TEMA: Deus Trindade - Catequese da Arquidiocese de...

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DATA: 24/04/16 -- TEMA: Deus Trindade -- ASSESSOR: Padre Vitor Galdino Feller -- LOCAL: Paróquia São Sebasão - Tijucas ARQUIDIOCESE DE FLORIANÓPOLIS COORDENAÇÃO ARQUIDIOCESANA DE CATEQUESE - ECAM 2016 Escola Catequéca de Mulplicadores CARTA Nº 2 Querido/a amigo/a parcipante da Escola de Mulplicadores Com certeza você já percebeu que esta Escola nos proporciona inúmeras oportunidades de formação sistemáca, com conte- údos diversificados e ministrados por assessores gabaritados. No segundo encontro, na parte matuna, Padre Vitor abordou aspectos da síntese da Exortação Apostólica Pós-Sinodal: Amoris Laea, sobre o amor na família, datada de 19 de março, solenidade de São José. Ela recolhe os resultados de dois Sínodos sobre a família (2014-2015) convocados pelo Papa Francisco, “acrescentando outras considerações que possam orientar a reflexão, o diálogo, a práxis pastoral e que ofereçam esmulo e ajuda às famílias na sua doação e nas suas dificuldades” (AL 4). A Exortação Apostólica chama a atenção para os sete parágrafos introdutórios e a complexidade do tema que se quer ser apro- fundado. É um documento mais pastoral. Jesus sempre acolheu, perdoou, foi misericordioso. A misericórdia supera a jusça. Capítulo I: A Luz da Palavra - O Papa arcula a sua reflexão a parr das Sagradas Escrituras, acerca do Salmo 28 -> marido e mu- lher, artesãos do seu próprio casamento. Mesmo em crise encontram a Palavra de Deus em seu caminho. A Palavra lida, ouvida e meditada, vai apontando novos caminhos. Capítulo II: A realidade e o desafio das famílias – É salutar escutar a realidade das famílias e os inúmeros desafios: fenômeno mi- gratório, a mentalidade an-natalidade, as diversas carências (habitação, trabalho, saúde...), a atenção aos idosos e pessoas com deficiência, o abuso de menores, o individualismo que torna dicil a doação para outra pessoa. Saber discernir o que é bom, certo ou errado. Ouvir o Espírito Santo e a Palavra de Deus. Ter abertura para a nova vida. Capítulo III: O olhar fixo em Jesus: A vocação da família. Este capítulo ressalta alguns elementos essenciais do ensinamento da Igreja acerca do matrimônio e da família. O sacramento do matrimônio não é rito social, vazio ou mero sinal externo. É graça de Deus para a sanficação e salvação do casal e filhos. Capítulo IV: O amor ao matrimônio – O casamento cristão é sinal do amor de Cristo pela Igreja. Amar é uma questão de decisão, compromisso e não de senmento, apenas. Este capítulo é ilustrado a parr do “hino ao amor”, escrito por São Paulo (1Cor 13,4- 7). Nele vemos caracteríscas de amor verdadeiro: paciência, atude de serviço, desprendimento, perdão, sem arrogância... Vale apena deter-se e esclarecer o significado das expressões deste texto (1Cor 13,4-7). Capítulo V: O amor que se torna fecundo. O quinto capítulo “centra-se por completo na fecundidade e no caráter gerador do amor. A família é o âmbito não só da geração, mas também do acolhimento da vida que chega como um presente de Deus” (cf. AL 166). Capítulo VI: Algumas perspecvas pastorais. O Papa aborda a necessidade de desenvolver novos caminhos pastorais para a edifica- ção de famílias mais sólidas, de acordo com o plano de Deus (cf. AL 199): O anúncio do evangelho às famílias. Uma formação mais adequada dos presbíteros, dos diáconos... Formação mais ampla para os seminaristas sobre namoro e matrimônio. A orientação dos noivos no caminho de preparação para o matrimônio. O acompanhamento dos esposos nos primeiros anos de vida matrimo- nial. Acompanhamento das famílias em crise: divorciadas, separadas, matrimônios mistos... É tarefa da pastoral, fortalecer o amor e ajudar a curar estas e tantas outras feridas. Capítulo VII: Reforçar a educação dos filhos – Este capítulo é dedicado à educação dos filhos. “A família não pode renunciar a ser lugar de apoio, acompanhamento, guia, embora tenha que reinventar os seus métodos e encontrar novos recursos” (cf. AL 260). Capítulo VIII: Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade. Este capítulo representa um convite à misericórdia e ao discernimento pastoral diante das diferentes situações que não correspondem ao que o Senhor propõe. Fique atento aos três verbos propostos pelo Papa Francisco, neste capítulo: Acompanhar/ Discernir/ Integrar. Capítulo IX: Espiritualidade conjugal e familiar. O nono capítulo é dedicado à espiritualidade conjugal e familiar, que “contempla milhares de gestos reais e concretos” (Al 315). “A oração em família é um meio privilegiado para exprimir e reforçar a fé pascal” (AL 318). “Toda a vida da família é um pastoreio misericordioso. Cada um, cuidadosamente, desenha e escreve na vida do outro” (AL 322)... “Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos à procura da plenitude de amor que nos foi promeda”(AL 325). Catequistas, os escritos acima são apenas “pinceladas” da Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre o Amor na Família. Bom seria se você adquirisse o Documento e movasse os demais da sua comunidade para aprofundá-lo, mas antes, que cada um tenha o seu, se possível.

