TEMPERATURA E UMIDADE DE UM SOLO FRANCO...

104
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO TEMPERATURA E UMIDADE DE UM SOLO FRANCO ARENOSO CULTIVADO COM MILHO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Alberto Eduardo Knies Santa Maria, RS, Brasil. 2010

Transcript of TEMPERATURA E UMIDADE DE UM SOLO FRANCO...

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO

TEMPERATURA E UMIDADE DE UM SOLO FRANCO

ARENOSO CULTIVADO COM MILHO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Alberto Eduardo Knies

Santa Maria, RS, Brasil.

2010

TEMPERATURA E UMIDADE DE UM SOLO FRANCO

ARENOSO CULTIVADO COM MILHO

por

Alberto Eduardo Knies

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Área de Concentração em Processos Físicos e Morfogenéticos do Solo, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de

Mestre em Ciência do Solo.

Orientador: Prof. Ph. D. Reimar Carlesso

Santa Maria, RS, Brasil.

2010

Knies, Alberto Eduardo, 1984- K69t Temperatura e umidade de um solo franco arenoso

cultivado com milho / Alberto Eduardo Knies. – Santa Maria, 2010. 104 f. ; il.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais, Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, 2010. “Orientador: Prof. PhD Reimar Carlesso”

1. Ciência do solo 2. Água no solo 3. Temperatura 4. Umidade 5. Milho 6. Sistemas de cultivo do solo I. Carlesso, Reimar II. Título

CDU: 631.43:633.15

Ficha catalográfica elaborada por Patrícia da Rosa Corrêa – CRB 10/1652 Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Rurais/UFSM

___________________________________________________________________ © 2010 Todos os direitos autorais reservados a Alberto Eduardo Knies. A reprodução de partes ou do todo deste trabalho só poderá ser feita com autorização por escrito do autor. Endereço: Rua João Goulart, n. 673, Ap. 301, Bairro Camobi, Santa Maria, RS, CEP 97105-220.

Fone (0xx)55 3220 8399; End. Eletr: [email protected] ___________________________________________________________________

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais

Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a dissertação de Mestrado

TEMPERATURA E UMIDADE DE UM SOLO FRANCO

ARENOSO CULTIVADO COM MILHO

elaborada por

Alberto Eduardo Knies

como requisito parcial para a obtenção do grau de

Mestre em Ciência do Solo

COMISSÃO EXAMINADORA:

______________________________________ Reimar Carlesso, Ph. D. (Presidente/Orientador)

______________________________________

Genesio Mario da Rosa, Dr. (CESNORS/UFSM)

______________________________________ Mirta Teresinha Petry, Dra. (FATEC)

Santa Maria, 01 de março de 2010

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida, pela saúde e por iluminar meu caminho e minhas decisões.

À Universidade Federal de Santa Maria, pública e gratuita, ao Centro de

Ciências Rurais, ao Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo e ao Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, pela possibilidade de

realização deste curso e pela bolsa de estudos concedida.

Ao professor Reimar Carlesso, pela orientação e amizade de tantos anos,

muito importantes para a minha formação científica.

Aos membros da banca examinadora, pelas sugestões dadas e considerações

feitas, e aos professores que ministraram as aulas no decorrer do Curso, pelos

ensinamentos e disponibilidade de tempo sempre que necessário.

Agradeço de maneira especial o colega e amigo Juliano D. Martins, pelo

companheirismo na realização do experimento, e aos demais amigos e colegas de

pesquisa: Cleiton D. Santa, Cleudson J. Michelon, Geraldo Rodrigues, Gisele S.

Saldanha, Giovani L. Alonso, Gustavo De David, Luís F. Grasel, Mirta T. Petry,

Rodrigo E. de Almeida, Rodrigo P. Mulazzani, Tiago Broetto, Vinícius Dubou. A

vocês meu muito obrigado, pois cada número apresentado nesta dissertação

também foi fruto de seu trabalho e dedicação.

À minha namorada, Zanandra Boff de Oliveira, pelo auxílio nos trabalhos de

campo e laboratório e, sobretudo, pelo amor, carinho, compreensão, incentivo e

companheirismo.

Aos meus familiares, principalmente aos meus pais Adair e Nívea, irmão

Adônis, pelo carinho, incentivo, apoio e confiança.

A todos aqueles que, de uma ou outra maneira, ajudaram na realização deste

trabalho.

A todos, meu eterno agradecimento e carinho.

RESUMO Dissertação de Mestrado

Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil

TEMPERATURA E UMIDADE DE UM SOLO FRANCO ARENOSO CULTIVADO

COM MILHO

Autor: Alberto Eduardo Knies Orientador: Reimar Carlesso

Local e data da defesa: Santa Maria, 01 de março de 2010

A água é um fator fundamental à produção das culturas, tendo papel importante nas flutuações de produtividade, principalmente para a cultura do milho no Sul do Brasil. A cobertura morta na superfície do solo, a temperatura e a umidade do solo são fatores intimamente interligados e, quando manejados adequadamente, podem propiciar incrementos à produção das culturas. A conservação da água no solo é um aspecto de relevância para uma produção agrícola mais estável e sustentável. A finalidade deste trabalho foi avaliar as variações no conteúdo de água e na dinâmica da temperatura de um solo cultivado com milho sob diferentes quantidades de resíduo vegetal na superfície e regimes hídricos. O experimento foi realizado em área experimental do Departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Maria, RS, no ano agrícola de 2009/10, no interior de uma cobertura móvel. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, bifatorial, com cinco repetições. O fator A foi constituído de três quantidades de resíduo vegetal sobre a superfície do solo: 0 (zero), 3 e 6 Mg ha-1 de aveia preta (Avena strigosa Schreb). O fator B foi constituído de dois regimes hídricos: irrigado e não irrigado. O conteúdo volumétrico de água (cm3 água cm-3 solo) do solo foi determinado nas camadas de: 0-0,1; 0,1-0,25; 0,25-0,55 e 0,55-0,85 m, por um conjunto FDR (Reflectometria no Domínio de Freqüência). Para avaliação da temperatura do solo, foram utilizados termopares, constituídos de um fio de cobre e de outro de constantan, os quais determinaram a temperatura do solo nas profundidades de 0,03; 0,08; 0,15 e 0,30 m. As características morfológicas das plantas de milho, como área foliar e comprimento acumulado das folhas, foram determinadas com medidor portátil de área foliar LI-COR 3000C. As menores perdas acumuladas de água do solo na camada de 0-0,1 m foram observadas no solo mantido com 6 Mg ha-1 de resíduo vegetal na superfície, chegando a 50 % de redução aos 100 mm de evapotranspiração de referência acumulada (18 dias após a semeadura) comparado ao solo descoberto. A utilização de resíduos vegetais não proporcionou alterações fenométricas significativas nas plantas de milho durante o período de avaliação. As quantidades de 3 e 6 Mg ha-1 de resíduos vegetais de aveia preta depositados sobre a superfície do solo diminuíram a temperatura máxima e a amplitude térmica no solo. Palavras-chave: armazenamento de água no solo, perdas de água do solo, amplitude térmica do solo, sistemas de cultivo do solo.

ABSTRACT Dissertation of Masters

Graduate Program in Soil Science Federal University of Santa Maria, RS, Brazil

TEMPERATURE AND HUMIDITY OF A SANDY LOAM SOIL CULTIVATED WITH

MAIZE

Author: Alberto Eduardo Knies Advisor: Reimar Carlesso

Place and date of defense: Santa Maria, March 01, 2010

Water is a key factor for crop yields, and causes major fluctuations in productivity, especially for maize cultivated in southern Brazil. Mulching the soil surface, temperature and soil moisture are factors closely linked and, when handled properly, can provide the increases crop yields. The soil water conservation is an important aspect for more stable and sustainable agricultural production. The purpose of this study was to evaluate changes in water content and dynamics of the temperature in a soil cultivated with maize under different amounts of plant residue on the surface and water regimes. The experiment was conducted in the experimental area of Agricultural Engineering Department, Federal University of Santa Maria, RS, in the crop year 2009/10, inside a rainfall shelter. The experimental design was completely randomized, factorial, with five replications. Factor A consisted of three quantity of plant residue on the soil surface: 0 (zero), 3 and 6 Mg ha-1 of oat (Avena strigosa Schreb). Factor B consisted of two water regimes: with and without irrigation. The volumetric water content (cm3 water cm-3 soil) of soil was determined in the layers: 0-0.1, 0.1-0.25, 0.25-0.55 and 0.55 - 0.85 m, for a set FDR (Frequency Domain Reflectometry). The soil temperature was measured by thermocouples, consisting of a copper wire and the other of constantan, which determined the soil temperature at depths of 0.03, 0.08, 0.15 and 0.30 m. The morphological characteristics of maize plants, as leaf area and cumulative length of leaves were determined with the portable leaf area LI-COR 3000C. The lowest cumulative losses of soil water in the 0-0.1 m were observed in the soil maintained with 6 Mg ha-1 crop residues on the surface, reaching 50% reduction to 100 mm of accumulated reference evapotranspiration (18 days after seeding) compared to bare soil. The use of crop residues on the soil surface did not produce significant changes fenometric in maize plants during the evaluation period. The quantities of 3 and 6 Mg ha-1 crop residues oat deposited on the surface of the soil decreased the maximum temperature and temperature range in the soil. Keywords: storage of water in the soil, loss of soil water, temperature range of soil, cropping systems soil.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resultados da densidade e porosidade do solo da área experimental.

Santa Maria, 2010. ................................................................................. 36

Tabela 2 - Resultados da curva característica de água no solo e do limite

superior de água disponível às plantas no solo (LS) da área

experimental. Santa Maria, 2010. ........................................................... 37

Tabela 3 - Resultados da análise granulométrica do solo da área experimental.

Santa Maria, 2010. ................................................................................. 37

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ilustração da cobertura móvel, utilizada no experimento, com a

estrutura aberta (a) e fechada (b) (adaptado de Schneider, 2003).

Santa Maria, 2010. ................................................................................ 34

Figura 2 - Ilustração da instalação das sondas FDR nas diferentes camadas de

solo avaliadas. Santa Maria, 2010. ........................................................ 38

Figura 3 - Ilustração da instalação dos termopares nas diferentes profundidades

do solo avaliadas. Santa Maria, 2010. ................................................... 40

Figura 4 - Evapotranspiração de referência (ETo) média e distribuição das

precipitações na primeira (a) e segunda (b) épocas de semeadura do

milho. Santa Maria, 2010. ...................................................................... 42

Figura 5 - Evapotranspiração de referência (ETo) acumulada e precipitações

acumuladas na primeira (a) e segunda (b) épocas de semeadura do

milho. Santa Maria, 2010. ...................................................................... 43

Figura 6 – Variação do armazenamento de água no solo nas diferentes camadas

avaliadas na primeira época de semeadura do milho. Santa Maria,

2010. ...................................................................................................... 45

Figura 7 – Variação do armazenamento de água no solo nas diferentes camadas

avaliadas na segunda época de semeadura do milho dos

tratamentos sem irrigação. Santa Maria, 2010. ..................................... 47

Figura 8 - Variação do armazenamento de água no solo nas diferentes camadas

avaliadas na segunda época de semeadura do milho dos

tratamentos com irrigação. Santa Maria, 2010. ..................................... 48

Figura 9 - Perdas diárias de água do solo nas diferentes camadas avaliadas na

segunda época de semeadura do milho dos tratamentos sem

irrigação. Santa Maria, 2010. ................................................................. 50

Figura 10 - Perdas diárias de água do solo nas diferentes camadas avaliadas na

segunda época de semeadura do milho dos tratamentos com

irrigação. Santa Maria, 2010. ................................................................. 51

Figura 11 - Perdas acumuladas de água do solo nas diferentes camadas

avaliadas na segunda época de cultivo do milho dos tratamentos

sem irrigação. Santa Maria, 2010. ......................................................... 54

Figura 12 - Perdas acumuladas de água do solo nas diferentes camadas

avaliadas na segunda época de semeadura do milho dos

tratamentos com irrigação. Santa Maria, 2010. ..................................... 55

Figura 13 - Temperatura média diária do solo nas diferentes profundidades

avaliadas durante o cultivo do milho dos tratamentos sem irrigação.

Santa Maria, 2010. ................................................................................ 59

Figura 14 - Temperatura média diária do solo nas diferentes profundidades

avaliadas durante o cultivo do milho dos tratamentos com irrigação.

Santa Maria, 2010. ................................................................................ 60

Figura 15 - Temperatura máxima diária do solo nas diferentes profundidades

avaliadas, durante o cultivo do milho dos tratamentos sem irrigação.

Santa Maria, 2010. ................................................................................ 62

Figura 16 - Temperatura máxima diária do solo nas diferentes profundidades

avaliadas, durante o cultivo do milho dos tratamentos com irrigação.

Santa Maria, 2010. ................................................................................ 63

Figura 17 - Temperatura mínima diária do solo nas diferentes profundidades

avaliadas, durante o cultivo do milho dos tratamentos sem irrigação.

Santa Maria, 2010. ................................................................................ 66

Figura 18 - Temperatura mínima diária do solo nas diferentes profundidades

avaliadas, durante o cultivo do milho dos tratamentos com irrigação.

Santa Maria, 2010. ................................................................................ 67

Figura 19 - Amplitude térmica diária do solo nas diferentes profundidades

avaliadas durante o cultivo do milho dos tratamentos sem irrigação.

Santa Maria, 2010. ................................................................................ 69

Figura 20 - Amplitude térmica diária do solo nas diferentes profundidades

avaliadas durante o cultivo do milho dos tratamentos com irrigação.

Santa Maria, 2010. ................................................................................ 70

Figura 21 – Variação da temperatura do solo nas diferentes profundidades

avaliadas nos dias 18 e 19 de dezembro (11 e 12 DAS). Santa Maria,

2010. ...................................................................................................... 73

Figura 22 - Índice de área foliar (IAF) das plantas de milho cultivadas sem (a) e

com (b) irrigação na segunda época de semeadura do milho. Santa

Maria, 2010. ........................................................................................... 75

Figura 23 - Comprimento acumulado das folhas das plantas de milho cultivadas

sem (a) e com (b) irrigação na segunda época de semeadura do

milho. Santa Maria, 2010. ...................................................................... 76

LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE A – Resultados do quadrado médio da análise da variância para o

armazenamento de água no solo na camada de 0 - 0,1 m em

função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...... 85

APÊNDICE B – Resultados do quadrado médio da análise da variância para o

armazenamento de água no solo na camada de 0,1 - 0,25 m

em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...... 86

APÊNDICE C – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

perda diária de água no solo na camada de 0 - 0,1 m em função

das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície

do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...................... 87

APÊNDICE D – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

perda diária de água no solo na camada de 0,1 - 0,25 m em

função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...... 88

APÊNDICE E – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

perda acumulada de água no solo na camada de 0 - 0,1 m em

função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...... 89

APÊNDICE F – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

perda acumulada de água no solo na camada de 0,1 - 0,25 m

em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...... 90

APÊNDICE G – Variação da radiação solar incidente no experimento. Santa

Maria, 2010. .................................................................................. 91

APÊNDICE H – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

temperatura média do solo na profundidade de 3 cm em função

das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície

do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...................... 92

APÊNDICE I – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

temperatura média do solo na profundidade de 8 cm em função

das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície

do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...................... 93

APÊNDICE J – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

temperatura máxima do solo na profundidade de 3 cm em

função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...... 94

APÊNDICE K – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

temperatura máxima do solo na profundidade de 8 cm em

função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...... 95

APÊNDICE L – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

temperatura mínima do solo na profundidade de 3 cm em

função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...... 96

APÊNDICE M – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

temperatura mínima do solo na profundidade de 8 cm em

função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...... 97

APÊNDICE N – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

amplitude de temperatura do solo na profundidade de 3 cm em

função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...... 98

APÊNDICE O – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

amplitude de temperatura do solo na profundidade de 8 cm em

função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ...... 99

APÊNDICE P – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

variação da temperatura do solo na profundidade de 3 cm em

função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo. Santa Maria, 2010. ........................................ 100

APÊNDICE Q – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a

variação da temperatura do solo na profundidade de 8 cm em

função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo. Santa Maria, 2010. ........................................ 101

APÊNDICE R – Resultados do quadrado médio da análise da variância para o

índice de área foliar das plantas de milho em função das

diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do

solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. ......................... 102

APÊNDICE S – Resultados do quadrado médio da análise da variância para o

comprimento acumulado das folhas das plantas de milho em

função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010. .... 103

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 18

2.1 Disponibilidade de água no solo às plantas .................................................. 19

2.2 Evaporação da água do solo ........................................................................... 21

2.2.1 Fatores que afetam a evaporação de água do solo ......................................... 23

2.2.1.1 Características físico-hídricas do solo .......................................................... 23

2.2.1.2 Desenvolvimento da cultura.......................................................................... 24

2.2.1.3 Sistemas de cultivo do solo .......................................................................... 24

2.2.1.4 Fatores metereológicos ................................................................................ 26

2.3 Temperatura do solo ........................................................................................ 27

2.4 A cultura do milho e o déficit hídrico .............................................................. 29

3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 33

3.1 Caracterização do experimento....................................................................... 33

3.2 Implantação e manejo da cultura do milho .................................................... 35

3.3 Caracterização física do solo da área experimental ...................................... 36

3.4 Determinações realizadas e metodologia empregada .................................. 38

3.4.1 Determinação do conteúdo de água do solo ................................................... 38

3.4.2 Determinação da temperatura do solo ............................................................. 39

3.4.3 Determinações morfológicas ........................................................................... 40

3.5 Análise estatística ............................................................................................ 41

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 42

4.1 Demanda evaporativa da atmosfera das duas épocas de semeadura ......... 42

4.2 Armazenamento de água no solo .................................................................... 44

4.3 Perdas diárias de água do solo ....................................................................... 49

4.4 Perdas acumuladas de água do solo .............................................................. 53

4.6 Temperatura máxima do solo .......................................................................... 61

4.7 Temperatura mínima do solo ........................................................................... 65

4.8 Amplitude de temperatura do solo .................................................................. 68

4.9 Variação diária da temperatura do solo .......................................................... 72

4.10 Características morfológicas das plantas de milho .................................... 74

5 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 77

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 78

APÊNDICES ............................................................................................................. 84

1 INTRODUÇÃO

A água é um fator fundamental à produção das culturas, tendo papel

importante nas flutuações de produtividade, principalmente em lavouras não

irrigadas e em regiões que apresentam períodos de déficit hídrico. A cobertura morta

na superfície do solo, a temperatura e a umidade do solo são fatores intimamente

interligados e, quando manejados adequadamente, podem propiciar incrementos à

produção das culturas.

O déficit hídrico é o estresse ambiental que mais afeta o crescimento e o

desenvolvimento das culturas agrícolas. A disponibilidade de água às plantas é o

fator que afeta o rendimento de grãos da cultura do milho com mais freqüência e

intensidade no Rio Grande do Sul (MATZENAUER et al., 1995), ocasionando

perturbações fisiológicas e morfológicas que afetam o desenvolvimento das plantas.

A conservação da água no solo é um aspecto de grande relevância para uma

produção agrícola mais estável e sustentável, aumentando a eficiência e

contribuindo na preservação dos recursos naturais, além de ser uma alternativa para

incrementar a produção de alimentos em nível mundial. Assim, a busca de

tecnologias e informações que contribuam para um adequado manejo do solo e da

água fazem-se cada vez mais necessárias.

Para aumentar a disponibilidade de água aos cultivos agrícolas e a

conservação dos recursos solo e água, tem-se aumentado a utilização de sistemas

de cultivo conservacionistas, como o sistema plantio direto, que determinam a

manutenção dos resíduos vegetais sobre a superfície do solo e o seu mínimo

revolvimento. Esse sistema causa redução nas perdas por erosão, diminui o

escoamento superficial, elevando assim a taxa de infiltração, além de proporcionar

outros benefícios, com a diminuição na amplitude térmica do solo, retenção de maior

quantidade de água e maiores rendimentos dos cultivos agrícolas (BRAGAGNOLO;

MIELNICZUCK, 1990; FREITAS et al., 2004).

A disponibilidade de água às plantas é um dos fatores de produção que limita

os rendimentos com mais frequência. Portanto, o correto manejo desse recurso é

decisivo para a obtenção de altas produtividades e sucesso na atividade agrícola.

