TÉCNICAS MULTIVARIADAS NA ANÁLISE QUÍMICA DE … · ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS -...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL TÉCNICAS MULTIVARIADAS NA ANÁLISE QUÍMICA DE ESPÉCIES FLORESTAIS AMAZÔNICAS JOÃO UBALDO BORGES RODRIGUES SOUZA CUIABÁ-MT 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

TÉCNICAS MULTIVARIADAS NA ANÁLISE QUÍMICA DE ESPÉCIES FLORESTAIS AMAZÔNICAS

JOÃO UBALDO BORGES RODRIGUES SOUZA

CUIABÁ-MT 2017

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JOÃO UBALDO BORGES RODRIGUES SOUZA

TÉCNICAS MULTIVARIADAS NA ANÁLISE QUÍMICA DE ESPÉCIES FLORESTAIS AMAZÔNICAS

Orientadora: Profª. Drª. Zaira Morais dos Santos Hurtado de Mendoza

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Curso do Departamento de Engenharia Florestal, da Faculdade de Engenharia Florestal - Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal.

CUIABÁ-MT

2017

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JOÃO UBALDO BORGES RODRIGUES SOUZA

TÉCNICAS MULTIVARIADAS NA ANÁLISE QUÍMICA DEESPÉCIES FLORESTAIS AMAZÕNICAS

Monografia apresentada à disciplina Trabalhode Curso do Departamento de EngenhariaFlorestal, da Faculdade de EngenhariaFlorestalGrosso, como parte das exigências paraobtenção do título de Bacharel em EngenhariaFlorestal.

Universidade Federal de Mato

APROVADA EM: 13 de abril de 2017.

Comissão Examinadora

O7mm Yf)cuAyCXS xay-roL> Sja\> ÍSiCoJ**'

Prof. Dr. Pedro Hurtado de M. BorgesUFMT/FAMEVZ

Dr3. Maísa Pavani dos S. EliasUFMT/FENF

7JJLS-

C

Prof3. Dr5-Zafrã"Mõrais dos SantosJ4urtado de Mendoza' —-'ÿOrientadora - UFMT/FENF

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ............................................................................ V

LISTA DE FIGURAS ........................................................................... VI

RESUMO ........................................................................................... VII

1. INTRODUÇÃO ........................................................................... 1

2. OBJETIVOS .............................................................................. 3

2.1. OBJETIVO GERAL .................................................................... 3

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................... 3

3. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................... 4

3.1. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA ..................................... 4

3.1.1. COMPOSTOS FUNDAMENTAIS ......................................................... 4

3.1.2. COMPOSTOS ACIDENTAIS .............................................................. 5

3.2. POTENCIAL HIDROGENIÔNICO - PH ........................................ 7

3.3. GENERALIDADES SOBRE AS ESPÉCIES NATIVAS

ESTUDADAS ...................................................................................... 7

3.3.1. ANGELIM PEDRA (HYMENOLOBIUM SP.) ........................................... 7

3.3.2. ANGELIM-AMARGOSO (VATAIREA SP.) ............................................. 8

3.3.3. CAMBARÁ (QUALEA SP.) ................................................................ 9

3.3.4. CASTANHA-JARANA (LECYTHIS SP.) .............................................. 10

3.3.5. CEDRINHO (ERISMA UNCINATUM) ................................................. 10

3.3.6. CUPIÚBA (GOUPIA GLABRA) ......................................................... 11

3.3.7. ITAÚBA (MEZILAURUS ITAUBA)...................................................... 12

3.3.8. MUIRACATIARA (ASTRONIUM SP.) ................................................. 12

3.3.9. ROXINHO (PELTOGYNE SP.) ......................................................... 13

3.3.10. TAUARI (COURATARI SP.) ...................................................... 14

3.4. ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA ................................ 14

3.4.1. ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS – AA (“CLUSTER”) ............................ 15

3.4.2. ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS - ACP .............................. 15

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4. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................... 17

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................ 22

5.1. ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS – AA ...................................... 24

5.2. ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS – ACP ................. 28

5.3. ANÁLISES MULTIVARIADAS ENTRE A LITERATURA E OS

DADOS OBTIDOS NESTE ESTUDO ................................................. 33

6. CONCLUSÕES ........................................................................ 39

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................... 40

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LISTA DE TABELAS

1. ESPÉCIES E GÊNEROS COLETADOS. ............................................. 18

2. ANÁLISES E NORMAS UTILIZADAS NOS ENSAIOS. ....................... 18

3. VALORES MÉDIOS DA CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DAS

MADEIRAS ESTUDADAS. ...................................................................... 22

4. DADOS DA LITERATURA PARA FINS DE COMPARAÇÃO. ............. 23

5. VALORES MÉDIOS PADRONIZADOS. .............................................. 25

6. ESPÉCIES E SUAS DISTÂNCIAS EUCLIDIANA. ............................... 26

7. AUTOVALORES E A VARIAÇÃO EXPLICADA PARA CADA

COMPONENTE. ...................................................................................... 29

8. PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS VARIÁVEIS E ESPÉCIES

PARA COM OS COMPONENTES PRINCIPAIS 1 E 2. ........................... 31

9. COORDENADAS DAS VARIÁVEIS E DAS ESPÉCIES. ..................... 32

10. DADOS COMPARATIVOS DA LITERATURA E DESTE ESTUDO

PARA APLICAÇÃO DA ESTATÍSTICA MULTIVARIADA. ....................... 34

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LISTA DE FIGURAS

1. LOCALIZAÇÃO DO DEPÓSITO UNIFICADO. .................................... 17

2. ILUSTRAÇÃO DO MATERIAL COLETADO (A), E PROCESSADO (B).

................................................................................................................. 19

3. ILUSTRAÇÃO DOS ENSAIOS QUÍMICOS (C). .................................. 20

4. DENDROGRAMA DE CLUSTER PARA OS ESPÉCIES. .................... 26

5. HEATMAP COM DUPLA ENTRADA DE DENDROGRAMA PARA AS

VARIÁVEIS E ESPÉCIES. ....................................................................... 27

6. PROPORÇÃO DA VARIÂNCIA EXPLICADA PELOS COMPONENTES.

................................................................................................................. 29

7. CONTRIBUIÇÃO DAS VARIÁVEIS PARA COM OS CP1 (A), CP2 (B),

CP1 E CP2 RESPECTIVAMENTE (C). ................................................... 30

8. CONTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES PARA COM OS CP1 (D), CP2 (E),

CP1 E CP2 RESPECTIVAMENTE (F). .................................................... 30

9. ACP DAS VARIÁVEIS (A) E DAS ESPÉCIES (B). .............................. 32

10. BIPLOT DAS VARIÁVEIS E ESPÉCIES. ........................................... 33

11. DENDROGRAMA DE CLUSTER COM AS ESPÉCIES E SEUS

RESPECTIVOS AUTORES. .................................................................... 35

12. ACP DAS ESPÉCIES COM SEUS RESPECTIVOS AUTORES. ....... 36

13. BIPLOT COM AS ESPÉCIES DEFINIDAS POR GRUPOS. .............. 37

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RESUMO

SOUZA, João Ubaldo Borges Rodrigues. Técnicas multivariadas na análise química de espécies florestais amazônicas. 2017. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. Orientadora: Profa. Dra. Zaira Morais dos Santos Hurtado de Mendoza. O presente estudo teve como objetivo caracterizar tecnologicamente, algumas espécies florestais e verificar a viabilidade da aplicação de técnicas multivariadas em suas análises químicas. Para isso foi utilizado dez espécies florestais amazônicas, na forma de madeira serrada. Essas madeiras estavam dispostas no depósito unificado de madeira da SEMA/MT, no município de Cuiabá. Foram analisados os teores de umidade, de extrativos em água fria e quente, em NaOH (1%), e em etanol:toleno (1:2), os teores de lignina Klason e, de cinzas e o pH. Os maiores teores de extrativos solúveis em água fria e quente foram para a madeira de cupiúba (7,48% e 7,81%), em extrativos solúveis NaOH 1% foi para a madeira de muiracatiara (20,73%), de lignina foi para a madeira de cedrinho (36,96%), de holocelulose foi para a madeira de cambará (66,06%), e de cinzas foi para a madeira de tauari. O maior valor de pH foi para a madeira de angelim-amargoso (6,38). A análise de agrupamentos possibilitou classificar as espécies com base nas variáveis tecnológicas, auxiliando de forma simples e objetiva na identificação das principais variáveis que influenciaram a similaridade dos conglomerados. Além disso, a análise de componentes principais foi eficiente na redução da dimensão do conjunto original de variáveis tecnológicas, sendo uma adequada ferramenta para quantificar a contribuição de cada variável na caracterização tecnológica das espécies estudadas. Palavras chaves: Análises multivariadas; espécies florestais; características tecnológicas.

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1. INTRODUÇÃO

A Amazônia brasileira é uma das principais regiões produtoras

de madeira tropical no mundo, atrás apenas da Malásia e Indonésia (OIMT,

2006). A exploração e o processamento industrial de madeira estão entre

suas principais atividades econômicas – ao lado da mineração e da

agropecuária (VERÍSSIMO et al., 2006). Segundo Ribeiro et al. (2016)

somente o estado de Mato Grosso no período de 2004 a 2010

comercializaram R$ 5.411.524.257,24 em espécies florestais, sendo

majoritariamente provenientes do bioma amazônico, onde o cambará,

cupiúba, itaúba, cedrinho e angelim pedra responsáveis por 68,86% desse

valor.

