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TECLA, alma contemplativa

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TECLA, alma contemplativa

“Sempre notei sua piedade extraordinária: a postura, as palavras, os escritos, todo pequeno gesto, refletiam o seu amor e a sua união com Deus. Vivia sempre sob o olhar de Deus.” (Bem-aventurado Tiago Alberione, fevereiro de 1968)

“Não duas vidas – afirmava o cardeal Larraona no seu discurso fúnebre – mas uma só vida, simplificada, sintética: uma vida na qual tudo é ver Deus, tudo é servir a Deus, tudo é comunicar Deus. Esta é a vida vivida pela Primeira Mestra Tecla. Verdadeiramente contemplativa é a vossa Primeira Mestra.”

“Temos necessidade de rezar, como de respirar,

de oração, como de água para viver”.

“A meta é chegar a viver em Jesus, de modo que os nossos pensamentos e os nossos afetos sejam seus, a nossa vontade seja a sua, que tenhamos os mesmos desejos seus.” Chegar, portanto, à união íntima com o Mestre Divino, aos mais altos graus de oração, ao “não sou mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”, até a ser um louvor de Deus.

A piedade era para ela sempre a primeira ocupação (...). Da piedade íntima e ardente recebia as luzes de Deus, a força para cumprir os deveres de ofício, aquele que diz respeito ao apostolado e à santificação.

Primeiro, ela pedia a Deus a luz para poder dizer aquilo que era mais conveniente; e em segundo lugar, agia com tanta humildade que era difícil resistir.

Oração e trabalho espiritual A oração se une a um intenso trabalho espiritual porque “o nosso coração, a nossa mente, a nossa vontade, as nossas forças são de Jesus”: “Cada uma reflita: Tenho verdadeiramente compreendido a fundo este dever? Esforço-me para deixar livre o coração ao trabalho da graça, afastando o meu eu, que é o principal obstáculo para conseguir o meu bem e o das outras?”

“Estou convencida de que nós, criaturas fracas, não podemos nada sem a graça de Deus? Quanto mais percebermos a necessidade de fazer o bem, tanto mais devemos sentir e reconhecer a nossa miséria.”

Pe. Alberione afirma que Mestra Tecla chegou a eliminar toda a resistência à graça: “O Senhor fez dela aquilo que queria, porque nunca houve resistência pelo que me consta. Nunca resistências à vontade de Deus.”

“Percebia-se que era o Senhor quem a sustentava. Foi uma alma contemplativa. Sabia também recorrer aos homens, mas sempre e em primeiro lugar a Deus. Tudo devia vir de Deus e tudo era para Deus.”

“E questa vita venga a manifestarsi nelle opere”. (DF 40)

Don Alberione “Oh, a sua vida! Toda nas mãos de Deus, na vontade de Deus. Foi fiel à direção espiritual desde o início quando entrou na (Congregação), até o momento no qual o Senhor a chamou ao eterno repouso, à glória. Vocês sabem que no último tempo de sua doença não tinha outra expressão que não fosse: ‘A vontade do Senhor; aquilo que agrada o Senhor; seja feita a vontade do Senhor’ (...). Sempre muito dócil.”

“O Senhor colocou sobre seus ombros, não obstante sua frágil saúde, uma grande responsabilidade...: preparar as almas, isto é, as companheiras, para o dia da consagração a Nosso Senhor. Na sua vida estava sempre pronta a tudo, a tudo aquilo que o Senhor dispunha; portanto, não somente a obediência original, mas em tudo aquilo que viesse a conhecer que o Senhor queria dela. Sempre pronta; sempre pronta a tudo... Como era dócil naquele tempo! Sempre iluminada por Deus e sempre pronta a procurar aquilo que o Senhor manifestava.”

Os “caderninhos” revelam alguma coisa de sua vida íntima.

Escritos da Primeira Mestra Tecla do ano 1926 ao ano 1963

Contêm notas espirituais, anotações de meditações, especialmente na ocasião dos retiros, exercícios... propósitos; prestação de contas mensal, pontos para o exame de consciência, conselhos do Primeiro Mestre.

Manuscritos autobiográficos onde Mestra Tecla anotava as orientações, quase semanais, que recebia do “Pai espiritual” (Mestra Tecla colocava a data e as iniciais do orientador: P.M.).

