir-te.

- Charles Chaplin -

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RESUMO

Dor lombar ou lombalgia é uma das alterações músculo-esqueléticas mais comuns na

sociedade, podendo afetar cerca 70% a 80% de pessoas em algum momento de suas vidas. A

lombalgia é a dor que ocorre na região lombar inferior, lombossacra ou sacroilíaca. Ela pode

ser acompanhada de dor que se irradia para uma ou ambas as nádegas ou para as pernas na

distribuição do nervo ciático (dor ciática). Os músculos abdominais participam no suporte da

coluna, funcionando de uma maneira que diminua a tensão exercida sobre a mesma, o suporte

dado a ela poderá ser diminuído com o enfraquecimento de tal musculatura, visto que o

fortalecimento dos músculos abdominais trará mais estabilidade à coluna vertebral. O objetivo

do estudo foi analisar a eficácia do Método Pilates®

com Bola no tratamento de mulheres

portadoras de lombalgia em relação ao quadro álgico e flexibilidade. A amostra do estudo

contou com 10 pacientes do gênero feminino, de 20 a 50 anos, sedentárias, residente no

município de Tubarão/SC, com queixa principal de lombalgia. Foram realizados doze

atendimentos, sendo o primeiro para avaliação, dez para aplicação do tratamento e o último

destinado a reavaliação. Duas vezes semanais com duração de 60 minutos. Na primeira sessão

foi avaliada a intensidade de dor através da escala analógica visual de dor. Os domínios de

flexibilidade através dos testes ortopédicos funcionais, como: Schobber, Finger-floor e

inclinação lateral. Utilizando estatisticamente o teste de Wilcoxon (p<0,05). Como resultado

obteve a diminuição do quadro álgico das pacientes, e em relação à flexibilidade, observou-se

um aumento, mostrando que pesquisa obteve um resultado significante, p=0,01, tanto para dor

quanto para flexibilidade. Com estes resultados conclui-se que o Método Pilates®com Bola

pode dar uma importante contribuição no tratamento de dor lombar, reduzindo, ao mesmo

tempo, as limitações funcionais.

Palavras-chave: Lombalgia. Método Pilates®. Fisioterapia.

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ABSTRACT

Back pain or back pain is one of the muscle-skeletal disorders more common in society,

affecting about 70% to 80% of people at some point in their lives. Low back pain is pain that

occurs in the lower lumbar, lumbosacral or sacroiliac. It can be accompanied by pain that

radiates to one or both buttocks or legs in the distribution of the sciatic nerve (sciatica).

Participates in the abdominal muscles support the spine, running in a way that reduces the

stress on it and this support given to her may be reduced by the weakness of this muscle,

whereas strengthening abdominal muscles will bring more stability to the spine. The aim of

this study was to analyze the effectiveness of the Pilates Method®

Ball in the treatment of

women suffering from low back pain in relation to painful episodes and flexibility. The study

sample had 10 female patients, 20 to 50 years, sedentary, living in the city of Tubarão, with a

chief complaint of low back pain. We conducted twelve sessions, the first for evaluation, ten

for the treatment and the last application for a reassessment. Twice a week lasting 60 minutes.

In the first session was assessed pain intensity by visual analog scale. The areas of flexibility

through functional orthopedic tests, such as Schober, finger-floor and slope conditions. Using

descriptive statistical analysis for significance was performed with Wilcoxon test (p <0.05).

The result was to decrease the pain of patients and in relation to flexibility, we observed an

increase in mobility of the spine, showing that research got a significant result, p = 0.01 for

both pain and for flexibility. With these results, we conclude that the Pilates Method® Ball

can make an important contribution in the treatment of low back pain, reducing at the same

time, functional limitations.

Keywords: Low back pain. Pilates ®. Physioteraphy.

.

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9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Musculatura do abdômen “Centro de Força”.......................................................... 23

Figura 2 – Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral............................................................. 30

Figura 3 – Teste de Inclinação lateral....................................................................................... 47

Figura 4 - Medidas do teste de Schobber.................................................................................. 47

Figura 5 – Teste de Finger-Floor.............................................................................................48

Figura 6 – Posturas: sentada e inclinação da pelve................................................................... 49

Figura 7 – Postura: alongando a coluna.................................................................................... 50

Figura 8 – Postura: rotação da coluna....................................................................................... 50

Figura 9 – Postura: abdominal.................................................................................................. 51

Figura 10 – Posturas: pés paralelos, afastados e meia ponta-alta............................................. 52

Figura 11 – Postura: posição de Relaxamento.......................................................................... 53

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Variação do grau de dor nas pacientes...................................................................55

Gráfico 2 – Presença de dor ausência de dor............................................................................ 56

Gráfico 3 – Teste Finger-Floor.................................................................................................58

Gráfico 4 – Teste Schobber....................................................................................................... 58

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Teste de inclinação lateral pré e pós intervenção....................................................59

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LISTA DE ABREVIATURAS

EUA – Estados Unidos da América

CEP – Comitê de Ética e Pesquisa

TCLE – Termo de consentimento livre e Esclarecido

EVA – Escala Visual Analógica de Dor

CNS – Conselho Nacional de saúde

EVN - Escala Visual Numérica

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 15

2 LOMBALGIA...................................................................................................................... 18

2.1 CRIAÇÃO DO MÉTODO DE PILATES®

......................................................................... 19

2.1.1 Princípios ......................................................................................................................... 21

2.1.2 Concentração ................................................................................................................... 21

2.1.3 Respiração ....................................................................................................................... 22

2.1.4 Centro de Força ............................................................................................................... 22

2.1.5Controle ou coordenação..................................................................................................23

2.1.6 Precisão............................................................................................................................24

2.1.7 Fluidez ............................................................................................................................. 24

2.1.8 Objetivo ........................................................................................................................... 24

2.1.9 Indicação e contra indicação............................................................................................ 25

2.1.10 Aplicação....................................................................................................................... 26

2.1.11 Dicas para instruir a prática dos exercícios de forma perfeita ....................................... 28

2.1.12 Benefícios ...................................................................................................................... 29

2.2ASPECTOS ANATÔMICOS DA REGIÃO LOMBAR...................................................30

2.2.1 Definição de Postura ........................................................................................................ 31

2.3ª FATORES QUE LEVAM A DOR LOMBAR ................................................................... 33

2.3.1Classificação ..................................................................................................................... 33

2.3.1.1Lombalgia aguda ........................................................................................................... 34

2.3.1.2 Lombalgia crônica ........................................................................................................ 35

2.3.1.3 Etiologia ............................................................................................................................................................. 35

2.4TENSÃO ANORMAL SOBRE UMA COLUNA NORMAL..........................................36

2.5 ESFORÇO NORMAL SOBRE UMA COLUNA ANORMAL .......................................... 37

2.6 ESFORÇO NORMAL SOBRE UMA COLUNA NORMAL DESPREPARADA ............. 38

2.6.1 Fatores de risco ................................................................................................................ 38

2.6.1.1 Ocupação profissional .................................................................................................. 39

2.6.1.2 Condicionamento físico e saúde geral .......................................................................... 39

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2.6.1.3 Personalidade e estado psíquico ................................................................................... 39

2.6.1.4 Outros fatores ............................................................................................................... 40

2.6.1.5 Profilaxia ...................................................................................................................... 40

2.7 ASPECTOS PSICO-SOCIAIS DA DOR CRÔNICA ......................................................... 41

2.8 EFEITOS DA DOR CRÔNICA NA QUALIDADE DE VIDA ......................................... 42

2.8.1 Aspectos físicos ............................................................................................................... 42

2.8.2 Aspectos psicológicos...................................................................................................... 42

2.8.3 Aspectos espirituais ......................................................................................................... 43

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA..................................................................................44

3.1 TIPO DE PESQUISA.........................................................................................................44

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA............................................................................................45

3.3 MATERIAIS......................................................................................................................45

3.4 Procedimentos para a coleta de dados................................................................................46

3.5 Procedimentos para análise de dados................................................................................. 53

3.6 Aspectos éticos da pesquisa................................................................................................53

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................................... 55

4.1 DOR....................................................................................................................................55

4.2FLEXIBILIDADE.............................................................................................................. 57

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................61

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................62

APÊNDICES ........................................................................................................................... 66

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO – TCLE 67

APÊNDICE B – FICHA DE AVALIAÇÃO ........................................................................ 68

ANEXO.................................................................................................................................... 71

ANEXO A – ESCALA VISUAL ANALÓGICA DE DOR - EVA ..................................... 72

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1 INTRODUÇÃO

A lombalgia é uma das maiores causas de sofrimento, incapacidade e custo social.

É a segunda causa de consulta médica, representa um grande problema social, gerando

impacto socioeconômico, com prejuízo e absenteísmos no trabalho1.

Estudos nos EUA, entre as décadas de 1970 e 1990, a lombalgia teve um

crescimento 14 vezes maior do que o aumento populacional, apesar dos avanços dos métodos

diagnósticos e dos progressos tecnológicos na área de ergonomia. Na década de 1990 a 2000 a

incidência de dor lombar sofreu uma queda importante apesar dos custos econômicos ainda

permanecerem elevados2.

A utilização indiscriminada de procedimentos e condutas terapêuticas, muitas

vezes, sem orientação médica e acompanhamento de profissionais adequados, aumenta os

gastos que envolvem esta doença. Em 1983 acumulava-se nos EUA a soma de 25 bilhões de

dólares em cuidados primários para o sistema de saúde1, 2

.

No cenário nacional ainda os dados estatísticos sistematizados sobre a incidência

da dor lombar na população em geral auteram; índice de afastamento do trabalho por

lombalgia; acesso ao atendimento de saúde; realização de procedimentos e exames

complementares; número de recorrências, fato que impossibilita uma avaliação precisa dos

custos envolvidos tanto do ponto de vista econômico como social. Entretanto, é do nosso

conhecimento que esses custos aumentam proporcionalmente à necessidade de hospitalização,

reabilitação, gastos com aposentadoria e outros benefícios1, 2

.

Dor lombar ou lombalgia é uma das alterações músculo-esqueléticas mais comuns

na sociedade, podendo afetar cerca 70% a 80% de pessoas em algum momento de suas vidas.

A lombalgia é a dor que ocorre na região lombar inferior, lombossacra ou sacroilíaca. Ela

pode ser acompanhada de dor que se irradia para uma ou ambas as nádegas ou para as pernas

na distribuição do nervo ciático (dor ciática)1.

Os músculos abdominais participam no suporte da coluna, funcionando de uma

maneira que diminua a tensão exercida sobre a mesma, com o enfraquecimento de tal

musculatura esse suporte poderá ser diminuído, visto que o fortalecimento dos músculos

abdominais trará mais estabilidade à coluna vertebral1.

O músculo que tem como um dos objetivos principais dar estabilidade à coluna

vertebral é o transverso abdominal, uma vez que a função dele é de envolver a coluna

vertebral e a cintura pélvica estabilizando a coluna lombar. Um músculo transverso abdominal

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forte garante uma maior estabilidade à coluna vertebral, e é neste músculo que está o foco da

atuação do Método Pilates®3

. Nesse sentido questiona-se: qual a eficácia do Método Pilates®

com Bola para o controle da lombalgia?

O estudo se justifica e se faz relevante, pois apesar do desenvolvimento da

medicina moderna e do aumento do conhecimento no que se refere aos acometimentos da

coluna, o problema da lombalgia não específica, continua sem um consenso até o presente

momento. Neste cenário de condição de saúde pública, com grande prejuízo na capacidade

funcional, diminuição na qualidade de vida e aumento de conseqüências socioeconômicas,

uma maneira eficiente de minimizar este impacto negativo na vida pessoal e social destes

indivíduos deve ser desenvolvida1.

Muitos estudos propondo tratamento para a lombalgia têm sido relatados. Em

relação à intensidade de dor, utilizando exercícios terapêuticos juntamente com estratégias

motivacionais, reportaram redução dos níveis de dor, com consequente aumento da

capacidade laborativa e diminuição da incapacidade funcional em pacientes com lombalgia

crônica2.

O principal objetivo do Pilates com Bola no tratamento da lombalgia é fortalecer

o núcleo do corpo, que corresponde à região situada entre os quadris e o osso esterno. Os

músculos centrais que incluem os músculos dorsais, os adutores, ílio-psoas e quatro camadas

de músculos abdominais. Esses músculos trabalham em conjunto para sustentar a coluna

vertebral, o que, por sua vez, promove a boa postura e melhora do equilíbrio muscular1. Uma

vez que o Método Pilates®

fortalece uniformemente os músculos centrais, da estabilidade da

coluna lombar torna-se mais eficaz podendo assim, aliviar os sintomas da lombalgia3.

A escolha do tema se deu pela grande quantidade de pessoas, inclusive mulheres,

portadoras de lombalgia, independente da causa.