O Bioma como um todo, é composto por uma série contínua de

formações vegetais que são, floristicamente bastante distintas (PIRES,

1972). Recentemente alguns autores estimaram a existência de cerca de

11.120 espécies arbóreas somente na floresta Amazônica (HUBBELL et

al., 2008).

O Laboratório de Produtos Florestais - LPF em Brasília, uma

instituição federal de pesquisa, estudou cerca de 270 espécies da região

amazônica, com foco em suas propriedades físicas, mecânicas,

anatômicas, durabilidade natural, trabalhabilidade e preservação

(LABORATÓRIO DE PRODUTOS FLORESTAIS, 2017). Entretanto, os

dados específicos sobre a composição química quantitativa das espécies

tropicais brasileiras são escassos na literatura. Segundo Santana e Okino

(2007), esses dados podem ser encontrados como porcentagens de

extrativos, cinzas, lignina, pentosanas, holocelulose e α-celulose, para

apenas algumas espécies tropicais (LAUER, 1958; PETTERSEN, 1984;

WISE et al., 1951), mas para um grande número de espécies, ainda falta a

quantificação deles.

Informações sobre análises químicas são úteis para fins técnicos

e científicos. O processo de polpação e branqueamento, a durabilidade

natural, desenvolvimento de sais de proteção de madeira e retardantes de

fogo, produção de carvão vegetal, dentre outros, são apenas alguns

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exemplos para os quais é necessário o conhecimento da composição

química (SANTANA e OKINO, 2007). Entretanto, o conhecimento da

composição química da madeira é fundamental para o entendimento do

comportamento deste material e para determinar seus usos como matéria-

prima (RODRIGUES et al., 2010).

A análise multivariada é uma análise exploratória de dados, com

os seus diferentes métodos, sendo aplicada quando o interesse é verificar

como as amostras se relacionam, segundo as variáveis utilizadas. Nessa

análise, destacam-se dois métodos: a análise de agrupamento hierárquico

e a análise de componentes principais. Portanto, o estudo da análise

química de espécies da Amazônia brasileira associado a aplicação de

técnicas multivariada aos dados químicos quantitativos, é uma ferramenta

estatística promissora, pois permitirá interpretar de maneira confiável a

composição química das espécies estudadas, somando-se à literatura

escassa informações importantes sobe essa temática.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Efetuar a análise química de espécies florestais da Amazônia

brasileira e verificar a viabilidade da aplicação de técnicas multivariadas

para a interpretação dos dados dessa análise.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Quantificar para as madeiras estudadas os valores de:

Holocelulose e lignina;

Extrativos em diferentes tipos de solventes;

Compostos minerais (cinzas);

Potencial hidrogeniônico - pH;

Aplicar a análise de agrupamentos na classificação de espécies e;

Reduzir o número de variáveis tecnológicas por meio de componentes

principais.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA

As características químicas das espécies, variam com os tecidos

da madeira, e a distribuição dos compostos químicos é heterogênea, pois

depende da estrutura anatômica da planta (BROWNING, 1963). Cada

componente está presente em quantidades específicas e possui

características bem definidas, as quais podem ser influenciadas pelas

condições que a madeira está submetida (TREVISAN et al., 2007; SOUZA

et al., 1979).

A composição química da madeira é caracterizada pela

presença de componentes fundamentais e secundários. Os componentes

fundamentais, são classificados em celulose, holocelulose e lignina, e são

partes integrantes das paredes das células vegetais (SANTOS, 2008). Os

componentes secundários, são classificados como extrativos (parte

orgânica) e cinzas (parte inorgânica), não fazendo parte da parede das

células (SJÖSTRÖM e ALÉN, 1998).

3.1.1. Compostos Fundamentais

Componentes fundamentais são compostos orgânicos que

aparecem em toda e qualquer madeira e, sem os quais, a mesma perde

sua identidade. São usualmente divididos em duas classes: holocelulose e

lignina. A holocelulose compreende a celulose, que é o principal

componente da madeira, e as polioses (hemiceluloses) que podem ser

subdivididas em hexosanas e pentosanas (BARRICHELO e BRITO, 1979).

A celulose é um homopolissacarídeo linear constituído

unicamente por moléculas de glucose unidas entre si através de ligações

glicosídicas do tipo β (1→4), que resultam da perda de uma molécula de

água, para cada uma das ligações glicosídicas formadas. O termo

hemicelulose (poliose) se refere a polissacarídeos de massas moleculares

relativamente baixas, os quais estão intimamente associados à celulose

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nos tecidos das plantas. Enquanto a celulose, como substância química,

contém como unidade fundamental exclusivamente a ß-D-glucose, as

hemiceluloses são polímeros em cuja composição podem aparecer,

condensadas em proporções variadas, com diversas unidades de açúcar

(FENGEL e WEGENER, 1989).

O conjunto da celulose e das polioses compõe o conteúdo total

de polissacarídeos contidos na madeira e é denominado holocelulose

(ZOBEL e VAN BUIJTENEN, 1989).

A lignina é uma macromolécula de estrutura complexa

constituída de um polímero formado por ligações cruzadas. A lignina é

responsável, em parte, pela resistência mecânica das madeiras e funciona

também como suporte para dispersão dos metabólitos excretados pelas

células (WARDROP, 1971). É um polímero de natureza aromática sendo o

componente mais hidrofóbico da madeira, atuando como material

cimentante ou adesivo entre as fibras, além de conferir dureza e rigidez à

parede celular (RODRIGUES et al., 2010).

3.1.2. Compostos Acidentais

Componentes acidentais são compostos orgânicos e

inorgânicos não essenciais para a estrutura das paredes celulares e lamela

média. Usualmente, podem ser removidos com um método apropriado sem

afetar a estrutura física da madeira. São agrupados em duas classes:

extrativos e compostos minerais (BARRICHELO e BRITO, 1979).

Os extrativos são compostos químicos da parede celular,

geralmente formados a partir de graxas, ácidos graxos, álcoois graxos,

fenóis, terpenos, esteróides, resinas ácidas, resinas, ceras, e alguns outros

tipos de compostos orgânicos. Estes compostos existem na forma de

monômeros, dímeros e polímeros. Em geral, as coníferas têm mais

extrativos que as folhosas. A maioria dos extrativos, tanto nas coníferas

como nas folhosas, está localizada no cerne (heartwood - sem considerar

a casca), e alguns são responsáveis pela cor, odor e durabilidade da

madeira. A diferença qualitativa dos extrativos entre as espécies é baseada

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na quimiotaxonomia, que é a taxonomia baseada nos constituintes

químicos (ROWELL et al., 2005).

Para a produção de celulose, os extrativos são compostos

indesejáveis, pois reduzem o rendimento e qualidade da polpa. No entanto,

na produção de energia alguns contribuem para aumentar o poder calorífico

da madeira (PHILIPP e D’ALMEIDA, 1988).

Quanto a influência dos extrativos na polimerização e cura do

adesivo, Maloney (1993) afirma que madeiras com elevados teores de

extrativos apresentam dificuldades de colagem resultando em baixa

resistência da ligação adesiva entre as partículas.

Devido à diversidade de compostos químicos, pertencentes ao

grupo dos extrativos, a quantificação dos mesmos, é feita com diferentes

solventes, tanto polares como apolares. Em função disso, para a obtenção

de madeira livre de extrativos, recomenda-se uma extração sucessiva para

que a madeira possa ser utilizada para as análises de componentes da

parede celular (MENDOZA, 2016).

Sabe-se que a água fria extrai substâncias como gomas,

taninos, açúcares e corantes, enquanto água quente, além de extrair as

substâncias anteriores, extrai os amidos. A mistura etanol: tolueno na

proporção 1:2 extrai cera, gorduras, resinas e óleos (OLIVEIRA et al.,

2005). Já a solução de álcali aquecida (NaOH a 1%) extrai carboidratos de

baixo peso molecular, constituídos basicamente de polioses e celulose

degradada. A solubilidade da madeira pode indicar o grau de degradação

por fungos, calor, luz, oxidação, entre outros, sendo que, na madeira

degradada, a porcentagem de materiais solúveis em álcali aumenta

(TAPPI, 1994).

Os compostos minerais (conhecidos como cinzas) fornece

informações da quantidade de substancias inorgânicas, provenientes

principalmente da seiva bruta. Eles são constituídos basicamente por

sulfatos, oxalatos, carbonatos e silicatos, tendo como contra-íons mais

comuns o cálcio, potássio, magnésio e manganês (RODRIGUES et al.,

2010). A análise desses compostos é feita em forno mufla utilizando-se

altas temperaturas (MENDOZA 2016).

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3.2. POTENCIAL HIDROGENIÔNICO - pH

O pH é um índice que indica a acidez, neutralidade ou

alcalinidade de uma solução aquosa (relacionado com a concentração de

íons H+ presente nessa solução). Uma das formas de ser determinado é

através do uso de um medidor de pH (pHmetro) que consiste em um

eletrodo acoplado a um potenciômetro. O medidor de pH é um

milivoltímetro com uma escala que converte o valor de potencial do eletrodo

em unidades de pH.

