TECIDO EPITELIAL -...

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23 Tecido epitelial Capítulo 2 1 INTRODUÇÃO As células, que são as menores unidades morfológicas e funcionais dos seres vivos, agrupam-se em tecidos, e estes, por sua vez, em órgãos. Tem-se quatro tipos principais de tecidos: o tecido epitelial, o tecido conjuntivo, o tecido muscular e o tecido nervoso. O tecido conjuntivo inclui tipos especiais, como os tecidos adiposo, cartilaginoso, ósseo, hemocitopoético e sanguíneo. Neste capítulo, o tecido epitelial será abordado. 2 CARACTERÍSTICAS O epitélio caracteriza-se pela justaposição das células e pela pouca matriz extracelular (Figura 2.1). Figura 2.1 - Tecido epitelial. Imagem obtida ao microscópio de luz de células pavimentosas ( ) de um vaso sanguíneo e de células cúbicas ( ) de um túbulo renal. HE. 1.373x. 3 FUNÇÕES A denominação epitélio (do grego epi sobre; theleo papila) refere-se à localização desse tecido sobre o tecido conjuntivo, que comumente forma projeções chamadas papilas. O revestimento é uma das funções do epitélio. Ele cobre a superfície do corpo, protegendo-o. Reveste os tratos digestório, respiratório e urogenital, as cavidades corporais (pleural, pericárdica e peritoneal), os tubos, os ductos e os vasos sanguíneos e linfáticos. O epitélio realiza ainda absorção, como nos intestinos, excreção, como os túbulos renais, e secreção, como as glândulas. Tipos especiais de epitélios desempenham função sensorial, como o dos órgãos sensoriais, e função reprodutiva, como o epitélio dos testículos. 4 COMPONENTES O tecido epitelial é composto pelas células epiteliais e pela matriz extracelular. As células epiteliais são justapostas, com forma geralmente regular, muito citoplasma, citoesqueleto desenvolvido e polaridade. Elas são justapostas devido à presença de junções celulares e de pouca matriz extracelular. A abundância de citoplasma está relacionada com a intensa atividade bioquímica. Essas células realizam vários processos metabólicos como síntese e secreção. O citoesqueleto contém filamentos de actina, filamentos intermediários de vimentina e de citoqueratina e microtúbulos. A citoqueratina está presente somente nas células epiteliais. A identificação de citoqueratina e inclusive do seu tipo por métodos imunocitoquímicos na biópsia de tumores malignos permite o diagnóstico da sua origem epitelial.

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Tecido epitelial Capítulo 2

1 INTRODUÇÃO

As células, que são as menores unidades

morfológicas e funcionais dos seres vivos, agrupam-se em tecidos, e estes, por sua vez, em órgãos. Tem-se

quatro tipos principais de tecidos: o tecido epitelial, o

tecido conjuntivo, o tecido muscular e o tecido nervoso. O tecido conjuntivo inclui tipos especiais,

como os tecidos adiposo, cartilaginoso, ósseo,

hemocitopoético e sanguíneo. Neste capítulo, o tecido

epitelial será abordado.

2 CARACTERÍSTICAS

O epitélio caracteriza-se pela justaposição das células e pela pouca matriz extracelular (Figura 2.1).

Figura 2.1 - Tecido epitelial. Imagem obtida ao

microscópio de luz de células pavimentosas ( ) de um vaso sanguíneo e de células cúbicas ( ) de um túbulo

renal. HE. 1.373x.

3 FUNÇÕES

A denominação epitélio (do grego epi – sobre; theleo – papila) refere-se à localização desse tecido

sobre o tecido conjuntivo, que comumente forma

projeções chamadas papilas.

O revestimento é uma das funções do epitélio. Ele cobre a superfície do corpo, protegendo-o. Reveste os

tratos digestório, respiratório e urogenital, as

cavidades corporais (pleural, pericárdica e peritoneal), os tubos, os ductos e os vasos sanguíneos e linfáticos.

O epitélio realiza ainda absorção, como nos

intestinos, excreção, como os túbulos renais, e secreção, como as glândulas.

Tipos especiais de epitélios desempenham função

sensorial, como o dos órgãos sensoriais, e função

reprodutiva, como o epitélio dos testículos.

