TecnologiasApropriadas - Alex Kenya Abiko[1]

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TECNOLOGIAS APROPRIADAS EM CONSTRUO CIVIL Alex Kenya Abiko

1. Tcnica, cincia e tecnologia Para se definir o que vem a ser tecnologia apropriada e seu campo de atuao, deve-se procurar esclarecer inicialmente que tecnologia no deve ser confundida com tcnica. Apesar dos leigos e a maioria das pessoas confundirem na linguagem coloquial estes dois termos, tecnologia e tcnica so conceitos bastante diferenciados. A tcnica, ao contrrio da tecnologia, to antiga quanto o homem, pois aparece com a fabricao de instrumentos. E, de acordo com a antropologia, no h homem sem instrumentos, por mais rudimentares que sejam. O homem ao produzir fogo, ou construir ferramentas e armas, estava utilizando-se de uma tcnica, o que permitiu que sobrevivesse e pudesse se impor sobre os animais. A fabricao da pedra lascada e o aparecimento do homem seriam assim fatos simultneos. (Vargas, 1994) Mais tarde, no perodo neoltico, o homem descobriu a agricultura, a domesticao dos animais, a cermica, os metais e desenvolveu estas tcnicas concomitantemente com o desenvolvimento de relaes sociais complexas. As tcnicas so transmitidas de gerao a gerao e so aperfeioadas atravs do conhecimento prtico, da percepo e da capacidade de cada indivduo ou grupo social. Alguns grupos sociais que conheciam determinadas tcnicas se organizavam em sociedades de artesos. Com isso se desenvolveu a agricultura, a metalurgia, a construo de casas, palcios, templos, fortificaes, e vrias outras atividades apoiadas em conhecimentos tcnicos. Ainda hoje, o pedreiro ao assentar um tijolo para executar uma alvenaria, est utilizando uma tcnica que envolve o conhecimento do manuseio da colher de pedreiro, o conhecimento da elaborao de uma argamassa de assentamento misturando cal, cimento, areia e gua nas propores adequadas, e a melhor amarrao entre os tijolos e a sua colocao em prumo. O pedreiro ao executar esta alvenaria domina uma tcnica e no uma tecnologia. Isto no quer dizer que o pedreiro, ao desconhecer a tecnologia, possa estar executando de forma inadequada a alvenaria. O bom pedreiro aquele que domina a tcnica. Como curiosidade podemos observar que o assentamento de tijolos executado hoje em dia pouco difere do assentamento de tijolos executado na antiguidade. Desta forma, a tcnica um saber fazer que caracteriza a presena de uma cultura humana. Com o desenvolvimento da civilizao, o homem comeou a perceber que determinados fenmenos se repetiam regularmente conforme determinadas regras. Em VI a.C. os gregos descobriam a theora, ou seja, o saber que sistematiza os fenmenos aparentemente mutantes. Isto significa que alm da diversidade de situaes existentes na natureza existe uma realidade que pode ser conhecida, entendida e trabalhada, levando a concluses que podem ser utilizadas no futuro, em situaes anlogas.

