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Tecnologia das Construções profª Alessandra Savazzini Reis e profª Georgia Serafim 1 CURSO TÉCNICO DE EDIFICAÇÕES NOTAS DE AULAS TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES ALVENARIA COLATINA-ES 2010 1. ALVENARIA

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    CURSO TCNICO DE EDIFICAES

    NOTAS DE AULAS

    TECNOLOGIA DAS CONSTRUES

    ALVENARIA

    COLATINA-ES

    2010

    1. ALVENARIA

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    1. INTRODUO Alvenaria a atividade construtiva iniciada aps ou durante a execuo dos

    elementos estruturais, com a finalidade de vedao e como elemento estrutural. A alvenaria constituda por blocos com dimenses padronizadas que so

    justapostas com ou sem elemento de ligao entre si. As vedaes verticais so o subsistema do edifcio constitudo pr elementos que

    definem, compartimentam e limitam os espaos verticalmente, tendo como principais funes: proteger o homem e suas atividades contra a ao de agentes externos, criar ambientes com caractersticas e funes especficas e prover privacidade.

    A alvenaria, representa em torno de 5 % do oramento global da obra e costuma apresentar devido a pouca racionalidade do processo construtivo convencional, ndices de perda elevados, que giram em torno de 20% de seu custo total, devido a diversos fatores, tais como:

    - quebras no transporte e nas movimentaes dentro do canteiro, - embutimento de instalaes, - erros de execuo, - erros de contagem no recebimento dos elementos de vedao. Breve Histrico: Alvenaria de pedra, sem argamassa a mais antiga. Hoje em dia no usada,

    porm a antecessora das alvenarias. Quando as ferramentas existentes permitiram lavrar as pedras surgiu a cantaria, na

    qual as pedras eram assentadas umas sobre as outras e ligadas com argamassa de rejuntamento.

    O uso da alvenaria no Brasil data do incio da nossa da colonizao quando foram construdas vrias fortalezas de pedra e cal ou de pedra e barro, como tinha sido determinado pelo Rei de Portugal (era a prtica construtiva mais tradicional na poca). Foram usadas alm das pedras locais, as pedras trazidas de Portugal.

    2. CARACTERSTICAS DA ALVENARIA A alvenaria apresenta massa muito grande, resistncia compresso grande e a

    trao pequena, no s por causa do material principal: a pedra, mas tambm devido s argamassas das juntas pouco confiveis ao esforo de trao.

    Na alvenaria usa-se argamassa para rejuntar (ligar) os elementos da vedao. A alternncia das juntas de argamassa verticais evita a formao de fissuras, devido s aes de esforos cortantes e de trao.

    O bloco cermico vazado mais leve que a pedra, facilita por isso, a mo de obra de colocao, e seu uso na alvenaria de vedao representou importante evoluo da tcnica construtiva. O bloco cermico tem coeficiente de dilatao baixo e se tiver um bom cozimento o efeito higroscpico sensivelmente reduzido.

    A alvenaria pode ser de: - pedra; bloco de concreto; isopor (EPS); tijolo refratrio; - material cermico ( que pode ser furado ou macio ); - blocos de concreto celular (sikal - que isolante trmico); - painis de gesso acartonado (que substitui a alvenaria convencional); - Painis cimentcios (em fachadas),etc. O tijolo cermico deve apresentar arestas vivas, bem cozidas, produzir som metlico

    quando batido com uma colher de pedreiro, corte uniforme, dimenses regulares, faces planas, no ter superfcie vitrificada, ter resistncia compresso de 50kgf/cm2 (as Normas indicam mnimo de 40 Kgf/cm2 ).

    Os diversos tipos de blocos cermicos possuem furos que fazem com que eles fiquem mais leves, com certa proteo acstica e trmica. Atualmente existem as lajotas

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    de furo vertical que servem para efetuar a passagem de tubulaes no sentido vertical, e as de furo na horizontal, para o embutimento das tubulaes existentes horizontalmente.

