Tema: Papel da liderança na motivação dos funcionários: o...

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FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS Departamento de Ciência Política e Administração Pública Licenciatura em Administração Pública ANA NELSA TEODORO NHENDE MENDES Tema: Papel da liderança na motivação dos funcionários: o caso do Ministério dos Combatentes (2014-2015) MAPUTO 2016 ANA NELSA TEODORO NHENDE MENDES

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FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS

Departamento de Ciência Política e Administração Pública

Licenciatura em Administração Pública

ANA NELSA TEODORO NHENDE MENDES

Tema: Papel da liderança na motivação dos funcionários: o

caso do Ministério dos Combatentes (2014-2015)

MAPUTO

2016

ANA NELSA TEODORO NHENDE MENDES

Tema: Papel da liderança na motivação dos funcionários: o caso do Ministério

dos Combatentes (2014-2015)

Monografia apresentada ao Departamento de Ciência Política e Administração Pública da

Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane, como requisito

parcial para a obtenção de grau de Licenciatura em Administração Pública, supervisionado por

Msc. Xavier de Jesus Maria.

MAPUTO

2016

ANA NELSA TEODORO NHENDE MENDES

Tema: Papel da liderança na motivação dos funcionários: o caso do Ministério

dos Combatentes (2014-2015)

Monografia apresentada ao Departamento de Ciência

Política e Administração Pública da Faculdade de Letras e

Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane,

como requisito parcial para a obtenção de grau de

Licenciatura em Administração Pública.

Júri

Presidente:____________________________________________________________________

Supervisor: ___________________________________________________________________

Oponente: ____________________________________________________________________

MAPUTO

2016

i

DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro por minha honra que este trabalho nunca foi apresentado, na sua essência, para a

obtenção de qualquer grau académico, e que constitui o resultado da minha investigação pessoal,

estando indicadas no texto e na bibliografia as fontes que utilizei para a elaboração do mesmo.

Maputo, Dezembro de 2016

A Licencianda

__________________________________________________________

(Ana Nelsa Teodoro Nhende Mendes)

ii

EPÍGRAFE

“Sem liderança uma organização seria apenas uma

confusão de pessoas e máquinas, assim como uma

orquestra sem um maestro seria apenas música e

instrumentos. Uma orquestra e todas as outras

organizações precisam de liderança para desenvolverem os

seus activos mais preciosos ao máximo1”.

1 DAVIS & NEWSTROM.

iii

DEDICATÓRIA

Em memória do meu saudoso pai,

Teodoro Nhende Mendes

iv

AGRADECIMENTOS

Este trabalho não seria possível, se não tivesse contado com a colaboração e apoio de

pessoas e instituições.

Quero de forma expressa, agradecer a todos aqueles que directa ou indirectamente

contribuíram para a concretização deste trabalho, especialmente:

A minha família (mãe, esposo, filhos, irmãos e irmãs), pelo apoio prestado durante todo o

percurso da minha formação.

A todo o corpo docente do Departamento de Ciência Política e Administração Pública da

Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane pelo esforço que

empreenderam durante o meu processo de formação e que sempre constituirão fonte de

inspiração. De modo particular, agradeço ao meu supervisor, Doutor Xavier de Jesus Maria,

pelas prontas intervenções no trabalho, sem as quais não seria possível a realização da presente

pesquisa, principalmente pela paciência e pela capacidade de transformar simples ideias em

ciência.

Aos colegas da turma, Marília Freita Pinho, Bruno Alves, Nelson Madjiga, Valente

Nhampalela, Benedito Guilherme e Virgínia Zacarias, pelo companheirismo. De igual modo,

agradeço aos Funcionários do Ministério dos Combatentes pelo apoio concedidos durante o

período de colecta de dados.

A todos, por tudo, o meu muito obrigado!

v

ACRÓNIMOS E SIGLAS

CIRESP………………………………Comissão Interministerial da Reforma do Sector Público

EGRSP……………………………….. Estratégia Global da Reforma do Sector Público

MICO………………………………….Ministério dos Combatentes

vi

Listas de Tabelas

Tabela 1: Quadro comparativo líder Vs Chefe………………………………………………..9-10

Tabela 2: Teorias de motivação ………………………………………………………………...11

Tabela 3: Distribuição da amostra por categoria funcional……………………………………..19

Tabela 4: Elementos estratégicos do MICO..…………………………………………………...20

Listas de Gráficos

Gráfico 1: factores que motivam os funcionários……………………………………………….23

Gráfico 2: Planificação dos métodos de trabalho……………………………………………….25

Gráfico 3: Participação no processo de tomada de decisões……………………………………25

Listas de Figuras

Figura 1: Ciclo motivacional……………………………………………………………………15

Figura 2: Organograma do Ministério dos Combatentes………………………………………..21

RESUMO

O presente estudo intitulado Papel da liderança na motivação dos funcionários, procurou

analisar o papel da liderança na motivação dos funcionários do Ministério dos Combatentes

numa dimensão temporal de 2014 a 2015, por meio do seguinte questionamento: Até que ponto

a liderança do Ministério dos Combatentes contribuiu para a motivação dos funcionários no

período compreendido entre 2014 e 2015? Através de uma abordagem multimetodologica,

caracterizado pela simbiose da pesquisa quantitativa e qualitativa, associado ao uso de técnica

como pesquisa bibliográfica, documental, entrevista e inquérito foi possível constatar que a

liderança do Ministério dos Combatentes adoptou durante o período em referência um conjunto

de estratégias ou curso de acção para manter os colaboradores motivados que se reflectem num

modelo de gestão participativa, isto é, no envolvimento dos colaboradores em todos os aspectos

inerentes a organização. Contudo, a liderança do Ministério dos Combatentes deve continuar a

pautar por um modelo de gestão democrático. Não obstante, deve também, delegar as

competências, uma vez que, a participação dos colaboradores nas áreas de responsabilidade

pode contribuir para a motivação.

Palavras-chave: Liderança e Motivação.

ÍNDICE

DECLARAÇÃO DE HONRA ................................................................................................................. i

EPÍGRAFE ..............................................................................................................................................ii

DEDICATÓRIA.................................................................................................................................... iii

AGRADECIMENTOS ........................................................................................................................... iv

ACRÓNIMOS E SIGLAS ....................................................................................................................... v

Listas de Tabelas ..................................................................................................................................... vi

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 1

1.1. Contextualização ......................................................................................................................... 2

1.2. Problema da pesquisa .................................................................................................................. 4

1.3. Hipóteses ..................................................................................................................................... 5

1.4. Objectivos ........................................................................................................................................ 5

1.5. Justificativa ................................................................................................................................. 6

2. FUNDAMENTANÇÃO TEÓRICA ....................................................................................................... 7

2.1. Conceptualização ............................................................................................................................. 7

2.2. Revisão da literatura ........................................................................................................................ 8

2.4. Teoria de Base ............................................................................................................................... 16

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.......................................................................................... 18

3.1 Tipo de Pesquisa ............................................................................................................................. 18

3.2 Método de abordagem .................................................................................................................... 18

3.3. Método de procedimento ............................................................................................................... 19

3.4 Técnicas de recolha de dados .......................................................................................................... 19

3.5. Técnicas de interpretação de dados................................................................................................ 19

3. 6. Universo e amostra ....................................................................................................................... 19

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS .................................................................................... 21

4.1. Descrição da área de estudo ........................................................................................................... 21

4.2. Estratégias adoptadas para motivar os funcionários ...................................................................... 23

4.3. Factores que motivam os funcionários .......................................................................................... 23

4.4. Factores que desmotivam os funcionários ..................................................................................... 24

4.5. Estratégias adoptadas pela liderança do Ministério dos Combatentes para motivar os

funcionários............................................................................................................................................25

4.6. Estilo de liderança adoptado pelas chefias e o seu impacto na motivação dos funcionários ......... 27

5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .............................................................................................. 28

5.1. Conclusão ...................................................................................................................................... 28

5.2. Recomendações ............................................................................................................................. 28

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS .................................................................................................... 29

1

1. INTRODUÇÃO

O presente estudo intitulado: Papel da Liderança na Motivação dos Funcionários: O Caso

do Ministério dos Combatentes (20014-2015) constitui um requisito parcial para a obtenção de

grau de licenciatura em Administração Pública no Departamento de Ciência Política e

Administração Pública da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo

Mondlane e, pretende-se à luz do mesmo, analisar o papel da liderança na motivação dos

colaboradores.

