Técnicas de conservação de energia
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Técnicas de Conservação de Energia
Mayara Laís Alves da SilvaR1 – Terapia Ocupacional
Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco Profº Luis Tavares da Silva – PROCAPE
Programa de Especialização em Cardiologia Modalidade Residência
Julho2016
Objetivos
• Conceituar o que são técnicas de conservação de energia;
• Apresentar os princípios da técnica;
• Demonstrar como o Terapeuta Ocupacional faz uso desta.
http://www.123rf.com/photo_14868794_3d
Introdução
• Grande ascensão de casos de doenças cardiovasculares;(BRASIL, 2008)
• Os sinais e sintomas físicos, psicológicos e cognitivos refletem no desempenho funcional de seus portadores.
(SCATTOLIN; DIOGO; COLOMBO, 2007);
• Os Terapeutas Ocupacionais se preocupam não somente com atividades cotidianas, mas também com a complexidade de fatores que emponderam e tornam possível o envolvimento e participação dos indivíduos em ocupações positivas que promovem a saúde.
(WILCOCK e TOWNSEND, 2008 apud CARLETO et al, 2010)
O que são Técnicas de Conservação de Energia?
São ferramentas utilizadas com o objetivo de reduzir o gasto energético durante a realização de atividades cotidianas, diminuindo também a sensação de dispnéia e, aumentando a funcionalidade na execução de tarefas.
(VELLOSO E JARDIM, 2006)
Reabilitação Cardíaca
• É um conjunto de atividades necessárias para garantir e melhorar a condição física, mental e social dos indivíduos que possuem limitação ou incapacidade funcional relacionada à doenças cardiovasculares;
• Abordagem da equipe multidisciplinar;
• Fase I à IV.
(CASTRO, R.R.T; Negrão, C.E.; STEIN, R. et al, 2005)
Princípios
• Reduzir a sensação de fadiga e dispnéia durante as atividades cotidianas;
• Otimizar a mecânica corporal;• Planejamento das etapas das atividades;• Adaptação e inserção de utensílios para realizar as atividades;• Eliminar barreiras arquitetônicas.
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas técnicas?
1. Avaliação dos pacientes;2. Orientações sobre as técnicas;3. Treino das atividades.
(VELLOSO E JARDIM, 2006)
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas técnicas?
1. Avaliação dos pacientes: ▫Uso de testes padronizados: Percepção Subjetiva de Esforço através da
Escala de Borg, Medida de Independência Funcional – MIF, Teste de Caminhada de 6min, taxa cardíaca máxima ajustada para a idade - MAHR;
▫Monitoração de freqüência respiratória e cardíaca;▫Saturação Periférica de O2;▫ Observando o desempenho ocupacional do paciente durante a realização
das atividades.
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas técnicas?1. Avaliação dos pacientes:
Percepção Subjetiva de Esforço através da Escala de Borg:
(Borg & Noble, 1974) (Google imagens, 2016)
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas técnicas?
1. Avaliação dos pacientes: Medida de Independência Funcional – MIF
(RIBERTO et al , 2001)
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas técnicas?
1. Avaliação dos pacientes: Medida de Independência Funcional – MIF
(RIBERTO et al , 2001)
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas técnicas?
1. Avaliação dos pacientes: Medida de Independência Funcional – MIF
(RIBERTO et al , 2001)
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas técnicas?
1. Avaliação dos pacientes: ▫Teste de Caminhada de 6min
▫Material utilizado: cronômetro, cones para delimitação do circuito, esfigmomanômetro, estetoscópio, oxímetro de pulso.
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas técnicas?
1. Avaliação dos pacientes: ▫Taxa cardíaca máxima ajustada para a idade - MAHR.
Para as mulheres MAHR = 226 – idadePara os homens MAHR = 220 – idade
Trabalhando com 50 – 85% da FCM é considerado seguro.