17

O milho é, provavelmente, a cultura produtora de grãos mais influenciada pelo

regime hídrico no Estado do Rio Grande do Sul. A baixa disponibilidade hídrica que

ocorre com frequência no Estado, principalmente durante o período de dezembro a

fevereiro, é o principal fator responsável pela quebra na safra desta cultura.

Segundo Matzenauer et al. (1995) e Bergamaschi et al. (2004), as oscilações nas

safras de milho das principais regiões produtoras do Brasil estão associadas à

disponibilidade de água, sobretudo no período crítico da cultura, que vai do

pendoamento ao início do enchimento de grãos, o que na maior parte das lavouras

do Sul do Brasil ocorre entre dezembro e fevereiro.

O conhecimento do efeito de diferentes quantidades de resíduo vegetal na

superfície do solo sobre a dinâmica da água e da temperatura deste, associado ao

efeito de diferentes disponibilidades hídricas na morfologia e crescimento de plantas

de milho, torna-se importante subsídio para o auxílio no planejamento e manejo dos

cultivos agrícolas, especialmente frente ao advento e expansão do sistema plantio

direto e da importância da cultura do milho.

O objetivo deste trabalho foi avaliar as variações no conteúdo de água e na

dinâmica da temperatura de um solo cultivado com milho sob diferentes quantidades

de resíduo vegetal na superfície do solo e regimes hídricos. Além desse objetivo,

também foram estudados (i) o armazenamento e as perdas de água de um solo

cultivado com milho sob diferentes quantidades de resíduo vegetal na superfície e

regimes hídricos; (ii) as variações das características morfológicas das plantas de

milho cultivado sob diferentes quantidades de resíduo vegetal na superfície do solo e

regimes hídricos e, (iii) o comportamento da temperatura máxima, mínima e

amplitude do solo sob diferentes quantidades de resíduo vegetal na superfície do

solo e regimes hídricos.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O manejo adequado da água e do solo nos sistemas agrícolas tem grande

importância, aumentando a eficiência na produção e contribuindo na preservação

dos recursos naturais. Também é uma das alternativas para incrementar a produção

de alimentos em nível mundial e aumentar a disponibilidade de água aos cultivos

agrícolas, desde que esta seja usada de forma eficiente e racional e não cause

danos ao meio ambiente.

A crescente demanda por recursos hídricos torna necessária a utilização mais

eficiente da água, tanto em áreas com disponibilidade hídrica limitada, como em

regiões que ainda não enfrentam tais restrições. A escolha da tecnologia mais

adequada e, sobretudo, a promoção de métodos de irrigação que evitam o

desperdício são fundamentais para atender à demanda por alimentos, com o mínimo

de impactos ambientais, como a degradação dos solos e aquíferos (JOHN, 2003).

No Brasil, existe a necessidade de se aperfeiçoar a eficiência no manejo da

irrigação, da drenagem agrícola, da efetiva aplicação dos tradicionais instrumentos

de gestão da água, além da otimização do uso dos equipamentos, elevando a área

total sob produção em cada safra e reduzindo as áreas ociosas, para possibilitar o

combate à fome e atuar na segurança alimentar (CHRISTOFIDIS, 2006).

O aumento da disponibilidade de água aos cultivos agrícolas é uma

alternativa para incrementar a produção de alimentos em nível mundial, desde que

não cause danos ao meio ambiente e seja utilizada de forma racional e eficiente.

Uma grande contribuição na preservação dos recursos hídricos é o avanço nos

sistemas de manejo da água e do solo, que contribuem para o aumento da eficiência

do uso da água, visando à melhor utilização da água das chuvas (SPOHR et al.,

2007).

19

2.1 Disponibilidade de água no solo às plantas

Diferentes critérios têm sido utilizados para quantificar a água disponível às

plantas. Os pesquisadores têm dado muita atenção a problemas associados com a

avaliação dos limites de disponibilidade de água no solo às culturas e à dinâmica do

crescimento radicular. Entretanto, considerações sobre a disponibilidade total de

água no solo às plantas e o seu impacto no crescimento e desenvolvimento destas

têm recebido pequena atenção.

A disponibilidade de água não está ligada de forma direta à capacidade de

armazenamento de água do solo. Este depende de aspectos como o espaço poroso

e a profundidade do solo, enquanto a disponibilidade depende de fatores intrínsecos

do solo e da capacidade das plantas em extrair água nos diferentes teores de

umidade e níveis de energia de retenção. O conhecimento desses aspectos é

importante para o manejo da água na agricultura irrigada e não irrigada,

principalmente para um planejamento correto da atividade agrícola. Na agricultura

não irrigada, o aspecto mais importante é a associação da época de semeadura com

o período de maior disponibilidade hídrica às culturas, além da utilização de

variedades tolerantes e/ou resistentes a curtos períodos de deficiência hídrica no

solo (PETRY et al, 2007).

Muita atenção tem sido dispensada pela física do solo aos problemas que

envolvem a definição dos limites de umidade do solo, principalmente porque a

avaliação detalhada da água disponível no solo às plantas é essencial para o

manejo adequado da irrigação (PETRY et al., 2000).

A maneira tradicional de avaliar essa disponibilidade tem sido através da

medida da "capacidade de campo" e do "ponto de murcha permanente" de amostras

de solo retiradas do campo. Usualmente, utilizam-se os seguintes valores para a

obtenção da capacidade de campo através da curva característica de água do solo:

para solos muito argilosos, utiliza-se o valor do conteúdo de água correspondente à

tensão de 0,1 MPa; para solos argilosos, o valor correspondente à tensão de 0,033

MPa; e para solos arenosos, o valor de 0,01 MPa. Já para o ponto de murcha

permanente, o conteúdo de água é avaliado nos potenciais de –1,5 MPa

(CARLESSO; ZIMMERMANN, 2005). Entretanto, vários estudos criticam essas

definições, usando como principais argumentos que as plantas podem retirar água

20

do solo em potenciais menores que –1,5 MPa, superestimando os valores do ponto

de murcha permanente ou, ainda, pode ocorrer uma sub-estimativa da capacidade

de campo, fatos encontrados por Petry (2000), trabalhando com três classes de

texturas de solo (argila pesada, franco-argilo-siltosa e franco-arenosa).

A capacidade de campo deve ser utilizada unicamente como indicação do

armazenamento de água no solo; não se deve relacioná-la com a água disponível às

plantas. Por outro lado, visando aplicar esses conceitos em projetos de irrigação,

pode-se afirmar que a capacidade de campo não expressa adequadamente o limite

superior de disponibilidade de água às plantas, resultando em erros na frequência e

lâminas de irrigação a serem aplicadas no solo. Os resultados demonstram que a

drenagem ou redistribuição de água no perfil do solo é praticamente negligenciável

após 24 horas do início da drenagem (PETRY et al., 2000).

A utilização da capacidade de armazenamento de água disponível (CAD) tem

sido difundida e sua determinação é realizada pela diferença de conteúdo

volumétrico de água entre os limites superior e inferior de disponibilidade de água às

plantas, considerando cada camada do perfil de solo explorado pelo sistema

radicular das plantas (CARLESSO, 1995).

O limite superior (LS) é definido como o conteúdo de água no solo observado

24 horas após a drenagem do perfil, a partir do umedecimento completo ou

saturação do solo por irrigação ou precipitação. O limite inferior (LI), por sua vez, é

definido como o conteúdo de água no solo quando as plantas, após apresentarem

um desenvolvimento normal, estiverem completamente senescidas. Assim,

considera-se que neste ponto houve extração de toda a água disponível no perfil do

solo e que as plantas não podem recuperar a turgidez (CARLESSO; ZIMMERMANN,

2005).

A água disponível às plantas (expressa em altura de lâmina de água, mm) é

utilizada como indicador de déficits hídricos e também como indicador do momento

de fazer a irrigação (CARLESSO, 1995).

21

2.2 Evaporação da água do solo

A evaporação da água é o processo de mudança de sua fase líquida para a

fase gasosa e ocorre tanto numa massa contínua (rio, lago e represa), como numa

superfície úmida (solo); é, também, um fenômeno que utiliza a energia externa ao

sistema e a transforma em calor latente. Normalmente, a radiação solar é a fonte

principal de energia consumida neste processo (SOARES et al., 2001).

Em regiões subtropicais e temperadas, nos cultivos de primavera-verão, uma

considerável proporção das precipitações pluviais que deveriam ser aproveitadas

pelos cultivos é perdida para a atmosfera por evaporação. As perdas por

evaporação direta da superfície do solo têm maior relevância nas fases iniciais de

desenvolvimento das plantas, antes do fechamento das entrelinhas pelo dossel

vegetativo da cultura.

A evaporação é o maior componente do balanço hídrico para áreas com

culturas irrigadas ou de sequeiro, especialmente nas fases iniciais de

desenvolvimento das culturas. Segundo Freitas et al. (2004), para a taxa de resíduo

de 100% da matéria seca, a demanda evaporativa teve pequena influência na

redução da evaporação da água do solo, que foi de aproximadamente 20% da

evaporação ocorrida no tratamento com solo descoberto.

De acordo com Gardner e Hillel (1962), a evaporação da água de superfícies

inicialmente saturadas ocorre em três estágios. No primeiro, a água não é limitante e

a taxa de evaporação é determinada pela quantidade de energia disponível para

vaporizar a água contida na camada superficial do solo. Nesse estágio, as perdas

por evaporação dependem da demanda evaporativa da atmosfera junto à superfície

do solo, sendo o fluxo capilar da água no perfil do solo suficiente para manter a

superfície úmida, mantendo a taxa de evaporação elevada (REICHARDT, 1996).

Para Allen et al. (1998), a lâmina de água evaporada na primeira fase denomina-se

água prontamente evaporável APE (mm), enquanto a lâmina máxima de água que

pode ser evaporada através da superfície do solo denomina-se lâmina total

evaporável ATE (mm).

No segundo estágio, a evaporação sofre uma redução rápida, ocasionada

principalmente pela diminuição da umidade do solo na camada superficial e por

fatores referentes à condutividade hidráulica do solo, que determinam a

22

transferência de líquido e vapor à superfície. Nessa fase, as condições atmosféricas

(demanda evaporativa) acima da superfície perdem importância em relação aos

fatores intrínsecos do solo, e a evaporação é controlada pelas propriedades

hidráulicas do solo. A taxa de perda de água é função linear da umidade média do

perfil do solo, e o fluxo capilar e a transferência de vapor são os processos que

dominam as perdas por evaporação neste estágio (REICHARDT, 1996). Já Allen et

al. (1998) relatam que a evaporação da água do solo decresce à medida que a

umidade do perfil deste diminui, sendo proporcional à razão entre a quantidade de

água que ainda está disponível na camada superficial do solo, que produz a

evaporação.

O terceiro estágio da evaporação se inicia quando a relação entre a taxa de

evaporação e a umidade média do solo perde a linearidade estabelecida no estágio

dois, e o solo encontra-se bem mais seco (VENTURA et al., 2005). Esse estágio é

determinado principalmente pelas características físicas e adsortivas do solo,

ocorrendo o fluxo da água através dos poros do solo basicamente por difusão de

vapor, sensível ao fluxo de calor e, sendo esse um processo muito lento, a taxa de

evaporação pode ser considerada desprezível.

A taxa de transferência de água do solo para a atmosfera através das plantas

pode ser limitada pelo solo, pela planta e pelas condições atmosféricas. Para os

cultivos anuais, no início da fase de crescimento, quando o solo está parcialmente

coberto pelo dossel da cultura, a evapotranspiração da cultura é dominada pela

evaporação direta da água do solo descoberto e úmido, a qual é influenciada, antes

de tudo, pela energia disponível (FREITAS et al., 2006).

O suprimento de água para a evaporação é dependente das propriedades

físicas do solo, principalmente estrutura, densidade e porosidade. Para que o

processo ocorra e se mantenha, é necessário um suprimento contínuo de energia e

a existência de gradiente de pressão de vapor entre a superfície e a atmosfera,

sendo estas determinadas pelas variáveis meteorológicas. Além disso, deve haver

um suprimento hídrico contínuo do interior do solo à sua superfície. Essa condição

depende do potencial matricial de água no interior do solo e das condições de

transferência do meio, como a condutividade hidráulica (HILLEL, 1973).

23

2.2.1 Fatores que afetam a evaporação de água do solo

2.2.1.1 Características físico-hídricas do solo

As principais características físico-hídricas que influenciam diretamente as

perdas de água por evaporação estão relacionados com a estrutura do solo,

principalmente densidade e porosidade, as quais interferem na retenção da água e

nos fluxos líquido e gasoso desta no perfil do solo (GORDIYENKO; KOSTOGRYZ,

1990). Além desses fatores, a condutividade hidráulica não saturada tem papel

importante no suprimento hídrico à superfície do solo, para a manutenção do

processo de evaporação. Água, oxigênio, temperatura e resistência mecânica são

fatores que estão associados à emergência e ao crescimento radicular, agindo

diretamente no crescimento de plantas (LETEY, 1985). Propriedades físicas como

textura, estrutura, porosidade, entre outras, por sua vez, afetam diretamente os

fatores citados anteriormente e, portanto, indiretamente, o crescimento de plantas.

A porosidade total do solo pode ser dividida em microporosidade, ou

porosidade capilar, e macroporosidade, ou porosidade de aeração. Estes poros

podem armazenar água e ar necessários para o crescimento e desenvolvimento do

sistema radicular das plantas, dos microorganismos e animais do solo. Os sistemas

de manejo do solo afetam diferentemente a densidade e porosidade e o

armazenamento de água ao longo do perfil do solo, interferindo diretamente no

desenvolvimento e na produtividade das culturas (HILLEL, 1973).

A modificação no espaço poroso, principalmente os macroporos e a

continuidade dos poros, afeta a densidade do solo, influindo nas propriedades físico-

hídricas importantes, como a porosidade de aeração, a retenção de água, a

disponibilidade de água às plantas e a resistência à penetração (KLEIN, 1998). Em

termos práticos, o uso intensivo de máquinas, segundo Camargo e Alleoni (1997),

vem tornando comuns os problemas de compactação em solos agrícolas.

Especialmente com a crescente utilização do sistema plantio direto, os atributos

físicos do solo têm sido modificados, necessitando de pesquisas com períodos de

duração mais longos para se poder estudar os fenômenos ligados à sua estrutura.

24

2.2.1.2 Desenvolvimento da cultura

A presença de plantas crescendo interfere indiretamente no processo de

evaporação da água do solo; pois, com o aumento da área foliar, ocorre um

aumento da interceptação da radiação solar incidente, aumentando o sombreamento

do solo e reduzindo a quantidade de energia que chega a esse. No início do ciclo

das culturas, o efeito da área foliar das plantas é pequeno, e a evaporação tende a

ser maior, perdendo importância quando a área foliar é suficiente para o fechamento

das entrelinhas de cultivo (BERGAMASCHI et al., 2004; DALMAGO et al., 2004).

O período inicial de desenvolvimento das culturas anuais é definido por

ALLEN et al. (1998) como um período em que aproximadamente 10% de cobertura

do solo são realizados pelo dossel vegetativo da cultura. Dessa forma, a evaporação

na superfície do solo tende a ser maior no início do ciclo das culturas do que quando

o índice de área foliar for máximo, quando a maior quantidade de energia é

interceptada pelo dossel (BERGAMASCHI et al. 2004).

Segundo Andrade et al. (2007a), quando o índice da área foliar da cultura do

milho for menor que 0,17, a máxima perda de água do solo na profundidade de 0-10

cm nas condições de 3 e 6 Mg ha-1 de cobertura morta ocorre um dia após a

condição de solo descoberto. Os mesmos autores afirmam que a evaporação

acumulada de água do solo, na profundidade de 0 - 30 cm, coberto com 6 Mg ha-1

de resíduos vegetais em semeadura direta é significativamente menor que o coberto

com 3 Mg ha-1 , até 34 dias após a emergência da cultura do milho.

2.2.1.3 Sistemas de cultivo do solo

A utilização de sistemas de cultivo conservacionistas, como o sistema plantio

direto (PD), que determinam a manutenção dos resíduos vegetais sobre a superfície

do solo e o seu mínimo revolvimento, podem contribuir para aumentar a capacidade

produtiva dos solos. A cobertura morta reduz a evaporação, mantendo o solo mais

úmido, com isso ocorre a redução nas oscilações de sua temperatura e umidade.

O sistema de plantio direto vem sendo implementado em grande escala nas

últimas décadas no Brasil. Na safra 2006/07, foram cultivados aproximadamente

25,5 milhões de hectares em plantio direto no Brasil, contra 14,3 milhões de

hectares na safra 1999/2000 (FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PLANTIO DIRETO NA

25

PALHA, 2008). Esse crescimento acentuado se deve a vários aspectos: à

importância econômica para os produtores e efeitos benéficos sobre as

propriedades do solo, com o maior controle da erosão, à redução das perdas de

água por escoamento superficial e ao consequente aumento da disponibilidade

hídrica para as culturas (FREITAS et al., 2004).

A cobertura morta é utilizada basicamente para reduzir a perda de água do

solo por evaporação e diminuir a ocorrência de plantas invasoras. O uso dessa

técnica, conhecida como “mulching”, provoca modificações microclimáticas, pois

além de alterar o balanço de radiação, devido à diferença no coeficiente de reflexão,

modifica todos os outros componentes do balanço de energia na superfície

(PEZZOPANE et al., 1996).

A utilização de cobertura morta na superfície do solo, segundo Andrade et al.

(2007b), pode ocasionar uma redução nas perdas de água por evaporação na

camada de 0 - 0,1 m de 19 a 42%, respectivamente, com a utilização de 3,0 e 6,0

Mg ha-1 de cobertura morta de resíduos vegetais de aveia em comparação com o

solo descoberto, obtidos em novembro e dezembro de 2006. Já Freitas et al. (2004),

trabalhando em laboratório com colunas de solo de 20 cm de diâmetro e 45 cm de

altura, afirmam que pode ocorrer uma redução da evaporação da água de

aproximadamente 20% com 100 % de cobertura vegetal, pois a evaporação é o

maior componente do balanço da água para áreas com culturas irrigadas ou de

sequeiro.

O aumento do armazenamento de água no plantio direto, mesmo que

pequeno, tem grande importância para culturas sensíveis ao déficit hídrico e que

possuem um período crítico bem definido, como o milho, em que um pequeno

acréscimo de umidade no solo, neste período, pode garantir rendimentos

satisfatórios, reduzindo flutuações na produção, principalmente em períodos com

ocorrência de estiagem. Essa diferença de disponibilidade de água no plantio direto

é mais significativa na camada próxima à superfície, sendo mais frequente quando o

solo se encontra em processo de secagem avançado (BRAGAGNOLO;

MIELNICZUK, 1990).

Resultados que confirmam esse fato são descritos por Lindswall et al. (1995),

que verificaram um benefício do plantio direto às culturas quando as precipitações

são abaixo do normal, proporcionando maior suprimento hídrico. Bragagnolo e

Mielniczuk (1990) citam também que, em curtos déficits hídricos, esse benefício é

26

alcançado com 5,0 a 7,5 Mg ha-1 de resíduos vegetais adicionados à superfície,

sendo estas quantidades possíveis de serem alcançadas por produtores em

lavouras.

2.2.1.4 Fatores metereológicos

A radiação solar, a temperatura do ar, a umidade relativa do ar e a velocidade

do vento são os parâmetros climatológicos mais importantes a considerar quando se

avalia o processo de evaporação da água do solo (ALLEN, 2005). A mudança das

moléculas de água do estado líquido para o estado de vapor requer uma quantidade

de energia de aproximadamente 590 calorias por grama de água a ser evaporada.

Essa energia é proporcionada pela radiação solar e, em menor grau, pela

temperatura do ar.

À medida que ocorre a evaporação, o ar circundante se satura gradualmente,

e o processo se torna cada vez mais lento, até parar completamente se o ar úmido

circundante não se transfere à atmosfera. Assim, para que o processo de

evaporação se mantenha, há a necessidade de uma constante renovação do ar

junto à superfície, ocorrendo a troca do ar saturado por um ar mais seco, realizada

pelo vento. No entanto, a força impulsora para retirar o vapor de água de uma

superfície evaporante depende do gradiente de pressão de vapor entre essa

superfície e a atmosfera, o qual é dependente da umidade relativa do ar.