Em qualquer nível organizacional existe uma liderança efectiva, responsável pela

criação de uma cultura de trabalho positiva e caracterizada por relações sólidas com os seus

colaboradores, pela confiança, dedicação e uma boa participação dos mesmos (CHIAVENATO,

2004:199).

De acordo com MAHANJANE (2008:7-8), os líderes tem a tarefa de fazer leituras

estratégicas, motivar os seus colaboradores e adoptar a sua acção conjuntural para o alcance da

visão que se aspira, ser um modelo para os outros. Aliás como lembra PONTES (2008:8), a

liderança não pode mais ser exercida a partir de uma posição no jogo de uma hierarquia de

comando e controle.

O líder moderno tem que saber lidar com as pessoas, pois é através das pessoas que são

realizadas as acções e consequentemente os resultados são ou não atingidos, uma vez que são

elas que fazem as coisas acontecer dentro e fora da empresa. Torna-se portanto imperativo

cuidar da sua motivação, que deve abranger desde a satisfação pessoal até melhoria das

condições de trabalho, tanto no sentido do ambiente quanto do conteúdo do trabalho em si

(Ibid.).

A estrutura deste trabalho obedece cinco (5) capítulos a saber: o primeiro apresenta

notas introdutórias (contextualização, problemática, pergunta de partida, hipótese, objectivos e a

relevância do estudo). O segundo centra-se na apresentação do quadro teórico e conceptual que

sustenta o trabalho. O terceiro trata da metodologia, ou seja, dos caminhos que tornaram

possível a concretização da pesquisa. No quarto faz-se uma breve descrição da área de estudo,

incluído a apresentação e interpretação dos dados. O quinto corresponde as conclusões e as

recomendações do estudo.

2

1.1. Contextualização

A motivação humana tem sido uma das principais preocupações e desafios da gestão

organizacional moderna, e várias teorias tentam explicar o sentido desta força misteriosa que

leva as pessoas a agirem de forma a alcançar seus objectivos. O que anteriormente era apenas

um instrumento da área de Recursos Humanos, agora passa a fazer parte da estratégia das

empresas (SILVA et al, 2011:196).

A história revela-nos que ao longo do pensamento administrativo (desde os clássicos aos

modernos e/ou contemporâneos), foram desenvolvidas várias teorias explicativas sobre o que

move o comportamento humano no circuito organizacional. Segundo os apologistas na corrente

clássica, a busca de dinheiro, recompensas salariais e materiais de trabalho é o que move os

indivíduos no meio organizacional. (HAMPTON, 1983: 438).

Com o advento da teoria das relações humanas, a tese prevalecente na escola clássica2

foi posta em causa, uma vez que, segundo os teóricos desta corrente, o comportamento humano

no meio organizacional é movido pelas recompensas sociais e simbólicas (pertença a um

grupo). Desta, foram desenvolvidas outras teorias explicativas sobre a motivação humana nas

organizações, desdobrando-se em teorias do conteúdo (que procuram explicar os factores que

motivam as pessoas) e teorias do processo (que procuram explicar como funciona a motivação)

(MAXIMIANO, 2007).

Relativamente a liderança, a literatura mostra-nos que ao longo da história, nem sempre

foi incluído no leque das atribuições do líder, o papel de estimular e/ou motivar os seus

colaboradores. De acordo com PONTES (2008:16), até a década de 60, para o chefe bastava

sentar na cadeira e exercer controlos mecânicos: saber planear, organizar, controlar e corrigir. O

bom chefe era aquele que tinha o pessoal na palma da mão, ou seja, o total controlo dos seus

funcionários dentro da empresa.

A partir da década de 70, passaram a necessitar mais de contribuições intelectuais de

seus funcionários. Principalmente no fim dos anos 80, com a evolução da concorrência, criou-se

a necessidade de ter nas empresas funcionários mais dedicados. O novo bom chefe, agora

2 Por considerar o homem como um ser meramente económico, a escola clássica via o pagamento por salário como

um factor motivador das pessoas. (para mais detalhes ver: MOTTA, 1998:23).

3

chamado de líder3, é aquele que consegue estimular os funcionários, “vender” os objectivos à

equipe, e favorecer um bom clima no ambiente de trabalho.

Seria algo bastante abstracto fechar a contextualização sem descrever aquilo que é o

objecto de estudo desta monografia. É de realçar que para melhor entendimento do trabalho

tornasse crucial contextualizar o surgimento do nosso objecto de estudo.

Após a proclamação da independência nacional em Junho de 1975, foi criado o

Ministério da Defesa Nacional com o objectivo de defender a independência nacional,

integridade territorial e soberania nacional.

Com o andar do tempo, os membros das forças populares de libertação de Moçambique

foram desvinculados do Ministério da Defesa Nacional, por diversos motivos. Um por

tempo ou idade superior estabelecidos, outros, por se encontrarem no estado de saúde que

não lhes permitia continuar nas fileiras. Esta camada, ao andar de tempo foi se aumentando

e cada um com as suas preocupações.

Havendo necessidade de aliviar um grupo de pessoas no activo propôs-se a criação de

um departamento defesa dos desmobilizados na luta de libertação nacional, actualmente

conhecido por veterano de luta de libertação nacional. A sua certificação foi feita através do

registo em fichas arquivadas no Departamento que funcionava no Ministério da Defesa

Nacional.

Em virtude do aumento rápido do número dos que iam se registando e dos que iam

passando à disponibilidade foi criado em 1983 a Secretaria do Estado para os Assuntos dos

Antigos Combatentes (SEAC), que funcionava no bairro militar, cujo objectivo era de

providenciar apoio aos combatentes através de pensões e reformas de invalidez e de

sobrevivência aos seus dependentes.

Em Janeiro de 2000 foi extinto a SEAC e na sequência foi criado o Ministério para os

Assuntos dos Antigos Combatentes, com duas direções específicas (Providência Social e

Historia da Luta de Libertação Nacional).

Em Janeiro de 2010 foi extinta a MAAC e na sequência foi criado o MICO (Ministério

dos Combatentes). Com a criação do MICO foi incorporado o serviço de atendimento aos

combatentes de defesa da soberania, integridade territorial e democracia (os da guerra dos

3 Cf. Tabela 1 sobre a diferença entre chefe e líder (p.10).

4

16 anos). Nesta nova instituição extinguiu-se a Direcção de Planificação e Cooperação e

criou-se o Departamento de Plano e Cooperação e, para a componente projecto foi criado o

Fundo de Inserção Social dos Antigos Combatentes (FISAC), mas tarde transformada em

Fundo de Inserção Social dos Combatentes (FISC), onde o financiamento é extensivo aos

combatentes dos 16 anos.