▫Ex.: Como calcular a taxa cardíaca máxima ajustada para um homem de 50 anos que está iniciando os exercícios no programa de reabilitação cardíaca?
▫ 220 – 50 = 170.
▫ 170 x 50% = 85▫ 170 x 85% = 149
Para uma prática segura durante os exercícios, a amplitude da taxa cardíaca máxima deve variar entre 85 a 149 bpm.
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas técnicas?
2. Orientações sobre as técnicas :
▫Treinar respiração diafragmática;▫Treinar membros superiores;▫Programar atividades com níveis distintos de exigência;▫Simplificar o desenvolvimento de tarefas (adaptações);▫Eliminar atividades desnecessárias;▫Orientar quanto à importância em solicitar auxílio, quando necessário;▫Organizar o tempo;▫Organizar o ambiente;▫Orientar posturas adequadas para cada tarefa.
(VELLOSO E JARDIM, 2006)
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas técnicas?
2. Orientações sobre as técnicas :
▫MET - equivalente metabólico da Tarefa;▫Consumo de oxigênio em repouso;▫3,5 ml/kg/min ▫Tabelas de acordo com as atividades
Valores Metabólicos Aproximados para Várias Atividades (Ainsworth e cols 1998) -
Programa de Reabilitação Fase I (Intra hospitalar) da disciplina de Cardiologia da UNIFESP para pacientes com IAM.
(STEFANINI, KASINSKI e CARVALHO, 2009)
Nível ExercícioNível 1(1 a 2 MET)
Paciente deitado (0 a 45º)Exercícios respiratórios diafragmáticos e reexpansivosExercícios ativos de pequenas e médias articulaçõesExercícios ativos assistidos ou ativos de grandes articulações
Nível 2(2 a 3 MET)
Paciente sentado com as pernas para fora do leito (90º)Exercícios respiratórios reexpansivosExercícios ativos de MMSS e MMIITreino de bipedestação (ficar de pé)
Nível 3(3 a 4 MET)
Paciente em péExercícios de alongamento para MMSS e MMIIExercícios com MMSS e MMII associados à respiraçãoMarcha estacionáriaDeambulação +/- 25 metros
Nível 4(4 a 5 MET)
Alongamento à beira do leitoExercícios em pé com MMSS e MMII Deambulação +/- 50 a 75 metrosDescer um lance de escada
Nível 5(5 MET)
Repetir nível 4Deambulação =/- 100 metrosSubir e descer um lance de escada
Programa de Reabilitação Fase I (Intra hospitalar) da disciplina de Cardiologia da UNIFESP para pacientes com IAM.
Como o Terapeuta Ocupacional faz uso dessas técnicas?
3. Treino das atividades utilizando as técnicas:
▫COFFITO delibera, em várias disposições (Resolução n.º 316, do Diário Oficial n.º148-03/08/06, p.79) que o treino das atividades da vida diária – AVDs e das atividades instrumentais da vida diária – AIVDs constam como práticas exclusivas do profissional da terapia ocupacional.
▫Elencar as atividades mais importantes e que o paciente apresenta mais dificuldade;
▫Executar e introduzir as orientações na prática.
(VELLOSO E JARDIM,; BRASIL, 2006)
Caso Enfermaria Coronariana
T.F.S., 71 anos, dona de casa. Deu entrada na EC do PROCAPE no dia 22/06 com queixa de dor em porção apical do dorso do hemitórax esquerdo associada à inspiração; PA: 140 x 70 mmHg, FC: 60bpm, FR: 16ipm. Investigação de IAM sem SST e ITR.
Avaliação T.O. realizada no dia 30/06, paciente consciente, orientada no tempo e espaço, pensamento coerente e organizado, boa comunicação verbal, relata prejuízo em memória, bom humor e boa interação social. Realiza AVD’s com supervisão, relato de fadiga e dispnéia aos esforços (mudança de decúbito, deambular até o banheiro, utilizar o cobertor grosso). Ao responder o teste de percepção subjetiva de esforço através da Escala de Borg marca 13, 15 e 13 (ligeiramente cansativo e cansativo), respectivamente.
