TCC - Pronto
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1 Sustentabilidade
O termo desenvolvimento sustentável teve sua primeira definição em
1987, por Brutland Report, segundo Gonçalves (2006) apud. Schmidt (2009).
Brutland afirmava que o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as
necessidades presentes sem comprometer as futuras. Também podem ser
encontradas outras definições, porém que não fogem muito ao principio de consumir
o necessário no presente sem prejudicar as necessidades futuras, como por
exemplo:
"Sustentabilidade seria fruto de um movimento histórico recente que passa a questionara sociedade industrial enquanto modo de desenvolvimento. Seria o conceito síntese desta sociedade cujo modelo se mostra esgotado. A sustentabilidade pode ser considerada um conceito importado da ecologia, mas cuja operacionalidade ainda precisa ser provada nas sociedades humanas" (ROSA, 2007).
Ainda sobre sustentabilidade, Ferreira afirma que:
“Sustentabilidade remete ao vocábulo sustentar no qual a dimensão longo prazos e encontra incorporada. Há necessidade de encontrar mecanismos de interação nas sociedades humanas que ocorram em relação harmoniosa com a natureza. “Numa sociedade sustentável, o progresso é medido pela qualidade de vida (saúde, longevidade, maturidade psicológica, educação, ambiente limpo, espírito comunitário e lazer criativo) ao invés de puro consumo material” (FERREIRA, 2005).
Depois desse processo de definição e de entendimento do que é a
sustentabilidade e de que ações deveriam ser tomadas, foram realizadas as grandes
conferencias mundial para estabelecer formas de melhorias para a utilização dos
recursos naturais, como a Rio 92 e a Rio +10.
10
Figura 1: Tabela Desenvolvimento Sustentável
11
A segunda conferencia ambiental organizada pela ONU no Rio de
Janeiro, também chamada de Eco 92, reuniu 108 chefes de Estado para criar um
plano de ação para preservar os recursos naturais do globo. As nações do norte
tentaram defender o direito a um ambiente saudável, ao passo que os do sul
buscavam o direito de se desenvolverem. O resultado foi à criação da Agenda 21,
documento com 2500 recomendações para implantar estratégias para a
conservação do planeta e estabelecer metas para a exploração sustentável do
patrimônio natural, sem impedir, porém, o desenvolvimento de nenhum país. Deu
origem ao Protocolo de Kyoto segundo Gustavsen (2007) apud. Schmidt (2009).
O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional para reduzir as emissões
de gases estufa dos países industrializados e garantir um modelo de
desenvolvimento limpo aos países em desenvolvimento. O documento prevê que
entre 2008 e 2012, os países desenvolvidos reduzam suas emissões em 5,2% em
relação aos níveis medidos em 1990. O tratado foi estabelecido em 1997 em Kyoto,
Japão, e assinado por 84 países. Destes, cerca de 30 já o transformaram em lei. O
pacto entrará em vigor depois que isso acontecer em pelo menos 55 países. Para os
países da União Europeia, foi estabelecida a redução de 8%, para os Estados
Unidos, 7% e, para o Japão, de 6%. Os Estados Unidos, país que mais emite gases
estufa, se retiraram do acordo em 2001.
A agenda 21 foi principal documento produzido na ECO-92, é um programa
de ação que viabiliza o novo padrão de desenvolvimento ambientalmente
racional. Ele concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência
econômica.
Este documento está estruturado em quatro seções subdivididas num total de
40 capítulos temáticos. Eles tratam dos seguintes temas:
• Dimensões Econômicas e Sociais – enfocam as políticas internacionais que
podem ajudar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, as
estratégias de combate à pobreza e à miséria, as mudanças necessárias a serem
introduzidas nos padrões de consumo, as inter-relações entre sustentabilidade e
dinâmica demográfica, as propostas para a promoção da saúde pública e a melhoria
da qualidade dos assentamentos humanos.
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• Conservação e questão dos recursos para o desenvolvimento – apresenta os
diferentes enfoques para a proteção da atmosfera para a viabilização da
transição energética, a importância do manejo integrado do solo, da proteção
dos recursos do mar e da gestão eco compatível dos recursos de água doce;
a relevância do combate ao desmatamento, à desertificação e a proteção aos
frágeis ecossistemas de montanhas; as interfaces entre diversidade biológica
e sustentabilidade; a necessidade de uma gestão ecologicamente racional
para a biotecnologia e, finalmente, a prioridade que os países devem conferir
à gestão, ao manejo e a disposição ambientalmente racional dos resíduos
sólidos, dos perigosos em geral, dos tóxicos e radioativos.
Medidas requeridas para a proteção e promoção de alguns dos segmentos
sociais mais relevantes - analisa as ações que objetivam a melhoria dos
níveis de educação da mulher, bem como a participação da mesma, em
condições de igualdade, em todas as atividades relativas ao desenvolvimento
e a gestão ambiental. Adicionalmente, são discutidas as medidas de proteção
e promoção à juventude e aos povos indígenas, aos trabalhadores e
sindicatos, à comunidade científica e tecnológica, aos agricultores e ao
comércio e a indústria.
Revisão dos instrumentos necessários para a execução das ações
propostas - discute os mecanismos financeiros e os instrumentos e
mecanismos jurídicos internacionais; a produção e oferta de tecnologias ecos-
consistentes e de atividade científica, enquanto suportes essenciais à gestão
da sustentabilidade; a educação e o treinamento como instrumentos da
construção de uma consciência ambiental e da capacitação de quadros para
o desenvolvimento sustentável; o fortalecimento das instituições e a melhoria
das capacidades nacionais de coleta, processamento e análise dos dados
relevantes para a gestão da sustentabilidade.
A aceitação do formato e conteúdo da Agenda - aprovada por todos os países
presentes à Rio 92 - propiciou a criação da Comissão de Desenvolvimento
Sustentável (CDS), vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações
Unidas (Ecosoc). A CDS tem por objetivo acompanhar e cooperar com os países na
elaboração e implementação das agendas nacionais, e vários países já iniciaram a
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elaboração de suas agendas nacionais. Dentre os países de maior expressão
política e econômica, somente a China terminou o processo de elaboração e iniciou
a etapa de implementação.
A Declaração de Política de 2002 da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento
Sustentável, realizada em Johannesburg, afirma que o Desenvolvimento Sustentável
é construído sobre “três pilares interdependentes e mutuamente sustentadores”:
desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental.
Dentro desse período em que o mundo desperta para a sustentabilidade, foi
realizada também a conferência da Biodiversidade que foi um acordo aprovado
durante o ECO-92 por 156 Estados e uma organização de integração econômica
regional, e que foi ratificada pelo Congresso Nacional, entrou em vigor no final de
dezembro de 1993. Os objetivos da convenção são: a conservação da
biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a divisão equitativa e justa
dos benefícios gerados com a utilização de recursos genéticos.
Além destes congressos e acordos outro importante documento foi escrito
durante a Rio 92 om uma grande participação de organizações não governamentais
e representantes da sociedade civil foi “A Carta da Terra”. Ela trás importantes
ressalvos sobre o meio ambiente e foi retificada pela UNESCO e aprovada pela
ONU em 2002, em um trecho da carta encontram-se as seguintes palavras:
"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações" (A Carta da Terra, 2002).
Há algum tempo a sociedade vem buscando novas formas de se produzir
sem causar danos ao meio ambiente, pois se percebeu de forma tardia, que as
consequências futuras podem ser desastrosas se não houver um melhor uso dos
recursos naturais, atualmente muitas empresas tem buscando se diferenciar das
demais, buscando ser ecologicamente corretas e buscando formas de causar
menores impactos ao meio ambiente, isso pode ser facilmente percebido através do
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novo ramo empresarial que vem crescendo muito, o Marketing Verde, ou seja, visam
divulgar as ações sustentáveis de uma empresa ou produto, e assim alcançar uma
maior parte do mercado consumidor, principalmente aqueles consumidores que tem
maior preocupação com o meio ambiente.
De acordo com Matos (2008) aos poucos, a sociedade toma consciência do
seu impacto no mundo e a escassez dos recursos naturais e percebe que é preciso
mudar a forma com que vem atuando há anos. Atualmente consome-se 25% a mais
do que o planeta tem capacidade de renovar, sendo assim pode-se perceber que
não vivemos de forma sustentável. Em alguns locais do mundo já surgem
consequências como falta de água, poluição urbana, aquecimento global e além de
outros recursos naturais que vieram a se esgotar. Para se ter uma nova perspectiva
disso, é preciso trazer para o dia a dia soluções sustentáveis que gerem menor
impacto ambiental. Pode-se perceber que a sociedade está tentando buscar saídas
através do desenvolvimento de produtos que tem menor impacto ambiental, também
se busca estimular o consumo consciente, o que foge da ideia principal do
capitalismo que seria o consumo em primeiro lugar, e não se pode esquecer o
incentivo geral para reuso de recursos naturais, reciclagem de materiais e o uso de
energias renováveis como a Solar e da eólica.
1.1 Subdivisões da Sustentabilidade
Pode-se subdividir a sustentabilidade em cinco planos diferentes, são eles:
Social, econômico, ecológica, espacial e cultural, sendo assim o desenvolvimento
sustentável requer o desenvolvimento desses cinco pontos.
Sustentabilidade Social: criação de um processo de desenvolvimento
sustentado por uma civilização com maior equidade na distribuição de renda e
de bens, de modo a reduzir a diferença entre os padrões de vida de grupos
sociais.
Sustentabilidade econômica: A sustentabilidade econômica – alcançada
através da gestão e utilização mais eficientes dos recursos e de um fluxo
constante de investimentos públicos e privados.
