Temas de Literatura e Cultura 10º - Guia do Professor

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Autores: Ana Margarida Ramos, Ana Paula Almeida, Paulo Alexandre Pereira, Sara Reis da Silva. / Conceção e elaboração: Universidade de Aveiro. / Coordenação geral do Projeto: Isabel P. Martins e Ângelo Ferreira. / Cooperação entre o Ministério da Educação de Timor-Leste, o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Universidade de Aveiro. / Financiamento do Fundo da Língua Portuguesa.

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República Democrática de Timor-LesteMinistério da Educação

Guia do ProfessorTEMAS DELITERATURA ECULTURA10.o ano de escolaridade

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TítuloTemas de Literatura e Cultura - Guia do Professor

Ano de escolaridade10.o Ano

AutoresAna Margarida RamosAna Paula AlmeidaPaulo Alexandre PereiraSara Reis da Silva

Coordenadora de disciplinaAna Margarida Ramos

Colaboração das equipas técnicas timorenses da disciplina Este guia foi elaborado com a colaboração de equipas técnicas timorenses da disciplina, sob a supervisão do Ministério da Educação de Timor-Leste.

Ilustração da capaMiriam Reis

Design e PaginaçãoEsfera Crítica Unipessoal, Lda.Sofia Simões

Impressão e AcabamentoGrafica Nacional, Lda.

ISBN978 - 989 - 8547 - 04 - 0

1ª Edição

Conceção e elaboraçãoUniversidade de Aveiro

Coordenação geral do ProjetoIsabel P. MartinsÂngelo Ferreira

Ministério da Educação de Timor-Leste

2012

Este guia de professor é propriedade do Ministério da Educação da República Democrática de Timor-Leste, estando proibida a sua utilização para fins comerciais.

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Índice

Apresentação do guia

1 Sugestões de operacionalização do programa

2 Orientações metodológicas1 Operacionalização2 Sugestões de recursos didáticos

3 Sugestões de apoio à utilização do manualUnidade Temática 1 - DiagnósticoUnidade Temática 2 - Plano Individual de LeituraUnidade Temática 3 - IdentidadeUnidade Temática 4 - TradiçãoUnidade Temática 5 - Reescritas

4 Tratamento de informação e organização do trabalho1 Para recolher informação em livros...2 Como tirar notas ou apontamentos?3 Tópicos orientadores para a elaboração de um outline4 O resumo5 Preparação do trabalho de grupo

5 Leitura1 Modalidades de leitura2 Leitura de imagens

6 Da expressão/compreensão oral à expressão escrita1 Debate2 Ata3 Texto expositivo4 Comparação de textos5 Articuladores do discurso úteis na redação de um texto6 Elaboração de um comentário

7 Modos literários e análise textual1 A análise do texto passo a passo2 Texto narrativo3 Texto dramático4 Ateliê de teatro5 Discurso/texto argumentativo6 Textos e atividades complementares

8 Texto nao literário1 Notícia2 Entrevista 3 Publicidade4 Banda-desenhada5 Referencial de textos

9 Avaliação

10 Material de apoio ao trabalho do professor

11 Glossário

12 Referências bibliográficas

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Apresentação

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O programa de Temas de Literatura e Cultura pretende construir-se com base no desafio da descoberta e do diálogo; deste modo, propõem-se atividades que mobilizem a investigação, a pesquisa e a reflexão sobre e com textos diversificados, cruzando-os com as mundividências de professores e de alunos e com o estado do conhecimento pedagógico da atualidade, promotores da construção individual e interventiva do saber, tendo como pano de fundo as preferências e os gostos do aluno.

O guia do professor acompanha as orientações subjacentes ao programa da disciplina, contendo informação teórica relevante, sínteses e esquemas, sugestões de atividades alternativas e/ou complementares, propostas de exploração de documentos de natureza diversificada, material de apoio (modelos de fichas de leitura, organização de um portefólio, …) e exemplos de documentos de avaliação, bem como tópicos de leitura dos textos selecionados e cenários de resposta das atividades. Este últimos servem de apoio ao professor na correção dos exercícios e guiões do manual, mas não podem ser vistos como respostas únicas e fechadas, soluções exclusivas para as questões formuladas. Privilegia-se o uso de esquemas, simplificando a apresentação da informação, e de sugestões práticas, tendo em vista a sua concretização em sala de aula. Em muitos casos, o professor poderá completar a informação apresentada recorrendo à bibliografia específica.

A disciplina de Temas de Literatura e Cultura organiza-se em torno de núcleos temáticos relevantes, selecionados de acordo com a pertinência e a adequação ao contexto de Timor-Leste. Apresenta, como objetivos primordiais o desenvolvimento de competências variadas nas áreas da literatura e da cultura, familiarizando os alunos com um património vasto de textos de distina proveniência; a ampliação de competências de leitura e de domínio oral e escrito da língua portuguesa; o estabelecimento de relações entre os vários anos curriculares, com vista à consolidação de conhecimentos e de competências, evitando a sua segmentação em blocos estanques. Para o efeito, o programa da disciplina estabelece rumos pedagógicos, fornecendo ao professor indicações sobre a forma como organizar e gerir a sua prática letiva, permitindo-lhe, mesmo assim, ampla liberdade na seleção dos materiais, na sequenciação das unidades e dos temas, e na gestão do dia a dia da prática letiva. Privilegiam-se momentos de reflexão e de diálogo para suscitar o desenvolvimento de perceções novas, a participação responsável e relevante dos alunos no processo de construção do saber, a promoção de uma atitude dinâmica, um tratamento rigoroso e criativo dos conteúdos, procurando corresponder à diversidade das necessidades e motivações dos alunos, assim como a construção de uma relação significativa entre os alunos e as suas representações do mundo, por meio da expressão oral e da escrita, o incentivo à autonomia e aos olhares alternativos e, ainda, o compromisso e a corresponsabilização de alunos e professores.

À semelhança do Manual do Aluno, este Guia do Professor segue o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, tendo sido ortograficamente normalizados os textos nele incluídos.

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Capítulo 1 | Sugestões de operacionalização do programa

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Englobando os conteúdos processuais exigidos pelo Programa de Temas de Literatura e Cultura para o 10º ano, as sequências organizam-se em torno de competências nucleares, e de acordo com um conjunto de secções que se sucedem, conjugam e complementam:

Oralidade

Objetivos Específicos Atividades de aprendizagem Instrumentos de avaliação

• Captar as ideias essenciais e as intenções de textos orais de diferen-tes tipos e níveis de formalização, reconhecendo ideias expressas, esta-belecendo relações lógicas e realizan-do deduções e inferências • Produzir textos orais de diferen-tes tipos e de níveis distintos de for-malização, realizando operações de planificação, cumprindo as proprie-dades da textualidade e adequando o discurso à finalidade e à situação de comunicação• Expressar ideias, opiniões, vivên-cias e factos, de forma fluente, estru-turada e fundamentada

• Participação em fóruns de leitura, clubes de leitura ou tertúlias• Realização de debates e confron-to de ideias• Formulação e reflexão de hipóte-ses interpretativas• Exposição oral de trabalhos de pesquisa• Dramatizações

• Observação direta da participa-ção e do empenho dos alunos na sala de aula e na realização dos trabalhos de casa.• Questionários orais e escritos• Fichas de trabalho• Apresentações orais • Trabalhos em grupo, de pares ou individuais • Produções textuais orais

Leitura

Objetivos Específicos Atividades de aprendizagem Instrumentos de avaliação

• Utilizar estratégias de leitura di-versificadas • Captar o sentido e interpretar textos escritos• Reconhecer as ideias expressas, distinguindo as nucleares das aces-sórias• Estabelecer relações lógicas entre textos• Realizar deduções e inferências• Analisar aspetos específicos de diferentes tipos de textos• Interpretar relações entre a lin-guagem verbal e códigos não verbais• Manifestar preferências na se-leção de leituras e exprimir as suas opiniões e gostos sobre textos lidos • Relacionar diferentes textos por semelhança ou contraste (tema/for-ma)

• Leitura para informação e estudo• Leitura silenciosa (individual)• Leitura em voz alta• Leitura expressiva• Leitura coral (em grupo)• Leitura dramatizada• Leitura orientada• Leitura recreativa• Leitura extensiva versus leitura intensiva• Leitura global versus leitura se-letiva• Leitura exploratória versus leitura aprofundada• Declamações / Poetry Slam• Performances• Maratonas de leitura

• Observação direta da participa-ção e do empenho dos alunos na sala de aula e na realização dos trabalhos de casa• Questionários orais e escritos• Fichas de trabalho• Fichas de leitura • Produções textuais • Trabalhos de pesquisa (individual, em pares, em grupo)

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Sugestões de operacionalização do programa | 7

Escrita

Objetivos Específicos Atividades de aprendizagem Instrumentos de avaliação

• Produzir textos de várias tipolo-gias, realizando operações de plani-ficação, cumprindo as propriedades da textualidade (continuidade, pro-gressão, coesão e coerência) e com finalidades diversas e destinatários diferenciados, respeitando a matriz discursiva• Exprimir ideias, opiniões, vivên-cias e factos, de forma pertinente, estruturada e fundamentada• Realizar operações de revisão de texto

• Redação de pequenos ensaios críticos/analíticos• Reescrita e/ou escrita criativa por motivação temática ou formal, por imitação ou transformação• Criação conjunta de ficheiros relativos a textos e a experiências de leituras• Elaboração de questionários – de escolha múltipla, de verdadeiro/falso, de análise literária e estilística• Realização de trabalhos de pes-quisa• Elaboração de antologias – temá-ticas, autorais• Elaboração de anúncios• Ilustração de poemas, contos ou cenas• Conversão de textos em guiões de teatro, radiofónicos ou cinemato-gráficos• Organização de um portefólio• Divulgação de pesquisas, leituras e escritas em jornais, revistas, blo-gues…)

• Observação direta da participa-ção e do empenho dos alunos na sala de aula e na realização dos trabalhos de casa• Questionários escritos• Fichas de trabalho• Fichas de leitura • Produções textuais • Trabalhos de pesquisa (individual, em pares, em grupo)• Portefólio

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Capítulo 2 | Orientações metodológicas

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1 Operacionalização

A operacionalização do programa de Temas de Literatura e Cultura prevê um ensino centrado no aluno e no desenvolvimento das suas competências, nomeadamente as relacionadas com a compreensão de documentos escritos (textos literários e não literários). O papel do professor deve ser o de um modelo de leitor – mais experiente, mais assíduo – capaz de orientar o processo de aprendizagem do aluno, tendo em vista a sua progressiva autonomização. Neste sentido, o professor desempenha um papel muito relevante, ajudando o aluno a superar as suas dificuldades, mas não centrando as atividades na exposição de conteúdos sobre o texto ou sobre o seu contexto de produção. Pretende-se que o aluno seja capaz de se relacionar comunicativamente com textos que não conhece, descobrindo-lhe os sentidos, interrogando-os e interrogando-se sobre a mensagem que encerram. O processo de descoberta progressiva do universo literário contempla a relação pessoal do leitor com o texto, a criação de hipóteses de interpretação, o preenchimento dos espaços em branco do texto e a formulação de juízos pessoais (sempre devidamente orientados e fundamentados) sobre o que se lê. Ainda que incompletas, as leituras pessoais/individuais dos alunos devem ser incentivadas, assim como deve ser estimulada a leitura de bibliografia secundária com vista ao enriquecimento das primeiras leituras, sustentando as conclusões feitas. O trabalho de pesquisa e de investigação, individual ou em grupo, deve ser promovido, tendo em vista o desenvolvimento das competências de leitura de textos diversos, a seleção de informação pertinente e o enriquecimento da enciclopédia do leitor, capacitando-o para o processo de leitura, para além de desenvolver hábitos e métodos de estudo. A aula é ainda um espaço de liberdade e de criatividade, sobretudo se tivermos em conta que grande parte dos textos lidos e estudados se caracteriza por uma intencionalidade artística e pode incentivar atividades de recriação e de reescrita, ou de natureza interartística. A expressão pessoal de gostos e de interesses tem lugar na aula, sobretudo se fundamentada. A leitura dos textos pode ser realizada de formas diferentes. A padronização da leitura pela rotina não ajuda à aproximação do leitor ao texto e, por isso, o professor deve propor formas alternativas de ler, tendo em conta a situação, o texto e os objetivos da leitura. Entre as modalidades mais comuns de leitura, todas passíveis de serem usadas na aula, encontram-se as seguintes:

- ouvir ler

- leitura para informação e estudo

- leitura silenciosa (individual)

- leitura em voz alta

- leitura expressiva

- leitura coral (em grupo)

- leitura dramatizada

- leitura orientada

- leitura recreativa

- leitura extensiva versus leitura intensiva

- leitura global versus leitura seletiva

- leitura exploratória versus leitura aprofundada

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Orientações metodológicas | 9

As modalidades de leitura têm que ver com o objetivo principal com que é realizada, ou seja, a finalidade para que se orienta. De entre as modalidades possíveis de leitura, destaquem-se as seguintes:

Leitura recreativa ou fruitiva (ler por prazer) – leitura de fruição, também ligada ao entretenimento e à distração, decisiva para a criação de hábitos de leitura;

Leitura informativa, funcional ou instrumental (ler para saber) – leitura realizada com um fim específico (aceder a uma informação, resolver um problema, etc.);

Leitura formativa, analítica e crítica (ler para estudar, analisar, interpretar e refletir) – leitura realizada tendo em vista a interpretação e construção do significado do texto.

A explicitação, junto dos alunos, das várias formas e modalidades de leitura ajuda a diversificar a relação dos alunos com os textos, encorajando-os a uma aproximação pessoal, construída de forma gradual, ao universo literário. O seu uso alternado pode, ainda, variar ritmos e dinâmicas de lecionação, introduzindo novidade na prática letiva e conduzindo, em alguns casos, a experiências gratificantes. As atividades direta ou indiretamente relacionadas com a leitura foram divididas em três fases: pré-leitura, leitura e pós-leitura. A pré-leitura destina-se a ativar conhecimentos prévios que os alunos tenham acerca do assunto ou do próprio texto, tendo em vista a construção de um horizonte de expectativas, decisivo para o estabelecimento de uma relação produtiva do leitor com o texto. Trata-se, no fim de contas, de suscitar a curiosidade e predispor os alunos para a leitura. A pré-leitura pode ser realizada através de várias atividades:

- Estratégias de exploração dos elementos paratextuais (títulos e subtítulos,

elementos visuais, prólogos e prefácios, advertências ao leitor,...)

- Guias de antecipação

- Questionários prévios à leitura da obra

- Conversa acerca de livros (“Book Talk”/”Book Bits”)

- Mapas semânticos, mapas de contrastes

A leitura visa facilitar a compreensão, dirigindo a atenção do aluno para informação relevante, de acordo com os objetivos previstos (por exemplo, identificar o tema, caracterizar personagens, analisar o estilo, etc.). O guião de leitura utilizado, com tópicos relevantes ou perguntas, tem um papel decisivo no processo de leitura, orientando-o e, a pouco e pouco, auxiliando o aluno a que o realize de forma autónoma. Atividades como os registos de leituras realizadas, por exemplo, permitem a sistematização de técnicas e processos de leitura. Outras técnicas auxiliares (a necessitarem, igualmente, de prática sistemática) do processo de leitura são o recurso ao sublinhado, a tomada de notas e a elaboração de esquemas. A pós-leitura está associada, geralmente, a atividades de alargamento da interpretação, podendo incluir a produção escrita e a expressão oral. Tem como principais objetivos promover a reflexão, facilitando a elaboração de sínteses (com vista à organização da informação) e a confirmação de expetativas. Pode, inclusivamente, promover a expressão de respostas pessoais dos leitores face ao texto, assim como o estabelecimento de relações de analogia contrastante entre textos. A construção criativa de textos, a elaboração de esquemas ou mapas de síntese são algumas atividades utilizadas tendo em vista a consolidação de competências de leitura.

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10 | Guia do professor

A disciplina de Temas de Literatura e Cultura procura, ainda, desenvolver a aprendizagem do Português, proporcionando experiências relevantes e significativas para os alunos, tanto ao nível da escola como da comunidade. A seleção de textos revela-se, neste sentido, crucial para o desenvolvimento das competências já enunciadas. Para além das sugestões contidas no programa, o professor pode e deve encontrar outras propostas de leitura adequadas e atraentes para os seus alunos, tendo em conta os seguintes critérios que devem invariavelmente nortear a seleção:

a) Qualidade literária; b) Integridade – privilegiar textos completos em detrimento de fragmentos ou de adaptações; c) Progressão – partir de textos mais simples e, talvez, mais breves, para textos mais extensos e mais complexos naturalmente, mais exigentes em termos de interpretação; d) Diversidade e Representatividade – seleção de textos de diferentes tipologias – incluindo os não literários – e procedentes de diferentes línguas e culturas; e) Intertextualidade – seleção de textos e obras que dialoguem entre si, recuperando temas, motivos, alusões ou paródias, chamando a atenção para o cariz simultaneamente singular e integrativo dos textos; f) Identificação – seleção de obras ou textos significativos, sob diferentes pontos de vista, para os alunos e em função da sua experiência de vida; g) Acessibilidade – seleção de textos tendo em conta a sua existência e disponibilidade no contexto educativo específico.

Procede-se, a título exemplificativo e sem pretensões de exaustividade, a uma enumeração de diferentes textos, literários e não literários, suscetíveis de serem selecionados para abordagem nas aulas de Temas de Literatura e Cultura:

Textos literários e paraliterários Textos não literários

• narrativas literárias em língua portuguesa (de Portu-gal, dos países de língua oficial portuguesa, traduções da literatura universal…)• literatura popular e tradicional (cancioneiro, roman-ceiro, contos, mitos, fábulas, lendas, …)• narrativas juvenis de diferentes tipos (realista, de mistério, de aventura, fantásticas, de ficção científica)• banda-desenhada e/ou narrativas gráficas• textos dramáticos• poesia, textos de canções• crónica• relatos de viagens• géneros biográficos (autobiografias, diários, memó-rias)

• ensaios; discursos• textos jornalísticos (notícia, reportagem, texto de opinião, crónica, recensão crítica, entrevista)• relatos de viagem• textos de cariz pedagógico ou divulgativo, nomea-damente os de manuais escolares; excertos de textos de divulgação científica; textos de obras de referência (enci-clopédias e dicionários)• material informativo e publicitário diversificado (fo-lhetos, brochuras, publicidade escrita)• textos de comunicação de tipo variado (cartas, cor-reio eletrónico, convites, avisos, recados)• textos destinados à comunicação digital (blogue, fórum, comentários)• textos usados para compilar informação (índices, fi-cheiros, catálogos, glossários) ou para a organizar, sinte-tizar e sistematizar (roteiros, sumários, legendas, notas, esquemas, planos)

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2 Sugestões de recursos didáticos

Apesar da existência de uma inegável limitação ao nível da acessibilidade dos recursos didáticos por parte de professores e de alunos e da grande variedade de contextos escolares e letivos, optou-se por deixar listadas várias sugestões, tendo em vista não só a melhoria previsível da situação atual, como a divulgação de recursos úteis, numa estratégia de sensibilização e formação dos vários agentes educativos. O guia do professor integra recursos adicionais e complementares dos do manual do aluno, podendo ser utilizados na sala de aula, de acordo com os objetivos e organização do professor.

Material de uso quotidiano - Caderno diário, quadro, giz, manual, textos policopiados de diferentes origens, fichas de trabalho, informativas e/ou de sistematização das aprendizagens realizadas.

Material técnico de apoio - cassetes de áudio e vídeo; leitor/gravador; cassetes e CD; televisor; retroprojetor; computador em rede; impressora; auscultadores.

Material de recolha e de divulgação de produções dos alunos - portefólio, jornal de turma ou de escola, jornal de parede.

Instrumentos de apoio ao ensino e à aprendizagem - gramáticas, dicionários (de língua, de autores, de símbolos, de mitos, de rimas, do livro, etimológicos, etc.), prontuários, enciclopédias (de arte, de história…) e outras obras de referência e de consulta, como Histórias de Arte ou História da Literatura, ou simples auxiliares de trabalho, em suporte convencional ou digital (ver lista de sites incluída neste guia).

Banco de imagens e documentos audiovisuais - músicas, filmes, imagens (reproduções de ilustrações, pinturas, fotografias, mapas), posters, diapositivos, registos áudio e vídeo de poemas musicados e/ou declamados; de histórias narradas oralmente; de músicas ou excertos; de representações teatrais, livros eletrónicos.

Material autêntico – jornais, revistas (se possível alguns literários), brochuras, folhetos, publicidades.

Biblioteca escolar e/ou sala de leitura e centro de recursos (incluindo, de preferência, a tecnologias de informação e de comunicação) – estes contextos são particularmente importantes para a formação de leitores e a divulgação do escrito, tornando-o próximo do universo de referências e de vivências dos alunos. Funcionam, além disso, como pólos disseminadores de atividades pedagógicas e culturais, centros de cultura, pontes com a família e a comunidade.

Comunidade e agentes culturais – salas de exposições, museus, eventos e locais de interesse cultural, associações, feira do livro, salas de espetáculos, livraria, teatro.

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Capítulo 3 | Sugestões de apoio à utilização do manual

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Unidade Temática 1 – Diagnóstico

Esta unidade temática pretende aferir as competências essenciais dos alunos nos domínios da compreensão e da expressão orais, da leitura e da escrita, promovendo a reflexão em torno do valor pragmático, afetivo e transformador da palavra e dos livros.

Metas de aprendizagem1. Identificar a intenção comunicativa do interlocutor2. Saber escutar criticamente discursos orais (formais ou informais), identificando factos, opiniões e ideias/conceitos/mensagens3. Adequar o discurso ao objetivo comunicativo, ao assunto e ao interlocutor4. Exprimir pontos de vista5. Ler com fluência6. Apreender criticamente o significado e a intencionalidade de textos escritos7. Dominar técnicas fundamentais de escrita compositiva8. Organizar o texto em períodos e parágrafos, exprimindo apropriadamente os nexos temporais e lógicos9. Escrever com correção ortográfica, morfológica e sintática10. Usar vocabulário apropriado, preciso e variado11. Aplicar corretamente as regras básicas de pontuação e de acentuação12. Exprimir gostos pessoais e dar conta das leituras feitas13. Sintetizar o conteúdo de textos lidos

Diagnóstico

Competências nucleares

Atividade 1 Oralidade Leitura Escrita“Era uma vez um homem” Expressão de opinião (pon-

to 1.5)Comentário pessoal (ponto 1.6)

Leitura silenciosa e/ou ex-pressiva: CompreensãoInterpretação (pontos 1.1, 1.2, 1.3 e 1.4)

Comentário pessoal (ponto 1.6)Atribuição fundamentada de um título (ponto 1.7)

Cenários de resposta e tópicos de leitura1.1 1.2 a) V; b) ?; c) F; d) V; e) V1.3 A (c); B (a); C (e); D (b); E (d)1.4 (a. Extremidade, a última parte de qualquer coisa; b. resposta livre; c. substantivo masculino).1.5; 1.6; 1.7 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 2 Oralidade Leitura EscritaUm dicionário é um livro, um objeto

Identificação e caracteri-zação das partes que com-põem um livro (ponto 2.1)

Leitura instrumental e legendagem de imagens (ponto 2.2)

Registo do vocabulário es-pecífico relativo ao objeto livro (ponto 2.1)

Cenários de resposta e tópicos de leituraPropondo aos alunos que definam a palavra “livro” como objeto, o professor poderá registar no quadro os diferentes elementos que forem sendo referidos – capa, contracapa, lombada, orelhas, página de rosto, margem, dedicatória, prefácio, posfácio, epígrafe, notas, índice, errata,… sistematizando a informação com recurso à exemplificação con-cretizante por meio de livros ou de ilustrações.2.1 Resposta livre.2.2 a) guardas; b) folha de rosto; c) miolo; d) vinco ou dobra; e) lombada; f) cantoneira; g) capa; h) contracapa.

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Sugestões de apoio à utilização do manual | 13

Competências nucleares

Atividade 3 Oralidade Leitura Escrita“Ando a ler um dicionário”. Sugestão de conselhos

(ponto 3.1)Comentário pessoal (pontos 3.5, 3.6)

Leitura silenciosa e/ou ex-pressivaCompreensão e Interpre-tação (pontos 3.3, 3.4)

Realização de um trabalho de pesquisa – recolha, seleção e aplicação con-textualizada da informação (ponto 3.7)

Cenários de resposta e tópicos de leitura3.2 Resposta livre.3.3 A paixão que o autor nutre pelos livros resulta da descoberta, enquanto criança, de “uma belíssima enciclopédia ilustrada” que havia na casa de seus pais, nomeadamente em virtude do deslumbramento que lhe suscitaram as re-produções de obras de arte com nus femininos. 3.4 Agualusa evidencia preferência pelo dicionário Houaiss que contém “mais de 228 mil verbetes, extensos grupos de sinónimos e antónimos, levantamentos de homónimos, parónimos, coletivos, informações de gramática e uso, bem como da origem de cada palavra; é o primeiro dicionário a registar a data em que a palavra entrou na língua, etc. e tal”. Além disso, a sua admiração estende-se à figura de António Houaiss, cujo dicionário constitui “o melhor monumento à memória do grande lexicógrafo”. 3.5; 3.6; 3.7 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 4 Oralidade Leitura EscritaDicionários e enciclopédias Observação e comentário

de imagem (ponto 4.1) Ativação de conhecimentos prévios (ponto 4.2)

Leitura para informação Consulta de um dicionário (pontos 4.3, 4.4)

Produção textual subor-dinada a um tema (ponto 4.5)

Cenários de resposta e tópicos de leitura4.1 Pretende-se que os alunos refiram, oralmente, que um dicionário permite para obter informação, alargar conhe-cimentos e esclarecer dúvidas. Contudo, o seu manuseamento poderá não ser fácil por se tratar, muitas vezes, de um volume pesado, sendo que o seu conteúdo poderá também não responder a todas a questões. 4.2 Entre outras circunstâncias, consulta-se um dicionário quando se procura o significado ou um sinónimo de uma palavra, quando se estuda uma língua estrangeira, … 4.2.1 Dicionários e enciclopédias.4.2.2 Resposta livre.4.3 Verbete (ê), s. m. papel avulso em que se regista um apontamento; pedacinho de papel em que se escrevem os termos ou nomes que se devem dispor por ordem alfabética. (De verba + ete).4.3.1 a) – s. m. (substantivo masculino – classe gramatical e género)b) – Cf. Resposta 3. c) – (De verba + ete). 4.4 Conferir definições no dicionário. 4.5 Resposta livre.

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Competências nucleares

Atividade 5 Oralidade Leitura Escrita“Sábios como camelos” Relato de experiências

(pontos 5.1, 5.2)Dramatização de um diálo-go (ponto 5.8)

Leitura expressivaCompreensão Interpretação (pontos 5.1, 5.3, 5.4, 5.5)

Trabalho de grupo: exercí-cio de escrita criativa (pon-to 5.7)

Cenários de resposta e tópicos de leitura5.1.1 Uma biblioteca é uma coleção de livros possuídos por um particular ou destinados à leitura do público; é um lugar (um edifício) em cujas estantes se encontram devidamente arrumados numerosos livros que podem ser consul-tados e/ou requisitados pelos utentes. 5.1.2 O grão-vizir possuía “quatrocentos camelos, carregados de livros, e treinados para caminhar por ordem alfabéti-ca”. 5.2 Resposta livre.5.3.1 Transcrevem-se excertos meramente exemplificativos: narrador “Isto foi há muito tempo. Mas há quem diga que, quando estão sozinhos, os camelos ainda conversam entre si. Pode ser”; personagens “Os quatrocentos camelos caminhavam em fila”; ação “Um dia a caravana perdeu-se no deserto”; tempo “Há muitos anos”; espaço “na Pérsia”.5.3.2 Quanto ao relevo na ação, o grão-vizir, o guardador de camelos e o camelo Aba são personagens principais (pro-tagonistas); os restantes camelos, os ministros e as tropas do grão-vizir são figurantes. 5.3.3 O narrador é heterodiegético, não participando na ação que narra, como se deduz, por exemplo, de “Quando lhe apetecia ler um livro o grão-vizir mandava parar a caravana e ia de camelo em camelo, …”.5.3.4 A ação terá ocorrido “na Pérsia”, num tempo indefinido “Há muitos anos”.5.3.5 A história é imaginária, apresentando elementos irreais como o facto de os camelos terem adquirido a capaci-dade de falar, argumentando. 5.4.1 O elemento causador do referido incidente foi uma tempestade de areia: “Subitamente o céu escureceu, e um vento áspero começou a soprar de leste”.5.4.2 O grão-vizir sentiu grande pesar com esta perda e “Regressou muito triste ao seu palácio”.5.4.3 O pastor salvou os camelos da fome (e consequentemente da morte), alimentando-os com os livros que estes transportavam.5.4.4 O grão-vizir decidiu atuar com rigor matemático, condenando o pastor a uma pesadíssima pena: “quatrocentos e quarenta e quatro anos” de prisão.5.4.5 Os camelos intervieram em defesa do pastor, contando como ele lhes tinha salvado a vida e comprometendo-se a ir ao palácio contar as histórias que, entretanto, haviam memorizado. 5.4.6 Resposta livre.5.5 A ideia de “consumir (ler) livros” sugere que, com os livros, se desenvolvem as capacidades de comunicar melhor (falar) e de conhecer (adquirir o conhecimento que cada livro encerra). 5.6 e 5.6.1 A primeira frase contém uma comparação que pretende sugerir a violência do vento, conferindo movimen-to às dunas; a segunda frase encerra uma metáfora que reforça a intensidade do vento e dos efeitos da intempérie. 5.7 e 5.8 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 6 Oralidade Leitura Escrita“Viagem Virtual” Leitura expressiva

Compreensão Interpretação (pontos 6.1, 6.2, 6.3, 6.4, 6.5, 6.6, 6.7, 6.8)

Reconto de uma viagem real ou imaginária (ponto 6.9)Trabalho de pesquisa (pon-to 6.10)

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Sugestões de apoio à utilização do manual | 15

Cenários de resposta e tópicos de leitura6.1 As personagens do texto são o narrador, Dunas, a bibliotecária e os dois senhores de idade.6.2 Quanto ao relevo, o narrador e Dunas são protagonistas, a bibliotecária é uma personagem secundária, e os dois senhores de idade são figurantes. 6.3 As personagens são duas crianças. O narrador é responsável, conhecedor e um bom contador de histórias: “só mais uma, porque temos de apanhar a camioneta das cinco”, “posso contar-te uma história muito interessante de um grego que tinha um problema com um calcanhar…”; Dunas é impaciente mas curioso e entusiasta: “Quero ir para outra terra. Já sei tudo da Grécia. Posso abrir noutra página? – perguntou o meu amigo, curioso por conhecer novos mundos”.6.4 Resposta livre.6.5 O narrador é autodiegético, participando na ação narrada como protagonista: “Por uma tarde, o Dunas e eu viajá-mos juntos, numa biblioteca mal iluminada”.6.6 Exemplos: interessante, austera, mal iluminada.6.7 “a camioneta das cinco”; “A tarde passou a correr”; “Foram horas inesquecíveis”.6.8.1 Exemplo: “O Dunas ouviu com a maior atenção do mundo a tragédia de Aquiles, que lhe contei com o mesmo prazer com que o meu pai contava as suas histórias depois do jantar. Depois falei-lhe do Olimpo, dos jogos, dos argo-nautas…”.6.8.2 Exemplo: “– Quero ir para outra terra. Já sei tudo da Grécia. Posso abrir noutra página? – perguntou o meu ami-go, curioso por conhecer novos mundos”.6.9 e 6.10 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 8 Oralidade Leitura EscritaInquérito: a leitura Preenchimento de um in-

quéritoTrabalho de grupo:- tratamento de dados;- elaboração de gráficos;- redação de um relatório.

