TEMA -1.672 - O CÍRCULO DA VIDA.

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CÍRCULO DA VIDA SEJA LENTO NA PROMESSA E RÁPIDO NO DESEMPENHO". PROVÉRBIO CHINÊS 2 0 0 5 - 3 3 5 8 O círculo é um símbolo representativo do ilimitado, do eterno, da eternidade, do espaço in- finito, portanto, sem começo e sem fim. Ele está presente em todas as culturas tradicionais assinala- do no simbolismo ancestral das culturas nativas, especialmente nas da América. Também ele se faz presente nas culturas das antigas da Índia e da China, caracterizado, normalmente por mandalas. No Taoísmo o Yin e o Yang representando o masculino e feminino, estão presentes dentro na figura simbólica do Tei Gi. O circulo representa a totalidade, o Absoluto. Dividido em duas metades, significa o Princí- pio da Polaridade, e do Gênero. Quando divido por duas linhas diametrais formando uma cruz in- dica tempo e espaço. Neste caso, representa as 4 direções do Poder Cósmico as Quatro Direções permitindo que através dela se faça uma viagem na direção da “Fonte”. Também simbolizam os Quatro Elementos. Todas as expressões cósmicas obedecem à forma curva, pois derivam do circulo. O círculo permite entender o mistério da vida, por isso as culturas nativas cultuavam uma expressão simbólica chamada de Roda da Vida, ou também Roda de Cura. Os Nativos Americanos têm o Círculo como principal símbolo para o entendimento da vida, eles observaram que ele está impresso em toda natu- reza. Dizem: “O homem olha o mundo através dos olhos, que é um círculo. A Terra, a Lua, os Pla- netas e o Sol, são todos circulares. O nascer, do Sol, da Lua e dos astros em geral obedece ao mo- vimento circular, descrevem um circulo no firmamento. Nesta palestra não exporemos a razão disto, mas apenas mostraremos alguns aspectos do que se pode colher desse conhecimento. Os nativos escolheram o circulo como meio de representação simbólica, por vê-lo expresso em toda a natureza da vida. Eles viam o Sol descrever um circulo no firmamento a natureza nor- malmente usa o círculo para sua manifestação, até mesmo o ninho das aves são circulares, arredon- dados. Por isso eles estabeleceram a Roda da Existência, que depois veio a ser conhecida como Ro- da da Vida, ou também Roda Medicinal. Por essa razão os nativos americanos reconhecem a vida como um movimento circular, um caminho a ser percorrido e sobre isso estabeleceram um diagra- ma, a Roda Medicinal, Roda de Cura, que construíam no chão sob forma de uma roda de pedra em que cada pedra tinha um significado especial. Indagado sobre a razão da existência do circulo da vida, o Xamã Hekaka Sapa (Alce Negro) da tribo Sioux diz: “Tudo o que nós nativos fazemos ocorre geralmente em círculo. Isto se deve ao fato de o Grande Espírito sempre trabalhar em círculos e de tudo sempre procurar ser redondo. Nos velhos tempos, quando ainda éramos felizes, o poder vinha do anel sagrado, enquanto esse anel se mantinha inteiro, as pessoas eram felizes e floresciam. A Árvore florida era o centro vivo do anel e o circulo dos quatro cantos a alimentava. O leste lhe dava a paz e luz, o sul lhe dava calor, o oeste lhe dava chuva, e o norte, com seu vento intenso, lhe dava força e resistência. Esse conheci- mento chegou a nós do mundo exterior, juntamente coma a nossa religião. Tudo que o Grande Es- pírito faz, sempre é feito em círculo. O Pai Céu é redondo e já me disseram que a terra é redonda T E M A 1. 6 7 2

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Tema hermético de José Laércio do Egito

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CÍRCULO DA VIDA

“SEJA LENTO NA PROMESSA E

RÁPIDO NO DESEMPENHO".