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Sustentabilidade ecológica: Alcançada através do aumento da capacidade
de utilização dos recursos, limitação do consumo dos combustíveis fósseis e
dos produtos facilmente esgotáveis e não renováveis, redução da geração de
resíduos e da poluição, bem como reutilização e reciclagem dos recursos
limitados.
Sustentabilidade espacial: A sustentabilidade espacial – dirigida para
obtenção de uma configuração e distribuição tipo rural e urbana mais
equilibrada e uma melhor e mais planejada distribuição geográfica dos grupos
sociais, do patrimônio a edificar e da localização das novas atividades
econômicas.
Sustentabilidade cultural: Procura por raízes endógenas1 de processos de
modernização e de sistemas agrícola integrados, que facilitem a geração de
soluções especificas para o local, o ecossistema, a cultura e área.
2 Sustentabilidade Urbana
No Brasil, principalmente nas grandes metrópoles, os problemas causados
pelo aumento da população urbana sem a presença do poder público
acompanhando essa urbanização “quase que espontânea” pode ser notado desde
muitos anos. Para Ermínia Maricato apud Barbosa (2008), a imagem das cidades
brasileiras está definitivamente associada à violência, à poluição, ao tráfego caótico,
às enchentes, à desigualdade social, entre outros fatores. Neste momento histórico,
na grande maioria dos países, inclusive no Brasil, o desenvolvimento está
diretamente ligado à vida das cidades. Por isso, outro importante conceito é o de
sustentabilidade no ambiente urbano (ou sustentabilidade urbana). A
sustentabilidade urbana é definida por Henri Acselrad como a capacidade das
políticas urbanas se adaptarem à oferta de serviços, à qualidade e à quantidade das
demandas sociais, buscando o equilíbrio entre as demandas de serviços urbanos e
1 Que tem origem no interior.
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investimentos em estrutura. No entanto, também é imprescindível para a
sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos naturais, a boa forma do
ambiente urbano baseado na interação com o clima e os recursos naturais, além das
respostas às necessidades urbanas com o mínimo de transferência de dejetos e
rejeitos para outros ecossistemas atuais e futuros. A grande maioria dos países
desenvolvidos, tanto quanto os que estão em desenvolvimento, e também suas
cidades, estão explorando a capacidade de seus recursos naturais ao limite.
Dependendo do nível de industrialização de cada país os problemas se diferenciam.
Pode-se descrever que nos países desenvolvidos emigração de pessoas de centros
urbanos para os subúrbios mais afastados que oferecem um ambiente natural mais
próspero, levou ao aumento do uso de automóveis, aos consequentes
congestionamentos e à poluição do ar. Já nos países em desenvolvimentos
problemas ambientais e sociais são agravados pelo aumento das cidades sem
acompanhamento de infraestruturas para suportar tal crescimento. Em todo o mundo
pobreza ainda é um dos principais problemas enfrentados pelas sociedades,
geralmente a camada mais pobre da população é amplamente negligenciada. Diante
disso, nota-se a necessidade de um desenvolvimento urbano sustentável, diferente
do desenvolvimento atual, que é baseado no lucro e privilegia uma pequena parte da
sociedade. Os direitos básicos devem ser proporcionados, tais como o direito água,
ao abrigo, à alimentação, à saúde, à educação, entre outros. Há o risco de que o
discurso da sustentabilidade não produza alterações substantivas, podendo o
mesmo, como afirma Emelianoff apud Barbosa (2008) “ser reduzido por certas
coletividades locais a um simples marketing destinado a valorizar suas vantagens
territoriais, a aumentar sua atratividade e seu poder”. Necessário que se busque
modelos de desenvolvimento onde possam ser agregados aos valores ecológicos,
outros como autonomia, solidariedade e responsabilidade.
3 Construção Civil Sustentável
A utilização do termo construção civil sustentável foi proposta pelo professor
Kilbert, para descrever as responsabilidades da construção civil em relação à
sustentabilidade, a sustentabilidade vem sendo trabalhada em diversas áreas, e na
construção civil não podia ser diferente.
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Anteriormente a ideia de construção civil que era mais competitiva no
mercado era a que melhor atendia os padrões pré-estabelecidos pelo projeto, e fazia
isso com o menor custo e o menor tempo, porém com a introdução de conceitos que
visam melhor aproveitar os recursos naturas, evitar desperdícios e o uso de matérias
que causam um maior impacto ao meio ambiente, fez com que a sustentabilidade na
construção civil se tornasse um importante diferencial no mercado da construção e
elevando a um patamar mais competitivo empresas que investem nesses aspectos.
Segundo Araújo (2006) Apud. Schmitd (2009), a construção sustentável é um
sistema que busca promover intervenções no meio ambiente, adaptando-o para
suas necessidades de uso, produção e consumo da sociedade, sem esgotar os
recursos naturais, preservando-os para as gerações futuras. Faz uso de eco
materiais e de soluções tecnológicas e inteligentes para promover o bom uso e a
economia de recursos finitos, a redução da poluição e o conforto de seus moradores
e usuários. As linhas-mestras que regem a construção sustentável são:
Gestão da obra: estudo do impacto ambiental, analisando ciclo de vida da
obra e materiais, aplicando critérios de sustentabilidade como: gestão de
resíduos e consumo de energia para manutenção e reforma;
Aproveitamento passivo dos recursos naturais: iluminação natural, conforto
térmico e acústico, formação e interferências no clima e microclima;
Qualidade do ar e do ambiente interior: criação de um ambiente saudável,
respirante, não selado, isento de poluentes (como partículas em suspensão e
compostos orgânicos voláteis/ COVs), com uso de materiais bio compatíveis,
naturais, que não liberem substâncias voláteis;
Conforto termo acústico: se necessário utilizar tecnologias eco inteligentes
para regular a temperatura e o som visando ao conforto do ser humano;
Gestão de resíduos gerados pelo usuário: criação de área(s) para coleta
seletiva do lixo e destinação de reciclagem;
E o foco de interesse neste trabalho:
Eficiência energética: racionalização no uso de energia pública e se possível
aproveitar as fontes de energia renováveis, como eólica e solar, e o emprego
de dispositivos para conservação de energia;
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Gestão e economia da água: aplicação de sistemas e tecnologias que
permitam redução no consumo da água, sistemas de reuso e recirculação da
água utilizada na habitação para fins não potáveis e aproveitamento da água
da chuva para fins não potáveis e até potáveis, dependendo do tratamento
aplicado e da região estudada;
Uso: de eco produtos e tecnologias sustentáveis para todas as etapas da
obra;
O Não uso ou redução no uso de: materiais condenados pela construção
sustentável, como PVC, amianto, chumbo, alumínio, entre outros.
Para uma construção civil sustentável existem algumas prioridades a serem
seguidas de acordo com Adam (2006) apud. Schmitd (2009) tais como:
Poupar energia por meio de isolamento térmico, janelas de alto
desempenho, iluminação natural, recursos renováveis de geração de energia
e equipamentos de baixo consumo.
Reciclar construções já existentes aproveitando a sua infraestrutura, em vez
de ocupar novos espaços.
Pensar em termos de comunidade. Considerar o transporte público, facilitar
o trânsito de pedestres e de bicicletas.
Diminuir o consumo de material. Aperfeiçoar o projeto para aproveitar
espaços reduzidos e utilizar materiais com mais eficiência. Diminuir o
desperdício também reduz o custo.
Preservar ou restaurar o ecossistema e a biodiversidade. Nas áreas
ecologicamente danificadas, procurar reintroduzir as espécies nativas.
Proteger as árvores e a camada superior do solo durante a obra.
Escolher materiais de baixo impacto. Alguns materiais, como os que
destroem a camada de ozônio, continuam poluindo durante o seu uso,
enquanto outros têm um forte impacto ambiental na hora do descarte. Projetar
com durabilidade e adaptabilidade. Quanto mais tempo uma construção dura,
maior o período durante o qual seu impacto ambiental pode ser amortizado.
Projetar uma edificação adaptável, principalmente se ela tiver propósitos
comerciais.
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Poupar água. Instalar tubulações e equipamentos de baixo consumo.
Coletar e utilizar a água da chuva. Separar a água de pias e chuveiros e
reutilizar na irrigação de jardins.
Criar um ambiente interno seguro e confortável, garantindo a saúde de seus
ocupantes.
Permitir que a luz do dia penetrasse no maior número possível de
ambientes, providenciar ventilação contínua.
Minimizar o desperdício de construção e demolição. A separação e a
reciclagem compensam economicamente.
Minimizar o impacto ambiental do seu negócio. Utilizar papel reciclável, usar
o projeto para educar clientes, colegas, prestadores de serviço e o público em
geral sobre o impacto ambiental das edificações e como diminuí-lo.
3.1 Objetivos
Principais objetivos da construção civil sustentável e os temas prioritários:
Água - utilização racional da água.
Desenvolvimento Humano - Valorização do ser humano.
Energia - Maximização da eficiência energética.
Materiais e Sistemas - Utilização de materiais e sistemas sustentáveis.
Meio Ambiente Infraestrutura e desenvolvimento urbano - Viabilização do
desenvolvimento sustentável.
Mudanças Climáticas - Adaptação do ambiente construído e redução de
gases de efeito estufa na cadeia produtiva.
Resídua - Diminuição do consumo de recursos naturais, buscando a
reutilização desses recursos anteriormente utilizados.
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3.2 Estratégias
Estratégias que devem buscar a melhor forma de unir recursos, meios e
métodos para obter melhores resultados na construção sustentável.