    2.1. Tijolo macio - NBR 8041- Padronizao. Forma e dimenses Comprimento

    (mm) Largura (mm)

    Altura (mm)

    190 90 57 190 90 90

    2.2. Tijolo Cermico - NBR 8042 - Forma e dimenses Tipo (cm) L X H X C Dimenses reais L X H X C (no comrcio) 10x20x20 9x19x19 (mais usado) 10x10x25 9x09x20 10x20x40 9x19x39 20x20x40 19x19x39

    obs.: Existem diversos tipos de tijolo cermico no comrcio, variando seu formato e suas dimenses.

    2.3. Bloco de Concreto Os blocos de concreto constituem uma alvenaria bastante regular e muito resistente,

    so feitos com concreto vibrado (cimento x areia x pedrisco x gua) em vrias formas e tamanhos. Os mais usados:

    Dimenses: Comprimento Largura Altura (mm)

    400 100 200 400 200 200

    Especificaes tcnicas para blocos de vedao Requisitos de qualidade Exigncias /

    Tolerncias Integridade dos blocos Sem cantos lascados /

    fissuras Desvios em relao as dimenses declaradas

    3 mm

    Desvio de esquadro < 3 mm Empenamento < 3 mm Absoro de gua 5 a 20 % Expanso higroscpica de seco a saturado

    < 0,08 %1,0 a 2,5 MPa

    Resistncia compresso 1,0 a 2,5 MPa

    O nmero de fiadas de lajotas para armazenagem deve ser de no mximo dez, aproximadamente com 2 metros de altura, visto que dessa forma a retirada das lajotas se torne mais cmoda para o operrio, alm de reduzir o risco de quebra das mesmas.

    No se deve armazenar as lajotas em locais com exposio constante chuva e insolao. Tudo isto deve ser evitado para que se conserve a qualidade do material.

    2.4. Gesso Acartonado

    O gesso acartonado composto de painis de gesso parafusados em perfilados metlicos de ao galvanizado e compostos quando necessrio de material isolante termo-acstico. As placas em geral tem 1,20 m de largura e altura variando entre 1,80 a 3,0m. Existem 3 tipos de painis: standart(ST), resistente umidade(RU) e resistente a fogo(RF). As espessuras finais das paredes formadas variam de 10 cm a 16 cm permitindo a passagem de eletrodutos, tubulaes de at 100 mm de dimetro e a colocao dos

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    isolantes quando necessrio (l de rocha ou l de vidro). Existem reforos na estrutura que devem ser feitos nos vos das esquadrias e para a fixao de elementos na parede. Pode se fazer qualquer tipo de revestimento sobre os painis.

    3. PROCESSO EXECUTIVO DA ALVENARIA DE VEDAO

    OBJETIVO: Padronizar os procedimentos para a execuo da alvenaria de vedao em blocos cermicos ou de concreto, de forma a racionalizar o servio e obter maior produtividade sem a ocorrncia de desperdcio ou retrabalho.

    DOCUMENTOS DE REFERNCIA: - Projeto de arquitetura; - Projeto de estrutura; - Projeto de instalaes hidrulicas; - Projeto de instalaes eltricas; - Projeto de impermeabilizao; - Projeto de esquadrias; - Projeto de alvenaria; - NR 18-Condies e meio ambiente do trabalho na indstria da construo. Materiais e equipamentos: - blocos cermicos ou de concreto; - argamassa de assentamento, industrializada ou no; - padiolas de madeira p/ dosagem de argamassa (feita em obra); - concreto p/ fabricao de vergas e contravergas; - barras de ao 5.0 mm p/ ferros cabelo ou tela galvanizada de malha quadrada (15x15)mm2 e dos fios de 1,5 mm; - furadeira eltrica com broca de vdea de 6 mm e adesivo base de resina epoxi ou sistema de fixao plvora (tiro de pinos); - escova de ao, vassoura ; - prumo de face, nvel de bolha, trena metlica, metro articulado; - colher de pedreiro, bisnaga p/ aplicao de argamassa; - rgua de alumnio de 1,5 x 3, com 2 a 3 m de comprimento; - esquadro de alumnio; - rgua de alumnio com nvel de bolha acoplado; - andaimes ou cavaletes metlicos; - nvel alemo ou aparelho de nvel laser ou mangueira; - cimento, areia mdia peneirada, gua, resina PVA; - rolo p/ textura acrlica p/ aplicao de chapisco rolado; - desempenadeira metlica dentada de 6mm p/ chapisco industrializado; - serra eltrica manual ou serra de bancada com disco refratrio p/ corte de blocos; - argamassadeira de eixo horizontal p/ mistura de argamassa industrializada no andar; - betoneira p/ preparao de argamassa em central; - caixote plstico ou metlico para acondicionamento da argamassa; - suporte metlico provido de rodas p/ apoio dos caixotes; - broxa, linha de nailon; - carrinhos p/ transporte de blocos; - eletroduto de pvc; - caixinha de luz 4x4 ou 4x2; - escantilho ou pontalete graduado; - tela de ao galvanizado do tipo viveiro.