No Pilates com a Bola, trabalha-se com as camadas mais profundas da musculatura

de maneira muito eficaz. A bola permite que a coluna e os glúteos fiquem apoiados, sem

interferir na execução ideal dos exercícios, pois é muito comum que os músculos mais fortes

“roubem” o direcionamento da força3.

Os exercícios são apresentados de forma bem simples, evitando as séries com

infinitas repetições. Esse é o aspecto singular do Pilates, as repetições maçantes não existem.

Os movimentos são contínuos (em camadas) e o grau de dificuldade é gradativo. Todos esses

exercícios requerem muita precisão e concentração. Por isso, exercitam a capacidade de

concentração e relaxamento3. A união dos exercícios do Pilates com a Bola faz com que a

aula possa ser praticada por pessoas de diferentes níveis de condicionamento, que se

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recuperam de lesões ou estão em plena forma3.

O Pilates traz benefícios posturais, uma notável melhora no equilíbrio e

coordenação, além da satisfação e diversão proporcionadas pela prática3.

A partir de uma avaliação funcional determinam-se as vantagens e desvantagens

do movimento frente a um padrão postural predominante de cada um. Definindo os

principais bloqueios articulares e encurtamento de cadeias musculares, traça-se então um

plano de treinamento terapêutico funcional específico pra cada pessoa4.

Plano esse proposto como uma terapêutica inovadora, a biomecânica

funcional, que visa a melhorar o funcionamento do sistema músculo-esquelético do corpo,

atuando no tratamento e na prevenção de lesões, na melhora funcional da postura, no

refinamento do aparelho locomotor e no desenvolvimento da consciência corporal4. Tem por

base a união dos conceitos da fisioterapia preventiva, da osteopatia, das terapias manuais, da

biomecânica (estudo do movimento humano) e da fisiologia estrutural humana4. O objetivo

geral do estudo foi avaliar os efeitos do Método Pilates® com Bola no tratamento de

lombalgia pré e pós intervenção. Objetivos específicos incluem diminuição do quadro álgico

e verificar a capacidade funcional relacionada a flexibilidade da coluna lombar de mulheres

portadoras de lombalgia.

É uma pesquisa exploratória, têm como objetivo proporcionar maior familiaridade

com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. O tipo de

amostra é não probabilístico intencional. E quanto ao procedimento é quase-experimental.

No primeiro capítulo, descreve-se a introdução deste estudo. No segundo

apresenta-se um referencial teórico dos assuntos trabalhados. No terceiro o delineamento da

pesquisa. O quarto trata-se da análise e discussão dos dados obtidos da pesquisa, finalizando

com o quinto capítulo as considerações finais assim como sugestão para próximas pesquisas.

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2 LOMBALGIA

Dor na coluna é descrita de uma forma topográfica. Assim, são reconhecidas a dor

da coluna lombar e a dor da coluna sacral1, 2

. Ocorrem que o termo em inglês low back pain

engloba as duas regiões, podendo a dor estar presente em apenas uma destas regiões ou nas

duas. Esta definição, que em português corresponderia à lombalgia, não pressupõe a causa da

dor, muito menos que a causa da dor esteja na coluna lombar ou no sacro, apenas se refere à

região onde o paciente sente dor2.

Define-se lombalgia como “todas as condições de dor, com ou sem rigidez,

localizadas na região inferior do dorso, em uma área situada entre o último arco costal e a

prega glútea2, 4

. Também não definem a causa, mas sim a localização do sintoma. Esta breve

análise da taxonomia permite ilustrar quão complexa é esta entidade clínica, que na realidade

pode ter diversas causas. Consequentemente, a abordagem terapêutica dos pacientes com

lombalgia é igualmente complexa5,6

.

O termo “lombalgia” pode descrever um sintoma das mais diversas origens: de

um tumor a uma instabilidade vertebral; de uma estenose a uma degeneração discal. Muitas

dores lombares não são acompanhadas de alterações estruturais, e, o que é mais desafiador

ainda, há indivíduos assintomáticos com alterações degenerativas similares às dos pacientes

com dor lombar6.

Entre as estruturas que podem originar dor podem-se citar as vértebras, os

músculos, a fáscia tóraco-lombar, os ligamentos, a articulação sacro-ilíaca e os discos, sendo a

hérnia discal lombar uma das mais comuns causas de lombalgia. Estas estruturas podem ser

lesadas e produzir dor, porém a causa da lesão muitas vezes repousa nas alterações da

biomecânica da coluna1,4,6

.

A lombalgia que se origina de alterações estruturais, biomecânicas, vasculares ou

da interação destes fatores, é definida como mecânico-degenerativa1,5

. Aquelas de origem

inflamatória, infecciosa ou metabólica são classificadas como não mecânicas. E, finalmente,

aquela cuja dor é provocada ou agravada pela condição emocional do paciente é definida

como lombalgia psicossomática1, 5

.

A lombalgia é definida como uma dor regional anatomicamente distribuída entre

o último arco costal e a prega glútea, frequentemente acompanhada por exacerbação da dor e

limitação de movimento 4.

Pacientes lombálgicos são afetados não só pela dor, mas também por

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19

incapacidades funcionais ou interferências nas atividades de vida diária, sendo que os próprios

pacientes atribuem essas dificuldades no dia-a-dia às dores provenientes da lombalgia6.

A recorrência dos sintomas e o desenvolvimento da condição crônica desta

condição clínica acabam agravando as consequências da lombalgia6. O termo lombalgia

crônica significa que a condição é permanente por no mínimo três meses, sendo este período

um consenso tanto para o clínico quanto para o paciente1, 6

.

2.1 CRIAÇÃO DO MÉTODO DE PILATES®

O alemão Joseph Pilates passou a sua infância e parte da sua adolescência lutando

contra sua saúde frágil. Sua determinação levou a transformar-se em atleta praticante de

várias modalidades esportivas 7,8

. Mas ao mesmo tempo em que se exercitava, o jovem Pilates

passou a se interessar pela anatomia e fisiologia humana, em especial a musculatura corporal9.

Pilates estudou as várias formas de movimento, tanto ocidentais quanto orientais,

incluindo yoga, zen. Foi buscar inspiração inclusive nas técnicas Gregas e Romanas. As

combinações de todas essas práticas o tornaram capaz de mais tarde formular seu método3.

No período que deflagrou a 1ª Guerra Mundial e Pilates ficou detido, aplicou seu

método de ginástica aos outros internos, que desenvolveram a musculatura, ficaram mais

fortes e não foram contaminados pela epidemia da época. Pilates aplicou também seu método

em pessoas mutiladas, incapacitadas e enfermas. Para isso adaptou as camas e as cadeiras da

enfermaria, desenvolvendo máquinas que ajudaram na reabilitação dessas pessoas. Aquelas

máquinas são modelos dos equipamentos usados até hoje. Portanto, o alemão Joseph Pilates

criou um método revolucionário de se exercitar, integrando corpo, mente e espírito3, 9

.

Joseph Pilates criou mais de 500 exercícios diferenciados que em comum

fortalecem e alongam toda musculatura do corpo, melhoram a flexibilidade e a coordenação e

proporcionam relaxamento, muita conscientização corporal sem contar o constante trabalho

respiratório e os cuidados com a correção da postura 3.

A princípio pode parecer que pouca coisa está acontecendo, principalmente se a

pessoa estiver acostumada a aulas de aeróbica ou musculação, nas quais são utilizadas

grandes cargas. Entretanto, para ser capaz de usar corretamente seu corpo, o indivíduo precisa

ter consciência dele como uma entidade integrada. Através do Pilates o aluno finalmente vai

conhecer e aprender a usar corretamente o próprio corpo. À medida que descobre como usá-lo

Page 20: TCC lombalgia

20

corretamente, sua postura melhoram, seus músculos adquirem maior tonicidade, suas

articulações tornam-se mais flexíveis e a forma de seu corpo torna-se mais equilibrada, ereta e

alongada 3,7

.

A prática freqüente da técnica de Pilates traz os seguintes benefícios: fortalece o

corpo, especialmente a musculatura abdominal; alonga e dá flexibilidade; desenvolve a

consciência corporal e melhora a coordenação; ajuda a descomprimir lesões na coluna;

prepara áreas enfraquecidas para a reabilitação; deixa as articulações mais móveis; desenvolve

os músculos que suportam a coluna, aliviando dores crônicas na região; eleva a capacidade de

contração muscular; aumenta a densidade óssea; melhora a postura e induz a combater o

estresse; diminui a tensão e fadiga; relaxa; aumenta a capacidade respiratória e

cardiovascular; desperta, revitaliza e dá sensação de leveza; aperfeiçoa o desempenho de

atletas; diminui o percentual de gordura corporal; estimula a circulação; diminui a tensão pré-

menstrual; auxilia no tratamento de complicações nos joelhos, ombros e panturrilhas,

acidentes automobilísticos, reumatismo, poliomielites, pós-cirurgias, pré e pós-parto7.

A única contra-indicação do método é para casos de lesões no sistema músculo-

esquelético em processo de dor aguda. Passada essa fase, inicia-se a reabilitação, na qual o

Pilates é utilizado para trabalhar a força muscular, a flexibilidade e o ganho ou recuperação de

movimento3,7,8

.

A teoria e prática do Método Pilates® ficou bem explicada pelo próprio criador,

Joseph Humberts Pilates, em seu livro Return to Life Trought Contrology, no qual definia a

sua técnica como a completa interação entre corpo, mente e espírito. Uma de suas máximas

era: “Nem muito pouco, nem em excesso 7.

O Pilates é um método revolucionário que fortalece e alonga o músculo sem

causar qualquer lesão à pessoa que pratica. Não são feitos exercícios localizados. A cada aula,

o corpo como um todo é trabalhado 3,7

.

Com o passar do tempo e o progresso da tecnologia, a vida de todos nós se tornou

menos ativa e consequentemente menos sadia. Muitas pessoas têm este conhecimento e

buscam atividades físicas que lhe dêem prazer e resultados e que garantam uma vida de

melhor qualidade e bem estar, embora ainda haja muitas pessoas sedentárias e que não se

preocupam com estes fatores5.

É um método de condicionamento físico e mental, com exercícios de baixo

esforço, de forma geral, usando diferentes aparelhos e equipamentos, como o objetivo de

fortalecer e alongar a musculatura corporal, resultando na melhora da postura e da forma

corporal5.

Page 21: TCC lombalgia

21

O condicionamento físico atingido no Método Pilates® caracteriza-se pela

obtenção e manutenção de um corpo uniformemente desenvolvido, que nos permite executar

tarefas diárias de maneira mais fácil e natural8. A integração entre corpo e mente ocorre na

medida em que esse condicionamento adquirido faz com que realizemos nossas atividades

com prazer e entusiasmo5.

O corpo treinado é controlado de forma ativa através da mente. A meta de Joseph

Pilates era tornar as pessoas mais conscientes de si mesmas, transformando o corpo e a mente

numa entidade única8. Forçar o corpo em posições desequilibradas ou em fortes tensões,

empurrando ou carregando o corpo em sucessivos movimentos até a exaustão é igual a

executar exercícios artificiais9. A percepção da capacidade física, a correção dos

desequilíbrios e fraquezas e a realização dos movimentos com economia de energia 5,9

.

2.1.1 Princípios

Os benefícios do Método Pilates® só dependem da execução dos exercícios com

fidelidade aos seus princípios7.

O Método Pilates® é a fusão da abordagem oriental e ocidental. Através das

técnicas orientais que visam o relaxamento, respiração, concentração, controle e flexibilidade

somados a técnica ocidental visando à ênfase no movimento com força. Surgiu então a

essência dos princípios do Método Pilates®7

.

A mente molda o corpo e o corpo bem preparado dá condição da mente

transcender. Que por sua vez geraria um corpo ainda melhor. Estes conceitos orientais e a

necessidade do fortalecimento corporal e as definições e contornos musculares, visão

ocidental, fez com que Joseph Pilates definisse os seis princípios básicos do seu método,

denominado Contrologia9.

A execução de qualquer movimento tem início na ativação do centro de força, que

através da respiração e concentração, somado ao controle, a precisão e fluidez realizam o

exercício com perfeição 8,9

.

2.1.2 Concentração

Page 22: TCC lombalgia

22

Seu corpo e sua mente trabalham juntos. A cada movimento realizado você se

concentra no que e como está fazendo o exercício. Desenvolve maior consciência do espaço

que você ocupa e o que você está fazendo com cada parte do seu corpo.

A concentração em cada movimento do seu corpo evita que os exercícios sejam

realizados de forma automatizada e repetitiva 7,8,9

.

2.1.3 Respiração

A respiração é o grande diferencial para se obter um resultado profundo com os

exercícios do Pilates8. A respiração eficiente está diretamente ligada à saúde, ela estimula as

células, aumenta a oxigenação do sangue, elimina os gases nocivos11

e, junto com os

exercícios, ajuda a relaxar os músculos, diminuindo o nível de tensão, ajudando no controle

dos movimentos10

. Na inspiração você leva o ar para a parte lateral da sua caixa torácica; na

expiração você ativa o transverso abdominal, usando a imagem do umbigo colado a sua

coluna. Essa contração deverá ser mantida durante todos os exercícios, ajudando na

estabilização da região lombar e pélvica. Respire o mais profundo e consciente possível. A

respiração está ligada a concentração9.