3.3 Políticas Públicas
Setor produtivo incentiva as três esferas do Poder Executivo a privilegiar nas
contratações públicas a utilização de produtos e sistemas de melhor desempenho
sustentável, cujos projetos e especificações atendam às exigências ambientais, sem
desperdício energético e com soluções para o menor nível de consumo de água, por
exemplo. Para isso existe a necessidade da junção dos poderes da União, de
governos estaduais , municipais e federais.
3.4 Políticas Setoriais
Com a atuação constante de empresas, da Câmara Brasileira da Industria da
Construção e de outras empresas representativas o setor produtivo pode privilegiar
em suas contratações a utilização de produtos e sistemas de melhor desempenho
ambiental e defende o poder de compra do Estado em direção à construção
sustentável.
3.5 Aprimoramento jurídico
Setor produtivo atua em conjunto com o setor público para a elaboração de
leis e regulamentações em prol da sustentabilidade na Construção Civil brasileira,
para que haja esse processo existe a necessidade de que o Poder Legislativo e
Judiciário trabalhem buscando melhorias para o setor da construção civil.
3.6 Concepção do projeto
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As obras privilegiam materiais e sistemas que contribuam para a eficiência
energética, que possibilitem o uso racional da água, que tenham procedência formal,
que valorizem produtos provenientes do correto manejo florestal e que considerem
os impactos das mudanças climáticas. No caso de obras públicas, propor concurso
público para projetos por meio da contratação por melhor técnica, contemplando
critérios de sustentabilidade.
3.7 Inovação tecnológica
Adequar os equipamentos e processos de construção e manutenção, nas
obras públicas e privadas para atender aos níveis sugeridos ou obrigatórios
definidos pela legislação ambiental e energética, a busca por inovações tecnológicas
deve ser feita pelas grande empresas órgãos que compõe a cadeia produtiva de
construção civil.
3.8 Gestão de Pessoas e processos
Projetistas, especificadores, trabalhadores, executores de obras, gestores de
negócios, agentes financeiros, gestores públicos, gestores dos imóveis, legisladores
e usuários devem ser conscientizados e capacitados, de modo multidisciplinar, para
a sustentabilidade. Os sistemas construtivos envolvem procedimentos para reduzir
as perdas de materiais, para aprimorar o manejo dos resíduos, para gastar menos
energia e para o uso racional de água, essas ações cabem a cadeia produtiva
buscar exercê-la.
3.9 Ações
Ações que buscam diminuir os impactos causados ao meio ambiente pela
produção e extração de recursos naturais.
3.10 Mudanças Climáticas
Estímulo a legislação especifica, inclusive nos códigos de obras.
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Apoiar ações de redução de emissões e adaptação aos impactos climáticos
nos processos de licenciamento ambiental.
Elaboração de ferramentas para produção inventário de gases de efeito
estufa na cadeia produtiva da construção.
Elaboração de plano nacional para conscientizar formadores de opinião e
gestores públicos sobre soluções de mitigação focadas na realidade das
condições climáticas ambientais brasileiras.
Participação efetiva da construção civil no Fórum brasileiro de mudanças
climáticas.
3.11 Resíduos
Promoção de parcerias entre empresas particulares e órgãos públicos para
implantação de áreas de manejo de resíduos da construção civil.
Participação da cadeia produtiva na elaboração de leis estaduais e
municipais no âmbito de Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Mapeamento de dificuldade e complicações no processo de licenciamento
de áreas de manejo, triagem e reciclagem de resíduos.
Implementação de sistema informatizado online de gestão de resíduos para
cadeia geradora, transportadora e áreas de tratamento e de destinação.
Estabelecer de forma efetiva a logística reversa, por parte dos fornecedores.
4 Evolução da construção sustentável no Brasil
De acordo com o relatório da CBIC (Câmara brasileira da industria da
construção) e da CNI (Confederação Nacional da industria) feito durante o encontro
da industria para sustentabilidade realizado em Brasília, 2012 a construção
sustentável no Brasil tem se estruturado em função de três grandes fontes de
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pressão: a regulamentação governamental, a necessidade de resposta aos
resultados dos impactos ambientais e as demandas de diferentes agentes do
mercado e do terceiro setor.além dos consumidores, uma sociedade civil cada vez
mais organizada pauta o debate sobre desenvolvimento sustentável e elabora
pesquisas e mecanismos que pressionam as empresas a rever suas práticas de
obtenção de retornos positivos e equilibrados para todos os agentes envolvidos.
Houve, no Brasil, fatores indutores que despertaram na construção civil a
necessidade de desenvolvimento de pesquisa, tecnologia e capacitação na área
ambiental. Entre estes, a escassez de energia ocorrida no ano de 2001, a questão
do racionamento da água em regiões metropolitanas ocorrido nos anos de 2002 e
2003 e a aprovação da resolução do Conama nº 307, em julho de 2002,
disciplinando a gestão dos resíduos da construção civil. Além dos fatores relevantes
citados, apresentamos a seguir um breve panorama de temas que se mostram
prioritários, tratados no âmbito de programas de governo e programas setoriais da
construção civil:
• Qualidade e produtividade;
• Resíduos de construção e demolição;
• Eficiência energética;
• Uso racional da água;
• Materiais e sistemas construtivos;
• Uso responsável da madeira;
• Avaliação ambiental de edifícios; e
• Consumo sustentável
5 Desafios da Sustentabilidade na Construção Civil
A construção civil é responsável pela implantação de estruturas em setores
públicos e privados, obviamente que para a realização dessa implantação existe a
necessidade de recursos e sendo assim podemos considerar a construção civil
24
como um dos setores que mais consomem recursos naturais e além disso um dos
que mais geram registros sólidos e causam grande impacto ao meio ambiente.
Dessa forma existem grandes desafios para construção sustentável, tais como
melhor forma de utilizar os recursos naturais, projetos que visem a auto-suficiência
de casas e edifícios, projetos que se adequem a fatores climáticos e qual a melhor
forma de gestão para os resíduos.
A dificuldade da construção civil sem completamente sustentável remete ao
fato de que ela envolve uma série de atores e ações que compõe uma cadeia, existe
a necessidade de que a extração da matéria prima seja de forma adequada,
posteriormente sua produção e forma de transporte, o projeto também merece
destaque e a sua concepção, ou seja, a forma como será aplicada, além da
manutenção da estrutura e por último a destinação dos resíduos gerados pela
construção e por demolições futuras.
De acordo com Agopyan e Jhon (2011):
"O impacto ambiental da construção civil depende de toda uma enorme cadeia produtiva: extração de matérias-primas, produção e transporte de materiais e componentes, concepção e projetos, execução (construção), práticas de uso e manutenção e, ao final da vida útil, a demolição/desmontagem, além da destinação de resíduos gerados ao longo da vida útil. Esse processo é influenciado por normas técnicas, códigos de obras e planos diretores e ainda políticas públicas mais amplas, incluindo as fiscais. Todas essas etapas envolvem recursos ambientais, econômicos e têm impactos sociais que atingem o todos os cidadãos, empresas e órgãos governamentais e não apenas aos seus usuários diretos. O aumento da sustentabilidade do setor depende de soluções em todos os níveis, articuladas dentro de uma visão sistêmica" (AGOPYAN e JHON, 2011).
Dessa forma existe a necessidade de que órgãos governamentais e privados
se unam para criar e modificar normas técnicas de construção, códigos e planos de
obra, existe também a necessidade de que diminuíam os custos sob materiais e
produtos sustentáveis, já que muitas vezes o custo de uma obra em padrões
sustentáveis é mais elevado do que em construções com o padrão normal.
Segundo a Agenda 21 on sustainable construction, os principais desafios da
construção civil sustentável envolvem:
a) Processo e gestão
b) Execução
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c) Consumo de materiais, energia e água
d) Impactos no ambiente urbano e no meio ambiente natural
e) Questões sociais, culturais e econômicas
Ainda de acordo com a Agenda 21, ela afirma que o maior desafio é o de
tomar ações preventivas imediatas e preparar toda a cadeia produtiva para
mudanças que são necessárias ao processo construtivo.
Foi proposta uma agenda brasileira, a ser adotada por todos os
segmentos da indústria e pelo governo, que inclui oito itens:
1. Redução das perdas de materiais na construção
2. Aumento da reciclagem de resíduos como materiais de construção
3. Eficiência energética nas edificações
4. Conservação de água
5. Melhoria da qualidade do ar interno
6. Durabilidade e manutenção
7. Redução do déficit de habitações, infraestrutura e saneamento
8. Melhoria da qualidade do processo construtivo.
6 Construção civil X Degradação do meio ambiente
A indústria da construção civil produz impactos negativos ao meio desde a
fase da extração de matéria-prima, passando pela fabricação de materiais, execução
das obras e até a disposição final de resíduos gerados, que como consequência
levam à formação de áreas degradadas.
O que faz com que ocorram tais degradações é o fato de as atividades da
construção civil (processos de produção, extração, reciclagem, disposição de
resíduos) apresentarem certo atraso se comparadas com outras indústrias, no que
se refere à racionalização e processos. A indústria alimentícia, por exemplo, já adota
26
práticas de produção limpa e análise do ciclo de vida do produto, pesquisando o
ciclo de vida dos produtos, considerando desde a aquisição de materiais, disposição
de resíduos perigosos, disposição final do produto, enfocando a sua atenção para
além do produto em si, com uso de inovações tecnológicas, a fim de gerar menos
poluição.
A construção de edificações, em especial,é o setor que apresenta maiores
atrasos devido à falta de qualidade e por apresentar grande quantidade de
retrabalho, perdas, baixa produtividade enorme resistência a mudanças. O que
provoca estes fatos é a visão distorcida das atividades em série, a não polivalência2
da mão de obra, a mão de obra intensa e desqualificada, a falta de definição de
atividades, a resistência a mudanças e produção não planejada por parte dos
responsáveis.
