TEMPO DE MAGUSTOS

11-11-11 (CAPICUA / Número PALÍNDROMO)

Dia 11 de Novembro é dia de S. Martinho.

A tradição, no nosso país, manda comer

castanhas assadas, acompanhadas com água-pé,

jeropiga ou vinho novo. Faz-se uma grande fogueira,

onde estas são assadas, depois pintam-se as caras

com as cinzas, alegrando o convívio.

O CASTANHEIRO

O castanheiro ou castanheira, é uma árvore

longeva, de folha caduca, que pode viver mais de um

milhar de anos.

Pode atingir 45 metros de altura e a sua copa

pode chegar aos 30 ou 40 metros de diâmetro. Há

até castanheiros que são considerados monumentos.

As suas folhas têm entre os 10 e 25 cm, são

dentadas, mais claras na página inferior e

translúcidas quando trespassadas pela luz solar. Os

seus frutos são os ouriços, cobertos de picos para

protegerem as sementes, que são as castanhas.

É uma árvore pouco exigente que se adapta bem

a climas rigorosos e a solos pouco férteis. Existem

muitos nas zonas montanhosas do interior, Trás-os-

Montes, Beiras e serras de Sintra, S. Mamede e

Monchique.

Existem dois tipos de castanheiro, um bravo,

vocacionado para produzir madeira e outro manso,

cultivado para produzir castanhas. Um aglomerado de

castanheiros mansos chama-se souto e a um conjunto

de bravos dá-se o nome de “castiçal”. Este género é

constituído por muitas espécies, engloba nada mais,

nada menos do que 12 espécies, espalhadas por várias

partes do mundo. A mais importante de todos é

“castanea sativa”.

Por vezes estes ficam doentes, com a doença

tinta e o cancro. Quando isto acontece as árvores

são cortadas e a madeira transformada em lenha.

Entre março e junho floresce, dá flores

amarelas, femininas e masculinas. Estas flores na

altura do outono estão transformadas em ouriços de

onde saem as tão apreciadas castanhas.

Dos 8 aos 10 anos de idade, o castanheiro dá

fruto, no entanto só depois dos 20 anos é que a

frutificação passa a ser um fenómeno regular. A sua

produção mantém-se elevada mesmo quando já está

em idade avançada (o que significa 600 anos ou mais).

O castanheiro é uma árvore muito importante

pois desde os tempos remotos fornece ao homem

alimento e madeira que usa para fabricar objetos de

uso diário.

A CASTANHA

A castanha, na realidade é a semente que surge

no interior do ouriço, geralmente três em cada um.

Existem vários tipos: castanha judia, longal, lada,

cota...

A par com o pistácio a castanha constituiu uma

importante fonte de alimento, ao homem pré-

histórico. Os gregos e os romanos colocavam

castanhas em ânforas cheias de mel silvestre. Este

conservava o alimento e dava-lhe o seu sabor. Na

idade média, nos mosteiros e abadias, monges e

freiras utilizavam frequentemente este produto nas

suas receitas. Moída tornou-se um dos principais

farináceos da Europa, substituindo o pão, quando este

faltava. Este foi durante muito tempo o primeiro

alimento das populações rurais das regiões

montanhosas propícias à cultura do castanheiro.

Embora seja uma semente, como as nozes, tem

muito menos gordura e muito mais amido, o que lhe dá

outras possibilidades de uso na alimentação. Ela tem

cerca do dobro do amido da batata. Também é rica

em vitaminas C e B6 e uma boa fonte de potássio.

A castanha é usada de muitas maneiras: cozida,

assada, seca (castanha pilada), na doçaria regional e

pode misturar-ser com legumes, leite e carne.

Atualmente é considerada uma “guloseima” de

época, embora possa ser comida frequentemente

porque dá muita energia e tem poucas calorias.

Pesquisas efetuadas na biblioteca

(projeto Biblioteca á tua Medida)

Provérbios-ditados populares

No dia de São Martinho, castanhas

assadas, pão e vinho.

No dia de são Martinho fura o teu pipinho.

A castanha tem uma manha, vai com quem a apanha.

No dia de São Martinho mata o porquinho abre o

pipinho e põe-te mal com o teu vizinho.

No dia de São Martinho lava-se o pipinho.

No dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho.

Se o inverno não erra o caminho, têmo-lo pelo São

Martinho.

Receita

Tarte de castanha

Ingredientes:

100g de castanhas congeladas

3 ovos inteiros

3 gemas

180 g açúcar

100 g de farinha

50 g de chocolate em pó

3 folhas de gelatina

2 dl de natas

Preparação

Coza as castanhas, escorra-as, reduza metade a puré

e reserve.

Ligue o forno a 180ºC. Forre uma tarteira de um

fundo móvel com papel vegetal e unte com manteiga.

Bata levemente as claras em castelo e reserve. Bata

três gemas com 100 g de açúcar até esbraquiçar.

Envolva a farinha, o chocolate e o puré de castanhas,

alternando com as claras batidas. Verta para a

tarteira e leve ao forno por 20 min.

Num tabuleiro coloque as restantes castanhas e leve-

as ao forno para tomarem cor.

Deixe arrefecer e retire da forma o bolo. Forre esta

última com película aderente e sobreponha-lhe a base

do bolo, já frio.

Coloque a gelatina de molho em água fria. Bata as

restantes gemas com açúcar e leve ao lume em

banho-maria, mexendo até engrossar. Retire,

incorporar a gelatina escorrida e deixe arrefecer.

Bata as natas bem firmes e envolva-as no preparado

anterior. Verta para a tarteira e coloque no

frigorífico até solidificar.

Desenforme e decore com as castanhas assadas e

grosseiramente picadas.

Bom Apetite

TURMA 4.3