2.1.4 Centro de Força

É formado pelo abdômen, região lombar e as nádegas. São responsáveis pela

sustentação dos órgãos internos, da coluna e pela postura. O ponto focal do Método Pilates®

é o centro de força. O centro de força ou músculos da região central também definido como

estabilizadores7,9

. Os músculos estabilizadores, ou da região central do tronco, fornecem

sustentação para a pélvis e para a coluna lombar, aumentando a rigidez desta protegendo

segmentos lesionados da coluna, caso existam.

As autoridades australianas na estabilização da coluna descrevem este músculo

um cilindro tridimensional. Na frente e ao lado desse cilindro esta o profundo transverso do

abdômen; na parede do tronco estão os multifídios10

. A base do cilindro é constituída pelos

músculos do assoalho pélvico e o topo, pelo diafragma, um músculo respiratório com forma

Page 23: TCC lombalgia

23

de cúpula. A estabilidade da coluna lombar depende dos músculos profundos centrais serem

fortes e trabalharem juntos para transformar o abdômen e a coluna em cilindro rígido10

.

Para iniciar qualquer exercício, deve ser ativado o centro de força para a

estabilização do tronco. O fortalecimento é uma conseqüência natural no método8. Os

exercícios devem ser feitos com postura correta para que possa restaurar seu equilíbrio

muscular, devolvendo ao corpo, maior mobilidade e um funcionamento saudável. O método

restabelece as curvaturas fisiológicas da coluna acionando o centro de força. A respiração e a

concentração estão diretamente ligadas com a ativação do centro de força7.

Os músculos abdominais (o reto abdominal, os oblíquos externos e internos e o

transverso do abdômen) trabalham com os músculos da coluna (os mais importantes são os

multifîdios e o quadrado lombar) para formar o centro de força. Os praticantes de Pilates

também incluem o assoalho pélvico no centro de força pela forma que esse arranjo de

músculos e ligamentos conecta-se ao sistema nervoso central dos músculos profundos

abdominais7.

Figura 1: Musculatura do abdômen`` Centro de Força``.

Fonte: Dillman, 2004.

2.1.5 Controle ou coordenação

O controle é fundamental para a eficiência, eficácia e a segurança na execução dos

exercícios. Se o exercício for do nível avançado e não for capaz de executá-lo até o fim com

perfeição, este deve ser fragmentado para níveis iniciais de aprendizado, conforme orientação

de instrutor capacitado, para que possa ser praticado com excelência como determina o

Page 24: TCC lombalgia

24

Método Pilates® 3,8,9

.

O movimento deve ser controlado e coordenado pela mente, justificando a ligação

com a concentração. O controle do movimento o torna harmonioso, sem sobrecargas e

compensações musculares3.

2.1.6 Precisão

O controle está diretamente ligado com a precisão. E é a perfeita comunicação

entre a mente e o corpo. É a mente com total controle sobre o corpo e os dois trabalhando

simultaneamente. A mesma define a perfeição do movimento. Para isso é necessário que o

centro de força esteja acionado, que o praticante esteja concentrado e com total controle do

corpo. A execução de movimentos precisos inicia com um bom alinhamento corporal e

posicionamento postural. Dessa forma, os músculos corretos estão sendo ativados e o

desenvolvimento da musculatura e do corpo em geral estam equilibrados7.

2.1.7 Fluidez

Fluidez, harmonia e beleza: esta tríade define o que devemos buscar ao executar

os movimentos durante a prática do Método Pilates®. Os movimentos devem ser executados

harmoniosamente, no ritmo respiratório, de forma lenta, com leveza e com o máximo de

amplitude articular 9.

2.1.8 Objetivo

O Método Pilates® é um programa de condicionamento corporal que promove a

harmonia entre o corpo e a mente. O objetivo principal do método é proporcionar aos seres

humanos um aprofundamento na compreensão de seus corpos. Desse modo, todos poderão

usá-los de forma mais eficiente, aprimorando seu desempenho nas atividades de vida diária e

Page 25: TCC lombalgia

25

profissional3. Alcançar o condicionamento físico ideal está relacionado diretamente com a

prática de uma atividade física, assim como a nutrição e controle de peso, a composição

corporal a resistência cardiovascular14

.

Portanto, o Método Pilates®

é uma opção de treinamento que contribui no

processo para alcançar um estado de condicionamento físico. A capacidade de trabalhar com

vigor e prazer sem se sentir cansado indevidamente, e adquirir um estilo de vida que produza

saúde e felicidade é um dos objetivos do Método Pilates®7

.

2.1.9 Indicação e contra indicação

A vantagem do Método Pilates® está no fato de ser um sistema que atende à

realidade de praticantes de qualquer idade, sexo ou nível de aptidão, dando bons resultados se

a pessoa for um completo iniciante, um amador de exercícios físicos ou mesmo um atleta

profissional7. Independente da idade, qualquer pessoa pode ser beneficiada com este método

que melhora a qualidade de vida e oferece resultados rápidos. Mas para obter os benefícios do

Pilates é preciso ser disciplinado 7.

O interessante é que a atividade possa ser desenvolvida atendendo as necessidades

específicas de cada praticante. Os exercícios são adaptados conforme as condições físicas do

praticante, não havendo contra indicações. Há os exercícios que podem ser evitados, mas

existem outros que se encaixam nas necessidades físicas do praticante. Cada praticante é visto

como um ser diferente, não há um programa rígido que deve ser seguido a todos que entram

no estúdio. As aulas são adequadas com o biotipo, estado de condicionamento e a capacidade

do praticante7.

Para alguns praticantes, o respeito aos seus limites de esforços físicos é

importantíssimo. O interessante é que não sintam o corpo desgastado por uma atividade física

extenuante, onde os músculos são sobrecarregados. O ideal a esse público é sentir os

benefícios do treinamento em sua flexibilidade, postura, força, alívio das dores crônicas de

forma agradável 3,8,9

.

Já outros praticantes, acostumados a exercícios fortes e a esportes de ação, a

princípio estranham a leveza e fluidez dos movimentos do Método Pilates®. Mas logo se

surpreendem com a intensidade do treinamento e com os profundos ganhos em equilíbrio,

alinhamento, elasticidade, eficiência na realização de potenciais de força muscular e proteção

Page 26: TCC lombalgia

26

contra lesões7. Nas recuperações de lesões, o método apresenta características de baixo

impacto, proteção das articulações, bom estímulo à recuperação de tecidos musculares e

correção da postura e respiração, além da melhora da auto-estima7,14

. Conscientizando

alinhamentos e encaixes, o método põe a coluna vertebral em prumo, sustentada por um

suporte muscular central firme e eficiente, corrigindo sobrecargas indevidas em outras regiões

do corpo e liberando-as para desenvolverem suas próprias potencialidades em harmonia e

com equilíbrio9. Os exercícios podem ser praticados por qualquer indivíduo, desde atleta até o

sedentário, do idoso ao adolescente, da grávida a pacientes em fase de reabilitação, podendo

ser recomendado como condicionamento para prevenção de lesões3, 7

.

Este método deve ser aplicado em crianças a partir de 12 anos de idade por

acreditar que crianças mais jovens, não apresentam capacidade e maturidade para

concentração suficiente para a execução dos exercícios3. Antes de iniciar qualquer tipo de

atividade física, o ideal é que seja procurado um médico para ser feito uma avaliação. Isso é

fundamental para evitar riscos que comprometam a saúde do praticante, a qualidade na

execução do método e o profissional que está aplicando a atividade física13,14

.

2.1.10 Aplicação

Em aproximadamente 500 exercícios realizados no solo ou nos aparelhos criados

por Joseph Pilates, o método visa à obtenção de ótimo condicionamento físico através do

desenvolvimento uniforme de corpo e mente, de forma que qualquer ser humano seja capaz de

executar todas as suas tarefas e ocupações diárias com facilidade, naturalidade e

espontaneidade8, 9

. A prática do método é baseada em exercícios rítmicos de força e

alongamentos e com bastantes trabalhos concêntricos e excêntricos de abdômen e músculos

lombares. Os exercícios são executados sempre de forma ativa pelo praticante, nada

passivamente7.

O praticante controla os equipamentos executando os exercícios e assim fortalece,

alonga e massageia o corpo, evoluindo de acordo com a capacidade individual. Durante os

exercícios, as molas dos aparelhos, as cordas, os elásticos e os acessórios proporcionam

assistência e resistência aos movimentos. Os aparelhos facilitam e reeducam o movimento. Ao

iniciar as aulas, o praticante passa por uma anamnese, avaliação física e então os exercícios

são planejados de acordo com as necessidades físicas e interesses do cliente 3,7

.

Page 27: TCC lombalgia

27

Há três níveis de aprendizado: básico, intermediário e avançado. Todos os

exercícios podem ser modificados e segmentados para adequar com as condições do

praticante. Depois de perfeita execução os exercícios vão evoluindo acompanhando a

sincronia da mente e do corpo. As aulas são intercaladas com exercícios no solo e nos

equipamentos, começando com solturas das articulações, é uma espécie de espreguiçar, e são

finalizados com um relaxamento9. O ambiente deve ser confortável, agradável e atrativo.

Deve-se ter uma música relaxante, temperatura ideal, nem muito calor e nem muito frio, a sala

sempre muito limpa e higienizada, os materiais organizados. A sala deve ter um espelho para

que durante a execução dos exercícios o praticante possa corrigir a postura, ajudando a criar

ou melhorar a consciência corporal. O praticante deve usar roupa apropriada, de malha que

facilite a sua mobilidade, sem calçados, usando apenas meias 9.

Os exercícios devem ser efetuados em média de 6 a 8 repetições, ou seja, baixas

repetições e alta concentração, pois o que se busca não é a massa física, mas sim a execução

de forma lenta, para que se tenha tempo de organizar o tronco, trabalhando a musculatura de

forma pensada. A quantidade ideal de exercícios não é nem muito pouco, nem em excesso,

diz ainda que não interessa a quantidade de repetições, mas a qualidade da execução9.

A variedade de exercícios possibilita as poucas repetições das séries, a

diversificação durante as aulas, que devem ser realizadas no mínimo duas vezes na semana,

para evitar a monotonia, podendo adaptar os exercícios a qualquer pessoa. A prática é livre de

impactos e não causa sobrecarga, o que torna rara a ocorrência de lesões e de dores

musculares. É imprescindível o controle dos movimentos e a individualidade no trabalho9.

Durante a aplicação dos exercícios é comum por parte do fisioterapeuta o uso de

figuras de imagens, visando facilitar o entendimento do paciente para que este associe com o

seu corpo e possa executar os exercícios perfeitamente. Exemplo usado para acionar a

musculatura abdominal é pedindo para o praticante imaginar o seu umbigo encostando à

região lombar7.

Os exercícios devem ser praticados de forma agradável, relaxante e com

facilidade na execução, já que devem ser modificados para adaptar as necessidades do

praticante. Portanto, a execução não pode causar dores, exaustão, grande tensões e nem

sobrecargas. O paciente tem que sentir prazer em praticar o método. Jamais a consequência do

dia seguinte deve ser a dor muscular, fadiga e aumento do estresse. Por isso o mesmo deve

estar bem instruído e não praticar o método em grupos maiores de 4 pessoas. O ideal é a

individualidade no atendimento, pois o comando verbal, através das figuras de imagens e o

contato manual na região que deve ser acionada a musculatura garantem a qualidade e

Page 28: TCC lombalgia

28

precisão na execução do método7.

Porém, a garantia da eficiência do Método Pilates® está na execução dos

exercícios seguindo os seus princípios básicos a contrologia. A aplicação do método só tem

resultado com a fidelidade aos seus princípios9.

2.1.11 Dicas para instruir a prática dos exercícios de forma perfeita

As instruções de um profissional capacitado interferem diretamente na execução

dos exercícios com perfeição. A fidelidade aos princípios e a perfeita execução garante os

resultados do Método Pilates® e o diferencia dos demais modos de praticar uma atividade

física14

.

Seguem algumas dicas para que o praticante seja bem orientado a alcançar a

perfeição dentro dos seus limites:

a) Respeite os limites do seu corpo;

b) Pare imediatamente ao sentir dor. Modifique o movimento para continuar ou pule este

exercício. Caso a dor persista, procure o médico;

c) Pilates é a qualidade de movimento, e não a quantidade. Faça menos repetições;

d) Procure a perfeição em cada movimento;

e) Execute movimentos com precisão;

f) Respeite sempre o número máximo de 8 repetições;

g) Faça os exercícios lentamente e com controle para ganhar força e resistência muscular;

h) Faça os movimentos de forma relaxada, com graça e fluidez;

i) Concentre-se nos movimentos que está executando;

j) Busque a integração do seu corpo com sua mente;

k) Respire a cada movimento;

l) Mantenha sempre seu abdômen profundamente contraído. Imagine seu umbigo cada

vez mais colado à sua coluna;

m) Verifique se você está fazendo os exercícios com a postura correta;

n) Mude de nível somente após executar os exercícios do nível em que está com

facilidade14

.