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    4. CONDIES PARA O INCIO DA ALVENARIA

    Os eixos principais da obra devem ter sido transferidos para o pavimento de trabalho e os elementos estruturais de referncia (pilares) devem ter sido definidos.

    Se a obra optar pelo uso de vergas e contravergas pr-fabricadas de concreto para os vos, essas devem estar fabricadas com pesos compatveis com o transporte manual.

    As paredes que tero rodaps de madeira e as paredes de reas molhadas que tero sistemas de impermeabilizao devem ser definidas para que a primeira fiada seja executada com blocos preenchidos com argamassa fraca.

    As juntas verticais entre os blocos podem ser ou no preenchidas com argamassa. Em geral o preenchimento das juntas verticais deve ocorrer nos seguintes casos:

    - fiadas de marcao; - blocos em contato com pilares; - blocos na interseco entre paredes; - paredes sobre lajes em balano; - paredes muito esbeltas (relao entre altura x espessura superior a 30); - paredes sujeitas a empuxo (subsolo); - paredes de fachada (devem ser estanques); - paredes com revestimento de pequena espessura (gesso); - paredes de edifcios altos (acima de 20 andares) sujeitas a esforos intensos de

    ventos; - paredes com extremidade superior livre (platibanda, muro); - paredes muito seccionadas para tubulaes das instalaes; - trechos de alvenaria com extremidade livre de comprimento menor que um tero da

    altura da parede. (c

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    Eventuais falhas no nivelamento da laje devem ser corrigidas com enchimento na primeira fiada e/ou modificao na espessura das juntas. Eventuais defeitos da estrutura de concreto, como estufamento, desaprumo ou desalinhamento de peas devem ser corrigidos quando da definio do posicionamento da fiada de marcao, procurando sempre o menor enchimento possvel na camada de revestimento. Nas paredes de fachada, desejvel um maior enchimento no lado interno e menor, no externo se o mesmo for necessrio.

    Nvel alemo

    5. LOCAO OU MARCAO DA ALVENARIA

    Antes da locao da alvenaria, deve-se reconferir as posies dos componentes da estrutura. Com base no projeto executivo de alvenaria, eixos principais e orientao pelo posicionamento dos pilares e pelas projees das vigas (com auxlio do fio de prumo) so inicialmente demarcadas as posies das paredes na laje de piso usando a trena. Para se obter as medidas da locao das paredes pode-se usar os projetos arquitetnico e estrutural.

    A marcao da alvenaria tem como referncia principal a estrutura. A locao deve ser feita para posicionar as paredes de alvenaria e corrigir os possveis erros na estrutura. A marcao bem feita leva a grandes economias nas atividades de execuo dos revestimentos. Em geral adota-se uma equipe exclusiva para a marcao, o tcnico de construo civil deve acompanhar/revisar esses servios. Com a marcao executada, comea efetivamente a execuo das paredes (assentamento, aparelho ou amarrao dos blocos).

    Deve-se abastecer o pavimento e os locais do andar onde sero executadas as alvenarias com a quantidade e os tipos de blocos necessrios execuo do servio. Os blocos devem ser transportados em carrinhos adequados.

    Com a laje de piso executada ou no pavimento trreo, limpa-se a superfcie (molha-se), distribui-se as lajotas na laje e de posse da planta executiva de alvenaria e dos eixos ortogonais auxiliares, inicia-se a marcao da alvenaria (locar na laje com a fixao da lajota onde ter parede).