Cenários de resposta e tópicos de leituraEm trabalho de grupo, os alunos procedem ao tratamento das respostas, registando as conclusões mais significativas, para traçar o perfil da turma como “comunidade leitora”.

Competências nucleares

Atividade 7 Oralidade Leitura Escrita“lerestademoda” Debate orientado e troca

de impressões sobre o valor intemporal da leitura e os livros.

Cenários de resposta e tópicos de leituraSugerimos o visionamento do documento “lerestademoda” em versão legendada, disponível em http://www.youtu-be.com/watch?v=_an5z2lxXH4&feature=related, para promover uma reflexão conjunta sobre a leitura, a intemporali-dade e o valor afetivo dos livros.

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Unidade Temática 2 – Plano Individual de Leitura

Competências nucleares

Atividade 1 Oralidade Leitura Escrita“Não gosto da palavra luso-fonia”

Audição da leitura de um texto Comentário pessoal com recurso a conhecimentos prévios (ponto 1.2)Troca de impressões (ponto 1.3)

Teste de compreensão glo-bal (ponto 1.1.1)

Cenários de resposta e tópicos de leitura1.1.1 (1/a; 2/c; 3a/; 4/c; 5/c; 6/b; 7/b; 8/b; 9/c; 10/c).Oralmente, alunos e professor corrigem o questionário, comentando os diferentes aspetos abordados.O professor poderá reler o último parágrafo do texto, suscitando a discussão sobre a definição de lusofonia, tendo em conta os seus múltiplos contextos de incidência – cultura, gastronomia, política, história, música, desporto, … sentimentos como a saudade ou “algo ainda informe e impreciso” que une os povos lusófonos.

Competências nucleares

Atividade 2 Oralidade Leitura EscritaLusofonia Diálogo entre pares (pontos

2.2, 2.3)Apresentação de uma defi-nição pessoal (ponto 2.3.2)

Leitura para informação (ponto 2.1)Leitura comparativa (ponto 2.2)

Listagem de autores lusó-fonos Trabalho de pesquisa (pon-to 2.5)

Cenários de resposta e tópicos de leitura2.2 e 2.3 Exercícios de expressão oral que visam estimular uma reflexão conjunta sobre o conceito de “lusofonia”. 2.4 O professor promove uma discussão sobre a relevância da língua portuguesa, usando um mapa para indicar os países onde é falada, e procurando que os alunos nomeiem os diversos escritores, designadamente timorenses, cujos nomes irão sendo registados no quadro.2.5 Cada aluno seleciona um dos autores elencados e procede a uma pesquisa biobibliográfica, após o que deverá fazer uma apresentação oral à turma sobre o autor em questão e a sua obra. O professor deverá apresentar orienta-ções sobre a estruturação e a apresentação oral de um trabalho (incluídas neste guia).

Competências nucleares

Atividade 3 Oralidade Leitura Escrita“A música secreta da língua portuguesa”

Reflexão e partilha de opi-niões (pontos 3.1, 3.3) Exposição oral (ponto 3.5)

Leitura Compreensão Interpretação (pontos 3.1, 3.2, 3.3, 3.4)

Trabalho de pesquisa Elaboração de um docu-mento síntese (ponto 3.5)

Cenários de resposta e tópicos de leitura3.1 Resposta livre.3.2 A língua portuguesa como instrumento da repressão e da perpetuação do sistema colonial e, paralelamente, como arma de luta pela libertação, pela construção de uma identidade nacional, rumo à proclamação da indepen-dência.3.3 Resposta livre, sendo a palavra e a literatura, veículos privilegiados, de expressão e de divulgação de ideias, bem como de mobilização dos povos.

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3.4

Países AutoresAngolaMoçambiqueSão Tomé e Príncipe Cabo VerdeGuiné-Bissau Timor-LesteBrasil

Portugal

Agostinho Neto, Viriato da Cruz, Mário (Pinto) de AndradeJosé CraveirinhaAlda Espírito Santo---Castro Alves, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Jorge de Lima, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis, Jorge Amado, Guimarães Rosa, Lygia Fagundes TellesAfonso Duarte, Almeida Garrett, Fernando Pessoa

3.5 Dividindo a turma em oito grupos, solicita-se que pesquisem a vida e a obra de escritores, oriundos dos diferen-tes países. Cada elemento do grupo deverá aprofundar a sua pesquisa sobre um dos autores, sistematizar a informa-ção e apresentá-la oralmente à turma.

Competências nucleares

Atividade 4 Oralidade Leitura EscritaContrato de Leitura Seleção de obras

Discussão de estratégias de leitura e de registo dos comentários e análisesDefinição de métodos individuais e cole-tivos de trabalhoDefinição de critérios de avaliaçãoPlanificação e calendarização das ativi-dades (ponto 4.1)

Registo escrito, sob a forma de um compromisso, do tra-balho a desenvolver(ponto 4.1)

Cenários de resposta e tópicos de leituraPartindo da listagem de autores e de textos anteriormente elaborada, os alunos deverão definir o seu projeto indivi-dual de leitura, através da redação de um contrato de leitura que contemplará a seleção de textos/livros a ler, tendo em conta os seus gostos e interesses, a metodologia de trabalho, a planificação e a calendarização das atividades a realizar, bem como os critérios de avaliação.

Competências nucleares

Atividade 5 Oralidade Leitura EscritaOs direitos inalienáveis do leitor

Resumo oral do perfil de leitu-ra da turma (ponto 5.1)Trabalho de grupo (pontos 5.2, 5.3)Debate orientado (ponto 5.3)Comentário pessoal (ponto 5.4.1)

Leitura silenciosa (ponto 5.4)

Autorretrato de “leitor” (ponto 5.1) Reflexão escrita sobre a leitura (ponto 5.4.2)

Cenários de resposta e tópicos de leituraAs atividades propostas pretendem promover a reflexão e o debate sobre o ato de ler, determinado pelas singularida-des de cada indivíduo leitor.

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Competências nucleares

Atividade 6 Oralidade Leitura Escrita“Nota introdutória” Expressão de opinião (pon-

to 6.5.1) Leitura Compreensão Interpretação (pontos 6.1, 6.2, 6.3, 6.4, 6.5, 6.6, 6.7, 6.8, 6.9)

Redação de uma nota in-trodutória (ponto 6.10)

Cenários de resposta e tópicos de leitura6.1 O destinatário provável desta nota introdutória deverá ser uma criança que poderá não gostar muito de ler e pre-fere outras formas de entretenimento.6.2 “Nunca jogaste um jogo de computador com páginas? Então não sabes o que perdes. É um livro. Mas não é tipo pegar no livro e ver só os desenhos giros. Isso não é nada e até é um bocado à bebé, desculpa lá” é um conjunto de frases que poderá servir para ilustrar a coloquialidade utilizada pelo autor que recorre à forma de tratamento “tu” e a expressões próximas das utilizadas pelas crianças para lhes despertar o interesse e o gosto pela leitura. 6.3 Pretende-se que os alunos refiram aspetos como: a justificação do título, dos temas e das razões que motivaram a publicação, procurando estabelecer uma relação de proximidade entre o ato de escrever e o ato de ler.6.46.4.1

Livro e computador “jogo de computador com páginas” onde “podes imaginar tudo: as tuas armas, os teus cenários, …”.

Livro e escola Ambos se constituem como instrumentos para adquirir explicações e aceder ao conhecimento.

6.5 Entre muitos exemplos possíveis: “podes imaginar tudo”, as personagens “não morrem”, “fazem companhia du-rante muito tempo”, “são bons companheiros”, cujas aventuras transmitem “uma espécie de calor dentro do coração que nos dá vontade de fazer coisas novas e diferentes!”; os livros são um refúgio, uma forma de evasão, “aquele sítio onde nos escondemos quando tudo é sozinho e cinzento”, onde permanecemos “seguros pela imaginação e o so-nho”; “ler é nunca estar sozinho”.6.5.1 Resposta livre. 6.6 Leitor e escritor partilham o desejo de pensar, imaginar, sonhar. 6.7 “é que os livros têm personagens que só estão à espera que alguém viva com elas”. 6.8 Resposta livre.6.9 O recurso expressivo presente nas duas frases é a comparação, reforçando a ideia de que, na literatura, o impos-sível não existe porque a imaginação não tem limites. 6.10 Resposta livre.

Unidade Temática 3 – Identidade

Com esta unidade, pretende-se alargar o universo de referências dos alunos, permitindo-lhes o contacto com textos e autores de língua portuguesa oriundos de diferentes países. Coligados pelo tema da lusofonia, os textos selecionados pertencem a diferentes tipologias e veiculam posicionamentos diversificados sobre a questão da língua portuguesa. O trabalho com estes textos permite desenvolver técnicas de análise e interpretação textuais, mas também possibilita o debate sobre um tema atual e pertinente, atendendo à inclusão de Timor--Leste na CPLP e a adoção da língua portuguesa como uma das línguas oficiais do país, a par do Tétum.

Metas de aprendizagemOs alunos devem ser capazes de:1. Ler um texto com vista à deteção e seleção de informação específica

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2. Usar procedimentos e técnicas de tratamento de informação (da tomada de notas, resumo, elaboração de esquemas, sínteses e diagramas)3. Distinguir diferentes tipologias textuais, de acordo com as suas características, contextos, intenções e finalidades4. Desenvolver a leitura crítica de textos, seguindo um roteiro de procedimentos adequado e pertinente que contemple a realização de inferências e a formulação de hipóteses interpretativas, a identificação das ideias principais, a sua organização interna, a realização de deduções e a interpretação de sentidos implícitos.5. Ler textos jornalísticos e informativos variados de modo a − distinguir facto de opinião − identificar elementos de persuasão e estratégias argumentativas destinadas a convencer ou a influenciar o leitor6. Identificar e caracterizar as diferentes tipologias e géneros textuais estudados

Competências nucleares

Atividade 1 Oralidade Leitura EscritaComunidade dos Países de Língua Portuguesa

Debate orientado e comen-tário pessoal (ponto 1.3)

Observação e leitura de um mapa-múndiQuestionário orientado (pontos 1.1, 1.2)

Cenários de resposta e tópicos de leitura1.1.1 Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste.1.1.2 Luanda, Brasília, Cidade da Praia, Bissau, Maputo, Lisboa, São Tomé, Díli.1.2.1 Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. 1.2.2 Timor-Leste (2002).1.2.3 A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) visa privilegiar o aprofundamento da amizade mútua e da cooperação entre os seus membros. Criada em 17 de julho de 1996, a CPLP goza de personalidade jurídica e é do-tada de autonomia financeira. Esta organização tem como objetivos gerais: a concertação político-diplomática entre os seus estados membros, nomeadamente para o reforço da sua presença no cenário internacional; a cooperação em todos os domínios, inclusive os da educação, saúde, ciência e tecnologia, defesa, agricultura, administração pública, comunicações, justiça, segurança pública, cultura, desporto e comunicação social; a materialização de projetos de promoção e difusão da língua portuguesa.1.3 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 2 Oralidade Leitura Escrita10 Razões para Aprender Português

Troca de impressões (ponto 2.1.1)

Leitura para informação (ponto 2.1)

Registo de tópicos (ponto 2.1.1)

Cenários de resposta e tópicos de leitura2.1.2 Resposta livre.

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Competências nucleares

Atividade 3 Oralidade Leitura Escrita“Complexos”   Leitura expressiva

CompreensãoInterpretação (pontos 3.1, 3.2, 3.3, 3.4)Exercício de enriquecimen-to do léxico (ponto 3.6)

Trabalho de pesquisaEsquematização por tópi-cos (ponto 3.5)

Cenários de resposta e tópicos de leitura3.1 É uma língua falada por duzentos milhões de pessoas; é a língua de grandes escritores – Camões e Pessoa. 3.2 O sujeito poético recorre ludicamente à homonímia entre as palavras língua (órgão do corpo humano) e língua (idioma). 3.3 Homonímia.3.4 O título sugere que a grandiosidade de uma língua implica critérios de ordem múltipla e, simultaneamente, apon-ta para um certo complexo de superioridade, referido nos versos “quero, apenas, que a minha língua esteja quieti-nha, sem complexos de grandeza”.3.5 Trabalho de pesquisa (Camões escreveu em castelhano e Fernando Pessoa escreveu em inglês).3.6 Expressões idiomáticas são locuções ou modos de dizer, cujo sentido global não é inferível a partir da análise das palavras que as compõem, que criam imagens, captando a emoção e a sensibilidade dos falantes e podendo, ainda, facilitar a memorização. Resultam da espontaneidade e da criatividade da comunicação verbal, sendo características de determinada língua, pelo que não é possível traduzi-las literalmente.3.6.1 ser maldizente / ser indiscreto / falar sem rodeios / contar um segredo / não parar de falar.

Competências nucleares

Atividade 4 Oralidade Leitura Escrita“Não tenho sentimento nenhum”

Leitura Compreensão Interpretação (pontos 4.1, 4.2, 4.3)Leitura expressiva dos poe-mas criados (ponto 4.5)

Fundamentação de opções (ponto 4.4) Produção de texto expressi-vo/criativo (ponto 4.5)

Cenários de resposta e tópicos de leitura4.1 “Minha pátria é a língua portuguesa”, afirmando o poeta que a invasão do país lhe seria indiferente, salvaguarda-das as premissas da liberdade e do bem-estar. 4.2 Perante a incorreção ortográfica e sintática, o escritor demonstra nojo e ódio.4.3 As palavras necessitam de ser inseridas num contexto.4.4 Resposta livre.4.5 Resposta livre.O professor poderá solicitar aos alunos/poetas a leitura dos poemas criados.

Competências nucleares

Atividade 5 Oralidade Leitura Escrita“Uma língua é o lugar co-mum”

Leitura Compreensão Interpretação (pontos 5.1, 5.2, 5.3, 5.4)

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Cenários de resposta e tópicos de leitura5.1.1 Resposta livre, mas apontando para o significado simbólico que aqui se encontra subjacente à sua utilização. 5.2 A língua é um código com determinadas regras e convenções que permite a comunicação entre os falantes, de-pendendo dos contextos socioculturais em que se inserem – a ideia de lugar comum engloba a noção de país (paisa-gens) e de comunidade, de povo (tradições e costumes). As línguas são uma ferramenta para divulgar o mundo que conhecemos e descobrir o mundo que se encontra para lá das nossas fronteiras, ou seja, permitem-nos transmitir e apreender conhecimentos, pensamentos e emoções.5.3 e 5.4 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 6 Oralidade Leitura Escrita“Perguntas à língua portu-guesa”

Comentário pessoal (ponto 6.9)

Leitura Compreensão Interpretação (pontos 6.1, 6.2, 6.3, 6.4, 6.5, 6.6, 6.7, 6.8)

Criação de um dicionário lúdico (ponto 6.1)Reflexão e comentário pes-soal (ponto 6.9)

Cenários de resposta e tópicos de leitura6.1 idimensões (i+dimensões: dimensões ilimitadas); sulbúrbio (subúrbio + sul); irreticências (ir – prefixo de negação + reticências: certezas); abreviaduto (viaduto + abreviado); encruzilhéu (ilhéu + encruzilhada); reencornação (jogo com reencarnação – re + encornação); riofim (jogo com marfim – rio + fim); aquabou (acabou + aqua (lat.) água; desmarço (jogo com desmaio + março); admiradouro (admirar + miradouro); vel (cascavel sem casca); tufinho (jogo com o diminutivo –inho e o aumentativo –ão); minotério (jogo com adultério e menor do latim minõre-); bilharziose (doença provocada por bilhárzia, endoparasita – jogo de palavras com bilhar); barrilgudo (barril + barrigudo); brin-criações (brincar + criações).6.2 Resposta livre.6.2.1 Subentende-se o desejo de fazer com que a língua corresponda, efetivamente, a todas as dimensões da vida e exprima pensamentos inéditos, criando novas palavras que deem conta das novas realidades e que enriqueçam o léxico.6.3 Exemplos: “Mas a língua nossa, essa que dá gosto a gente namorar”, “A língua que eu quero é essa … se torna carícia”, “O que me apronta é o simples gosto da palavra, o mesmo que a asa sente aquando o voo”.6.4 “Uns nos acalentam: que nós estamos a sustentar maiores territórios da lusofonia”; “Outros nos acusam: nós estamos a desgastar a língua.”6.5 Comparação: “vamos criando uma língua apta para o futuro, veloz como a palmeira, que dança todas as brisas sem deslocar seu chão”. A comparação procura transmitir a ideia de que a língua, sem perda de identidade, é adaptá-vel às diferentes realidades dos países onde é falada, permitindo enriquecer-se com termos e formas de dizer especí-ficas dessas distintas circunstâncias geoculturais.6.6 “O idioma, afinal, o que é senão o ovo das galinhas de ouro?”6.6.1 Trocadilho com a fábula A Galinha dos Ovos de Ouro.6.7 Forma de falar menos formal, mais simples e com elevada eficácia comunicativa.6.8 “Fizemos com que ele se descalçasse pelos atalhos da savana”. 6.8.1 “Nesse caminho lhe fomos somando colorações. Devolvemos cores que dela haviam sido desbotadas – o racio-nalismo trabalha que nem lixívia. Urge ainda adicionar-lhe músicas e enfeites, somar-lhe o volume da superstição e a graça da dança”. 6.9 Resposta livre.

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Competências nucleares

Atividade 8 Oralidade Leitura Escrita“Língua materna” Fundamentação de opi-

niões e de pontos de vista (ponto 8.1)

Leitura Compreensão Interpretação (pontos 8.1, 8.2, 8.3, 8.4)

Reflexão escrita (ponto 8.4)

Cenários de resposta e tópicos de leitura8.1.1 A (4, 5); B (1, 2, 7); C (2, 6, 7); D (3, 4, 5, 6, 8).8.2 A língua materna e a personalidade fazem parte do processo de crescimento (da construção vitalícia de conhe-cimento e de formas de sentir) que depende das vivências de cada um e que, idealmente, deve servir para partilhar ideias e sentimentos. 8.3.1 poesia “mover a voz para fora”; oração “para realizarem as tarefas de Deus”; tradição “repetir o murmúrio da tradição”; consolo “nos habituamos à dor e à tragédia quando as palavras que a anunciam são palavras da família”; sonho “inventamos a utopia quando a terra gela o frio intenso“.8.4 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 7 Oralidade Leitura Escrita“A Nossa LínguaPortuguesa”

Leitura Compreensão Interpretação (pontos 7.1, 7.2, 7.3, 7.4, 7.5)

Produção textual(ponto 7.6)

Cenários de resposta e tópicos de leitura7.1.1 F (eram primos); 1.2 V; 1.3 F (autodiegético); 1.4. V; 1.5 F (“não creio que me tenha convencido de que tinha falado mal”).7.2 Cf. Informações na resposta 1. 7.3 O padre tinha aprendido o português padrão, variante de Portugal, de acordo com as regras gramaticais. 7.3.1 Resposta livre.7.4

Episódio Emissor Palavra/Expressão Significado Literal Significado Adulterado

1 Empregada do-méstica

“Entornada” Derramada, vertida Internada, hospitalizada

2 Empregada do-méstica

“Apresto” Equipamento, aparelho EmpréstimoEm prestações

3 Indeterminado “Emparvo e sereno” Impávido e sereno Trata-se de uma “pequena deturpação de sons”.

4 Amigo brasileiro “Vem cá” Pedido para a pessoa se deslo-car ao local onde se encontra o seu interlocutor.

“Ele apenas está a chamar a minha atenção”.

7.5.1 Ironia, pretendendo criticar o discurso irrealista e demagógico dos políticos.7.6 Resposta livre.

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Competências nucleares

Atividade 10 Oralidade Leitura Escrita“A língua portuguesa em Timor-Leste”

Discussão e troca de im-pressões orientada (ponto 10.5)

LeituraCompreensãoInterpretação (pontos 10.1, 10.2, 10.3)Leitura complementar de enri-quecimento (ponto 10.6)

Trabalho de pesquisa (ponto 10.4)Elaboração de um esquema/síntese (ponto 10.4)

Cenários de resposta e tópicos de leitura10.1.1 Comércio.10.1.2 Malaio.10.1.3 Missionários dominicanos. 10.2.1 Setores da sociedade timorense que não usam a língua portuguesa; o falante timorense opta pelo uso do idio-ma mais fácil para a comunicação; insuficiente número de professores, livros, jornais, programas de rádio e de televi-são; não existem hábitos de leitura, sobretudo literária. 10.2.2 Apostar no ensino e na prática da língua portuguesa; maior distribuição de livros e de outro material; maior implantação da rádio e da televisão. 10.2.3 Resposta livre.10.3 Resposta livre.10.4 e 10.4.1 Resposta livre.10.5 Resposta livre. 10.6 Leitura complementar.

Competências nucleares

Atividade 9 Oralidade Leitura Escrita“Sobre a necessária reinvenção da língua portuguesa”

Leitura Compreensão Interpretação (pontos 9.1, 9.2, 9.3, 9.4, 9.5, 9.6)

Produção textual(ponto 7.6)

Cenários de resposta e tópicos de leitura9.1.1 “vida entre duas vidas, simultaneamente criadora e criatura”.9.1.2 Crisálida designa algo em metamorfose, aquilo que ainda não está completo ou se encontra em embrião ou em formação; neste sentido, o autor metaforiza a língua, concebendo-a como uma realidade em constante evolução. 9.2.1 “me fosse de grande gosto, além do proveito que me traria, saber que causas se congregaram para que o portu-guês escrito, e presumo que também o falado, atingisse um tão grau de beleza e precisão”.9.2.2.1 e 9.2.2.2 enfermidade (doença, moléstia, vício, mania, imperfeição); maleita (doença que não é muito grave, achaque); remédio (medicamento, droga, cura, emenda, expediente, solução, recurso, auxílio).9.3 Luís Vaz de Camões é considerado uma personalidade emblemática da literatura em língua portuguesa. 9.4 Resposta livre.9.5.1 “uma língua é um ser vivo, como ele iminentemente adaptável”.9.5.2 “depois de bem baralhados os naipes, sempre estarão na mesa as mesmas cartas”.9.6 Resposta livre.

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Competências nucleares

Atividade 12 Oralidade Leitura Escrita“A Língua Portuguesa” Leitura expressiva

Leitura seletiva (pontos 12.1, 12.2)Compreensão Interpretação (pontos 12.1, 12.2, 12.3, 12.4, 12.5)

Produção de texto expres-sivo/criativo (ponto 12.6)

Cenários de resposta e tópicos de leitura12.1.1 Amor e paixão. 12.1.2 “uma mulher realmente apaixonada”, “núpcia”, “amor para sempre”, “libertinagem”, “virgindade”.12.2.1.1

Sensações

Visão Audição Tato Olfato PaladarLimpidezMaravilha

CoresRiscos de expressão

RequebroVoz

Danças …

LanhoÂnforaEspada

AresÂnfora

MelSal

Azeitona…

12.3.1 Sensorial, melódica, forte, graciosa, bela, …12.3.2 O recurso ao superlativo pretende intensificar o valor qualificativo dos adjetivos. No caso de “assassinadíssi-ma”, salientam-se os efeitos da utilização incorreta da língua; no caso de “graciosíssima”, pretende-se enfatizar a be-leza e a graciosidade da língua portuguesa.12.4 A língua portuguesa é capaz de “brandir os caminhos todos”, “todos os ares”, “todas as danças”, “todas as cores”, “todos os riscos de expressão”, “tudo”.12.4.1 Gradação que ilustra a permeabilidade e a coexistência convival de inúmeras variantes.12.5; 12.6.1 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 11 Oralidade Leitura Escrita“Esta é uma confissão de amor”

Expressão de opinião (pon-to 11.7)

Leitura Compreensão Interpretação (pontos 11.1, 11.2, 11.3, 11.4, 11.5, 11.6)

Trabalho de pesquisa (pon-to 11.8)

Cenários de resposta e tópicos de leitura11.1 ”amo a língua portuguesa”.11.2 Transmitir, com clareza e simplicidade, o pensamento e os sentimentos. 11.3 “Ela não é fácil. Não é maleável”. 11.4 “Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança da língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida”.11.5 A comparação serve para ilustrar a vontade de escrever, por parte da escritora, com absoluta propriedade, en-frentando as dificuldades no domínio hábil da língua.11.6 Na opinião da escritora, a língua portuguesa tem características de subtileza e complexidade que se sobrepõem à precisão e à beleza da língua inglesa. 11.7 Resposta livre.11.8 Trabalho de pesquisa.

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Competências nucleares

Atividade 13 Oralidade Leitura Escrita“Há frases” Expressão partilhada de

opinião (ponto 13.4)Leitura silenciosaLeitura seletiva Compreensão Interpretação (pontos 13.1, 13.2, 13.3)

Registo fundamentado de opinião pessoal (ponto 13.4)

Cenários de resposta e tópicos de leitura13.1.1 (b); 1.2. (c); 1.3. (a); 1.4.(c); 1.5. (c); 1.6 (c). 13.2.1.1 O polícia era “natural de Malaca, cidade famosa pela sua população de remotíssima origem portuguesa”.13.2.1.2 A existência de uma imagem de Nossa Senhora numa casa do “bairro português” de Malaca.13.3 O autor sentiu-se comovido com o sentimento que une os falantes de língua portuguesa.13.4 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 14 Oralidade Leitura Escrita“Mas em breve” Debate orientado (ponto

14.2)Leitura silenciosa (ponto 14.1)Leitura de imagem (ponto 14.3)Leitura comparativa de texto verbal e icónico (ponto 14.4) Compreensão Interpretação (pontos 14.1, 14.2, 14.3, 14.4)

Trabalho de grupo – elabo-ração de um cartaz publici-tário (ponto 14.5)

Cenários de resposta e tópicos de leitura14.2 Resposta livre.14.3.1 Comercial, pretendendo promover o turismo nesta região.14.3.2 Apreciadores de desporto e de atividades ao ar livre.14.3.3 “Açores, a natureza viva”. 14.4.1 Referência à correspondência entre imagens e realidades descritas nas frases. 14.4.2 Exemplos: “Apanhe uma boleia da natureza e parta à descoberta”; “uma das mais belas paisagens”; “tapetes verdes”; “que parecem ter saído da paleta de um pintor”.14.4.3. Pretende-se descrever, com intensidade visual, a beleza natural da paisagem. 14.5. Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 15 Oralidade Leitura Escrita“O Governo de Ti-mor”

Leitura seletiva Compreensão Interpretação (ponto 15.1, 15.2)

Comentário pessoal (ponto 15.3)

Cenários de resposta e tópicos de leitura15.2 Aprovação do Estatuto da Universidade Nacional de Timor Lorosae que passa a integrar sete faculdades; criação de quatro centros de investigação científica.15.3 Resposta livre.

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Unidade Temática 4 – Tradição Esta unidade temática pretende desenvolver competências dos alunos no domínio da leitura e da interpretação, com especial ênfase no conhecimento das versões escritas dos textos da tradição oral e do processo de circulação e recriação desses textos. Recolhidos em diferentes contextos geográficos e culturais, alguns foram alvo de reescrita literária, em função de objetivos comunicativos e orientações ideológicas por vezes muito distintos. Organizada em torno de um motivo central de relevância no universo cultural timorense, o crocodilo, a unidade permite o contacto com textos diversificados, literários e não literários, favorecendo a reflexão sobre a forma como o animal é compreendido e figurado em diferentes culturas e contextos. Em estreita articulação com este vetor temático, propõe-se uma revisitação do género tradicional da fábula, bem como dos seus plurais usos estético-ideológicos, procurando ilustrar a sobrevivência e modulação do substrato fabulístico na criação literária.