Reconhecemos seu grande empenho em uma vida espiritual metódica,

seguindo a influência jesuítica: anota o progresso, dia a dia, semana a semana, o número das vitórias e das

faltas, a diferença e a comparação com a semana

anterior. E sempre as vitórias superam as faltas. Resulta

que ela se confessava mais do que uma vez por

semana...

Transparece o caráter enérgico e decisivo de Mestra Tecla, o desejo de responder a todo

custo à vontade de Deus superando

também as dificuldades

provenientes de um compromisso

superior às suas próprias forças.

Nos caderninhos e nas cartas

Aparece um Pe. Alberione que, com o máximo respeito à ação divina, acompanha Mestra Tecla para responder ao impulso do Espírito Santo, orientando-a sempre mais para a “Divina União” (LMT 58) e colocando-a sobre o caminho que definirá a sua fisionomia espiritual: “De nossa parte, cuidar da humildade e, como crianças, esperar no Senhor.”

O fundamento da vida espiritual “Curso de Meditações ou Exercícios Espirituais prolongados para orientar a nossa vida”, dados por Pe. Alberione às Irmãs adultas da Casa, de 11 de outubro de 1927 a 23 de maio de 1928, tendo em vista os votos perpétuos e a aprovação diocesana das Filhas de São Paulo. (Cadernos de Mestra Tecla e de Mestra Teresa Raballo)

Os conteúdos daquelas meditações estão reunidos no volume DF

“... Agora vejamos o caminho a seguir para

atingir a santidade. Devemos ter um

modelo para imitar, e este é Jesus Cristo

Caminho, Verdade e Vida. O Divino Mestre,

nos ensinará, nos traçará o caminho, ou

melhor, ele mesmo é o nosso Caminho”.

(Caderno 1)

Um caminho de fé na prova “Eis, todas as nossas misérias, os nossos defeitos, os colocaremos nos fundamentos e depois fundiremos somente em Deus, e contaremos somente com ele. Aquelas que virão depois de nós, é suficiente que contem somente com Deus... Jesus é a pedra viva”.

A primeira prova é a descoberta de si mesma como pessoa que resiste a Deus, que “estraga as coisas”. “Eu só faço o mal...” (1927). Sente-se parte do mundo do pecado... “Meu Jesus misericórdia”...

A consciência da própria pobreza leva a Primeira mestra: -a trabalhar muito sobre si mesma mediante o exame de consciência para retirar

tudo o que resiste, de modo particular a soberba,

para que não haja nada que se interponha entre

ela e Deus: “Procurar somente Ele”.

Segundo o convite do Diretor Espiritual, lança-se totalmente na misericórdia de Deus, está empenhada na “morte total do próprio eu” para dar lugar a Deus a fim de que ele tome conta de todas as fibras de seu coração.

Crescer na confiança em Deus. Uma confiança que, com o tempo, se transforma em um grande amor ao Mestre, um amor pessoal e explícito.

“Comecei este ano, será que o acabarei? Não sei. Só sei que, se fizer bem a vontade de Deus, se amar muito a Nosso Senhor, irei ao Paraíso com ele... Não importa viver muito ou pouco, o que importa é amar a Deus.”

Nos caderninhos encontram-se continuamente as anotações: “Eu nada, Deus tudo”. “Chegar a entender a fundo o meu nada; eu sou capaz de fazer somente o mal”. Este sentido de nulidade deriva de sua saúde frágil, da preparação inadequada, mas, sobretudo, de um profundo sentido de Deus: o seu nada se apóia no conhecimento de que “Deus é tudo”.

É como levada pela força de Deus... Ela escreve nas notas de

1927: “Este ano, que pela sua vontade, meu Deus, me

permitiste iniciar, quero passá-lo bem, se for do seu agrado

conceder-me prosseguir. Se, ao invés, você quer me chamar,

seja feita sempre a sua Santíssima vontade.”