    Distribuir os blocos da fiada de marcao, sem argamassa de assentamento, de maneira a verificar e corrigir eventuais falhas de posicionamento de instalaes embutidas. Esticar uma linha de nilon na posio definida para a parede, servindo de referncia para o alinhamento e o nvel da fiada de marcao.

    Deve-se garantir o nivelamento da 1 fiada, o esquadro entre as paredes e as dimenses dos ambientes, principalmente nos cmodos de menor rea. No caso de alvenaria sob vigas, a posio das paredes deve ser conferida tambm em relao s faces da viga por intermdio de um prumo de face aplicado pelo menos em trs pontos um ponto em cada cabeceira da viga e um terceiro no centro do vo.

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    Marcao da alvenaria

    Preparao para marcao

    Os ngulos retos podero ser estabelecidos com esquadro. Os ngulos diferentes de

    90 podem ser obtidos por triangulao, com as medidas dos lados do tringulo integrando o projeto executivo de alvenaria. A localizao exata dos pontos ortogonais, transferida de uma laje outra, com o auxlio de um prumo de centro colocado nos ganchos (ferros concretados junto com a laje para se fixar os eixos) presos estrutura. As posies de portas, janelas, caixas de luz e prumadas precisam ser indicadas e integradas s paredes. Os vos devem considerar as espessuras dos marcos e contramarcos das esquadrias que sero usados.

    Os blocos nos quais sero fixadas as caixinhas da instalao eltrica devero ser cortados com serra eltrica manual ou de bancada. As caixinhas devem ser chumbadas nos blocos logo aps a execuo dos cortes observando a folga entre a caixinha e a face do bloco.

    Nas paredes sobre o solo (pav. trreo) antes de se iniciar o assentamento da 1 fiada, deve ser feita uma impermeabilizao mediante aplicao de argamassa impermevel (cim x areia 1:3 + 0,8 Kg aditivo/sc cim) e com acabamento spero (no usar desempenadeira), aplica-se ento emulso asfltica. A espessura da camada impermeabilizante deve ser de 1,0 cm a 1,5 cm, descendo 10 cm nas laterais da fundao. Aps 24 horas inicia-se a 1 fiada, sendo que as 1 fiadas devem ser feitas com argamassa impermeabilizante.

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    chapisco

    Deve-se tomar cuidado com o nivelamento da 1 fiada, pois disto depende a

    qualidade e facilidade da elevao do restante da parede. No nivelamento devem ser usados rgua e nvel de bolha ou nvel de mangueira.

    Assentar os blocos de extremidade aplicando argamassa inclusive na interface bloco-pilar e pressionando firmemente o bloco contra a superfcie de concreto. Em seguida, assentar os blocos intermedirios entre os de extremidade, preenchendo ou no as juntas verticais entre eles. Devemos tambm manter as juntas verticais desencontradas (em amarrao) para evitar o cisalhamento vertical da parede. As juntas horizontais devem ter espessura de 8 a 14 mm.

    O escantilho consiste de um rgua metlica com comprimento do p direito do andar (distancia do piso ao forro) que graduada fiada por fiada. A graduao : altura da lajota (19cm) + argamassa de rejuntamento por exemplo(1,5cm). Com o auxlio do escantilho pruma-se uma s vez para todas as fiadas.

    escantilho

    Inicia-se pelos extremos (cantos), os blocos intermedirios sero erguidos

    obedecendo o prumo e horizontabilidade com o auxlio de uma linha de nilon entre os dois pontos (que dever ser amarrada em blocos no assentados ou pregos cravados nas juntas). Ao trmino de cada fiada, conferir e garantir o nivelamento das fiadas e o alinhamento e prumo das paredes.

    As lajotas em geral tm dimenses irregulares (no recebimento do material deve-se fazer testes), podendo deixar a alvenaria irregular. As rebarbas da argamassa de rejuntamento devem ser raspadas para no dificultar o revestimento.