A radiação solar afeta diretamente a demanda evaporativa da atmosfera, pois

ela é responsável pelo fornecimento de energia para todos os processos que

ocorrem na atmosfera, como, por exemplo, aquecimento, evaporação da água,

turbulência do ar, fotossíntese e outros (REICHARDT, 1990). O sol é a fonte de toda

energia e sua distribuição origina todos os processos físicos, químicos e biológicos

na natureza. O processo de evaporação da água da superfície do solo ou das

plantas demanda energia da ordem de 590 cal g-1 a uma temperatura de 20 ºC. Isso

significa que, para cada grama de água evaporada, são necessárias 590 cal, as

quais são provenientes da radiação solar (CARLESSO et al., 2007).

27

2.3 Temperatura do solo

Práticas de manejo das culturas como a utilização de resíduos vegetais sobre

a superfície do solo tendem a alterar significativamente o regime de temperatura

deste, isso porque agem como atenuadores da amplitude térmica. A temperatura do

solo, seu valor em dado momento e a maneira como varia no tempo e no espaço

são fatores determinantes nas taxas de transferência de energia e massa com a

atmosfera, incluindo a evaporação e a aeração. Fatores meteorológicos, localização

geográfica, declividade, cobertura vegetal, precipitação pluvial e ação antrópica são

os elementos que, de acordo com Hillel (1998), mais interferem na temperatura e

fluxo de calor no solo.

A temperatura é considerada um fator importante que está diretamente

relacionado ao sistema solo-planta-atmosfera, atuando em processos bioquímicos,

participando no controle da atividade microbiana e nas reações químicas no interior

do solo. Nas plantas o processo de germinação e emergência, bem como o

crescimento das raízes, é grandemente influenciado pela temperatura do solo

(CONCEIÇÃO et al., 2000). O desenvolvimento inicial ideal de uma planta começa

com condições favoráveis para a germinação e emergência das plântulas. Dentre os

fatores que afetam a emergência, está a temperatura do solo, a qual está

relacionada à presença de cobertura. Segundo Urchei et al. (1998), a consequência

da reflexão e absorção da energia incidente está relacionada a cor, tipo, quantidade

e distribuição de resíduos vegetais das culturas anteriores.

Para a emergência de plântulas de milho, a temperatura ideal na zona

radicular situa-se na faixa de 25 a 35ºC; em temperaturas superiores a 35ºC ocorre

drástica redução do desenvolvimento das plântulas (LAL, 1974). Para a cultura da

soja, Silva (2002) cita que a temperatura ótima do solo para germinação da semente

fica na faixa de 25 a 30ºC e, para nodulação e fixação de nitrogênio, entre 27ºC e

32ºC e, segundo Hornetz et al. (2001), a temperatura ótima para a emergência de

plântulas de feijão é de 37ºC.

A presença de resíduos vegetais na superfície do solo protege-o contra o

aquecimento excessivo e a perda de água por evaporação, modificando vários

processos físicos, químicos e biológicos, provocando modificações microclimáticas,

pois além de alterar o balanço de radiação, devido à diferença no coeficiente de

28

reflexão, modifica todos os outros componentes do balanço de energia na superfície.

Os resíduos vegetais possuem alta refletividade à radiação solar e baixa

condutividade térmica, causando redução da evaporação, mantendo o solo mais

úmido. Com isso ocorre redução nas oscilações de temperatura e umidade do solo

(PEZZOPANE et al., 1996).

A superfície seca dos solos arados e gradeados também pode manter a

temperatura do perfil de solo mais uniforme do que se ele fosse compactado, ainda

que a variação na superfície aumente. Por isso, haverá uma redução da amplitude

da temperatura abaixo dessa camada seca, reduzindo as perdas de água por

evaporação, pois a condutividade hidráulica desta camada é baixa. Ocasionará,

também, maior variação de temperatura na superfície (ainda que o coeficiente de

reflexão seja alto), porque a condutividade térmica dessa camada é baixa

(PREVEDELLO, 1996).

Trabalhando com resíduos vegetais de trigo como cobertura, Bragagnolo e

Mielniczuk (1990) observaram na temperatura máxima do solo uma redução de 0,6 a

1,1°C por Mg ha-1 de massa seca depositada na superfície. Perceberam também

que a diferença entre a temperatura do solo descoberto e a daquele com cobertura

morta é em função do conteúdo de água no solo, sendo maior quanto maior for a

diferença de umidade deste. Os mesmos autores encontraram uma redução da

temperatura em 8,5 ºC (de 37,1 ºC para 28,6 ºC) no solo com cobertura de 7,5 Mg

ha-1 de resíduos vegetais, além de esse reter 10% a mais de água, comparado ao

descoberto.

Em condições subtropicais, Salton e Mielniczuck (1995), verificaram menores

temperaturas máximas e menor variação diária da temperatura do solo a 0,05 m de

profundidade para o plantio direto, quando comparado com o preparo convencional

e preparo reduzido, em um Argissolo Vermelho Distrófico.

Em um solo descoberto, Marote; Vidor e Mendes (1990) observaram

temperatura máxima de 38ºC, a qual foi reduzida para 30ºC quando utilizaram

cobertura morta sobre a superfície. Gasparin et al. (2005) observaram temperaturas

superiores a 40oC a 0,02 m de profundidade, com amplitude térmica de 20oC, no

solo sem cobertura, enquanto que para o com cobertura de 4 Mg ha-1 de resíduos

vegetais de aveia, a temperatura máxima foi inferior a 31oC, e a amplitude térmica

diária foi reduzida para menos de 10oC. Pezzopane et al. (1996) observaram

29

redução de 9,5oC na temperatura máxima do solo, utilizando uma cobertura de 24

Mg ha-1 de resíduos vegetais secos de café.

Estudos conduzidos por Sidiras e Pavan (1986) observaram temperaturas

máximas a 0,03 m de profundidade que frequentemente excederam a 40°C no

sistema de plantio convencional, enquanto que no plantio direto, com presença de

resíduos vegetais na superfície, as temperaturas mantiveram-se inferiores a 35°C.

De modo semelhante, Varadan e Rao (1983) observaram que a temperatura máxima

do solo desnudo alcançou 39-40°C, enquanto que no solo com mulching de resíduos

vegetais chegou a 30-33°C na profundidade de 0,05 m, aspecto considerado

benéfico para as plantas de pomares de coco e banana.

De acordo com Streck et al. (1994), ao compararem-se resultados de

temperatura entre solo descoberto e com mulching, é importante levar em

consideração as diferenças entre o conteúdo de água no solo, pois este modifica as

suas propriedades térmicas alterando o balanço de energia. Pires et al. (2004)

afirmam que há influência do ambiente de cultivo, da cobertura do solo e dos níveis

de irrigação na temperatura máxima do solo, a qual aumenta com a diminuição do

potencial da água no solo.

A natureza da cobertura e o nível de sombreamento influenciam diretamente

as flutuações de temperatura e umidade do solo (OLIVEIRA et al., 2005). Os

mesmos autores também verificaram que o solo sem cobertura apresentou a maior

amplitude de variação da temperatura ambiente acima da superfície, registrando os

menores valores de umidade e os maiores de temperatura. Além disso, observaram

que as variações na umidade e temperatura tendem a diminuir com o aumento da

profundidade de amostragem.

2.4 A cultura do milho e o déficit hídrico

Dos 46,97 milhões de hectares cultivados com as principais culturas no Brasil,

na safra 2007/08, o milho ocupa 14,605 milhões de hectares, a segunda cultura mais

cultivada, perdendo apenas para a soja. Apresenta, em nível nacional,

respectivamente, produção e produtividade de 57,877 milhões de toneladas e 3.962

kg ha-1. O Rio Grande do Sul apresenta área plantada com milho de 1,391 milhões

30

de ha e produção de 5,520 milhões de toneladas, com produtividade de 3.969 Kg ha-

1 (CONAB, 2008).

A cultura do milho tende a expressar sua elevada produtividade quando a

máxima área foliar coincidir com o período de maior disponibilidade de radiação

solar, desde que não haja déficit hídrico (BERGAMASCHI et al., 2004). Essa

condição permite a máxima fotossíntese, porém aumenta a necessidade hídrica da

cultura, já que o elevado fluxo energético incidente também eleva a

evapotranspiração.

O déficit hídrico pode ser definido como todo o conteúdo de água de um

tecido ou célula que está abaixo do conteúdo de água mais alto exibido no estado de

maior hidratação (TAIZ; ZEIGER, 2004). A frequência e a intensidade do déficit

hídrico constituem os fatores mais importantes à limitação da produção agrícola

mundial (SANTOS; CARLESSO, 1999). A disponibilidade de água às plantas é o

fator que afeta o rendimento de grãos da cultura do milho no Estado do Rio Grande

do Sul com maior freqüência e intensidade (MATZENAUER et al., 1995; EMYGDIO;

TEIXEIRA, 2006). Segundo Matzenauer (2002), pode ocorrer redução de rendimento

de grãos de milho em quatro anos a cada dez. Entretanto, a maior parte das

lavouras cultivadas com o cereal não são irrigadas, e o rendimento de grãos está

condicionado ao suprimento de água através das precipitações pluviais (CARLESSO

et al., 2000).

Os efeitos do déficit hídrico sobre o rendimento de interesse econômico de

uma cultura vão depender da sua intensidade, duração, época de ocorrência e da

capacidade genética das plantas em responder às mudanças do ambiente (CUNHA;

BERGAMASCHI, 1992; KELLING, 1995; CHAVES, 1991).

O déficit hídrico afeta a bioquímica, a fisiologia, a morfologia e os processos

de desenvolvimento das plantas, reduzindo a fotossíntese de três maneiras: pela

redução na área foliar disponível para interceptar a radiação solar, pela redução da

difusão do CO2 para dentro da folha e pela redução da habilidade dos cloroplastos

para fixar o CO2, além de alterar o ambiente físico das culturas, por modificar o

balanço de energia do sistema (JONES, 1985; BERGAMASCHI, 1992).

De acordo com Bergamaschi et al. (2004) e Matzenauer et al. (1995), a

produtividade de grãos de milho é decorrente das condições hídricas durante o

período crítico, que vai do pendoamento ao início do enchimento de grãos. Segundo

Medeiros et al. (1991), esse período ocorre de 10 dias antes do pendoamento até 10

31

dias após o final do espigamento, pois as deficiências hídricas neste sub-período

acarretaram acentuados e irreversíveis decréscimos de rendimento. O número de

grãos por espiga e o número de espigas por planta são os componentes da

produção de grãos mais afetados pelo déficit hídrico.

Quando o déficit hídrico evolui lentamente, possibilitando mudanças nos

processos de desenvolvimento, o estresse hídrico tem vários efeitos sobre o

crescimento, um dos quais é a limitação da expansão foliar. A área foliar é

importante porque, em geral, a fotossíntese é proporcional a ela (TAIZ; ZEIGER,

2004).

Analisando alterações no enrolamento e orientação de folhas de milho

causada por déficits hídricos, Carlesso (1997) concluiu que alterações na orientação

e no enrolamento das folhas são maiores para déficits hídricos aplicados durante o

período de crescimento vegetativo das plantas (antes da antese), com consequente

redução na interceptação da radiação solar. Kunz et al. (2007) afirmam que a

deficiência hídrica diminui a eficiência de interceptação da radiação

fotossinteticamente ativa, devido à redução do índice de área foliar e ao enrolamento

das folhas e que o milho cultivado em plantio direto apresenta maior eficiência de

interceptação da radiação fotossinteticamente ativa em comparação ao preparo

convencional, sendo esta maior em espaçamento reduzido.

A expansão foliar depende principalmente da expansão celular, e os

processos de expansão foliar e celular são afetados pela ocorrência de déficits

hídricos. Área foliar menor transpira menos, conservando um suprimento de água

limitado no solo por um período mais longo. Assim, a redução da área foliar pode ser

considerada a primeira linha de defesa da planta contra a deficiência hídrica (TAIZ;

ZEIGER, 2004).

Durante o período vegetativo, o déficit hídrico reduz o crescimento das

plantas de milho, em função de decréscimos da área foliar e da biomassa. Porém,

os efeitos sobre a produção de grãos podem ser atenuados posteriormente, se as

condições hídricas se tornarem favoráveis, o que poderá garantir níveis satisfatórios

de rendimento (BERGAMASCHI et al., 2006).

Segundo Zimmermann (2001), plantas de milho submetidas a déficit hídrico

terminal apresentam índice de área foliar diretamente relacionado à extração de

água do solo, seja nos sistemas de cultivo plantio direto ou convencional. Da mesma

forma, estudos conduzidos por Dal Forno (1998), aplicando diferentes níveis de

32

irrigação em plantas de milho, encontraram variações no índice de área foliar, altura

de plantas, elongação de folhas, matéria seca total, peso de mil sementes, peso de

grãos por espiga e no rendimento, conforme alterava o manejo de irrigação.

Se o déficit hídrico ocorrer no período crítico de desenvolvimento da cultura,

da pré-floração ao início do enchimento de grãos, a recuperação de sua capacidade

produtiva não poderá ocorrer de forma satisfatória, uma vez que os eventos

reprodutivos são muito mais rápidos do que os verificados durante o crescimento

vegetativo. Nessa etapa fenológica, o milho é extremamente sensível ao déficit

hídrico, em decorrência dos processos fisiológicos ligados à formação do zigoto e

início do enchimento de grãos, além da elevada transpiração, decorrente da máxima

área foliar e da elevada carga energética proveniente da radiação solar

(BERGAMASCHI et al., 2006).

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização do experimento

O experimento foi realizado em área experimental do Departamento de

Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Maria, campus de Santa Maria,

RS, no ano agrícola de 2009/10. A área está situada em latitude de 29°41’24”S e

longitude de 53°48’42”W. O clima da região, conforme Moreno (1961), é do tipo

“Cfa”, de acordo com a classificação climática de Köppen (subtropical úmido, sem

estação seca definida e com verões quentes). Nessa classe, a temperatura média

do mês mais quente do ano é superior a 22oC, e as temperaturas mínimas do mês

mais frio oscilam entre -3 e 18oC. A precipitação média anual da região varia de

1.322 a 1.769 mm. O solo do local está classificado como Argissolo Vermelho

Distrófico arênico (EMBRAPA, 1999).

O experimento foi conduzido no interior de uma cobertura móvel (Figura 1),

estruturada sobre trilhos metálicos, com movimentação mecânica. A cobertura móvel

somente foi acionada (fechada) quando da ocorrência de precipitações pluviais na

área experimental. O uso deste tipo de estrutura possibilita a aplicação de diferentes

déficits hídricos e lâminas de irrigação, sem a interferência das precipitações

pluviais, obtendo-se um controle adequado do manejo da água no solo.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado,

bifatorial, com cinco repetições. As unidades experimentais apresentaram

dimensões de 2,9 x 3 metros, num total de 30 parcelas. O fator A foi constituído de

três quantidades de resíduo vegetal sobre a superfície do solo: 0 (zero), 3 e 6 Mg ha-

1 de resíduos vegetais de aveia preta (Avena strigosa Schreb). O fator B foi

constituído de dois regimes hídricos: irrigado e não irrigado.

As parcelas não irrigadas receberam água (irrigação) apenas logo após a

semeadura. A necessidade de irrigação das parcelas irrigadas foi determinada com

base no programa de manejo da irrigação do Sistema Irriga®, da UFSM

(http://www.sistemairriga.com.br). A estimativa da evapotranspiração de referência

(ETo) foi realizada pelo método de Penman-Monteith (ALLEN et al., 1998). A

34

evapotranspiração máxima das culturas foi estimada pelo método de Penman-

Monteith parametrizado pela FAO, utilizando os valores dos coeficientes de cultura

(Kc) propostos por Allen et al. (1998). Esse método é recomendado pela FAO para a

determinação da ETo, porque seu valor é muito próximo da evapotranspiração de

referência da grama em seu local de avaliação, possui embasamento físico e

incorpora tanto os parâmetros fisiológicos como os aerodinâmicos (CARLESSO et

al., 2007).

Figura 1 - Ilustração da cobertura móvel, utilizada no experimento, com a estrutura aberta (a) e fechada (b) (adaptado de Schneider, 2003). Santa Maria, 2010.

A lâmina de irrigação foi determinada em função da capacidade de

armazenamento de água disponível no solo até a profundidade efetiva do sistema

radicular das plantas. Na definição da profundidade efetiva do sistema radicular, foi

considerada a sua evolução ao longo do ciclo da cultura, iniciando com 15 cm na

semeadura-emergência, aumentando a profundidade com a evolução dos estádios

fenológicos, chegando-se a um máximo de 80 cm entre a floração e a maturação

fisiológica.

A irrigação foi realizada por gotejamento, utilizando-se tubos gotejadores

auto-reguláveis de 16 mm de diâmetro, com 0,2 m entre gotejadores na linha e 0,5

m entre as linhas. A pressão de serviço nos tubos gotejadores foi de 10 KPa,

resultando em uma intensidade de irrigação de 10 mm h-1.

35

Para o cálculo da evapotranspiração de referência (ET0), os dados

meteorológicos necessários – temperatura do ar (ºC), umidade relativa do ar (%),

insolação (h), velocidade do vento a 2m (m s-1), pressão atmosférica (kPa) e

precipitação pluvial (mm) – foram obtidos de uma estação meteorológica automática,

instalada em área gramada, a aproximadamente 300 m do local do experimento,

pertencente ao 8º DISME.

3.2 Implantação e manejo da cultura do milho

A cultura do milho foi semeada em duas épocas, ambas no ano de 2009: a

primeira no dia 20 de outubro, com emergência em 26 de outubro, sendo conduzida

até os 47 dias após a semeadura (DAS) (06/12/2009); a segunda época foi semeada

dia 07 de dezembro, com emergência em 12 de dezembro, conduzida até os 55

DAS (31/01/2010). O espaçamento entre linhas de cultivo foi de 0,5 m (seis linhas

por parcela) e população final de 70.000 plantas ha-1. Na primeira semeadura,

utilizou-se o híbrido Pioneer 32R48H e, na segunda, o Pioneer 32R22H. A

semeadura foi realizada no solo sob preparo convencional e, posteriormente, foram

depositadas as quantidades de resíduo vegetal nas parcelas, conforme os

tratamentos.

A fertilização do solo foi realizada com base na análise química, conforme

indicações da Comissão de Fertilidade do Solo do Rio Grande do Sul e de Santa

Catarina (2004), seguindo as recomendações para a cultura do milho, objetivando

produtividade de grãos de 12 Mg ha-1. A adubação de base consistiu de 380 Kg ha-1

de fertilizante mineral, fórmula 05-30-20, aplicados na linha de semeadura antes da

implantação da primeira época de semeadura. Em cobertura, nas duas épocas de

semeadura, foram aplicados 125 Kg ha-1 de nitrogênio, na forma de uréia (45% N),

quando a cultura encontrava-se em estádio V4, e mais 125 Kg ha-1 de nitrogênio

quando as plantas estavam no estádio V8. Na primeira época de cultivo, foi

realizada aplicação de herbicida, constituído da mistura dos princípios ativos

Atrasine + Tembotrione, no dia 13 de novembro de 2009, quando as plantas

estavam em estádio V3.

36

3.3 Caracterização física do solo da área experimental

Ao final do experimento, foram determinadas as características físicas do

perfil do solo, coletando-se amostras com estrutura preservada e deformada, em

todas as camadas do perfil do solo. As análises físicas foram realizadas no

Laboratório de Análises Físicas do Sistema Irriga, do Departamento de Engenharia

Rural, da Universidade Federal de Santa Maria.

As amostras com estrutura preservada foram coletadas com o auxílio de um

extrator, no qual foi acoplado um cilindro de metal de 5,56 cm de diâmetro e 3 cm de

altura (volume 72,84 cm3). As características físicas avaliadas nessas amostras

foram: densidade do solo, curva característica de água no solo (nos potenciais de -

0,001; -0,006; -0,033 e -0,10 MPa), porosidade total, macro e microporosidade.

Com as amostras de estrutura não preservada, foram realizadas análise

granulométrica, densidade de partículas e conteúdo de água nos potenciais de -0,5

e -1,5 MPa. A densidade de partículas foi obtida pelo método do balão volumétrico e

a densidade do solo, pelo método do anel volumétrico. Na tabela 1 são

apresentados os resultados da densidade e porosidade do solo.

Tabela 1 - Resultados da densidade e porosidade do solo da área experimental.