Em 2006, com o objectivo de criar maior sustentabilidade o funcionamento de projecto é

extinto o FISC e é criado o Fundo de Paz e Reconciliação Nacional. Na mesma sequência

foi criado a Direcção Nacional de Inserção Social, com o objectivo de gerir bolsas de estudo

aos combatentes e seus dependentes e assistência psicossocial aos mesmos.

1.2. Problema da pesquisa

Num contexto de incerteza e de aceleração da mudança, convém colocar

permanentemente a motivação no centro das práticas de direcção. Ora, esta dimensão

fundamental da gestão dos recursos humanos está ainda insuficientemente desenvolvida no

quadro da formação e da prática das equipas dirigentes (AMBRÓSIO, 2015:6).

LEVIEQUE (2007:123) na sua obra intitulada: Gerir Recursos Humanos é Gerir

Mudanças, avança que “a falta de carícias (unidades de relacionamento social) positivas nas

empresas tem sido catalisador referencial para a desmotivação de colaboradores e,

consequentemente, a fraca produtividades”. Para o autor, esta situação ocorre geralmente com a

cumplicidade da chefia directa, dado que muita das vezes não observa as regras básicas de

gestão. Como por exemplo: definição e comunicação do plano sectorial, alocação de meios de

trabalho, acompanhamento, entre outras.

Ciente de que a desmotivação dos funcionários pode contribuir para a fraca

produtividade das organizações públicas, o Governo de Moçambique traçou como objectivo

geral da Estratégia Global da Reforma do Sector Público no período compreendido entre 2001 e

2011, “que o sector público venha a ser: um conjunto articulado de organizações públicas

dotadas de recursos humanos qualificados e motivados para as respectivas funções” (CIRESP,

2001:19).

Para a concretização do objectivo supracitado, principalmente de dotar as organizações

públicas de recursos humanos motivados, deve-se contar com a cumplicidade dos líderes e/ou

chefias directas. Como observam SILVA et al (2011:196),

5

“As empresas actuais necessitam de líderes capazes de trabalhar e

facilitar a resolução de problemas em grupo, capazes de trabalhar

junto com os colegas e liderados, ajudando-os a identificar suas

necessidades de capacitação e a adquirir as habilidades necessárias e,

ainda, serem capazes de ouvir o que os outros têm a dizer, delegar

autoridade e dividir o poder”.

É no espírito da problemática acima exposta, que o presente estudo orienta-se pela

seguinte questão de partida: Até que ponto a liderança do Ministério dos Combatentes

contribuiu para a motivação dos funcionários no período compreendido entre 2014 e 2015?

1.3. Hipóteses

A Hipótese, é uma resposta provisoria a qual o investigador leva ao campo para poder

testar, de forma aqui possa validar ou não a resposta do problema que leva lhe ao campo. Assim

sendo, para esta pesquisa levamos as seguintes Hipóteses:

H1: Durante o período em referência, a liderança do Ministério dos Combatentes contribuiu

para a motivação dos funcionários, uma vez que, baseou-se num modelo de gestão

participativo.

H2: A liderança do Ministério dos Combatentes contribuiu para a motivação dos funcionários

no período em análise, visto que, proporcionou aos seus colaboradores condições adequados

para o desempenho das suas funções.

1.4. Objectivos

1.4.1 Geral

O objectivo geral na qual se circunscreve esta pesquisa é o de analisar o papel da

liderança na motivação dos funcionários do Ministério dos Combatentes numa dimensão

temporal de 2014 a 2015.

1.4.2 Específicos

Identificar as estratégias de motivação adoptadas pela liderança do Ministério dos

Combatentes;

Aferir o estilo de liderança adoptado pelas chefias directas e;

Avaliar o impacto do estilo de liderança na motivação dos funcionários.

6

1.5. Justificativa

Abordar a cerca do papel da liderança na motivação dos funcionários revela-se

pertinente num contexto caracterizado por mudanças constantes impulsionadas pela

globalização, evolução tecnológica e o aumento da competitividade empresarial e/ou

organizacional, uma vez que, a produtividade organizacional depende da capacidade da

liderança em influenciar os seus colaboradores a se comprometerem com os objectivos da

organização e, um dos ingredientes básicos para tal é motiva-los.

Optou-se em desenvolver esta temática por duas razões: primeiro, pelo interesse da

autora em compreender o contributo da liderança na motivação dos funcionários. Segundo,

porque conforme plasmado na EGRSP 2001-2011, constitui um dos objectivos do Governo de

Moçambique, tornar um conjunto articulado de organizações públicas dotadas de recursos

humanos motivados para as respectivas funções. Daí que entender como a liderança pode

contribuir neste processo revela-se pertinente.

Elegeu-se o Ministério dos Combatentes como universo espacial desta pesquisa pelo

facto deste, localizar-se próximo da investigadora o que facultou o processo de recolha de

informações para a concretização da pesquisa e a dimensão temporal de 2014 a 2015 deve-se ao

facto de ser um período recente o que permite levantar dados actualizados sobre a temática em

alusão.

No espaço académico o estudo é relevante na medida em que contribuirá, não só, para

enriquecer o debate literário existente sobre a temática, como também servirá de base para o

desenvolvimento de outros estudos. Na prática, espera-se com as constatações deste estudo que

gestores públicos absorvam ferramentas necessárias para tornarem os colaboradores motivados

no desempenho das suas funções e consequentemente alcance os objectivos da organização.

7

2. FUNDAMENTANÇÃO TEÓRICA

Como próprio título sugere, pretende-se à luz deste capítulo apresentar o referencial

teórico que sustenta o trabalho, desta feita, encontra-se dividido em três momentos: o primeiro

apresenta os conceitos básicos que orientam esta pesquisa, o segundo, cinge-se em apresentar a

revisão da literatura e o terceiro, por sinal, o último momento que perfaz este capítulo reserva-se

para a apresentação da teoria de base.

2.1. Conceptualização

A literatura apresenta uma vasta gama de acepções do termo “Administração Pública”.

MEIRELLES (2002:63) apud MATIAS-PEREIRA (2009:125-126) concebe-a em três sentidos:

sentido formal, material e operacional.

Sentido formal é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objectivos do

Governo;

Sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral;

Sentido operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços

próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da colectividade. Administração

Pública é, pois, todo aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus

serviços, visando a satisfação das necessidades colectivas.

Liderança

O termo “Liderança” é definido de várias formas, variado de autor para autor, mas de

acordo com VOIGTLAENDER et al (s/d) praticamente todos autores citam alguns elementos

chave como “trabalho em grupo”, “influenciar pessoas” e “atingir resultados”. Para

CHIAVENATO (1999), a liderança é uma forma de influência. A influência é uma transacção

interpessoal em que uma pessoa age para modificar ou provocar o comportamento de outra

pessoa, de maneira intencional. Na mesma linha de pensamento REDDIN (1970:378), concebe

a liderança como um processo de influenciar as actividades de um grupo em esforços para

conseguimento de metas em uma determinada situação.

Ao falar da liderança à luz deste trabalho referimo-nos das chefias directas, aqueles (a)

investidos (a) de poder formal atinente ao cargo que ocupa na hierarquia organizacional.