Em geral, as espécies de madeira possuem valores de pH que

variam de 3,0 a 5,5 (STAMM, 1964).

Com relação ao pH e extrativos da madeira, Moslemi (1974)

afirma que estes parâmetros podem influenciar diretamente na cura da

resina e, consequentemente, na qualidade dos painéis produzidos. Sendo,

portanto, o conhecimento do valor do pH uma consideração importante

para uma melhor compreensão dos processos de colagem de madeira.

De acordo com Maloney (1993), madeiras com pH muito ácido

podem causar a pré-cura da resina uréia-formaldeído durante a fase de

fechamento da prensa, prejudicando o grau de adesão entre as partículas

e reduzindo os valores das propriedades mecânicas dos painéis. Por outro

lado, madeiras que apresentam pH pouco ácido requerem quantidade um

pouco maior de catalisador para acelerar a cura da resina uréia-

formaldeído.

Assim, o pH da madeira pode alterar o pH do adesivo na

interface e modificar a cura da cola.

3.3. GENERALIDADES SOBRE AS ESPÉCIES NATIVAS ESTUDADAS

3.3.1. Angelim pedra (Hymenolobium sp.)

Apresenta nomes populares como angelim, angelim-amarelo,

angelim-da-mata, angelim-do-pará, angelim-macho, mirarema. No Brasil,

tem ocorrência nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso,

Pará, Rondônia. Sua madeira apresenta cerne e alburno distintos pela cor,

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sendo o cerne castanho-avermelhado claro ou escuro, com manchas

castanhas mais escuras devido à exudação de óleo-resina, já o alburno é

de cor castanho-pálido. Outras características dessa madeira é de que não

apresenta brilho, seu cheiro e gosto são imperceptíveis; sua densidade é

média, sendo dura ao corte, sua grã varia de direita a revessa, com textura

grossa de aspecto fibroso (IPT,1983).

A madeira de angelim-pedra é fácil de ser trabalhada, com

acabamento de regular a bom na plaina, torno e broca (IBAMA,1997a). Ela

é, moderadamente fácil de serrar e aplainar, fácil de pregar, parafusar,

permitindo acabamento satisfatório (INPA,1991). A secagem artificial é

muito rápida em estufa, apresentando pequena tendência a torcimento e

arqueamento (IBAMA,1997a), porém, a secagem ao ar livre é

moderadamente difícil (JANKOWSKY,1990). Madeira durável a muito

durável em relação a fungos apodrecedores; moderadamente resistente a

brocas marinhas e resistente a cupins-de-madeira-seca (IBAMA,1997a;

SUDAM/IPT,1981). O cerne é difícil de preservar e o alburno é muito fácil

de preservar, em processo sob pressão, tanto com creosoto (oleossolúvel)

como CCA (hidrossolúvel). Seu principal uso é para a construção civil e

indústria moveleira (IBAMA,1997a).

3.3.2. Angelim-amargoso (Vatairea sp.)

Apresenta nomes populares como amargoso, angelim, fava,

fava-amarela, fava-amargosa, faveira, faveira-amarela, faveira-bolacha,

faveira-de-impigem, faveira-grande-do-igapó. No Brasil, tem ocorrência nos

estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia,

Roraima. Sua madeira apresenta cerne e alburno distintos pela cor, sendo

o cerne castanho-amarelado ou castanho-avermelhado. A madeira

apresenta aspecto fibroso, cheiro imperceptível, gosto amargo, densidade

alta, grã direita a irregular e textura grosseira (IPT, 1989b).

Seu comportamento é moderadamente bom no processamento

mecânico, porém apresenta tendência a levantamento de fibras ao ser

aplainada (IBAMA, 1997a), mas as operações de torneamento, furação e

pregação são fáceis (IPT, 1989b). A secagem ao ar livre com velocidade

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moderada, resulta em pouco ou nenhum defeito, entretanto, a secagem

artificial em estufa, se for conduzida de forma rápida, tende a provocar na

madeira, moderada tendência ao encanoamento e torcimento (IBAMA,

1997a). O cerne apresenta alta resistência ao apodrecimento e à ação de

cupins de madeira seca (IPT, 1989a). Em ensaios de laboratório, em

tratamentos sob pressão, demonstrou ser moderadamente permeável às

soluções preservativas. Com uso para construção civil e indústria moveleira

(IPT, 1989a).

3.3.3. Cambará (Qualea sp.)

Apresenta nomes populares como canela-mandioca,

mandioqueira, mandioqueira-áspera, mandioqueira-escamosa,

mandioqueira-vermelha, mandioqueira-lisa, madioqueiro. No Brasil, tem

ocorrência nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso. Sua

madeira apresenta cerne e alburno pouco distintos pela cor, mas o cerne é

bege claro levemente rosado a avermelhado. O brilho da madeira é

moderado com cheiro e gosto imperceptíveis, sua densidade é média

sendo moderadamente dura ao corte. A grã é do tipo revessa com textura

média e aspecto fibroso (IPT, 1989a).

Em relação à trabalhabilidade, essa espécie é moderadamente

dura ao corte, com ferramentas manuais ou mecânicas, devido à presença

de sílica nas células do raio. Apresenta um bom acabamento, boa colagem

e é fácil de tornear, porém com tendência para apresentar superfície

felpuda. Seca bem ao ar livre, sem apresentar defeitos, mas a secagem

artificial deve ser cuidadosa. Jankowsky (1990), recomenda alguns

programas de secagem para essa espécie. A madeira apresenta baixa

resistência ao ataque de organismos xilófagos, porém, resistência

moderada ao ataque de cupins-de-madeira-seca, sendo considerada

moderadamente susceptível ao ataque de térmitas e susceptível aos

perfuradores marinhos. Quando submetida ao tratamento sob pressão é

moderadamente permeável às soluções preservantes. Com uso para

construção civil e indústria moveleira (IPT, 1989a).

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3.3.4. Castanha-jarana (Lecythis sp.)

Apresenta nomes populares como sapucaia, castanha-

sapucaia, sapucaia-vermelha. No Brasil, tem ocorrência nos estados do

Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará. Sua madeira

apresenta cerne e alburno distintos pela cor, sendo o cerne castanho-

avermelhado. O cheiro é imperceptível e o gosto é levemente adstringente.

Sua densidade é alta e sua grã é do tipo direita. A textura é média com

aspecto fibroso acentuado (IPT,1989b).

A operação de desdobro dessa madeira é considerada como

difícil já a operação de aplainamento é moderadamente fácil. O

acabamento é regular. A secagem é classificada como fácil, com a

ocorrência de defeitos leves (IPT,1989b). Em ensaios de laboratório,

demonstrou ter alta resistência ao ataque de organismos xilófagos.

Apresenta baixa permeabilidade às soluções preservativas quando

submetida à impregnação sob pressão. Com uso para construção civil e

assoalhos (IPT,1989a).

3.3.5. Cedrinho (Erisma uncinatum)

Apresenta nomes populares como bruteiro, cachimbo-de-jabuti,

cambará, cambará-rosa, cedrilho, jaboti, jaboti-da-terra-firme, quaruba-

vermelha, quarubarana, quarubatinga, verga-de-jabuti No Brasil, tem

ocorrência nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará,

Rondônia. Sua madeira apresenta cerne e alburno distintos pela cor,

predominando no cerne a cor castanho avermelhado. A madeira é sem

brilho, com cheiro e gosto imperceptíveis. Sua densidade é baixa, sua grã

varia de direita a revessa com textura variando de média a grossa

(IPT,1983; IPT,1989a).

A madeira é fácil de aplainar, serrar e lixar, mas apresenta

superfície de acabamento ruim (felpuda) (IBAMA,1997a). A secagem ao ar

é fácil e sem a ocorrência significativa de defeitos. A secagem em estufa

também é rápida, mas em condições muito drásticas podem ocorrer

empenamentos, rachaduras e endurecimento superficial

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(JANKOWSKY,1990). Apresenta baixa durabilidade ao ataque de

organismos xilófagos (fungos e insetos) (IPT,1989a). O cerne e o alburno

são moderadamente fáceis de preservar em processos sob pressão. Com

uso para construção civil, móveis, lâminas decorativas, chapas

compensadas e embalagens (IBDF,1981).

3.3.6. Cupiúba (Goupia glabra)

Apresenta nomes populares como cachaceiro, copiúba, copiúva,

cupiúba-rosa, peniqueiro, peroba-do-norte, peroba-fedida, vinagreiro. No

Brasil, tem ocorrência nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato

Grosso, Pará, Rondônia. Sua madeira apresenta cerne e alburno indistintos

pela cor, predominando em toda a madeira a cor castanho-avermelhado.

Sua superfície não tem brilho, o cheiro é perceptível e desagradável,

porém, com gosto imperceptível. Sua densidade é alta, sua grã é irregular

com textura média (IPT,1989a).

