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CENTRO UNIVERSITRIO DE ANPOLIS Instituto Superior de Educao Curso de Biologia

Priscilla Raquel de Souza e Larissa Kelly de Brito Bueno

Alimentos veculos do botulismo alimentar

Anpolis - Gois Outubro 2009

Priscilla Raquel de Souza e Larissa Kelly de Brito Bueno

Alimentos veculos do botulismo alimentar

Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Biologia do Centro Universitrio de Anpolis como requisito para obteno do ttulo de bilogo licenciado. Orientadora: Prof Msc. Llian Carla Carneiro

Anpolis - Gois Outubro 2009

CENTRO UNIVERSITRIO UNIEVANGLICA ANPOLIS - GOISPriscilla Raquel de Souza e Larissa Kelly de Brito Bueno FOLHA DE APROVAO

Alimentos veculos do botulismo alimentarTrabalho de Concluso de Curso DEFENDIDO em 01 de DEZEMBRO de 2009, pela Banca Examinadora constituda pelos membros: Profa Msc. Llian Carla Carneiro UniEvanglica - GO Presidente da banca Profa ____________________________________________________________________________________ Membro da banca Profa_____________________________________________________________________________________ Membro da banca

Avaliao: (

) Aprovado

( ) Reprovado

Anpolis, Gois Brasil

A nossa famlia que no mediram esforos para nossa formao, aos nossos queridos amigos que sempre estiveram conosco em todos os momentos, aos nossos noivos pela compreenso nos nossos momentos de estudo, a todos os nossos mestres que nos fizeram ser o profissional de hoje.

AgradecimentosAo pai, ao filho e ao esprito Santo, que me enviou para formar pessoas e realizar tudo que fao e que farei com muito amor e dedicao. A minha mezinha do cu que juntamente com meus avs (a), tios (a), primos e amigos que j no esto aqui, rezam por mim. Aos meus amados pais (Daniel e Juscelia) que hoje me deram tudo aquilo que eles no tiveram que atravs de trabalhos, cansaos sempre com honestidade e fora, me ensinaram ser quem hoje eu sou sempre me guiando pelo caminho da verdade e me mostrando que com f tudo posso. Ao meu primo (Isael) que sempre esta ao meu lado juntamente com meus pais me protegendo, me apoiando, a minha irm (Ana Paula) a qual foi fonte da minha inspirao para desenvolver esta monografia, e que sempre me diz palavras sbias. Ao meu noivo (Walyson), companheiro, amigo, confidente que me emociona a cada dia com sua compreenso e simplicidade, e que me faz ser to feliz. Aos meus amigos no s de graduao mais sim para toda vida, a voc Charles, Kelly, Joyce e Laisa que sempre me deram motivos para sorrir, vocs so pessoas das quais eu jamais apagarei da minha vida. A voc minha amiga, irm Larissa que sempre esteve ao meu lado. A minha orientadora que com profissionalismo e humildade nunca nos negou uma ajuda, sempre acessvel e com bom humor nos orientou. A todos os meus professores de graduao que com suas particularidades deram o melhor de si para nos ensinar.

Priscilla Raquel de Souza

Deus, por ter me dado o milagre da vida, e pela vitria por tantas dificuldades de chegar at aqui, e ter me dado fora e sabedoria para superar todas as dificuldades encontradas no meu longo caminho. Aos meus lindos avs (Helena e Milton) que sempre me acolheu e me ajudou nos momentos que mais precisei. A minha vozinha Helena que com suas lindas palavras de sabedoria me ensinou que nunca devemos desistir. A minha amada mzinha (Adelma) que apesar de tudo que passamos nunca mediu esforos e dificuldades para eu chegar reta final da graduao. As minhas queridas e companheiras irms (Lwanna e Raphaela) por sempre estarem ao meu lado me apoiando. minha maravilhosa sobrinha (Manuela) que ainda no sabe falar, mas com seu sorriso contagiante me alegra sempre. Ao meu eterno namorado e noivo (Milton) que sempre com carinho, amor e dedicao me ajudou a ser o que sou hoje. E nos momentos difceis faz tudo ficar perfeito e fcil, e sempre me dar sensao de estar segura todos os dias. Aos meus amigos Laisa, Joyce, Kelly e Charles que sempre e esteve comigo me ajudando e me apoiando nas minhas decises. Seremos amigos para sempre! A minha querida amiga-irm Priscilla que para mim mais irm do que amiga, pois me ajudou bastante nas horas difceis e nas minhas decises. Obrigada por me ajuda nas horas que mais precisei. Pri voc e sempre ser minha grande irm de corao! minha orientadora, professora Llian, que e sempre nos elogiou e nunca nos negou ajuda, ou mesmo opinies, nas horas de dvidas. Aos meus queridos mestres que com pacincia, dedicao, compartilhou conosco tudo o que sabem, fazendo-nos chegar com alegria e amor ao conhecimento atravs dos estudos. Isso realmente uma lio de vida, ento a cada um de vocs o meu muito OBRIGADO!