    A cada 3 ou 4 fiadas devem ser verificados o esquadro nos cantos entre 2 paredes perpendiculares, o nivelamento e o prumo da parede . Na obra usa-se esquadros de madeira ou de alumnio para se conferir o esquadro.

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    Quando a alvenaria chegar altura de 1,50m do piso providencia-se andaimes para o pedreiro.

    Junta entre blocos Assentamento da alvenaria e uso de

    bisnaga 6. ARGAMASSAS PARA ALVENARIA

    A argamassa de assentamento usada para a elevao da alvenaria pode ser industrializada ou convencional. A argamassa para o assentamento das lajotas composta de cimento, areia mdia, barro e gua.

    A dosagem da argamassa deve ser definida a partir de ensaios de laboratrio ou testes prticos na obra. Deve ser observado na dosagem: trabalhabilidade, aderncia, reteno de gua, capacidade de deformao da argamassa. Algumas dosagens usam a cal no lugar do barro.

    O abastecimento de argamassa deve ser feito com caixotes plsticos ou metlicos. A argamassa pode ser aplicada com a colher de pedreiro, desempenadeira

    estreita de madeira (aplicada enchendo-se a desempenadeira de argamassa, raspando-a em seguida, longitudinalmente, sobre os blocos, deixando metade da quantidade de argamassa de um dos lados da parede, formando o 1 cordo, depois raspando novamente do outro lado da parede, deixando o resto da argamassa, formando o 2 cordo) ou bisnaga (formando cordes de cerca de 15 mm de dimetro, dos dois lados dos blocos, em suas laterais). As argamassas podem ser misturadas manualmente ou mecanicamente (betoneira).

    Em geral a produo das argamassas feita em betoneiras, com dosagem dos agregados em padiolas ou carrinhos-padiola, com capacidade de 36 litros.

    No preparo manual deve-se seguir a seguinte seqncia: - espalhar a areia numa camada de 15 cm; - juntar areia, o cimento e a cal ou outros materiais; - misturar os materiais com a enxada at obter uma cor uniforme; - abrir um furo no meio e adicionar gua aos poucos.

    No preparo mecnico deve-se seguir a seguinte seqncia: - gua no tambor; -areia; - cimento, - cal ou outros materiais; - restante da gua. A dosagem deve ser estudada de acordo com a utilizao da argamassa e qualidade

    dos materiais empregados. As funes principais a serem desenvolvidas pela junta de argamassa so:

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    1- Unir solidamente os componentes da alvenaria e ajud-los a resistir aos esforos laterais. 2- Distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede por toda a rea resistente do bloco. 3- Absorver as deformaes naturais a que a alvenaria estiver sujeita. 4- Selar as juntas contra a penetrao de guas de chuva (quando a alvenaria for aparente). Algumas empresas atualmente usam na alvenaria de vedao revestida interna,

    juntas verticais secas (que possibilitam a alvenaria absorver melhor as deformaes que ela est sujeita) e apenas as juntas horizontais com argamassa. E outras seguem o modo tradicional de juntas argamassadas nas duas direes.

    Exemplo de dosagem: 1x7x1 cim x areia x cal 1 fiada 1x5 cal x areia junta 1x(1a 3)x(5a12) cim x cal x areia - trao bsico Uso da cal : funo principal aglomerante em argamassa mista de cimento, cal e

    areia. NBR 7175 Propriedades: economia ( cimento), plasticidade, resistncia, impermeabilidade,

    durabilidade, capacidade de incorporao de areia, trincas eflorescncias Exemplos de dosagem de argamassa

    dosagem Custo percentual em

    relao argamassa

    1:3(cim:areia)

    Resistncia compresso aproximada

    (MPa)

    Resistncia trao

    aproximada (MPa)

    1:3(cim:areia) 100% 32 - 1:1:6(cim:cal:arei

    a) 73% 9 0.8

    1:2:9 65% 4 0.3 a 0.4 1:3(cal:areia) 47% - -

    Tipos de cal: CH I- cal hidratada especial ( tipo I) CH II- cal hidratada comum ( tipo II) CH III- cal hidratada com carbonatos(tipo III) Apresentao: Sacos de 8, 20, 25, 40 Kg - fina, plasticidade

    Carrinhos para argamassa

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    7. DETALHES DE ASSENTAMENTO

    Cintas de amarrao no caso de alvenaria estrutural dever ser feita uma cinta de amarrao em concreto armado para receber a laje.