A madeira é fácil de trabalhar com ferramentas manuais ou com

máquinas. É fácil de serrar, aplainar, tornear, colar e parafusar, o uso de

pregos sem furação pode provocar rachaduras. De modo geral, recebe bom

acabamento (JANKOWSKY,1990). Aceita bem a colagem, mas não é

adequada para a fabricação de compensados, por apresentar rachaduras

profundas na tora. Boa aceitação de tinta, verniz, emassamento e

polimento (IBAMA,1997a). A secagem ao ar é lenta, sem a ocorrência de

sérios defeitos como rachaduras ou empenamentos. Na secagem em

estufa apresenta ligeira incidência de defeitos (JANKOWSKY,1990). Em

ensaios de laboratório essa madeira demonstrou ter alta resistência ao

ataque de organismos xilófagos (fungos e cupins) (IPT,1989a). Apresenta

resistência a fungos apodrecedores (podridão branca e parda) e cupins-de-

madeira-seca, entretanto não é resistente aos xilófagos marinhos

(CHUDNOFF,1979; IBAMA,1997a). Seu cerne e alburno apresentam

moderada permeabilidade às soluções preservativas tanto oleossolúvel

(creosoto) como hidrossolúvel (CCA). Tem indicação de uso para

construção civil, cabos de ferramentas, transporte, embarcações,

embalagens (IPT,1989a).

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3.3.7. Itaúba (Mezilaurus itauba)

Apresenta nomes populares como itaúba-abacate, itaúba-

amarela, itaúba-grande, itaúba-preta, itaúba-verdadeira, itaúba-vermelha,

louro-itaúba. No Brasil, tem ocorrência nos estados do Acre, Amapá,

Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia. Sua madeira apresenta cerne

amarelo-esverdeado, quando recém serrado, tornando-se castanho-

esverdeado-escuro. Seu cheiro é agradável, levemente adocicado, e o

gosto é imperceptível. Sua densidade é alta, sua grã é ondulada ou revessa

e a textura é média, com superfície irregularmente lustrosa (IPT,1983).

A madeira é moderadamente difícil de ser trabalhada, tanto com

ferramentas manuais como com máquinas, devido à presença de sílica,

porém permite bom acabamento (JANKOWSKY,1990). A secagem ao ar é

lenta e difícil, mas sem causar alta incidência de defeitos. A secagem

artificial é reportada como lenta, com ocorrência acentuada de rachaduras

e moderada de empenamentos. Tem alta resistência ao ataque de

organismos xilófagos (fungos apodrecedores, cupins e xilófagos marinhos)

(BERNI et al.,1979; INPA,1991; IPT,1989a). Em experimento realizado em

ambiente marinho foi moderadamente atacada por organismos xilófagos

(LOPEZ,1982) e apresenta baixa permeabilidade às soluções

preservantes. Com indicação de uso para construção civil, móveis e

assoalhos (IPT,1989a).

3.3.8. Muiracatiara (Astronium sp.)

Apresenta nomes populares como aderno-preto, aroeira,

aroeirão, baracatiara, gonçaleiro, gonçalo-alves, maracatiara, maracatiara-

branca, maracatiara-vermelha, muiracatiara-rajada, muiraquatiara,

sanguessugueira. No Brasil, tem ocorrência nos estados do Acre, Amapá,

Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia. Sua madeira

apresenta cerne e o alburno são distintos pela cor. O cerne é variável do

bege-rosado ao castanho-escuro-avermelhado, com estrias mais escuras.

A madeira apresenta brilho moderado, cheiro e gosto imperceptíveis,

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densidade alta, com dureza ao corte, grã irregular e textura média

(IPT,1983; IPT,1989a).

A madeira é fácil de ser trabalhada e permite excelente

acabamento, recebendo bem pintura e verniz. Na secagem ao ar livre

apresenta problemas de empenamentos e rachaduras. Se a secagem

artificial for muito drástica, poderão ocorrer rachaduras profundas e

endurecimento superficial (JANKOWSKY,1990). Muito durável, não sendo

atacada por insetos ou cupins de madeira seca (IBAMA,1997a). Em

ensaios de campo, demonstrou durabilidade natural inferior a sete anos

(IPT,1989a). Em ambiente marinho, foi intensamente atacada por

organismos perfuradores (LOPEZ,1982). O cerne não é tratável com CCA,

mesmo em processo sob pressão (IBAMA,1997a), sendo impermeável ou

de muito baixa permeabilidade às soluções preservantes. Seu uso é

indicado para construção civil, móveis e assoalhos (IPT,1989a).

3.3.9. Roxinho (Peltogyne sp.)

Apresenta nomes populares como amarante, coataquiçaua,

pau-roxo-da-terra-firme, pau-roxo-da-várzea, roxinho, roxinho-pororoca,

violeta. No Brasil, tem ocorrência nos estados do Acre, Amapá, Amazonas,

Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará,

Rondônia. Sua madeira apresenta cerne e alburno distintos pela cor, sendo

o cerne roxo, mas podendo escurecer com o tempo e o alburno bege claro.

A madeira apresenta brilho de moderado a acentuado, com cheiro e gosto

imperceptíveis. A densidade é alta, sendo dura ao corte. A grã apresenta-

se de direita a irregular e a textura é de fina a média.

A madeira é moderadamente difícil de ser trabalhada

manualmente ou com máquinas, devido à dureza e à exsudação de resina

quando aquecida pelas ferramentas. É fácil de colar e apresenta bom

acabamento (JANKOWSKY, 1990). É regular na plaina e excelente na lixa,

torno e broca; apresenta um polimento lustroso. Recomenda-se a

perfuração prévia à colocação de pregos (IBAMA, 1997a). A secagem ao

ar livre é de fácil à moderada, com pequena incidência de rachaduras e

empenamentos. A secagem em estufa é rápida e com poucos defeitos

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(JANKOWSKY, 1990). É Considerada de alta resistência ao ataque de

organismos xilófagos, porém, apresenta baixa resistência a organismos

xilófagos marinhos (BERNI et al., 1979; IBAMA, 1997a; IPT, 1989a; JESUS

et al., 1998). Demonstrou baixa permeabilidade a soluções preservantes

(IPT, 1989a; BERNI et al., 1979) e o cerne mostrou-se impermeável ao

tratamento com creosoto e CCA, mesmo em processo sob pressão. Com

uso prioritário para construção civil, móveis e assoalhos (IBAMA, 1997a).

3.3.10. Tauari (Couratari sp.)

Apresenta nomes populares como estopeiro, imbirema, tauari-

amarelo, tauari-morrão. No Brasil, tem ocorrência nos estados do Acre,

Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia. Sua madeira

apresenta cerne e alburno indistintos pela cor, predominado o branco-

amarelado a bege-amarelado-claro. O brilho da madeira é moderado. O

cheiro varia de pouco perceptível a perceptível, neste caso, desagradável

e com gosto levemente amargo. Possui densidade média sendo macia ao

corte. Sua grã é direita e a textura é média (IPT,1983; IPT,1989a).

A Madeira é moderadamente macia ao corte, apresentando um

bom acabamento, apesar de às vezes a superfície ficar com aparência

felpuda. A velocidade da secagem ao ar livre é moderada, com leve

tendência ao empenamento e rachaduras superficiais. A secagem em

estufa é rápida, sem defeitos significativos (JANKOWSKY,1990).

Apresenta baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos, que são

fungos e cupins (IPT,1989a). Em ensaio de campo, com Madeira em

contato com o solo, esta foi considerada como não durável, com vida

inferior a dois anos (JESUS et al.,1998). É muito fácil de ser tratada tanto

com creosoto (oleossolúvel) como com CCA (hidrossolúvel), aplicados sob

pressão. Com uso na construção civil, mobiliário, lâminas, chapas

compensadas e embalagens (IBAMA,1997a).

3.4. ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA

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A Estatística Multivariada, segundo Mingoti (2005), consiste em

um conjunto de métodos aplicados em situações onde várias variáveis são

medidas simultaneamente em cada elemento amostral. Há diversas

técnicas para a análise multivariada, sendo escolhidos de acordo com os

objetivos da pesquisa.

3.4.1. Análise de Agrupamentos – AA (“Cluster”)

De acordo com Mingoti (2005), a Análise de Agrupamentos

também é conhecida como Análise de Conglomerados ou Análise de

Classificação ou Cluster Analysis. Seu objetivo é agrupar os elementos da

amostra ou população em grupos. Os elementos de um mesmo grupo são

homogêneos entre si, no que se refere às variáveis (características) que

neles foram medidas. Por outro lado, estes grupos já formados são

heterogêneos entre eles em relação a estas mesmas características.

Devem-se buscar grupos mais homogêneos possíveis e que as diferenças

entre eles sejam as maiores possíveis (HÄRDLE e SIMAR, 2007).

Conforme Everitt (1974) citado por Bussab, (1990), a AA

pretende resolver o seguinte problema: “dada uma amostra de n objetos

(ou indivíduos), cada um deles medindo segundo p variáveis, procurar um

esquema de classificação que agrupe os objetos em g grupos”.

3.4.2. Análise de Componentes Principais - ACP

A análise de componentes principais tem por objetivo descrever

os dados contidos num quadro de indivíduos-variáveis numéricas: p

variáveis serão mediadas com n indivíduos. Esta é considerada um método

fatorial, pois a redução do número de variáveis não se faz por uma simples

seleção de algumas variáveis, mas pela construção de novas variáveis

sintéticas, obtidas pela combinação linear das variáveis inicias, por meio

dos fatores (BOUROCHE, 1982 citado por VINICI, 2005).

A ACP é uma técnica matemática da análise multivariada, que

possibilita investigações com um grande número de dados disponíveis.

