TDE Problemas MetafÝsicos

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Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR Escola de Educação e Humanidades Curso: 2603 - Licenciatura em Filosofia - 1º Semestre / 2016 Programa de Aprendizagem: Problemas Metafísicos Docente: Rodrigo Hayasi Pinto TDE: Trabalho Discente Efetivo Questões 1) A partir do livro I da Metafísica de Aristóteles, explique como os primeiros filósofos, os chamados pré-socráticos, concebiam o âmbito da causalidade dentro do contexto da filosofia da natureza? R: As considerações levantadas por Aristóteles, evidenciam para o fato de que, em primeiro lugar, ele concebe a sapiência como sendo o estudo tanto das primeiras causas como dos princípios primeiros. São segundo ele, a partir destes princípios que se conhecem as coisas. A ciência estudada por Aristóteles, entende ele, deve se ocupar de hipóteses acerca dos princípios primeiros e as causas. Na concepção do filósofo, há quatro tipos de causa, a

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Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPREscola de Educação e Humanidades Curso: 2603 - Licenciatura em Filosofia - 1º Semestre / 2016Programa de Aprendizagem: Problemas MetafísicosDocente: Rodrigo Hayasi PintoTDE: Trabalho Discente Efetivo

Questões

1) A partir do livro I da Metafísica de Aristóteles, explique como os primeiros filósofos, os chamados pré-socráticos, concebiam o âmbito da causalidade dentro do contexto da filosofia da natureza?

R: As considerações levantadas por Aristóteles, evidenciam para o fato de que, em primeiro lugar, ele concebe a sapiência como sendo o estudo tanto das primeiras causas como dos princípios primeiros. São segundo ele, a partir destes princípios que se conhecem as coisas. A ciência estudada por Aristóteles, entende ele, deve se ocupar de hipóteses acerca dos princípios primeiros e as causas. Na concepção do filósofo, há quatro tipos de causa, a saber, a formal, a material, a eficiente e a final. Partindo desta colocação analisa a concepção acerca da causa elabora pelos pré-socráticos.

Os pré-socráticos concebiam que o princípio das coisas era pura e unicamente material. Por mais que todos eles concebiam a causa como sendo material, não concebiam tal causa da mesma forma. Tales de Mileto, por exemplo concebia como sendo causa das coisas a água, por constatar que a umidade estava presente em todas as coisas; Anaxímenes e Diógenes por sua vez, concebiam a causa de todas as coisas como sendo o ar; Heráclito, o fogo.

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Empédocles, foi um pouco além. Além da água, ar e fogo, acrescentou juntamente destes a terra.

Partindo destas considerações Aristóteles entende que se considerarmos o raciocínio destes filósofos, só existiria uma causa, a saber, a material. Coisa que Aristóteles entende como falsa. Para além, por mais que o que estes pensadores propuseram, uma questão permaneceu: qual a causa destes elementos materiais? Dado que, por exemplo, a madeira não faz a cama, mas ao contrário, outra causa torna a madeira cama. Partindo daí, havia a necessidade de investigar o princípio do movimento, coisa que os pré-socráticos não fizeram. Além disso, chegaram a conceber como uno e imóvel a natureza. Esta natureza, na concepção deles, de maneira alguma sofreria mudanças.

Os que concebiam a causalidade não por um único princípio, são mais excelentes no campo da investigação da causalidade do que os filósofos que acima citamos. Para além, outros filósofos, por julgarem ser insuficiente a argumentação vigente acerca da causa primeira, foram em busca de outra. As coisas para eles, não podem ser belas ou boas devido ao fogo ou a terra, por exemplo.

Por ser ilógico afirmar que as coisas são boas ou belas devido ao acaso, Aristóteles concebe que aquele que disse haver uma Inteligência que faz as coisas serem belas, se destaca no que tange à busca da causa. Este filósofo é Anaxágoras.

Desta forma, estes filósofos pré-socráticos, por mais que promoveram incessantes e diversas investigações acerca da causa, na concepção de Aristóteles, se limitaram a apenas duas causas, das quatro que existem. Estas causas que por eles foram investigadas são a causa material e a do movimento.

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2) Qual a relação que podemos estabelecer entre o pitagorismo e Platão, ao nível metafísico, e como esses filósofos viam a questão da causalidade?

R: os pitagóricos se ocuparam, em seus estudos, das matemáticas, portanto também dos números. Neste sentido, a explicação que podemos dar acerca da relação deles com Platão trata justamente dos números. Na concepção dos pitagóricos os números são o princípio de tudo aja vista que na concepção deles, tudo o que havia na realidade tinha alguma relação com os números. Neste sentido, eles acreditavam que os números eram o modelo ideal daquilo que havia na realidade. Eles citam o caso do número 10, onde eles entendem que este número é perfeito e, por este motivo, os corpos que podiam ser avistados no céu também seriam dez.

Para além desta colocação, eles entendiam que o par era ilimitado e o impar limitado. Isto demonstra que a junção daquilo que é ilimitado, portanto perfeito, com aquilo que é limitado, tido como imperfeito, gerariam o um. Neste sentido podemos notar aqui algo semelhante ao mundo das ideias de Platão. No sentido de que há algo preexistente que gera as coisas no real. Este real é constituído como dissemos de números que são a causa de todas as coisas. Platão, por sua vez, concebe também que a realidade não é realidade sensível (note bem que os pitagóricos concebiam que a realidade, a essência são os números, algo não sensível), mas uma outra realidade. Esta realidade é tida por Platão como sendo as ideias das coisas. Para os pitagóricos, como já evidenciamos, os números causam as coisas, pois tudo contém número. Por este motivo, acreditaram que os elementos dos números eram os elementos de todas as coisas (algo não material), em Platão também é assim. Ele concebe que a forma causa as coisas (algo também não

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material). Sendo assim, para ele, as formas elementares são o que forma os elementos dos seres. Também podemos notar que tanto em Platão quanto nos pitagóricos o um é a substancia de tudo. Além de crerem ambos que os números causam a substância das outras coisas.

Os pitagóricos entendem a questão da causalidade partindo de dois princípios. Eles acrescentaram que o ilimitado e o um eram a substância das coisas que por eles eram indicadas. Partindo disso, entendiam que o número é substância de todas as coisas. Para além, ao tratarem da causa, eles trataram de início da essência. Na concepção de Aristóteles, a definição dada por eles não foi uma definição convincente pois eles acreditavam que o que primeiro continha uma definição, era a substância das coisas.

Em Platão a causalidade é entendida a partir do mundo das ideias, onde este contém as ideias perfeitas das coisas. Neste mundo há a forma em si que acabam por gerar as coisas que existem na realidade sensível. Neste sentido, o que aqui existe é fruto daquilo que se encontra no mundo das ideias, ou seja, a causa é tida como suprafísica, entendendo assim ele, o que aqui se encontra como apenas cópia da ideia perfeita que se encontra no mundo das ideias. Ele porém, se limitou a duas causas: a formal e a material.

As ideias por ele concebidas são causas formais das outras coisas que existem e o Um é a causa formal das ideias.

3) Por que Segundo Aristóteles, além da perspectiva da causa material e da causa formal, também era necessário explicar a realidade sensível por intermédio da causa eficiente e da causa final? Mostre como ele explica o devir a partir das quatro causas, mostrando a relação entre elas.