Tecnologia da informação nas mes os impactos organizacionais nos cfcs

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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA FACULDADE DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, COMERCIAIS, CONTÁBEIS E ECONÔMICAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Carlos Eduardo Camargo Rosa Luiz Eduardo de Freitas Simões Tecnologia da Informação nas microempresas Os impactos organizacionais nos Centros de Formação de Condutores SANTOS 2010

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TCC sobre Tecnologia da informação nas mes os impactos organizacionais nos Centro de formação de condutores.

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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, COMERCIAIS, CONTÁBEIS E ECONÔMICAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Carlos Eduardo Camargo Rosa

Luiz Eduardo de Freitas Simões

Tecnologia da Informação nas microempresas

Os impactos organizacionais nos Centros de Formação de Condutores

SANTOS 2010

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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, COMERCIAIS, CONTÁBEIS E ECONÔMICAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Carlos Eduardo Camargo Rosa

Luiz Eduardo de Freitas Simões

Tecnologia da Informação nas microempresas

Os impactos organizacionais nos Centros de Formação de Condutores

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de à Faculdade de Ciências Administrativas, Comerciais, Contábeis e Econômicas – UNIMES, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração, sob a orientação do Prof. Ms. Fernando Ribeiro dos Santos.

SANTOS 2010

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Carlos Eduardo Camargo Rosa

Luiz Eduardo de Freitas Simões

Tecnologia da Informação nas microempresas

Os impactos organizacionais nos Centros de Formação de Condutores

BANCA EXAMINADORA

__________________________________ Fernando Ribeiro dos Santos, Prof. Mestre UNIMES – Univ. Metropolitana de Santos Orientador __________________________________ Professor convidado __________________________________ Professor suplente

Santos, de de 2010.

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Dedicatória Dedicamos este trabalho as nossas famílias pelo apoio, compreensão pelos momentos de ausência e carinho.

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Agradecimentos

Agradecemos ao Prof. Ms. Fernando Ribeiro dos Santos, pela orientação e paciência, a todos os Professores da Universidade Metropolitana de Santos do curso de Administração que se dedicaram e colaboraram com o nosso aprendizado.

Agradecemos ao Diretor Dr. Jorge Álvaro Gonçalves Cruz e ao Encarregado de Habilitação Sr. Angelo M. Cecchi Neto da 102ª CIRETRAN e aos Proprietários e Diretores dos Centros de Formação de Condutores da Cidade de São Vicente pelas informações cedidas.

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“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia.”

Willian Edwards Deming

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RESUMO

Dentro do novo cenário empresarial criado pela globalização, a Tecnologia da Informação (TI) possibilita a integração do negócio, potencializando os processos e a transferências de informações. Geralmente os empreendedores e administradores investem em TI acreditando que isso permitirá que suas operações se tornem mais eficientes, auxiliando no controle e reduzindo os custos. Porém esta importante ferramenta não alcançou todas as empresas, especialmente as Microempresas (MEs), as quais não apresentam quase nenhum investimento em TI. Mesmo que pela primeira vez no mundo empresarial, as MEs podem competir com ferramentas tecnológicas tão potentes quando a de grandes empresas. Pela importância da TI e das MEs para sociedade e para a economia nacional é importante entendermos o impacto da TI nas MEs. A maioria das MEs não percebeu, ainda, como a TI poderá ajudar nas suas atividades e por isso não fazem nenhum ou quase nenhum investimento em TI. O presente trabalho procurou refletir sobre o impacto organizacional que sofreram as microempresas que implantaram a TI. O segmento de Centro de Formação de Condutores (CFC) tem apresentado investimentos na área de TI por obrigação de se adequar as regulamentações Governamentais e por isso foi utilizado como modelo para auxiliar no entendimento do impacto da TI nas microempresas.

PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia da Informação; Gestão de microempresas;

Centro de Formação de Condutores; Impacto organizacional.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8 Capítulo I 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 10 1.1 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ................................................................ 10 1.1.1 Competindo com a ajuda da tecnologia da informação ........................... 11 1.1.2 Desafios éticos gerados pela tecnologia da informação ......................... 14 1.1.3 Gerações de tecnologia de informação e tendências .............................. 16 1.2 A IMPORTÂNCIA DAS MICROEMPRESAS ..................................................... 18 Capítulo II 2 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS MICRO EMPRESAS ........................ 21 Capítulo III 3 O CENTRO DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES .............................................. 27 3.1 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO .............................. 28 3.2 COMO FUNCIONA O GEFOR NO PROCESSO DE HABILITAÇÃO ................ 30 3.3 A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CENTRO DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES ....................................................................................................... 32 Capítulo IV 4 O IMPACTO ORGANIZACIONAL DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NOS CENTROS DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES .................................................. 34 4.1 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ABRE NOVOS HORIZONTES ............... 38 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES .............................................. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 43 APÊNDICES ........................................................................................................... 45

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INTRODUÇÃO

A Tecnologia da Informação (TI) faz parte do cotidiano dos indivíduos de

modo geral, da mesma forma tem surgido no dia-a-dia das organizações.

A TI tem se apresentado como fundamental nos negócios, pois é uma

ferramenta eficaz que auxilia e norteia os níveis estratégicos, gerenciais e

operacionais da empresa. Possibilitando a abertura de novos horizontes permitindo

que as empresas ampliem seu mercado de atuação, tendo maior abrangência de

clientes e fornecedores, gerando novas oportunidades de negócios.

No mundo empresarial, em constante mudança, o uso da TI é essencial para

que as microempresas (MEs) busquem vantagens competitivas, encontrando o seu

lugar no mercado, auxiliando na redução de custos, ganho de produtividade, busca

de novos mercados e facilidade de relacionamento com clientes e fornecedores.

Pessoalmente a escolha deste tema se dá porque durante nossos estudos em

administração de sistemas de informações, não encontramos quase nenhuma

informação sobre o impacto da TI nas MEs. Tendo conhecimento da importância que

a TI tem para as empresas atualmente e a proximidade das nossas atividades

profissionais com a tecnologia, além de sermos entusiastas da informática, surgiu a

curiosidade de sabermos se as MEs investem em TI, quais os motivos que as levam

a este investimento, se ocorrem mudanças dentro das empresas e as dificuldades

que encontraram para iniciar e operar os sistemas de informação.

Na vida profissional este tema trouxe conhecimento para entendermos as

necessidades da TI nas MEs e forneceu informação dos pontos críticos de sua

implantação.

Enquanto a justificativa acadêmica é que no curso de administração

aprendemos muito sobre a TI nas organizações de modo geral, com este trabalho os

futuros alunos de administração poderão ter uma fonte de informação focada nas

MEs.

E por fim, socialmente o trabalho poderá contribuir informando

microempresários que queiram inserir a TI na sua empresa, apresentando os

benefícios que poderão ter e quais problemas poderão enfrentar.

Segundo dados fornecidos pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas (SEBRAE), as micro e pequenos empresas correspondem a

98% de todas as empresas legalmente constituídas no Brasil, além disso, essa

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categoria emprega um contingente aproximado de 56% dos trabalhadores com

registro em carteira no País. No seguimento das exportações, representam 62% dos

empreendimentos exportadores, contribuindo para um expressivo valor de 8,3

bilhões de dólares para balança comercial do Brasil.

Com o atual crescimento da cidade de São Vicente na economia da Baixada

Santista e as constantes mudanças no processo de habilitação para condução de

veículos automotores causadas pelos órgãos responsáveis, encontramos no

segmento do Centro de Formação de Condutores (CFC) instalados nesta cidade, o

maior impacto causado pela TI, gerando grandes mudanças organizacionais trazidos

pelo uso da tecnologia nas suas operações.

O trabalho tem como objetivo geral verificar o impacto organizacional da TI

nos Centros de Formação de Condutores e como objetivo específico demonstrar as

dificuldades encontradas por elas no momento da implantação e na adaptação do

sistema de TI.

Como metodologia de pesquisa será usada abordagem qualitativa, porque

consideraremos os aspectos culturais, econômicos e sociais e não faremos apenas

uma analise estatísticas dos resultados obtidos.

A observação foi sistemática, os dados foram obtidos de forma direta através

de entrevistas e questionários com os proprietários ou diretores dos

estabelecimentos, entrevista com representante do órgão regulamentador e indireta

(pesquisa de fontes primárias e bibliográficas).

O presente trabalho está dividido em quatro capítulos: o primeiro capítulo

demonstra a fundamentação teórica divida em a tecnologia da informação e a

importância das microempresas; o segundo capítulo aborda a relação da tecnologia

da informação e as microempresas; no terceiro capítulo é uma explanação sobre o

Centro de Formação de Condutores (CFC); e o quarto capítulo faz um estudo do

impacto organizacional da tecnologia da informação nos centros de formação de

condutores.

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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Entende-se por Tecnologia da informação (TI) todo o software e todo

hardware utilizados por uma empresa para atingir seus objetivos organizacionais.

Não se resumindo em apenas computadores, até mesmo iPods podem ser

considerados como recurso de TI, se utilizados para fins organizacionais (LAUDON

e LAUDON, 2007).

Para O’Brien (2004) TI é o conjunto dos recursos de hardware, software,

gerenciamento de dados e telecomunicações e redes.

Na opinião de Ohmae (2006) as inovações tecnológicas nas transferências de

dados tornaram muitos produtos mais baratos, permitiu acesso para milhões de

pessoas a informação que antes estavam além dos seus limites de acesso. O

alcance da tecnologia tornou-se global, e não apenas limitado a lugares restritos nos

negócios ou na indústria. Estas inovações tecnológicas revolucionaram nosso

mundo. O crescimento da tecnologia montou bases na economia global de duas

maneiras: a primeira é o impacto nos mercados financeiros mundiais e a segunda se

refere à extensão do mercado, que redefiniu o seu próprio conceito por intermédio

da Internet.

A tecnologia da informação desempenha um papel vital e ampliador de

negócios, podendo auxiliar todos os tipos de empresa na melhora da eficiência e

eficácia dos processos de negócios, tomada de decisão gerencial e colaboração de

grupos de trabalho, fortalecendo suas posições competitivas no atual mercado de

rápida transformação (O’BRIEN, 2004).

O fluxo contínuo da informação, combinado com novas práticas empresariais e decisões gerenciais de alto padrão, está transformando a maneira como fazemos negócios, a maneira como as receitas são geradas e a maneira como os consumidores recebem os produtos e serviços (LAUDON e LAUDON, 2007).

Para O’Brien (2004) há três razões fundamentais para todas as aplicações de

TI nas empresas e elas são encontradas nos três papéis vitais que os sistemas de

informação podem desempenhar para uma empresa:

a) suporte de seus processos e operações;

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b) suporte na tomada de decisões de seus funcionários e gerentes; e

c) suporte em suas estratégias em busca de vantagem competitiva.

Laudon e Laudon (2007) ressaltam que os sistemas de informação são

essenciais no ambiente de negócios contemporâneo, pois sem o largo uso da TI, a

sobrevivência e até mesmo a existência de muitos setores se tornaria difícil.

Informam ainda que a TI é utilizada pelas empresas para atingir seis objetivos

principais:

a) a excelência operacional;

b) novos produtos, serviços e modelos de negócio;

c) relacionamento mais estreito com clientes e fornecedores;

d) melhor tomada de decisão;

e) vantagem competitiva; e

f) sobrevivência diária.