Larissa Kelly de Brito Bueno

Senhor se no pudermos ser o que queremos que sejamos o que queres de ns. (autor desconhecido)

ResumoMuitos so os casos de doenas vinculadas a alimentos, isso tem feito com que os consumidores passem a dar maior importncia durante a escolha desses veculos. No Brasil o perfil epidemiolgico de doenas relacionadas a alimentos ainda pouco conhecido. O botulismo alimentar ocorre pela ingesto de toxinas pr-formadas pelo Clostridium botulinum, consideradas as mais potentes dentre as toxinas conhecidas, caracteriza-se como uma doena que atinge o sistema nervoso. As pessoas mais acometidas por essa patologia so os consumidores e os produtores de conservas, gelias, defumados e embutidos, produzidos artesanalmente que no so submetidos a condies mnimas de higiene. O mel tambm um alimento suspeito, pois considerado um dos principais responsveis pelo botulismo infantil. A preveno pode ser feita atravs de algumas medidas visando eliminar a toxina botulnica responsvel por essa patologia no homem. Essa pesquisa tem como objetivo contribuir atravs de revises de literatura, sobre os principais alimentos responsveis pelo botulismo de origem alimentar. Palavras-chave: Clostridium botulinum, botulismo alimentar, botulismo infantil.

AbstractThere are many cases of illnesses related to food, this has meant that consumers will attach greater importance for the choice of these vehicles. In Brazil, the epidemiological profile of diseases related to food is still little known. The botulism in food occurs after ingestion of preformed toxins produced by Clostridium botulinum, considered the most potent toxins known, is characterized as a disease that affects the nervous system. The people most affected by this pathology are the consumers and producers of preserves, jams, and smoked sausages, produced by craftsmen who are not subject to minimum standards of hygiene. Honey is also a suspected food; it is considered one of the main causes infant botulism. Prevention can be done through some measures to remove the toxin responsible for this pathology in humans. This research aims to contribute through the review of literature on the main foods responsible for food-borne botulism. Keywords: Clostridium botulinum, toxins, food hygiene.

SUMRIOResumo Abstract Introduo .......................................................................................................... 2 Objetivo Geral .................................................................................................... 3 Objetivos Especficos ......................................................................................... 3 Metodologia ........................................................................................................ 4 Reviso de Literatura .......................................................................................... 5 1. Histrico da doena no Brasil .............................................................. 5 2. Agente causador da doena .................................................................. 6 3. Formas de intoxicao pela toxina do botulismo no homem ................ 7 4. Patogenia ...............................................................................................10 5. Sintomas da doena no homem ............................................................ 11 6. Diagnostico laboratorial ........................................................................ 12 7. Cuidados visando a preveno da toxina ...............................................13 8. Caractersticas da doena no homem .................................................... 15 9. Tratamento ............................................................................................. 15 Sugestes e Recomendaes................................................................................. 17 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 18

INTRODUOMuitos so os exemplos de episdios de crises de segurana dos alimentos, causados por enfermidades transmitidas pelo mesmo. Esses vrios episdios tm feito com que os consumidores passem a dar maior importncia segurana do mantimento e em suas decises de consumo (RESENDE FILHO, 2008, p.2). O perfil epidemiolgico das doenas transmitidas por alimentos no Brasil ainda pouco conhecido, somente alguns estados e/ou municpios dispem de estatsticas e dados sobre os agentes etiolgicos mais comuns, alimentos mais frequentemente envolvidos e fatores contribuintes (AMSON et al., 2006). Segundo Scarcelli & Piatti (2002, p. 1) mesmo em pases desenvolvidos, como os Estados Unidos, onde o alimento considerado um dos mais seguros do Mundo, estima-se que anualmente 76 milhes de pessoas sejam acometidas por algum tipo de doena de origem alimentar, levando a 325.000 hospitalizaes e 5.200 mortes. Alguns tabus em relao forma de manipular os alimentos veculos causadores dessa patologia explicam as formas corretas de se consumir e de se higienizar o mantimento, a fim de evitar possveis contaminaes. Um exemplo de tabu foi descrito no sculo X por Leo VI num decreto do imperador de Bizncio em que a fabricao de salsichas recheadas de sangue era proibida (MENDES, 2008, p. 14-15). Os surtos e casos de doenas vinculadas a alimentos exigem investigaes cuidadosas em relao histria desses veculos, estudos ambientais e preparo de alimentos (MENDES, 2008, p. 10), pois, o C. botulinum tem como habitat o solo, a gua, os sedimentos marinhos e eventualmente o intestino dos animais, incluindo o homem (FERREIRA et al., 1987). A despeito de rara ocorrncia, em razo de sua gravidade, o botulismo considerado a mais sria das intoxicaes alimentares (PARDI et al., 2006 apud CERCHIARO, 2008, p. 12). Segundo Brasil (2006, p. 8), o botulismo foi primeiramente descrito na Alemanha, no sculo XVIII, aps um surto associado ingesto de salsicha de produo domstica, de onde se originou o nome (botulus em latim significa salsicha).