Os trs ramos principais da teoria grega so a metafsica, a fsica e a matemtica, incluindo nesta ltima a geometria. Esta teoria grega precursora da cincia moderna que ir surgir com Galileo Galilei. Segundo alguns autores, pode-se considerar a publicao de Dialogo dei Massimi Sistemi, ou seja Dilogo sobre os Grandes Sistemas do Universo, em 1632, como data referencial para a inaugurao da moderna cincia. O mtodo cientfico conhecido por todos, pressupe uma hiptese e a partir dela a formulao de uma teoria que deve ser verificada atravs de um experimento organizado de acordo com a teoria. O advento da cincia moderna, com o mtodo cientfico, cria as condies para o aparecimento da tecnologia. A tecnologia pode ser definida como a soluo de problemas tcnicos por meio de teorias, mtodos e processos cientficos. Tambm pode-se conceituar tecnologia como o estudo cientfico dos materiais, utilizados pela tcnica, e dos processos de construo, fabricao e organizao. (Vargas, 1994) A expresso: Tecnologia = Tcnica + Cincia, coloca em termos bastante simples a relao entre esses trs conceitos, ou seja, a tecnologia a incorporao do conhecimento cientfico ao domnio das tcnicas. Aps a segunda Guerra Mundial estabeleceu-se definitivamente a tecnologia como a conhecemos hoje em dia. Com o desenvolvimento que ocorre nos processos industriais e de gesto nos dias atuais, a moderna tecnologia se aproxima cada vez mais da cincia. Pode-se perguntar at que ponto os ltimos desenvolvimentos da informtica ou da indstria farmacutica so cientficos ou tecnolgicos. 2. Tecnologia Apropriada Tecnologia e tcnica so conceitos distintos e que no podem ser confundidos. Cabe ento entender o significado da adjetivao apropriada, aposto palavra tecnologia. Nos anos 60 observa-se uma contestao cada vez maior dos valores sociais e ticos existentes na sociedade e a comunidade universitria, principalmente nos Estados Unidos e na Europa procura cada vez mais descobrir novos caminhos. (Bloom, 1987). a poca do surgimento de uma outra maneira de se fazer as coisas, com uma busca de alternativas, muitas vezes alternativas orientais ou que se reportam natureza. Fala-se em alimentao alternativa, agricultura alternativa, medicina alternativa. Neste perodo observam-se contestaes e crticas aos modelos de desenvolvimento baseados no consumismo, com mudanas profundas no comportamento das comunidades ocidentais. Inmeras vezes as posies de contestao so ingnuas e romnticas, mas conseguiram influenciar a sociedade incutindo esta idia de alternativo a uma determinada ordem de valores. Em termos de tecnologia foram lanadas as idias de tecnologia intermediria, tecnologia alternativa, tecnologia adequada, tecnologia correta, tecnologia comunitria, ecotecnologia, tecnologia modesta, tecnologia participativa, tecnologia progressiva, tecnologia radical, tecnologia doce, tecnologia suave e tecnologia apropriada. Com pequenas diferenas entre elas, estas tecnologias apresentam as mesmas posturas em relao aos prs e contra relativamente s tecnologias modernas. (Jquier, 1976).

A tecnologia apropriada se coloca em alguma posio entre a mais primitiva tcnica da idade da pedra e a mais sofisticada tecnologia informtica, posio precisa mais apropriada s necessidades de uma determinada sociedade. Por esta razo esta tecnologia tambm conhecida como tecnologia intermediria. Ernest Schumacher, um economista ingls, introduziu em 1961 o termo tecnologia apropriada a partir de seu interesse e identificao com as obras de Ghandi na ndia. Mais tarde em seu livro Small is Beautiful, enfatiza quatro critrios para esta tecnologia: pequeno, simples, barato e pacfico. (Schumacher, 1973) Segundo Darrow e Pam, a tecnologia apropriada um termo que representa um ponto de vista particular acerca da sociedade e da tecnologia. Eles sugerem que a tecnologia no nem neutra nem obrigatoriamente restrita a um nico caminho de desenvolvimento. Eles reconhecem que diferentes grupos culturais e geogrficos tero diferentes tecnologias apropriadas s suas caractersticas, que a auto-determinao tecnolgica essencial para a formao de uma identidade cultural e para a independncia poltica. Eles assumem que o propsito da atividade economicamente produtiva no apenas o preo do produto mas produzir o que determinado pelas necessidades sociais, num processo criativo e agradvel, e no determinada por ganncia desmesurada num processo de produo alienante e repetitivo. Eles colocam que toda a sociedade tem uma tradio tecnolgica e que novas tecnologias devem brotar a partir dessa tradio. Eles assumem que o nico desenvolvimento que faz sentido o desenvolvimento do povo e suas habilidades pelo povo e para o povo. (Darrow, 1976) Assim conceituada, a tecnologia traz em si uma grande carga ideolgica, demonstrando que a tecnologia apropriada est definitivamente atrelada a um determinado modelo de desenvolvimento que se almeja. Este modelo de desenvolvimento est atrelado, por sua vez, a um determinado modelo de desenvolvimento poltico e econmico. Este o princpio no qual o termo apropriado utilizado como adjetivo, isto , a tecnologia apropriada para um determinado modelo de desenvolvimento ou para um determinado interesse. No entanto existe uma outra definio de tecnologia apropriada, menos vaga e mais operacional. Neste caso tem-se uma definio a partir de caractersticas especficas da tecnologia, baseada em critrios muitas vezes oriundos de experincias e conhecimentos prticos. ( Willoughby, 1990). 3. Caractersticas da Tecnologias Apropriadas Para que uma tecnologia possa ser considerada apropriada diversos autores estabelecem critrios, na maioria das vezes genricos e no hierarquizados (Viezzer, 1994; Codetec, 1979; ). Entre estes critrios pode-se arrolar: - Integrao com o ecossistema: a tecnologia deve exercer o menor impacto ambiental e favorecer a integrao com o ecossistema; - Autonomia local: a tecnologia utiliza matrias primas e energias locais, favorecendo a autonomia local das regies e dos pases; - Baixo custo: a tecnologia necessita de pouco capital;