Segundo Ohmae (2006) vivemos uma economia global baseada em um

mundo no qual a inexistência de fronteiras não é mais um sonho e nem uma opção,

mas uma realidade que não seria possível sem a TI, que permite que grandes

quantidades de dados sejam transferidas a uma velocidade incrível e também sem a

correspondente queda nos preços desta tecnologia.

1.1.1 Competindo com a ajuda da tecnologia da informação

Para Kalakota e Robinson (2001) a tecnologia é a razão e o caminho da

estratégia de negócios.

Não basta encarar a tecnologia da informação como apenas um suporte para

tornar a empresa mais eficiente e eficaz. Ela pode mudar o modo das empresas

competirem e por isso devem ser concebidas estrategicamente, como redes

competitivas vitais (O’BRIEN, 2004).

Conforme Laudon e Laundon (2007) as empresas estão sempre tentando

melhorar a eficiência de suas operações a fim de conseguir maior lucratividade. Das

ferramentas que os administradores dispõem, as tecnologias e sistemas de

informação estão entre as mais importantes para atingir altos níveis de eficiência e

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produtividade nas operações, especialmente quando combinadas com as mudanças

no comportamento da administração e nas práticas de negócios.

A mudança tecnológica vem em ondas, e da mesma forma que o oceano provoca a erosão na costa, a tecnologia provoca erosão nas estratégias, levando modelos de negócios a se comportarem de maneiras difíceis de serem previstas (KALAKOTA e ROBINSON, 2001, p. 26).

Porter (1989) sugere que uma empresa pode sobreviver e ter sucesso, se ela

desenvolver eficazmente estratégias para enfrentar cinco forças competitivas:

rivalidade dos concorrentes, ameaça de novos concorrentes, ameaça de substitutos,

poder de barganha dos clientes e poder de barganha dos fornecedores.

A partir desse pressuposto O’Brien (2004) acrescenta que se pode utilizar a TI

para desenvolver produtos, serviços e capacidades que confiram a empresa

vantagens estratégicas sobre estas forças competitivas que são enfrentadas no

mercado. Auxiliando a organização a obter vantagem e reduzir as desvantagens

competitivas. O autor assegura que o uso da Tecnologia da Informação (TI) nas

empresas não é mais um problema exclusivamente tecnológico, passou a ser um

desafio de gestão e é necessário ser parte integrante da estratégia das empresas.

Afirma ainda, que as empresas podem contrabalançar as ameaças das forças

competitivas que enfrentam implementando cinco estratégias competitivas básicas:

a) reduzir custos (processos empresariais e custos para clientes e

fornecedores);

b) diferenciar (produtos e serviços);

c) inovar;

d) promover crescimento; e

e) desenvolver alianças (criar parceiros virtuais).

Os investimentos em TI também permitem que uma empresa retenha os

clientes e fornecedores (e barrem os concorrentes), através da formação de novas

relações valiosas com eles. Os investimentos em TI têm procurado tornar os clientes

ou fornecedores dependentes do uso contínuo de sistemas de informação

interorganizacional inovadores e mutuamente vantajosos. Por isso, esses clientes e

fornecedores hesitam em pagar os custos de tempo, dinheiro, esforço e

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inconveniência que ocorreriam pela troca por concorrentes da empresa (O’BRIEN,

2004).

Por outro lado, Laudon e Laundon (2007) afirmam que as forças tradicionais

competitivas citadas por Porter (1989) ainda funcionam, mas a rivalidade se tornou

muito mais intensa devido a tecnologias que não eram acessíveis há alguns anos

atrás, como a Internet (Tabela 1):

Tabela 1: Impacto da Internet nas forças competitivas e na estrutura de um setor.

FORÇA COMPETITIVA IMPACTO DA INTERNET

Produtos ou serviços substitutos

Permite que novos substitutos surjam com novas abordagens para atender necessidades e executar funções.

Poder de barganha dos clientes

A possibilidade de informações globais sobre preços e produtos, eleva o poder de barganha do consumidor.

Poder de barganha dos fornecedores

A Internet tende a aumentar o poder de barganha dos fornecedores. Os fornecedores também podem se beneficiar das barreiras reduzidas à entrada e da eliminação de distribuidores e de outros intermediários entre eles e a sua clientela.

Ameaças de novos entrantes

A Internet reduz as barreiras à entrada nos mercado, bem como a necessidade de uma força de vendas, acesso a canais e estrutura física. Ela oferece tecnologia direcionada do processo de negócio que torna as demais tarefas fáceis.

Posicionamento e rivalidade no setor

Amplia a abrangência geográfica do mercado, aumenta o número de concorrentes e reduz as diferenças entre eles, tornando mais difícil manter vantagens operacionais, pressionando para a competição por preço.

Fonte: Adaptado de Laudon e Laudon (2007, p. 79).

Tanto Laudon e Laundon (2007) como O’Brien (2004) destacam a

possibilidade de promover o crescimento da empresas através da utilização da TI

para administrar a expansão dos negócios no âmbito regional e mundial, para

diversificação e para integração em outros produtos e serviços. Laudon e Laundon

(2007) destacam a Internet como TI inovadora que pode ser utilizada como

ferramenta criadora de novas oportunidades para desenvolver marcas e criar bases

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de clientes maiores e mais leais, contrariando a visão um tanto negativa de Porter

(1989).

A informação agrega valor a uma empresa ou a um indivíduo, e para isso é

preciso utilizar os recursos de TI para que façam das informações um diferencial

competitivo. Devem Buscar soluções que tragam os resultados esperados e que

tenham o menor custo possível (LAUDON e LAUDON, 2007).

O’Brien (2004) cita que hoje em dia, uma das mais importantes estratégias

competitivas é a reengenharia de processos de negócios, que é uma revisão

fundamental e reestruturação radical dos processos de negócios para obter

melhorias drásticas de custo, qualidade, velocidade e atendimento. Sendo que a TI

desempenha um papel importante, pois, a velocidade e capacidade de

processamento das informações e a conectividade das redes de computadores

possibilita aumentar substancialmente a eficiência dos processos de negócios, bem

como as comunicações e colaboração entre as pessoas responsáveis por sua

cooperação e administração.

Existem quatro estratégias genéricas, e todas elas com freqüência se

beneficiam dos sistemas e tecnologias da informação, são elas: liderança em custos,

diferenciação de produto, foco em nichos de mercado e intimidade com o cliente e

fornecedor (LAUDON e LAUDON, 2007).

1.1.2 Desafios éticos gerados pela tecnologia da informação

De acordo com O’Brien (2004), as questões éticas e legais também são

importantes e devem ser levadas em consideração devido às mudanças que a TI

causou nas relações das empresas com todos seus stakeholders.

A empresa que busca somente os resultados ou as vantagens imediatas é suicida, a responsabilidade a largo prazo é uma necessidade de sobrevivência e neste aspecto a ética constitui um fator importante para os ganhos. Por si só, a ética não é condição para um bom negócio, mas o propicia (ZOBOLI 2001, p. 8).

Laudon e Laudon (2007) citam que ultimamente passamos por um dos

períodos mais desafiadores, do ponto de vista ético, para as empresas norte-

americanas e globais.

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Existem casos recentes (Tabela 2) de falta de ética por parte dos gestores,

mas vale ressaltar, que apesar das violações da ética e da lei em destaque, estas

não devem ter sido arquitetadas por departamentos de TI, a mesma foi usada como

instrumento em várias delas:

Tabela 2: Casos de violações da ética.

ORGANIZAÇÕES ENVOLVIDAS

CASOS

Enron

Três executivos principais e vários gerentes de nível médio foram indiciados criminalmente por fazer declarações de faturamento falsos usando esquemas de contabilidade ilegais. A falência foi declarada em 2001.

WorldCom

Era a segunda maior empresa de telecomunicações nos Estados Unidos. O presidente foi condenado por inflar artificialmente a receita em bilhões de dólares usando métodos contábeis ilegais. A empresa faliu em 2002 com uma dívida de 41 bilhões.

Merrill Lynch Foi acusado de auxiliar a Enron na criação de expedientes financeiros sem finalidade empresarial, permitindo que a empresa emitisse demonstrativos fraudulentos.

Parmalat

O oitavo maior grupo industrial da Itália foi acusado de declarar, ao longo de muitos anos, mais de 5 bilhões de dólares em receitas, faturamento e ativos que não existiam; os executivos seniores foram indiciados por apropriação indébita.

Bristol-Myers Squibb

A empresa farmacêutica concordou em pagar uma multa de 150 milhões de dólares por inflar sua receita em 1,5 bilhões de dólares e aumentar, assim, o valor das suas ações.

Fonte: Adaptado de Laudon e Laudon (2007, p. 374).

As indicações de O’Brien (2004) a se considerar sobre responsabilidades

éticas para o gerente previdente, profissional de negócios e trabalhador do

conhecimento são questões como qual a probabilidade de clientes, funcionários,

parceiros empresariais ou concorrentes serem afetados por:

a) invasões de privacidade;

b) informações imprecisas;

c) conluio; e

d) exclusão de facilidades essenciais.

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Incluindo, ainda, a probabilidade de ocorrências legais dos consumidores,

paralisações no trabalho e outras ameaças.

1.1.3 Gerações de tecnologia de informação e tendências

As aplicações de TI nas empresas têm sido significativamente ampliadas ao

longo dos anos. A tecnologia da informação permite transformar as informações

tornando mais fácil o acesso e entendimento das mesmas pelos seus usuários. Os

negócios nos Estados Unidos investiram 1,8 trilhão de dólares em hardware e

software e mais 1,7 trilhão de dólares em consultoria e gestão de TI em apenas um

ano (LAUDON e LAUDON, 2007).

Para O’Brien (2004) as aplicações em TI nas empresas têm sido

significativamente ampliadas ao longo dos anos e as mudanças se dão de acordo

com o desenvolvimento desta tecnologia. Entre 1950 e 1960, se resumia a

processamento eletrônico de dados: processamento de transações e manutenção

de registros. Na década de 60 começaram a surgir os relatórios administrativos,

relatórios pré-estipulados para apoiar a tomada de decisão. De 1970 a 1980

surgiram sistemas de apoio a tomada de decisão que poderiam ser talhados sob

medida aos estilos únicos de decisão dos gerentes à medida que estes

enfrentassem tipos específicos de problemas no mundo real. Já nos anos 80, a partir

do aumento da capacidade de processamento dos computadores e rede de

comunicações, surgiram:

a) apoio direto à computação para a produtividade do usuário final e

colaboração de grupos de trabalho;

b) sistemas de informação executiva que permitiam aos executivos acessar

as informações críticas que desejassem e quando desejassem; e

c) a TI se tornou um componente integrante dos processos, produtos e

serviços, ajudando a empresas a conquistar vantagem competitiva no

mercado globalizado.

Os anos 90 foram marcados pelos sistemas de e-business e e-commerce

interconectados, impulsionados pelo crescimento da Internet. Atualmente as

ferramentas de tecnologia da informação disponíveis são poderosas e acessíveis a

empresas de todos os níveis e tamanhos. É possível uma empresa pequena ter

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tecnologia da informação tão potente como a de uma grande corporação (O’BRIEN,

2004).

Para Ohmae (2006) a informação desafia barreiras políticas, físicas e

culturais, fluindo livremente ao redor do mundo através de cabos metálicos, de fibra

ótica ou via satélite. Tudo facilitado pelo estabelecimento de plataformas para

organizar a aplicação da tecnologia em tarefas definidas.