8

Motivação

A literatura que aborda sobre a gestão de recursos humanos apresenta várias

significações do termo “motivação”, mas a que se alinha com esta pesquisa foi apresentada por

MEGGINSON & MOSLEY (1986:307) segundo a qual, motivação é o processo de induzir uma

pessoa ou grupo de pessoas, cada qual com suas próprias necessidades e personalidades

distintas, a trabalhar para atingir os objectivos da organização, ao mesmo tempo em que

trabalha para alcançar os seus próprios objectivos.

2.2. Revisão da literatura

O actual contexto caracterizado por mudanças constantes impulsionadas pela

globalização, evolução tecnológica e o aumento da competitividade, a sobrevivência de uma

organização depende da capacidade da liderança em influenciar os seus colaboradores a se

comprometerem com os objectivos da organização.

De acordo com ANTONIASSI & PEREIRA (s/d), no mundo actual as empresas vêm se

conscientizando da importância do papel do líder nas organizações, de maneira que ele não

somente chefia, mas sim lidera e motiva. Buscando sempre inovar com os olhos sempre postos

no futuro, visando sempre transmitir inspiração, esperança e confiança as outras pessoas.

Compartilhando como o mesmo fio de pensamento SILVA et al (2011:196), referem que “as

empresas actuais necessitam de líderes capazes de trabalhar e facilitar a resolução de problemas

em equipa, motivando os colaboradores e contribuindo para uma melhor produtividade”.

2.2.1 Liderança

A liderança numa organização funciona como uma Bússola, isto é, dá orientação aos

demais colaboradores para o alcance das metas traçadas. De acordo com DAVIS &

NEWSTROM (1989) apud AMBRÓSIO (2015:15),

“Sem liderança uma organização seria apenas uma confusão de pessoas e

máquinas, assim como uma orquestra sem um maestro seria apenas música e

instrumentos. Uma orquestra e todas as outras organizações precisam de

liderança para desenvolverem os seus activos mais preciosos ao máximo”.

O autor avança ainda que a liderança é o pivô nas organizações, porque é ela que faz

funcionar a máquina humana para que provoque a motivação dos funcionários para a

produtividade ou a satisfação dos trabalhadores dentro da instituição privada ou pública.

9

Para se obter uma liderança eficaz, o líder deve possuir consciência, energia,

inteligência, domínio, autoconfiança, ser aberto para experiências, possuir estabilidade

emocional e conhecimento de tarefas relevantes (TAVARES, 2010 apud AMBRÓSIO,

2015:15).

WHITE & LIPPITT (1939) apud RAMOS (2008:3) referem que, o estilo de liderança,

no processo de tomada de decisão e controlo no trabalho, tem impacto directo no

comportamento dos seguidores. Segundo os mesmos autores, existem três estilos de liderança

que facultam a motivação ou o auto controlo dos seus liderados:

Autocrático;

Democrático;

Laissez-faire.

Liderança autoritária

A liderança autoritária conforme narrado por VERGARA (2000:76) é aquela que

alicerça-se no seguinte ditado “ manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Para FERREIRA

(2011:433) o estilo autoritário de liderança caracteriza-se pela centralização das decisões no

líder, escassa interacção e reduzida motivação. Corroborando com o mesmo raciocínio

MUCHANGA (2012:23) refere que o líder autoritário fixa directrizes sem a participação do

grupo e determina as técnicas para a execução das tarefas. O autor avança ainda que um líder

autoritário,

“Tem uma postura essencialmente directiva, dando instruções concretas, sem

deixar espaço para a criatividade dos liderados. Este líder é pessoal, quer nos

elogios, quer nas críticas que faz. As consequências desta liderança estão

relacionadas com uma ausência de espontaneidade e de iniciativa por parte dos

liderados, bem como pela inexistência de qualquer amizade no grupo, visto que

os objectivos são, o lucro e os resultados de produção (MUCHANGA

(2012:23).

Liderança democrática

A liderança democrática como o próprio nome nos sugere caracteriza-se por um modelo

de gestão participativa. Como lembra-nos MUCHANGA (2012:23-24),

“O líder democrático assiste e estimula o debate entre todos os elementos. É o

grupo, em conjunto, que esboça as providências e técnicas para atingir os

objectivos. Todos participam nas decisões. As directrizes são decididas pelo

grupo, havendo contudo um predomínio da voz do líder. O grupo solicita o

aconselhamento técnico do líder, sugerindo este várias alternativas para o

10

grupo escolher. Cada membro do grupo decide com quem trabalhará e é o

próprio grupo que decide sobre a divisão das tarefas”.

Para FERREIRA (2011:433) o estilo democrático de liderança caracteriza-se pela

confiança total nos colaboradores, a participação nos processos decisórios e definição de

objectivos, elevada interacção e fluxo de informação em todos os sentidos.

Laissez-faire/liberal

Segundo VERGARA (2000:76) este estilo de liderança é conhecido na intimidade por

“deixa rolar”. No mesmo entendimento MUCHANGA (2012:23) refere que,

“Na liderança liberal, não há imposição de regras. O líder não se impõe ao

grupo e consequentemente não é respeitado. Os subordinados têm liberdade

total para tomar decisões, quase sem consultar o líder. Não há grande

investimento na função, no estilo liberal, havendo participações mínimas e

limitadas por parte do líder. Quem decide sobre a divisão das tarefas e sobre

quem trabalha com quem, é o próprio grupo. Os elementos do grupo tendem a

pensar que podem agir livremente, tendo também desejo de abandonar o grupo,

visto que não esperam nada daquele líder”.

Características da liderança

AMBRÓSIO (2015:14) apresenta três características da liderança de uma organização:

É um processo de influência;

Envolve interacções entre duas ou mais pessoas;

Há valores partilhados.

Diferença entre líder e chefe

Tabela 1: Quadro comparativo

Chefe Líder

Conduz empregados Orienta empregados

Apoia-se na autoridade Apoia-se na boa vontade

Inspira medo Cria entusiasmo

Diz “EU” Diz “NÓS”

Atribui culpa aos erros Conserta os erros

11

Sabe como se faz Mostra como se faz

Usa pessoas Desenvolve pessoas

Leva o crédito Dá o crédito

Manda Pede

Diz “vai” Diz “vamos”

Fonte: Mahanjane 2008.

2.2.2 Motivação

Ao longo da história do pensamento administrativo, a motivação dos funcionários foi

objecto de estudo de vários pesquisadores. De acordo com VARGAS (2011:11), o estudo sobre

a motivação começou com os primeiros pensadores da humanidade, nas suas obras pode-se

verificar a preocupação em conhecer e explicar o comportamento humano, antes da revolução

industrial costumava-se motivar por meio de castigos e punições até mesmo físicas. De acordo

com o mesmo autor, a partir da revolução industrial começaram os investimentos nessas

pesquisas com intuito de aumentar a eficiência nos processos industriais. Podendo ser citados os

estudos sobre a motivação de Taylor que adoptava a crença de que o dinheiro era o maior

motivador. Ele acreditava que as pessoas faziam coisas apenas para ganharem mais dinheiro.

Além da abordagem científica de Taylor, o início do século XX também viu surgir as teorias

clássicas de Henry Fayol e burocrática de Max Weber. Na década de 1930 Elton Mayo, estudou

as variações do ambiente de trabalho sobre a produtividade e chegou a conclusão que a

produtividade aumenta independentemente da melhora ou não das condições de trabalho, mas

sim da atenção dada a ele por seus superiores. Surgindo aí a escola das relações humanas,

procurando entender o comportamento humano nas organizações e por meio desse

entendimento melhorar a produtividade (Ibid.).