Santiago, (1972, apud, Cereser, 2008 p. 5) relatou a primeira epidemia de botulismo do Brasil, que ocorreu em 1958, no Estado do Rio Grande do Sul, em que nove pessoas morreram aps consumirem conserva caseira de peixe. Serrano (1982, apud Cereser, 2008 p. 5) descreveu um surto de botulismo de origem alimentar, que ocorreu no Estado do Rio de Janeiro em 1982, em que duas pessoas foram acometidas, sendo que uma morreu. O alimento incriminado foi pat de galinha, mantido em condies insatisfatrias de refrigerao. O botulismo uma intoxicao causada por uma toxina produzida pela bactria Clostridium botulinum, caracterizado por manifestaes nervosas. A doena geralmente adquirida pela ingesto de alimentos que no foram devidamente esterilizados. Trata-se de uma doena neuroparaltica grave, no contagiosa, resultante da ao de uma toxina produzida pela bactria Clostridium botulinum (SECRETARIA DE VIGILNCIA EM SADE, 2005 apud CERCHIARO, 2008, p. 12). Geralmente, os alimentos envolvidos em surtos de botulismo humano so as conservas caseiras de vegetais, frutos, bem como embutidos de carne e presunto e gelias de frutas. A toxina no altera o sabor dos alimentos, tornando difcil identificar sua presena. Os grupos de animais mais acometidos pelo Clostridium botulinum so os bovinos, eqinos, caprinos e ovinos, acometendo tambm o homem (BRESSAN et al., 1999, p. 3). As conservas caseiras constituem o maior risco para o ser humano, em razo dos procedimentos inadequados para a preparao dos alimentos (CERESER, 2008, p. 5). O aspecto sazonal uma caracterstica da doena, e na maioria dos estados, as manifestaes ocorrem no vero, durante os perodos de chuvosos (BRESSAN et al., 1999, p. 4). No Brasil, em especial a produo de palmito tem sido uma atividade extrativista e artesanal, onde famlias recolhem o palmito da mata selvagem (atividade proibida em lei pelo IBAMA), geralmente cozinhando-o s margens dos rios e envasando-os em vidros, sem qualquer controle de qualidade, critrio de acidificao e esterilizao, tamanho, controle microbiolgico (CERCHIARO, 2008, p. 30-31).

Como no Brasil existem famlias com baixa renda mensal, as pessoas por sua vez elaboram meios para garantir seu sustento. Muitas so as pessoas que atravs de fabricao caseira de conservas e gelias obtm uma renda ao final de cada ms. A falta de conhecimento ou at mesmo de hbitos alimentares comprometem a sade da populao consumidora desses produtos. Os grupos de risco aonde a contaminao ocorre freqentemente so aqueles onde os indivduos fabricam e se alimentam de conservas caseiras produzidas inadequadamente, ou seja, fora dos padres necessrios para a eliminao da bactria e seus esporos. A importncia do botulismo como um problema de sade pblica evidente e se torna indispensvel relatar que o maior perigo de contaminao est nos alimentos preparados de forma artesanal, especialmente em conservas caseiras, que so impropriamente manipuladas ou que sofreram tratamento trmico insuficiente para destruir os esporos botulnicos. As pessoas que fazem conservas em casa devem ser orientadas sobre o tempo apropriado, presso e temperaturas requeridas para destruir os esporos; sobre a necessidade de refrigerao adequada para o armazenamento de alimentos, bem como a desinfeco das vidrarias a fim de destruir a toxina botulnica (VRANJAC, 2002, p. 27).

OBJETIVO GERALO objetivo desse trabalho consiste em uma reviso bibliogrfica com o intuito de discorrer sobre o botulismo, alimentos veculos, preveno e demais fatores pertinentes, divulgando esses conhecimentos.

OBJETIVOS ESPECFICOS Conhecer as origens dessa patologia; Identificar grupo de risco; Diferenciar os tipos de botulismo; Identificar os principais sintomas; Definir a preveno dessa toxina.

METODOLOGIAPara Lakatos; Marconi (1991) a pesquisa bibliogrfica pode ser considerada um procedimento formal com o mtodo de pensamento reflexivo que exige em tratamento cientfico. Compreende ainda, o caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais sobre qualquer campo de conhecimento. Segundo Gil (1996) toda pesquisa bibliogrfica implica no levantamento de dados que so obtidos quase que exclusivamente a partir de fontes bibliogrficas. Portanto, abrange toda bibliografia publicada, em forma de livros, revistas, peridicos, publicaes avulsas e imprensa escrita. Para o autor, a principal vantagem da pesquisa bibliogrfica consiste em permitir em alcance de um maior nmero de informaes sobre o assunto pesquisado. O presente trabalho consiste em uma reviso literria de alimentos veculos do botulismo de origem alimentar. Foi feita uma busca em artigos de revistas cientificas, livros de microbiologia, de segurana de alimentos, monografias e sites relacionados com o tema, abordando desde o histrico da doena at assuntos atuais.