PROVÉRBIO CHINÊS

2 0 0 5 - 3 3 5 8

O círculo é um símbolo representativo do ilimitado, do eterno, da eternidade, do espaço in-

finito, portanto, sem começo e sem fim. Ele está presente em todas as culturas tradicionais assinala-

do no simbolismo ancestral das culturas nativas, especialmente nas da América. Também ele se faz

presente nas culturas das antigas da Índia e da China, caracterizado, normalmente por mandalas. No

Taoísmo o Yin e o Yang representando o masculino e feminino, estão presentes dentro na figura

simbólica do Tei Gi.

O circulo representa a totalidade, o Absoluto. Dividido em duas metades, significa o Princí-

pio da Polaridade, e do Gênero. Quando divido por duas linhas diametrais formando uma cruz in-

dica tempo e espaço. Neste caso, representa as 4 direções do Poder Cósmico – as Quatro Direções –

permitindo que através dela se faça uma viagem na direção da “Fonte”. Também simbolizam os

Quatro Elementos.

Todas as expressões cósmicas obedecem à forma curva, pois derivam do circulo. O círculo

permite entender o mistério da vida, por isso as culturas nativas cultuavam uma expressão simbólica

chamada de Roda da Vida, ou também Roda de Cura. Os Nativos Americanos têm o Círculo como

principal símbolo para o entendimento da vida, eles observaram que ele está impresso em toda natu-

reza. Dizem: “O homem olha o mundo através dos olhos, que é um círculo”. A Terra, a Lua, os Pla-

netas e o Sol, são todos circulares. O nascer, do Sol, da Lua e dos astros em geral obedece ao mo-

vimento circular, descrevem um circulo no firmamento.

Nesta palestra não exporemos a razão disto, mas apenas mostraremos alguns aspectos do que se

pode colher desse conhecimento.

Os nativos escolheram o circulo como meio de representação simbólica, por vê-lo expresso

em toda a natureza da vida. Eles viam o Sol descrever um circulo no firmamento – a natureza nor-

malmente usa o círculo para sua manifestação, até mesmo o ninho das aves são circulares, arredon-

dados. Por isso eles estabeleceram a Roda da Existência, que depois veio a ser conhecida como Ro-

da da Vida, ou também Roda Medicinal. Por essa razão os nativos americanos reconhecem a vida

como um movimento circular, um caminho a ser percorrido e sobre isso estabeleceram um diagra-

ma, a Roda Medicinal, Roda de Cura, que construíam no chão sob forma de uma roda de pedra em

que cada pedra tinha um significado especial.

Indagado sobre a razão da existência do circulo da vida, o Xamã Hekaka Sapa (Alce Negro)

da tribo Sioux diz: “Tudo o que nós nativos fazemos ocorre geralmente em círculo. Isto se deve ao

fato de o Grande Espírito sempre trabalhar em círculos e de tudo sempre procurar ser redondo.

Nos velhos tempos, quando ainda éramos felizes, o poder vinha do anel sagrado, enquanto esse

anel se mantinha inteiro, as pessoas eram felizes e floresciam. A Árvore florida era o centro vivo do

anel e o circulo dos quatro cantos a alimentava. O leste lhe dava a paz e luz, o sul lhe dava calor, o

oeste lhe dava chuva, e o norte, com seu vento intenso, lhe dava força e resistência. Esse conheci-

mento chegou a nós do mundo exterior, juntamente coma a nossa religião. Tudo que o Grande Es-

pírito faz, sempre é feito em círculo. O Pai Céu é redondo e já me disseram que a terra é redonda

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como uma bola, o mesmo acontecendo também com as estrelas. O vento, quando está com energia

máxima, gira em círculos. Os pássaros constroem seus ninhos em círculos, pois a religião deles é a

mesma que também temos. O Avô Sol nasce e se põe em círculo. A Mãe Lua faz o mesmo e ambos

são redondos. Até mesmo as estações do ano formam um grande círculo nas suas mudanças, que

sempre volta ao ponto onde estava originalmente. A vida de um homem é um circulo da infância à

transição e o mesmo é válido para tudo que se movimenta. Nossas cabanas são redondas como os

ninhos dos pássaros e ficam sempre dispostas num circulo, representando o anel da nação, um ni-

nho com muitos ninhos, onde o Grande Espírito quer que criemos os nossos filhos”.