Metas de aprendizagem1. Reconhecer diferentes textos da tradição oral, integrando-os no género respetivo, segundo as suas características temático-formais2. Recontar textos da tradição oral3. Identificar os temas e motivos mais frequentes no texto tradicional4. Recriar, com alterações de sentido e dicção, textos da tradição oral5. Proceder à análise de textos da tradição oral, tendo em conta as suas principais características e modelos de composição6. Identificar esquemas de construção de textos narrativos7. Identificar marcas da oralidade no texto tradicional8. Analisar diversas versões e/ou reescritas, deduzindo a intencionalidade (imitativa, lúdica, paródica, subversiva) a elas subjacente9. Distinguir e justificar a adequação comunicativa de diferentes registos de língua10. Identificar variantes contextualmente determinadas de um mesmo enunciado11. Reconhecer textos-matriz pertencentes às LTO12. Problematizar o fecundo diálogo existente entre LTO e a literatura de autor13. Distinguir diferentes usos (literários, simbólicos, ideológicos) da matéria textual pertencente à LTO14. Reconhecer as implicações estéticas, pedagógicas e ideológicas das reescritas da tradição

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Sugestões de apoio à utilização do manual | 27

Mitos, lendas e contos

Competências nucleares

Atividade 1 Oralidade Leitura EscritaExcertos sobre tradição, literatura e cultura oral

Resumo das ideias princi-pais dos textosExpressão da opinião pes-soalExemplificação através da experiência e conhecimen-to dos alunos

Leitura silenciosa (compre-ensão e interpretação)

Esquema síntese das ideias principais dos textos lidos (elaboração de registos de apoio ao estudo)

Atividade 2 Oralidade Leitura EscritaContos sobre a origem de Timor-Leste

Reconto oral de versão da história (ponto 2.9)

Leitura silenciosa e /ou expressiva (compreensão e interpretação): questio-nário (pontos 2.1, 2.2, 2.3, 2.4, 2.5, 2.6, 2.7, 2.8)

Comparação de 4 versões distintas do mesmo conto (título; personagens; ação, conclusão) (ponto 2.1)

Cenários de resposta e tópicos de leitura

2.1 Títulos todos diferentes e variados (incluindo um texto sem título), destacando aspetos distintos; presença de per-sonagens principais em todos os textos; esquema narrativo análogo; conclusão semelhante, associada à metamorfose final do crocodilo.2.2 Resposta livre (desde que sistematize os elementos essenciais: salvação do crocodilo pelo rapaz; viagem de agra-decimento; vontade de comer o rapaz; audição de outros animais; arrependimento do crocodilo; longa viagem; meta-morfose do crocodilo em ilha; nascimento de Timor).2.3 Solidariedade do rapaz em contraponto com a ingratidão do crocodilo.2.4 Gratidão e reconhecimento do crocodilo transformam-se em amizade.2.5 O cansaço e a velhice do crocodilo. De alguma forma, a metamorfose sinaliza o fim de uma vida e o começo de outra.2.6 Tema principal – lenda etiológica sobre a origem mítica de Timor. Outros temas – amizade; solidariedade; prote-ção; justiça; gratidão…2.7 Resposta livre (desde que refira as repetições, brevidade a linearidade dos textos…).2.8 Resposta livre (destacando aspetos da estrutura de superfície dos textos, linguagem e estilo, ou pormenores es-pecíficos como a referência à busca do disco de ouro). As diferenças explicam-se devido à circulação oral dos textos e à intervenção transformadora dos contadores, alterando as narrativas, introduzindo elementos, simplificando ou por-menorizando de acordo com a sua experiência, estilo e gosto pessoais.2.9 Resposta livre.

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Sugestão de esquema a elaborar – os tópicos podem variar segundo os objetivos e as características referidas pelos alunos:

Competências nucleares

Textos sobre Literatura Tradicional, conto, mito e lenda

Oralidade Leitura EscritaTroca de impressões, sín-tese oral de informação teórica

Leitura silenciosaLeitura para informação e estudoInterpretação com vista à identificação e caracteriza-ção de géneros da Literatu-ra Tradicional Oral: conto, mito e lenda

Redação de esquemas ou resumos a partir dos docu-mentos lidos

Atividade 3 Oralidade Leitura EscritaConto “Timor despontou com as folhas do Bétele, como o caule da arequeira”

Comparação de textos Leitura silenciosa e /ou expressiva (compreensão e interpretação): elaboração e preenchimento de um esquema comparativo

Realização de um esquema – trabalho de síntese

Texto 1 Texto 2 Texto 3 Texto 4 Texto 5

Título

Localização espacial da narrativaDescrição inicial do crocodilo

Esquema narrativo

Conclusão

Estilo e linguagem

Outros aspetos

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Sugestões de apoio à utilização do manual | 29

Competências nucleares

Atividade 4 Oralidade Leitura EscritaLeitura das imagens Comentário oral das ima-

gens a partir dos tópicos indicados (ponto 4.1)

Observação, análise e inter-pretação das imagens

Redação do comentário, após planificação do conteúdo (ponto 4.1)Atribuição de títulos e respetiva justificação (ponto 4.2)

Cenários de resposta e tópicos de leitura4.1 Resposta livre (desde que sistematize o relevo do animal em ambas as imagens e a presença da criança numa de-las; identifique as cores dominantes e o simbolismo das mesmas – azul ligado à água e o vermelho e amarelo à terra; aguarela e acrílico, sugerindo, respetivamente, os elementos da água e da terra; presença de texto na imagem 1; combinação de uma representação realista com outra mais simbólica, etc.). 4.2 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 5 Oralidade Leitura EscritaConto “A Ilha de Timor” Leitura silenciosa e /ou ex-

pressiva (compreensão e interpretação)

Redação de texto de aná-lise do conto, tendo em conta os tópicos sugeridos

Atividade 6 Oralidade Leitura EscritaAtividades complementares Pesquisa e seleção de no-

tícias sobre um tema espe-cíficoConsulta de Dicionários específicos (seleção da infor-mação relevante)

Redação de notíciasRedação de um texto--síntese com as informa-ções mais relevantes (sele-ção e organização)

Cenários de resposta e tópicos de leitura

Na redação das notícias, não esquecer de incluir a presença de elementos obrigatórios, como a resposta às questões “o quê?” “quem?” “onde?” e “quando?” no parágrafo de abertura do texto.Procurar manter a clareza, a objetividade e a simplicidade nas informações facultadas.

Competências nucleares

Atividade 7 Oralidade Leitura EscritaConto “A Ilha de Ti-mor”

Identificação das diferenças entre versões de um mes-mo conto

Leitura silenciosa e /ou expressiva (compreensão e interpretação)

Cenários de resposta e tópicos de leituraReferir, como diferenças, a inversão de papéis narrativos no conto, com o crocodilo a ajudar o rapaz (e não o contrá-rio); o início da narrativa tem lugar no mar e não em terra; a transformação do crocodilo ocorre durante o sono do rapaz…Como semelhanças, indicar as personagens, a transformação final do crocodilo e o facto de o texto também explicar a origem de Timor-Leste, associando-a à forma do crocodilo.

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Competências nucleares

Atividade 8 Oralidade Leitura EscritaConto Tradicional e Conto Literário

Recolha de lendas e/ou contos tradicionais: carac-terização da literatura oral (ponto 8.2)Identificação das caracte-rísticas da literatura oral (ponto 8.3)

Leitura silenciosa e /ou expressiva (compreensão e interpretação): caracteri-zação do conto tradicional (ponto 8.1)

Transcrição dos contos ou len-das ouvidos (pode incluir tradu-ção para português)

Cenários de resposta e tópicos de leitura8.1 Referir, entre outros aspetos, as marcas da sua circulação oral (também presentes nas versões escritas) e a in-terferência de elementos não verbais (tom de voz, gestos e movimentos, contexto performativo); a simplicidade e a brevidade; a presença do maravilhoso; a indeterminação do espaço e do tempo; a combinação de uma dimensão moralizante com outra de entretenimento, entre outros aspetos.8.2 Resposta livre.8.3 São aspetos determinantes para a criação de um ambiente propício à narração, para a captação da atenção e do interesse dos ouvintes, para a gestão das expectativas e para instigar a curiosidade, para sublinhar os pontos mais importantes da história…

Competências nucleares

Atividade 9 Oralidade Leitura EscritaVersões literárias de contos tradicionais

Síntese das leituras realizadas

Identificação de semelhan-ças e de diferenças entre textosCaracterização do conto literárioCaracterização da escrita de Fernando Sylvan e Luís CardosoComparação entre versões diferentes do mesmo contoIdentificação dos elemen-tos simbólicosIdentificação dos traços da cultura tradicional timo-rense

Leitura silenciosa e /ou expressiva (compreensão e interpretação): comparação de textos

Registo da análise comparativa dos dois contos lidos

Cenários de resposta e tópicos de leitura9.1 Resposta livre, desde que refira a presença do crocodilo e a sua ligação à origem do território, relação entre o homem e animal e a própria natureza. Alusão às relações entre as espécies e ao jogo de forças tematizado nos textos. Os textos recriam a origem mítica de Timor e, no caso de Luís Cardoso, verifica-se a opção pela introdução de uma menina e não de um rapaz, ligando a origem da terra timorense ao feminino e à beleza. Este texto, mais distante da versão original, parece já antecipar o futuro do território, alvo da cobiça dos invasores.9.2 Resposta livre (incluir o crocodilo, o sândalo, a relação entre a terra e o mar, a geografia particular da ilha e o seu relevo, entre outros aspetos).

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Sugestões de apoio à utilização do manual | 31

Competências nucleares

Atividade 10 Oralidade Leitura EscritaPoema “Avô Crocodilo” Leitura silenciosa e/ou ex-

pressiva (compreensão e interpretação): análise do texto (pontos 10.1, 10.2, 10.3, 10.4, 10.5)

Explicação do título do textoIdentificação do temaDeteção de marcas de narrati-vidade

Cenários de resposta e tópicos de leitura10.1 Associação do crocodilo à génese de Timor-Leste, surgindo como um antepassado familiar.10.2 Origem mítica de Timor-Leste ligada também ao seu futuro, uma vez que o sujeito poético exprime a esperança e a crença – “eu acredito” – no seu renascimento.10.3 Presença de elementos narrativos, como personagens (crocodilo), ação (metamorfose do crocodilo), espaço (mar).10.4 Referência ao sol ligada à luz da origem, ao princípio do mundo e da própria vida. Também é um símbolo de Timor-Leste, atendendo a que país é convencionalmente associado ao local onde o sol nasce, a Oriente.10.5 Exprime a insistência do sujeito poético ou narrador na certeza quanto ao carácter verídico da lenda, sublinhan-do as origens míticas do seu país e reforçando, deste modo, a sua identidade nacional.

Competências nucleares

Atividade 11 Oralidade Leitura EscritaTexto ensaístico sobre a lenda de Timor

Troca de impressões sobre o significado da lenda de Timor

Leitura silenciosaLeitura para informação e estudo (compreensão e interpretação): análise do texto (pontos 11.1, 11. 2, 11.3, 11.4, 11.5)

Identificação do significado da lenda e da argumentação do autorEsclarecimento do significado simbólico das personagens e das razões do conflito entre elasSugestão de outra interpretação possível para a lenda (ponto 11.5)

Cenários de resposta e tópicos de leitura11.1 Simboliza os conflitos tribais existentes no território, ilustrando guerras de poder entre grupos ou pessoas.11.2 A tradição da realização de pactos de paz e de alianças como formas de superação dos conflitos e a presença, na cultura timorense, de uma relação muito forte com a natureza.11.3 O crocodilo simboliza a força e agressividade e o rapaz simboliza a bondade. O facto de o crocodilo se ter trans-formado na terra e o rapaz num homem maduro e adulto exprime a relação existente e o resultado da luta.11.4 O conflito está associado à luta entre princípios opostos, dois rivais identificados que corporizam a força e a bon-dade, mas também o arrependimento e a suprema gratidão.11.5 A lenda simbolizaria a relação profunda entre o Homem e a Natureza (argumentação: resposta livre).

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Competências nucleares

Atividade 12 Oralidade Leitura EscritaEntrada do Dicionário dos Símbolos

Leitura silenciosa (com-preensão e interpretação): análise do texto (pontos 12.1, 12.2, 12.3)Leitura para informação e estudo: seleção de informa-ção (ponto 12.4)

Redação de uma entrada de Dicionário (ponto 12.5)

Cenários de resposta e tópicos de leitura12.1 Crocodilo associado à voracidade, atendendo à sua fisiologia e hábitos alimentares, mas também à tradição.12.2 Resposta livre.12.3 É um símbolo universal, na medida em que está presente no reportório mítico-imaginário várias culturas do mundo, mas a sua simbologia varia de cultura para cultura.12.4 e 12.5 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 13 Oralidade Leitura EscritaTextos teóricos sobre o conto

Troca de impressões sobre características do conto; relação entre o conto tradi-cional e o conto literário

Leitura silenciosa (compre-ensão e interpretação)Leitura para informação e estudo

Reflexão/síntese dos con-teúdos estudados, nomea-damente os atinentes à caracterização dos géneros (redação de texto ou elabo-ração de esquema-resumo)

Cenários de resposta e tópicos de leituraComo ideias fundamentais, para o esquema ou para o resumo, não se poderá prescindir da referência às origens tra-dicionais do conto literário, arquétipo com o qual partilha características; a brevidade; a condensação e unidade de efeitos; a linearidade e economia ao nível de certas categorias da narrativa (personagens, tempo, espaço e ação); o relevo do conflito, etc.

Competências nucleares

Atividade 14 Oralidade Leitura EscritaEntrada da enciclopé-dia sobre o crocodilo

Leitura para informação e estudoLeitura silenciosa (compre-ensão e interpretação):análise do texto (pontos 14.1, 14.2, 14.3, 14.4 e 14.5)

Interpretação do texto: análise do conteúdo e da organização da informação (ponto 14.4)

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Sugestões de apoio à utilização do manual | 33

Competências nucleares

Atividade 15 Oralidade Leitura EscritaReportagem “Quando os crocodilos mandavam”

Leitura silenciosa (compre-ensão e interpretação):análise do texto (pontos 15.1, 15.2, 15.3, 15.4, 15.5, 15.6, 15.11)Leitura de imagens (ponto 15.10, 15.11, 15.13, 15.14)Leitura de mapas (identifica-ção da informação, localiza-ção geográfica) (ponto 15.12, 15.14, 15.15, 15.16, 15.17, 15.18 e 15.19)

Redação de diferentes tex-tos:- resumo (ponto 15.7)- texto de opinião/comen-tário (ponto 15.8)- notícia (ponto 15.9)- legenda (ponto 15.10, 15.13)

Cenários de resposta e tópicos de leitura15.1 Trata-se de uma reportagem sobre um assunto de cariz científico, o que a aproxima do texto de divulgação cientí-fica, publicada numa revista que se caracteriza por procurar comunicar ao grande público conhecimento especializa-do nesta área. 15.2 Caracteriza-se pela apresentação de dados objetivos e rigorosos (comprovados); pela linguagem científica, in-cluindo termos da especialidade; pela alusão a fontes credíveis e a inclusão de testemunhos; a presença de imagens, mapas e gráficos, etc.15.3 O aparecimento de um crocodilo, num campus universitário americano, que acaba por ser morto para ser usado como troféu. É uma história que serve para ilustrar a complexa e difícil relação do homem com o crocodilo.15.4 A capacidade de adaptação às adversidades, a novos habitats e a novas condições de vida, em resultado das mudanças das condições do planeta. A sua existência em nichos ecológicos e a preferência por habitats de água doce também parecem ter ajudado.15.5 A perda dos habitats naturais, pelo crescimento urbano, a ocupação de regiões naturais e a caça ilegal.15.6 Resposta livre.15.7 Resposta livre (referindo as etapas fundamentais da evolução: (há 240 milhões de anos; há 200 milhões de anos; há 65 milhões de anos; na atualidade).15.8 O inimigo é o Homem. Resposta livre.15.9 Resposta livre.15.10 Resposta livre.15.11 Dá conta das várias espécies de crocodilos, das suas características físicas e da forma como a espécie foi evoluin-do ao longo do tempo.15.12 Crocodilos, gaviais e aligátores/caimões. Resposta livre.15.13 Resposta livre.15.14 Mapa do mundo.15.15 Distribuição geográfica das famílias de crocodilos e a respetiva população.15.16 As maiores concentrações situam-se na América do Sul, em África e no Oriente.15.17 O registo fóssil mais a norte situa-se no Círculo Polar Ártico e o mais a sul na Nova Zelândia.15.18 Timor-Leste situa-se numa zona onde existem crocodilos em número razoável.15.19 América do Sul e no sul da Flórida, nos Estados-Unidos da América.

Cenários de resposta e tópicos de leitura14.1 Objetivo, claro e sintético, uma vez que pretende tornar acessível conhecimento científico.14.2 Introdução geral sobre a espécie; história da sua evolução; caracterização da espécie na atualidade; descrição da sua anatomia e fisiologia de forma pormenorizada; distribuição geográfica da espécie.14.3 O texto organiza-se em várias partes distintas, com vista à caracterização circunstanciada da espécie, tendo em conta a sua anatomia, comportamento e hábitos, habitat, entre outros aspetos.14.4 Resposta livre (desde que inclua elementos relativos à origem e evolução da ordem dos crocodilos; às três famí-lias atualmente existentes (incluindo a sua distribuição geográfica); à descrição anatómica da espécie e aos seus hábi-tos de reprodução; alimentação e comportamento. 14.5 Resposta livre, de carácter pessoal.

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Competências nucleares

Atividade 16 Oralidade Leitura EscritaAtividades Complementa-res

Realização de um debate (distribuição de tarefas, nomeadamente de mo-deração e das partes em confronto, preparação de argumentos)

Leitura para informação e estudo: consultas várias para elaboração de traba-lho de pesquisa

Redação da ata com as con-clusões do debateTrabalho de pesquisa sobre a presença do crocodilo nas artes tradicionais e contem-porâneas timorenses

Competências nucleares

Atividade 17 Oralidade Leitura EscritaConto guineense “O Meni-no e o Crocodilo”

Leitura silenciosa e/ou ex-pressiva (compreensão e interpretação):análise do texto e compa-ração entre textos (pontos 17.1, 17.2, 17.3 17.4)

Análise comparativa de textos

Cenários de resposta e tópicos de leitura17.1 Presença do crocodilo personificado; interação e proximidade entre homens e animais; ingratidão do crocodilo perante o salvador; consulta de opinião de animais; final feliz. Resposta livre.17.2 Neste conto, o crocodilo é castigado, não há arrependimento nem comunhão entre o crocodilo e o rapaz, o que conduz à metamorfose e à fundação do território timorense. 17.3 Velha – defende o crocodilo; lebre – defende o rapaz. Verifica-se uma inversão entre as figuras animais e huma-nas. A lebre, símbolo da astúcia, consegue salvar o rapaz e condenar a ingratidão do crocodilo.17.4 A astúcia vence a força. Explicação livre.

Competências nucleares

Atividade 18 Oralidade Leitura EscritaConto guineense “Caçador e o Crocodilo”

Leitura silenciosa e/ou ex-pressiva (compreensão e interpretação):análise do texto e compa-ração entre textos (pontos 18.1, 18.2, 18.3, 18.4, 18.5, 18.6, 18.7)

Interpretação do texto (estrutura; personagens; moral, etc.)Análise comparativa de textos

Cenários de resposta e tópicos de leitura18.1 Há diferença na idade dos protagonistas e em algumas das personagens chamadas a dar o seu testemunho. Tais alterações não afetam a mensagem global do texto e a sua moral, podendo ser consideradas como variantes do mes-mo texto matriz.18.2 Caçador e crocodilo. O primeiro poupa a vida do crocodilo, a seu pedido; o segundo, em vez de agradecer, prepa-rou-se para o devorar. O caçador age com nobreza e o crocodilo com ingratidão e deslealdade.18.3 Justifica-se com a tradição.18.4 Cavalo, velha e lebre. Os dois primeiros posicionam-se a favor do crocodilo e o último a favor do caçador. Ambos têm queixas do comportamento do homem e acusam-no de ingratidão.18.5 A lebre defende o caçador e constrói uma “armadilha” de modo a vencer o crocodilo.18.6 Resposta livre. Uma possibilidade é que a astúcia vence a força, mas também se intui um certo apelo à atenção e à desconfiança em relação a certos indivíduos.18.7 Resposta livre.

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Competências nucleares

Atividade 19 Oralidade Leitura EscritaNarrativa angolana“Jacaré Bangão”

Leitura silenciosa (compre-ensão e interpretação):análise do texto

Interpretação do texto (características da lenda, marcas do maravilhoso; moralidade)

Cenários de resposta e tópicos de leituraa) Presença de elementos do real (localização espacial, por exemplo) e cruzamento com acontecimentos fabulosos (o jacaré que decide pagar o imposto); existência de moralidade.b) Personificação do animal, que age como um humano e em defesa dos indivíduos explorados.c) Não cometer injustiças e não fazer aos outros o que não quer que lhe façam a si.

Competências nucleares

Atividade 20 Oralidade Leitura EscritaConto “No princípio, há muitos séculos”

Participação num debate (ponto 20.12)

Leitura silenciosa e/ou ex-pressiva (compreensão e interpretação):análise do texto (pontos 20.1, 20.2, 20.3, 20.4, 20.5, 20.6, 20.7, 20.8, 20.9, 20.10)

Interpretação do texto Redação de um final al-ternativo para a narrativa (ponto 20.11)Síntese das conclusões do debate realizado (ponto 20.12)

Cenários de resposta e tópicos de leitura20.1 Os de We-Hali e os de Samoro. A razão da disputa é a pretensão de uma noiva.20.2 Esconderam a princesa na cozinha, disfarçada de criada. Os de Samoro foram avisados pelos serviçais do régulo.20.3 Concordou, porque ficou surpreendida com a coragem da decisão tomada pelos de Samoro.20.4 Os crocodilos são adjuvantes dos de Samoro, ajudando-os a passar o rio e a ficarem com a princesa.20.5 Pacto de não agressão. Em troca de ajudarem os de Samoro a passar o rio, estes comprometeram-se a não ma-tar os crocodilos no futuro e a não os comer.20.6 A ribeira cujas águas sobem e descem de acordo com intencionalidades concretas, facilitando ou dificultando – ou impedindo – a travessia.20.7 Simboliza a passagem para as terras próprias, o que configura a ideia de proteção e de afastamento do perigo.20.8 Significa a vitória dos de Samoro sobre os rivais e os elementos naturais. É uma espécie de cântico de vitória.20.9 A verdade vence o engano, a mentira e a falsidade. Os de Samoro vencem porque tinham boas intenções, en-quanto os de We-Hali tentaram ludibriá-los e foram castigados.20.10 Referência a lugares concretos e específicos, preocupação de verosimilhança, explicação sobrenatural para atos reais.20.11 Resposta livre.20.12 Resposta livre.

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Competências nucleares

Atividade 21 Oralidade Leitura EscritaTexto “Uma lenda” Dramatização de um diálo-

go (ponto 21.10)Leitura silenciosa e/ou ex-pressiva (compreensão e interpretação):análise do texto (pontos 21.1, 21.2, 21.3, 21.4, 21.5, 21.6, 21.7, 21.8)

Interpretação do texto Tradução de expressões de tétum para português (pon-to 21.9)Redação de um diálogo (ponto 21.10)

Cenários de resposta e tópicos de leitura21.1 Castigo pela preguiça do príncipe. Resposta livre.21.2 Resposta livre.21.3 Principal – príncipe; secundária – Mau-Berek, o criado; figurantes – irmãos e pais. Distinguem-se pelo relevo e intervenção que têm na história narrada.21.4 Príncipe – preguiçoso, jogador e malandro. Com o passar do tempo, apercebe-se dos erros cometidos, desco-brindo que as suas ações nada têm de produtivo e assume o seu castigo, transformando-se em crocodilo.21.5 Parte em resultado do arrependimento sentido. Resposta livre. A sua partida revela a tomada de consciência do seu comportamento e a aceitação livre do castigo.21.6 Fica surpreendido e assustado perante a transformação a que assiste, não compreendendo o que se passa.21.7 “Real crocodilo” uma vez que resulta da transformação de um príncipe.21.8 Simultaneamente castigo e redenção das personagens, as metamorfoses diferentes simbolizam a hierarquia existente entre o príncipe e o seu pajem.21.9 e 21.10 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 22 Oralidade Leitura EscritaTexto “O Búfalo, o Crocodi-lo e o Macaco”

Leitura silenciosa e/ou ex-pressiva (compreensão e interpretação):análise do texto (pontos 22.1, 22.2, 22.3, 22.4, 22.5, 22.6)

Interpretação do texto Registo de opiniões pesso-ais e sua fundamentaçãoComposição de um conto (incluindo planificação; escrita e revisão)

Cenários de resposta e tópicos de leitura22.1 Textos guineenses. Os mesmos motivos e uma estrutura narrativa semelhante podem surgir em culturas tão geo-graficamente distantes como Timor-Leste e Guiné-Bissau. 22.2 Levantamento das semelhanças e diferenças. Algumas sugestões:

Semelhanças Diferenças

Personagens crocodiloBúfalo em vez do rapaz ou do caçadorMacaco em vez da lebreBúzio e peixe

Espaço Terra e água Especificidade da referência à quinta

Estrutura da narrativa Sequências semelhantes Introdução diferente

Moral Esperteza vence a forçaBondade vence a ingratidão

Outros aspetos

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Sugestões de apoio à utilização do manual | 37

22.3 Caracterização das personagens. Algumas sugestões:

Personagens Características Justificação

Crocodilo FalsoIngrato

“No fim, com modos de quem está muito grato mas matutando vingança”

Búfalo Crédulo “O melhor é sermos amigos. Vá! Acaba de comer o cabrito à vontade”

MacacoEspertoerspicazArguto

“já o macaco lhe recomendava, como se fossem preparativos para pronunciar a sentença:– Arrebita as orelhas! Levanta a cauda! Safa-te!”

22.4; 22.5; 22.6 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 23 Oralidade Leitura EscritaAtividade de escrita Criação de um conto se-

guindo as orientações facultadas e cumprindo as fases do processo de escri-ta: planificação, redação e revisão

Atividade 24 Oralidade Leitura EscritaAtividades complementares Recolha de textos do patri-

mónio oral (ponto 24.1)Classificação dos textos recolhidos em ciclos temáti-cos (ponto 24.1)

Transcrição e reescrita dos textos recolhidos (ponto 24.1)Construção de um livro artesanal (ponto 24.2)

Competências nucleares

Atividade 25 Oralidade Leitura EscritaTexto “A Saída do Paraíso” Leitura silenciosa e/ou expres-

siva (compreensão e interpre-tação):análise do texto (pontos 25.1, 25.2, 25.3, 25.4, 25.5, 25.6)

Interpretação do texto e justi-ficação das opiniões pessoais e das repostas dadas

Cenários de resposta e tópicos de leitura25.1 A saída do paraíso representa o verdadeiro início da vida humana e da consciência da existência.25.2 a) A repetição serve para acentuar a imagem da ausência de “vida” verdadeira por parte das pessoas e dos próprios seres, dando conta de como se estendia a todos os elementos da existência.b) O texto constrói uma imagem da vida como uma existência aparentemente parada no tempo, estática, sem movi-mento ou progressão, mas também sem atividade.25.3 Resposta livre.25.4 Resposta livre. A ideia central é a de que a vida é mais do que simplesmente existir, implicando antes ação, sen-timentos, emoções…25.5 O acontecimento determinante corresponde ao momento em que os homens começam a interrogar a lua, des-cobrindo que ela apresentava variações. O ato de fazer perguntas exprime a curiosidade e o interesse dos homens por aquilo que os rodeia, assim como a atenção sobre o mundo circundante e o desejo de conhecimento.

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25.6 Trata-se de um acontecimento positivo, uma vez que os seres humanos passam a ter emoções e a distinguir-se uns dos outros, afirmando a sua individualidade e personalidade.25.7 Resposta livre. Exprimem a existência de sentimentos e emoções importantes, capazes de singularizar os indiví-duos.25.8 Pode considerar-se uma narrativa fechada, atendendo a que relata uma ação que fica concluída com a saída do paraíso, respondendo ao conteúdo do título. Contudo, será possível também defender que se trata de uma narrativa aberta, se tivermos em conta que a história não apresenta uma resolução definitiva para a situação dos seres huma-nos, após a saída do paraíso.

Competências nucleares

Atividade 26 Oralidade Leitura EscritaTexto “O Gondoeiro Sagra-do”

Apresentação de testemunhos a partir da recolha de práticas e rituais (ponto 26.7)

Leitura silenciosa e/ou expres-siva (compreensão e interpre-tação):análise do texto (pontos 26.1, 26.2, 26.3, 26.4, 26.5, 26.6)

Interpretação do texto e justi-ficação das opiniões pessoais e das respostas dadasRecolha de práticas e rituais li-gados à natureza (ponto 26.7)

Cenários de resposta e tópicos de leitura26.1a)Serve para contextualizar a narrativa, explicando as características da árvore em causa e sua importância para a cultura timorense.b) Altura média das árvores; coexistência de várias espécies no seu seio; importância simbólica da árvore. Trata-se de informações gerais que o conto, a seguir, exemplificará, justificando a importância e o significado do gondoeiro.26.2a) Os quatro últimos parágrafos do texto surgem como uma espécie de explicação para a história que foi narrada e que termina com a frase “O homem ficou muito comovido, agradeceu e continuou a sua caminhada, conservando a pedra como a sua relíquia mais preciosa”.b) Trata-se de uma tentativa de explicar o carácter sagrado do gondoeiro, descrevendo o significados dos rituais que são devolvidos junto dele. De alguma forma, esta conclusão parece articular-se com a introdução, uma vez que escla-rece, com pormenores e comparações com outras realidades e práticas, a importância e o significado da árvore em causa.26.3a) A humildade e a simplicidade do homem, a gratidão face à intervenção do “anjo” e o cumprimento rigoroso das instruções recebidas.b) A mensagem do texto parece ser a de que o gondoeiro concede proteção às pessoas que, pela sua conduta séria, honesta, fiel e simples, a merecem e necessitam dela.26.4 Trata-se de um homem simples e humilde. Inicialmente, reage com algum espanto e medo, mas depressa a sur-presa é substituída pela gratidão.26.5 O ritual consiste na reunião dos crentes sob o gondoeiro e na invocação do seu espírito protetor. São ainda rea-lizadas oferendas que incluem alimentos e realizadas orações. 26.6 É sugerida a comparação entre a árvore em causa e uma igreja, pois ambos são templos de oração e locais sa-grados, onde o divino se manifesta.26.7 Resposta livre.

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Fábula

Competências nucleares

Atividade 1 Oralidade Leitura EscritaAnálise de textos teóricos sobre a fábula

Discussão em grupo sobre as propriedades definidoras da fábula (planos semânti-co-pragmático, compositivo e estilístico) Debate e apresentação dos resultados da pesqui-sa desenvolvida sobre a presença e significado do património fabulístico na cultura timorense

Leitura silenciosa de excer-tos de natureza teórico-crítica

Interpretação do texto e justificação das opiniões pessoais e das repostas dadas

Cenários de resposta e tópicos de leitura1.1 Na configuração do género, revelam-se essenciais o carácter narrativo e a funcionalidade pedagógica, embora não necessariamente apresentada sob a forma de ensinamento convencional ou explícito. Os alunos devem reconhecer como características igualmente frequentes do género, ainda que não obrigatórias, a ação elementar, a brevidade e a presença de animais antropomorfizados. Por fim, são traços meramente opcionais a moralidade final explícita, o uso da prosa e a presença do diálogo.1.2 Resposta livre. Pretende-se que os alunos desenvolvam alguma pesquisa prévia e convoquem a sua experiência de contadores/ouvintes de fábulas, encontrando-se, assim, aptos a participar ativamente no debate coletivo. O pro-fessor deverá, no decurso da interação por si moderada, prever momentos de sistematização escrita, designadamen-te no que respeita aos animais inventariados e respetiva valência simbólica, modalidades de transmissão dos relatos fabulísticos, recolhas disponíveis, etc.