Page 29: TCC lombalgia

29

2.1.12 Benefícios

O método oferece um programa de exercícios que estimulam a circulação e

oxigenação do sangue, melhora o condicionamento físico geral, a flexibilidade, a amplitude

muscular e o alinhamento postural adequado8. Além disso, promove melhoras nos níveis de

consciência corporal, da coordenação motora e do controle muscular. Todos esses benefícios

citados ajudam a prevenir e reduzir o risco de lesões e proporcionam o alívio das dores8. Para

a coluna vertebral, o método fortalece, alonga e equilibra toda a musculatura, alinhando e

descomprimindo tensões. Ajuda aliviar pinçamento e compressões de disco, o que facilita a

circulação de sangue nessas regiões. Os exercícios são executados com estabilização da pelve

e a coluna em posição neutra8. O respeito às curvaturas fisiológicas, é importante para que a

musculatura tenha ganhado com o alongamento, fortalecimento e equilíbrio, proporcionando

um perfeito alinhamento corporal15

.

Com a certeza, de que os músculos devem ser fortes e flexíveis para se manterem

bonitos e saudáveis, o Método Pilates® através dos seus exercícios, fortalece os músculos

fracos, alonga os encurtados e aumenta a mobilidade das articulações9. Movimentos fluentes

são feitos sem pressa e com muito controle para evitar estresse3, 7

. O alinhamento postural é

importante em todos os exercícios ajudando na melhora da postura global do indivíduo14

. O

método proporciona ainda uma melhoria no desempenho sexual e na incontinência urinária,

pois trabalha a musculatura do assoalho pélvico.

O diferencial do método está na visão holística do seu criador, de mente sã e

corpo são. Através disso, o praticante se beneficia da integração do corpo e da mente, do

condicionamento mental, do alívio do estresse e dores crônicas, melhora da auto-estima, da

conscientização corporal, promovendo o relaxamento8,9

.

Através da respiração, a capacidade respiratória e mobilidade da caixa torácica e

diafragmática melhoram11

. O método promove o autoconhecimento e a harmonia dos

movimentos necessários para a qualidade nas atividades da vida diária, proporcionando um

estilo de vida saudável9.

A função do segmento lombar é o de sustentação da cabeça, membros superiores

e tronco, movimento, além de proteção da medula espinhal. A coluna lombar é composta por

05 vértebras articuladas entre si pelo disco intervertebral e por 2 pares de articulações

interapofisárias. O corpo vertebral ocupa a porção ventral da coluna e se articula com o

adjacente através da interposição do disco intervertebral. O disco intervertebral é composto

Page 30: TCC lombalgia

30

por um núcleo pulposo e externamente pelo o anel fibroso. A matriz do núcleo pulposo

contém aproximadamente 80% de lâminas fibrocartilaginosas dispostas em diferentes

direções. A perfeita integridade do disco é fundamental para a biomecânica da coluna, pois

participa da sua estabilização e flexibilidade e, juntamente com o corpo vertebral, resiste às

forças de compressão15

.

2.2 ASPECTOS ANATÔMICOS DA REGIÃO LOMBAR

Figura 2: curvaturas fisiológicas da coluna vertebral.

Fonte: Bogduk N, 1997.

A conformação do disco intervertebral também participa da gênese da lordose

lombar devido à menor altura de sua porção posterior. Para a estabilidade do compartimento

anterior da coluna, o ligamento longitudinal anterior e posterior, que recobrem

respectivamente a face anterior e posterior do corpo vertebral, e do disco intervertebral15

. As

articulações interapofisárias são diartrodiais, possuindo cartilagem, membrana sinovial e

líquido sinovial. São estabilizadas pelas cápsulas articulares e por ligamentos. Tem a função

de orientar e limitar o movimento da coluna, o que é feito de acordo com a direção de suas

facetas articulares. O arcabouço ósseo e o disco intervertebral dão forma ao canal vertebral,

que contém e protege a medula espinhal, raízes nervosas e sua meninge, e aos forames

intervertebrais, trajetos das raízes. O canal é recoberto anteriormente pelo ligamento

Page 31: TCC lombalgia

31

longitudinal posterior e posteriormente pelo ligamento amarelo16

.

Eminências ósseas (um processo espinhoso e dois transversos por vértebra)

ancoram os ligamentos e músculos e são submetidas a forças de tração. Encontra-se o

ligamento supra-espinhoso, que recobre longitudinalmente os ápices dos processos

espinhosos, e os processos intertransversos adjacentes. A musculatura participa

importantemente da estabilização e forma da coluna e é responsável pelos movimentos de

flexão, extensão, lateralização e rotação16

.

A coluna lombar é irrigada pelas artérias segmentares oriundas da aorta. A

drenagem venosa depende das veias vertebrobasilares e intercostais e plexos venosos. A

inervação se faz por ramos dos nervos espinhais: nervos meníngeos recorrentes e ramos da

divisão primária posterior. A nocicepção origina-se de terminações nervosas livres localizadas

no periósteo, cápsulas articulares, anel fibroso, vasos sanguíneos, músculos e ligamentos16

.

A lordose lombar é causada grandemente pela incapacidade dos flexores do

quadril de estirarem-se e alongarem-se. Na posição fetal, os quadris e joelhos estão fletidos.

Como os quadris se estendem para assumir a postura ereta, a extensão das articulações

coxofemorais causa tração simultânea da coluna lombar através da inserção do psoas,

causando convexidade anterior ou lordose12

.

O adulto ereto exibe curvas fisiológicas equilibradas. A configuração estática da

coluna pode ser considerada uma “boa postura”, não cansativa e indolor para o indivíduo, que

pode permanecer ereto por períodos de tempo razoáveis, e apresentar uma aparência

esteticamente aceitável. A postura de pé é um dos alinhamentos esqueléticos aperfeiçoados

como um arranjo relativo das partes do corpo em um estado de equilíbrio que protege as

estruturas de suporte do corpo contra lesões ou deformidades progressivas12

.

2.2.1 Definição de Postura

O termo postura deriva da síncope da palavra positura que, modernizando-se, não

só perdeu uma vogal, mas complicou notavelmente o seu significado original de posição,

atitude ou hábitos posturais. Por postura podemos entender, que é a posição otimizada,

mantida com característica automática e espontânea, de um organismo em perfeita harmonia

com a força antigravitacional e predisposto a passar do estado de repouso ao estado de

movimento. Funcionalmente, pode ser considerado o conjunto de relações existentes entre o

Page 32: TCC lombalgia

32

organismo como um todo, com as várias partes do corpo e o ambiente que o cerca17

.

Substancialmente, vai de acordo com um complexo sistema de muitos moldes, no

qual intervém, além do caráter biomecânico, um conjunto de variáveis. A postura é expressão

somática de emoções, impulsos e regressões. Cada um reflete, inconscientemente, no

movimento exterior, a condição interior e a sua personalidade17

.

Assim, a postura é considerada uma verdadeira e própria forma de linguagem,

uma vez que cada um se move assim como se sente: por exemplo, uma pessoa cansada e

deprimida apresenta ombros caídos, o dorso curvado e o colo deprimido. A postura exprime o

que experimenta um organismo na situação atual, como ele vive, e é, por isso, uma resposta

global de acomodação ao ambiente, uma correlação entre os aspectos corporais e mentais do

comportamento 17

.

Postura é a posição do corpo que envolve o mínimo de estiramento das estruturas

do corpo, e com o menor gasto energético para se obter o máximo de eficiência no uso do

corpo. Há uma aceitação geral de que, quando temos uma postura “boa” ou ideal, a linha da

gravidade deve passar pelos seguintes pontos: apófise, mastóide, extremidade do ombro,

quadril e anteriormente ao tornozelo17

.

A postura é usualmente definida como o arranjo relativo das partes do corpo. Sob

tais condições, os músculos funcionarão mais eficientemente em posições adequadas são

proporcionadas aos órgãos torácicos e abdominais. Uma postura pobre é uma relação

defeituosa das várias partes do corpo, que produz um esforço aumentado sobre as estruturas

na qual há um equilíbrio menos eficiente sobre a base de suporte18

.

Há também fatores orgânicos, doenças tais como cifose, escoliose, espondilite,

coxa vara, coxartose, discartose, cujas dores obrigam a pessoa adquirir uma postura viciosa

para aliviá-las18

. E há fatores emocionais que influem na postura corporal adequada. Platão já

dizia que movimentos corporais harmônicos se traduzem em satisfação mental. A consciência

corporal está associada a uma boa postura é o estado de equilíbrio muscular e esquelético, que

protege as estruturas de suporte do corpo, os músculos e ossos, contra lesões ou deformidades

progressivas, independente da atitude nas quais estas estruturas estejam trabalhando ou

descansando.

Existem muitos fatores que influenciam a postura adulta, mas existem três que

suplantam todos os outros em sua prevalência e frequência. O primeiro é a postura familiar

hereditária, tal como uma coluna dorsal cifótica, uma notável hiperlordose e outros. O

segundo são as anormalidades estruturais que influenciam a postura. Tais anormalidades

podem ser congênitas ou adquiridas, podem ser esqueléticas, musculares ou neurológicas, e

Page 33: TCC lombalgia

33

podem ser estáticas ou progressivas. Mas, insidiosos em sua influência e admitidamente mais

controversos em sua aceitação é o terceiro, que revela a postura de hábito e o treinamento11

.

A postura é em alto grau um hábito, e por treinamento e repetição pode tornar-se

um hábito subconsciente da postura manifestada não apenas na postura estática, mas muito

também nos padrões cinéticos 11

.

2.3 FATORES QUE LEVAM A LOMBALGIA

A lombalgia é a dor que ocorre na região lombar, seja de causa nervosa ou

muscular, podendo ser causada por estresse. É extremamente comum e, entre 65% a 80% da

população desenvolverão dor nas costas em alguma etapa das suas vidas. É a maior causa de

afastamento do trabalho em indivíduos abaixo de 45 anos, sendo que aproximadamente 50%

das pessoas com dores crônicas retornam ao trabalho. A maioria das lombalgias atribuídas à

postura está relacionada com o aumento do ângulo lombossacro e concomitante aumento da

lordose lombar. Ela pode ser favorecida por um desvio das curvaturas fisiológicas18,19

.

A lombalgia gravídica está relacionada a um aumento da lordose. O útero grávido

causa um pequeno deslocamento anterior. Além disto, há uma fadiga durante a gravidez que

desencoraja os bons hábitos e esforços, juntamente com uma frouxidão ligamentar hormonal

que completa o quadro. As dores em órgãos abdominais ou pélvicos também podem ser

referidas unicamente por dor lombar, como por exemplo, cálculo renal e a tensão pré-

menstrual 19

.

O diagnóstico da lombalgia varia com a causa, pois a dor é somente um sintoma,

portanto as características da dor serão muito importantes para o diagnóstico; como iniciou, o

que melhora ou piora, se apareceram após trauma, exercícios, movimentos bruscos, se é

noturna ou diurna ou se é acompanhada de outros sintomas como febre, emagrecimento,

dormência, etc. As características de dor associada aos exames complementares devem levar

ao diagnóstico e ao tratamento adequado, que poderá ser a associação de medicamentos e

fisioterapia, às vezes cirurgia e posteriormente a prevenção das causas 20

.

2.3.1 Classificação

Page 34: TCC lombalgia

34

A região lombar da coluna é a mais lesada principalmente devido à magnitude das

cargas que ela suporta. A fonte de dor da coluna lombar pode estar pontuada em vários locais

na área lombar resultantes a múltiplos fatores de risco associados com o distúrbio. Alguns

desses fatores são20

:

2.3.1.1 Lombalgia aguda

A dor aguda é relacionada temporalmente a lesão causadora, isto é que deve

desaparecer durante o período esperado de recuperação do organismo ao evento que está

causando a dor. Aparece uma dor intensa, brusca, geralmente enquanto a pessoa realiza um

esforço. Pode apresentar antecedentes de dor lombar pouco intensa. Na ocasião, a pessoa

permanece em uma posição semiflexionada da coluna lombar, sem ser possível a extensão e

nem prosseguir a flexão, já que com qualquer movimento agrava a dor. Uma primeira crise

costuma desaparecer em até 05 semanas com repouso e medicação analgésica. Deve-se então

iniciar a profilaxia de novas crises. Geralmente, o paciente não dá uma excessiva importância

a esta primeira crise, pelo qual não adota nenhuma medida em especial19

.