O rápido crescimento da TI através da Internet, intranets, extranets e sistemas

de comunicações conseguiram e continuam revolucionando a administração de

negócios e até mesmo as operações das empresas da atualidade, assim como a

forma das empresas se comunicarem com os seus clientes e fornecedores. Os

negócios, a carreira empresarial e até a forma das pessoas se relacionarem não são

mais os mesmos (LAUDON e LAUDON, 2007).

Segundo O’Brien (2004) os rápidos avanços em hardware e software e na

mudança das necessidades do usuário final continuam a dirigir o surgimento de

novos modelos de computadores, desde o pequeno organizador pessoal digital até

os enormes mainframes de múltiplas unidades de processamento. Afirma ainda que

os especialistas acreditam no desaparecimento ou fusão de várias categorias de

computadores. Cita como exemplos muitos sistemas de potência média e de

mainframe que se tornaram obsoletos devido ao poder e versatilidade das redes

cliente/servidor de usuários finais. Mais recentemente, alguns especialistas da

indústria de tecnologia têm previsto que o surgimento de computadores de rede para

aplicações na Internet e intranets substituirá muitos computadores pessoais,

particularmente nas grandes organizações e no mercado de computares domésticos.

As tecnologias da informação afetarão as carreiras de contabilidade,

economia e finanças, administração, marketing, gestão operacional e sistemas da

informação. Por exemplo: os estudantes de contabilidade precisam entender as

futuras mudanças em hardware e software e a segurança de redes, para proteger a

integridade dos sistemas contábeis, além das novas tecnologias para emitir

relatórios em ambientes organizacionais sem fio e on-line. Além das competências

de TI específica de cada área de negócio, será preciso entender as mudanças nas

competências em TI comuns em todas as áreas, onde inclui a compreensão de

como a TI ajuda as empresas atingir objetivos organizacionais mais importantes

(LAUDON e LAUDON, 2007).

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1.2 A IMPORTÂNCIA DAS MICROEMPRESAS

O segmento das micro e pequenas empresas são reconhecidos pela

legislação nacional, através da Lei Complementar nº 1231, que estabelece as

normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às

microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, como parte integrante da estrutura

empresarial brasileira. Oferecendo benefícios do ponto de vista tributário e fiscal,

definindo-as da seguinte forma:

a) microempresa: o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira,

em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00

(duzentos e quarenta mil reais); e

b) empresa de pequeno porte: o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela

equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$

240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$

2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).

O Estado de São Paulo também possui Leis de benefícios e incentivos fiscais

às microempresas e empresas de pequeno porte, a exemplo disto citamos a Lei nº

12.1862, que beneficia estas empresas com deduções gradativas no Imposto sobre

Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços (ICMS), conforme a tabela

a seguir:

Tabela 3: Dedução do ICMS no Estado de São Paulo.

RECEITA BRUTA MENSAL TRIBUTAÇÃO DEDUÇÃO

Até R$ 60.000,00 2,15% R$ 430,53

De R$ 60.000,01 a R$ 100.000,00 3,10% R$ 999,44

Acima de R$ 100.000,01 4,03% R$ 1.929,34 Fonte: Diário Oficial do Estado de São Paulo – Lei n. 12.186/06.

1 BRASIL. Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o estatuto nacional da microempresa e

da empresa de pequeno porte; altera dispositivos das leis n°s 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da

consolidação das leis do trabalho - clt, aprovada pelo decreto-lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943, da lei n°

10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da lei complementar n° 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as leis n°s

9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Poder Legislativo. Diário Oficial da União,

Brasília, p. 1, 15 de dez. de 2006. Seção 1. 2 SÃO PAULO (Estado). Lei nº 12.186, de 05 de janeiro de 2006. Altera a Lei nº 10.086, de 19 de novembro de

1998, que dispõe sobre o regime tributário simplificado da microempresa e da empresa de pequeno porte do

estado de São Paulo. Poder Executivo. Diário Oficial do Estado, São Paulo, p. 1, 06 de jan. de 2006. Seção 1.

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Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (SEBRAE), as micro e pequenas empresas (MPEs) são um dos principais

pilares de sustentação da economia brasileira. De acordo com o anuário do trabalho

na micro e pequena empresa 2009 lançado pelo SEBRAE e o Departamento

Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) no período entre

os anos 2000 e 2008 o número de Micro e Pequenas Empresas aumentou de 4,1

milhões para 5,7 milhões. Este total de empresas corresponde a 98% de todas as

empresas do país. O aumento refletiu também no número de contratações com

carteira assinada nesse segmento: de 8,6 milhões para 13,1milhões e responde por

mais da metade dos empregos formais criados no país no mesmo período. No total

foram mais de 9 milhões de vagas abertas no período, sendo que 4,5 milhões (54%)

ficaram concentradas MPEs.

Os dados do anuário mostram que as MPEs no Brasil nunca foram tantas e

nunca tiveram tanta importância econômica. O anuário demonstra também que do

total das micro e pequenas empresas do Brasil, 94,81% são microempresas.

Ceglie e Dini (1999) ressaltam que as MPEs têm assumido uma importância

crescente na economia. Reduzem o risco de problemas inflacionários, decorrentes

da existência de oligopólios com grande poder sobre o estabelecimento de preços

no mercado.

[...] as pequenas empresas constituem o cerne da dinâmica da economia dos países, as impulsionadoras do mercado, as geradoras de oportunidades, as proporcionadoras de empregos mesmo em situações de recessão. [...] Boa parte da oferta de empregos nos países adiantados provém das empresas de pequeno porte, ao passo que as grandes empresas estão reduzindo seus quadros de pessoal (CHIAVENATO, 1995, p.3).

Segundo Gonçalves (1994), em países como o Brasil, que apresentam alto

desequilíbrio regional, micro e pequenos empreendimentos podem desempenhar um

papel importante na descentralização industrial.

O Brasil é um país empreendedor segundo o Global Entrepreneuriship

Monitor (GEM), que se trata de uma pesquisa que mede a evolução do

empreendedorismo no Brasil comparado a outros países e que permite a

identificação dos fatores críticos que contribuem ou inibem a iniciativa

empreendedora de uma população. O relatório executivo do GEM (2009) destaca o

crescimento do empreendedorismo no Brasil. O número de negócios com até três

Page 21: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

20

meses de atividade cresceu 97% em relação a 2008, quando 2,93% da população

adulta lançavam empreendimentos. Em 2009, esse número saltou para 5,78%.

O empreendedor é o “motor da economia”, um agente de mudanças, o

responsável pelo crescimento econômico e pelo desenvolvimento social e usa como

ferramenta a inovação, dinamizando a economia. Gosta de riscos, mas faz tudo para

minimizá-los (DOLABELA, 2008).

Page 22: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

21

2 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS MICROEMPRESAS

No Brasil as micro e pequenas empresas (MPEs) estão longe do mercado

global e fora da era da tecnologia da informação, segundo Dolabela (2008).

De acordo com Lopes (2004, p. 03):

[...] a pequena empresa, seja qual for o setor, encontra-se em uma competição desigual, tenta disputar o mercado com as grandes redes, onde as quais possuem forte estrutura administrativa, condições financeiras para investir em tecnologia, capacitação dos colaboradores e forte poder de negociação com os fornecedores, podendo assim oferecer produtos a baixos preços.

Entretanto, Porter (1989, p. 92) afirma que:

[...] as empresas devem reexaminar sua atitude com respeito à sinergia. Desenvolvimentos econômicos, tecnológicos e competitivos estão aumentando a vantagem competitiva a ser ganha pelas empresas capazes de identificar e explorar inter-relações.

Baseando-se nesta afirmativa tende-se a compreender que para conseguir

competir as micro e Pequenas Empresas (MPEs) têm que aplicar as práticas da boa

administração de empresas: melhorar a produtividade, reduzir custos e evitar o

desperdício (tanto de dinheiro quanto de tempo).

Pereira (2006) reforça informando que segundo pesquisa do SEBRAE-SP dos

seis itens mais citados pelos empreendedores na gestão empresarial, os quais é

preciso ajuda externa, três estão diretamente ligados à utilização de ferramentas de

tecnologia da informação (TI) na área financeira e os outros de forma indireta em

relações com os clientes e obtenção de crédito. Afirma ainda que, este mesmo

trabalho apresenta como principais causas da mortalidade de empresas a falta de

conhecimento de atitudes empreendedoras, como: disponibilidade para enfrentar

riscos moderados, a busca intensa por informações para a tomada de decisões,

sempre se antecipar aos fatos e definir objetivos e metas. Determinando que as

inúmeras tecnologias da informação disponíveis no mercado podem influenciar

positivamente para a sobrevivência das empresas.

O estudo do SEBRAE apresentado por Pereira (2006) aponta que a falta de

elaboração de um plano de negócios ou de um planejamento prévio, bem como a

dificuldade em realizar a gestão empresarial, é ocasionada pela inexistência de

Page 23: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

22

elementos de controles básicos, como: elaboração do custo, o fluxo de caixa,

formação do preço de venda, os quais são as principais causas da mortalidade

empresarial.

Muitos administradores trabalham às cegas, sem nunca poder contar com a informação certa na hora certa para tomar uma decisão abalizada. Também há aqueles que se apóiam em previsões, palpites ou na sorte. O resultado é a produção insuficiente ou excessiva de bens e serviços, a má alocação de recursos e a falta de timing. Essas deficiências elevam os custos e geram perda de clientes. Nos últimos dez anos as tecnologias e os sistemas de informação têm permitido que, ao tomar uma decisão, os administradores façam uso de dados em tempo real, oriundos do próprio mercado (LAUDON e LAUDON, 2007, p.7).

Pereira (2006) destaca a importância de ressaltar que apenas a

disponibilização das ferramentas de TI não seria suficiente para evitar a morte de

uma empresa. Mas a TI aliada com o aprendizado fundamental sobre gestão de

negócios, e a correta utilização e análise das informações geradas, proporcionam a

visão para o empreendedor da realidade do seu negócio em relação ao mercado.

As companhias podem, por exemplo, optar pela utilização dos sistemas de informação estrategicamente, ou se contentarem com o uso da TI como suporte de eficientes operações de seu dia-a-dia. Mas se uma companhia enfatizasse a utilização estratégica de TI, sua administração veria tal tecnologia como importante diferencial competitivo. Então, delinearia estratégias de negócios que utilizassem a TI para desenvolver produtos, serviços e habilidades que propiciassem à empresa importantes vantagens nos mercados que competem (O´BRIEN, 2004, p. 49).

A falta de conhecimento, por parte dos empreendedores e administradores,

dos recursos de TI e das possíveis informações geradas a partir dos mesmos, e

também por outro lado, os fornecedores de tecnologia que apresentam dificuldade

em entender e identificar as reais necessidades das empresas são os fatores que

permitem criar uma série de receios e de desconfianças em correr riscos, de ambos

os lados (PEREIRA, 2006).

O’Brien (2004) acrescenta que a TI e os sistemas de informações podem ser

mal administrados e mal aplicados, prejudicando o desempenho dos mesmos e

permitindo o fracasso tecnológico e de negócios.

Os equipamentos e aplicativos de TI devem realmente atender o mercado

onde atuam para proporcionarem condições aos empreendedores de entenderem as

suas necessidades de gestão, de forma direta, específica e lucrativa, evoluindo

Page 24: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

23

concomitantemente. Tornando a TI eficiente e direta na operação, auxiliando na

longevidade da empresa, segundo Pereira (2006).