Execução das Técnicas
• Higiene pessoal e autocuidado:
Machioski et al, 2013
Fonte: Google imagens
Fonte: Google imagens
Caso Enfermaria Coronariana
V.M.S., 51 anos, dona de casa, Recife. Deu entrada na EC no dia 12/03, referindo a ocorrência de 3 episódios de dor retroesternal em aperto, forte intensidade, duração de 15 minutos, irradiação para o dorso, associada à dispnéia. No momento refere dor em região cervical de baixa intensidade; PA: 160 x 85 mmHG; FC: 80 bpm. IAM sem SST e HAS. Retornou ao serviço em caráter eletivo para programação cirúrgica no mês de junho.
Avaliação T.O., paciente consciente, orientada no tempo e espaço, pensamento coerente e organizado, boa comunicação verbal, atenção e memória preservadas, bom humor e boa interação social. Realiza AVD’s de forma independente, relato de fadiga e dor torácica durante AIVD.
Considerações Finais
As doenças do sistema cardiovascular implicam em amplo
impacto funcional na vida dos indivíduos, principalmente por conta da
ameaça à disponibilidade de energia necessária para execução das
atividades em casa, na escola, no local de trabalho e na vida comunitária.
Sendo assim faz –se necessário criar estratégias para tornar
possível o envolvimento e participação dos indivíduos em ocupações
positivas, promovendo qualidade de vida e gerando repercussões diretas
na saúde.
Referências• BIANCHIN, M.A.R.; PAULA, G.A.S.; CARVALHO, M.P., ACAYABA, R.; CHUEIRE,
R.Manual de orientações de terapia ocupacional quanto à proteção articular para pacientes com artrite reumatóide. Med Reabil , v. 29, n.1, p 23-8, 2010;
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes e recomendações para o cuidado integral de doenças crônicas não-transmissíveis: promoção da saúde, vigilância, prevenção e assistência. Brasília: Ministério da Saúde, 72 p, 2008.
• BRASIL. República Federativa do Brasil. Diário Oficial. Imprensa Nacional, nº 148-03/08/06, p.79, Brasília. Disponível em: fttp:saude.sp.gov.br/bibliote/ informe_ eletrônico12006/iels.agosto.06/iels147/u_rsCFFTO-316_190706.pdf39. Acesso em: 28 de junho 2016..
• CASTRO, R.R.T; Negrão, C.E.; Stein, R. et al. Diretriz de Reabilitação Cardíaca. Arquivos Brasileiros de Cardiologia .V. 84, Nº 5, Maio 2005
Referências• CARLETO, D.G.S.; SOUZA, A.C.A.; SILVA, M.,; CRUZ D.M.C; ANDRADE, V.S. Estrutura
da prática da Terapia Ocupacional: Domínio e processo- 2ª edição. Rev. Triang, v.3. n.1, p. 57-147, jul./ dez. 2010
• SCATTOLIN, F. A. A.; DIOGO, M. J. D.; COLOMBO, R. C. R. Correlação entre instrumentos de qualidade de vida relacionada à saúde e independência funcional em idosos com insuficiência cardíaca. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n.11, p. 2705-2715, nov. 2007.
• TROMBLY, CA. Terapia ocupacional para disfunções físicas. Livraria Santos Editora Ltda, 2008.
• STEFANINI, E.; KASINSKI, N.; CARVALHO, A.C. Guias de Medicina ambulatorial e hospitalar da UNIFESP-EPM. Editora Manole, 2ª ed., 2009.
• VELLOSO, M.; JARDIM, J.R. Funcionalidade do paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica e técnicas de conservação de energia. J Bras Pneumol. v.32, n.6, p. 580-6, 2006.