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DATA: 24/04/16 -- TEMA: Deus Trindade -- ASSESSOR: Padre Vitor Galdino Feller -- LOCAL: Paróquia São Sebastião - Tijucas

ARQUIDIOCESE DE FLORIANÓPOLIS COORDENAÇÃO ARQUIDIOCESANA DE CATEQUESE - ECAM 2016

Escola Catequética de Multiplicadores CARTA Nº 2

Querido/a amigo/a participante da Escola de Multiplicadores

Com certeza você já percebeu que esta Escola nos proporciona inúmeras oportunidades de formação sistemática, com conte-údos diversificados e ministrados por assessores gabaritados.

No segundo encontro, na parte matutina, Padre Vitor abordou aspectos da síntese da Exortação Apostólica Pós-Sinodal: Amoris Laetitia, sobre o amor na família, datada de 19 de março, solenidade de São José. Ela recolhe os resultados de dois Sínodos sobre a família (2014-2015) convocados pelo Papa Francisco, “acrescentando outras considerações que possam orientar a reflexão, o diálogo, a práxis pastoral e que ofereçam estímulo e ajuda às famílias na sua doação e nas suas dificuldades” (AL 4).

A Exortação Apostólica chama a atenção para os sete parágrafos introdutórios e a complexidade do tema que se quer ser apro-fundado.

É um documento mais pastoral. Jesus sempre acolheu, perdoou, foi misericordioso. A misericórdia supera a justiça.

Capítulo I: A Luz da Palavra - O Papa articula a sua reflexão a partir das Sagradas Escrituras, acerca do Salmo 28 -> marido e mu-lher, artesãos do seu próprio casamento. Mesmo em crise encontram a Palavra de Deus em seu caminho. A Palavra lida, ouvida e meditada, vai apontando novos caminhos.

Capítulo II: A realidade e o desafio das famílias – É salutar escutar a realidade das famílias e os inúmeros desafios: fenômeno mi-gratório, a mentalidade anti-natalidade, as diversas carências (habitação, trabalho, saúde...), a atenção aos idosos e pessoas com deficiência, o abuso de menores, o individualismo que torna difícil a doação para outra pessoa. Saber discernir o que é bom, certo ou errado. Ouvir o Espírito Santo e a Palavra de Deus. Ter abertura para a nova vida.

Capítulo III: O olhar fixo em Jesus: A vocação da família. Este capítulo ressalta alguns elementos essenciais do ensinamento da Igreja acerca do matrimônio e da família. O sacramento do matrimônio não é rito social, vazio ou mero sinal externo. É graça de Deus para a santificação e salvação do casal e filhos.

Capítulo IV: O amor ao matrimônio – O casamento cristão é sinal do amor de Cristo pela Igreja. Amar é uma questão de decisão, compromisso e não de sentimento, apenas. Este capítulo é ilustrado a partir do “hino ao amor”, escrito por São Paulo (1Cor 13,4-7). Nele vemos características de amor verdadeiro: paciência, atitude de serviço, desprendimento, perdão, sem arrogância... Vale apena deter-se e esclarecer o significado das expressões deste texto (1Cor 13,4-7).