A formação de áreas degradadas tem início já na fase de extração de
recursos naturais. A retirada de matéria-prima pode resultar na extinção escassez de
fontes e jazidas, alterações na flora e fauna do entorno destes locais de exploração,
reconfiguração das superfícies topográficas, aceleração do processo erosivo,
modificações de cursos d´água, interceptação do lençol freático, aumento da
emissão de gases e partículas em suspensão no ar, aumento de ruídos e
propagações de vibrações.
7 Certificações
Para empresas que atuam no ramo da construção civil e querem se
diferenciar e se destacar das demais a partir da construção sustentável, não basta
construir e dizer: “minha construção é sustentável”, afinal isso não é algo que traz
muita credibilidade. Para fazer essa “comprovação” de que a construção se encaixa
nos padrões sustentáveis de construção, existem diversas certificações, segundo
2 Polivalência. Que tem várias funções ou utilidades diferentes.
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Antunes (2013) as certificações mais conhecidas e de maior peso e reconhecimento
são a: LEED (Leadership in Energy and Environment Design) e HQE (Haute Qualité
Environment)), a HQE aqui no Brasil é chamada de AQUA (Alta Qualidade
Ambiental) ambas com adaptações para se adequarem aos padrões brasileiros de
construção. De modo geral, essas certificações se fundamentam no princípio de
eficiência energética, uso racional de água, coleta seletiva, qualidade ambiental
interna da edificação etc.
Além de uma certificação brasileira, que foi criado em 2007 o CBCS,
(Conselho Brasileiro de Construção Sustentável), que tem como objetivo induzir o
setor da construção a utilizar práticas mais sustentáveis, melhorando a qualidade de
vida dos usuários, dos trabalhadores e do entorno das edificações. O CBCS é
composto por diversos comitês que tratam de assuntos específicos relacionados à
sustentabilidade no setor, como materiais e finanças além dos mais comuns, como a
água e a energia.
Existem outros órgãos de certificação que são mais específicos, como: o
Procel Edifica (da Eletrobrás, voltado para a eficiência energética das edificações e
o conforto ambiental) e o CEPE (Conselho Europeu das Indústrias de Pintura, que
distingue as chamadas tintas ecológicas), também têm impulsionado o
desenvolvimento da construção sustentável no país.
Mesmo com o custo ainda elevado e o tempo de retorno relativamente longo,
o setor de construção sustentável já tem grandes iniciativas. No Rio de Janeiro, na
Cidade Nova, o prédio da Universidade Corporativa da Petrobras é o primeiro prédio
brasileiro de grande porte com certificação LEED. E o bom da onda de construção
verde é que ela não atinge apenas grandes empreendimentos ou é demandada
apenas por grandes empresas.
Comparando o LEED e o AQUA, no quesito materiais de construção é
possível perceber a diferença entre os mesmos: o primeiro privilegia o teor de
resíduos e compostos orgânicos voláteis; o segundo, a existência de
declaração ambiental de produto (uma descrição detalhada sobre os impactos
ambientais do produto ao longo da vida) e a durabilidade esperada. De acordo com
o site Planeta Sustentável ( http://planetasustentavel.abril.com.br), o AQUA (
28
Alta Qualidade Ambiental) é o primeiro selo que levou em conta as especificidades
do Brasil para elaborar suas certificações. São eles:
Eco-construção: relação do edifício com o seu entorno, escolha integrada de
produtos, sistemas e processos construtivos e canteiro de obras com baixo
impacto ambiental.
Gestão: da energia, água, dos resíduos de uso e operação do edifício e
manutenção (permanência do desempenho ambiental).
Conforto: hidrotérmico, acústico, visual e olfativo.
Saúde: qualidade sanitária dos ambientes, do ar e da água para receber a
certificação LEED de prédio verde, uma construção deve seguir alguns
critérios, são 69 e cada um deles vale um ponto. Leva em consideração todo
o ciclo de vida do empreendimento desde a sua concepção, construção,
operação e descarte de.
De acordo com o site da Green Building Council Brasil caso atinja no
mínimo 26 pontos e atenda os sete pré-requisitos, o edifício estará de acordo com
as preocupações de sustentabilidade e recebe a certificação LEED básica. A partir
de 33 pontos, recebe o certificado prata. Quando chega a 39, recebe o ouro. A partir
de 52 pontos atinge a certificação máxima, que é de platina. Três empreendimentos
já certificados no Brasil estão na categoria prata e um na categoria verde (básica).
8 Edifícios como parte do habitat vivo
Atualmente os edifícios são um dos principais responsáveis pelos
impactos causados à natureza, pois consomem mais da metade de toda a energia
usada nos países desenvolvidos e produzem mais da metade de todos os gases que
vem modificando o clima. O projeto de arquitetura sustentável contesta a ideia do
edifício como obra de arte e o compreende como parte do habitat vivo, estreitamente
ligado ao clima, à região e ao planeta. Ajuda a difundir maneiras de construir com
menor impacto ambiental e maiores ganhos social, sem ser inviável
economicamente. A elaboração de um projeto de arquitetura na busca por uma
maior sustentabilidade deve considerar todo o ciclo de vida da edificação, incluindo
29
seu uso, manutenção, sua reciclagem ou demolição
(www.criaarquiteturasustentável.com.br).
O projeto arquitetônico deve ser acomodado no terreno de modo a facilitar
os escoamentos e a drenagem, considerar fatores como clima local, construções
vizinhas e a influência das mesmas sobre o projeto, os quadrantes de maior
radiação, a amplitude térmica local, média de umidade relativa do ar e direção e
velocidade dos ventos predominantes. Em relação aos recursos tecnológicos, são
muitas as opções disponíveis para minimizar o impacto ambiental dos edifícios,
como painéis solares para aquecimento de água, sistemas de reaproveitamento de
águas cinza, captação de água pluvial e outros. Tais avanços da tecnologia devem
fazer parte do desenvolvimento do projeto e não serem inseridos como acessórios,
para que possam contribuir de fato para o resultado arquitetônico e melhor
desempenho do conjunto.
Segundo o site Criar Arquitetura Sustentável
(www.criaarquiteturasustentável.com.br), alguns princípios básicos devem nortear o
projeto:
Avaliação do impacto sobre o meio, buscando evitar danos ao meio ambiente;
Implantação e análise do entorno;
Seleção de materiais atóxicos, recicláveis e reutilizáveis;
Redução de resíduos;
Valorização da inteligência nas edificações para aperfeiçoar o uso;
Promoção da eficiência energética com ênfase em fontes alternativas;
Redução do consumo de água;
Promoção da qualidade ambiental interna;
9 Materiais alternativos ou ecologicamente corretos
Schimidt (2009) diz que material ecológico é todo artigo que, artesanal,
manufaturado ou industrializado, de uso pessoal, alimentar, comercial, agrícola e
industrial, seja não-poluente, não tóxico, notadamente benéfico ao meio ambiente
e a saúde, contribuindo para o desenvolvimento de um modelo econômico e
social sustentável.
30
É importante destacar que a questão dos materiais é muito presente nas
discussões sobre a arquitetura sustentável. Porém, ela não está necessariamente
ligada a aqueles classificados como “alternativos’’ ou “ecologicamente corretos”.
Certamente, o desafio está na escolha do melhor material, para um determinado fim.
Além do desempenho térmico, essa escolha deve também incluir uma avaliação
quanto às questões de disponibilidade do material e sua energia incorporada, que
são partes integrantes do conceito de ciclo de vida útil do material ou do
componente.
Araújo (2007) apud. Schimidt define como materiais ecológicos aqueles que
tenham todos os processos produtivos ambientalmente adequados, tendo sido
planejado em todo seu ciclo de vida, atingindo todos os elos da cadeia produtiva,
desde os seus fornecedores até os consumidores.
A escolha dos produtos e materiais para uma obra sustentável deve
obedecer a critérios específicos, como origem da matéria prima, extração,
processamento, gastos com energia, emissão de poluentes, biocompatibilidade,
entre outros, que permitam classificá-los como sustentáveis e elevar o padrão da
obra.
Devem-se evitar materiais tradicionais que reconhecidamente acarretam
problemas ambientais, como o PVC, que gera impactos em sua produção, uso e
descarte, e do alumínio, que requer imensos gastos energéticos para sua produção.
Do ponto de vista dos recursos materiais, existe sempre uma grande vantagem
em utilizar os materiais mais duráveis e permitir aos edifícios um maior tempo
de vida útil possível. De uma forma simplificada pode dizer-se que, será tolerável o
dobro dos impactos ambientais num produto que dure 50 anos, comparado com
um produto que dure 25 anos.
Segundo Colaço (2008), a utilização de materiais duráveis permite a
redução das matérias primas utilizadas, desde que se assegure durabilidades iguais
a todos componentes de um mesmo sistema construtivo, de maneira a não
comprometer os materiais de maior durabilidade pela existência dos de menor
durabilidade. Se for inviável a utilização de materiais de durabilidade igual, pelo tipo
de material, então, a substituição dos materiais menos duráveis será fácil.
31
O tempo de vida útil depende de três fatores;
O material em si, pela sua estrutura física e composição química.
A construção e a sua execução, onde e como o material é colocado no
edifício;
O ambiente local, o clima e outras condições físicas e químicas.
Em uma construção sustentável pode-se utilizar dos seguintes materiais, por
exemplo:
Optar pelo tijolo ecológico (solo-cimento), ele não vai ao forno a lenha, sua
secagem é feita ao Sol naturalmente, uma medida que poupa a queima de
árvores. Além disso, dispensa acabamento com massa corrida.