Competências nucleares

Atividade 2 Oralidade Leitura EscritaTextos de José Craveirinha e Mário de Carvalho

Discussão, em grupo, em torno das modalidades con-temporâneas da fábula

Leitura literária, tendo em vista a identificação de marcas de género (pontos 2.1 e 2.2)

Cenários de resposta e tópicos de leitura2.1 No texto de José Craveirinha, encontram-se presentes a brevidade e o esquematismo da ação, bem como uma óbvia finalidade crítica/didática, comunicada pelo recurso a personagens de natureza simbólico-alegórica (o menino gordo versus os meninos magros). Não se verifica, contudo, a presença de animais antropomorfizados nem de uma moralidade expressamente textualizada. Na verdade, o predomínio de uma intenção pedagógica e satírica, confluin-do na denúncia das dramáticas desigualdades sociais a que o texto alude em registo parabolar, aproxima-o mais da alegoria. Na fábula de Mário de Carvalho, respeita-se a brevidade que tipifica o género e verifica-se a humanização de personagens animais (o gafanhoto tem o dom da palavra e dispõe dele ironicamente). Contudo, a débil consistên-cia narrativa do texto, aparentando-o com o fragmento cómico, bem como a ausência de uma verdadeira intenção pedagógico-moralizante, tornam problemática a sua inserção no género convencional da fábula.2.2 Como aliás ocorre com outros géneros da literatura tradicional e canónica, as convenções da fábula indiciam uma frequente flutuação diacrónica, em sintonia com a trajetória evolutiva descrita pelo género. Deste modo, longe de assentar numa configuração estática de constantes temático-compositivas, o género encontra-se sujeito a fenóme-nos de metamorfose e modulação que são, em última instância, o garante da sua sobrevivência.

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Competências nucleares

Atividade 3 Oralidade Leitura EscritaTexto “A mana do croco-dilo”

Leitura coletiva das fábulas em verso produzidas pelos alunos (ponto 3.6)

Leitura silenciosa e/ou ex-pressiva/dramatizada.Deteção e interpretação de informação textual rele-vante (pontos 3.1, 3.2, 3.3, 3.4, 3.5)

Reescrita versificada de uma fábula (ponto 3.6)Planificação do trabalho de produção textual (pesquisa de palavras de rima)

Cenários de resposta e tópicos de leitura3.1 Crocodilo: força, violência arbitrária, despotismo, vontade de domínio. Galinha: astúcia, inteligência tática, argú-cia, coragem, engenhosidade.3.2 Não, uma vez que, regra geral, a galinha não se encontra, no imaginário popular, associada à astúcia e não é co-mum que consiga derrotar os adversários pelo engenho. Sendo-lhe por regra atribuída uma inteligência modesta, ela personifica, quase sempre, o sentimento maternal ou a diligência laboriosa.3.3 A figura de estilo é a aliteração que consiste no uso intencional e reiterado do mesmo som ou conjunto de sons consonânticos, em palavras sucessivas. Neste caso, a aliteração gera um efeito de rima interna.3.4 São múltiplos os comentários e intervenções valorativas do narrador:– “Não era bem assim…”: comentário retificativo que traduz desacordo em relação à atitude despótica do crocodilo;– “Não há que discuti-lo. É uma figura de estilo”: aparte lúdico e humorístico;– “Se lhe dava prazer, não seremos nós que o vamos desdizer”: digressão irónica que se destina a firmar a cumplici-dade tácita com o narratário (“nós”);– “Parece que as de capoeira são mais instruídas”: distinção irónica entre o perfil escolar e cultural de galinhas do mato e galinhas de capoeira. – “E não é que, no último instante, o crocodilo a poupou? Espantoso”: anotação expressiva/emotiva, intromissão subjetiva no ato de contar.3.5 Opção b). Embora todos os outros provérbios apresentados possam, em parte, aplicar-se ao contexto narrativo da presente fábula, não traduzem cabalmente a moralidade por ela veiculada: a vitória da inteligência sobre a força.3.6 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 4 Oralidade Leitura EscritaConto “A Choca” Discussão, em pares, so-

bre o significado e alcance ético-moral de um conjunto de provérbios selecionados (ponto 4.5)

Leitura silenciosa e/ou expressiva/dramatizada.Deteção e interpretação de informação textual relevan-te (pontos 4.1, 4.2, 4.4)Consulta de verbetes de dicionário e seleção de informação lexicográfixa pertinente (ponto 4.3)

Registo de significados de palavras desconhecidas (ponto 4.3)

Cenários de resposta e tópicos de leitura4.1 À Choca são atribuídos traços de carácter e comportamentos que concorrem para a sua inequívoca humanização: a incondicional devoção maternal, a angustiante humilhação pela perda dos seus encantos de juventude e da sua dignidade em virtude da doença, a nostalgia por um passado de sedutora que ela sabe ser irrepetível, a solidariedade convivial e fraterna em relação às companheiras de capoeira.4.2.1 Perda de vitalidade e cansaço, perda de apetite, interrupção do canto, degradação física e decrepitude, falta de paciência para educar os filhos.4.2.2 Recorrendo a uma mezinha que veio a revelar-se ineficaz, a velha encarregada de cuidar do galinheiro espetara uma pena no pescoço da Choca que ela trazia, como marca infamante da sua doença, ainda pendurada.4.3.1 Doença que acomete a língua das aves, especialmente das galinhas; gosma.

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Competências nucleares

Atividade 5 Oralidade Leitura EscritaPoema “A Galinha engri-pada”

Discussão oral e apresenta-ção de conclusões.

Leitura coral expressivaLeitura dramatizadaLeitura interpretativa (pon-to 5.1)

Registo de aspetos textuais relevantes.

Cenários de resposta e tópicos de leitura5.1a) Intriga elementar e linearidade narrativa: o poema relata, sem amplificações ou desvios digressivos, a história da “galinha engripada” e da sua cura pelo Mocho, médico afamado.b) A tonalidade lúdico-humorística do texto poético resulta da interação conjugada de diferentes processos: a expres-são da compassividade do narrador relativamente à doença da galinha (“coitadinha!”) e o uso de interjeições que indiciam exasperação (“irra! irra! irra!”); a humanização da galinha em função da sintomatologia da gripe (fica rouca, perde a voz, espirra, agasalha-se, tosse) e da cura prescrita pelo médico (tomar xarope e “comer minhoca”); a carac-terização comicamente exagerada das personagens animais (o mocho empertigado e inchado na sua erudição).c) Os animais poeticamente representados figuram moderadamente os valores simbólicos que lhes estão, com fre-quência, associados: a galinha laboriosamente atarefada nos seus afazeres quotidianos; o mocho sábio e erudito.

4.3.2 Sociedade, comunidade das galinhas.4.3.3 Sinal de vergonha, marca.4.3.4 Avental.4.3.5 Censurar, repreender brandamente.4.3.6 Velhice, declínio físico e mental.4.4.1 Sim, uma vez que, tanto no discurso quotidiano, como no imaginário popular, a galinha encarna o desvelo maternal e a preocupação (por vezes excessiva) da mãe relativamente ao bem-estar e à educação dos filhos. A este respeito, é expressivo o idiomatismo “mãe-galinha”, aplicado às mães que, justamente em virtude desse cuidado porventura desmedido, evocam o comportamento da galinha que ciosamente protege os filhos sob as asas.4.4.2 Comparação: “Atrás dela, lembrando doze novelitos de ouro a mexerem-se como por milagre, os doze filhinhos tinham seguido a mãe”.“(…) ainda essa tarde, morta de sede, invejara a gotinha de água que um ou outro dos seus pintainhos, beberricando na pia, deixava, depois de saciado, cair do biquinho como uma pérola”Diminutivo: “novelitos”, “filhinhos”, “pequenitos”, “biquinho”, “pequeninos”Ambos os recursos retórico-estilísticos enfatizam a dedicação afetuosa da Choca em relação aos filhos, sublinhando a vulnerabilidade infantil das crias.4.5.1 A galinha é que cobre os pintos.4.5.2a) É inútil tentar domesticar, privando-o da liberdade, alguém que, por natureza, é avesso a regras e restrições. b) É sempre a mãe que, abnegadamente, vem em auxílio dos filhos.c) Muitas palavras não significam grandes resultados; quem muito fala pouco age.d) O homem é a fonte de toda a autoridade e a mulher deve, por isso, submeter-se-lhe.e) Tendemos a aspirar aquilo que é inalcançável ou a invejar o que não nos pertence, assim desvalorizando aquilo que já possuímos.

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Competências nucleares

Atividade 6 Oralidade Leitura EscritaTexto “Uma Galinha” de Clarice Lispector

Leitura silenciosa/sequen-cial do texto.Interpretação do sentido implícito (alegórico ou me-tafórico) do conto (pontos 6.1, 6.2, 6.3, 6.4, 6.5)

Registo de conclusões do debate e de informação tex-tual relevante.

Cenários de resposta e tópicos de leitura6.1 A alternância de expressões designativas atribuídas à galinha explica-se pelo modo simultaneamente literal e metafórico como, no texto, é convocado o referente animal. A galinha começa por ser representada como um previsí-vel almoço de domingo (“galinha de domingo”, “almoço”), mas, na sequência da sua fuga e maternidade inesperadas, converte-se em “jovem parturiente” (põe um ovo) e, dado ser idolatrada por todos na sua nova condição materna, em “rainha da casa”.6.2 No conto de Clarice Lispector, a galinha terá que ser tomada como representação alegórica do feminino e estraté-gia de denúncia da longa trajetória de subalternidade social que parece inseparável da condição histórica da mulher. Confrontada com a tirania do poder patriarcal, à mulher, como à galinha, não resta outra via de libertação senão “decidir por si mesma os caminhos a tomar”, frequentemente em conflito aberto com os papéis sociais que, por “na-tureza”, lhe estão reservados.6.3 A oposição galo/galinha delineada no conto reflete, por extensão metafórica, a relação homem/mulher. Se a galinha era livre, sem contudo saber dispor dessa liberdade por ela lhe ter sido tradicionalmente negada, já o galo/homem é, por definição, “vitorioso”, isto é, autónomo e empreendedor, valores convencionalmente associados à atuação masculina.6.4 Os outros membros da família, ao acolherem benevolamente a “galinha parturiente”, replicam as expectativas de género relativas ao feminino: confinada à insignificância e à invisibilidade social, à mulher pouco mais resta do que ser mãe. Esta representação instrumental da mulher, reduzida à sua função procriativa, é ironicamente tematizada no conto de Clarice Lispector que propõe um subtil questionamento do mito da maternidade como vocação intrinseca-mente feminina.6.5 Lido enquanto fábula contemporânea, este texto não concretiza o modelo canónico do género. Embora a asso-ciação entre a galinha e o feminino seja tópica em usos linguísticos quotidianos e na cultura popular, o motivo animal metaforiza, neste conto, o silenciamento histórico do feminino e a desmontagem irónica do mito da existência de uma suposta “natureza feminina”.

Competências nucleares

Atividade 7 Oralidade Leitura EscritaCrónica “Cuidado com as galinhas”

Debate prévio: estereótipos e preconceitos associados à condição feminina.

Leitura interpretativa (pon-tos 7.1, 7.2, 7.3, 7.4)

Registo de informação tex-tual relevante.

Cenários de resposta e tópicos de leitura7.1.1 A crónica teve origem num comentário irónico que a autora ouviu a uma amiga: “Que havemos de fazer: esta-mos na era das mulheres piu-piu”.7.1.2 Resposta livre. A intervenção subjetiva da cronista exprime-se através de múltiplas estratégias que suportam uma enunciação assumidamente pessoal: a utilização de deíticos de primeira pessoa (“Respondi a essa minha ami-ga…”); o recurso sistemático à linguagem figurativa, analógica e metafórica (“porte alado de pomba branca”, “galifões da capoeira”, “medidas drásticas de espetáculo shakesperiano”, “plumagens mais democráticas”…); a presença cons-tante da ironia (“casquinado cacarejo”, “homens-pintainho”…).7.2 Mulheres piu-piu: aquelas que afetam vulnerabilidade, para mais facilmente triunfarem no universo masculino. Mulheres-galinha: paradigma anacrónico do feminino passivo e subalterno. Galifões de capoeira: homens que perso-nificam as virtudes convencionalmente associadas ao masculino: virilidade, capacidade de liderança e de sedução.

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Homens-pintainho: a contrapartida masculina das mulheres piu-piu; homens que adotam estrategicamente uma sen-sibilidade próxima da feminina como arma de sedução.7.3.1 postura frágil e delicada.7.3.2 palavreado insistente e vazio.7.3.3 prosperam, florescem, multiplicam-se.7.3.4 rituais femininos de sedução e enamoramento.7.4 A frase, de tonalidade explicitamente irónica, sublinha que a lógica assimétrica da relação entre os sexos (alicer-çada na prevalência de uma ordem masculina e patriarcal) subsiste até hoje e que os indícios que parecem apontar para uma paridade ideal de homens e mulheres são ilusórios e superficiais. A capoeira mantém-se; mudaram as plu-magens.

De acordo com o programa, sugerem-se outras atividades a realizar, no âmbito desta unidade, tendo como base o repertório de os textos da tradição oral e suas reescritas:

Atividades de pré-leitura:Recolha de textos da tradição oral junto de familiares e amigos.Investigação de outros elementos da tradição, como rituais, práticas ancestrais e crenças.Recolha de diferentes versões de um mesmo texto.Análise comparativa de títulos, com vista à identificação de elementos recorrentes e de ciclos temáticos e/ou motivos narrativos mais frequentes.Formulação de hipóteses de interpretação a partir dos títulos dos textos.Reflexão sobre a génese e as características da LTO, tendo em conta o contexto e o capital de experiência dos alunos.

Atividades de leitura:Leitura de textos da tradição oral.Análise e interpretação dos textos, com vista à identificação de temas, motivos e variantes.Caracterização das personagens; localização da ação no espaço e tempo; identificação das sequências nucleares da narrativa.Análise da simbologia de elementos recorrentes.Identificação de marcas do discurso oral e de estratégias da sua fixação escrita.Análise comparativa de diferentes versões de textos da tradição oral.Confronto de enunciados da LTO e de práticas textuais de reescrita.Identificação de marcas de contemporaneidade e adaptação contextual (cultural, linguística, etc.) em versões reescritas

Atividades de pós-leitura:Continuação de um texto da tradição oral.Recriação de textos da tradição oral.Criação de contos maravilhosos (a partir de ingredientes tradicionais e míticos).Ilustração dos textos.Circulação e divulgação dos contos recolhidos e/ou criados pelos alunos na comunidade.

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Unidade Temática 4 – Reescritas

Nesta unidade temática, promove-se o desenvolvimento de competências de compreensão e de leitura de textos pertencentes a modos e géneros/tipologias diferentes, procurando estimular-se a abordagem dialógica entre o património textual tradicional e a criação literária canónica, bem como o estabelecimento de nexos semânticos e de relações relações temáticas e formais.

Metas de aprendizagem1. Reconhecer na tradição – patrimonial, popular, literária − como um substrato identitário e um terreno recetivo à recriação transformadora2. Identificar a assimilação transformadora da herança tradicional (géneros, temas, motivos) em textos literários de autoria culta3. Caracterizar os efeitos e a intenção dos processos de reconfiguração ficcional do texto tradicional em alguma produção literária lusófona contemporânea em atividades de leitura metódica comparativa4. Evidenciar a relevância diegética e simbólico-ideológica de distintas categorias da narrativa no texto literário, confrontando-a com o respetivo intertexto oral tradicional5. Inferir os códigos socioculturais e os sistemas éticos subjacentes aos distintos contextos literários em que se concretiza a expressão lusófona, reconhecendo a valorização transversal, nas respetivas culturas tradicionais e nos textos em que ela se encontra plasmada, de conceitos de natureza etno-antropológica (v.g. ancestralidade, magia, infância, morte, etc)6. Explicitar a dimensão institucional da prática literária e descrever a dinâmica de legitimação social que lhe subjaz7. Explicar, na configuração do sistema literário, a cisão entre cânone e margem(ns), salientando a fluidez das suas fronteiras8. Apontar a identificação do autor como propriedade definidora do texto literário consagrado, confrontando-a com a criação anónima coletiva que tipifica a poética do texto tradicional9. Identificar as amplas possibilidades de manifestação do fenómeno intertextual, correlacionando-as com a sua diversa funcionalidade estético-ideológica10. Identificar afinidades e dissemelhanças entre o conto oral tradicional e o conto literário, reconhecendo no diálogo entre ambos inegáveis potencialidades de renovação temático-formal11. Apontar os traços semântico-estruturais que tipificam a escrita contística, relacionando-os com o imperativo de brevidade

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Competências nucleares

Atividade 1 Oralidade Leitura EscritaO Capuchinho Vermelho (C. Perrault)

Leitura silenciosa e/ou ex-pressivaLeitura global e leitura sele-tiva (compreensão e inter-pretação)Questionário (pontos 1.1, 1.2)

Registo de: aspetos es-pecíficos do texto; traços semântico-estruturais que tipificam a escrita contísti-ca; afinidades e disseme-lhanças entre versões de contos

Cenários de resposta e tópicos de leitura1.11.1.1 Jovem aldeã (Capuchinho), mãe, avó, Lobo, lenhadores.1.1.2 Protagonista (Capuchinho): jovem, muito bonita, destemida, ingénua; Mãe: “louca” pela filha; Avó: idosa; ado-entada; Lobo: matreiro, agressivo, guloso, esfomeado, “voz grossa”.1.1.3 Solidariedade (laços afetivos): Capuchinho, mãe e avó // antagonismo: Capuchinho e avó versus Lobo.1.1.4 Introdução (situação inicial) = primeiro parágrafo; Desenvolvimento (peripécias e ponto culminante) = parágra-fos seguintes (encontro de Capuchinho com o Lobo; “encontro” do Lobo com a avó; “reencontro” do Lobo com Capu-chinho); Conclusão (desenlace) = último parágrafo (o que antecede a moralidade).1.2 1.2.1 “crianças jovens, sobretudo moças belas, bem feitas e gentis”.1.2.2 carácter educativo – normalização/regulação de comportamentos sociais (intuito moralizante).1.2.3 jovens moços, cortesãos, homens.

Competências nucleares

Atividade 2 Oralidade Leitura EscritaO Capuchinho Cinzento (Matilde Rosa Araújo)

Comentário pessoal(ponto 2.8)

Leitura silenciosa e/ou ex-pressivaLeitura global e leitura sele-tiva (compreensão e inter-pretação)Questionário (pontos 2.1, 2.2, 2.3, 2.4, 2.5, 2.6, 2.7)

Registo de: aspetos es-pecíficos do texto; traços semântico-estruturais que tipificam a escrita contísti-ca; afinidades e disseme-lhanças entre versões de contosRedação de comentário (ponto 2.8)

Cenários de resposta e tópicos de leitura2.1 Velhice, medo, solidão, memória, passado/presente (“o que aconteceu ao Capuchinho Cinzento, agora, com tanta idade?”; “ajudem-me agora!/Estou aflita a contar esta história”; “tenho medo. Ajudem-me”).2.2 2.2.1 “Aflita a cantar esta história”, cansada, “com tanta idade”, “um pouco surda”, “joelhos doídos”.2.2 “passaritos de cristal”.2.3 Exemplos: comparação: “o dedal brilhando como uma lágrima de estrela” – sugestão sensorial; visualismo; reite-ração da carga maravilhosa e simbólica do relato; frases interrogativas estruturadas a partir do paralelismo, anafórico: sucessão de questões no final do texto – reforço da expressão da emotividade, da riqueza afetiva do sujeito de enun-ciação.2.4 Cinzento – melancolia, luto; “passaritos de cristal” - voo libertador, sábio ou transparente, a espiritualidade e a sublimação; (água da) fonte - vida e perpétua regeneração.2.5 Texto matriz: Capuchinho Vermelho, mãe, avó e Lobo; ingenuidade; depredação física; agressividade; morte; floresta; infância; (uso económico de recursos técnico-expressivos) // texto de Matilde Rosa Araújo: Capuchinho Cinzento; (Sujeito de enunciação); Lobo; delicadeza; ternura; bosque; velhice; (uso abundante de recursos técnico-expressivos).

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2.62.6.1 de madrugada, a vegetação do bosque parece brilhar com as gotas de orvalho.2.6.2 o dedal destaca-se pelo seu brilho semelhante ao de uma estrela.2.6.3 a calma, a tranquilidade e o silêncio do bosque, mesmo havendo vida(s) que nele habita(m).2.72.7.1 confusa, tonta.2.7.2 acariciar.2.7.3 recipiente pequeno; púcaro .2.8 Ter em conta: referência ao “final da vida” da autora empírica e sua associação à atitude e à visão veiculada pela autora textual; contraposição: Capuchinho Vermelho, atitude destemida, lobo feroz versus Capuchinho Cinzento, medo, Lobo afável.

Competências nucleares

Atividade 3 Oralidade Leitura EscritaO Chapeuzinho Amarelo (Chico Buarque de Hollan-da)

Discussão prévia sobre ex-petativas de leitura

Leitura silenciosa e/ou ex-pressivaLeitura global e leitura sele-tiva (compreensão e inter-pretação)Questionário (pontos 3.1, 3.2, 3.3, 3.4, 3.5, 3.6)

Identificação do tema; caracterização da protago-nistaExplicitação do sentido de frases e expressões

Cenários de resposta e tópicos de leitura3.1.3.1.1 Paródia, sugerida pela mudança da cor: vermelho – certo dramatismo, seriedade; amarelo – cor do sol, luz, fes-ta, alegria, vivacidade.3.1.2 Do medo profundo e aparentemente incontornável de tudo e, em particular, do Lobo, até à ousadia, coragem, descontração e desafio, pela chacota.3.23.2.1 Lobo = símbolo do medo; metáfora da antropofagia, depredação.3.2.2 Destacar graficamente, colocar ênfase na figura e no poder que exerce sobre a protagonista; jogar com os carac-teres de modo a formar uma nova palavra; trocadilho.3.2.3 Do sério ao jocoso / cómico – carácter lúdico.3.3 Frustração; derrota do seu suposto poder “aterrorizador”.3.4 3.4.1 medo obsessivo e dominador (já sem se saber a sua causa).3.4.2 o lobo como um ser indefeso.3.4.3 superou todos os medos antigos.3.5 Raio, barata, bruxa, diabo, dragão, coruja, tubarão, bicho papão, monstros.3.6 “Trepa em árvore, rouba fruta, depois joga amarelinha / com o primo da vizinha, com a filha do jornaleiro, / com a sobrinha da madrinha” – rima interna; “de tanto pensar no LOBO, /de tanto sonhar com o LOBO, / de tanto esperar o LOBO”.

Competências nucleares

Atividade 4 Oralidade Leitura EscritaA B.D. de Richard Câmara Leitura visual Escrita criativa: redação de balões de fala

ou de pensamento (ponto 4.1)Redação de um breve texto narrativo (pon-to 4.2)

Cenários de resposta e tópicos de leitura4.1 e 4.2 Resposta livre.

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Sugestões de apoio à utilização do manual | 47

Competências nucleares

Atividade 5 Oralidade Leitura EscritaExcerto de Lições de um Ignorante, de Millôr Fer-nandes

Leitura silenciosa e/ou ex-pressivaLeitura global e leitura sele-tiva (compreensão e inter-pretação)Questionário (pontos 5.1, 5.2, 5.3)

Registo de: aspetos es-pecíficos do texto; traços semântico-estruturais que tipificam a escrita contísti-ca; afinidades e disseme-lhanças entre versões de contosRedação de comentário pessoal (ponto 5.4)

Cenários de resposta e tópicos de leitura5.1 Cómico – decorrente da sobreposição ficção/ciência (exemplo: desfecho da narrativa).5.2 5.2.1 Pseudo-explicações – desmistificações do ficcional/imaginário ; enraizamento no real e no universo da objetivi-dade.5.2.2 Efeito humorístico.5.2.3 Freud e Bethelheim (Psicanálise dos Contos de Fadas) – tópico da sexualidade.5.35.3.1 “Chapeuzinho Vermelho chegou e não percebeu que o Lobo não era a sua Avó, porque sofria de astigmatismo convergente, que é uma perturbação visual oriunda da corvatura da córnea”; “Mas para salvação de Chapeuzinho apareceram os lenhadores, mataram cuidadosamente o Lobo, depois de verificar a localização da Avó através de Ro-entgenfotografia.”5.3.2 – “Era uma vez” – fórmula de abertura hipercodificada que sugere as ideias de longínquo, indeterminado, fic-cional, lida, como se percebe do segmento entre parêntesis, literalmente, com valorização da unidade numérica // “(admitindo-se aqui o tempo como uma realidade palpável, estranho, portanto, à fantasia da história)”.- Capuchinho Vermelho apresentada como “um pouco tola”, com um cérebro “superexcitado”, “sofria de astigmatis-mo”.- “lobo que lhe disse” – negação da existência factual desta capacidade nos animais (parêntesis).- final dos contos maravilhosos ou de fadas (por exemplo, seguindo o modelo do “casaram e viveram felizes para sem-pre”) substituído pelas notas historiográficas.5.4 O público preferencial não é o infantojuvenil. O potencial recetor deste texto tem de possuir competências de leitura mais avançadas.

Competências nucleares

Atividade 6 Oralidade Leitura Escrita“Capuchinho Vermelho” (Vergílio Alberto Vieira)

Leitura silenciosa e/ou ex-pressivaLeitura global e leitura sele-tiva (compreensão e inter-pretação)Questionário (pontos 6.1, 6.2 e 6.3)

Registo de: aspetos es-pecíficos do texto; traços semântico-estruturais que tipificam as reescritas; afi-nidades e dissemelhanças entre versões.

Cenários de resposta e tópicos de leitura6.1 Protagonista – Capuchinho Vermelho; Capuz-indumentária – “alta costura”; Lobo matreiro.6.2 Vestuário – vaidade.6.3 Alta costura e Paris, vaidade.

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48 | Guia do professor

Competências nucleares

Atividade 7 Oralidade Leitura Escrita“Rap do Capuchinho Ver-melho”

Leitura silenciosaLeitura global

Escrita criativa – redação de um poema para uma can-ção rap (ponto 7.1)

Cenários de resposta e tópicos de leitura7.1 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 8 Oralidade Leitura EscritaNotícia - cinema Leitura silenciosa

Leitura global e leitura se-letivaIdentificação da estrutura e características de uma notí-cia (ponto 8.1)

Escrita criativa – redação de um questionário (ponto 8.2)

Cenários de resposta e tópicos de leitura8.1 Título – “Suspeitos improváveis”; lead – “Os clássicos continuam a ser uma excelente fonte de inspiração para a animação contemporânea.”; corpo da notícia.8.2 Resposta livre.

Competências nucleares

Atividade 9 Oralidade Leitura EscritaExcerto de Como e Por que ler os clássicos universais desde cedo?, de Ana Maria Machado

Leitura silenciosaLeitura global e leitura seletiva com vista à identi-ficação das ideias-chave do texto)

Redação de um resumo

Cenários de resposta e tópicos de leituraIntegrar os seguintes elementos no resumo: França, século XVII, mulheres contadoras de histórias, célebre C. Per-rault, coletânea de 1697, destinada à leitura na corte; Alemanha, século XIX, 1802, coletânea de histórias (120 con-tos) dos irmãos Grimm, preservar património tradicional oral; relato próximo da oralidade.

Competências nucleares

Atividade 10 Oralidade Leitura EscritaIlustrações Leitura de imagens

(compreensão / interpre-tação)

Registo (comparativo, por exemplo) de aspetos específicos dos textos visuais (por exemplo, através da elaboração de um es-quema)Comentário

Cenários de resposta e tópicos de leituraResposta livre.

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Sugestões de apoio à utilização do manual | 49

Competências nucleares

Atividade 11 Oralidade Leitura EscritaTexto “A cigarra e as duas formigas”

Leitura silenciosa e/ou ex-pressivaLeitura global e leitura sele-tiva (compreensão e inter-pretação)Questionário (pontos 11.1, 11.2, 11.3)

Registo de: aspetos es-pecíficos do texto; traços semântico-estruturais que tipificam a escrita recrea-tiva; afinidades e disseme-lhanças entre textos

Cenários de resposta e tópicos de leitura11.1 A segunda versão (“A cigarra e a formiga má”); cigarra – ócio, prazer, devoção // formiga – trabalho, precaução, dever, sobrevivência.11.211.2.1 Segunda versão; ver adjetivação da formiga nos títulos; afirmação conclusiva do texto.11.2.2 Cigarra = arte (importância vital da arte para o Homem).11.3 As duas fábulas lidas articuladamente motivam a reflexão, o questionamento, a relativização da norma.

Competências nucleares

Atividade 12 Oralidade Leitura EscritaPoema “Fábula velha em bossa nova” e “Fábula da fábula”

Exposição oral partilhada (trabalho de grupo e apre-sentação em grande grupo)

Leitura silenciosa e/ou ex-pressivaLeitura global e leitura sele-tiva (compreensão e inter-pretação)

Registo de: aspetos es-pecíficos do texto; traços semântico-estruturais que tipificam a escrita recrea-tiva; afinidades e disseme-lhanças entre textos.Análise comparativa

Cenários de resposta e tópicos de leitura- fábula velha em bossa nova (jogo – antinomia velha/nova).- “minuciosa formiga”, “cigarra que se põe a cantar”, “formiguinha ao trabalho/e ao tostão” // “fábula famosa/ali-mentícia”, “à base de uns insetos”.- “formiga”/”cigarra”/”eu” //”gente”, “filhos, netos, bisnetos”, “insetos”, “demónio secreto”, “eu”.- contraponto da norma, inversão ética dos comportamentos socialmente louvados/reprovados.

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Capítulo 4 | Tratamento de informação e organização do trabalho

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1 Para recolher informação em livros, importa...

Saber usar e/conhecer1.1 O índice, ou melhor, os diferentes índices

- Índice geral (sistemático ou analítico) – oferece o inventário mais global, apresentando capítulos, secções ou partes, por exemplo, com a indicação das páginas. Pode surgir no início ou no final da obra. - Índice onomástico – apresenta a lista alfabética dos autores referidos na obra. - Índice de matérias (ou temático) – integra a lista alfabética dos vocábulos fundamentais a que correspondem os assuntos tratados.

É também possível encontrar índices de gravuras ou de ilustrações, de mapas e gráficos, de quadros genealógicos, de documentos, de extratos, ou outros.