Capítulo V: O amor que se torna fecundo. O quinto capítulo “centra-se por completo na fecundidade e no caráter gerador do amor. A família é o âmbito não só da geração, mas também do acolhimento da vida que chega como um presente de Deus” (cf. AL 166).

Capítulo VI: Algumas perspectivas pastorais. O Papa aborda a necessidade de desenvolver novos caminhos pastorais para a edifica-ção de famílias mais sólidas, de acordo com o plano de Deus (cf. AL 199): O anúncio do evangelho às famílias. Uma formação mais adequada dos presbíteros, dos diáconos... Formação mais ampla para os seminaristas sobre namoro e matrimônio. A orientação dos noivos no caminho de preparação para o matrimônio. O acompanhamento dos esposos nos primeiros anos de vida matrimo-nial. Acompanhamento das famílias em crise: divorciadas, separadas, matrimônios mistos... É tarefa da pastoral, fortalecer o amor e ajudar a curar estas e tantas outras feridas.

Capítulo VII: Reforçar a educação dos filhos – Este capítulo é dedicado à educação dos filhos. “A família não pode renunciar a ser lugar de apoio, acompanhamento, guia, embora tenha que reinventar os seus métodos e encontrar novos recursos” (cf. AL 260).

Capítulo VIII: Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade. Este capítulo representa um convite à misericórdia e ao discernimento pastoral diante das diferentes situações que não correspondem ao que o Senhor propõe. Fique atento aos três verbos propostos pelo Papa Francisco, neste capítulo: Acompanhar/ Discernir/ Integrar.

Capítulo IX: Espiritualidade conjugal e familiar. O nono capítulo é dedicado à espiritualidade conjugal e familiar, que “contempla milhares de gestos reais e concretos” (Al 315). “A oração em família é um meio privilegiado para exprimir e reforçar a fé pascal” (AL 318). “Toda a vida da família é um pastoreio misericordioso. Cada um, cuidadosamente, desenha e escreve na vida do outro” (AL 322)... “Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos à procura da plenitude de amor que nos foi prometida”(AL 325).

Catequistas, os escritos acima são apenas “pinceladas” da Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre o Amor na Família.Bom seria se você adquirisse o Documento e motivasse os demais da sua comunidade para aprofundá-lo, mas antes, que cada um tenha o seu, se possível.

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PERÍODO VESPERTINO

Deus-Trindade“Quanto a nós, amemos,

porque Deus nos amou primeiro” (1Jo 4,19).

Deus-Trindade - Mistério de Fé

O Mistério da Santíssima mostra que Deus é uma comunidade e, sem dúvida, a mais perfeita de todas. Tão unida que, mesmo sendo três pessoas distintas, são um só e único Deus, a ponto de João afirmar: “Deus é amor!” (1Jo 4,16). Cada uma na sua diver-sidade comunga com a união de todas.

Existimos por amor, vivemos por amor: Quantas maravilhas nos cercam. Quantas belezas Deus nos dá, e não as percebemos. “Amemo-nos uns aos outros porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4,7-8).

“Deus enviou o seu Filho como Salvador do mundo” (1 Jo 4,14). Quando Jesus foi para o Pai, depois de sua ressurreição, Ele não quis deixar-nos sozinhos. Jesus enviou o Espírito Santo que nos

fortalece e não nos deixa desanimar na caminhada. “Mas o Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem minhas testemunhas...” (At 1,8).

“A Trindade é una, quer dizer: há um só Deus. Não professamos três deuses, mas um só Deus em três pessoas: a Trindade. As pessoas divinas não dividem entre si a única divindade, mas cada uma delas é Deus por inteiro: o Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai, o Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus quanto à natureza. Cada uma das três pessoas é esta realidade, isto é, a substância, a essência ou a natureza divina” (CIC 253).

Com o grupo de catequistas:1. Como transmitir para os nossos catequizandos a imagem: “Deus é amor.” 2. Ler e refletir: Mt 28,19-20

Para entrarmos em comunhão com o Mistério da Trindade, faz-se necessário crer em Jesus Cristo como Salvador. No Pai que nos criou e o enviou. E no Espírito Santo que infunde em nossos corações o amor do Pai e do Filho.

Para refletir:a. Tenho consciência de que a Trindade habita em mim e no meu irmão?b. Que ensinamento prático a vida trinitária me ensina?c. Como vivo a comunhão na diversidade?