    Ligao entre paredes para evitar futuras trincas no encontro entre as paredes, nos cantos da construo ou com paredes intermedirias em forma de T deve ser feita uma amarrao dos blocos.

    Ligao entre parede e pilar feita normalmente com introduo de argamassas entre o bloco e o pilar que dever ser previamente chapiscado com argamassa de cimento e areia . No caso de extenses superiores de 4,0 metros recomenda-se tambm a ligao atravs de barras de ao ( 5.0 mm ) com comprimento de cerca de 40 centmetros chumbados no pilar a cada 2 fiadas.

    Deve-se prever as ligaes entre alvenaria x pilar, nos quais devero ser colocados os ferros-cabelo. Em geral deve-se usar os ferros-cabelo nos seguintes casos:

    - paredes sobre lajes em balano, mesmo com viga de borda; - paredes com comprimento superior a 12 metros; - paredes de comprimento entre 5 e 12 metros, sobre lajes deformveis (lajes com espessura menor que L/60 e vigas com altura menor que L/16); - trechos de alvenaria com extremidades livre de comprimento menor que um tero da altura da parede; - paredes sujeitas a vibrao contnua (ex. ar condicionado, poo do elevador); - paredes com extremidade superior livre (platibanda, muro); - paredes do 1 pavimento sobre pilotis, em estruturas muito deformveis; - situaes pouco comuns com intensos esforos na interface laje x pilar.

    Galgar as fiadas da elevao na face dos pilares e marcar as posies indicadas no projeto para fixao dos ferros-cabelo que, em geral, so posicionados de duas em duas fiadas, a partir da 2 fiada. Os ferros-cabelo podem ser montados com barras de ao CA25, com 5 mm, dobradas em forma de U, deve-se furar previamente o pilar com furadeira eltrica e broca de 6 mm, e executar o chumbamento com adesivo base resina epxi. Utilizando-se telas metlicas galvanizadas, o chumbamento deve ser feito com pinos de ao por meio de sistema de fixao plvora.

    8. APERTO DA ALVENARIA- ENCUNHAMENTO O aperto da alvenaria tem por objetivo prend-la estrutura de maneira que no

    venha a ter sua estabilidade comprometida nem o seu desempenho prejudicado quando

    Ferro cabelo

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    solicitada pelas aes previstas em projeto. E tambm durante a cura da argamassa ocorre pequena reduo do volume.

    Ento ao chegar prximo a laje de forro (de 1,5 a 3,5 cm de espessura) interrompe-se a alvenaria para posteriormente se fazer o chamado aperto da alvenaria com argamassa expansiva, ou se a altura restante possibilitar a colocao de tijolos macios ou furados encunhados ( inclinados em relao ao eixo vertical ) rejuntadas com argamassa.

    Recomenda-se esperar 07 dias entre o trmino da alvenaria da parede e seu aperto. A condio ideal que a estrutura e a elevao da alvenaria estejam completamente concludas no edifcio, ou pelo menos 2 a 3 andares acima do pavimento em questo estejam com a estrutura pronta e a alvenaria com o maior nmero possvel de pavimentos prontos.

    E na alvenaria do ltimo pavimento deve-se executar o aperto aps a execuo do telhado ou da isolao trmica da laje de cobertura.

    A passagem de tubulaes na alvenaria deve ser feita aps o aperto. Em paredes internas, a argamassa do aperto deve garantir o total preenchimento da

    largura do bloco e em paredes externas, preencher dois teros da largura do bloco pelo lado interno da parede e o espao restante pelo lado externo, durante o chapisco da fachada.

    9. VOS PARA PORTAS E JANELAS Os vos para portas e janelas sero deixados em aberto obedecendo as medidas da

    planta de acordo com o processo de colocao de batentes, ou seja, o vo dever obedecer: o vo de abertura + espessura dos batentes + folga p/ fixao.

    Deve-se garantir o perfeito alinhamento dos vos observando a modulao da alvenaria.