1.2 Prefácio ou prólogo

Consiste numa apresentação da obra e nele pode esclarecer-se o momento de elaboração, o objetivo ou a orientação do livro.

1.3 Notas

São auxiliares que completam ou objetivam a informação veiculada. Podem surgir ao fundo da página ou em rodapé, ou no final de um capítulo, por exemplo.

1.4 Bibliografia

Engloba uma relação de fontes e de trabalhos que serviram de base a uma determinada obra, permitindo também a sua consulta e podendo, inclusivamente, servir de motivação para futuros trabalhos.

2 Como tirar notas ou apontamentos?A seleção de informação e a sua fixação escrita pode ser efetuada a partir de processos como - Pequenos resumos (as ideias principais são registadas através de frases). - Palavras-chave (vocábulos representativos das ideias do texto, permitindo, mais tarde, a sua reconstituição) – é possível usar setas ou outros sinais, sublinhados, cores diferentes, etc. para estabelecer relações entre estas palavras. - Esquemas (de tipos variados)

3 Tópicos orientadores para a elaboração de um outline

O outline como matriz textual/estrutura de um projeto ou como forma de resumir um texto3.1 O que é um outline?

Usado frequentemente na redação de textos de investigação/ensaios/artigos, é uma forma hierárquica de organização de itens interligados de um texto, com o objetivo de delinear graficamente as suas relações.Pode significar: a) Um sumário (com esquema sequencial suportado por numeração e/ou alfabeto) das principais ideias de um texto; b) Um plano preliminar de um projeto.

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Tratamento de informação e organização do trabalho | 51

3.2 Quais as vantagens do recurso ao outline?

O outline oferece um resumo, mostrando a lógica ou a coerência organizativa do texto investigação/ensaio/artigo. É muito útil, na medida em que: a) Ajuda o autor (aquele que escreve) a organizar as suas ideias, antes de se dedicar à seleção vocabular e à estruturação frásica; b) Põe em evidência as ideias que necessitam de ilustração e/ou exemplificação; c) Auxilia o autor a optar por uma determinada estratégia organizativa (de tipo lógico/argumentativo, de ordenação cronológica, segundo categorias, etc.).

4  O resumoResumir um texto consiste num processo de desmontagem das suas ideias fundamentais e de retenção dos seus dados de conjunto. Trata-se de uma redução do original (não é uma paráfrase, um reconto, uma análise ou um comentário).

Que técnicas utilizar para elaborar um bom resumo?

4.1 Leitura e análise preliminar, procedendo a:

- Divisão do texto em partes; - Atribuição de um título-resumo a cada parte; - “Desmontagem“ do texto – deteção de palavras-chave e articuladores de discurso; - Síntese e organização de ideias nucleares (pensando numa estrutura lógica: introdução, desenvolvimento e conclusão).

É importante também atentar em aspetos como: - O título do texto (elemento paratextual que poderá fornecer indícios quanto à sua matriz temática); - O tema; - As sugestões presentes na introdução e na conclusão.

4.2 Redação do texto-resumo

Nesta fase, importa: - Respeitar a ordem pela qual o autor do texto original expõe as suas ideias; - Preservar o fio condutor do texto; - Omitir qualquer tipo de expressão de sentimentos ou de opiniões pessoais; - Ser claro; - Adotar um estilo neutro; - Não repetir as frases do autor, procurando expressões, frases ou vocábulos equivalentes; - Não usar o diálogo, quando ele existir no texto original, substituindo-o.

Um resumo não deve, em regra, ultrapassar 1/3 do texto original.

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52 | Guia do professor

4.3 Por fim, sugere-se que o aluno preencha uma grelha de autoavaliação do resumo como a seguinte:

Aspetos a considerar Sim NãoNão

observ.1. Mencionei apenas as ideias ou factos mais relevantes do texto de partida (original)

2. Não repeti listas ou sequências enumerativas presentes no texto original

3. Omiti expressões explicativas como “isto é”, “como é sabido”, etc.

4. Respeitei a ordem expositiva das ideias do texto original

5. Transformei o discurso direto em discurso indireto

6. Não transcrevi frases ou expressões do texto

7. Não recorri às mesmas palavras do texto para todas as situações

8. Articulei corretamente os parágrafos e as frases, recorrendo, sempre que necessá-rio, a conectores lógicos

9. O texto final (resumido) não ultrapassa 1/3 do número de linhas do texto de partida (original)

5 Preparação do trabalho de grupoA animação e gestão de um trabalho de grupo exige uma organização metódica, sendo fundamental: – A identificação precisa do tema do trabalho a desenvolver (Qual o tema do trabalho? Quais as questões para as quais se procurará resposta neste trabalho?) – A planificação da realização do trabalho: – Quais os momentos / datas para a concretização do trabalho (calendarização)? – Qual a informação a recolher para o trabalho? – Onde é possível recolher essa informação? (enciclopédias, livros especializados, jornais, revistas, entrevistas, visitas de estudo, internet, ...) – Quem recolhe essa informação (distribuição de tarefas)? – Quais os capítulos que compõem o trabalho? Qual o tema de cada um deles e quais as ideias-chave a desenvolver? – A avaliação “diária” da execução progressiva do trabalho, através da reflexão em torno de questões como: – A informação recolhida é suficiente para a elaboração do trabalho? – Haverá a necessidade de intervenção ou de pedido de colaboração/apoio de mais professores, investigadores ou especialistas? – Que dificuldades têm surgido ao longo da realização do trabalho? – A sua execução está a decorrer conforme a calendarização estipulada?

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Capítulo 5 | Leitura

1 Modalidades de leitura

“Ler é associar os símbolos impressos ou escritos graficamente com os símbolos auditivos conferindo--lhes um significado. Neste sentido, a leitura implica a associação entre um sinal auditivo e um sinal visual. Ao mesmo tempo, constitui uma reconstrução de significados, de ideias, de sentimentos e de impressões sensoriais. Ou seja, trata-se de um processo cognitivo – ao ler, a criança faz um reconhecimento visual e semântico: “…o reconhecimento das palavras escritas cria as condições de um processo altamente interativo entre a compreensão na modalidade auditiva e na modalidade visual de entrada da informação linguística.””1

As diferentes modalidades de leitura: a) Para informação e estudo – leitura realizada com um fim específico (encontrar uma informação, resolver um problema, etc.); permite captar/reter informação relevante e com interesse. b) Lúdica – leitura de fruição, também ligada ao entretenimento e à distração, decisiva para a criação de hábitos de leitura; está intimamente associada ao prazer, enriquecendo o leitor pelo contacto com outros mundos e vivências. c) Extensiva – possibilita o contacto com diferentes textos (que, por vezes, o tempo da aula não permite), expandindo e complementando o trabalho de leitura metódica. Os textos previstos para leitura extensiva, dotados de coerência temática ou problemática, devem convidar ao confronto e/ou comparação, fomentando uma leitura autónoma, motivada e fruitiva. d) Metódica – baseia-se na interpretação, na análise e no comentário de fragmentos de uma obra ou de várias obras, a partir da descoberta de aspetos particulares: tema, assunto, ideias importantes, sentimentos/emoções, valores (simbólicos, por exemplo), linguagem e recursos técnico-expressivos, etc.

Algumas estratégias a utilizar antes de iniciar a leitura2:O docente deverá orientar o aluno para que ele – Explicite o objetivo do texto e da leitura a efetuar; – Ative o conhecimento anterior sobre a temática versada no texto selecionado; – Antecipe conteúdos com base no título, na capa e na contracapa, nas imagens do livro, no índice, etc.

O aluno deverá dinamizar, de forma continuada, um exercício individual preparatório que englobe questões como: – Para que vou ler este texto? – O que já sei sobre a temática nele patente? – O que é que o título e as imagens/ilustrações indiciam? – Que informações posso reter do índice?

Algumas estratégias a utilizar durante a leitura:Importa que o docente envolva o aluno – Na concretização de uma leitura seletiva; – Na criação de uma imagem mental do texto lido (associações, sentimentos, etc.); – Na síntese, durante os vários momentos de leitura; – Na descoberta do significado de palavras difíceis ou desconhecidas; – No uso de materiais ou recursos de referência (dicionários, enciclopédias, sites, etc.); – Na paráfrase do texto; – Na identificação de palavras ou segmentos importantes e no registo de notas durante a leitura.

1 - DUARTE, Isabel Margarida (org.)(2002): Gavetas de Leitura. Estratégias e Materiais para uma Pedagogia da Leitura. Porto: ASA, p.12

2- Para a elaboração desta secção recorremos a SIM-SIM, Inês (2007). O Ensino da Leitura: A Compreensão de Textos. (brochura do PNEP). Lisboa: Ministério da Educação.

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O aluno deverá dinamizar, de forma continuada, um exercício individual preparatório que englobe questões como: – O que tenho que ler devagar e com muita atenção? – O que posso ler mais depressa? – O que tenho que voltar a ler? – De que imagens ou de que situações me lembro quando leio o texto? – Qual a informação mais importante do parágrafo? Como poderei resumi-la? – Como descubro o significado de uma palavra desconhecida? O que me faz lembrar esta palavra? Onde posso procurar o seu significado? – Onde procurar mais informações sobre o assunto do texto? – Como posso dizer o mesmo que o autor do texto diz, mas por outras palavras? – Que informação devo destacar (sublinhando ou registando algumas notas) para facilitar a memorização?

Algumas estratégias a utilizar depois da leitura:Da parte do docente, supõe-se o recurso a estratégias que motivem o aluno para – A formulação de questões sobre o texto lido e das respetivas respostas; – O confronto das previsões feitas ou das hipóteses interpretativas formuladas antes da leitura com o conteúdo do texto; – A discussão com os colegas do texto lido; – A(s) releitura(s).

O aluno deverá dinamizar, de forma continuada, um exercício individual preparatório que englobe questões como: – O que aprendi com o texto? – Quais as ideias mais importantes do texto lido? – Como posso resumir a mensagem do texto? – As minhas previsões sobre o conteúdo do texto estavam corretas? – Sobre que aspetos do texto gostaria de ouvir os meus colegas? O que acho relevante dizer aos meus colegas sobre o texto? – Quais as partes do texto que importa reler para tentar perceber melhor (ou simplesmente porque são importantes)? – Juntando a informação do texto lido aos conhecimentos que já possuía, o que sei agora sobre o assunto? – Tenho vontade de falar com alguém sobre o texto lido?

Após a leitura, aconselha-se também um registo, utilizando-se, para tal, uma ficha na qual se contemplem aspetos como: 1. Referência(s) bibliográfica(s); 2. Género literário; 3. Tema(s) mais relevante(s); 4. A frase que mais me impressionou... 5. O segmento que mais apreciei... 6. A minha opinião sobre: – O título – A personagem principal – O desenlace

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Leitura | 55

Outra possibilidade de exercício consiste na procura de informações a partir das fontes registadas junto dos textos lidos, de modo a construir um quadro1 semelhante ao que a seguir se apresenta:

Procurei Autor Obra Editor Ano de Publicação

Fiquei a saber

João Pedro Més-seder Versos com Reversos Editorial Caminho 1998

Vive no Porto. Além de escritor, é professor e in-vestigador. Gosta de música, de cinema e de po-lítica.

Livro de poemas divi-dido em duas partes: “Para os menos cres-cidos” e “Para os mais crescidos”. Esta obra foi nomeada em 1999 para a “Lista de Honra” do IBBY.Dois versos: “Esta pala-vra é um anjo, / aquela palavra é um segredo”

É uma editora portu-guesa situada em Alfra-gide (Lisboa). É a mes-ma editora que publica os livros do José Sara-mago e do Mia Couto, por exemplo.

Foi o ano da “Expo 98”, exposição inter-nacional inaugurada em 22 de maio, no Parque das Nações em Lisboa. Tinha como tema “Os Oce-anos”.

2 Leitura de imagensA leitura de imagens/visual/pictórica ou icónica é um exercício simultaneamente estimulante e exigente. O contacto com formas artísticas diversificadas é fundamental na promoção de uma educação estética, abrindo novas perspetivas acerca do mundo em que vivemos e em que nos realizamos enquanto seres humanos.Na leitura da imagem, existem dois níveis: o da denotação e o da conotação. O primeiro restringe-se à descrição ou enumeração dos elementos que integram a imagem; o segundo, de índole subjetiva/interpretativa, depende do contexto, da intencionalidade autoral e das sugestões que o leitor poderá detetar. Como na leitura de um texto literário, na leitura da imagem são mobilizadas não só capacidades cognitivas e culturais, mas também afetivas e de sensibilidade.

O processo de leitura de uma imagem baseia-se na: 1. Perceção do que a imagem representa para cada leitor em particular; – a realidade recriada (personagens, cenários, objetos, etc.); – o tema e/ ou os motivos; – o tipo de imagem, de acordo com o suporte (tela, papel, meio digital, etc.) ou a técnica (óleo, aguarela, guache, carvão, digitalização, etc.); 2. Identificação dos elementos que a integram; – a composição: elementos morfológicos (pontos, textura, linhas horizontais, verticais, curvas ou oblíquas, formas geométricas, etc.); – as cores (primárias, quentes ou frias, etc.); 3. Interpretação do que significa, tendo em conta o seu poder evocativo e simbólico (polissemia) – temas e mundos sugeridos; – valores e estados de alma representados; – valor utilitário (didático, comercial, documental, publicitário, etc.).

1 - SOUSA, Maria Elisa (2010). “Questões de edição: a fidedignidade dos textos”, in Malasartes [Cadernos de Literatura para a Infância e a Juventude], nº 20, novembro de 2010, pp. 57-59.

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A imagem pode ter várias funções, de acordo com as diversas interpretações que proporciona:1. Informativa (referencial)2. Explicativa3. Argumentativa4. Crítica5. Estética6. Simbólica7. Narrativa8. Expressiva9. Lúdica10. Metalinguística

PROPOSTA DE ATIVIDADE A REALIZAR COM OS ALUNOS:

1 Observa a seguinte imagem:

1.1 Explicita o(s) tema(s) que dominam, em seu entender, a ilustração apresentada.

1.2 Descreve as suas principais marcas compositivas.

1.3 Idealiza um contexto para a sua elaboração/divulgação.

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Capítulo 6 | Da expressão/compreensão oral à expressão escrita

1 Debate

O que é um debate?Um debate é, por definição, uma troca de ideias organizada e dirigida para uma conclusão.

Quais os objetivos possíveis de um debate? – Aprofundar um tema; – Alargar e/ou consolidar conhecimentos; – Promover o confronto de opiniões; – Formular hipóteses e/ou refletir sobre diferentes posições face a um mesmo assunto, ainda que possa não haver consenso final.

Quais as condições essenciais à promoção de um debate?É imprescindível que os seus participantes saibam argumentar convenientemente e adotem posturas corretas entre si. Saber falar e saber ouvir constituem dois pressupostos fundamentais num debate.

Quais as modalidades de um debate? Podem distinguir-se duas modalidades de debate: a) A mesa redonda – Participam poucas pessoas. Todas podem intervir, encontrando-se investidas de igual autoridade. É de tipo informativo. b) A assembleia – Utiliza-se em grupos muito numerosos e para decidir entre duas posições opostas. Os preletores, que são quem melhor conhece o tema, expõem os pontos de vista em debate, resolvem dúvidas e, finalmente, procede-se à votação. A realização de um debate exige uma preparação prévia, ou seja, a recolha de informações pertinentes sobre o tema, bem como a seleção de argumentos e exemplos que validem a posição/opinião defendida.No decurso do debate, é importante ouvir atentamente as diferentes intervenções e anotar os pontos que se pretendem refutar e que contribuem para a credibilidade e aceitação da tese defendida, ao mesmo tempo que contestam a validade da tese do adversário. Na exposição oral das ideias, são frequentemente utilizadas expressões como: – A meu ver… Do meu ponto de vista… Na minha perspetiva… – Não me parece… /Não acredito… Recuso a ideia… – Pelo contrário… – Gostaria que exemplificasse… A título de exemplo… – Pensemos no caso… – Gostaria de acrescentar… – Por outras palavras… Dito de outra forma… – Se me permite acrescentar… – Serei breve… – Em conclusão… Concluindo… Em síntese… Para finalizar…

Além dos participantes propriamente ditos, fazem igualmente parte integrante de um debate o moderador e o secretário. A função do moderador consiste em abrir a sessão, apresentando de forma breve os intervenientes e o tema a ser discutido, bem como as regras/métodos de trabalho. Cabe também ao moderador colocar questões aos participantes, conceder-lhes a palavra, procurando gerir de forma equilibrada o tempo/número de intervenções, controlar eventuais intervenções de índole pessoal e/ou agressivas, clarificar e sintetizar as ideias,

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58 | Guia do professor

fazendo simultaneamente o ponto da situação, bem como apresentar as conclusões, antes de fechar o debate. Note-se que o moderador deve ser rigoroso e imparcial nas suas observações/atitudes. Relativamente ao secretário, este deve anotar, por ordem de pedido de palavra, o nome das pessoas que querem intervir e as diferentes opiniões defendidas, cabendo-lhe fazer, no final, o relato do decurso do debate.

2 AtaA ata é o registo fiel de tudo o que se discute ou analisa numa reunião. Normalmente, nessa reunião, é indicado um presidente (que conduz a ordem de trabalhos) e um secretário (que toma nota de tudo o que é dito e redige, no final, o texto). A ata só é válida depois de lida, aprovada e assinada por todos os presentes, para que haja uma concordância com os assuntos que dela constam. A ata é, por tudo isto, um documento oficial válido em qualquer situação, quer para comprovar o que foi dito em determinado momento, quer para servir de informação sobre determinado assunto. Vulgarmente, as atas são manuscritas e registadas no chamado “Livro de Atas”. Mais recentemente, as atas já são redigidas em computador. Neste caso, deverão ser impressas e todas as folhas rubricadas pelo secretário e pelo presidente da reunião, de maneira a que não se altere o texto depois da reunião. As folhas impressas deverão ser guardadas num dossiê.

Como redigir uma ata: – Indicar o título da reunião realizada (ex. Reunião de trabalho da turma….); – Indicar o número de ordem da ata; – Registar o dia, mês, hora e local onde se realiza a reunião; – Indicar a ordem de trabalhos; – Identificar as pessoas presentes e ausentes na reunião; – Registar as intervenções e declarações, indicando as eventuais votações; – Escrever todos os números por extenso (excetuando as referências a decretos-lei), bem como as siglas ou abreviaturas; – Trancar todos os espaços em branco; – Encerrar de acordo com a fórmula “E nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a reunião da qual se lavrou a presente ata que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada nos termos da lei”; – Se se tratar de uma ata manuscrita, caso haja algum engano, não se pode rasurar, devendo escrever-se a palavra “digo” seguida do que se pretendia inicialmente registar.

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Da expressão/compreensão oral à expressão escrita | 59

PROPOSTA DE ATIVIDADE DE EXPLORAÇÃO

2.1 A partir do texto “Dia e Noite”, incluído neste guia, preparar a dramatização da reunião de animais e, posteriormente, redigir a respetiva ata.

3 Texto expositivo

A exposição

Qual o seu principal objetivo? Informar e veicular conhecimentos – intenção didática.

Quais as suas características formais? - Estrutura ordenada, clara e objetiva; - Prevalência da função referencial da linguagem; - Adequação aos supostos conhecimentos do recetor; - Desenvolvimento gradual de uma ideia.

MODELO DE UMA ATA

------------------------------------------------- Ata número um------------------------------------------------

--- Aos ____________ dias do mês____________ de dois mil e onze, pelas ___________ horas e vinte, reuniu-se a Turma X do décimo ano, sob a presidência do professor de Temas de Literatura e Cultura, com a presença de todos os elementos. -----------------------------------

--- Deu-se por iniciada a reunião com a seguinte ordem de trabalhos: ------------------------Ponto um: Informações; ---------------------------------------------------------------------------------Ponto dois: Redação do contrato de leitura; -------------------------------------------------------Ponto três: Outros assuntos. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- E nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a reunião, da qual se lavrou a presente ata que, depois de lida e aprovada, irá ser assinada por todos e por mim, que a secretariei. -----------------------------------------------------------------------------------------------

Nomes Assinaturas

O Presidente da Reunião

______________________(nome)

O Secretário

________________________(nome)

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60 | Guia do professor

Que tipos de textos expositivos podemos distinguir? – De divulgação: facultam informação clara e objetiva sobre um tema de interesse geral. São variáveis quanto ao grau de dificuldade de compreensão, segundo o recetor ao qual se dirigem (mais ou menos culto) e a intenção (mais ou menos didática). – Exposição científica: é um subgénero especializado, com elevado grau de complexidade, pois a sua finalidade não é apenas informar, mas também fazer compreender fenómenos, conceitos, relações, etc. Exige que o conhecimento do recetor sobre o tema seja profundo.O texto expositivo (mostrar) pode combinar-se com outros tipos de texto, especialmente o argumentativo (demonstrar ou convencer).

Que tipo de relação é possível estabelecer entre os elementos do texto? – Relação lógica: causa/efeito – Relação cronológica: baseada numa perspetiva temporal (antes/depois). – Relação hierárquica: por ordem de importância.A seleção de informação processa-se a partir do conhecimento global acerca do tema, da perspetiva escolhida para a sua abordagem e da sua adequação aos conhecimentos previsíveis do recetor.

Como poderá estruturar-se? (para além de uma ordenação clara e coerente) – Diz do que vais falar, seguidamente, fala, e, depois, diz sobre o que falaste.Introdução: definição do tema.Desenvolvimento: aborda-se o tema, incorporam-se subtemas e apresentam-se exemplos.Conclusão: retoma da tese apresentada no início, valoração da informação.

Como podemos classificar uma exposição em função do desenvolvimento escolhido? Analítica ou dedutiva – se se parte de uma ideia ou tese e, em seguida, se exemplifica ou se explica.Sintética ou indutiva – se se parte da apresentação de casos particulares ou de exemplos para uma conclusão ou síntese.

Quais as formas linguísticas privilegiadas na exposição?Sintaxe – Orações declarativas, compostas.Verbos – Presente intemporal, terceira pessoa, formas impessoais.Léxico – Claro e preciso. Deve evitar-se a ambiguidade, a polissemia e a formulação de juízos de valor. Adjetivos especificadores.

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Da expressão/compreensão oral à expressão escrita | 61

PROPOSTA DE ATIVIDADE A REALIZAR COM OS ALUNOS:

3.1 Lê atentamente o texto expositivo que se segue:

(retirado de “Portugal Animal” in Visão, Nº 898, 20 de maio de 2010, p. 94)

3.1.1 Analisa o texto apresentado, identificando/caracterizando:

– o tema;

– a estrutura;

– a linguagem e o estilo;

– o tipo de exposição.

COMUM...POR ENQUANTO

Este vistoso lagarto endémico da Península Ibérica é muito mais abundante em Portugal do que em Espanha, tendo em conta a dimensão dos dois países - 45% dos animais vivem do lado de cá da fronteira, a maioria a norte do Tejo, em regiões húmidas, perto de ribeiras. Aliás, os nossos vizinhos dão-lhe o estatuto de “quase ameaçado”. Mas, ao contrário da tendência geral da fauna portuguesa, o lagarto-de-água está em constante regressão. Entre as maiores ameaças encontram-se a construção de barragens, as descargas de efluentes, a perda de habitat para o Homem e os fogos florestais (em 2003, os incêndios em Monchique e no Cercal dizimaram populações inteiras destes animais). Atualmente, a espécie é alvo de várias ações de conservação - com o endemismo, aumenta a responsabilidade. É relativamente fácil ver e reconhecer o lagarto-de-água: a sua cabeça azul, o corpo verde e a longa cauda são inconfundíveis.

Onde ver Gerês (Parque Nacional da Peneda-Gerês: 253 203 480)Onde Comer O Bem Cozinhado, Braga (253 351 392)Onde Dormir Águas do Gerês - Hotel, Termas & SPA, Gerês (253 390 190) Sugestão Castro Laboreiro, Pitões das Júnias e a Cascata do Arado são paragens obrigatórias

LAG

ARTO

-DE-

ÁGUA

Pouco Preocupante

Page 64: Temas de Literatura e Cultura 10º - Guia do Professor

62 | Guia do professor

4 Comparação de textosComparar é uma operação de leitura frequente. No âmbito da análise textual, propõe-se o seguinte método de trabalho:

1º – Abordagem preliminar

Após a leitura dos textos, procede-se à sua segmentação em sequências lógicas. Dado que a visualização de um trabalho é sempre importante, esta divisão poderá apresentar-se da seguinte forma:

Texto A Texto B

1ª parte (da linha X à linha Y)

2ª parte (da linha X à linha Y)

(...)

1ª parte (da linha X à linha Y)

2ª parte (da linha X à linha Y)

(...)

2º – Confronto dos textos

Tendo como ponto de partida o texto mais extenso, completo e claro, propõe-se uma sistematização das ideias de ambos numa tabela como a que a seguir se apresenta. Note-se que um exercício deste tipo exige um processo de releitura – ou releituras sucessivas – dos textos em confronto:

Texto A Texto B

Temática nuclear

Ideias idênticas ou muito próximas

Ideias francamente opostas

Ideias complementares

Ideias novas (que surgem apenas num dos textos)

3º – Apreciação final

Nesta fase, prevê-se – Um resumo da tese ou informação central de cada texto; – Uma conclusão acerca da sua respetiva relevância; – Uma apreciação das intenções de cada um dos textos.

4º – Súmula e redação do texto final

Na escrita de um texto pessoal e definitivo acerca de dois documentos comparados, devem contemplar-se: – Os principais propósitos dos autores; – A relação entre os textos (Opõem-se? São complementares? Na totalidade ou apenas parcialmente?) A estrutura do texto final poderá ser tripartida, integrando: I parte – introdução – resumo da tese ou informação central de cada texto; II parte – desenvolvimento – explanação sustentada da relação entre os textos (identidade, oposição ou complementaridade?); III parte – conclusão – apreciação pessoal sobre a questão/as questões debatidas nos textos comparados e sobre as posições dos seus respetivos autores.

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Da expressão/compreensão oral à expressão escrita | 63

5 Articuladores do discurso úteis na redação de um texto

PARA PROVAR / ASSEGURAR: Com efeito,Efetivamente, Sem dúvida, Decerto, Com certeza, Deste modo, Na verdade, Ora,Como vimosÉ evidente queCertamenteCom toda a certezaNaturalmenteEvidentemente

PARA ILUSTRAR OU EXEMPLIFICAR:Assim, Por exemplo,É o caso deComo se pode verÉ o que se passa comRessalte-seSaliente-seImporta salientarÉ importante frisarSenão, vejamos o caso

PARA APROXIMAR E/OU COMPARAR:Do mesmo modoTal comoAssim comoPela mesma razão

PARA REFORÇAR A IDEIA:Além de / disso, AindaSobretudoTambémDe igual modoNão só, mas tambémPor um lado, por outro ladoPor esta razãoNote-se queAtente-se emDe acordo comComo já foi ditoPor isso,Na grande maioriaEm favor deEm virtude de

PARA EQUACIONAR E/OU FORMULAR HIPÓTESES:Se,A menos queSupondo que(Mesmo) admitindo queSalvo seExceto seTalvezÉ provável / possível queProvavelmentePossivelmentePorventura

PARA EXPRIMIR UMA OPINIÃO:A meu verCreio que Em nosso entenderNa minha opiniãoSob o meu ponto de vistaParece-me que

PARA REAFIRMAR E/OU EXPLICITAR:Isto é, Ou seja, Ou antes, Aliás,Ou melhor, Melhor dizendo,Por outras palavras,Então,Tomemos como exemploPode dizer-seÉ o caso deNeste casoComo veremos, Sendo assim, Por vezes,Às vezes, Veja-se / Observe-seCompare-se / Confronte-se(Não) significa isto queQuer isto dizerNão se pense queCom isto não pretendemos

PARA EXPRIMIR O FIM/OBJETIVO:ParaPara queCom o intuito /objetivo deA fim de

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64 | Guia do professor

6 Elaboração de um comentário

– No caso de existirem duas ou mais opções, escolher aquela para a qual julgas estar melhor preparado ou, em que pensas ter mais “hipóteses”, de modo a relacionar temas que já abordaste nas aulas.– Se houver uma frase para comentar, sublinhar os seus elementos principais e explanar o assunto, concordando ou discordando da opinião, mas justificando sempre.– Fazer um plano para a composição (pode ser, por exemplo, um esquema, no qual estejam contempladas as ideias-chave, agrupadas por afinidades, por linhas de força...).– Elaborar uma composição equilibrada – com princípio, meio e fim.– Cumprir o número de páginas / linhas / palavras exigidas.– Não fugir ao tema.– Introduzir de modo as informações que possuis.– Ao longo da explanação, dar a opinião e revelar que se possui um certo grau de maturidade cultural.– Cuidar a linguagem – registos de língua, ortografia, pontuação e sintaxe...– Redigir frases completas.– Fazer corresponder um parágrafo a cada ideia.– Articular de forma coerente as frases ou os parágrafos (por coordenação ou subordinação, através de articuladores de discurso...). – “Memorizar” uma citação para cada assunto de modo a poder introduzi-la na tua explanação e tirar daí partido.– Concluir bem a dissertação e o(s) comentário(s).

PARA LIGAR ESPACIAL E TEMPORALMENTE:Ao ladoSobreÀ esquerda / à direitaNo meioNaquele lugarO lugar ondeApósAntesDepoisEm seguidaSeguidamenteAté queQuando

PARA ATENUAR OU RESTRINGIR:Pelo menosRessalve-seNeste casoNo entantoTodaviaNão obstante

PARA CONCLUIR:PortantoLogoEnfimConcluindoEm conclusão / suma / sínteseFinalmentePor todas estas razõesConsequentemente / Em consequênciaPor tudo aquilo que foi dito

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65

Capítulo 7 | Modos literários e análise textual

1 A análise do texto passo a passo

– Ler primeiro todo o texto e todas as questões / tópicos a que terás de responder / desenvolver.– Reler o texto, tentando encontrar (e assinalar – por exemplo com um sombreado) palavras ou expressões-chave que respondam às questões formuladas.– Responder a cada pergunta de uma forma pessoal e não muito alongada, tendo sempre em vista a opinião do autor; é aconselhável, nas justificações, ilustrar com uma frase retirada do texto.– As respostas devem ser redigidas com concisão, propriedade e clareza.– Cuidar: – A caligrafia; – A apresentação; – A pontuação; – A ortografia; – A sintaxe (organização frásica); – Os registos de língua (escolha vocabular).– Ler atentamente cada questão / tópico de análise e ver se é solicitada justificação.– Não utilizar abreviaturas.– Usar aspas quando escreves nomes estrangeiros ou frases (ou palavras) retiradas do texto.– Nunca começar a resposta com porque – redigir sempre frases completas.– Evitar repetições de palavras e / ou ideias.– Após ter terminado o questionário, verificar se não deixaste, por esquecimento, nenhuma questão por responder ou tópico por focar.