4 COMPONENTES

O tecido epitelial é composto pelas células epiteliais e pela matriz extracelular.

As células epiteliais são justapostas, com forma

geralmente regular, muito citoplasma, citoesqueleto

desenvolvido e polaridade.

Elas são justapostas devido à presença de junções

celulares e de pouca matriz extracelular. A abundância

de citoplasma está relacionada com a intensa atividade bioquímica. Essas células realizam vários processos

metabólicos como síntese e secreção. O citoesqueleto

contém filamentos de actina, filamentos intermediários de vimentina e de citoqueratina e

microtúbulos.

A citoqueratina está presente somente nas células epiteliais. A identificação de citoqueratina e inclusive do

seu tipo por métodos imunocitoquímicos na biópsia de

tumores malignos permite o diagnóstico da sua origem

epitelial.

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A polaridade da célula resulta da diferença na

composição química da membrana plasmática e na posição das organelas. A diferença na composição

química da membrana plasmática é determinada pela

inserção de certas glicoproteínas em regiões específicas da membrana plasmática e por junções que

isolam a superfície apical da basolateral, restringindo

o movimento das glicoproteínas na membrana.

A região da célula voltada para a superfície livre é

o polo apical, enquanto o lado oposto é o polo basal.

O polo apical apresenta canais iônicos, proteínas

transportadoras, incluindo bombas de H+, e enzimas

hidrolíticas. O polo basal contém canais iônicos,

bombas de Na+ e K

+ e receptores para hormônios e

neurotransmissores.

A matriz extracelular do epitélio é restrita ao

glicocálix e à lâmina basal.

A constituição e as funções do glicocálix foram abordadas no capítulo sobre Célula, juntamente com a

membrana plasmática.

A lâmina basal (Figura 2.2) é uma camada de

glicoproteínas e proteoglicanas secretadas pelas células epiteliais, que, como o nome diz, se situa na

base do tecido.

Figura 2.2 - Eletromicrografia de parte de um capilar, onde

é indicada a lâmina basal (LB) da célula endotelial.

22.000x.

As glicoproteínas que a compõem são a laminina, o colágeno do tipo IV e a entactina.

A laminina tem uma forma de cruz,

polimerizando-se nas suas extremidades. Possui sítios de ligação para receptores na célula, que são as

integrinas e os distroglicanos, e para os demais

componentes da lâmina basal.

O colágeno é uma glicoproteína em tripla hélice,

ou seja, com três cadeias polipeptídicas enroladas

umas nas outras. As moléculas de colágeno do tipo IV agregam-se em uma rede.

A entactina e as proteoglicanas, por se ligarem

tanto à laminina como ao colágeno do tipo IV,

contribuem para a conexão dessas macromoléculas. As cargas negativas dos glicosaminoglicanos atraem

cátions, como o Na+, que retêm água na lâmina basal,

formando um gel.

A lâmina basal tem 40 a 120nm de espessura e só

é visível ao microscópio eletrônico. Duas regiões são

distinguidas: uma região eletrolúcida (a lâmina lúcida), logo abaixo do epitélio, com a laminina e a

entactina, e uma região eletrodensa (a lâmina densa),

que corresponde à rede de colágeno do tipo IV

recoberta pelas proteoglicanas.

Geralmente associada à porção inferior da lâmina

basal, há uma camada de fibras reticulares (colágeno

do tipo III), a lâmina reticular, que é secretada pelo tecido conjuntivo subjacente.

A lâmina basal e a lâmina reticular compõem a

membrana basal, que é visível ao microscópio de luz

(Figura 2.1), principalmente quando são usados corantes para glicoproteínas, como o PAS, ou para

fibras reticulares, como a técnica de Del Rio Hortega

(DRH), que envolve a impregnação por prata.

As lâminas basal e reticular mantêm-se unidas

pela fibronectina, uma glicoproteína de adesão; pelas

fibrilas de ancoragem, de colágeno do tipo VII, e pelas microfibrilas, formadas pela glicoproteína

fibrilina. Essas substâncias também são secretadas

pelas células do conjuntivo.

A membrana basal está ligada à matriz extracelular do tecido conjuntivo pelas fibrilas de

ancoragem.