O propileno é um plástico mais leve, cuja fórmula leva menos petróleo.
O selo verde na madeira comercializada atesta que esta foi extraída
segundo um processo que não degrada o solo ou o ambiente.
Tintas ecológicas são as formuladas com matérias-primas naturais, sem
componentes sintéticos ou insumos derivados de petróleo, não excedendo
0,1% do volume total.
Assim, devemos escolher sempre tintas e vernizes sem solventes ou que
tenham o mínimo de COVs (compostos orgânicos voláteis). Produtos à base
de água, na maior parte das vezes, não são considerados ecológicos, mas
apenas produtos sintéticos solúveis em água, bem melhor do que à base de
solvente. A cal, uma das mais antigas pinturas conhecidas na humanidade:
naturalmente fungicida, sem algicidas3 ou insumos tóxicos biocidas4,
permitindo a difusão do vapor d'água (ou 'respiração') da parede.
3 Serve para inibir o desenvolvimento de algas em piscinas.
4 Qualquer substância que inibe o crescimento de microorganismos ou que os destrói.
32
Dar preferência às madeiras de reflorestamentos, madeiras plásticas, tubos
de PVC, caixas de água, telhas recicladas, feitas de celulose de papel ou de
tubos de pasta de dente, chapas etc.
Optar por pisos de material reciclado, como, por exemplo, os feitos com
compostos de concreto e borracha, cimento, processo que emprega uma
considerável percentagem da escória resultante da fundição de minério.
Pisos para playgrounds feitos das sobras dos pneus velhos, tornando-se
leves, macios, antichoques e impermeáveis.
Os materiais de demolição também incorporam o conceito de reciclagem à
construção civil.
9.1 Tijolo Sustentável
O tijolo ecológico ou solo-cimento é feito de uma mistura de solo e cimento
que posteriormente são prensados, para o processo de secagem ele não exige
queima em forno a lenha, como acontece com os tijolos comuns, o que diminui o
impacto causado na emissão de poluentes na atmosfera e evita desmatamentos. O
sistema utilizado na produção é o de formas, assim os tijolos tem sempre a mesma
forma, o que diminui as perdas de material.
Características:
O tijolo ecológico é fabricado em prensa manual ou hidráulica, sofrendo
pressão equivalente a 6 toneladas, que tornam sua forma regular, com faces
lisas, permitindo um encaixe perfeito, facilitando o cálculo de unidades a ser
empregada em cada parede e em toda a obra, sem haver necessidade de
corte do tijolo.
33
Devido suas faces lisas e seu duplo encaixe, as paredes mantêm um
perfeito nivelamento e belo acabamento, oferecendo beleza estética a
construção.
Sua arquitetura dispensa a utilização de pregos, arames, madeiras, além de
evitar fortes na parede pronta para embutir a rede hidráulica, elétrica e outras.
Funciona com um sistema térmico e acústico, permitindo que o ar dentro dos
furos ao ser aquecido pelo sol, sofra o deslocamento para cima, e ao esfriar
retorne para baixo. diminuindo a umidade nas paredes.
Os encaixes foram desenvolvidos para ampliar a resistência da estrutura,
além de facilitar a sua colocação e diminuir drasticamente o tempo de
conclusão da obra.
Devido suas faces lisas e belas, não há necessidade de reboco e permite
assentamento de azulejos e outros acabamentos, quando desejado.
O cimento é utilizado em pequena quantidade na construção com o tijolo
modular, além das colunas e vigas serem realizadas facilmente utilizando os
furos e as canaletas.
O Tijolo Ecológico Modular foi aprovado e regulamentado pela ABNT –
Associação Brasileira de Normas Técnicas.•A construção com tijolo modular
favorece uma obra limpa, com menor entulho e perda de material. Além disso
uma construção utilizando o tijolo ecológico ao invés do tijolo tradicional,
diminui o preço da construção em média de 40% a 50% do custo com
material de construção
Exemplos de Tijolos e de construções que utilizam o tijolo sustentável
Figura 2: Tijolo ecológico – Tipo coluna
34
Fonte: www.ciaecologica.com
Figura 3: Construção com tijolo ecológico
Fonte: www.ciaecologica.com
35
Figura 4: Construção com tijolo ecológico
Fonte: www.ciaecologica.com
9.2 PVC 100% reciclável
O PVC é muito utilizado na construção, seja no encanamento geral da obra
ou sendo utilizado em janelas e esquadrias, ele tem um bom desempenho como
isolante térmico e acústico o que é um bom diferencial para construção em grandes
centros devido ao excesso de ruídos exteriores. Outro fator importante é que o PVC
é 100% reciclável.
9.3 Madeira Legal
A madeira também é um elemento muito comum nas construções, no início
da construção ela é utilizada como formas para concreto, andaimes e escadas,
posteriormente pode ser utilizadas na estruturação do telhado, como forro, portas,
janelas e esquadrias. Porém a utilização da madeira na construção civil deve ser
feita com consciência, afinal existem inúmeras árvores em estado de conservação
devido ao risco de serem extintas, deve buscar madeiras de reflorestamento, e/ou
tenham certificados que indiquem sua legalidade para evitar o desmatamento
indevido como acontece na Amazônia, onde em menos de 50 anos 20% da
36
cobertura vegetal total foi desmatada, além disso, a grande maioria da produção de
madeira da Amazônia é ilegal.
9.4 Bloco de Concreto
Material muito utilizado em construção devido ao fato do alto rendimento e
sua resistência quando comparados aos demais blocos, como o tijolo de barro e o
tijolo furado conhecido como baiano. O bloco de concreto utiliza menos argamassa,
porém o conforto térmico é menor que os demais e a estrutura do projeto se torna
rígido e pouco flexível a possíveis mudanças futuras.
As principais vantagens da utilização de blocos de concretos são:
(www.fazfacil.com.br)
Elimina quase 100% formas e ou caixarias, consequentemente reduzindo a
mão de obra em carpintaria e materiais;
Redução marcante no uso de ferragem, concreto e mão de obra de armador;
Simplificação das instalações elétricas e hidráulicas pela ausência de
necessidade de rasgos nas paredes;
Se usar revestimento, este será de menor espessura ( em geral menor que 4
mm internamente e 6 mm nas faces externas das paredes);
Facilidade de treinar mão de obra para executar o serviço;
Facilidade de detalhamento do projeto, resultando em maior rapidez e
facilidade de execução;
Facilidade de supervisão da obra;
Ótima resistência ao fogo, além de excelente isolamento térmico e acústico;
Custo final da obra diminui consideravelmente;
37
10 Síntese de outros materiais sustentáveis
10.1Fibras Vegetais
São excelentes materiais que substituem as fibras de vidro e sintéticas.
Possuem características físicas e mecânicas, em alguns casos muito melhores do
que as não naturais, principalmente quando incorporadas com compostos plásticos.
Feitas a base de uma série de plantas e vegetais como a juta, o sisal, o coco, a
cana-de-açúcar, algodão, rami entre outras, é utilizada para confecção de uma
ampla gama de produtos. Pode ser misturada ao concreto para agregar maior
resistência, serem usadas para fazer telhas, tapumes, revestimentos acústicos e
térmicos, painéis, tecidos, tapetes e carpetes.
10.2 Óleos vegetais
Bastante usados em produtos alimentícios, farmacêuticos e atualmente
vinculados ao setor energético na produção de biocombustíveis, os óleos vegetais
também são utilizados em vários produtos aplicados na construção civil. Hoje
existem tintas, vernizes, impermeabilizantes e solventes à base desses óleos, que
descartam o uso de produtos químicos prejudiciais à saúde. São derivadas de
inúmeros tipos de vegetais e sementes como girassol, mamona, soja, dendê,
cânhamo, milho, palma, amendoim entre muitas outras.
10.3 Concreto reciclado
Concreto é um material composto por cimento, areia, água, compostos
britados (brita, cascalho e ou pedregulho) que eventualmente contém materiais
ligantes como colas, fibras e outros aditivos. O concreto reciclável possui inúmeras
fórmulas e combinações possíveis. Alguns encontrados no mercado são feitos com
escória de alto forno, material originalmente refugado, resultante na fabricação de
cimento e em usinas metalúrgicas, outros utilizam sobras de minérios e asfalto,
recolhidos em demolições e entulhos. O uso do concreto reciclado tem despertado
cada vez mais uma consciência de reaproveitamento dos materiais que antigamente
38
eram descartados, como restos de tijolos e telhas, abrindo espaço para empresas
que separam e comercializam materiais que sobram nos canteiros de obras e nas
demolições.
10.4 Madeiras alternativas - A madeira é um excelente material, utilizada
desde sempre pelo ser humano, encontrada em inúmeras cores, cheiros e
durabilidades, muito utilizada na construção civil, porém, todos sabem dos riscos da
extração em larga escala sem as devidas preocupações ambientais. Muitas
espécies de árvores e suas florestas foram dizimadas para abastecer o consumo
humano em toda a história. Por isso, a preocupação de se utilizar madeiras
alternativas (de reflorestamento e certificadas) é de extrema importância quando
aplicadas em uma construção sustentável São aquelas madeiras que na hora da
compra podem comprovar a origem de onde foram retiradas como:
10.4.1 Reflorestamento - a madeira de reflorestamento advém de lugares
que mantém uma área de floresta original ou replantada, através de manejos
sustentáveis de produção. A atividade prevê a preservação dessas matas ao mesmo
tempo em que sustenta o ritmo da extração.