“Desde já coloco as intenções nas minhas preces, orações, sofrimentos, todas aquelas intenções que Jesus tem na Hóstia Santa, e pretendo renovar esta oferta em cada batida do coração. À noite, enquanto durmo, quero que o meu respiro seja uma comunhão contínua com meu Deus. A cada respiro pretendo dizer: Jesus está conosco e nós estamos com Jesus (...). Graças a Deus. Faça-se a sua vontade.” (Janeiro de 1927)

Na Congregação e na Família Paulina experimenta-se a escuridão...

“Às vezes era tão escuro, que não se conseguia entender nada...” (1918)

Tecla

Pelo menos duas vezes foi necessário exercer o ofício de superiora quando este era desempenhado por outras: experiência de 1923-1928.

Tecla

“A vontade de Deus é que eu cuide das coisas gerais e não me ocupe com as pequenas coisas... Seria mais cômodo mas não é vontade de Deus” (fevereiro de 1927). Florzinha: “Manter-me no meu lugar”.

Tecla

“Nenhuma atenção à sua saúde precária, pela sua posição. Mestra Tecla desde o momento em que foi designada Superiora Geral manifestou-se heróica e se colocou no último lugar, deixando liberdade a Teresa Ruballo.”

(Testemunho de Clelia Bianco)

“Caridade e coisas gerais” Tecla

O Fundador a convida continuamente a “pensar nas coisas gerais”, não nas coisas particulares; estas, peça às irmãs que o façam. 30.12.1926 O Senhor usou de muita misericórdia para com você. Deve exercitar a caridade com a Casa, mais ainda com os indivíduos, deve cuidar das Filhas, mas as coisas particulares, peça às outras irmãs que o façam. Você deve cuidar do espírito, das vocações e formá-las, cuidar do estudo, da imprensa, da pobreza, industriar-se para que com o trabalho e a beneficência a Casa seja ativa.

Tecla

1.1.1927 Propósito: a caridade para com as Filhas e a Casa. Ocupar bem o tempo principalmente os pequenos intervalos. Lembrar-me-ei de sempre prestar conta dos meus gastos. Este ano, com a graça de Deus, quero crescer na santidade, quero tornar-me santa, logo santa e uma grande santa. Por mim nada posso, apenas posso cometer pecados. Mas com Deus posso tudo. Lembrar: sacrifício, humilhação, mortificação de sua vontade, ser submissa a todos, estar sob os pés de todos, isto é necessário para você. Quando começará? Lembre-se que só fazer os propósitos, nada vale, é necessário observá-los... Meu Jesus misericórdia!

7.2.1927 – M.9 V.11 = 2 oito menos da semana passada Passei dois dias muito fria... Terei sempre maior confiança no Senhor, nos seus méritos, no seu auxílio. Amar a Deus, por mim, cumprir os deveres do ofício, falar somente com as mestras conselheiras e olhar tudo, mas não confiar muito nelas. O Senhor dá graças especiais também se você é mais atrasada e mais ignorante do que elas. São José foi destinado a governar a Sagrada Família. Jesus sabia muito mais e no entanto quis assim... Mestra Tecla sente-se inferior às outras irmãs, mas tem muita esperança na graça da vocação...

No ano 1932, Mestra Tecla está tendo cada vez mais consciência da necessidade de assumir em primeira pessoa o acompanhamento das irmãs, dá-se conta da responsabilidade do próprio ofício, do testemunho.

“Formar as Filhas segundo você...”

No dia 24 de maio de 1932, Pe. Alberione a convidava a praticar a humildade caminhando “na frente”. “... Caminhar sempre na frente, ser a primeira no estudo, colocar as jovens na escola, cuidar para que aprendam etc. A primeira no apostolado, e ainda pegar a direção da difusão da Bíblia Sagrada, a primeira na pobreza, encontrar sempre novos meios também para o apostolado, a primeira na observância das regras, no compreender o espírito da Visita, na devoção a Nossa Senhora, na fé, na esperança, na caridade. Não que deva fazer a mais, mas fazer a menos, ter os olhos em tudo, e encontrar sempre novos meios para progredir.” P. M.

26.06.1932 – Mais que a humildade de escondimento, que é fácil, é necessário que você procure dominar a situação, não se abater com os insucessos, não desanimar, porque agir assim seria soberba. Fazer as coisas simplesmente: quando é tempo de rezar, rezar, de dormir, dormir etc. etc. com muita simplicidade. Sem submissão ou porque as outras são melhores ou sabem mais do que você (Primeiro Mestre)

Na primeira fase da sua vida o relacionamento com Jesus se caracteriza como imitação, como desejo de copiá-lo, encontrar nele uma referência para cada ação.