Santa Maria, 2010.

Camada (m)

Densidade (g cm-3) Porosidade (cm3 cm-3) Solo Partícula Macro Micro Total

0 – 0,10 1,340 2,575 0,077 0,402 0,480 0,10 – 0,25 1,380 2,595 0,098 0,371 0,469 0,25 – 0,55 1,365 2,605 0,135 0,341 0,475 0,55 – 0,85 1,435 2,660 0,080 0,380 0,460

Os resultados da curva característica de água no solo e do limite superior de

água disponível às plantas no solo (LS) são apresentados na tabela 2. O LS nas

camadas de 0 - 0,1 m, 0,1 - 0,25 m e 0,25 - 0,55 m foi considerado como sendo o

conteúdo de água no potencial de -0,01 MPa, estimado por meio do programa

Curvaret (DOURADO NETO et al., 1990). Na camada de 0,55 - 0,85 m, o limite

37

superior foi considerado no potencial de -0,033 MPa, em função do maior teor de

argila desta camada, conforme descrito por Carlesso e Zimmermann (2005). O

armazenamento de água do solo (mm) no limite superior foi obtido pela multiplicação

do conteúdo de água neste potencial (cm3 cm-3) pela espessura da camada de solo

considerada (mm).

Tabela 2 - Resultados da curva característica de água no solo e do limite

superior de água disponível às plantas no solo (LS) da área

experimental. Santa Maria, 2010.

Camada (m)

Umidade Volumétrica (cm3 cm-3) LS

(cm3 cm-3) Satur. 1 6 33 100 500 1500

(-kPa) (-kPa) (-kPa) (-kPa) (-kPa) (-kPa)

0 – 0,10 0,519 0,484 0,402 0,337 0,288 0,194 0,119 0,385 0,10 – 0,25 0,491 0,462 0,371 0,312 0,265 0,159 0,112 0,357 0,25 – 0,55 0,477 0,408 0,341 0,269 0,224 0,152 0,117 0,304 0,55 – 0,85 0,476 0,439 0,380 0,329 0,281 0,236 0,191 0,329

Para as análises granulométricas e densidade de partículas, foram coletadas

aproximadamente 1000 gramas de solo com estrutura deformada, na porção

mediana de cada camada do perfil do solo. Determinações analíticas de textura,

densidade de partículas, densidade do solo e porosidade foram realizadas conforme

métodos descritos pela EMBRAPA (1997). Os resultados da análise granulométrica

são apresentados na tabela 3.

Tabela 3 - Resultados da análise granulométrica do solo da área experimental.

Santa Maria, 2010.

Camada (m)

Textura (g 100g-1) Classe Textural

Areia Silte Argila

0 – 0,10 36,0 44,7 19,4 Franco 0,10 – 0,25 35,5 40,4 24,2 Franco 0,25 – 0,55 32,1 35,4 32,5 Franco argilo siltoso 0,55 – 0,85 24,2 31,7 44,1 Argila

38

3.4 Determinações realizadas e metodologia empregada

3.4.1 Determinação do conteúdo de água do solo

Para determinação do conteúdo de água no solo foi utilizado um conjunto

FDR (Reflectometria no Domínio de Frequência), sendo sua calibração realizada

com um conjunto TDR (Reflectometria no Domínio de Tempo), instalado em uma

parte do experimento. Ambos conjuntos são constituídos por um datalogger,

multiplexadores e sondas ou sensores e realizam a medida direta da umidade

volumétrica do solo (cm3 água cm-3 solo).

As sondas do sistema FDR são constituídas por duas hastes paralelas de aço

inoxidável, distantes 0,04 m, com 0,3 m de comprimento e 4,5 mm de diâmetro.

Foram instaladas quatro sondas por parcela, totalizando 120 sensores no

experimento, nas seguintes profundidades: 0 a 0,1 m, 0,1 a 0,25 m, 0,25 a 0,55 m e

de 0,55 a 0,85 m, conforme demonstrado na figura 2.

Figura 2 - Ilustração da instalação das sondas FDR nas diferentes camadas de solo avaliadas. Santa Maria, 2010.

39

As sondas do sistema TDR são formadas por duas hastes paralelas de aço

inox, distantes 5 cm, com 0,2 m de comprimento e 6,3 mm de diâmetro. Foram

instaladas em seis parcelas do experimento, quatro sondas por parcela, instaladas

nas profundidades de: 0 a 0,1 m, 0,1 a 0,25 m, 0,3 a 0,5 m e a quarta de 0,6 a 0,8 m,

totalizando 24 sensores.

Comparando os resultados da umidade do solo dos sistemas determinados

pelos sistemas FDR e TDR, não foram constatadas diferenças significativas, em

nenhuma das camadas do perfil de solo avaliadas; foram adotados diretamente os

valores de umidade determinados pelo FDR para este trabalho.

As determinações da umidade do solo foram realizadas a cada 15 minutos,

desde a semeadura até o final do ciclo da cultura, e estes dados foram

automaticamente armazenados no datalogger. O armazenamento de água no solo

foi obtido pelo produto do conteúdo volumétrico de água (cm3 água cm-3 solo) e a

espessura de cada camada do perfil do solo avaliada (mm). A lâmina média de água

armazenada, extraída pela cultura, evaporada ou percolada, foi obtida pelo

somatório das lâminas observadas na camada dividido pelo número de avaliações

realizadas.

3.4.2 Determinação da temperatura do solo

A temperatura do solo foi medida por um conjunto formado por datalogger,

multiplexadores e termopares ou sensores. Os termopares são constituídos por um

fio de cobre e outro de constantan, unidos em cerca de 1 cm em uma extremidade.

Essa união está envolta por uma camada de silicone e colocada dentro de um

pequeno tubo de cobre de 4 cm de comprimento e 0,8 cm de diâmetro fechado nas

extremidades, para proteger a união dos metais da oxidação.

Os termopares foram instalados nas profundidades de 0,03 m, 0,08 m, 0,15 m

e 0,3 m, conforme demonstrado na figura 3, totalizando quatro sensores por parcela

e 120 no total. Os termopares são conectados a multiplexadores e estes a um

datalogger central, o qual gerencia e armazena as determinações da temperatura do

solo, realizadas a cada 15 minutos.

Foram analisados os dados diários de: temperatura média, obtida a partir da

média aritmética dos 96 registros diários de temperatura; temperatura máxima,

40

temperatura mínima e amplitude da temperatura diária, obtida pela subtração entre a

temperatura máxima diária pela mínima diária.

A temperatura do solo passou a ser registrada a partir do décimo dia após a

semeadura do segundo ciclo de cultivo, em função de atrasos no recebimento dos

fios de cobre-constantan, necessários para confecção dos sensores (termopares).

Figura 3 - Ilustração da instalação dos termopares nas diferentes profundidades do solo avaliadas. Santa Maria, 2010.

3.4.3 Determinações morfológicas

Características morfológicas das plantas, como comprimento acumulado das

folhas e área foliar, foram avaliadas em duas plantas por parcela localizadas nas

linhas centrais, selecionadas e identificadas aos 15 DAS, quando apresentavam

altura e número de folhas idênticos. Essas avaliações foram feitas duas vezes por

semana, com auxílio do equipamento LI-COR 3000C, que realiza estas medidas

através de um “escaneamento” das folhas das plantas, informando diretamente a

área foliar e o comprimento acumulado ou total das folhas de cada planta.

O comprimento acumulado foi obtido pelo somatório do comprimento da

lâmina foliar de todas as folhas da planta, tomando-se a medida do comprimento

desde a extremidade até a junção da folha no colmo. O índice de área foliar (IAF) foi

41

calculado pela razão entre á área foliar fotossinteticamente ativa da planta (área

foliar verde) e a área superficial de solo ocupada por ela, considerando-se a

população de 70.000 plantas ha-1.

3.5 Análise estatística

Os resultados diários do armazenamento, perda diária e perda acumulada de

água do solo e da temperatura do solo, média, máxima, mínima e amplitude, foram

analisados estatisticamente através do programa estatístico Sisvar, versão 5.1. A

análise de variância e o teste de Tukey foram determinados em nível de 5% de

probabilidade de erro. Para os tratamentos quantitativos (quantidades de resíduo

vegetal na superfície), quando observado efeito significativo, foi aplicada a análise

de regressão.

42

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Demanda evaporativa da atmosfera das duas épocas de semeadura

Na figura 4, são apresentadas a evapotranspiração de referência (ETo) e a

distribuição das chuvas nas duas épocas de semeadura. Na primeira (Figura 4a),

observou-se grande número de dias com ETo inferior a 4 mm e com chuva,

evidenciando menor demanda evaporativa da atmosfera neste período. Na segunda

época (Figura 4b), os valores de ETo são mais estáveis, mantendo-se em

aproximadamente 5 mm diários, e as chuvas foram menos frequentes, porém com

maiores volumes diários; observaram-se 130 mm de chuva em um único dia (aos 40

DAS).

Figura 4 - Evapotranspiração de referência (ETo) média e distribuição das precipitações na primeira (a) e segunda (b) épocas de semeadura do milho. Santa Maria, 2010.

43

Os valores acumulados de ETo e chuvas durantes as duas épocas de cultivo

são apresentados na figura 5. A primeira época de semeadura apresentou duração

de 48 dias e ETo acumulada (EToac) de 186,90 mm, com valor médio de 3,90 mm

dia-1. A segunda (Figura 5a) teve duração de 56 dias e EToac de 266,80 mm, com

valor médio de 4,76 mm dia-1.

Figura 5 - Evapotranspiração de referência (ETo) acumulada e precipitações acumuladas na primeira (a) e segunda (b) épocas de semeadura do milho. Santa Maria, 2010.

A chuva acumulada totalizou 565,40 mm na primeira época (Figura 5a), de 20

de outubro a 06 de dezembro de 2009 (48 dias de duração), com média de 11,78

mm diários). Na segunda época de semeadura, de 07 de dezembro de 2009 a 31 de

janeiro de 2010 (56 dias de duração), a chuva acumulada totalizou 651,80 mm, com

44

média diária de 11,63 mm. Os valores médios normais observados para esses

períodos, conforme BURIOL et al. (2006), considerando a série histórica 1912-2004,

seriam de aproximadamente 200 e 280 mm, para a primeira e segunda épocas de

semeadura, respectivamente. Assim, fica evidente o excesso de chuvas ocorrido em

ambas épocas de semeadura, o que prejudicou a implantação do tratamento de

déficit hídrico.

Apesar de o experimento ter sido conduzido dentro de uma cobertura móvel,

somente acionada (fechada) quando da ocorrência de chuvas na área experimental,

os grandes volumes de chuva causavam a saturação do solo em torno da cobertura,

com elevação do nível freático próximo da superfície. Em muitos dias, o nível esteve

a menos de 10 cm de profundidade, influenciando toda dinâmica de entradas e

saídas de água no perfil do solo da área experimental.

4.2 Armazenamento de água no solo

Na primeira época de semeadura, foram aplicadas quatro irrigações no início

do ciclo de desenvolvimento das plantas de milho (Figura 6), em todas as parcelas

do experimento, totalizando 62 mm, para uniformizar a emergência das plântulas. Os

demais incrementos da umidade do solo, observados nas diferentes camadas

avaliadas, foram ocasionados pela flutuação do nível freático do solo.

Na camada de 0 - 0,1 m de profundidade, o armazenamento de água do solo

se manteve na maioria dos dias acima do limite superior de disponibilidade de água

às plantas (LS) (Figura 6). Isto é, o solo se manteve com umidade próxima da

saturação, em função dos elevados volumes de chuva e da baixa demanda

evaporativa da atmosfera nesse período. Esse fato foi ainda mais evidente na

camada de 0,1 - 0,25 m de profundidade e de 0,25 - 0,55 m e de 0,55 - 0,85 m. O

armazenamento de água manteve-se durante todo o período acima do LS.

Em função do elevado volume e frequência das chuvas, resultando na

elevada quantidade de água armazenada em todas as camadas do solo, nesta

primeira época de semeadura, que impossibilitou a implantação dos tratamentos,

optou-se por encerrar esse ciclo de cultivo e iniciar um novo, com uma nova

semeadura da cultura do milho.

45

Figura 6 – Variação do armazenamento de água no solo nas diferentes camadas avaliadas na primeira época de semeadura do milho. Santa Maria, 2010.

46

A variação do armazenamento de água do solo na segunda época de

semeadura do milho, nos tratamentos sem irrigação, está apresentada na figura 7 e

a dos tratamentos com irrigação, na figura 8. Em ambas as figuras, observa-se que

a umidade do solo nas camadas de 0 - 0,1 m e 0,1 - 0,25 m de profundidade

manteve-se na maioria dos dias abaixo do LS, enquanto que, nas camadas de 0,25 -

0,55 e de 0,55 – 0,85 m de profundidade, o armazenamento de água manteve-se

acima do LS, na maioria dos dias do período de avaliação.

Na camada de 0 – 0,1 m de profundidade, observou-se diferença (P<0,05)

entre as quantidades de resíduo vegetal na superfície do solo até os 48 DAS (230

mm de EToac), com efeito linear entre as quantidades de resíduos, ou seja, quanto

maior a quantidade de resíduo vegetal sobre a superfície do solo maior o

armazenamento de água. Entre os regimes hídricos, observou-se diferença (P<0,05)

no período de 24 a 40 DAS (126 a 193 mm Etoac) e, no final do período de

avaliação, após 50 DAS ou 240 mm EToac (Apêndice A). O maior armazenamento

foi observado com a utilização de 6 Mg ha-1 de resíduos vegetais, sendo

aproximadamente 10 mm superior ao solo sem cobertura vegetal durante todo

período de avaliação. A utilização de 3 Mg ha-1 de resíduos vegetais, resultou em

armazenamento de água no solo superior ao solo descoberto; mas, de maneira

geral, inferior à utilização de 6 Mg ha-1 de resíduos vegetais na superfície.

A variação no armazenamento de água em função das diferentes quantidades

de resíduo vegetal foi mais evidente no início do período de avaliação, quando o IAF

da cultura do milho era menor. As quantidades de resíduo vegetal sobre a superfície

tiveram efeito significativo no armazenamento de água do solo até os 48 DAS ou

230 mm EToac, a partir de quando o maior IAF da cultura do milho ocasionou maior

sombreamento do solo, reduzindo a influência de outros fatores, podendo as

variações no armazenamento de água do solo, a partir deste período, serem

atribuídas ao consumo das plantas de milho.

Na camada do solo de 0,1 - 0,25 m de profundidade, nos tratamentos sem e

com irrigação (Figuras 7 e 8, respectivamente), a variação do armazenamento de

água do solo foi semelhante ao observado para a camada de 0 - 0,1 m de

profundidade. Encontrou-se diferença significativa entre as quantidades de resíduo

vegetal na superfície do solo apenas até os 6 DAS (28 mm de EToac) e, entre os

regimes hídricos, apenas no final do período de avaliação, após 50 DAS ou 240 mm

47

Figura 7 – Variação do armazenamento de água no solo nas diferentes camadas avaliadas na segunda época de semeadura do milho dos tratamentos sem irrigação. Santa Maria, 2010.

48

Figura 8 - Variação do armazenamento de água no solo nas diferentes camadas avaliadas na segunda época de semeadura do milho dos tratamentos com irrigação. Santa Maria, 2010.

49

EToac (Apêndice B). De maneira geral, a utilização de 3 e 6 Mg ha-1 de resíduos

vegetais na superfície do solo resultaram em maior armazenamento de água do que

no tratamento sem cobertura vegetal.

Nas demais camadas do perfil do solo avaliadas (0,25-0,55 m e 0,55-0,85 m),

observaram-se pequenas variações no armazenamento de água entre as

quantidades de resíduos na superfície do solo. Para essas camadas, o

armazenamento de água no solo manteve-se acima do LS em praticamente todo o

período de avaliação. Exceção ocorreu na camada de 0,25 - 0,55 m, no regime

hídrico sem irrigação, que a partir de 250 mm de EToac (Figura 7) apresentou uma

redução, ocasionada pelo menor volume de chuvas e pela maior extração de água

do solo pelas plantas de milho.

O aumento do armazenamento de água com a utilização de resíduos vegetais

na superfície do solo, mesmo sendo reduzido, tem grande importância para culturas

sensíveis ao déficit hídrico e que possuem um período crítico bem definido. Nesses

casos, um pequeno acréscimo de umidade, no período crítico, pode garantir

rendimentos satisfatórios, reduzindo flutuações na produção.

Resultados que confirmam esse fato foram descritos por Lindswall et al.

(1995), que verificaram um benefício do plantio direto às culturas quando as chuvas

foram abaixo do normal, proporcionando melhores condições hídricas. Bragagnolo e

Mielniczuk (1990) citam também que, em curtos períodos de deficiência hídrica, esse

benefício é alcançado com 5,0 a 7,5 Mg ha-1 de resíduos vegetais adicionada à

superfície. Dalmago (2004) também encontrou aumento da umidade do solo sob

plantio direto, principalmente nas camadas mais superficiais do perfil do solo.

4.3 Perdas diárias de água do solo

As perdas diárias em função das diferentes quantidades de resíduo vegetal

na superfície do solo e dos dois regimes hídricos são apresentadas na figura 9 (sem

irrigação) e 10 (com irrigação).

Na camada de 0 - 0,1 m de profundidade, observam-se diferenças (P<0,05)

nas perdas diárias de água entre as quantidades de resíduos vegetais na superfície

50

Figura 9 - Perdas diárias de água do solo nas diferentes camadas avaliadas na segunda época de semeadura do milho dos tratamentos sem irrigação. Santa Maria, 2010.

51

Figura 10 - Perdas diárias de água do solo nas diferentes camadas avaliadas na segunda época de semeadura do milho dos tratamentos com irrigação. Santa Maria, 2010.

52

do solo nos dias em que a EToac foi de 13 a 19,80; 63 a 82,45; 103,04; 185,22;

241,57 e 266,76 (Apêndice C), enquanto que os regimes hídricos proporcionaram

efeito significativo nos dias em que a EToac foi de 126,41 a 138,69, 158,97; 174,59

a 192,70 e 221,36 a 266,76.

Nos tratamentos sem irrigação (Figura 9), as perdas diárias de água do solo

na profundidade de 0 - 0,1 m são maiores no solo sem resíduos vegetais na

superfície, especialmente até o valor de 125 mm de ETo acumulada. Nos

tratamentos com irrigação (Figura 10), a utilização de 6 Mg ha-1 de resíduo vegetal

resultou em maiores perdas diárias (valores inferiores a 1 mm). As maiores perdas

na camada de 0 - 0,1 m foram observadas entre os 100 - 150 mm, 175 - 200 mm e

após os 200 mm de ETo acumulada, com valores diários próximos a 2 mm.

Trabalhando em condições semelhantes, Andrade (2008) e Dalmago (2004)

observaram perdas diárias que chegaram próximo a 4 mm na camada de 0 - 0,1 m

no solo sem cobertura vegetal, logo após uma chuva ou irrigação. Menores perdas

de água observadas nesse experimento, em relação às indicadas na bibliografia,

podem ser atribuídas ao fato de o suprimento de água da camada superficial do solo

ter ocorrido principalmente por capilaridade, das camadas mais profundas do perfil

do solo e pela flutuação do nível freático, em função do elevado volume de chuvas

no período de avaliação.

Nos tratamentos com irrigação (Figura 10), observaram-se, aos 250 mm de

ETo acumulada, perdas diárias de água da camada superficial superiores a 3 mm

dia-1, pois as chuvas estavam menos frequentes e com volumes menores, aliados à

maior demanda evaporativa da atmosfera. No entanto, não foram observadas

diferenças significativas entre as quantidades de resíduos (Apêndice C), pois o IAF

da cultura do milho já se encontrava em estádio avançado (Figura 21). Os resíduos

vegetais cobrindo a superfície do solo, junto ao elevado teor de umidade deste,

retardam o seu aquecimento, necessário para favorecer as perdas de água por

evaporação (GAJRI et al., 1994).

Na camada de 0,1 - 0,25 m de profundidade, observam-se diferenças

(P<0,05) nas perdas diárias entre as quantidades de resíduos vegetais na superfície

nos dias em que a EToac foi de 71,77; 92,67; 114,11; e 221, 36 (Apêndice D). Entre

os regimes hídricos, houve diferença significativa, quando a EToac foi de 13,0;

71,77; 126,41 a 138,69; 185,22 a 192,70 e de 241,57 a 266,76 (Apêndice D). De

53

maneira geral, as maiores perdas foram observadas nos tratamentos sem resíduos

vegetais na superfície e no regime hídrico com irrigação.