Não há limite preciso estabelecido para a duração final da dor aguda e início da

dor crônica, variando de três a seis meses, limite máximo em que a maioria dos autores passa

a considerar como crônica. Frequentemente, um desconforto agudo da coluna lombar não

permite um exame imediato. Apenas a anamnese pode ser feita. A vítima apresenta

flexibilidade limitada, possível escoliose com a postura antálgica, sensibilidade da

musculatura na região lombar, e limitada elevação da perna esticada 20

.

A dor da fase aguda diminui com medicação, repouso e fisioterapia. Nesse sentido

vale observar que a dor aguda pode ter duração extremamente curta, desde alguns minutos,

até a algumas semanas e diminuir pela reação do próprio organismo, mas é preciso o suporte

terapêutico para diagnosticar a causa desencadeante da dor. A lombalgia aguda pode ser

interpretada como um sinal de alerta, a crônica já não tem mais essa função. Uma dor pode

tornar-se crônica por vários motivos, mas não tem mais a função de alerta e defesa. Esta

merece uma atenção maior por afetar o estilo de vida das pessoas e por ter abordagem física,

cultural, social e emocional 20

.

Page 35: TCC lombalgia

35

2.3.1.2 Lombalgia Crônica

A pessoa queixa-se de dor lombar de forma intermitente de um período de tempo

que vai desde três meses a anos. A sensação de dor aumenta com o esforço e pelas posturas

prolongadas em pé. Pode apresentar uma irradiação difusa às extremidades inferiores21

. A

evolução é lenta apresentando fases de remissão e outras que pioram podendo chegar a adotar

a forma de uma lombalgia aguda. A lombalgia crônica é considerada por alguns autores

aquela com duração maior que 3 meses ou que ultrapasse o período usual de recuperação

esperado para a causa desencadeante da dor. Alguns autores consideram o limite para se

tornar dor crônica a partir de 6 meses. Por tanto, merece maior atenção por afetar

negativamente a qualidade de vida, limitar a movimentação, agilidade. Além de ter

envolvimentos emocionais 1.

2.3.1.3 Etiologia

As dores atribuídas à coluna vertebral têm mais do que 50 etiologias, porém, em

cerca de 80% das vezes, a causa é praticamente impossível de determinar, com certeza. Na

grande maioria dos casos, a identificação anatômica precisa das estruturas que produzem a

dor e esta é difícil por se tratar de uma dor difusa. Muitas das denominações como

estiramento e defeitos posturais são de difícil comprovação etiológica. Pode-se admitir que a

postura inadequada agrida três estruturas da coluna: o disco intervertebral, através das

pressões intradiscais, a vértebra, mudando-lhe a forma, e as apófises intra-articulares, que

resulta na diminuição do forame agredindo a raiz nervosa21

.

Há estruturas na unidade funcional da coluna lombar que podem causar dor.

Inicialmente é feito uma análise com a coluna lombar estática, em seguida se analisa a

lombalgia causada pela irritação dos tecidos sensíveis a dor através dos movimentos da coluna

lombar. Na posição estática, o disco intervertebral não é sensível à dor, portanto é livre de

terminações nervosas sensitivas. A dor discal deve-se a irritação de tecidos adjacentes17,21

.

Um disco normal tem elasticidade e capacidade de recuperação rápida, que

suportam aumento da pressão interna, o que impede uma irritação edemaciada dos tecidos

contíguos. A degeneração de um disco diminui sua capacidade de recuperação e resistência ao

Page 36: TCC lombalgia

36

aumento da pressão interna, permitindo a compressão dos tecidos adjacentes17,21

.

O disco degenerado é a fragmentação do anel fibroso e desidratação do núcleo

pulposo, o que provoca aumento na pressão intradiscal, irritando o ligamento longitudinal

posterior, o qual é sensível a dor17,21

.

O revestimento sinovial das facetas e a cápsula articular das articulações da

unidade funcional da coluna lombar são ricamente supridos por nervos sensitivos, bem como

vasomotores. Sendo assim responde aos estímulos inflamatórios que resultam em inchaço e

tumefação dos revestimentos sinoviais e aumento da viscosidade do fluido sinovial, o que

causa um espasmo muscular periarticular, limitando progressivamente os movimentos. A

inflamação das articulações sinoviais produz dor severa, dependendo da intensidade e

extensão da inflamação21

.

O espasmo muscular que acompanha a disfunção da coluna é por si só capaz de

produzir dor, por causar isquemia no tecido. Os problemas emocionais (depressão, dificuldade

sexuais, ansiedade, fobias, etc.) têm influência sobre a musculatura, deixando-a tensa,

dolorida. Esta acaba agredindo ainda mais o disco e articulações já danificadas, diminuindo o

orifício e comprimindo a raiz nervosa21

.

Outro fator é a raiz do nervo ciático que emerge do forame intervertebral e, é

sensoriomotor, sensível a dor e que causa dor no local e irradiada no seu dermátomo21

.

As causas das lombalgias cinéticas podem se dar por três maneiras básicas:

1) Tensão anormal sobre uma coluna normal.

2) Esforço normal sobre uma coluna anormal.

3) Esforço normal sobre uma coluna normal, porém despreparada para esforço. A

palavra normal aplicada à tensão refere-se a um esforço razoável manipulado sem

desconforto. Uma coluna dita normal refere-se a uma coluna lombar estruturalmente sadia e

funcionalmente apta21

.

2.4 TENSÃO ANORMAL SOBRE UMA COLUNA NORMAL

Uma coluna normal, pela contração muscular pode sustentar um peso sobreposto

durante um período de tempo razoável. Porém manter um peso a uma distância do corpo por

um período de tempo muito longo causará fadiga muscular e exaustão.

Page 37: TCC lombalgia

37

Quando a contração muscular necessária para manter uma discreta flexão da

coluna for exaurida, simulada pela postura profissional ao manter-se em pé flexionado por

quinze minutos ou mesmo sentado fletido anteriormente, o impacto de esforço recai sobre os

ligamentos, que têm a elasticidade limitada e são capazes de produzir dor. Nestas posturas há

também um aumento da pressão intradiscal, que podem desencadear dor1.

Os músculos eretores da coluna, assumindo uma contração isométrica poderosa,

eventualmente fadigam-se, geram isquemia e também se tornam dolorosos. Essa tensão

excessiva na fixação miofascial do periósteo também pode causar dor1.

Quando a contração muscular for exaurida, o impacto do esforço cai sobre os

ligamentos, e uma vez que estes cedem, a tensão recai sobre as articulações, que pode resultar

em luxação vertebral. Enfim, a dor pode manifestar-se muitas vezes durante esta sequência de

eventos1.

2.5 ESFORÇO NORMAL SOBRE UMA COLUNA ANORMAL

O uso normal de uma coluna anormal implica no uso correto de uma coluna

estruturalmente defeituosa. Este defeito pode ser encontrado nas estruturas ósseas, nas

porções articulares da coluna, nos ligamentos, nos tecidos musculares ou em qualquer

combinação destes elementos12

.

Na escoliose estrutural, as facetas articulares estão assimétricas devido à rotação e

inclinação da vértebra, com isso durante a flexão e extensão da coluna lombar ocorre um

choque ósseo e as facetas são comprimidas gerando dor. O ligamento longitudinal posterior e

a cápsula articular acompanham o alinhamento curvo da escoliose e durante o mesmo

movimento sofrem um estiramento excessivo e desenvolve um mecanismo de dor12

.

Durante a flexão e extensão da coluna com um aumento lombossacro, pode haver

um cisalhamento da unidade funcional e este associado a uma degeneração discal, pode

acarretar um pinçamento do disco posteriormente, irritando a ligamento longitudinal

posterior, podendo gerar hérnia de disco12

.

Com os músculos isquiotibiais encurtados, o movimento de flexão e extensão da

lombar ficam limitados, pois estes músculos se inserem na tuberosidade isquiática. Para

alcançar a flexão máxima, a inclinação anterior da pelve deve-se ao aumento da curvatura

lombar, que sobrecarrega o ligamento longitudinal posterior e essa insistência resultará em

Page 38: TCC lombalgia

38

dor por estiramento ligamentar ou até ruptura da fixação ligamento periosteal ou do próprio

ligamento12

.

Caso a coluna lombar esteja retraída, durante a flexão não haverá uma completa

rotação anterior da pelve e esta limitação também sobrecarregará o ligamento longitudinal

posterior e os músculos paravertebrais encurtados12

.

2.6 ESFORÇO NORMAL SOBRE UMA COLUNA NORMAL DESPREPARADA

A imposição de um esforço usualmente normal sobre uma coluna mecanicamente

normal, em um momento em que a coluna não está preparada para recebê-lo, sendo observado

na velocidade de reação do organismo para se defender de uma suposta injúria. Como

exemplo, ocasião em que a pessoa escorrega e reage rapidamente para se equilibrar e não cair

no chão, evitando a injúria de micro lesões teciduais e lesões como ferimentos. Ocorre ainda,

quando a pessoa está deitada em decúbito ventral e com velocidade de reação levanta-se

repentinamente por um susto, de forma aumentar o choque facetário. Qualquer atividade

neuromusculoesquelética é precedida por antecipação e preparação. Sob condições normais,

uma ação iminente evocará uma ação apropriada. O movimento antecipado gradua a

intensidade da contração, a velocidade da ação e extensão da contração necessária ao tempo e

à distância. Entretanto, a contração pode causar uma movimentação excessiva, excedendo

então os tecidos capsulares e articulares, que resulta em dor e incapacidade22

.

Deve-se considerar ainda a direção dos movimentos. Na postura fletida, a rotação

da unidade funcional está restringida pelos anéis fibrosos do disco e pelos ligamentos longos.

Portanto, flexão e rotação que excedem os limites fisiológicos é provavelmente a maior causa

de ruptura das fibras dos anéis fibrosos22

.

2.6.1 Fatores de risco

O envelhecimento, a degeneração e o desgaste das estruturas da coluna vertebral

(vértebras, discos e ligamentos) parecem ser a principal causa da lombalgia. Porém, na

distribuição aproximada dessas causas, verifica-se que as posturas inadequadas no trabalho

são as grandes responsáveis pela doença, aparecendo em 25% dos casos. No geral, as causas

Page 39: TCC lombalgia

39

são muitas e freqüentemente existem várias levando ao que se conhece por etiologia

multifatorial. A lombalgia não é causada por fatores isolados, mas sim pelo conjunto de vários

fatores. Os fatores de risco para a dor lombar estão em geral associados com23

:

2.6.1.1 Ocupação profissional

Fatores sobre a coluna lombar podem predispor alguém à lesão ou uma condição

dolorosa e ocasionar lombalgia ocupacional sendo que essas alterações estão relacionadas ao:

a) Levantar, carregar ou empurrar peso exagerado (enfermeiros que manipulam

doentes acamados; trabalhadores braçais; demolição de estruturas com brocas

vibratórias);

b) Posturas erradas prolongadas nas posições sentadas ou de pé (operador de

computadores; trabalho em escritório; desenhista em prancheta; dentista;

motoristas profissionais; cirurgião)19

.

2.6.1.2 Condicionamento físico e saúde geral

Fatores que podem gerar descondicionamento físico e saúde:

a) Vida sedentária, falta de preparo físico;

b) Excesso de peso concentrado na “barriga” (obesidade abdominal) associado à

flacidez da musculatura abdominal;

c) Escorregões e quedas que produzem distensões e espasmos musculares;

d) Sequelas de fraturas na coluna;

e) Desvios da coluna vertebral 19

.

2.6.1.3 Personalidade e estado psíquico

Fatores emocionais que influenciam o estado psíquico:

Page 40: TCC lombalgia

40

a)“Stresse” psicológico, tensão emocional;

b) Insatisfação com o trabalho;

c) Problemas econômicos e familiares;

d) Problemas psiquiátricos;

e) Abuso de drogas 19

.

2.6.1.4 Outros fatores

Outros fatores que podem ocasionar lombalgia:

a) Neoplasias (tumores);

b) Inflamações (ex. artrite reumatóide);

c) Alterações no metabolismo (ex: osteoporose);

d) Infecções (ex: brucelose, salmonelose);

e) Alterações genéticas23

.

2.6.1.5 Profilaxia

A forma ideal de colocar em prática a prevenção de lombalgias é recorrendo à

prática de atividades físicas, pois têm tanto atuação na diminuição da intensidade e da

velocidade da implantação das disfunções musculoesqueléticas, quanto nas disfunções

neuromusculares e cardiorrespiratórias, além de atuar positivamente nos transtornos

psíquicos22

. Algumas vezes as dores nas costas são causadas por vícios posturais e maus

hábitos que podem ser prevenidos através de algumas orientações:

a) Sente-se com as costas apoiadas no encosto, não sente torto;

b) A mesa de trabalho deve estar na altura dos cotovelos;

c) Levante-se da cama sempre de lado apoiando-se nos cotovelos;

d) Durma de lado, com apoio entre os joelhos, a cabeça alinhada com o auxílio de

um travesseiro baixo;

e) Evite carregar peso;

f) Ao abaixar-se para pegar algum objeto, use o joelho e não faça flexão da

Page 41: TCC lombalgia

41

coluna para alcançar o chão;

g) Ao varrer não incline o corpo para frente, aumente o cabo da vassoura;

h) Para executar tarefas como passar roupas ou lavar pratos, coloque uma caixa

no chão para apoiar os pés alternadamente;

i) Ao calçar sapatos ou vestir roupas, faça-o sentado;

j) Use sapatos de salto baixo14

.