Da teoria das relações humanas foram equacionados outras explicações que procuraram

entender o comportamento humano nas organizações, dividindo-se em duas alas: umas

procuraram explicar os factores que motivam as pessoas – teorias de conteúdo e outras

procuraram explicar como funciona a motivação – teorias do processo. A tabela abaixo espelha

melhor o que acabamos de descrever.

12

Tabela 2: Teorias de motivação

Teorias Descrições

Conteúdo

Teorias clássicas

Teorias das necessidades

Frustração

Teoria dos dois factores

Buscam explicar os factores que motivam as

pessoas

Processo

Modelo de comportamento

Teoria de Expectativa

Behaviorismo

Teoria de equidade

Buscam explicar como funciona a motivação

Fonte: Maximiano, 2007

Teorias de conteúdo

Hierarquia das Necessidades de Maslow

Entre os autores cujas teorias estão voltadas para as necessidades humanas, o mais

consagrado talvez seja o psicólogo Abraham. H. Maslow, que propôs, em função de suas

observações de clientes de consultório, a existência' de uma hierarquia de necessidades ou

motivos.

Para Daft (2005), essa teoria propõe que as pessoas são motivadas por necessidades

múltiplas, dispostas em uma ordem hierárquica. Gondim e Silva (2004) apontam, além disso,

que parte da premissa de que a origem das necessidade é biológica e que a existência da

hierarquia deixa implícito o pressuposto antropológico de que o homem tem uma propensão

para o autodesenvolvimento e o crescimento pessoal. Para os autores citados, essas

necessidades estão distribuídas em cinco tipos distintos, de acordo com a seguinte ordem de

ascendência: fisiológicas, segurança, sociais, estima e auto-realização.

Conforme menciona Salgado (2005), as três primeiras são necessidades de carência,

pois devem ser satisfeitas para que os indivíduos se sintam saudáveis e seguros e as duas

últimas são as necessidades do crescimento, porque estão relacionadas ao desenvolvimento e

à realização do potencial de cada pessoa.

13

Teoria ERC

Seguindo a mesma linha de raciocínio de Maslow, ALDERFER apud GONDIM

e SILVA (2004), no final da década de 1960, redefiniu as cinco necessidades

hierarquizadas e as agrupou em três: existência, relacionamento e crescimento (ERC),

compreendendo a existência às necessidades fisiológicas e de segurança; o

relacionamento, às sociais e de estima e o crescimento, á de auto-realização.

Para DAFT (2005), o modelo ERC e a Hierarquia das Necessidades de Maslow são

parecidos, devido à mesma disposição hierárquica e por presumirem que os indivíduos se

movimentam para cima na hierarquia, um passo por vez, apesar de Alderfer ter reduzido a três

as categorias de necessidades e proposto ser o direcionamento para cima na hierarquia mais

complexo, reflectindo um princípio de frustração-regressão.

Teoria dos Dois Factores de Herzberg

De acordo com SALGADO (2005), em estudo sobre os factores comportamentais,

Herzberg pedia aos trabalhadores para descreverem situações nas quais se sentiam

excepcionalmente bem e mal, com relação aos seus cargos e, a partir daí, tirou suas

constatações conhecidas como Teoria da Motivação-Higiene. Esse autor menciona que os

achados de Herzberg sugeriram que as características de trabalho, associadas com a

insatisfação, são bem diferentes daquelas pertencentes à satisfação, o que o estimulou à noção

de que dois factores influenciam a motivação no trabalho: higiénicos ou extrínsecos e

motivacionais ou intrínsecos.

Os factores higiénicos, no entender de DAFT (2005), envolvem a presença ou ausência

de aspectos insatisfatórios no trabalho e os motivacionais ou intrínsecos, relacionados ao

trabalho propriamente dito, influenciam a satisfação no trabalho.

Segundo CHIAVENATO (2000), os factores higiénicos dizem respeito às condições

que atuam sobre a pessoa enquanto trabalha, como físicas e ambientais de trabalho, natureza

do cargo, autoridade, salário, benefícios sociais, clima de relações entre a direcção e os

empregados, regulamentos internos, segurança no cargo, relações com os colegas,

oportunidades existentes.

14

Segundo GIL (2001) acrescenta a esses bónus e prémios, condições de trabalho

(equipamentos, máquinas, quantidade de horas de trabalho), planos de saúde, condições

físicas de segurança e permanência no emprego, políticas da empresa (normas formais, regras

informais), tipo de supervisão recebida.

Para o autor supracitado, esses factores não são capazes de criar condições que

motivem, entretanto, sua ausência gera insatisfação ou desequilibra o ambiente. Conforme

DAFT (2005), quando ruins, o trabalho se torna insatisfatório, entretanto, quando bons,

apenas removem a insatisfação, pois eles por si sós não induzem as pessoas a se tornarem

Altamente satisfeitas e motivadas em seu trabalho, posição que vai ao encontro da adoptada

por CHIAVENATO (2000) por entender que, quando óptimos, evitam a insatisfação e

quando insuficientes, provocam insatisfação.

Teoria das Necessidades Aprendidas ou Adquiridas

Na visão de David McClelland, o comportamento é estimulado por três necessidades,

consideradas secundárias, aprendidas ou adquiridas socialmente, denominadas realização,

poder e afiliação.

Essa teoria, conforme expressa por D A F T (2005), estabelece que determinados tipos

d e necessidades são adquiridos durante o tempo de vida do individuo, ou seja, as pessoas não

nascem com essas necessidades, entretanto podem assimilá-las durante suas expectativas de

vida. Para ele, a necessidade de realização se dá com o desejo de realizar algo difícil; com o

domínio de atribuições complexas; com impulso de se fazer nota.

Teorias centradas no processo

Teoria da equidade

SALGADO (2005) observa que os trabalhadores se sensibilizam diante das

diferenças relativas às recompensas; fazem comparações entre seu empenho é resultado

com o empenho e resultados de amigos, vizinhos, parentes, companheiros ou colegas de

trabalho e, mediante essas comparações, três percepções se tornam possíveis: iniquidade,

devido à remuneração inferior; equidade ou iniquidade, devido à recompensa superior.

Segundo DAFT (2005), essa Teoria se concentra nas percepções que os indivíduos têm sobre o

grau de justiça por que passam na empresa. Para ele, as pessoas avaliam se existe equidade

pela relação entre dois factores: entradas e resultados. As entradas dizem respeito

às características apresentadas pelo indivíduo, como educação, experiência, esforço e

15

habilidade e os resultados, a pagamento, reconhecimento, benefícios e promoções recebidos da

organização que trabalha.

Teoria de expectativas

VROOM (1964) apud CHIAVENATO (2000) relaciona sua teoria de motivação

exclusivamente com a variável produção e diz que a motivação é determinada por três factores:

objectivos individuais, relação percebida pela pessoa entre produtividade e alcance dos seus

objectivos e capacidade que tem a pessoa em influenciar seu próprio nível de produtividade à

medida que acredita poder influenciá-lo.

Para DAFT (2005), essa teoria sugere ser a motivação dependente das expectativas dos

indivíduos sobre sua destreza em realizar tarefas e receber as recompensas desejadas e, além

disso, que ela está envolvida não somente com a identificação dos tipos de necessidades, mas

também com o processo de pensamento que os indivíduos utilizam para conseguir as

recompensas.