REVISO DE LITERATURA

1. HISTRICO DA DOENA NO BRASIL O botulismo uma doena de origem alimentar que provavelmente vem acompanhando a humanidade desde o incio (ERBGUTH, 2004 apud MENDES, 2008, p. 11). A nica epidemia comprovada desta doena no Brasil ocorreu na dcada de 1950, no Rio Grande do Sul, onde nove pessoas a adquiriram, aps a ingesto de conserva caseira de peixe (FERREIRA et al., 1987, p. 137). No Brasil, a notificao de surtos e casos isolados passou a ser feita de forma sistemtica a partir de 1999. Na maioria deles, a toxina identificada foi a do tipo A e os alimentos mais envolvidos foram conservas caseiras (BRASIL, 2006, p. 7). De acordo com Vranjac (2002, p. 16) a incidncia da doena baixa, porm, com alta letalidade se no tratada adequada e precocemente. Em todos os pases do mundo, so conhecidos casos espordicos ou em grupos de pessoas, relacionados ingesto de alimentos preparados ou conservados em condies que permitam a produo de toxina pelo bacilo. No Brasil, no h dados sistematizados sobre a incidncia, formas de botulismo, tipos de toxinas, mortalidade e distribuio geogrfica, at porque as doenas transmitidas por alimentos so uma preocupao muito recente (VRANJAC, 2002, p. 16)No Brasil, o primeiro caso de botulismo notificado Secretaria de Vigilncia em Sade do Ministrio da Sade ocorreu em 1999 e, at 2004, houve 41 casos suspeitos notificados, sendo confirmado um caso de botulismo por ferimento e 18 casos de botulismo alimentar. Dentre os 19 casos confirmados, a taxa de letalidade foi de 31,6%. Dos casos de botulismo alimentar, 77,8% foram causados por alimentos de origem suna; 11,1% por palmito em conserva e, em 11,1%, o alimento no foi identificado. Dos alimentos de origem suna, 85,7% eram conservas caseiras preparadas com carne suna frita e armazenada em gordura (conhecida como carne de lata), 7% por pat caseiro de fgado suno e 7% por lingia curada industrializada. A toxina botulnica tipo A foi responsvel por 77,8% dos surtos de botulismo alimentar (EDUARDO et al., 2002 apud CERESER, 2008, p. 4).

No incio de 1999, foi criado, no Estado de So Paulo, o Centro de Referncia do Botulismo (CR BOT), oficializado em novembro de 1999 (Resoluo SS N. 165, de 16.11.99), que possibilitou a implantao do programa, Retaguarda Laboratorial, atravs do Instituto Adolfo Lutz (IAL), orientao aos profissionais no atendimento ao paciente, e disponibilizao da antitoxina. Desde ento o CR BOT, de acordo com o Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI/MS), passou a registrar todos os casos notificados no pas (EDUARDO; SIKUSAWA, 2003, p. 1).

2.

AGENTE CAUSADOR DA DOENA O Clostridium botulinum um bacilo gram-positivo, anaerbio, esporulado e sua forma vegetativa produz toxinas patognicas para o homem. Segundo Ferreira et al., (1987, p. 137), seus esporos so amplamente distribudos na natureza, em solos e sedimentos de lagos e mares. So identificados em produtos agrcolas como legumes, vegetais e mel e em intestinos de mamferos, peixes e vsceras de crustceos. O habitat natural do Clostridium botulinum o solo e os sedimentos aquticos, podendo contaminar tambm os mais diferentes tipos de alimentos, tanto de origem vegetal como os de origem animal (BRESSAN et al.,1999, p. 4). As condies ideais para que a bactria assuma a forma vegetativa, produtora de toxina so: anaerobiose, ph alcalino ou prximo do neutro (4,8 a 8,5). Os tipos A e B se desenvolvem em temperaturas prximas das encontradas no solo (acima de 25 e at 40C), enquanto o tipo E capaz de proliferao a partir de 3C (BRASIL, 2006, p. 12). Sua toxina, de natureza protica, termolbil considerada a mais potente entre as toxinas conhecidas, e doses to pequenas quanto 0,1 g so capazes de causar a morte de um homem (FERREIRA et al., 1987, p. 137). Os esporos do Clostridium botulinum so as formas mais resistentes que se tm encontrado entre os agentes bacterianos, podendo sobreviver por mais de 30 anos em meio lquido e, provavelmente, mais tempo ainda em estado seco (RADOSTITS et al., 2002, apud CERESER, 2008, p. 3). Segundo o Ministrio da Sade, (2006) a toxina botulnica

termolbil, sendo inativada pelo calor em uma temperatura de 80C por no mnimo, 10 minutos. 3. FORMAS DE INTOXICAO PELA TOXINA DO BOTULISMO NO HOMEM Segundo Bressan et al., (1999, p. 6) uma grande variedade de alimentos de origem animal e de origem vegetal podem transmitir o Botulismo para a espcie humana. Dentre esses, pode-se citar o milho, beterraba, palmito, aspargos, azeitonas verdes, espinafre, cogumelo, atum, pat de fgado, presunto, lingia, lagosta, peixes defumados e mortadelas. H trs formas de botulismo: botulismo alimentar, botulismo por ferimentos e botulismo intestinal. Embora o local de produo da toxina seja diferente em cada uma delas, todas as formas caracterizam-se pelas manifestaes neurolgicas e/ou gastrointestinais (SECRETARIA DE VIGILNCIA EM SADE, 2005 apud CERCHIARO, 2008, p. 3). Segundo Ferreira et al., (1987, p. 138):[...] o botulismo por intoxicao alimentar, a forma mais comum de aquisio desta afeco e decorre da infestao de alimentos contaminados com a toxina, particularmente conservas caseiras de carnes, frutas e vegetais. Botulismo infantil definido como sendo uma intoxicao causada pela absoro da toxina botulnica, produzida in vivo no tubo digestivo de crianas geralmente menores que um ano, onde colonizou e proliferou o C. botulinum. Botulismo por leso, ocorre uma colonizao de leses cutneas pelo C. botulinum, cuja toxina sintetizada neste local absorvida pela circulao sangunea.

