Tecnologia - O Negócio da Confiança

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  • 8/3/2019 Tecnologia - O Negcio da Confiana

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    TECNOLOGIA I internet

    .,ONEGOClODACONFIANQuer emprestar - ou tomar emprestado - umafuradeira, um home theater, um carro ou umapartamento? Essa a ideia por trs de uma novaonda de negcios na webANDRFAUST6 6 Iwww.e~me.mm

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    UARA INTERNET PODESER ARRISCADO. Novasmodalidades de crimesdigitais surgel~ a todomomento - Vlrus queatacam contas de Facebook; invasesde internet banking responsveis porprejuzos milionrios; golpe dobilhetepremiado conquistando a rede. Ques-tes de segurana, como de esperar,sempre ocuparam lugar importante emdiscusses do mundo online. Na con-tramo de todo o alarmismo, porm,esse um problema que parece preo-cupar um grupo cada vez menor depessoas. Segundo um estudo divulgadorecentemente pela Universidade deMelbourne, na Austrlia, a internet

    tida hoje comoum lugar20%maiscon-fiveldo que cinco anos atrs. Nmeroscomo esse refletem um fenmeno queaos poucos comea a ter efeitos pelarede. O principal - e mais recente -deles o surgimento em massa de no-vos negcios online com base justa-mente na crescente confiana dosusurios na internet.Criada no incio de 2010, a RelayRi-des, com sede na Califrnia, uma dasempresas a surgir na esteira do fenme-no.Tudo comeou quandoShelbyClark,fundador e presidente da companhia,detectou algoque considerou um pro-blema srio no modelo de negcios delocadoras de automveis. Em dias depico de demanda, ele raramente conse-guia alugar um carro. Nas ruas, porm,veculos vazios de particulares toma-vam a paisagem. Eis a ideia de Clark: ese aspessoas alugassemosprprios car-ros, umas para as outras, em perodosociosos?Poucosmeses depois, iria aoaro prottipo da Relay Rides, um site dealuguel colaborativo de automveis.

    dos. Seu faturamento, no divulgado,vem de uma comisso cobrada sobre atransao entre as partes.Mas os carros so apenas parte dofenmeno. Em toda a rede, internautasparecem hoje tomados por uma novadisposio para estabelecer relaescomerciais com estranhos. A comearpelo compartilhamento de qualquerbem pessoal imaginvel: furadeiras,home theaters, roupas de grife oumes-mo a prpria casa. "Aspessoas so fun-damentalmente boas", diz o lema daAirBnB, empresa-smbolo da era do"consumo colaborativo", conceito queabriga boa parte das novas iniciativasdesse tipo. Em pouco mais de dois anosde vida, o sistema j foi utilizado emmaisde2milhes deocasiespor usu-rios que se hospedam em moradias deoutros membros d site por um valorfixopor noite, como emum hotel. Cominvestimentos de 120milhes de dla-res, e avaliada em 1bilho de dlares, aAirBnB tida como uma das mais pro-missoras do Vale do Silcio.

    Avaliada em 1 bilho de dlares,a A irBnB, de aluguel de m oradias, tida como uma das companhiasm ais prom issoras do Vale do Silc ioAideia, num primeiro momento, po-de parecer um tanto absurda. Quemalugaria o prprio carro a um desco-nhecido? Mas h cada vez mais pes-soas acreditando no futuro de negciosdesse tipo. Em maro, aempresa rece-beu um aporte da Google Ventures,fundo de investimento do Google. Noincio de agosto,a RelayRides levantououtros 10 milhes de dlares em umasegunda rodada de aportes. "Pode serdifcil imaginar umnegcio desses dezanos atrs", diz Clark. "Mas hoje aspessoas confiam muito mais em rela-es virtuais." Com mais de 2 000usurios nas duas cidades em que atua,a Relay Rides inicia agora a expansopara outras regies dos Estados Uni-

    Dinheiro investido em negcios des-se tipo pode ajudar. Mas especialistasatribuem o clima de confiana geralsobretudo evoluo de mecanismosde reputao surgidos na prpria rede.As lies vm de empresas como oeBay,uma das primeiras tentativas dealiar o comrcio com o mundo online.Mais doque provar que tal combinaoera possvel, o sucesso do eBayestabe-leceu prticas de mercado hoje vistascomo essenciais para o surgimento danova gerao de negcios na rede, co-mo a criao de um engenhoso sistemade reputao de usurios.Outros mecanismos se seguiram scriaes do eBay ao longo dos anos:sistemas de sinalizao, contas cauo,7 de setembro de 2011 1167

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    TECNOLOGIA I internet

    USURIOS DA AIRBNB: entregar as chaves da prpria casa a desconhecidos tambm pode ser um bom negcioMAIS SEGURANA, MAIS LUCROSOS internautas confiam cada vez mais no ambiente online. Conhea negcios que surgiram desse fenmeno

    RELAYRIDESo QUE Aluguel colaborativo

    de automveisFUNDAO 2010

    MECANISMOS DE S EGURANAPerfil pblico de usurios, cpia dedocumentos obrigatria, seguro

    de at 1milho de dlares

    avaliao de usurios. Mais recente-mente, a integrao e a influncia deredes sociais em sites de comrcio ele-trnico provaram ser outro vetor acontribuir para o aumento da percep-o de segurana dos usurios. Deacordo com uma pesquisa do institutoPew Internet, usurios do Facebooktm at duas vezes mais inclinao aconfiar em desconhecidos. O efeitopositivo, nesse caso, tem origem empadres de segurana impostos pelasredes. No passado, a internetj foi vis-ta como o paraso do anonimato.Atualmente, para fazer parte do Face-168 Iwww.exame.com

    AIRBNBO Q UE Aluguel colaborativo

    de moradiasFUNDAO 2008

    MECANISMOS DE S EGURANAVerificao de endereo, garantia

    de 50000 dlares, sistemade referncias e reputao

    book, maior rede social do mundo,exige-se que o usurio utilize nome esobrenome reais, checados por umdepartamento da companhia. H trsmeses, funciona no Brasil o DescolaA,umdos primeiros sites de consumocolaborativo do pas, especializado emartigos domsticos. Aspectos de segu-rana tm sido desde o incio a princi-pal preocupao dos fundadores dacompanhia. "Checamos o CPF daspessoas e recolhemos cheque cauoa cada emprstimo", diz GuilhermeBrammer, fundador do Descola A."Mas os mecanismos de segurana

    DESCOLAAiO QUE Aluguel, colaborativo

    de artigos dornsjicos'""t~~';i--'-'--FUNDAO 2011

    MECANISMOS DE S EGURANACheque cauo, sistema de

    avaliao de usurios, cdigossecretos para retirada de produtos

    Fonte: empr esas

    mais eficazes ainda so aqueles con-trolados pela prpria comunidade."Nem sempre, no entanto, possvelevitarproblemas.Desdejulho,aAirBnBpassapelamaior crisede imagemde suacurta histria. Apesar das precaues ede sua ativa comunidade de usurios,nada pde impedir que um dos mem-bros tivesseacasapraticamente destru-da por um visitante em So Francisco.A empresa se defendeu dizendo queesse foi o nico caso grave registradoem mais de 2 milhes de reservas. Orisco pode bem s~r-d-,5em 1milho.Mas que existe, existe.