2 Texto narrativo

2.1 AÇÃO

A ação de um texto designa com o conjunto de acontecimentos que se desenrolam num determinado espaço e num tempo mais ou menos extenso.

2.1.1 Intriga – ação considerada como um conjunto de acontecimentos que se sucedem, segundo um princípio de causalidade, com vista a um desenlace. A intriga é entendida como uma ação fechada (princípio, meio e fim).

2.1.2 Ação principal – integra o conjunto de sequências narrativas que detém maior importância ou relevo.

2.1.3 Ação secundária – a sua importância define-se em relação à ação principal, de que depende, regra geral; relata acontecimentos de menor relevo.

2.1.4 Estrutura da ação – A ação é constituída por um número variável de sequências (segmentos narrativos com princípio, meio e fim), que podem ser articuladas de diferentes modos: a) Encadeamento ou organização por ordem cronológica

Sinicial S2 S3 Sn S�nal

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66 | Guia do professor

b) Encaixe, quando uma ação é introduzida numa outra que estava a ser narrada e que depois se retoma:

c) Alternância, quando várias histórias ou sequências vão sendo narradas alternadamente:

(As narrativas ou sequências narradas alternadamente podem fundir-se no mesmo plano, designadamente no final.)Em qualquer destes casos, a articulação das sequências reenvia, tipicamente, para uma estrutura do tipo: a) Situação inicial b) Desenvolvimento c) Peripécia d) Ponto culminante (clímax) e) Desenlace

No conto tradicional, a estrutura é muitas vezes apresentada deste modo: a) Situação inicial de equilíbrio b) Aparecimento de um elemento perturbador c) Série de acontecimentos provocados pela dinâmica do desequilíbrio d) Fim da perturbação, pelo aparecimento de uma força inversa retificadora e) Situação final

2.2 Personagens

São essenciais a qualquer narrativa e podem ser analisadas de diferentes pontos de vista:

2.2.1 Quanto ao relevo: a) Protagonista, personagem principal ou herói – desempenha o papel central e a sua atuação é fundamental para o desenvolvimento da ação. b) Personagem secundária – assume um papel de menor relevo que o protagonista, sendo ainda importante para o desenrolar da ação. c) Figurante – tem um papel irrelevante no desenrolar da ação, cabendo-lhe, no entanto, a função de ilustrar um ambiente ou um espaço social de que é representante.

2.2.2 Quanto à composição: a) Personagem modelada ou redonda – dinâmica, dotada de densidade psicológica, capaz de alterar o seu comportamento e, por conseguinte, de evoluir ao longo da narrativa. b) Personagem plana ou desenhada – estática, sem evolução psicológica, sem grande densidade interior, por outras palavras: a personagem plana comporta-se de forma previsível ao longo de toda a narrativa. c) Personagem-tipo – representa um grupo profissional ou social.

S1 S2 S1

S2 S2

S1 S1 S1+S2

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Modos literários e análise textual | 67

d) Personagem coletiva – representa um grupo de indivíduos que age como se os animasse uma só vontade.

2.2.3 Quanto à função:As funções narrativas ou actantes da narração podem esquematizar-se do seguinte modo:

Destinador: personagem, entidade ou força superior que decide a favor ou contra a obtenção do objeto pelo sujeito.Destinatário: personagem ou entidade sobre quem recai a decisão favorável ou desfavorável do destinador.Sujeito: Personagem ou entidade empenhada na procura ou consecução de um objetivo, representado num objeto.Objeto: Personagem, entidade ou o que o sujeito procura obter ou atingir.Adjuvante: Personagem, entidade ou o que quer que facilite a obtenção do objeto por parte do sujeito.Oponente: Personagem, entidade ou o que quer que dificulte a obtenção do objeto por parte do sujeito.

(É importante reter que o actante não é, necessariamente, uma personagem humana; pode ser uma força superior, um animal, um objeto, uma circunstância, um conceito, um valor moral. Assim, por exemplo, o “Destino” pode ser o destinador; o “auxiliar mágico” ou a “astúcia”, adjuvantes; a “noite”, dependendo do contexto, pode ser oponente, como o rival do herói, etc.)

2.2.4 Quanto à caracterização:1 – Direta a) Autocaracterização – quando a própria personagem refere as suas características; b) Heterocaracterização – a caracterização da personagem é-nos facultada pelo narrador ou por outra personagem.2 – IndiretaO narrador põe a personagem em ação, cabendo ao leitor, através do seu comportamento e/ou do seu discurso, deduzir o seu retrato.

2.3 Espaço

a) Espaço físico – é o espaço “real”, interior ou exterior, que serve de cenário à ação, onde as personagens se movimentam. b) Espaço social – é constituído pelo ambiente social, representado, por excelência, pelas personagens figurantes. c) Espaço psicológico – espaço no qual se projeta a intimidade da personagem, abarcando as suas vivências mais íntimas, os seus pensamentos e sentimentos.

2.4 Tempo

2.4.1 Tempo cronológico ou tempo da história – determinado pela sucessão cronológica dos acontecimentos narrados.

2.4.2 Tempo histórico – refere-se à época ou momento histórico no qual a ação se desenrola.

destinador

adjuvante

destinatário

oponente

objeto

sujeito

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68 | Guia do professor

2.4.3 Tempo psicológico – é um tempo subjetivo, vivido ou sentido pela personagem, que flui em consonância com o seu estado de espírito.

2.4.4 Tempo do discurso – resulta do tratamento ou elaboração do tempo da história pelo narrador. Este pode escolher narrar os acontecimentos: a) Por ordem linear; b) Com alteração da ordem temporal (anacronia), recorrendo à analepse (recuo a acontecimentos passados) ou à prolepse (antecipação de acontecimentos futuros); c) Ao ritmo dos acontecimentos (isocronia), como, por exemplo, na cena dialogada; d) A um ritmo diferente (anisocronia), recorrendo ao resumo ou sumário (condensação dos acontecimentos); à elipse (omissão de acontecimentos) e à pausa (interrupção da história para dar lugar a divagações).

2.5 Narratário

Entidade fictícia a quem o narrador se dirige de forma expressa ou tácita. Pode ser uma entidade intrínseca à narração (narratário intradiegético) e, como tal, identificável no texto, ou um sujeito não explicitamente mencionado (narratário extradiegético) e sobreponível ao leitor.

2.6 Narrador

2.6.1 Quanto à presença: a) Não-participante ou heterodiegético b) Participante – Autodiegético (personagem principal) – Homodiegético (personagem secundária)

2.6.2 Quanto à focalização (perspetiva adotada pelo narrador em relação ao universo narrado): a) Omnisciente – o narrador encontra-se colocado numa posição de transcendência, demonstrando conhecer toda a história, manipulando o tempo, examinando o interior das personagens. b) Interna – o narrador adota o ponto de vista de uma ou mais personagens, daí resultando uma diminuição ou restrição de conhecimento. c) Externa – o conhecimento do narrador limita-se ao que é observável do exterior.

2.7 Modos de representação

2.7.1 NarraçãoRelato dos acontecimentos necessários à progressão da ação. É dinâmica, devido ao emprego dos verbos, sobretudo no pretérito perfeito ou no presente histórico (aspeto pontual ou singulativo do verbo).

2.7.2 DescriçãoConsta de informações sobre as personagens, os objetos e os espaços. Corresponde a momentos de pausa na progressão da ação. Serve-se, sobretudo, de verbos no pretérito imperfeito (aspeto durativo ou iterativo do verbo), que lhe conferem um carácter estático. A descrição pode ter várias funções na narrativa, sendo as principais: a) Decorativa – ornato do discurso, na retórica tradicional; b) Explicativa – acontece, por exemplo, no romance realista-naturalista para justificar o comportamento e a psicologia das personagens;

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Modos literários e análise textual | 69

c) De verosimilhança – neste caso abundam pormenores descritivos que criam a ilusão do real; d) Simbólica – os objetos e os espaços funcionam como símbolos mais do que como indícios referenciais.

2.8  Modos de expressão

2.8.1 DiálogoForma de comunicação verbal em que se verifica uma alternância das posições do emissor e do recetor. É a forma mais próxima da representação dramática. Na narrativa, aparece ligado ao discurso das personagens. Pela sua adaptação à personagem, garante a sua caracterização indireta e a do cenário social em que se movimenta. Inserido na narrativa, pode fazer progredir a ação, para além de lhe conferir verosimilhança.

2.8.2 Monólogo

Fala do sujeito consigo próprio, em que o emissor é simultaneamente recetor.

2.8.3 Monólogo InteriorRepresentação mental do discurso, apresentando-se, por esse motivo, algo desordenado ou até mesmo caótico. O monólogo interior distingue-se do monólogo tradicional pelo facto de representar o fluxo de consciência da personagem, sem qualquer intervenção do narrador.

2.9 Propriedades essenciais de um conto

Conto

Unidade dramática: um só conflito, uma só ação, um só drama.

Unidade de espaço: espaço sempre muito restrito.

Unidade de tempo: curto lapso de tempo, horas, dias ou meses.

Número reduzido de personagens, decorrente da unidade de ação, espaço e tempo.

Descrição: tende a anular-se, pois o ritmo da ação assim o exige.

Dissertação: quase ausente, porque retardaria o ritmo da ação.

Ficha de leitura do conto tradicional

1 Proposta de trabalho a realizar com os alunos

1.1 Personagens

1.1.1 Identifica as personagens da narrativa, classificando-as segundo a sua importância no desenrolar da ação (quais são as personagens que detêm o papel principal ou um papel secundário; quais as que atuam como figurantes).

1.1.2 Caracteriza as personagens principais.

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1.2 Espaço

1.2.1 Faz o levantamento das referências espaciais.

1.3 Tempo

1.3.1 A ação desenrola-se em X momentos. Identifica-os.

1.4 Ação

1.4.1 Divide o texto em partes, tendo em conta os momentos identificados anteriormente.

Elabora um resumo da intriga.

1.5 Narrador

1.5.1 Classifica o narrador, quanto à presença e quanto à ciência, justificando a tua resposta com expressões do texto.

Mais propostas de trabalho a propósito do conto tradicional

2.

2.1 Procura fazer uma recolha de contos tradicionais portugueses, recorrendo a familiares, amigos ou à tua memória.

2.2 Regista as versões recolhidas.

2.3 Se conseguiste obter versões diferentes de um mesmo conto, analisa-as registando as diferenças e as similitudes.

3.

3.1 Cria o teu próprio conto, atribuindo-lhe características que identificaste nos contos tradicionais.

Trabalho de grupo – para desenvolver em torno do conto tradicional

- Propõe-se a seleção e a leitura de um conto tradicional por cada um dos grupos de trabalho formados. - Cada grupo lê em voz alta o respetivo conto, apresentando-o à turma. - Aos restantes elementos da turma (ouvintes do texto) solicita-se o preenchimento da grelha de análise que se apresenta de seguida, chamando a atenção para as indicações a seguir facultadas.

Título do conto

(1)Ação

(história)

(2)Espaço

(2)Tempo

(3)Herói / heroína

(3)Vítima

(3)Vilão

(4)Outros aspetos

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Modos literários e análise textual | 71

NOTAS:

Quando leres ou ouvires um conto tradicional, deves ter em atenção os seguintes aspetos:

1. Ação (história): – Há uma longa introdução ou a ação é introduzida de imediato?– Qual o assunto? E os temas?– Qual a situação inicial? O que pretendia o protagonista? Houve ou não quem o ajudasse? Teve opositores? Que dificuldades teve de ultrapassar? Como o fez?– Como termina o conto?

2. Referentes espaciais e temporais:– São muito precisos ou determinados?– Qual a sua função na narrativa?

3. Personagens:– Como se caracteriza o herói / a heroína do conto?– A que geração pertence (pai, filha, velha, jovem, criança...)?– De que sexo é?– Quais as suas características físicas e psicológicas?– Qual o traço condicionador do seu êxito ou fracasso?– Como se caracterizam as personagens secundárias?– Que função desempenham?– De que género são (humanas, fantásticas, simbólicas...)?

4. Outros aspetos:4.1 Aspetos formais a identificar de imediato um conto popular:– Qual a expressão de abertura mais frequente?– Existem versos ditos ou cantados pelas personagens? (Qual a sua função?) – Há alguma fórmula característica de encerramento destes contos?4.2 Aspetos temáticosConsiderar:– A rivalidade de gerações;– A integração dos mais novos no mundo adulto;– O antagonismo de sexos;– Aspetos da vida social e do comportamento humano nas etapas fundamentais da vida (nascimento, namoro, casamento, velhice, morte...) e respetivas emoções (amor, ódio, desconfiança, alegria, felicidade, amizade, perseguição, rivalidade...).4.3 Valores transmitidos nos contos– Que valores se tenciona veicular?– Que imagem da vida é transmitida?– O conto tem uma “moral”? Qual?– O conto é demasiado conformista?4.4 Classificação tipológicaSerá um conto– Maravilhoso ou de encantamento?– De exemplo?– Religioso ou moral?– De animais ou fábula?– Etiológico (relato mítico da fundação de um local)?– Do ciclo da morte?– De adivinhação?

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3 Texto dramático

O texto dramático é apenas um dos componentes do teatro ao qual serve de suporte verbal. Neste sentido, possui características que o autonomizam enquanto texto literário. Quando é alvo de uma encenação, vê alargadas as suas possibilidades de leitura, uma vez que esse processo de representação engloba, desde logo, a concretização de uma interpretação de entre as várias que são possíveis.

“Emissor”

Geralmente, relator de certos eventos que não puderam ser figurados ou transmitidos pelas personagens;Presença pontual;Atualmente, pode aparecer como comentador de acontecimentos.

ModalidadesConstituído por:Texto principal – atos linguísticos das figuras atuantes;Texto secundário – indicações cénicas ou didascálias.

Estrutura interna

Constituído por:Exposição – apresentação das personagens e dos antecedentes da ação;Conflito – sucessão dos acontecimentos que constituem a ação teatral;Desenlace – desfecho da ação.

Estrutura externaConstituído por:Atos – mudança espacio-temporal;Cenas – inclusão ou supressão de personagens.

Características

Narratividade (algo que se pode contar);Representação de sequências de eventos …… provocados ou sofridos pelas personagens …… num determinado espaço e tempo, descrito e evocado pelo texto secundário.Só interessa o conflito:. Tempo condensado;. Espaço rarefeito;. Personagens supérfluas eliminadas;. Episódios laterais abolidos;. Uso do tempo presente a que se subordinam o passado e o futuro.

4 Ateliê de teatroSituando-se no domínio do lúdico e do informal, a criação de um ateliê de teatro possibilita a aprendizagem por via do divertimento. No meio educativo, um dos resultados esperados por esta atividade é o bem-estar e a comunicação, através da utilização da expressão individual e de grupo. Pretende-se que esta comunicação mobilize a afetividade, as emoções e o comportamento social, bem como o desenvolvimento harmónico do indivíduo como ser social e cooperante, tendo como pressupostos a disponibilidade, a recetividade e a intervenção de qualidade e de iniciativa própria. Um ateliê de teatro facilita a partilha e a aprendizagem por intermédio das relações, atitudes, valores e ações humanas, através da expressividade e da criatividade corporal e vocal.

Planificação de um ateliê de teatro

Atividades Recursos Calendário Dinamizadores DestinatáriosOrganização de pequenas representações e recitais, inseridos nos vários mo-mentos da vida escolarParticipação em encontros com pessoas ligadas ao teatroExposições sobre a vida e a obra de dramaturgos, encenadores, atores, …

Sala ou espaço destina-do aos ensaiosFigurino, maquilha-gem, máscaras, cená-rios, livros e revistas, …

A definir de acor-do com o plano de atividades da escola e a disponi-bilidade do grupo

Alunos do ateliêProfessor responsável (animador)Outros colaboradores

Comunidade escolar

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Modos literários e análise textual | 73

5 Discurso/texto argumentativo

O texto argumentativo tem como objetivo interferir com as convicções ou transformar o ponto de vista do recetor relativamente ao mundo que o rodeia, revestindo-se de um forte pendor persuasivo. É arquitetado tendo por base um conjunto de normas ou valores. Argumentar significa apresentar razões/argumentos válidos, com vista à defesa racional de uma tese que se pretende que seja acolhida pelo destinatário.

Genericamente, o texto argumentativo estrutura-se em quatro partes: – Tese – ponto de vista ou crença à qual o argumentador deseja fazer aderir o leitor; – Premissas – conjunto de factos ou pontos de vista prévios à argumentação e, em princípio, aceites por todos; – Argumentos – razões enunciadas a favor e contra a tese; – Conclusão – encerramento da argumentação, momento no qual se recupera o essencial da tese exposta.A ordem pela qual surgem estes momentos é variável, segundo o tema e o auditório ao qual é dirigida a argumentação.

É também possível organizar o discurso da seguinte forma: – Introdução: um parágrafo único; afirmação polémica ou tese a defender; – Desenvolvimento: dois ou mais parágrafos; premissas, argumentos e contra-argumentos, exemplos (cada parágrafo do desenvolvimento deve decompor-se em três elementos: ponto de partida, argumento e exemplo; os parágrafos devem ser encadeados uns nos outros através de articuladores do discurso); – Conclusão: um parágrafo único; retoma da afirmação inicial ou da tese, confirmando-a ou contrariando-a; reforço do ponto de vista pessoal.

5.1 Antes da elaboração de um texto argumentativo (oral ou escrito), é necessária:

– Uma pesquisa e inventariação de argumentos (seleção, número, precisão); – Uma organização dos argumentos (plano, encadeamento); – A opção por determinados recursos técnico-expressivos.Importa, ainda, responder a questões como: – Qual é a minha tese ou que quero eu provar? – Os argumentos selecionados são verdadeiramente válidos e eficazes? – De que factos disponho? Serão sólidos ou credíveis? Quais vou utilizar? Quais devo manter em reserva? – Haverá pontos fracos na minha argumentação? – Em que ponto posso ou devo ceder?

5.2 Momentos da elaboração de um texto argumentativo:

– Encontrar o problema – Analisar os dados – Dispor adequadamente os argumentos e contra-argumentos – Reformular – Enunciar soluções e propostas – Usar recursos técnico-expressivos adequados – Formular juízos de valor (concordância ou discordância final)

5.3 Qualidades (imprescindíveis) do texto argumentativo:

– Rigor; – Clareza;

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– Objetividade; – Coerência; – Coesão; – Sequencialização; – Riqueza lexical; – Articuladores de discurso1 como; – Copulativas: e; nem; também; não só... mas também; tanto... como; – Adversativas (oposição): mas; porém; todavia; contudo; apesar disso; não obstante; no entanto; – Conclusivas (efeito): logo; pois; portanto; por conseguinte; por consequência; por isso; – Explicativa: pois; – Causais: porque; como; visto que; pois que; já que; – Comparativas: como; conforme; segundo; assim como... assim também; mais... do que; menos... do que; ao passo que; – Temporais: quando; enquanto; apenas; mal; logo que; antes que; depois que; assim que; à medida que; – Concessivas (hipótese): embora; conquanto; ainda que; mesmo que; se bem que; apesar de que; – Consecutivas (consequência): tal que; de tal modo que; tanto que; de maneira que; – Finais: para que; a fim de que.

Proposta de atividade a realizar com os alunos:Lê o seguinte texto:

A maior aventura do homem Tem-se chamado à conquista espacial a maior aventura do Homem. Sem pretender percutir a corda patriótica quer-me parecer que a maior aventura do Homem continua a ser a dos Descobrimentos. Se fosse possível pôr as duas situações históricas a par e dar a escolher a um homem consciente delas, ou entrar na caravela para navegar no oceano encapelado e desconhecido, ou entrar no foguetão para dar voltas à Terra e regressar, o natural seria desejar ser posto em órbita. O homem que navega no espaço continua em íntimo contacto com o planeta de que se afastou, comunica com ele, fala com os que cá ficaram, ouve e responde, recebe ordens, diz gracejos em prosa ou em verso e tem a certeza de que a probabilidade de sofrer um desastre é extremamente pequena, porque vai amparado com todo o poderoso saber da técnica e sabe que todos têm os olhos ou o pensamento nele para o socorrerem, se for preciso. Esses não estão sós, nem perdidos, nem aflitos. Estão a executar uma missão de alta relevância, em que o mínimo depende deles próprios e o máximo dos que estão ausentes mas a observá-los. Que diferença para os navegadores dos Descobrimentos! Esses saíam do Restelo e enquanto vissem a orla da praia estavam ligados ao mundo; mas, desaparecida ela, eram homens totalmente perdidos de quem ninguém mais sabia, nem os outros deles nem eles dos outros. Cada um dos que ficavam ia à sua vida pelas ruelas da cidade, moirejando o seu pão, e eles, os navegadores, tanto podiam ir para o fundo das águas, como arribarem nas ilhas verdes e serem cortados às postas, como tornarem-se reis dos indígenas, que ninguém sabia de nada. Era o abandono total. Era a fome, a sede, o escorbuto, a agonia, a revolta, a traição, a morte lenta e raivosa, sem remissão possível, o bambolear enjoativo e incansável do madeiro sobre as águas. Passavam-se meses, um ano, dois anos. Às vezes, sucedia voltarem e então vinham contar o que tinham passado. Tinham passado a maior aventura de todos os tempos e, além disso, vinham sabendo que havia no mundo homens de outras cores, organizados segundo outras formas de sociedade, em que a moral era diferente, os valores humanos outros, os deuses outros, e que a Terra era redonda e que girava em torno do Sol como qualquer outro insignificante planeta. Sentavam-se na praia a pensar nisso e tinham nos olhos o brilho de um homem novo.

Rómulo de Carvalho, “O Astronauta e o Homem dos Descobrimentos” in O Comércio do Porto, 14/06/1996.

1 Vide, também, quadro apresentado neste guia, p. 63.

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Modos literários e análise textual | 75

1. Explicita a temática central do texto apresentado.

2. Esclarece, através da divisão em partes, a forma como o texto se encontra estruturado.

3. Explica o modo como o assunto é desenvolvido.

6 Textos e atividades complementares a realizar ocm os alunos(suscetíveis de leitura e análise – ou mesmo avaliação, caso o professor assim o entenda)

O dia e a noite No tempo em que os animais falavam, os dias e as noites não se sucediam regularmente como acontece agora. A duração dos dias e das noites não tinha uma delimitação definitiva e certa de tempo: tanto podia haver um dia seguido de uma noite, como dois, três ou sete dias ininterruptos sucedendo-se outras duas, três ou sete noites seguidas. Havia um grupo de animais que desejava que a um dia se seguisse uma noite e assim sucessivamente. Mas havia outro grupo de animais que preferia a divisão do tempo em sete dias consecutivos, seguidos de sete noites. Esta divergência de opiniões criava muitos desentendimentos a ponto de tornar iminente o perigo de contendas e rixas inevitáveis. Tudo isto acontecia porque a natureza ainda não tinha posto ordem nas coisas. A uma dada altura os animais convenceram-se de que tinham de tomar uma posição e decidir sobre a duração e sucessão dos dias e das noites. Assim, resolveram ter uma reunião geral. Foi escolhido um local para o encontro e foram convocados todos os animais que habitavam as florestas, os montes, os vales, as planícies, os rios e os mares. Chegado o dia marcado, animais de todas as espécies dirigiram-se ao local indicado e concentraram-se numa planície. Havia búfalos, cavalos, veados, cabritos, cães, gatos, ratos, repteis, batráquios, insetos, aves, raposas, macacos, enfim, toda a bicharada que povoava a terra. Foi uma grande algazarra que ecoava nas montanhas que circundavam a planície que servia de local para a “magna assembleia geral”. Após consultas prévias, foi acordado que a decisão seria tomada mediante um desafio de gritaria… No entanto, se todos gritassem seria uma balbúrdia! Assim, escolheram um de entre eles para representar os interesses de cada grupo. O corvo representava o grupo dos que queriam que o “dia” e a “noite” tivessem a duração de sete dias e sete noites seguidas. O kako’ak representava a malta que preferia que um dia se seguisse a uma noite. Começou então o desafio: o corvo com voz lenta e grave gritava: – Ah! Ah! Sete dias, sete noites!... Ah! Ah! Sete dias, sete noites!... O kako’ak, no seu cantar rápido e agudo gritava: – Cocau! Cocau! Um dia, uma noite!... Cocau! Cocau! Um dia, uma noite!... Todos os animais acompanhavam com grande expectativa o desenrolar do desafio. Enquanto o corvo, pausadamente, dizia a frase do desafio uma vez, já o kako’ak tinha repetido a frase dele umas quatro ou cinco vezes. Ante a lentidão do corvo, o kako’ak acelerava o ritmo da frase e elevava cada vez mais a voz. Nem dava tempo ao corvo para proferir a frase! As palavras começaram a sair cada vez mais desarticuladas. O corvo ficou sem fôlego e acabou por desistir da contenda. O kako’ak, por sua vez, não parava. Triunfante, gritava cada vez mais aceleradamente e mais alto, e mais… e mais… Aquele aglomerado de animais, em coro uníssono, juntou-se ao kako’ak e gritou num ritmo bem marcado e decisivo: – Um dia, uma noite!... Um dia, uma noite!... Um dia, uma noite!... Um dia, uma noite!... Este grito tão forte, tão compacto, tão firme e tão decidido estendeu-se pelas florestas densas, ecoou

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pelos montes e vales, fez estremecer a Terra e abalou o Firmamento. A Natureza ouviu e acedeu. O Sol, a Lua, as Estrelas anuíram. Saiu então o veredicto que havia de prevalecer pelos tempos fora: Um dia e uma noite. A partir daquele momento e até aos nossos dias, o ciclo do dia cósmico passou a ser: “um dia e uma noite”.

Helena Marques Dias (dir.), Lendas e Fábulas de Timor-Leste

A paz no planalto de tchiáru O Liurai de Nári, Telu-Coro, era muito valente. Nesse tempo, nem podia ser-se rei sem se ser valente, o que não quer dizer que o de Nári provocasse os povos seus vizinhos e os atacasse. Era teimosia dele dar-se bem com todos. Apesar de forte. Lembravam-se os que o viram crescer de que, em menino e rapaz, nunca nos jogos e lutas tinha sido vencido, quer estivesse sozinho, quer à frente de um grupo. – Em paz é que é bom reinar. Pode-se pensar, inventar e trabalhar – completava. Não é fácil de acreditar que um Liurai, e, ainda para mais, valente, gostasse da paz. Mas ele mesmo, para com outros reis, primeiro, procurava conversar, combinar e ajustar, e só quando, assim, se tornava impossível o acordo e o desafiavam, pegava em armas e ia para a guerra. Para ganhá-la. Ganhava sempre. O Liurai passeava muito pelas suas terras. Não havia caminho que ele já não tivesse pisado nem pessoa com quem não tivesse conversado. Mesmo as crianças juntavam-se à volta dele para ouvir-lhe a voz. Nem sempre lhe percebiam todas as palavras ou o sentido completo das suas frases, mas gostavam de ouvi-lo, como se estivessem a ouvir música, e mexiam-se como se bailassem ao som dela, que era, afinal, a sua palavra.Todos os dias, à hora do maior sol, o Liurai saía da sua morada e ia às fontes sagradas. Eram três: Utcharina, Umaunira e Tchenava. Aí, fazia as suas oferendas e praticava os seus sacrifícios. Era um ritual a que estava obrigado. Seguia por um lado e regressava pelo outro, cobrindo todos os sítios do reino. Quando alguns no seu povo se desentendiam, chamava-os para se encontrarem no sítio das três fontes sagradas e, aí, à sua vista, combinarem e ajustarem. Por ser assim, o Liurai de Nári pensava erguer um qualquer sinal na montanha para que todos o vissem durante séculos, sempre, e se lembrassem do seu significado, já que ele não ia durar na terra para poder repetir o seu conselho de paz. Quando chegava às fontes sagradas, olhava para o planalto e meditava no seu projeto da estátua que havia de construir para perpetuar entre o povo o seu voto. O tempo passava e a verdade é que não surgia no pensamento do Liurai o modelo do monumento a erguer. Chegou, porém, uma ocasião em que isso aconteceu. O caso foi que da floresta soltaram-se, de repente, sons gritantes, mistura de grunhidos e latidos, e apareceram, em luta feroz, um porco e um cão enormes, num rodopio louco que não ditava vencedor nem vencido. Então, ao Liurai surge, uma vez mais, a ideia do sinal na montanha. Aponta para lá. O cão e o porco soltam-se do rodopio e correm para o planalto, até ao cimo de tudo. Ora um ora outro, troca-se o perseguidor. Quando lá chegam, continuam na luta. Não se sabe de que lado está a razão. Ouve-se um estrondo, vê-se fogo, e solta-se uma nuvem de fumo que, depois, aos poucos, desaparece. E quando os olhos de todos podem, enfim, poisar lá no alto, veem, transformados em dois penedos, o cão e o porco. Essas esculturas ainda lá estão no planalto de Tchiáru. Parecem dizer: – Que haja paz!

Maria de Lourdes Tavares Soares e Maria Odete Tavares Tojal (org.), Histórias de Longe e de Perto

A voz do liurai de Ossu Desde sempre, as florestas mauberes têm sido templos sagrados e lugares de segredos. E, pelo menos há quinhentos anos, pessoas estranhas de várias nações entram e atravessam esses sítios sem serem capazes de entendê-los. Quer espreitando, quer escutando, o que fica por ver e ouvir é sempre mais do que o necessário para já não compreender a vida interior e os propósitos dos mauberes. É que é preciso ver mais para lá e,

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também, ouvir mais para lá. E avaliar, sobretudo avaliar, a luz das vozes. Mil segredos e projetos mauberes estão guardados por famílias, sacerdotes, Liurais e outros chefes desde há séculos, para somente serem revelados quando tiverem de o ser. Todos os mauberes sabem disto – e muitos, até, o têm dito ao longo dos tempos. Porém, ninguém, estrangeiro, foi ainda capaz de penetrar na história maubere até ao fundo dos fundos. É por isso que quase tudo dos mauberes ainda está por dizer, é por isso que o verdadeiro sentido de muitos e muitos factos, mesmo dos revelados diante do testemunho do povo, ainda está por explicar completamente. Como aquele gesto do Liurai de Ossu… Há uns setenta anos, o Liurai decidiu oferecer ao ocupante uma espingarda tida como relíquia maubere. Depois de todas as cerimónias do estilo, o Liurai de Ossu, rodeado de chefes e sacerdotes, autorizou que trouxessem, da floresta sagrada onde estava há um tempo imenso, essa arma – uma comprida espingarda de um cano e para aí de dois metros e meio de comprimento. O ato parecia de homenagem ao ocupante e as palavras, então por ele ditas, de inconsciente humildade: – Nós já não precisamos de armas. – Porquê? – perguntou o ocupante. – Porque nunca mais faremos a guerra! Os Sacerdotes e os Chefes repetiram: – Não precisamos de armas, porque nunca mais faremos a guerra! Outros Liurais, chefes e sacerdotes, por certo, disseram o mesmo: – Já não precisamos de armas, porque nunca mais faremos a guerra. Mas palavras destas foram sempre ditas fora da floresta. Dentro dela, nunca! Porque na floresta somente se rezava liberdade. Ainda hoje, meninas e meninos, mulheres e homens rezam lá liberdade. E há quem diga ouvir, a roçar pelas árvores, a voz do Liurai de Ossu a rezar liberdade.