Um olhar constante em Jesus

“Que os meus pensamentos e os meus afetos se tornem sempre mais humildes e unidos aos de Jesus. Unir-me a ele; transformar-me nele” (19.10.1931). Humilde como Jesus. Ele disse: Aprendei de mim... e queremos ser esposas de Jesus, mas não queremos a cruz de Jesus” (Nov. 1931).

Jesus é bom, eu sou má, Jesus é tudo, eu nada, Jesus é humilde, eu soberba... Jesus é manso, eu teimosa, Jesus é misericordioso, eu exigente; Jesus sofre e eu quero gozar, Jesus quer que eu me salve e eu resisto; Jesus me ama e eu o amo?

Abril de 1935

M. Tecla

Foi confirmada Superiora-Geral por um sexênio. Mas nada disso aparece nos caderninhos. A sua preocupação é sempre uma só: progredir em responder à vontade de Deus, “ dar prazer a Deus”.

04.09.1935 – Hoje para dar prazer ao Senhor procurarei conservar o recolhimento e dar bom exemplo às irmãs. 06.09 – Permanecerei sempre unida a Jesus como Maria e trabalharei por ele como Marta. 07.09 – Todos os dias fazer como fiz no primeiro dia que entrei em Casa, com aquele fervor, com aquela disposição de fazer a Santa Vontade de Deus. Hoje começo. Tecla

10.09 - Hoje me perguntarei com frequência: Oh Teresa, o que você veio fazer na Religião? Fazer a sua vontade? Farei tudo o que custa ao meu amor próprio, para agradar a Deus. 14.09 – Fui muito má. Meu Jesus misericórdia! Hoje por amor a Maria Santíssima Dolorosa, com seu auxílio, quero fazer a Santa vontade de Deus.

Tecla

A adesão à vontade de Deus O senso da vontade de Deus atravessa toda a sua vida, do início ao fim: “Quero tornar-me santa fazendo a vontade de Deus em tudo e sempre. Se me quer doente? Fiat (Faça-se). Provada? Fiat. Contradições? Fiat. Sempre: Não o que me agrada, mas o que agrada a você, meu Deus. O caminho para conhecer e aderir à vontade de Deus é a oração: a função da oração na vida é obter auxílio para cumprir a vontade de Deus, corresponder à vocação. Não é para obter aquilo que nós queremos, mas para fazer a vontade de Deus, aquilo que lhe agrada.”

1938 um ano de “paixão”

No fim dos anos 30, Pe. Alberione vive um sofrido repensar sobre a abertura dos Institutos femininos...

A escuridão de Mestra Tecla De janeiro a agosto Mestra Tecla está em Alba porque não está bem... Sente-se deixada de lado nas grandes decisões da Congregação...

1 de janeiro de 1938 Comecei este ano, será que o terminarei? Não sei. Só sei que se fizer bem a vontade de Deus, se amar muito Nosso Senhor irei ao Paraíso com ele. - Quero passá-lo bem, com a Graça Divina, seja que o termine como se não o terminar. Não importa viver muito ou pouco, importa amar a Deus. - Que cada respiro, cada batida do coração, todos os atos sejam tantos atos de amor a Deus. - Que todos os meus pensamentos sejam de Deus, os afetos do coração, a minha vontade, tudo seja dirigido a Deus. - Declaração: Ó meu Senhor e meu Deus, este ano que você me deu, os meses, os dias, quero que sejam todos para você, somente para você. Detesto todo pensamento, afeto, respiro que não seja para você. Coloco este ano de 1938 em suas mãos, ó Maria Santíssima! Faz com que todas as Filhas de São Paulo sejam de Deus e que não o ofendam nunca.

A única coisa que interessa, na verdade, à Mestra Tecla, também nos períodos de maiores dificuldades, é a união ao Mestre divino, como ela escreve à mestra das noviças, Mestra Nazarena Morando, a 23 de outubro de 1938: Augúrios e orações pela Festa de Cristo Rei. Que este Rei possa reinar em nossas mentes, em nossos corações e em nossa vontade. Que todas as Filhas de São Paulo sejam plenamente submissas e apegadas a ele.