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A lâmina basal permite a adesão entre o epitélio e

o tecido conjuntivo e é uma barreira de filtração seletiva para as substâncias que se movimentam entre

esses dois tecidos. Ela influencia a diferenciação e a

proliferação das células epiteliais. Quando as células perdem o contato com a lâmina basal, elas morrem:

sofrem apoptose. A lâmina basal serve ainda de apoio

para a migração durante o desenvolvimento embrionário e a regeneração.

No diabetes, há um espessamento da lâmina basal

dos pequenos vasos sanguíneos provocado pelo aumento

na produção de colágeno do tipo IV e de laminina.

Apesar disso, esses capilares são mais permeáveis às

proteínas plasmáticas que os capilares normais, devido à diminuição na síntese de proteoglicanas.

O glicocálix e a lâmina basal não são secretados

somente pelas células epiteliais. O glicocálix está presente em todas as células. As células musculares,

células de Schwann (células do sistema nervoso) e

células adiposas também apresentam lâmina basal.

Como essas células não possuem uma superfície basal, alguns autores denominam a lâmina basal de

lâmina externa.

5 ESPECIALIZAÇÕES DA SUPERFÍCIE DAS CÉLULAS EPITELIAIS

As superfícies apical ou basolateral de muitas

células epiteliais são modificadas para o melhor desempenho da sua função.

5.1 Microvilos (ou microvilosidades)

São evaginações da superfície apical da célula que aumentam a superfície de absorção. Pequenos

microvilos são encontrados na superfície da maioria

das células, mas são mais desenvolvidos nas células absortivas, como as dos túbulos renais e as do

intestino delgado (Figura 2.3), onde medem 1 a 2m

de comprimento e 0,1 a 0,2m de diâmetro. Uma célula do túbulo renal tem 6.000 a 7.000 microvilos.

Quando bem desenvolvidos, os microvilos têm a forma de dedos de luva e filamentos de actina que lhe

dão sustentação (Figura 2.4). Os filamentos de actina

estão ligados uns aos outros e à membrana plasmática por proteínas e, ao entrarem no citoplasma, são

estabilizados pela malha de actina e espectrina da

trama terminal e por filamentos intermediários de

citoqueratina.

Figura 2.3 - Fotomicrografia de células colunares e de

células caliciformes ( ) no intestino. M - microvilos. HE.

1.373x.

Figura 2.4 - Microvilos observados ao microscópio

eletrônico de transmissão. G - glicocálix. 13.500x.

5.2 Estereocílios

São microvilos longos (1,5 a 5,5µm de

comprimento), com filamentos de actina e podem ser

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ramificados. Aumentam a superfície de absorção,

como aqueles do trato reprodutor masculino, a exemplo do epidídimo (Figura 2.5), ou têm função

sensorial, como aqueles das células pilosas auditivas.

Figura 2.5 - Estereocílios na superfície apical do epitélio

do epidídimo. HE. 550x.

5.3 Placas da membrana

São áreas da membrana celular apical do epitélio

que reveste o trato urinário, capazes de suportar a

osmolaridade da urina, devido à composição lipídica

diferenciada. São importantes para aumentar a superfície luminal do órgão, já que ficam dobradas

para o interior das células quando a bexiga está vazia

e desdobram-se quando a bexiga está cheia.

5.4 Invaginações (ou pregas basais)

São invaginações das superfícies basal e laterais

das células. Ocorrem nas células envolvidas no transporte de líquidos e íons, aumentando a superfície

para a inserção de proteínas transportadoras.

Há uma concentração de mitocôndrias entre as invaginações para fornecer energia ao transporte ativo

de íons. A presença das invaginações e das

mitocôndrias confere uma aparência estriada à porção

basal da célula observada ao microscópio de luz.

As invaginações são encontradas, por exemplo,

nos túbulos renais (Figura 2.6) e nos ductos de

glândulas salivares.

Figura 2.6 - Corte semifino do rim, mostrando um túbulo

cujas células possuem microvilos (M), que aumentam a

superfície para absorção de substâncias, e invaginações e mitocôndrias ( ) para o transporte de íons. Azul de

toluidina. 1.373x.