2.7 ASPECTOS PSICO-SOCIAIS DA DOR CRÔNICA

A percepção de estímulos dolorosos pode ser modificada quantitativa e

qualitativamente em função de uma série de fatores internos e externos aos indivíduos. As

dores crônicas, que causam um sofrimento contínuo ou intermitente por longo período, fazem

os doentes tornarem-se mais sensíveis e sofrerem mais com o passar do tempo, produzindo

uma degradação física e mental que varia de uma pessoa para outra, em função de diferenças

de personalidade 6,12

.

A cronicidade dolorosa traz efeitos devastadores na personalidade do paciente,

criando um círculo de evolução e persistência da dor, que é independente de uma possível

lesão orgânica inicial, fazendo desaparecer os limites em dores agudas e crônicas13

.

Os portadores de dores crônicas da coluna são os exemplos mais típicos de

distúrbio associado com perturbações somáticas, psíquicas e sociais. As pessoas com neuroses

de ansiedade, associada aos problemas de dores nas costas têm um largo espectro de queixas

somáticas de outras áreas, tais como alterações respiratórias, hipertensão, cefaléia e alterações

digestivas13

. As dores crônicas de coluna provocam um estado depressivo que acaba se

refletindo sobre a musculatura e consequentemente sobre a postura do próprio organismo. As

pessoas com distúrbios no sono, também ficam com os músculos tensos gerando dores nas

costas e alterações posturais6,13

.

Page 42: TCC lombalgia

42

2.8 EFEITOS DA DOR CRÔNICA NA QUALIDADE DE VIDA

As dores crônicas repercutem sobre a qualidade de vida de uma pessoa sob três

aspectos principais14

:

2.8.1 Aspectos físicos

Fatores que a dor pode ocasionar nos aspectos físicos:

a) Diminuição da capacidade funcional;

b) Diminuição da força e da resistência;

c) Náusea e perda de apetite;

d)Transtornos do sono causando irritabilidade, fadiga e dependência em

medicamentos e álcool em uma tentativa de facilitar o sono;

e) Dependência química13,14

.

2.8.2 Aspectos psicológicos

Fatores que a dor pode influenciar no aspecto psicológico:

a) Diminuição da alegria e do humor;

b) Aumento da ansiedade e do temor;

c) Depressão, sofrimento;

d) Dificuldade de concentração;

e) Somatização;

f) Perda do controle pessoal;

g) Perdas sociais (emprego, credibilidade no mercado de trabalho e amizades);

h) Diminuição das relações sociais;

i) Diminuição da atividade sexual e afetiva;

j) Aumento da necessidade de cuidados;

k) Tensão financeira, resultado de contas médicas, medicamentos, tratamentos

Page 43: TCC lombalgia

43

conservadores e profiláticos e a perda de renda devido ao tempo fora do

trabalho13

.

2.8.3 Aspectos espirituais

Alterações que a dor pode ocasionar nos aspectos espirituais:

a) Aumento do sofrimento;

b) Descrença;

c) Mudança de interesses.

A dor crônica interfere na qualidade de vida das pessoas e os exercícios são

benéficos na redução de ansiedades, depressões e estresse, produzindo um efeito favorável

sobre o estado psicológico, além dos benefícios fisiológicos ao organismo14

.

Page 44: TCC lombalgia

44

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Este capítulo apresenta os aspectos metodológicos do estudo, os quais se referem

respectivamente ao tipo de pesquisa, caracterização do sujeito da pesquisa, os instrumentos e

procedimentos que foram utilizados na coleta de dados e procedimento para análise e

interpretação dos dados.

O delineamento da pesquisa, “refere-se ao planejamento da mesma em sua

dimensão mais ampla.” Neste momento, o investigador estabelece os meios técnicos da

investigação, onde prevê os instrumentos e os procedimentos necessários utilizados para a

coleta de dados24

.

3.1 TIPO DE PESQUISA

É uma pesquisa quanto ao nível exploratória, têm como objetivo proporcionar maior

familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. O

tipo de amostra é não probabilístico intencional. E quanto ao procedimento é quase-

experimental, pois não apresenta grupo controle, não havendo assim comparação com as

respostas obtidas24

.

Quanto abordagem é quantitativa, sendo aquela pesquisa onde é importante a

coleta e análise quantificada dos dados, e, de cuja quantificação, resultados automaticamente

apareçam. Em outros termos, a pesquisa quantitativa tem resultados que se impõem como

evidência empírica imediata24

.

O experimento consiste primeiramente em escolher o objeto de estudo, em

seguida, determinar as variáveis que poderiam influenciá-lo, definindo assim, métodos de

controle e de observação dos efeitos produzidos pela variável no objeto 24

.

O experimento é realizado apenas com grupo único, procura-se um teste que seja

capaz de ser aplicado antes do método, e logo após este, posto em prática então se aplica um

teste novamente, isto é um pós-teste, caracterizando um estudo quase-experimental24

.

Page 45: TCC lombalgia

45

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população foi constituída de mulheres selecionadas da lista de espera da clínica escola de

fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul, com diagnóstico de dor

lombar. Como critérios de inclusão, 10 pacientes, com idade entre 20 a 50 anos, residentes de

Tubarão, disponíveis ao tratamento. Sedentárias, com exames complementares de coluna

lombar com dor persistente pelo menos 3 meses. Como critérios de exclusão, medicamentos

de uso contínuo, como: analgésicos e AINES. Sinal de Lasègue positivo. Mulheres grávidas,

não possuir história de lesões traumáticas ou tratamento cirúrgico na região lombar, ser

portadora de doenças sistêmicas, metabólicas, degenerativas, neurológicas e/ou neoplásicas. A

coleta foi realizada nos períodos de julho e agosto de 2010, duas vezes por semana. Nesse

período foram executadas 12 consultas de 60 minutos cada, sendo uma para avaliação, uma

para reavaliação e 10 de intervenção.

3.3 MATERIAIS

Foram utilizados os seguintes materiais:

a) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A);

b) Ficha de avaliação adaptada25

(APÊNDICE B);

c) Bola suíça padronizada referente ao peso e altura do paciente;

d) Fita métrica de uso doméstico para realização dos testes de Finger-floor,

Schober e inclinação lateral, identificando o nível de capacidade funcional do

indivíduo para avaliação, pré e pós intervenção;

e) Tatame, com dimensões de 42 cm x 140 cm x 190 cm, utilizando durante a

intervenção fisioterapêutica;

f) Colchonete;

g) Espelho;

h) Escala visual analógica de dor (ANEXO A).

Page 46: TCC lombalgia

46

3.4 Procedimentos para a coleta de dados

Como procedimento para coleta de dados foi utilizado o Termo de Consentimento

Livre Esclarecido (APÊNDICE A), Declaração de Ciência e Concordância das pessoas

Envolvidas. Foi realizada a triagem na lista de espera da Clínica Escola de Fisioterapia da

Unisul, campus de Tubarão-Santa Catarina, mulheres com diagnóstico clínico de lombalgia.

O primeiro contato foi feito via telefone, convidando-as a participar da pesquisa.

Colheram-se dados das pacientes através de uma ficha de avaliação adaptada pelas

pesquisadoras. Contendo informações de identificação, anamnese, exame físico, testes tais

como, Inclinação Lateral, Finger-floor, Schobber, Sinal de Lasègue, e a (EVA) bem como,

exames complementares, logo o tratamento com princípios do Método Pilates® com Bola.

Foi aplicada a escala visual analógica de dor baseada no cartão de avaliação de

dor, onde as pacientes enumeraram de 0 a 10 a intensidade de sua dor. Na escala analógica

visual de dor o numeral 0 significa sem dor e o numeral 10 a dor mais insuportável, sentida

pela paciente. E qualificá-la como: leve(0 a 2), moderada(3 a 7) e intensa(8 a 10).

Os principais objetivos desse estudo relacionados ao procedimento para a coleta

de dados serão mensurados através da escala de dor e testes de flexibilidade. Logo serão

discriminados os testes de flexibilidade utilizados no referente estudo.

Para testar a inclinação lateral, primeiramente, fixa a crista ilíaca e peça para o

paciente inclinar-se lateralmente para direita e para esquerda o mais afastado que puder.

Observe-se o máximo de inclinação conseguido para um dos lados e comparem-se os

resultados medindo com uma fita métrica do dedo médio ao chão26

.

Figura 3 – Teste de inclinação lateral.

Fonte: Hoppenfeld 26

.

Page 47: TCC lombalgia

47

No teste de schober o indivíduo fica em pé. É feita uma marca na pele sobre o

processo espinhoso da S1 e outra a 10 cm craniais. Com uma inclinação para frente à

distância entre essas marcas aumentará em até 15 cm e diminuirá para 8 a 9 cm com a

inclinação para trás27

.

Figura 4 – Medidas do teste de Schobber.

Fonte: Buckup K,2002.

E no teste de avaliação para capacidade funcional, o Finger-floor, onde foi

avaliada a flexão da coluna, anotando-se a distância, em centímetros, da ponta do terceiro

dedo ao solo quando em flexão da coluna28

.

Figura 5 – Teste Finger- Floor.

Fonte: Hoppenfeld 26

.

O objetivo do tratamento fisioterapêutico é movimentar e alongar sem agravar ou

desenvolver novas lesões. A bola suíça promove exercícios suaves que podem aliviar algumas

Page 48: TCC lombalgia

48

dores na coluna lombar. Esses exercícios relaxam os músculos e as articulações tensas, mas é

preciso ser praticado com cautela e lentamente, ficando sempre atento as limitações.

Outro objetivo é reforçar os abdominais, adicionando flexibilidade ao corpo. O

plano de tratamento inicia-se com 5 minutos de atividade aeróbica(dança) para aquecimento, e

inspirar pelo nariz e expirar pela boca durante cada posição.

Posição inicial: sentar-se no centro da bola. Os joelhos devem estar alinhados com

os tornozelos; as pernas, paralelas e separadas pela distância dos quadris. Os pés devem estar

firmemente posicionados e os polegares, relaxados. Manter o queixo reto. Posicionar o

abdômen para frente e para trás.

Movimento: 1. Sentada.

1° Relaxar os ombros.

2° Deixar as pontas dos dedos relaxadas no chão, fazendo com que o peso do

corpo fique sobre a bola.

3° Alongar o máximo que puder.

4° Verificar a postura no espelho.

5° Verificar se as três curvas naturais da coluna estão bem colocadas ou se esta

pressionando exageradamente uma delas.

6° Sentar por alguns minutos, respirar devagar e profundamente. Ficar por mais

tempo conforme vai se adaptando ao exercício.

Movimento: 2. Inclinação da pelve.

1° Sentar no centro da bola, com os joelhos alinhados com os tornozelos. As

pernas devem estar paralelas e separadas pela distância dos quadris. Os pés devem estar

firmemente posicionados e os dedos relaxados. Manter o queixo reto.

2° Com os pés firmemente posicionados, colocar o cóccix para frente e deixar a

bola rolar suavemente. Retorne a pelve neutra.

3° Puxe o cóccix para trás.

4° Repetir esse movimento de 4 a 6 vezes. Note como há movimento a pelve para

dentro e para fora da posição neutra.

Page 49: TCC lombalgia

49

Figura 6 – Posturas: sentada e inclinação da pelve.

Fonte: Craic. C. Pilates com a Bola, 2005.

Posição inicial: Sentar de forma ereta na bola com a pelve neutra. Puxar o

abdômen contra a parte posterior da coluna.

Movimento: 3.Alongando a coluna

1° Inspirar para alongar.

2° Expirar para baixar o queixo, afundar o externo e curvar uma vértebra de cada

vez.

3° Inspirar fundo para encher a parte posterior da caixa torácica.

4° Expirar empurrando as vértebras. A cabeça ira flutuar como um balão.

5° Faça cinco alongamentos da coluna, combinando o movimento com a

respiração.

Figura 7 – Postura: alongando a coluna.

Fonte: Craic. C. Pilates com a Bola, 2005.

Page 50: TCC lombalgia

50

Posição inicial é sentar com ísquios no centro da bola (pelve neutra). Os pés

devem estar paralelos e separados pela distância dos quadris; os braços, cruzados e abaixados.

Movimento: 4. Rotação da coluna.

1° Inspirar para preparar.

2° Expirar para girar à medida que vai ficando mais alto.

3° Inspirar para voltar ao centro.