G.D.P.H. Roma, 5 de novembro de 1938 Caríssima Mestra Brígida, (...) Também aqui há muitas coisas... recebamos todas das mãos de Deus, procuremos somente fazer bem os nossos deveres, exercitar-nos na virtude, ganhar-nos o Paraíso. O Senhor, a seu tempo, tornará as coisas conhecidas... permaneçamos serenas, confiando somente no Senhor... Está bem como você disse, falar pouco, não dizer nada destas coisas a ninguém, e agir somente para o Senhor.

“Inclinar a cabeça e obedecer”

“Nestes momentos é preciso caminhar com os olhos fechados e confiar somente em Deus.” (M. Tecla a Ir. Paulina Pivetta, 1938)

Escreve a Mestra Brígida Perron, no dia 27 de dezembro de 1938: “... Não sei nem o que lhe dizer..., estamos na escuridão... Façamos como nos mandam e assim não erraremos. Vê-se que o Senhor quer consolidar a nossa caríssima Congregação porque nos manda tantas cruzes. Confiemos somente em Deus. Muitas coisas que nos causam sofrimento, contudo, fazem bem ao espírito. Coragem! Fiquemos unidas somente a Nosso Senhor, desapeguemo-nos de tudo e de todos, também de nós mesmas. Quando tivermos tirado o amor próprio, então tudo andará bem...”

Tecla

Nos meses de outubro e novembro de 1941 lê-se em seus caderninhos este propósito que demonstra o momento difícil que está vivendo: -Senhor, não aquilo que agrada a mim, mas o que agrada a você. Eu não compreendo nada. Você sabe tudo e tudo dispõe para o meu bem. Só a você, ó Jesus, só aquilo que agrada a você...

Quero ser a serva de todas, imolar-me pelas almas...

Humildade, pequenez, abandono... “Temos necessidade de nos fazer pequenas, pequenas...” “Inclinemos nossa fronte diante do presépio... e prometamos querer também nós tornar-nos pequenas e assim podermos entrar no Reino dos Céus prometido às crianças e aos pequenos” (VPC 77).

“... Entrego tudo a você, ó Maria: toda a minha pessoa com os sentidos. A minha alma com suas faculdades...”. “Oh Maria, tudo de você, para você. Você me acompanha em todos os lugares. Você me sugere tudo o que devo fazer, o que devo dizer. Você coloca na minha mente, no coração, nos lábios, aquilo que vê que é melhor para mim e para as irmãs, que são as suas Filhas!”.

Vida espiritual com respiro mariano

“... Temos o Sacrário: podemos ir quando queremos! Temos um sofrimento grande e não sabemos a quem dizer? ... Eis, vamos a Jesus! Se estivermos bem unidas ao Senhor, não nos faltarão os auxílios. Não nos faltarão as graças...” (10 de agosto de 1961). A um grupo de missionárias no Canadá recomenda: “Em qualquer lugar que vocês forem, encontrarão um sacrário e assim terão encontrado tudo. Quando tiverem vontade de ver e falar com a Primeira Mestra e eu desejar encontrar vocês, eis o combinado: o Santo Sacrário.”

Na escola de Jesus Mestre Eucaristia

“Se procurarmos somente Deus, ele, que é Pai, mandará todos os dias o alimento, a roupa... Seremos nutridas com a Carne Imaculada do Salvador, seremos nutridas com o seu Evangelho.”

Providência

“Acreditar que tudo é disposto por nosso bom Pai Celeste, o que gostamos e o que não gostamos (...). Examinarei: Se o meu coração repousa tranquilo no Senhor, sobre o coração de Deus que pensa continuamente em mim” (maio de 1931). “Com ele se pode viver sem fadiga também se as provações são muitas.” A sua força provém de uma extrema confiança: “Se o Pai nos deu aquilo que possuía de mais caro, o Filho, tenhamos confiança que ele nos dará todas as graças.” Portanto, “sentir, reconhecer as nossas misérias, mas depois com grande confiança em Deus lançar-nos como nosso Pai São Paulo e dizer: ‘Tudo posso naquele que me dá força.”