5.5 Cílios

São projeções da superfície apical da célula,

maiores que os microvilos (7 a 10m de comprimento

e 0,2m de diâmetro) e com um conjunto de microtúbulos no seu interior (Figuras 2.7 a 2.10).

Esse conjunto consiste em nove pares periféricos e em um par central de microtúbulos e é denominado

axonema. Os microtúbulos de cada dupla periférica

são adjacentes e um deles compartilha uma porção da parede com o outro. O microtúbulo completo, com 13

protofilamentos, é o microtúbulo A, e o microtúbulo

com 10 protofilamentos é o B. Projetando-se aos pares, ao longo dos microtúbulos A e em direção aos

microtúbulos B das duplas vizinhas, há as proteínas

motoras dineínas (Figura 2.11).

Com a ligação de ATP, as dineínas interagem com os microtúbulos B e, com a hidrólise do ATP, elas se

deslocam ao longo desses microtúbulos em direção à

base do cílio. Como os microtúbulos estão fixos em suas posições pelas proteínas associadas, entre elas, a

nexina, que liga as duplas vizinhas, os microtúbulos A

não podem deslizar com esse movimento, e as duplas dobram-se, curvando o cílio.

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Figura 2.7 - Fotomicrografia do epitélio da traqueia. As

partículas inaladas são capturadas pelo muco produzido

pelas células caliciformes ( ), e este muco é deslocado

pelos cílios ( ) em direção à faringe, onde é deglutido.

550x.

Figura 2.9 - Eletromicrografia de um tufo de cílios (C) e microvilos (M), permitindo comparar o seu tamanho.

9.500x.

Figura 2.10 - Eletromicrografia de transmissão de cílios,

mostrando a estrutura interna de microtúbulos. 23.111x.

Figura 2.8 - Cílios observados ao microscópio eletrônico

de varredura. 8.500x.

Figura 2.11 - Corte transversal do axonema. 187.500x.

O batimento dos cílios faz com que o material na

superfície das células seja transportado, como ocorre

na traqueia, cujas células possuem cerca de 250 cílios. No ouvido, há células com somente um cílio, tendo

função sensorial.

A formação dos cílios envolve a replicação dos centríolos e a sua migração próximo à superfície

apical da célula, onde originam os axonemas pela

polimerização de tubulinas.

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5.6 Flagelo

Possui estrutura semelhante à do cílio, mas é mais

longo (cerca de 55 m) e único na célula. Ocorre no

espermatozoide, sendo responsável pela sua motilidade (Figura 2.12).

Figura 2.12 - Fotomicrografia de espermatozoide humano.

Giemsa. 1.716x.

A síndrome de Kartagener (ou síndrome dos cílios

imóveis) é uma doença autossômica recessiva, onde as

dineínas não são sintetizadas normalmente, o que impede

o batimento dos cílios e dos flagelos. Devido à redução

ou falta de transporte do muco pelos cílios do sistema

respiratório, os indivíduos desenvolvem sinusite e bronquite. Os homens com essa síndrome são estéreis, já

que os espermatozoides são imóveis.

6 CLASSIFICAÇÃO

Os epitélios são classificados, segundo a sua

função, em epitélio de revestimento e epitélio glandular. O epitélio sensorial e o epitélio germinativo

podem ser considerados epitélios de revestimento ou

classificados como epitélio especial.

Nem sempre se pode fazer uma distinção clara

entre epitélio de revestimento e epitélio glandular. Por

exemplo, o epitélio de revestimento do estômago é constituído somente por células secretoras de muco.

6.1 Epitélio de revestimento

A justaposição das células epiteliais permite a formação de camadas celulares contínuas que

revestem superfícies, como a superfície externa do

corpo, a superfície dos órgãos, das cavidades, dos tubos ou dos ductos.

O epitélio de revestimento é classificado segundo

o número de camadas celulares e a forma das células.

Se houver somente uma camada de células, é simples. Se houver mais de uma, estratificado.