Possibilita, também, a identificação das medidas responsáveis pelas

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maiores variações entre os resultados, sem perdas significativas de

informações. Além disso, transforma um conjunto original de variáveis em

outro conjunto, conhecidos como: os componentes principais (CP) de

dimensões equivalentes. Essa transformação, em outro conjunto de

variáveis, ocorre com a menor perda de informação possível, sendo que

essa também busca eliminar algumas variáveis originais que possua pouca

informação. Essa redução de variáveis só será possível se as p variáveis

iniciais não forem independentes e possuírem coeficientes de correlação

não-nulos (VICINI, 2005).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

A coleta do material foi realizada no depósito unificado de

madeira da SEMA/MT, na cidade de Cuiabá – MT, CEP 78098-500,

coordenadas geográficas 15°39'40.1"S 55°58'26.9"W (Figura 1).

FIGURA 1 – LOCALIZAÇÃO DO DEPÓSITO UNIFICADO. Fonte: Google maps, 2017.

Aleatoriamente foram escolhidos dez indivíduos florestais, que

estavam dispostos em pilhas dentro do depósito unificado, e que já haviam

sido previamente identificados pelos peritos, ao nível de gênero e/ou

espécie. Ao final, foram amostrados sete indivíduos ao nível de gênero e

três ao nível de espécie (Tabela 1). As espécies escolhidas foram

apreendidas no ano de 2014, 2015 e 2016, tendo cada indivíduo um termo

circunstanciado de ocorrência (TCO) único, referente a apreensões de lote

de madeiras, em momentos distintos por parte da autoridade policial.

Após a escolha das espécies, procedeu-se a retirada das

amostras nos lotes de madeiras, amostrando-se uma tábua por espécie,

totalizando 10 tábuas. O local de retirada das tábuas foi no interior da pilha,

excluindo-se a primeira e a última tábua, por causa dos possíveis

intemperismos, e também as tábuas com defeitos. Em seguida, cada tábua

foi seccionada em cinco peças de 30 cm, que foram posteriormente,

redimensionadas para as dimensões de 8cmx2cmx25cm (largura,

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espessura e comprimento respectivamente), totalizando ao final, 50

amostras para os ensaios de composição química e avaliação do pH.

TABELA 1 - ESPÉCIES E GÊNEROS COLETADOS.

Indivíduo TCO Nome Vulgar Ordem Família Gênero Espécie

1 071/2016 Angelim pedra Fabales Fabaceae Hymenolobium

sp. ---

2 039/2016 Angelim-amargoso

Fabales Fabaceae Vatairea sp. ---

3 085/2016 Cambará Myrtales Vochysiaceae Qualea sp. ---

4 226/2014 Castanha-

jarana Ericales Lecythidaceae Lecythis sp. ---

5 103/2016 Cedrinho Myrtales Vochysiaceae Erisma sp. Erisma

uncinatum

6 042/2016 Cupiúba Malpighiales Goupiaceae Goupia sp. Goupia glabra

7 002/2015 Itaúba Laurales Lauraceae Mezilaurus sp. Mezilaurus

itauba 8 080/2015/S.A.L. Muiracatiara Sapindales Anacardiaceae Astronium sp. ---

9 086/2016 Roxinho Fabales Fabaceae Peltogyne sp. --- 10 040/2016 Tauari Ericales Lecythidaceae Couratari sp. ---

Todos os ensaios foram realizados no laboratório de Tecnologia

Química de Produtos Florestais, pertencente à Faculdade de Engenharia

Florestal (FENF), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) -

Campus Cuiabá. As análises químicas para quantificação da lignina,

componentes secundários (extrativos) e constituintes inorgânicos (minerais

- cinzas) das madeiras foram realizadas conforme as normas da

Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel - ABTCP (1974), e a

determinação do pH, foi conforme norma da Technical Association of the

Pulp and Paper Industry – TAPPI (2012), (Tabela 2).

TABELA 2 - ANÁLISES E NORMAS UTILIZADAS NOS ENSAIOS.

Número Análise Norma

1 Amostragem e Processamento do Material ABTCP M1/71

2 Determinação do Teor de Umidade ABTCP M2/71

3 Determinação do Teor de Extrativos em Água Fria ABTCP M4/68

4 Determinação do Teor de Extrativos em Água Quente ABTCP M4/68

5 Determinação do Teor de Extrativos em NaOH (1%) ABTCP M5/68

6 Determinação do Teor de Extrativos em Etanol/Tolueno ABTCP M3/69

7 Determinação do Teor de Lignina Klason ABTCP M10/71

8 Determinação do Teor de Minerais (cinzas) ABTCP M11/77

9 Determinação do Teor de Holocelulose (Equação 1)

10 Determinação do pH TAPPI 252 om-12,

2012

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A porcentagem de polissacarídeos da parede (holocelulose) foi

determinada por diferença, conforme a Equação 1.

Holocelulose (%) = 100 – [LIG. (%) – EXT. (%) – MIN. (%)] (Equação 1)

O material coletado e processado, ilustram-se nas Figuras 2 e 3.

FIGURA 2 - ILUSTRAÇÃO DO MATERIAL COLETADO (A), E PROCESSADO (B). Fonte: Autor (2017).

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FIGURA 3 - ILUSTRAÇÃO DOS ENSAIOS QUÍMICOS (C). Fonte: Autor (2017).

Com o propósito de simplificar o grande número de variáveis

utilizadas nas análises, optou-se pela aplicação de duas técnicas

multivariadas, a saber: análise de agrupamentos e de componentes

principais. Também, os dados foram submetidos ao processamento gráfico

e analítico, utilizando-se a planilha eletrônica EXCEL da Microsoft, versão

2016 e o programa estatístico de código livre RStudio, versão 1.0.44.

Conforme VICINI (2005) e MINGOTI (2005), a escala de valores

e unidades podem influenciar os resultados na análise por meio de técnicas

multivariadas, sendo necessária a padronização dos dados. Logo, neste

trabalho optou-se por padronizar os dados, utilizando-se média zero e

variância um, segundo a Equação 2:

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z = X − X̅

S

Em que,

z: Dado padronizado; X: dado original; X̅: Média dos dados; S: Desvio

padrão.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 3 são apresentados os valores percentuais médios

da composição química elementar, o teor de umidade e o valor de pH para

as madeiras estudadas.

TABELA 3 - VALORES MÉDIOS DA CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA

DAS MADEIRAS ESTUDADAS.

Nome Vulgar

Nome Científico

%TU %AF %AQ %NAOH %E/T %LIG %HOL %TC pH

Angelim pedra

Hymenolobium sp.

6,35 5,07 6,53 11,81 7,78 30,58 61,51 0,13 4,66

Angelim-amargoso

Vatairea sp. 6,50 5,41 6,62 16,91 11,64 30,05 57,96 0,35 6,39

Cambará Qualea sp. 6,21 3,44 3,82 10,80 3,94 28,04 67,06 0,96 4,87 Castanha-

jarana Lecythis sp. 7,65 5,83 5,92 15,02 7,27 35,48 56,93 0,33 4,48

Cedrinho Erisma

uncinatum 7,93 1,72 2,58 8,41 3,57 36,97 58,79 0,68 3,54

Cupiúba Goupia glabra 8,09 7,48 7,82 14,23 8,13 33,51 57,76 0,60 3,73

Itaúba Mezilaurus

itauba 7,87 5,18 5,43 9,95 10,52 34,37 54,70 0,41 3,80

Muiracatiara Astronium sp. 7,06 3,06 6,91 20,73 9,38 29,98 60,26 0,38 4,84

Roxinho Peltogyne sp. 6,01 3,29 4,57 17,53 9,08 28,90 61,65 0,37 4,03

Tauari Couratari sp. 6,18 2,64 2,67 5,54 3,14 29,35 66,21 1,31 5,18

%TU: Teor de umidade; %AF: Teor de extrativos em água fria; %AQ: Teor de extrativo em água quente; %NAOH: Teor de extrativo em NaOH (1%); %E/T: Teor de extrativo em Etanol:Tolueno (1:2); %LIG: Teor de lignina; %HOL: Teor de Holocelulose; %TC: Teor de Cinzas; pH: pH.

Conforme observado na Tabela 3, os maiores teores de

extrativos solúveis em água fria e água quente foram para a madeira de

cupiúba (7,48% e 7,81%), de extrativos solúveis em NaOH 1% para a

madeira de muiracatiara (20,73%), de extrativos solúveis em etanol/tolueno

para a madeira de angelim-amargoso (11,63%), e o maior teor de lignina

foi para a madeira de cedrinho (36,96%). Os maiores teores de

holocelulose encontrado foi para a madeira de cambará (66,06%), de

cinzas foi para a madeira de tauari. Já o maior valor de pH foi observado

para a madeira de angelim-amargoso (6,38 – próximo de neutro) e o menor

valor de pH para a madeira de cedrinho (3,54 – ácido).

Para fins de comparação de resultados organizou-se a Tabela 4

abaixo. Visando uma comparação mais acurada, utilizou-se também a

Equação 1, descrita anteriormente, para quantificar a holocelulose do

trabalho de Santana e Okino (2007), pois esses autores, quantificaram a

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celulose e poliose separadamente, o que resultou em um somatório acima

de 100%.

TABELA 4 - DADOS DA LITERATURA PARA FINS DE COMPARAÇÃO.