Maria de Lourdes Tavares Soares e Maria Odete Tavares Tojal (org.), Histórias de Longe e de Perto

Atividades facultativas e/ou complementaresO Príncipe Sapo (versão 1) Era uma vez uma princesinha que estava a brincar no bosque, junto a um riacho. Saltava, corria e divertia--se a lançar uma bolinha de ouro. A certa altura, a bolinha rolou pelo chão e foi cair à água. A princesinha ficou desesperada. Tinha perdido o seu brinquedo preferido! Sentou-se na margem do riacho e começou a chorar. “Coitadinha de mim! Perdi a minha bolinha. Quem poderá ajudar-me a encontrá-la?” “Eu posso ajudar-te!”, disse alguém a coaxar. Era a voz de um sapo muito feio, com uma boca muito grande. “Vou mergulhar para procurar a tua bolinha”, disse, “mas tens de prometer que me vais receber em tua casa. Vais ter de me deixar comer no teu prato e dormir na tua cama e, de manhã, vais dar-me um beijinho.” A princesinha olhou para o sapo horrorizada: quem é que aquele parvo atrevido julgava que era! Mas como gostava tanto da sua bolinha... acabou por aceitar. “Se me trouxeres a minha bolinha de ouro, farei tudo o que me pediste”, prometeu. O sapo saltou para a água e pouco tempo depois apareceu com a bolinha de ouro na boca. A princesinha regressou a casa toda contente e nunca mais se lembrou do sapo, nem daquilo que lhe tinha prometido. Naquela noite, porém, enquanto estava a jantar no seu pratinho de ouro, ouviu alguém bater à porta, que disse a coaxar: “Abre a porta princesa. Lembra-te da tua promessa!” Mal ouviu o sapo, a princesa correu para os braços do rei, seu pai. A chorar, contou-lhe tudo sobre a bola, o riacho e o sapo. “Se fizeste uma promessa”, disse o rei, “deves cumpri-la!” E foi assim que o sapo comeu no prato da princesa e adormeceu na sua cama. Ela, por sua vez, esteve toda a noite, sem pregar olho, sentada no canto do quarto. De manhã, mal acordou, o sapo desatou a saltar pelo quarto fora, dizendo: “Agora quero um beijinho, agora quero um beijinho!” A princesa encheu-se de coragem. Fechou os olhos, tapou o nariz e, esticando os lábios o mais que podia, deu um beijinho ao sapo. “Depois disto não voltarei a ver este bicho horroroso!”, pensou a princesa. E tinha razão, porque quando abriu os olhos, em vez do sapo, estava um belo

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príncipe, que, de joelhos, lhe disse: “Uma bruxa má lançou-me um feitiço e só o beijo de uma princesa me podia salvar.” Feliz como nunca, a princesa abraçou-o e, um dia depois, casaram-se.

Paolo Cardoni, Fábulas maravilhosas

O Príncipe Sapo (versão 2) Era uma vez uma princesinha que, quando se cansava da sua luta inglória contra a estrutura machista do poder que vigorava no castelo, se descontraía passeando a pé pelo bosque e sentando-se à beira de um pequeno lago. Aí se entretinha a brincar com a sua bola de ouro preferida, que atirava ao ar para depois apanhar, e a refletir sobre o papel de militante ecofeminista na sua época. Certo dia, enquanto acalentava a utopia em que o seu reino se transformaria se coubessem às mulheres as rédeas do poder, deixou cair a bola, que rolou para dentro do lago. Ora, o lago era tão fundo e a sua água tão turva que ela não teve hipóteses de ver para onde a bola tinha ido. Não chorou, evidentemente, mas tomou mentalmente nota de que para a próxima teria de ter mais cuidado. De repente ouviu uma voz dizer: – Eu posso ir buscar a vossa bola, princesa. A princesa olhou em volta e viu a cabeça de um sapo que rompia a superfície do lago. – Não, não – disse ela. – Longe de mim escravizar um membro de outra espécie, para, com o produto do seu trabalho, satisfazer os meus desejos egoístas. O sapo disse: – Então e se fizéssemos um contrato de reciprocidade? Eu vou buscar a vossa bola e vos retribuís fazendo-me um favor. A princesa acedeu de bom grado a esta proposta tão equitativa. O sapo mergulhou na água e depressa voltou à superfície com a bola de ouro na boca. Cuspiu a bola na beira do lago e disse: – Agora, que vos fiz um favor, gostaria de conhecer os vossos pontos de vista sobre a atração física entre espécies. – A princesa não percebeu logo aonde o sapo queria chegar. Mas ele continuou: – A questão é esta: eu não sou realmente um sapo. Sou um homem a quem um feiticeiro mau lançou um feitiço. Embora a minha forma de sapo não seja melhor nem pior (apenas diferente) da minha forma de homem, adorava regressar ao convívio das pessoas. E a única coisa capaz de quebrar o feitiço é um beijo dado por uma princesa. A princesa refletiu um pouco sobre a possibilidade da ocorrência de assédio sexual entre espécies, mas a difícil situação do sapo comoveu-a profundamente. Por isso se inclinou para a frente e o beijou na testa. Num instante o sapo cresceu e se transformou. Ali estava, de pé dentro de água, no mesmo sítio onde estivera o sapo, um homem em camisa de golfe e calças aos quadrados de cores berrantes – meia-idade, estatura média e dando sinais incipientes, mas já visíveis, de calvície. A princesa ficou siderada e recuou: – Desculpe… Vai talvez achar que tenho preconceitos classistas, mas… Não é costume nestes casos os feitiços serem feitos em príncipes? – Lá costume é – respondeu ele –, mas desta vez a vítima foi um simples e inocente homem de negócios. Acontece que sou construtor civil e o feiticeiro pensou que estava a enganá-lo num negócio de terrenos. Vai daí convidou-me para uma partida de golfe e, quando eu ia para dar a primeira tacada, transformou-me. Mas devo dizer-vos que o tempo que passei como sapo não foi perdido. Aproveitei-o para conhecer a palmo todo este bosque, que considero ideal para a construção de um complexo de escritórios/habitação/lazer. A localização é excelente e o investimento não é coisa que assuste ninguém! Claro que nenhum banco iria emprestar dinheiro a um sapo, mas agora, que recuperei a forma humana, até me vêm comer à mão! Ora, vai ser canja! E, deixai que vos diga, vai ser um projeto em grande! Basta esvaziar o lago, cortar oitenta por cento das árvores, conseguir as licenças de… A carreira do sapo bravo acabou no momento em que a princesa lhe voltou a enfiar a bola de ouro na boca, o empurrou para debaixo da água e ali o manteve preso até que ele parou de estrebuchar. Durante o seu passeio de regresso ao castelo, a princesa pensou, espantada, na quantidade de boas ações que uma pessoa pode praticar em apenas uma manhã. E, se alguém pode ter dado pela falta do sapo, jamais alguém sentiu saudades do construtor civil!

James Finn Garner, Histórias Tradicionais Politicamente Corretas

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Modos literários e análise textual | 79

1. Considera as duas versões do conto “O Príncipe Sapo” e completa o seguinte quadro:

Versão 1 Versão 2

Identifica as personagens

Classifica-as quanto à sua relevância na ação

Caracteriza o espaço

Transcreve expressões que consti-tuam informantes temporais

2. Atenta na segunda versão apresentada.

2.1 Enumera as diferenças relativamente à primeira versão, mais tradicional.

2.2 Destaca as semelhanças.

3. Elabora o retrato dos protagonistas desta segunda versão, sob o ponto de vista:

3.1 Físico

3.2 Psicológico

3.3 Social

3.4 Moral

4. Comenta o ato de extrema violência cometido pela princesa.

5. Explica o título da coletânea – Histórias Tradicionais Politicamente Corretas – onde se insere este conto, à luz das motivações e dos valores ecológicos defendidos pela princesa.

6. Reescreve a história de forma a encontrar um outro “final (verdadeiramente) feliz”.

Cenários de Resposta:

1.

Versão 1 Versão 2

Princesa, sapo (príncipe), rei Princesa, sapo (homem de negócios)

Protagonistas (princesa, sapo)Secundária (rei) Protagonistas (princesa e sapo)

Bosque, à beira de um riacho Bosque, à beira de um lago

“Naquela noite”“De manh㔓um dia depois, casaram-se”

“a princesa pensou, espantada, na quantidade de boas ações que uma pessoa pode praticar em apenas uma manhã”

2. Diferenças: a princesa da primeira versão é uma personagem frágil e dependente, ao passo que a princesa da segunda versão revela ser detentora de ideias próprias, convicta das suas opiniões e com preocupações ecológicas e sociais; o sapo da primeira versão transforma-se num príncipe encantador coadunando-se com um

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final feliz, enquanto o sapo da segunda versão é um homem de negócios com intenções materialistas, o que impede a concretização de um desenlace convencional. Semelhanças: as personagens principais são, em ambas as versões, uma princesa e um sapo, e a ação desenvolve--se num espaço similar.

3. Princesa – fisicamente, deverá ser jovem, tendo em conta a abertura do conto “Era uma vez uma princesinha”; psicologicamente, pode afirmar-se que é determinada, opinativa, com preocupações sociais e ecológicas; em termos sociais, é um elemento da nobreza; moralmente, é uma personagem capaz de atitudes extremas, cometendo um crime: “a princesa lhe voltou a enfiar a bola de ouro na boca, o empurrou para debaixo da água e ali o manteve preso até que ele parou de estrebuchar”. Sapo – fisicamente, “um homem em camisa de golfe e calças aos quadrados de cores berrantes – meia-idade, estatura média e dando sinais incipientes, mas já visíveis, de calvície”; psicologicamente, apesar de materialista, demonstra respeitar as diferenças “a minha forma de sapo não seja melhor nem pior (apenas diferente) da minha forma de homem”; em termos sociais, trata-se de um “construtor civil” e, moralmente, é um homem capaz de aproveitar as oportunidades que lhe surjam: “Mas devo dizer-vos que o tempo que passei como sapo não foi perdido. Aproveitei-o para conhecer a palmo todo este bosque, que considero ideal para a construção de um complexo de escritórios/habitação/lazer”.

4. Resposta livre (expressão oral)

5. Resposta livre (expressão oral)

6. Resposta livre (expressão escrita)

Sugere-se a consulta da seguinte ligação que permite o acesso a muitas histórias da tradição oral, nomeadamente de países lusófonos: http://www.contosencantar.blogspot.com/

Sugere-se a consulta da seguinte ligação para o acesso a uma versão animada, de Walt Disney, da fábula “A Cigarra e a Formiga”: http://www.youtube.com/watch?v=IezC65lMZKY

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Capítulo 8 | Texto não literário

1 Notícia

1.1 O que é?

A notícia é um relato ordenado, objetivo e sem comentários de uma situação ou de um facto verdadeiros e capazes de despertar o interesse dos leitores. Sendo um documento de divulgação, constitui a matéria-prima do jornalismo. Factos políticos, sociais, económicos, culturais, naturais e outros podem ser notícia para um determinado veículo de imprensa se afetarem indivíduos ou grupos significativos.

1.2 Como se faz?

Logo no parágrafo de abertura/primeiro parágrafo (lead, em inglês), a notícia deve fornecer o mais importante ou o essencial da informação. Esta “secção” não deve ultrapassar as 30 palavras.

A técnica mais eficaz na redação de uma notícia passa por responder às questões:– O quê? (Que aconteceu?)– Quem? (Quem praticou ou/e quem sofreu a ação?)– Quando?– Onde? – Como?– Porquê?– Para quê?

Sucintamente, é possível traduzir estas questões na seguinte fórmula:3Q + OC + PP = N (notícia)ou seja,3 Q (quem / quê / quando)O (onde) C (como)PP (Porquê / Para quê)A ordem pela qual se responde a estas perguntas é arbitrária e pessoal, devendo, porém, começar-se por aquela cuja resposta seja mais insólita ou apelativa.

Importa, ainda, ter em conta as seguintes regras:– Escrever de forma simples, objetiva e direta;– Usar frases curtas e incisivas;– Evitar a gíria;– Evitar o exagero;– Evitar vocábulos que rimem;– Citar criteriosamente as fontes;– Nunca começar as notícias por um gerúndio.

1.3 Quais os principais fatores que determinam a qualidade da notícia?

1. Novidade: a notícia deve conter informações novas, não repetindo as já conhecidas;2. Proximidade: quanto mais próximo do leitor for o local do evento, mais interesse a notícia gera;3. Tamanho: tanto o que for muito grande quanto o que for muito pequeno atrai a atenção do público;4. Relevância: a notícia deve ser importante, ou, pelo menos, significativa. Acontecimentos banais, prosaicos, geralmente não interessam ao público.

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1.4 Qual a importância do título? Qual deve ser a sua estrutura?

Uma vez que é este que cativa/estimula ou que, pelo contrário, desincentiva o potencial leitor, o título deve ser: – Curto; – Preciso; – Estimulante; – Incisivo; – Adequado ao artigo.Normalmente, é composto por três partes: antetítulo (indica o assunto geral), título propriamente dito (contém o facto ou factos principais) e subtítulo ou subtítulos (integra factos particulares relevantes).

N.B. Muitas vezes, as notícias são ilustradas através da introdução de uma fotografia ou de um desenho. Estes elementos visuais são, em muitos casos, verdadeiras súmulas do texto escrito, apelando à sensibilidade do leitor.

Proposta de atividade a realizar com os alunos:1. Após uma leitura atenta da notícia apresentada, verifica:

1.1 Se esta concretiza a fórmula 3Q + OC + PP = N.

1.2 Se o seu título, o lead, etc., correspondem à estrutura convencional exigida.

2. Indica a função da linguagem predominante no discurso de imprensa, em geral, e na notícia, em particular.

3. Explicita as razões pelas quais a notícia constitui um texto não literário.

4. Escolhe um acontecimento e redige a “tua” notícia.

(Jornal de Notícias, 11 de julho de 2010, p. 29)

2 Entrevista Uma entrevista pressupõe um tema, objetivos previamente definidos e a existência de um entrevistador e de um entrevistado. A entrevista é, geralmente, precedida de um título e, por vezes, de um subtítulo. Estrutura1. Introdução (breve apresentação do tema e do entrevistado)2. Perguntas do entrevistador / respostas do entrevistado3. Conclusão (resumo e apreciação sucinta da entrevista)

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Texto não literário | 83

Regras a respeitar na condução de uma entrevista– Selecionar perguntas adequadas ao tema e de acordo com os objetivos previamente definidos;– Formular perguntas que tenham em consideração o contexto (espaço e tempo) e as características da pessoa entrevistada (níveis etário e sociocultural, personalidade, …);– Recorrer a perguntas abertas (qual é a sua opinião sobre…?) e fechadas (Já experimentou…?);– Conduzir o entrevistado, de modo a levá-lo a revelar aquilo que se pretende saber;– Não emitir opiniões nem fazer juízos de valor sobre as respostas do entrevistado;– Utilizar uma linguagem rigorosa, mas clara e de fácil compreensão;– Ordenar as perguntas de um modo lógico.

2.1 Proposta de atividade

Entrevista a um Autor (Guião)

Para entrevistar o autor de uma obra que leste, deverás ter em conta os seguintes momentos e temas: Parte I – Breve texto introdutório: apresentação do autor; data e local de nascimento; aspeto(s) da sua produção literária em que se tenha distinguido.Parte II – Entrevista: obra(s) mais representativa(s) / de maior sucesso; temas abordados; obra preferida (motivos); personagens; local de escrita; fontes de inspiração; …Parte III – Conclusão: referência à reação do autor à entrevista; impressão pessoal sobre a entrevista; agradecimento ao autor.

2.2 Proposta de atividade

A partir do texto “A paz no planalto de Tchiáru”, incluído neste guia, em trabalho de pares, imaginar a entrevista a Telu-Coro, o Liurai de Nári que, eventualmente, poderá ser apresentada, em formato de programa televisivo, à turma.

3 Publicidade

1. Quais os objetivos da publicidade?– Prender a atenção (A)– Despertar o interesse (I)– Acordar o desejo (D)– Desencadear a ação (de comprar) (A)

Em síntese:– Comunicar, informar e convencer.

2. Quais os meios de suporte e de divulgação da publicidade?– Televisão– Rádio– Imprensa– Imagem– Reclame– Cartaz– Slogan– Anúncio– Folheto– Catálogos (...)

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84 | Guia do professor

3. Como se caracteriza a mensagem veiculada pela publicidade?– Concisão– Clareza – Dinamismo– Tom apelativo– Palavras facilmente memorizáveis

3.1 Proposta de atividade a realizar com os alunos

1. Depois de uma observação atenta da imagem e das suas legendas, procede a uma análise do assunto, da linguagem e dos possíveis sentimentos que estas despertam.

2. Avalia se, na publicidade apresentada, se cumprem ou não os objetivos do discurso publicitário.

3. Indica os meios pelos quais esta mensagem poderia ser difundida.

4. Esclarece algumas das motivações culturais que poderão ter servido de inspiração criativa a este anúncio.

5. Imagina um produto que desejes publicitar. Depois de selecionares o meio de difusão, redige a respetiva mensagem. Podes, também, criar uma imagem que a ilustre.

4 Banda desenhada

A banda desenhada é uma narrativa por imagens, normalmente acompanhada por um texto verbal e que se encontra publicada quer na imprensa, quer sob a forma de álbuns. A uma página de BD dá-se o nome de prancha que se divide em tiras (segmentos horizontais), compostas por vinhetas (correspondentes a cada um dos quadradinhos). O texto verbal assume a forma de legendas, cartuchos e texto escrito dentro de balões. A legenda situa-se dentro da vinheta, como texto que fornece informações de espaço e de tempo; o cartucho é um texto compacto, contido numa moldura geralmente retangular, intercalado entre as vinhetas ou apenso a elas, que ajuda à compreensão da narrativa. O balão é um espaço da vinheta, destacado, com o bico apontado ao emissor, onde, habitualmente, se inserem as falas ou os pensamentos das personagens, em discurso direto. A BD recorre ainda a onomatopeias, metáforas visuais, signos cinéticos, cor, planos (geral, primeiro plano, de pormenor), ângulos de visão, corpo da letra, …

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Texto não literário | 85

COMO CONSTRUIR UMA BD

1. Escrever o ARGUMENTO (desenvolvimento do tema) que tanto pode incidir sobre acontecimentos reais como fictícios, de carácter humorístico ou dramático. 2. Resumir o argumento, a fim de obter uma SINOPSE a que se chama GUIÃO, o qual é composto pelos seguintes elementos: – Definição simples do aspeto e temperamento das personagens; – Descrição, em pequenas legendas, dos locais da ação e respetiva época; – Sequência dos diálogos (curtos) que irão ser colocados dentro dos balões.3. Ilustrar a história, de acordo com as seguintes etapas: – Numa primeira fase, realizada a lápis, marca-se o espaço para a colocação dos balões e a distribuição das vinhetas, e desenham-se as figuras e os cenários em esboços rápidos; – A seguir, passa-se à tintagem (contorno a tinta), com aperfeiçoamento dos pormenores onde se incluem as sombras, através de tracejado, pontilhado ou manchas de negro compacto; – Por fim, procede-se à legendagem e à coloração, cuja técnica mais tradicional consiste em colorir diretamente as pranchas.

4.1 Proposta de Atividade

Solicitar aos alunos que, em grupo, elaborem uma prancha de BD, contando a história do texto “A Voz do Liurai de Ossu”, incluído neste guia.

5 Referencial de textos1

TEXTOS LITERÁRIOS E TEXTOS PARALITERÁRIOS TEXTOS NÃO LITERÁRIOS

- Narrativas da literatura portuguesa clássica e contem-porânea (originais ou adaptações)- Narrativas de literatura de países de língua oficial por-tuguesa- Narrativas da literatura universal, clássica e contempo-rânea (originais ou adaptações)- Textos da literatura popular e tradicional (cancioneiro, contos, mitos, fábulas, lendas...)- Narrativas de literatura para a infância:- Textos dramáticos- Poemas, canções- Biografias; autobiografias- Diários; memórias- Relatos de viagens- Relato histórico- Adaptações para filmes e séries de televisão de obras de literatura para a infância ou outras adequadas a esta faixa etária.

- Textos dos média (notícia, reportagem, entrevista, pu-blicidade) - Textos de manuais escolares; textos científicos; textos de enciclopédias, de glossários, de dicionários...- Descrições, retratos, autorretratos;- Banda Desenhada- Cartas, correio eletrónico, SMS, convites, avisos, reca-dos- Blogue, fórum- Textos institucionais: regulamentos, receitas, regras, normas- Índices, ficheiros, catálogos- Roteiros, mapas, legendas- Planos, agendas, esquemas, gráficos- De aventuras- Fantásticas- Com forte ligação ao real

1 Extraído de REIS, Carlos (coord.) et ali (2008). Programas de Português do Ensino Básico. Lisboa: DGIGC-Ministério da Educação, p. 79.

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Capítulo 9 | Avaliação

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A avaliação desempenha um papel importante no processo de ensino/aprendizagem, não se limitando à classificação final dos alunos e à sua seriação. A avaliação fornece informações aos professores e aos alunos sobre o trabalho desenvolvido e as aprendizagens realizadas. A avaliação, de carácter contínuo, deverá ter em conta as diferentes competências desenvolvidas ao nível da expressão oral e escrita e da compreensão oral e escrita. Definida em conjunto com os alunos, pode incluir diferentes atividades para além dos habituais testes e fichas, devendo incidir sobre trabalhos (individuais, de pares ou em grupo) realizados ao longo do ano, incluindo apresentações orais e produções textuais, questionários orais e escritos, fichas de leitura, trabalhos de pesquisa, portefólios, … Deverá ser criado espaço para a autoavaliação, realizada pelo aluno, suscitando a sua reflexão pessoal e fundamentada sobre as aprendizagens realizadas e o percurso para as desenvolver. Neste sentido, a avaliação pode assumir diferentes formas, de acordo com os objetivos pretendidos: a) Avaliação diagnóstica para aferição de competências, realizada logo no início do ano (ou em momentos relevantes do processo), e incidindo sobre diferentes conteúdos e contemplando tarefas diversas, incluindo a produção oral e escrita;

b) Avaliação formativa como exercício de validação das aprendizagens efetuadas e remediação das eventuais dificuldades manifestadas, incluindo modalidades de autoavaliação;

c) Avaliação sumativa, através de produções e exposições orais, com atribuição de classificação quantitativa e qualitativa que ilustre o nível de desempenho do aluno. Para além dos registos escritos, a avaliação fundamenta-se na observação direta da prestação do aluno, tendo em conta aspetos como a progressão, o empenho e o cumprimento das normas acordadas (testes escritos, questionários, fichas de leitura, trabalhos, portefólios…).

Critérios de avaliação

Expressão oral:a) Aspeto (postura; contacto visual, expressividade corporal e facial)b) Voz (dicção, intensidade, ritmo)c) Conteúdo (organização, qualidade, adequação)

Expressão escrita: a) Organização do texto em períodos e parágrafos, exprimindo apropriadamente os nexos temporais e lógicosRedação com correção ortográfica, morfológica e sintáticab) Utilização de vocabulário apropriado, preciso e variadoc) Aplicação correta das regras básicas de pontuação e de acentuaçãod) Originalidade e criatividade

Leitura:a) Dicçãob) Intensidadec) Ritmod) Expressividade

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Avaliação | 87

Instrumentos e atividades para avaliação

Expressão e compreensão do oral:a) Participação em fóruns de leitura, clubes de leitura ou tertúliasb) Realização de debates e confronto de ideiasc) Formulação e reflexão de hipóteses interpretativasd) Exposição oral de trabalhos de pesquisae) Dramatizações

Leitura:a) Declamaçõesb) Performancesc) Poetry Slamd) Maratonas de leitura

Escrita:a) Redação de pequenos ensaios críticos/analíticos;b) Reescrita e/ou escrita criativa por motivação temática ou formal, por imitação ou transformaçãoc) Criação conjunta de ficheiros relativos a textos e a experiências de leiturasd) Elaboração de questionários – de escolha múltipla, de verdadeiro/falso, de análise literária e estilísticae) Realização de trabalhos de pesquisaf) Elaboração de antologias – temáticas, autorais, de génerosg) Elaboração de anúnciosh) Ilustração de poemas, contos ou cenasi) Conversão de textos em guiões de teatro, radiofónicos ou cinematográficosj) Organização de um portefóliol) Divulgação de pesquisas, leituras e produções escritas em jornais, revistas, blogues…);

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Capítulo 10 | Material de apoio ao trabalho do professor

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1 Estrutura de um trabalho/monografiaDe uma maneira geral, um trabalho deverá ter a seguinte estrutura: 1. Capa 2. Índice 3. Introdução 4. Desenvolvimento 5. Conclusão 6. Bibliografia 7. (Anexos)

1. CapaFazem parte da capa os seguintes elementos: nome da escola, disciplina ou área a que se destina, título do trabalho, identificação do(s) autor(es) – nome do aluno ou do grupo de alunos que elaboraram o trabalho; ano; turma; número(s); ano letivo em que o trabalho foi elaborado.

2. ÍndiceO índice apresenta os capítulos do trabalho e as páginas correspondentes.

Exemplo:3. Introdução

Índice Introdução ……………………………................…… 3 I. A Violência e o Desporto …....……. 6 II. A Saúde e o Desporto ………………….....…. 16 1. Cardiovascular……………………….. 17

A introdução consiste numa apresentação sumária do assunto do trabalho.Exemplo de alguns aspetos a contemplar na introdução: o tema é… ; foi escolhido devido a… ; o que se pretende tratar é… com o objetivo de demonstrar… ; resolvemos começar por… e continuar…. ; a seguir, faremos um inquérito…

4. DesenvolvimentoNo desenvolvimento, deve apresentar-se o tema, os problemas suscitados, a argumentação utilizada e as respostas obtidas. Devem elencar-se, de igual modo, os objetivos e as razões pelas quais se decidiu tratar o tema ou o problema. Para tal, deve procurar-se responder às seguintes questões: Por que resolvemos fazer este trabalho? / Para quê? / O que se pretende saber ou alcançar?O trabalho deverá contemplar ainda dois aspetos: o que já se conhecia sobre o tema escolhido e a informação recolhida. Esta informação pode ser apresentada sob a forma de citação ou utilizando palavras próprias para se explicar o que se compreendeu do que se leu ou, ainda, utilizar as duas modalidades em simultâneo.

5. ConclusãoA conclusão é um resumo do trabalho. Deve conter a(s) resposta(s) dadas às perguntas formuladas, assim como prever a possibilidade de novas questões, passíveis de abordagem num trabalho posterior.

6. BibliografiaPara apresentar a documentação utilizada, existem normas internacionais que, por vezes, variam em pormenores, mas que permitem a qualquer pessoa encontrá-la facilmente.

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LivrosFONSECA, Manuel (1999). O Desporto. Porto: Porto Editora

Periódicos (jornal ou revista)TEIXEIRA, Maria (2002). “Alta Competição” Expresso Revista, nº 646, pp. 64-84.

Publicação sem autor definidoREGRAS INTERNACIONAIS DE FUTEBOL: Lei nº 16/99, Boletim da República, I série, República Portuguesa.

7. AnexosOs anexos são elementos que complementam, ilustram e fundamentam as afirmações feitas ao longo do trabalho: inquéritos, mapas, gráficos, fotografias, etc.

2 Apresentação Oral de um Trabalho (instruções a fornecer aos alunos)Ao longo do seu percurso escolar, ser-te-ão pedidos alguns trabalhos mais longos, individuais ou em grupo, cuja apresentação oral deve ser clara, dinâmica e correta sob o ponto de vista do conteúdo.

Antes da apresentaçãoDeves escolher a metodologia, em função do tipo de trabalho a apresentar. Deves ler o trabalho e todo o material que vais utilizar para a apresentação, com cuidado, verificando a ortografia, a construção frásica, a organização dos parágrafos, para o retificar uma última vez.

Durante a apresentaçãoAs informações apresentadas deverão ser registadas no quadro (sob a forma de um esquema, um índice, tópicos de análise, etc) e podendo recorrer às mais diversas tecnologias. Deve ter o cuidado de utilizar a linguagem específica da área de saber com a qual se relacionada a investigação, de modo a que toda a informação seja clara e precisa. Assim, em caso de dúvidas, será capaz de as esclarecer.Para que a informação esteja organizada e não se perca, deverão ser elaborados esquemas, gráficos, tabelas ou quadros que permitam uma visualização perfeita e demonstrem coerência, destacando as relações lógicas entre ideias.

Depois da apresentaçãoDeves proceder a uma reflexão que permita autoavaliar a tua prestação, validando os aspetos positivos e verificando o que pode ser melhorado.

3 Guião de Apresentação OralPrepara a apresentação oral do livro, com duração prevista de cinco a dez minutos, que selecionaste no teu plano individual de leitura, seguindo as instruções deste guião.

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Planificação 1. Preenche a tabela com os elementos necessários à tua apresentação:

Autor Lembra-te de indicar clara-mente o nome do(s) autore(s) Título

Não te esqueças de falar pausadamente para que todos possam ouvir bem o título do teu livro.

Data de publicação

Geralmente, esta informação está na folha de rosto do livro.

Data em que o livro foi escrito

Esta informação pode não constar do livro, pelo que poderás proceder a uma pesquisa no sentido de a obter.

Ilustrador Pode não existir Tradutor Só se aplica a livros de autores estrangeiros.