Se as células de um epitélio simples forem

pavimentosas, ele é denominado epitélio simples pavimentoso, como é o caso do revestimento dos

vasos sanguíneos (Figura 2.1); se forem cúbicas,

epitélio simples cúbico, que constitui, por exemplo, os

túbulos renais (Figura 2.1), e se forem colunares (prismáticas ou cilíndricas), epitélio simples colunar

(prismático ou cilíndrico), como o dos intestinos. A

presença da especialização da superfície apical e de outras células no epitélio também é mencionada.

Assim, por exemplo, nos intestinos, o epitélio é

simples colunar com microvilos e células caliciformes (Figura 2.3).

O epitélio simples pavimentoso dos vasos

sanguíneos e dos vasos linfáticos é o endotélio, e o

epitélio simples pavimentoso que delimita as cavidades pleural, pericárdica e peritoneal, o

mesotélio.

Um tipo especial de epitélio simples é o epitélio pseudoestratificado. Todas as células apóiam-se na

lâmina basal, mas possuem diferentes tamanhos:

células baixas, que são as basais, e células mais altas, colunares. Os núcleos estão, portanto, em diferentes

alturas, lembrando o epitélio estratificado.

Epitélio pseudoestratificado colunar com

estereocílios é encontrado no trato reprodutor masculino, como, por exemplo, no epidídimo (Figura

2.5), e epitélio pseudoestratificado colunar ciliado

com células caliciformes é encontrado nas vias respiratórias, como na traqueia (Figura 2.7).

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Há ainda o epitélio de transição, que é geralmente

considerado estratificado, mas cortes semifinos (0,5 a

1m de espessura) e a microscopia eletrônica demonstram a continuidade das células com a lâmina

basal.

Esse epitélio é designado de transição porque a forma e o número de camadas celulares visíveis

variam conforme o órgão esteja relaxado ou

distendido. No estado de relaxamento, esse tecido tem

uma espessura de quatro ou cinco células, e as células superficiais são globosas. No estado distendido, são

observados dois ou três estratos celulares, e as células

superficiais tornam-se pavimentosas. Como reveste o sistema urinário (Figura 2.13), é também denominado

urotélio.

Figura 2.13 - Epitélio de transição da bexiga. HE. 550x.

Se o epitélio é estratificado, o formato das células da camada mais superficial é que o denominará.

Então, se as células forem pavimentosas, tem-se o

epitélio estratificado pavimentoso, como é o caso no

esôfago (Figura 2.14); se cúbicas, o epitélio estratificado cúbico como, por exemplo, o dos ductos

das glândulas sudoríparas, e se colunares, o epitélio

estratificado colunar, como o dos ductos das glândulas salivares.

O epitélio estratificado cúbico e o epitélio

estratificado colunar são geralmente regiões de transição entre o epitélio simples cúbico ou colunar e

o epitélio estratificado pavimentoso.

No epitélio estratificado pavimentoso, as células

variam na sua forma conforme a sua localização. A camada basal possui um grande número de células,

resultante da divisão mitótica, o que faz com que as

pressões nas superfícies laterais sejam maiores, e as células são colunares. Quando as células vão para as

camadas superiores, as pressões são igualmente

exercidas sobre elas, e adquirem uma forma poliédrica. Nas camadas superficiais do epitélio, a

pressão é maior sobre o ápice das células, e elas são

pavimentosas. Por estarem afastadas da fonte de nutrição, que consiste nos vasos sanguíneos do tecido

conjuntivo subjacente, já que o epitélio não é

vascularizado, morrem e descamam.

Figura 2.14 - Epitélio estratificado pavimentoso do

esôfago. HE. 550x.

A forma das células e o seu arranjo em camadas

estão relacionados com a sua função. O epitélio simples pavimentoso, pela sua pequena espessura,

facilita a passagem de substâncias e gases. Os

epitélios simples cúbico e colunar, incluindo o

pseudoestratificado, pela riqueza de organelas e presença de especializações da superfície, realizam

absorção, secreção ou transporte de íons. O epitélio

estratificado pavimentoso suporta o atrito.

O epitélio estratificado pavimentoso pode ser

queratinizado, como ocorre na pele (Figura 2.15).

À medida que as células se deslocam para as camadas superiores do epitélio, elas produzem

proteínas de citoqueratina com peso molecular maior

e proteínas especializadas que interagem com os

feixes de filamentos de citoqueratina, resultando na queratina.