    As esquadrias so fixadas com o auxlio de chumbadores e argamassa forte na alvenaria. Existem atualmente os sistemas de portas prontas, nos quais, o conjunto de marco e folha da porta so colocados no final da obra, sendo fixado com espuma expansiva a base de poliuretano.

    Aperto da alvenaria

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    Os materiais tpicos para fixao de marcos de portas e janelas so: os tacos de madeira (que devem ser molhados e chumbados empregando-se argamassa de cimento e areia 1:3), os pregos, os parafusos, as grapas metlicas) fixados em trs pontos na altura do vo:

    Porta: 1 ponto a 40 cm do piso 2 ponto a 40 cm da travessa superior 3 ponto intermedirio no meio do vo Janela: 1 ponto a 30 cm acima da contra verga 2 ponto a 30 cm abaixo da verga 3 ponto intermedirio no meio do vo

    10. VERGAS E CONTRAVERGAS

    Essas peas podem ser pr-fabricadas ou moldadas in loco (blocos do tipo canaleta) e tm a funo de evitar a fissurao tpica de paredes com a presena de aberturas, devido atuao de carga uniformemente distribuda.

    Ocorre a colocao de vergas (vigotas de concreto com certa ferragem) sobre e sob vos de janela e sobre vos de portas para evitar que as cargas da alvenaria recaiam sobre a esquadria, e sob o vo para distribuir as cargas concentradas uniformemente para alvenaria inferior.

    Devem ter em mdia 10 centmetros de altura, largura sempre igual da lajota menos cm, ferragem 2 x 5 mm ou 6.3 mm e comprimento de 40 a 60 centmetros a mais do que a largura do vo, de forma que a carga concentrada seja melhor distribuda atravs do que exceder para cada lado do vo.

    H empresas que j fazem nos vos de janela - a verga e contraverga apenas na regio onde ocorrem as trincas, ao invs de percorrer todo o comprimento do vo mais o excesso para cada lado.

    Tambm se faz apenas a colocao de 2 barras de ferro 5mm introduzidos na argamassa de assentamento da alvenaria avanando a vigota para cada lado sobre e sob o vo.

    Existem projetos que nivelam as vigas de periferia na altura das janelas para assim no precisar usar as vergas.

    11. ALVENARIA DE BLOCOS A alvenaria com blocos de concreto muito usado para vedao das escadas

    de incndio em edifcios para atender Normas de Corpo de Bombeiros. Tem boa resistncia compresso apesar de furados na ordem de 80kgf/cm2. So constitudos de cimento, areia e pedrisco. Tem peso menor que a lajota cermica e a execuo mais rpida por ser de maiores dimenses, e seu custo unitrio maior.

    Porm a lajota cermica permite um trabalho mais rpido para Bombeiros Hidrulicos e Eletricistas para embutimento de tubulaes.

    verga

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    Quando aplicamos os blocos de concreto em paredes externas nos dias de chuva aparecem mesmo depois de revestidos, os desenhos de blocos, devido absoro de umidade nos blocos ser diferente da absoro da argamassa de assentamento.

    12. ACABAMENTO DE JUNTAS EM ALVENARIA DE LAJOTAS APARENTE Nas alvenarias aparentes o aspecto final do acabamento depende do

    acabamento dado s juntas. Esse acabamento pode ser dado por diferentes frisadores. possvel obter-se a alvenaria com blocos aparentes com suas juntas totalmente preenchidas, deve-se saber como se deseja a parede antes do assentamento dos blocos.

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: Apostila de Tecnologia das Construes III. Edificaes. CEFETES-Vitria. 1990 DE SOUZA, Roberto; MEKBEKIAN Geraldo. Qualidade na aquisio de materiais e

    execuo de obras. So Paulo. PINI. 1996. Catlogo de mquinas e equipamentos. Notas de aula prof Alessandra Savazzini Reis e prof Georgia Serafim Arajo.

    Coordenadoria Construo Civil. CEFET-ES-UnED Colatina. 2003. Notas de aula prof Alessandra Savazzini Reis. Colatina. 2008/1.

    Anotaes: