Temperatura de cor teoria da relatividade

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A teoria da relatividade do branco Publicado por FAntunes em 26/12/2011 No último artigo insisti na questão do balanço de brancos para obter um branco tecnicamente correto. Se queremos garantir que a imagem tem uma resposta adequada em termos de colometria e que temos margem para obter correções de cor na pós-produção, o equilíbrio de brancos deverá ser efetuado utilizando a referência correta. Uma superfície branca e não refletiva deverá ser o material adequado para referenciar o equipamento e dar um equilíbrio tecnicamente correto. A seleção desta superfície que se utiliza em campo deve merecer alguma atenção. Para ter alguma consistência nas imagens e saber qual a resposta que a câmara irá dar em diferentes situações, devemos ter sempre a mesma referência. Muitas vezes, vi utilizar um papel de impressora ou fotocópia para efetuar o balanço de brancos. Se existe forma de não ter uma referência correta, é esta. O papel utilizado para estes fins tem branqueadores e outros químicos que realçam tonalidades e brilhos do branco e absorvem ultravioletas. Enquanto o nosso cérebro processa a imagem continuamente ajustando-se a referências conhecidas, ajusta-se para ver branco na folha, o sensor da câmara vê uma superfície azulada. É mais critico na luz de exterior e diferentes papéis têm diferentes respostas. O resultado pode trazer diferentes tonalidades mediante diferentes ângulos e consoante o fabricante do papel, dando uma má ligação de planos no que respeita a colorometria.

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A teoria da relatividade do branco Publicado por FAntunes em 26/12/2011

No último artigo insisti na questão do balanço de brancos para obter um branco tecnicamente correto. Se

queremos garantir que a imagem tem uma resposta adequada em termos de colometria e que temos

margem para obter correções de cor na pós-produção, o equilíbrio de brancos deverá ser efetuado

utilizando a referência correta. Uma superfície branca e não refletiva deverá ser o material adequado para

referenciar o equipamento e dar um equilíbrio tecnicamente correto.

A seleção desta superfície que se

utiliza em campo deve merecer alguma atenção. Para ter alguma consistência nas imagens e saber qual a

resposta que a câmara irá dar em diferentes situações, devemos ter sempre a mesma referência.

Muitas vezes, vi utilizar um papel de impressora ou fotocópia para efetuar o balanço de brancos.

Se existe forma de não ter uma referência correta, é esta. O papel utilizado para estes fins tem

branqueadores e outros químicos que realçam tonalidades e brilhos do branco e absorvem ultravioletas.

Enquanto o nosso cérebro processa a imagem continuamente ajustando-se a referências conhecidas,

ajusta-se para ver branco na folha, o sensor da câmara vê uma superfície azulada.

É mais critico na luz de exterior e diferentes papéis têm diferentes respostas. O resultado pode trazer

diferentes tonalidades mediante diferentes ângulos e consoante o fabricante do papel, dando uma má

ligação de planos no que respeita a colorometria.

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Algo que pode ser obtido facilmente e barato para ter um branco correto é um tipo de papel que é muito

utilizado para emoldurar fotografias (passe-partout) que não têm este tipo de elementos químicos e não

são refletivos, dão uma excelente carta de brancos, sobretudo pelo preço.

É frequente pretender um efeito diferente e criativo na correção de brancos, ou simplesmente acentuar

alguma colorometria específica.

Quando os equipamentos têm apenas o balanço de brancos automático, utiliza-se como referência um

cartão azulado, com isso obtinha predominantes com cores quentes mais agradáveis para o espectador,

uma vez que a câmara corrige aumentando o ganho das cores complementares, neste caso mais

avermelhadas. Mas também este cartão pode criar incertezas dependendo da fonte de luz e sua

incidência.

Nos equipamentos atuais, através da função WB offset pode ser criado um desvio padrão e assim

podemos manter a nossa carta de referência de branco, que funciona sempre e eletronicamente

“aquecemos” ou “arrefecemos” a imagem.

O que acontece é que o equipamento mede a referência, ajusta-se para o branco tecnicamente correto e

depois vai desviar para o valor introduzido, mantendo o equilíbrio de cor e permitindo uma continuidade na

colorometria entre diferentes planos.

É necessário ter presente que ao utilizar estes meios, seja o da folha azul, seja o desvio eletrónico, vai

criar um desequilíbrio no ajuste, podendo introduzir algum ruído indesejável se os tons azuis forem

acentuados. Caso se pretenda reverter o efeito na pós–produção, pode ser bastante complicado. Portanto

é como alguns medicamentos: utilizar com moderação.

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MUITO IMPORTANTE- Por vezes o operador esquece-se deste desvio activado e acontece que ao ir gravar outra cena, ao

acertar os brancos verifica que o equipamento dá uma primeira imagem e leitura da temperatura de cor correctas, mas

depois desvia para algo diferente – o offset está activado e com um valor diferente do predefinido