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Figura 2.15 - Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da pele (D - ducto da glândula sudorípara).

HE. 137x.

A camada superficial de células mortas,

queratinizadas confere maior resistência ao atrito e proteção contra a invasão de micro-organismos. Além

disso, graças à presença do glicolipídio

acilglicosilceramida entre as células, é uma barreira

impermeável à água e evita a dessecação.

Devido a um agente agressor, o tecido pode ser

transformado em outro, o que é denominado metaplasia.

Por exemplo, em fumantes, o epitélio pseudoestratificado

das vias respiratórias pode ser substituído por epitélio

estratificado pavimentoso.

6.2 Epitélio glandular

Em alguns epitélios de revestimento, há a

presença de células secretoras que são consideradas glândulas unicelulares, como as células caliciformes

no epitélio dos intestinos e da traqueia (Figuras 2.3 e

2.7).

A necessidade de uma quantidade maior de

secreção foi suprida por um aumento da área do

epitélio secretor com a sua invaginação, o seu enovelamento ou a sua ramificação, formando as

glândulas pluricelulares. Elas podem ser envolvidas

por uma cápsula de tecido conjuntivo que emite

septos, dividindo-as em lobos que, por sua vez, são subdivididos em unidades menores, os lóbulos.

Através dos septos, vasos sanguíneos e nervos

penetram na glândula. As células epiteliais constituem o parênquima da glândula, enquanto o tecido

conjuntivo, o estroma.

As glândulas originam-se do epitélio de revestimento pela proliferação de suas células, com

invasão do tecido conjuntivo subjacente e posterior

diferenciação. Quando as células permanecem

conectadas à superfície epitelial, um ducto é formado, e a secreção vai para a superfície através desse ducto.

Esta glândula é dita exócrina. Quando as células

perdem essa conexão, a secreção é liberada para os vasos sanguíneos, e a glândula é endócrina.

As glândulas exócrinas podem ser classificadas

segundo:

(1) forma da porção secretora em:

– tubular, se ela tiver essa forma, podendo ainda ser

reta, como a glândula de Lieberkühn dos intestinos

(Figura 2.16) ou enovelada, como a glândula sudorípara (Figura 2.17);

– acinosa ou alveolar, se for arredondada. A glândula

salivar parótida é um exemplo de glândula acinosa, e a glândula sebácea, por ter uma luz maior, é alveolar

(Figura 2.17);

– tubuloacinosa, quando há os dois tipos de porções

secretoras. Ex: glândulas salivares sublinguais e submandibulares (Figura 2.18);

(2) ramificação da porção secretora em:

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– simples, quando não há ramificação. Ex: glândula de

Lieberkühn dos intestinos (Figura 2.16) e a glândula sudorípara (Figura 2.17);

– ramificada, quando há ramificação. Ex: glândula

sebácea (Figura 2.17);

(3) ramificação do ducto em:

– simples, quando não há ramificação. Ex: glândula de

Lieberkühn dos intestinos (Figura 2.16) e glândula sudorípara (Figura 2.17);

– composta, quando há ramificação. Ex: glândulas

salivares;

(4) tipo de secreção:

– serosa: secreta um fluido aquoso, rico em enzimas.

A denominação serosa deve-se à secreção fluida,

parecida com o soro sanguíneo. As células serosas possuem citoplasma basófilo, devido ao retículo

endoplasmático rugoso desenvolvido para a síntese

das enzimas, e um núcleo esférico e basal. Ex: glândulas salivares parótidas;

– mucosa: secreta o muco, um fluido viscoso, com

glicoproteínas e/ou glicosaminoglicanos. As células

apresentam citoplasma claro e vacuolizado, porque os grânulos com essas substâncias não se coram com HE.

O núcleo é achatado e comprimido contra a periferia

da célula pelos grânulos armazenados. Ex: glândulas de Brünner do duodeno;

– seromucosa: tem células serosas e mucosas. Ex:

glândulas salivares submandibulares (Figura 2.18);

(5) liberação da secreção em:

– merócrina (ou écrina), em que a secreção é

exocitada sem dano à célula. É o caso da maioria das

glândulas;

– apócrina, em que a secreção e uma parte do

citoplasma apical são perdidas. Ex: glândulas

sudoríparas axilares e glândulas mamárias;

– holócrina, em que a célula morre e é liberada junto

com a secreção. Ex: glândula sebácea (Figura 2.17).