Laudon e Laudon (2007, p.342) alerta sobre a importância de entender os

requisitos de informação para elaboração de um novo sistema:

Um sistema elaborado em torno de um conjunto de requisitos errado, ou terá que ser descartado, por causa do seu fraco desempenho, ou precisará sofrer grandes modificações [...].

Incluindo ainda, a necessidade do estudo de viabilidade, para verificar se a proposta

é exeqüível, pelo ponto de vista financeiro, técnico e operacional.

Uma vez que o processo de desenvolver um importante sistema de informação pode ser dispendioso, a etapa de investigação de sistemas freqüentemente exige um estudo preliminar chamado de estudo de viabilidade. [...] A meta do estudo preliminar é avaliar sistemas alternativos e propor os viáveis e mais desejáveis para o desenvolvimento (O’BRIEN, 2004, p. 329).

A viabilidade deve ser considerada além da economia de custo ou a

disponibilidade de software e hardware. São quatro os fatores de viabilidade:

a) organizacional;

b) econômica;

c) técnica; e

d) operacional.

O’Brien (2004) define a viabilidade organizacional como o grau de eficácia

com que um sistema proposto apóia as estratégias da organização.

Por sua vez, Laudon e Laudon (2007) identificam o valor organizacional da TI,

determinando se um sistema de informação é um bom investimento para a

organização. Para isto, é preciso calcular os custos e benefícios. Os benefícios

tangíveis são quantificáveis, enquanto os intangíveis não podem ser quantificados

imediatamente, mas podem proporcionar benefícios identificáveis no futuro.

Benefícios que superem os custos devem, então, ser analisados por meio de

métodos de orçamento de capital, para confirmar se irão representar um bom retorno

sobre o capital investido da empresa.

Os dois autores enfatizam que sempre é preciso levar em consideração os

benefícios tangíveis e intangíveis na avaliação de viabilidade.

Page 25: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

24

O SEBRAE apóia e fornece suporte as micro e pequenas empresas para

implantarem o TI, através de seminários, palestras e cartilhas disponibilizadas na

biblioteca on-line. Há ainda o programa PROIMPE, desenvolvido pelo SEBRAE que

possui dois objetivos: estimular o uso de Tecnologia da Informação e Comunicações

(TIC) em micro e pequenas empresas e ajudar no desenvolvimento das empresas

que fornecem soluções de TIC. O programa apresenta um conjunto de ações de

comunicação que visam à mudança de postura do Micro e Pequeno Empresário em

relação à utilização da Tecnologia da Informação nos negócios. Um dos principais

instrumentos para ajudar as empresas na sua informatização e apoiar aquelas que

fornecem soluções de TI é o Catálogo de Software. Este catálogo é uma base com

informações sobre as principais empresas de TIC do Brasil, seus produtos e como

eles podem auxiliar as empresas nesse processo de informatização.

Laudon e Laudon (2007) informam que as principais causas de fracasso da

implantação da TI para gerar um sistema de informação que proporcionem

benefícios e solucionem problemas como pretendido, são:

a) participação inadequada ou insuficiente do usuário no processo de

desenvolvimento do sistema;

b) falta de apoio da administração;

c) altos níveis de complexidade e risco; e

d) gerenciamento de projeto deficiente.

O’Brien (2004) coloca o treinamento como uma atividade vital na implantação

de TI numa empresa e afirma que toda nova maneira de fazer as coisas gera alguma

resistência das pessoas afetadas, o que pode atrapalhar o desempenho da TI na

empresa, e por isso é recomendável a participação direta do usuário final no

desenvolvimento dos sistemas de TI. Ressalta as seguintes mudanças táticas,

recomendadas pelos peritos:

a) envolver o máximo possível de pessoas no desenvolvimento da aplicação e

no planejamento;

b) fazer da mudança constante parte integrante da cultura;

c) dizer a todos, o máximo possível sobre tudo e com maior freqüência

possível, se possível pessoalmente; e

d) fazer uso liberal de incentivos e reconhecimento financeiro.

Page 26: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

25

Para O’Brien (2004) as empresas estão reestruturando seus papéis e

estruturas organizacionais. O autor ilustra e exemplifica as sete dimensões do novo

modelo de organização, comparando a organização antes depois da implantação da

TI:

Tabela 4: Comparação da organização de empresas pós e pré-implantação da TI

DIMENSÃO PRÉ IMPLANTAÇÃO DA TI PÓS IMPLANTAÇÃO DA TI

Estrutura da organização

Hierárquica; Descentralizada, conectada;

comando e controle. estrutura flexível, facilmente modificada.

Liderança

"Estrelas" selecionadas sobem; Cada um é um líder;

os líderes estabelecem as normas;

os líderes criam ambiente de sucesso;

os líderes forçam as mudanças.

os líderes criam capacidade de mudança.

Pessoal e cultural

Prêmios de longo prazo; Mentalidade de “possua sua própria carreira”;

tomada de decisão vertical; autoridade delegada;

indivíduos e pequenas equipes são premiadas.

colaboração esperada e recompensada.

Coerência

Diretamente ligada aos processos;

Visão implantada nos indivíduos;

relevância interna. influência projetada externamente.

Conhecimento

Voltados para aspectos internos;

Focada nos clientes;

Individualista. Institucional.

Alianças

Complementar as lacunas atuais;

Criar novos valores e terceirizar serviços sem competitividade;

aliar-se a parceiros distantes. Aliar-se a concorrentes, clientes e fornecedores.

Direção Focada em aspectos internos;

Focada em aspectos internos e externos;

de cima para baixo. distribuída. Fonte: Adaptado de O´BRIEN (2004, p. 405).

Laudon e Laudon (2007) explicam que o termo implementação se refere a

todo processo de mudança organizacional que cerca a introdução de um novo

sistema de informação, complementa informando que o projeto de TI e todo

processo de implementação devem ser gerenciados como uma mudança

organizacional planejada, por meio de uma analise de impacto organizacional. Frisa

Page 27: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

26

que o apoio da administração e seu controle sobre o processo de implementação

são essenciais, assim como o estímulo dos usuários a assumirem papéis ativos no

desenvolvimento de sistemas, além da instalação e treinamento.

A tecnologia da informação parece incentivar as empresas de forma

significativa a fazerem importantes mudanças em suas estruturas organizacionais

(O’BRIEN, 2004).

Page 28: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

27

3 O CENTRO DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) veio disciplinar a Política Nacional de

Trânsito em todo território nacional. Dentre as medidas, estabeleceu novas diretrizes

para o funcionamento das auto-escolas. Neste sentido, o artigo 156 do CTB atribuiu

ao Conselho Nacional de Transito (CONTRAN), competência para regulamentar o

credenciamento das auto-escolas e outras entidades destinadas à formação de

condutores, bem como as exigências necessárias para o exercício das atividades de

instrutor e examinador de trânsito.

O CONTRAN, por meio da Resolução nº 074/98, regulamentou o

credenciamento dos serviços de formação e o processo de habilitação de

condutores de veículos. Com isso, a chamada AUTO-ESCOLA passou a denominar-

se oficialmente como CENTRO DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES (CFC),

passando a ter atribuições mais amplas e específicas que antes.

Os Centros de Formação de Condutores (CFCs) são classificados de acordo

com a referida Resolução em:

a) categoria “A” – destinado ao ensino teórico-técnico;

b) categoria “B” – destinado ao ensino de prática de direção; e

c) categoria “A/B” – destinado ao ensino teórico-técnico e de prática de

direção.

O Artigo 20 da Resolução nº 074/98, diz que a estrutura organizacional e

profissional, as normas regulamentadoras de implantação e de funcionamento, e os

cursos ministrados serão disciplinados pelo órgão máximo executivo de trânsito da

União em ato próprio, ficando as Controladorias Regionais de Trânsito (CRTs) e os

CFCs sujeitos a sua completa observância.

De acordo com a Portaria nº 540/99 do DETRAN-SP, os Centros de

Formação de Condutores (CFCs) são organizações de atividade exclusivas,

devidamente credenciadas pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN),

com registro e licença de funcionamento expedido pelo Departamento Estadual de

Trânsito (DETRAN), por intermédio da Divisão de Habilitação de Condutores e pelas

Circunscrições Regionais de Trânsito (CIRETRAN), com administração própria e

corpo técnico de diretores e instrutores, destinados à realização de cursos para a

Page 29: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

28

capacitação teórico-técnico e prática de direção para condutores de veículos

automotores.

3.1 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DA CARTEIRA

NACIONAL DE HABILITAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO

O processo para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vem se

transformando com o passar dos anos, no inicio o processo da CNH era todo

artesanal e a única ferramenta utilizada era a máquina de escrever. O aluno

inscrevia-se na Auto Escola, que o encaminhava para o Exame Médico (Aptidão

Física e Mental) e o Exame Psicológico. Após esses exames, o aluno agendava na

Auto Escola o Exame Teórico, que recolhia as respectivas Taxas Estaduais, enviava

o processo do aluno para a CIRETRAN conferir e confirmar o agendamento.

Aprovado no Exame Teórico o aluno praticava aulas práticas e marcaria o exame

prático na Auto Escola, que fazia o mesmo trâmite burocrático de marcação do

Exame Teórico. Tendo como resultado a Aprovação, a Carteira Nacional de

Habilitação era expedida pela CIRETRAN, datilografada em papel moeda,

designando o número do Prontuário Geral Único (PGU). O processo era arquivado

na CIRETRAN por ordem de PGU. O PGU era distribuído pelo DETRAN-SP a todas

as CIRETRANS, sendo o controle do prontuário e do processo do condutor na

época, de acordo com as informações cedidas na entrevista com o encarregado da

102ª CIRETRAN (APÊNDICE A).

A TI surgiu a partir de 1995, quando foi desenvolvido um Sistema pelo

DETRAN-SP, que interligou todas as informações das CIRETRANS através da

Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (PRODESP). Os

PGUs passaram a ser digitais e instalaram os componentes de hardwares e

softwares nas CIRETRANS. Com a criação do novo Código de Trânsito Brasileiro

(CTB), o sistema evolui e a interligação dos dados foi nacional, com a criação da

Base de Identificação Nacional de Condutores (BINCO) e o Registro Nacional de

Condutores Habilitados (RENACH). A CNH mudou e os antigos PGUs (Figura 1)

deram lugar ao número de Registro. A Carteira CNH atual (Figura 2) contém

fotografia e os números dos principais documentos do condutor, servindo como

documento de identidade em todo o Brasil, emitida em papel moeda de ultima

geração com inúmeros dispositivos de segurança contra a falsificação. O modelo de

Page 30: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

29

Carteira CNH emitido desde 1987 chamado de PGU continha menos informações e

sequer incluía a fotografia do condutor. O PGU não tinha valor como documento de

identidade, sendo obrigatório apresentar a identidade conjuntamente à carteira CNH

antiga. A tecnologia da informação melhorou o sistema de segurança dos dados dos

condutores e dos candidatos, e também da CNH (APÊNDICE A).

Figura 1 – Modelo CNH antiga.

Fonte: Adaptado (DENATRAN) 3.

Figura 2 – Modelo da Nova CNH.

Fonte: Adaptado (DENATRAN) 4.

3 DENATRAN – Modelo CNH antiga. Disponível em: <www.denatran.gov.br>. Acesso em: 20 de out. de 2010.

4 DENATRAN – Modelo da Nova CNH. Disponível em: <www.denatran.gov.br>. Acesso em: 20 de out. de

2010.