As toxinas produzidas pelo Clostridium botulinum, so as mais potentes de todas as conhecidas (ACHA & SZYFRES, 1986 apud MENDES, 2008, p. 18). As intoxicaes por botulismo alimentar ocorrem pela ingesto de toxinas pr-formadas pelo Clostridium botulinum, e esto geralmente associadas a conservas caseiras, por outro lado as conservas industriais segundo a regulamentao so submetidas a altas temperaturas, eliminando assim a bactria e consequentemente seus esporos (BRESSAN et al., 1999, p. 7). De modo geral, o botulismo de origem alimentar devido a alimentos industrializados vem sendo controlado, em funo da utilizao de processos cada vez mais seguros de preparo e envasilhamento na indstria, tais como, o aquecimento (VRANJAC, 2002, p. 27).

A germinao dos esporos nos alimentos promovida por condies anaerbicas (alimentos embalados ou lacrados) em que o pH superior a 4,5, com uma elevada atividade de gua. Assim, as clulas vegetativas produzem a toxina dentro do recipiente durante o armazenamento (SCARCELLI & PIATTI, 2002, p. 126). Quando em conserva, o microrganismo se modifica e comea a produzir a toxina. Latas inchadas ou com qualquer modificao anormal, podem indicar a presena da bactria. O Clostridium botulinum aparece tambm como habitante normal do trato intestinal de eqinos, bovinos e aves, onde se multiplica e excretado em grandes quantidades nas fezes por mais de oito semanas aps a primoinfeco (EDUARDO et al., 2002; FREAN et al., 2004 apud CERESER, 2008, p. 3). So descritos sete tipos de Clostridium botulinum (de A a G), que se distinguem pelas caractersticas antignicas da neurotoxina que produzem, embora tenham ao farmacolgica similar. Assim so conhecidas sete neurotoxinas sorologicamente distintas e altamente potentes (de A a G) (JOHNSON & BRADSHAW, 2001; JAY, 2005 apud CERESER, 2008, p. 3). Existem oito variedades distintas de toxinas (A, B, C, C, D, E, F e G), porm as que afetam o homem so os tipos A, B, E, F (BEER, 1999; BERMUDZ, 2007 apud MENDES, 2008, p. 21). Pelo tipo podem se classificar epidemiologicamente: Tipo A: encontrada em Humanos; geralmente em conservas caseiras. Tipo B: Carnes e vegetais encontradas em conservas de carne de porco; Tipo E: encontrada em conservas de peixes (MENDES, 2008, p. 21). De acordo com Brasil, (2006, p. 8) o microrganismo foi identificado em 1897, na Blgica, quando Emile Pierre Van Ermengen descreveu um surto em 23 membros de um clube de msicos que adoeceram e trs morreram aps a ingesto de presunto contaminado. Nessa ocasio, identificou-se a toxina botulnica tipo A. Em 1904, foi identificada a toxina tipo B. Em 1943, foi descrito o botulismo por ferimento e, em 1976, o botulismo infantil, atualmente conhecido como botulismo intestinal. Existem diferenas na epidemiologia da intoxicao pelos diferentes tipos de toxinas (FREAN et al., 2004; CARDOSO et al., 2004 apud CERESER, 2008, p. 3). As toxinas dos tipos A, B, E e F so as que causam doena humana (a do tipo G foi associada a

alguns casos de morte sbita), enquanto os tipos C e D so quase exclusivos de animais (CARDOSO et al., 2004 apud CERESER, 2008, p. 3). De acordo com Vranjac (2002, p. 13) preciso muito cuidado com o mel. Por conter, algumas vezes, esporos do C. botulinum, geralmente, carregados pelas prprias abelhas, o mel no deve ser dado s crianas menores de 1 ano. O botulismo infantil, tambm conhecido como botulismo de lactentes (associado Sndrome de Morte Sbita do Recm-Nascido), ocorre em crianas muito jovens devido absoro de toxina produzida in vivo, no intestino da criana (CERESER, 2008, p. 2). Neste caso crianas menores de um ano de idade no devem ingerir mel, pois nessa idade a microbiota intestinal ainda no est formada, deixando assim o territrio livre a esse microorganismo, ou seja, quando o intestino infantil imaturo inoculado com esporos e se torna colonizado, como resultado de um elevado pH, falta de cido biliar e falta de uma microbiota competidora, a toxina botulnica liberada e prontamente absorvida pela mucosa intestinal. Em 95% dos casos atinge crianas com trs semanas a seis meses de idade (KETCHAM & GOMEZ, 2003, apud CERESER, 2008, p. 3-4). A origem desses esporos desconhecida no botulismo infantil, mas o mel tem sido identificado como possvel fonte de contaminao (ARNON et al., 1981 apud RAGAZANI, 2008, p. 1). A pesquisa do grupo das bactrias esporuladas presentes no mel reveste-se de importncia desde que, em 1976, o botulismo infantil foi identificado, nos EUA (Estados Unidos da Amrica), como entidade clnica resultante da colonizao intestinal e da produo de toxina pelo Clostridium botulinum (PICKETT et al., 1976; ARNON et al., 1977 apud RAGAZANI, 2008, p. 397). A nica diferena entre o botulismo infantil e o botulismo transmitido por alimentos, o incio da doena, pois no botulismo do lactente, o indivduo precisa necessariamente, ingerir esporos do C. botulinum, diferente do botulismo transmitido por alimentos, no qual so ingeridas as toxinas j formadas (ACHA & SZYFRES, 1986, apud MENDES, 2008, p. 26.).