Nas camadas de 0,25 - 0,55 m e de 0,55 - 0,85 m de profundidade, as

variações nas perdas diárias de água do solo apresentaram comportamento similar

às perdas nas camadas superficiais do solo. Entretanto, estão também associadas à

redistribuição do conteúdo de água no perfil do solo, pela manutenção no nível

freático próximo à superfície.

Um fator que pode contribuir para as menores diferenças de perda diária de

água do solo entre as quantidades de resíduos vegetais é o fato de estes perderem

o seu poder refletor cerca de 30 a 35 dias após o acamamento. Esse

comportamento foi demonstrado por Dalmago et al. (2004b), indicando que, após

este tempo, a disponibilidade de energia na superfície do solo é muito semelhante

entre a utilização ou não de resíduos, favorecendo o processo de evaporação com a

utilização da cobertura do solo, por apresentar maior conteúdo de água nas

camadas próximas à superfície.

4.4 Perdas acumuladas de água do solo

As perdas acumuladas de água durante a segunda época de semeadura do

milho, sem e com irrigação, são apresentadas nas figuras 11 e 12, respectivamente.

Essa avaliação torna-se importante, uma vez que um determinado sistema de

manejo pode favorecer a perda de grande quantidade de água no início do processo

de secagem do solo e, após isso, manter-se com taxas menores que outro sistema,

o que leva a interpretações equivocadas do processo de evaporação.

Na camada de 0 - 0,1 m de profundidade, foram observadas diferenças nas

perdas acumuladas entre as quantidades de resíduo vegetal na superfície do solo

(Apêndice E), apenas na fase inicial de desenvolvimento da cultura do milho (até 28

DAS ou 145,89 mm de EToac). Os manejos de irrigação foram semelhantes quanto

às perdas acumuladas de água do solo (Apêndice E).

Na figura 11, observa-se que as perdas acumuladas, na camada de 0 - 0,1 m

de profundidade, foram semelhantes entre a não utilização de resíduos na superfície

54

Figura 11 - Perdas acumuladas de água do solo nas diferentes camadas avaliadas na segunda época de cultivo do milho dos tratamentos sem irrigação. Santa Maria, 2010.

55

Figura 12 - Perdas acumuladas de água do solo nas diferentes camadas avaliadas na segunda época de semeadura do milho dos tratamentos com irrigação. Santa Maria, 2010.

56

do solo e a utilização de 3 Mg ha-1, especialmente até os 175 mm de EToac. As

menores perdas foram observadas no solo mantido com 6 Mg ha-1 de resíduos

vegetais na superfície, chegando a 50 % de redução aos 100 mm de EToac (18

DAS) comparado ao solo descoberto, mantendo uma diferença de aproximadamente

30% até os 185 mm de EToac (38 DAS), nos tratamentos irrigados. Após esse

período, as perdas acumuladas de água do solo passam a ser semelhantes entre as

diferentes quantidades de resíduo vegetal.

Na camada de 0,1 - 0,25 m de profundidade, não foram observadas

diferenças significativas entre as quantidades de resíduo vegetal na superfície do

solo nas perdas acumuladas (Apêndice F). Para os tratamentos de manejo de

irrigação, foram observadas diferenças significativas após 126,41 mm de EToac

(Apêndice F). Provavelmente, essas diferenças tenham sido ocasionadas pela

flutuação do nível freático. Nesse período foram observadas chuvas frequentes.

Na camada de 0,1 - 0,25 m de profundidade, para os tratamentos sem

irrigação (Figura 11), a utilização de 6 Mg ha-1 de cobertura vegetal sobre a

superfície do solo ocasionou redução nas perdas de água entre 10 a 20 %, em

relação à ausência de cobertura. Esse comportamento também foi relatado por

Dalmago (2003), Bragagnolo e Mielniczuk (1990), que demonstraram que a

presença de resíduos vegetais na superfície do solo em plantio direto promove uma

redução na evaporação de até 30% em relação ao solo descoberto.

Segundo Andrade et al. (2007b), a utilização de cobertura morta ocasionou

redução nas perdas de água por evaporação de 19 a 42%, respectivamente, com a

utilização de 3,0 e 6,0 Mg ha-1 de cobertura morta de resíduos vegetais de aveia em

comparação com o solo descoberto. Já Freitas et al. (2004) afirmam que ocorre uma

redução da evaporação de aproximadamente 20% com 100 % de cobertura vegetal .

Nos tratamentos com irrigação (Figura 12), as menores perdas acumuladas

na camada de 0 - 0,1 m de profundidade, foram observadas com a utilização de 3

Mg ha-1, valores de 20% inferiores ao final do ciclo de avaliação (270 EToac),

comparadas ao solo desnudo. As perdas acumuladas de água do solo com a

utilização de 6 Mg ha-1 apresentaram comportamento similar às do solo sem

cobertura.

Na camada de 0,1 - 0,25 m (Figura 12), as menores perdas acumuladas de

água do solo foram observadas no solo desnudo, o que pode ser atribuído ao fato de

a ausência de cobertura vegetal ter interferido na continuidade dos poros,

57

diminuindo a condutividade hidráulica não saturada. Com a rápida perda de água na

camada superficial, ocorre a quebra da continuidade capilar, não sendo possível a

manutenção do fornecimento de água das camadas inferiores para a superfície, a

fim de manter o processo de evaporação em sua taxa potencial (DALMAGO, 2004).

Além disso, a ausência de resíduos vegetais favorece o selamento dos poros da

superfície do solo (BARCELOS et al., 1999). Dessa forma, a secagem da camada

superficial deste forma uma barreira ao fluxo de água para a atmosfera, reduzindo

as perdas de água por evaporação (LEVIEN, 1999).

No sistema de plantio direto, com a superfície coberta por resíduos vegetais,

a ausência de preparo do solo com revolvimento mantém a sua estrutura e aumenta

a capacidade de retenção de água. Essa manutenção da estrutura permite o

aumento da condutividade hidráulica não saturada do solo, favorecendo o fluxo de

água no perfil deste para a manutenção do processo de evaporação, além do maior

armazenamento de água. Além da maior umidade, a manutenção da evaporação por

mais tempo no estágio um no plantio direto está relacionada com a presença de

resíduos vegetais na superfície do solo, o que impede o impacto direto das gotas de

chuva, evitando a formação do selamento superficial, como ocorre no plantio

convencional (BARCELOS et al., 1999).

Nas camadas de 0,25 - 0,55 m e de 0,55 - 0,85 m, independentemente dos

tratamentos de irrigação, grande parte das variações nas perdas de água acumulada

podem ser atribuídas à drenagem e flutuações do nível freático. O efeito dos

resíduos vegetais na redução da evaporação do solo é reduzida, principalmente, se

este tiver maior armazenamento de água e se a quantidade de resíduos adicionados

à superfície não for elevado, pois a evaporação é um processo dinâmico e

complexo, mediado pela disponibilidade de energia e pela disponibilidade de água

na superfície (DALMAGO, 2004).

58

4.5 Temperatura média do solo

Os valores de temperatura média do solo para os tratamentos sem irrigação

estão apresentados na figura 13 e para os tratamentos com irrigação, na figura 14.

Observa-se, em ambas as figuras, que a temperatura média do solo na profundidade

de 3 cm foi superior à temperatura média do ar em praticamente todo o período de

avaliação, principalmente no início do desenvolvimento do milho. Com o avanço do

período de avaliação e com o aumento da profundidade do solo considerada, a

diferença entre a temperatura média do solo e temperatura média do ar foi

diminuindo. Essas temperaturas ficaram muito semelhantes a 35 cm de

profundidade.

Os dados de radiação solar são apresentados no apêndice G, onde se

observa a relação com a temperatura do solo, ou seja, os períodos de maior oferta

de radiação resultaram em maior temperatura.

Na profundidade de 3 cm, são observadas diferenças significativas entre as

quantidades de resíduo vegetal na temperatura média do solo (Apêndice H), na fase

inicial de desenvolvimento da cultura do milho (até os 18 DAS) e após os 42 DAS. A

temperatura média do solo apresentou diferenças significativas entre os tratamentos

de manejo da irrigação, no final do período de avaliação (após 52 DAS) (Apêndice

H).

A temperatura média, nas quatro profundidades avaliadas, foi superior no solo

sem resíduo vegetal na superfície, independentemente do manejo de irrigação. A

maior diferença foi observada no início das avaliações e foi decrescendo com o

aumento do IAF da cultura (Figura 21). O incremento no IAF causa maior

sombreamento da superfície do solo e reduz a quantidade de energia que chega até

este, necessária para seu aquecimento.

Na profundidade de 3 cm, a temperatura média do solo mantida com 6 Mg ha-

1 de resíduos vegetais na superfície foi 3 a 4°C menor do que no caso de não haver

cobertura vegetal, especialmente até os 28 DAS, para os tratamentos com ou sem

irrigação. Nessa mesma profundidade, observou-se efeito da irrigação após os 52

DAS (Apêndice H), pois a maior parte da energia disponível foi consumida no

processo de evaporação da água do solo, favorecido pela sua elevada umidade

(Figura 8), restando pouca energia para o aquecimento deste.

59

Figura 13 - Temperatura média diária do solo nas diferentes profundidades avaliadas durante o cultivo do milho dos tratamentos sem irrigação. Santa Maria, 2010.

60

Figura 14 - Temperatura média diária do solo nas diferentes profundidades avaliadas durante o cultivo do milho dos tratamentos com irrigação. Santa Maria, 2010.

61

Os resultados de temperatura média do solo na profundidade de 8 cm

apresentaram diferenças entre as quantidades de resíduos vegetais na superfície

(Apêndice I), na fase inicial de desenvolvimento da cultura do milho (até os 18 DAS)

e após os 46 DAS. Os tratamentos de manejo da irrigação não resultaram em

diferenças significativas na temperatura média do solo (apêndice I).

A presença de resíduos vegetais na superfície do solo protege-o contra o

aquecimento excessivo, modificando vários processos físicos, químicos e biológicos,

provocando modificações microclimáticas; pois, além de alterar o balanço de

radiação, devido à diferença no coeficiente de reflexão, modifica todos os outros

componentes do balanço de energia na superfície. Os resíduos vegetais possuem

alta refletividade à radiação solar e baixa condutividade térmica, causando redução

da evaporação, mantendo o solo mais úmido. Com isso ocorre redução nas

oscilações de sua temperatura (PEZZOPANE et al., 1996).

Nas profundidades de 15 e 35 cm, a temperatura média, sem cobertura

vegetal na superfície, foi maior que no solo com 3 e 6 Mg ha-1 de cobertura de

resíduos vegetais. Menores diferenças foram encontradas com o incremento do IAF

das plantas, resultado do crescimento das plantas de milho. A temperatura média na

profundidade de 35 cm foi muito semelhante entre os tratamentos com 3 e 6 Mg ha-1

de resíduos e em torno de 1°C inferior à do solo descoberto. Além disso, na mesma

profundidade, observou-se menor variação diária da temperatura média do solo;

esta foi similar à variação da temperatura média do ar.

4.6 Temperatura máxima do solo

Nas figuras 15 e 16, são apresentados os valores de temperatura máxima

diária do solo observados durante a condução do experimento, sem e com irrigação,

respectivamente.

Na profundidade de 3 cm, foram observadas diferenças na temperatura

máxima do solo (P<0,05) entre os tratamentos com diferentes quantidades de

resíduos vegetais na superfície do solo (Apêndice J). Já as diferenças entre os

62

Figura 15 - Temperatura máxima diária do solo nas diferentes profundidades avaliadas, durante o cultivo do milho dos tratamentos sem irrigação. Santa Maria, 2010.

63

Figura 16 - Temperatura máxima diária do solo nas diferentes profundidades avaliadas, durante o cultivo do milho dos tratamentos com irrigação. Santa Maria, 2010.

64

tratamentos de manejo de irrigação foram observadas apenas no último dia de

avaliação (55 DAS) (Apêndice J).

Observou-se temperatura máxima de 39,4°C aos 12 DAS, na profundidade de

3 cm do solo sem cobertura vegetal, enquanto que, naquele mantido com 3 e 6 Mg

ha-1 de resíduos vegetais na superfície, os valores máximos foram de 33,9 e 31,9°C,

respectivamente. A utilização de 6 Mg ha-1 de resíduos reduziu a temperatura

máxima do solo em 7,5°C, representando em média 1,25°C de redução por Mg ha-1

de resíduo vegetal adicionado à superfície. Resultados semelhantes foram

encontrados por Bragagnolo e Mielniczuk (1990), que observaram na temperatura

máxima do solo uma redução de 0,6 a 1,1°C por Mg ha-1 de massa seca depositada

na sua superfície.

Em um solo descoberto, Marote; Vidor e Mendes (1990) observaram

temperatura máxima de 38 ºC e valores de 30ºC, quando utilizaram cobertura morta

sobre a superfície. Gasparin et al. (2005) verificaram temperaturas medidas a 2 cm

de profundidade de um solo mantido sem cobertura superiores a 40oC e, para um

solo mantido com cobertura de 4 Mg ha-1 de resíduos vegetais de aveia, a

temperatura máxima foi inferior a 31oC. Pezzopane et al. (1996) obtiveram redução

de 9,5oC na temperatura máxima do solo, utilizando cobertura de 24 Mg ha-1 de

resíduos vegetais secos de café.

Os valores de temperatura máxima do solo medidos na profundidade de 8 cm

apresentaram diferenças significativas entre as quantidades de resíduos vegetais na

superfície do solo (Apêndice K), em praticamente todo o período de avaliação. O

manejo de irrigação não ocasionou diferença significativa na temperatura máxima na

profundidade de 8 cm (Apêndice K).

A temperatura máxima do solo sem cobertura vegetal no manejo com

irrigação na profundidade de 8 cm foi de 37,0°C aos 16 DAS, enquanto que, no solo

com 3 e 6 Mg ha-1 de resíduos vegetais na superfície, o valor máximo observado foi

de 34,5 e 33,2°C, respectivamente, ou seja, a utilização de 6 Mg ha-1 de resíduos

vegetais na superfície provocou uma redução de 3,8°C, representando em média

0,63°C de redução por Mg ha-1 de resíduo vegetal adicionado à superfície.

Trabalhando com resíduos vegetais de trigo como cobertura, Bragagnolo e

Mielniczuk (1990) observaram que a diferença entre a temperatura do solo

descoberto e a daquele mantido com cobertura morta é função do conteúdo de água

no solo, sendo maior quanto maior a diferença de umidade deste.

65

A temperatura máxima do solo sem cobertura vegetal, nas profundidades de

8, 15 e 35 cm, manteve-se, na maioria dos dias, superior à temperatura máxima do

solo com cobertura de resíduos vegetais de 3 e 6 Mg ha-1; porém, essa diferença foi

reduzida com o avanço do período de avaliação e com o aumento da profundidade

considerada.

Na profundidade de 35 cm (figuras 15 e 16), a temperatura máxima do solo

mantido com 3 e 6 Mg ha-1 de resíduos vegetais na superfície foi muito semelhante e

em torno de 1°C inferior à do solo descoberto. Além disso, observou-se menor

variação da temperatura máxima do solo nesta profundidade.

4.7 Temperatura mínima do solo

A temperatura mínima diária do solo em função das diferentes quantidades de

resíduos vegetais na superfície do solo do manejo sem irrigação está apresentada

na figura 17, e a do manejo com irrigação, na figura 18. Na maior parte do período

de avaliação, os valores de temperatura mínima do solo nas profundidades de 3 e 8

cm foram superiores à temperatura mínima do ar, enquanto que a 15 cm foram

semelhantes e a 35 cm foram inferiores àquela temperatura .

A temperatura mínima, na profundidade de 3 cm, apresenta diferenças

significativas entre as quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e entre

os manejos de irrigação, apenas em alguns poucos dias do período de avaliação,

conforme apêndice L.

Reduções dos valores na profundidade de 3 cm, nos tratamentos sem

irrigação, são evidenciados com a utilização de 3 Mg ha-1 de resíduos vegetais na

superfície do solo, até próximo dos 40 DAS. A utilização de 6 Mg ha-1 de resíduos

vegetais resultou em temperatura mínimas semelhantes às do solo sem resíduos

vegetais na superfície. Após 40 DAS, as temperaturas mínimas nos diferentes

tratamentos passaram a ser muito semelhantes, visto que o incremento do IAF da

cultura no milho resulta em maior interceptação da radiação solar, evitando que esta

atinja o solo e que as quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo

66

Figura 17 - Temperatura mínima diária do solo nas diferentes profundidades avaliadas, durante o cultivo do milho dos tratamentos sem irrigação. Santa Maria, 2010.

67

Figura 18 - Temperatura mínima diária do solo nas diferentes profundidades avaliadas, durante o cultivo do milho dos tratamentos com irrigação. Santa Maria, 2010.

68

exerçam efeito no balanço de energia.

Trabalhando com diferentes preparos do solo na cultura do feijão, Silva et al.

(2006) verificaram que, quando as plantas sombreiam completamente o solo, não há

diferenças na sua temperatura entre diferentes sistemas de manejo.

Os menores valores de temperatura mínima do solo na profundidade de 3 cm,

no manejo com irrigação, são observados até os 45 DAS, no solo mantido com 6 Mg

ha-1 de resíduos vegetais na superfície. A quantidade de 3 Mg ha-1 de resíduos

vegetais apresentou comportamento intermediário e, no solo sem cobertura, foram

observados os maiores valores de temperatura mínima. Essa tendência permaneceu

até em torno dos 45 DAS, quando as temperaturas mínimas passaram a ser

idênticas entre as diferentes quantidades de resíduos vegetais na cobertura do solo.

Os valores na profundidade de 8 cm apresentam diferenças significativas

entre as quantidades de resíduo vegetal na superfície do solo e entre os regimes

hídricos apenas em poucos dias do período de avaliação (Apêndice M).

A menor temperatura mínima do solo com 6 e 3 Mg ha-1 de resíduos vegetais

na superfície, observada na maior parte dos dias, nas quatro profundidades

avaliadas, pode ser justificada pelo fato de, nestes tratamentos, o armazenamento

de água ter sido superior ao do solo sem cobertura (Figuras 7 e 8). Grande parte da

radiação líquida (energia) que chegava ao solo foi gasta no processo de

aquecimento da água e de evaporação (fluxo de calor latente), restando pouca

energia para o aquecimento do solo, enquanto que no solo seco, a radiação líquida

é consumida praticamente toda pelo fluxo de calor sensível (ar) e pelo fluxo de calor

no solo (PEZZOPANE et al. 1996).

4.8 Amplitude de temperatura do solo

A amplitude da temperatura diária observada durante a condução do

experimento está apresentada nas figuras 19 e 20, sem e com irrigação,

respectivamente. A amplitude de temperatura do solo apresenta semelhança com a

amplitude de temperaturas do ar, especialmente nas profundidades de 3 e 8 cm.

69

Figura 19 - Amplitude térmica diária do solo nas diferentes profundidades avaliadas durante o cultivo do milho dos tratamentos sem irrigação. Santa Maria, 2010.

70

Figura 20 - Amplitude térmica diária do solo nas diferentes profundidades

avaliadas durante o cultivo do milho dos tratamentos com irrigação. Santa Maria, 2010.

71

A amplitude de temperatura do solo na profundidade de 3 cm apresenta

diferença (P<0,05) entre as quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo

(Apêndice N) em praticamente todo o período de avaliação. O manejo de irrigação

promoveu diferenças significativas nesse item apenas nos dois últimos dias de

avaliação (54 e 55 DAS) (Apêndice N).

A maior amplitude de temperatura observada no solo sem cobertura vegetal,

na profundidade de 3 cm, no manejo sem irrigação, foi de 15,3°C aos 12 DAS da

cultura do milho, enquanto que, no solo com 3 e 6 Mg ha-1 , os valores foram de 12,3

e 9,03°C, respectivamente. Essa amplitude vai sendo reduzida com o avanço do

período de avaliação, em função do crescimento das plantas de milho.