Figura 2.16 - O epitélio que reveste a luz do intestino

grosso invagina-se, formando as glândulas de Lieberkühn (ou intestinais), que são glândulas exócrinas tubulares

simples retas. HE. 137x.

As glândulas endócrinas são classificadas segundo

o arranjo das células epiteliais em:

– vesicular, quando as células se arranjam em

vesículas, onde se acumula a secreção. Ex: tireoide

(Figura 2.19);

– cordonal, quando as células se dispõem enfileiradas,

formando cordões que se anastomosam. Ex:

paratireoide (Figura 2.20).

Há órgãos com funções exócrinas e endócrinas, sendo considerados glândulas mistas. Por exemplo, o

pâncreas é uma glândula exócrina acinosa composta

serosa, que libera o suco pancreático no duodeno, e possui as ilhotas de Langerhans, glândulas endócrinas

cordonais, secretoras dos hormônios insulina e

glucagon para a corrente sanguínea (Figura 2.21).

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Figura 2.17 - O epitélio do couro cabeludo invagina-se,

formando os folículos pilosos ( ), onde se origina o pelo;

as glândulas sebáceas, que são glândulas exócrinas

alveolares ramificadas holócrinas ( ), e as glândulas

sudoríparas, que são glândulas exócrinas tubulares simples

enoveladas ( ). HE. 55x.

Em torno de muitas glândulas, dispostas entre as

células epiteliais e a lâmina basal, há as células

mioepiteliais. Apresentam uma morfologia estrelada, cujos prolongamentos se unem por desmossomos. O

citoplasma é claro, e o núcleo é escuro. Possuem

filamentos de actina e moléculas de miosina, que promovem a sua contração, resultando na compressão

da glândula e na expulsão da secreção. Podem ser

identificadas pela imunocitoquímica por conterem desmina, um filamento intermediário também presente

nas células musculares.

Figura 2.18 - As glândulas submandibulares apresentam

células mucosas e serosas. As células mucosas arranjam-se

em uma forma tubular ( ), enquanto as células serosas

arranjam-se em uma forma arredondada ( ). Então são

glândulas tubuloacinosas. HE. 550x.

7 CÉLULAS EPITELIAIS ESPECIALIZADAS

Há células especializadas em uma atividade

funcional e, para executá-la, possuem determinadas

organelas mais desenvolvidas do que outras. Estas funções são:

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Figura 2.19 - Na tireoide, as células epiteliais formam

vesículas, onde armazenam os hormônios secretados. Estes

posteriormente vão para os vasos sanguíneos localizados no

conjuntivo entre elas. HE. 550x.

Figura 2.20 - Na paratireoide, as células epiteliais

arranjam-se em cordões e secretam hormônios para os

vasos sanguíneos próximos ( ). HE. 550x.

Figura 2.21 - O pâncreas é constituído pelas ilhotas de Langerhans (IL), cujas células epiteliais, arranjadas em

cordões, secretam insulina e glucagon para a corrente

sanguínea ( ), e pelos ácinos serosos (S) que sintetizam

as enzimas digestivas que vão, através de ductos (D), para o

duodeno. Os núcleos no centro dos ácinos são de células do

ducto que penetram na porção secretora e são denominadas

células centroacinosas ( ). HE. 550x.

– síntese de proteínas, como as células serosas das glândulas salivares (Figura 2.18) e do pâncreas

(Figura 2.21). O núcleo é claro devido à cromatina

frouxa, o que facilita a transcrição do DNA em RNAm. O nucléolo é proeminente, já que corresponde

à região do DNA transcrita em RNAr, o qual se

associa a proteínas, formando as subunidades dos ribossomos. O citoplasma, especialmente na porção

basal das células, é basófilo por causa do retículo

endoplasmático rugoso desenvolvido para a tradução

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do RNAm em proteínas. As enzimas sintetizadas são

armazenadas em grânulos na porção apical da célula e, conforme a sua carga elétrica, podem conferir uma

coloração basófila ou eosinófila a essa região;