4.

PATOGENIA A toxina absorvida no trato gastrintestinal dissemina-se por via hematognica at as terminaes nervosas, mais especificamente a membrana pr-sinptica da juno neuromuscular, bloqueando a liberao de acetilcolina. Consequentemente haver falha na transmisso de impulsos nas funes das fibras nervosas, resultando em paralisia flcida dos msculos que estes controlam (BRASIL, 2006, p. 16). O alimento consumido juntamente com a toxina pode proteg-lo do efeito deletrio dos cidos durante a passagem pelo estmago. O local de mxima absoro da toxina botulnica o intestino delgado, de onde segue para o sistema linftico e posteriormente alcana a corrente sangnea (BRASIL, 2006, p. 16). Segundo Brasil, (2006, p. 16) o dano causado na membrana pr-sinptica pela toxina permanente. A recuperao depende da formao de novas terminaes neuromusculares e, por este motivo, a recuperao clnica prolongada, podendo variar de um a 12 meses. Segundo Brasil, (2006, p. 16), os perodos de incubao nos diferentes tipos de botulismo so: Botulismo Alimentar: pode variar de duas horas a dez dias, com mdia de 12 a 36 horas. Quanto maior a concentrao de toxina no alimento ingerido, menor perodo de incubao. Botulismo por ferimento: pode variar de quatro a 21 dias, com mdia de sete dias. Botulismo intestinal: o perodo no conhecido devido impossibilidade de determinar o momento da ingesto de esporos. A toxina uma exotoxina ativa (mais que a tetnica), de ao neurotrpica (ao no sistema nervoso), e a nica que tem a caracterstica de ser letal por ingesto, comportandose como um verdadeiro veneno biolgico (CERCHIARO, 2008, p. 15).

5.

SINTOMAS DA DOENA NO HOMEM O botulismo alimentar ocorre quando alimentos que contm a toxina so ingeridos. Uma vez absorvida, a toxina transportada via hematgena at neurnios sensveis (KEET & STROBER, 2005 apud CERESER, 2008, p. 3). As toxinas no atingem o sistema nervoso central devido a uma barreira hematoenceflica, permitindo assim que o paciente permanea lcido. Essas toxinas atuam nas junes neuromusculares, provoca paralisia funcional motora sem a interferncia com a funo sensorial. Os efeitos farmacolgicos das toxinas acometem principalmente os nervos perifricos, os quais tm a acetilcolina como mediador. As toxinas ligam-se na membrana nervosa bloqueando a liberao da acetilcolina, causando a paralisia flcida que evolui para a morte, devido paralisia dos msculos respiratrios, sem o desenvolvimento de leses histolgicas (CDC, 2000; SOUZA, 2001; JOHNSON & BRADSHAW, 2001 apud CERESER, 2008, p. 4). Segundo Ferreira et al., (1987, p. 138) o quadro clnico da doena basicamente o mesmo em todas as formas e caracteriza-se por inmeros sintomas e sinais, dos quais se destacam: diplopia (viso dupla), disfagia (dificuldade de deglutir), vmitos, disfonia (alteraes auditivas ou fsicas que podem resultar num impedimento do uso da voz), ptose palpebral (queda das plpebras) e, nos casos graves, insuficincia respiratria, a qual constitui a principal causa de bito nesta entidade. Para Bressan et al., (1999, p. 7) os sintomas causados pelos esporos do C. botulinum so: Gastroenterite manifesta-se por constipao intestinal, nuseas e vmitos. As diarrias podem surgir, porm a toxina no tem atividade irritativa na mucosa digestiva;Sintomas nervosos inicia-se com fraqueza, vertigem, seguindo-se de alteraes oculares. As alteraes respiratrias se manifestam por paralisia dos msculos intercostais, brnquios e diafragma levando ao aumento da freqncia respiratria, respirao alterada e deficincia de deglutio; A morte pode ocorrer por hipxia (falta de oxigenao nos tecidos); Dificuldades para falar, acompanhados por debilidade muscular; Desmaios, lngua e boca seca; Reteno de lquidos; Diminuio da presso arterial. interessante observar que as manifestaes da doena variam quanto gravidade, de caso para caso, provavelmente em decorrncia da quantidade de toxina ingerida

(FERREIRA et al., 1987).