Amigo catequista, Deus nos ama, cada um de nós individualmente. Vejamos:1. A primeira evidência do amor de Deus é Ele nos ter enviado seu Filho em condições humanas.2. A segunda evidência de seu amor é a atitude de salvar e perdoar.3. Outra evidência é acreditar que seu amor nos levará para uma autêntica vida e para uma libertação sem fim.

A revelação de Deus Trindade – nos escritos judaicos – No meio de povos politeístas, que reconheciam e adoravam diversos deu-ses, os hebreus deram passos importantes como: “o reconhecimento de que o seu Deus, Javé, é maior que os deuses dos povos estrangeiros henoteísmo” (Dt 10,17; 1Cr 16,25) e o “reconhecimento de que Javé é o único Deus e que os deuses estrangeiros

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não existem, são ídolos que não falam, nem ouvem, nem se comunicam...” monoteísmo (1 Cr 16,26; Is 2,18).A Santíssima Trindade existiu desde sempre. Foi a partir de Jesus que se começou a falar do Mistério da Trindade.

As Primeiras questões sobre a fé no Deus Trindade - “A primeira questão vinha do judaísmo que ensinava que Deus é um só, o criador do mundo e Senhor da história”. Como explicar aos judeus que Deus é um só, mas em três realidades distintas?

“Outras questões vieram com o encontro dos cristãos com o mundo da cultura greco-romana. Como explicar a esses povos que o Pai, e o Filho e o Espírito Santo, não eram três novos deuses, mas um só e o único Deus verdadeiro”?

Os caminhos para um melhor entendimento sobre a fé no Deus Trindade - “A teologia cristã elaborou, nos 2000 anos de sua histó-ria, três caminhos de acesso racional ao mistério divino.”

Primeiro caminho: elaborado pelos Padres gregos baseado na Bíblia, mostra-nos o Pai como o primeiro a ser revelado. Segundo caminho: elaborado pelos Padres latinos e pelos teólogos da Idade Média baseados na Bíblia, que nos revela um

só Deus em três sujeitos distintos, insistiam na unidade de Deus.

O terceiro caminho está em fase de elaboração baseados na Bíblia, cada uma das três pessoas têm um jeito próprio de ser e agir, entender a Trindade a partir da distinção das três pessoas.

Erros de compreensão do Mistério Trinitário: “No que se refere à compreensão racional do mistério trinitário, podemos identi-ficar três grandes heresias.”

1ª Chamada de subordinacionismo alguns teólogos tinham dificuldades de entender Jesus Cristo e o Espírito Santo como divinos, pois um era mortal e o outro um sopro fugaz.

2ª Chamada de modalismo para alguns teólogos, o Pai, e o Filho e o Espírito Santo seriam apenas modos diferentes de um único Deus ser e aparecer a nós. Passaram a ver as três pessoas como “máscaras” de Deus.

3ª Chamada de Triteísmo alguns teólogos insistiram tanto na diversidade das três pessoas, a ponto de dividir a una e única essência divina. Propunham haver então três deuses.Trabalho em grupo abrangendo os demais itens do subsídio (Pe. Vitor).

Discussão, partilha e complementação pelo assessor. 3. A revelação da Trindade na pessoa e obra de Jesus.4. A revelação do Deus-Trindade nos escritos cristãos.5. Deus-Trindade nas primeiras comunidades.9. Deus-Trindade: amor que toma a iniciativa.10. Deus-Trindade: Modelo de comunidade.11. Igreja: Presença e dom de Deus – Trindade.12. Comunhão Trinitária: Modelo de ação pastoral.13. Sinais e símbolos do Deus-Trindade.14. Espiritualidade Trinitária integrada e integradora.

Caro catequista, leia, releia e aprofunde com muito carinho os conteúdos do subsídio Deus-Trindade. E com atenção redobrada os tópicos trabalhados em grupo.

Para memorizar:“A fé na Trindade é mais que um conjunto de palavras complicadas e abstratas, é um modo de viver no mundo. A fé, conforme a Carta de Tiago (2,18), é algo que se mostra e se vê. Nossa fé na Trindade não é tanto um conjunto de definições teológicas, mas um modo de viver configurado no viver de Cristo, ungido pelo Espírito Santo e em obediência à vontade do Pai”.

Partilhe esta carta, o material recebido e o que aprendeu no encontro com outros catequistas.

“Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo

estejam com todos vocês” (2 Cor 13,13).

Irmã Marlene BertoldiSecretária: Onélia Docina Martins