Teoria da Fixação de Metas

SALGADO (2005) aponta que esta teoria está baseada na influência que a fixação de metas

exerce sobre o desempenho e que para ela:

As metas específicas aumentam o desempenho;

Quando aceitas, as metas difíceis promovem alto desempenho; e,

Um "feedback" sobre as metas resulta em melhor desempenho.

Para GONDIM e SILVA (2004), de acordo com essa teoria, as metas variam em

conteúdo e intensidade, sendo classificadas, de acordo com o conteúdo em fáceis ou difíceis,

específicas ou gerais e simples ou complexas e quanto à intensidade se apresentam conforme

a percepção da importância do comprometimento com a meta. Esses autores indicam que,

segundo pesquisas realizadas, de acordo com o conteúdo, as metas especificadas de forma

clara constituem os verdadeiros factores que motivam o comportamento humano no

trabalho. Entretanto, para eles, não basta apenas especificar as metas a serem atingidas e

solicitar a alguém que dê o melhor de si para alcançá-las; é preciso, além disso, que a pessoa

as valorize, as perceba como desafiadoras e difíceis de serem conquistadas.

16

Ciclo motivacional

Conforme CHIAVENATO (1994:170) a motivação funciona de maneira cíclica e repetitiva.

Para o autor:

“O organismo humano tende a um estado de equilíbrio dinâmico. Este

equilíbrio se rompe quando surge uma necessidade. O equilíbrio cede lugar

a um estado de tensão que dura enquanto a necessidade não for

devidamente satisfeita. A tensão ou (stress) gera ansiedade e sofrimento

provocando um consumo mais elevado de energia física e mental. A

satisfação da necessidade devolve ao organismo o estado de equilíbrio da

dinâmica anterior” (CHIAVENATO, 1994:170-171).

É de salientar que o ciclo motivacional pode gerar três tipos de situação: (i) satisfação da

necessidade – quando a necessidade for satisfeita; (ii) frustração – quando alguma barreira

impede a satisfação da necessidade e (iii) compensação – quando a necessidade não for

satisfeita, mas compensada por um meio alternativo. A figura abaixo mostra o ciclo

motivacional resolvido pela satisfação da necessidade.

Figura 1: Ciclo motivacional

Retorno ao estado de equilíbrio dinâmico anterior

Fonte: Chiavenato (1994, p. 171).

2.4. Teoria de Base

Este trabalho é analisado e/ou interpretado à luz da teoria dos estilos de liderança. De

acordo com VERGARA (2000:76), a teoria dos estilos de liderança desdobra-se em três

estilos de liderança: autoritária, democrática e Laissez-faire, para o efeito desta pesquisa

privilegiou-se a liderança democrática, uma vez que, esta alicerça-se na ideia segundo a qual

Equilíbrio Necessidade Tensão Satisfação

17

a participação dos colaboradores nas áreas de responsabilidade irá tender a satisfazer as

necessidades de auto – realização e estima do indivíduo4.

Conforme MAHANJANE (2008:16), a liderança democrática caracteriza-se por um

ambiente de trabalho cooperativo, em que o líder encoraja a participação activa dos membros

do grupo ou da organização decidirem as suas próprias políticas, isto é, as directrizes

organizacionais são debatidas pelo grupo, estimulado de conhecer os objectivos a alcançar e

saber os procedimentos alternativos. Para BORLOT & MARQUES (2012:77), a liderança

democrática faz referência à orientação para as pessoas, importa-se em ouvir as pessoas, são

sensíveis ao sentimento das pessoas, tem a percepção de que o indivíduo merece toda atenção

dirigindo-o para os objectivos da empresa.

4Cf. MAHANJANE, Jorge Amós. Impacto da Liderança no Desempenho Organizacional: O Caso da Direcção

dos Recursos Humanos da Electricidade de Moçambique (2005-2007). 2008:16.

18

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Tipo de Pesquisa

Devido a complexidade do problema, associado a busca de uma maior confiança nas

conclusões desta pesquisa pautou-se pela utilização da pesquisa qualitativa e quantitativo.

De acordo com RICHARDSON et al (1985:29-48) apud BOAVENTURA (2007:56)

a abordagem quantitativa caracteriza-se

“Pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de colecta de

informação, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas,

desde as mais simples como percentual, média, mediana, moda, desvio-

padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, analise de

regressão etc.”

Já a pesquisa qualitativa na óptica de RICHARDSON et al (1999:79) difere-se da

quantitativa por não empregar um instrumento estatístico como base do processo de análise

de um problema. Para BOGDAN & BIKLEN (1994) apud BOAVENTURA (2007:56) a

abordagem qualitativa “é uma pesquisa descritiva, em que os investigadores, interessando-se

mais pelo processo do que pelos resultados, examinam os dados de maneira indutiva e

privilegiam o significado”.

Tomando como base as acepções da pesquisa quantitativa e qualitativa trazidas pelos

autores supracitados, à luz deste trabalho a pesquisa quantitativa expressa-se pelo uso de

elementos matemáticos e/ou estatísticos (projecção de tabelas, gráficos, calculo da media e

percentagem) para a recolha e tratamento de dados por meio do inquérito como técnica de

recolha de dados e tratamento de dados e a pesquisa qualitativa reflecte-se pela busca de

significado dos fenómenos estudados através da entrevista como técnica de recolha de dados.

3.2 Método de abordagem

Como método de abordagem adoptou-se o hipotético-dedutivo. Segundo MARCONI

& LAKATOS (2009:110), o método hipotético-dedutivo “inicia pela percepção de uma

lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo de inferência

dedutiva, testa a predição da ocorrência de fenómenos abrangidos pela hipótese”. Nesta

lógica de raciocínio, o nosso propósito ao desenvolver esta pesquisa é através do problema de

pesquisa projectada (que constitui o fio condutor desta pesquisa) buscar por meio do trabalho

19

de campo elementos e/ou evidências que nos conduzam a confirmação ou contestação da

resposta provisória (hipótese) traçada.

3.3. Método de procedimento

Quanto ao método de procedimento recorreu-se ao monográfico. Segundo GIL

(2008:18) “parte do princípio de que o estudo de um caso em profundidade pode ser

considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes”.

Assim consideramos que as conclusões que serão tiradas ao analisar o papel da liderança na

motivação dos funcionários no Ministério dos Combatentes, podem nos remeter a visualizar o

panorama geral de muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes, isto é, do sector

público.

3.4 Técnicas de recolha de dados

Relativamente as técnicas de recolha de dados privilegiaram-se a pesquisa

bibliográfica, pesquisa documental, entrevista e inquérito. A pesquisa bibliográfica, centrou-

se na consulta de documentos que tiveram um tratamento científico (livros, artigos

científicos) nas unidades de informação e serviu-nos para aferir o estado – da – arte da

temática em estudo. A pesquisa documental voltou-se na consulta de documentos que não

tiveram um tratamento científico. A entrevista teve como grupo alvo funcionários com cargos

de chefia e, finalmente o inquérito foi administrado aos funcionários sem cargos de chefias.

3.5. Técnicas de interpretação de dados

Para analisar os dados colhidos pelas técnicas acima descritas, recorreu-se a tabulação

electrónica e a análise de conteúdo. A primeira, para os dados recolhidos por via do inquérito

e a segunda, para os dados colhidos através da entrevista semi – estruturada que, como vimos

acima foi ministrada aos funcionários com cargo de chefia.