Amplitude térmica de 20oC, no solo sem cobertura, a 2 cm de profundidade,

foi observada por Gasparin et al. (2005), enquanto que, para o solo com cobertura

de 4 Mg ha-1 de resíduos vegetais de aveia, o valor foi reduzido para menos de

10oC. Salton e Mielniczuck (1995) verificaram menor variação diária da temperatura

do solo a 5 cm de profundidade para o plantio direto, quando comparado com o

preparo convencional e preparo reduzido, em um Argissolo Vermelho Distrófico.

A maior amplitude de temperatura, na profundidade de 3 cm, sob o manejo

com irrigação (Figura 17), foi observada no solo sem cobertura vegetal, chegando a

14°C, enquanto que, no solo mantido com 3 e 6 Mg ha-1 de resíduos, a amplitude foi

em torno de 11°C. A partir dos 18 DAS, observou-se maior amplitude no solo

mantido com 6 Mg ha-1 de resíduos vegetais, permanecendo até os 42 DAS, quando

o solo sem cobertura passou a apresentar a maior amplitude de temperatura.

O fato de as maiores amplitudes de temperatura dos 18 aos 42 DAS serem

observadas no solo com 6 Mg ha-1 resíduos vegetais em superfície pode ser

atribuído às baixas temperaturas mínimas observadas neste tratamento, no período

em questão (Figura 15). Trabalhando com a cultura do feijoeiro, Silva, Reichert e

Reinert (2006) encontraram menor amplitude térmica no solo sob sistema plantio

direto, comparado aos sistemas de plantio direto seguidos de aração ou

escarificação.

A amplitude, na profundidade de 8 cm, apresenta diferenças significativas

entre as quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e entre os regimes

hídricos apenas em alguns poucos dias do período de avaliação (Apêndice O).

Nas profundidades de 8, 15 e 35 cm, as variações são pequenas entre as

diferentes quantidades de resíduos em cobertura do solo, tornando-se mais

72

homogêneas com o aumento da profundidade e com o avanço do período de

avaliação.

Em todas as profundidades avaliadas, percebe-se significativa redução da

amplitude no final do período de avaliação, especialmente após 44 DAS, em função

do crescimento das plantas de milho, que vão aumentando o sombreamento da

superfície do solo e reduzindo as oscilações térmicas. As grandes variações na

amplitude da temperatura do solo observadas entre 25 e 45 DAS podem ser

atribuídas às freqüentes precipitações e seu elevado volume, causando variações na

umidade do solo pela flutuação do nível do lençol freático.

4.9 Variação diária da temperatura do solo

O efeito das diferentes quantidades de resíduo vegetal na variação da

temperatura do solo está apresentado na figura 21, onde se mostra a temperatura

do solo nas diferentes profundidades avaliadas em dois dias de avaliação (48

horas), das 0h do dia 18 às 0h do dia 20 de dezembro de 2009. Os valores

apresentados correspondem à média entre os tratamentos com e sem irrigação.

A temperatura do solo na profundidade de 3 cm apresenta variação significativa

entre as quantidades de resíduo vegetal na superfície do solo às 0 h e das 12h do

dia 18h às 02h do dia 19, e das 12h do dia 19 às 0h do dia 20 de dezembro de 2009

(Apêndice P). Nessa profundidade, observou-se temperatura máxima de 38,6°C, no

solo sem resíduos vegetais na superfície, enquanto que, no solo com 3 e 6 Mg ha-1

de resíduos vegetais, os valores máximo foram de 34,2 e 33,0°C, respectivamente,

às 12:15h do dia 19 de dezembro. A utilização de 6 Mg ha-1 ocasionou redução de

mais de 7 °C na temperatura do solo em alguns horários. Pezzopane et al. (1996)

observaram redução de 10,5 °C sob 28 Mg ha-1 de resíduos vegetais de café, na

profundidade de 2 cm, comparado ao solo sem cobertura de resíduos vegetais.

Na profundidade de 8 cm, a temperatura apresenta variação significativa entre

as quantidades de resíduo na superfície do solo das 0h às 4h do dia 18, das 16h do

dia 18 às 04h do dia 19, e das 18h do dia 19 às 0h do dia 20 de dezembro de 2009.

73

Figura 21 – Variação da temperatura do solo nas diferentes profundidades avaliadas nos dias 18 e 19 de dezembro (11 e 12 DAS). Santa Maria, 2010.

74

Observou-se temperatura máxima de 33,7 °C no solo sem resíduos vegetais na

superfície, enquanto que, no solo com 3 e 6 Mg ha-1 de resíduos, os valores

máximos foram de 31,2 e 30,6 °C, respectivamente, às 12:15h do dia 19 de

dezembro. A utilização de 6 Mg ha-1 ocasionou redução de mais de 4°C na

temperatura do solo em alguns horários.

Nas profundidades de 15 e 35 cm, as oscilações são muito inferiores, e as

diferenças na temperatura do solo entre as diferentes quantidades de resíduo

vegetal na superfície são pequenas e em períodos muito curtos, comparadas às das

profundidades de 3 e 8 cm.

4.10 Características morfológicas das plantas de milho

Na figura 22, são apresentados os resultados do IAF para os tratamentos com

diferentes quantidades de resíduo vegetal na superfície do solo e regimes hídricos.

O crescimento e o desenvolvimento das plantas de milho podem, ao mesmo

tempo, ser afetados pelos sistemas de manejo e afetar os processos que ocorrem

nestes. No caso da disponibilidade hídrica no solo, o IAF, aliado à demanda

evaporativa da atmosfera, determina a necessidade de água da cultura.

Considerando que a água necessária às plantas é retirada do solo, o IAF interfere

indiretamente na extração de água deste, determinando maior ou menor velocidade

do processo, de acordo com sua evolução (DALMAGO, 2004).

Diferenças significativas nos valores do IAF das plantas de milho foram

observados para as diferentes quantidades de resíduo (Apêndice O) apenas na

avaliação realizada aos 17 DAS. Esse resultado pode ser atribuído ao maior

armazenamento de água verificado nos tratamentos com resíduos vegetais na

superfície do solo (Figuras 7 e 8), aumentando o crescimento inicial das plântulas de

milho.

Os regimes hídricos causaram efeito significativo no IAF das plantas de milho

nas primeiras cinco avaliações (Apêndice P), até os 35 DAS. Esse resultado pode

ser atribuído às freqüentes chuvas nesse período e umedecimento desuniforme

entre as parcelas experimentais, pois apenas duas irrigações haviam sido aplicadas

(Figura 8).

75

Figura 22 - Índice de área foliar (IAF) das plantas de milho cultivadas sem (a) e com (b) irrigação na segunda época de semeadura do milho. Santa Maria, 2010.

Observou-se IAF de aproximadamente 0,5 aos 21 DAS e de 5,0 aos 52 DAS,

quando as plantas encontravam-se no estádio de início da floração. Andrade (2008)

também não encontrou diferenças no IAF do milho cultivado sob plantio

convencional e plantio direto. Esse autor relata valores em torno de 0,4 aos 20 DAS

e máximo de 5,3 aos 62 DAS.

Os resultados do comprimento acumulado das folhas em função das

diferentes quantidades de resíduo vegetal na superfície do solo e dos manejos de

irrigação são apresentados da figura 22. Não foram observadas diferenças

significativas no comprimento acumulado em função das quantidades de resíduo na

superfície do solo (Apêndice P). Os regimes hídricos causaram efeito significativo no

comprimento acumulado das folhas apenas na primeira (17 DAS) e terceira (24

DAS) avaliações (Apêndice P).

Aos 21 DAS, observou-se comprimento acumulado das folhas das plantas de

milho de aproximadamente 200 cm e, aos 50 DAS, de aproximadamente 950 cm.

Zimmermann (2001) também não encontrou diferenças entre o comprimento

encontrado sob plantio convencional e sob plantio direto, com 7,2 Mg ha-1 de resíduo

76

vegetal na superfície do solo, relatando comprimento foliar acumulado em torno de

200 cm aos 20 DAS e máximo de 1400 cm aos 62 DAS.

Figura 23 - Comprimento acumulado das folhas das plantas de milho cultivadas sem (a) e com (b) irrigação na segunda época de semeadura do milho. Santa Maria, 2010.

77

5 CONCLUSÕES

A utilização de 3 e 6 Mg ha-1 de resíduos vegetais de aveia preta sobre a

superfície do solo resultaram em maior armazenamento de água no solo, comparado

ao solo sem cobertura vegetal, durante a fase inicial de desenvolvimento da cultura

do milho, até os 48 dias após a semeadura (230 mm de evapotranspiração de

referência acumulada).

As menores perdas acumuladas de água do solo na camada de 0 - 0,1 m

foram observadas no solo mantido com 6 Mg ha-1 de resíduos vegetais na superfície

em relação ao solo descoberto, chegando a 50 % de redução aos 18 dias após a

semeadura (100 mm de evapotranspiração de referência acumulada).

A utilização de 3 e 6 Mg ha-1 de resíduos vegetais de aveia preta na

superfície do solo não proporcionaram alterações fenométricas significativas nas

plantas de milho durante o período de avaliação (55 dias após a semeadura).

As quantidades de 3 e 6 Mg ha-1 de resíduos vegetais de aveia preta

depositados sobre a superfície do solo diminuíram a temperatura máxima em até 7,5

°C e a amplitude térmica no solo em até 6,27°C.

78

REFERÊNCIAS

ALLEN, R. G. et al. Crop evapotranspiration: guidlines for computing crop water requirements. Roma: [s.n.], 1998. (FAO Irrigation and Drainage Paper, n. 56).

ANDRADE, J. G. de. Perdas de água por evaporação de um solo cultivado com milho nos sistemas de plantio direto e convencional. Santa Maria, UFSM. 2008. 92 p. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo) - Universidade Federal de Santa Maria, 2008.

ANDRADE, J. G. de et al. Perdidas de agua por evaporacion em maiz con siembra convencional y directa para diferentes niveles de cobertura muerta. In: CONGRESO INTERNACIONAL DE RIEGO Y DRENAJE, 3., 2007, La Habana-Cuba. Anais... La Habana-Cuba, 2007a.

ANDRADE, J. G. et al. Perdas de água por evaporação em milho com semeadura convencional e direta para diferentes níveis de cobertura morta. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 31., 2007, Gramado, RS. Anais... Gramado: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007b.

BARCELOS, A. A.; CASSOL, E. A.; DENARDIN, J. E. Infiltração de água em um latossolo vermelho-escuro sob condições de chuva intensa em diferentes sistemas de manejo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 23, n. 1, p. 35-43, 1999.

BERGAMASCHI, H. Desenvolvimento de déficit hídrico em culturas. In: BERGAMASCHI, H. (Coord.). Agrometeorologia aplicada à irrigação. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 1992. p. 25-32.

BERGAMASCHI, H. et al. Distribuição hídrica no período crítico do milho e produção de grãos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 39, p. 831-839, 2004.

BERGAMASCHI, H. et al. Déficit hídrico e produtividade na cultura do milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 41, n. 2, p. 243-249, 2006.

BERGONCI, J. I. et al. Eficiência da irrigação em rendimento de grãos e matéria seca de milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 36, p. 949-956, 2001.

BRAGAGNOLO, L.; MIELNICZUK, J. Cobertura do solo por palha de trigo e seu relacionamento com a temperatura e umidade do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 14, p. 369-374, 1990.

BUNCE, J. A. Nonstomatal inhibition of photosynthesis by water stress. Reduction of photosynthesis at hight transpiration rate without stomatal closure in field grown tomato. Photosynthesis Research, Dordrect, v. 18, n. 3, p. 357-362, 1988.

BURIOL, G. A. et al. Homogeneidade e estatísticas descritivas dos totais mensais e anuais de chuva de Santa Maria, Estado do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 11, n. 4, p. 89-97, 2006.

79

CAMARGO, O. A.; ALLEONI, L. R. F. Compactação do solo e o desenvolvimento de plantas. Piracicaba: ESALQ, 1997. 132 p.

CARLESSO, R. et al. Usos e benefícios da coleta automática de dados meteorológicos na agricultura. Santa Maria: EDUFSM, 2007.

CARLESSO, R. Enrolamento e orientação de folhas de milho causada por déficits hídricos. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 5, n. 2, p.171-176, 1997.

CARLESSO, R. et al. Manejo da irrigação do milho a partir da evapotranspiração máxima da cultura. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola, n. 5, p. 15-23, 2000.

CARLESSO. R.; ZIMMERMANN, F. L. Água no solo: parâmetros para o dimensionamento de sistemas de irrigação. Santa Maria: UFSM, 2005.

CHAVES, M. M. Effects of water deficits on carbon assimilation. Journal of Experimental Botany, v. 42, p. 1-16, 1991.

CHRISTOFIDIS, D. Água: gênesis, gênero e sustentabilidade alimentar no Brasil. Brasília, DF: [s.n.], 2006.

COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO-RS/SC. Manual de adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 10. ed. Porto Alegre: Evangraf, 2004.

CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos: oitavo levantamento, safra 2007/08. Brasília : Conab, 2008.

CONCEIÇÃO, M. J. et al. Temperatura, umidade do solo e emergência de milho em diferentes sistemas de manejo. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA. 13., 2000, Ilhéus-BA. Anais... Ilhéus-BA: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2000.

CUNHA, G. R. da; BERGAMASCHI, H. Efeitos da disponibilidade hídrica sobre o rendimento das culturas. In: BERGAMASCHI, H. (Coord.). Agrometeorologia aplicada à irrigação. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 1992. p. 85-97.

DAL FORNO, C. Comportamento morfo-fisiológico de plantas de milho submetidas a diferentes níveis de manejo de irrigação. Santa Maria, UFSM, 1998. 65 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Santa Maria, 1998.

DALMAGO, G. A. Dinâmica da água no solo em cultivos de milho sob plantio direto e preparo convencional. Porto Alegre, UFRS. 245 f. Tese (Doutorado em Agronomia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004.

DALMAGO, G. A. et al. Reflectância para a radiação fotossinteticamente ativa e fluxo de calor em solo sob plantio direto e preparo convencional. In: REUNIÓN ARGENTINA DE AGROMETEOROLOGÍA, 10.; REUNIÓN LATINOAMERICANA DE

80

AGROMETEOROLOGÍA, 4., 2004, Mar del Prata. Anais... Mar del Prata: FCEyN/UBA/INTA, 2004b.

DALMAGO, G. A. et al. Evaporação da água na superfície do solo em sistemas de semeadura direta e convencional de milho. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROMETEOROLOGIA, 13., 2003, Santa Maria. Anais... Santa Maria: SBA : UFSM-UNIFRA, 2003.

DOURADO NETO, D.; LIER, Q. J. V.; BOTREL, T. A. Programa para confecção da água no solo usando o modelo de Genuchten. Engenharia Rural, Campinas, v. 1, p. 93-101, 1990.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Manual de métodos de análises de solo. 2. ed. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura e do Abastecimento, 1997.

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília, DF: Ministério da Agricultura e do Abastecimento, 1999.

EMYGDIO, B. M.; TEIXEIRA, M. C. C. (Orgs.). Reunião Técnica Anual do Milho: indicações técnicas para o cultivo de milho e de sorgo no Rio Grande do Sul - 2006/2007. In: REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DE MILHO, 51.; REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DE SORGO, 34., Passo Fundo, RS. Anais... Passo Fundo, RS: Embrapa - Centro Nacional de Pesquisa de Trigo, 2006.

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PLANTIO DIRETO NA PALHA. Disponível em: <http://www.febrapdp.org.br/port/plantiodireto.html>. Acesso em: 28 jul. 2008.

FREITAS, P. S. L. et al. Influência da cobertura de resíduos de culturas nas fases da evaporação direta da água do solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, PB, v. 10, n. 1, p. 104-111, 2006.

FREITAS, P. S. L. et al. Efeito da cobertura de resíduo da cultura do milho na evaporação da água do solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, PB, v. 8, n. 1, p. 85-91, 2004.

GAJRI, P. R; ARORA, V. K; CHAUDHARY, M. R.. Maize growth responses to deep tillage, straw mulching and farmyard manure in coarse textured soils of N.W. India. Soil Use and Management, n. 10, p. 15-20, 1994

GASPARIN, E. et al. Temperatura no perfil do solo utilizando duas densidades de cobertura e solo nu. Acta Scientiarum. Agronomy, n. 27, p. 107-115, 2005.

GORDIYENKO, V. P.; KOSTOGRYZ, P. V. Patterns of moisture evaporation at variable bulk densities of the upper soil layer. Soviet Soil Science, New York, v. 22, n. 8, p. 111-122, 1990.

GOLLAN, T.; PASSIOURA, J. B.; MUNNS, R. Soil water status affects stomatal conductance of fully turgid wheat and sunflower leaves. Australian Journal of Plant Physiology, Melbpurne, v. 13, n. 1, p. 459-464, 1986.

81

HILLEL, D. Environmental soil physics. London: Academic Press, 1998.

HORNETZ, B.; SHISANYA, C. A.; GITONGA, N. M. Crop water relationships and thermal adaptation of kathika beans (Phaseolus vulgaris L.) and green grams (Vigna radiata L. Wilczeck) with special reference to temporal patterns of potential growth in the drylands of SE Kenya. Journal Arid Environ, n. 48, p. 591-601, 2001.

JOHN, L. ONU quer mais eficiência na irrigação. 2003 Disponível em: <http://www.estadao.com.br/ext/ciencia/agua/negociacoesde2003_7.htm>. Acesso em: 07 jan. 2008.

JONES, C.A. C4 Grasses and cereals: growth, development and stress response. New York: J. Wiley & Sons, 1985.

KELLING, C. R. S. Efeito da disponibilidade de água no solo sobre os componentes do balanço hídrico e o rendimento do feijoeiro. 1995. 91 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 1995.

KLEIN, V. A.; LIBARDI, P. L. Condutividade hidráulica de um latossolo roxo, não saturado sob diferentes sistemas de uso e manejo. Ciência Rural, Santa Maria, v. 32, n. 6, p. 945-953, 2002.

KUNZ, J. H. et al. Uso da radiação solar pelo milho sob diferentes preparos do solo, espaçamento e disponibilidade hídrica. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 42, n.11, p. 1511-1520, nov. 2007.

LAL, R. Effect of constant and fluctuating soil temperature on the growth, development and nutrient uptake of maize seedings. Plant Soil, Amsterdam, v. 40, p. 589-606, 1974.

LETEY, J. Relationship between soil physical conditions and crop production. In: STEWART, B.A. (Ed.). Advances in Soil Science New York, Spring-Verlag, p. 277-293, 1985.

LEVIEN, R. Condições de cobertura e métodos de preparo do solo para a implantação da cultura de milho (Zea mays L.). 1999. 305 f. Tese (Doutorado em Agronomia) – Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 1999.

LINDSWALL, C. W.; LARNEY, F.; CAREFOOT, J. M. Rotation, tillage end seeder effects on winter wheat performance and soil moisture regime. Canadian Journal of Soil Science, Ottawa, v. 75, n.1 p. 109-116, 1995.

MAROTE, C. G. B.; VIDOR, C.; MENDES, N. G. Alterações na temperatura do solo pela cobertura morta e irrigação. Revista Brasileira de Ciência do Solo, n. 4, p. 81-84, 1990.

MATZENAUER, R. Estimativa do consumo relativo de água para a cultura do milho no Estado do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v. 10, n. 1, p. 35-43, 2002.

82

MATZENAUER, R. et al. Relações entre rendimento de milho e variáveis hídricas. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 3, p. 85-92, 1995.

MEDEIROS, S. L. P. et al. Relações entre evapotranspiração e rendimento de grãos de milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 26, n. 1, p. 1-10, 1991.

MORENO, J. A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre-RS: Secretaria de Agricultura, 1961. 42 p.

OLIVEIRA, M. L. et al. Flutuações de temperatura e umidade do solo em resposta à cobertura vegetal. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 9, n. 4, p. 535-539, 2005.

PETRY, M. T. et al. Avaliação do armazenamento de água no solo em função do limite superior de disponibilidade de água e da capacidade de campo. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA, 13., 2000, Ilhéus, BA. Anais... Ilhéus-BA: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2000.

PETRY, M. T. et al. Disponibilidade de água do solo ao milho cultivado sob sistemas de semeadura direta e preparo convencional. Revista Brasileira de Ciência do Solo, n. 31, p. 531-539, 2007.

PEZZOPANE, J. E. M. et al. Temperatura do solo em função da cobertura morta por palha de café. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v. 4, n. 2, p. 7-10, 1996.