Page 31: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

30

A TI de maior importância, criada pela Portaria 1490/2001, para o Sistema de

Trânsito do Estado de São Paulo foi o Sistema de Gerenciamento Eletrônico de

Formação de Condutores (GEFOR), para controle de todos os procedimentos do

processo dos condutores (APÊNDICE A).

3.2 COMO FUNCIONA O GEFOR NO PROCESSO DE HABILITAÇÃO

Todas as informações a seguir foram extraídas da Portaria 1490/2001 do

DETRAN-SP e das entrevistas realizadas para este trabalho (APÊNDICE A –

Entrevista com encarregado da 102ª CIRETRAN e APÊNDICE B – Entrevista com

diretor do CFC Asa Branca).

O GEFOR foi criado para integrar em um único sistema, todos os

procedimentos e informações quanto à formação, habilitação e desempenho dos

candidatos, permitindo simultaneamente o acompanhamento das entidades e

organizações formadoras e fiscalizadoras, no âmbito do Estado de São Paulo.

As partes integrantes do GEFOR são: o DETRAN-SP, as CIRETRANS, os

Candidatos, os Peritos Médicos, os Peritos Psicólogos, os Centros de Formação de

Condutores A (CFC A), os Centros de Formação de Condutores B (CFC B) e a

Prestadora de Serviços em Informática (PSI).

Figura 3: Sistema GEFOR.

Fonte: Adaptado de GEFORNET. Como Funciona o GEFOR.

Disponível em: <www.gefor.net>. Acesso em: 20 de out. de 2010.

A PSI permite que os dados sejam trocados de forma homogênea e segura

entre os elementos que compõem o GEFOR e o DETRAN através da Companhia de

Page 32: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

31

Processamento de Dados do Estado de São Paulo (PRODESP). Além de estar

presente na Internet esta empresa precisa de uma completa estrutura de segurança

e conexão com a PRODESP.

Toda pesquisa de dados no GEFOR é efetuada com o número do Cadastro

de Pessoa Física (CPF) do candidato, e seu acesso através de senha conferida

privativamente as partes integrantes do sistema, aos quais caberá a

responsabilidade civil, criminal e administrativa das informações inseridas.

A pesquisa de histórico no Registro Nacional de Condutores Habilitados

(RENACH) é efetuada através de transações específicas e definida no GEFOR para

esse fim.

O candidato inscrito para obter a CNH se dirige a um médico credenciado

pelo DETRAN-SP para submeter-se ao exame de aptidão física e mental, momento

em que será inscrito no GEFOR. O médico credenciado registra o resultado do

exame na planilha RENACH e lança os dados através do GEFOR, tornando a

informação disponível no sistema e evitando que outro diagnóstico possa ser dado

para o mesmo candidato. Após essa etapa o candidato vai ao Psicólogo, também

credenciado, que avalia e registra as informações do candidato no sistema.

Concluído essa etapa, o candidato se inscreve no CFC A, responsável pelo

ensino teórico, que procede agendando do programa de 45 aulas, comunicando

previamente ao DETRAN-SP, através do GEFOR. Após a conclusão da formação

teórica, o DETRAN-SP gera o número de controle para o CFC A emitir o certificado

de conclusão de curso do aluno. Com o recolhimento digital das taxas

correspondentes, o CFC A marca o exame teórico e encaminha o processo físico

para conferência e cadastramento na repartição de CNH da CIRETRAN, onde é

conferida a documentação e confirmada a marcação. Após a aprovação desse

exame, estará disponível no GEFOR, a emissão da Licença para Aprendizagem de

Direção Veicular (LADV).

Em seguida, o candidato se inscreve em um CFC B, responsável pelo ensino

prático, para iniciar a aprendizagem de direção veicular. Após emitir a LADV,

agenda-se o programa de 20 aulas práticas e comunica previamente ao DETRAN-

SP, através do GEFOR. Com o cumprimento da carga horária estabelecida, o

DETRAN-SP gera o número de controle para o CFC B emitir o certificado de

conclusão de curso do aluno, dando autenticidade ao mesmo. A partir daí, o CFC B

marca o exame prático com os mesmos trâmites burocráticos do exame anterior.

Page 33: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

32

Após a aprovação a CNH será emitida pelo DETRAN-SP e encaminhada para o

CFC B fazer a entrega ao candidato.

3.3 A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CENTRO DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES

Estruturar uma empresa nesses moldes é uma tarefa simples. Basicamente

todos os CFCs possuem a mesma estrutura organizacional, porque é regulamentada

pela Portaria nº 540/99.

Segundo a referida Portaria, os CFCs deverão possuir em seu quadro de

trabalho um diretor geral, um diretor de ensino e instrutores de candidatos à

habilitação, renovação, reciclagem, adição e mudança de categoria, devidamente

capacitados, registrados e licenciados pelo DETRAN, de acordo com as normas

reguladoras constantes na legislação de trânsito.

Figura 4: Organograma simples do CFC.

Fonte: Adaptado da Portaria 540/99 do DETRAN-SP.

No CFC o diretor geral desempenha a mesma função que a de um gerente

geral em uma empresa, sendo responsável pelo setor administrativo da empresa:

Patrimônio, Marketing, RH e Financeiro.

O diretor de ensino é o responsável pelo setor de ensino, ou seja, ele é quem

rege os meios e as formas de como os Instrutores vão trabalhar, sendo também o

responsável pela utilização do GEFOR na Empresa. Todos certificados e LADVs

emitidos necessitam da sua assinatura, por isso deve ser a pessoa com o maior

Page 34: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

33

contato com o sistema. Os instrutores são os responsáveis pelo aprendizado direto

ao aluno, ensinar a prática veicular e capturar biometria das aulas no GEFOR. Os

auxiliares de escritórios formam a equipe de atendimento e auxilio ao processo do

aluno, também operam o GEFOR no auxilio ao diretor de ensino e instrutores.

Page 35: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

34

4 O IMPACTO ORGANIZACIONAL DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NOS

CENTROS DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES

Realizamos pesquisa nos dezoito Centros de Formação de Condutores

(CFCs) da Cidade de São Vicente, onde procuramos identificar quais foram as

dificuldades e os impactos ocasionados durante e após a implantação da TI.

Sentimos ainda a necessidade de nos aprofundarmos na pesquisa e entrevistamos

um representante de CFC da cidade. Os dados abaixo se referem ao resultado da

pesquisa sobre a Tecnologia da Informação nos CFCs (APÊNDICE C), das

entrevistas com encarregado da 102ª CIRETRAN (APÊNDICE A) e com o Diretor

Geral do CFC Asa Branca (APÊNDICE B), além das Portarias de nº 540/99 e nº

1490/2001.

O GEFOR, sistema tecnológico que foi implantado a partir 2002, exige como

requisitos mínimos de TI na estrutura do CFC: um computador, leitor biométrico,

acesso a Internet e a contratação de uma empresa Prestadora de Serviço em

Informática (PSI) credenciada pelo DETRAN-SP.

Das dezoito empresas existentes atualmente no município de São Vicente,

onze funcionavam antes da obrigação da implantação da TI, no gráfico abaixo temos

a relação delas com a TI antes da obrigação:

Gráfico 1 – CFCs preparados com Tecnologia da Informação.

Fonte: APÊNDICE C.

Na pesquisa realizada três CFCs não dispunham de nenhum equipamento de

TI, ou seja, 27% dos CFCs já existentes não estavam preparados com nenhum dos

18%

55%

27%

Preparados

Parcialmente

Despreparados

Page 36: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

35

itens de tecnologia exigidos, utilizavam apenas a máquina de escrever como

principal ferramenta de trabalho, que havia sido deixada de lado pela CIRETRAN em

1995. Apenas 18% destes CFCs estavam preparados para a mudança e 55%

possuíam alguns dos itens tecnológicos exigidos para trabalhar com o GEFOR. Este

despreparo por parte dos CFCs gerou diversas dificuldades na implantação,

refletindo diretamente na gestão das empresas. As mudanças foram grandes, os

empresários foram obrigados a investir em tecnologia, mudar a estrutura

organizacional, o padrão de coleta e tratamento dos dados, o atendimento e os

processos para se adaptar a nova realidade.

Pesquisamos os principais problemas apontados durante a fase de

implantação da TI nos CFCs, que estão representados no gráfico a seguir:

Gráfico 2 – Dificuldades na implantação da TI.

Fonte: APÊNDICE C.

O hardware fundamental do sistema GEFOR é o leitor biométrico, sem muitas

opções e devido grande demanda, porque todos os CFCs do Estado de São Paulo

tiveram que comprar no mesmo período, resultou em falta do equipamento e alta no

preço, afetando 67% das empresas pesquisadas, que tiveram dificuldades para

comprar ou instalar hardware e software. Outro significativo problema na

implantação, apontado por 61% dos CFCs, foi a falta de apoio do órgão que

regulamentador, o DETRAN-SP, que na Portaria nº 1490/2001, no artigo 6 §2, diz:

decorridos os prazos previstos no Anexo desta Portaria, independentemente de

eventual justificativa administrativa ou técnica, aqueles que não aderirem ou não

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

11%

39% 39% 44%

61% 67%

Falta de recursos financeiros

Poucas opções de PSI

Equipamentos obsoletos

Clareza nas exigências técnicas

Apoio do órgão regulamentador

Dificuldade p/ comprar ou instalar hardware e software

Page 37: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

36

cumprirem com as exigências do GEFOR, estarão automaticamente excluídos do

processo de habilitação, sem prejuízo das sanções contidas nos ordenamentos de

regência dos registros e credenciamentos, não oferecendo nenhum apoio aos CFCs

e nem auxiliando com alternativas. Por sorte, a implantação por parte do DETRAN

atrasou, possibilitando maior prazo para aquisição do equipamento.

Das empresas pesquisadas, apenas duas tiveram falta de recursos

financeiros para implantação da TI, ainda que potencializado pelo alto preço da

ocasião.

Outros problemas encontrados na implantação foram:

a) clareza nas exigências técnicas: a TI foi imposta pelo DETRAN-SP, que

notificou os CFCs sobre os sistema de TI, mas não deixou claro onde

encontrar os equipamentos necessários e como funcionaria o sistema;

b) equipamentos obsoletos: todos os CFCs que funcionavam antes da

implantação da TI e já possuíam em sua estrutura algum dispositivo

tecnológico, tiveram de fazer upgrade ou trocar seus equipamentos; e

c) poucas opções de prestadores de serviço em informática (PSI): na época

da implantação existiam apenas três opções de empresas credenciadas

pelo DETRAN-SP para trabalhar com o GEFOR.

A implantação do GEFOR foi por etapas, conforme cronograma do Anexo II

da Portaria 1490/2001, permitindo assim, uma fase de adaptação. Os impactos da TI

nos CFCs durante a fase de adaptação são exibidos no gráfico a seguir:

Gráfico 3 – Impactos encontrados nos CFCs para adaptar-se a Tecnologia da Informação.

Fonte: APÊNDICE C.