10.4.2 Certificadas - As madeiras certificadas são aquelas que conseguem
comprovar a origem de onde foram retiradas, através de selos concedidos por
órgãos competentes e avaliadores. Um dos mais conhecidos é o selo verde do
Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal) presente em mais de 50
países.
Outras certificadoras de madeira consideradas confiáveis são:
IDHEA - Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica
Instituto Falcão Bauer
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
Fundação Vanzolini
BVQI - Bureau Veritas Quality International
10.5 Adobe
É um material ainda muito utilizado em várias regiões do mundo, inclusive no
39
Brasil, excepcionalmente próprio para regiões que tenham solos argilosos e clima
seco.
Usado para se fazer tijolos, são muito eficazes na construção de alvenarias
estruturais externas, pois depois de secos adquirem uma alta resistência e ótimas
propriedades acústicas.O tijolo de adobe é feito de uma mistura com argila, areia,
água e algumas vezes podem ser adicionadas palha ou outras fibras.
10.6 Tintas naturais
O uso de tintas convencionais muitas vezes pode ser danoso à saúde e ao
meio ambiente por conterem substâncias orgânicas tóxicas (COVs), substâncias
derivadas do petróleo e compostos voláteis altamente poluidores ao contato com
córregos e lençóis freáticos. Hoje no mercado existem algumas tintas a base de
água, ceras e óleos vegetais, resinas naturais, com pigmentações minerais, muito
mais recomendáveis para um equilíbrio sustentável nos ambientes, pois não têm
odor e não utilizam metais pesados.
10.7Piso intertravado
O piso intertravado é composto por peças de concreto modulares, com
diversas formas e cores, que são assentadas como um quebra cabeça, por isso o
nome. Muito resistentes são usados em calçadas, parques e grandes extensões de
pisos externos. A vantagem para o meio ambiente é que ao contrário do que vemos
por ai, os pisos intertravados possibilitam que a água da chuva permeie entre as
juntas e encontre o solo, facilitando a drenagem.
10.8 Equipamentos sanitários de baixo consumo e automáticos
Os vasos sanitários e pias são campeões no quesito desperdício de água.
Muitas vezes esquecemos uma torneira pingando ou a descarga desregulada, o que
acaba lançando enormes quantidades de água sem necessidade.
Por isso, a tendência é que cada vez mais os sanitários tenham equipamentos
reguladores de consumo. Alguns fabricantes de equipamentos sanitários já
40
disponibilizam no mercado torneiras com sensor de presença e vasos sanitários com
duplo acionamento. O vaso funciona com meia descarga no caso dos líquidos e
vazão completa para sólidos. Alguns modelos mais simples limitam a vazão de seis
litros mesmo com o botão sendo apertado insistentemente.
10.9 Lâmpadas de alta eficiência energética
Existem muitos tipos de lâmpadas eficientes no mercado e algumas que ainda
estão por vir, pouco difundidas, prometem uma revolução na iluminação dos
edifícios. A mais comum são as lâmpadas fluorescentes compactas, apesar de mais
caras, representam um consumo de energia 80% menor e duram 10 vezes mais que
lâmpadas convencionais, fora isso aquecem menos o ambiente. A maior promessa
no setor de iluminação são os LEDs, que em inglês significam Diodo Emissor de
Luz. São diodos semicondutores que ao receberem energia iluminam. Muito comum
em televisores e computadores são aquelas luzes que ficam acessas indicando que
o aparelho está ligado ou em stand by. Possuem inúmeras vantagens. São luzes
que desperdiçam pouquíssima energia, não esquentam, extremamente compactas,
mas ainda são caras e pouco difundidas.
10.10 Telhado
O telhado é parte essencial do projeto de construção, e existem diversas
formas e materiais para sua composição, por exemplo, na estrutura do telhado em
vez da comum utilização da madeira, pode-se utilizar ferragens, mas em relação à
telhas a variedade é ainda maior, existem as telhas de amianto que causa grande
impacto ao meio ambiente e também aos seres vivos e é pouco utilizada
atualmente, telhas de vidro que proporcionam maior iluminação, geralmente
utilizadas em pequenas partes do telhado, tem um custo maior elevado em relação
as demais, pode-se encontrar a telha de cerâmica que a mais comum devido ao
preço e facilidade colocação, as telhas de fibrocimento vem ganhando mercado por
serem mais resistentes e sua aparência ser mais atraente. Mas diante do tema
sustentabilidade também existem também varias opções, tais como a telha feita de
tubos de pasta de dentes e a telha ecológica.
41
10.10.1 Telhas de tubo de pasta de dente
Antes após a utilização dos tubos de pasta de dente, eles não tinham outro
caminho se não os aterros sanitários e lá ficavam, pois não se sabia o que fazer com
esses resíduos, porém depois de muita pesquisa encontrou-se uma solução um
tanto quanto sustentável, a fabricação de telhas a partir da reutilização dos tubos.
De acordo com o site Damale Telhas (www.damale.com.br/telhas) o telhado de tubo
de pasta de dente é feito com material 100% reciclado, sendo constituído de 25% de
alumínio e 75% plástico e não é adicionado nenhum produto químico para aglutinar²
o material, o que representa um ganho ambiental. O resultado é um produto
semelhante na forma às telhas de fibrocimento, mas com qualidades técnicas
superiores.
O telhado de tubo de pasta de dente deixa a casa até 25% mais fresca no
verão, sendo também mais leve, o que significa economia no transporte das telhas e
na estrutura da cobertura.
Benefícios da telha de tubo de creme dental de acordo com o site da
Engeplas
(www.engeplas.com.br):
• Produto 100% reciclado. Em seu processo de transformação, não gera
nenhum tipo de efluente ou poluente atmosférico, pois não ocorre qualquer
queima em sua fabricação. É extremamente resistente e pode ser reciclado
várias vezes.
• Com custo acessível, substitui com vantagem o amianto, seu valor é menor
que as telhas metálicas e não agride a saúde de quem a produz ou manipula.
• Reduz em média 40% do custo com madeiramento
• Não é afetado pela exposição à luz solar (raios U.V.)
• É isolante térmica (30% menos calor que as telhas de amianto)
• Auto extinguível, pois não propaga chamas
42
• Não oferece riscos a saúde
• Altamente resistente à umidade e agentes químicos
• Fácil fixação, sem trincar sob a penetração de pregos e parafusos
• Suporta 150 kg de peso por m2
Especificações técnicas da telha segundo o site da Engeplas
(www.engeplas.com.br):
• São compostas 25% alumínio e 75% plástico PEBD - polietileno de baixa
densidade - proveniente de aparas da fabricação dos tubos de creme dental.
• Dimensão original: 2,20m x 0,90m
• Dimensão remontada: 2,10m x 0,79m
• Espessura média: 6 mm
• Altura da onda: 5,5cm
• Inclinação mínima: 5 graus
• Peso: 13 kg
• Número de apoios: três, nas extremidades e no centro.
Para melhor aproveitamento das telhas ecológicas, são necessários alguns
cuidados na sua instalação, pois elas não possuem um lado determinado para seu
encaixe.
Exemplos:
43
Figura 5: Aplicação da telha reciclada
Fonte: www.casa.abril.com.br
Figura 6: Telha reciclavel de tubos de pasta de dente
Fonte: www.casadatelha.com.br
10.10.2 Ecotelha
Não existem plantas para fazerem o processo de filtração do ar e afetar
também o ciclo hidrológico da região. Normalmente os locais onde antes havia
44
vegetação, estão sendo substituído por concreto e asfalto, dessa forma as grandes
cidades tornam-se impermeáveis e como já foi dito isso traz prejuízos ao meio
ambiente, além desses fatos, outro bem comum em grandes cidades são as
enchentes que sofrem um agravante devido a falta de vegetação, quando chuva cai
nos centros urbanos ela é quase que completamente escoada pelos esgotos, ou
seja, em um nível muito alto, somando isso ao lixo que entope as entradas dos
esgotos temos as enchentes, em uma cidade onde existe locais com terra coberta
por vegetais esse ciclo ocorre de forma diferente, a chuva quando cai uma boa
porcentagem dela fica retida nas O crescente processo de urbanização tem feito
com que as camadas vegetais diminuíssem muito, essa diminuição pode causar
alterações no ciclo natural de determinada região, podendo vir a tornar o ar mais
seco, aumentar a poluição já plantas e no solo o que diminui o nível de água que é
escoada pelos esgotos.
Diante disso a utilização de telhados ecológicos pode ser uma forma de
amenizar esse processo que as grandes cidades enfrentam, de acordo com Castro
apud Schimidt (2009):
"Os telhados verdes são estruturas que se caracterizam pela
aplicação de cobertura vegetal nas edificações. De acordo com o autor,
em estudos realizados os resultados preliminares mostram que para os
eventos estudados o telhado e terraço com cobertura vegetal têm uma
redução no escoamento superficial de até 97,5 e 100% respectivamente nas
primeiras 3 horas após o início da chuva. Já 6 horas após o início da chuva, a
redução no escoamento superficial é de 70 a 100% no terraço e de 26,6 a
100% no telhado ."(CASTRO apud SCHIMIDT,2009).
A Ecotelha é um sistema modular, formado por um substrato rígido mais um
substrato leve, que agrega nutrientes essenciais que proporcionam retenção de
água e drenagem do excedente evitando assim a erosão. Ela vem plantada e
enraizada e pode ser transportada com facilidade. Tem 35cm de largura, 68cm de
comprimento e espessura de 6cm. Pesa cerca de 12,5 Kg por unidade saturada em
água. São necessárias quatro ecotelhas/m², o que resulta num peso de 50
Kg/m². A manutenção deste telhado é simples, pois as plantas crescem
lentamente e não necessitam de rega ou poda (http://www.ecotelhado.com.br).