PIRES, R. C. M. et al. Efeito de níveis de água, coberturas do solo e condições ambientais na temperatura do solo e no cultivo de morangueiro em ambiente protegido e a céu aberto. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 24, n. 3, p. 663-674, 2004.

PREVEDELLO, C. L. Fisica do solo - com problemas resolvidos. Curitiba: [s.n.], 1996. 446 p.

SALTON, J. C.; MIELNICZUK, J. Relações entre sistemas de preparo, temperatura e umidade de um Podzólico Vermelho-escuro de Eldorado do Sul (RS). Revista Brasileira de Ciência do Solo, n. 19, p. 313-319, 1995.

SANTOS, R. F.; CARLESSO, R. Enrolamento e expansão das folhas de milho submetidas a déficit hídrico em diferentes solos. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 3, n. 1, p. 1-6, 1999.

SCHNEIDER, A. D. Rainfall Shelters. Encyclopedia of Water Science. New York: United States Department of Agriculture (USDA), 2003.

SIDIRAS, N.; PAVAN, M. A. Influência do sistema de manejo na temperartura do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 10, n. 3, p. 181-184, 1986.

SILVA, L. D. J. Estágio de desenvolvimento e exigências da cultura da soja. UNIVAG. 2002. Disponível em: <http://www.univag.com.br>. Acesso em: 23 ago. 2009.

83

SILVA, V. R.; REICHERT, J. M.; REINERT, D. J. Variação na temperatura do solo em três sistemas de manejo na cultura do feijão. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 30, p. 391-399, 2006.

SOARES, W. R. et al. Dependência do coeficiente de cultura no estádio inicial de desenvolvimento (Kc ini) à lâmina de irrigação e textura do solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 5, n. 1, p. 23-27, 2001.

SPOHR, R. B. et al. Escoamento superficial e infiltração de água no solo sob chuva simulada no Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 31., 2007, Gramado, RS. Anais... Gramado: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007.

STRECK, N. A.; SCHNEIDER, F. M.; BURIOL, G. A. Modificações físicas causadas pelo mülching. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v. 2, p. 131-142, 1994.

TAYLOR, H. M.; BRAR, G. S. Effect of soil compaction on root development. Soil & Tillage Research, Amsterdam, v. 19, p. 111-119, 1991.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. Porto Alegre, RS: Artmet, 2004.

URCHEI, M. A. et al. Água e temperatura do solo. In: SALTON, J. C.; HERNANI, L. C.; FONTES, C. Z. Sistema de plantio direto: o produtor pergunta, a Embrapa responde. Dourados, MS: Embrapa-SPI, 1998.

VARADAN, K. M.; RAO, A. S. Effect of mulch on soil temperature in humid tropical latosols under coconut (Cocos nucifera Linn.) and banana (Musa paradisiaca). Agricultural Meteorology, Amsterdam, v. 28, n. 4, p. 375-386, 1983.

VIEIRA, S. R. et al. Umidade e temperatura da camada superficial do solo em função da cobertura morta por resteva de soja em plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 15, p. 219-224, 1991.

VILLWOCK, R.; TAVARES, M. H. F.; VILAS BOAS, M. A. calibração de um equipamento TDR em condições de campo. Irriga, Botucatu, v. 9, n. 1, p. 82-88, jan./abr. 2004.

ZIMMERMANN, F. L. Crescimento de plantas de milho e armazenamento de água no solo em dois sistemas de cultivo. Santa Maria, UFSM, 2001. 101 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal de Santa Maria, 2001.

APÊNDICES

85

APÊNDICE A – Resultados do quadrado médio da análise da variância para o armazenamento de água no solo na camada de 0 - 0,1 m em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

ETo ac DAS Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%)

2,86 0 96,99* 1,62ns 0,95ns 8,53 7,76 13,00 2 80,94* 4,12ns 3,27ns 8,91 7,93 19,80 4 130,94* 2,47ns 1,60 ns 8,02 7,76 27,90 6 116,91* 2,82ns 2,00 ns 8,78 7,88 39,60 8 134,43* 2,30ns 0,24ns 7,63 7,58 50,29 10 144,95* 1,47ns 0,53ns 7,42 7,71 63,00 12 157,99* 1,28ns 0,23ns 7,67 8,06 71,77 14 172,47* 1,56ns 0,04ns 8,00 8,31 82,45 16 185,68* 0,99ns 0,14ns 8,36 8,60 92,67 18 185,00* 1,03ns 0,19ns 8,22 8,67 103,04 20 68,23* 3,20ns 8,87ns 8,06 7,64 114,11 22 95,55* 1,12ns 4,45ns 8,03 8,05 126,41 24 88,18* 98,53* 6,88ns 6,94 7,62 138,69 26 81,25* 83,70* 8,10ns 8,44 9,10 145,89 28 83,11* 70,16* 8,84ns 8,75 10,07 150,45 30 85,77* 222,22* 25,50ns 10,47 9,41 158,97 32 79,15* 99,91* 26,27ns 10,26 9,34 165,26 34 78,54* 85,71* 26,60ns 13,10 10,43 174,59 36 82,73* 50,59* 25,94ns 13,74 11,09 185,22 38 66,46* 90,93* 20,04ns 14,15 11,80 192,70 40 56,77* 107,50* 18,86ns 13,00 12,11 203,09 42 91,88* 71,73ns 27,25ns 19,61 13,99 210,54 44 105,53* 75,74ns 23,31ns 26,08 14,97 221,36 46 97,89* 33,68ns 24,18ns 21,25 14,29 231,17 48 86,49* 20,46ns 21,20ns 18,84 14,33 241,57 50 51,85ns 230,96* 20,33ns 23,56 15,96 250,36 52 43,81ns 522,58* 13,62ns 19,99 15,12 261,75 54 34,97ns 696,00* 17,00ns 18,04 15,01 266,76 55 31,81ns 1153,82* 14,26ns 17,72 14,83

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

86

APÊNDICE B – Resultados do quadrado médio da análise da variância para o armazenamento de água no solo na camada de 0,1 - 0,25 m em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

ETo ac DAS Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%)

2,86 0 39,44* 9,24ns 1,76ns 10,78 6,26 13,00 2 42,96* 9,97ns 2,14ns 12,44 6,85 19,80 4 58,64* 12,66ns 1,55ns 13,39 7,29 27,90 6 47,14* 9,53ns 2,63ns 9,38 5,75 39,60 8 46,12ns 2,41ns 1,18ns 16,82 8,10 50,29 10 48,50ns 0,51ns 5,23ns 23,46 9,92 63,00 12 54,25ns 0,68ns 5,88ns 23,38 10,17 71,77 14 62,96ns 0,22ns 6,15ns 24,09 10,48 82,45 16 92,56ns 1,34ns 11,90ns 29,81 11,82 92,67 18 98,09ns 1,78ns 10,56ns 30,41 12,02 103,04 20 125,64ns 0,63ns 9,50ns 35,48 11,89 114,11 22 111,58ns 0,13ns 8,52ns 33,06 11,73 126,41 24 103,99ns 51,74ns 7,54ns 28,90 11,09 138,69 26 82,48ns 56,71ns 6,44ns 28,28 11,44 145,89 28 77,05ns 56,06ns 6,27ns 24,89 11,22 150,45 30 84,04ns 56,03ns 9,51ns 22,66 9,10 158,97 32 73,77ns 27,97ns 5,55ns 24,44 9,67 165,26 34 75,24ns 24,48ns 4,99ns 24,24 9,55 174,59 36 69,39ns 20,96ns 4,86ns 24,66 10,10 185,22 38 60,04ns 44,62ns 5,72ns 23,72 10,35 192,70 40 54,98ns 100,39ns 4,17ns 23,02 10,54 203,09 42 72,16ns 37,54ns 5,23ns 52,80 10,35 210,54 44 49,74ns 22,36ns 1,99ns 18,74 8,20 221,36 46 54,88ns 13,36ns 5,19ns 22,64 9,81 231,17 48 48,78ns 11,42ns 7,75ns 21,77 10,21 241,57 50 54,02ns 164,12* 5,48ns 26,77 11,59 250,36 52 49,02ns 481,44* 4,98ns 28,36 12,35 261,75 54 42,88ns 868,87* 10,17ns 31,30 13,65 266,76 55 37,05ns 1447* 14,99ns 32,85 14,18

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

87

APÊNDICE C – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a perda diária de água no solo na camada de 0 - 0,1 m em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

ETo ac DAS Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%)

2,86 0 0,00ns 0,00ns 0,00ns 0,00 54,72 13,00 2 1,04* 0,11ns 0,08ns 0,10 71,43 19,80 4 0,27* 0,12ns 0,11ns 0,05 36,62 27,90 6 0,00ns 0,00ns 0,00ns 0,00 0,00 39,60 8 0,07ns 0,00ns 0,29ns 0,19 78,81 50,29 10 0,22ns 0,22ns 0,06ns 0,09 56,86 63,00 12 0,24* 0,03ns 0,01ns 0,01 25,92 71,77 14 0,03* 0,00ns 0,01ns 0,00 99,80 82,45 16 0,24* 0,08ns 0,03ns 0,02 49,52 92,67 18 0,01ns 0,00ns 0,00ns 0,03 39,98 103,04 20 2,16* 0,39ns 0,37ns 0,38 68,67 114,11 22 0,29ns 0,09ns 0,49ns 0,18 50,40 126,41 24 0,21ns 15,43* 0,12ns 0,08 40,63 138,69 26 0,08ns 3,11* 0,19ns 0,27 36,90 145,89 28 0,09ns 0,00ns 0,07ns 0,10 35,44 150,45 30 0,00ns 0,00ns 0,00ns 0,00 0,00 158,97 32 0,08ns 3,21* 0,47* 0,08 48,80 165,26 34 0,00ns 0,00ns 0,00ns 0,00 47,72 174,59 36 0,24ns 2,52* 0,36ns 0,21 48,42 185,22 38 0,53* 9,75* 0,16ns 0,09 43,28 192,70 40 0,47ns 14,35* 0,89ns 0,39 42,39 203,09 42 0,04ns 0,06ns 0,07ns 0,05 42,07 210,54 44 0,00ns 0,00ns 0,00ns 0,00 0,00 221,36 46 0,07ns 1,67* 0,20ns 0,11 34,98 231,17 48 0,13ns 0,36* 0,08ns 0,06 26,42 241,57 50 0,47* 7,00* 0,12ns 0,07 49,03 250,36 52 0,10ns 5,86* 0,10ns 0,03 40,06 261,75 54 0,44ns 0,82* 0,64* 0,14 33,68 266,76 55 0,19* 12,58* 0,19* 0,04 32,75

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

88

APÊNDICE D – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a perda diária de água no solo na camada de 0,1 - 0,25 m em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

ETo ac DAS Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%)

2,86 0 0,00ns 0,00ns 0,00ns 0,00 54,72 13,00 2 0,05ns 0,19* 0,03ns 0,02 20,30 19,80 4 0,02ns 0,02ns 0,02ns 0,01 21,91 27,90 6 0,00ns 0,01ns 0,00ns 0,00 303,57 39,60 8 0,30ns 1,28ns 1,99ns 0,66 65,52 50,29 10 0,05ns 0,00ns 0,00ns 0,05 35,63 63,00 12 0,10ns 0,00ns 0,00ns 0,04 35,25 71,77 14 0,04* 0,07* 0,00ns 0,01 35,58 82,45 16 0,86ns 0,63ns 0,75ns 0,72 172,96 92,67 18 0,09* 0,04ns 0,02ns 0,01 61,80 103,04 20 0,00ns 0,00ns 0,00ns 0,00 0,00 114,11 22 0,31* 0,00ns 0,15ns 0,03 27,04 126,41 24 0,12ns 10,51* 0,12ns 0,13 63.10 138,69 26 0,02ns 1,36* 0,43ns 0,22 37,56 145,89 28 0,10ns 0,50ns 0,30ns 0,46 81,04 150,45 30 0,24ns 0,24ns 0,24ns 0,24 547,72 158,97 32 0,10ns 0,03ns 0,42ns 0,26 35,50 165,26 34 0,07ns 0,00ns 0,03ns 0,06 259,87 174,59 36 0,03ns 0,00ns 0,15ns 0,07 21,11 185,22 38 0,03ns 4,52* 0,10ns 0,08 27,98 192,70 40 0,06ns 0,86* 0,06ns 0,16 49,44 203,09 42 0,00ns 0,56ns 0,12ns 0,13 68,86 210,54 44 0,12ns 0,05ns 0,29ns 0,24 299,99 221,36 46 0,17* 0,00ns 0,30ns 0,05 11,69 231,17 48 0,06ns 0,02ns 0,06ns 0,05 16,33 241,57 50 0,01ns 19,08* 0,01ns 0,06 33,07 250,36 52 0,04ns 14,46* 0,04ns 0,05 32,24 261,75 54 0,11ns 8,43* 0,11ns 0,17 21,32 266,76 55 0,03ns 37,47* 0,03ns 0,10 28,14

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

89

APÊNDICE E – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a perda acumulada de água no solo na camada de 0 - 0,1 m em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

ETo ac DAS Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%)

2,86 0 0,00ns 0,00ns 0,00ns 0,00 54,72 13,00 2 0,32ns 0,61ns 0,00ns 0,18 70,40 19,80 4 8,25* 0,08ns 0,27ns 0,64 44,42 27,90 6 8,66* 0,04ns 0,34ns 0,59 42,22 39,60 8 14,14* 0,00ns 2,17ns 2,02 47,46 50,29 10 18,07* 0,10ns 1,88ns 3,80 47,36 63,00 12 23,38* 0,16ns 2,32ns 4,85 43,33 71,77 14 28,66* 0,10ns 2,91ns 4,89 40,72 82,45 16 34,11* 0,24ns 2,97ns 5,63 40,29 92,67 18 33,52* 0,27ns 2,87ns 6,03 37,89 103,04 20 20,44* 1,29ns 4,42ns 6,68 37,94 114,11 22 35,27* 3,14ns 14,44ns 10,73 37,32 126,41 24 37,57* 4,41ns 19,96ns 12,96 34,89 138,69 26 30,42* 1,22ns 33,97ns 17,14 31,79 145,89 28 31,43* 0,10ns 38,21ns 20,12 28,80 150,45 30 31,43ns 0,10ns 38,21ns 20,12 28,80 158,97 32 30,77ns 4,15ns 48,23ns 19,68 27,25 165,26 34 32,11ns 8,07ns 52,36ns 19,01 26,51 174,59 36 35,39ns 23,44ns 62,93ns 21,86 26,33 185,22 38 26,50ns 8,15ns 67,28ns 24,29 25,45 192,70 40 22,00ns 10,20ns 75,04ns 29,97 25,23 203,09 42 22,62ns 13,36ns 80,25ns 29,54 24,93 210,54 44 23,16ns 15,17ns 82,44ns 29,23 24,75 221,36 46 21,47ns 45,09ns 91,92ns 35,50 25,13 231,17 48 18,48ns 63,91ns 89,22ns 40,88 24,89 241,57 50 13,90 ns 11,40ns 94,04ns 43,54 24,74 250,36 52 12,04ns 19,42ns 110,02ns 52,17 24,82 261,75 54 15,22ns 8,19ns 136,85ns 59,79 25,17 266,76 55 14,31ns 0,46ns 142,38ns 60,06 24,70

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

90

APÊNDICE F – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a perda acumulada de água no solo na camada de 0,1 - 0,25 m em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

ETo ac DAS Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%)

2,86 0 0,00ns 0,00ns 0,00ns 0,00 547,72 13,00 2 0,07ns 0,13ns 0,03ns 0,10 28,93 19,80 4 0,92* 0,85ns 0,24ns 0,25 20,78 27,90 6 0,98ns 0,63ns 0,23ns 0,29 21,93 39,60 8 1,93ns 4,58ns 4,67ns 1,48 25,83 50,29 10 2,22ns 5,60ns 7,19ns 2,69 26,24 63,00 12 3,75ns 5,15ns 7,20ns 3,25 24,00 71,77 14 5,46ns 3,45ns 6,84ns 3,84 23,75 82,45 16 11,38ns 7,57ns 13,56ns 8,27 32,06 92,67 18 13,22ns 9,40ns 11,84ns 8,53 31,31 103,04 20 13,22ns 9,40ns 11,84ns 8,53 31,31 114,11 22 9,77ns 10,45ns 15,08ns 9,49 29,56 126,41 24 11,55ns 44,70* 17,20ns 9,29 25,79 138,69 26 13,59ns 63,36* 27,80ns 8,87 21,38 145,89 28 15,77ns 70,80* 41,93* 10,37 19,96 150,45 30 16,61ns 79,64* 47,41* 11,81 21,18 158,97 32 20,36ns 100,28* 69,59* 19,22 24,41 165,26 34 21,53ns 102,30* 74,05* 21,30 25,51 174,59 36 19,16ns 105,16ns 85,47ns 25,40 24,44 185,22 38 17,77ns 153,18* 97,63* 28,38 23,33 192,70 40 17,05ns 231,29* 101,22ns 30,91 22,68 203,09 42 17,19ns 208,82* 104,47ns 33,19 23,00 210,54 44 19,46ns 215,25* 109,86ns 34,05 23,14 221,36 46 21,00ns 246,24* 162,11* 42,97 22,16 231,17 48 19,14ns 237,89* 178,48* 44,24 20,47 241,57 50 20,52ns 522,75* 176,95* 44,65 19,64 250,36 52 19,42ns 637,93* 181,43* 46,34 18,46 261,75 54 16,04ns 981.43* 183,85* 48,54 17,63 266,76 55 16,79ns 1402,61* 182,81* 49,93 17,39

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

91

APÊNDICE G – Variação da radiação solar incidente no experimento. Santa Maria, 2010.

*OBS.: Quando a radiação solar tem valor 0 o experimento permaneceu com a cobertura fechada durante todo o dia, em função da ocorrência de chuvas.