A enfermidade pode manifestar-se em poucas horas aps a

ingesto do alimento, ou s vezes, tardiamente, dentro de alguns dias e a toxina que causa maior mortalidade a toxina A (ACHA & SZYFRES, 1986 apud MENDES, 2008). Segundo Brasil (2006, p. 21), de forma geral, prevalece os sintomas neurolgicos, sendo estes os primeiros e mais importantes achados ao se examinar o paciente. Sinais de desidratao, distenso abdominal e dispnia podem estar presentes, boca seca, leo paraltico, hipotenso sem taquicardia e reteno urinria. No botulismo alimentar os sintomas aparecem de duas horas a 10 dias, com mdia de 12h a 36 horas, dependendo da quantidade de toxina ingerida. muito raro o aparecimento vrios dias aps a ingesto do alimento contaminado (CERCHIARO, 2008, p. 34).

6.

DIAGNSTICO LABORATORIAL O botulismo diagnosticado atravs dos sinais e sintomas, pela deteco e tipagem da toxina no sangue do paciente e outros exames laboratoriais, e pelos testes complementares nos alimentos suspeitos (VRANJC, 2002, p. 10). A anamnese e o exame fsico e neurolgico do paciente so imprescindveis para o diagnstico do botulismo. Na suspeita de botulismo alimentar, deve ser verificado os tipos de alimento ingerido, tempo decorrido da ingesto e aparecimento da doena, fonte comum de ingesto, alm dos sinais e sintomas apresentados (BRASIL, 2006, p. 21). O diagnstico laboratorial consiste na deteco da toxina botulnica no soro do paciente e importante que, concomitantemente, tambm se estabelea a fonte provvel da intoxicao, pesquisando-se a toxina em alimentos suspeitos (FERREIRA et al., 1987, p. 138). Algumas vezes, o botulismo pode ser confundido com outras condies, tais como gripes, reaes alrgicas, Sndrome de Guillain-Barr, quedas, miastenia gravis (fraqueza e fadiga anormalmente rpida dos msculos voluntrios), paralisias por picada de carrapato, envenenamento por agentes qumicos, ressaca e outras doenas com sintomas parecidos (VRANJAC, 2002, p. 14-15).

Nos casos de botulismo alimentar, o diagnstico laboratorial baseado na anlise de amostras clnicas e de amostras bromatolgicas. A coleta dessas amostras deve ser realizada com assepsia e em condies de segurana para o tcnico responsvel pela mesma (BRASIL, 2006, p. 26). Segundo Brasil (2006, p. 26), a coleta de amostras clnicas (soro, lavado gstrico, fezes/contedo intestinal) deve ser realizada o mais precocemente possvel e anteceder a administrao do soro antibotulnico (SAB), para evitar que a toxina seja neutralizada antes da coleta.

7.

CUIDADOS VISANDO A PREVENO DA TOXINA Essas toxinas perdem sua atividade quando submetidas temperatura de 80C durante 30 minutos ou a 100C por 5 minutos, quando expostas luz solar por 1 a 3 horas, temperatura ambiente por 12 horas, ou em 20 minutos em gua clorada (destruio de 84%) (PINILLOS et al., 2003 apud CERESER, 2008, p. 3). Segundo Brasil (2006 apud Mendes, 2008, p. 69) para a preveno da produo de toxina botulnica pelo Clostridium botulinum, importante que se faa: i. Preveno de germinao de esporos; ii. Processamento trmico adequado; iii. Boas prticas de higiene. Algumas precaues devem ser tomadas para evitar a contaminao dessa espcie. Segundo Bressan et al., (1999, p. 8-9) esses cuidados so: a. No ingerir ou comprar alimentos cujas latas ou embalagens que apresentam-se danificadas. b. No ingerir alimentos onde as latas estejam amassadas ou estufadas. c. Verificar as costuras da lata (na tampa e na lateral), pois estas devem estar intactas. d. Em embalagens de vidro, verificar as condies da tampa e a caracterstica fsica do lquido, que por sua vez no deve estar turvo.

e. Como os esporos da bactria Clostridium botulinum so destrudos pelo calor, os alimentos cozidos ou fervidos por alguns minutos podero ser consumidos sem receio. Segundo Scarcelli & Piatti, (2002 apud Cereser, 2008, p. 3) a germinao dos esporos nos alimentos promovida por condies anaerbicas (alimentos embalados ou lacrados) em que o pH superior a 4, 5, com uma elevada atividade de gua. Assim, as clulas vegetativas produzem a toxina dentro do recipiente durante o armazenamento comprometendo assim a populao consumidora de gelias e conservas caseiras. O Clostridium botulinum no um bom competidor na presena de outros microrganismos; pH inferior a 4,5 impede sua multiplicao; atividade de gua menor que 0,93 limitante; concentraes de NaCl maiores que 8% impedem a produo da toxina (GELLI et al., 2002 apud CERESER, 2008, p. 5). Os surtos desta intoxicao tm se tornado, felizmente cada vez mais raros, graas s tcnicas aprimoradas de preparo dos alimentos industrializados (FERREIRA et al., 1987, p. 140). No caso do mel, a nica medida de preveno indicada para crianas at 12 meses de idade, nunca fornecer a elas esse alimento (MENDES, 2008, p. 59). O C. botulinum pode estufar a lata ou a tampa sem alterar o odor do produto. Latas comerciais ou feitas em casa, estufadas no devem ser abertas, mas alimentos sem alterao do cheiro no tm a garantia de que estejam incuos (VRANJAC, 2002, 27).