Editor Geralmente encontras essa informação na capa.

O que vou revelar à turma?Não tentes contar tudo! Seleciona os momentos do livro ou as ideias chave que consideras serem mais interessantes para revelar aos teus colegas.

O que não quero revelar?Para que os teus colegas não percam o interesse pelo livro, vai crian-do alguma expectativa ao longo da tua intervenção. Surpreende-os no fim.

Como vou apresentar o meu livro?

Sem recurso a qualquer suporteEm suporte eletrónico (PowerPoint)Em suporte multimédia (áudio e/ou visual)Com imagens e ilustraçõesOutras possibilidades

Como vou comunicar com os meus colegas?

Não te podes esquecer de:Utilizar uma linguagem correta e apropriada a uma apresentaçãoSelecionar ideias chave da tua intervençãoFalar devagar e pronunciar bem as palavrasUtilizar uma entoação adequadaFazer as pausas necessáriasEnriquecer a tua exposição com gestos apropriadosOlhar para os teus colegas de forma a acompanhar as suas reaçõesCaptar a atenção e o interesse do teu públicoRespeitar o tempo disponibilizado para a apresentação

Vou ler algum excerto?

Podes optar ou não por ler um excerto do livro, dependendo do efei-to que queiras ter junto dos teus colegas. Mas, se o fizeres, selecio-na-o com cuidado, registando logo a página para não te esqueceres. Lê-o com:Um tom de voz adequado ao espaço;A entoação mais adequada ao texto;Uma velocidade de leitura que permita a escuta;Uma postura correta, sempre a olhar para o auditório;A clareza necessária, pronunciando bem todas as palavras.

Observações

Neste espaço, poderás colocar as tuas próprias interrogações e tudo o que não estiver contemplado neste guião.Pensa nas melhores sugestões para que a tua apresentação seja mesmo bem sucedida.

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2. Preenche a tabela com os elementos necessários à tua apresentação:

3. Reflete sobre a tua prestação, ouvindo os comentários e registando tudo o que te parecer que merece ser revisto para uma próxima apresentação oral.

Avaliação de uma apresentação oral

Ficha de LeituraUma ficha de leitura é um registo de dados referentes a uma obra lida e ao seu autor. Como constitui uma síntese das informações importantes relativas a essa obra, pode servir, no futuro, como elemento de consulta. Dados que podem constar de uma ficha de leitura: - Referência bibliográfica (autor, título, editor, data e local de edição); - Elementos paratextuais (capa e contracapa – imagens, cores, grafismo, informações diversas); - Informações sobre o autor (dados biográficos relevantes, principais obras, curiosidades); - Obra lida (texto literário ou não literário; modo e géneros literários; sinopse; estilo do autor – linguagem); - Posição crítica do leitor (aspetos mais e menos interessantes; citações e momentos marcantes; apreciação global e fundamentada da obra).

Vou começar por… Ex: apresentar o livro que li…

Depois, vou falar de… Ex: um aspeto que me marcou…

Por fim, vou concluir com… Ex: a minha opinião sobre o livro

Escola – Ano letivo: – Disciplina (Assunto)___ Ano Turma ___ Data ____

AlunoNome/Número:AspetoPostura: rígida/descontraídaContacto Visual: abundante/inexistenteExpressão Facial:expressiva/inexpressiva

VozDicção: clara/imperfeitaIntensidade: audível/fracaRitmo: adequado/inadequado

ConteúdoOrganização: organizado/desorganizadoQualidade: rica/pobreAdequação: adequado/inadequado

Apreciação Global

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Modelos de Fichas de Leitura

Modelo A

Modelo B

Ficha de Leitura

A – Informações BibliográficasAutor: _________________________ Título: _______________________________ Editora: ________________________ Ano: ____________

B – ExpectativasAs minhas expectativas relativamente a este livro, tendo em conta o título, a imagem, a leitura do texto da contracapa, …:

C – Dados da Obra: 1. Resumo da intriga 2. Personagens 3. Caracterização ___ Física ___ Psicológica

D – Apreciação Global (com seleção fundamentada e transcrição de um excerto da obra)

Ficha de Leitura

Autor (apelido, nome): ________________________________________________________Título: ______________________________________________________________________Editor, local e data de edição: ___________________________________________________Circunstâncias de leitura (individual, na aula, …): ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Impressões de Leitura: Gostei muito / Assim assim / Pouco / Não Gostei (sublinhar o que interessa)________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Porquê (razões possíveis: tema, intriga, ideias, personagens, linguagem, …)____________________________________________________________________________________________________________________________________________________Frases / Pensamentos / Aspetos a sublinhar: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Recomendo / Não recomendo o livro (sublinhar o que interessa): ___________________________________________________________________________

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Modelo C

Ficha de Leitura

Explora o livro que selecionaste, respondendo aos seguintes tópicos: 1. Observa o livro e regista: – O(s) autor(es) – O título (e o subtítulo) – A editora – A data e o local de publicação2. Descreve a capa – As ilustrações – A cor de fundo – Aspetos mais apelativos – Outros elementos que cativem a tua atenção 3. Descreve a contracapa (estabelecendo comparação com a capa) – As ilustrações – A cor de fundo – A sinopse do livro – Outros elementos4. Abre o livro e folheia-o. Antes de começares a ler, e a partir do que já observaste, imagina o conteúdo do livro, registando-o em duas ou três frases: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________5. Apresenta a tua apreciação global do livro, tendo em conta o seu conteúdo e as expectativas criadas pelo seu aspeto físico: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Nota: Responde apenas aos tópicos contemplados no livro selecionado. Por exemplo, se o teu livro não tiver ilustrações, passa ao tópico seguinte.

Observações: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Modelo D

Modelo E

Ficha de Leitura

Imagina que és um(a) ilustrador(a) a quem a editora do livro pediu para modificar a capa e a contracapa originais. Cria uma nova capa (e contracapa) que seja apelativa e possa cativar o interesse dos leitores. Não te esqueças dos elementos que devem figurar na tua capa: – Nome do autor; – Título da obra; – Editora; – Ilustração (poderás utilizar programas informáticos); – Sinopse.

Ficha de Leitura

Tal como os jograis e os trovadores percorriam, na Idade Média, as povoações entoando cantigas, também tu poderás partilhar os livros que lês, apresentando-os desta forma original. – Seleciona um excerto do livro; – Prepara a sua leitura em voz alta, tendo em conta os seguintes aspetos: – Ter um tom de voz que deve ser audível; – Pronunciar bem todas as palavras; – Efetuar as pausas indicadas no texto; – Ler com uma velocidade adequada ao tipo de texto; – Utilizar a entoação adequada, respeitando as emoções expressas no texto (admiração, alegria, tristeza, …).

Eventualmente, poderás gravar a tua leitura, acompanhando-a com uma música de fundo adequada. Contudo, tem em atenção que a música não deve perturbar a tua leitura, sobrepondo-se à tua voz.

Modelo F

Ficha de Leitura

Título: ______________________________ Autor:__________________________________Editora:_____________________________ Local e data de Publicação:__________________ Resumo da ação (com referência às personagens, ao tempo e aos espaços onde decorre a intriga)Apreciação pessoal (incluindo comentários relativos ao aspeto gráfico do objeto livro)Leitura expressiva de um excertoElaboração de um questionário Verdadeiro/Falso (quinze frases), incidindo sobre o excerto lido.

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O portefólio

O que é?Qual a sua utilidade?Como poderá organizar-se?

Etimologicamente, portefólio é um conjunto de folhas. Enquanto instrumento de avaliação na disciplina de Temas de Literatura e Culturas, um portefólio ultrapassa a ideia de um mero dossiê onde se arquivam folhas, mesmo que de natureza diversa e objetivos distintos. Um portefólio deverá constituir “uma coleção significativa dos trabalhos do seu autor que ilustrem os seus esforços, os seus progressos e as suas realizações num ou em diferentes domínios”1. No fundo, o portefólio visa testemunhar o processo de aprendizagem do seu autor, reunindo elementos que evidenciem a forma como esse processo decorreu. À medida que vai sendo construído, vai dando conta do que o aluno, seu compositor, sabe, do que sabe fazer e das estratégias que utilizou para aí chegar. Por isso, não reúne apenas os melhores trabalhos, mas aqueles dos quais resultou uma aprendizagem significativa. Uma vez que pretende evidenciar, para além dos produtos finais, as tarefas intermédias que conduziram ao aperfeiçoamento das competências, o portefólio deverá incluir também reflexões pessoais sobre as atividades desenvolvidas, sendo importante a datação dos elementos a incluir, para que o itinerário de aprendizagem se torne mais claro. Os elementos a inserir num portefólio deverão ser ponderados em conjunto pelos alunos e professor, podendo ser os seguintes: – Elementos de apresentação do aluno; – Critérios de avaliação da disciplina; – Textos produzidos, obedecendo a orientações temáticas ou formais; – Outros textos de temática livre; – Fichas de leitura das obras lidas; – Relatórios (de trabalhos práticos, de pesquisa, de reflexão, …); – Textos teóricos e informativos; – Fichas de avaliação e de trabalho; – Projetos de escrita e de leitura; – Registos áudio, vídeo ou software com informações diversificadas; – Elementos de autoavaliação e de coavaliação; – Textos de reflexão (do aluno, do professor, do encarregado de educação) sobre o trabalho desenvolvido; – Outros documentos/materiais considerados pertinentes.

A principal vantagem do portefólio é permitir ao aluno “aprender a aprender”, promovendo continuamente atitudes de autoavaliação que são determinantes na sua aprendizagem. Em termos de organização, o portefólio deverá incluir diversas secções, com indicação do seu conteúdo, dentro das quais os trabalhos surgirão identificados e ordenados, e um índice, para facilitar a sua consulta. Sendo um trabalho individual, a sua composição obedecerá a um gosto e critérios pessoais, ainda que respeitando a estrutura acordada entre professor e alunos. É desejável que os trabalhos a integrar no portefólio apresentem as seguintes características: – Contemplem as diferentes competências e os conteúdos essenciais e estruturantes; – Sejam suficientemente diversificados quanto à forma (escritos, visuais, audiovisuais, multimédia); – Evidenciem processos e produtos de aprendizagem; – Exemplifiquem uma variedade de modos e processos de trabalho; – Revelem o envolvimento dos alunos no processo de revisão, análise e seleção de trabalhos.

1. BERNARDES, Carla, MIRANDA, Filipa Bizarro (2003). Portefólio - Uma escola de competências. Porto: Porto Editora

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Proposta para um roteiro do portefólio

Índice

Identificação (o meu autorretrato, o meus objetivos de aprendizagem, …)

Leitura (as minhas leituras, bibliografia utilizada, diário de leitor, …)

Expressão escrita (os meus textos, textos memoráveis ou interessantes, …)

Expressão oral (as minhas exposições, declamações, entrevistas, …)

O meu percurso (o que aprendi, o que quero ou espero aprender, como tenciono aprender, …)Trabalhos de Grupo (temas, pesquisas efetuadas, sugestões e recomendações para trabalhos futuros, …)

Avaliação (autoavaliação do meu portefólio, reflexões, comentários dos meus colegas, do professor, …)

Documentos (as minhas músicas – poemas musicados; imagens – relação de quadros/ fotografias/desenhos com textos estudados; os sítios mais navegados; visitas de estudo; …)

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Glossário

AÇÃO – categoria da narrativa, correspondente ao conjunto de acontecimentos que se desenrolam num espaço e num tempo específicos e mais ou menos alargados.ADJUVANTE – aquele que ajuda o herói e favorece a realização dos seus objetivos.ALITERAÇÃO – repetição de sons consonânticos.ALUSÃO – referência implícita ou velada que, para ser compreendida, implica a mobilização do conhecimento do leitor. AMBIGUIDADE – abertura do texto literário a interpretações múltiplas ou dúplices.ANACRONIA – inversão de ordem temporal da história no plano do discurso. ANÁFORA – figura que consiste em iniciar diferentes períodos, frases ou versos sempre com a mesma palavra ou expressão. ANALEPSE – sempre que o narrador refere factos anteriores aos que, em determinado momento, está a narrar (narração retrospetiva). ANIMISMO – processo em que se atribui vida a seres inanimados. APARTE – no texto dramático, palavras ditas por uma personagem (destinadas a ser ouvidas apenas pelos espetadores), dando a entender ao público que as outras personagens com quem contracena, no momento, não as ouvem. Através dos apartes, o público torna-se cúmplice dos atores. ANTAGONISTA – personagem individual ou coletiva que se opõe a outra, normalmente ao protagonista.ANTETÍTULO – título facultativo que antecipa ou complementa o título. ANTÍTESE – contraposição de palavras de significado contrário, evidenciando o contraste entre duas ideias. ASSONÂNCIA – repetição de sons vocálicos.ASSUNTO – corresponde ao desenvolvimento resumido, mantendo os pormenores mais importantes, das ideias que um texto desenvolve. AUTOBIOGRAFIA – narrativa da vida de uma pessoa redigida por si própria. AUTOR – pessoa real, física e mortal, com características psicológicas, emocionais e ideológicas, nem sempre coincidentes com o narrador, entidade fictícia.BIOGRAFIA – narrativa da vida de uma pessoa. CAPA – revestimento inicial de um livro onde surge a indicação do título, do nome do autor, do editor, da coleção e, por vezes, uma ilustração apelativa relativa ao conteúdo do livro. CENA – divisão de um ato, marcada pela entrada ou saída de uma personagem em palco.CÓMICO – efeito de criação de humor, diversão ou hilaridade através da linguagem ou do registo de língua (c. de linguagem); da apresentação física da personagem cujos comportamento e personalidade são ridículos (c. de carácter); da própria situação em que as personagens surgem ou das circunstâncias por elas criadas (c. de situação). COMPARAÇÃO – figura pela qual se confrontam (usando como, como se, assim como, qual, etc.) duas realidades distintas para realçar a sua semelhança. CONOTAÇÃO – característica fundamental do texto literário, expressa na linguagem figurada que ativa um conjunto de sentidos que ultrapassa o sentido literal e unívoco de cada termo.CONTEXTO – inclui aspetos da realidade social, histórica e cultural em que a ação se desenvolve.CONTO – texto narrativo breve cuja ação é concentrada e protagonizada por poucas personagens (narração de acontecimentos fictícios)CONTO TRADICIONAL OU CONTO POPULAR – narrativa breve, geralmente de transmissão anónima, associada à tradição e da qual podem existir muitas variantes.CONTOS ACUMULATIVOS OU DE REPETIÇÃO – histórias de encadeamento, normalmente com várias repetições de estruturas.CONTOS DE FADAS – contos onde se assiste à intervenção do maravilhoso e à recriação de mundos dominados por outras leis que não as do mundo empírico que conhecemos.CONTOS FACECIOSOS – contos que visam promover o riso.CONTRACAPA – revestimento final do livro onde surgem informações sobre o autor, um excerto da obra ou uma síntese ou, ainda, um comentário crítico. CRÓNICA – na Idade Média e no século XVI, correspondia ao relato histórico de factos ocorridos num determinado reinado. Atualmente, identifica-se com um texto breve, sem enredo concreto, que apresenta um comentário de factos reais ou imaginários e a crítica social ou de costumes. DENOTAÇÃO – significado literal e objetivo do vocábulo. DESCRIÇÃO – num texto narrativo, um dos modos de representação do discurso; é utilizado quando se pretende retratar ou descrever algo de forma pormenorizada, introduzindo uma pausa na narração. DESENLACE – conclusão ou fim da narrativa.

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DIÁLOGO – é um modo de expressão (na narrativa ocorre ligado ao discurso das personagens) e constitui uma forma de comunicação verbal em que se verifica uma alternância das posições do emissor e do recetor. DIDASCÁLIA (ou indicações cénicas) – texto secundário constituído por informações do dramaturgo relativas ao tempo e ao lugar da ação (cenário), figurinos, gestos e movimentos cénicos das personagens, etc. DIEGESE – plano da história ou da ação num texto narrativo.DISFEMISMO – emprego de uma expressão ou de um termo forte, grosseiro ou pouco elegante, conferindo maior vigor ou intensidade à frase. ENUMERAÇÃO – sucessão de elementos de classe gramatical equivalente de que resulta a intensificação de uma ideia. ESPAÇO – categoria da narrativa, que corresponde ao local que serve de cenário ao desenrolar da ação (espaço físico); pode, ainda, corresponder às atmosferas psicológicas (espaço psicológico) ou às atmosferas sociais (espaço social).ESTROFE – conjunto de versos. Podem ser compostas por um número variável de versos e são separadas graficamente por um espaço em branco.ESTRUTURA DA NARRATIVA – caracteriza-se por uma situação inicial (primeira parte de uma intriga na qual se apresentam as linhas gerais do tema ou argumento), o desenvolvimento (elemento essencial da ação que expõe o desenrolar dos acontecimentos), e a conclusão (parte final da narrativa, desenlace). EUFEMISMO – recurso expressivo através do qual se exprime uma realidade menos agradável através de palavras suaves.EXPLICIT – fim codificado ou tipificado; fórmula de encerramento de um texto.FÁBULA – texto tradicional, geralmente protagonizado por animais e que veicula de uma moralidade (implícita ou explícita).GLOSSÁRIO – lista de vocabulário ordenada alfabeticamente que esclarece palavras pouco comuns ou com alguma especificidade.GRADAÇÃO – enumeração de elementos numa sequência determinada por ordem ascendente ou descendente, crescente ou decrescente. HERÓI – protagonista ou personagem principal de um texto narrativo e também aquele que se destaca pelas suas características positivas.HIPÉRBATO – processo estilístico que consiste na alteração brusca da ordem habitual das palavras na frase.HIPÉRBOLE – figura de estilo que consiste no exagero retórico, atribuindo às coisas proporções fora do natural. INCIPIT – começo codificado ou tipificado de um texto; fórmula de abertura de um texto.ICÓNICO – relativo às imagens e/ou às ilustrações.ÍNDICE – listagem da denominação de unidades ou elementos constitutivos de uma publicação, com indicação da página respetiva e com uma determinada ordem. O índice pode estar no início ou no fim do livro. ÍNDICE ONOSMÁTICO – inventaria os nomes dos autores citados, por ordem alfabética.ÍNDICE REMISSIVO (ou ideográfico) – lista, por ordem alfabética, os assuntos tratados em momentos diversos do texto.INTERTEXTUALIDADE – alusão ou referência, direta ou indireta, a outro texto literário.INTRIGA – conjunto de ações que formam a trama principal de uma obra de ficção literária, reportando-se aos factos principais da história. É costume distinguir diferentes tipos de intriga, conforme o tema central da obra (policial, de espionagem, de ficção cientifica, etc.). IRONIA – recurso expressivo que atribui aos signos significados distintos dos que possuem na linguagem normal, servindo objetivos de crítica ou paródia; emprego de uma palavra com o sentido da sua antónima. LENDA – narrativas que articulam uma dimensão histórica (real) com uma maravilhosa, muitas vezes associadas à explicação simbólica ou fantástica de um acontecimento real.LOMBADA – parte do livro que une a capa e a contracapa, funcionando como um dorso; pode conter o nome do autor, o título do livro e/ou outros elementos. MARAVILHOSO – registo sobrenatural associado ao fantástico, ao mágico e ao inexplicável.METÁFORA – figura de estilo pela qual se usa uma palavra ou expressão num sentido figurado que lhe não pertence, havendo certa semelhança entre os dois termos ou conceitos. MÉTRICA – número de sílabas de um verso.MITO – narrativa ligada a crenças e rituais, muitas vezes de conteúdo religioso.MONÓLOGO – sempre que uma personagem fala consigo mesma, i.é, o locutor é recetor de si próprio. MORALIDADE – forma de encerramento de fábulas e contos, onde aparece condensada a sua intenção pedagógica e instrutiva do ponto de vista da moral.NARRAÇÃO – num texto narrativo, um dos modos de representação do discurso; é utilizado quando se pretende relatar factos fazendo evoluir a ação. NARRADOR – entidade fictícia, voz ou sujeito da enunciação, responsável pela produção do discurso narrativo. Pode ser participante ou não. No primeiro caso, chamar-se-á autodiegético (se for a personagem principal) ou homodiegético (se for uma personagem secundária); no segundo caso, designa-se como heterodiegético.

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NARRATÁRIO – destinatário primeiro do ato de enunciação, entidade fictícia-recetor da mensagem narrativa (não confundir com leitor real). NARRATIVA – relato de uma ação decorrida numa determinada sequência temporal.NARRATIVA ABERTA – o desenlace da intriga não é definitivo, podendo o destino das personagens não ser irreversível. NARRATIVA FECHADA – o leitor fica a conhecer a sorte final de todas as personagens e as derradeiras consequências da diegese. NARRATIVO (TEXTO) – texto no qual são relatados ou contados acontecimentos reais ou fictícios pela voz de um narrador a um narratário. NOTA DE RODAPÉ – conjunto de anotações e observações, necessárias à compreensão de um texto, surgindo, geralmente, em formato mais reduzido, no fundo da página. Entre outras finalidades, a nota de rodapé indica as fontes de citação, acrescenta indicações bibliográficas e apresenta informações suplementares ou comentários ao texto principal. NOVELA – texto narrativo no qual se relata um acontecimento, através de uma ação breve, de um conjunto restrito de personagens e de um contexto espácio-temporal limitado. ONOMATOPEIA – recurso a palavras que pretendem imitar sons, conferindo musicalidade e vivacidade ao discurso.OPONENTE – aquele que se opõe ao herói, criando-lhe problemas e obstáculos.PARÁBOLA – narrativa breve, em prosa ou em verso, cujas personagens são seres humanos e que possui uma feição moralizante. PARALELISMO – repetição intencional de estruturas fónicas (sons), frásicas ou vocabulares, com o objetivo de criar determinadas simetriasPARATEXTO – elemento para além do texto, isto é, conjunto de informações que acompanham uma obra e que contribuem para a motivação da leitura (título, prefácio, notas,...). PERÍFRASE – figura de estilo pela qual se exprime uma ideia por várias palavras ou através de uma expressão mais longa, indireta e enfática.PERIPÉCIA – acontecimento(s) da narrativa que impõe(m) uma evolução na estrutura diegética.PERSONAGEM – diz-se do que realiza as ações de uma narrativa. PERSONAGEM TIPO – personagem que age como representante de uma classe social ou profissional, não sofrendo alteração ao longo da sua atuação e sendo identificável através de símbolos e pela sua linguagem estereotipada. PERSONIFICAÇÃO (ou prosopopeia) – consiste na atribuição de características humanas a tudo o que não seja humano (objetos, animais, noções abstratas e coletivas). PSEUDÓNIMO – nome fictício com o qual o autor publica a sua obra ou parte dela. PICTÓRICO – relativo às imagens e/ou às ilustrações.POEMA – composição poética.POETRY SLAM – declamação performativa de poesia. POLISSEMIA – diferentes significados de um significante de acordo com contextos verbais diferentes. POSFÁCIO – palavras colocadas após a conclusão da obra e que constituem um esclarecimento ou uma justificação final. PREFÁCIO (OU PRÓLOGO, PROÉMIO, APRESENTAÇÃO...) – corresponde à apresentação da obra e nele pode explicitar-se o objetivo, o momento, a orientação genérica do livro, etc. PROLEPSE – antecipação narrativa de factos futuros (através de profecias, sonhos...). PROSA – texto cuja mancha gráfica ocupa toda a página, distinguindo-se, assim, do verso.REGISTOS DE LÍNGUA – variações de linguagem de acordo com o interlocutor, as circunstâncias e o conteúdo da mensagem a veicular (registos: corrente, cuidado, familiar, popular, gíria, calão, técnico-científico). RÉPLICA – no texto dramático, as falas das personagens.RESUMO – texto no qual se condensam as ideias-base de um dado texto-fonte. RETRATO – descrição das características físicas, morais, temperamentais e sociais das personagens. RIMA – repetição de sons no final dos versos.RIMAS INFANTIS – composições poéticas geralmente associadas à primeira infância.SEQUÊNCIA NARRATIVA – unidade narrativa, intuitivamente reconhecida pelo leitor, podendo configurar-se sob a forma de encadeamento (técnica narrativa segundo a qual o tempo da ação se desenrola de forma linear, de tal modo que o fim de uma sequência é o início da seguinte), encaixe (técnica narrativa segundo a qual uma ação secundária se introduz na ação principal) e alternância (técnica narrativa que consiste em contar duas ou mais histórias de maneira intercalada). SINESTESIA – expressão em que se representam, de modo interligado, sensações diferentes. SUBTÍTULO – título facultativo, secundário, relacionado com o principal, sendo, por vezes, uma especificação mais extensa do que o título. SUJEITO POÉTICO – sujeito ou enunciador de um texto poético que só tem existência dentro do texto e não pode ser confundido com o autor.

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TEMA – ideia-chave que domina todo o texto e que deve ser formulado de modo claro e breve.TEMPO – categoria do texto literário relativa à organização cronológica da narração, por vezes, com dimensão histórica e/ou psicológica. TEXTO – conjunto de frases interligadas ou sequenciadas que constitui um unidade ou um todo com sentido (excecionalmente um texto pode possuir uma só frase). TEXTO DRAMÁTICO – texto destinado preferencialmente a ser representado, apresentando um acontecimento através do diálogo ou de personagens que interagem num cenário.TEXTO LÍRICO – texto que reflete o mundo interior de um Sujeito, que confessa o seu estado de espírito e/ ou as suas emoções; ou assume sentimentos alheios. TEXTO NARRATIVO – texto que pressupõe a existência de um narrador que conta uma história protagonizada por personagens que desenvolvem uma determinada ação, enquadrada num determinado espaço e num determinado tempo. TÍTULO – designação ou elemento distintivo / identificador de um texto. VERSO – cada uma das linhas que formam um poema e que representam uma sucessão de sons (uma unidade rítmica).VERSO LIVRE – o que possui ritmo interior, mas não se encontra sujeito a qualquer regra métrica ou de acentuação.

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Referências bibliográficas:

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Gramáticas de referênciaBECHARA, Evanildo (1999). Moderna Gramática Portuguesa, 37ª ed. revista e ampliada.Rio de Janeiro: Lucerna.CINTRA, Luís Filipe L. e Celso CUNHA (1984). Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: Sá da Costa. MATEUS, Maria Helena Mira et al (2003). Gramática da Língua Portuguesa. Lisboa: Caminho.VILELA, Mário (1999). Gramática da Língua Portuguesa. Coimbra: Almedina.

ProgramasCOELHO, Maria da Conceição (coord.), SERÔDIO, Maria Cristina e CAMPOS, Maria Joana (2001). Programa de Literatura Portuguesa 10.º e 11.º ou 11.º e 12.º anos do Curso Científico-Humanístico de Línguas e Literaturas, Lisboa: Ministério da Educação (acessível em http://florcistina.no.sapo.pt/literatura_portuguesa_10_11_homol.pdf)

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REIS, Carlos (coord.) et al. (2008). Programas de Português do Ensino Básico. Lisboa: Ministério da Educação (acessível em http://www.oei.es/pdf2/programa_portugues_ensino_basico.pdf)Programa de Português do Pré-Secundário (2010). Ministério da Educação de Timor-Leste

Sítios na InternetPor serem objeto mais ou menos constante (mas também por ser possível o seu encerramento ou mudança de endereço), a lista de endereços disponibilizada terá que ir sendo periodicamente revista, corrigida e enriquecida. Contemplaram-se sítiosoficiais, de diferentes origens, com vista à diversificação das informações obtidas e das fontes usadas.http://lusofonia.com.sapo.pt/ (Plataforma de apoio ao estudo da Língua Portuguesa no Mundo)http://purl.pt/index/geral/PT/index.html (Biblioteca Nacional Digital – Portugal)http://rcbp.dglb.pt/pt/Paginas/default.aspx (Rede de Conhecimento das Bibliotecas Públicas)http://sitio.dgidc.min-edu.pt/linguaportuguesa/Paginas/PNEP.aspx (Programa Nacional de Ensino do Português)http://theka.activamente.eu/ (Projeto Gulbenkian de Formação de Professores para o Desenvolvimento de Bibliotecas Escolares) http://timordonorteasul.blogspot.com/ (Blogue do escritor timorense Abé Barreto Soares)http://umalulik.blogspot.com/ (Blogue sobre Timor e cultura timorense)http://www.ait.pt/ (Associação de Informação Terminológica)http://www.app.pt/ (Associação de Professores de Português)http://www.bn.pt (Biblioteca Nacional de Portugal)http://www.casadaleitura.org (Casa da Leitura)http://www.cerit.org/gentes_cult_liter.html (Identidade Timorense)http://www.ciberduvidas.sapo.pt (Ciberdúvidas da Língua Portuguesa)http://www.citi.pt/cultura/index (temas da literatura e da cultura port.)http://www.clube-de-leituras.net (Clube de Leituras)http://www.cplp.org/ (sítio oficial da CPLP)http://www.dgidc.min-edu.pt/recursos_multimedia/recursos_cd.asp (Recursos multimédia)http://www.dgidc.min-edu.pt/TLEBS/gramatica/index.html (Fóruns e materiais didáticos)http://www.dgidc.min-edu.pt/TLEBS/GramaTICa/index.html (GramáTICª.pt)http://www.dglb.pt (Direção Geral do Livro e das Bibliotecas)http://www.ecrits-vains.com/atelier/atelier.htm (Oficina de escrita)http://www.edtl.com.pt/ (Dicionário de Termos Literários)http://www.estacaodaluz.org.br/ (Museu da Língua Portuguesa)http://www.historiadodia.pt/pt/index.aspx (História do dia)http://www.instituto-camoes.pt/cvc/aprender-portugues.html (Instituto Camões – Centro Virtual)http://www.leitura.gulbenkian.pt/ (Fundação Gulbenkian – Leitur@)http://www.linguateca.pt/assoc.html (Linguateca)http://www.nonio.uminho.pt/netescrita/ (Projeto Netescrit@)http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt (Plano Nacional de Leitura)http://www.porbase.org (Porbase)http://www.portaldalinguaportuguesa.org/ (Portal da Língua Portuguesa – Iltec)http://www.portugal-linha.pt/literatura/ (página de literatura lusófona)http://www.rbe.min-edu.pt/ (Rede de Bibliotecas Escolares portuguesas)http://www.reading.org/ (Associação Internacional de Leitura)http://www.vidaslusofonas.pt (página com biografias de escritores, distribuídas por uma tábua cronológica)Ver, ainda, sites de autores e sobre autores

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Cooperação entre o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Universidade de Aveiro e o Ministério da Educação de Timor-Leste