Autor Nome científico (AUTOR, 2017) Nome vulgar %E %LIG %HOL %TC %TU pH

(ALMEIDA et al., 2015)

Hymenolobium petraeum

Hymenolobium sp.

Angelim pedra 3,01 23,84 73,15 --- --- ---

(CASTRO, 2012)

Hymenolobium petraeum

Ducke

Hymenolobium sp.

Angelim pedra 11,52 31,77 56,15 0,56 --- ---

(SANTANA e OKINO,

2007)

Hymenolobium petraeun Ducke

Hymenolobium sp.

Angelim pedra 4,40 30,30 64,90 0,40 --- ---

(SANTANA e OKINO,

2007)

Vatairea paraensis

Ducke Vatairea sp.

Angelim-amargoso

17,30 28,30 53,80 0,60 --- ---

(ROMANINI et al., 2014)

Qualea albiflora Qualea sp. Cambará 3,41 31,32 64,67 0,60 --- ---

(ALMEIDA et al., 2015)

Erisma uncinatum

Erisma uncinatum

Cedrinho 3,47 22,01 74,52 --- --- ---

(SANTANA e OKINO,

2007)

Erisma uncinatum

Warm.

Erisma uncinatum

Cedrinho 1,70 32,80 64,70 0,80 --- ---

(ROMANINI et al., 2014)

Mezilaurus itauba

Mezilaurus itauba

Itaúba 8,21 31,90 59,40 0,49 --- ---

(SANTANA e OKINO,

2007)

Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez

Mezilaurus itauba

Itaúba 10,00 32,70 57,00 0,30 --- ---

(ALMEIDA, 2013)

Astronium lecointei

Astronium sp. Muiracatiara 12,02 --- --- --- 12,04 4,53

(SANTANA e OKINO,

2007)

Astronium gracile Engl.

Astronium sp. Muiracatiara 8,80 29,20 61,40 0,60 --- ---

(ALMEIDA et al., 2015)

Peltogyne lecointe

Peltogyne sp. Roxinho 2,69 23,98 73,33 --- --- ---

(ALMEIDA, 2013)

Couratari spp. Couratari sp. Tauari 11,90 --- --- --- 10,35 4,74

(SANTANA e OKINO,

2007) Couratari sp. Couratari sp. Tauari 1,40 33,30 63,70 1,60 --- ---

(SANTANA e OKINO,

2007)

Couratari

stellata A.C.Sm. Couratari sp. Tauari 1,00 33,30 63,90 1,80 --- ---

%E: Teor de extrativo em Etanol:Tolueno (1:2); %LIG: Teor de lignina; %HOL: Teor de Holocelulose; %TC: Teor de Cinzas; %TU: Teor de umidade; pH: pH.

Confrontando-se os resultados dessa pesquisa (Tabela 3) com

os dados da literatura (Tabela 4), verifica-se que para a madeira de angelim

pedra, quando comparado aos trabalhos de Almeida et al. (2015), os

valores de extrativos (E/T) e lignina foram superiores e o de holocelulose

inferior. Comparando-se com os dados de Castro (2012), os valores de

extrativos (E/T) e lignina foram inferiores, holocelulose superior e cinzas

inferior. Comparado a Santana e Okino (2007), os valores de extrativos

(E/T) foram superiores, lignina semelhante, holocelulose e cinzas

inferiores.

Para a madeira de angelim amargoso, quando comparado com

os estudos de Santana e Okino (2007), os valores de extrativos (E/T) foram

inferiores, lignina superior, holocelulose superior e cinzas inferior.

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24

Para a madeira de cambará, quando comparado a Romanini et

al. (2014), os valores de extrativos (E/T) foram semelhantes, lignina inferior,

holocelulose e cinzas superiores.

Para a madeira de cedrinho, quando comparado a Almeida et al.

(2015) os valores de extrativos (E/T) foram semelhantes, lignina superior e

holocelulose inferior. Comparado a Santana e Okino (2007), os valores de

extrativos (E/T) foram superiores, lignina superior, holocelulose e cinzas

inferiores.

Para a madeira de itaúba, quando comparado a Romanini et al.

(2014), os valores de extrativos (E/T) e lignina foram superiores,

holocelulose inferior e cinzas semelhantes. Comparado a Santana e Okino

(2007), os valores de extrativos (E/T) foram semelhantes, lignina superior,

holocelulose inferior e cinzas superior.

Para a madeira de muiracatiara, quando comparado a Almeida

(2013), o valor de umidade foi inferior, extrativos (E/T) inferiores e pH

semelhantes. Comparado a Santana e Okino (2007), os valores de

extrativos (E/T), lignina e holocelulose foram semelhantes, sendo os de

cinzas inferior.

Para a madeira de roxinho, quando comparado a Almeida et al.

(2015), os valores de extrativos (E/T) e lignina foram superiores, sendo o

de holocelulose inferior.

Para a madeira de tauari, quando comparado a Almeida (2013),

os valores de umidade e extrativos (E/T) foram inferiores, sendo o de pH

superior. Comparado ambos tauari de Santana e Okino (2007), os valores

de extrativos (E/T) foram superiores, lignina inferiores, holocelulose

superiores e cinzas semelhantes.

5.1. ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS – AA

Os valores médios padronizados (Equação 2), utilizados para a

realização da AA, encontra-se na Tabela 5.

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TABELA 5 – VALORES MÉDIOS PADRONIZADOS.

Nome Vulgar %TU %AF %AQ %NAOH %E/T %LIG %HOL %TC pH

Angelim pedra -0,764 0,433 0,686 -0,277 0,114 -0,371 0,310 -1,191 0,130

Angelim-amargoso -0,583 0,625 0,736 0,823 1,407 -0,540 -0,586 -0,578 2,161

Cambará -0,935 -0,497 -0,807 -0,494 -1,177 -1,190 1,714 1,168 0,371

Castanha-jarana 0,802 0,864 0,349 0,415 -0,060 1,215 -0,848 -0,643 -0,088

Cedrinho 1,143 -1,475 -1,491 -1,011 -1,300 1,695 -0,379 0,367 -1,188

Cupiúba 1,335 1,803 1,394 0,245 0,229 0,578 -0,637 0,136 -0,97

Itaúba 1,064 0,496 0,078 -0,678 1,033 0,856 -1,411 -0,409 -0,882

Muiracatiara 0,089 -0,714 0,896 1,648 0,651 -0,562 -0,007 -0,495 0,336

Roxinho -1,176 -0,582 -0,397 0,957 0,548 -0,912 0,345 -0,509 -0,611

Tauari -0,975 -0,952 -1,444 -1,629 -1,445 -0,769 1,498 2,155 0,742

%TU: Teor de umidade; %AF: Teor de extrativos em água fria; %AQ: Teor de extrativo em água quente; %NAOH: Teor de extrativo em NaOH (1%); %E/T: Teor de extrativo em Etanol:Tolueno (1:2); %LIG: Teor de lignina; %HOL: Teor de Holocelulose; %TC: Teor de Cinzas; pH: pH.

De acordo com Valentin (2000), é possível avaliar o grau de

deformação provocado pela construção do dendrograma, calculando-se o

coeficiente de correlação cofenético (CCC). Na construção do

dendrograma desse estudo, optou-se pela utilização da distância

euclidiana e ligação completa, que neste caso, apresentou um coeficiente

de correlação cofenético (CCC) de 0,8397, indicando uma baixa distorção

no dendrograma (Figura 4).

Conforme Souza (1989), é usual definir o número de

agrupamentos pelo traçado de uma linha (linha fenon), paralela ao eixo

horizontal, interceptando qualquer número de ramos. O número de ramos

interceptados é o número de agrupamentos formados. Consequentemente,

este número varia, segundo o nível de homogeneidade selecionado.

Quanto maior a homogeneidade dos agrupamentos, menor a

heterogeneidade entre eles.

Com base nas caraterísticas tecnológicas analisadas, traçou-se

a linha fenon, paralela ao eixo horizontal, com o intuito de classificação dos

grupos por espécies (Figura 4 e a Tabela 6), com suas distâncias

euclidianas em ordem crescente.

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26

FIGURA 4 - DENDROGRAMA DE CLUSTER PARA OS ESPÉCIES.

TABELA 6 – ESPÉCIES E SUAS DISTÂNCIAS EUCLIDIANA.

Angelim

pedra Angelim

amargoso Cambará Castanha

jarana Cedrinho Cupiúba Itaúba Muiracatiara Roxinho

Angelim Amargoso 2,88

Cambará 3,62 4,91

Castanha jarana 2,73 3,56 4,91

Cedrinho 4,84 6,34 4,67 3,90

Cupiúba 3,44 4,33 5,42 2,05 4,94

Itaúba 3,29 4,18 5,36 1,95 3,79 2,45

Muiracatiara 2,60 2,68 4,25 3,06 5,15 3,75 3,76

Roxinho 2,32 3,54 3,32 3,67 4,80 4,42 3,95 2,22

Tauari 4,89 5,95 1,82 5,81 4,66 6,38 5,99 5,59 4,71

O tauari e o cambará apresentaram a menor distância euclidiana

(1,82), formando o Grupo 4. A segunda menor distância foi entre a itaúba e

a castanha-jarana (Grupo 1) com valor de 1,95. Já a terceira menor

distância foi entre a cupiúba e a castanha jarana com 2,05 de distância

(Grupo 1). O cedrinho não apresentou uma similaridade forte com os outros

indivíduos, ficando isolado no Grupo 3.