45
Figura 7: Esquema telhado ecológico
Fonte: www.coletivoverde.com.br
O tipo de planta a ser utilizado na ecotelha também deve ser levado em
consideração, normalmente utiliza-se plantas que tenham seu processo de
fotossíntese chamado de metabolismo ácido das crassuláceas, pois essas plantas
tem uma maior resistência à seca, esse tipo de vegetação faz seu processo de
trocas de gases durante a noite, assim não perdem água, e durante o dia mantêm
seus estômatos fechados, essas plantas quando aplicadas como ecotelha não
necessitam ser regadas. Esse processo de implantação de vegetação e solo pode
ser feito sob qualquer telhado ou laje que seja previamente preparado para a
implantação, podendo portanto ser aplicado sobre telhas de cerâmica, fibra ou
cimento.
46
Figura 8: Aplicação da Ecotelha
Fonte: www.planetaviavel.com.br
Figura 9: Aplicação da Ecotelha em edificios
Fonte: www.paulaodorcyk.com.br
Por ser um telhado considerado "vivo", o Ecotelhado tem algumas vantagens
sob os demais telhados convencionais, tais como:
Proteção do prédio: Devido a camada de vegetação existente na cobertura
do prédio, ele fica protegido contra o acumulo de calor que causa dilatação da
47
estrutura causando possíveis rachaduras, além de absorver também os
efeitos da chuva ácida.
Qualidade do ar: Através da fotossíntese e da aderência dos poluentes ao
substrato, os telhados verdes agem como purificadores do ar urbano. O
telhado vivo é também um aprisionador de carbono.
Pluvial: Pela retenção de água e diminuição do fluxo a laje vegetada
contribui de forma muito significativa no escoamento de água da chuva
conforme pode se constatar no estudo do IPH.
Biodiversidade: Com o crescente desenvolvimento das cidades e de
áreas rurais, espécies vegetais e animais têm sido expulsas de seu
habitat natural. A cobertura vegetal ou telhado de grama é ferramenta
fundamental para a sobrevivência e continuidade da manutenção da vida
no conceito urbano que se forma a partir de agora. O telhado ecológico é
a solução para cidade moderna.
Acústica: O teto verde diminui a reverberação ao absorver e isolruídos.
Aquecimento Global: O telhado verde diminui significativamente a
necessidade de energia para climatização de ambientes, contribuindo
assim para a diminuição de emissão de CO2 e de suas conseqüências.
Conforto Térmico: O telhado verde proporciona excelente conforto
ambiental, pois além do isolamento térmico, ele age por evapo-
transpiração, perdendo a energia de evaporação da água por ele retida.
O telhado vivo também consome energia pela fotossíntese.
Arquitetônica: O telhado ecológico aparece como tendência
arquitetônica em um ambiente urbano saturado de concreto, metal e vidro,
fazendo um contraponto de cor, vida e renovação. Nova opção de design para
indústrias, residências e fachadas devido à variedade de plantas e
folhagens possíveis. Cria visual paisagístico em um espaço antes
inutilizável. Fácil de instalar, prático e inteligente, totalmente integrado
na paisagem.
48
Lazer: No caso de laje plana o telhado de grama se transforma em uma área
de lazer.
Produção de Alimentos: A cobertura verde pode ser aproveitada para
horticultura com grandes vantagens principalmente no caso de projetos
de casas populares. A produção de alimentos próxima ao consumo tem
sido apontada com elemento de sustentabilidade na idealização da cidade
do futuro.
11 Captação de Água X economia
De acordo com a UFGC (Universidade Federal de Campina Grande) o
homem tem várias formas de adaptação de água. O meio que eles utilizam é a
captação de água que funciona como uma retirada de lagos superficiais que se
recompõe em pouco tempo ciclo fluvial.
Os lagos fluviais superficiais tem apenas 5 % da água retirada em todo
planeta para a utilização do homem e seus meios, esses 5 % consiste em lagos de
água doce. Agora a captação de água não apenas só consiste em águas superficiais
mais em lençóis freáticos também e também retiram água de forma subterrânea,
mas a origem de água subterrânea além de ser de difícil acesso é de fonte que são
pouco renováveis porque se necessita de vários e vários anos para que se junte
aquela mesma quantidade, nem sempre se consegue retirar essa água pois as
vezes está presa em formações rochosas ou em escalas de profundidade mais que
o normal e também os recursos para a retirada dessas águas é de grande custo, ou
seja, inviável para o patrocinador.
49
Figura 10: Esquema de capitação de água
Fonte:
http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Captac03.html?submit=Continuar
Mas pelo processo final dessa água retirada de solos e formações rochosas
passam por mananciais, essas mananciais tem como objetivo retirar a água mais
limpa o possível fazendo com que ela passe por nenhum processo químico ou
quase nenhum, garante que a qualidade da água seja boa e atendendo a demanda,
mas nem sempre a escolha do tipo de manancial é adequada para aquela situação,
pois o que é levado em consideração não é apenas a qualidade e a quantidade, mas
também o aspecto econômico.
50
11.1 Como Fazer a Captação de Água
Primeiramente tem que se analisar o que é mais adequado para o individuo,
tem de se levar em consideração o ambiente em que o individuo vive e sua
economia porque não adianta tentar fazer a captação de água no nordeste seria
ilógico.
Há varias formas de captação de água como, por exemplo, a captação de
água pela calha fazendo com que a água caia em um barril ou em um recipiente
para que seja reutilizada futuramente, mais uma forma de captação de água é a
penetração de água no telhado fazendo com que ela escorra por uma espécie de
cano caindo diretamente no barril ou se quiser até uma adaptação para que caia
diretamente na caixa d’ água.
11.2 Vantagens de Captação
Com a captação de água pode se obtiver várias vantagens e que podem te
ajudar economicamente, ambientalmente e socialmente. A captação de água é uma
tecnologia de construção fácil e que representa baixo custo e é facilmente aceita
pela população local, não necessita de mão de obra especializada, não provoca
oxidação ferrugem na parte tanto exterior quanto interior, é feita em pouco tempo
levando em conta que são apenas 3 dias em média para a sua construção, além de
facilitarem na limpeza são feitas de PVC material resistente, sua capacidade média
de água é de 12.000 mil litros, existem um sistema de dentro deles que descartam
os primeiros 20 minutos de chuva prevenindo para que não haja contaminação, não
precisa escavar o solo porque o sistema fica em cima da terra, vazamentos se
encontrados serão de fácil conserto e são instaladas torneiras para que a água seja
retirada tirando a possibilidade de baldes e bacias entrarem no recipiente.
51
11.3 Mecanismos
São vários os mecanismos para utilização de captação de água, pois são
vários engenhos. Abaixo estão os engenhos e seus mecanismos.
Picota: Instrumento simples de captação de água feito de pedaços de
madeiras usado muito há 5000 anos se tornando a primeira ferramenta d captura de
água.
Calha: Logicamente será usada uma calha com um cano indicando uma saída
para um sistema de captação de água e transferidos para uma espécie de barril que
são ordenados para irrigações etc.
Figura 11: Cisterna
52
Fonte: www.
http://www.sempresustentavel.com.br/hidrica/aguadechuva/agua-de-chuva.jpg
Caixa de água: A água da chuva que escorre para uma caixa de água
aumentando a quantidade de água existente e fazendo o reaproveitamento e
economizando.
12 Energias Renováveis
Existem várias fontes de energia no nosso planeta. Elas podem ser
renováveis ou esgotáveis. Por exemplo, a energia eólica, faz parte da inesgotável.
Por outro lado, os combustíveis fósseis (derivados do petróleo e o carvão mineral)
possuem uma quantidade limitada, podendo acabar se não houver um consumo
racional. Existem várias formas de energias renováveis, por exemplo, a hidráulica
que a energia é gerada a partir dos rios, é a mais utilizada no nosso país.
Existem diversas tipos de energias, por exemplo:
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Energia Solar, ainda não é muito explorada no mundo, ela é feita a partir da
captação da energia solar, a radiação solar é captada e transformada para
gerar calou ou eletricidade;
Energia eólica, que é gerada a partir dos ventos. A captação é feita por
grandes hélices instaladas em áreas abertas, é uma energia limpa e
inesgotável, porem pouco utilizada;
Energia gravitacional, que é gerada a partir do movimento das ondas,
segundo especialistas no futuro será muito utilizada.
Na construção civil as fontes de energias sustentáveis não são muito usuais
no Brasil, pelo seu alto custo. Mas economizando ele não causaria um lucro?
Sim, mas seria para médio/longo prazo. O meio de captação de energia
renovável mais utilizado na construção civil, no Brasil é captação da energia
solar para o aquecimento da água.
54
Figura 12: Esquema de Captação de Energia Solar
Fonte: jornalistaflavioazevedo.blogspot.com
Muitos projetos vêm sendo criados para essa área da construção civil, mas
ainda, aqui no Brasil, isso está bem atrás. Na Alemanha todas as casas
praticamente têm captadores solares para a captação de energia. Nos próximos
anos vamos ter um aumento, quando acontecer o barateamento das matérias.
13 Gerenciamento Ambiental de Resíduos da Construção Civil
É gerenciar os resíduos para que seja reutilizado o material, mas não precisa,
necessariamente, reutilizar o material, o gerenciamento pode ser utilizado para
descartado correto no meio ambiente para que não haja impactos ambientais muito
grandes, pois na maioria das construções são de grande porte.
“O setor tem um grande desafio: como conciliar uma atividade produtiva desta
magnitude com as condições que conduzam a um desenvolvimento sustentável
consciente, menos agressivo ao meio ambiente? É uma pergunta, embora antiga,
ainda sem respostas satisfatórias. Sem dúvida, por ser uma questão bastante
complexa, requer grandes mudanças culturais e ampla conscientização” segundo o
Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo" (SindusCon-SP,
2005).