0

20

40

60

80

100

22% 28%

39% 44%

67% 72%

100% Reorganizar a Estrutura

Ausência de funcionários qualificados Mão-de-obra especializada em TI

Contratar pessoal

Resistencia dos Funcionarios

Suporte Técnico

Treinar equipe

Page 38: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

37

Como esperado e fundamentado pelos referenciais teóricos deste estudo o

treinamento da equipe dos colaboradores foi necessária em 100% das empresas. O

treinamento é vital para a implantação da TI, para o seu bom desempenho e pleno

funcionamento. O suporte técnico (72%) e a resistência por parte dos funcionários

(67%) são implementos esperados para a TI. A contratação de mão-de-obra

especializada atingiu 39% das empresas pesquisadas e 22% necessitaram

reorganizar a sua estrutura com contratação ou realocação de pessoal, gerando

novas vagas no mercado de trabalho.

O DETRAN-SP, órgão regulamentador, através da Portaria 540/99, previu e

fez a exigências necessárias na obtenção da autorização de funcionamento do CFC,

para que quando implantada a TI, os CFCs já estivessem estruturados e adequados

as mudanças organizacionais. A transformação gerou um novo modo de produzir o

serviço, induzindo ao surgimento de novos processos e instrumentos, que atingiram

por completo toda a estrutura do CFCs.

Mesmo tendo sido imposta a TI teve um alto índice de aceitação por parte das

empresas aderidas ao processo com 67% das empresas a qualificando como ótima

ou boa. Apenas dois CFCs apontaram como ruim o Sistema de TI GEFOR,

coincidentemente, estas empresas foram afetadas pelos principais problemas

mostrados neste trabalho, tanto os da fase de implantação quanto os de adaptação.

O gráfico a seguir demonstra os resultados da satisfação:

Gráfico 4 – Indice de aprovação do uso da TI.

Fonte: APÊNDICE C.

17%

50%

22%

11% Ótimo

Bom

Regular

Ruim

Page 39: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

38

Reforçando a aprovação, 83,33% dos CFCs pesquisados consideram que a

TI resultou em melhorias para empresa e estão motivados a adquirir novas

ferramentas tecnológicas.

4.1 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ABRE NOVOS HORIZONTES

Conforme informado anteriormente em 83,33% das empresas pesquisadas a

TI trouxe melhorias e motivou-os a adquirir outras tecnologias. Verificamos na

pesquisas quais foram estas tecnologias adquiridas por estas empresas, sendo que

20% investiram em acesso a Internet Banda Larga, outros 80% foram além,

adquiriam novos computadores, montaram estrutura de rede com acesso a Internet

banda larga ou instalaram circuito interno de câmeras de segurança (APÊNDICE C).

Aproveitamos a entrevista feita no CFC ASA BRANCA (APÊNDICE B) para

entrar em mais detalhes sobre este aspecto. O CFC ASA BRANCA é da categoria B,

ou seja, de ensino prático. O Diretor geral do CFC afirma que a implantação da TI

imposta abriu novos horizontes e incentivou a adquirir um sistema de gerenciamento

de alunos, denominado CFC B System, o qual controla todas as informações do

CFC B e dos seus clientes, disponibilizando também acesso as transações do

GEFOR, neste CFC B específico, trabalham com um sistema centralizador de TI,

que disponibiliza todas as ferramentas administrativas e o GEFOR. Neste sistema o

colaborador do CFC B ASA BRANCA tem acesso aos dados do aluno matriculado

na sua empresa e acompanha todo o processo, fazendo o agendamento das aulas,

lançamentos no caixa e realizando as transações do GEFOR: emissão do certificado

e da Licença para Aprendizagem de Direção Veicular (LADV), enviando e

cancelando aulas práticas. O sistema disponibiliza o controle da frota de veículos

(requisições de combustível e de serviços em geral de reparos ou manutenção) e o

controle do cadastro dos Instrutores (verifica a quantidade de aulas e horas

trabalhadas por período).

O diretor ainda ressalta que a amplitude da TI no CFC B ASA BRANCA não

se restringe apenas ao programa CFC B System, está presente nos meios de

recebimento eletrônicos, disponibilizados através de máquinas de cartão de crédito,

no circuito Interno de câmeras de segurança, no controle eletrônico do ponto dos

funcionários, por meio de coleta biométrica, estrutura de rede wireless, interligando

Page 40: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

39

todos os computadores, fornecendo acesso ao CFC B System e a Internet banda

larga.

Com estas tecnologias o diretor ressalta que o CFC adquiriu vantagens

competitivas, proporcionando aos clientes maiores facilidades na forma de

pagamento e segurança dos recebíveis. A TI proporcionou também melhor controle

dos clientes e funcionários, permitindo maior velocidade e agilidade no acesso das

informações. Ocasionando satisfação por parte do cliente e permitindo o

atendimento de um número maior de pessoas.

Como uma evolução, pode-se assim dizer sobre a implantação das diversas

tecnologias da informação no CFC B ASA BRANCA, que antes delas, utilizavam

como recursos auxiliares apenas a máquina de datilografar. Aos poucos, identificou

a importância da TI agregada a estratégia da empresas e foram adequando-se as

normas do órgão regulamentador, aproveitando a oportunidade para informatizar

toda a estrutura da empresa, passando a utilizar a TI como uma ferramenta

poderosa de auxilio na estratégia e vantagem competitiva. Abrindo novos

horizontes, melhorando e ampliando os serviços oferecidos aos clientes por este

estabelecimento.

Page 41: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

40

CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Nas últimas duas décadas a tecnologia da informação transformou o mundo

que vivemos, modificou a nossa forma de interagir com tudo e principalmente a

forma das pessoas se relacionarem e se comunicarem.

No século XV, Johannes Gutenberg (1398-1468) introduziu a forma moderna

de impressão, que possibilitou a divulgação muito mais rápida da informação

(através de cópia de livros e jornais). No século XX, a tecnologia da informação

permitiu uma divulgação da informação infinitamente maior do que a prensa de

Gutenberg, fazendo uma completa revolução global.

As empresas têm que se adaptar a esta nova realidade. Este mundo onde as

fronteiras foram virtualmente derrubadas, onde uma empresa de um bairro distante

pode ter clientes e concorrentes em qualquer lugar do mundo e a informação é

acessada na velocidade de um click de mouse, criou um mercado mais competitivo e

exigente. Para sobreviver neste ambiente, as empresas devem se municiar da

tecnologia da informação para auxiliá-las a entender e se relacionar com seus

stakeholders e a gerir suas operações.

Este trabalho permitiu refletir o novo cenário nacional e mundial, onde as

microempresas têm crescido representativamente, assim como o número de

transações efetuadas por elas. Num cenário assim, a competição também aumenta

e se torna mais acirrada, obrigando as empresas a procurarem diferencial no

mercado.

De acordo com nossos estudos, em todos os referenciais teóricos citados, a

TI é aplicada para ampliar os negócios, podendo auxiliar todos os tipos de empresa

na melhora da eficiência e eficácia dos processos de negócios, tomada de decisão

gerencial e colaboração de grupos de trabalho, fortalecendo suas posições

competitivas no atual mercado de rápida transformação e por si só deveria ser

adotada como parte integrante da estratégia da empresa por iniciativa própria. Mas

no ramo dos Centros de Formação de Condutores (CFCs) da Cidade de São Vicente

foi diferente, a TI foi imposta, pelo órgão regulamentador.

Com isso, foi demonstrado que há um grande impacto organizacional mesmo

sendo implantada para se adequar a um procedimento imposto pelo órgão

regulador. E mesmo nesta situação, quando a TI é imposta, ela pode ser benéfica,

Page 42: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

41

porque no caso pesquisado todas as empresas adaptaram-se a TI e

automaticamente passaram a contar com uma estrutura organizacional atualizada e

funcional.

A TI trouxe atualização, capacitação, inovação e motivação para as empresas

e colaboradores, que precisaram se adaptar a nova realidade na forma de trabalhar.

Consideramos que o maior ganho foi a reação positiva das empresas sobre a

implantação da TI, inclusive, sendo motivados a investirem em novas tecnologias

diferentes das impostas. Apesar das dificuldades descritas, a aceitação foi grande,

67% consideraram a mudança boa ou ótima e 22% regular.

A burocratização gera lentidão em qualquer processo, no caso estudado a TI

forneceu meios eletrônicos onde a burocracia foi automatizada. A documentação

existente não foi extinta, porém tornou-se mais rápida e eficaz devido a TI.

Diante do ponto a que se chegou com a pesquisa e reforçando a idéia

proposta pelos autores citados, não há como negar quão importantes são as

informações, especialmente as gerenciais. Ainda assim, a gestão empresarial das

microempresas deve se estruturar, mesmo que de maneira simplificada, para

desfrutar de informações obtidas para auxiliar no processo decisório. Para tanto,

recomenda-se que o empresário explore as informações através do uso da

tecnologia da informação.

Para se ter sucesso com a TI, o envolvimento do usuário final é crucial, se

possível o mesmo deve interagir desde o desenvolvimento do sistema. As empresas

deverão ficar atentas a sinais de resistências dos funcionários e não pular a etapa

de treinamento. Devem demonstrar que a TI veio para auxiliá-los e não para

dificultar ou tirar seus empregos. Os colaboradores das empresas irão operar a

tecnologia da informação no cotidiano e para que o seja utilizado de forma eficiente,

precisam acreditar que a TI é uma boa ferramenta de trabalho.

O apoio, a interação, a clareza na troca de informações entre os

empreendedores e os fornecedores de TI, ao longo de todo processo, desde a

aquisição até a adaptação, deve acontecer para que os objetivos esperados com a

TI sejam alcançados.

A situação estudada nos mostrou grandes dificuldades geradas, por ser um

sistema elaborado sem experimentos e envolvimento do usuário final. A situação

que hoje está superada poderia ter sido menos conflitante e melhor elaborada com

maior envolvimento de os todos participantes do processo e com um maior apoio do

Page 43: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

42

mentor do sistema. Conforme os autores citados, o que se deve fazer sempre antes

de qualquer mudança ou investimento de TI é o estudo prévio de necessidades e

possíveis gargalos, assim como a analise do impacto com envolvimento de todas as

partes.

Recomendamos a realização de novos estudos a fim de avaliar outros

aspectos como o impacto social, pois pudemos perceber que houve contratação de

funcionários e muitos aumentaram sua capacitação através do treinamento

fornecido, além do estudo do impacto econômico financeiro dentro da microempresa

após a implantação da tecnologia da informação.