O heatmap (Figura 5), é um mapa de cor que quando aliado ao

dendrograma, são muito eficientes visualmente, pois de modo mais

intuitivo, demonstram a similaridade entre as variáveis e indivíduos

estudados, pois ao transformar números em degradê de cores, eles

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27

simplificam a interpretação e entendimento dos dados, evidenciando suas

similaridades e dissimilaridades.

Na Figura 5 apresenta-se o heatmap associado ao

dendrograma, para as espécies e os ensaios efetuados

FIGURA 5 - HEATMAP COM DUPLA ENTRADA DE DENDROGRAMA PARA AS VARIÁVEIS E ESPÉCIES.

Na Figura 5, observa-se que o cambará e o tauari apresentaram

uma nítida similaridade entre suas variáveis, onde os extrativos em NaOH

(1%), em etanol:tolueno 1:2 (E/T), em água quente (AQ), em água fria (AF)

e o teor de umidade (TU), apresentaram baixos valores. Já a holocelulose

(HOL), o teor de cinzas (TC) e o pH apresentaram valores mais altos.

Porém o cedrinho, que está mais próximo as espécies descritas acima,

apresenta altos teores de lignina e de umidade e um baixo de pH, porém

continua mais próximo ao cambará e o tauri, enquanto que para as demais

espécies essa dissimilaridade foi suficiente para classifica-lo como outro

grupo (Grupo 3). Já a cupiúba, a castanha-jarana e a itaúba, se

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assemelham pelos teores de E/T, AQ, AF, LIG e TU, que estão com altos

valores, sendo que a HOL, TC e pH apresentam baixos valores. Uma vez

que a cupiúba apresentou valores muito altos em AQ e AF, ficou mais

distante, sendo a castanha-jarana e a itaúba mais próximas. Por fim, o

angelim-amargoso apresentou um pH discrepante (maior) em relação às

espécies mais próximas de seu grupo (Grupo 2), porém não sendo

suficiente para separá-lo desse grupo, pois as outras variáveis

compensaram essa dissimilaridade.

5.2. ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS – ACP

Segundo Vicini (2005) existem dois métodos para determinar o

número de componentes a serem utilizados na análise. O primeiro consiste

em selecionar aquelas componentes cujos valores próprios sejam

superiores a 1, ou que possuem uma variância igual ou superior a 70%.

Esse critério de seleção é sugerido por Kaiser (1960), citado por Mardia

(1979). O segundo método, denominado de método gráfico, representa,

graficamente, a porcentagem de variação explicada pela componente nas

ordenadas, e os autovalores (variância) em ordem decrescente nas

abscissas. Quando essa percentagem diminui, e a curva passa a ser

praticamente paralela ao eixo das abscissas, exclui-se os componentes

que restam, pois possuem pouca informação. Esse critério, que considera

os componentes anteriores ao ponto de inflexão da curva, foi sugerido por

Cattel (1966) e exemplificado por Pla (1986).

No presente estudo 77,702% da variação total dos dados foi

explicada pelos dois primeiros componentes (Tabela 7), com o terceiro

componente em diante com variância menor que 1, sendo suficiente para

ambos critérios de seleção de Kaiser (primeiro método). Logo, o conjunto

original de nove variáveis e dez espécies pode ser reduzido a uma nova

dimensão de dois componentes principais e dez espécies, sendo a perda

de informação de apenas 22,30%.

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TABELA 7 - AUTOVALORES E A VARIAÇÃO EXPLICADA PARA CADA COMPONENTE.

Componentes Variância Desvio padrão % Individual % Acumulado

1 4,269 2,066 47,429 47,429

2 2,725 1,651 30,274 77,702

3 0,81 0,9 8,998 86,7

4 0,532 0,73 5,914 92,614

5 0,347 0,589 3,857 96,471

6 0,225 0,475 2,503 98,973

7 0,084 0,289 0,928 99,902

8 0,009 0,094 0,098 100

9 0 0 0 100

No gráfico da variância (segundo método), do terceiro

componente em diante, ocorreu um decréscimo paulatino dos 22,298% de

explicação restantes até o nono componente (Figura 6). Confirmando o que

já tinha sido evidenciado pelo primeiro método, ou seja, é possível a

redução de dimensionalidade para apenas os dois primeiros componentes.

FIGURA 6 - PROPORÇÃO DA VARIÂNCIA EXPLICADA PELOS COMPONENTES.

A Figura 7 representa o quanto cada variável contribuiu para o

primeiro (A), segundo (B) e o primeiro mais o segundo (C) componente

principal, onde a linha tracejada vermelha, indica a contribuição média

esperada (para um dado componente, uma variável com uma contribuição

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maior do que esta linha de corte, indica a importância dela na contribuição

para este componente). A holocelulose, os extrativos em água quente, o

teor de cinzas, os extrativos em etanol/tolueno (1:2) e os extrativos em água

fria foram os maiores contribuintes para o CP1. A lignina, o teor de umidade,

o pH e os extrativos em NaOH (1%) foram os maiores contribuintes para o

CP2. Já a liginina, o teor de umidade, a holocelulose, os extrativos em

etanol/tolueno (1:2) e os extrativos em água quente para ambos os

componentes principais.

FIGURA 7 - CONTRIBUIÇÃO DAS VARIÁVEIS PARA COM OS CP1 (A), CP2 (B), CP1 E CP2 RESPECTIVAMENTE (C).

FIGURA 8 - CONTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES PARA COM OS CP1 (D), CP2 (E), CP1 E CP2 RESPECTIVAMENTE (F).

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A Figura 8 representa o quanto cada espécie contribuiu para o

primeiro (D), segundo (E) e o primeiro mais o segundo (F) componente

principal, onde a linha tracejada vermelha indica a contribuição média

esperada (para um dado componente, um indivíduo com uma contribuição

maior do que esta linha de corte, indica a importância dela na contribuição

para este componente). O tauari, o cambará e a cupiúba foram os maiores

contribuintes para o CP1. O cedrinho e o angelim-amargoso foram os

maiores contribuintes para o CP2. Já o tauari, o cedrinho, o cambará e o

angelim-amargoso foram os maiores contribuintes para ambos os

componentes principais.

A Tabela 8 contém a porcentagem da contribuição das variáveis

e dos indivíduos para os componentes 1 e 2.

TABELA 8 - PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS VARIÁVEIS E

ESPÉCIES PARA COM OS COMPONENTES PRINCIPAIS 1 E 2.

Contribuição (%) CP 1 CP 2 Contribuição (%) CP 1 CP 2

TU 7,297 21,733 Angelim pedra 0,533 3,512 AF 12,528 0,211 Angelim-amargoso 4,974 22,089 AQ 16,826 4,806 Cambará 20,974 2,545

NaOH 8,855 11,612 Castanha-jarana 6,985 3,423 E/T 15,722 6,844 Cedrinho 3,716 41,020 LIG 4,207 27,207 Cupiúba 11,895 4,048 HOL 17,935 4,911 Itaúba 7,553 9,581 TC 16,112 1,465 Muiracatiara 2,347 7,546 pH 0,517 21,212 Roxinho 0,189 6,232 Tauari 40,835 0,003

%TU: Teor de umidade; %AF: Teor de extrativos em água fria; %AQ: Teor de extrativo em água quente; %NAOH: Teor de extrativo em NaOH (1%); %E/T: Teor de extrativo em Etanol:Tolueno (1:2); %LIG: Teor de lignina; %HOL: Teor de Holocelulose; %TC: Teor de Cinzas; pH: pH; CP: Componente Principal.

A ACP nos permite agrupar indivíduos similares por meio de

dispersões gráficas no espaço bi ou tridimensional, de fácil interpretação

geométrica (VICINI, 2005). Para isso, necessita-se das coordenadas para

as variáveis e os indivíduos, chamados de “fator loadings” para as variáveis

e “fator scores” para os indivíduos (Tabela 9).

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TABELA 9 - COORDENADAS DAS VARIÁVEIS E DAS ESPÉCIES.

Factor Loadings

CP 1 CP 2 Factor Scores CP 1 CP 2

TU 0,558 -0,770 Angelim pedra 0,477 0,978 AF 0,731 0,076 Angelim-amargoso 1,457 2,453 AQ 0,847 0,362 Cambará -2,992 0,833

NaOH 0,615 0,562 Castanha-jarana 1,727 -0,966 E/T 0,819 0,432 Cedrinho -1,259 -3,343 LIG 0,424 -0,861 Cupiúba 2,253 -1,05 HOL -0,875 0,366 Itaúba 1,796 -1,616 TC -0,829 -0,200 Muiracatiara 1,001 1,434 pH -0,149 0,760 Roxinho -0,284 1,303 Tauari -4,175 -0,026

%TU: Teor de umidade; %AF: Teor de extrativos em água fria; %AQ: Teor de extrativo em água quente; %NAOH: Teor de extrativo em NaOH (1%); %E/T: Teor de extrativo em Etanol:Tolueno (1:2); %LIG: Teor de lignina; %HOL: Teor de Holocelulose; %TC: Teor de Cinzas; pH: pH; CP: Componente Principal.

FIGURA 9 - ACP DAS VARIÁVEIS (A) E DAS ESPÉCIES (B).