Figura 8 – Postura: rotação da coluna.

Fonte: Craic. C. Pilates com a Bola, 2005.

Posição inicial deitar de costas com a bola embaixo dos joelhos, mantendo-os

alinhados com os quadris. Verificar se a nuca esta alongada. Colocar as mãos atrás da cabeça

e deixar os cotovelos abertos.

Movimento: 5. Abdominal.

1° Inspirar e começar a abaixar o queixo enquanto a cabeça ainda está no

colchonete.

2° Expirar e levantar a cabeça, flexionando o tronco.

3° Inspirar e segurar. Olhar para a coxa e não para o teto.

4° Expirar e colocar a cabeça no colchonete.

5° Repetir oito vezes, devagar e controladamente.

Page 51: TCC lombalgia

51

Figura 9 – Postura: abdominal.

Fonte: Craic. C. Pilates com a Bola, 2005.

Posição inicial: Colocar a bola contra a parede. Ficar com os calcanhares a uma

distância de aproximadamente 50 a 60 cm da parede, dependendo do tamanho da bola.

Colocar a bola na região lombar e com o seu peso empurrar a mesma para trás. As mãos estão

relaxadas ao lado e os joelhos, alinhados com os pés.

Movimento: 6.0. Pés Paralelos.

1° Pés separados nas distâncias dos quadris e paralelos.

2° Inspirar flexionando os joelhos e mantendo os calcanhares no chão. Certificar-

se que os joelhos não estejam muito para frente.

3° Expirar estendendo os joelhos.

4° Repetir de 6 a 10 vezes.

Movimento: 6.1. Pés Afastados.

1° Ficar em pé com os pés afastados e os calcanhares juntos na posição “pés

afastados”.

2° Inspirar flexionando os joelhos e mantendo os calcanhares no chão.

3° Expirar estendendo os joelhos.

4° Repetir de 6 a 10 vezes.

Movimento: 6.3. Meia-Ponta Alta.

1° Pés separados na distância dos quadris e paralelos.

2° Levantar bem os calcanhares, como se estivesse usando salto alto, mantendo-os

nessa posição.

3° Inspirar flexionando os joelhos, mantendo os calcanhares o mais alto possível

sem estender os tornozelos.

4° Expirar estendendo os joelhos, mantendo os calcanhares levantados.

5° Repetir de 6 a 10 vezes, mantendo os calcanhares levantados.

Page 52: TCC lombalgia

52

Figura 10 – Posturas: Pés paralelos, afastados e meia ponta-alta.

Fonte: Craic. C. Pilates com a Bola.

Posição de relaxamento no final do tratamento fisioterapêutico.

1° Deslizar a bola sob os joelhos e colocar a coluna lombar no chão. Permitir que

a pálpebras se fechem e então deixar o globo ocular abaixar facilmente. Concentrar-se na

respiração, especialmente na expiração profunda e na total sensação de bem estar que isso

proporciona ao seu corpo.

2° Flexionar o punho direito, permanecendo assim por alguns segundos e relaxe.

3° Estender o punho direito, mantendo por alguns segundos e relaxe.

4° Levantar a mão direita até os ombros, forçar por alguns segundos e relaxe.

5° Flexionar os dedos dos pés, permanecendo assim por alguns segundos e relaxe.

6° Contrair os músculos da perna direita, empurrando-os em direção a bola,

mantenha por alguns segundos e relaxe.

7° Levantar a perna esquerda 5 cm, permanecer assim por alguns segundos e

recoloque a perna na bola.

8° Levantar o glúteo direito a 2,5cm do colchonete, forçar por alguns segundos e

relaxe.

9° Elevar ao máximo o ombro direito, permanecer assim por alguns segundos e

relaxe.

10° Repetir com o outro lado do corpo.

Page 53: TCC lombalgia

53

Figura 11 – Postura: posição de relaxamento.

Fonte: Craic. C. Pilates com a Bola, 2005

3.5 Procedimentos para análise de dados

Os dados foram analisados através da estatística descritiva, os mesmos anexados

em uma planilha do Microsoft Excel®

e em documentos do Microsoft Word®, com uso de

gráficos . Os testes realizados foram os testes de Wilcoxon para amostras independente, sendo

analisado com significância de 5% (α=0,05) e nível de confiança de 95%, utilizando o

software Statdisk®.

3.6 Aspectos éticos da pesquisa

Simultaneamente, houve o recebimento do parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

da Universidade do Sul de Santa Catarina (CEP/UNISUL) código 10.185.4.08 III. Após a

operação do mesmo, houve início à coleta de dados por meio das intervenções terapêuticas

baseadas no Método Pilates® com bola em mulheres portadoras de lombalgia. Essa pesquisa

segue os princípios da Resolução nº. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) para

pesquisas que envolvem seres humanos, dessa forma, o sujeito pesquisado teve o sigilo de

seus dados assegurados e não corre qualquer tipo de risco biológico, por participar desta

Page 54: TCC lombalgia

54

pesquisa. O termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), (APÊNDICE A) também fez

parte da pesquisa como forma de preservação dos direitos do pesquisado.

Page 55: TCC lombalgia

55

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A análise e interpretação dos dados foram obtidas através dos instrumentos

designados para a pesquisa, sendo estes referidos por uma amostra que compreendeu em dez

mulheres submetidas à intervenção fisioterapêutica pelo Método Pilates®

com Bola na Clínica

Escola de Fisioterapia da Unisul na cidade de Tubarão/SC.

No presente capítulo serão apresentados e analisados os dados obtidos na

avaliação e reavaliação, e discutidos os benefícios do Método Pilates®

com Bola no

tratamento de lombalgia em mulheres sedentárias, bem como na alteração do quadro álgico,

flexibilidade, e a contribuição para a melhora da qualidade de vida.

Com relação à variável faixa etária da amostra, verificou-se que a média de idade

é de 39,1 ± 8,8 com variação entre 20 e 50 anos.

4.1 DOR

A dor foi avaliada através da EVA, que varia de 0-10, onde 0 considera-se

nenhuma dor, e 10 o grau máximo de dor. Nesta pesquisa 100% da amostra relataram dor na

avaliação, variando de 6-10 grau, sendo que 10% relataram grau 6, 50 % grau 7, 20% grau

8 e 20% grau 10 de dor. (gráfico 1)

Gráfico 1 – Variação do grau de dor nas pacientes.

Fonte: Realizado pelas autoras, 2010.

Page 56: TCC lombalgia

56

Na reavaliação a amostra teve melhora significativa da dor, 80% relataram não ter

mais dor, e 20% a diminuição da dor. Os mesmos 80% relataram grau 0 de dor, ou seja,

nenhuma dor, e 20% grau 1 de dor. A análise estatística de dor utilizada pelo teste de

Wilcoxon para amostras independentes obteve-se significância de P= 0,01 e utilizado o

software Statdisk®, (gráfico 2)

Gráfico 2: presença de dor ausência de dor.

Fonte: Realizado pelas autoras, 2010.

Segundo a pesquisa de Ferreira et al. que teve como objetivo avaliar a dor lombar

em bailarinas, e usou uma escala de 0-10 de dor na Escala Visual Numérica (EVN) e o

questionário Roland Morris, mostrou que o nível médio de dor foi de 5 pontos nesta escala e a

pontuação do questionário foi de 1,4 pontos (± 1,5), o que indica um baixo déficit funcional.

A dor lombar em bailarinas pode estar associada a fatores como rotação da coluna, e

disfunções de outras articulações, como sacroilíaca30

. Além da rotação, outros movimentos

podem estar associados às queixas álgicas da amostra do presente estudo, pois todas realizam

suas atividades de vida diárias.

A dor lombar pode ser caracterizada por um quadro de desconforto, fadiga ou

rigidez muscular localizada no terço inferior da coluna vertebral, sendo observada em 70% a

80% nos adultos e uma das principais causas de incapacidades29

. Tratando-se em relação à

prevalência sexual e etária, estudos demonstram que é mais comum dor lombar em mulheres

que em homens e que esta patologia acomete geralmente mais indivíduos na idade produtiva

em média dos 25 aos 60 anos.28

Grau de dor

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Grau 0 Grau 1

Grau de dor

Page 57: TCC lombalgia

57

Para o tratamento de dor lombar, exercícios abdominais tem sido uma estratégia

terapêutica amplamente utilizada, a fim de proporcionar um melhor suporte a coluna lombar,

promovendo maior estabilidade nessa região. Ainda assim, a eficácia do treinamento geral da

musculatura abdominal tem poucos experimentos para confirmação científica29

.

De acordo com o estudo, que, na qual foi realizada uma revisão sistemática entre

as possíveis indicações do Método Pilates®, referiram-se também ao tratamento da lombalgia,

pela sua alta incidência e ao alto custo com seu tratamento. Ainda em sua revisão sistemática,

sobre tratamento de dor lombar, mencionaram que os métodos utilizados atualmente podem

ser divididos em três grandes grupos: os efetivos, os ineficazes e os que ainda não foram

devidamente estudados para concluir sua eficácia. Concluíram que o Método Pilates® é um

dos tratamentos mais eficientes para esta disfunção, tanto a longo quanto em curto prazo31

.

A lombalgia é um dos mais comuns problemas e de mais difícil prevenção e

tratamento devido à sua etiologia multifatorial e também devido ao fato de que muitas de suas

causas permanecem desconhecidas. Frequentemente está associada ao sedentarismo, por isso

a importância da atividade física na prevenção da lombalgia. Não existem recomendações

específicas, porém o Método Pilates® com Bola mostrou-se eficaz nesta patologia.

Para Dillman, um dos principais elementos da boa postura é possuir uma musculatura

abdominal forte, capaz de dar sustentação à coluna e à pelve. Através do centro de força, o

praticante desenvolve força, controle e estabilidade do tronco que repercutirá positivamente sobre

todos os movimentos9.

Quanto à forma de aplicação do Pilates não há consenso entre os estudos em

relação à frequência e duração do tratamento. Entretanto, alguns estudos sugerem a duração

de uma hora, todavia não constou o porquê deste tempo32

.

4.2 FLEXIBILIDADE

Para avaliação da flexibilidade, as pacientes foram submetidas à realização dos

testes Schober, Finger-Floor e Inclinação lateral. Nota-se que 40% da população da amostra

obtiveram os resultados acima de 35 cm no teste Finger-floor, o que podemos considerar um

nível baixo de flexibilidade, enquanto que apenas 20% obtiveram 20 cm no mesmo teste,

mostrando uma flexibilidade moderada. Já na reavaliação, a diferença nos valores é

visivelmente menor que na avaliação. (gráfico 3) Pode-se observar ainda que as pacientes

Page 58: TCC lombalgia

58

obtivessem grandes melhoras em relação à flexibilidade, observou-se melhora de 14

centímetros na distancia do teste Finger-Floor.

Gráfico 3 – Teste Finger-Floor.

Fonte: Realizado pelas autoras, 2010.

De acordo com estudos, que usaram o mesmo método para avaliar a composição

corporal e a flexibilidade, obteve aumento significativo no ganho de amplitude de movimento

do quadril, e diminuição da distância no teste dedo-chão, o que significou uma melhora na

flexibilidade de sua amostra e ainda corrobora com a presente pesquisa35

.Para análise

estatística foram utilizados os testes de Wilcoxon e software Statdisk® para amostras

independentes, de flexibilidade como o teste de Finger-Floor com significância de P= 0,01.

No teste de Schober, o gráfico a seguir (gráfico 4) mostra os valores de acordo

com cada paciente, e também se pode observar o aumento de 1 centímetro para cada

paciente.

Gráfico 4 – Teste Schobber

Fonte: Realizado pelas autoras, 2010.

Page 59: TCC lombalgia

59

Para análise estatística referente ao teste de Schobber foram utilizados os testes de

Wilcoxon e software Statdisk® para amostras independentes, com significância de P= 0,01.

Na tabela a seguir (Tabela 1) estão apresentados os resultados obtidos pelos testes

de inclinação lateral na avaliação. Na reavaliação, não houve diferença nos valores numéricos.

Tabela 1 – Teste de inclinação lateral pré e pós

intervenção.

Pacientes Inclinação D. Inclinação E.

1 43 cm 40 cm

2 48 cm 49 cm

3 51 cm 56 cm

4 46 cm 50 cm

5 39 cm 39 cm

6 39 cm 39 cm

7 41 cm 40 cm

8 46 cm 46 cm

9 40 cm 40 cm

10 45 cm 45 cm

Fonte: Realizado pelas autoras, 2010.

Após o término do tratamento com Método Pilates® com Bola, notou-se uma

melhora dos resultados dos testes realizados.

A flexibilidade pode ser influenciada pela idade, sexo, etnia. Estudos mostram que

mulheres têm mais flexibilidade que homens35

, porém essa comparação não pode ser feita

nesta pesquisa que se compôs somente de mulheres. Entretanto, Mattos et al. 38

quis saber a

influência do ciclo menstrual na flexibilidade em praticantes de ginástica de academia, e para

isso, aferiu-se a mobilidade articular passiva, sem aquecimento, com o uso de um goniômetro.