– síntese de glicoproteínas, como as células caliciformes dos intestinos (Figura 2.3) e do sistema

respiratório (Figura 2.7) e as células mucosas das

glândulas salivares (Figura 2.18). A síntese proteica e o início da glicosilação ocorrem no retículo

endoplasmático rugoso, e o restante da glicosilação e

o empacotamento das glicoproteínas em vesículas, no

Golgi. Então essas duas organelas são as mais desenvolvidas. Os grandes grânulos de secreção

comprimem o núcleo na base da célula e, por não se

corarem com HE, tornam o citoplasma esbranquiçado. Entretanto com o PAS, ele fica avermelhado;

– síntese de lipídios, como as células das adrenais

(Figura 2.22). Elas têm muito retículo endoplasmático liso, já que é nessa organela que ocorre a síntese dos

hormônios esteroides, e mitocôndrias, que, além de

possuirem enzimas envolvidas na síntese, fornecem

energia para o processo. A abundância dessas organelas membranosas torna o citoplasma eosinófilo.

Muitas gotículas de lipídios com os precursores desses

hormônios estão presentes, conferindo um aspecto vacuolizado ao citoplasma visto ao microscópio de

luz;

– transporte de íons, como as células dos túbulos

renais (Figura 2.6). A superfície apical da célula é bastante permeável à água, aos eletrólitos e às

pequenas moléculas, e a superfície basolateral

apresenta invaginações que aumentam a superfície para a localização de proteínas que transportam íons,

como o Na+, para fora da célula. As zônulas de

oclusão entre as células evitam o retorno dos íons bombeados. Há muitas mitocôndrias entre as

invaginações para o fornecimento de energia porque

esse transporte é ativo. A presença dessas organelas

confere um aspecto estriado à base das células coradas com HE. Antes do advento da microscopia eletrônica,

a identificação das mitocôndrias já havia sido feita

pela técnica de Altmann, que as cora em vermelho magenta (Figura 2.23);

Figura 2.22 - Células da adrenal, cujo citoplasma

eosinófilo se deve à riqueza em REL para a síntese de

hormônios esteroides. A vacuolização é resultado da perda

das gotículas lipídicas no processamento histológico. HE.

550x.

Figura 2.23 - Mitocôndrias coradas em um túbulo renal. Altmann. 1.373x.

– sensorial, como as células olfatórias e as dos

corpúsculos gustativos. São células diferenciadas,

com terminações nervosas (células neuroepiteliais), que captam os estímulos do ambiente;

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– produção de gametas, como as células dos túbulos

seminíferos nos testículos que se diferenciam nos espermatozoides.

8 NUTRIÇÃO E INERVAÇÃO

Os epitélios não são vascularizados (com exceção de um epitélio estratificado no ouvido), e sua nutrição

é feita por difusão a partir dos vasos sanguíneos que

correm no tecido conjuntivo. Isto limita a espessura dos epitélios.

Alguns epitélios contêm células neuroepiteliais,

permitindo o olfato, a audição, a visão e o gosto, e o

epitélio da pele é inervado por terminações nervosas livres que contribuem para o tato.

O epitélio regenera-se facilmente devido à capacidade

mitótica das suas células. A velocidade dessa regeneração, no entanto, varia conforme o tecido. Por exemplo, o

epitélio do intestino renova-se entre quatro e seis dias, e o

do pâncreas, a cerca de 50 dias.

9 QUESTIONÁRIO

1) Quais são as características do tecido epitelial?

2) Quais são as funções do tecido epitelial?

3) Quais são os componentes do tecido epitelial?

Descreva-os, mencionando os seus constituintes e as suas funções.

4) Qual é a proteína do citoesqueleto presente somente

nas células epiteliais?

5) Descreva as especializações da superfície das células epiteliais, citando suas funções e dê exemplos

de onde ocorrem.

6) O que é e qual é a causa da síndrome de Kartagener?

7) Classifique (e subclassifique) o tecido epitelial,

justifique as denominações e exemplifique sua ocorrência.

8) Dê exemplos de células epiteliais especializadas e

descreva a sua morfologia.

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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