Serve para que haja a reutilização e/ou o descarte correto do material que
sobrou de construções, também a utilização correta desses materiais para que não
haja o desperdício e utilize o máximo que o material possa proporcionar.
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De acordo com Oliveira e Mendes o Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos em Obras de Construção Civil visa minimizar tais resíduos, assim como
reduzir gastos com seus tratamentos e disposição final, beneficiando, assim, as
empresas, visto que esta economizará e melhorará sua produção.
O SindusCon-SP, Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de
São Paulo, assumiu o compromisso de enfrentar tal desafio. Ao constituir o
COMASP - Comitê de Meio Ambiente, o SindusCon-SP fixou como diretriz tratar as
questões ambientais de forma pró-ativa e abrangente, buscando soluções que
permeiem toda a cadeia produtiva do setor. Para tanto, desenvolve pesquisas com
universidades, promove seminários, participa de fóruns para discussão e elaboração
de legislações e normas técnicas, promove cursos e programas de capacitação
sobre temas relacionados ao desenvolvimento sustentável.
Em 2001, o SindusCon-SP realizou um primeiro seminário sobre a questão
dos Resíduos da Construção e iniciou sua participação como representante da CBIC
- Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil nas discussões do CONAMA -
Conselho Nacional do Meio Ambiente que resultaram na aprovação da Resolução nº
307, em julho de 2002. Essa resolução estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a Gestão dos Resíduos da Construção Civil, criando
responsabilidades para a cadeia gerador / transportador / receptor /municípios”,
segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo
(SindusCon-SP), ou seja, é preciso normas técnicas para que seja gerenciado de
forma correta os resíduos da construção civil.
13.1 Vantagens
Gestão de resíduos é um método essencial na construção civil, de acordo
com Oliveira e mendes:
"A boa organização faz com que sejam evitados sistemáticos desperdícios na utilização e na aquisição dos materiais para substituição. Em alguns casos, os materiais permanecem espalhados pela obra e acabam sendo descartados como resíduos. A dinâmica da execução dos serviços na obra acaba por transformá-la num grande almoxarifado, podendo haver “sobras” de insumos espalhadas e prestes a se transformar em resíduos. A prática de circular pela obra sistematicamente, visando localizar possíveis “sobras” de materiais (sacos de argamassa contendo apenas parte do conteúdo inicial, alguns blocos que não foram utilizados, recortes de conduítes com medida suficiente para reutilização, etc.), para resgatá-los de
56
forma classificada e novamente disponibilizá-los até que se esgotem, pode gerar economia substancial. Isso permite reduzir a quantidade de resíduos gerados e otimizar o uso da mão-de-obra, uma vez que não há a necessidade de transportar resíduos para o acondicionamento. A redução da geração de resíduos também implica redução dos custos de transporte externo e destinação final" (OLIVEIRA e MENDES,2008).
Ainda sobre gestão de resíduos no relatório da Câmara Brasileira de
Industria da Construção realizado em 2012, o conjunto de iniciativas necessárias ao
avanço da construção sustentável no país, a gestão de resíduos é, provavelmente, a
que mais rápido pode oferecer resultados significativos. Atualmente, dispomos de
um arcabouço legislativo e de marcos regulatórios por meio da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, da Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama) e da Política Nacional de Saneamento Básico que coloca o setor no tema
com alguma maturidade. A superação de desafios internos e externos ao longo da
cadeia produtiva é urgente no sentido de assegurar avanços no estágio atual de
gestão de resíduos sólidos do setor, como: a promoção e a implementação da
autorregulação; o exercício efetivo e obrigatório da logística reversa e a
formalização de fluxos de forma que esteja explícita a matriz de responsabilidades
no pós-obra, exigindo-se a plena legalidade de atuação dos agentes transportadores
e receptores. Estima-se que a construção gere entre 20% e 25% do total de
resíduos da indústria brasileira. Mesmo assim, o setor está inserido em uma
atividade econômica significativamente impactante: mais de 250 milhões de
toneladas anuais de recursos agregados são extraídos para construção no Brasil e
pelo menos 100 milhões de toneladas de resíduos, gerados todo ano. A quantidade
varia com o nível da atividade da construção e manutenção, e até mesmo com as
práticas construtivas. Boa parte dos resíduos da construção é provocada por perdas
de processo e a este total devem ser adicionados ainda os resíduos gerados antes
das etapas de construção e desmobilização, como extração de matérias-primas,
fabricação, transporte e comercialização dos materiais.
Seja para as construtoras e empreendedoras seja para as prefeituras e a
sociedade, a gestão dos resíduos da construção e demolição também tem
resultado em custos elevados. A deposição clandestina de entulho agrava os
impactos ambientais, uma vez que provoca o assoreamento de córregos, o
entupimento de redes de drenagem e como consequência, em alguns casos, as
enchentes urbanas. Os aterros ilegais, por sua vez, acabam por se tornar locais
57
atrativos para destinação a baixo custo, agravando o problema. Incentivar a
autorregulação (ou até mesmo criar e implementar condições para que uma terceira
parte o faça) antecipa o posicionamento do setor em relação às
responsabilidades definidas na Política Nacional de Resíduos Sólidos e suas
vertentes em nível estadual e municipal. A autorregulação é um instrumento que
deve ser fomentado pelo Programa Construção Sustentável e que posiciona muito
claramente a parcela formal do setor como agente da sustentabilidade. Já no que se
refere ao relacionamento das construtoras com o parque de produtores de
insumos, nunca ocorreu momento tão propício ao estabelecimento de regras que
contemplem o desenvolvimento sustentável.
Neste contexto, o Programa Construção Sustentável propõe:
• Promoção de parcerias público-privadas para a efetivação de metas
relativas à implementação das áreas de manejo de resíduos, de forma
gradativa, das capitais aos menores municípios.
• Promover a participação de toda a cadeia produtiva da construção na
elaboração de legislações complementares estaduais e municipais no
âmbito da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Com esse objetivo,
implementar uma Coordenação Nacional contínua do setor para
acompanhamento do tema nos três níveis do legislativo. Participar da
revisão da Resolução 307 do Conama para adequação da Política Nacional
de Resíduos.
• Mapeamento de dificuldades e entraves ao processo de licenciamento
para áreas de transbordo e triagem (ATTs), atividades de reciclagem e
instalação de aterros em todo o território nacional. A partir desse
levantamento, elaborar manuais de orientação e atuação junto às
administrações municipais para simplificação do processo de implantação
das políticas municipais de gestão de resíduos. Administrações
municipais e empresas terceirizadas e sem sistemas de qualidade devem ser
qualificadas, a partir da legislação até 2014, nas capitais brasileiras; até
2018, nas cidades com população acima de 300 mil habitantes e, até 2022,
nas cidades com população acima de 100 mil habitantes. Nesse
58
contexto, é necessário dar ênfase à divulgação da Norma de Aterro da
Construção Civil (NBR 8419/92 /ABNT).
• Implementação de sistema informatizado de gestão de resíduos que
contemple toda a cadeia geradora, transportadora e as áreas de tratamento e
destinação até 2014, nas capitais brasileiras; até 2018, nas cidades com
população acima de 300 mil habitantes e, até 2022, nas cidades com
população acima de 100 mil habitantes. Utilizar a disseminação nacional
dessa ferramenta online para difundir as boas práticas.
Atuar para que os acordos setoriais previstos na Política Nacional de
Resíduos Sólidos estabeleçam, efetivamente, a logística reversa entre os
fornecedores do setor, para todos os resíduos da construção, com ênfase
nos mais presentes em obras, notadamente os resíduos classificados de
acordo com a resolução Conama 307/2002 como classe B (sacarias,
gesso) e D (tintas, óleos, solventes, impermeabilizantes, baterias e
outros); respeitando os acordos setoriais específicos para cada grupo de
produtos.
14 Conclusão
Com a crescente necessidade de se pensar em sustentabilidade, surgem
inúmeras vertentes do termo, atualmente a sustentabilidade esta presente em todas
as áreas possíveis, após o fim da Guerra Fria e consequentemente o fim da
bipolaridade da economia mundial e crescente ascensão do capitalismo e a
produção em larga escala como já vinha acontecendo desde a Revolução Industrial
fez com que a sociedade percebesse que seus recursos naturais, ou seja, suas
matérias primas não eram infinitas, diante disso iniciou-se uma busca por consumir
de forma sustentável e para isso foram criadas organizações e grupos que visam
criar e regular e conciliar o desenvolvimento com a sustentabilidade.Tendo em vista
sustentabilidade na construção civil é uma área que esta em crescente
desenvolvimento no Brasil e no mundo, afinal a área de construção é uma das mais
importantes e também uma das que causam maiores impactos ao meio ambiente
devido a grande utilização de recursos naturais e os resíduos que gerados durante e
59
após a construção, por isso a necessidade de se aplicar métodos de gestão na
construção civil para melhor aproveitar os recursos naturais e causar menores
impactos ao meio ambiente. Para melhorar a construção civil em questões de
sustentabilidade, necessita-se de uma conscientização da população de modo geral,
a sustentabilidade deve estar presente nas escolas para que desde de cedo a
sociedade possa desenvolver um senso sustentável, as empresas que atuam nessa
área devem buscar desenvolver projetos e investir em novas tecnologias que
agridam menos o meio ambiente, além de buscar mão de obra qualificada, e acima
disso buscar inovar e sair dos padrões antigos de construção que causam maiores
danos ao ambiente.
60
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