Os movimentos avaliados foram: flexão e abdução de ombro, flexão de cúbito, flexão,

extensão e abdução de quadril, flexão de joelho e flexão da coluna lombar. Concluíram que as

três fases do ciclo menstrual (folicular, ovulatória e lútea) provavelmente não influenciaram

na flexibilidade, porque o grupo estudado não apresentou diferenças significativas entre elas.

Bertolla et al,36

assim como no nosso estudo, observou a flexibilidade com a

utilização do método Pilates®, mensurando com o uso de um flexímetro (aparelho que indica

a flexibilidade em graus) e o instrumento banco de Wells, em atletas de uma equipe juvenil de

futsal. Usou um grupo controle (GC) e um grupo pilates (GP) para avaliar pré e pós.

Page 60: TCC lombalgia

60

Concluíram que o grupo pilates obteve diferença estatisticamente significante (p < 0,05) nos

resultados para os dois instrumentos utilizados, o que obteve sucesso em seu objetivo de

promover a flexibilidade nos atletas com o método Pilates®.

Ainda podemos dizer que Método Pilates®

com Bola tem o benefício do

fortalecimento da musculatura extensora da coluna lombar, prevenindo o surgimento de

lombalgias, pois, de acordo com Garcia, Barros e Saldanha,37

que teve como objetivo na sua

pesquisa testar o torque isocinético dos extensores e flexores do tronco em 20 pessoas, sendo

16 mulheres e 4 homens, em 12 semanas usando o mesmo método, concluíram que o Pilates,

mostrou-se eficiente em promover o aumento do pico do torque, trabalho total, potência e

quantidade de trabalho total dos músculos relacionados à extensão de tronco, indicando que

esse método de treinamento pode ser utilizado como estratégia para o fortalecimento da

musculatura extensora da coluna lombar. Para Dillman,os objetivos do Método Pilates®

incluem fortalecer, alongar e tonificar o corpo, melhorar a capacidade respiratória, a

concentração e a coordenação corporal, promover o aumento da circulação, a correção de

desequilíbrios musculares e posturais e a recuperação da vitalidade do corpo e da mente 9.

No estudo de Segal,Hein,Basford34

, foram observadas variáveis que geralmente

são citadas como modificáveis pela prática do Pilates, sendo elas: flexibilidade, composição

corporal e percepção de saúde.

Após a aplicação do método houve aumento da flexibilidade, porém não houve

alteração significativa na composição corporal, incluindo peso, postura e quantidade de massa

gorda. Embora muitas das variáveis não tenham modificado consideravelmente e devem ser

alvo de mais pesquisas, o Pilates se mostrou eficaz para ganho de flexibilidade. Esta foi

avaliada através do teste finger-floor( distância dedo-chão)34

.

Parece haver pouca concordância sobre a definição da suposta flexibilidade

normal, talvez umas das definições mais simples de flexibilidade seja a amplitude de

movimento disponível de uma articulação ou grupos de articulações. Para outros, flexibilidade

implica liberdade de movimentos. Habilidade de uma pessoa para mover uma parte ou partes

do corpo numa grande amplitude de movimentos intencionais na velocidade requerida dentro

do limites de dor. Habilidade de um músculo para relaxar e ceder a uma força de

alongamentos33

.

É importante um indivíduo apresentar boa flexibilidade na coluna lombar, pois

essa condição parece estar associada à menos incidência de lesões lombares crônicas. Visto

que tanto a força como a flexibilidade são componentes da aptidão física, parece ideal

desenvolver programas de treinamento que desenvolvem esta habilidade de forma paralela39

.

Page 61: TCC lombalgia

61

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se com o presente estudo que o treinamento do Método Pilates®

com Bola

para o tratamento da lombalgia apresentou resultados significantes,pois de acordo com os

resultados obtidos através da Escala Visual Analógica e teste de Finger Floor, teste Schober,

e Inclinação Lateral, foi identificado a melhora da dor e flexibilidade.

Nesta pesquisa 100% da amostra relataram dor na avaliação, variando de 6-10

graus, já na reavaliação, teve melhora significativa da dor, pois 80% relataram não ter mais

dor (grau 0), e 20% a diminuição da dor (grau 1).

Quanto à flexibilidade, todas as pacientes tiveram melhora em cada teste

realizado. No teste do Finger-Floor observou-se melhora de 14 centímetros, e no Schober

teve aumento de 1centímetro para cada paciente. No teste de Inclinação Lateral continuou

igual na medição pré e pós avaliação. Portanto o Método Pilates® com Bola

mostrou-se uma

ferramenta terapêutica eficaz na lombalgia em mulheres, melhorando o quadro de dor e

também a flexibilidade.

Sabe-se que quando as pacientes com diagnóstico de lombalgia não realizam

tratamento fisioterapêutico ou este não é eficaz pode haver um agravo da doença, portanto

sugere-se que mais estudos sejam realizados para aprofundar a técnica e mostrar todas as

possibilidades de aplicação dessa modalidade terapêutica.

Page 62: TCC lombalgia

62

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Page 65: TCC lombalgia

65

86922006000300003&lng=pt. doi: 10.1590/S1517-86922006000300003.

39 Quadros DLT de, Furlaneto MP. Efeitos da intervenção do pilates sobre a postura e a

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http://www2.ufrgs.br/xiipalops/PANORAMIX_avaliarti/1011443_16_1084.pdf

40 Agne, JE. Eletroterapia: Teoria e prática. Santa Maria: Oriom; 2005. [Internet]. Disponível

em: http://www.eletroterapia.com.br/regua_dor.jpg.

Page 66: TCC lombalgia

66

APÊNDICES

Page 67: TCC lombalgia

67

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre Esclarecido – TCLE

O projeto tem como título: A EFICÁCIA DO MÉTODO DE PILATES COM

BOLA NO TRATAMENTO DE MULHERES PORTADORAS DE LOMBALGIA.

Com objetivos e finalidade, verificar a capacidade funcional da coluna lombar de

mulheres portadoras de lombalgia e analisar se há melhora do quadro álgico no pré e pós

intervenção.

As responsáveis pelo projeto são: acadêmicas Jeane Campigotto e Luciani Zim

Sachetti Hulse.

Orientadora: Prof.ª Msc. Fabiana Durante de Medeiros.

O esclarecimento as voluntárias, será necessário responder a ficha de avaliação

para coleta de dados. As voluntárias que aceitarem participar deste estudo não serão

submetidas a nenhum procedimento invasivo, doloroso ou que a exponha a qualquer tipo de

risco biológico. O período de participação será de agosto a outubro de 2010.

As voluntárias ficarão asseguradas quanto ao direito de recusar a responder ou

participar da avaliação fisioterapêutica, sem dar maiores explicações justificativas as

pesquisadoras. As voluntárias não deverão receber nenhum valor em direito e nem deverá ter

qualquer despesa para participar do estudo, sendo este caráter totalmente gratuito.

Consentimento da participação da pessoa como sujeito:

Eu, _____________________________________, RG/ CPF/ abaixo assinado, concordo em

participar do estudo _____________________________________________ , como sujeito.

Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador

______________________________ sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos,

assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me

garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a

qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/ assistência/tratamento.

Local e data _______________________________________________________________

Nome e Assinatura do sujeito ou responsável:____________________________________

Page 68: TCC lombalgia

68

APÊNDICE B – Ficha de avaliação

I - IDENTIFICAÇÃO

Nome: _____________________________ Data da avaliação: ______

Idade: ____ Anos

Estado Civil: ( ) Solteira ( ) Divorciada ( ) Casada ( ) Amasiada ( ) Viúva

Escolaridade: ( ) 1º Grau ( ) 2º Grau ( ) Superior

Local de trabalho: _______________ Horário de trabalho: _________

Ocupação atual: ______________________________________

Ocupações pregressas: __________________________________

II - HISTÓRIA DE SAÚDE

1. ASPECTOS OS POSTURAIS E ERGONÔMICOS

Travesseiro: ( ) Baixo ( ) Alto( ) Médio ( ) Não usa

Posição no trabalho: ( )Sentada ( )Ortostática( )Sem posição fixa ( )Outra: _______________

Tipo de atividades no trabalho: _____________________________

Prática de atividade física: ( ) Sim ( ) Não

Tipo: __________________ Freqüência: _________________

III - SINAIS E SINTOMAS ESPECÍFICOS

1. CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DORES

Data de início do primeiro episódio: ___/___/___

Horário: ( ) Matutina ( ) Vespertina ( ) Noturna ( ) Sem horário fixo

Data de início do episódio atual: Início: ( ) Súbita ( ) Gradual

É o primeiro o e episódio? ( ) Sim ( ) Não

Especifique o número de episódios anteriores: ____________________________________

Estágio:

( )Aguda (duração de 1-4 semanas) ( )Subaguda (duração de 5-12 semanas).

( )Crônica (duração de mais de 12 semanas) ( )Crônica com exarcebação aguda.

Fatores de piora

Esforço físico prolongado ( ) Repouso ( ) Posição em pé ( ) Posição sentada ( )

Deambulação() Tensão Emocional ( ) Esporte ( ) Movimento( ) Outro Especifique: _______

Fatores que aliviam

Repouso( ) Calor local ( ) Fisioterapia ( ) Medicação( ) Movimento( ) Exercício/alongamento(

Outro Especifique: _______

Recente história de trauma

Page 69: TCC lombalgia

69

( ) Queda Especifique: ________________________

( ) Acidente com veículo Especifique: ________________________

( ) Outro Especifique: _________________________

Fatores associados

( )Rigidez matinal ( )Fraqueza muscular( )Parestesia ( )MSD ( )MID (acima joelho) ( ) MIE

(acima joelho) ( ) MSE( ) MID (abaixo joelho) ( ) MIE (abaixo joelho)

Tratamento anterior: ( ) Não ( ) Sim ( ) Clínico ( ) Fisioterapia ( ) Cirúrgia ( ) Outro

Especifique: ________________

IV - EXAME FÍSICO ESPECÍFICO

1. INSPEÇÃO ESTÁTICA

Cabeça:

( )Normal ( )Inclinada anteriormente ( )Inclinada à direita ( )Inclinada à esquerda

Ombros:

( )Simétricos ( )Direito mais elevado ( )Esquerdo mais elevado

Escápula:

( )Simétricas ( )Desnivelamento ( )Alada à direita ( )Alada à esquerda

( )Plana à direita ( )Plana à esquerda

Quadril:

( )Normal ( )Desnivelamento

Membros inferiores:

Simétricos ( )Joelhos valgos ( )Pés planos( ) Desvio do calcanhar para fora( )

Hálux ( ) Joelhos varos ( ) Pés cavos( ) Desvio do calcanhar para dentro( )

Coluna vertebral:

( ) Normal ( ) Escoliose ( ) Retificação lordose lombar( ) Hiperlordose cervical ( ) Aumento

da cifose dorsal( ) Hiperlordose lombar ( ) Retificação da lordose cervical ( )

2. INSPEÇÃO DINÂMICA: PALPAÇÃO

Marcha ( ) Normal ( ) Antálgica ( ) Patológica

Mobilidade da Coluna Vertebral

Movimentos Região Cervical Região lombar

Dor Restrição Dor Restrição

Flexão

Extensão

Inclinação à esquerda

Inclinação à direita

Rotação à direita

Rotação à esquerda

Page 70: TCC lombalgia

70

Dor à palpação de processos espinhosos: ______________________

Alterações tônus muscular: _____________________________

3. AVALIAÇÃO MUSCULAR ESPECÍFICA

Avaliação da força muscular Músculos Grau

Glúteo D ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

Glúteo E ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

Adutores escapulares ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

Eretores Cervicodorsais ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

Abdominais superiores ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

Abdominais inferiores ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

Abdominais oblíquos ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

Ficha de avaliação adaptada.

Fonte: Alexandre NMC. 25

4. MANOBRAS ESPECIAIS 26

Sinal de Lasègue

( ) Negativo ( ) Positivo ( ) Duvidoso

Teste de Finger-floor

______cm

Teste de Inclinação Lateral

D - _____cm

E - _____cm

Teste de Schobber

_______cm

.

Grau 1 = Esboço de movimento;

Grau 2 = Arco de movimento completo sem ação da gravidade;

Grau 3 = Arco de movimento completo contra ação da gravidade;

Grau 4 = Arco de movimento completo contra resistência parcial;

Grau 5 = Arco de movimento completo contra resistência total;

Page 71: TCC lombalgia

71

ANEXO

Page 72: TCC lombalgia

72

ANEXO A – Escala Virtual Analógica de Dor - EVA

Fonte: Agne, JE. Eletroterapia: Teoria e prática. Santa Maria:

Oriom;2005.[Internet].Disponívelem:http://www.eletroterapia.com.br/regua_dor.jpg.

,