Page 44: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, Brasília, p 1, 24 de set. 1997. Seção 1. BRASIL. Resolução n. 74, de 19 de novembro de 1998. Regula o credenciamento dos serviços de formação e processo de habilitação e condutores de veículos. Conselho Nacional de Trânsito. Diário Oficial da União, Brasília, p. 88, 20 de nov. de 1998. Seção 1. CEGLIE, G.; DINI, M. SME cluster and network development in developing countries: the experience of Unido. Vienna: Unido, 1999. DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. GEM. Relatório executivo Global Entrepreneuriship Monitor 2009 Disponível em: < http://www.sebrae.com.br/uf/tocantins/acesse/informes-locais/pesquisa-gem-faz-retrato-do-empreendedorismo-no-brasil>. Acesso em: 16 de out 2010. GONÇALVES, M. F. A pequena empresa e a expansão industrial. Lisboa: Associação Industrial Portuguesa, 1994. KALAKOTA, R. & ROBINSON, M. E Business - Estratégias para alcançar o sucesso no mundo digital. Porto Alegre: Bookman Cia Editora, 2001. LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane Price. Sistemas de Informação Gerenciais: administrando a empresa digital. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2007. LOPES, Frederico F. Estratégias de rede de empresas: o associativismo no pequeno varejo alimentar. FEARP – PENSA, Universidade de São Paulo, 2004. O’BRIEN, James A. Sistemas de Informação e as decisões gerenciais na era da Internet. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2004. OHMAE, Keinichi. O novo palco da economia global. Porto Alegre: Bookman Cia Editora, 2006. PEREIRA, Jorge Luiz da Rocha. As tecnologias da informação como ferramentas para a redução dos riscos da mortalidade empresarial. São Paulo: Biblioteca SEBRAE-SP, 2006. Disponível em: <http://becocomsaidasebrae.wordpress.com/2008/10/30/as-tecnologias-da-informacao-como-ferramentas-para-a-reducao-dos-riscos-da-mortalidade-empresarial/>. Acesso em: 15 de set 2010. PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 18 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989. SÃO PAULO (Estado). Portaria 540, de 15 de abril de 1999. Regulamenta o registro e o funcionamento dos Centros de Formação de Condutores e estabelece os

Page 45: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

44

procedimentos necessários para o processo de habilitação, normas relativas à aprendizagem e exames de habilitação. Departamento Estadual de Trânsito. Diário Oficial do Estado, São Paulo, p. 7, 16 de abr. de 1999. Poder Executivo, Seção I. SÃO PAULO (Estado). Portaria n. 1.490, de 22 de novembro de 2001. Institui, no âmbito do Estado de São Paulo, o Sistema de Gerenciamento Eletrônico de Formação de Condutores – GEFOR. Departamento Estadual de Trânsito. Departamento Estadual de Trânsito. Diário Oficial do Estado, São Paulo, p. 8, 23 de nov. de 2001. Poder Executivo, Seção I. SEBRAE-SP. Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresa. Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br>. Acesso em 07 set. 2010. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Org.); Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos [responsável pela elaboração da pesquisa, dos textos, tabelas e gráficos]. Anuário do trabalho na micro e pequena empresa: 2009. 3. ed. São Paulo: SEBRAE; DIEESE, 2010. ZOBOLI, Elma Lourdes Campos Pavone. A ética nas organizações: Reflexão ética nas organizações. São Paulo: Instituto Ethos, ano 2, n. 4, p. 5-18, mar.2001. Disponível em: <http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/arquivo/0-A-222reflexao%2004.pdf>. Acesso em: 16 de ago 2010.

Page 46: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

45

APÊNDICES

APÊNDICE A - Entrevista com Encarregado da 102ª CIRETRAN APÊNDICE B - Entrevista com Diretor do CFC ASA BRANCA APÊNDICE C - Resultado da pesquisa sobre TI nos CFCs

Page 47: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

46

APÊNDICE A – Entrevista com funcionário da 102ª CIRETRAN

Entrevistado: Angelo M. Cecchi Neto

Cargo: Encarregado Habilitação

Local: São Vicente, SP

Data: 08/10/2010

Page 48: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

47

Olá, gostaria em primeiro lugar de agradecer pela compreensão e disposição

de tempo para nossa entrevista, que trata de um assunto muito importante, o

Impacto Organizacional da Tecnologia da Informação (TI) nos Centros de Formação

de Condutores (CFC) da cidade de São Vicente.

A entrevista visa saber como se evoluiu o Sistema de Carteira Nacional de

Habilitação (CNH), para gerar informação para pesquisa dos Centros de Formação

de Condutores.

Pergunta: Quando você começou a trabalhar na 102ª CIRETRAN e como

era desenvolvido seu trabalho e quais ferramentas dispunha para auxiliá-lo?

Resposta: Comecei minhas atividades no setor de habilitação na 102ª

CIRETRAN em Maio de 1972, naquela época tínhamos apenas a máquina de

escrever como ferramenta de trabalho e o processo da CNH era todo manual. Fazia

conferência dos processos enviados das Auto Escola para marcação de exame e

emissão da CNH.

Pergunta: Como funcionava o processo de CNH, o acompanhamento e o

armazenamento das informações?

Resposta: O aluno procurava a Auto Escola que encaminhava para os

exames de aptidão física, mental e psicológico, após esses exames o aluno

agendava na Auto Escola o exame teórico, pagando as taxas estaduais, enviava o

processo para a CIRETRAN conferir e confirmar. Aprovado no exame teórico o aluno

faria as aulas práticas e marcaria o exame prático na Auto Escola, fazendo a mesma

rotina do exame teórico. Sendo aprovado, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH)

era emitida na máquina de escrever, em papel moeda, ordenado pelo número do

Prontuário Geral Único (PGU). O processo era arquivado na CIRETRAN por ordem

de PGU, que ficava etiquetado na capa em cima do nome do candidato. O PGU era

distribuído pelo DETRAN-SP a todas as CIRETRANS, este era o controle do

prontuário do condutor na época.

Pergunta: Como a Tecnologia da Informação surgiu no Processo de

CNH? O que mudou e quais foram as grandes mudanças?

Page 49: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

48

Resposta: Primeiro criaram um Sistema para DETRAN-SP, em 1995, que

interligava todas as informações das CIRETRANS do Estado de São Paulo, através

da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (PRODESP),

os PGUs passaram a ser digitais e instalaram computadores conectados a esta rede

de dados. O sistema passou a ser digital e a CNH passou a ser impressa em vez de

datilografada. Após a criação do novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o sistema

evolui e a interligação foi nacional, com a criação da Base de Identificação Nacional

de Condutores (BINCO) e o Registro Nacional de Condutores Habilitados

(RENACH), a CNH mudou e os antigos PGUs deram lugar ao número de registro. A

Carteira CNH atual contém fotografia e os números dos principais documentos do

condutor, servindo como documento de identidade em todo o Brasil, emitida em

papel moeda de ultima geração com inúmeros dispositivos de segurança contra a

falsificação. O modelo de Carteira CNH emitido desde 1987 era chamado de PGU,

ela continha menos informações e sequer incluía a fotografia do condutor. O PGU

não tinha valor como documento de identidade, sendo obrigatório apresentar a

identidade conjuntamente à carteira CNH antiga. A TI melhorou o sistema de

segurança dos dados dos condutores e dos candidatos e também da CNH. A maior

mudança foi criada em 2001, pela Portaria 1490, o Sistema de Gerenciamento

Eletrônico de Formação de Condutores (GEFOR), para controle dos procedimentos

dos condutores nos CFCs.

Pergunta: Quem faz parte do processo de habilitação e do GEFOR?

Resposta: Todos que fazem parte do processo de habilitação operam o

GEFOR. São: o DETRAN-SP, as CIRETRANS, os candidatos, os médicos, os

psicólogos, os CFCs A (teórico), os CFCs B (prático) e a Prestadora de Serviços em

Informática (PSI).

Pergunta: Como funciona o GEFOR?

Resposta: O GEFOR uniu em um só sistema todas as informações referentes

aos candidatos de habilitação. Funciona da seguinte forma: todas as transações

necessitam passar primeiro pela Prestadora de Serviços em Informática (PSI), que

Page 50: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

49

faz a intermediação entre os CFCs e o DETRAN-SP, o sistema GEFOR capta as

informações dos candidatos lançados pelos participantes do processo de habilitação

(Médicos, Psicólogos e CFCs) e a PSI envia estas informações para a PRODESP,

onde o DETRAN-SP tem acesso a elas. Toda pesquisa de dados no GEFOR é feita

pelo número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) do candidato.

Pergunta: O que é necessário para um Centro de Formação de Condutor

(CFC) trabalhar na cidade de São Vicente?

Resposta: Para um CFC funcionar é necessário que se cumpra o exigido na

Portaria 540/99 do DETRAN-SP, que regulamenta todos os requisitos e

procedimentos para registro do CFC, e também se adequar a Portaria 1490/2001

referente ao GEFOR.

Pergunta: Como é feita a fiscalização e a adequação das exigências para

o funcionamento dos CFCs referente à Tecnologia da Informação exigida?

Resposta: Como disse anteriormente, na Portaria 1490/2001 estabelece os

requisitos mínimos para o CFC poder trabalhar com o GEFOR, tanto de hardware

como para softwares, após essa adequação no credenciamento do CFC junto a

CIRETRAN, este deve indicar a PSI, que verifica a estrutura tecnológica do CFC. A

fiscalização sobre os dados dos candidatos é feita pela CIRETRAN através da

confirmação das informações lançadas no GEFOR e com vistorias aos CFCs,

quando a repartição responsável vai até o CFC verificar se esta tudo sendo feito

dentro dos moldes determinados pela Lei.

Page 51: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

50

APÊNDICE B – Entrevista com Diretor do CFC Asa Branca

CFC: ASA BRANCA

Endereço: Rua Bento Viana nº 992 – Centro

Entrevistado: Argus Sergio Rosa

Cargo: Diretor Geral

Local: São Vicente, SP

Data: 13/10/2010

Page 52: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

51

Olá, gostaria em primeiro lugar de agradecer pela compreensão e disposição

de tempo para nossa entrevista, que trata de um assunto muito importante, o

Impacto Organizacional da Tecnologia da Informação (TI) nos Centros de Formação

de Condutores (CFC) da cidade de São Vicente.

Nosso estudo tem a finalidade de avaliar como a Tecnologia da Informação

influencia na organização estrutural da empresa e avaliar os seus impactos. Fizemos

uma coleta de dados, através de entrevista com funcionário da 102ª CIRETRAN, que

disponibilizou informações sobre os procedimentos e o funcionamento dos CFCs da

Cidade de São Vicente, para moldarmos a entrevista ao foco do nosso estudo e

também para avaliar a magnitude da obrigação da Tecnologia para o funcionamento

do CFC

Pergunta: Como é formado e estruturado o corpo docente do CFC?

Resposta: Temos a divisão em duas estruturas: a de ensino – com Diretor de

Ensino, um auxiliar e sete instrutores; e o de administração – com Diretor Geral e

três auxiliares.

Pergunta: Por que a estrutura é organizada dessa forma e foi feita

alguma mudança após o ingresso do GEFOR no sistema de habilitação?

Resposta: Para sermos credenciados ao DETRAN-SP devemos atender os

pré-requisitos da Portaria 540/99, que exige essa estrutura. Adequamos a estrutura

exigida aos moldes da atualidade, antes contávamos apenas com quatro instrutores,

porque possuíamos apenas quatro veículos, sendo exigido por Lei um instrutor por

veículo, um auxiliar de escritório e apenas um Diretor de Auto Escola. Após o

GEFOR precisamos fazer contratação de funcionários para poder atender a

estrutura exigida e ao aumento do trabalho. Percebemos com a experiência

adquirida trabalhando com o GEFOR, que essa estrutura é necessária para trabalhar

com o sistema, pois a estrutura anterior existente não atenderia aos novos

processos e procedimentos.

Pergunta: O CFC possuía alguma Tecnologia da informação antes do

GEFOR? Qual era a sua funcionalidade? Todos os funcionários sabiam usá-la?

Page 53: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

52

Resposta: Sim, tínhamos um computador e Internet discada, para realizarmos

consulta de pontuação ou de débitos de veículos. Não, Apenas o auxiliar sabia usar

o computador e a Internet.

Pergunta: Qual é o publico alvo do CFC?

Resposta: Publico adulto, maior de 18 anos, que saiba ler e escrever e que

resida na cidade de São Vicente.

Pergunta: Por que o público é delimitado geograficamente na Cidade de

São Vicente?