3. 6. Universo e amostra

Segundo Vergara (2000:50) população é um conjunto de elementos, seja empresas,

produtos e pessoas que possuem características que serão objecto de estudo. Já a amostra na

óptica da mesma autora refere-se a uma parte da população selecionada segundo um critério

de representatividade. Nestes termos a população deste estudo compreende a totalidade dos

funcionários do Ministério dos Combatentes (190 funcionários), deste, extraiu-se uma

mostra de 46 funcionários, obedecendo o critério de acessibilidade e estratificação.

20

O critério de acessibilidade circunscreveu-se na escolha dos funcionários que

demonstraram disponibilidade de responder o inquérito e o questionário no acto de recolha de

dados e o de estratificação por agrupar os funcionários em categorias (com cargo de chefia e

sem cargo de chefia) como ilustra a tabela abaixo.

Tabela 3: Distribuição da amostra por categoria funcional

Categorias Universo Amostra

Funcionários com cargo de chefia 53 3

Funcionários sem cargo de chefia 137 43

Total 190 46

Fonte: Autora

21

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

4.1. Descrição da área de estudo

O Ministério dos Combatentes é um órgão central do Aparelho do Estado criado à luz

do Decreto Presidencial nᵒ. 1/2010, de 15 de Janeiro cujo objectivo é o de zelar por

reconhecimento e valorização dos sacrifícios daqueles que consagraram as suas vidas à Luta

de Libertação Nacional, à defesa da independência, soberania, integridade territorial e da

democracia.

Tabela 4: Elementos estratégicos do MICO

Missão Assegurar a implementação de políticas

de igualdade e equidade no seio dos

combatentes privilegiando a inclusão

social inspirada nas melhores práticas da

região, da África e do mundo global

atinente a gestão dos assuntos dos

combatentes através da combinação e

envolvimento das Associações com o

alargamento contínuo da sua rede de

valores.

Visão Ser uma entidade governamental que

prima pelo reconhecimento e valorização

dos sacrifícios daqueles que consagraram

as suas vidas à Luta de Libertação, à

defesa da independência, soberania,

integridade territorial e da democracia,

através da participação colectiva da

construção e consolidação da soberania

nacional, bem como garantir a pesquisa e

a preservação da história e do património

acumulado.

Valores Bem servir, integridade, imparcialidade,

continuidade, modernização,

responsabilização, sustentabilidade,

unicidade, profissionalismo, meritocracia,

transparência e cooperação.

Fonte: Elaboração própria com base na carta de serviço

22

Figura 2: Organograma do MICO

23

4.2. Estratégias adoptadas para motivar os funcionários

Conforme aludido nos capítulos anteriores, a motivação constitui uma componente

crucial para a produtividade organizacional, dado que, um funcionário motivado é um

funcionário comprometido com os objectivos organizacionais.

Para manter os funcionários motivados, as organizações dispõe de um conjunto de

mecanismos. Segundo Armindo Madinganhe e Gillion Michila, para além dos mecanismos

plasmado no regime jurídico de gestão de recursos humanos em Moçambique como é o caso

da Lei nᵒ. 14/2009, de 17 de Março (Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado), o

MICO recorre também a mecanismos internos como por exemplo: direito a transporte e

pequeno-almoço, a comunicação entre os gestores e os colaboradores e no fim de cada ano, a

organiza-se um almoço com os colaboradores.

4.3. Factores que motivam os funcionários

A preocupação sobre o que move o comportamento humano no circuito

organizacional é muito antiga e várias abordagens foram projectadas para explicar este

fenómeno. Os apologistas da teoria clássica alicerçavam-se na ideia de que o comportamento

humano no seio das organizações é movido pela busca de recompensas salariais e matérias de

trabalho.

Para os patronos da teoria das relações humanas o comportamento humano nas

organizações é movido pela busca de recompensas sociais e simbólica como por exemplo a

pertença a um grupo. Já os teóricos das teorias do conteúdo enumeram um leque de factores

que movem o comportamento dos indivíduos no meio organizacional, tais como: ambiente de

trabalho, gerente amigável, comunicação interna, participação nas decisões, progresso

profissional, condições seguras de trabalho, entre outros factores.

De acordo com os resultados do inquérito efectuado aos funcionários do MICO,

constatou-se que os factores que influenciam de forma positiva o comportamento dos

funcionários nesta unidade orgânica são: (i) salário; (ii) formação; (iii) estabilidade no

emprego, reconhecimento e (iv) crescimento profissional. Como ilustra o gráfico abaixo:

24

Gráfico 1: factores que motivam os funcionários

Fonte: autora

Como ilustra o gráfico acima, o crescimento profissional configura-se como o

elemento que mais motiva os funcionários do MICO, seguido de estabilidade no emprego.

Pelo facto do crescimento profissional estar ligado aos factores que se relacionam com o

conteúdo do cargo, Herzberg na sua teoria dos dois factores refere que este leva a satisfação

do colaborador.

4.4. Factores que desmotivam os funcionários

Os resultados do inquérito também permitiram identificar factores que afecta de

forma negativa, ou seja, que desmotivam os funcionários no exercício das suas funções,

dentre os quais destacam-se: o trabalho em si, uma vez que, 75% dos inqueridos afirmaram

que gostariam de trabalhar noutras áreas, não obstante, a mesma percentagem dos inqueridos

revela que se tivesse a oportunidade mudariam de emprego. O outro elemento que contribui

para a desmotivação dos funcionários é a comunicação interna, uma vez que, 25% dos

inqueridos referem que raramente são informados sobre o que acontece na organização. O

gráfico que se segue espelha o que se acaba de descrever.

11%

19%

22% 15%

33% Salário

Formação

Estabilidade no emprego

Reconhecimento

Crescimento profissional

25

4.5. Estratégias adoptadas pela liderança do Ministério dos Combatentes para motivar

os funcionários

A liderança exerce um papel fundamental para a motivação dos seus colaboradores e,

consequentemente no alcance dos objectivos da organização, uma vez que, um colaborador

motivado é um colaborador comprometido com as metas organizacionais.

De acordo com Armindo Madinganhe; Gillion Michila e Joaquim Bento Sabonete5, para

motivar os seus colaboradores, a liderança do Ministério dos Combatentes adopta um

conjunto de estratégias ou curso de acção, dentre os quais destacam:

Planificação conjunta dos métodos de trabalho;

Definição conjunta de política e formas de atingir os objectos do

departamento/sector;

Elaboração conjunta de planos do sector.

Valorização do trabalho dos colaboradores;

Enquadrar os colaboradores em todos aspectos inerentes ao departamento/sector;

Elogiar os colaboradores e;

Visualizar a parte profissional e social do colaborador.

Em suma, para motivar os colaboradores do seu departamento e/ou sector, a liderança

do Ministério dos Combatentes pautou por um modelo de gestão participativa, isto é, seguiu

um modelo de gestão que incluía os colaboradores em todos os aspectos inerentes a

organização.

De referir que o resultado do inquérito ministrada aos funcionários sem cargo de

chefia confirma a versão dos entrevistados acima descrita, visto que, este, revela que dos 43

funcionários inqueridos, 65% afirma que o chefe do seu sector planeia em conjunto com os

funcionários, os métodos de trabalho a serem realizados. Como mostra o gráfico abaixo:

5 Chefe do Departamento dos Recursos Humanos; Director Nacional Adjunto (Departamento de Assistência

Social) e chefe do Departamento de Administração e Finanças, respectivamente.