- Absorvedora de mo-de-obra: a tecnologia deve se utilizar dos recursos mais abundantes e no caso dos pases desenvolvidos, um dos recursos mais abundante a mo-de-obra; - Capacitao acessvel: a tecnologia no requer nveis muito especficos de especializao da mo-de-obra; - Menos burocracia: a tecnologia de domnio pblico no havendo preocupaes com pagamento de patentes ou royalties; - Adaptabilidade e simplicidade: a tecnologia deve ser de fcil entendimento e absoro, sendo assimilada culturalmente com rapidez. Atualmente os critrios relacionados com o meio-ambiente e a sustentabilidade tm sido particularmente enfocados como condies para que as tecnologias sejam consideradas apropriadas. Em termos de construo civil, para conceituar a tecnologia apropriada, conveniente situ-la em confronto com a tcnica tradicional de construo e a tecnologia moderna. 4. Tecnologias Apropriadas em Construo Civil A tcnica tradicional da construo civil continua sendo largamente utilizada. Como exemplo temos a cobertura com uma estrutura de madeira e telhamento com telhas cermicas. Alm desta tcnica tradicional pode-se tambm considerar a tcnica vernacular. Esta tcnica desenvolvida basicamente em comunidades rurais que pelas suas caractersticas de maior isolamento emprega recursos locais tanto em termos de mo-de-obra e equipamentos, como de materiais de construo. Um exemplo so as paredes de taipa de sopapo erigidas com uma estrutura de bambu preenchidas com barro. A mo-de-obra detm o conhecimento tcnico, sendo de utilizao intensiva; as ferramentas empregadas so simples, o mesmo ocorrendo com os materiais, simples e locais, retirados ou produzidos nas proximidades. Neste tipo de obra utiliza-se pouco ou nenhum capital, sendo ele substitudo pela mo-de-obra do usurio. A grande maioria das comunidades rurais em pases em desenvolvimento utiliza esta tcnica vernacular como a nica forma de resolver seus problemas de abrigo no havendo nenhum apoio institucional, quer tcnico, quer financeiro; a tcnica empregada gerada e dispersa por toda a comunidade baseada principalmente no conhecimento prtico transmitido verbalmente e compreende um estoque grande de informaes do ambiente fsico e como sobreviver nele. Observa-se que a maioria das construes construdas com as tcnicas vernaculares e tradicionais apresentam desempenhos higro-trmicos, acsticos e mecnicos razoveis e que atendem s necessidades dos moradores. (Angel, 1977). A questo que se coloca que a ausncia de uma base terica para os conhecimentos tradicionais e vernaculares existentes faz com que a tcnica seja essencialmente esttica com pouca capacidade de resposta s demandas que surgem em funo das rpidas mudanas e s novas situaes das sociedades urbanas e contemporneas.