“Trabalho espiritual muito simples”. “Ó meu Jesus. Só quero você e nada mais.” “Jesus, usa-me para aquilo que você quer e acha bom (...), quero ser dócil instrumento nas suas mãos. Faz aquilo que você quer.” “Abandono em Deus – total — completo.” “Permanecer com o Senhor com confiança, serenidade pensando que ele me ama e eu o amo” (fevereiro, 1947). “Confiança plena em Jesus e em Nossa Senhora. Paciência em tudo e com todos. Serenidade confiante” (abril 1947).

O sentido do abandono “total, completo” se estende a tudo. A oração torna-se um repouso no Senhor, um viver na sua presença. O seu projeto de 1950, que ela subscreve até 1961, quando oferece a vida à Santíssima Trindade por todas nós.

Tecla

Ano Santo 1950-1951 - Comecei este ano mas não sei se o terminarei.

- Todos os minutos, as horas, os dias, os meses deste ano quero que sejam todos para Deus, somente para ELE. - Renuncio à minha vontade para ter somente aquela de Deus. - Renuncio aos meus gostos, ao meu modo de ver para ter somente os gostos de Deus. - Quero fazer todas as coisas para ele e somente para ele. - Ó Maria, minha boa mãe, que eu possa amar somente a você e a Jesus. Ajude-me com sua graça. Confio em você, me confio a você como uma pequena criança. São Paulo, ajude-me. Santa Tecla, reze por mim.

- Que minha vida seja um contínuo “Magnificat” por tantas graças recebidas e adoração contínua. Tudo e somente para a glória de Deus e o bem das almas.

(Exercícios de maio: Abandono completo em Deus, total. Eis em breve o meu propósito).

Tecla

Tecla Mestra Tecla nos ensina que a contemplação não impede a ação mais intensa. O apostolado para ela significa prolongar o apostolado de Jesus e como tal nos une a Deus: “O apostolado é a oração vital que nos une a Deus. A contemplação ou a vida divina em nós deve sempre permanecer; se for assim, quando damos o livro, damos a graça.”

Há uma plena consciência: “É Jesus que vive em mim com o Pai e o Espírito Santo. Estar unida ao Mestre Divino.” As cartas de Pe. Alberione sustentam este caminho mais passivo, orientado à configuração ao mistério de Cristo: “Viver em Jesus Cristo”; deixar-se guiar por Jesus com plena confiança; degustar “a sua contínua presença na alma: que fala, que conforta, que santifica.”

“A Trindade é a minha família”

A sua vida espiritual se simplifica e adquire uma dimensão trinitária

“Abandono pleno no Senhor”.

A santidade! Eu a quero. Viver a vida Trinitária como Maria Santíssima. Confiança no Pai Celeste, amar o Filho, que veio para me salvar, confiar na graça do Espírito Santo. O Pai Celeste está sempre perto de mim, dentro de mim, pensa em mim e providencia tudo. Jesus está comigo, o Espírito Santo me santifica. Viver a união com as três pessoas divinas.”

“Pensar frequentemente que a Santíssima Trindade está em mim. Adoração, união, recolhimento e... ter a companhia de tantos hóspedes.”

“MEU DEUS, QUE EU ME ESCONDA EM VOCÊ, ME PERCA EM VOCÊ, COMO UMA GOTA NO OCEANO.”

Uma união que vai até à imolação, expressa na oferta da própria vida, feita em 1961, na festa da Santíssima Trindade. Esta aspiração de estar na Trindade; esta grande nostalgia do Eterno é traduzida com um termo muito caro a ela e um tanto familiar: Paraíso. Este é o “lugar” do prêmio, o “posto” estável, mas é, sobretudo, a plenitude da comunhão: “estaremos sempre com o Senhor”.

“Ó Divino Espírito Santo, dê-me o seu amor, os seus dons. Quero deixar que você trabalhe em mim, não colocar impedimentos à sua ação santificadora. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.” “Recebo tudo de você, o bem e o mal, o sofrimento físico e o moral. Estou unida a você agora e sempre” (31.10.63). “Viver a unidade de vida com Jesus Mestre” (janeiro de 1963). “Imitar São Paulo na sua união com o Mestre divino: Quem me separará da caridade de Cristo?” (24.01.1963) “Hoje maior intensidade de vida com Jesus Mestre. Tudo com ele: unidade” (27.01.1963).