Hekaka Sapa (Alce Negro), Xamã dos Sioux Oglata

A Roda da Vida é uma ferramenta que auxilia a pessoa entender a si próprio, a conhecer ca-

racterísticas de sua natureza íntima e também examinar o seu passado, que gera o presente (Carma)

e o futuro. Os Nativos consideram a Roda da Vida como sendo um “mapa da mente”, uma “carta da

vida”; e seu uso permite obter maior auto-conhecimento, mais auto-controle, modos de como me-

lhorar a vida.

A Roda originalmente era construída com pedras postas em círculo – ilustração 1. Trata-se

de um círculo de geração de poder, que permite achar o caminho pessoal pelo auto-conhecimento, e

assim poder mudar, ou seja, transformar a própria vida. Ele serve também para rezar, meditar, con-

templar, fortalecer a conexão com a natureza, etc. Estudar a Roda Medicinal ajuda a lembrar a co-

nexão que a pessoa tem com todos os aspectos do Universo. Cada pedra na roda através da Mente

age como uma ferramenta para ajudar a entender traços da natureza pessoal e do mundo em que

vive.

A Roda Sagrada dos Nativos Americanos consiste de 36 pedras alinhadas de forma circular,

compreendendo: Um circulo externo, com 16 pedras, representando as 12 Luas e os 4 Guardiões

Espírito; 4 raios de 3 pedras, representando a Mãe Terra, o Pai Sol, a Avó Lua, a 4 classes de ele-

mentares e uma pedra no centro, representando o Criador. Existem várias versões, dependendo de

cada tradição.

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Ilustração 1

Quando se constrói uma Roda da Vida edifica-se uma representação simbólica do Universo

e da Mente Universal, estabelecendo uma sincronia harmônica com o Todo e com todos os seres.

Uma Roda da Vida pode ser construída fisicamente – nas culturas nativas eram feitas com

pedras – mas também pode ser feita na tela mental, ou assinalada no próprio corpo - útero.

Trata-se de é um espaço sagrado onde as pessoas podem usar para orar, meditar e buscar

equilíbrio. Nele se busca o estabelecimento de uma conexão com o Grande Espírito e com a Mãe

Terra. Não se sabe exatamente se a Roda da Vida deu origem o Circulo de Poder, aquele usado em

todas as atividades mágicas, ou se foi o inverso.

O uso prático de a Roda de Poder – Roda de Cura – consiste geralmente na efetivação de

uma caminhada em seu interior, atem passos comuns ou dançados; sempre visualizando cada pedra

– ou posição. Muitas vezes vemos danças nativas que simplesmente consistem de dar voltas em

torno de um ponto central de um círculo. Diante disso o homem dito civilizado chega a achar algo

sem graça, mas isto porque ele ignora que a dança indígena está relacionada com a ligação entre o

ser, o Universo, e Deus. Trata-se, portanto, de um ritual sagrado de grande significação mística.

Em todas as cerimônias e rituais realizados dentro da Roda Sagrada dos Nativos, se começa

saudando e invocando as quatro direções, associadas à cada quadrante, aos quatro elementos, aos

quatro animais de poder, e às quatro estações do ano. Cada direção tem um “guardião espiritual”

que, por sua vez, tem “aliados” do reino animal, mineral e vegetal.

No círculo são assinalados 4 quadrantes nos quais estão distribuídas 36 pedras, cada uma

com uma significação – poder – especial que proporciona algo de diferente compreensão de tudo o

que está à volta. Isso torna possível a pessoa experimentar estados mentais especiais em cada uma

das posições e assim ganhar 35 novos entendimentos sobre a vida relacionada com o mundo.