8.

CARACTERSTICAS DA DOENA NO HOMEM O botulismo uma enfermidade que resulta da ao de uma potente neurotoxina de origem protica, produzida pelo Clostridium botulinum, normalmente decorrente da ingesto de alimentos, em que a toxina foi previamente elaborada pela bactria (POLAQUINI et al., 1997; GELLI et al., 2002 apud CERESER, 2008, p. 2). Caracteriza-se como uma doena de extrema gravidade, de evoluo aguda. Provoca distrbios digestivos e neurolgicos, em conseqncia ingesto de diversos tipos de

alimentos. As conservas caseiras esto entre os alimentos que oferecem maior risco populao consumidora. Um grama de toxina botulnica suficiente para matar 30 milhes de camundongos (SCARCELLI & PIATTI, 2002 apud CERESER, 2008, p. 1).

9.

TRATAMENTO O xito no tratamento ir depender da precocidade do diagnstico e do grau de toxidade (leso) no sistema nervoso afetado, em relao doena e o local onde esta sendo tratado (MENDES, 2008, p. 52). Tratamento especfico ou medicamentoso tem como objetivo eliminar a toxina circulante e a sua fonte de produo C. botulinum, pelo uso SAB e de antibiticos (MENDES, 2008, p. 52). Esse soro atua contra a toxina, porm aquela que no se instalou no sistema nervoso, recomendvel o uso do SAB o mais rpido possvel, pois sua eficcia decrescente ao decorrer dos dias. O soro antibotulnico uma soluo rica em imunoglobulinas purificadas, que neutralizam especificamente a toxina produzida pelo C. botulinum (BRESSAN et al., 1999, p. 10). O soro antibotulnico atua contra a toxina circulante que ainda no se fixou no sistema nervoso, por isso recomenda-se que o tratamento com o SAB seja realizado o mais precocemente possvel (at sete dias) ou poder no ser mais eficaz. A dose de uma ampola de antitoxina botulnica bi ou trivalente por via intravenosa, diluda em soluo fisiolgica a 0,9%, na proporo de 1:10, para infundir em aproximadamente uma hora (BRASIL, 2006, p. 41). Segundo Vranjac, (2002, p. 15) o tratamento dever ser feito em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). E o tratamento geral consiste em: Medidas para eliminar a toxina do aparelho digestivo: quando oportuno lavagem do estmago e clisteres devem ser feitos. Observa-se que os doentes que tiveram o quadro inicial com vmitos e diarria tm melhor prognstico. Antibiticos: indica-se antibitico para o tratamento de infeco secundria.

Ao do mecanismo fisiopatognico da doena: medicamentos usados para neutralizar o bloqueio muscular tm resultados controversos. Teraputica de sustentao: em todas as formas da doena, o aspecto mais importante so os cuidados de suporte ao paciente, particularmente respiratrios e nutricionais.

SUGESTES E RECOMENDAESO botulismo de origem alimentar uma intoxicao rara, porm letal dependendo da quantidade de toxina ingerida, os alimentos veculos dessa intoxicao geralmente esto envolvidos a condies precrias de manipulao e de armazenamento, desde a escolha forma de envase do mesmo. As conservas caseiras, embutidos de carnes, peixes e frutos do mar so as principais fontes do botulismo alimentar, uma vez que as conservas e embutidos de carne so produzidos de forma inadequada, e a populao que fabrica esses produtos no possui conhecimento esclarecido sobre as ideais condies higinico-sanitrias, formas de armazenamento e medidas profilticas a fim de se evitar a contaminao pelo Clostridium botulinum. Uma sugesto seria que as Instituies de Ensino Superior locais, juntamente com a mdia, divulgassem populao tanto produtora quanto consumidora os perigos relacionados s formas de preparo desses alimentos. O consumidor ao ingerir os alimentos deve verificar as condies da embalagem, o aspecto fsico e a forma de armazenamento. Essa intoxicao pode ser controlada desde que as pessoas sejam informadas quanto ao uso e a produo desses alimentos veculos dessa patologia. .

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Sndrome de Guillain-Barr - neurite auto-imune aguda inflamatria causada por resposta imune celular mediada por clulas-T, dirigida mielina perifrica. A desmielinizao ocorre em nervos perifricos e razes nervosas. O processo geralmente precedido de infeces virais ou bacterianas, cirurgias, imunizaes, linfomas ou exposio a toxinas. Manifestaes clnicas comuns incluem fraqueza progressiva, perda de sensaes e perda de reflexos profundos do tendo. Podem ocorrer fraqueza dos msculos respiratrios e disfuno autnoma. Disponvel em: < http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=S %C3%ADndrome+De+Guillain-Barr%C3%A9&lang=3 >Acesso em nov. 2009.

Taquicardia - um termo mdico utilizado para designar um aumento da freqncia cardaca. Convenciona-se como freqncia normal no ser humano uma freqncia cardaca entre 60 e 100 batimentos por minuto Disponvel em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Taquicardia >Acesso em nov. 2009.

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