Uma tensão forte e constante

“Que eu chegue à plena transformação em Cristo” (1963).

“Que eu possa chegar ao não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim”.

O Fundador colocando a sua aprovação aos propósitos que a Primeira Mestra lhe envia, a convida a um profundo dinamismo espiritual: “Viver em Jesus mestre. Jesus Mestre seja luz para a mente; seja conforto e alegria íntima. Seja sempre mais sentida sua presença contínua na alma; que fala, que conforta, que santifica.”

“Eu sempre notei que a Primeira Mestra dá numerosos beijos à cruz que pende do terço, e até em meio às nossas conversas. Então o coração entrega-se a Jesus...” (Pe. Alberione)

Contemplando a Paixão

“Senhor, Veja como sou capaz... Não sou mesmo nada! Quero ser nas suas mãos um instrumento dócil! Diga-me você como fazer... Você faz e eu o sigo! Você me inspira e eu faço aquilo que me inspira.”

Nos cinquenta anos de vida paulina, ela concentrou o seu ensinamento em um só objetivo: a vocação à santidade. A santidade é a condição única e essencial para a eficácia da evangelização feita com os meios de comunicação social: “As apóstolas da imprensa deveriam ser todas santas: pelo menos temos a vontade firme, decidida de tornar-nos? (VPC 76)

Tecla

“A única preocupação seja sempre para todas: tornar-se paulinas santas. Em todas as coisas que devemos fazer, ter sempre em mente isso: Devo tornar-me santa, quero fazer-me santa e santa paulina.”

Santidade

“Dar um passo à frente na perfeição religiosa e na verdadeira vida paulina”; “progresso espiritual e de apostolado sempre mais inteligente”; “avançar na virtude e na união com Deus”.

Progredir até o abandono total, até a estar “em adoração contínua”, até a exprimir o “magnificat” com a vida.

“Procuremos ter o coração cheio de Deus para levá-lo às almas”.

“Como é belo e santo comunicar Jesus às almas, aquele Jesus que nós queremos sempre levar no centro do coração”.

Entremos na experiência de Mestra Tecla através das últimas expressões escritas no seu caderninho pessoal:

Tecla 31.10.1963 – Recebo tudo de você, o bem e o mal-estar, os sofrimentos físicos e morais. Estou unida a você agora e sempre. 10.11.1963 – Tudo e somente para Deus e para Maria Santíssima. Entrego-me a vocês, sou miserável, estou arrependida. Meu Jesus misericórdia. Quantas graças! Quantas absolvições todos os dias nesta semana. 11.11.1963 – Que eu esteja sempre preparada para morrer... Jesus e Maria, perdão. 15.11.1963 – Senhor, estou disposta a toda sua santa vontade. Não lembro, não sei os nomes, falta-me a respiração, aceito tudo por você, por amor... em penitência. Por todas as necessidades da Congregação, pelo Papa, o Concílio, o Primeiro Mestre com toda a Família Paulina.

16.11.1963 – Fazem cinco meses desde o dia em que começou a doença que me levará à eternidade. Hoje estou de cama com resfriado. Hoje dia 16. O Primeiro Mestre me deu a absolvição de toda a vida. Pensar somente com confiança em Deus, fazer a sua vontade, agora e sempre. Tecla

“Repousar, ora sobre o peito adorável de Jesus, ora entre os braços de Maria; em sereno abandono, sem nem mesmo rezar; deixando que Jesus inspire: nós nele, ele em nós”. “Somente, sempre, em tudo: confiança”. (Pe. Alberione, fevereiro de 1962)

FACE A OFERTA SUPREMA

“Desejei vê-las aqui reunidas para recomendar-lhes uma coisa: Façamo-nos santas! Levo-as todas no coração e estarei sempre unida a vocês em espírito. Todos os dias recordo-as na Santa Missa e todas as manhãs e noites coloco-as sob o manto de Nossa Senhora...”

Refletindo sobre a importância do trabalho espiritual, que apelos recebemos da vida de Mestra Tecla?