Resposta: Esta limitação geográfica é obrigatória e consta na Portaria 540/99,

no Artigo 38 Inciso IV.

Pergunta: Como é administrado o CFC e como vocês lidam com a

Tecnologia da Informação?

Resposta: O CFC é administrado de forma homogênea e conjunta, onde

todos participam do processo, específicos a suas tarefas e funções. A Tecnologia da

Informação faz parte do nosso dia-a-dia e é fundamental para a vida da empresa.

Em todos os processos administrativos temos a tecnologia da informação envolvida

de alguma forma e todos os funcionários necessitam operar o básico do GEFOR,

que é a captura biométrica das aulas dos candidatos.

Pergunta: Todos os funcionários estão treinados e habituados a

Tecnologia da Informação existente no CFC?

Resposta: Não. O treinamento foi dado a todos os funcionários, apesar das

dificuldades encontradas no inicio a maioria já se habituou, os diretores e os

auxiliares são obrigados a saberem do funcionamento de toda a estrutura e rotina

das tecnologias disponíveis no CFC, no entanto, os instrutores, principalmente os

mais antigos, ainda se rebelam contra o sistema que porventura apresenta algumas

Page 54: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

53

falhas, alegando que na verdade isso foi feito para atrapalhar o trabalho deles.

Porém, hoje em dia, todos estão habituados a fazer as operações básicas do

GEFOR.

Pergunta: Vocês participaram do processo de formulação do GEFOR e

tiveram tempo hábil para se adequar?

Resposta: Não fomos convidados a participar do processo. O tempo que

tivemos para adequação foi o suficiente graças ao atraso no cronograma de

implantação do GEFOR.

Pergunta: Vocês sabiam o que seria necessário (hardware, software e

outros) para trabalhar com o GEFOR e onde encontrar?

Resposta: Sim sabíamos o que seria necessário, porém não foi nos passado

custos e nem muitas opções de hardware que funcionavam com o sistema. Sobre

onde encontrar, optamos pela empresa que antecipou e fez a venda antes do

sistema entrar em vigor, pois essa informação não foi divulgada pelo DETRAN-SP.

Outro problema foi referente às empresas Prestadora de Serviço de Informática

(PSI), na época da implantação haviam apenas três credenciadas para trabalhar no

GEFOR.

Pergunta: O DETRAN-SP ofereceu ajuda ou suporte durante a

implantação? Como aconteceu?

Resposta: Não tivemos nenhuma ajuda por parte do DETRAN-SP, o suporte

técnico foi dado através da Prestadora de Serviço de Informática (PSI) e era horrível.

Todos os erros que aconteciam na utilização do GEFOR eram encaminhados a PSI

que notificava a PRODESP, responsável pelo sistema. Após a correção do erro

conseguíamos concluir a operação do candidato.

Pergunta: Com relação ao GEFOR, foi uma evolução apenas tecnológica

ou seu impacto foi maior dentro do CFC?

Page 55: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

54

Resposta: O GEFOR causou inúmeras mudanças dentro do nosso CFC.

Precisamos passar por uma reestruturação organizacional:

a) Contratamos pessoal, com prática em informática;

b) Treinamos toda a equipe e tivemos dificuldades com os Instrutores que

não tinham nenhum conhecimento na área de informática;

c) Derrubamos a barreira cultural que existia, os colaboradores com mais

tempo de empresa e de experiência na função não queriam mudar a forma de

trabalho e resistiam ao aprendizado nos treinamentos;

d) Investimos em hardwares e softwares, buscamos soluções alternativas

ao obrigatório, tivemos que mudar e inovar dentro do permitido; e

e) Superamos as dificuldades de regulamentação e do prazo de

implantação.

Enfim, uma revolução organizacional que mudou a nossa forma de trabalhar.

Pergunta: Como funciona o GEFOR no processo de habilitação e no

CFC?

Resposta: Todos os candidatos que estão em processo de habilitação

precisam ter seus dados cadastrados e coletados através do GEFOR. No CFC

utilizamos um programa chamado CFC System, que realiza as transações referentes

ao envio das informações para o GEFOR das aulas realizadas. O candidato realiza

no CFC A, do ensino teórico, o curso Teórico-técnico com 45 horas/aulas de carga

horária, comunicando essa agenda de aulas previamente ao DETRAN-SP, através

do GEFOR. Após a conclusão o CFC A emite o certificado de conclusão do aluno e

marca o exame teórico, encaminhando o processo para CIRETRAN, onde é feita a

conferência da documentação e a confirmação da marcação. Depois o candidato se

inscreve no CFC B Asa Branca (de ensino prático), para iniciar as aulas práticas,

com carga horária mínima de 20 horas/aulas e agendamos no CFC B System, que

envia previamente para o GEFOR. Após as aulas, nós imprimimos o certificado de

conclusão do aluno e marcamos o exame prático, encaminhando o processo para

CIRETRAN, onde é feita a conferência da documentação e a confirmação da

marcação. Sendo aprovado, a CNH é emitida pela CIRETRAN que nos repassa para

podemos entregar ao candidato.

Page 56: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

55

Pergunta: O software CFC System tem outra utilidade além do seu uso

para o GEFOR?

Resposta: Sim, ele faz parte dos investimentos feitos após a implantação do

GEFOR no CFC. No início do GEFOR trabalhávamos com uma Prestadora de

Serviço de Informática (PSI) que disponibilizava as transações com o GEFOR

através de um site. Com o tempo percebemos que ter o trabalho de acessar o site e

realizar as transações de candidato por candidato perdia muito tempo. Pesquisamos,

e dentre todas as empresas PSI credenciadas pelo DETRAN-SP, apenas uma

oferecia um software para gerenciamento do CFC com as funções GEFOR.

Resolvemos então trocar de PSI e compramos a licença do software para uso no

CFC. O CFC System melhorou a qualidade e a rapidez com que manuseamos os

dados dos candidatos e o seu envio ao GEFOR.

Pergunta: Após um Sistema de Informática, vocês investiram em outras

tecnologias? Por quê? Quais?

Resposta: Sim, porque percebemos que a tecnologia junto com o trabalho

influencia positivamente no desempenho e aumenta a produtividade, gerando lucros

para a empresa. Além disso, não foram necessários grandes investimentos,

programamos cada etapa antecipadamente e buscamos tecnologias de baixo custo

e alta efetividade.

Começamos aumentando o número de computadores e leitores biométricos

para trabalhar com o GEFOR, interligando-os em Rede através de dispositivo

Wireless. Informatizamos o ponto dos funcionários, aderindo também à tecnologia

biométrica, compramos um dispositivo de Cartão de Ponto Biométrico. Colocamos

no-breaks e aumentamos a velocidade de acesso a Internet com a banda larga. Por

medida de segurança instalamos um circuito de câmeras de segurança. O último e

mais recente investimento foi a criação e a publicação do site do CFC na Internet.

Pergunta: Como a Tecnologia da Informação beneficiou o CFC?

Page 57: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

56

Resposta: A Tecnologia da Informação contribui na organização do CFC,

criando mais cargos dentro do CFC, possibilitando uma moderna estrutura

tecnológica e organizacional, ajudou a aumentar a nossa participação no mercado e

a produção dos funcionários. No começo foi difícil se habituar, mas com o passar do

tempo e o aprendizado percebemos a importância desta ferramenta para nosso

negócio. Inclusive após a implantação do nosso website e divulgação via Internet

fomos procurados por possíveis clientes da região da baixada santista e não

podemos atendê-los devido a delimitação falada antes.

Page 58: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

57

APÊNDICE C – Resultado da pesquisa sobre TI nos CFCs

Local: São Vicente, SP

Data: 13/10/2010

Page 59: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

58

As tabelas a seguir foram preenchidas de acordo com a resposta fornecida

pelo representante do CFC no momento em que a pesquisa foi realizada.

Condições de TI nos CFCs para receber o GEFOR.

CFCs Despreparados Parcialmente Preparados

ASA BRANCA X

DEFENSA X

FENIX X

ITARARE X

MARAVILHA 1 X

MONTE CARLO X

PAPA LEGUAS X

PIT STOP X

SAN MARINO X

SENSAÇÃO X

TONINHO X

TOTAL 3 6 3

Page 60: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

59

Dificuldades na implantação da TI.

CFCs Falta de recursos

financeiros

Poucas opções de PSI

Equipamentos obsoletos

Clareza nas

exigências técnicas

Apoio do órgão regulamentador

Dificuldade p/ comprar ou instalar hardware e software

ASA BRANCA X X X X X

DEFENSA X X

FENIX X X X X

IMOLA X X X X

ITARARE X X X X X X

ITARARE "A"

LUA X X

MARAVILHA 1

MARAVILHA 2

MONTE CARLO X X X

PAPA LEGUAS X X

PIT STOP

SAN MARINO X X X X

SÃO VICENTE X X X

SEDETRAN X X X

SENSAÇÃO X X X X

TONINHO X X X

VICENTRAN X X

TOTAL 2 7 7 8 11 12

Page 61: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

60

Impactos encontrados nos CFCs para adaptar-se a TI.

CFCs Reorganizar a Estrutura

Ausência de funcionários qualificados

Mão-de-obra especializada

em TI

Contratar pessoal

Resistência dos

Funcionários

Suporte Técnico

Treinar equipe

ASA BRANCA X X X X X X

DEFENSA X X X X

FENIX X X X X X X X

IMOLA X X X

ITARARE X X X X X X

ITARARE "A" X X

LUA X X X

MARAVILHA 1 X X

MARAVILHA 2 X X X

MONTE CARLO X X X X

PAPA LEGUAS X X X X X

PIT STOP X X X

SAN MARINO X X

SÃO VICENTE X X X X

SEDETRAN X X

SENSAÇÃO X X X X X

TONINHO X X X X

VICENTRAN X X

TOTAL 4 5 7 8 12 13 18

Page 62: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

61

Aprovação do uso da TI.

CFCs Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo A TI

trouxe melhorias

Pretende investir

em outras TI

ASA BRANCA X X X DEFENSA X FENIX X IMOLA X X X ITARARE X X X ITARARE "A" X X X LUA X MARAVILHA 1 X X X MARAVILHA 2 X X X MONTE CARLO X X X PAPA LEGUAS X X X PIT STOP X X X SAN MARINO X X X SÃO VICENTE X X X SEDETRAN X X X SENSAÇÃO X X X TONINHO X X X

VICENTRAN X X X

TOTAL 3 9 4 2 0 15 15

Page 63: Tecnologia da informação nas mes   os impactos organizacionais nos cfcs

62

Novos investimentos em Tecnologia da Informação.

CFCs Banda Larga

Novos Computadores

Rede

Sistema de

Controle de

Clientes

Circuito de

Segurança Site Outros Quais?

ASA BRANCA X X X X X X X

Máquinas de Cartão de

crédito, Ponto Eletronico e

No-break IMOLA X

ITARARE X

ITARARE "A" X X X

MARAVILHA 1 X X X X X Máquinas de

Cartão de crédito

MARAVILHA 2 X X X X

MONTE CARLO X X X X X X Máquinas de

Cartão de crédito

PAPA LEGUAS X

PIT STOP X X X X

SAN MARINO X X X

SÃO VICENTE X X X X X X Alarme

monitorado SEDETRAN X X X X

SENSAÇÃO X X X X X X X Máquinas de

Cartão de crédito

TONINHO X X X

VICENTRAN X X X

TOTAL 15 12 12 5 5 4 5