26

Gráfico 2: Planificação dos métodos de trabalho

Fonte: autora

Não obstante, a mesma percentagem dos inqueridos afirmam que tem possibilidade de

participar no processo de tomada de decisão. Como indicam os gráficos que se seguem.

Gráfico 3: Participação no processo de tomada de decisões

Fonte: autora

Apesar de basear-se num modelo de gestão participativo, isto é, que envolve os

colaboradores em todos aspectos inerentes ao sector e/ou departamento, dados do inquérito

revelam que as chefias directas (sector e departamento) centralizam o poder que na óptica dos

inqueridos deveria ser delegado. De acordo com a teoria da liderança democrática, este facto,

pode contribuir para a desmotivação dos colaboradores, visto que, esta, alicerça-se na ideia de

que a participação nas áreas de responsabilidade motiva os colaboradores.

65%

5%

30%

O chefe do seu sector planeia em conjunto com os

funcionarios, os metodos de trabalho a serem realizados?

Sim Não As vezes

65%

5%

30%

Tens a oportunidade de participar no processo de tomada de

decisões sobre aspectos de trabalho do seu sector?

Sim Não As vezes

27

4.6. Estilo de liderança adoptado pelas chefias e o seu impacto na motivação dos

funcionários

Conforme aludido pelos entrevistados e posteriormente confirmado pelo resultado do

inquérito ministrado aos funcionários sem cargo de chefia, a liderança do Ministério dos

Combatentes baseou-se num modelo de gestão participativo, caracterizado pela inclusão dos

colaboradores em todos aspectos inerente a organização. Com isso, pode se deduzir que o

estilo de liderança adoptado pelas chefias directas do Ministério dos Combatentes (chefes dos

sectores e dos departamentos) é o democrático.

Este estilo de liderança, caracterizado pela inclusão dos colaboradores na vida da

organização configura-se como a que mais motiva os colaboradores, uma vez que, torna-os

parte da organização. Aliás, como demonstra a teoria dos estilos de liderança, na dimensão

de liderança democrática, o envolvimento dos colaboradores nas áreas de responsabilidade

satisfaz as suas necessidades de auto – realização e estima.

28

5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusão

Chegados a este capítulo, por sinal, o último que perfaz esta pesquisa urge-nos

lembrar que o presente estudo procurou analisar o papel da liderança na motivação dos

funcionários no Ministério dos Combatentes através do seguinte questionamento: “Até que

ponto a liderança do Ministério dos Combatentes contribuiu para a motivação dos

funcionários no período compreendido entre 2014 e 2015?”.

Da análise e interpretação dos dados foi possível constatar que a liderança do

Ministério dos Combatentes adoptou durante o período em referência um conjunto de

estratégias para manter os seus colaboradores motivados que se reflectem num modelo de

gestão participativa, isto é, no envolvimento dos colaboradores em todos os aspectos

inerentes a organização, o que demonstra que o estilo de liderança adoptado é o democrático.

Cruzando a constatação supracitada com a teoria da liderança democrática que alicerça-se

na ideia, segundo a qual o envolvimento dos colaboradores nas áreas de responsabilidade

satisfaz as suas necessidades de auto – realização e estima, confirma-se a hipótese traçada

nesta pesquisa, de que “Durante o período em referência, a liderança do Ministério dos

Combatentes contribuiu para a motivação dos funcionários, uma vez que, baseou-se num

modelo de gestão participativo”.

5.2. Recomendações

A liderança do Ministério dos Combatentes contribui para a motivação dos colaboradores

durante o período em que se circunscreve a pesquisa. Contudo, há aspectos que precisam ser

melhorados:

Deve-se continuar a pautar por um modelo de gestão democrático, visto que, o

envolvimento dos colaboradores em todos aspectos inerentes ao seu departamento ou

sector cultiva um sentimento de pertença e, consequentemente contribui para a

motivação.

Deve-se também, delegar as competências, uma vez que, a participação dos

colaboradores nas áreas de responsabilidade pode contribuir para a motivação.

29

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS

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Motivação dentro do Ambiente Organizacional um estudo na empresa visão digital 3d e-

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Participativa. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 1994.

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MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho

Cientifico: Procedimentos básicos, Pesquisa Bibliográfica, Projectos, Produções e

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São Paulo: 2000.

VOIGTLAENDER, Karin et al. Liderança e Motivação nas Organizações. snt.

Documentos oficiais

CIRESP. Estratégia Global da Reforma do Sector Público 2001-2011. 2001.

i

GUIÃO DE ENTREVISTAS DIRIGIDO AOS CHEFES DOS SECTORES

CARTA DE APRESENTAÇÃO

Estimado (a) senhor (a),

O questionário e o inquérito que se segue insere-se no âmbito de levantamento de dados para

a materialização do trabalho de culminação de curso da estudante Ana Mendes do curso de

Licenciatura em Administração Pública leccionado na Faculdade de Letras e Ciências Sociais

da Universidade Eduardo Mondlane e tem como objectivo: Analisar a Influência da

Liderança na Motivação dos Funcionários no Ministério dos Combatentes no período

compreendido entre 2014 e 2015. A sua participação é crucial para a concretização desta

pesquisa. Ciente disto, agradecemos atempadamente.

1. Como parte da liderança desta instituição, quais são os mecanismos que adopta para

manter os funcionários do seu sector motivados?

2. Os funcionários do seu sector participam na planificação dos métodos de trabalho a se

realizar no sector?

3. Quais são as acções que desenvolve para manter os funcionários do seu sector

comprometidos com as metas traçadas?

4. Na sua opinião, o que é ser um bom líder?

5. Como vê a liderança nesta instituição?

ii

INQUÉRITO MINISTRADO AOS FUNCIONÁRIOS

Data: _____/____/_____

Categoria profissional________________________

Unidade funcional _______________________

Tempo de serviço___________________________

Nível académico ___________________________

Sexo________________________________________

1. Como caracteriza a relação de trabalho com o seu chefe directo?

a) Excelentes ( ) b) Muito boas () c) Boas ( ) d) Razoável ( ) e) Péssima ( )

2. As suas opiniões e sugestões são ouvidas pelo chefe do seu sector?

a) Sim ( ) b) Não ( ) c) As vezes ( )

3. O chefe do seu sector estimula a cooperação entre todos os membros?

a) Não ( ) b) Sim ( ) c) as vezes ( )

4. O chefe do seu sector planeia em conjunto com os funcionários, os métodos de

trabalho a serem realizados?

a) Sim ( ) b) Não ( ) c) As vezes ( )

5. O chefe do seu sector é receptivo a críticas relativo ao seu trabalho?

a) Sim ( ) b) Não ( )

6. O chefe do seu sector delega adequadamente as actividades do sector?

a) Sim ( ) b) Não ( )

7. O chefe do seu sector transmite entusiasmo e motivação para os seus

subordinados?

a) Sim ( ) b) Não ( ) c) As vezes ( )

iii

8. Tens a possibilidade de participar no processo de tomada de decisão sobre

aspectos de trabalho no seu sector?

a) Tenho ( ) b) Não tenho ( ) c) As vezes tenho ( )

9. Tomando em conta todos os aspectos envolventes no seu sector, como se sente no

trabalho e no relacionamento com o seu chefe do sector?

a) Muito satisfeito (a) ( ) b) Satisfeito (a) ( ) c) Pouco satisfeito (a) ( ) d)

Insatisfeito (a) ( )

NB: Em caso de se sentir insatisfeito (a) indique os motivos:

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10. Apresente sugestões para a melhoria na liderança do seu chefe do sector:

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