A tecnologia moderna de construo empregada por construtores e empresrios que utilizam o conhecimento tcnico e cientfico desenvolvendo seus sistemas e processos construtivos. Em termos de organizao adota-se uma estrutura de gerenciamento centralizado cuja funo solucionar os problemas bsicos, da matria-prima venda do produto, passando pela construo, montagem e acabamento de todas as unidades. Esta organizao rgida impondo a todos os seus membros, limites bem definidos de ao. As coordenaes so assumidas por pessoas especialmente formadas, compondo um corpo de tomada de deciso estanque e distanciado da grande massa dos trabalhadores. D-se toda a ateno organizao formal da construo tanto no escritrio como no canteiro. Este processo se volta mecanizao, que a substituio de mo-de-obra pelas mquinas, um recurso que possibilita uma maior produtividade no sistema. Com isso tem-se a especializao das atividades manuais restantes, aumentando ainda mais esta produtividade com a eficincia e a aptido de assumir tarefas especficas. O processo moderno da construo necessita de capital intenso pois faz uso de equipamentos de produo, transporte e de montagem e com relativa facilidade, reduz-se a perda de tempo ocasionada por mau tempo e por condies improvisadas de trabalho ao fazer uso de elementos pr-fabricados. Uma caracterstica importante deste processo sua dependncia do consumo contnuo e de escala. A tecnologia apropriada na construo no se apoia no retorno s velhas tradies do construir e tambm no se apoia na construo em escala que tem produzido empreendimentos montonos, com uma qualidade projetual duvidosa, pouco agradvel de se ver e de se conviver. O processo apropriado utiliza recursos existentes nas comunidades e com os mesmos, capital, materiais e mo-de-obra procura criar uma forma construda que esteja ao alcance desta comunidade e que haja em sua elaborao uma efetiva participao dos elementos desta mesma comunidade. Por exemplo, o solo se apresenta como um material de construo que pode ser apropriado, devido a sua abundncia, sua facilidade de obteno, de seu baixo custo e s facilidades de aplicao sendo um material bastante conhecido e empregado em solues de habitao em diversas partes do mundo. Na Tabela a seguir apresentam-se as caractersticas das tcnicas tradicionais, da tecnologia moderna e da tecnologia apropriada na construo civil.

Tradicional Materiais. Simples . Matrias primas locais

Moderno

Apropriado. Simples ou sofisticados . Matrias primas locais

. Sofisticados . Matrias primas de diversos locais . Retirados ou produzidos no . Produzidos fora do local canteiro . Utilizao de poucos . Frequente a pr-fabricao componentes de componentes

Produo

Mo-de-Obra

Energia Equipamentos Capital Organizao Transportes

. Produzido de forma racionalizada no canteiro . Pr-fabricados que no necessitam de equipamento pesado . Escala muito pequena . Grande escala . Escala pequena . Entendida, controlada e . Entendida e controlada por . Entendida, controlada e mantida pelo usurio especialistas mantida pelo usurio . Decises individuais . Decises centralizadas . Decises individuais ou coletivas . Intensiva . Parcialmente substituda . Intensiva por equipamentos . Usurio ou pequenos . Empregada e terceirizada . Usurio ou pequenos construtores construtores . Pouca . Muita . Pouca . No comercializada e local . Comercializada . Comercializada e local . Ferramentas simples . Equipamentos especializa- . Ferramentas simples dos . Pouco ou nenhum . Intensivo . Pouco . Simples . Homem e animais . Complexa, s parcialmente . Complexa, na maioria no no canteiro canteiro . Mquinas especializadas . Mquinas leves

No entanto cabe reafirmar que a tecnologia apropriada a um determinado modelo de desenvolvimento que se espera de uma sociedade. Na Tabela, a tecnologia apropriada pressupe um desenvolvimento baseado na ampliao das oportunidades para a maioria da populao dos pases em desenvolvimento, contemplando aspectos de gerao de emprego, melhoria da qualidade de vida, otimizao de recursos naturais e sustentabilidade ambiental. 5. Possibilidades da Tecnologia Apropriada em Construo Civil Apesar do sucesso obtido em outras reas do conhecimento, no houve muito sucesso na tecnologia apropriada em construo civil. (Spence, 1993; Wells, 1993). Existem vrias razes para estas dificuldades. Em primeiro lugar deve-se considerar a dificuldade de introduzir qualquer inovao tecnolgica na construo civil, quer seja ela de um novo processo ou produto, pois este setor refratrio a mudanas. A razo deste fato, principalmente no setor habitacional, pode estar relacionado com hbitos culturais de apego a uma determinada forma de morar que evolui muito lentamente ao longo dos sculos.