92

APÊNDICE H – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a temperatura média do solo na profundidade de 3 cm em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

DAS Dia Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%) 10 17/12/2009 21,68* 0,29ns 0,30ns 1,65 4,80 12 19/12/2009 39,17* 1,24ns 1,68ns 2,33 5,30 14 21/12/2009 24,43* 0,81ns 1,02ns 1,63 4,42 16 23/12/2009 19,41* 1,11ns 0,89ns 1,76 4,64 18 25/12/2009 33,60* 1,38ns 1,06ns 2,83 5,82 20 27/12/2009 7,93ns 0,79ns 0,62ns 2,66 5,66 22 29/12/2009 22,28* 1,22ns 1,27ns 2,75 5,69 24 31/12/2009 12,76ns 9,81ns 1,96ns 4,52 7,32 26 02/01/2010 26,80* 5,40ns 0,29ns 2,73 6,03 28 04/01/2010 1,14ns 0,18ns 0,32ns 0,43 2,26 30 06/01/2010 0,06ns 0,19ns 0,45ns 0,18 1,58 32 08/01/2010 2,69ns 2,14ns 0,81ns 0,82+ 3,81 34 10/01/2010 0,51ns 0,13ns 0,20ns 0,25 1,96 36 12/01/2010 0,85ns 0,44ns 0,18ns 0,27 1,97 38 14/01/2010 2,46ns 1,19ns 0,65ns 1,09 4,20 40 16/01/2010 0,71ns 0,04ns 1,87ns 0,57 3,04 42 18/01/2010 8,08* 1,01ns 0,38ns 0,32 2,34 44 20/01/2010 1,68* 0,27ns 0,52ns 0,43 2,72 46 22/01/2010 2,07* 0,53ns 0,34ns 0,38 2,58 48 24/01/2010 4,64* 0,44ns 0,08ns 0,26 2,08 50 26/01/2010 3,40* 0,87ns 0,58ns 0,35 2,34 52 28/01/2010 0,98* 1,51* 0,51* 0,14 1,52 54 30/01/2010 3,08* 2,21* 0,54ns 0,17 1,65 55 31/01/2010 2,68* 1,98* 0,45ns 0,14 1,49

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

93

APÊNDICE I – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a temperatura média do solo na profundidade de 8 cm em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

DAS Dia Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%) 10 17/12/2009 9,70* 1,91ns 0,03ns 1,91 5,29 12 19/12/2009 13,62* 1,15ns 0,06ns 2,58 5,77 14 21/12/2009 8,63* 0,67ns 0,11ns 1,68 4,60 16 23/12/2009 11,55* 2,26ns 0,03ns 2,12 5,16 18 25/12/2009 15,99* 4,85ns 0,00ns 3,39 6,52 20 27/12/2009 3,70ns 3,92ns 0,07ns 3,33 6,47 22 29/12/2009 11,72* 4,72ns 0,03ns 3,29 6,37 24 31/12/2009 13,91ns 2,15ns 0,65ns 6,02 8,58 26 02/01/2010 18,62* 1,70ns 0,83ns 3,25 6,75 28 04/01/2010 3,76* 0,17ns 0,08ns 0,39 2,14 30 06/01/2010 0,25ns 0,00ns 0,19ns 0,13 1,35 32 08/01/2010 1,23ns 0,06ns 0,61ns 0,71 3,63 34 10/01/2010 0,44ns 0,05ns 0,16ns 0,20 1,78 36 12/01/2010 1,26* 0,00ns 0,24ns 0,26 1,94 38 14/01/2010 2,16ns 0,17ns 0,31ns 1,20 4,46 40 16/01/2010 0,43ns 0,05ns 0,59ns 0,40 2,54 42 18/01/2010 3,52* 0,07ns 0,33ns 0,23 2,02 44 20/01/2010 1,14ns 0,28ns 0,21ns 0,40 2,63 46 22/01/2010 1,47* 0,20ns 0,32ns 0,40 2,68 48 24/01/2010 1,47* 0,25ns 0,13ns 0,31 2,28 50 26/01/2010 0,72ns 0,12ns 0,18ns 0,31 2,23 52 28/01/2010 0,52* 0,00ns 0,22ns 0,11 1,37 54 30/01/2010 1,28* 0,00ns 0,43* 0,10 1,28 55 31/01/2010 1,22* 0,02ns 0,39* 0,08 1,16

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

94

APÊNDICE J – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a temperatura máxima do solo na profundidade de 3 cm em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

DAS Dia Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%) 10 17/12/2009 71,14* 32,90ns 6,17ns 11,82 9,48 12 19/12/2009 99,67* 17,80ns 6,17ns 10,40 9,00 14 21/12/2009 21,23* 3,96ns 1,36ns 5,18 6,39 16 23/12/2009 29,96* 2,66ns 0,52ns 0,59 2,21 18 25/12/2009 15,01* 0,72ns 0,12ns 0,20 1,34 20 27/12/2009 2,11* 0,17ns 0,06ns 0,24 1,48 22 29/12/2009 10,43* 0,50ns 0,14ns 0,19 1,37 24 31/12/2009 14,55* 1,22ns 5,69* 0,76 2,70 26 02/01/2010 16,75* 1,38ns 1,21* 0,33 1,79 28 04/01/2010 8,04* 0,26ns 0,55ns 0,44 2,11 30 06/01/2010 0,35ns 0,00ns 0,53ns 0,27 1,85 32 08/01/2010 1,30* 0,30ns 0,95ns 0,24 1,85 34 10/01/2010 0,36ns 0,00ns 0,53ns 0,20 1,67 36 12/01/2010 0,24ns 0,01ns 0,77ns 0,23 1,70 38 14/01/2010 0,39ns 0,05ns 1,28ns 0,55 2,59 40 16/01/2010 1,16ns 0,13ns 3,21* 0,59 3,02 42 18/01/2010 2,91* 0,00ns 0,82* 0,16 1,44 44 20/01/2010 15,37* 0,37ns 4,16ns 0,79 3,37 46 22/01/2010 12,34* 0,00ns 2,15ns 0,87 3,61 48 24/01/2010 19,18* 0,02ns 1,43ns 0,67 3,01 50 26/01/2010 13,29* 0,00ns 5,02* 1,30 4,13 52 28/01/2010 10,41* 1,01ns 3,34* 0,28 1,99 54 30/01/2010 13,02* 0,93ns 4,68* 0,36 2,19 55 31/01/2010 16,09* 4,35* 5,26* 0,44 2,39

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

95

APÊNDICE K – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a temperatura máxima do solo na profundidade de 8 cm em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

DAS Dia Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%) 10 17/12/2009 20,68ns 10,29ns 11,56ns 10,78 9,82 12 19/12/2009 51,27* 0,35ns 1,72ns 4,54 6,42 14 21/12/2009 4,61ns 0,59ns 2,00ns 3,24 5,25 16 23/12/2009 44,33* 2,01* 0,39ns 0,42 1,89 18 25/12/2009 23,39* 0,92ns 0,05ns 0,25 1,48 20 27/12/2009 8,56* 0,19ns 0,13ns 0,17 1,26 22 29/12/2009 12,42* 0,40ns 0,15ns 0,26+ 1,57 24 31/12/2009 9,48* 0,05ns 1,39ns 0,82 2,72 26 02/01/2010 26,61* 0,03ns 1,24ns 0,43 2,01 28 04/01/2010 12,81* 0,09ns 0,60ns 0,60 2,39 30 06/01/2010 0,66ns 0,02ns 0,58ns 0,33 2,00 32 08/01/2010 1,77* 0,23ns 1,16* 0,27 1,92 34 10/01/2010 0,80* 0,00ns 0,56ns 0,23 1,77 36 12/01/2010 1,41* 0,02ns 1,10ns 0,29 1,90 38 14/01/2010 2,26* 0,01ns 1,78ns 0,62 2,67 40 16/01/2010 2,74* 0,45ns 2,65* 0,63 3,02 42 18/01/2010 5,34* 0,00ns 0,68* 0,15 1,40 44 20/01/2010 5,23* 0,38ns 2,11* 0,42 2,57 46 22/01/2010 6,61* 0,09ns 1,33* 0,32 2,26 48 24/01/2010 9,79* 0,34ns 0,87ns 0,31 2,14 50 26/01/2010 5,60* 0,07ns 1,65* 0,30 2,09 52 28/01/2010 4,05* 0,06ns 1,70* 0,18 1,66 54 30/01/2010 6,28* 0,01ns 1,66* 0,27 1,96 55 31/01/2010 4,91* 0,00ns 1,33* 0,21 1,74

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

96

APÊNDICE L – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a temperatura mínima do solo na profundidade de 3 cm em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

DAS Dia Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%) 10 17/12/2009 7,73* 4,01ns 7,52* 2,,09 6,31 12 19/12/2009 13,33* 11,86ns 22,50* 4,12 8,78 14 21/12/2009 10,06* 3,72ns 11,34* 2,25 6,05 16 23/12/2009 18,52ns 30,08ns 26,27ns 18,75 21,41 18 25/12/2009 32,14ns 4,90ns 42,42ns 16,73 17,86 20 27/12/2009 19,03ns 3,54ns 42,89ns 18,92 18,37 22 29/12/2009 40,43ns 5,64ns 50,89ns 24,30 21,37 24 31/12/2009 8,35ns 12,54ns 24,77ns 23,09 20,86 26 02/01/2010 37,24ns 16,50ns 23,87ns 17,44 20,56 28 04/01/2010 0,10ns 0,00ns 0,34ns 0,37 2,20 30 06/01/2010 0,25ns 0,93* 0,38ns 0,20 1,87 32 08/01/2010 5,91ns 5,41ns 2,00ns 3,89 11,13 34 10/01/2010 5,78ns 0,05ns 0,65ns 1,89 6,62 36 12/01/2010 8,69* 1,18ns 0,15ns 0,72 3,83 38 14/01/2010 12,32ns 3,43ns 6,02ns 5,28 12,80 40 16/01/2010 0,91ns 0,00ns 1,31ns 0,44 2,75 42 18/01/2010 49,96* 5,03ns 2,35ns 3,72 10,60 44 20/01/2010 0,15ns 0,00ns 0,41ns 0,98 4,34 46 22/01/2010 0,03ns 0,09ns 0,19ns 0,83 4,09 48 24/01/2010 0,51ns 0,39ns 0,15ns 0,40 2,74 50 26/01/2010 0,43ns 1,04ns 0,07ns 0,32 2,37 52 28/01/2010 0,96* 1,13* 0,47ns 0,16 1,63 54 30/01/2010 0,11ns 0,76ns 0,25ns 0,26 2,17 55 31/01/2010 0,02ns 1,02* 0,15ns 0,21 1,88

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

97

APÊNDICE M – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a temperatura mínima do solo na profundidade de 8 cm em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

DAS Dia Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%) 10 17/12/2009 2,85ns 2,04ns 0,55ns 1,45 5,11 12 19/12/2009 5,01* 1,14ns 0,64ns 0,84 3,87 14 21/12/2009 1,00ns 3,21ns 0,82ns 0,95 3,88 16 23/12/2009 5,24ns 7,63ns 5,55ns 8,75 14,27 18 25/12/2009 4,94ns 6,12ns 2,46ns 3,53 7,98 20 27/12/2009 3,94ns 5,10ns 2,03ns 4,13 8,36 22 29/12/2009 12,61ns 5,04ns 3,43ns 5,53 9,98 24 31/12/2009 10,75ns 17,64ns 8,00ns 6,46 10,30 26 02/01/2010 16,15* 13,01ns 4,95ns 4,13 9,87 28 04/01/2010 1,09ns 0,01ns 0,02ns 0,42 2,31 30 06/01/2010 0,20ns 0,80ns 0,84ns 0,19 1,85 32 08/01/2010 1,69ns 2,41ns 0,85ns 2,68 9,80 34 10/01/2010 1,15ns 0,00ns 0,22ns 1,26 5,58 36 12/01/2010 2,86* 0,11ns 0,45ns 0,48 3,22 38 14/01/2010 2,94ns 6,85ns 0,37ns 5,57 13,26 40 16/01/2010 0,26ns 0,00ns 0,81ns 0,52 3,00 42 18/01/2010 7,02ns 0,10ns 1,74ns 5,84 14,32 44 20/01/2010 4,18ns 0,58ns 1,18ns 1,75 5,73 46 22/01/2010 3,42ns 0,39ns 0,76ns 1,60 5,58 48 24/01/2010 1,58ns 0,15ns 0,75ns 0,58 3,24 50 26/01/2010 1,70ns 0,00ns 0,24ns 0,59 3,19 52 28/01/2010 0,67* 0,15ns 0,38ns 0,17 1,66 54 30/01/2010 0,85ns 0,00ns 1,04ns 0,47 2,83 55 31/01/2010 0,90ns 0,00ns 0,73ns 0,28 2,16

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

98

APÊNDICE N – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a amplitude de temperatura do solo na profundidade de 3 cm em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

DAS Dia Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%) 10 17/12/2009 53,51* 9,45ns 5,67ns 9,22 23,18 12 19/12/2009 63,70* 10,84ns 20,01ns 8,08 22,78 14 21/12/2009 5,84ns 2,61ns 10,58ns 3,35 17,03 16 23/12/2009 5,20ns 30,68ns 15,22ns 15,92 27,73 18 25/12/2009 3,66ns 5,40ns 34,23ns 16,23 37,20 20 27/12/2009 8,68ns 3,18ns 35,08ns 19,63 46,81 22 29/12/2009 8,64ns 6,56ns 44,42ns 23,65 51,01 24 31/12/2009 0,26ns 5,18ns 38,68ns 21,09 48,39 26 02/01/2010 5,14ns 7,62ns 31,93ns 17,72 34,98 28 04/01/2010 6,55* 0,63ns 0,01ns 0,35 14,46 30 06/01/2010 1,09* 0,46ns 0,02ns 0,31 13,24 32 08/01/2010 2,61ns 3,08ns 5,24ns 3,72 20,78 34 10/01/2010 3,88ns 0,46ns 0,99ns 1,59 20,03 36 12/01/2010 7,06* 0,31ns 0,56ns 0,48 11,36 38 14/01/2010 16,77* 3,38ns 11,03ns 3,66 17,74 40 16/01/2010 0,35ns 0,27ns 0,59ns 0,39 38,24 42 18/01/2010 22,72* 1,63ns 1,41ns 3,02 17,95 44 20/01/2010 16,32* 1,09ns 0,38ns 0,74 25,00 46 22/01/2010 16,19* 0,74ns 0,58ns 1,08 29,91 48 24/01/2010 19,57* 0,32ns 0,11ns 0,58 20,07 50 26/01/2010 16,31* 0,35ns 2,15ns 1,94 38,97 52 28/01/2010 6,58* 1,50ns 0,12ns 0,39 32,62 54 30/01/2010 20,89* 2,43* 0,29ns 0,36 16,43 55 31/01/2010 18,18* 5,47* 1,27ns 0,49 20,28

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

99

APÊNDICE O – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a amplitude de temperatura do solo na profundidade de 8 cm em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

DAS Dia Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%) 10 17/12/2009 5,15ns 18,04ns 0,31ns 10,18 33,35 12 19/12/2009 29,60* 9,61ns 0,58ns 3,92 21,52 14 21/12/2009 2,66ns 9,83ns 0,42ns 2,36 17,35 16 23/12/2009 13,38ns 16,08ns 6,04ns 9,64 22,15 18 25/12/2009 5,25ns 9,40ns 3,82ns 3,72 17,87 20 27/12/2009 0,33ns 7,04ns 1,31ns 4,51 22,65 22 29/12/2009 0,66ns 8,28ns 3,74ns 5,57 25,48 24 31/12/2009 5,95ns 19,39ns 4,64ns 5,29 27,89 26 02/01/2010 1,07ns 11,56ns 2,34ns 3,56 15,41 28 04/01/2010 7,12* 0,23ns 0,07ns 0,60 17,99 30 06/01/2010 0,17ns 1,14ns 0,51ns 0,54 15,90 32 08/01/2010 1,09ns 1,19ns 0,26ns 2,49 15,32 34 10/01/2010 0,82ns 0,00ns 0,02ns 0,99 14,07 36 12/01/2010 0,53ns 0,04ns 0,12ns 0,51 10,17 38 14/01/2010 6,54ns 2,11ns 1,36ns 7,10 22,74 40 16/01/2010 1,20ns 0,02ns 0,21ns 0,58 40,90 42 18/01/2010 3,08ns 1,90ns 0,77ns 10,82 28,60 44 20/01/2010 7,63ns 2,75ns 3,88 2,61 62,43 46 22/01/2010 5,76ns 2,98ns 3,04ns 2,30 54,88 48 24/01/2010 3,40ns 2,52ns 4,41ns 2,69 56,10 50 26/01/2010 5,20ns 2,31ns 3,41ns 3,91 74,11 52 28/01/2010 1,92ns 1,43ns 1,38ns 1,97 55,52 54 30/01/2010 0,99ns 0,06ns 0,22ns 0,39 25,50 55 31/01/2010 0,64ns 0,04ns 0,04ns 0,32 25,87

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

100

APÊNDICE P – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a variação da temperatura do solo na profundidade de 3 cm em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo. Santa Maria, 2010.

DAS Dia/Hora Palha QM Erro CV (%) 11 18/12/2009 00:00 2,46* 0,42 2,68 11 18/12/2009 02:00 1,26ns 0,43 2,77 11 18/12/2009 04:00 0,68ns 0,43 2,80 11 18/12/2009 06:00 0,50ns 0,43 2,86 11 18/12/2009 08:00 3,43ns 8,24 11,14 11 18/12/2009 10:00 11,75ns 10,11 10,55 11 18/12/2009 12:00 66,23* 18,04 13,83 11 18/12/2009 14:00 106,0* 19,09 15,21 11 18/12/2009 16:00 111,48* 12,75 12,70 11 18/12/2009 18:00 67,88* 6,02 9,02 11 18/12/2009 20:00 24,58* 0,68 2,95 11 18/12/2009 22:00 8,64* 0,50 2,62 12 19/12/2009 00:00 18,67* 2,67 6,13 12 19/12/2009 02:00 2,13* 0,43 2,59 12 19/12/2009 04:00 0,92ns 0,43 2,65 12 19/12/2009 06:00 0,81ns 0,44 2,75 12 19/12/2009 08:00 2,49ns 3,26 6,44 12 19/12/2009 10:00 15,23ns 12,56 11,07 12 19/12/2009 12:00 62,40* 18,42 12,80 12 19/12/2009 14:00 111,04* 23,88 15,11 12 19/12/2009 16:00 134,59* 19,59 14,24 12 19/12/2009 18:00 47,40* 0,52 2,40 12 19/12/2009 20:00 23,47* 0,41 2,16 12 19/12/2009 22:00 13,15* 0,36 2,12 13 20/12/2009 00:00 8,38* 0,33 2,07

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

101

APÊNDICE Q – Resultados do quadrado médio da análise da variância para a variação da temperatura do solo na profundidade de 8 cm em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo. Santa Maria, 2010.

DAS Dia/Hora Palha QM Erro CV (%) 11 18/12/2009 00:00 4,94* 0,44 2,69 11 18/12/2009 02:00 2,98* 0,47 2,83 11 18/12/2009 04:00 2,13* 0,50 2,92 11 18/12/2009 06:00 1,39ns 0,50 3,01 11 18/12/2009 08:00 4,16ns 8,70 11,44 11 18/12/2009 10:00 1,60ns 10,39 11,34 11 18/12/2009 12:00 7,39ns 18,35 15,75 11 18/12/2009 14:00 25,61ns 19,20 17,50 11 18/12/2009 16:00 47,56* 12,28 13,84 11 18/12/2009 18:00 50,19* 6,21 9,53 11 18/12/2009 20:00 39,46* 0,43 2,33 11 18/12/2009 22:00 20,27* 0,38 2,23 12 19/12/2009 00:00 10,76 2,56 6,17 12 19/12/2009 02:00 7,99* 0,39 2,40 12 19/12/2009 04:00 0,90* 0,19 1,76 12 19/12/2009 06:00 0,23ns 0,19 1,79 12 19/12/2009 08:00 2,71ns 2,94 6,12 12 19/12/2009 10:00 2,70ns 12,20 11,57 12 19/12/2009 12:00 9,33ns 18,75 14,33 12 19/12/2009 14:00 26,06ns 24,18 17,37 12 19/12/2009 16:00 52,28ns 19,70 16,19 12 19/12/2009 18:00 49,80* 0,29 1,83 12 19/12/2009 20:00 26,40* 0,13 1,24 12 19/12/2009 22:00 14,82* 0,17 1,46 13 20/12/2009 00:00 9,53* 0,13 1,30

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

102

APÊNDICE R – Resultados do quadrado médio da análise da variância para o índice de área foliar das plantas de milho em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

DAS Dia Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%) 17 24/12/2009 2982,64* 1135,46* 854,74ns 644,28 10,48 21 28/12/2009 13300,53ns 46629,13* 12925,86ns 9972,20 14,63 24 31/12/2009 13786,32ns 284607,67* 12260,32ns 17893,43 12,01 29 05/01/2010 30376,00ns 464207,30* 69492,73ns 66291,46 11,50 35 11/01/2010 2719,06ns 842359,30* 217804,43ns 149836,90 10,43 38 14/01/2010 9358,82ns 329386,40ns 189276,80ns 232125,39 10,71 43 19/01/2010 76946,05ns 658033,47ns 163697,76ns 296001,36 9,79 47 23/01/2010 95979,11ns 258992,20ns 77563,03ns 190914,29 6,86 52 28/01/2010 93406,92ns 3481,29ns 10158,67ns 293548,19 7,47

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.

103

APÊNDICE S – Resultados do quadrado médio da análise da variância para o comprimento acumulado das folhas das plantas de milho em função das diferentes quantidades de resíduos vegetais na superfície do solo e sem e com irrigação. Santa Maria, 2010.

DAS Dia Palha Irrigação Interação QM Erro CV (%) 17 24/12/2009 95,16ns 1664,61* 88,73ns 58,12 7,63 21 28/12/2009 793,22ns 4085,66ns 915,75ns 1828,52 20,64 24 31/12/2009 617,50ns 9784,90* 624,01ns 678,26 9,13 29 05/01/2010 1163,54ns 6440,14ns 248,15ns 3565,42 13,76 35 11/01/2010 636,66ns 1262,95ns 6803,91ns 3445,06 10,16 38 14/01/2010 648,90ns 5031,07ns 1791,10ns 2646,40 7,73 43 19/01/2010 2695,35ns 17241,62ns 6994,49ns 6049,72 9,87 47 23/01/2010 8834,00ns 20423,25ns 1687,13ns 10862,96 11,63 52 28/01/2010 4112,07ns 4500,65ns 312,80ns 9501,44 10,00

* Significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. ns Não significativo (linhas) em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F.