Observa-se na Figura 9 (A) que as variáveis holocelulose,

lignina, teor de umidade, água quente e etanol:toluno (1:2) estão bem

próximas ao círculo unitário, indicando uma maior representatividade em

relação às outras, que estão mais afastadas. Nota-se, também, na Figura

9 (B) que os agrupamentos dos indivíduos (espécies) são semelhantes aos

formados na análise de cluster, com as elipses representando os mesmos

agrupamentos formados pela AA, resultando e confirmando uma

perceptível separação entre grupos.

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Na Figura 10, com a união das variáveis e dos indivíduos,

identificamos quais foram as variáveis mais representativas para cada

indivíduo. O angelim pedra, a muiracatiara e o angelim-amargoso,

destacaram-se pela representatividade de seus extrativos. A castanha-

jarana, a cupiúba e a itaúba, pelos extrativos, a liginina e o teor de umidade.

O cambará e o tauari pela holocelulose. Já o cedrinho, pelo teor de cinzas,

liginina e o teor de umidade.

FIGURA 10 - BIPLOT DAS VARIÁVEIS E ESPÉCIES.

5.3. ANÁLISES MULTIVARIADAS ENTRE A LITERATURA E OS

DADOS OBTIDOS NESTE ESTUDO

Na análise de agrupamento juntou-se os dados obtidos na

literatura (Tabela 4) com os dados obtidos neste estudo (Tabela 3),

considerando-se somente os indivíduos de mesma espécie/gênero e as

mesmas variáveis (testes químicos), excluindo-se os dados faltantes. Ao

todo, dos dez indivíduos estudados e das nove variáveis aplicadas, sete

espécies/gênero e quatro variáveis permaneceram para a aplicação das

análises multivariadas (Tabela 10).

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TABELA 10 - DADOS COMPARATIVOS DA LITERATURA E DESTE

ESTUDO PARA APLICAÇÃO DA ESTATÍSTICA MULTIVARIADA.

Autor Nome Vulgar

Nome Científico

%E %LIG %HOL %TC

(CASTRO, 2012)

Angelim pedra

Hymenolobium petraeum

Ducke 11,52 31,77 56,15 0,56

(SANTANA e OKINO,

2007)

Angelim pedra

Hymenolobium petraeun

Ducke 4,40 30,30 64,90 0,40

(AUTOR, 2017)

Angelim pedra

Hymenolobium sp.

7,78 30,58 61,51 0,13

(SANTANA e OKINO,

2007)

Angelim-amargoso

Vatairea paraensis

Ducke 17,30 28,30 53,80 0,60

(AUTOR, 2017)

Angelim-amargoso

Vatairea sp. 11,64 30,05 57,96 0,35

(ROMANINI et al., 2014)

Cambará Qualea albiflora

3,41 31,32 64,67 0,60

(AUTOR, 2017)

Cambará Qualea sp. 3,94 28,04 67,06 0,96

(SANTANA e OKINO,

2007) Cedrinho

Erisma uncinatum

Warm. 1,70 32,80 64,70 0,80

(AUTOR, 2017)

Cedrinho Erisma

uncinatum 3,57 36,97 58,79 0,68

(ROMANINI et al., 2014)

Itaúba Mezilaurus

itauba 8,21 31,90 59,40 0,49

(SANTANA e OKINO,

2007) Itaúba

Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez

10,00 32,70 57,00 0,30

(AUTOR, 2017)

Itaúba Mezilaurus

itauba 10,52 34,37 54,70 0,41

(SANTANA e OKINO,

2007) Muiracatiara

Astronium gracile Engl.

8,80 29,20 61,40 0,60

(AUTOR, 2017)

Muiracatiara Astronium sp. 9,38 29,98 60,26 0,38

(SANTANA e OKINO,

2007) Tauari Couratari sp. 1,40 33,30 63,70 1,60

(SANTANA e OKINO,

2007) Tauari

Couratari stellata

A.C.Sm. 1,00 33,30 63,90 1,80

(AUTOR, 2017)

Tauari Couratari sp. 3,14 29,35 66,21 1,31

%E: Teor de Extrativos em Etanol:Tolueno (1:2); %LIG: Teor de Lignina; %HOL: Teor de Holocelulose; %TC: Teor de Cinzas.

Na AA, utilizando-se a distância euclidiana e ligação completa, o

coeficiente de correlação cofenético (CCC) foi de 0,809 indicando uma

baixa distorção no dendrograma (Figura 11).

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FIGURA 11 - DENDROGRAMA DE CLUSTER COM AS ESPÉCIES E SEUS RESPECTIVOS AUTORES.

A linha fenon resultou na criação de seis grupos distintos (Figura

11), onde ambos os tauari estudados por Santana e Okino (2007) (Grupo

2), apresentaram a menor distância euclidiana (0,49), já o tauari estudado

pelo autor ficou no Grupo 3. O cedrinho e o tauari (Couratari stellata

A.C.Sm) de Santana e Okino (2007) (Grupo 2) obtiveram a segunda menor

distância (1,41), seguido do angelim-pedra de Santana e Okino (2007) e o

cambará de Romanini et al. (2014) (Grupo 3), e a muiracatiara do autor e a

muitacatiara de Santana e Okino (2007) (Grupo 6), com distâncias de 1,45

e 1,51 respectivamente. O cedrinho (Grupo 4) do autor e angelim-amargoso

(Grupo 1) de Santana e Okino (2007) ficaram sozinhos em seus próprios

grupos, enquanto o cedrinho de Santana e Okino (2007) e angelim-

amargoso do autor ficaram nos Grupos 2 e 6 respectivamente. O cambará

e de Romanini et al., (2014) e do autor ficaram no Grupo 2, e a itaúba de

Santana e Okino (2007) e do autor ficaram no Grupo 5, enquanto a itaúba

de Romanini et al., (2014) ficou no Grupo 6. Os três angelim pedra ficaram

em grupos distintos (Grupos 3, 5 e 6).

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Na ACP, os dois primeiros componentes representam 87,3% da

variação, sendo possível haver, dessa forma, uma redução de

dimensionalidade para apenas esses dois primeiros componentes. Neste

caso, a perda de informação foi de apenas 12,7% (Figura 12).

FIGURA 12 - ACP DAS ESPÉCIES COM SEUS RESPECTIVOS AUTORES.

Na Figura 12, o gráfico representa os dois primeiros

componentes e o posicionamento dos indivíduos com seus respectivos

autores, as elipses representam os agrupamentos de cluster, sendo

possível com a ACP, unida com a AA, identificar de modo mais acurado os

agrupamentos. Já na Figura 13, o gráfico representa a junção das variáveis

e os indivíduos nos dois primeiros componentes, com os indivíduos de

mesmas espécies/gêneros diferenciados por geometrias distintas. As

geometrias menores representam os indivíduos, já as geometrias maiores,

representam o ponto de encontro entre os indivíduos de cada grupo.

A ACP apresentou uma maior similaridade entre os indivíduos

do que a AA, pois como podemos observar na Figura 13, nenhum indivíduo

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37

de mesma espécie/gênero ficou em locais opostos na nuvem de dispersão,

sendo visualmente bem agrupados. Além disso, as maiores distâncias

entre grupos foram no sentido do CP2 (explicação de 28,6%), que

representa uma menor explicação que o CP1 (explicação de 58,7%). Essa

similaridade pode ser maior, incrementando-se variáveis e indivíduos mais

representativos na análise, e descartando-se os menos representativos.

FIGURA 13 - BIPLOT COM AS ESPÉCIES DEFINIDAS POR GRUPOS.

Os grupos com maior dispersão no sentido do CP2, é possível

que apresentem tecidos vegetais de maturidade diferentes, pois apenas a

lignina contribuiu com 83,04% na variação deste componente. Segundo

Vital et al. (1984), o teor da lignina tende a diminuir com o aumento da idade

das árvores, pois as espécies mais jovens tendem a possuir uma maior

proporção de madeira juvenil, que é mais rica em lignina do que a madeira

madura.

Deve-se destacar também, que fatores como sitio, idade das

árvores, maturidade do tecido vegetal, espécies diferentes dentro do

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mesmo gênero, altura da amostra para com o fuste, dentre outros fatores

poderiam influenciar nas características tecnológicas, sendo essa falta de

controle, uma propulsora para a maior variabilidade nos resultados.

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6. CONCLUSÕES

A análise de agrupamentos possibilitou classificar as espécies

com base nas variáveis tecnológicas;

A análise de agrupamentos auxiliou de forma simples e objetiva

na identificação das principais variáveis que influenciaram a similaridade

dos conglomerados;

A análise de componentes principais mostrou-se muito eficiente

na redução da dimensão do conjunto original variáveis tecnológicas;

A análise de componentes principais apresentou-se como uma

adequada ferramenta para quantificar a contribuição de cada variável na

caracterização tecnológica das espécies estudadas;

Com alto teor de holocelulose, baixo teor de lignina e extrativos,

a espécie mais promissora para a produção de papel e celulose foi o

cambará;

Com alto teor de lignina e baixo teor de cinzas, a espécie mais

promissora para a produção de carvão vegetal foi a castanha-jarana;

Com altos teores de extrativos, as espécies mais promissoras

para a resistência natural foram o angelim-amargoso e a muiracatiara.

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