Como exemplo pode-se citar a valorizao no Brasil de uma casa construda com alvenaria de tijolos maicos, em contraposio com casas construdas com painis pr-fabricados de qualquer material que o seja. Apesar de no haver uma comprovao cientfica pode-se tambm constatar uma desconfiana em relao ao comportamento dos novos materiais. Isto porque o material convencional e tradicional j demonstrou seu desempenho ao longo de inmeros anos. Algumas excees esta idia devem ser registradas: os tubos de PVC que vieram substituir os tubos de ao galvanizado e as lajes do tipo Prel ou Pr que substituem com vantagens as lajes moldadas in loco. Em segundo lugar pode-se registrar a idia equivocada que a tecnologia apropriada mais simples que a tecnologia convencional e qualquer indivduo teria a capacidade de utiliz-la. Como exemplo pode-se citar o tijolo de solo-cimento. (Abiko, 1980) Sem dvida muito auspiciosa a idia de se misturar a terra, material abundante na natureza, com um aglomerante, no caso o cimento Portland, e obter-se um material de construo resistente e durvel. No entanto a composio da terra, ou seja, do solo, muito importante no estabelecimento da proporo tima de aglomerante a ser adicionada e a definio desta proporo exige alguns estudos. Por outro lado existe sempre uma tendncia a se adicionar uma menor quantidade do cimento tendo em vista seu custo relativo e difcil avaliar se ao tijolo foi adicionada ou no a quantidade de cimento necessria. Portanto a tecnologia do solo-cimento no to simples assim e se questiona as vrias razes pelas quais este material de construo ainda to pouco utilizado no pas. Apesar das dificuldades, tm-se procurado estudar e difundir tecnologias apropriadas na construo civil. So os seguintes os materiais de construo mais promissores e que tem sido estudados ao longo dos ltimos 20 anos em diversos locais do mundo (Spence, 1993): - Cimento com fibras - Blocos de solo estabilizado - Pozolanas - Cimento produzido em fbricas de pequeno porte Alm desses materiais pode-se registrar o estudo dos resduos industriais e agro-industriais como materiais de construo. 6. Prximos Passos A tecnologia tem tido uma importncia cada vez maior em nossas sociedades e o conceito de tecnologia apropriada trs uma viso particular e estimulante de como esta tecnologia pode ser pensada de outra forma que no a convencional ou a chamada high technology. No entanto, apesar de se passarem 40 anos, pode-se considerar que esta tecnologia pensada strictu-sensu ainda pouco utilizada e que pregada ainda por indivduos e instituies at certo ponto visionrias e alternativas.

Ser que apenas este o legado de tantos anos de trabalho, estudo e militncia? Parece que no. Uma leitura que pode-se fazer que o conceito de tecnologia apropriada atualmente no prevalece na sua concepo mais pura mas que sua idia contaminou todos os que de alguma forma trabalham com a questo da tecnologia. (Willoughby, 1993) Colocando de outra maneira, a elaborao de novas tecnologias exige uma integrao das esferas tcnicas, sociais, polticas, econmicas, ticas e ambientais, fatores que sempre foram colocados pelas tecnologias apropriadas. Portanto o que se est construindo uma nova postura de como resolver problemas, considerando os vrios e importantes aspectos que envolvem a tecnologia. Neste sentido importa cada vez menos o nome especfico com que se adjetiva a tecnologia pois um senso comum acreditar que ningum prope uma tecnologia inapropriada. E o oposto de tecnologia inapropriada vem a ser tecnologia apropriada. 7. Referncias Bibliogrficas Abiko, A.K. Tecnologias Apropriadas: Tijolos e Paredes Monolticas de Solo-Cimento. Dissertao de Mestrado. Escola Politcnica da USP, So Paulo, 1980. Angel, S., Benjamin S., Degoede K. The Low-Income Housing System in Bangkok. Ekistics, N. 261, Aug. 1977. Bloom, A. The Closing of the American Mind. Simon & Schuster, New York, 1987. Publicado em portugus como O Declnio da Cultura Ocidental. Editora Best Seller, So Paulo, 1989. Codetec Unicamp. Consideraes sobre Tecnologia Apropriada. Campinas, 1979. Darrow, K., Pam, R. Appropriate Technology Sourcebook. Volunteers in Asia Publications, 1976. Jquier, N. Appropriate Technology. Development Centre of the Organization for Economic Co-Operation and Development, Paris, 1976. Schumacher, E.F. Small is Beautiful. Blond & Briggs, London, 1973. Spence, R., Wells, J., Dudley, E. Jobs from Housing. Intermediate Technology Publications, London, 1993. Vargas, M. Para uma Filosofia da Tecnologia. Editora Alfa Omega, So Paulo, 1994. Viezzer, M., Ovalles, O. (org.) Manual Latino-Americano de Educ-Ao Ambiental. Editora Gaia, So Paulo, 1994. Wells, J. Appropriate Building Technologies: An Appraisal Based on Case Studies of Building Projects in Senegal and Kenya. Construction Management and Economics, E.&F.N. Spon, N. 11, 1993. Willoughby, K.W. Technology Choice, A Critique of the Appropriate Technology Movement. Intermediate Technology Publications, London, 1990.