As “Rodas” podem ser fisicamente construídas em locais apropriados, mas também podem

ser feitas mentalmente, nesse sentido as mulheres levam grande vantagem sobre os homens.

Nos rituais tribais geralmente a dança é mais praticada pelos homens, isso porque a mulher

não tem necessidade de um lugar fixo exterior para chegar aonde os homens somente chegam atra-

vés de uma volta de um círculo externo. Nas culturas, os círculos eram feitos em lugares especiais,

lugares de intensa energia da terra. Fisicamente os círculos eram construídos em locais onde a ener-

gia da terra podia ser fortemente sentida. Na cerimônia a energia flui ainda mais forte.

Cada pedra é uma ferramenta pra ajudar a pessoa a entender traços de seu passado, cada po-

sição na roda a afeta diretamente e diz respeito a algum ponto de sua vida, a algo que necessita ser

adquirido ou modificado.

Para realmente entender a Roda a compreensão tem que superar o nível físico e o intelectu-

al. Usar a “Roda” estabelece uma integração da pessoa com a natureza.

Num primeiro momento se vê na ilustração 1 que há uma divisão do círculo em quatro qua-

drantes, cada um deles correspondendo a um dos pontos cardiais, e com indicações específicas:

O Leste indica o caminho do vidente. A luz do dia vem do leste por isto essa orientação diz

respeito aos que buscam a iluminação. Usa-se quando é preciso esclarecimento sobre qualquer dú-

vida, assim como o melhor modo de chegar à iluminação espiritual.

O Sul é ideal para a cura da “criança interior”; tende a promover o crescimento individual, o

poder da confiança, a eliminação da dúvida, a lavagem de mágoas e ressentimentos. É o quadrante

do amor e da confiança, o portal das emoções;

O Oeste indica o caminho da cura física, o poder da transformação e da introspecção, o por-

tal para o corpo. O Oeste é a morada tradicional do Urso, dentro da Roda da Cura. Esta direção está

relacionada ao vazio e é representada pela cor preta. No Oeste vamos ao encontro da morte, saber

como vencê-la. Não apenas da morte física, mas de todos os tipos de destruições. Isso faz com que a

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pessoa dê um passo além do limite do medo. E, ao nos defrontarmos com a morte experienciamos o

“vôo do espírito”.

É neste quadrante a pessoa pode identificar o seu Eu imortal e transcendente, e assim se libertar das

garras do medo e conquistar uma vida de plenitude. Ali é onde a pessoa vai enfrentar o desconheci-

do ou aquilo que tem de conhecer. Diante de uma situação nova que envolve dúvidas, o Oeste é a

direção de a pessoa buscas sentir o que as pedras desse quadrante nos fazem sentir.

A capacidade de exercer a interiorização e a introspecção faz parte da energia feminina, que

é uma energia mais receptiva.

Para compreender mais o Oeste, o lugar de "olhar para dentro", precisamos compreender

primeiro a nossa verdadeira natureza. A menos que estejamos em estreito contato com todos os nos-

sos Parentes - as árvores, os minerais, os vegetais, Mãe Terra, Pai Céu, Avô Sol, Avó Lua, os Qua-

tro Espíritos (Ar, Terra, Fogo e Água), os Animais e todas as demais formas de vida, desde o átomo

até a Grande Nação das Estrelas - sentiremos que as respostas vêem para fora de nós. Quando en-

tendermos que o espírito de todas estas formas de vida vivem dentro de nosso corpo, começaremos

a compreender que podemos olhar para dentro, em busca de todas as respostas.

O Norte indica o caminho do Guerreiro, o poder do conhecimento e da sabedoria, e da sa-

bedoria, o portal para a mente, purificando a terra e obrigando a se isolar para o estabelecimento de

uma renovação.